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XX 06 14 a 16/01/2012 * BH fica em 45º lugar em lista mundial de cidades violentas - p.20 * Minas mantém homicidas na impunidade - p.23 * Mais policiais sob suspeita na capital - p.25

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XX 06 14 a 16/01/2012

* BH fica em 45º lugar em lista mundial de cidades violentas - p.20

* Minas mantém homicidas na impunidade - p.23

* Mais policiais sob suspeita na capital - p.25

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São PauloOs setores de cartões de crédi-

to, telefonia celular e bancário foram os campeões de reclamações dos bra-sileiros em 2011. Isso é o que mostra o boletim do Sistema Nacional de In-formações de Defesa do Consumidor (Sindec), divulgado ontem pelo Mi-nistério da Justiça. O documento, que reúne informações coletadas por 346 Procons (incluindo unidades estaduais e municipais) espalhados pelo país, mostra que as demandas relativas a serviços de cartões de crédito foram as mais comuns.

Elas somaram 141.672, o que representa 9,21% do total de 1,538 milhão registradas no Brasil. Entre as empresas, o maior alvo de reclamações foi o banco Itaú, com 81.946. Também

se destacaram Oi (80.894), Claro/Em-bratel (70.150), Bradesco (45.852) e TIM/Intelig (27.102).

De acordo com o boletim, o se-gundo lugar entre os setores com mais demandas apresentadas aos Procons foi o de telefonia celular, com 122.952, ou 7,99% do total.

Mas também fazem parte da lista do Sindec setores como o de móveis, energia elétrica, informática, internet, TV por assinatura, planos de saúde e até mesmo água e esgoto.

O documento detalha, ainda, os principais problemas de consumo em 2011. Em primeiro lugar ficaram as cobranças indevidas (com 545.578 de-mandas), respondendo por 35,46% do total registrado. Além disso, 19,99% tratam de ofertas não realizadas.

o TemPo - P. 11 - 14.01.2012abusos

Itaú é a empresa mais reclamada do país

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hoje em dia - P. 7 - 14.01.2012MP vai fiscalizar monopólio na venda de uniformes escolares

Denúncia chegou ao órgão após várias reclamções de pais que se sentiram lesados em BH

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o TemPo - P. 13 - 14.01.2012HOMICÍDIOS. ONG mexicana relacionou os 50 municípios com maiores índice de assassinato do planeta

BH fica em 45º lugar em lista mundial de cidades violentas

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o TemPo - P. 23 - 15.01.2012Lentidão. Até outubro, 20 mil inquéritos continuavam parados

Minas mantém homicidas na impunidadeMeta de zerar investigações não será cumprida

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Mais policiais sob suspeita na capitalEm 2011, 16 militares envolvidos em execuções foram alvos da Corregedoria, contra apenas um no ano anterior

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Gustavo WerneckJustiça seja feita: um dos mais belos, elegantes e, prin-

cipalmente, bem preservados prédios de Belo Horizonte fica na Avenida Afonso Pena, nº 1.420, no Centro. Em estilo neoclássico, a sede do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) vai receber todas as homenagens a que tem direi-to, na segunda-feira, às 17h, quando desembargadores, juízes e outros expoentes do mundo jurídico estarão reunidos, em solenidade especial, para celebrar o centenário do edifício. Inaugurado em 16 de janeiro de 1912, o Palácio da Justiça Rodrigues Campos foi projetado pelo arquiteto italiano Ra-phael Rebechi e construído pelo engenheiro José Dantas e o coronel Júlio Pinto Coelho, formando hoje, com o Automóvel Clube (1927) e o Conservatório de Música (1926), da Univer-sidade Federal de Minas Gerais (UFMG), um dos conjuntos arquitetônicos de realce da capital.

“O Palácio da Justiça é um patrimônio dos mineiros. Ele se mantém conservado, sem alterações, da mesma forma como foi construído. Há o elevador original, a escada impor-tada da Bélgica e outros elementos. No início abrigava tam-bém o fórum”, diz o desembargador Lúcio Urbano, que foi presidente da casa entre 1998 e 1999, trabalhou mais de 30 anos nesse endereço e é autor do livro Síntese histórica do Tribunal de Justiça, a ser lançado durante a cerimônia de se-gunda-feira. O prédio de dois pavimentos, 31 metros de altura e pintado de azul-claro, é tombado, desde 1977, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) e pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural Municipal de BH (1994).

MUDANÇA Pesquisador da história da Justiça brasilei-ra e integrante do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, o juiz Marcos Henrique Caldeira Brant, da 11ª Vara Criminal/Fórum Lafayette, conta que tudo começou em julho de 1897, antes da inauguração da capital. Naquela época, o Tribunal da Relação, antigo nome do TJ, foi transferido de Ouro Preto para BH e, durante sete meses, funcionou no se-gundo andar da Secretaria do Interior (depois Secretaria de Educação e agora Museu das Minas e do Metal), na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul. Em março de 1898, novas mudanças, com a transferência para o imóvel destinado ini-cialmente ao ginásio, depois escola normal e atual Instituto de Educação, na Rua Pernambuco. Nesse local, ficou 14 anos.

“Se fosse construído hoje, o Palácio da Justiça, que de-mandou dois anos e 100 operários para ser erguido, custaria R$ 43 milhões”, diz Caldeira Brant, fazendo um comparati-vo com os gastos no início do século 20. Ele explica que no governo de Wenceslau Braz (1868-1966), em 1909 e 1910, foi sancionada a Lei nº 499 abrindo crédito de 330 contos de réis para construção do Palácio da Justiça, a fim de sediar o Tribunal da Relação. “Mas o custo final foi mais do que o dobro dessa importância”, afirma o juiz. A inauguração se deu no governo de Bueno Brandão (1858-1932), de 1910 a

1914, sendo presidente do TJ o desembargador Antônio Luiz Ferreira Tinôco.

No começo, o prédio abrigava a Justiça de segunda e pri-meira instâncias. No segundo andar, funcionava o Tribunal da Relação e, no primeiro, o fórum da comarca da capital, então com 38.822 habitantes e um único juiz de direito.

ARTISTAS Muitos artistas estrangeiros participaram da decoração interna e externa do prédio, entre eles os irmãos es-cultores italianos José e Alfredo Morandi, responsáveis pela ornamentação do interior; Madame Bellagamba, que cuidou do mobiliário; J. Bescaal (pintura parietal); e L. Pescini, que executou o vitral representando a Justiça (deusa grega Tê-mis), fabricado pela Casa Conrado, de São Paulo.

Um detalhe importante, diz o juiz, é que, na fachada la-teral direita, as frisas superiores em baixo-relevo representam alegorias à Justiça romana. “Em um século, o Palácio da Jus-tiça sofreu intervenções necessárias à manutenção, mas sem afetar a originalidade. De 1958 a 1963, foi desocupado para restauração, concluída pelo arquiteto Amedée Peret – na oca-sião o TJ ficou instalado no nono andar do edifício do Banco de Credito Real, na Rua Espírito Santo.

Em 1964, o Palácio da Justiça, sob a presidência do de-sembargador José Alcides Pereira, recebeu a denominação de Rodrigues Campos, em homenagem ao seu 17º presidente (1930 a 1939), pai do ex-governador e então senador Milton Campos. “Admirar os detalhes construtivos da elegante edi-ficação, como o sistema estrutural, portas, janelas, ferragens, vitrais, telhado, cúpula, forros, pisos, ornamentos, frisas, frontões, colunas, capitéis, escadas, gradis e guarda-corpos, é redescobrir muitos encantos artísticos e arquitetônicos”, diz Caldeira Brant.

1897– Instalação provisória do Tribunal da Relação, antigo nome do Tribunal de Justiça (TJMG), transferido de Ouro Preto para o segundo andar da Secretaria do Interior, na Praça da Liberdade

1898 – Mudança do Tribunal da Relação para o prédio destinado inicialmente à Escola Normal e Instituto de Educa-ção, na Rua Pernambuco

1909 – Em outubro, é aberto crédito de 300 contos de réis para construção do Palácio da Justiça

1912 – Em 16 de janeiro, é inaugurado o Palácio da Jus-tiça, edifício- sede do TJMG

1958 – Desse ano até1963, o Palácio da Justiça passa pelo processo de reforma e restauração

1964 – Em janeiro, o prédio é reinaugurado com o nome de Palácio da Justiça Rodrigues Campos

1977 – Em agosto, o prédio é tombado pelo Instituto Es-tadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG)

1988 –Criado o Museu da Memória do Judiciário Mi-neiro, com mobiliário, processos, documentos históricos e objetos

Nossa hisTÓRia

Um século de justiça Edifício-sede do Poder Judiciário de Minas completa 100 anos

Em estilo neoclássico, prédio no Centro de BH está preservado e terá solenidade comemorativa segunda-feira

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MARIA TEREZA AINA SADEK - O Estado de S.Paulo

O Judiciário brasileiro tem sido identificado com uma caixa-preta. O juízo crítico propagou-se. Encontrou recepti-vidade por retratar em uma só imagem a percepção popular de uma instituição fechada e desconhecida. Uma combina-ção de traços associados ao segredo, à opacidade, ao iso-lamento em relação à sociedade constrói a representação. Características peculiares da magistratura contribuem para a imagem. Entre elas estão desde garantias constitucionais - vitaliciedade, irredutibilidade de vencimentos, inamovibili-dade - até uma tradição assentada na discrição, numa cultura formalista e num linguajar hermético.

Uma magistratura homogênea, corporativa e refratária a críticas resultaria dessa percepção. Para completar, o retrato teria o condão de ser imune ao transcorrer do tempo, guar-dando no presente as marcas do passado.

Essa representação vem sendo posta em xeque. Aspectos novos indicam o desenrolar de um processo de transforma-ção. Os efeitos da Constituição de 1988 e especialmente da Emenda Constitucional 45, de dezembro de 2004, tornam-se visíveis não apenas no perfil e na atuação da instituição, mas nas características de seus integrantes.

Vários fatores podem ser arrolados como impulsiona-dores desta nova magistratura. Em primeiro lugar deve-se notar o crescimento numérico, que, por si só, já imporia mu-danças. O número de juízes mais do triplicou desde a rede-mocratização do País, passando de quase 5 mil em 1988 para aproximadamente 15 mil 23 anos depois. A participação fe-minina, que até os anos 80 era de apenas 8%, atingiu 25%, inclusive com mulheres integrando os tribunais superiores. Essas alterações de caráter demográfico foram acompanha-das de significativas mudanças de natureza sociológica. Houve uma clara democratização na composição interna da magistratura, com uma importante proporção de juízas e juí-zes provenientes de famílias sem tradição no sistema de jus-tiça e com pais e mães com baixos índices de escolaridade, havendo até aqueles com pais sem instrução formal.

Informações propiciadas por pesquisa realizada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) em 2005 re-velavam que as mudanças em curso não se resumiam a esses aspectos. Sinais ainda mais excepcionais puderam ser obser-vados nas opiniões expressas sobre uma série de questões, incluindo temas relacionados à distribuição de justiça e a questões corporativas. A pesquisa da AMB mostrava que va-riáveis como gênero, idade, tempo na magistratura, instância de atuação e região apresentavam correlação com avaliações e percepções tanto sobre a instituição como acerca de temas da vida pública. No conjunto, esses dados permitiam con-cluir que muitos dos mitos, estereótipos e suposições sobre a magistratura não coincidiam com a realidade. A diversida-de interna e o pluralismo de opiniões desenhavam um perfil novo da magistratura.

O pluralismo pode ser constatado em manifestações so-

bre vários temas. Muitas das inovações criadas pelo Con-selho Nacional de Justiça (CNJ) não haviam ainda sido im-plantadas. Uma, por exemplo, a proibição de contratar pa-rentes para cargos em comissão, obteve o apoio da maioria. Notava-se, contudo, que o apoio era muito mais expressivo entre os juízes de primeiro grau do que entre os que atuavam em tribunais (71% x 58%), entre os com menor tempo na magistratura do que entre os mais antigos (75% x 60%), en-tre os do Sul do País do que entre os do Centro-Oeste (73% x 60%), entre os que exerciam suas funções nas unidades da Federação com IDH mais alto do que nas de IDH baixo (72% x 67%).

Os exemplos poderiam ser multiplicados. O que se pre-tende salientar é que a diversidade interna, que desde então já se manifestava, ganhou ímpeto e novos fóruns. O plu-ralismo tem-se evidenciado não apenas internamente, mas também de forma pública. Posições sobre temas relevantes têm sido explicitadas, ampliando o debate de questões que afetam não só o corpo de juízes, mas a vida social, econômi-ca e política do País.

O recente questionamento da AMB sobre as competên-cias do CNJ evidenciou tanto o pluralismo no interior da magistratura como a ampliação do fórum de debates. Tais fenômenos são auspiciosos do ponto de vista do processo de construção de uma instituição guiada por valores democrá-ticos e republicanos. Ministros, desembargadores, juízes ex-puseram argumentos revelando suas posições. Divergências vieram a público explicitando princípios em confronto. As discordâncias e sua divulgação mostram quão anacrônica se tornou a figura do “juiz boca da lei”, do juiz que não mani-festa opiniões, do juiz alheio ao que se passa na sociedade.

Acompanhando e impulsionando esse processo de trans-formação da magistratura e de sua relação com a opinião pú-blica, os meios de comunicação têm reservado espaço cada vez maior para temas envolvendo o Judiciário, ampliando significativamente a arena de debates. Com efeito, o exame de editoriais, reportagens, cartas de leitores sobre o trabalho do CNJ tornou manifesto o desgaste do paradigma segundo o qual “juiz só se pronuncia nos autos” e questões da justiça são muito técnicas para serem debatidas por não iniciados.

Do ponto de vista da opinião pública, vem ocorrendo um fenômeno que poderia ser caracterizado como de des-sacralização do Judiciário, aventando-se a possibilidade de punição de comportamentos desviantes, de questionamentos do que é visto como regalias e privilégios. Tal fenômeno, além de indicar um processo de mudanças no interior da ma-gistratura e na percepção sobre o Judiciário pela sociedade, indica também que exigências centrais da democracia e da República - transparência e prestação de contas pelas insti-tuições - se tornaram demandas de difícil reversão.

* CIENTISTA POLÍTICA, PROFESSORA DO DE-PARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA DA USP, É PES-QUISADORA SÊNIOR DO CENTRO BRASILEIRO DE ESTUDOS E PESQUISAS JUDICIAIS

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A dessacralização do Judiciário

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