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13/04/2011 66 XIX

13 Abril 2011

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13/04/201166XIX

estado de minas - 1ª P. e P. 23 a 25 - 13.04.2011

Ernesto Braga A Operação Panaceia (remédio

para todos os males), encabeçada pelo Ministério Público Estadu-al (MPE), prendeu ontem Ildeu de Oliveira Magalhães, presidente da indústria mineira Hipolabor Farma-cêutica, e seu sócio, o químico Re-nato Alves da Silva. Eles são acu-sados de vários crimes, entre eles o de adulteração e falsificação de me-dicamentos que teriam matado duas pessoas em Santa Luzia, na Região Metropolitana de BH, e causado problemas neurológicos em outras quatro. A prisão é resultado de uma investigação iniciada em novem-bro de 2009 pelo MPE, depois de denúncias de que os remédios esta-riam matando pacientes.

Ildeu foi detido em seu luxuoso apartamento triplex, no Bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul da capital, avaliado em R$ 6 milhões, e Renato no Belvedere, na mesma região, no confortável apartamento onde mora, que custou R$ 2 mi-lhões. O MPE achou indícios que relacionam o “enriquecimento ver-tiginoso” dos dois ao esquema de falsificação praticado desde 2000. A farmacêutica Larissa Pereira, da Sanval, empresa ligada à Hipolabor, foi presa e um colega farmacêutico detido para averiguação.

As mortes comprovadas dos dois pacientes que usaram remédios falsificados e adulterados – anesté-sicos, analgésicos e anticoagulante – e outras que estão sendo investi-gadas, entre elas uma no Espírito

Santo, são a ponta do novelo de-senrolado pelo MPE ao investigar a Hipolabor. Ildeu e Renato também são acusados de lavagem do dinhei-ro arrecadado com a falsificação de medicamentos e sonegação fiscal. O prejuízo ao fisco estadual causado pela empresa nos últimos 10 anos é estimado em R$ 600 milhões, se-gundo o promotor Christiano Le-onardo Gonzaga Gomes, da co-marca de Sabará, na Grande BH, onde fica a sede da indústria.

Os remédios produzidos com princípios ativos falsos eram ven-didos a preços subfaturados e, com isso, a empresa pagava menos im-postos. Eles ainda poderão respon-der por formação de quadrilha e fraude em licitações públicas. A pena prevista chega a 29 anos de prisão.

A Secretaria de Direitos Eco-nômicos, do Ministério da Justiça, conduz investigação paralela à do MPE de formação de cartel entre a Hipolabor e pelo menos outras sete indústrias do ramo farmacêutico, de Minas, São Paulo, Goiás e estados do Nordeste. O esquema, segundo o promotor Christiano Gomes, era chefiado por Ildeu. As empresas combinavam qual ofereceria o me-nor preço para vencer os pregões, prática fraudulenta adotada inclusi-ve em certames abertos pela Secre-taria de Estado de Saúde de Minas Gerais.

Além dos mandados de prisão contra Ildeu e Renato, a força-tarefa formada pelo MPE, Receita Estadu-

al, polícias Militar e Civil e Minis-tério da Justiça cumpriu ontem seis mandados de busca e apreensão nas residências dos acusados e sedes da Hipolabor, às margens da BR-381, no Bairro Borges, em Sabará, e nos bairros Eymard e Cidade Nove (Nordeste da capital) e Castelo (na Pampulha). Os mandados foram expedidos pela juíza Cláudia Costa Cruz Teixeira, da 2ª Vara Cível/Cri-minal de Sabará.

No apartamento do presidente da Hipolabor houve apreensão de vasta documentação, papéis que comprovam a existência de contas bancárias do empresário no exte-rior, 112 mil euros (R$ 257,6 mil) e US$ 30 mil (R$ 47,6 mil), dinhei-ro sem origem comprovada. “Há suspeita de que seja fruto de ações ilícitas”, afirmou o promotor Ro-gério Filippetto, coordenador do Centro de Apoio às Promotorias de Defesa da Ordem Econômica e Tributária. Também foi achado um revólver calibre 32. “Ele (Ildeu) afirmou ter registro da arma, mas não o apresentou”, disse o delega-do Denilson Gomes, do Centro de Apoio Operacional do MPE.HistÓRiCo

As investigações do MPE foram feitas pelos promotores Christiano Gomes e Ana Carolina Pinto Coe-lho. Ambos atuam em Sabará e ini-ciaram a apuração depois de receber as denúncias das mortes das pessoas que fizeram uso dos medicamentos adulterados e com base no enrique-cimento ilícito de Ildeu e Renato.

Receita da morteForça-tarefa prende donos do laboratório Hipolabor, com sede em Sabará, por sonegação

fiscal, formação de cartel e adulteração de remédios que teriam tirado a vida de duas pessoas

Fraude + ganância + adulteração + mortes = cadeiaO presidente da indústria de remédios mineira Hipola-

bor, Ildeu de Oliveira Magalhães, e seu sócio, Renato Al-ves da Silva, foram presos ontem, acusados de falsificar medicamentos, que teriam causado a morte de pelo menos duas pessoas e danos neurológicos em quatro. Outras mor-

tes estão sendo investigadas. Os empresários vão responder ainda por sonegação fiscal de R$ 600 milhões, lavagem de dinheiro, fraude em licitações e formação de quadrilha. Uma farmacêutica também foi presa, e um farmacêutico detido para averiguação.

Os promotores foram coordenados por Renato Froes, da Promotoria de Defesa da Ordem Econômica e Tributária. “Descobrimos um his-tórico de autuações fiscais envol-vendo a Hipolabor, que chamamos de empresa-mãe, e outras duas que fazem parte do grupo: a Sanval, la-boratório de São Paulo, e Rhamis, distribuidora de medicamentos mi-neira, todas de propriedade de Il-deu”, disse Renato Froes.

Nos últimos oito anos, segundo ele, a Receita autou as empresas em R$ 4 milhões por irregularidades fiscais. “Hoje (ontem), a comarca de Sabará recebeu outra denúncia de prática de crime contra a ordem tributária pela Hipolabor, com rom-bo de R$ 9 milhões ao erário”, disse o promotor. De acordo com o sub-secretário da Receita Estadual, Gil-berto Silva Ramos, já está compro-vado prejuízo de R$ 19 milhões em sonegação fiscal praticada, desde

2008, pela indústria. “Ainda temos 70 gigabites de arquivos ocultos da empresa para analisar se o prejuízo vai aumentar”, avaliou.

Fundada em 1984, a Hipola-bor tem faturamento anual de R$ 300 milhões, segundo o promotor Christiano Gomes. No fim do ano passado, foi especulada a venda dos ativos da empresa, especializada em produtos hospitalares e comerciali-zação de medicamentos, incluindo genéricos, supostamente por pro-blemas financeiros, por causa das constantes notificações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de irregularidades sobre a qualidade dos produtos. Laborató-rios farmacêuticos do Japão e Itália estariam interessados em adquirir a Hipolabor. “A Anvisa também faz parte dessa força-tarefa e busca des-cobrir o controle paralelo de falsifi-cação de medicamentos”, afirmou o promotor Renato Froes.

EMPRESA ESPERA

PURAÇÃOA direção da Hipolabor não

quis falar sobre as acusações que resultaram na prisão do presidente, Ildeu de Oliveira Magalhães, e do sócio Renato Alves da Silva. No co-meço da noite, a empresa divulgou nota, informando que “a Hipolabor atua no mercado farmacêutico des-de 1984, fornecendo produtos com qualidade comprovada através das certificações ISO 9001 e Boas Prá-ticas de Fabricação, sendo esta emi-tida pela Agência Nacional de Vigi-lância Sanitária (Anvisa)”. Segundo a nota, todos os produtos fabricados e comercializados são registrados no Ministério da Saúde/Anvisa. A direção da Hipolabor informa que vai aguardar as apurações para prestar esclarecimentos necessários à população.

Cont... estado de minas - P. 23 a 25 - 13.04.2011

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Ernesto Braga e Andrea Silva Presos ontem na Operação Panaceia, o presidente da indústria

farmacêutica Hipolabor, Ildeu de Oliveira Magalhães, e o sócio dele, o farmacêutico Renato Alves da Silva, foram levados para o Ceresp São Cristóvão, na Região Noroeste da capital. Segundo o promotor Renato Froes, de Defesa da Ordem Econômica do Ministério Público Estadual (MPE), eles prestarão depoimento hoje. A força-tarefa, for-mada por 130 pessoas, entre promotores, auditores da Receita Estadu-al, policiais militares e civis, servidores do Ministério da Justiça e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), vai vasculhar as quatro unidades da empresa, até sexta-feira, em busca de provas dos crimes de falsificação de medicamentos, sonegação fiscal, formação de cartel para fraudar licitações públicas e formação de quadrilha.

Ildeu e Renato tiveram decretada a prisão temporária, válida por cinco dias. “A prisão pode ser prorrogada por cinco dias, revogada ou convertida em preventiva (enquanto durar a investigação)”, informou Renato Froes. A operação que resultou na detenção dos sócios come-çou às 6h30 de ontem. Além das moradias dos dois, quatro unidades da empresa, nos bairros Borges, em Sabará, na Grande BH, Eymard e Cidade Nova, na Região Nordeste da capital, e Castelo, na Pampu-lha, foram alvos de mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela juíza Cláudia Costa Cruz Teixeira, da 2ª Vara Cível/Criminal de Sabará.

As buscas no luxuoso apartamento triplex de Ildeu (dois últimos andares e a cobertura do Edifício Massabiele), no Bairro de Lourdes, Região Centro-Sul de BH, foram encerradas às 9h, quando auditores

RePoRtaGem de CaPa - Empresa será toda reviradaForça-tarefa com mais de 130 integrantes vai se ocupar, até sexta-feira, de vasculhar dependências do Hipolabor em busca de provas da lista de crimes sob investigação

Cont... estado de minas - P. 23 a 25 - 13.04.2011

Cont... estado de minas - P. 23 a 25 - 13.04.2011da Receita Estadual desceram carregan-do grande quantidade de documentos. Também foram apreendidos 112 mil eu-ros, US$ 30 mil e um revólver calibre 32, além de comprovantes de contas do empresário no exterior. “Sabemos que ele era correntista em um banco nos Estados Unidos, onde foram movimentados US$ 3 milhões. A conta foi encerrada no fim do ano passado, e queremos saber para onde foi esse dinheiro”, disse o promo-tor. Ildeu saiu preso do prédio às 9h30, pela garagem, em uma viatura da Polícia Civil.

No mesmo horário, Renato deixa-va seu apartamento luxuoso na Rua José Ferreira Cascão, no Belvedere, na mes-ma região, escoltado por dois agentes da Polícia Civil. Ele não estava algemado e seguiu caminhando até uma viatura, acompanhado de sua advogada. Os dois não quiseram falar com a imprensa. O imóvel também foi vasculhado. Foram apreendidos um computador e diversas sacolas com documentos. A movimen-tação assustou os moradores, que saíam cedo de casa, e também as pessoas que passavam pela rua e foram surpreendidas com o forte aparato policial em frente ao prédio.

Os prédios da Hipolabor foram in-terditados por causa da operação, inclu-sive a fábrica de medicamentos, no km 13 da BR-381, em Sabará. “Descobrimos um porão na empresa, com grande quan-tidade de papel. Acreditamos que a aná-lise desses documentos vai comprovar o esquema de falsificação de medicamen-tos”, afirmou Renato Froes.

Hoje em dia - 1ª P. - 13.04.2011

Empresários presos por adulterar remédios

estado de minas - P. 4 - 13.04.2011

Hoje em dia - P. 19 - 13.04.2011

Presos empresários suspeitos de fraude milionária com remédiosIldeu de Oliveira e Renato Alves são acusados de vários crimes, como sonegação fiscal de R$ 19 mi

PaRa LemBRaRMedicamentos provocaram duas mortes

Hoje em dia - 19 - 13.04.2011

o temPo - 1ª P. e P. 24 e 25 - 13.04.2011Esquema. Megaoperação apreendeu arma, documentos e grande quantidade de dinheiro

Empresários milionários são presos por sonegação

Panaceia. Empresário de laboratório farmacéutico são acusados de fraudar licitações e adulterar remédios

Donos de negócio milionário são presos por sonegação

Cont... o temPo - P. 24 e 25 - 13.04.2011

Cont... o temPo - P. 24 e 25 - 13.04.2011

Cont... o temPo - P. 24 e 25 - 13.04.2011

estado de minas - P. 26 - 13.04.2011

Hoje em dia - P. 20 - 13.04.2011

Caldas terá radiação medida

27. jB onLine - Rj - ConamP - 13.04.2011

MG: promotor diz tomar medidas para que sete municípios

devolvam R$ 50 milhões BELO HORIZONTE O promotor de Justiça, Fabrício José Fonseca, que investi-

ga o desvio de dinheiro destinado à merenda escolar em sete muni-cípios de Minas Gerais, afirma que, “deverão ser tomadas medidas judiciais contra as prefeituras, para que elas devolvam os recursos aos cofres públicos”.

De acordo com o Ministério Público (MP), as prefeituras das cidades de Betim, Contagem, Santa Luzia e Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte; Mariana, na região Central; Uberaba, no Triângulo Mineiro; e Campanha, no Sul do Estado fariam parte do esquema de fraudes na compra da merenda escolar, “que teria causado um rombo de aproximadamente R$ 50 mi aos cofres do governo federal”, revela o promotor.

A investigação do Ministério Público começou em 2006 e re-centemente se uniu ao MP de São Paulo em uma força-tarefa para apurar o funcionamento do esquema, que envolve desvio de recur-sos públicos, licitações fraudulentas, empresas fantasmas e emis-são de notas fiscais frias.

Segundo Fabrício José Fonseca, que coordena a ação conjunta entre os MPs, “cerca de dez empresas sediadas em São Paulo fazem parte um cartel e se ofereciam para prestar o serviço às prefeituras, que concediam vantagens nos processos licitatórios”.

Com os contratos em vigor, as empresas, então, simulavam a compra de alimentos e repassavam às notas fiscais frias às prefeitu-ras. Desta forma, os governos municipais poderiam desviar verbas provenientes do Ministério da Educação, que seriam de uso exclu-sivo na compra da merenda escolar. “Só em Ribeirão das Neves e Contagem, R$ 15mi foram desviados dos recursos do MEC”, re-velou.

As investigações revelam ainda, “que em São Paulo, as em-presas terceirizadas gastaram cerca de R$ 200 milhões somente em pagamento de propina à agentes políticos do Estado”, segundo o promotor. Quando as investigações terminarem, “será de responsa-bilidade da promotoria de cada comarca tomar as medidas necessá-rias”, informou Fonseca.Resposta

As prefeituras de Contagem e Campanha informaram por meio das assessorias de imprensa que ainda não foram notificadas pelo MP. A prefeitura de Santa Luzia não quis se pronunciar sobre o as-sunto. O município de Betim disse que não terceiriza o serviço. Já a assessoria de imprensa de Ribeirão das Neves disse que não houve irregularidade no processo de licitação e na compra da merenda escolar. E informou ainda que não renovou contrato com a empresa investigada. A prefeitura de Mariana afirmou que o contrato com a empresa suspeita de irregularidade foi cancelado pela nova gestão e que os processos de licitação serão abertos à Justiça se requisitado e a prefeitura de Uberaba afirma que a licitação vencida pela empresa respeita as normas da Lei de licitação e que não há irregularidade da compra de merenda escolar.

ALINE LABBATE

Pelo menos 50 municípios em dez Estados brasileiros podem estar envolvidos em irregularidades na compra da merenda escolar. O esquema, que está sendo tratado pelo Ministério Público (MP) como de autoria da máfia da meren-da, envolve empresas fantasmas, fraude em licitações, notas fiscais frias e pagamento de propinas a agentes públicos.

A estimativa do MP é de que o esquema fraudulento movimente cerca de R$ 2,7 bilhões por ano em todo o país, dinheiro que, se forem comprovadas as irregularidades, terá que ser devolvido aos cofres públicos.

Conforme denúncia de O TEMPO, pelo menos sete ci-dades envolvidas estão em Minas Gerais: Contagem, Betim, Ribeirão das Neves e Santa Luzia, na região metropolitana da capital; Uberaba, no Triângulo Mineiro; Mariana, na re-gião Central, e Campanha, no Sul do Estado.

De acordo com as investigações, a fraude começa com a formação de um cartel entre empresas fornecedoras de ali-mentos. Elas dividem os municípios e pagam propinas aos agentes públicos para vencer as licitações.

A partir daí, emitem notas fiscais frias de alimentos in natura, que deveriam ser comprados pelas secretarias de Educação. Os recursos vêm do Ministério da Educação, atra-vés do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Quando chega aos municípios, a verba é desviada e o gasto em merenda é comprovado por meio das notas fiscais fal-sas.

As prefeituras de Contagem, Betim, Ribeirão das Ne-

ves, Santa Luzia, Uberaba e Campanha negam as denúncias. Em Mariana, a assessoria de comunicação informou, ontem, que o secretário de Educação estava fora da cidade.

O promotor de defesa do patrimônio público de Ri-beirão das Neves, Fabrício Fonseca, que trabalha em par-ceria com o Ministério Público de São Paulo, afirmou que, após a Semana Santa, um relatório geral das apurações será encaminhado para cada comarca, que poderá abrir ações ci-vis e criminais contra as prefeituras.

o temPo - P. 7 - 13.04.2011Investigação.Segundo o MP, esquema atinge 50 municípios no país

Máfia da merenda chega a “lucrar” R$ 2,7 bi por anoValor corresponde ao faturamento das empresas com contratos irregulares

O promotor Fabrício Fonseca concentra as investigações em Minas

FOTO: ALEX DE JESUS - 15.3.2006

Novo impasse envolvendo a terceirização da meren-da escolar no Município. Desta vez, a cidade é investigada por suspeita de fraude ligada a chamada “máfia da merenda escolar” pelo Ministério Público Estadual. Outros sete mu-nicípios mineiros também são alvos da investigação entre elas, Ribeirão das Neves, Betim e Contagem. A fraude seria a simulação da compra de alimentos in natura de pequenos produtores rurais para a liberação de verbas do Ministério da Educação e Cultura (MEC).

O Governo Federal está colaborando com as inves-tigações após ter constatado irregularidade em diversos contratos de empresas, prefeituras e até organizações não-governamentais, pois, a verba destinada à merenda escolar só pode ser usada para a compra de alimentos e não para a terceirização. Neste sentido, conforme declarou o promotor Fabrício José da Fonseca Pinto, há indícios de improbida-de administrativa nos contratos pelo fato das empresas re-ceberem a verba federal para obter os produtos e vendê-los para ela mesma, a fim de entregar a merenda terceirizada às

Prefeituras. Em Uberaba, a empresa Nutriplus é a contratada da Administração municipal para o fornecimento da meren-da escolar desde 2007. Durante este período, a empresa foi citada no escândalo da merenda escolar em São Paulo, onde era responsável pelo contrato em diversos municípios, mas acabou sendo absolvida das denúncias.

Desta vez, uma força tarefa de promotores paulistas e mineiros pretende agilizar as investigações referentes à li-beração irregular da verba. Nos últimos dois anos, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autar-quia que administra a liberação dos recursos federais, en-caminhou ao Ministério Público de diversos Estados todas as ocorrências com “indícios de crime” no uso de verbas destinadas à merenda escolar.

Os casos envolvem os contratos irregulares e os desvios de recursos constatados após as prefeituras que repassaram os valores para ONGs e instituições caírem na malha fina do órgão, dirigido por um funcionário de carreira da Controla-doria Geral da União (CGU).

joRnaL da manHã - mG - ConamP - 12.04.2011

Uberaba é alvo das investigações na máfia da “merenda escolar

Hoje em dia - P. 18 - 13.04.2011

o temPo - P. 29 - 13.04.2011MGC-262. Decisão também interdita equipamentos

Multas de radar em Sabará são anuladas

ViLas do oURo

PATRIMÔNIO É REVITALIZADOCidades mineiras se empenham para manter acervo colonial, controlar a ocupação desordenada e sérios problemas de trânsito, para oferecer novas atrações a turistas e gerar trabalho e renda

estado de minas - P. 27 - 10.04.2011

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joRnaL de tRÊs maRias - P. 03 - maRÇo de 2011

Córrego das Pedras: uma maravilha em risco de extinção

Hoje em dia - P. 24 - minas - 12.04.2011

Parques salvam 73 espécies em MinasEstado é o 3º no ranking nacional com maior número de

animais em risco de extinção vivendo em unidades de proteção

o temPo - P. 4 - 13.04.2011

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“Louco do Triângulo” volta às ruas 27 anos depoisDesaparecimento de homicida reflete contradições na política prisional para portadores de transtornos mentais

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Cont.. Hoje em dia - P. 17 - minas - 13.04.2011

foLHa de sP - P. C5 - 13.04.2011

foLHa de sP - P. C3 - 11.04.2011

As escolas são altamente vulneráveis, diz pesquisador

Cont... foLHa de sP - P. C3 - 11.04.2011

justiça

Gtech é alvo de açãoAlice Maciel Um dos pivôs do primeiro escân-

dalo envolvendo o governo do presiden-te Luiz Inácio Lula da Silva, a Gtech do Brasil é alvo em Minas Gerais de uma ação civil pública movida pelo Ministé-rio Público para garantir a devolução de cerca de meio bilhão de reais referentes aos prejuízos que a empresa teria causa-do aos cofres do estado. Além da Gtech, a ação também pede a responsabilização do ex-governador e hoje senador Itamar Franco (PPS), dos então procuradores Misabel de Abreu Machado Derzi e Cle-ber Reis Grego, e dos ex-presidentes da Loteria do Estado de Minas Gerais (Lemg) Genedempsey Bicalho Cruz, Gil Marcos De Araújo Silva e Márcio Tadeu Pereira.

Para o MP, eles concorreram para que a Loteria sofresse prejuízos finan-ceiros da ordem de R$ 414,9 milhões du-rante a vigência do contrato que garantia a Gtech a concessão para a exploração do sistema de jogos on-line, firmado inicialmente em 1994, durante a admi-nistração do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB), hoje deputado federal. Na ação, o MP pede a quebra de sigilo bancário e o bloqueio dos bens da em-

presa e de todos os envolvidos, inclusive do senador Itamar Franco.

As denúncias de irregularidades nesse contrato foram alvo, em 2004, ano de abertura das investigações do MP, de reportagens exclusivas feitas pelo Estado de Minas. Procurado, o ex-governador informou, por meio de sua assessoria, que não iria se pronunciar até ter conhe-cimento do teor da ação. A reportagem não conseguiu contato com a Gtech por email nem em nenhum dos telefones que seriam da empresa, cuja sede fica em São Paulo.

No contrato firmado em 1994, a Gte-ch teria de instalar 3 mil terminais de jo-gos on-line até 1997, meta não cumprida pela empresa. Mesmo assim, ela teve seu contrato renovado no lugar da abertura de uma nova licitação para a concessão da exploração dos jogos. Essa renovação foi feita quatro vezes consecutivas, sem-pre beneficiando a empresa.

As irregularidades no contrato da Gtech foram denunciadas por Antônio Francisco Patente, ex-presidente da Lo-teria, que decidiu auditar as contas da autarquia quando assumiu seu comando, em 1998. Nessa auditoria foram desco-bertas seis contas fantasmas, oficialmen-te desconhecidas pela autarquia e sem relação com nenhum contrato ou ato ad-ministrativo.

estado de minas - P. 9 - 13.04.2011

o GLoBo - P. 9 - 13.04.2011

CNJ cede, e tribunais poderão ter hora para sestaDepois de desembargadores alegarem até calor contra expediente

integral de 9 h às 18h, conselho flexibiliza horário

o temPo - P. 29 - 13.04.2011

o GLoBo - P. 4 - 13.04.2011

Derrotado nas eleições, deputado do castelo ganha cargo em MinasEdmar Moreira foi nomeado vice-diretor de empresa no governo Anastasia

O Ministério Público da Suíça cita ex-diretores da Eletropaulo e um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo no recebimento de propinas da Alstom para assegurar contratos públicos no Brasil. Transferências entre contas bancárias administradas pela empresa e funcionários públicos de São Paulo fa-zem parte do ato de acusação contra o ex-banqueiro su-íço Oskar Holenweger.

Suspeito de ser o pivô de um caixa 2 da Alstom para a distribuição de propinas pelo mundo, Holenwe-ger teria usado mais de US$ 2 milhões para permitir a obtenção de contratos em pelo menos 20 transferências

bancárias. Nesta semana, o Tribunal Federal da Suíça julga

o caso. Por enquanto, a Alstom não é acusada, só Ho-lenweger, também suspeito de ligações com Pablo Es-cobar e o Cartel de Medelin, na Colômbia, e de ter usa-do US$ 9 milhões para garantir propinas a funcionários públicos em diversos países.

No processo, uma parte substancial da acusação usa as transferências de milhões de euros aos ex-fun-cionários públicos brasileiros como prova da atuação do ex-banqueiro. O processo identificou o pagamento a esquemas em 20 ocasiões no País.

o estado de sP - P. a10 - 13.04.2011

MP suíço mapeia propina a autoridades no BrasilEx-diretores da Eletropaulo e um conselheiro do TCE paulista são citados como destinatários de remessas da Alstom para assegurar contratos públicos no País

foLHa de sP - P. C4 - 10.04.2011

Cont... foLHa de sP - P. C4 - 10.04.2011

Cont... ÉPoCa - P. 11 e 12 - 11.04.2011

ÉPoCa - P. 11 e 12 - 11.04.2011

o temPo - P. 18 - 13.04.2011

Após O TEMPO revelar com exclusividade denúncia de alunos que teriam sofrido agressão homo-fóbica em uma calourada da fa-culdade de letras, no último dia 2, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) começou ontem a apurar o caso. Uma carta-manifesto - elaborada pela Assembleia Nacio-nal dos Estudantes (Anel) e assinada por outros sete diretórios acadêmi-cos e pelo Grupo Universitário em Defesa da Diversidade Sexual (Gu-dds) - foi entregue também ontem à Diretoria Para Assuntos Estudantis (DAE).

De acordo com relatos dos alu-nos, quatro estudantes gays foram alvo de homofobia durante a festa. Um dos agredidos afirmou que to-

mou tapas no rosto por duas vezes, do mesmo homem. Seu companhei-ro teria sido alvo de chutes. Um ca-sal de lésbicas também teria sofrido agressões verbais cometidas pelo mesmo suspeito.

A UFMG informou, por meio de sua assessoria, que não tinha co-nhecimento sobre a agressão. Hoje, a reitoria da universidade irá se reunir com o Diretório Acadêmico (DA) de letras para iniciar as apura-ções sobre a suposta violência.

“A UFMG prima pelo combate à qualquer tipo de discriminação e isso será apurado. Não aceitamos agressão homofóbica em nossa ins-tituição”, informou o diretor Luiz Guilherme Knauer.BastidoRes

Informações extra-oficiais dão conta de que a demora na apuração do caso por parte de UFMG pode ter tido motivações políticas. A re-portagem apurou que a disputa pelo comando do DA de Letras pode ter atrasado a investigação. Os envolvi-dos negam.

A calourada contou com a pre-sença de aproximadamente mil pes-soas, mas havia apenas sete segu-ranças no local. Uma denúncia de alto consumo de bebidas alcoólicas na mesma calourada também esta-ria sendo investigada pela cúpula da universidade. Sobre a acusação, a presidente do DA, Verônica Gomes, disse desconhecer o fato. “Nada disso, até faltou bebida”, informou. (RRo)

Sete prefeituras mineiras estão sendo investigadas pelo Ministé-rio Público estadual acusadas de permitir o desvio de recursos da merenda escolar. A investigação já tem dois anos. O rombo seria de R$ 50 milhões.

A “lebre” foi levantada pelo Fundo Nacional de Desenvol-vimento da Educação (FNDE), autarquia do MEC que, em dois anos, encaminhou ao MP de vá-rios Estados 180 ocorrências de indícios de irregularidades.

Ao fazer o repasse das verbas da merenda escolar, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) exige que 30% delas sejam empregadas na compra de produ-tos in natura provenientes da agri-cultura familiar.

O objetivo é estimular a au-tossustentação dos pequenos agri-cultores. Ocorre que estes, por sua própria estrutura, têm dificuldade de participar de licitações e emitir nota fiscal, o que dá ensejo à inter-veniência de terceiros.

O fato possibilita que empre-sas ofereçam esses serviços. Não são fornecedoras de alimentos, mas prestadoras de serviços espe-cializadas em participar e vencer licitações junto às prefeituras mu-nicipais.

Estas representam uma grande oportunidade de negócios para as empresas. Muitas dessas existem só para prestar serviços a prefei-turas. As agora investigadas estão presentes em vários municípios. E poderão estar em muitos outros.

Parte dessas empresas é pau-lista. Por isso, o MPE montou uma força-tarefa junto ao Ministério Público de São Paulo, que as in-vestiga por pagamento de propina e formação de cartel para vencer concorrências.

As empresas declaram ino-cência, alegando que estão sendo caluniadas por concorrentes. Tudo é possível quando se trata da dis-puta por um mercado que repre-senta a garantia de uma fonte de lucros.

O lucro obtido por meios tra-versos não é lícito. Sobretudo se proveniente de dinheiro público. X’X’Pior se retirado da meren-da escolar. Com certeza, muitas crianças estarão deixando de co-mer

o temPo - P. 27 - 13.04.2011Calourada.Universidade se pronunciou após denúncia de O TEMPO; direção se reúne hoje com DA de letras

UFMG vai apurar queixa de agressão homofóbica

O negócio da fome

Hoje em dia - P. 12 - 13.04.2011

José Nêumanne Duas decisões da Justiça poderão deter a marcha da au-

tonomia policial, que ameaça nosso Estado Democrático de Direito. As provas de irregularidades cometidas pela Polícia Federal (PF) na investigação da Operação Satiagraha foram remetidas ao Supremo Tribunal Federal (STF) antes que elas fossem destruídas, como demandou o Ministério Público Federal (MPF). E o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anu-lou provas também obtidas ilicitamente pela PF na Operação Castelo de Areia.

Em abril de 2005, este jornal previu esse risco no edi-torial Reality show da PF. Ao comentar a Operação Chacal, o texto citou entrevista do deputado federal Paulo Delgado (PT-MG), que constatou: “A PF interroga, indicia e atormen-ta (...) com um viés penal, favorecendo um dos lados”. E de-nunciou os espetáculos de prisões espalhafatosas nos quais policiais agiam como astros em cena. O delegado Protóge-nes Queiroz elegeu-se deputado federal - à custa de sobejos de votos do palhaço Tiririca - mercê do destaque obtido no comando da Satiagraha, que sucedeu à Chacal. Nestes seis anos, a lógica da polícia de espetáculo tem obedecido a nor-mas da discriminação ideológica ou partidária e do interesse negocial. A PF nunca produziu um relatório que permitisse ao MPF processar Waldomiro Diniz, flagrado, filmado e gra-vado achacando um empresário da jogatina, apesar de o réu ter confessado o crime. E o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nunca cumpriu suas promessas públicas de encar-regar a autoridade policial a ele subordinada de investigar a execução de seus correligionários Toninho do PT e Celso Daniel, o coordenador de seu programa de governo na cam-panha vitoriosa de 2002.

Mas investigou com diligência alegados indícios apon-tados em “provas” forjadas por sócios estrangeiros da Bra-sil Telecom e por um vídeo produzido ilegalmente por uma equipe da Globo num restaurante, embora os policiais te-nham falsamente assumido a autoria da gravação. Levou os donos da Casa & Vídeo, rede de lojas populares do Rio, a venderem a empresa por um quarto do preço avaliado pelo comprador antes de suas contas terem sido bloqueadas, seus diretores presos e 2 mil funcionários demitidos, sob a acusação, insinuada pela revista Exame, de “descaminho” (venda de bens contrabandeados), da qual seria inocenta-do pelo STJ. Ainda com base em delação de concorrente, a autoridade policial devassou a contabilidade da cerveja-ria Schincariol e interceptou telefonemas de seus dirigentes buscando flagrar sonegação de impostos. A extinção parcial do processo pelo STJ, em 2006, foi saudada pelo autor do habeas corpus, Fernando Fernandes, como a primeira vitória da cidadania sobre tentativas feitas por agentes da lei de pra-ticarem “lavagem de provas ilícitas”.O precedente dos pro-cessos contra a Casa & Video e a Schincariol, repetido nas acusações contra a empreiteira Camargo Corrêa na Opera-ção Castelo de Areia, chama a atenção para a violação da lei

por agentes do Estado encarregados de fazê-la ser cumprida e de reprimir quem a viole. O recurso à denúncia anônima ou ao “vazamento” de informações sigilosas para algum jor-nalista amigo publicar o boato e este servir de pretexto para o inquérito policial (o comissário José Dirceu era mestre em usar nisso os préstimos dos procuradores Luiz Francisco de Souza, vulgo Torquemada, e Guilherme Schelb) é danoso ao Estado de Direito. A substituição da justiça pelo justiçamen-to (linchamento de acusados selecionados à revelia do pro-cesso jurídico formal) pode vir a ser tão lesiva aos direitos da cidadania quanto a impunidade.

Impedir que se usem provas ilícitas para processar seja quem for é um passo importante, mas não é suficiente. Será necessário ir a fundo na investigação dos interesses políticos e privados que “produzem” os espetáculos de justiçamento estrelados pela autoridade policial, mormente nos últimos oito anos. O procurador-geral da República, Roberto Gur-gel, prestará inestimável serviço à democracia se esclarecer questões levantadas no noticiário sobre os inquéritos da PF, que nunca tiveram resposta. Há esclarecimentos que não po-dem ser incineradas junto com as provas de irregularidades cometidas por policiais, como a participação ilegal de 76 subempreitados da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na Satiagraha e a coincidência de imóveis declarados pelo encarregado dessa operação, Protógenes Queiroz, terem sido doados por José Zelman, policial aposentado sem patri-mônio compatível com o valor deles. Será este senhor uma espécie de doador-geral da República? Seria o caso de Pro-tógenes apresentar um projeto instituindo o “Zelman para todos”, que distribuiria apartamentos no Guarujá como pro-grama social do governo? A quem interessava “grampear” os telefones do então presidente do STF Gilmar Mendes, do filho do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff, na passagem dela pelo primeiro escalão do governo ante-rior? Por que a PF não apura isso, embora a revista Veja tenha publicado o teor dos diálogos?

Respostas a tais dúvidas poderão evitar que novas víti-mas de operações espalhafatosas e agressivas sofram altos custos morais e graves prejuízos financeiros. E isso é o de menos, pois o cidadão comum, à mercê do Sistema Guar-dião, que neste instante pode estar “grampeando” tanto meu telefone quanto o do leitor, é a maior vítima deste estado de coisas. Convirá investigar, esclarecer, processar e punir na forma da lei responsáveis, financiadores e financiados desses espetáculos de justiçamento e degradação. Patrono da causa vencedora no STJ e conhecedor dos exageros da polícia, que ele até há pouco chamava de “republicana”, o criminalista Márcio Thomaz Bastos passou para o lado da lei e dele se espera que venha a contribuir para que seus ex-subordinados se restrinjam à própria função institucional. Polícia Federal S. A. nunca mais!

JORNALISTA E ESCRITOR, É EDITORIALISTA DO “JORNAL DA TARDE”

o estado de sP - P. a2 - 13.04.2011

A ‘’lavagem de provas ilícitas’’