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Principais JulgadosJurisprudnciaAo Civil Pblica. Atos de improbidade administrativa. Defesa do patrimnio pblico. Legitimao ativa do Ministrio Pblico. Constituio Federal, arts. 127 e 129, III. Lei n 7.347/85 (arts. 1, IV, 3, II, e 13). Lei n 8.429/92 (art. 17). Lei n 8.625/93 (arts. 25 e 26). 1. Dano ao Errio municipal afeta o interesse coletivo, legitimando o Ministrio Pblico para promover o inqurito civil e ao civil pblica objetivando a defesa do patrimnio pblico. A Constituio Federal (art. 129, III) ampliou a legitimao ativa do Ministrio Pblico para propor ao civil pblica na defesa dos interesses coletivos. 2. Precedentes jurisprudenciais. 3. Recurso no provido. REsp 154.128-SC. Ao de Reparao de Danos. Proposta contra empresa de transporte coletivo. Morte por atropelamento causado pelo preposto. Honorrios advocatcios. No caso de pensionamento, o capital necessrio a produzir a renda correspondente s prestaes vincendas nunca deve integrar a base de clculo da verba honorria. Os honorrios advocatcios, relativamente s prestaes vincendas, devem ser arbitrados observando-se os critrios do 4 do artigo 20, CPC, que trata das causas de valor inestimvel. Adstrita a discusso s teses postas no mbito dos embargos de divergncia, mantm-se o v. acrdo embargado, que decidiu serem os honorrios advocatcios devidos em percentual sobre o somatrio dos valores das prestaes vencidas mais um ano das vincendas, no sendo aplicvel o disposto no 5 do artigo 20, CPC. Embargos de divergncia rejeitados. EDREsp 109.675-RJ. Ao Declaratria. Dispensa de pagamento parcial depois de iniciado o processo. Ausncia de trnsito em julgado. Pedido de levantamento das quantias depositadas. Embargos de declarao. Efeitos modificativos. Art. 535, CPC, Lei Estadual n. 8.198/1992. CTN, art. 204. Portaria CAT/SUB-G n. 1/1993. 1. Dbito tributrio englobando o fornecimento de alimentao e bebidas, parcialmente dispensando a Lei n. 8.198/1992 o pagamento de uma das operaes. 2. Advento de remisso por ato normativo estadual, antes do trnsito em julgado da deciso desfavorvel ao contribuinte. 3. Depsitos ainda no convertidos em renda do Estado. 4. Doutrina e jurisprudncia proclamam, cnscios da maior utilidade dos embargos de declarao, a possibilidade de serem admitidos com efeitos modificativos do julgado. 5. Preocupao tica que deve nortear o juiz, mormente nos dias atuais, na entrega da prestao da tutela jurisdicional. 6. Recurso especial sem provimento. REsp 242.463-SP.

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Coletnea de Julgados e Momentos Jurdicos dos Magistrados no TFR e STJAo Declaratria. Valor da causa. Emprstimo compulsrio sobre energia eltrica. Art. 260 do CPC. 1. O simples fato de cuidar-se de ao declaratria no implica a inexistncia de contedo econmico, nem autoriza seja o valor da causa fixado por simples estimativa. 2. Pretendendo-se a declarao de inexistncia de determinada relao jurdica, o valor da causa dever corresponder ao benefcio econmico auferido. No caso concreto, tratando-se de parcelas vencidas e vincendas de emprstimo compulsrio sobre energia eltrica, o critrio a ser adotado o preconizado no artigo 260 do Cdigo de Processo Civil. 3. Precedentes jurisprudenciais. 4. Recurso no provido. REsp 165.011-SP. Ao Popular. Processual Civil. Execuo de Ttulo Judicial. Liquidao. Homologao de Clculos. Citao. Legitimidade para Recorrer. Correo Monetria. Art. 6, LICC. Lei n 4.717/65 (art. 14, 3). 1. Para recorrer preciso ter legitimidade ativa para agir instrumentalmente quanto providncia jurisdicional pretendida. Ilegitima-se quem no titular de direito prprio, nem tem capacidade para representar, suceder ou substituir quem teria ficado sem tutela. No caso, outrossim, no se compraz a hiptese de legitimao extraordinria. 2. A divergncia, para permitir o cotejo analtico, deve amoldar-se exigncia legal (art. 26, Pargrafo nico, Lei n 8.038/90). 3. A correo monetria plena, na atualizao de valores defasados, mxime na Ao Popular, incide como meio hbil para recompor o patrimnio pblico lesado, contrapondo-se tormentosa inflao, corrosiva da moeda, constituindo-se em instrumento, no s econmico e jurdico, mas tico, evitando o enriquecimento sem causa. 4. Recurso parcialmente conhecido e improvido. REsp 1.831-SC. Administrativo e Civil. Contrato com a Administrao Pblica. Quitao sem ressalva. Possibilidade de cobrana de saldo residual e de correo monetria. Precedentes. 1. Havendo quitao sem ressalva, presume-se o pagamento apenas quanto ao principal, podendo tal presuno ser afastada mediante prova em contrrio, uma vez que relativa. No caso concreto, no logrou xito a recorrente em arred-la. 2. Especificamente, quanto possibilidade de cobrana de correo monetria, ainda que sem ressalva a quitao, h inmeros precedentes que a admitem. Entende-se que, por no constituir a correo monetria um plus, mas um minus, nada acrescendo ao valor original, o Poder Pblico s estar liberado quando integralmente pago o dbito, o que inclui a atualizao pleiteada, quando verificado o atraso no adimplemento da obrigao. 3. Precedentes jurisprudenciais. 4. Recurso parcialmente provido. REsp 171.160-SP. Administrativo e Processual Civil. Desapropriao. Cobertura vegetal (matas naturais). Indenizao. Motivao nas provas. Prequestionamento. Inocorrncia de contrariedade ao artigo 535, CPC. Lei n 4.771/65, artigos 2, 10, 14 e 16. Smulas ns 282 e 356-STF, 7 e 211-STJ. 1. Os limites objetivos na instncia ordinria no amoldaram o prequestionamento dos padres legais apontados

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Ministro Milton Luiz Pereiracomo contrariados (art. 105, III, CF). 2. A finalidade da jurisdio compor a lide e no a discusso exaustiva ao derredor de todos os pontos e dos padres legais enunciados pelos litigantes. Incumbe ao Juiz estabelecer as normas jurdicas que incidem sobre os fatos arvorados no caso concreto (jura novit curia et da mihi factum data tibi jus). Inocorrncia de ofensa ao art. 535, CPC. 3. Acrdo constitudo luz de aspectos factuais e demonstrao probatria, no se expe a reexame na via especial (Smula n 7-STJ). 4. Precedentes soalhados em pontos litigiosos diferentes da limitao objetiva posta no caso concreto desfigura apregoada divergncia (art. 105, III, c, CF). 5. Recurso parcialmente conhecido, sem provimento. REsp 149.735-SP. Administrativo e Processual Civil. Mandado de segurana. Concorrncia pblica. Acesso a documentos e informaes. Legitimao passiva. Perda de objeto. Extino do processo (art. 267, IV e VI, CPC). 1. No mandado de segurana a errnea indicao da autoridade coatora, afetando uma das condies da ao, acarreta a extino do processo sem julgamento do mrito, no podendo o juiz substituir a vontade do Impetrante e determinar a substituio. Precedentes jurisprudenciais iterativos. 2. Finalizado o processo licitatrio e proclamados os vencedores, no caso, cristalizou-se a perda de objeto. 3. Extino do processo sem julgamento de mrito. MS 5.863-DF. Administrativo. Ao ordinria. Desapropriao indireta. Estao ecolgica. Juros compensatrios. Exame probatrio contrrio incidncia. Smula n 7-STJ. 1. O decreto expropriatrio, por si, no opera impedimento ao uso e gozo da propriedade. Inexistncia de concreta explorao econmica anterior para ser compensada por juros compensatrios. No so indenizveis hipteses de aproveitamento. Convencimento assentado no exame de provas, feito nos limites da soberania reservada s instncias ordinrias, no se expe via Especial (Smula no 7-STJ). 2. Recurso no conhecido. REsp 108.896-SP. Administrativo. Ao Popular. Natureza jurdica de ato negocial prevendo a entrega de imveis da Unio Federal. Edificaes oferecidas em contraprestao. Permuta. Empreitada. Ilegalidade arvorada. Legitimao passiva. Lesividade denunciada. Lei 4.717/65 (arts. 2 e 4). Lei 5.658/71 (art. 1). CPC, arts. 267, VI, 471, 472, 473 e 541, III. Lei 8.038/90 (art. 24, I e II). 1. A conceituao da natureza jurdica do contrato para a verificao da sua legalidade, por si, no implica no exame de clusulas ou de provas, desembaraando a admissibilidade e o conhecimento. A prpria relevncia das questes decorrentes do comprometimento do patrimnio pblico e das questes debatidas recomendam o exame do despique recursal. 2. Contrato de efeitos obrigacionais recprocos visando coisas futuras (bem do patrimnio por bem do patrimnio), constitui permuta (negcio de ut des), a final, obrigando a transferncia de uma coisa diversa por outra recebida do outro agente. Interessa ao credor a coisa que

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Coletnea de Julgados e Momentos Jurdicos dos Magistrados no TFR e STJdever ser entregue, pouco importando a atividade do devedor para realizar a entrega. Desfigurao da empreitada. 3. Ilegalidade e lesividade desfiguradas. 4. Recursos improvidos. REsp 80.210-PE. Administrativo. Aes civis pblicas conexas. Ao cautelar de seqestro. Improcedncia do pedido e extino do processo. Julgamento do mrito. Eletropaulo. Conceito ampliado de servidor pblico. CF, art. 37. CPC, artigos 269, I, 515 e 1 e 2. Lei n. 3.502/1958 (arts. 1 e 2). 1. O Tribunal, apreciando apelao, com o sinete revisional, pode julgar procedente o pedido inicial (art. 515, 1 e 2, CPC). No-ocorrncia de contrariedade ou negativa de vigncia ao artigo 269, I, CPC (art. 105, III, a, CF). 2. Os empregados ou dirigentes de concessionria de servio pblico tambm esto sob as ordenanas do princpio de moralidade, escudo protetor dos interesses coletivos contra a lesividade. As leis surgem de fatos reais que no podem ser ignorados na interpretao e aplicao do texto legal editado com aquela finalidade. 3. Recurso sem provimento. REsp 255.861-SP. Administrativo. Ato modificando o volume de produo anual de lcool etlico hidratado. 1. Portarias de efeitos gerais, com misso normativa, no objetivando situaes pessoais, por sua natureza, so revogveis. Atos de simples autorizao, sujeitos discricionariedade do Poder Pblico, em ateno poltica do setor sucroalcooleiro podem ser alterados, sem ofensa aos direitos subjetivos singulares. 2. Segurana denegada. MS 4.346-DF. Administrativo. Autorizao de pesquisa. Retificao de alvar. Caducidade. Recurso hierarquicamente superior. Decreto-Lei 227/67. Lei 9.314/96. 1. A cesso dos direitos de pesquisa, para gerar direitos ao cessionrio, depende de averbao administrativa, com o reconhecimento da sua capacidade para adquirilos com as obrigaes especficas. 2. Expedidos os Alvars autorizados, as retificaes posteriores sujeitam-se s publicaes, sem as quais no se consubstanciaro os efeitos legais, ficando toldados os direitos pesquisa. 3. O recurso hierarquicamente superior provoca a manifestao da autoridade competente sem o vislumbre da supresso de instncia ou de arbitrria avocao de atribuio administrativa. 4. Derriscando-se o direito adquirido e desfigurada a alegao de liquidez e certeza do direito vindicado, a segurana no merece as loas do sucesso. 5. Segurana denegada. MS 4.892-DF. Administrativo. Civil e Processual Civil. Desapropriao. Demora no pagamento do preo fixado. Legtimo o socorro da ao ordinria objetivando o ressarcimento. Danos e perdas. Ttulo sentencial transitado em julgado na desapropriatria. 1. Afastada a coisa julgada, legitima-se o socorro da ao ordinria objetivando o ressarcimento dos prejuzos causados pelo retardamento no pagamento de valor decorrente do ttulo sentencial transitado em julgado na desapropriatria. 2. O pagamento tardio, durante perodo toldado por notria

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Ministro Milton Luiz Pereiraespiral inflacionria, derruindo a expresso econmica da moeda, davante, espelhando indenizao de valor simblico, favorece pleitear ressarcimento. Desconhecer-se a obrigao de repar-los seria a consagrao de flagrante injustia, com manifesta ofensa ao princpio da prvia e justa recomposio do patrimnio desfalcado pela desapropriao. 3. Acolhimento do pedido, na execuo, estabelecendo-se o valor da reparao, observando-se o valor fixado pelo ttulo sentencial transitado em julgado e o encontrado na ao ordinria de indenizao, com a incidncia dos consectrios legais. 4. Recurso Provido. REsp 81.574-GO. Administrativo. Civil. Veculo automotor. Alienao fiduciria. Registro em ttulos e documentos. Anotao no certificado de propriedade. Lei n 4.728/1965 (art. 66, 1). Lei n 6.015/1973 (art. 129, incs. V e VII). Decreto-Lei n 911/1969. Smulas nos 92-STJ e 489-STF. 1. A boa-f do adquirente reclama a proteo surgente de indispensvel registro da alienao fiduciria no Ofcio de Ttulos e Documentos. 2. palma de necessrio resguardo, igualmente, indispensvel o registro da alienao fiduciria no certificado de propriedade de veculo automotor. 3. Precedentes jurisprudenciais. 4. Recurso provido. REsp 226.856-PB. Administrativo. Cursos superiores. Transferncia no mesmo estabelecimento de ensino. Cumprimento de requisitos necessrios. Lei n 4.024/61. Decreto-Lei n 464/69. Lei n 7.165/83. Regimento Interno das Faculdades e Resolues n 04/93. 1. Diferenciados os currculos bsicos e profissional dos Cursos de Pedagogia e de Direito, a transferncia de um para outro pressupe o cumprimento de requisitos especficos. impossvel ultim-la do primeiro semestre do Curso de Pedagogia para o segundo do Curso de Direito, sem o cumprimento, a tempo e modo, da freqncia e aproveitamento do primeiro perodo deste, certo que no so equivalentes os respectivos currculos, seja quanto apenas uma, duas ou mais disciplinas. 2. No constitui direito lquido e certo a transferncia precria, rf da formalizao e descumprimento de requisitos essenciais. 3. Na atoarda de multifrios fatos e dvidas, cujo deslinde no apropriado estreita via do mandamus, esmaece a pretenso com sustentao em alegado direito lquido e certo. 4. Segurana denegada. MS 4.296-DF. Administrativo. Demisso conseqente de processo administrativo. Absolvio na sentena criminal. Reintegrao. Prescrio. Decreto 20.910/32 (art. 1). 1. Pendente de julgamento a imputao criminal pelos mesmos fatos justificadores da demisso administrativa, o prazo prescricional para a ao judicial inicia-se com a sentena transitada em julgado e no do dia do ato demissrio concretizado no curso do processo judicial. Assim no se entendendo, o servidor punido administrativamente pela prtica de ato considerado criminoso, jamais poderia exercer o direito subjetivo de ao, em razo do inevitvel vencimento do prazo

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Coletnea de Julgados e Momentos Jurdicos dos Magistrados no TFR e STJprescricional at o trnsito em julgado da sentena absolutria. Logo, nessa hiptese, no se pode imputar-lhe a inrcia. 2. Recurso improvido. REsp 6.147-SP. Administrativo. Desapropriao de imvel urbano. Valor indenizatrio fixado em ttulo sentencial transitado em julgado. Imisso definitiva na posse antes do pagamento integral. Constituio federal, artigo 182, 3 . Decreto-Lei n 3.365/41 (art. 15). Decreto-Lei n 1.075/70 (art. 3 ). 1. Quando solicitada e reconhecida a necessidade de imediata imisso na posse de imvel urbano, a Primeira Seo do Superior Tribunal de Justia assentou que no ofende a legislao infraconstitucional o condicionamento da imisso antecipada na posse ao depsito integral do valor apurado em avaliao judicial provisria (REsp n 16.647-SP Rel. Min. Humberto Gomes de Barros in DJU de 1.8.94; EREsp n 20.788-SP Rel. Min. Demcrito Reinaldo in DJU de 20.9.93; EREsp n 23.649-SP Rel. Min. Cesar Asfor Rocha). 2. Por derivao lgica, faltantes o pedido e a precedente declarao de urgncia, embora fixado o valor indenizatrio em ttulo sentencial transitado em julgado, se o expropriante, a tempo e modo, no exercitou o direito de se imitir na posse provisria, no pode objetiv-la na fase de execuo de sentena, sem o pagamento integral do justo preo. Em contrrio, no caso, via oblqua, conseguiria a posse definitiva, afrontando o princpio constitucional do prvio pagamento integralizado (art. 182, 3, C.F.), consagrando injusto privilgio expropriante. 3. Recurso improvido. REsp 88.998-SP. Administrativo. Enfiteuse. Foro. Reajustamento. Atualizao de valor. Lei n 7.450/85. Decreto-Lei n 9.760/46. 1. A atualizao anual do foro aplicvel a todos os contratos de aforamento, incluindo os que foram constitudos antes da vigncia da Lei n 7.450/85. No afeta as enunciaes civis o simples resgate do valor objetivo da moeda. O direito no fica na alcatifa do imobilismo, sentindo os indissociveis efeitos de realidades econmicas, sob pena de ficar desajustado no tempo. 2. Precedentes jurisprudenciais. 3. Recurso improvido. REsp 47.589-RJ. Administrativo. Ensino superior. Transferncia. Aluno dependente economicamente do pai militar transferido para a reserva remunerada do Exrcito. Leis nos 4.024/61 (100), 7.037/82 e 8.112/90 (art. 99) LICC, art. 5 . 1. O Juiz, colocado no centro do campo analtico ou interpretativo, vivificando o direito, previne e resolve a maioria dos conflitos, interpretando a normatividade abstrata diante de situao conflituosa concreta. Os princpios gerais do direito, como linha geral do ordenamento jurdico, evitam que a soluo dos conflitos entre as partes crie um conflito social maior. 2. A teleologia da legislao de regncia, versando a transferncia, revela a preocupao com a continuidade dos estudos, sob os albores da unio familiar e razes de ordem econmica. 3. Consideradas circunstncias especiais e com alvssaras segurana jurdica, quando no causa prejuzo a terceiros, a jurisprudncia tem preservado situao j consolidada, inicialmente favorecida por liminar deciso judicial. 4. Precedentes. 5. Recurso improvido. REsp 88.192-RS.

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Ministro Milton Luiz PereiraAdministrativo. Funcionrio Pblico Municipal. Pensionista. Prescrio (Decreto nos 20.910/32). Vantagem funcional a ttulo de sexta parte. Leis Municipais nos 8.090/74, 8.149/74, 8.215/75, 8.989/78 e 9.600/83. Arts. 165, 177 e 178, 1, VI, Cdigo Civil. Smulas 163-TFR e 443-STF. 1. Jurisprudncia forte no entendimento de que a prescrio s atinge as parcelas anteriores ao qinqnio que precede a data de ajuizamento da ao, sem afetao do fundo de direito. Preliminar elidida. 2. Possibilidade de extenso do benefcio da sexta parte s penses de beneficirios de servidores falecidos, inativados antes da entrada em vigor das leis de regncia. Inexiste razo para excluir pensionistas, de sorte que o fato aleatrio da data do falecimento do servidor no pode servir de causa obstativa da variao da penso. Inafastvel a vinculao da penso com os vencimentos (depois proventos), que auferia o funcionrio inativo. Os benefcios devem estender-se equanimemente aos pensionistas. 3. Precedentes da jurisprudncia. 4. Recursos conhecidos. Improvido o do Instituto. Provido o das autoras da ao. REsp 11.024-SP. Administrativo. Funcionrios Pblicos do Estado de So Paulo. Gatilhos Salariais. Correo Monetria. Leis Complementares Estaduais 467/86 e 535/88. Decretos-leis 2.284/86 e 2.335/87. 1. Os funcionrios pblicos do Estado no so beneficirios do reajustamento salarial ou de vencimentos, conforme a legislao federal de regncia, destacando-se o Decreto-lei 2.335/87. 2. Fazem jus os servidores do Estado aos denominados gatilhos salariais, corrigidas as importncias a contar da poca em que eram devidas administrativamente. 3. Precedentes jurisprudenciais. 4. Recurso provido. REsp 8.882-SP. Administrativo. Fundao. Acumulao de Cargo. Artigo 99, 2, C.F./67. Artigos 5, XIII, e 37, XVII, C.F./88. Lei Estadual n 11.311/87. 1. Fundao, instituda e fiscalizada pelo Poder Pblico, com patrimnio pblico, mantida por verbas oramentrias, criadas para a execuo de atividades pblicas descentralizadas, sujeita ao Tribunal de Contas, inserindo-se na Administrao Indireta do Estado, so pessoas jurdicas de direito pblico e os seus cargos, funes ou empregos, portanto, so pblicos, sob a disciplina da vedao de acumulao (art. 99, 2 , C.F./67; art. 37, XVII, C.F./88). 2. Forte manifestao doutrinria, inclusive, afirma que tais fundaes so espcie do gnero autarquia. 3. Reconhecimento da proibio de acumular o emprego em causa com outro cargo pblico. 4. Recurso improvido. RMS 464-CE. Administrativo. Indenizao por apossamento ilcito (desapropriao indireta). Prova dominial resolvida na fase de conhecimento (legitimao ativa ad causam). Levantamento do valor indenizatrio depositado. Inaplicabilidade do art. 34, Decreto-Lei n 3.365/41. 1. Afirmada a legitimao ativa ad causam, com pressupostos na prova de propriedade, examinada no processo de conhecimento, quando da execuo, descabe a aplicao do art. 34 do Decreto-Lei n 3.365/41, na

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Coletnea de Julgados e Momentos Jurdicos dos Magistrados no TFR e STJocasio do levantamento do valor indenizatrio depositado e estabelecido na sentena de mrito. 2. Precedentes jurisprudenciais (STJ e STF). 3. Recurso no provido. REsp 103.554-SP. Administrativo. Infrao de trnsito. Licenciamento de veculos. Falta de notificao do infrator impedindo o devido processo legal. Constituio Federal, art. 5 , LV, CF. Lei 5.108/68. Decretos nos 62.127/68 e 98.933/90. 1. A legalidade das sanes administrativas por infrao de trnsito assenta-se no pressuposto de regular notificao do infrator para que possa defender-se resguardado pelo devido processo legal. 2. Iterativos precedentes da jurisprudncia do STF e STJ. 3. Recurso improvido. REsp 6.228-PR. Administrativo. Inscrio na Ordem dos Advogados do Brasil. Incompatibilidade (art. 84, VII, Lei 4.215/63). Servidor pblico voluntariamente afastado de cargo executivo para exercer as funes de Defensor Pblico. 1. A incompatibilidade decorre do exerccio das funes pblicas e no da ocupao do cargo, uma vez que aquelas, e no este, podem favorecer o aproveitamento para a concorrncia desleal servindo de fora atrativa para a captao de clientela e afetao da independncia profissional. Satisfeitas as condies gerais, o interessado tem direito inscrio, enquanto perdurar a situao de afastamento. 2. Recurso improvido. REsp 62.850-MG. Administrativo. Limitao de uso da propriedade. Responsabilidade civil. Ao ordinria de indenizao. Prescrio. Artigos 524 e 550, Cdigo Civil. Artigo 269, IV, CPC. Decreto 20.910/32 (art. 1 ). 1. Objeto e causa de pedir circunstanciam litgio decorrente de ato administrativo que no causou a perda da propriedade, adequado ao ordinria de indenizao, sujeita ao prazo qinqenal e no ao vintenrio da prescrio. 2. A espcie tambm no se confunde com a chamada rea non aedificandi, porque no resultou de ato desapropriatrio (direto ou indireto). 3. Pretendido direito de indenizao sem a qualificao jurdica do fato como direito real. 4. Aplicao do Decreto 20.910/32 (art. 1 ). 5. Recurso improvido. REsp 6.118-SP. Administrativo. Mandado de segurana. Auxiliar de farmcia. Inscrio no Conselho Regional de Farmcia. Leis nos 3.820/60, 5.692/71. Decretos ns 74.170/74 e 793/93. Resolues ns 101/73 e 111/73 CFF. Resoluo n 02/73 CFE. 1. O auxiliar de farmcia, de nvel mdio, habilitado com carga horria de trabalho escolar inferior ao mnimo exigido para o ensino de segundo grau, sem direito ao prosseguimento de estudos em nvel superior, tambm carece de direito lquido e certo para assumir a responsabilidade tcnica na atividade farmacutica. A legislao de regncia no contempla, como direito lquido e certo, a sua inscrio no Conselho Regional de Farmcia. 2. Recurso sem provimento. REsp 170.944-SP.

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Ministro Milton Luiz PereiraAdministrativo. Mandado de segurana. Curso superior na rea da sade. Autorizao. Parecer n 377/97 do Conselho Nacional de Educao e Homologao Ministerial. Constituio Federal. Arts. 207, 209 e 211. Lei 9.131/95. Lei 9.394/96 (art. 90). Decreto 1.303/94, (art. 7). Decreto 2.207/97 (art. 10). 1. Quando o ato representa a concluso de processo prprio, albergando situaes atpicas, configurado em homologao manifestada por autoridade competente, louvando-se em parecer elaborado por rgo definido em lei para dirimir especficas dvidas decorrentes da nova legislao de regncia, o provimento administrativo fica resguardado pela presuno de legalidade. 2. Descogita-se do desvio de poder quando o ato amolda-se lei que o concebeu, avivando finalidade conforme a causa correlacionada ao motivo e compondo soluo plasmada em realidades inafastveis. Sem acolhimento as preposies de nulidade e de anulabilidade. 3. A preexistncia de aes com liminares, refletindo contrariamente no objeto da impetrao, golpeia a liquidez e certeza do direito pleiteado. 4. Segurana denegada. MS 5.452-DF. Administrativo. Mandado de Segurana. Estgio probatrio. Exonerao. Demisso. Ato motivado. Ampla defesa (CF, art. 5, LV). 1. Demisso, como pena administrativa, aplicvel ao funcionrio estvel ou no, pressupe o cometimento de infrao disciplinar ou crime funcional, com regular apurao em processo administrativo ou judicial. A exonerao ou dispensa no disciplinar, independente de comprovao da prtica de infrao, baseando-se exclusivamente na convenincia da Administrao Pblica ou a pedido do funcionrio, sem carter punitivo. Se, por vontade da Administrao suficiente o ato motivado. 2. Durante o estgio probatrio, se o candidato, embora demonstrada no concurso para o provimento de cargo, a capacidade de conhecimento ou intelectual, diante da inaptido ou de ineficincia, no correspondendo s exigncias estabelecidas para a confirmao e estabilidade, fica sujeito exonerao, mediante ato justificado em fatos concretos e graves, apurados nos procedimentos ou processos administrativos regularmente instaurados e apreciados pela autoridade competente. 3. A no conformao para a estabilidade, durante o estgio experimental, prtica no arbitrria, admitida para a observao das condies ou requisitos exigidos para o desempenho funcional, no constituindo abuso ou ilegalidade. Da a expresso de que no referido estgio, o funcionrio se titulariza para o cargo. 4. Recurso improvido. RMS 1.853-RS. Administrativo. Mandado de segurana. Licitao. Vinculao ao edital. Afastamento de critrio subjetivo na apreciao de recurso administrativo. Ilegalidade do ato inabilitador de concorrente. Constituio Federal, artigos 5, II e LV, 37 e inc. XXI, 84, III. Lei 6.404/76, Lei 8.666/93. Lei 8.883/94. Lei 8.987/95. Smula 473/STF. 1. Habilitao tcnica reconhecida pela via de critrios objetivos no pode ser derruda por afirmaes de ndole subjetiva, contrapondo-se s

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Coletnea de Julgados e Momentos Jurdicos dos Magistrados no TFR e STJavaliaes vinculadas s disposies editalcias. A legislao de regncia louva os critrios objetivos e d vinculao ao instrumento convocatrio ( 1, art. 44, Lei 8.666/93; art. 14, Lei 8.987/95). 2. O processo licitatrio inadmitindo a discriminao, desacolhe ato afrontoso ao princpio da isonomia, numa clara proibio do abuso de poder por fuga vinculao ao Edital. Ato, decorrente de expressas razes recursais, desconhecendo-as para fincar-se em outras de carter subjetivo, fere o princpio da legalidade. No caso no se compe a discricionariedade sob os albores do interesse pblico, convenincia e oportunidade. 3. Segurana concedida parcialmente. MS 5.289-DF. Administrativo. Mandado de segurana. Permisso de uso revogada. Inadimplncia contratual. Clusula resolutria expressa. Prova pr-constituda insuficiente. 1. Desatendidas clusulas pactuadas com previso de resoluo unilateral, o inadimplemento favorece ato revogatrio editado pelo administrador pblico, orientado pela prevalncia do interesse pblico, no caso, sem ofensa ao devido processo legal. 2. Recurso sem provimento. ROMS 9.434-RJ. Administrativo. Mandado de segurana. Portaria interministerial. Incidncia de Direito Antidumping. Legitimao passiva. Lei em tese. Interveno econmica. Ato formalmente vlido. Constituio Federal, artigos 37 e 174. Lei n 9.019/95. Decretos nos 1.355/94, 1.062/95 e 1.757/95. Smula n 266/STF. 1. Preliminares rejeitadas. 2. Ato, como declarao formal, resultante de obrigao do Estado, no planejamento econmico, sob a regncia do Direito Pblico, assentado em pressupostos exigidos, tem existncia legal e validade. 3. Cerceamento de defesa no confirmado. 4. Fundamentao de natureza ftica, cujo enredo depende de detalhado exame das provas (inclusive pareceres e laudos tcnicos), s comportvel na ao ordinria, embaraa o direito lquido e certo, que reclama demonstrao plena e limpidamente, sem a necessidade do cotejo da explicao probatria. Essa realidade processual torna inadequada a augusta via do mandamus. 5. Segurana denegada. MS 5.628-DF. Administrativo. Mandado de segurana. Produo de lcool hidratado e lcool anidro. Sistemtica de aquisio e comercializao. Livre concorrncia. Ato normativo postergado a liberao do preo. Lei n 8.178/91 (art. 3, III). Lei n 9.069/95 (art. 70). Decreto n 99.179/90. Portarias nos 711/90, 463/91, 22/95, 292/96, 294/96, 57/98 e 102/98 do Ministrio da Fazenda. 1. Ato administrativo editado por autoridade competente, sem a pronncia do desvio de finalidade e motivao compatvel, objetivamente demonstrando causa ajustada hiptese normativa e adequado quanto forma, no se expe ao crivo da desconstituio na via do controle judicial. 2. As razes polticas integrantes da legislao de regncia, voltada ao interesse pblico, no cede aos ajustes de natureza privada. No caso, descabe versar, direitos subjetivos individuais ou setorial, decorrentes de celebrao contratual de natureza privada, concretizada conforme as

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Ministro Milton Luiz Pereiraconvenincias de distribuidoras e fornecedores de combustveis. 3. Segurana denegada. MS 5.764-DF. Administrativo. Mandado de segurana. Promotor de Justia aposentado como Titular de Comarca de 2 Entrncia. Pretendida reclassificao para auferir os vencimentos de Promotor de 3 Entrncia, para a qual, posteriormente, foi elevada a Comarca. Artigo 40, 4 , Constituio Federal. Artigo 20, do ADCT. 1. A garantia da inatividade remunerada integral aprisiona-se a quaisquer benefcios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transformao ou reclassificao do cargo ou funo em que se deu a aposentao (art. 40, 4, CF). Conquanto claro o preceito constitucional, a sua obrigatria observncia diz respeito ao cargo ou funo e no, como no caso, derivada da elevao da Comarca para outra entrncia. Essa alterao, aps a aposentadoria do servidor, por si, no assegura o direito ao vencimento correspondente. Em contrrio pensar, seria retificar ou reclassificar o cargo, sem lei, em que o servidor foi inativado. A aposentadoria vincula-se ao cargo e no elevao de entrncia. Somente faz jus ao aumento remuneratrio deferido ao Promotor (em atividade ou aposentado) da mesma entrncia em que se aposentou. 2. Recurso improvido. RMS 955-BA. Administrativo. Mandado de segurana. Servio pblico. Anistia. Reintegrao. Anulao de ato pela Administrao. Lei n. 8.878/1994. Portarias Ministeriais n. 698/1994 e 69/1999. 1. Ato administrativo superveniente no tem fora legal para modificar ou desconstituir unilateralmente situao consolidada. A anulao no prescinde, pois, da instaurao de processo ensejador da defesa do administrado. Em contrrio pensar, inclusive, abrir-se-ia enchana ofensa ao direito subjetivo do favorecido pelo ato. 2. Precedentes jurisprudenciais. 3. Segurana concedida. MS 6.482-DF. Administrativo. Mandado de Segurana. Servidores civis de Ministrios Militares. Imveis funcionais. Ocupao, habilitao e compra. Verificao de requisitos e condies gerais. Lei n 8.025/90. Decreto n 99.266/90. I - Os imveis administrados pelas Foras Armadas, salvo as excees legalmente estabelecidas, incluem-se na autorizao geral para alienao aos ocupantes civis. II - Servidor civil, legalmente ocupante de imvel funcional residencial, administrado pelas Foras Armadas, tem o direito de obter o encaminhamento administrativo, apreciao dos requisitos exigidos e das condies gerais para a aquisio, seguindo-se deciso compatvel ao caso individualizado na pretenso. III - No teve feliz inspirao e nem apoio legal o ato de obstar o conhecimento administrativo at final deciso do requerimento versando pretendida aquisio do imvel residencial ocupado pela parte interessada. IV - Precedentes iterativos. V - Segurana concedida, a fim de assegurar o direito do requerimento da parte, devidamente instrudo e informado, a ser encaminhado Secretaria de Administrao da Presidncia da Repblica. MS 1.877-DF.

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Coletnea de Julgados e Momentos Jurdicos dos Magistrados no TFR e STJAdministrativo. Mandado de segurana. Transporte coletivo interestadual. Permisso e concesso. Ajuste de itinerrio. Coisa julgada e precluso. Recurso hierrquico. Invalidao de ato pretrito. Devido processo legal. Constituio Federal, artigos 37, 6, e 175. Decreto n 952/93 (arts. 89, 90 e 91). Smula n 473/STF. 1. Inexistncia de coisa julgada administrativa(formal ou material) oponvel erga omnes. No sentido processual s concretiza-se nos julgados judiciais (arts. 467, 471 e 473, CPC). A precluso cinge-se extino do direito de praticar o ato. No caso, parla de recurso interposto por terceiro interessado, no ficou demonstrada a intempestividade. 2. Sujeitando-se a Administrao Pblica ao autocontrole, no mbito da mesma pessoa jurdica, exercitando o poder-dever, sob a aura do interesse pblico, a autoridade competente pode rever o ato inquinado de ilegalidade (Smula n 473/STF). Ultima ratio, restar ao administrado, em tese, postular danos e perdas (art. 37, 6, CF). 3. Nas vias recursais graduadas, inarredvel o conhecimento do despique e oferecida ocasio para a defesa no procedem as invenctivas versando ofensa ao princpio do devido processo legal. 4. Segurana denegada. MS 5.611-DF. Administrativo. Militar da Polcia Estadual. Reintegrao. Reexame de provas (Smula 7-STJ). Prescrio. Emenda Constitucional 26/85. ADCT, art. 8. 1. O Recurso Especial avesso ao reexame das provas motivadoras do julgado objeto da manifestao recursal (Smula 7 - STJ). 2. A prescrio, instituto de direito material, com apropriados prazos e conseqncias, no caso, comeou a fluir a partir da criao do direito vindicado (Emenda 26/85), fonte da ao ajuizada. O art. 8, ADCT, com efeitos imediatos, robusteceu o direito subjetivo ao, inclusive, restaurando o prprio fundo do direito. Inexistente desdia, ou a inrcia ou o abandono, de parte do titular do direito questionado, improspervel a intercorrncia da prescrio. 3. Recurso improvido (art. 105, III, a e c, CF). REsp 5.793-SP. Administrativo. Oficial de registro pblico. Natureza jurdica do servio notarial. Aposentadoria compulsria aos setenta anos de idade. Constituio Federal, arts. 40 e 236. 1 - O notrio executa servio pblico de caractersticas especiais, sob o amlgama de funo pblica. Tanto que o serventurio investido, em carter permanente, em cargo pblico, criado por lei, com denominao prpria. A serventia regulada por lei, com atividade sujeita hierarquia administrativa e fiscalizao do Poder Judicirio e o acesso aos cargos depende de concurso pblico ( 1 e 3, art. 236, CF). Embora desempenhe, por delegao do Estado, atividade de carter privado, o notrio guarda a qualificao de servidor pblico. 2 - Os emolumentos e custas tm o crivo de receita pblica. 3 - No descaracterizada a natureza da funo pblica do notrio, aplicam-se-lhe as disposies do art. 40, II, Constituio Federal (aposentadoria compulsria aos setenta anos de idade). 4. Precedentes jurisprudenciais. 5. Recurso improvido. RMS 330-SP.

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Ministro Milton Luiz PereiraAdministrativo. Processual Civil. Desapropriao indireta. Aplicao de legislao estadual. Exame das provas. Admissibilidade recusada. Smulas n. 7 e 211-STJ, 282 e 356-STF. 1. Julgamento fincado na legislao estadual e convencimento vertido de circunstncias factuais reveladas pelo conjunto probatrio, no se expe via especial (Smula n. 7-STJ). 2. Inflexes genricas sobre o direito de propriedade, avivadas em garantias constitucionais, por si, no significam interpretao e aplicao do artigo 524, Cdigo Civil. Sem a evidncia de prequestionamento de questo de natureza infraconstitucional no se abre acesso ao recurso especial. Smulas n. 282 e 356-STF. 3. Se bem que a questo de fundo seja igual (desapropriao indireta), a divergncia jurisprudencial no se configura quando os precedentes cuidaram de pontos controversos diferentes daqueles apropriados ao aresto ferretado, com forte vinculao a demonstraes probatrias. 4. Precedentes jurisprudenciais. 5. Recurso no conhecido. REsp 155.840-SP. Administrativo. Processual Civil. Desapropriao. Descaracterizao e modificao da destinao do imvel. Impossibilidade da restitutio in integrum. Descabimento da desistncia. Decreto-Lei n. 3.365/1941 (arts. 2, 2; e 24 a 28). Decreto-Lei n. 9.760/1946 (art. 198). CPC, artigos 128, 165, 458, II; e 535, II. Cdigo Civil, artigo 146. 1. Fundamentao suficiente para a composio do litgio dispensa razes adstritas ao mesmo fim. A finalidade da jurisdio compor a lide e no a discusso de todas as teses jurdicas expostas. O juiz estabelece as normas que incidem no caso concreto, atividade que exclui a largueza da exposio feita pelos litigantes. Por essa espia, no caso, no se viabiliza o aceno de contrariedade ao art. 535, I e II, CPC. Como desfrute dos apontamentos, nos limites objetivos do recurso (versando aresto originrio de deciso interlocutria), distanciado o mrito, no se define contrariedade aos artigos 128, 165 e 458, II, CPC. 2. Impossibilidade da desistncia de ao expropriatria quando o imvel afetado sofreu profundas alteraes, com acesses e benfeitorias prprias destinao diversa da originria, travando a restitutio in integrum. A jurisprudncia admite a desistncia quando possvel a restituio sem modificaes desfigurativas do estado anterior. 3. A fundamentao com alcatifa nas provas no se expe a exame na via especial (Smula n. 7-STJ). 4. Precedentes iterativos. 5. Recurso parcialmente conhecido, com provimento na parte examinada. REsp 163.211-SP. Administrativo. Registro de comrcio. Demonstraes financeiras. Publicaes legais. Lei n 6.404/76 (arts. 98 e 289). Lei 9.457/97. 1. A publicidade legal de atos das sociedades no registro do comrcio concretizada com publicaes no Dirio Oficial da Unio ou do Estado em que esteja situada a sede da companhia e em outro jornal de grande circulao (art. 289, Leis 6.404/76 e 9.457/97). Singularizado, um ou outro jornal, a alternativa indica pontualmente que, presente o interesse da Unio e das Companhias sediadas no Distrito Federal, as

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Coletnea de Julgados e Momentos Jurdicos dos Magistrados no TFR e STJpublicaes sero feitas no Dirio Oficial da Unio ou do Distrito Federal. As publicaes de outras companhias sero concretizadas no Dirio Oficial do Estado onde esteja situada a respectiva sede. Seguem-se, em comum, as publicaes em outro jornal de grande circulao. 2. Desfigurado o direito lquido e certo e indemonstrada contrariedade ou negativa de vigncia ao padro legal indicado, o recurso no entoa as alvssaras do sucesso. 3. Recurso improvido. REsp 96.610-SP. Administrativo. Relao estatutria. Fundo de direito. Promoo funcional. Prescrio. Inexistncia de expressa recusa da Administrao Pblica. Decreto Federal n 20.910/32. Decretos-Leis Estaduais nos 100/69, 1/75, 362/77 e 373/78. Smulas 163-TFR e 443-STF. 1. Expressamente no recusado pela Administrao Pblica o direito reclamado (fundo de direito), sem modificao da relao jurdica fundamental, descabe cogitar da prescrio (Dec. 20.910/32, arts. 1 e 3 ). O seu prazo, para a ao judicial, comea a fluir depois de negado administrativamente o direito vindicado. 2. A repercusso prescricional limita-se s prestaes peridicas e sucessivas anteriores data da citao (art. 3 , Decreto n 20.910/32). 3. Sistema de carreira onde a progresso, a promoo e a ascenso, quanto aplicao da lei ao caso concreto, competem iniciativa da Administrao Pblica (Decretos-Leis Estaduais nos 100/69, 1/75, 362/77 e 373/78). 4. Precedentes da jurisprudncia. 5. Recurso improvido. REsp 3.750-RJ. Administrativo. Remunerao de vereadores. Desvio de poder. Artigo 37, C.F. Leis Complementares nos 25/75, 38/79, 45/83 e 50/85. 1. O desvio de poder pode ser aferido pela ilegalidade explcita (frontal ofensa ao texto de lei) ou por censurvel comportamento do agente, valendo-se de competncia prpria para atingir finalidade alheia quela abonada pelo interesse pblico, em seu maior grau de compreenso e amplitude. A anlise da motivao do ato administrativo, relevando um mau uso da competncia e finalidade despojada de superior interesse pblico, defluindo o vcio constitutivo, o ato aflige a moralidade administrativa, merecendo inafastvel desfazimento. 2. No caso, embora guardando a aparncia de regularidade, ressaltado o desvio de finalidade, revestindo-se de ilegalidade deve ser anulada a Resoluo concessiva do aumento da remunerao. 3. Recurso improvido. REsp 21.156-SP. Administrativo. Responsabilidade civil do Estado (art. 37, 6, C.F.). Contaminao pelo vrus HIV. Hospital pblico (transfuso sangnea). Prescrio qinqenal inocorrente. Decreto Federal 20.910/32 (art. 1). 1. O fato vrtice para a contagem do prazo qinqenal (art. 1, Dec. Fed. 20.910/32), no caso, finca-se na data do conhecimento do resultado revelado pelo exame tcnico laboratorial e no de causa externa anterior, desconhecida pelo destinatrio da transfuso de sangue (HIV). Em contrrio pensar, seria a revolta do direito contra a realidade dos fatos, homenageando-se compreenso ilgica de prvio conhecimento pelo

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Ministro Milton Luiz Pereiradestinatrio e voluntria aceitao de transfuso fatal com sangue contaminado. 2. Recurso improvido. REsp 140.158-SC. Administrativo. Responsabilidade civil. Mercado de capitais. Prejuzos causados pelo Grupo Coroa-Brastel. C.F., art. 37, 6. Lei n 4.595/65. Lei n 6.024/74. 1. Afastada a teorizao do extremado risco integral ou do risco administrativo, no possvel amoldar-se a obrigao de indenizar, se a lesividade teria ocorrido por omisso, que pode condicionar sua ocorrncia, mas no a causou. Assim, se a indenizao, no caso, s poderia ser inculcada com a prova de culpa ou dolo (responsabilidade subjetiva), hipteses descogitadas no julgado, inaceitvel a acenada responsabilidade objetiva. 2. No se deve flagelar a Administrao Pblica com reclamados danos patrimoniais sofridos por investidores atrados ao mercado financeiro por altas taxas dos juros e expectativa de avultados lucros sobre o capital investido, por si, sinalizao dos vigorosos riscos que rodeiam essas operaes. Se reconhecido o direito socializao dos prejuzos, seria judicialmente assegurar lucros ao capital, eliminando-se o risco nas aplicaes especulativas. 3. Precedentes jurisprudenciais. 4. Recurso provido. REsp 43.102-DF. Administrativo. Responsabilidade civil. Mercado de capitais. Prejuzos causados pelo Grupo Coroa Brastel. Lei n. 4.595/1964. Lei n. 6.024/1974. 1. Afastada a teorizao do extremado risco integral ou do risco administrativo, no possvel amoldar-se a obrigao de indenizar, se a lesividade teria ocorrido por omisso, que pode condicionar sua ocorrncia, mas no a causou. Assim, se a indenizao, no caso, s poderia ser inculcada com a prova de culpa ou dolo (responsabilidade subjetiva), hipteses descogitadas no julgado, inaceitvel a acenada responsabilidade objetiva. 2. No se deve flagelar a Administrao Pblica com reclamados danos patrimoniais sofridos por investigadores atrados ao mercado financeiro por altas taxas dos juros e expectativa de avultados lucros sobre o capital investido, por si, sinalizao dos vigorosos riscos que rodeiam essas operaes. Se reconhecido o direito socializao dos prejuzos, seria judicialmente assegurar lucros ao capital, eliminando-se o risco nas aplicaes especulativas. 3. Precedentes jurisprudenciais. 4. Recurso provido. REsp 148.641-DF. Administrativo. Sistema Financeiro de Habitao. Contrato de Financiamento da Casa Prpria. ndice do Reajustamento das Prestaes. Decreto-lei n 19/66. Lei n 4.380/64 (art. 5). Lei n 5.107/66 (art. 1). Decretos-leis nos 2.045/83, 2.065/83 e 2.164/84. I - A revogao das normas do art. 5 da Lei n 4.380/64, pelo Decreto-lei n 19/66 (STF - Representao n 1.288-3/DF), no impedia o BNH, por meio de atos normativos, adotar o sistema de reajustamento das prestaes com base na variao do salrio mnimo (Decreto-lei n 19/66, art. 1). II - Os Decretos-leis nos 2.045/83, 2.065/83 e 2.164/84, embora aparentassem benefcios ao muturio, a rigor, desvirtuaram o Plano de Equivalncia Salarial.

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Coletnea de Julgados e Momentos Jurdicos dos Magistrados no TFR e STJIII - Persistncia, conforme contratualmente estabelecido, do reajustamento das prestaes dentro do Plano de Equivalncia Salarial. IV - Precedentes da Corte. V - Recurso provido. REsp 11.301-BA. Administrativo. Sistema nico de Sade (SUS). Internao e tratamento diferenciados. Constituio Federal, artigos 6 e 196. Lei n. 8.080/1990. Resoluo n. 283/1991. Inamps. 1. Estatudo o direito sade, elencado como dever do Estado, devem ser abertas e no fechadas ou entreabertas as veredas para o exerccio desse direito e cumprimento de expressa obrigao estatal. 2. No internamento e tratamento diferenciados, o SUS no onerado com outras despesas, seno quelas que so da sua responsabilidade (internao simples), certo que as diferenas so arcadas pelo segurado. Impor-se a generalidade de situaes configura leso ordem natural e cerceia o exerccio de direito ao melhor tratamento sade, conforme o provimento financeiro do interessado. 3. Precedentes jurisprudenciais. 4. Recurso sem provimento. REsp 128.909-RS. Administrativo. Tombamento de imvel. Processo no concludo. Omisso administrativa. Pedido de cancelamento do ato. Indenizao por danos causados pela demora. Decreto-lei n 25, de 1937. Decretos Estaduais nos 13.426/79 e 20.955/83. Smula 7/STJ. 1. No pode o Poder Pblico protelar indefinidamente o processo administrativo de tombamento, afetando o direito de propriedade, cuja inrcia lesa o patrimnio jurdico individual. Omissa a lei estadual quanto ao prazo para o encerramento do processo, pode ser aplicada supletivamente a especfica lei federal sobre tombamento (Dec.-Lei 25/37, art. 9). 2. Demonstrada a injustificada demora, sem prejuzo de ser iniciado outro com submisso legislao aplicvel, anula-se o vetusto processo, como meio de afastar as limitaes ao direito de propriedade. 3. O pedido de indenizao no se amolda via Especial, uma vez que no caso, a soluo desafiada fundamentou-se em circunstncias fticas balizadas pelas provas (Smula 7/STJ). 4. Recurso parcialmente provido. REsp 41.993-SP. Administrativo. Transporte coletivo. Linhas intermunicipal e interestadual. Permisso. Alteraes e seccionamentos. Indeferimentos pretritos. Reconsideraes desprovidas. Direito de petio. Reviso sem audincia de parte interessada. Princpios constitucionais e padres legais afrontados. Ato unilateral. Ilegalidade e abuso de poder. Constituio Federal, artigos 5, XXXIV, a, XXXV, LV, e 175). Leis 4.898/65 e 8.987/95. Decretos 92.353/86 e 952/93. Smula 473/STF. 1. O direito de petio, no renque revisional, no contrasta ou subverte outros direitos constitucionais (isonomia e ampla defesa), no podendo arquear o devido processo legal. Deve ser exercitado com submisso a objetivos, pressupostos e requisitos afeioados aos procedimentos administrativos. 2. O pedido de modificao de relao jurdica consolidada, avessa a deciso unilateral do administrador, desproporcional e sem

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Ministro Milton Luiz Pereirarazoabilidade, assegura ao administrado o seu conhecimento (publicidade) para oportuno acesso ampla defesa, com direito audincia prvia, mxime quando os efeitos concretos do ato administrativo afetaro ou interferiro nos servios permitidos sem precedente declarao de ilicitude ou ilegalidade nos favorveis provimentos anteriores, vlidos, eficazes e com executoriedade. Em contrrio pensar, seria aceitar-se o Estado Gendarme, autoritrio e divorciado dos princpios regedores do devido processo legal. 3. Inaplicao, no caso, da Smula 473/STF. 4. Segurana concedida. MS 5.106-DF. Administrativo. Vantagem funcional. Clculo dos adicionais e da sexta parte. Inexistncia de Ato Administrativo concreto indeferitrio da pretenso. Prescrio. Fundo de Direito. Prestaes anteriores ao qinqnio. Constituio Estadual, art. 92, VIII. Leis Complementares 180/78 e 201/78. Decreto Federal n 20.910/32. Smulas 163-TFR e 443-STF. 1. A Constituio renega alterao ditada por Lei Complementar, com fundamento de hierarquia inferior, restando intangido o direito materialmente constitudo pela Lei Maior. 2. Inocorrncia da prescrio do fundo de direito, sem ato indeferitrio concreto da Administrao, quanto ao objeto da pretenso deduzida judicialmente. A prescrio, no caso, somente alcana as prestaes anteriores ao qinqnio precedente citao para a ao. Se existente, ato concreto, nesse eito, (aqui inocorrente), se ao proposta aps cinco anos, ento a prescrio atingir o fundo de direito. 3. Na espcie examinada, a repercusso prescricional limita-se s prestaes peridicas e sucessivas anteriores data da citao (art. 3 do Decreto n 20.910/32). 4. Precedentes da jurisprudncia. 5. Recurso no conhecido no pertinente letra a, do art. 105, III, CF; conhecido e improvido com base na letra c. REsp 5.635-SP. Administrativo. Vantagem funcional. Clculo dos adicionais. Prescrio (Decreto Federal n 20.910/32). Fundo do direito. Prestaes anteriores ao qinqnio. Constituio Estadual, art. 92, VIII. Lei Complementar n 180/78. Lei Estadual n 6.043/61. Smulas nos 163, TFR e 443, STF. 1. A Constituio renega alterao ditada por lei complementar, com fundamento de hierarquia inferior, restando intangido o direito materialmente constitudo pela Lei Maior. 2. A prescrio somente alcana as prestaes anteriores ao qinqnio precedente citao para a ao, no caso concreto, no albergando o fundo do direito. 3. Na espcie examinada, a repercusso prescricional limita-se s prestaes peridicas e sucessivas anteriores data da citao (art. 3, Decreto n 20.910/32). 4. Precedentes da jurisprudncia. 5. Recurso improvido. REsp 4.732-SP. Agravo Regimental. Sistema Financeiro de Habitao. Casa prpria. Plano de equivalncia salarial. Decreto-Lei 19/66. 1. Centrado o acrdo hostilizado em clusula contratual impossvel a caminhada processual do Recurso Especial, no podendo o Agravo Regimental, via oblqua, servir para pretenso infringente. 2. Precedentes. 3. Agravo improvido. AgRgREsp 6.610-DF.

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Coletnea de Julgados e Momentos Jurdicos dos Magistrados no TFR e STJCdigo Florestal. Parques Nacionais, Estaduais e Municipais. Preservao ambiental. Limitaes administrativas. Servido. Declarao de Utilidade Pblica. Ocupao permanente com a retirada dos proprietrios, impedindo o uso, gozo e livre disposio (art. 524, Cdigo Civil). Indenizao devida. 1. O Poder Pblico pode criar Parques (art. 5. Lei 4.771/65), ficando resguardado o direito de propriedade, com a conseqente reparao patrimonial, quando ilegalmente afetado. 2. As limitaes administrativas, quando superadas pela ocupao permanente, vedando o uso, gozo e livre disposio da propriedade, desnaturam-se conceitualmente, materializando verdadeira desapropriao. Impe-se, ento, a obrigao indenizatria justa e em dinheiro, espancando mascarado confisco. 3. Precedentes jurisprudenciais. 4. Demonstrada a divergncia (art. 105, III, c, CF), d-se provimento ao recurso. REsp 8.690-PR. Consignao em Pagamento. Prestaes devidas ao SFH (Caixa Econmica Federal). Purgao da mora. Tempestividade. Art. 974, Cdigo Civil. 1. O devedor no est obrigado a consignar, podendo exercitar o direito sob o timbre da convenincia, enquanto o credor no haja diligenciado para se livrar das conseqncias do retardamento (mora creditoris mora accipiendi). 2. A consignao pode abranger inclusive os casos de mora debitoris, servindo para purg-la. Divisada a mora do credor, irrelevante a questo temporal, pela permanncia da recusa (REsp 1.426-MS Rel. Min. Athos Carneiro). 3. Recurso improvido. REsp 70.887-GO. Constitucional. Administrativo. Ensino superior. Mensalidades atrasadas. Indeferimento de matrcula. Competncia. CF, artigo 109, I e VIII. Lei n 5.789/72. Decreto-Lei n 464/69. 1. Correspondendo o ato a tpica atividade administrativa interna corporis, originariamente estadeada nos estatutos e regimento do estabelecimento de ensino superior do Poder Pblico Estadual ou de organizao privada, a competncia para o processamento da ao pode ser reconhecida em favor da Justia do Estado. 2. parla de ato, pela sua natureza, longa manus do poder federal delegante, conseqente regncia e disciplinamento apropriados ao ensino superior, nos limites do exerccio de funo pblica delegada, o controle judicial compete Justia Federal. 3. Multifrios precedentes jurisprudenciais. 4. Conflito conhecido, declarando a competncia do Juzo Federal, suscitante. CC 25.771-DF. Constitucional. Administrativo. Ensino superior. Mensalidades atrasadas. Recusa de entrega do diploma. Competncia. CF, artigo 109, I e VIII. Lei n. 5.789/1972. Decreto-Lei n. 464/1969. 1. Correspondendo o ato a tpica atividade administrativa interna corporis, originariamente estadeada nos Estatutos e Regimento do estabelecimento de ensino superior do Poder Pblico Estadual ou de organizao privada, a competncia para o processamento da ao pode ser reconhecida em favor da Justia do Estado. 2. parla de ato, pela sua natureza,

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Ministro Milton Luiz Pereiralonga manus do Poder Federal delegante, conseqente regncia e disciplinamento apropriados ao ensino superior, nos limites do exerccio de funo pblica delegada, o controle judicial compete Justia Federal. 3. Multifrios precedentes jurisprudenciais. 4. Conflito conhecido, declarando a competncia do Juzo Federal, suscitado. CC 27.220-CE. Desapropriao de Imvel Urbano. Locao comercial. Abrangncia da indenizao em ao ordinria por danos e perdas. 1. Independentes as relaes jurdicas, estabelecidas entre o proprietrio (locador) e o inquilino (locatrio), o direito indenizao por perdas e danos causados pela Administrao Pblica (expropriante), evidentemente, asseguram o direito abrangente indenizao, incluindo-se o fundo de comrcio. O fato de o imvel expropriado pertencer a um dos participantes da sociedade locadora no elide o direito indenizao, uma vez que os bens pessoais do proprietrio do imvel desapropriado so distintos dos bens sociais, sobre os quais tambm recaem os prejuzos decorrentes do ato desapropriatrio, com indisputvel obrigao de indenizar. 2. Precedentes da jurisprudncia. 3. Recurso conhecido e improvido (art. 105, III, c, CF). REsp 1.000-SP. Desapropriao Direta. Honorrios advocatcios. Decreto-Lei 3.365/41 (art. 27, 1 ). Smulas 12, 69 e 70-STJ, 617-STF e 141-TFR. 1. Os honorrios advocatcios devem ser calculados sobre a diferena entre a oferta e a indenizao estabelecida, includas as parcelas dos juros compensatrios e moratrios, uma vez que compem o valor reparatrio da perda da propriedade, com a correo monetria aplicada. 2. Precedentes jurisprudenciais. 3. Recurso parcialmente provido. REsp 43.652-SP. Desapropriao Indireta. Direito de ao. Prescrio. Coisa julgada. Juros Compensatrios e moratrios. Cumulatividade. Inocorrncia do Anatocismo. Artigo 177, Cdigo Civil. Artigo 467, CPC. Smulas 12 e 69-STJ. Smula 74-TFR. 1. A chamada desapropriao indireta, afetando o domnio privado, quanto sua natureza jurdica, ao real, albergada pelo prazo prescricional vintenrio. Prescrio afastada. 2. Os juros compensatrios servem para compensar a desapropriao material, causadora de dano propriedade, recomposio patrimonial que homenageia o princpio constitucional da justa e ampla reparao, conseqente ao injusto desapossamento, estabelecendo o equilbrio entre a situao econmica anterior e a posterior. Compondo e integrando a prpria indenizao, incluem-se, implcita ou explicitamente, como objeto da causa petendi da ao expropriatria, no comportando restritiva interpretao do pedido indenizatrio. 3. Na desapropriao indireta os juros compensatrios so devidos, desde a imisso na posse, contados sobre o valor simples da indenizao (valor do laudo) e, a partir dessa avaliao, considerando-se o correspondente valor corrigido monetariamente, clculos que no constituem o anatocismo (Smulas

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Coletnea de Julgados e Momentos Jurdicos dos Magistrados no TFR e STJ12 e 69-STJ e 74-TFR). 4. Precedentes jurisprudenciais. 5. Recurso parcialmente provido somente para delinear a incidncia e contagem dos juros compensatrios. REsp 40.229-SP. Desapropriao Indireta. Imvel foreiro. Domnio til. Cdigo Civil, art. 693. Na desapropriao de imvel foreiro devida a deduo da importncia equivalente a dez foros e um laudmio, correspondente ao domnio direto. Recurso conhecido e provido. REsp 31.596-PR. Desapropriao Indireta. Indenizao. Cesso de Direitos e Sub-rogao pelo Adquirente. Juros Compensatrios e Moratrios (cumulatividade). Artigos 986, I, 988 e 1.066, Cdigo Civil. Smulas 12, 69 e 70, STJ. Smula 74, TFR. 1. Sem o pagamento da justa indenizao inocorre a transferncia do domnio ao expropriante. Inerente ao domnio a reparao devida, vivo este, enquanto no satisfeita aquela, no caso, pela irreversibilidade da incorporao do imvel ao patrimnio pblico, o direito de receber, salvo o decurso do prazo prescricional, permanece intangido. 2. Dado ao expropriado o direito de alienar o imvel enquanto no indenizado, abrangidos o principal e os seus acessrios, o adquirente sub-roga-se nos direitos expressamente transferidos. 3. Juros compensatrios, por submisso melhor adequao do caso concreto, contados desde a data de cesso dos direitos, enquanto que os moratrios a partir do trnsito em julgado. 4. Recurso provido. REsp 23.199-PR. Desapropriao Indireta. Prescrio. Alegada violao dos artigos 177, 550 e 551, Cdigo Civil. 1. Vivo o domnio, reconhecido o direito de propriedade, viva a ao do proprietrio para postular judicialmente o direito indenizao, decorrente de ilcito apossamento administrativo. 2. A trato de ao real, a jurisprudncia assentou a prescrio vintenria para a extino do direito. 3. Iterativos precedentes. 4. Recurso improvido. REsp 7.553-SP. Desapropriao. Juros Moratrios e Compensatrios. Justa e Completa Indenizao. Lei n 8.038/90 (art. 26). Smulas 12, 69 e 70 STJ. 1. Quando os Recursos Extraordinrio e Especial so articulados em petio unificada, com a respectiva fundamentao separada e o Extraordinrio, sem irresignao da parte recorrente, inadmitido, em tese, pode ser conhecido o Especial, por compreenso temperada do art. 26, Lei 8.038/90, que cogita de peties distintas. A recusa, no caso concreto, no homenagearia o princpio de acessibilidade recursal e se revestiria de inadequada severidade. 2. Os juros moratrios incidem a contar da sentena transitada em julgado at efetivo pagamento (Smula 70 STJ). Cuida-se de sentena de mrito proferida na expropriatria e no de homologatria de conta. 3. Recurso provido. REsp 10.629-SP. Desapropriao. Posse. Benfeitorias. Indenizao do terreno. Honorrios advocatcios. Arts. 524 e 530, Cdigo Civil. Art. 21, CPC. 1. O ressarcimento de

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Ministro Milton Luiz Pereiraterreno desapropriado, sem ttulo dominial (arts. 524 e 530, I, Cdigo Civil), em favor do legtimo possuidor, no deve ser feito por inteiro. Como soluo de eqidade, razovel que se reconhea a quem desfrute de habitual uso e gozo do imvel expropriado indenizao equivalente a 60% sobre o valor do terreno, mais aquela decorrente das benfeitorias teis e necessrias que perdeu. 2. Valores indenizatrios com a incidncia de juros compensatrios e moratrios cumulados e da correo monetria. 3. Frente sucumbncia, certo que o pedido da indenizao foi satisfeito, em demanda lealmente pleiteada, constituindo os honorrios advocatcios forma de ressarcimento, para no desfalcar o valor do justo preo na desapropriatria, deve ser louvada a discricionariedade do julgador na sua fixao, temperando a aplicao do art. 21, CPC. 4. Recurso desconhecido pela alnea a, conhecido e provido pelo fulcro da alnea c (art. 105, III, CF). REsp 538-PR. Desapropriao. Processual Civil. Justo Preo. Percia. Imprescindibilidade de Laudo Tecnicamente Suficiente. Decreto-Lei n 3.365/41 (arts. 23 e 27). 1. O laudo tcnico tem exponencial significao para assegurar o pagamento do justo preo, no podendo conformar-se mera formalidade. Justaponha-se que a apurao de valores, estabelecida por preceituao constitucional, como direito e garantia, impe o pagamento do justo preo, requisito indissocivel transferncia do domnio particular ao Poder Pblico expropriante. 2. Sem aprisionamento justia, ou no, da avaliao, a valorao do laudo questionado demonstrando sua insuficincia para a fixao do justo preo, torna-se necessria a renovao da prova tcnica. 3. Recurso provido, em anulando-se o processo desde a prova pericial, para que outra seja realizada, at final, prosseguindo-se com os atos e termos necessrios. REsp 59.527-MG. Direito Civil e Processual Civil. Ao Cominatria. Demolio de Prdio Decorrente Liminar Ordem Judicial. Ao de Ressarcimento por Perdas e Danos. Actio Nata. Prescrio. Art. 178, 10, VI, Cdigo Civil. Art. 305, CPC/39. 1. Cumprida a liminar, prosseguir a Ao Cominatria o seu curso processual, se for o caso, ressalvando na sentena final o direito indenizao, por si, decorrendo de dano causado, fazendo nascer (actio nata) a pretenso ao ressarcimento. 2. O prazo prescricional flui depois de acertado definitivamente, por sentena judicial, que a demolio do prdio constituiu ato ilcito. 3. Prescrio, no caso, inocorrente. 4. Recurso improvido. REsp 3.768-RJ. Execuo Fiscal e Processual Civil. Arrematao. Ao adequada para anulao. Necessidade da intimao do devedor. Curador Especial. Fraude Execuo. Lei 6.830/80. Artigo 185, CTN. 1. A arrematao anulvel por ao ordinria (art. 486, CPC), como os atos jurdicos em geral, sendo inadmissvel a exigncia de ser movida Ao Rescisria. 2. A intimao do devedor quanto designao do leilo deve ser validamente realizada, embora a Lei 6.830/80 no

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Coletnea de Julgados e Momentos Jurdicos dos Magistrados no TFR e STJexplicite a exigncia. 3. Na execuo, o devedor citado para adimplir, no para se defender, razo-mor para ser dispensada a nomeao do Curador Especial. 4. Enfrentada a fraude execuo com a anlise de provas, obstado fica o reexame na via do Recurso Especial (Smula 7-STJ). 5. Intangido um dos fundamentos do acrdo objurgado, por si, suficiente para a anulao da arrematao, o julgado prevalece na sua concluso. 6. Recurso improvido. REsp 3.255-BA. Execuo Fiscal e Processual Civil. Fraude execuo. Penhora. Direito de uso de linha telefnica. Terceiro que adquiriu o bem de outro que no o devedor. Art. 185, CTN. 1. O CTN, nem o CPC, em face da execuo, no estabelecem a indisponibilidade do bem alforriado da penhora. A execuo, por si, no constitui nus erga omnes, efeito decorrente da publicidade do registro pblico. Para a demonstrao do consilium fraudis no basta o ajuizamento da ao. 2. Em se tratando de bem adquirido de terceiro que no o devedor, sem que houvesse a inscrio da penhora, necessrio, para tornar ineficaz, em face do credor, o negcio jurdico, a demonstrao de que o adquirente tinha cincia da constrio. 3. No caso, h necessidade de tutelar a boa-f, no podendo ser presumida a m-f diante dos fatos antecedentes. 4. Precedentes. 5. Recurso no provido. REsp 171.259-SP. Execuo Fiscal e Processual Civil. Fraude execuo. Penhora. Venda de mveis livres de precedente constrio judicial (penhora, arresto, seqestro). Citao e penhora CTN, art. 185. Lei 6.015/73 (arts. 167, nmeros 5 e 21, 169 e 240). Lei 6.830/80 (arts. 7, IV e 11). 1. O CTN, nem o CPC, em face da execuo, no estabelecem a indisponibilidade do bem alforriado da penhora. A execuo, por si, no constitui nus erga omnes, efeito decorrente da publicidade do registro pblico. Para a demonstrao do consilium fraudis no basta o ajuizamento da ao. No caso, demais, a penhora foi determinada tendo por objeto bens mveis declarados quatro anos antes da expedio do respectivo mandado. Resguarda da boa-f do adquirente. 2. Recurso improvido. REsp 103.267-DF. Execuo Fiscal e Processual Civil. Penhora. Bem de famlia. Aplicao retroativa de Lei n 8.009/90. 1. Em resguardando bem de famlia, vigente a Lei n 8.009/90, de imediato, produziu efeitos sobre os processos em curso, incidindo nas penhoras anteriormente efetivadas, sem ofensa ao ato jurdico perfeito e ao direito adquirido. O confrontado acrdo divergiu da pacificada jurisprudncia do STJ. 2. Multiplicidade de precedentes contrrios irretroatividade dos efeitos da Lei n 8.009/90. 3. Recurso provido. REsp 84.715-SP. Execuo Fiscal. Depsito em dinheiro. Penhora. Prazo para os Embargos Execuo. Intimao Pessoal do Devedor. Lei n 6.830/80 (arts. 9, I, III, e 2, II, I, e 2, 12, 16, III, 32 e ). Art. 234, CPC. 1. Depsito em dinheiro (art. 9, I, e 2, Lei 6.830/80) diferencia-se de nomear bens penhora, observando-se a ordem

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Ministro Milton Luiz Pereiralegal que contempla o dinheiro convertido em depsito (art. 9, III, 11, I, e 2, Lei ref.). 2. Necessidade de intimao pessoal do devedor, com a expressa advertncia do prazo para o oferecimento dos embargos execuo (art. 16, III, Lei cit.; art. 234, CPC). 3. Anulao dos atos decisrios causadores de prejuzo interposio dos embargos execuo. 4. Precedentes da jurisprudncia. 5. Recurso provido. REsp 5.859-SP. Execuo Fiscal. FGTS. Contribuio Social. Prescrio e Decadncia. Constituio Federal, art. 165, XIII. EC nos 1/69 e 8/77. CTN, artigos 173 e 174. Leis nos 3.807/60 (art. 144), 5.107/66 e 6.830/80 (art. 2, 9). Decreto n 77.077/76 (art. 221). Decreto n 20.910/32. Smulas 107, 108 e 219 TFR. 1. O FGTS no tem a natureza jurdica das contribuies previdencirias, isto sim, compatibilizando-se com aquelas de feio social, portanto, no espelhando tributos, sujeitando-se ao prazo prescricional trintenrio. Assim compreende-se mesmo para o interregno anterior EC 8/77. 2. Precedentes do STF e STJ. 3. Embargos acolhidos. EDREsp 35.124-MG. Execuo Fiscal. Fiana por prazo indeterminado. Embargos dos fiadores. Exonerao. CTN, artigos 131, 132, 134 e 135; Cdigo Civil, artigos 1.006, 1.481, 1.483 e 1.500. 1. Fiana em favor de devedor certo, sendo contrato benfico, no admite interpretao extensiva, nem aguilhoeta o fiador indefinida ou perpetuamente responsabilidade por obrigaes futuras ou aleatrias, mxime garantindo pessoa diferente daquela destinatria da sua vontade (arts. 1.481 e 1.483, Cdigo Civil). 2. O fiador no tem s deveres, mas tambm direitos, na fiana por prazo indeterminado, podendo alforriar-se quando lhe convier. Igualmente, extinto o negcio garantido, em face da acessoriedade da fiana, surge o direito exonerao (arts. 1.006 e 1.500, Cd. Civil). 3. No se configura no caso prender-se o fiador s hipteses de responsabilidade previstas na lei tributria (arts. 131, I e II, 132, 134 e 135, CTN). 4. Recurso provido. REsp 65.793-RS. FGTS. Opo retroativa. Juros. Capitalizao. Leis nos 5.107/66, 5.705/71 e 5.958/73. 1. A oportunidade de opo, sem qualquer ressalva, oferecida pela Lei n 5.958/73, com efeito retroativo, autoriza o exerccio do direito pelos optantes, taxa progressiva contemplada na Lei n 5.107/66. 2. Multiplicidade de precedentes. 3. Recurso improvido. REsp 48.023-RJ. Locao. Renovatria. Retomada. 1. Presuno de sinceridade do pedido dos retomantes no ilidida, segundo as instncias ordinrias. Matria de fato inexaminvel em recurso especial. 2. Smula n 13 do Superior Tribunal de Justia. 3. Recurso especial no conhecido. 4. Unnime. REsp 20.165-RJ. Mandado de Injuno. Pressupostos constitucionais. Pretenso de impor a edio de novo Regimento Interno do Tribunal de Justia. Constituio Federal, art. 5, LXXI. 1. Vigentes normas regimentais, ainda que desatualizadas e

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Coletnea de Julgados e Momentos Jurdicos dos Magistrados no TFR e STJmodificadas pela multiplicidade de emendas, no se pode afirmar que no existem, um dos pressupostos da pretendida Injuno. 2. No divisado o impedimento da aplicao de preceitos da Constituio, no caso, versando a cidadania, o acesso ao judicirio e o livre exerccio profissional do Advogado, no se compraz a hiptese de que se tornou invivel o exerccio dos direitos e liberdades constitucionais, outro pressuposto da Injuno. 3. Ocorrendo leso de direito individual, a defesa pode arrimar-se por via do mandamus. 4. Recurso improvido. PET 391-MA. Mandado de Segurana Preventivo. Importao de peixe seco e salgado. GATT. Falta de prova preconstituda. Interesse e legitimao. Extino do processo. CPC, artigo 267, VI. Convnio n 60/91. Smulas nos 71/STJ e 177/STJ e 266/STF. 1. Faltante indicao de importao, sem atos e fatos objetivos, sendo insuficientes s suposies, o receio ou temor de futura conduta fiscal exorbitante, no se consubstancia o interesse. Agrega-se ilegitimidade passiva ad causam para pedir a segurana preventiva. 2. Outrossim, a ausncia de fato concreto, no caso, leva afirmao de insurgimento, em tese, contra exigncia fiscal conveniada. 3. Extino do processo. MS 5.516-DF. Mandado de Segurana. Processual Civil. Registro de imveis. Execuo fiscal. Registro de penhora. Custas. Emolumentos. Despesas. Antecipao dispensada. Constituio Federal, artigos 5, LXXVI; 28 e 236. Lei n. 6.830/1980 (arts. 7, IV; e 39). Lei n. 8.935/1994 (art. 28). CPC, art. 27. Lei Estadual n. 8.121/1985. 1. Custas e emolumentos, quanto natureza jurdica, no se confundem com despesas para o custeio de atos fora da atividade cartorial. 2. A dispensa de prvio preparo ou depsito de custas e emolumentos no significa ordem isencional. Significa adiamento para que as serventias no oficializadas faam o recolhimento ou cobrana a final. Demais, no caso, o ato restringe-se ao registro de penhora no stio da execuo fiscal. 3. A interpretao substanciada no aresto procurou o sentido eqitativo, lgico e acorde com especfica realidade processual. O Direito no pode ser injusto ou desajustado s realidades natureza das coisas. 4. No merecendo o ato malsinado o labu de ilegal e abusivo e rfo de hbil demonstrao o alegado direito lquido e certo, a segurana pedida no merece entoar o sucesso. Recurso sem provimento. RMS 10.349-RS. Mandado de Segurana. Acesso carreira de Delegado de Polcia. Liminar em Medida Cautelar Inominada. Admisso sob provisrios efeitos dependentes de sentena final. Leis Estaduais nos 621/82 e 699/83. 1. Admisso em Curso de Formao Profissional pelos cogentes efeitos de deciso liminar, proferida em Medida Cautelar Inominada, dependente de sentena final, no constitui direito lquido e certo ao acesso carreira funcional. A via herica do mandamus no serve como supedneo de processo de execuo, antecipando prestao satisfativa, ainda no constitudo o direito na sentena final conseqente liminar deferida. 2. Recurso improvido. RMS 1.819-RJ.

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Ministro Milton Luiz PereiraMandado de Segurana. Acesso carreira de Delegado de Polcia. Liminar em Medida Cautelar Inominada. Admisso sob provisrios efeitos dependentes de sentena final. Leis Estaduais nos 621/82 e 699/83. 1. Admisso em Curso de Formao Profissional pelos cogentes efeitos de deciso liminar, proferida em Medida Cautelar Inominada, dependente de sentena final, no constitui direito lquido e certo ao acesso carreira funcional. A via herica do mandamus no serve como supedneo de processo de execuo, antecipando prestao satisfativa, ainda no constitudo o direito na sentena final conseqente liminar deferida. 2. Recurso improvido. RMS 1.819-RJ. Mandado de Segurana. Administrativo. Ajudante Substituto de Ofcio Judicial. Pretendida efetivao como Titular. Art. 208, CF/69. 1. A efetivao ou titularidade, proclamada no preceito constitucional (art. 208, CF/69), privilgio intertemporal e excepcional, deve ser compreendido restritivamente, vista do princpio geral de necessidade do concurso pblico de provas e ttulos, com nomeao segundo a ordem de classificao, para o provimento de cargo pblico (art. 207, CF/69; art. 37, II, CF/88). 2. O exerccio funcional contnuo, por si, no constitui direito adquirido lquido e certo para a efetivao, dependendo do reconhecimento do tempo nas funes e da legalidade na investidura, requisitos essenciais ou conexos e no alternativos, sem os quais fica coarctado o favor constitucional da efetivao ou titularidade. 3. Recurso improvido. RMS 231-RS. Mandado de Segurana. Administrativo. Aplicao de redutor nos proventos. Vantagens pecunirias. Irredutibilidade e direito adquirido. Constituio Federal, arts. 37, VII e XI, e 17, ADCT. Lei Complementar n 51/90. Leis Estaduais nos 9.105/89 e 9.361/90. 1. legtima a atividade administrativa, desde que o faa por lei, sem discriminaes, alterando as condies de pagamento dos vencimentos, proventos ou remuneraes, sob as diretrizes das convenincias da Administrao Pblica, mxime quando ao abrigo do sistema constitucional vigente. 2. A garantia da irredutibilidade no assegura a continuidade da percepo de vantagens destoantes dos limites estabelecidos na Constituio e conseqente legislao ordinria de regncia. 3. Precedentes da jurisprudncia. 4. Recurso desprovido. RMS 1.679-PR. Mandado de Segurana. Administrativo. Concurso pblico. Prazo de inscrio. Utilizao voluntria da via postal. Encerramento do prazo editalcio. Artigos 5, XXXIII, e 93, IX, CF. Artigo 183, 1 , CPC. 1. A voluntria opo de remessa postal do pedido de inscrio, quando o Edital, sem essa previso, estabeleceu a apresentao na Diretoria de Concursos, o interessado assume o risco do extravio ou entrega a destempo. A realizao do concurso no pode ficar indefinidamente suspensa, aguardando requerimentos encaminhados via postal. 2. Restrito ao exame da legalidade do ato, no permitida a perquirio judicial sobre a convenincia, oportunidade, eficincia ou justia do ato, nessas

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Coletnea de Julgados e Momentos Jurdicos dos Magistrados no TFR e STJhipteses, emitindo-se manifestao de administrao e no de jurisdio reservada ao Poder Judicirio. 3. Distinguem-se as sesses dos rgos administrativos dos Tribunais, que podem se realizar a portas fechadas, daquelas apropriadas aos rgos jurisdicionais, com julgamentos pblicos (portas abertas), conforme os lineamentos estabelecidos no art. 93, IX e X, C.F. 4. Inexistncia de direito lquido e certo. 5. Recurso improvido. RMS 628-RS. Mandado de Segurana. Administrativo. Concurso pblico. Provas realizadas, nomeados e empossados os candidados aprovados. 1. Sem direito resguardado provisoriamente por deciso liminar, realizado o concurso, nomeados, empossados e em exerccio os candidados aprovados, e, a final, denegada a segurana, no possvel protrair-se no tempo os efeitos do mandamus, ficando exaurida a pretenso. Pois, invivel, pela via judicial, considerar aprovados os candidados que no se submeteram a todas as provas, assegurar-se-lhes a nomeao. Diferentemente ocorreria, se lhes tivesse sido garantida liminarmente a participao nas provas e, ento, se aprovados, reconhecendo-se-lhes o direito nomeao pela ordem classificatria. Por igual aconteceria com a simples reserva das vagas. 2. Sem sucesso o recurso, ficando prejudicada a impetrao. RMS 1.236-PR. Mandado de Segurana. Administrativo. Defensoria Pblica e Ministrio Pblico Estadual. Isonomia de vencimentos. No aplicabilidade do princpio constitucional sem prvia lei. Arts. 37, XII, 39, 1, E 135, CF. 1. A igualdade de tratamento normativo, com critrios objetivos, decorre de que a isonomia pressupe identidade ou similitude de cargos e funes, cuja demonstrao necessria. 2. Norma no auto-aplicvel, dependente de voluntrio ato legislativo, ficando afastada qualquer equiparao forada pela via judicial. 3. Precedentes da jurisprudncia. 4. Recurso conhecido e improvido. RMS 930-SE. Mandado de Segurana. Administrativo. Demisso de funcionrio pblico. Reintegrao pretendida. Absolvio criminal por falta de provas. Arts. 5 , LV, Constituio Federal. Art. 136, Constituio do Estado de So Paulo. 1. A absolvio criminal por insuficincia ou falta de provas, descogitando da excluso de criminalidade, negao do fato ou de sua autoria, no vincula a sede administrativa. A dependncia reconhecida quando a Justia Criminal declarar inexistente o fato ou que dele no participou o funcionrio. 2. No caso, no se negou a ocorrncia do fato, nem a autoria, apenas louvou-se a absolvio na concluso de que as provas no bastaram para condenar no juzo criminal. Demais, o funcionrio foi demitido pela prtica de ilcito administrativo, no elenco de aes constitutivas de prtica culpvel administrativamente. 3. Obedincia ao devido processo legal. 4. Recurso desprovido. RMS 1.041-SP. Mandado de Segurana. Administrativo. Dvida fiscal. Parcelamento. Multa e penalidades. Remisso. Anistia. Legalidade do ato. CTN, artigos 172 e 180.

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Ministro Milton Luiz PereiraDecretos-Leis n. 1.184/1971 (art. 9) e 2.163/1984 (art. 3). 1. INSS excludo da relao processual. 2. A apreciao do ato ferretado no revela falta de suficiente motivao ou desvio de finalidade ou de competncia funcional no indeferimento do pedido de cancelamento de multa por falta de amparo legal. O benefcio pretendido no transpassa o interesse da Administrao Pblica, conformado aos critrios de oportunidade e convenincia de razes interna corporis. O controle judicial, cinge-se ao juzo interpretativo dos padres legais objetivamente considerados para o indeferimento malsinado, sob pena de, no caso, dilargar-se a faculdade, tornando obrigatrio o cancelamento da multa. Enfim, a anlise do ato no finca violao ordem jurdica ou que desborde os limites de atuao assegurada ao administrador. Desfigurao de alegado direito lquido e certo. 3. Segurana denegada. MS 5.591-DF. Mandado de Segurana. Administrativo. Ensino superior. Criao de curso na rea de Sade. Litispendncia (art. 267, V, c/c art. 301, V, 1 , CPC). Lei 4.024/61. Lei 5.540/68. Lei 9.131/95. Decreto 98.377/89. Decreto 1.303/94. 1. Demonstrada a litispendncia extingue-se o processo da ao repetida. 2. Os pareceres administrativos, peas enunciativas de opinies tcnicas, antes de aprovados pela autoridade administrativa investida do poder decisrio ou pelo colegiado competente, no vinculam a administrao. O parecer no subsiste como ato administrativo antes de aprovado, por si, no configurando direito adquirido. 3. No se configura o ato omissivo quando a autoridade procede submissa lei, outrossim ficando desfigurado o abuso de poder. 4. Segurana denegada. MS 4.447-DF. Mandado de Segurana. Administrativo. Expedio de passaporte comum para menores. Pais separados judicialmente. Decreto n 637/92. Lei 8.069/90. 1. O passaporte, fortemente ligado nacionalidade, indispensvel documento para a identificao pessoal. Vencido o prazo de validade, para a concesso de outro passaporte comum ser dispensada a apresentao de documento de identidade, bastando a apresentao do anteriormente expedido, salvo se alterados os dados de identificao (Dec. 637/92, art. 19, 2 , 3 e 4). 2. Em se tratando de menores que, com passaporte regularmente expedido, viajaram para o exterior na companhia da me, o pedido de renovao do documento independe de nova manifestao expressa dos pais, uma vez que, j se encontrando no exterior, concludente se torna que a precedente emisso do documento oficial e a viagem foram abonadas pelo consentimento materno e paterno. 3. Como no perderam a nacionalidade, nem foram banidos do Territrio Nacional, os Impetrantes, cidados brasileiros, tm direito ao passaporte para identificarem-se no exterior, constituindo-se em ilegalidade a simples pendncia burocrtica, obstando a renovao do documento. 4. Segurana concedida. MS 3.793-DF. Mandado de Segurana. Administrativo. Explorao do servio de radiodifuso sonora. Concorrncia pblica. Habilitao desconstituda. Recurso administrativo

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Coletnea de Julgados e Momentos Jurdicos dos Magistrados no TFR e STJhierrquico. Prazo. Afirmao de intempestividade. Conhecimento negado. Lei n. 8.666/1993 (arts. 109, I; e 110, 5). Lei n. 9.648/1998. Edital n. 021/SFO/MC. 1. Nenhum prazo de recurso administrativo inicia-se ou corre sem que os autos do processo estejam com vista franqueada ao interessado (art. 109, 5, Lei n. 8.666/1993). Se a Administrao, por deliberao interna corporis obstaculiza o conhecimento direto do processo, dificultada a ampla defesa, consubstanciado motivo extraordinrio, assegura-se a contagem do prazo a partir da franquia. Sem prejuzo da regra geral excluindo o dia do incio e incluindo-se o do vencimento (art. 110, lei ref.). 2. Descogitada a prescrio ou a decadncia na via judicial eleita (art. 18, Lei n. 1.533/1951) e afastada a precluso na via administrativa, afirmada a tempestividade, edifica-se o direito lquido e certo do administrado recorrer hierarquicamente autoridade competente, assegurado o processamento e deciso. 3. Segurana concedida. MS 6.048-DF. Mandado de Segurana. Administrativo. Isonomia de vencimentos. Advogados de administrao centralizada do Estado e Procuradores de Assistncia Judiciria. No aplicabilidade do princpio constitucional sem prvia lei. Constituio Federal, art. 39, 1 . 1. A igualdade de tratamento normativo, com critrios objetivos definidos por lei, decorre de que a isonomia pressupe identidade ou similitude de cargos e funes, cuja demonstrao necessria. 2. Norma no auto-aplicvel, dependente de vontade poltica legislativa, ficando afastada a equiparao forada pela via judicial. 3. Precedentes da jurisprudncia. 4. Recurso improvido. RMS 1.685-GO. Mandado de Segurana. Administrativo. Militar. Reforma por motivao poltica. Anistia. Promoo. Art. 8 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias. Constituio Federal. Lei n 6.683/79. Emenda Constitucional 26/85. Legitimidade da autoridade impetrada. I - Configurada a ao ou omisso, que consubstancia a alegada violao de direito, dispondo de autoridade administrativa para cumprir a ordem judicial e, como agente pblico, defendendo a legalidade do ato, encarnando a figura da autoridade coatora, legitima-se o Senhor Ministro de Estado para integrar a relao processual. II - Demonstrada a conotao poltica da reforma, sobrevindo a anistia, assegura-se ao seu beneficirio o direito s promoes sucessivas, que teria alcanado se permanecesse na atividade, com as vantagens patrimoniais, que faz jus, a partir da promulgao da Constituio (art. 8, ADCT). III - Precedentes da Corte. IV - Segurana concedida. MS 777-DF. Mandado de Segurana. Administrativo. Oficiais do Corpo de Bombeiros. Equiparao de Vencimentos e Proventos estabelecidos para os Militares das Foras Armadas. Arts. 37, XIII, e 61, 1 , II, a, Constituio Federal. Artigo 92, ADCT. Constituio do Estado do Rio de Janeiro. Controle Concentrado e Difuso da Constitucionalidade (arts. 102, I, a; 125, 2 , CF). 1. O controle jurisdicional da constitucionalidade, no regime da Constituio vigente, pode ser exercitado

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Ministro Milton Luiz Pereiravia de defesa (difuso), incidenter tantum, por todos os Juzes, com efeitos inter partes, enquanto que o concentrado (ao direta), com eficcia erga omnes, est reservado exclusiva competncia do Supremo Tribunal Federal. 2. cogente a vedao estatuda no art. 37, XIII, CF, aplicvel a todos os nveis de Governo da Federao, decorrentemente fincando a eiva de inconstitucionalidade s disposies do art. 92, do ADCT. Constituio do Estado do Rio de Janeiro. 3. Precedentes da jurisprudncia. 4. Recurso improvido. RMS 746-RJ. Mandado de Segurana. Administrativo. Prestaes de trato sucessivo. Decadncia (art. 18, Lei 1.533/51). Decreto 20.910/32. Leis Estaduais nos 3.441/81 e 4.032/87. 1. Na espcie, em lide prestaes de trato sucessivo, o prazo de impetrao no se conta da lei que, com base nela concretizou a ofensa ao direito, considerando-se a coero renovada periodicamente. 2. Sequer, no caso, seria cogitvel a prescrio por malferido o fundo de direito (Dec. 20.910/32, arts. 1 e 3 ). 3. Afastamento da decadncia (art. 18, Lei 1.533/51), abrindo-se o prtico processual para o exame de remanescentes questes de mrito. 4. Recurso provido. RMS 1.030-ES. Mandado de Segurana. Administrativo. Processual Civil. Previdncia privada. Retirada da patrocinadora. Liquidao extrajudicial. Legitimao ativa da associao-impetrante. Ato administrativo (homologao) simples, complexo, composto. Procedimentos administrativos indispensveis. Lei n. 6.435/1977. Decretos-Leis n. 200/1967 e 2.291/1986. Portaria n. 5.476/1999. Medida Provisria n. 1.868-19/1999. Resoluo MPAS/CPC n. 6/1988. CPC, artigos 106, 219 e 301. RISTJ, artigo 71. 1. Questes preliminares resolvidas. 2. O ato administrativo simples tem efeitos e alcance pr-determinados, comportando impugnaes autnomas na via do mandado de segurana. Afastamento da constituio de ato complexo ou composto. 3. Definidos a causa de pedir e o pedido, no caso, com exultncia a necessidade de ser demonstrada a inviabilidade de recuperao, so inafastveis o prazo e o relatrio, a tempo e modo, surgindo a viabilidade da execuo do plano de recuperao ou, ento, a proposta para liquidao extrajudicial. 4. O ato colocado sob exame, na sua essencialidade, simples e vinculado no tocante ao seu objetivo. No composto com a homologao antecedente, nem configura, strictu sensu, o provimento administrativo complexo. Por decorrncia, o reconhecimento da validade daquela por sentena judicial no implica na validao ou invalidao do ato vergastado. 5. O ato impugnado abdicando de procedimentos regrados pela legislao aplicvel nulo. A sua nulidade, porm, no afeta a homologao anterior da retirada da participante, dispensando o exame das implicaes fluentes do reconhecimento de ser ato nulo. 6. Segurana concedida. MS 6.604-DF. Mandado de Segurana. Administrativo. Sindicato. Registro civil de pessoas jurdicas. Inscrio no Ministrio do Trabalho e Emprego. Impugnaes

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Coletnea de Julgados e Momentos Jurdicos dos Magistrados no TFR e STJdesconsideradas por erro administrativo. Reparao do erro e cancelamento da inscrio. Constituio Federal (art. 8). Instruo Normativa n. 1/1997-MTb. Smula n. 473-STF. 1. Demonstrado o vcio na forma, resultante de erro quanto inexistncia de impugnao anterior ao registro deferido, parla de simples inscrio cadastral, anotando-se que foram desobedecidas as normas aplicveis, o ato pode ser cancelado pela autoridade administrativa competente, restaurando-se o statu quo ante. 2. Definida a legalidade do ato administrativo corrigindo o erro, sem a demonstrao objetiva de ofensa ao direito de defesa, no se consubstancia o alegado direito lquido e certo avaliao do cancelamento de registro viciado na sua formalizao. 3. Segurana denegada. MS 6.465-DF. Mandado de Segurana. Aquisio da casa prpria. Quitao antecipada do saldo devedor. Impetrao contra atos atribudos ao Presidente do Conselho Curador do FGTS (Ministro do Trabalho) e ao Presidente da Caixa Econmica Federal. Leis nos 8.025/90 e 8.036/90. 1. A competncia originria do STJ para processar e julgar Mandado de Segurana cinge-se s restritas hipteses explicitadas constitucionalmente (art. 105, I, b, CF). 2. Inexistentes atos praticados pessoalmente por Ministro de Estado ou, no caso, pelo Presidente do Conselho Curador do FGTS (Ministro do Trabalho), documentadamente ficando demonstrado que foram ditados por autoridade executiva hierarquicamente inferior, sem o vislumbre de provimento administrativo decorrente de autorizao delegada, manifesta a incompetncia do STJ para processar e julgar o mandamus. 3. Multiplicidade de precedentes jurisprudenciais. 4. Desconsiderado o mrito, preliminarmente, os autos voltaro Vara Federal de origem. MS 2.859-DF. Mandado de Segurana. rea indgena. Declarao de posse e definio de limites para demarcao administrativa. Portaria Ministerial decorrente de proposio da FUNAI. Interdio da rea. Ttulo Dominial Privado. Constituio Federal, art. 231. ADCT, art. 67. Lei n 6.001/73. Decreto Federal n 11/91. Decreto Federal n 22/91. 1. Suficientemente pr-constituda a prova das situaes e fatos da impetrao, ainda que complexos, mas incontrovertidos, fica desembaraada a via processual do mandamus para a verificao da liquidez e certeza, para a correta aplicao da lei. 2. O direito privado de propriedade, seguindo-se a dogmtica tradicional (Cdigo Civil, arts. 524 e 527), luz da Constituio Federal (art. 5, XXII, CF), dentro das modernas relaes jurdicas, polticas, sociais e econmicas, com limitaes de uso e gozo, deve ser reconhecido com sujeio disciplina e exigncia da sua funo social (arts. 170, II e III, 182, 183, 185 e 186, CF). a passagem do Estado-proprietrio para o Estado-solidrio, transportando-se do monossistema para o polissistema do uso do solo (arts. 5, XXIV, 22, II, 24, VI, 30, VIII, 182, 3 e 4, 184 e 185, CF). 3. Na rea indgena estabelecida a dominialidade (arts. 20 e 231, CF), a Unio nua-proprietria e os ndios situam-se como usufruturios, ficando excepcionado o direito adquirido do particular (art. 231, 6 e 7, CF), porm, com a inafastvel

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Ministro Milton Luiz Pereiranecessidade de ser verificada a habitao ou ocupao tradicional dos ndios, seguindo-se a demarcatria no prazo de cinco anos (art. 67, ADCT). 4. Enquanto se procede demarcao, por singelo ato administrativo, ex abrupto, a PROIBIO, alm do ir e vir, do ingresso, do trnsito e da permanncia do proprietrio ou particular usufruturio habitual, a ttulo de INTERDIO, malfere reconhecidos direitos. A interveno, se necessria, somente ser vivel nos estritos limites da legalidade e decidida pelo Presidente da Repblica (art. 20, Lei 6.001/73). 5. No conferindo a lei o direito interdio (no est prevista na Lei 6.001/73), unicamente baseada no Decreto n 22/91, a sua decretao revela acintoso divrcio com a legalidade. 6. Sem agasalho legtimo malsinada interdio da propriedade, anula-se o item III, da Portaria do Senhor Ministro da Justia, fulminando-se o labu fluente, nessa parte, do ato administrativo ilegal. 7. Segurana parcialmente concedida. MS 1.835-DF. Mandado de Segurana. Ato Administrativo. Gratificao adicional de Incentivo Funcional em Favor do Membro do Ministrio Pblico Estadual. Art. 128, 5 , I, c, CF. Lei Complementar 40/81. Leis Estaduais nos 10.621/88, 10.460/88 e 11.014/89. 1. Vantagens pecunirias irredutveis so decorrentes de desempenho da funo (pro labore facto) ou de transcurso do tempo de servio (ex facto temporis) e no aquelas aprisionadas s condies individuais do servidor pblico (propter personam). 2. legtima a atividade administrativa, desde que o faa por lei, sem discriminaes, alterando as condies de pagamento dos vencimentos, proventos ou remunerao, sob as diretrizes das convenincias da Administrao Pblica. 3. A garantia da irredutibilidade no assegura a continuidade da percepo de va