111449190 Cartilha Do Departamento de Pesquisa Plantio e Cultivo de Mariri e Chacrona

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  • Cartilha do Departamento de Pesquisa,

    Plantio e Cultivo de Mariri e Chacrona

    2006

  • H um bom tempo venho tentando concretizar um sonho de reunir informaes e

    experincias vividas sobre plantio de mariri e chacrona nesta nossa sagrada religio.

    Estas experincias so frutos de experimentos e observaes que fazemos

    naturalmente quando nos dedicamos ao plantio de mariri e chacrona. Estes

    Mestres, caboclos que vem ensinando na pratica o que cientistas comprovam em

    suas pesquisas. As valorosas informaes sobre pesquisa, de como encontrar o

    mariri na floresta, quando e a forma de colher bem como identificar no estaro

    contidas nesta cartilha, mas nosso objetivo reunir informaes sobre como

    plantar nossas plantas sagradas.

    Dentro desta fora de Unio, esta cartilha uma reunio de informaes colhidas

    ao longo dos anos de pesquisa, tendo como professores a Natureza e os caboclos-

    indios, Mestres que um dia me integraram nesta caminhada, na busca de luz dentro

    desta sagrada religio do sentir. Tambm reuni aqui uma sntese das palestras

    proferidas no encontro do Departamento de Pesquisa, Plantio e Cultivo de Mariri e

    Chacrona realizado na cidade de Belm (PA), entre os dias 22 e 23 de setembro de

    2006. Fazem parte destas desta cartilha informaes dos departamentos do plantio

    das Unidades Administrativas: Ncleos Rei Cana e Jardim Florido, dos Pr-

    Ncleos Castelo de Marfim e Prncipe Ram, bem como das extenses do N Rei

    Cana em Araguaina, Paruapebas e Itinga.

    Este trabalho no seria possvel sem as experincias trazidas com as pessoas que

    iniciaram as atividades de plantio e do conhecimento adquirido com experimentos

    feitos durante mais de 20 anos de atividades de plantio em nossa regio. A estas

    pessoas que dedico esta apostilha como uma forma de deixar gravado um

    conhecimento adquirido ao longo dos anos, mesmo sabendo que este

    conhecimento ainda precisa ser aprimorado e adaptado as diferentes condies de

    ambiente e clima desta nossa imensa Amaznia, em especial a nossa

    diversificadissima 14 regio.

    Jos Henrique Cattanio

    Coordenador Regional do Departamento do Plantio

    14 Regio

    ndice

    1 Plantio do Mariri e Chacrona____________________________________________00

    1.1 Plantio por parte vegetativa____________________________________________00

    1.1.1 Mariri (Banisteriopsis caapi)__________________________________________00

    1.1.1 Chacrona (Psychotria viridis)_________________________________________00

  • 1 Plantio do Mariri e Chacrona

    Uma das primeiras coisas que devemos fazer para ter um melhor resultado no

    plantio a analise fsico-qumica do solo onde vamos realizar o plantio. A coleta do

    solo para analise deve ser feita de forma correta, em zig-zag, abrangendo toda a

    rea do terreno, com auxilio de uma p, previamente limpa, a uma profundidade de

    15 cm. Todo o solo coletado (aproximadamente uma fatia de solo de 5 cm de

    grossura e da mesma largura da p) deve ser colocada dentro de um balde. Aps

    feito a coleta, 3 sub-amostras, de aproximadamente 500 g de solo, devem ser

    colocadas em sacos plsticos separados e enviados para analise em um local

    especializado em analise de solo, como EMBRAPA, EMATER, Universidades e etc.

    Todo o manuseio das amostras bem como as ferramentas utilizadas deve estar

    previamente limpa.

    ideal que nesta anlise do solo devemos ter informao sobre pH (acidez do

    solo), teores de Nitrognio (N), Fsforo (P) e Potssio (K), elementos estes

    importantssimos para uma boa nutrio das plantas, e se possvel informao sobre

    a qualidade fsica do solo (textura e estrutura).

    De posse do resultado da anlise do solo e se verificado que existe uma acidez,

    ou seja, um pH do solo abaixo de 4,5, a ao mais importante que deve ser feita,

    antes do plantio, a correo do pH com calcrio, em quantidade recomendada

    pela anlise. importante que esta correo seja feita apenas nas covas das plantas,

    tanto das nossas plantas sagradas como nas covas das arvores que por ventura forem

    plantadas.

    O calcrio, de preferncia o dolomitico, deve ser incorporado em toda a rea da

    cova revolvendo a terra de 20 a 30 cm de profundidade com antecedncia mnima

    de 30 dias do plantio ou colocada junto com a terra da cova com o mesmo perodo

    de antecedncia. Quando no for possvel a anlise do solo, a experincia nos

    mostra que na regio Amaznica a quantidade a ser usada fica entre 2.500 a 3.000 kg

    de calcrio/ha, quando aplicada na rea toda, ou de em covas de 40X40X40 cm, usa-

    se 200 a 250 g de calcrio/cova.

    A possvel deficincia de outros elementos qumicos deve ser controlada com

    uso constante de adubos orgnicos (slidos e lquidos) e de rocha fosfatadas

    conforme ser mostrado mais adiante. Devemos abolir dos nossos plantios adubos

    qumicos solveis como NPK e tambm o uso de agrotxicos.

    importante que no apenas nos preocupemos com o plantio de mariri e chacrona,

    mas que tambm iniciemos uma caminhada na direo de tornarmos nossos plantios

    mais produtivos com a introduo de rvores lenhosas para uso da lenha nos preparos.

    Neste sentido isto deve ser projetado previamente.

    Tambm devemos dar um importante passo na direo da construo de fornalha mais

    eficiente. Esta deve consumir menos lenha e ter um poder calorfico constante e

    suficiente para retirada do principio ativos de nossas plantas sagradas.

    Todo nosso plantio deve ser direcionado para acontecer nos perodos em que a

    Lua esteja em faze crescente. Quando do plantio em local definitivo, alem da fase da

    Lua, devemos nos preocupar com a estao do ano. Nossos plantios tm dado melhores

    resultados quando so direcionados para o inicio at o meio do perodo chuvoso.

    Entretanto, os tratos culturais como adubao, roagem do mato, podas, manejo da

    capoeira tem melhores resultados quando so realizados na lua minguante e durante

    todo o ano.

    1.1 Plantio por parte vegetativa

    Para reproduo vegetativa, tanto do mariri quanto da chacrona, deve-se

    selecionar plantas vigorosas, sem doenas e, se possvel, que apresentem uma boa

    concentrao do principio ativo alem de um bom crescimento (adaptao s condies

    locais). Devemos ter sempre em mente que quando se faz a reproduo atravs de uma

    parte da planta (talo para o mariri e folha para a chacrona), a nova planta que surge ser

    idntica me. Quando se reproduz por sementes os descendentes vem com material

    gentico (caractersticas) tanto do pai como da me, em propores diferentes para

    cada individuo.

    Devemos ter muito cuidado com a introduo de partes vegetativas

    provenientes de locais onde se tem conhecimento de ataque de pragas e doenas.

    Portanto, todo o material vindo de outra regio deve passar por uma minuciosa

    averiguao para se identificar besouros, larvar, brocas, fungos, etc.

    Se for encontrado qualquer uma destas pragas o material deve passar por uma

    desinfeco manual ou com auxilio de calda bordalesa (descrita mais a frente) ou

    descartado (de preferncia incinerado).

    1.1.1 Mariri (Banisteriopsis caapi)

    Primeiramente o mariri escolhido para o plantio (talo ou haste) deve ser espalhado

    pelo solo (Figura 1) para que ocorra a brotao. Este local deve permanecer sempre

    mido para que haja a brotao, sem que a haste perca o vigor reprodutivo.

    1ha corresponde a 10.000 m21

    5 6

  • (pedao de galho ou um fio) para desenvolvimento inicial

    das mudas (Figura 4), e espalha-se novamente a matria

    orgnica acima do solo. Quando a muda alcana os galhos

    das rvores o tutor de madeira pode ser retirado. O Mariri

    Caupuri encontrado na regio de Belm no aceita que seja

    enrolado no tutor de madeira ou fio, portanto na hora do

    plantio a guia do mariri deve ser direcionada para o tutor ou

    fio, de forma que esta j cresa em sua direo.

    de grande importante a catalogao da muda, dando

    um cdigo para cada planta. As informaes importantes s

    quais devem ser anotadas so: nmero de identificao

    (deve estar colocado na planta tambm), data do plantio,

    tipo de Mariri, procedncia da muda.

    1.1.1 Chacrona (Psychotria viridis)

    No plantio das chacronas primeiramente deve-se construir um canteiro com

    duas partes de solo arenoso e uma parte de matria orgnica de composto ou pa da

    floresta (Figura 5). O local do canteiro deve ser sombreado e perto de uma fonte de

    gua para facilitar as regas, que dependendo do ano (menos chuva) devem ser duas

    vezes ao dia.

    Selecionam-se folhas sadias, nem muito nova ou muito velha, da chacrona que

    se quer reproduzir. As folhas podem ser enterradas pelo talo (Figura 6) ou se dobra a

    folha ao meio e enterra-se esta parte no canteiro deixando as duas pontas de fora.

    Quando estas germinam (Figura 7)

    aparecem s razes e vrios brotos ao redor da

    parte que foi enterrada. A retirada de cada

    broto deve ser cuidadosa para que este

    apresente as folhas novas junto com as razes.

    Os brotos, cuidadosamente retirados das

    folhas, so plantados em sacos plsticos

    previamente cheios com solo areno-argilosa e

    matria orgnica de composto na proporo

    de 1:2. importante que o solo seja um pouco

    argilosa, pois quando formos retirar a muda do

    Figura 1. Mariri espalhado acima de solo mido

    para germinao.

    Para plantio de pedaos de mariri deve-se dar preferncia pelos talos mais

    jovens, pois estes tm uma rebrota mais vigorosa e mais rpida. Apenas nos locais

    onde existe o n que surgem os brotos (Figura 2), tanto das folhas como de razes,

    mesmo estes no apresentando um n definido.

    Com o aparecimento dos brotos fica mais fcil o corte da estaca para diviso

    das mudas (Figura 3). Cada n com um broto, j enraizado, ser uma nova muda. O

    corte deve ser de preferncia com uma tesoura de poda ou um faco bem afiado

    para no danificar a muda.

    O plantio da muda do mariri deve ser feito deitado, conforme Figura 3, para

    que as razes possam ter total contato com o solo.

    Com o Mariri brotado e em solos arenosos, abre-se

    uma cova, no locam definitivo, na profundidade de 30 cm

    e de comprimento (ou largura) do mesmo tamanho do

    talo (pedao de mariri) da muda (Figura 4). Em locais com

    solos mais argilosos a cova deve ser feita no tamanho de

    30x30x30 cm.

    Dentro da cova coloca-se, aproximadamente, p de

    composto orgnico (preparado conforme item 1.8). Aps o

    adubo, coloca-se solo, preenchendo o restante da cova, e

    planta-se o Mariri. O plantio feito de forma que o talo

    seja enterrado junto com as razes ficando apenas os brotos

    para fora (Figura 4). Isto faz com que o talo no perca

    umidade e no seja atacado por brocas ou outros

    predadores.

    Aps realizar o plantio, coloca-se um tutor de madeira

    Figura 2. Local do surgimento dos brotos e das

    razes jovens

    Figura 3. Corte do talo

    do Mariri, entre os ns,

    formando a muda.

    A necessidade de aumentar o volume da cova para proporcionar uma diminuio da compactao do solo.2

    Figura 4. Muda de Mariri

    plantas na forma horizontal

    (deitada), ficando o pedao

    do Mariri enterrado junto

    com as razes e a brotao

    para fora com um tutor de

    madeira ou uma linha de

    conduo da brotao.

    Figura 5. Canteiro de Chacrona para

    brotao das mudas.

    3

    4

    Para isto estamos usando etiquetas de garrafa petti escritas com cola-tinta usadas para desenho em auto-relevo.

    A chacrona conhecida como cabocla a espcie Psychotria viridis, a chacrona caneluda Psychotria

    carthagenensise a chacrona caianinha Psychotria leiocarpa.

    7 8

  • provenientes de plantas matrizes sadias com bom desenvolvimento em

    crescimento e adaptadas s condies locais.

    importante que as sementes sejam catalogadas com a procedncia e poca da

    colheita. Quando for coletar as sementes deve-se fazer esta catalogao

    individualmente, para cada uma das plantas matrizes e no misturar Mariris e nem

    chacronas diferentes, ou de diferentes procedncias.

    1.1.1 Sementeira

    Tanto as sementes de mariri como as da chacrona devem ser plantadas em

    canteiros previamente construdos com uma proporo de uma parte de terra

    arenosa com uma parte de composto orgnico (Figura 9). Cada procedncia deve

    ser plantada separadamente em uma rea previamente demarcada.

    Antes de colocar as sementes, o canteiro deve ser regado de forma que a terra

    fique mida, mas no encharcada. As sementes devem ser colocadas

    organizadamente sobre o canteiro, sendo que ao termino do plantio uma fina

    camada de matria orgnica deve ser espalhada sobre as sementes. Cada

    procedncia deve ser plantada separadamente, como uma marcao onde se inicia e

    termina a sementeira. Aps isto, rega-se todo o canteiro novamente.

    Aps a germinao das sementes, aproximadamente 10 a 15 dias para o mariri

    (Figura 10), e 2 a 3 semanas para a chacrona, as plntulas devem ser retiradas com

    cuidado, com um pouco de terra e sem quebrar as razes. As plantas jovens devem

    ser plantadas em sacos plsticos previamente preenchidos com terra areno-argilosa

    saquinho, para plantar em um lugar definitivo, o torro no se quebre e as razes

    fiquem expostas.

    Tambm importante que os sacos sejam cheios at a boca para que, quando

    for regado, as bordas no se dobrem impedindo a entrada da agua no saco. As mudas

    devem permanecer a sobra e, se na estao seca, regadas diariamente pelo perodo

    da manha e da tarde.

    Quando prontas para o plantio (aproximadamente 15 a 20 cm de altura), as

    mudas devem ser plantadas em covas previamente abertas (40x40 cm e com

    profundidade de 40 cm). A cova deve ser preenchida com o solo at o meio, sendo

    que o restante da terra misturado com a mesma proporo de composto orgnico

    (aproximadamente 1 p cheia de composto).

    Depois de plantadas, deve-se colocar uma p de composto, ou matria

    orgnica (folhas e paus em decomposio), ao redor da muda para que sirva de

    fonte de nutriente e dificulte a perda da agua pela evaporao e transpirao do

    solo.

    1.1 Plantio por semente

    O perodo de florao do Mariri vai de maro a agosto nas regies tropicais com

    queda das sementes no perodo de agosto a setembro. A florao do Mariri est

    relacionada com mudanas repentinas da temperatura como, por exemplo, noites

    mais frias e dias quentes.

    O poder germinativo das sementes diminui em 30 dias e interrompe em 60

    dias a partir se colhidos. Portanto, as sementes devem ser plantadas antes deste

    perodo, aconselhando que o plantio seja feito at 15 dias aps a coleta das

    sementes.

    As coletas de sementes tanto do mariri quanto da chacrona devem ser

    Figura 7.

    Germinao das

    folhas de Chacronas

    enterradas pelo talo.

    Figura 8. Sementes de Mariri.

    Figura 6.

    Forma de enterrar

    as folhas de Chacrona

    para brotao pelo talo.

    A proporo significa uma quantidade de terra, por exemplo, uma lata de terra para duas outras latas de composto (lata do mesmo tamanho).

    Observaes pessoais.

    5

    6

    Figura 9. Canteiro para plantio de sementes de Mariri

    com algumas plntulas germinadas.

    O tamanho da cova tem que ser boa proporo, pois a chacrona vem ficar por toda a vida no mesmo lugar. Lembre-se que ns s retiramos as folhas7

    9 10

  • rvores podem ser plantadas (Figura 13) a uma distancia de 1,5 m uma da outra e no

    meio da linha (1,0 m da borda da floresta).

    A chacrona deve ser plantada em local sombreado de preferncia com plantas

    leguminosas (ing, paliteira, accia, etc.). As espcies da Famlia das Leguminosas

    so importantes para o ecossistema, pois fornecem nitrognio gratuitamente para

    as plantas.

    Em locais onde o Mariri solta muitas guias, estas devem ser podadas a cada

    seis meses, de preferncia na Lua Minguante, deixando apenas uma ou duas guias

    mais vigorosas. A poda do mariri, feita com uma tesoura-de-poda bem afiada, para

    que desta forma o mariri no sofra nenhum dano, e com a possibilidade de ficar

    grosso o mais rpido possvel, pois toda a energia disponvel ser direcionada apenas

    para duas guias.

    A cada inicio da estao chuvosa e seca deve ser colocado uma p cheia de

    composto em cada uma das mudas plantadas. Ao mesmo tempo da adubao deve-

    se olhar se existe ataque de pragas nas folhas e caules das mudas de mariri e de

    chacrona.

    muito importante o plantio de espcies lenhosas dentro das nossas reas de

    plantio, e deve ser incentivado pelos Presidentes das Unidades Administrativas,

    pois assim quando retiramos o mariri para o preparo do vegetal ns tambm

    possamos retirar a lenha da mesma rea.

    No futuro, se queremos ainda preparar o vegetal no jeito tradicional usando

    fornalha, ser cada vez mais difcil conseguir a lenha para o preparo. Portanto,

    precisamos pensar agora nisto e alm de plantar rvores lenhosas devemos j

    desenvolver um movimento para termos fornalhas mais eficientes.

    importante que a terra contenha uma

    boa quantidade de argila, pois assim quando

    formos retirar a muda do saquinho para

    plantar no local definitivo o torro no se

    desmanche.

    As mudas devem ser mantidas em uma

    rea sombreada e perto de uma fonte de

    gua. No perodo da seca a rega deve ser duas

    vezes ao dia, de preferncia pela manha e

    pela tarde.

    1.2 Conduo do mariri

    As mudas de mariri e chacrona devem ser

    plantadas em local definitivo, de preferncia, no

    inicio da estao chuvosa. A cova deve ser aberta

    com uma profundidade de 40 cm e rea de 40 x 40

    cm. O solo deve ser colocado novamente na cova

    at completar metade da cova, e o restante do solo

    deve ser misturado com a mesma proporo de

    composto orgnico. Nas covas do Mariri deve ser

    colocado um tutor de madeira ou um fio para

    conduo da guia ate a rvore (Figura 11). O solo

    ao redor da muda no deve ficar exposto, e para

    tanto deve-se espalhar material orgnico para

    evitar a perda de gua. No esquecer de retirar o

    saco plstico antes de plantar a muda e de

    manusear com cuidado o torro para que ele no

    se quebre. O plstico deve ser levado para o local

    apropriado.

    O melhor local para plantio de mariri so reas de capoeira antiga onde exista

    uma boa entrada de luz dentro da vegetao (Figura 12). Ns estamos tendo um

    bom resultado com a abertura de uma rua, com direo Leste-Oeste, de

    aproximadamente 2 metros de largura, dentro da capoeira antiga.

    Nas ruas, onde se planta o mariri nas bordas, estas podem ser preenchidas com

    arvores lenhosa para serem usadas como lenha no preparo do vegetal. Desta forma,

    quando se corta o mariri das bordas, coleta-se a lenha para usar na fornalha. As

    Figura 10. Germinao do Mariri na floresta.

    Figura 12. rea propicia para plantio de Mariri em

    capoeira velha. Detalhe mostrando a abertura das

    linhas de plantio dentro da floresta.

    Figura 11. Plantio da muda de Mariri

    com tutor de madeira.

    rvores lenhosas

    Figura 13. Plantio eficiente de mariri (nas bordas das linhas)

    com o plantio de arvores lenhosas no meio das linhas.

    8 No CD enviado para cada unidade tem uma planta de fornalha desenvolvida pelo N So Joo Batista (SP),

    como tambm um passo a passo fotogrfico da construo da fornalha de Parauapebas (PA).

    8

    11 12

  • compactao e perda de umidade por evaporao. Alm do que, proporcionar

    um abrigo para animais benficos no combate de pragas e doenas bem como

    em alimento para as pragas das nossas plantas impedindo assim uma maior

    presso sobre o nosso plantio;

    Para que este processo acontea, um outro elemento que deve estar presente

    a gua: todos os processos que envolvem organismos vivos necessitam de

    gua em condies ideais, portanto nossos plantios devem estar supridos de

    gua na forma de irrigao ou na sua manuteno da gua do solo;

    Tambm preciso nutrientes para o desenvolvimento: os nutrientes so

    muito importante para o crescimento das plantas e para que estas construam

    barreiras contra o ataque de pragas e doenas. Por exemplo, o N responsvel

    pela colorao verde das plantas, sendo que os cloroplastos (estrutura de

    colorao verde das plantas) so responsveis pela captura da luz do sol dentro

    das folhas, com isto uma deficincia de N pode acarretar em uma

    enfraquecimento das plantas;

    Cuidados com pragas e doenas: as pragas e doena devem ser controladas

    de uma forma que no agredimos o meio ambiente e nem a sade humana.

    2.3 Como podemos aproveitar da melhor forma possvel

    o Sol, a gua e os nutrientes?

    O jeito mais eficiente tendo bastante vida no

    solo. Esta vida dada pelos microorganismos,

    minhocas pequenos animais, besouros, larvas,

    piolhos-de-cobra, centopias, etc. (Figura 15). Todos

    estes organismos tm uma funo nos solos e so

    extremante importantes para a vida das plantas.

    2.4 Indicadores Biolgicos de

    Fertilidade do Solo

    As espcies vegetais ou animais so importantes

    2 Avaliando o estado nutricional das plantas

    Todas as plantas para crescerem precisam em doses timas de sol, agua e

    nutrientes. As plantas absorvem energia, em forma de luz a partir do sol, e

    convertendo-a em energia qumica. Este processo denominado de fotossntese.

    2.1 E o que a fotossntese?

    A fotossntese transformao de gua (H2O) e sais minerais (N, P, K, Mg,

    etc.) na presena de CO2 e energia solar em carboidratos (Glicose = C6H12O6):

    Este processo a nica forma com que a natureza criou para transformar a

    energia do sol em energia orgnica nos vegetais.

    2.2 Como se pode utilizar ao mximo a luz do sol?

    As plantas precisam da energia do sol para crescer, com isto precisamos

    encontrar uma maneira de fazer com que elas tenham condies timas para

    crescerem. Nesta direo temos que levar em conta os seguintes itens:

    Condies timas de funcionamento: cada planta tem uma condio ideal

    de luz (energia solar), gua e nutrientes. Por exemplo, as chacronas crescem

    melhor em uma condio de sombra e o mariri cresce melhor em condies de

    pleno sol;

    Investir na possibilidade de outras espcies trabalharem captando a energia

    do Sol (adubao verde): quanto mais plantas tivermos em uma mesma rea

    mais energia do sol estaremos captando e colocando na nossas reas de plantio.

    Estas plantas, as quais tm como exemplo as gramas, mucuna, etc., podem nos

    auxiliar na forma de adubo verde e como protetor do solo contra eroso,

    Figura 14. Processo de utilizao da luz do sol pelas plantas e

    transformao desta energia luminosa em energia qumica,

    denominado fotossntese.

    6 CO2 + 6 H2O + Energia Solar C6H12O6 + 6 O2

    importante conviver com a praga e no extermin-la, lembre-se que ns incentivamos a biodiversidade.9

    Figura 15. Solo com vida e com

    sade, timo para desenvolvi-

    mento de nossas plantas.

    13 14

  • indicadoras das condies de fertilidade e de sade dos nossos plantios (Figura 16).

    Portanto, em um ambiente natural, todo ser vivo desempenha um papel na

    comunidade da qual faz parte.

    O importante, ento, no eliminar os seres vivos, mas sim manej-los para

    que apaream em momentos que nos tragam mais benefcios do que prejuzos.

    Assim, as ervas daninhas ao mesmo tempo em que indicam um problema, podem

    ser a prpria soluo natural para superar determinada situao, conforme veremos

    mais na frente.

    2.5 Por que a matria orgnica melhora a resistncia das

    plantas?

    O uso da matria orgnica (Figura 17) deve ser cada vez uma constante dentro

    do plantio. Esta atividade vem atuar nos seguintes pontos:

    aumenta bastante a capacidade do solo em armazenar gua, diminuindo os

    efeitos das secas;

    aumenta a populao de minhocas, besouros, fungos e bactrias benficas e

    vrios outros organismos teis, que esto livres no solo;

    Figura 16. Ambiente natural saudvel

    aquele que contem todos os

    elementos necessrios para a vida das

    plantas e dos microorganismos.

    Figura 17. Matria orgnica na forma de composto.

    Alimento saudvel para nossas plantas.

    aumenta significativamente a capacidade das razes de absorver minerais do

    solo, quando se compara aos solos sem matria orgnica;

    possui, na sua constituio, os macros e micronutrientes em quantidades

    bem equilibradas, as quais as plantas absorvem conforme sua necessidade,

    escolhendo a qualidade e a quantidade necessria;

    fundamental na estruturao do solo, devido

    formao de grumos (agregados, figura ao lado);

    existem na matria orgnica substncias de crescimento (os fito-hormnio),

    que aumentam a respirao e a fotossntese nas plantas.

    2.6 Como fazer o composto?

    O composto preparado utilizando vrias camadas de material orgnico de

    origem vegetal (20 cm de altura) intercalado com camadas de material de esterco

    animal (5 cm de altura), conforme esquema

    da Figura 18.

    Na produo de composto, procuramos

    misturar o resduo pobre em Nitrognio (N) e

    ricos em Carbono (C) (ex. palha de milho,

    arroz, trigo, capins, bagao de cana, etc.), com

    resduos ricos em nitrognio com as

    leguminosas (feijo, ervilha de vaca, mucuna,

    gricidia, ing, feijo guandu, crotalria, sabi,

    feijo de porco, etc.), alm do adubo animal,

    de tal modo que a decomposio seja rpida e

    sem perda de nitrognio.

    Com esse equilbrio, pode-se aumentar inmeras vezes a quantidade de adubo

    orgnico a ser produzido, considerando que todo e qualquer resduo orgnico, livre

    de agentes contaminantes, pode ser usado na compostagem.

    Quando estiver fazendo o composto recomenda-se nunca pisar sobre a pilha,

    deixando-a sempre fofa para uma boa aerao e um ideal movimento da gua de

    irrigao.

    O ideal usar uma relao de 2/3 de material fibroso para 1/3 de nitrogenados

    Figura 18. Esquema para construo da

    pilha de composto.

    Macronutrientes so o Nitrognio (N), Fsforo (P) e o Potssio (K), elementos importantes no funcionamento das plantas.

    Micronutrientes so elementos importantes para o sistema de proteo contra pragas e doenas e participam no crescimento das plantas

    10

    11

    1615

  • (2:1). Aproveitamos o composto para enriquecer a mistura com alguns minerais (p

    de rocha, MB4, calcrio, farinha de osso e fosfato natural, pulverizados sobre a

    mistura e em pouca quantidade). Desse modo, acima do adubo animal

    importante colocar uma fina camada de adubos fosfatados como os ps de rocha

    (Iorim, Arad, MB4, rocha de Arach). Para cada tonelada de composto devemos

    colocar 1 kg de p de rocha (0,1%).

    Tabela 1. Caractersticas de alguns adubos animais.

    O uso de adubos minerais (ps de rocha) muito importante para oferecer as

    plantas diversos microelementos de grande valor para o desenvolvimento das

    plantas, tanto a nvel nutricional como tambm para que as plantas possa criar suas

    fontes de defesa para resistir ao ataque da pragas e doenas.

    A cada camada concluda deve-se colocar gua o suficiente para molhar a leira

    sem escorrer. Pelo menos uma vez por semana, deve-se verificar as condies de

    umidade e temperatura da composteira e, se necessrio, irrig-lo e/ou revira-lo. O

    composto esta em uma umidade ideal quando ao espremer uma quantidade nas

    mos nos sentimos o composto molhado mas este no deixa escorrer agua entre os

    dedos.

    A escolha do local onde ser construdo a composteira extremamente

    importante. Deve ser uma rea plana, protegida de ventos e insolao direta, com

    fcil acesso para a carga e descarga do material, e ter gua disponvel para irrigao

    (Figura 19).

    Uma vez pronta leira, observa-se uma elevao de temperatura, logo nos

    primeiros dias, como conseqncia da atividade dos microorganismos. Essa

    temperatura pode atingir limites

    superiores a 80 C. A elevao da

    temperatura acima de 70 C, por

    muito tempo, pode provocar uma

    perda acentuada de nitrognio, o que

    no desejvel. Entretanto, esta

    elevao, em curtos perodos de tempo,

    importante para descontaminar a

    composteira de agentes qumicos ou

    de pragas e doenas indesejveis.

    Deve-se conservar, durante o perodo

    de produo do composto, uma temperatura entre 50 a 60 C.

    Para verificar a temperatura, um processo prtico, mas vivel para as condies

    rurais, consiste em deixar mergulhado na composteira pedaos de cano ou

    vergalhes de ferro. De quando em quando, retira-se o cano ou vergalho e toca-se

    com a costa da mo, pr ser mais sensvel ao calor.

    Trs condies podem ocorrer:

    Temperatura alta (mais de 60 C), a tendncia retirar de imediato mo.

    Nesse caso, deve-se diminuir a temperatura da composteira, verificando a umidade

    do material, isto , se estiver mido, reduzir as condies de arejamento, por meio

    de uma ligeira compactao da composteira; caso esteja seco, pode-se abaixar a

    temperatura pela rega.

    Temperatura mdia, elevada, mas suportvel ao contato. Significa que a

    decomposio ocorre normalmente.

    Temperatura baixa, material sem aquecimento. Duas situaes podem

    acorrer ou o material j se encontra decomposto; ou, pr falta de arejamento ou

    umidade, a temperatura no se elevou.

    A primeira circunstncia mostra que o

    composto j se encontra em condies de ser

    usado, na segunda, recomenda-se provocar uma

    reduo da compactao da composteira, pr

    meio do reviramento da leira (Figura 20), o que

    facilitar o arejamento, conseqentemente

    haver maior atividade microbiana e aumento

    da temperatura. O reviramento ou corte da

    leira, deve ser feito de cima para baixo, de modo

    que o material que estava em cima fique

    embaixo e o que estava em baixo fique em cima.

    Figura 19. Pilha de composto pronta em local plano

    e prximo de uma fonte de agua.

    Figura 20. Revolvimento da pilha de

    composteira para diminuir o calor.

    17 18

  • quando vai ser utilizado no dia anterior, deve-se mexer apenas pela manh e depois

    deixar em repouso durante o resto do dia para que se possa tirar apenas a parte

    lquida que o que ser utilizado.

    No plantio o Biogeo deve ser aplicado nas horas mais frescas do dia, isso tanto

    para folha quanto para solo. Se o plantio estiver limpo no se deve usar o Biogeo.

    Se as plantas estiverem floridas no deve ser aplicado o Biogeo, pois os insetos

    que so responsveis pela polinizao podem fugir.

    A caixa contendo o Biogeo deve ser mantida sempre destampada e no sol

    (Figura 22). importante que seja abrigado

    da chuva quando esta aparecer.

    O Biogeo pode durar at mesmo anos

    e para mant-lo vivo preciso estar sempre

    cuidando dele com restos de frutas e

    verduras, e acrescentando gua.

    Para pulverizar a terra coloca-se 18L

    de gua e 2L de Biogeo. E para usar

    diretamente nas folhas, diluir 250mL de

    Biogeo em 20L de gua.

    Uma dica muito interessante que

    sementes podem ser inoculadas com o

    Biogeo e assim germinam muito mais rpido

    e vigorosas. Para a inoculao das sementes

    deve ser feito o seguinte processo: deixar a

    semente de molho por 2 minutos (somente

    2 minutos) no Biogeo puro. A quantidade de

    Biogeo utilizada deve ser o suficiente para

    cobri-las. Depois s plantar!

    O Biogeo pode ser colocado no plantio

    todo ms at que a vida retorne a terra,

    ficando mais fofa, mida e apaream plantas

    espontneas e bichos num ambiente

    semelhante ao da floresta.

    2.8 Vantagens de uso do composto orgnico e

    biofertilizantes

    aumenta o pH do solo tornando o solo menos acido

    diminui os elementos txicos do solo

    Normalmente so feitos 2 ou 3 reviramentos no composto (aps 7, 15 e 25

    dias), e o tempo total de decomposio est entre 2 a 3 meses.

    2.7 Como fazer um biofertilizante?

    Os biofertilizantes so preparados biolgicos que so usados como adubo foliar

    ou no solo, para ativao celular e nutricional das plantas. Este constitudo de

    rumem de boi (esterco verde novo), rocha fosfatada, matria orgnica, cinza e

    restos de frutas e legumes no cozidos, sendo este derradeiro aplicados no inicio e

    periodicamente para alimentar as bactrias.

    O Biogeo uma criao de microrganismos que quando colocados sobre a terra

    devolvem a vida para ela e aceleram a decomposio do mato que foi roado. J nas

    folhas das plantas, o Biogeo funciona como um revitalizante aumentando a sua

    capacidade de buscar nutrientes na terra.

    2.7.1 Preparo do Biogeo

    30% de esterco verde para 70% de gua. Caso no tenha o esterco verde, pode

    ser usado 20% de capim de bucho de boi e 80% de gua. Misturar bem.

    Depois, acrescentar 10 a 20L de serrapilheira da mata (de preferncia, tirar as

    folhas secas de cima e pegar a terra gorda, mida e com mofo) para 400L de Biogeo.

    Assim que comear a fermentar, tratar com restos orgnicos (cascas de

    verduras, frutas, legumes, etc.). Esses restos orgnicos no podem estar temperados

    ou cozidos;

    Para que o pH no aumente muito bom adicionar um pouco de laranja ou

    limo para controlar esta elevao;

    Adicionar 100g de farinha de rocha ou p de pedra para cada 100 litros de

    Biogeo.

    2.7.2 Alguns cuidados que devemos ter com o Biogeo

    O Biogeo quando feito pela primeira vez fica pronto em torno de 45 dias. A

    melhor maneira de saber se j est pronto so as moscas e marimbondos que

    comeam a rodear a caixa. Alm disso, voc pode ver a sua imagem refletindo na

    gua como se fosse um espelho.

    O Biogeo deve ser mexido todos os dias pelo menos trs vezes (Figura 21). Mas

    Figura 21. Biogeo sendo preparado e mexido.

    Figura 22. Local coberto, mas com incidncia

    de luz para preparao do Biogeo.

    Esterco verde aquele ainda fresco se estar duro e seco.12

    19 20

  • aumenta a disponibilidade de nutrientes

    libera gradualmente seus nutrientes

    aumenta a absoro de fsforo (P) pelas plantas

    aumenta a eficincia na fotossntese

    aumenta a resistncia praga e doenas

    reduz a perda de gua nas plantas e no solo pela transpirao

    aumenta o desenvolvimento radicular

    melhora a produtividade das planta

    3 Deficincias minerais nas plantas: como reconhecer?

    Como usar a tabela a seguir: Leia as primeiras escolhas (A) e, depois de escolher,

    siga a letra na coluna direita. V seguindo as letras at aparecer um numero que se

    faz referncia lista de minerais a seguir, os quais podem ser deficiente dentro de

    seu plantio.

    A

    Folhas, talos ou pecolos so afetados.

    Flores ou frutas so afetadas.

    As partes subterrneas so afetadas (razes, bulbos, etc.)

    O campo inteiro ou linhas mostram produo varivel

    B

    Folhas novas mais afetadas, ou afetadas primeiro.

    Folhas velhas mais afetadas, ou planta inteira afetada.

    C

    Manchas amarelinhas ou brancas nas folhas.

    Manchas no muito evidentes, morte das pontas, ou rgos de

    armazenamento da planta afetada.

    D

    Folhas plidas por inteiro, inclusive as veias plantas fracas e finas

    (especialmente em solos muito desgastados ou reas arenosas pobres,

    cidas ou alcalinas).

    Folhas no afetadas por inteiro, veias ainda verdes.

    E

    As folhas murcham, ficam plidas, comeando a morrer. Em campos de

    cebolas, estas ficam pequenas. Se ervilhas estas ficam pequenas (podendo

    servir de indicadores).

    No h grande incidncia de folhas murchas e morrendo.

    F

    No comeo, a folha s perde a cor entre as veias, estas desbotando depois.

    Folhas maduras no afetadas, no h folhas mortas. Comum em ilhas calcareas

    ou de coral, solos de deserto. A planta toma um tom amarelado (Veja tambm J).

    Veias continuam verdes, reas desbotadas menos amareladas, muitas vezes

    embranquecidas ou sem cor.

    G

    reas perto das veias ainda verdes, as reas afetadas se tornam transparentes,

    marrons e comeam a morrer. As folhas novas afetadas primeiro. Feijes e

    ervilhas, ao germinar, mostram razes marrons e rea marrom central no broto.

    pH normalmente menor que 7.

    As folhas so menores do que normal, talos curtos, crescimento retardado.

    Feijo, milho, algumas rvores novas afetadas. Solos cidos, areias lixiviadas,

    solos alcalinos, ou altos em hmus, regies costais. As folhas podem ter brotos

    mltiplos em roseta.

    B

    M

    N

    O

    C

    I

    D

    H

    1

    E

    2

    F

    3

    G

    4

    5

    H

    Plantas quebradias, as folhas morrem ou so distorcidas, as ponteiras morrem,

    os talos so rachado, speros, curtos, com fendas (repolho). Provvel em areias

    cidas ou em solos de alto teor de hmus, onde foi aplicado muito calcrio.

    Plantas no so quebradias, mas com crescimento retardado, as ponteiras

    morrem, as razes finas morrem como tambm as pontas das folhas e os brotos

    terminais. As folhas novas so enroladas ou morrem nas margens; as folhas

    velhas sem problema. As folhas novas enroladas tm margens marrons,

    apodrecem (parecendo gelia). Verifique para excesso de gua, excesso de N, K,

    Mg na gua ou no calcrio. Os tomates sofrem de podrido do fundo da fruta.

    I

    Planta amarelada.

    Amarelamento no o principal problema, folhas com margens marrons ou roxas.

    J

    Amarelamento entre as veias ou nas margens da folha.

    Amarelamento afeta planta inteira, plantas finas as folhas mais velhas caem.

    Comum em solos frios de turfa, areias lixiviadas, solos sujeitos a encharcamento.

    As plantas florescem e amadurecem cedo.

    K

    As margens so amarelas, ou tem manchas que se juntam. Folhas amareladas ou

    roxas, com morte progressiva das folhas. Em seguida as folhas novas so afetadas.

    As reas afetadas enrolam ou se tornam quebradias, amarronzadas. Comum em

    areias ou solos com alto teor de K ou Ca. Crescimento lento, planta retardada.

    6

    7

    8

    9

    J

    L

    K

    21 22

  • Amarelamento entre as veias, parecido com deficincia de N. Folhas velhas

    manchadas, veias de verde claro, as margens das folhas enroladas, alcanando

    progressivamente as folhas mais novas. As margens das folhas podem at morrer,

    deixando os tecidos centrais; couve-flor no forma cabea. Comum em solos cidos

    ou alcalinos lixiviados, como dunas. Dificuldade em estabelecer leguminosas.

    L

    10

    As margens das folhas so marrons, queimadas, pode ser ligeiramente enrolada

    para baixo, manchas de tecido morto nas folhas; manchas tem centros escuros,

    margens amareladas; aparncia geralmente irregular em cor. Crescimento

    reduzido, primeiro nas folhas novas maduras, depois nas folhas mais velhas

    finalmente nas folhas novas. Pode aparecer tarde no crescimento da planta, se

    for cultura de raiz (o K pode ser translocado para as razes). Solos argilosos cidos

    lixiviados; as margens da folha do tomateiro so plidas.

    As folhas ficam murchas, morrem nas pontas ou nas margens: excesso de sdio.

    As folhas no tm brilho, verde escuro ou arroxeadas, especialmente na face inferior

    e nas veias. As veias e os talos tambm roxos, crescimento reduzido. Comum em

    solos que so muito cidos. Alcalinos secos frios ou de trufa.

    As pontas das folhas murcham conforme que o solo seque, depois ficam de cor

    bronze e morrem. No comum. Verifique a gua e o teor de sal no solo.

    Excesso de cloro

    11

    12

    M

    Frutas speras, rachadas, manchadas, poucas flores. Solos cidos, areias lixiviadas,

    solos ricos em hmus. Brotos terminais podem morrer, com posterior

    desenvolvimento lateral. As folhas no topo ficam grossas, podem se enrolar

    da ponta at a base.

    Frutas apodrecem a partir do fundo ou mostram reas escuras neste local.

    Morte interna, ou reas encharcadas na fruta, desigual na forma (beterrabas,

    nabos, se o solo for cido, lixiviado, ou com calcaria livre).

    N

    Cavidades no centro da raiz, a parte exterior entra em colapso, comum em

    cenouras em solos cidos e lixiviados. As razes podem rachar por inteiro.

    O

    As reas afetadas so acidas: os solos podem ser arenosos; pH 7,5: experimentar aplicar enxofre.

    As folhas so rasgadas e a coroa da planta est morrendo. Ventos salgados:

    Providencie abrigo.

    6

    7

    6

    7

    Aplicao de Enxofre

    Aplicao de Cobre. (em forma de rocha ou sulfato de cobre)

    Aplicao de Ferro. Aplique enxofre primeiro para ver se resolve.

    Se necessrio acrescente sulfato de ferro ou adubo foliar a base

    de ferro. (Enterre pedaos de ferro velho perto das rvores).

    Aplicao de Mangans.

    Aplicao de Boro.

    Aplicao de Clcio.

    Aplicao de Nitrognio.

    Aplicao de Magnsio.

    Aplicao de Molibdnio.

    Aplicao de Potssio. Utilize cinzas, ch de confrei e urina diluda.

    Elementos ou aes que se fazem

    necessrios dentro dos plantios.

    Aplicao de Zinco.

    Aplicao de Fsforo. Farinha de osso, ou fosfato em rocha.

    Envenenamento por Cloro. Processe o municpio, ou deixe a gua de

    torneira descansar com um punhado de calcrio.

    Elemento/aoNmeroda tabelaanterior

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    10

    11

    12

    13

    4 Plantas indicadoras

    Em um ecossistema natural todo ser vivo, seja ele vegetal ou animal, tem um

    papel a desempenhar (um servio a prestar) para a comunidade da qual faz parte.

    Alm de, obviamente, contribuir para a manuteno de sua prpria espcie.

    a anlise de qual papel que determinada espcie vegetal desempenha, no

    nicho ecolgico no qual momentaneamente est se sobressaindo, que nos leva ao

    conceito de plantas indicadoras. Se as encararmos como daninhas e buscarmos sua

    erradicao, estaremos perdendo uma preciosa fonte de informaes, que nos

    auxiliariam nas tomadas de deciso em relao ao nosso manejo.

    Se, ao contrrio, as vemos como indicadoras, poderemos utilizar no s as

    informaes que ela nos trazem, como tambm manejarmos sua presena. Desta

    Importante elemento para construir rgos de defesa dos organismos vivos.

    13

    13

    23 24

  • forma permitiremos que elas cumpram sua funo para a comunidade vegetal da

    qual fazem parte.

    Plantas companheiras so plantas que indicam caractersticas do solo e

    deficincias de algum tipo de nutriente. Portanto, ao mesmo tempo em que estas

    indicam certa deficincia em nutrientes as mesma so concentradoras destes

    nutrientes podendo ser usadas para isto quando fazemos atividade de cobertura

    morta:

    Tabela 2. Plantas indicadoras sobre estado nutricional e fsico do solo.

    Planta

    Companheira

    Nome popular

    ou cientficoIndicador

    Azedinha

    Oxalis oxyptera

    Esta planta indica solo

    argiloso, o qual

    apresenta pH baixo,

    falta de Clcio e/ou

    Molibdnio.

    Amendoim brabo

    Euphorbia heterophylla

    Desequilbrio de

    Nitrognio com Cobre,

    ausncia de

    Molibdnio.

    Capim arroz ou

    p-de-galinha

    Echinochloa crusgallii

    Solo com falta de

    Oxignio, substncias

    txicas. Solos proble-

    mticos para o desen-

    volvimento radicular.

    Cabelo de porco

    Echinochloa crusgallii

    Solo muito exausto,

    arenosos, com baixa

    fertilidade, com nvel de

    Clcio extremamente

    baixo e pH cido

    Capim amoroso

    ou carrapicho

    Cenchrus ciliatus

    Carqueja

    Baccharis spp

    Cravo brabo

    Tagetes minuta

    Fazendeiro ou

    Pico branco

    Galinsoga parviflora

    Guanxuma ou Malva

    Sida ssp

    Nabisco ou Nabo brabo

    Raphanus raphanistrum

    Solo depauperado e

    muito duro, pobre em

    Clcio, e pH baixo.

    Solos que retm gua

    estagnada na estao

    chuvosa, pobres

    em Molibdnio.

    Solo infestado

    de nematides.

    Solos cultivados com

    Nitrognio em excesso,

    faltando Cobre ou

    outros micronutrientes.

    Solos muito

    compactados.

    Solos carentes em

    Boro e Mangans.

    25 26

  • Maria mole ou Berneira

    Senecio brasiliensis

    Papua

    Brachiaria plantaginea

    Samambaia

    Pteridium aquilinum

    Tiririca

    Cyperus rotundus

    Urtiga

    Urtiga urens

    Solo com problemas

    de drenagem e falta

    de Zinco como

    micronutriente.

    Excesso de Alumnio

    txico (pH baixo).

    Solos cidos, adensados,

    mal drenados, possvel

    deficincia de Magnsio.

    Excesso de Nitrognio

    livre, carncia em Cobre.

    Camada estagnante

    em 40 a 50 cm de

    profundidade,

    falta Potssio.

    5 Plantas Companheiras

    Plantas companheiras so aquelas que podemos usar tanto no combate a pragas

    e doenas (na forma natural ou em preparados) como na forma de repelente de

    insetos e pragas.

    Planta

    companheiraNome popular

    e cientficoUtilizao

    Combate o

    crescimento

    de fungos

    Diluio de 20 a 30 g de

    cravo da ndia em 10 a

    20 litros de gua

    Cravo da ndia

    (Syzygium

    aromaticum)

    Modo de

    preparar

    Pitanga

    (Eugenia unifora)

    Pimenta de

    macaco

    (Piper

    tuberculatum)

    Bouganvile;

    Primavera

    (Bougainvilea

    spectabilis)

    Copaba

    (Copaifera

    langsdorfii)

    Pimenta longa

    (Piper aduncum)

    Alecrim

    pimenta

    (Lippia sidoides)

    Combate fungos

    de antracnose e

    vrus do Mosaico

    Podrido de frutos,

    ataque de fungos

    e bactrias

    Podrido de frutos,

    vassoura de bruxas,

    fungos patgenos

    de sementes, acaricida,

    bactericida

    Combate fungos

    Combate o

    crescimento

    de fungos

    Combate as

    lagartas

    Extrato aquoso de folhas

    e ramos secos, triturados

    em liquidificador, filtra-se

    a mistura em pano de

    algodo

    Extrato aquoso de

    frutos a 10% (100 g

    de frutos para 1 litro

    de gua)

    Extrato aquoso de

    folhas e ramos secos

    Mistura de leo 250 ml em

    500 ml de gua, para

    melhor homogeneizao do

    leo em gua adicionou-se

    detergente neutro.

    Pulverizar 0,06 ml de leo/cm2

    de rea. Usar na diluio de 50

    g de leo para 1 litro de gua.

    Se extrado em metanol ou

    gua deve aumentar a

    concentrao dez vezes

    Decoco de folhas cortadas

    misturadas com gua 1:5

    (folha:gua) aquecida at ponto

    de fervura. Aps isto o recipiente

    se mantm fechado por 15 min,

    depois diluir 5-10% (50 g do

    concentrado em 1 litro de gua)

    27 28

  • 6 Controle biolgico - predadores e parasitas

    Equilbrio biolgico o controle que predadores e

    parasitas fazem sobre as populaes dos insetos, caros,

    nematides, fungos, bactrias e vrus. Pulgo (praga) que

    comido pela Joaninha (predador) um exemplo

    clssico de controle biolgico. Com isto importantssimo

    que nossos plantios tenham a maior diversidade de plantas

    possveis.

    Existem muitas espcies que so predadoras ou parasitas

    das pragas e doenas. muito importante que a presena

    destas espcies seja incentivada dentro dos plantios. Estes

    animais so insetos, caros, nematides, fungos, bactrias e

    vrus. Animais maiores tambm so muitssimo

    importantes, entre eles: aves, morcegos, tatus, cobras, rs,

    sapos e aranhas.

    Existe uma teoria que se chama trofobiose que diz que

    todo e qualquer ser vivo s sobrevive se houver alimento

    adequado e disponvel para sua sobrevivncia. A planta ou

    parte da planta cultivada s ser atacada por um inseto,

    caro, nematide ou microorganismo (fungos ou

    bactrias), quando tiver em excesso na sua seiva, exatamente

    o alimento que eles precisam. Este alimento constitudo, principalmente, por

    aminocidos, que so substncias simples e se desmancham facilmente (solveis).

    Para que a planta tenha uma quantidade maior de aminocidos, basta trat-la de

    maneira errada.

    Neste sentido, um vegetal saudvel, bem alimentado, dificilmente ser atacado

    por "pragas" e "doenas". As ditas "pragas" e "doenas" morrem de fome em uma

    planta sadia. Na mesma direo o no uso de agrotxico vai aumentar o numero de

    predadores naturais diminuindo o numero de pragas.

    A seguir listamos alguns produtos que incentivam e melhoram a sade das nossas

    plantas, do solo e do ecossistema.

    Espirradeira

    (Nerium oleander)

    Nim

    (Azadirachta

    indica)

    Accia Negra

    (Acacia mearnsii)

    Alho

    (Allium sativum)

    Cravo de Defunto

    (Tagetes minuta)

    Nicotina

    (Nicotina

    tabacum)

    Urtiga

    (Tagetes minuta)

    Samambaia

    (Polypodium

    vulgare)

    Pimenta vermelha

    (Capsicum

    annuum L.)

    Inseticida para

    Mosca branca

    Controle de formiga

    de fogo e formiga

    preta, caros, lagartas,

    pulges, cigarrinhas,

    besouros mastigadores

    e cochonilhas

    Controle de fusariose

    (Fusarium subglutinans)

    O extrato de alho tem ao

    fungicida, combatendo

    doenas como o mldio e

    ferrugens, e ao bactericida.

    utilizado tambm como

    repelente de insetos no-civos

    como a lagarta e o pulgo

    Combate pulges,

    caros e algumas

    lagartas. Plantar na rea

    onde tem infestao de

    nematides atua como

    repelente natural.

    A nicotina contida no tabaco

    um excelente inseticida, tendo

    ao de contato contra pulges,

    tripes e outras pragas. Quando

    aplicada como cobertura do

    solo, pode prevenir o ataque de

    lesmas, caracis e lagartas

    cortadeiras.

    til no combate

    aos pulges, lagartas

    e para aumentar a

    resistncia natural

    Controla caros,

    cochonilhas e

    pulges

    Repelente

    de insetos

    Decoco de folhas cortadas

    misturadas com gua 1:2,5

    (folha:gua), 10 min. Aps

    isto o recipiente se mantm

    fechado por 24 hr

    1.000 g de folhas verdes, macerar

    em pilo at atingir uma forma

    pastosa, curtir em 1.200 ml de

    gua durante 72 hr, peneirar,

    adicionar 10.000 ml de gua e

    pulverizar com pulverizador costal

    Extrato etanlico

    dissolvidos em gua

    Diluies 1:10 ou 1:20

    (10 gramas de extrato de

    alho para 10 ml de gua).

    Decoco de flores misturadas

    com gua 1:2,5 (folha:gua),

    10 min. Aps isto o recipiente

    se mantm fechado por 24 hr.

    Plantando na rea afugenta

    nematides.

    Picar 10 cm de tabaco de corda

    e colocar em um litro de gua

    por um dia em recipiente no-

    metlico com tampa. Diluir em

    10 litros de gua e pulverizar as

    plantas.

    Colocar 500 gramas de folhas

    frescas ou 100 gramas de

    folhas secas em um litro de

    gua e deixar dois dias. Para

    aplicao diluir em 10 litros de

    gua e pulverizar sobre as

    plantas ou no solo.

    Colocar 500 gramas de folhas

    frescas ou 100 gramas de folhas

    secas em um litro de gua por

    dia. Ferver meia hora. Para

    aplicao diluir 1 litro deste

    macerado em 10 litros de gua.

    Pimenta vermelha bem socada,

    misturada com bastante gua e

    um pouco de sabo em p ou

    lquido pulverizada sobre as

    plantas, age como repelente de

    insetos.

    29 30

  • gua), ou 100 ml de manipueira por cova.

    No terreno: Diluio aquosa de 1:1, aplicar de 4 a 6 litros

    desta diluio por m2 de terreno. Deixar o solo em

    repouso por 8 dias e antes de plantar dar uma revolvida.

    No sulco: Usar a manipueira em diluio aquosa, na

    proporo de 1:1. Aplicar, no mnimo 2 litros dessa

    diluio por m2 de sulco. Deixar o solo em repouso por 8

    dias e antes de plantar dar uma revolvida.

    6.1.2 Utilizao da Manipueira como Inseticida

    e Acaricida

    caros (Figura 24) so pequenos araquinidios que

    vivem sobre a face inferior das folhas sulgando a seiva

    desta e competindo pela comida com os rgos das

    plantas. Dependendo da intensidade de infestao pode

    acabar matando a folha e a prpria planta.

    Forma de aplicao:

    Na planta: 3 Pulverizaes ministradas a intervalos semanais; acrescentar a manipueira

    pura ou diluda com o correspondente de 1% de farinha de trigo para melhorar a

    aderncia. O melhor a fazer testar determinadas diluies em lotes de plantas para ver

    a reao. Se a planta testada apresentar alguma deficincia diluir ainda mais a

    concentrao.

    Arbustos: Diluio de 1:1 ou 1:2 (1 de manipueira para 1 ou 2 de gua) contra caros,

    pulges ou insetos

    6.1.3 Utilizao da Manipueira como

    Fungicida

    Na planta: Para utilizao no combate de Oidios (Figura 25)

    deve ser observadas as mesmas recomendaes prescritas para

    o seu uso como inseticida/acaricida. O tratamento deve se estender por, no mnimo, 3

    semanas com pulverizaes a cada 7 dias. Prevalece a recomendao de adicionar 1% de

    farinha de trigo para dar maior aderncia.

    6.1 Manipueira

    A Manipueira um liquido de aspecto leitoso de colorao amarelo-clara que

    escorre das razes de mandioca (Manihot esculenta), por ocasio da prensagem. A

    produo no geral de 3:1 (3 kg de mandioca para 1 litro de manipueira)

    Ela pode ser usada como fertilizante natural, seja foliar ou no solo, isto devido a

    sua notada concentrao de elementos qumicos (macros e micronutrientes)

    necessrios ao bom desenvolvimento das plantas.

    Competente Quantidade (ppm)

    Nitrognio (N) 425,5

    Fsforo (P) 259,5

    Potssio (K) 1.863,5

    Clcio (Ca) 227,5

    Magnsio (Mg) 405,0

    Enxofre (S) 95,0

    Ferro (Fe) 15,3

    Zinco (Zn) 4,2

    Cobre (Cu) 11,5

    Mangans (Mn) 3,7

    Boro (B) 5,0

    Cianeto livre (CN- ) 42,5

    Cianeto total (CN) 604,0 (55,0 mg/l

    em mdia)

    Composio qumica da manipueira.

    A manipueira pode ser estocada a temperatura ambiente por um perodo de 3 dias,

    sem prejuzo ao potencial nematicida ou pesticida, entretanto a temperatura de 8 a

    10 C pode ser estoca por mais de 60 dias

    Toda vez que a manipueira for aplicada ao solo, este deve ser revolvido, apos 8 dias

    da data de sua aplicao. Esta atividade importante no sentido de prevenir efeitos

    residuais fitotxicos.

    6.1.1 Utilizao da Manipueira como Nematicida

    Nematides (Figura 23) so pequenas vermes que se instalam nas razes das

    plantas impedindo que estas cresam satisfatoriamente ou at mesmo matando a

    planta por impedir a absoro de gua e nutrientes do solo.

    Forma de aplicao:

    Na planta: 12 a 15% de manipueira diluda em gua (12 a 15 l manipueira e 100 l de

    Figura 23. Nematide atacando a

    raiz de uma planta e em detalhe

    como os identificamos nas razes.

    Figura 24. caros na parte de

    baixo da folha.

    Figura 25. Fungos em folhas

    de abbora.

    31 32

  • 6.1.4 Utilizao da Manipueira como Herbicida

    Na rea: Aplicao de 5 L por metro quadrado, trs vezes em seguida

    (intervalos de 24 hr)

    6.1.5 Utilizao da Manipueira como Fertilizante

    Fertilizante de solo: Diluio de 1:1 (1 de manipueira e 1 de gua). Aplicar

    com regador na linha de plantio na proporo de 2 a 4 litros de diluio por

    metro de sulco. Aplicao deve preceder o plantio e o solo ficar em repouso por 8

    dias. Revolver levemente o solo que margeia a linha de cultivo, antes de proceder

    semeadura.

    Fertilizante foliar: Diluio de 1:6 ou 1:8. Mnimo de 6 mximo de 10

    aplicaes em intervalos semanais. Quando do suo da manipueira com a

    finalidade exclusiva de fertilizao foliar, no adicionar farinha de trigo.

    6.1.6 Utilizao da Manipueira como Formicida

    Combate sava (Atta spp): Aplicada diretamente nos ninhos das formigas,

    atravs de vrios orifcios previamente abertos. A quantidade do composto

    introduzida no sauveiro varia de 1 a 10 litros, de conformidade com o tamanho

    do mesmo. Fechar o buracos aps a aplicao.

    6.2 Nim (Azadirachta indica), no

    Controle de Doenas

    Os extratos do Nim (Figura 26) tambm possuem

    ao nematicida, bactericida e fungicida, reduzindo a

    populao de nematides fitfagos, inibindo o

    crescimento de bactrias e atuando sobre fungos de

    importncia econmica.

    6.2.1 Folhas trituradas

    Controla Insetos fitfagos, traas, lagartas, pulges, gafanhotos, agindo como

    Figura 26. rvore de Nim

    inseticida e repelente de pragas em geral.

    Posologia: Os extratos podem ser preparados com a simples triturao das

    folhas. Esse p obtido da triturao deve descansar por 12 horas em gua, para s

    ento ser filtrado o lquido, ser diludo na concentrao adequada para a praga

    em questo, e poder ser utilizado na pulverizao das reas infestadas. Essa

    soluo deve ser usada em 24 horas para que no se perca a ao dos princpios

    ativos do Nim.

    Tambm pode-se usar 20 g de folhas de Nim trituradas e deixadas em contato

    com 500 ml de soluo alcolica 44%, durante 16h (agitar vrias vezes). Usar

    277,4 mg do extrato/ml de gua.

    Para controle de carrapatos:

    Para bovinos utilizar 1.250g de folhas verdes em 100 litros de gua;

    Para cachorros utilizar 500g de folha para 3 litros de gua.

    Posologia: Macerar as folhas e deixar em infuso por 24 horas. Coar e aplicar,

    mediante pulverizao nos animais.

    6.2.2 Folhas secas

    Controle de pragas, principalmente em hortalias.

    Posologia: As folhas devem ser secas sombra e modas em moinho; adicionar

    para cada litro de gua 30 a 40g do p, deixando em repouso por 24 horas. Usar

    40g de folhas/litro de gua. Coar e pulverizar.

    6.2.3 Sementes

    Controla Cigarras (Schistocera gregria) e outros

    cicadelideos (Figura 27).

    Posologia: Repete-se o mesmo procedimento para o

    extrato bruto de sementes, utilizando-se 30 g de

    sementes de Nim sem casca em 200 ml de soluo

    alcolica 44%. Diluir 520,9 mg do extrato/ml de gua

    6.2.4 Torta (resduo seco e modo de sementes, obtido

    aps extrao do leo)

    Combate caro e insetos fitfagos

    Figura 27. Gafanhoto do

    gnero Schistocera.

    33 34

  • Posologia: Para o extrato bruto de torta, 50 g de torta de Nim adicionados a

    300 ml de lcool etlico absoluto, mantido sob agitao magntica durante 16h.

    Diluir 10,9 mg do extrato/ml de gua.

    Como nematicida.

    Posologia: usar 100 a 300 g da torta por cova

    6.2.5 leo das sementes

    O leo inseticida extrado pela prensagem das sementes, obtendo-se no

    mximo 47% de leo, que contm cerca de 10% da azadiractina existente no

    fruto. Essa prensagem pode se dar por prensa manual ou mecnica, ou mesmo

    por pilo. A torta restante (muito rica em azadiractina) tem efeito nematicida e

    serve tambm como adubo orgnico, podendo tambm ser secada e utilizada

    posteriormente para preparo de extratos inseticidas, em mistura com gua e

    filtrao. Normalmente a prensagem de 1 kg de semente de Nim gera cerca de

    150 ml de leo.

    Posologia: 5 ml de leo/litro de gua

    6.2.6 Pragas e doenas podem ser controladas pelos

    extratos de Nim

    Pragas de lavouras: lagarta do cartucho, curuquer-do-algodoeiro, mosca

    branca, cochonilhas, caros fitfagos, moscas-das-frutas, besouros mastigadores,

    pulges, tripes, bicho mineiro do cafeeiro, broca do caf, brocas do tomateiro,

    larva minadora dos citros, larvas de besouros que se alimentam de folhas, dentre

    outras. So considerados como mais suscetveis s lagartas, cigarrinhas, pulges

    e larvas de besouros.

    Pragas de criaes: pulga, piolho, carrapatos, mosca-do-chifre.

    Doenas de plantas: sistema radicular e colo da planta (Fusarium

    oxysporum, Sclerotinia sclerotiorum, Rhizoctonia solani) e da parte area (odio,

    ferrugem, mldio, manchas foliares).

    6.3 Outros Produtos

    6.3.1 leo vegetal (soja, milho, etc.)

    Controle de antracnose em folhas (Figura 28). Tambm tem ao inseticida,

    principalmente contra cochonilhas.

    Posologia: Diluir o leo de soja a 0,62% em Leite em p contendo lecitina de

    soja (20 g de leite/litro gua)

    Combate ainda pulgo, lagartas, moscas, mosquitos, caros (acaro vermelho),

    ovos e larvas de insetos, tripes, mosca branca.

    Posologia: Diluir 1 litro de leo vegetal com 100 gramas de sabo neutro ou 100

    ml de sabo lquido em 15 litros de gua. Agitar at obter uma emulso turva.

    Para combater viroses usa-se leo mineral de parafina.

    6.3.2 Leite em p instantneo

    Controle de antracnose em frutos (Figura 29)

    Posologia: Diluir 20g de Leite em p instantneo em um (01) litro de gua

    6.3.3 Gesso agrcola

    Controla ataque de Bactrias em folhas e frutos

    Posologia: Acidificar (pH = 4) o gesso agrcola com H3PO4: Depois diluir 3 kg de

    gesso em 100 L de gua

    Evita a subida de formigas e ajuda controlar a barba das frutferas.

    Posologia: Fazer uma pasta de cal e pincelar sobre o tronco.

    6.3.4 Casca de Camaro e ou Caranguejo

    Controle da podrido de razes, Fusarium sp (Figura 30) e nematide

    Posologia: Triturar e moer a casca de camaro/caranguejo e espalhar pelo terreno

    ou nos sacos com as mudas.

    6.3.5 Armadilha luminosa

    Controla mariposas, especialmente a mariposa-oriental (broca-dos-ponteiros)

    Figura 28. Antracnose em folha

    de abbora.

    Figura 29. Atraquinse em frutos

    de maracuj.

    Figura 30. Casca de caranguejo triturado

    para combater a podrido das razes.

    35 36

  • misturando-se uma parte de calda bordalesa para uma parte de gua;

    Para mofos da cebola e do alho e mancha da folha da beterraba (cercosporiose),

    usa-se uma diluio de 3 partes de calda para uma parte de gua.

    Convm lembrar que a calda bordalesa perde a eficcia com o passar do

    tempo, por isso deve ser usada at, no mximo, trs dias depois de pronta.

    6.5 Controle Alternativo de Formigas Cortadeiras

    6.5.1 Barreira Fsica

    Para proteger apenas mudas ou arvores individuais, o simples uso de cones

    invertidos de lata ou plstico, ou ainda l de ovelha amarrada no caule da planta

    impedindo a ao das formigas.

    6.5.2 Plantas repelentes ou txicas

    A hortel, batata doce, salsa. Cenoura, gergelim, mamona funcionam como

    repelentes ou intoxicantes.

    6.5.3 Preservao ou criao de inimigos naturais das formigas

    As galinhas comuns e de angola (Figura 31), pssaros, tatus, tamandus os

    quais controlam ate 90% das revoadas. interessante o uso

    de Galinha de Angola pelo fato delas no terem o hbito de

    ciscarem, evitando o espalhamento do adubo nas plantas.

    6.5.4 Controle de Colnias

    Para adotar medida de controle eficaz, importante

    lembrar que as formigas cortadeiras no se alimentam

    diretamente das folhas cortadas, e sim da massa de fungos

    que cresce sobre as folhas armazenadas no ninho. Alguns

    mtodos de controle das colnias que podem ser usados:

    Mtodo Fsico: So aes diretas sobre os formigueiros como:

    Uso de agua quente: para formigueiros pequenos e prximos de casa;

    Inundao: para formigueiros maiores, quando houver condies de desviar

    gua de um canal ou acesso com uso de mangueira;

    Fumaa de escapamento: dirigir o escamento de motores para a entrada

    (olheiro) do formigueiro, tapando as sadas de fumaa, provocando a afixia

    das formigas, pela ao do gs carbnico.

    que ataca as plantaes.

    Posologia: Colocar uma lanterna de querosene acessa a partir das sete horas da

    noite no meio do plantio e deixar at de madrugada. As mariposas so atradas

    pela luz e batem no vidro da lanterna, caindo num saco de estopa aberto que

    colocado logo abaixo. No dia seguinte matar as mariposas.

    6.3.6 Soluo de gua e sabo

    Controla pulges, cochonilhas e lagartas.

    Posologia: Colocar 50 gramas de sabo caseiro em 5 litros de gua quente. Aps

    esfriar, aplicar com o pulverizador.

    6.3.7 Saco de aniagem

    Controla lesmas. No dia seguinte pegar as lesmas que esto aderidas ao saco e

    mat-las.

    Posologia: Umedecer o saco de aniagem com um pouco de leite e colocar na

    plantao em vrios locais.

    6.4 Preparo e uso da Calda Bordalesa.

    A calda bordalesa

    recomendada para o controle,

    entre outras doenas e parasitas,

    de mldio e alternaria da couve e

    do repolho, alternaria do

    chuchu, antracnose do feijoeiro,

    pinta preta e queima do tomate,

    murchadeira da batata, queima

    das folhas da cenoura etc.

    Tambm usada em

    frutferas, como figueira,

    parreira, macieira etc. Na

    diluio a 1% acima descrita, seu

    uso recomendado para plantas

    adultas.

    Em mudas pequenas e em

    brotaes novas, deve-se aplicar

    essa calda mais diluda,

    Tabela indicando a

    doena e o tipo de

    calda mais indicada

    para uso.

    DOENASSULFATO de

    COBRE

    CAL

    VIRGEM

    GUA

    (Litros)

    Mldio 1.000g 1.000g 100

    Requeima,

    Pinta Preta 1.000g 1.000g 100

    Pinta Preta,

    Podrides 800g 400g 100

    Mldio,

    Antracnose 300g 300g 100

    Ferrugem,

    Manchas 1.500g 1.500g 100

    Bacteriose,

    Verrugose 400g 400g 100

    Sarna,

    Podrides 400g 800g 100

    Manchas,

    Entomosporiose 800g 800g 100

    Verrugose,

    Melanose,

    Rubelose 600g 300g 100

    Antracnose;

    Podrides 800g 800g 100

    Figura 31. Galinha de

    Angola.

    37 38

  • Mtodos Biolgicos: Aplicao de calda microbiolgica:

    Usar 2 a 4 laranjas ou limes mofados, modos;

    Deixar fermentar 4 a 5 dias em agua, com um pouco de melado de acar.

    Diluir a 10% em agua (100 ml por litro de agua) e aplicar em todos os

    olheiros;

    Depois de uma semana, repetir a aplicao

    Observao: As laranjas ou limes mofados possuem os fungos Penicilium

    digitatum e P. italicum, que causam o mofo verde e azul respectivamente, os

    quais destroem o fundo criado pelas formigas para se alimentar.

    6.5.5 Cultivo de Plantas Atrativas e Txicas

    Neste caso o Gergelim (Figura 32) a melhor opo, pois

    suas folhas contem uma substancia chamada sesamina, que

    fungicida. Geralmente as formigas s carregam folhas

    inofensivas ao formigueiro, mas o gergelim uma exceo, pois

    uma das folhas preferidas pelas savas, mas mata o fungo que

    serviria de alimento a rainha e as larvas.

    7 Irrigao

    Para a elaborao de um projeto de irrigao, seja por asperso, localizada ou

    por superfcie, so necessrios coleta de alguns dados na rea a ser irrigada.

    Esses dados so:

    1. rea a ser irrigada em hectares, alqueires ou m2.

    2. Espcie de cultura plantada ou a ser plantada e o espaamento entre

    plantas e entre linhas.

    3. Tipo de solo:

    a. Quanto sua textura: argilosa, arenosa ou textura mdia.

    b. Quanto sua permeabilidade: muito permevel, meio permevel ou pouco

    permevel.

    4. Topografia do terreno: plana, suavemente ou fortemente ondulada (planta

    plani-altimtrica).

    Figura 32. Planta de

    Gergelim (Sesamum

    indicum).

    5. Precipitao desejada ou calculada (em mm). Normalmente a precipitao

    calculada pelo projetista, que leva em conta os dados climatolgicos da regio

    em que ser instalado o equipamento, a cultura a ser irrigada e o equipamento a

    ser utilizado.

    6. Horas de funcionamento desejado por dia: mximo de horas de

    funcionamento possvel.

    7. Desnvel entre a gua e o local de motor em metros: este dado de suma

    importncia para o dimensionamento correto da bomba, pois cada motor

    apresenta uma altura mxima de suco.

    8. Desnvel entre o local do motor e o ponto mais alto do terreno em metros.

    9. Quantidade e qualidade da gua disponvel na estao seca:

    a. Se a gua for captada numa fonte de gua corrente (rio, riacho, canal, etc.)

    determinar a sua vazo em litros/segundo ou metros cbicos/hora;

    b. Se a captao for feita em um reservatrio (represa, aude, etc.) determinar

    o seu volume em metros cbicos (m3).

    Se estas medies foram feitas na poca de chuvas, deve-se coletar junto aos

    moradores vizinhos variao que as mesmas sofrem na poca da seca.

    c. Qualidade da gua: presena de slidos em suspenso, ferro, mangans,

    carbonatos, coliformes, etc.

    10. Tipo de acionamento que prefere para a bomba:

    a. Eltrico: voltagem e fases;

    b. Diesel

    c. Trator: marca, modelo e potncia

    d. Outros

    Caso j haja bomba centrfuga e ou motor para acionamento, especificar

    todos os dados disponveis tais como: Marca; Modelo; Potncia; Rotao; Vazo;

    Altura de suco de recalque; Dimetro dos rotores; etc.

    11. Sistema de irrigao que pretende utilizar ou as alternativas possveis.

    12. Se possvel, anexar uma planta plani-altimtrica ou planimtrica da rea a

    ser irrigada. Para irrigao localizada acrescentar curva de nvel de metro em

    metro e locao das linhas de plantio.

    Caso no haja a planta, fazer um croqui da rea com as seguintes indicaes:

    39 40

  • a. Formato de rea com suas dimenses;

    b. Aonde se localiza o ponto mais alto do terreno e a distncia entre este e

    o ponto de captao de gua.

    c. Localizar o ponto de captao da gua e a distncia entre o incio da rea

    a ser irrigada.

    d. Demarcar estradas, grotas, espiges, linhas de fora, etc.

    13. Se possuir, anexar os dados climatolgicos da regio, tais como: Chuva;

    Evaporao do Tanque Classe A; Evapotranspirao; Velocidade do vento;

    Temperatura mdia; Umidade relativa.

    Com base no levantamento de dados da rea a ser irrigada, elabora-se o

    projeto de irrigao mais vivel, tcnica e economicamente.

    7.1 A elaborao do projeto deve seguir o seguinte

    critrio:

    1. Definio da precipitao ou lmina a ser aplicada na rea: esta

    precipitao varia em funo, principalmente, da cultura (cada cultura apresenta

    uma evapotranspirao e, portanto, um consumo de gua) e da regio geogrfica

    em que a rea se situa (de regio para regio as condies climticas - chuvas,

    evaporao, ventos, etc. - variam);

    2. Seleo do equipamento mais adequado ou das alternativas dos

    equipamentos para a rea: esta seleo leva em considerao a cultura plantada

    ou a ser plantada, a topografia da rea, o tamanho da rea e a disponibilidade de

    gua;

    3. Clculo do turno de rega e tempo de funcionamento por posio: para fazer

    estes clculos leva-se em conta, principalmente, o consumo dirio de gua que a

    cultura necessita, a profundidade do sistema radicular, a resistncia que a planta

    apresenta ao "dficit" de gua e as caractersticas fsicas do solo, principalmente,

    quanto sua capacidade de armazenamento de gua;

    4. Clculo da vazo: esse clculo refere-se vazo total do equipamento e

    baseia-se na rea a ser irrigada, na precipitao definida e o nmero de horas de

    trabalho dirio;

    5. Dimensionamento hidrulico: o dimensionamento das tubulaes e dos

    acessrios, tais como: vlvulas, hidrantes, cotovelos de derivao e outros,

    baseia-se na vazo total, na altura manomtrica necessria e na velocidade da

    gua no interior dos tubos. Uma vez selecionadas as tubulaes e acessrios,

    procede-se a locao dos mesmos na rea, locando-se, inclusive, as posies

    necessrias para o equipamento escolhido;

    6. Dimensionamento do conjunto motobomba: o dimensionamento deste

    conjunto tambm baseia-se na vazo, na altura manomtrica e na potncia

    necessria. Na escolha da bomba, alm dos itens anteriormente citados, deve-se

    atentar para que a bomba escolhida trabalhe no ponto de mximo rendimento

    ou prximo possvel dele, e para a sua altura mxima de suco;

    7. Elaborao de planta ou croqui: efetuados os clculos deve ser elaborada

    uma planta ou croqui, onde so locados o ponto de captao, a linha mestra, as

    linhas laterais, os acessrios e o posicionamento do equipamento;

    8. O roteiro prossegue com a anlise econmica do projeto e outros itens, tais

    como custos, receitas, fluxo de caixa, comercializao, etc., conforme a exigncia

    da situao.

    7.2 Mtodos

    Assim, qualquer tcnica deve partir de dois pontos bsicos: quanto e quando

    irrigar. Em outras palavras, a gua deve ficar disposio da planta na

    quantidade e na ocasio em que ela necessitar.

    Para regies onde a gua farta, tal como no Norte, para solos planos e

    argilosos os mtodos por superfcie como os de sulcos e bacias em nvel so

    viveis.

    Para regies onde a gua escassa, os mtodos pressurizados (asperso,

    microasperso, miniasperso e gotejamento) so recomendados.

    O mtodo da asperso o que molha completamente todo o solo (rea

    molhada de 100%) e quando usado, os aspersores devem ficar a 1 m do solo, com

    ngulo de inclinao no mximo de 7 graus.

    No caso da microasperso, usar um microaspersor de vazo superior a 45 L/h,

    para quatro plantas, preferencialmente dispostas em fileiras duplas. No caso do

    gotejamento o sistema de menor rea molhada.

    O sistema de microasperso, que facilita a introduo do sistema de produo

    integrada no plantio, que exige a racionalizao do uso dos recursos gua e solo e

    dos insumos. Alm da economia de gua, o mtodo possibilita a utilizao da

    fertirrigao e possibilita a economia de energia, permitindo a irrigao nos

    horrios em que a energia mais barata.

    7.3 Quantidade de gua necessria

    41 42

  • A quantidade de agua aquela em que no haja encharcamento do solo ou

    escorrimento superficial, nem mesmo visualizao de murcha das plantas

    durante o dia.

    Em percentagens da evapotranspirao potencial, para regies midas a

    submidas, a demanda de gua pela maioria das culturas, em seu estagio inicial,

    inicia-se com 28% da evapotranspirao potencial nos primeiros 70 dias,

    elevando-se para 70% da evapotranspirao potencial na fase adulta.

    No caso de regies mais secas, a demanda de gua pela maioria das culturas

    em seu primeiro ciclo inicia-se com 45% da evapotranspirao potencial nos

    primeiros 70 dias, elevando-se para 85% da evapotranspirao potencial.

    7.4 Manejo da irrigao

    Os nveis de tenso de gua do solo (medio da quantidade de umidade do

    solo) recomendados pela EMBRAPA situam-se entre 0,25 atm a 0,45 atm, para

    camadas superficiais do solo (at 0,25 m) e entre 0,35 atm at 0,50 atm, para

    profundidade prxima de 0,40 m. Se optar pelo uso de tensimetros para

    monitorar a disponibilidade de gua no solo, recomenda-se instal-los em quatro

    baterias por hectare, sendo cada bateria composta por dois tensimetros s

    profundidades entre 0,20 m e 0,40 m e distncia de 0,30 a 0,40 m da planta em

    direo ao microaspersor.

    Em se utilizando a evaporao do tanque classe A, para estimar a demanda de

    gua pela bananeira, deve-se multiplicar a leitura do tanque por 0,6, para regies

    midas e por 0,85 a 1,0, para regies semi-ridas.

    7.5 Freqncia de irrigao

    A irrigao por superfcie ou asperso para solos siltosos ou argilosos pode ser

    feita em intervalos mximos de 12 dias para regies semi-ridas e 18 dias para

    regies midas. A irrigao por asperso em solos franco-arenosos e arenosos

    pode ser feita em intervalos mximos de 7 dias em regies semi-ridas e 10 dias

    em regies midas.

    A irrigao localizada, seja por gotejamento, microasperso ou equivalente

    deve ser feita em intervalos mximos de trs dias para regies midas e solos

    com teores de argila acima de 30%, e pelo menos duas vezes por dia em solos

    arenosos (areia franca e areia).

    7.6 Quantidade de gua a ser aplicada

    Estima-se que uma planta com rea foliar total em torno de 14 m2 consome

    30 litros de gua/dia, em dias ensolarados e de baixa umidade relativa do ar; 20

    litros/dia em dias semi-cobertos e 15 litros em dias completamente nublados.

    Quando chover acima de 20 mm/dia, deve-se interromper a irrigao por dois

    a cinco dias, em caso de solos arenosos e argilosos, respectivamente, em

    condies semi-ridas. Em condies midas esses intervalos podem ser de

    quatro a dez dias.

    43 44

  • Agradecimentos

    Para elaborao desta cartilha sou grato pelo auxilio e incentivo das pessoas

    relacionadas abaixo, sem as quais grande parte disto no seria possvel:

    Maria Alice Coordenadora Nacional do Plantio

    M. Silvio M. Central 14 Regio

    M. Mauro M. Representante N. Rei Cana (NRC)

    M. Gario M. Representante do N Jardim Florido (NJF)

    M. Adalberto M. Representante PN Prncipe Ram (PNPR)

    M. Joaquim M. Representante PN Castelo de Marfim (PNCM)

    M. Jos Onofre Monitor do Plantio 8 Regio

    M. Jos Ernesto Monitor do Plantio 10 Regio

    M. Paulo Afonso

    C. Cezar Monitor do Plantio NRC

    C. Dativo Monitor do Plantio Parauapebas

    C. Joo Monitor do Plantio PNPR

    C. Oriones Monitor do Plantio Araguaina

    Elmo Monitor do Plantio Itinga

    Lenon Monitor do Plantio PNCM

    Salomar Carvalho Monitor do Plantio NJF

    C. Delman PNPR

    C. Giselle NRC (Belm)

    Carlos (Refribom) NRC (Parauapebas)

    Fabio Bastos NRC (Belm)

    Pedro Paulo NRC (Belm)

    Equipe do Plantio 14 Regio

    Grfica ??

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