AnoI

Número28

Data12.08.2011

QUEILA ARIADNEO brasileiro já pagou R$

150,3 bilhões em juros no pri-meiro semestre deste ano. Isso significa que o sistema finan-ceiro comeu R$ 576,65 mil por minuto. Por hora, as taxas co-bradas por bancos, financeiras, governos, entre outros tiraram R$ 34,79 milhões do bolso do brasileiro, seja um consumidor direto ou uma empresa.

O dado foi divulgado on-tem pela Federação do Comér-cio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP). Ao todo, os juros comeram R$ 830,3 mi-lhões por dia da renda do con-sumidor e das empresa.

Considerando apenas as famílias, os gastos com paga-mento de juros foram de R$ 85,2 bilhões no primeiro se-mestre de 2011. O total equi-vale a 65,91% dos R$ 129,3 bilhões que as famílias gas-taram com juros ao longo de 2010.

A cabeleireira Aurelina Souza Rocha, 33, por exem-plo, fez uma compra de R$ 225 em uma loja de roupas. Ficou alguns meses sem pa-gar e, quando viu, a dívida já era de R$ 980. “Fiquei muito preocupada, mas consegui ne-gociar e paguei R$ 311 à vista. Se tivesse que pagar tudo, pro-vavelmente não teria conse-guido pagar o aluguel”, conta Aurelina.

No primeiro semestre des-te ano, as famílias pagaram R$ 1,3 bilhão a mais de juros em relação ao mesmo período

do ano passado. O montante, conforme mostra a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Ge-ografia e Estatística (IBGE), é maior do que o total das trans-ferências sociais em 2009, cor-rigido pela inflação. Ou seja, o sistema financeiro retirou das famílias, mensalmente, mais do que o governo havia repassado a elas por meio dos programas “Bolsa Família”, “Benefício de Prestação Con-tinuada” e “Erradicação do Trabalho Infantil” ao longo de 2009.

De acordo com a Assesso-ria Técnica da Fecomércio-SP, o resultado se deve, em par-te, ao aumento do volume de empréstimos, mas, principal-mente, ao ciclo de alta na Taxa Selic e às medidas macropru-denciais de restrição ao cré-dito, adotadas pelo governo. A taxa média anual de juros para pessoas físicas, ao longo do primeiro semestre de 2011, saltou de 40,6% para 45,4%, o que, por si só, implicou um au-mento de R$ 7,8 bilhões pagos em juros no período.

Empresas. Além de con-sumir o orçamento das famílias e reduzir o volume de dinhei-ro que poderia ter circulado no comércio de bens e servi-ços, o elevado gasto com juros também reduziu os recursos disponíveis para as empresas investirem em modernização inovação e capacitação. A des-pesa das empresas com o pa-gamento de juros no primeiro

Despesas.Consumidores e empresas pagaram R$ 150,3 bilhões de taxas aos bancos de janeiro a junho

Juros comem R$ 34,79 milhões por hora dos brasileirosO valor pago nos seis primeiros meses já é 64% do total de 2010

semestre foi de R$ 65,1 bilhões, o que equivale a 62% dos R$ 105 bilhões que as pessoas jurídicas gastaram com juros ao longo de todo 2010.

Somando o que foi pago pe-las famílias e empresas, os juros já consumiram R$ 150,3 bilhões, 64% do total de 2010. O levan-tamento não mostra quanto foi pago só no primeiro semestre de 2010, mas revela o gasto no ano foi de R$ 234,3 bilhões. (Com agências)

o tempo - p.8 - 12.08.2011

São Paulo. As taxas médias de ju-ros do cheque especial e do empréstimo pessoal voltaram a subir em agosto, de acordo com pesquisa divulgada ontem pela Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP). Entre os sete bancos que participam do levantamento, a taxa média cobrada para empréstimo pessoal subiu para 5,87% ao mês em agosto, ante 5,71% ao mês em julho. A taxa equivale a um juro de 98,34% em 12 meses.

A taxa média de juros do cheque especial entre os sete bancos pesquisa-dos foi de 9,56% ao mês, superior aos 9,55% de julho. A taxa equivale a um juro de 199,20% em 12 meses.

Desde o início do ano, a taxa de ju-ros média do cheque especial acumula alta de 0,44 ponto porcentual.

As maiores altas foram verificadas no Bradesco, cujos juros para essa mo-dalidade de crédito passaram de 8,87% ao mês en julho para 8,91% ao mês em agosto; e no Itaú, que aumentou os ju-ros de 9,01% em julho para 9,03% em agosto. Os demais bancos mantiveram os juros estáveis para o cheque espe-cial.

São Paulo. Mesmo com juros alto, o consumo vem subindo. Os preços em baixa de bens duráveis, como eletrodomésticos, micro-computadores e automóveis, vêm impulsionando as vendas do vare-jo no país, mesmo após as medidas de contenção ao crédito e aumento das taxas de juros. “As atividades nas quais há deflação vêm cres-cendo (nas vendas), mesmo com as restrições do crédito”, disse o gerente da coordenação do IBGE, Reinaldo Pereira. As vendas em junho, comparadas a junho de 2010, subiram 7,1%. No acumu-lado do ano, a alta foi de 17,7% e, nos últimos 12 meses, de 17,1%.

O bom resultado é explicado pela manutenção do crescimento do emprego e do rendimento, as-sim como pela queda dos preços dos eletrodomésticos. Os apa-relhos eletrônicos ficaram 5,8% mais baratos nos últimos 12 me-ses, segundo o IPCA. As vendas do comércio subiram 0,2% em ju-nho ante maio.

Rombo

Taxa do cheque especial cresce no mês de agosto

Consumo

Vendas do varejo sobem assim mesmo

Cont.. o tempo - p.8 - 12.08.2011

o estaDo De sp - p.C6 - 12.08.2011

Cont.. o estaDo De sp - p.C6 - 12.08.2011

Agência EstadoO Ministério Público (MP) do Estado de

Alagoas, por meio da Promotoria Coletiva Espe-cializada de Defesa do Consumidor da Capital, ingressou com uma ação civil pública contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pedi-do a suspensão da Copa do Brasil de Futebol Fe-minino, a maior competição de futebol feminino do Brasil, que tem início previsto para o dia 18 de agosto.

Segundo os promotores Max Martins e De-nise Guimarães, autores da ação, a CBF desres-peitou e ignorou claramente o artigo 9º do Esta-tuto do Torcedor, que prevê um interstício legal de pelo menos 60 dias para que as entidades que organizam a competição (no caso, a própria CBF) promovam a divulgação do regulamento, da tabe-la e do nome do ouvidor da competição.

“No caso da Copa do Brasil de Futebol Fe-minino, a CBF fez a divulgação dos referidos do-cumentos técnicos (regulamento e tabela da com-petição, entre outros) no dia 27 de julho, quando

o prazo legal seria 18 junho”, argumentam os promotores.

Para eles, pela maneira açodada como foi feita a divulgação, resta, tão somente, um interstí-cio de 23 dias para o início do campeonato, prazo bem menor do que aquele previsto pelo Estatuto do Torcedor, fato que traz inúmeros prejuízos aos times que pretendem participar da Copa do Bra-sil.

Os representantes do MP citam, como exem-plo de prejuízo, a equipe do União Desportiva Alagoana, que deverá representar Alagoas na Copa do Brasil de Futebol Feminino. “Sem esse prazo de 60 dias, o time ficou sem tempo para captar patrocínios e para preparação física, técni-ca e tática adequadas das atletas, bem como para divulgação do certame de forma satisfatória”, diz o comunicado dos promotores.

De acordo com a assessoria do MP, a ação foi impetrada nesta semana e distribuída para a 13ª Vara Cível de Maceió. Mas a Justiça ainda não se manifestou sobre o caso.

RIO DE JANEIRO. Os desembargadores da 15ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro mantiveram os efeitos da liminar requerida pelo Ministério Público do Estado que obriga a Globex Utilidade S.A. (Ponto Frio) a pagar multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento da obrigação de respeitar dia e horário, previamente estipulados com o consumidor, para a montagem dos móveis que vende. A liminar obriga a empresa também a entregar os produtos no dia e horário marcados e a reparar qualquer dano nos móveis ou em outros produtos que fornece.

Na ação constam relatos de consumidores sobre descumprimento dos prazos, entrega parcial do produto, e entrega de produto com avaria. O MP acrescentou também informa-ções prestadas pelo Procon, sobre a existência de 4.548 reclamações contra a empresa, sendo 2.776 relativas à repetição dos problemas apontados na ação; e da Assembleia Le-gislativa, que contabiliza 74 reclamações.

Conamp - a taRDe - Ba - 12.08.2011

MP quer suspender Copa do Brasil de Futebol Feminino

entrega e montagem.

Ponto Frio pagará multa se não cumprir prazo

o tempo - p10 - 12.08.2011

RIO - O Promotor de Justiça Car-los Andresano, titular da 3ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Capital, se reuniu com representantes da Supervia, entre eles o presidente Carlos José Cunha, nesta quarta-feira, para discutir a assi-natura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para obrigar a empresa a aperfeiçoar os seus serviços dentro de um cronograma proposto pelo Minis-tério Público. Recentemente, a Super-via foi multada em R$ 1 milhão, após requerimento do Ministério Público (MP), motivado por centenas de recla-mações de passageiros, como atraso no horário dos trens, panes e problemas relativos à segurança.

Segundo o promotor, embora o MP tenha uma liminar a seu favor, a assi-natura de um TAC seria a melhor solu-ção, já que obrigaria a empresa a me-lhorar a prestação do serviço, evitando o pagamento da multa e beneficiando a sociedade.

“A decisão da Justiça é fundamen-tal, pois nos dá a garantia de que, se as pendências não forem resolvidas, a Supervia será penalizada. Todavia, a assinatura do TAC pode acelerar esse processo, o que significaria vantagem tanto para o cidadão quanto para a em-presa”, afirmou Andresano, em nota.

No dia 24 de agosto, a Supervia dará uma resposta à minuta formulada pelo promotor, que a analisará, antes de apresentar, no dia 5 de setembro, a minuta final que servirá de base para o TAC.

Os problemas na Supervia estão

acontecendo frequentemente. Nesta semana, um serviço de manutenção fez com que os trens não parassem em cinco estações da Supervia por quase duas horas: Méier, Piedade, Engenho Novo, Sampaio e Riachuelo. Segundo a concessionária, o serviço começou próximo à estação Engenho de Dentro, no sentido Central do Brasil, por volta das 10h40m, e o reparo foi finalizado e o ramal normalizado às 12h30m.

Na última quinta-feira, uma com-posição que faria trajeto Campo Gran-de-Central do Brasil no horário das 5h19m apresentou problema no siste-ma elétrico e não pode realizar viagem. Quatro dias antes, duas composições, uma do ramal de Japeri e outra do ra-mal de Saracuruna, apresentaram de-feitos. Segundo a Supervia, porém, os problemas foram sanados por volta das 8h. Em nota, a Agetransp, agência re-guladora dos transportes no Rio, infor-mou que enviou fiscais para apurar os dois incidentes.

Na semana anterior, usuários da SuperVia já tinham passado por situa-ção semelhante: duas composições pa-raram, e eles tiveram que andar pelos trilhos até as estações mais próximas. Algumas pessoas passaram mal e mui-tas queixaram-se de falta de informa-ções. Passageiros contaram, ainda, que portas tiveram que ser arrombadas e alguns usuários chegaram a sair pelas janelas. No ramal de Japeri, usuários denunciaram um arrastão num trem, mas a informação não foi confirmada nem pela SuperVia nem pela Polícia Civil.

Conamp - GloBo online - RJ - 12.08.2011

MP e SuperVia discutem assinatura de acordo para melhorar prestação de serviços da empresa