27
14 – 23 Dezembro 2013

14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

14 – 23 Dezembro 2013

Page 2: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

2 3

Não temais, porque eis que vos trago novas de grande alegria, que serão

para todo o povo: Pois, na cidade de David, vos nasceu hoje o Salvador,

que é Cristo, o Senhor.

— São Lucas 2, 10-12

Page 3: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

4 5

Música para o Natal14 a 23 de dezeMbro 2013

14 dezembro | 18:00 orquestra siNfóNica do porto casa da Músicacoro casa da MúsicaChristoph König direcção musical Joana Seara soprano | Cátia Moreso meio ‑sopranoJohn Mark Ainsley tenor | Markus Butter barítono

17 dezembro | 21:00reMix eNseMble casa da MúsicaMartin André direcção musical Sarah Wegener soprano

22 dezembro | 12:00orquestra siNfóNica do porto casa da MúsicaRichard Farnes direcção musical Concerto apresentado por Rui Pereira

23 dezembro | 21:00orquestra barroca casa da Músicacoro casa da MúsicaLaurence Cummings direcção musical

bioGrafias e aGrupaMeNtos

07

17

25

29

35

MECENAS PROGRAMAS DE SALA

APOIO INSTITUCIONAL ITÁLIA 2013

APOIO MÚSICA PARA O NATAL MECENAS PRINCIPAL CASA DA MÚSICAMECENAS CICLO BARROCO

NO LUGAR I5 DA SALA SUGGIA ENCONTRA-SE “MIkE”,OBRA DE JOãO FERRO MARTINS, EM ExPOSIçãO NO âMBITO DA 10ª EDIçãO DO PRéMIO NOvOS

ARTISTAS DA FUNDAçãO EDP

Page 4: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

6 7

Os agrupamentos da Casa da Música celebram o Natal em concertos com uma sonoridade evocativa da quadra. Constituída por seis Cantatas com uma duração total de cerca de três horas, a Oratória de Natal de Bach é apresentada em duas etapas, divididas entre a Orquestra Sinfónica e a Orquestra Barroca, sempre acompanhadas pelo Coro da Casa, permitindo uma rara comparação entre interpretações com instrumentos de época e instrumentos modernos e dando a ouvir a mesma obra em contextos sonoros distintos.

O Remix Ensemble e a celebrada soprano Sarah Wegener apresentam o belíssimo Concerto per la Notte di Natale dell’anno 1956 de Luigi Dallapiccola, oferecendo ainda a visão angelical do paraíso aos olhos de uma criança, na sempre comovente Sinfonia nº 4 de Mahler.

A suite Véspera de Natal, de Rimski-Korsakoff, leva-nos ao encontro de contos populares russos num concerto da Orquestra Sinfónica pleno de fantasia.

Música para o Natal14 a 23 de dezembro 2013

Page 5: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

8 9

14 dezeMbro 201318:00 sala suGGia

orquestra siNfóNica do porto casa da Músicacoro casa da Música

Christoph König direcção musical Joana Seara sopranoCátia Moreso meio ‑sopranoJohn Mark Ainsley tenorMarkus Butter barítono

Johann Sebastian BachOratória de Natal, BWV 248 [1734]

- Primeira Parte: Para o Primeiro Dia do Natal [c.26min.]

- Segunda Parte: Para o Segundo Dia do Natal [c.30min.]

intervalo

- Terceira Parte: Para o Terceiro Dia do Natal [c.24min.]

Tradução dos textos originais nas páginas 11 a 15.

www.vimeo.com/57591378Entrevista ao maestro Christoph König sobre o programa do concerto

Page 6: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

10 11

Johann sebastian bacheisenach, 21 de m a rço de 1685

leipzig, 28 de julho de 1750

Oratória de Natal, BWV 248

A Oratória de Natal, BWV 248 integra, junta-mente com a Oratória da Ascensão BWV 11 e com a Oratória de Páscoa BWV 249, uma parcela específica da vasta produção de música vocal religiosa do grande mestre do Barroco final. Quando compôs a Orató‑ria de Natal, entre Outubro e Dezembro de 1734, Bach havia já concluído a parte mais significativa da sua obra sacra, incluindo a quase totalidade das rubricas que compõem a grandiosa Missa em Si menor BWV 232, o bem conhecido Magnificat BWV 243 ou qualquer uma das suas Paixões. Igualmente completos estavam os cinco ciclos anuais de cantatas (Jahrgänge), cuja composição havia atarefado sobremaneira o músico, desde a sua nomeação como kantor da Igreja de São Tomé de Leipzig. Perante uma prática local que contava anos de consoli-dada existência e que repousava na repeti-ção, mais ou menos invariável, dos mesmos modelos formais e idiomáticos, as autori-dades eclesiásticas de Leipzig começaram a dar sinais de algum desagrado, traduzi-dos na crítica do estilo da Kirchenmusik de Bach e, em particular, das suas cantatas. Atento à sensibilidade dos seus superiores e ciente do assombroso volume de traba-lho que produzira neste domínio, Bach decidiu empreender uma renovação global da música para o culto, servindo -se, para isso, dos infindáveis recursos que a sua imaginação musical lhe proporcionava.

A composição de oratórias veio, em grande medida, corresponder a este objec-tivo, mediante uma brilhante solução de compromisso que aliou a estrutura tradicio-nal das cantatas de igreja, com árias recita-tivos e coros, a uma inovadora concepção narrativa da história religiosa, na qual se destaca a figura central do Evangelista, personificada pela voz de tenor. Uma parte essencial da eficácia catequética e expres-siva na Oratória de Natal advém, com efeito, da forte coesão interna dos seus textos, de autoria provável do libretista Chris-tian Friedrich Picander (1700 -1764), mas amplamente apoiados nos Evangelhos segundo São Lucas e São João.

A obra é constituída por seis cantatas detentoras de diferentes dispositivos vocais e instrumentais, cada uma das quais foi destinada a ser executada num dia espe-cífico da quadra natalícia, de acordo com o esquema na página seguinte. Tal como muitos outros exemplos da produção vocal sacra de Bach, também a Oratória de Natal foi composta com forte recurso a processos de paródia musical, segundo os quais as partes vocais e/ou instrumentais provindas de cantatas sacras e seculares pré -existentes foram adaptadas, no todo ou em parte, à estrutura textual e dramática de partida. Entre os mode-los de que Bach se socorreu encontram--se duas cantatas de homenagem escritas para a corte da Saxónia: Hercules auf dem Scheidwege BWV 213, e Tönet, ihr Pauken! Erschallet, Trompeten! BWV 214. A estas duas obras soma -se ainda a influên-cia de uma cantata sacra que se perdeu (BWV 248a), a qual é objecto de paródia

Cantata / tonalidade

Data de execução Tema ‑chave Ref.

I. Ré maiorPrimeiro Dia de Natal (25 de Dezembro de 1734)

Recenseamento em Anciã e nascimento de Jesus

São Lucas 2, 3 -7

II. Sol maiorSegundo Dia de Natal (26 de Dezembro de 1726)

Anúncio aos pastores São Lucas 2, 8 -14

III. Ré maiorTerceiro Dia de Natal (27 de Dezembro de 1734)

Adoração dos pastores São Lucas 2, 15 -20

IV. Fá maiorDia de Ano Novo (1 de Janeiro de 1735)

Circuncisão de Jesus São Lucas 2, 21

V. Lá maiorPrimeiro Domingo após o Ano Novo (2 de Janeiro de 1735)

Chegada dos Reis Magos a Jerusalém

São Mateus 2, 1 -6

VI. Ré maiorDomingo de Epifania (6 de Janeiro de 1735)

Adoração dos Reis Magos São Mateus 2, 7 -12

na Parte VI da Oratória, e ainda da cantata secular Preise dein Glücke, gesegnetes Sach‑sen BWV 215, também dedicada à aristo-cracia saxónia.

Apesar do contexto original de execução ter implicado uma segmentação da obra, condição que, aliás, também se aplica às actuais necessidades da sala de concerto, deve evitar -se perspectivar a Oratória de Natal como um ciclo de seis cantatas inde-pendentes, sob o risco de se perder de vista a interessante lógica de coesão global que subjaz à obra. São, de facto, diversos os aspectos que nos permitem falar de uma estratégia consciente de unificação da Orató‑ria como um todo musical, contrariando a ideia de um somatório de partes indivi-duais cujo único elo de continuidade resi-diria no encadeamento dos acontecimentos descritos, protagonizado pelo Evangelista.

É possível vislumbrar, por exemplo, a estrutura tonal de larga escala que envolve o conjunto das seis partes da Oratória e que pode ser observada no quadro anterior. As três primeiras partes revelam uma dispo-sição tonal simétrica, no centro da qual se encontra o Coral “Schaut hin”, em Sol maior, uma espécie de “pivot” dramático no qual se anuncia o nascimento do Filho da Virgem, envolto na obscuridade de um estábulo. É este o ponto de chegada mais “profundo”, mais reflexivo, de toda esta primeira metade da Oratória. Como contra-partida, o recurso à tonalidade brilhante de Lá maior, na Parte V, sugere a Luz de Cristo, numa clara aproximação à mensa-gem do texto. A Parte IV, cujo texto é mais periférico à narrativa do nascimento de Cristo, é a única a fazer uso de bemol na armação de clave (Fá maior). Em estreito

Page 7: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

12 13

acordo com o plano de tonalidades descrito encontram -se as conotações tímbricas: trompetes e timbales nos momentos de anúncio e exultação (Partes I, III e VI); trompas na secção em Fá maior (Parte IV); flautas pastoris, oboés de amor e oboés de caça na secção em Sol maior (Parte II) e, finalmente, cordas concertantes na secção em Lá maior (Parte V).

Todos os magníficos solos para trom-pete das secções em Ré maior foram pensa-dos em função dos dotes interpretativos do virtuoso Gottfried Reiche, com quem Bach trabalhou durante a sua permanên-cia em Leipzig. Porém, o instrumentista nunca chegou a entoá -los porque, por ironia do destino, morreu de ataque cardíaco durante a execução da Cantata BWV 215, a 5 de Outubro de 1734.

A utilização recorrente de melodias de coral bem conhecidas na época faz também parte do conjunto de expedientes destina-dos a instaurar inter -relações entre as dife-rentes partes da Oratória. Um caso saliente é o da melodia do coral “O Haupt voll Blut und Wunden”, de Hans Leo Hassler, a qual subjaz ao primeiro e último corais da obra de Bach. Os coros revestem -se, aliás, de uma importância fundamental ao longo da Oratória, não apenas como harmoniza-ções a quatro partes, mas também como “cadências” conclusivas, dotadas de inter-lúdios instrumentais. Surgem também combinados com recitativos, assumindo um carácter meditativo (ex.: Parte II, nos 22 e 23). É de destacar, igualmente, o papel expressivo atribuído à voz de contralto, que aparece como símbolo da Virgem Maria, personagem omitida na narrativa mas que

adquire, desta forma indirecta, um carác-ter omnipresente ao longo de toda a obra.

Obra extensa, francamente inspirada, quer do ponto de vista musical, quer lite-rário, a Oratória de Natal de Bach constitui um monumento ínclito da herança musi-cal barroca e a sua interpretação integral no presente ciclo de concertos é um teste-munho vivo e sempre renovado do seu imenso potencial espiritual e expressivo.

rui cabr al lopesNotas ao programa gentilmente cedidas

pela Fundação Calouste Gulbenkian

Johann Sebastian BachOratória de Natal, BWV 248 (Partes I – III)

PRIMEIRA PARTEPara o Primeiro Dia do Natal(Lucas 2, 1 e 3 -7)

1. COROExultai, rejubilai! Louvai estes dias,Glorificai esta obra do Altíssimo!Não temais nem vos lamenteis,Entoai hinos de alegria e júbilo.Louvai o Altíssimo num hino magnífico.Adoremos o nome do Senhor.

2. RECITATIVO (Tenor)EVANGELISTA: E aconteceu, naqueles dias, que saiu um decreto de César Augusto, para que todos se recenseassem, e todos iam recensear -se, cada um à sua cidade. E subiu também José da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de David, que se chamava Belém, porque era da casa e família de David, para se recensear com Maria, sua mulher, que estava grávida. E, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz.

3. RECITATIVO (Contralto)Eis que vai nascer o meu bem-amado,O herói da casa de David,Para consolar e salvar o mundo.Eis que vai brilhar a estrela de Jacob,O seu brilho já rasga as trevas;Ergue -te, ó Sião, seca as tuas lágrimas,Pois que a tua esperança surge no céu.

4. ÁRIA (Contralto)Prepara -te, ó Sião, com ternura,Para receber o mais belo, o teu bem-amado!O teu rosto tem de estar hoje mais resplandecente,Apressa -te a receber o bem-amadoCom todo o anseio do teu coração!

5. CORALComo poderei receber -vos,Como poderei ir ao vosso encontro?Vós, que todo o mundo espera,Adorno da minha alma!Ó Jesus, Jesus, vemTu mesmo iluminar -me,Para que eu saiba aquiloQue Vos agrada.

6. RECITATIVO (Tenor)EVANGELISTA: E deu à luz o seu filho primogénito, e o envolveu em panos, e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.

Page 8: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

14 15

14. RECITATIVO (Baixo)A promessa que Deus tinha feito a Abraãomantém -na agora e cumpre -aperante o coro dos pastores.Foi agora revelado a um pastorQue recebeu todas estas grandes coisas de Deus.E agora é também um pastorO primeiro a testemunhar o cumprimentoDa promessa que outrora fora feita.

15. ÁRIA (Tenor)Acorrei, pastores, cheios de alegria,Não tardeis demasiado.Apressai -vos a contemplar o divino menino!Ide, a alegria é imensa,Procurai alcançar a graça,Ide e refrescai o coração e a alma!

16. RECITATIVO (Tenor)EVANGELISTA: E isto vos servirá de sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura.

17. CORALOlhai, ali no estábulo sombrio está deitadoAquele cujo domínio se estende a todo o universo!Lá, onde antes os animais procuravam alimento,Repousa agora o filho da Virgem.

18. RECITATIVO (Baixo)Ide então, ide ó pastores,Para contemplar o milagre:E quando encontrardes o Filho do AltíssimoDeitado numa dura manjedoura,Cantai junto ao seu berço,Cantai suaves melodias,Cantai todos em coroEsta canção de embalar.

19. ÁRIA (Contralto)Dorme, meu doce menino, goza o teu repouso,E desperta depois para a salvação de todos nós!Consola o Teu peito,Sente a alegriaCom que nos enches o coração!

20. RECITATIVO (Tenor)EVANGELISTA: E no mesmo instante, apare-ceu com o anjo uma multidão dos exérci-tos celestiais, louvando a Deus, e dizendo:

21. COROGlória a Deus nas alturase paz na terra aos homens de boa vontade.

22. RECITATIVO (Baixo)Assim, ó anjos, rejubilai e cantai,Tudo nos foi favorável neste dia!Vamos! Unamos as nossas vozes,Isso dá -nos tanta alegria como a vós.

23. CORALNo meio dos vossos exércitos nós Vos cantamosCom toda a nossa alma: louvor, graças e honra,Porque Vós, hóspede tão desejado,Vieste agora até nós.

—intervalo

7. CORAL (Coro /Soprano) e RECITATIVO (Baixo)Veio à terra como um pobre,Quem será capaz de o exaltar condignamente,O Amor que o nosso Salvador nos traz?Que ele tenha piedade de nós,Sim, quem poderá avaliarComo o sofrimento dos homens o entristece?Para nos dar a herança do céu,O filho do Altíssimo vem ao mundo,Porque é Sua vontade que o mundo se salve,E nos fazer iguais aos Seus anjos.Por isso, Ele próprio, quer nascer como homem.Kyrie eleison!

8. ÁRIA (Baixo)Magnífico Senhor, Rei poderoso,Nosso amado Salvador, oh como VósDesprezais as pompas deste mundo!Aquele que mantém o mundo com o seu poderQue criou o seu esplendor e a sua beleza,Tem de dormir numa dura manjedoura.

9. CORALAh, Menino Jesus, meu bem-amado,Faz um berço doce e puroPara repousar no fundo do meu coração,Para que eu nunca te esqueça!

SEGUNDA PARTEPara o Segundo Dia do Natal(Lucas 2, 8 -14)

10. SINFONIA

11. RECITATIVO (Tenor)EVANGELISTA: Havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam durante as vigílias da noite o seu rebanho. E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor.

12. CORALIrrompe, ó radiosa aurora,E faz que o céu se ilumine com a luz do dia!Pastores, não temais,Porque é a vós que os anjos dizem,Que este frágil menino há -de serA nossa Salvação e a nossa alegria.Ele também há -de vencer SatanásE trazer -nos, por fim, a paz.

13. RECITATIVO (Tenor/Soprano)EVANGELISTA: E o anjo disse -lhes:O ANJO: Não temais, porque eis que vos trago novas de grande alegria, que serão para todo o povo: Pois, na cidade de David, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.

Page 9: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

16 17

33. CORALGuardar -vos -ei com todo o fervor,É por VósQue quero viver,É por Vós que quero partir,Convosco quero enfim elevar -meCheio de alegriaPara sempreNa vida eterna.

34. RECITATIVO (Tenor)EVANGELISTA: E voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes tinha sido dito.

35. CORALAlegrai -vos agora,Que nasceu o vosso SalvadorComo um Deus e como um homem,Aquele que éO Senhor e o CristoNasceu, escolhido entre muitos, na cidade de David.

Tradução (com excepção dos textos bíblicos) de Maria Clarisse Ferreira dos Santos e

Ursula Jerosch Herold, gentilmente cedida pela Fundação Calouste Gulbenkian

TERCEIRA PARTEPara o Terceiro Dia do Natal(Lucas 2, 15 -20)

24. COROSenhor do Céu, escutai a nossa súplica,Aceitai os nossos balbuciantes cantos,Quando Sião Vos celebra nos seus salmos!Escutai o louvor dos corações exultantes,Enquanto Vos prestamos homenagem,Por nos terdes assegurado a Salvação!

25. RECITATIVO (Tenor)EVANGELISTA: E, quando os anjos se reti-raram para o céu, disseram os pastores entre si:

26: COROVamos pois até Belém, e vejamos o que aconteceu, e que o Senhor nos fez saber.

27. RECITATIVO (Baixo)Ele consolou o seu povo,Ele libertou Israel,Ele enviou -nos o socorro de SiãoPara pôr fim ao nosso sofrimento.Vede, pastores! Isto foi o que Ele fez;Ide! É isto que vereis!

28. CORALEle fez tudo isto por nós,Para nos mostrar o Seu imenso Amor;Que toda a Cristandade rejubile,E lhe dê graças por toda a eternidade.Kyrie eleison!

29. DUETO (Soprano e Baixo)Senhor, a vossa compaixão e a vossa misericórdiaSão o nosso conforto e a nossa libertação.A vossa graça, o vosso amor,E a vossa ternura,Renovam a vossa fidelidadeAo Pai.

30. RECITATIVO (Tenor)EVANGELISTA: E foram, com grande pressa, e acharam Maria e José, e o menino deitado na manjedoura. E vendo isto, divulga-ram a palavra que lhes fora dita acerca do menino. E todos os que a ouviram se mara-vilharam das coisas que os pastores lhes diziam. Mas Maria guardava todas estas palavras, conferindo -as no seu coração.

31. ÁRIA (Contralto)Guarda, meu coração, este milagre divinoSolidamente na tua fé!Faz com que os milagres de DeusSejam sempreA força da tua fraca fé.

32. RECITATIVO (Contralto)Sim, sim, meu coração guardará em siO testemunho daquilo que lhe foi reveladoNeste tempo propícioPara a sua felicidade.

Page 10: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

18 19

17 dezeMbro 201321:00 sala suGGia

reMix eNseMble casa da MúsicaMartin André direcção musical Sarah Wegener soprano

1ª Parte

Luigi DallapiccolaConcerto per la notte di Natale dell’anno 1956 [1957; c.17min.]

1. Prologo2. Primo Inno3. Intermezzo4. Secondo Inno5. Epilogo

2ª Parte

Gustav MahlerSinfonia nº 4, em Sol maior [1899‑1901; versão par a ensemble de klaus simon, 2007; c.54min.]

1. Bedächtig – Nicht eilen – Recht gemächlich [Controlado – Sem apressar – Muito moderado]2. In gemächlicher Bewegung [Num andamento moderado]3. Ruhevoll. Poco adagio [Tranquilo. Poco adagio]4. “A Vida Celestial” – Sehr behaglich [Muito cómodo]

Traduções dos textos originais nas páginas seguintes.

Page 11: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

20 21

luiGi dallapiccolapisino d’istr i a, 3 de fev er eiro de 1904

flor ença, 19 de fev er eiro de 1975

Concerto per la notte di Natale dell’anno 1956

Estreia da versão original: 11 de Outubro de 1957, Tóquio; maestro: Hiroyuki Iwaki. Instrumentação: voz de soprano, flauta, oboé, clarinete em Si bemol, fagote, saxofone alto, trompa, harpa, celesta e piano, xilofone, vibra-fone e jogo de sinos, quarteto de cordas e contrabaixo.

Luigi Dallapiccola foi uma das persona-lidades mais importantes e influentes no âmbito da música do século XX. A sua formação extremamente sólida enquanto pianista, maestro e teórico musical, área onde aprofundou uma panóplia de temas diversos desde a Música Antiga às obras líricas de Puccini, influenciaram a sua obra enquanto compositor. Desde sempre atento à arte contemporânea, Dallapiccola tinha apenas vinte anos de idade quando assistiu à estreia de Pierrot Lunaire sob a direcção do próprio compositor, Arnold Schönberg. Seguidor da chamada Segunda Escola de Viena e da música de Debussy, Dallapic-cola não esqueceu nunca o ensinamento da sua herança italiana e dos mestres do passado, desde a Renascença aos gran-des nomes do Verismo, sendo que a sua escrita ficou definitivamente marcada pelo serialismo de linha weberiana e pelo refi-namento musical dos escritos teóricos de Ferrucio Busoni.

Concerto per la notte di Natale dell’anno 1956 tem características que só poderiam sair da pena de um compositor com alguns dos traços biográficos acima descritos. Resultou de uma encomenda da Sociedade de Música de Câmara Rameau de Tóquio, no Japão, onde foi estreado em Outubro de 1957 sob a direcção de Hiroyuki Iwaki. O concerto está dividido em cinco anda-mentos. É escrito para ensemble e voz de soprano, a qual intervém no segundo e no quarto andamento. Os andamentos pura-mente instrumentais são mais contem-plativos, parecendo ilustrações de uma atmosfera nocturnal, enquanto os dois andamentos com voz são mais dinâmi-cos, recorrendo a um estilo mais decla-mado e com contrastes mais vincados. Os textos destes dois andamentos são retira-dos das laudas em louvor a Deus de Frei Jacopone da Todi (c.1230 -1306). Na escrita de Dallapiccola são audíveis algumas das técnicas de simetria com que o composi-tor trabalha.

O concerto tem início num registo sombrio, nocturnal, com um lirismo presente no registo agudo do primeiro violino e com timbres cintilantes nas inter-venções do vibrafone e do jogo de sinos. A acção tem lugar em solos introduzidos primeiramente por uma nostálgica flauta, seguida por outros instrumentos com papel de solistas numa alusão aos concerti grossi. O primeiro hino de louvor tem a indicação expressiva giubilante, num tempo Anima‑tissimo, marcando um efectivo contraste pela exuberância dos ataques, da dinâ-mica e do canto de louvor. O intermezzo é marcado por um denso cromatismo,

fazendo regressar a música a tempos bem lentos e a registos sombrios mais inquietan-tes. Parte dessa dramaturgia é alcançada por frases que conduzem para o silêncio. O segundo hino tem início com a voz em estilo declamado, sem acompanhamento. Este, na sua entrada, parece fazer um apon-tamento à palavra “amore”, carregando -a com uma interpretação possível daquele que é o conteúdo semântico do texto de Jacoponi da Todi. O epílogo faz a súmula dos andamentos instrumentais regres-sando ao ambiente nocturnal.

rui pereir a (2013)

Lu i g g i d a l l a p i c c o l a , es ta ç ã o d e S ã o b e n t o , Po r t o , 1 9 6 0

Page 12: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

22 23

ciclo, como representa simbolicamente o seu verdadeiro fim. Na Primeira Sinfo-nia encontramos a natureza primordial, habitada por um herói que acabará por morrer; na Segunda acompanhamos o processo de resgate desse herói do mundo dos mortos para uma ressurreição pode-rosa; na Terceira, através de uma imersão radical na paisagem e fauna dos lagos e bosques do Tirol, e seguindo a «arquitec-tura do mundo» de Schopenhauer, passa-mos pela natureza inorgânica, pela Flora, pela Fauna, pelo Homem, e pelos Anjos, até alcançar o Amor, antes de assistir-mos (na Quarta Sinfonia) à passagem da vida terrena para a vida celestial – cheia de anjos, santos e... crianças.

Originariamente pensado como o sétimo andamento da Terceira Sinfonia, o anda-mento final da Quarta Sinfonia (“A Vida Celestial”) foi o primeiro a ser composto, tendo funcionando como fonte de inspira-ção temática e motívica para a composição dos andamentos precedentes. Deste modo, o centro da Quarta Sinfonia encontra--se no Finale, no último andamento, que consiste no Lied Das himmlische Leben (“A Vida Celestial”), composto originaria-mente em 1892 para piano e canto. Este Lied, com o subtítulo “Canção popular da Baviera”, tem um carácter algo infan-til e, nas palavras da então namorada de Mahler, Natalie Bauer -Lechner, «é uma criança que vem explicar, no fim da sinfonia, tudo o que antes se passou». Não por acaso muitos maestros substituem a soprano de voz perfeitamente desenvolvida por uma menina ou um menino com registo agudo, compensando a perda de qualidade vocal

com o ganho enorme de carácter e de força comunicativa. A imagem idealizada de um mundo longínquo, pacífico, sem proble-mas existenciais e de religiosidade pueril cresce através do sonho infantil: o quarto andamento evoca uma paisagem inte-rior plena de dança, canto, brincadeiras, alimentação bíblica (espargos, pão, vinho, maçãs, pêras, uvas, veado e lebre) e invo-cação de vários santos: S. Pedro, S. Lucas, Santa Marta, Santa Úrsula e Santa Cecí-lia. Todo este material ingénuo e inocente é unificado por uma música delicada e sensível, classicizante e muito moderada. Mahler prescinde da orquestra gigantesca das sinfonias precedentes, elimina total-mente os trombones e reduz as madeiras. A escrita é também mais transparente, com frases mais curtas e mais directas. A oposição contrastante entre celestial e terreno, entre inocência e experiência é uma das chaves de leitura possíveis para esta sinfonia. Neste sentido funciona também o uso da tonalidade: Sol maior (a tonali-dade oficial da Quarta Sinfonia) representa a vida terrena, enquanto que Mi maior (a tonalidade platónica, com a qual a sinfonia efectivamente se conclui – com um longo mi natural dos contrabaixos) é a figuração do Paraíso. Que este Paraíso é uma visão inalcançável demonstra -o claramente a terceira estrofe do poema, que recorda Herodes e o sacrifício dos inocentes. Para Mahler o Paraíso deve, mais do que inal-cançável, permanecer um “mistério”.

paulo de assis

(2011, excerto da nota à versão original)

Laudas de Jacopone da Todi

(2º andamento)Laude LXIV – 15 ‑20

Ouviu -se um cântico:“Glória nos céus ao altíssimo Deus;E paz na terra – que acabada está a guerraE toda a maldade;Por isso louvai – e bendizeiCristo adorado!” –

(4º andamento)Laude XC; 259 ‑266 e 283 ‑290

Amor, amor, grita o mundo inteiro,Amor, amor, todas as coisas clamam;Amor, amor, és tão profundo,Quem mais te abraça sempre mais te deseja.Amor, amor, tu és um círculo redondo:Quem com todo o coração aí entra, sempre te ama,Que tu és fio e trama – quem te ama para vestir;Assim doce sentir – que sempre grita amorAmor, amor, Jesus desejado,Amor, quero morrer abraçando -teAmor, amor, Jesus, meu doce esposoAmor, amor, a morte te peço;Amor, amor, Jesus tão deleitosoTu a mim te ofereces, em ti me transformandoPensa que vou passando – amor, não sei onde estouJesus, esperança minha – enche -me de amor.

Tradução de Cristina Guimarães

GustaV MaHlerk a liste, 7 de julho de 1860

v iena, 18 de m a io de 1911

Sinfonia nº 4, em Sol maior

Estreia da versão original: 25 de Novembro de 1901, Munique; maestro: Gustav Mahler. Versão para ensemble de Klaus Simon: 2007Instrumentação: flauta (e piccolo), oboé (e corne inglês), clarinetes em Si e Lá (e clarinete baixo), trompa, dois percussionistas, harmónio, piano, quarteto de cordas e contrabaixo.

A Quarta Sinfonia de Mahler conclui o ciclo das “sinfonias da trompa mágica do rapaz”, sinfonias nas quais Mahler utilizou textos provenientes d’A trompa mágica do rapaz, uma colectânea de poesia popular alemã, de autores anónimos, organizada e publicada entre 1805 e 1808 por Achim von Arnim e Clemens Brentano – um livro que, nas palavras de Goethe, “é obriga-tório ter em casa”. Em 1888 Mahler leu atentamente A trompa mágica do rapaz, e foi a partir dessa data que começou a compor canções com acompanhamento de piano sobre poemas daí extraídos. No total, compôs vinte e quatro canções sobre poemas da Trompa mágica, e três dessas canções vieram a dar forma a andamen-tos inteiros da Segunda, da Terceira e da Quarta Sinfonia. De acordo com Mahler, só com a Quarta Sinfonia é que as prece-dentes adquirem verdadeiro sentido, e o conjunto das quatro primeiras sinfo-nias deve ser entendido como uma tetra-logia perfeita. Dentro deste plano geral, a Quarta Sinfonia é não só a última do

Page 13: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

24 25

A Vida Celestial(de “A Trompa Mágica do Rapaz”)

Saboreamos os prazeres celestes,por isso evitamos todas as coisas terrenas.No céu não se escutanenhum rumor do mundo!Todos vivem em serena paz!Levamos uma vida angelical,mas somos também muito alegres!Levamos uma vida angelical,dançamos e cantamos,saltamos e pulamos!E, no céu, São Pedro observa -nos!

São João solta o pequeno cordeiro,Herodes, o carniceiro, aguarda por ele!Levamos o manso,inocente e mansoe doce cordeirinho, para a morte!São Lucas abate o boisem muito pensar ou sentir,o vinho não custa um tostãonas caves celestes,e os anjos cozem o pão.

Ervas aromáticas de diversos tipos,crescem no jardim celeste!Bons espargos, feijões,e tudo o que quisermos!São -nos servidos pratos fartos!Boas maçãs, boas pêras, e boas uvas!Os jardineiros deixam -nos provar tudo!Se quereis corças ou lebres,elas surgem correndopelas ruas espaçosas!E se é dia de jejum,todos os peixes nadam alegremente até à tona!E eis São Pedro que chegacom a sua rede e engodoao viveiro celeste.Santa Marta deve ser a cozinheira!

Não existe música na Terra,que se compare à nossa.Onze mil virgenslançam -se numa dança!Santa Úrsula observa e ri!Não existe música na Terra,que se compare à nossa.Cecília e os seus paressão magníficos músicos de câmara!As vozes dos anjosestimulam os sentidos,e tudo desperta para a alegria.

Tradução de Ofélia Ribeiro, gentilmente cedida pela Fundação Calouste Gulbenkian

Page 14: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

26 27

22 dezeMbro 201312:00 sala suGGia

orquestra siNfóNica do porto casa da MúsicaRichard Farnes direcção musical Concerto apresentado por Rui Pereira

Nikolai Rimski ‑Korsakoff Suite da ópera A Donzela de Neve [1881; c.14min.]

1. Introdução2. Dança dos pássaros3. Cortejo: procissão do czar Berendey4. Dança dos arlequins

Suite da ópera Véspera de Natal [1895; c.25min.]

1. Noite de Natal2. Bailado das estrelas3. Sabat das bruxas e cavalgada às costas do diabo4. Polonaise5. Vakula e os chinelos

Concerto sem intervalo

Page 15: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

28 29

NiKolai riMsKi ‑KorsaKofftikh v ine (rússi a), 6 de m a rço de 1844

liubensk, 8 de junho de 1908

Pertencente a uma família da nobreza russa, Nikolai Rimski -Korsakoff deu mostras de grande talento musical desde muito cedo. Teve aulas de piano desde os seis anos e aos nove já compunha. Formou--se na Escola Naval e foi na Marinha que compôs a primeira sinfonia e a primeira ópera, para além de outras obras. Aos 27 anos de idade foi nomeado professor de Composição e Orquestração no Conserva-tório de São Petersburgo e transformou--se num dos mais influentes e importantes compositores do seu tempo. Pertencente ao chamado Grupo dos Cinco, defensores de uma música de cariz nacionalista baseada no folclore e nas raízes da música popular russa, foi um orquestrador notável e profes-sor de alunos tão célebres quanto Glazu-nov, Prokofieff e Stravinski, entre outros. No âmbito da composição, foi autor de 15 óperas bem acolhidas e de muita música orquestral, sendo de destacar o sucesso alcançado com as obras Scheherazade, Capricho espanhol e A grande Páscoa russa.

Nas duas suites que escutaremos, Rimski -Korsakoff demonstra o seu exímio domínio de orquestração para criar os ambientes descritos nos contos que estão na origem das óperas. Mais do que seguir as narrativas com elementos pictóricos que ilustram os textos, o compositor opta por colorir cenários com atmosferas sono-ras que estimulam a imaginação. Quem conhecer as histórias, facilmente cons-trói um universo fantástico que a música sugere com grande intensidade.

Ópera em quatro actos com prólogo, A Donzela de Neve tem música e libreto de Rimski -Korsakoff com base numa peça teatral de Alexander Nikolaievitch Ostro-vski (1823 -1886), inspirada, por sua vez, num conto tradicional russo. Snegurochka, a donzela de neve, é filha do Pai Geada e da Mãe Bonita Primavera. Parece uma menina normal, linda e calorosa, mas o seu coração é feito de gelo. Se derreter, ela morre. Para que se mantenha afastada de Yarilo, o rei sol que controla a natureza do amor, o pai confia -a ao cuidado da Fada dos Bosques e Snegurochka é adoptada por um casal de camponeses, Bobyl e Bobylikha. Na sua adolescência, a Donzela de Neve desenvolve uma paixão platónica por um jovem pastor, de bom coração, chamado Lel. Mas Lel prefere Kupava que está noiva de Mizgir. Mizgir, por sua vez, gosta de Snegurochka.

Na festa que celebra o fim do Inverno, Snegurochka conta ao czar Berendey que é incapaz de amar. Interessado na histó-ria que ouve, o czar oferece um prémio ao homem que provar o contrário. Entre-tanto, à vista de Snegurochka, o pastor Lel beija Kupava, deixando a Donzela de Neve destroçada. Mizgir procura conso-lá-la mas a Fada do Bosque impede -o de se aproximar.

Snegurochka confia que a sua mãe Prima-vera lhe aqueça um pouco o coração e acaba por aceder em casar com Mizgir, mas mesmo antes do casamento é atingida por um raio de sol e derrete. Mizgir não suporta o desgosto e afoga -se num lago.

A suite orquestral retrata apenas alguns dos momentos da ópera, desde o prólogo inicial à dança dos arlequins da corte dos Berendey, passando pela dança dos pássa-ros que anunciam a Primavera e pela procis-são da festa do czar.

Rimski -Korsakoff compôs a ópera em quatro actos Véspera de Natal entre 1894 e o ano seguinte, com base num libreto escrito pelo próprio a partir do conto homónimo de Nikolai Gogol (1809 -1852) incluído no livro “Noites numa quinta ao pé de Didanka”. A acção decorre na Ucrânia, no século XVIII, na véspera de Natal. O conto relata a histó-ria do jovem ferreiro Vakula, filho da feiti-ceira Solokha, que procura cortejar a jovem e bela Oxana, filha de um cossaco bêbado e mulherengo. A história tem início à noite, quando o Diabo decide roubar a lua para se vingar das caricaturas que Vakula faz. Entretanto, a bela Oxana propõe a Vakula um desafio aparentemente impossível de

concretizar. Como prova da sua afeição, quer que ele lhe traga de São Petersburgo os chinelos da imperatriz. Depois de discu-tirem, o jovem regressa a casa da sua mãe feiticeira e depara -se com quatro sacos de carvão muito pesados na cozinha. Sem se aperceber do que está dentro de cada um, leva -os para a sua oficina. Nos sacos estão quatro visitas que a mãe foi escon-dendo conforme chegavam: o diabo, o presidente da câmara, o padre e o pai de Oxana, todos eles procurando resolver o mistério da lua desaparecida. Por entre vários acontecimentos, Vakula abre um dos sacos e encontra o diabo e, ameaçan-do -o com uma cruz, obriga -o a voar com ele até São Petersburgo e a trazer de volta os chinelos da imperatriz. No seu regresso toma consciência de que os seus esforços foram desnecessários pois a bela Oxana já gostava dele.

No decorrer da ópera há muitos episó-dios fantásticos, como o momento inicial no qual o diabo rouba a lua e provoca uma tempestade de neve, uma dança de estre-las, ou a cavalgada até São Petersburgo às costas do diabo para roubar os chinelos, momentos esses representados na suite orquestral.

rui pereir a (2013)

Page 16: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

30 31

23 dezeMbro 201321:00 sala suGGia

orquestra barroca casa da Músicacoro casa da Música

Laurence Cummings direcção musical

Johann Sebastian BachOratória de Natal, BWV 248 [1734]

- Quarta Parte: Para a Festa da Circuncisão de Cristo [c.24min.]

- Quinta Parte: Para o primeiro Domingo do Ano Novo [c.25min.]

intervalo

- Sexta Parte: Para a Festa da Epifania [c.24min.]

Notas ao programa nas páginas 8 a 10.Traduções dos textos originais nas páginas seguintes.

www.vimeo.com/56914369 Entrevista ao maestro

Laurence Cummings sobre o programa do concerto

Page 17: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

32 33

Johann Sebastian BachOratória de Natal, BWV 248 (Partes IV – VI)

QUARTA PARTEPara a Festa da Circuncisão de Cristo(Lucas 2, 21)

36. COROProstrai -vos, agradecendo e louvando,Diante do trono de graça do Senhor.O Filho de DeusSerá o salvadorE o redentor da terra.O Filho de DeusAplaca a ira e a fúria dos inimigos.

37. RECITATIVO (Tenor)EVANGELISTA: E, quando os oito dias foram cumpridos, para circuncidar o menino, foi -lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser conce-bido no ventre.

38. RECITATIVO E ARIOSO– RECITATIVO (Baixo)Emanuel, ó doce palavra!O meu Jesus é o meu pastor,O meu Jesus é a minha vida.O meu Jesus entregou -se a mim,O meu Jesus estará sempre diante de mim.Flutua diante dos meus olhos.O meu Jesus é a minha alegria,O meu Jesus refresca o meu coração e a minha alma.

– ARIOSO (Coro /Soprano)Jesus, minha vida,Vida da minha alma,Vós que, por mim, Vos entregastesAo madeiro da cruz!

(Baixo)Vinde! Eu quero abraçar -vos,O meu coração nunca mais se apartará de Vós,Oh! Levai -me para Vós!

– RECITATIVO (Baixo)Também na hora da minha morteSereis a minha única consolação;Na misericórdia, no perigoE na adversidade recorro a Vós.Que horrores poderá a morte apresentar -me?Ó meu Jesus! Quando eu morrer,Tenho a certeza de que não perecerei.O vosso nome está gravado em mimE afugentou o terror da morte.

39. ÁRIA (Soprano e Soprano em Eco)Meu Salvador, inspira o vosso nomeA mais pequena parcelaDeste grande terror?Não! Vós mesmo dizeis que não! (Não!)Deverei então ter medo da morteNão! Está comigo a vossa doce palavra!Ou devo rejubilar?Sim, Vós mesmo, meu Salvador, dizeis que sim. (Sim!)

40. RECITATIVO E CORAL– RECITATIVO (Baixo)Eia, só o vosso nomePermanecerá no meu coração.Hei -de pronunciar o vosso nome com devoção,Quando a minha alma arder em amor por Vós.Mas, meu bem-amado, dizei -me:Como poderei render -vos graças e louvores?

– CORAL (Coro /Soprano)Jesus, minha alegria e minha felicidade,Minha esperança, meu tesouro,Meu redentor, meu protector,Meu salvador, pastor e rei, luz e sol,Ah, como poderei eu louvar -vos dignamente,Ó meu Senhor Jesus?

41. ÁRIA (Tenor)Quero viver só para Vos louvar,Dai -me força e alento, meu Salvador,Para que o meu coração o consiga realizar!Dai -me forças,Para condignamente dar graçasPela vossa misericórdia!

42. CORALJesus, dirigi todas as minha acções,Jesus, ficai para sempre comigo,Jesus, dominai os meus sentidos,Jesus, sede o meu único anseio,Jesus, permanecei no meu pensamento,Jesus, não permitais que eu vacile!

QUINTA PARTEPara o primeiro Domingo do Ano Novo(Mateus 2, 1 -6)

43. COROCantemos em vossa honra, Senhor,Seja -vos dada honra e acção de graças.O mundo inteiro Vos enaltece,Porque é do vosso agrado a nossa salvação,Porque hojeRealizou o anseio de todos nós,Porque a vossa bênção nos alegra.

44. RECITATIVO (Tenor)EVANGELISTA: Tendo nascido Jesus, em Belém de Judeia, no tempo do rei Hero-des, eis que os magos vieram, do Oriente, a Jerusalém, dizendo:

45. CORO E RECITATIVO (Contralto)Onde está o Rei dos Judeus que nasceu?Procurai -o no meu coração,É aqui que ele repousa, para meu e Seu contento!Vimos a Sua estrela no OrienteE viemos adorá -lo.Bem -aventurados vós que vistes esta luaIsso aconteceu para a vossa salvação!Vós, meu Salvador, sois a luzQue brilha também para os pagãos,A eles, embora ainda não Vos conheçam,Já Vos querem prestar homenagem.Oh, quão resplandecente será o vosso brilho,Jesus, meu bem-amado!

Page 18: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

34 35

SEXTA PARTEPara a Festa da Epifania(Mateus 2, 7 -12)

54. COROSenhor, quando os inimigos arrogantesResfolgam no seu ódio, fazei que cheios de fé,Recorramos ao vosso poder e ao vosso auxílio.Só em Vós queremos confiar;Só assim nos podemos escapar incólumesÀs aguçadas garras do inimigo.

55. RECITATIVO (Tenor/Baixo)EVANGELISTA: Então Herodes, chamando secretamente os magos, inquiriu deles com todo o cuidado acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera. E enviando--os a Belém, disse:HERODES: Ide e perguntai diligente-mente pelo menino, e quando o achar-des, participai -mo, para que também eu vá adorá -lo.

56. RECITATIVO (Soprano)Homem pérfido! Tenta vencer o Senhor!Emprega toda a sua astúciaPara perseguir o Senhor;Ele, cuja força homem algum pode avaliar,Está sempre seguro.O filho do Altíssimo, aquele que tu tentas aniquilar,Já conhece bem a falsidade do teu coração,E toda a sua perfídia.

57. ÁRIA (Soprano)Basta um gesto da sua mãoPara destruir o poder do homem na sua fraqueza.Então qualquer outra força será risível!Se o Altíssimo pronunciar uma só palavra,Para pôr fim à arrogância dos seus inimigos,Logo serão outrosOs pensamentos dos mortais.

58. RECITATIVO (Tenor)EVANGELISTA: E, tendo eles ouvido o rei, partiram: e eis que a estrela que tinham visto no Oriente ia diante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino. E, vendo eles a estrela, alegraram -se muito. E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe, e prostrando -se o adoraram; e abrindo os seus tesouros, lhe entregaram dádivas: ouro, incenso e mirra.

59. CORALJunto ao vosso presépio,Ó meu Jesus e minha vida,Venho oferecer -vosAquilo que me ofertastes.Recebei o meu espírito, o meu coração,A minha alma e o meu ânimo,Levai tudo, segundo a vossa vontade!

60. RECITATIVO (Tenor)EVANGELISTA: E, tendo -os Deus avisado em sonhos que não voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra, por outro caminho.

46. CORALO vosso brilho vence as trevas e transformaA noite sombria em luz resplandecente.Guia -nos pelos vossos caminhosPara que possamos contemplar eternamenteO vosso rostoE a vossa divina luz!

47. ÁRIA (Baixo)Iluminai o meu entendimento envolto em trevas,Iluminai o meu coraçãoCom os raios da vossa luz!A vossa palavra será para mim o guia mais seguroEm todas as minhas obras:Ele não permite que a alma cometa o mal.

48. RECITATIVO (Tenor)EVANGELISTA: E o rei Herodes, ouvindo isto, perturbou -se e toda a Jerusalém com ele.

49. RECITATIVO (Contralto)Porque temeis?É possível que a presença do meu Jesusvos cause um tal terror?Oh, não devíeis, pelo contrário,Antes alegrar -vosPorque é assim que Ele prometeAos homens a sua salvação.

50. RECITATIVO (Tenor)EVANGELISTA: E, congregando todos os príncipes dos sacerdotes, e os escribas do povo, perguntou -lhes onde havia de nascer o Cristo. E eles lhe disseram: Em Belém de Judeia; porque assim está escrito pelo profeta: e tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá: porque de ti sairá o Guia que há -de apascentar o meu povo de Israel.

51. TRIO (Soprano) Ah, quando virá o tempo?(Tenor) Ah, quando virá a consolação para os Seus?(Contralto) Calai -vos, Ele já está entre nós.(Soprano e Tenor) Ó Jesus, vinde até mim!

52. RECITATIVO (Contralto)O meu bem-amado já reina.Um coração que ama o seu domínioE que se lhe entrega por inteiro,É o trono do meu Jesus

53. CORALO meu pobre coração não é, na verdade,Nenhum palácio sumptuoso,Mas antes um antro sombrio;Mas basta que um raioDa vossa misericórdia o ilumine,Para que ele se torne brilhante como o sol.

—intervalo

Page 19: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

36 37

bioGrafias e aGrupaMeNtos

Cátia Moreso meio ‑soprano

Cátia Moreso estudou na Guildhall School of Music and Drama e no National Opera Studio, e actualmente com Susan Waters.

Entre os papéis que tem desempenhado em ópera incluem -se os de Giano em Trionfo D’Amore de Francisco António de Almeida, 3ª Camponesa em A Village Romeo and Juliet de Delius, 3ª Dama em A Flauta Mágica, Eva em Comedy on the Bridge, 2ª Bruxa e Espí-rito em Dido and Aeneas, Page em Salomé, Giovanna em Rigoletto, Baronesa em Cheru‑bin de Massenet, Elisa em La Spinalba de Francisco A. Almeida, Madame de Croissy em Carmélites, Proserpina em Euridice de Oliver, papel -título (substituição) em Zane‑tto, Carmella em La vida breve e Marcellina em As Bodas de Fígaro.

Em concerto, interpretou o Requiem de Duruflé e o de Mozart, Missa Nelson de Haydn, Gloria e Magnificat de Vivaldi, Stabat Mater e Magnificat de Pergolesi, Magnificat de Bach, Stabat Mater e Petite Messe Solen‑nelle de Rossini, Missa nº 3 (direcção de P. Herreweghe) e Te Deum de Bruckner. Dedica -se também à música contempo-rânea, tendo interpretado Cicero Dixit de C. Bochmann em estreia mundial, Aven‑tures de Ligeti e Folksongs de Berio.

Os seus planos recentes e futuros incluem Mère Jeanne (substituição) em Dialogues des Carmélites e Gertrude Fortunio de Messager (Grange Park Opera), Requiem de Verdi (Clonter Opera), papel -título em Carmen (Londres), Hanna Wilson/Tracy em Losers de Richard Wargo (Wexford Opera),

uma gravação de Il Trionfo de Almeida em Lisboa, canções de Berio com a Orques-tra Metropolitana de Lisboa, Oratória de Natal na Casa da Música (Porto), 2ª Pros-tituta em Solomon na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa e Eboli em Don Carlo em Valladolid.

No papel de Dianora, gravou La Spinalba para a Naxos.

Christoph König direcção musical

A profunda musicalidade de Christoph König é marcada por uma abordagem enér-gica e séria, comprometendo -se com uma programação reflectida e estimulante. É Maestro Titular da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música e Maestro Titu-lar e Director Musical dos Solistes Euro-péens Luxembourg.

König é muito requisitado como maes-tro convidado. Apresentou -se recente-mente com a Staatskapelle de Dresden, Orquestra de Paris, Sinfónica Nacional Dinamarquesa, Filarmónica dos Países Baixos, Royal Philharmonic Orchestra, Orquestra Nacional de Gales/BBC, Orques-tra da Rádio Norueguesa, Orquestra Mozar-teum de Salzburgo, Beethoven Orchester de Bona, Sinfónica de Barcelona, Filar-mónica de Tampere, Real Filharmonía de Galicia, Orquestra da Rádio (RTVE) de Madrid, Orquestra e Coro da Comu-nidade de Madrid, Sinfónica da Nova Zelândia, Orquestra de Câmara Escocesa e Sinfónica Escocesa da BBC, orquestra que dirigiu numa bem -sucedida digres-são pela China (2008). Desde a sua estreia nos EUA em 2010, dirigiu as Sinfónicas de

61. RECITATIVO (Tenor)Ide! Basta que o meu tesouro não se afaste daqui,Que Ele fique junto de mim,Eu próprio não o deixarei partir.O Seu braço amparar -me -á suavementeCheio de amorE da maior ternura;Ele será sempre o meu bem-amado,Aquele a quem entrego o meu coração.Estou certo de que Ele me ama,E o meu coração também o ama profundamenteE há -de honrá-lo para toda a eternidade.Qual é o inimigo que poderáPerturbar uma tal ventura?Vós, ó Jesus, sois e sereis sempre meu amigo;E quando, cheio de angústia, eu Vos implorar:Senhor, ajudai -me! Não me recuseis o vosso auxílio.

62. ÁRIA (Tenor)Agora podeis fugir, inimigos orgulhosos;Como haveríeis de me inspirar terror?O meu amor, o meu refúgio está perto de mim!É em vão que rangeis de fúria,E ameaçais aniquilar -me,Pois vede! O Redentor está comigo.

63. RECITATIVO (Quarteto)Que poderão contra nós os terrores do inferno,Que poderão contra nós o mundo e os seus desmandos,Uma vez que repousamos em Jesus?

64. CORALAgora estais vingadosDos vossos inimigos,Porque Cristo destruiu aquiloQue se vos opunha.A Morte, o Demónio, o Pecado e o InfernoPerderam totalmente a sua força;O lugar do género humanoÉ junto de Deus.

Tradução (com excepção dos textos bíblicos) de Maria Clarisse Ferreira dos Santos e

Ursula Jerosch Herold, gentilmente cedida pela Fundação Calouste Gulbenkian

Page 20: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

38 39

Pittsburgh, Toronto, Nova Jérsia, Hous-ton, Indianápolis, Baltimore, Vancouver, Oregon, Milwaukee e Colorado e a Filar-mónica de Los Angeles.

Nesta temporada tem agendadas estreias com as Sinfónicas de Calgary e Cincin-nati, e dirige também a Orquestra do País Basco, Filarmónica de Dresden e Sinfónica de St. Gallen. Regressa ainda à Royal Philharmonic Orchestra, Filar-mónica de Estugarda, Sinfónica Escocesa da BBC, Orquestra Nacional de Gales/BBC, Orquestra da Comunidade de Madrid, Real Filharmonía de Galicia e Sinfónica de Pittsburgh.

A discografia de Christoph König inclui obras de Gösta Nystroem (BIS), Schönberg e Prokofieff (Romeu e Julieta), Saariaho e Sibelius (Sinfonia nº 7) com a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, Melcer com a Orquestra Sinfónica Escocesa da BBC (Hyperion), Sinfonias de Beethoven com a Orquestra Sinfónica de Malmö (DB Produc-tions) e Prokofieff e Mozart com os Solis-tes Européens Luxembourg (SEL Classics).

Joana Seara soprano

Joana Seara estudou na Guildhall School of Music and Drama, em Londres, como bolseira da Fundação Gulbenkian. Tem interpretado grandes obras de orató-ria, destacando -se as Cantatas nos 127 e 140 de Bach (dir. Ton Koopman), Jeanne d’Arc au bûcher de Honegger (dir. Simone Young), a Paixão segundo São João com o King’s Consort (dir. Mathew Halls), a Paixão segundo São Mateus com a Orques-tra Barroca Divino Sospiro (dir. Enrico

Onofri) e O Messias com a Orquestra Metro-politana (dir. Nicholas Kraemer) e com a Orquestra do Norte (dir. Jorge Matta). Com a Orquestra Barroca Divino Sospiro (dir. Enrico Onofri), actuou nos festivais de Île -de -France, Ambronay, Mafra e Varna.

Em ópera, destacam -se as suas interpre-tações de Margery (The Dragon of Wantley) com a Akademie für Alte Musik Berlin, Damigella (Coronation of Poppea) para a English National Opera, Gretel (Hänsel und Gretel), Dorinda (Orlando), Zerlina (Don Giovanni) e Despina (Così fan tutte) na Holanda, Inglaterra e Irlanda, e Galatea (Acis and Galatea) em França. No Teatro Nacional de São Carlos, foi Susanna (As bodas de Fígaro), Frasquita (Carmen), Tebaldo/Voce dal Cielo (Don Carlo), Flora (La Traviata) e Ines (Il Trovatore).

Trabalha regularmente com os Músi-cos do Tejo (dir. Marcos Magalhães), com quem também lançou dois projectos disco-gráficos: La Spinalba (Naxos) e As Árias de Luísa Todi. Outra discografia incui 18th ‑Century Portuguese Love Songs (Hype-rion) com L’Avventura London.

John Mark Ainsley tenor

John Mark Ainsley nasceu em Cheshire e estudou em Oxford e Londres. Tem actuado com as orquestras e os maestros mais importantes do mundo, incluindo as Sinfónicas de Londres, Boston, Chicago e São Francisco, as Filarmónicas de Londres, Berlim, Viena, Roterdão e Nova Iorque, Sir Colin Davis, Bernard Haitink, Sir Char-les Mackerras, Kurt Masur, Sir Roger

Norring ton, Sir Simon Rattle e Clau-dio Abbado.

Cantou os papéis de Don Ottavio em Don Giovanni (Festivais de Glyndebourne e Aix -en -Provence; Royal Opera, Covent Garden); papel -título em Samson (Ópera dos Países Baixos) e Jupiter em Semele (Ópera de São Francisco). No Festival de Munique interpretou Bajazet em Tamer‑lano e o papel -título em Idomeneo. Nas estreias mundiais de L’Upupa (Festival de Salzburg) e Phaedra (Festival de Berlim) de Henze, foi o primeiro intérprete dos papéis de Demon e Hippolyt. Em 2010 estreou -se como Captain Vere no Reino Unido, numa produção de Billy Budd por Michael Gran-dage para o Festival de Glyndebourne. Cantou Skuratov em Da Casa dos Mortos de Janáček com encenação de Chereau e direcção musical de Boulez nos Festivais de Amesterdão, Viena e Aix -en -Provence, e depois no La Scala de Milão sob a direc-ção de Salonen e na Ópera Estatal Alemã de Berlim sob direcção de Sir Simon Rattle.

Entre os seus compromissos futuros incluem -se um recital no Wigmore Hall de Londres, concertos com a Orquestra de Câmara Escocesa e a Orchestra of the Age of Enlightenment, e o papel de Grimoaldo em Rinaldo para a English National Opera.

Laurence Cummings direcção musical

Laurence Cummings é um dos músicos mais versáteis dentro da corrente da inter-pretação histórica em Inglaterra, como cravista e como maestro. Foi bolseiro de órgão no Christ Church em Oxford, onde se graduou com distinção. Até 2012 foi director

dos estudos de Performance Histórica na Royal Academy of Music, criando no curri-culum a prática em orquestras barrocas e clássicas. É agora William Crotch Professor de Performance Histórica. É membro da Handel House em Londres e foi director musical da Tilford Bach Society. Desde 1999 é director do Handel Festival de Londres, e em 2012 tornou -se director artístico do Festival Internacional Händel em Göttin-gen. É maestro titular da Orquestra Barroca Casa da Música.

Tem dirigido produções de ópera para a English Nacional Opera, Festival de Glyn-debourne, Ópera de Gotemburgo, Ópera de Lyon, Garsington Opera, English Touring Opera, Opera Theatre Company, Linbury Theatre Covent Garden e ainda na Croá-cia, Porto e EUA. Trabalha regularmente com várias das principais orquestras da Grã -Bretanha.

Fez a primeira gravação do recente-mente descoberto Gloria de Händel com Emma Kirkby e a Royal Academy of Music (BIS) e discos em recital como solista em cravo, incluindo música de Louis e François Couperin (Naxos). Gravou com a Orques-tra de Câmara da Basileia para a Deutsche Harmonia Mundi e Sony BMG. Dirige o English Concert e o flautista (bisel) Maurice Steger num disco de concertos de Corelli para a Harmonia Mundi.

Os seus compromissos actuais incluem Orpheus & Eurydike de Gluck para a Ópera de Gotemburgo, SALE para a Opernhaus de Zurique, projectos com os Festivais Händel de Londres e Göttingen, colabo-rações com os London Handel Players, a Orquestra Barroca de Wrocław, Casa da

Page 21: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

40 41

Sinfonia de Tippett para o Royal College of Music e Cendrillon de Massenet para o Estú-dio de Ópera da Royal Academy of Music.

Regressou ao Reino Unido em Junho de 2012 para dirigir a Orquestra da Opera North no Festival de Ryedale, e à Garsing-ton Opera no Verão de 2013 para dirigir Hänsel und Gretel de Humperdinck.

Richard Farnes direcção musical

Richard Farnes é um dos maestros mais requisitados da sua geração. É desde 2004 Director Musical da Opera North, que diri-giu em inúmeras produções aclamadas, incluindo estreias de óperas de David Sawer (Skin Deep) e Simon Holt (The Nightingale’s to Blame), e em gravações para a editora Chan-dos. Em 2011 iniciou com esta companhia um projecto ambicioso de interpretação do Anel de Wagner em concerto, que conclui em 2015. Na actual temporada serão reali-zadas novas produções de Death in Venice e La fanciulla del West. Para além dos compro-missos com a Opera North, desenvolve fortes relações com a Ópera Escocesa e o Festival de Glyndebourne, apresentando -se também à frente de muitas outras companhias no Reino Unido e noutros países.

Em 2013, Richard Farnes substituiu Sir Colin Davis em interpretações em concerto de The Turn of the Screw de Britten com a Orquestra Sinfónica de Londres no Barbi-can Centre. A temporada de 2013/14 inclui concertos com a Filarmónica da BBC e a Sinfónica Escocesa da BBC, além da tempo-rada de concertos da Orquestra da Opera North. Dirige ainda a Filarmónica de Londres, Orquestra de Câmara Haydn, Manchester

Camerata, Orquestra da Royal Opera House no Queen Elizabeth Hall, Orquestra Real Nacional Escocesa e Orquestra de Câmara Escocesa. Em 1992 fundou a orquestra de câmara e ensemble Equinox, que procura alargar o público do repertório do século XX.

Richard Farnes ensina no King’s College, Cambridge, onde estudou órgão. Estudou também no National Opera Studio, Royal Academy of Music e Guildhall School of Music. Ganhou o British Reserve Insurance Competition para Jovens Maestros em 1990.

Rui Pereira

Rui Pereira é Editor de Programação da Casa da Música. Nessa qualidade, é responsável pela edição dos programas de sala, fazendo regularmente palestras pré -concerto e concertos comentados. Actualmente, acumula a função de Adjunto do Direc-tor Artístico e de Educação.

Diplomado em Piano pela Escola Supe-rior de Música e das Artes do Espectáculo do Porto, na classe de Madalena Soveral, realizou o Mestrado em Performance sob a orientação do pianista Benjamin Frith e completou o Doutoramento em Musico-logia, na Universidade de Sheffield, sob a orientação de Peter Hill. Foi bolseiro da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Foi crítico musical do diário Público entre 2001 e 2005. Colabora com diver-sas instituições culturais e de ensino na qualidade de conferencista e Professor Convidado, escrevendo regularmente para o suplemento Ípsilon do Público. Como investigador, tem vindo a apresentar o seu trabalho em conferências internacionais.

Música no Porto, Opera North e English National Opera.

Markus Butter barítono

Na temporada de 2013/14, Markus Butter canta a estreia mundial da Sinfonia nº 10 de Maxwell Davies com a Orquestra Sinfónica de Londres, dirigida por Antonio Pappano, e a Missa Nelson de Haydn com a Inter-nationale Bachakademie Stuttgart diri-gida por Jeffrey Tate. Com a Staatskapelle Weimar, interpreta Paulus de Mendelssohn, seguido da Nona Sinfonia de Beethoven com a Gürzenich -Orchester Köln. No Verão de 2014 estreia -se no Festival de Bregenz apre-sentando Geschichten aus dem Wienerwald de Gruber em estreia mundial – produção que será também apresentada no Theater an der Wien, onde Butter canta regularmente.

Interpreta importantes papéis na Ópera Estatal de Dresden, da qual é membro há cinco temporadas. Na passada temporada, a Ópera Real Dinamarquesa contratou -o para a nova produção de Teufel von Loudon de Penderecki, encenada por Keith Warner.

Ao longo dos últimos anos, Markus Butter construiu também uma reputa-ção como artista de concerto. Depois da sua estreia com a Filarmónica de Berlim sob a direcção de Nikolaus Harnoncourt, foi imediatamente convidado para mais concertos com Herbert Blomstedt em Março de 2011. Ainda antes, estreou -se com a Staatskapelle de Dresden dirigida por Daniel Harding, a Orquestra de Paris com Paavo Järvi, a Sinfónica WDR com Semyon Bychkov e no Musikverein de Viena

com Fabio Luisi. Em 2007 estreou -se no Festival de Salzburg e no Teatro alla Scala.

Martin André direcção musical

Martin André divide o seu tempo entre a actividade de maestro e o cargo de Director Artístico do Teatro Nacional de São Carlos em Lisboa. Estudou música na Universidade de Cambridge e estreou -se profissional-mente dirigindo Aida para a Ópera Nacio-nal de Gales. Em 1996 foi premiado com a Arts Foundation Conducting Fellowship.

Martin André é um dos raros maestros que dirigiu todas as principais companhias de ópera britânicas, incluindo a Royal Opera House, Glyndebourne Touring Opera, Scot-tish Opera, English National Opera, Opera North e Opera Northern Ireland. Em 2000 dirigiu uma transmissão em directo de As Bodas de Fígaro para a BBC TV. Ainda no campo da ópera, tem dirigido produções em Vancouver, Seattle, Lisboa, Maastricht, Israel, Estugarda, Colónia, Nova Zelândia, Holanda, Praga, Cidade do Cabo e Porto.

Entre os seus compromissos recen-tes em concerto incluem -se a Orquestra Philharmonia, Filarmónicas de Queens-land e Bergen, Royal Scottish National Orchestra, Sinfónicas de Limburg, Tromsø, Tasmânia e Limburg, Manchester Came-rata, Collegium Musicum Bergen, BBC Concert Orchestra, Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, Remix Orques-tra no Porto, English Chamber Orchestra, Scottish Chamber Orchestra, New Queen’s Hall Orchestra em Manchester e Northern Sinfonia; concertos nos Festivais Interna-cionais de Bournemouth e Edimburgo; a 3ª

Page 22: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

42 43

tista portuguesa, mas também da música do século XX. Em 2013 interpreta o Te Deum de António Teixeira, o Requiem de Verdi e a Oratória de Natal de Bach, e estreia uma nova obra de Carlos Caires.

O Coro Casa da Música faz digressões regulares, tendo actuado no Festival de Música Antiga de Úbeda y Baeza (Espa-nha), no Festival Laus Polyphoniae em Antuérpia, no Festival Handel de Londres, no Festival de Música Contemporânea de Huddersfield e em várias salas portuguesas.

orquestra barroca casa da MúsicaLaurence Cummings maestro titular

A Orquestra Barroca Casa da Música formou -se em 2006 com a finalidade de interpretar a música barroca numa perspectiva historicamente informada. Para além do trabalho regular com o seu maestro titular, Laurence Cummings, a orquestra apresentou -se sob a direcção de Harry Christophers, Fabio Biondi, Antonio Florio, Daniel Sepec, Rinaldo Alessandrini, Andrew Parrott e Paul Hillier, na compa-nhia de solistas como Andreas Staier e agrupamentos como The Sixteen ou o Coro Casa da Música. Em 2012, voltou a colabo-rar com o cravista Andreas Staier e o violi-nista Daniel Sepec, e foi pela primeira vez dirigida pelo francês Christophe Rousset.

A OBCM apresentou -se em digressão em várias cidades portuguesas e também em Espanha (Festival de Música Antiga de Úbeda y Baeza), Inglaterra (Festival Handel de Londres) e França (Festivais Barrocos de Sablé e de Ambronay). Fez a estreia portu-guesa da ópera Ottone de Händel e, em

2012, a estreia moderna da obra L’Ippolito de Francisco António de Almeida.

Na temporada de 2013, a OBCM inter-preta obras célebres de Vivaldi, Händel e Bach, e música sacra com o Te Deum de António Teixeira e o Stabat Mater de Vivaldi na voz de Franco Fagioli e sob a direcção de Riccardo Minasi, ambos em estreia na Casa da Música. Rinaldo Alessandrini dirige a Orquestra Barroca num concerto com a soprano Roberta Invernizzi.

A OBCM editou em CD gravações ao vivo de obras de Avison, D. Scarlatti, Carlos Seixas, Avondano, Vivaldi, Bach, Muffat, Händel e Haydn, sob a direcção de alguns dos mais prestigiados maestros da actua-lidade internacional.

orquestra siNfóNica do porto casa da MúsicaChristoph König maestro titular

A Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música tem sido dirigida por reputados maestros, de entre os quais se destacam Olari Elts, Michail Jurowski, Andris Nelsons, Vasily Petrenko, Emilio Pomàrico, Jeremie Rohrer, Peter Rundel, Tugan Sokhiev, John Storgårds, Joseph Swensen, Gilbert Varga, Antoni Wit ou Takuo Yuasa. Entre os solis-tas que colaboraram recentemente com a orquestra constam os nomes de Midori, Viviane Hagner, Natalia Gutman, Truls Mørk, Steven Isserlis, Kim Kashkashian, Ana Bela Chaves, Felicity Lott, Christian Lindberg, António Meneses, Simon Trpčeski, Sequeira Costa, Jean -Efflam Bavouzet, Lise de la Salle, Cyprien Katsaris, Alban Gerhardt ou o Quarteto Arditti. Diversos composi-

É regularmente convidado a integrar o júri de concursos de interpretação musical e painéis consultivos no âmbito do ensino superior. Entre os seus projectos mais recentes contam -se a edição e co -auto-ria dos livros “Casas da Música no Porto”.

Sarah Wegener soprano A soprano anglo -alemã Sarah Wegener é uma artista requisitada nos domínios da ópera, concerto, música de câmara, lied e música contemporânea. Tem sido convi-dada do Festival de Rheingau, Bienal de Salzburg, De Singel de Antuérpia, La folle journée de Nantes, Konzerthaus de Berlim, Styriarte de Graz, Alte Oper de Frankfurt, Bozar de Bruxelas e De Doelen de Roterdão.

Em 2011 desempenhou o papel prin-cipal Nadja na estreia mundial da ópera Bluthaus de Georg Friedrich Haas em Bona, que lhe mereceu uma nomeação para “Cantor do Ano” pela revista Opern-welt. A sua colaboração com Haas pros-seguiu no Festival SWR de Schwetzingen, em 2013, com duas estreias mundiais – a ópera Thomas e uma obra para quarteto de cordas e soprano, Dido.

Gravou com Tonu Kaljuste a Petite Messe solennelle de Rossini em 2013. Seguem -se gravações de Korngold (The Silent Sere‑nade) para a editora CPO e Fauré (Pelléas et Mélisande) com a Orquestra da Rádio de Estugarda e Heinz Holliger. Em 2012, estreou -se como Agathe em Der Freischütz de Weber, com encenação de Nigel Lowery.

Na temporada de 2013/14, estreia uma obra de Jorg Widmann, Labyrinth (2008 ‑13) para soprano e grupos orquestrais, com a

Sinfónica WDR e o Estúdio Experimental da SWR no Philharmonie de Colónia. No final da temporada, destaca -se uma nova produção da ópera Bluthaus de G. F. Haas, numa nova encenação de Peter Mussbach no Festwochen de Viena com o Klangfo-rum Wien e Peter Rundel.

coro casa da MúsicaPaul Hillier maestro titular

O Coro Casa da Música estreou -se em 2009 sob a direcção do seu maestro titular Paul Hillier, referência incontornável da música coral a nível internacional. É constituído por uma formação regular de 20 canto-res, que se alarga a formação média ou sinfónica em função dos programas apre-sentados. O repertório do Coro estende--se a todos os períodos históricos desde a Renascença até aos nossos dias, incluindo a música a cappella ou com orquestra, neste caso ao lado dos agrupamentos da Casa da Música – Orquestra Barroca, Orques-tra Sinfónica e Remix Ensemble.

Desde a sua fundação, o Coro Casa da Música foi dirigido pelos maestros James Wood, Simon Carrington, Laurence Cummings, Andrew Bisantz, Kaspars Putniņš, Andrew Parrott, Antonio Florio, Christoph König, Peter Rundel, Paul Hillier, Robin Gritton e Phillip Pickett, a que se juntam em 2013 as estreias de Michail Jurowski, Martin André e Marco Mencoboni.

Entre os concertos com orquestra, inter-pretou obras de Beethoven, Bomtempo, Brahms, Mahler, Händel, Charpentier e Bach. Em programas a cappella, destaca -se a presença regular da polifonia renascen-

Page 23: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

44 45

coro casa da Música

14 dezembro

SopranosÂngela AlvesBirgit WegemannCarla PaisEva Braga Simões Leonor Barbosa de MeloMónica MonteiroPaula FerreiraRita Venda ContraltosAna Calheiros Brígida SilvaGabriela Braga SimõesIris OjaJoana GuimarãesJoana ValenteNélia GonçalvesMaria João Gomes TenoresAlmeno GonçalvesAndré LacerdaLuís ToscanoMiguel LeitãoPedro FigueiraPedro Silva MarquesRicardo Tavares de MeloVítor Sousa

BaixosJoão Barros SilvaLuís Rendas PereiraNuno MendesPedro Guedes MarquesPedro LopesRicardo Rebelo da SilvaRicardo Torres Maestrina co ‑repetidoraIris Oja

23 dezembro

SopranosÂngela Alves*Birgit Wegemann*Eva Braga Simões*Mónica Monteiro*Leonor Barbosa de Melo*Rita Venda ContraltosAna Calheiros Brígida SilvaGabriela B. Simões Iris OjaJoana Valente*Nélia Gonçalves*

TenoresAlmeno GonçalvesLuís ToscanoMiguel Leitão*Pedro FigueiraPedro S. MarquesVítor Sousa* BaixosJoão Barros SilvaLuís Rendas Pereira*Nuno MendesPedro Guedes Marques*Pedro LopesRicardo Torres* Maestrina co ‑repetidoraIris Oja

Pianista co ‑repetidorLuís Duarte

*coralistas solistas

tores trabalharam também com a orques-tra, destacando -se os nomes de Emmanuel Nunes, Jonathan Harvey, Kaija Saariaho, Magnus Lindberg e Pascal Dusapin.

Nas últimas temporadas apresentou -se nas mais prestigiadas salas de concerto de Viena, Estrasburgo, Luxemburgo, Antuér-pia, Roterdão e no Brasil, e é regularmente convidada a tocar em Santiago de Compos-tela e no Auditório Gulbenkian. A interpre-tação da integral das sinfonias de Mahler marcou as temporadas de 2010 e 2011. Em 2013 são editados os concertos para piano de Lopes -Graça pela editora Naxos.

A origem da Orquestra remonta a 1947, ano em que foi constituída a Orquestra Sinfónica do Conservatório de Música do Porto. Actualmente engloba um número permanente de 94 instrumentistas e é parte integrante da Fundação Casa da Música desde Julho de 2006.

reMix eNseMble casa da MúsicaPeter Rundel maestro titular

Desde a sua formação em 2000, o Remix Ensemble apresentou em estreia abso-luta mais de oitenta obras e foi dirigido pelos maestros Stefan Asbury, Ilan Volkov, Kasper de Roo, Pierre -André Valade, Rolf Gupta, Peter Rundel, Jonathan Stockham-mer, Jurjen Hempel, Matthias Pintscher, Franck Ollu, Reinbert de Leeuw, Diego Masson, Emilio Pomàrico, Brad Lubman e Paul Hillier, entre outros.

No plano internacional, apresentou -se em Valência, Roterdão, Huddersfield, Barcelona, Estrasburgo, Paris, Orleães, Bourges, Reims,

Antuérpia, Madrid, Budapeste, Norrköping, Viena, Witten, Berlim, Amesterdão e Bruxe-las. O projecto The Ring Saga, com música de Richard Wagner adaptada por Jonathan Dove e Graham Vick, levou o Remix Ensem-ble ao Festival Musica de Estrasburgo, Cité de la Musique em Paris, Saint -Quentin -en--Yvelines, Théâtre de Nîmes, Le Théâtre de Caen, Grand Théâtre du Luxembourg e Grand Théâtre de Reims. Em 2012 fez a estreia mundial do concertino para piano Jetzt genau! de Pascal Dusapin no programa de encerramento do Festival Musica de Estrasburgo, apresentou -se na Fundação Gulbenkian em Lisboa e na Filarmónica de Berlim. Entre os projectos para 2013, destacam -se cine -concertos com o acom-panhamento ao vivo de filmes como Paris qui dort, de René Clair, ou Un Chien Andalou, de Luis Buñuel, a ópera Quartett, de Luca Francesconi, com encenação de Nuno Cari-nhas, e a estreia de encomendas da Casa da Música a Pedro Amaral, Brian Ferneyhough, Luís Antunes Pena, Oscar Bianchi e Wolf-gang Mitterer.

O Remix tem nove discos editados com obras de Pauset, Azguime, Côrte -Real, Peixinho, Dillon, Jorgensen, Staud, Nunes, Bernhard Lang, Pinho Vargas, Wolfgang Mitterer e Pascal Dusapin.

Page 24: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

46 47

Contrabaixo Florian Pertzborn Joel Azevedo Tiago Pinto Ribeiro Jean -Marc Faucher

Flauta Paulo Barros Alexander Auer

Oboé Aldo Salvetti Tamás Bartók Eldevina Materula Jean -Michel Garetti

Fagote Gavin Hill

Trompete Sérgio Pacheco Luís Granjo Rui Brito

Tímpanos Paulo Oliveira

Cravo Fernando Miguel Jalôto*

*instrumentistas convidados

22 dezembro

Violino I Zofia Wóycicka Ana Madalena Ribeiro* Radu Ungureanu Vadim Feldblioum Tünde Hadady Roumiana Badeva Evandra Gonçalves Andras Burai Ianina Khmelik Maria Kagan José Despujols Arlindo Silva Alan Guimarães Jorman Hernandez*

Violino II Nancy Frederick Tatiana Afanasieva Francisco P. de Sousa Mariana Costa José Paulo Jesus José Sentieiro Paul Almond Germano Santos Pedro Rocha Vítor Teixeira Nikola Vasiljev Domingos Lopes

Viola Joana Pereira Theo Ellegiers Jean Loup Lecomte Luís Norberto Silva Emília Alves Rute Azevedo Francisco Moreira Hazel Veitch

Violoncelo Feodor Kolpachnikov Gisela Neves Sharon Kinder Bruno Cardoso Michal Kiska Aaron Choi Hrant Yeranosyan Américo Martins*

Contrabaixo Slawomir Marzec Florian Pertzborn Nadia Choi Altino Carvalho Tiago Pinto Ribeiro Angel Luis Martinez*

Flauta Ana Maria Ribeiro Angelina Rodrigues Alexander Auer

Oboé Tamás Bartók Jean-Michel Garetti

Clarinete Carlos Alves João Moreira* António Rosa

Fagote Robert Glassburner Vasily Suprunov

Trompa Eddy Tauber José Bernardo Silva Hugo Sousa* Luis Duarte Moreira*

orquestra barroca casa da Música

Violino IHuw DanielCecília FalcãoBárbara BarrosPrisca Stalmarski Violino IIReyes GallardoCésar NogueiraAriana Dantas Miriam Macaia

ViolaTrevor McTaitManuel Costa

ViolonceloFilipe QuaresmaAna Vanessa Pires

ContrabaixoJosé Fidalgo

Oboé/Oboé d’AmorPedro CastroAndreia Carvalho

FagoteJosé Gomes

TrompaAbel PereiraHugo Carneiro

TrompeteBruno FernandesSérgio PachecoAntónio Silva

TímpanosNuno Simões

ÓrgãoFernando Miguel Jalôto

orquestra siNfóNica do porto casa da Música

14 dezembro

Violino I Zofia Wóycicka Ana Madalena Ribeiro* Vadim Feldblioum Maria Kagan Emília Vanguelova Arlindo Silva Vladimir Grinman Alan Guimarães

Violino II Jossif Grinman Nancy Frederick Tatiana Afanasieva Francisco P. de Sousa José Paulo Jesus José Sentieiro Paul Almond Pedro Rocha

Viola Joana Pereira Anna Gonera Rute Azevedo Biliana Chamlieva Jean Loup Lecomte Francisco Moreira

Violoncelo Vicente Chuaqui Michal Kiska Gisela Neves Hrant Yeranosyan Sharon Kinder

Page 25: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

48

Trompete Ivan Crespo Rui Brito Luís Granjo

Trombone Severo Martinez Ruben Tomé* Nuno Henriques*

Tuba Jorge Viana*

Tímpanos Jean-François Lézé

Percussão Bruno Costa Paulo Oliveira Nuno Simões

Harpa Ilaria Vivan

*instrumentistas convidados

reMix eNseMble casa da Música

Violino Angel Gimeno José Pereira

Viola Trevor McTait

Violoncelo Oliver Parr

Contrabaixo António A. Aguiar

Flauta Stephanie Wagner

Oboé José Fernando Silva

Clarinete Vítor J. Pereira

Fagote Roberto Erculiani

Trompa Nuno Vaz

Trompete Sérgio Pacheco

Percussão Mário Teixeira Manuel Campos Nuno Aroso

Piano Jonathan Ayerst Vítor Pinho

Harpa Carla Bos

Saxofone Romeu Costa

Page 26: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

50 51

A CASA DA MÚSICA É MEMBRO DE

Page 27: 14 – 23 Dezembro 2013 - Casa da Música - Sala de

€ 1

(iv

a in

cluí

do)

MECENAS PRINCIPAL CASA DA MÚSICAMECENAS CICLO BARROCO

APOIO INSTITUCIONAL

MECENAS CASA DA MÚSICA MECENAS ORQUESTRA SINFÓNICA DO PORTO CASA DA MÚSICA

APOIO INSTITUCIONAL

APOIO MÚSICA PARA O NATAL