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IMPACTOS AMBIENTAIS

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IMPACTOS AMBIENTAIS

PELA AÇÃO ANTROPICA

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IMPACTOS AMBIENTAIS Esta apostila procura mostrar como o homem tem interferido nos vários ecossistemas

naturais, e como essa interferência tem prejudicado o próprio homem,

             O meio ambiente tem grande importância na vida dos seres humanos. Dele extraímos os recursos para a nossa sobrevivência.

O desmatamento contribui para o esgotamento das fontes de água natural prejudicando o abastecimento, deixa o solo sem proteção das raízes das árvores, que impedem a erosão.

          A terraplanagem arranca as árvores plantas rasteiras e corta o solo. O desmatamento ocorreu para o plantio, a criação de gado, para comercialização da madeira, para moradias, etc.

Os crescentes níveis de urbanização durante os últimos cinqüenta anos, ocorreu devido a um grande êxodo de populações rurais para áreas urbanas, e esse processo de urbanização acelerado implica desemprego crescente, degradação ambiental, escassez de serviços urbanos, sobrecarga da infra-estrutura existente causando um grande desequilíbrio social e ambiental.

Disciplina Geografia AmbientalProfessor: Antonio Odair [email protected]

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Desde que os mais distantes antepassados do homem surgiram na terra, eles vêm transformando a natureza.

Durante muitos séculos, o homem foi bastante submisso a natureza. Enquanto ele era caçador e coletor, sua

ação sobre o meio ambiente restringia-se a interferência em algumas cadeias alimentares, ao caçar certos animais e colher certos vegetais para seu consumo.

A utilização do fogo foi, talvez, a primeira grande descoberta realizada pelo homem, permitindo que ele se aquecesse nos dias mais frios e cozinhasse seus alimentos. Ainda assim, o impacto sobre o meio ambiente era muito reduzido.

Com o passar do tempo, alguns grupos humanos descobriram como cultivar alimento e como criar animais.

Com a revolução agrícola, há aproximadamente 10.000 a.C, o impacto sobre a natureza começou a aumentar gradativamente, devido a derrubada das florestas em alguns lugares para permitir a pratica da agricultura e pecuária. Além disso, a derrubada de matas proporcionava madeira para a construção de abrigos mais confortá- veis e para a obtenção de lenha. A partir de então, alguns impactos sobre o meio ambiente já começaram a se fazer notar: alterações em algumas cadeias alimentares, como resultado da extinção de espécies animais e vegetais; erosão do solo, como resultado de pratica agrícolas impróprias; poluição do ar, a queima das florestas e da lenha; poluição do solo e da água,

em pontos localizados, por excesso de matéria orgânica.

 Outro importante resultado da revolução agrícola foi o surgimento das primeiras cidades, há mais ou menos 4.500 anos.

A população humana passou a crescer num ritmo mais rápido do que até então.

 Ao longo de séculos e séculos, os avanços técnicos foram muito lentos, assim como o crescimento popula-cional. Desde o surgimento do homem, a população mundial demorou mais de 200 mil anos para atingir os 170 milhões de habitantes, no inicio da era cristã. Depois, precisou de “apenas” 1.700 anos para quadruplicar, atingindo os 700 milhões as vésperas da Revolução Industrial. A partir daí, passou a crescer num ritmo acelerado, atingindo quase 1,2 bilhão de pessoas por volta de 1850.

Cem anos depois, em 1950, esse número já tinha dobrado novamente, atingindo aproximadamente 2,5 bilhões de seres humanos. Desde então o crescimento foi espantoso. Em 1970, já éramos mais de 3,5 bilhões e, em 1990, ultrapassamos os 5 bilhões de habitantes no planeta, hoje já estamos em 7 bilhões de pessoas.

É importante perceber que, paralelamente a espantosa aceleração do crescimento demográfico, ocorreram avanços técnicos inimagináveis para o homem antigo, que aumentaram cada vez mais a capacidade de transformação da natureza.

 Assim, o limiar1 entre o homem submisso e a natureza é marcado, pela Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX. Os impactos ambientais passaram acrescer em ritmo acelerado, chegando a provocar desequilí-brio não mais localizado, mas em escala global. O motor a vapor, alimentado principalmente com carvão, impulsionou a Revolução Industrial no Reino Unido e no mundo no inicio do Séc. XVIII.

Os ecossistemas têm incrível capacidade de regeneração e recuperação contra eventuais impactos esporádicos, descontínuos ou localizados, muitos dos quais provocados pela própria natureza, mas a agressão causada pelo homem e contínua,

1 limite, fronteira entre duas áreas, épocas ou períodos; extremo.

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não dando chance nem tempo para a regeneração do meio ambiente.

O homem também é parte integrante do meio em que vive. Ele também é componente da frágil cadeia que sustenta a vida no planeta, e não o senhor absoluto da natureza, e, embora não seja mais submisso, continua precisando dela para a sua sobrevivência e para a sobrevivência de milhares de espécies dos diversos ecossistemas. Daí a necessidade premente de se rediscutir o modelo de desenvolvimento, o padrão de consumo, desigual distribuição de riqueza e o padrão tecnológico existentes no mundo atual.

IMPACTOS AMBIENTAIS

Impacto ambiental deve ser entendido como um desequilíbrio provocado por um choque, resultante da ação do homem sobre o meio ambiente. No entanto, pode ser resultados de acidentes naturais: a explosão de vulcão pode provocar poluição atmosférica. Mas devemos dar cada vez mais atenção aos impactos causados pela ação do homem. Quando dizemos que o homem causa desequilíbrios, obviamente estamos falando do sistema produtivo construído pela humanidade

ao longo de sua historia. Estamos falando do particularmente do capitalismo, mas também do quase finado socialismo.

 Um impacto ocorrido em escala local, posa ter também conseqüências em escala global. Por exemplo, a devastação de florestas tropicais por queimadas para a introdução de pastagens pode provocar desequilíbrios nesse ecossistemas natural. Mas a emissão de gás carbônico como resultado da combustão das árvores vai colaborar para o aumento da concentração desse gás na atmosfera, agravando o “efeito estufa”. Assim, os impactos localizados, ao se somarem, acabam tendo um efeito também em escala global.

Queimada na Floresta Amazônica vista do espaço.

 A exploração madeireira é feita clandestinamente ou, muitas vezes, com a conivência de governantes inescrupulosos e insensíveis aos graves problemas ecológicos decorrentes dela. Não levam em conta os interesses das comunidades que habitam os lugares onde são instalados, nem os interesses da nação que os abriga porque, com raras exceções, esses projetos são comandados por grandes grupos transnacionais, interessados apenas em auferir altos lucros.

Os incêndios ou queimadas de florestas, que consomem uma quantidade incalculável de biomassa todos os anos, são provocados para o desenvolvimento de atividades agropecuárias. Podem também ser resultado de uma prática criminosa difícil de cobrir ou ainda de acidentes, inclusive naturais.

A primeira conseqüência do desmatamento é a destruição da biodiversidade, como resultado da diminuição ou, muitas vezes, da extinção de espécies vegetais e animais. Muitas espécies que podem ser a chave para a cura de doenças, usadas na alimentação ou como novas matérias-primas, são totalmente desconhecidas do homem urbano-industrial e correm o risco de serem destruído antes mesmo de conhecidas e estudada. Esse

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patrimônio genético é bastante conhecido pelas várias nações indígenas que habitam as florestas tropicais, notadamente a Amazônia. Mas essas comunidades nativas também estão sofrendo um processo de genocídio e etnocídio que tem levado a perda de seu patrimônio cultural, dificultando, portanto, o acesso aos seus conhecimentos.

Impactos ambientais em ecossistema agrícolas

Como resultado da modernização do campo e da introdução de novas técnicas agrícolas, a produção de alimentos aumentou significativamente. Contudo, apesar dos espantosos avanços tecnológicos, a fome ainda ronda milhões de pessoas em países subdesenvolvidos, principalmente na África. Além disso, como resultado da revolução agrícola, enfrenta-se, atualmente, uma série de desequilíbrios no meio ambiente.

 Poluição com agrotóxicos O plantio de uma única espécie em grandes

extensões de terra tem causado desequilíbrio nas cadeias alimentares preexistentes, favorecendo a proliferação de vários insetos, que se tornaram verdadeiras pragas com o desaparecimento de seus

predadores naturais. Por outro lado, a maciça utilização de agrotóxicos, na tentativa de controlar tais insetos, tem levado a proliferação de linhagens resistentes, forçando a aplicação de pesticidas cada vez mais potentes. Isso, além de causar doenças nas pessoas que manipulam e aplicam esses venenos e naqueles que consomem os alimentos contaminados, tem agravado a poluição dos solos.

 Erosão Outro impacto sério causado pela

agricultura é a erosão do solo. A perda de milhares de toneladas de solo agricultável todos os anos, em conseqüência da erosão, é um dos mais graves problemas enfrentados pela economia agrícola. O processo de formação de novos solos, como resultado do intemperismo das rochas, é extremamente lento, daí a gravidade do problema.

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A URBANIZAÇÃO E O MEIO AMBIENTE

O processo de urbanização ocorreu de forma significativa primeira-mente nos países do continente europeu, com o surgimento e desenvolvimento das indústrias durante o século XVIII.

A partir de 1950, esse processo tomou proporções em escala global. As atividades industriais se expandiram por vários países, atraindo cada vez mais pessoas para as cidades.

Porém, a urbanização sem um devido planejamento tem como consequência vários problemas de ordem ambiental e social. O inchaço das cidades, provocado pelo acúmulo de pessoas, e a falta de uma infraestrutura adequada gera transtornos para a população urbana.

Impactos significativos no ambiente ocorrem em razão dos moldes de produção e consumo nos espaços urbanizados. Poluições, engarrafamentos, violência, desemprego, etc., são aspectos comuns nas cidades.

A poluição das águas é causada principalmente pelo lançamento de efluentes indústrias e domésticos sem um devido tratamento. A poluição atmosférica é um grande problema detectado nas cidades, isso ocorre devido ao lançamento de gases tóxicos na atmosfera. O intenso fluxo de automóveis e as indústrias são os principais responsáveis por esse tipo de poluição. Outros problemas ambientais decorrentes da urbanização são:

a) Impermeabilização do solo; b) Poluição visual; c) Poluição sonora; d) Alterações climáticas; e) Efeito de estufa; f) Chuva ácida; g) Ausência de saneamento ambiental;h) Destinação e tratamento dos resíduos só-

lidos, entre outros.

a) A impermeabilização dos solos provoca a perda irreversível das funções biológicas do solo. Como a água não se pode infiltrar nem evaporar, aumenta a escorrência, originando por vezes inundações catastróficas. A paisagem fragmenta-se e os habitats tornam-se demasiado pequenos ou demasiado isolados para sustentar determinadas espécies. Além disso, o potencial de produção alimentar das terras é perdido para sempre. Segundo as estimativas do Centro Comum de Investigação da

Comissão, a impermeabilização dos solos acarreta a perda anual de 4 milhões de toneladas de trigo. São muitas as regiões da União Europeia onde a impermeabilização dos solos é cada vez maior. É o caso de metade das regiões dos Países Baixos, de oito províncias italianas (Vercelli, Lodi, Verona, Piacenza, Parma, Campobasso, Matera, Catanzaro), de três departamentos franceses (Vendée, Tarn-et-Garonne, Corrèze), da região de Poznan, na Polónia, da Estíria Ocidental, na Áustria, da região Põhja-Eesti, na Estónia, e da região Jugovzhodna, na Eslovénia.A Estratégia temática de proteção do solo apresentada pela Comissão considerou que a degradação do solo, nomeadamente por impermeabilização, constitui um problema grave ao nível da União Europeia. A fim de proteger os solos europeus, a Comissão apresentou em 2006, com o apoio do Parlamento Europeu, uma proposta de proteção aos solos urbanos. Todavia, devido à oposição de alguns Estados-Membros, essa proposta está suspensa no Conselho.

O relatório propõe um ataque ao problema por três vias:

Redução da impermeabilização do solo através de um melhor ordenamento do território ou da reavaliação dos subsídios «negativos» que incentivam indirectamente a impermeabilização de solos.

Acções de atenuação destinadas a reduzir os danos, quando não for possível evitar a impermeabilização do solo. Estas acções passam, por exemplo, pela utilização de superfícies permeáveis, em vez do betão e do asfalto tradicionais, e pela construção de coberturas verdes.

Medidas de compensação destinadas a contrabalançar parcialmente as perdas de solo numa zona por meio de medidas tomadas noutro sítio. Pode fazer-se isto através de pagamentos, como na República Checa e na Eslováquia, ou da restauração de solos já impermeabilizados. Identificaram-se boas práticas, nomeadamente em Dresden e Viena.

Os resultados deste relatório serão incorporados num documento técnico da Comissão no domínio da impermeabilização do solo, que está a ser elaborado com a colaboração de peritos nacionais. O documento facultará às autoridades nacionais, regionais e locais orientações sobre boas práticas de redução da impermeabilização do solo e de atenuação dos seus efeitos, prevendo-se que esteja concluído no início de 2012.

Nas palavras do Comissário responsável pelo Meio Ambiente europeu, Janez Potočnik: «Dependemos dos solos para alguns serviços ecossistémicos fundamentais, sem os quais a vida na Terra desapareceria. Não podemos continuar a perder solos pavimentando-os ou construindo sobre eles. Tal

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não significa parar o crescimento económico ou deixar de melhorar as nossas infra-estruturas, mas exige maior sustentabilidade.»

Para mais informações sobre a política da União Europeia no domínio da protecção do solo, ver:http: //ec.europa.eu/environment/soil/index_en.htm

b) Poluição visual: é a forma de poluição que causa mais polêmica com relação a criação de medidas para coibi-la, pois é alvo de uma série de discussões que vez ou outra esbarram em conceitos estéticos relacionados ao espaço urbano e mesmo na identidade deste espaço.

Talvez por ser um tema relativamente recente, tão recente quanto o surgimento da consciência ambiental nas metrópoles, é que se torna tão difícil chegar a um consenso sobre o que é ou não poluição visual.

Há aqueles que defendam que este seja um termo criado apenas para justificar uma espécie de “ditadura estética” que atenta contra a liberdade de expressão. Entretanto, existem também aqueles para os quais o excesso de publicidade, por outro lado, descaracteriza o espaço urbano além de causar grande confusão, estresse e outros problemas relacionados à grande quantidade de informação.

Poluição visualA poluição visual se encaixa naquilo que é

definido pela Lei 6.938/81 em seu Art. 3º, III, alínea d, como a “…degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente…afetem as condições estéticas e ou sanitárias do meio ambiente;”. A poluição visual, então constituiria um dano ao meio ambiente à medida que o excesso de publicidade, seja ela legal ou não, as pichações, o lixo nas ruas, os emaranhados de fios e outros aspectos, afetam inegavelmente as condições estéticas do meio urbano.

Segundo a Lei de Crimes Ambientais, Lei 9.605/98, Art. 65, apenas a pichação é considerada crime a qual é aplicada a pena de detenção e multa. Aos meios de publicidade, o controle se dá por meio de leis que tentam regulamentar a atividade. Porém, a maioria

delas tem caráter apenas arrecadatório ocupando-se muito pouco do aspecto ambiental e prático da questão.

Alguns municípios entretanto, tem adotado medidas específicas por conta própria para tentar minimizar este tipo de poluição.

c) Poluição Sonora:A poluição sonora ocorre quando num determinado ambiente o som altera a condição normal de audição. Embora ela não se acumule no meio ambiente, como outros tipos de poluição, causa vários danos ao corpo e à qualidade de vida das pessoas.O ruído é o que mais colabora para a existência da poluição sonora. Ele é provocado pelo som excessivo das indústrias, canteiros de obras, meios de transporte, áreas de recreação, etc. Estes ruídos provocam efeitos negativos para o sistema auditivo das pessoas, além de provocar alterações comportamentais e orgânicas.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera que um som deve ficar em até 50 db (decibéis – unidade de medida do som) para não causar prejuízos ao ser humano. A partir de 50 db, os efeitos negativos começam. Alguns problemas podem ocorrer a curto prazo, outros levam anos para serem notados.

Efeitos negativos da poluição sonora na saúde dos seres humanos: · Insônia· Estresse· Depressão· Perda de audição· Agressividade· Perda de atenção e concentração· Perda de memória· Dores de Cabeça· Aumento da pressão arterial· Cansaço· Gastrite e úlcera· Queda de rendimento escolar e no trabalho· Surdez (em casos de exposição à níveis altíssimos de ruído)

Recomendações importantes: Para evitar os efeitos nocivos da poluição sonora é importante: evitar locais com muito barulho; escutar música num volume de baixo para médio; não ficar sem protetor auricular em locais de trabalho com muito ruído; escutar walk man ou mp3 player num volume baixo, não gritar em locais fechados, evitar locais com aglomeração de pessoas conversando, ficar longe das caixas acústicas nos shows de rock e fechar as janelas do veículo em locais de trânsito barulhento.

Curiosidade: Nível de ruído provocado (aproximadamente – em decibéis) - torneira gotejando (20 db)- música baixa (40 db)- conversa tranqüila (40-50 db)- restaurante com movimento (70 db)

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- secador de cabelo (90 db)- caminhão (100 db)- britadeira (110 db)- buzina de automóvel (110 db)- turbina de avião (130 db)- show musical, próximo as caixas de som (acima de 130 db)- tiro de arma de fogo próximo (140 db) Você sabia?- É comemorado em 7 de maio o Dia do Silêncio.- Para medir o nível de ruído num determinado ambiente, os técnicos utilizam um aparelho chamado decibelímetro.

d) Alterações climáticas;

A poluição atmosférica é o efeito provocado na atmosfera por diferentes elementos sólidos, líquidos, ou gasosos, provenientes sobretudo da atividade do Homem.

Os problemas mais graves de contaminação do ar surgem nas cidades e áreas com um grande nível de industrialização, embora cada vez mais se generalizem por todo o planeta, fato que merece a nossa preocupação.

 A Poluição Atmosférica

A poluição do ar nas áreas urbano-industriais, ocorre devido ao fato de estas regiões serem as que possuem mais focos de poluição, como os escapes dos automóveis (que emitem grandes quantidades de gases poluentes), os aquecimentos domésticos, os fumos industriais e outros, os incêndios florestais e as pulverizações com pesticidas.

Outros fatores que também contribuem para a poluição atmosférica são: as características

climáticas de cada região, a posição geográfica e os ventos dominantes.

Os espaços propícios para a concentração da poluição atmosférica são os locais afastados do litoral e regiões abrigadas (pouco ventosas), nestes locais existe uma maior concentração de poluição, pois o ar não se movimenta e os gases acomulam-se.

Os espaços desfavoráveis para a concentração da poluição atmosférica são as regiões litorais ou montanhosas, onde o ar é ascendente, nestes locais existe uma menor concentração de poluição.

Nos países desenvolvidos verifica-se uma maior concentração de poluição atmosférica, devido ao grande nível de industrialização e ao modo de vida das pessoas que utilizam demasiado os automóveis, os CFC’s, etc. No entanto este problema cada vez mais se estende aos países em desenvolvimento, devido a esses países começarem a utilizar cada vez mais automóveis e a ter cada vez mais fábricas.

As consequências da poluição atmosférica:O Smog As condições geográficas e meteorológicas também são muito importantes para o agravamento ou diminuição do efeito da poluição do ar.O “Smog” define-se como uma combinação de fumo e de nevoeiro em áreas urbano-industriais.O Smog surge em situações de nevoeiro, a sua formação é favorecida pe-los focos de poluição, que aumentam o número de núcleos de condensação (poeiras ou partículas diversas) na atmosfera saturada ou quase saturada.As consequências do Smog são:

-         A inversão térmica, ou seja, o aumento da temperatura durante o dia, e em condições de grande arrefecimento nocturno.

-         O Smog provoca diretamente nas pessoas asma, bronquite, problemas respiratórios e cardíacos.

-         A concentração de fumos à superfície.e) Efeito de estufa: Uma das consequências da poluição

atmosférica é o Efeito de Estufa. O sol é constituído por radiações ultravioletas, infravermelhos, entre outras que atravessam a atmosfera, mas nem todas chegam à superfície, pois a mesma absorve, difunde e reflete parte dessa radiação (função de filtro).

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A crescente emissão de dióxido de carbono é prejudicial, pois o CO2 permite a passagem da radiação solar para  terra mas depois funciona como uma barreira, não deixando sair o calor que é refletido pela superfície terrestre, então o calor fica concentrado formando o Efeito de Estufa.

Este fenômeno atinge mais os países desenvolvidos, por serem os maiores emissores de dióxido de carbono.

Na atualidade as regiões menos desenvolvidas e industrializadas também são afetadas por este problema, devido à queima das florestas tropicais e fenômenos naturais (erupções vulcânicas). Este processo tem duas consequências:

      O aquecimento global do planeta, o que pode provocar a fusão do gelo das regiões polares e a subida dos oceanos, com a submersão das regiões litorais.

      Alterações climáticas que poderão acelerar o avanço da dos desertos (desertificação).

 As Chuvas Ácidas

 

As chuvas ácidas formam-se coma libertação de dióxido de enxofre e de óxido de azoto (provenientes de fábricas e automóveis) para a atmosfera. Esses gases que foram

libertados para a atmosfera são levados pelos ventos para as nuvens.

A combinação destes gases com o oxigênio e o vapor de água contido nas nuvens, dá origem a ácido sulfúrico e ácido nítrico, ou seja, formam-se as chuvas ácidas.

Com a precipitação, as chuvas ácidas originam  a acidificação dos solos, que vai prejudicar a agricultura e as espécies de árvores e plantas que vão nascer. Outra consequência é a destruição da vegetação e a contaminação da água, que é muito prejudicial para a vegetação assim como para os animais.

As chuvas ácidas embora afetem mais as regiões industrializadas da América do Norte (EUA e Canadá) e da Europa (Alemanha , Áustria, Polônia, República Checa, Escandinávia), devido à emissão de dióxido de enxofre e à queima de petróleo e carvão,são um problema global visto que os ventos transportam as partículas poluentes.

g) Ausência de saneamento ambiental;

Situação do saneamento no Brasil é dramática e não condiz com crescimento

econômico do paísOs indicadores de saneamento no Brasil são

“dramáticos” e fazem o país parecer parado no século 19. A avaliação é do presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos. A organização não governamental realiza estudos e acompanha a situação do saneamento básico no país.

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De acordo com o Trata Brasil, os últimos dados disponíveis do Ministério das Cidades, de 2009, mostram que cerca de 55,5% da população brasileira não estão ligados a qualquer rede de esgoto e que somente um terço do detrito coletado no país é tratado.

“Podemos dizer que a grande maioria do esgoto do país continua indo para os cursos d’água, os rios, as lagoas, os reservatórios e, consequentemente, o oceano. O Brasil parou no século 19. Qualquer indicador que você pegue tem níveis dramáticos, que não têm nenhuma relação com o avanço econômico que o Brasil vem tendo”, disse Carlos.

Para o especialista, o Brasil teve avanços, principalmente com a criação do Ministério das Cidades e com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Os progressos, no entanto, ainda são tímidos em relação às necessidades do país.

Segundo ele, atualmente são investidos entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões por ano em saneamento no Brasil, quantia inferior à necessária para atingir as metas do governo até 2030 – investimento de R$ 420 milhões pelos próximos 18 anos, o que corresponde a cerca de R$ 20 bilhões por ano, de acordo com estimativas feitas pelo Ministério das Cidades.

Mesmo com o aumento dos recursos para saneamento básico nos últimos anos, principalmente por causa do PAC, a maioria dos projetos não sai do papel. Um levantamento divulgado no início de abril deste ano pelo Trata Brasil, sobre as 114 principais obras de saneamento da primeira fase do programa, mostra que apenas 7% delas estão prontas. Entre as demais, 32% estavam paralisadas e 23% atrasadas.

“O problema não é a falta de recursos. Os municípios não conseguem tocar as obras. Muitos projetos [apresentados ao PAC] estavam desatualizados e tinham problemas técnicos. Muitas obras não passaram nem na primeira inspeção [do programa]”, informou o especialista.

Para Édison Carlos, os principais entraves ao avanço do saneamento básico no país são a falta de prioridade dada pelos políticos à questão e a falta de interesse da população em cobrar essas obras das autoridades.

O Instituto Trata Brasil participará da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Cnuds), a Rio+20, mas Édison Carlos é cético em relação aos avanços que poderão ser obtidos.

“Espero estar errado, mas acho que temas como os biocombustíveis, a questão da floresta e o efeito estufa tendem a dominar as discussões. Além disso, o que costuma balizar essas discussões são temas econômicos”.

h) Destinação e tratamento dos resíduos sólidos

O colapso do saneamento ambiental no Brasil chegou a níveis insuportáveis. A falta de água potável e de esgotamento sanitário é responsável, hoje, por 80% das doenças e 65% das internações hospitalares. Além disso, 90% dos esgotos domésticos e industriais são despejados sem qualquer tratamento nos mananciais de água. Os lixões, muitos deles situados às margens de rios e lagoas, são outro foco de problemas. O debate sobre o tratamento e a disposição de resíduos sólidos urbanos ainda é negligenciado pelo Poder Público.

Lixo é todo e qualquer resíduo sólido resultante das atividades diárias do homem em sociedade. Pode encontrar-se nos estados sólido, líquido e gasoso. Como exemplo de lixo temos as sobras de alimentos, embalagens, papéis, plásticos e outros. 

A definição de LIXO como material inservível e não aproveitável é, na atualidade, com o crescimento da indústria da reciclagem, considerada relativa, pois um resíduo poderá ser inútil para algumas pessoas e, ao mesmo tempo, considerado como aproveitável para outras.

CLASSIFICAÇÃOSegundo o critério de origem e produção, o lixo

pode ser classificado da seguinte maneira:· Doméstico: gerado basicamente em residências;· Comercial: gerado pelo setor comercial e de serviços;· Industrial: gerado por indústrias (classe I, II e III);· Hospitalares: gerado por hospitais, farmácias, clínicas, etc.;· Especial: podas de jardins, entulhos de construções e animais mortos.

De acordo com a composição química, o lixo pode ser classificado em duas categorias:

·Orgânico· Inorgânico.

DESTINO DO LIXOResíduo Descartado Sem Tratamento:Caso o lixo não tenha um tratamento adequado,

ele acarretará sérios danos ao meio ambiente:

1º - POLUIÇÃO DO SOLO: alterando suas características físico-químicas, representará uma séria

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ameaça à saúde pública tornando-se ambiente propício ao desenvolvimento de transmissores de doenças, além do visual degradante associado aos montes de lixo.

2º - POLUIÇÃO DA ÁGUA: alterando as características do ambiente aquático, através da percolação do líquido gerado pela decomposição da matéria orgânica presente no lixo, associado com as águas pluviais e nascentes existentes nos locais de descarga dos resíduos.

3º - POLUIÇÃO DO AR: provocando formação de gases naturais na massa de lixo, pela decomposição dos resíduos com e sem a presença de oxigênio no meio, originando riscos de migração de gás, explosões e até de doenças respiratórias, se em contato direto com os mesmos.

Resíduo descartado com tratamento:A destinação final e o tratamento do lixo podem

ser realizados através dos seguintes métodos:· Aterros sanitários (disposição no solo de resíduos domiciliares);· Reciclagem energética (incineração ou queima de resíduos perigosos, com   reaproveitamento e transformação da energia gerada);· Reciclagem orgânica (compostagem da matéria orgânica);· Reciclagem industrial (reaproveitamento e transformação dos materiais  recicláveis);· Esterilização a vapor e desinfecção por microondas (tratamento dos resíduos patogênicos, sépticos, hospitalares).

OBS.-Programas educativos ou processos industriais que tenham como objetivo a redução da quantidade de lixo produzido, também podem ser considerados como formas de tratamento.

ATERROS SANITÁRIOSEsclarecemos inicialmente que existe uma

enorme diferença operacional, com reflexos ambientais imediatos, entre Lixão e Aterro Sanitário.

O Lixão representa o que há de mais primitivo em termos de disposição final de resíduos. Todo o lixão coletado é transportado para um local afastado e descarregado diretamente no solo, sem tratamento algum.

Assim, todos os efeitos negativos para a população e para o meio ambiente, vistos anteriormente, se manifestarão. Infelizmente, é dessa forma que a maioria das cidades brasileiras ainda "trata" os seus resíduos sólidos domiciliares.

O Aterro Sanitário é um tratamento baseado em técnicas sanitárias (impermeabilização do solo/compactação e cobertura diária das células de lixo/coleta e tratamento de gases/coleta e tratamento do chorume), entre outros procedimentos técnico-operacionais responsáveis em evitar os aspectos negativos da deposição final do lixo, ou seja, proliferação de ratos e moscas, exalação do mau cheiro, contaminação dos lençóis freáticos, surgimento de

doenças e o transtorno do visual desolador por um local com toneladas de lixo amontoado.

Entretanto, apesar das vantagens, este método enfrenta limitações por causa do crescimento das cidades, associado ao aumento da quantidade de lixo produzido.

O sistema de aterro sanitário precisa ser associado à coleta seletiva de lixo e à reciclagem, o que permitirá que sua vida útil seja bastante prolongada, além do aspecto altamente positivo de se implantar uma educação ambiental com resultado promissores na comunidade, desenvolvendo coletivamente uma consciência ecológica, cujo resultado é sempre uma maior participação da população na defesa e preservação do meio ambiente.

As áreas destinadas para implantação de aterros têm uma vida útil limitada e novas áreas são cada vez mais difíceis de serem encontradas próximas aos centros urbanos. Aperfeiçoam-se os critérios e requisitos analisados nas aprovações dos Estudos de Impacto Ambiental pelos órgãos de controle do meio ambiente; além do fato de que os gastos com a sua operação se elevam, com o seu distanciamento.

Devido a suas desvantagens, a instalação de Aterros Sanitários deve planejada sempre associada à implantação da coletiva seletiva e de uma indústria de reciclagem, que ganha cada vez mais força.

COMPOSTAGEMA compostagem é uma forma de tratamento

biológico da parcela orgânica do lixo, permitindo uma redução de volume dos resíduos e a transformação destes em composto a ser utilizado na agricultura, como recondicionante do solo. Trata-se de uma técnica importante em razão da composição do lixo urbano do Brasil.

Pode enfrentar dificuldades de comercialização dos compostos em razão do comprometimento dos mesmos por contaminantes, tais como metais pesados existentes no lixo urbano, e possíveis aspectos negativos de cheiro no pátio de cura.

INCINERAÇÃOEste tratamento é baseado na combustão

(queima) do lixo.É um processo que demanda custos bastante

elevados e a necessidade de um super e rigoroso controle da emissão de gases poluentes gerados pela combustão.

Com o avanço da industrialização, a natureza dos resíduos mudou drasticamente. A produção em massa de produtos químicos e plásticos torna, hoje em dia, a eliminação do lixo por meio da incineração um processo complexo, de custo elevado e altamente poluidor.

A incineração acaba gerando mais resíduos tóxicos, tornando-se uma ameaça para o ambiente e a saúde humana.

Os incineradores não resolvem os problemas dos materiais tóxicos presente no lixo. Na verdade, eles

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apenas convertem esses materiais tóxicos em outras formas, algumas das quais podem ser mais tóxicas que os materiais originais.

As emissões tóxicas, que são liberadas mesmo pelos incineradores mais modernos (nenhum processo de incineração opera com 100% de eficácia), são constituídas por três tipos de poluentes altamente perigosos: os metais pesados, os produtos de combustão incompleta e as substâncias químicas novas, formadas durante o processo de incineração.

Inúmeras organizações internacionais de defesa ambiental, inclusive o Greenpeace, defendem a implementação de estratégias e planos que promovam a redução, a reutilização e a reciclagem de matérias, produtos e resíduos. A incineração não tem lugar em um futuro sustentável.

A Convenção de Estocolmo, um tratado assinado por 151 países, inclusive o Brasil, tem o objetivo de acabar com a fabricação e utilização de 12 substâncias tóxicas, os chamados "Doze Sujos". Entre elas, estão as dioxinas e os furanos, substâncias potencialmente cancerígenas.

A Convenção classifica os incineradores de resíduos e os fornos de cimento para co-geração de energia por meio da queima de resíduos, como sendo uma das principais fontes de dioxinas, furanos e PCBs ("Polychlorinated Biphenuyls").

Além disso, recomenda o uso de tecnologias alternativas para evitar a geração desses subprodutos. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP) reportou que os incineradores são a fonte de mais de 60% das emissões mundiais de dioxinas.

FENÔMENOS QUE OCORREMEM ÁREAS URBANAS :

Inversão   Térmica

             Consiste em um fenômeno natural que pode acontecer em qualquer parte do planeta. Em geral, ocorre no final da madrugada e no início da manhã, principalmente nos meses de inverno. No fim da madrugada, dá-se o pico de perda de calor do solo por irradiação. É quando, portanto, notam-se as temperaturas mais baixas, tanto do solo quanto do ar. Quando a temperatura mais próxima do solo caiu abaixo de 4ºC, o ar frio, é incapacitado de elevar-se, fica retido em baixas altitudes. Camadas mais elevadas da atmosfera são ocupadas com ar relativamente mais quente, que não consegue descer. Ocorre, assim, uma estabilização momentânea da circulação atmosférica em escala local, caracterizada por uma inversão das camadas: o a frio fica em baixo e o ar quente em cima, fenômeno definido como inversão térmica. Logo após o nascer do sol, á medida que havendo o aquecimento do solo e do ar próximo a ele, o fenômeno vai paulatinamente desfazendo-se. O ar aquecido sobe e o ar resfriado desce, voltando a ter circulação atmosférica. A inversão térmica se desfaz.

              Como já foi dito, esse fenômeno pode ocorrer em qualquer lugar do planeta, porém é mais comum em lugares onde o solo ganha bastante calor durante o dia, mais em compensação perde muito a noite, tornando as baixas camadas atmosféricas muito frias, impossibilitando a sua ascensão. Assim, um ambiente muito favorável para a ocorrência da inversão térmica são as grandes cidades por apresentarem grande área construída, portanto desmatada e impermeabilizada, as grandes cidades absorvem grandes quantidades de calor durante o dia. Á noite, entretanto, perdem calor rapidamente. É justamente ai que está o problema: com a concentração do ar frio nas camadas mais baixas da atmosfera, o que impede sua dispersão, ocorre também a concentração de toneladas de poluentes emitidos por várias fontes, o que agrava muito o problema da poluição em baixos extratos da atmosfera, sendo um grave problema ambiental apenas em centros urbano-industriais.

            No caso da cidade de São Paulo, há ainda um outro tipo de inversão térmica, o chamado efeito “tampão”. A entrada, no verão, de massas de ar quente proveniente do oceano forma um tampão sobre a cidade, que é cercada de morros. Essa camada de ar quente impede a ascensão do ar mais frio que está próximo do solo, causando uma inversão térmica natural.  No entanto, o efeito “tampão”, ao impedir a ascensão do ar frio, concentra toneladas de poluentes em baixos extratos da atmosfera, porque dificulta sua dispersão. Assim, acidade de São Paulo apresenta inversão térmica tanto no verão, como no inverno, sendo que nesta estação é muito mais grave, pois os baixos índices pluviométricos colaboram ainda mais para dificultar a dispersão dos poluentes. 

Ilha de   Calor

              Ilha de calor é o aumento de temperatura (raios solares), modificando composições atmosféricas como a ventilação, a umidade e, às vezes, causando chuvas intensas, em determinada época do ano. Esses efeitos climáticos acontecem, devido aos seguintes fatores:

              a) Elevada capacidade de absorção de superfícies urbanas como o asfalto, paredes de tijolo ou concreto, telhas de barro e de amianto;

           b) Falta de áreas revertidas de vegetação, prejudicando o albedo, poder refletor de determinadas superfícies (quanto maior a vegetação, maior é o poder refletor) e logo levando a uma maior absorção de calor;

           c) Impermeabilização do solo pelos calçamentos e desvios da água por bueiros e galerias, o que rediz o processo de evaporação, assim não usando o calor, e sim absorvendo;

           d) Concentração de edifícios, que interfere na circulação dos ventos;

           e) Poluição atmosférica que retém a radiação do calor, causando o aquecimento da atmosfera (efeito estufa);

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           f) Utilização de energia pelos veículos de combustão interna, pelas residências e pelas indústrias, aumentando o aquecimento da atmosfera.

           Devido a esses fatores, o ar atmosférico na cidade é mais quente que nas áreas que circundam esta cidade. O nome ilha de calor dá-se pelo fato de uma cidade apresentar em seu centro uma taxa de calor muito alta, enquanto em suas redondezas a taxa de calor é normal. Ou seja, o poder refletor de calor de suas redondezas é muito maior que no centro dessa cidade.

Poluição das Águas em sistemas urbanosNas grandes aglomerações urbanas, o problema

da poluição das águas assume proporções catastróficas. Nas cidades, há um elevado consumo de água e, conseqüentemente, uma infinidade de fontes poluidoras, tanto na forma de esgotos domésticos como de fluentes industriais. Na França, o consumo doméstico de água é, em média, de 150 litros diários por habitantes. Somando-se a esse consumo as necessidades comunitárias chega-se facilmente a 200 litros diários por habitantes, consome em torno de 2 bilhões de litros de água por dia. Toda essa enorme quantidade de água utilizada pelas atividades domésticas e industriais não é propriamente consumida, mas retirada da natureza e depois novamente devolvida. É exatamente aí que está o problema, a maior parte dessa água, depois de utilizada para vários fins, é devolvida ao meio ambiente parcial ou totalmente poluída. A poluição orgânica desequilibra o ecossistema aquático que a recebe, por exemplo, matando os peixes por asfixia, ao passo que a poluição tóxica mata por envenenamento. Proveniente exclusivamente dos efluentes industriais, a poluição tóxica é a mais perigosa, sendo que a metade dela é lançada pelas industrias químicas e em torno de um terço, pelas fábricas de metais. Há a necessidade de implantação de um sistema de coleta e tratamento dos esgotos domiciliares e industriais para que, depois de utilizada, a água retorne limpa a natureza. Cidades SustentáveisDesenvolvimento Sustentável

 A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, aprovou a Agenda 21 – documento que estabelece um pacto pela mudança do padrão de desenvolvimento global para o século XXI, na forma de compromissos que expressam o desejo de mudança das nações do atual modelo de civilização para outro em que predomine o equilíbrio ambiental e a justiça social.

Com a Agenda 21 consolida-se a noção de indissociabilidade entre desenvolvimento e conservação do meio ambiente, que leve à mudança do

padrão de crescimento econômico e, portanto, torne possível a idéia do direito ao desenvolvimento, especialmente para os países mais pobres e do direito à condições ambientais adequadas para as futuras gerações.

Os países que assinaram o documento assumiram o compromisso de incorporar em suas políticas, metas para atingir o desenvolvimento sustentável. Esse conceito – ainda em construção – consagrado pelo Relatório Brundtland (CNUMAD,1991) e firmado na CNUMAD-92  através da Agenda 21, como “aquele que satisfaz as necessidades do presente, sem comprometer  a capacidade das gerações futuras em satisfazerem suas próprias necessidades”, é alvo de análise e críticas diversas, mas tem sido incorporado aos debates e estratégias de planejamento e gestão em vários países.

O documento “Cidades Sustentáveis” (MMA, 2000) elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com diversos atores do governo e da sociedade civil,  sintetiza os debates  em torno dos subsídios para elaboração da Agenda 21 Brasileira no que concerne à incorporação da dimensão ambiental nas políticas urbanas vigentes, como um dos seis temas centrais destacados no processo: Agricultura sustentável; Cidades Sustentáveis; Infra-estrutura e Integração Regional; Gestão dos Recursos Naturais; Redução das Desigualdades Sociais e Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável.

Neste documento são destacadas duas noções-chave que tomam forma a partir do conceito de desenvolvimento sustentável: sustentabilidade ampliada e sustentabilidade progressiva. A sustentabilidade ampliada aborda a sinergia entre as dimensões ambiental, social e econômica do desenvolvimento, do que decorre a necessidade de se enfrentar conjuntamente a pobreza e a degradação ambiental; e, a sustentabilidade progressiva, aborda a sustentabilidade como um processo pragmático de desenvolvimento sustentável, englobando a produção, a conservação e a inclusão.

Destaca, também, quatro dimensões básicas do conceito: ética, temporal, social e prática, bem como indica critérios e vetores  de sustentabilidade, paradigmas e produtos do desenvolvimento sustentável, que deverão ser progressivamente incorporados pelas esferas pública e privada.

Sustentabilidade urbana

 As condições de sustentabilidade estão definidas pela população, pela tecnologia e pelos padrões de consumo.

A discussão sobre meio ambiente passa necessariamente pela questão da sustentabilidade urbana, se considerarmos o grau de urbanização global, que já passa de 50% e deve atingir o percentual de 60% até 2025.

No Brasil, a população que vive em áreas urbanas já ultrapassou o percentual de 75% do total da

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população e deverá atingir 85% nos próximos vinte anos.

Esse crescimento dos centros urbanos tem levado a uma acentuada queda da qualidade de vida e a um crescimento dos problemas sociais e dos desequilíbrios ambientais, agravados pelas mudanças estruturais recentes na dinâmica capitalista.

Assim, não podemos encarar o atual quadro das áreas urbanas como resultado de processos conjunturais, mas sim buscar formas de administrar os processos sociais que as produzem e modificam, abandonando a visão das cidades como espaços caóticos.

Isto implica em trabalhar com os princípios da sustentabilidade incorporados à gestão urbana, focalizando questões como a redução dos níveis de pobreza; criação de postos de trabalho; saneamento, educação e saúde; adequação do uso do solo urbano; controle de poluição; recuperação ambiental; fontes de energia; violência urbana; proteção do patrimônio histórico e ambiental.

 Cidades Sustentáveis

 A cidade sustentável é um fenômeno em construção, que pressupõe um conjunto de mudanças e “depende da capacidade de reorganizar os espaços, gerir novas economias externas, eliminar as deseconomias de aglomeração, melhorar a qualidade de vida das populações e superar as desigualdades sócio-econômicas como condição para o crescimento econômico e não como sua conseqüência”.(ALVA,1997)

Depende, também, da gestão correta dos recursos ambientais da cidade, entre eles os recursos hídricos, as condições climáticas, o solo, o relevo, a vegetação, pois a deterioração ambiental das cidades é conseqüência da superexploração de seus recursos ambientais, da não-observância dos seus limites e da capacidade de suporte do ambiente às atividades urbanas.

A busca por uma sociedade economicamente viável, socialmente justa e ambientalmente saudável conduz ao esforço de compreensão das novas dinâmicas que regem o espaço urbano, que possibilitem a construção de políticas articuladas cujo objetivo seja a qualidade de vida, a produtividade, a preservação e a inclusão.

Conclusão                  A partir das últimas décadas a questão ambiental tornou-se uma preocupação mundial. A grande maioria das nações do mundo reconhece a emergência em buscar soluções aos problemas ambientais. Alterações climáticas, desertificação, poluição atmosférica e perda da biodiversidade são algumas das questões a serem resolvidas por cada uma das nações do mundo, segundo suas respectivas especificidades.                  Habitantes do chamado primeiro mundo, vêm pressionando seus governos a buscar alternativas para tentar reverter aos danos causados ao meio

ambiente. Muitos desses países, contudo, mantém velhas práticas e continuam a explorar a natureza contaminando, com suas indústrias obsoletas, o resto do mundo. Contribuindo assim com o agravamento de problemas sociais de nações empobrecidas, prosseguindo sua caminhada rumo a um mundo insustentável e perigoso.                  A responsabilidade pela escalada destrutiva não recai apenas sobre os países ricos. O Brasil, por exemplo, tem grande participação na dilapidação de seus recursos naturais e na desagregação de seu meio ambiente. Cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro têm o ar comprometido pela poluição, o que provoca doenças graves, até as fatais. As florestas brasileiras vêm sendo devastadas sem qualquer controle, em nome de um projeto de desenvolvimento questionável, com prejuízos para a flora, a fauna e o homem. O desafio é grande e envolve adversários poderosos, movidos por interesses que pouco tem contribuído para a proteção dos recursos naturais. Mas o que está em jogo é, antes de tudo, a vida do planeta e de seus habitantes. Por isso é urgente a mobilização de todos para salvar a biodiversidade, da qual todos dependem.

 

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