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CARTILHADAPNH MINISTÉRIO DA SAÚDE Brasília - DF 2004 EQUIPE de REFERÊNCIA MATRICIAL e APOIO

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CARTILHA DA PNHMINISTÉRIO DA SAÚDE

Brasília - DF2004

EQUIPE de REFERÊNCIA

MATRICIAL

eAPOIO

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MINISTÉRIO DA SAÚDESecretaria-Executiva

Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização

HumanizaSUSEQUIPE DE REFERÊNCIA E APOIO MATRICIAL

Série B. Textos Básicos de Saúde

Brasília – DF2004

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© 2004 Ministério da Saúde.Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada afonte e não seja para venda ou qualquer fim comercial.Todos os direitos patrimoniais de autor, cedidos ao Núcleo Técnico da Política Nacional deHumanização do Ministério da Saúde.

Série B. Textos Básicos de Saúde

Tiragem: 1.ª edição – 2004 – 15.000 exemplares

Elaboração, distribuição e informações:MINISTÉRIO DA SAÚDESecretaria-ExecutivaNúcleo Técnico da Política Nacional de HumanizaçãoEsplanada dos Ministérios, bloco G, Edifício Sede,3.o andar, sala 336CEP: 70058-900, Brasília – DFTels.: (61) 315 2587 / 315 2957E-mail: [email protected] page: www.saude.gov.br/humanizasus

Texto:Raquel Teixeira LimaStella Maris Chebli

Organização das cartilhas da PNH:Eduardo Passos

Elaboração de texto, diagramação e layout:Cristina Maria Eitler (Kita)

Fotos:Delegados participantes da 12.ª Conferência Nacional deSaúde (realizada em Brasília, de 7 a 11 de dezembro de2003), fotografados no stand do HumanizaSUS

Fotógrafo:Cléber Ferreira da SilvaImpresso no Brasil / Printed in Brazil

Ficha Catalográfica

Catalogação na fonte – Editora MS – OS 2004/1165

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. HumanizaSUS: equipe de referência e apoio matricial / Ministério da Saúde, Secretaria-Executiva, Núcleo Técnicoda Política Nacional de Humanização. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

16 p. – (Série B. Textos Básicos de Saúde)

1. SUS (BR). 2. Política de saúde. 3. Prestação de cuidados de saúde. I. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. II. Título. III. Série.

NLM WA 30 DB8

EDITORA MSDocumentação e InformaçãoSIA, trecho 4, lotes 540 / 610CEP: 71200-040, Brasília – DFTels.: (61) 233 2020 / 233 1774Fax: (61) 233 9558E-mail: [email protected] page: www.saude.gov.br/editora

Equipe editorial:Normalização: Leninha Silvério

Revisão: Mara Pamplona, Ricardo Bortoleto

Títulos para indexação:Em inglês: HumanizaSUS. Reference Team and Matrix SupportEm espanhol: HumanizaSUS. Equipo de Referencia y Apoyo Matriz

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O Ministério da Saúde Implementa aPolítica Nacional de Humanização (PNH)HumanizaSUS

HumanizaSUS é a proposta para enfrentar o desafiode tomar os princípios do SUS no que eles impõem de mudança dos

modelos de atenção e de gestão das práticas de saúde.O Ministério da Saúde decidiu priorizar o atendimentocom qualidade e a participação integrada dos gestores,trabalhadores e usuários na consolidação do SUS. Eis aaposta do HumanizaSUS.

Por humanização entendemos a valorizaçãodos diferentes sujeitos implicados noprocesso de produção de saúde. Os valoresque norteiam esta política são a autonomiae o protagonismo dos sujeitos, a co-responsabilidade entre eles, oestabelecimento de vínculos solidários, aparticipação coletiva no processo de gestão

e a indissociabilidade entre atenção e gestão.

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A PNH não é para nós um mero conjunto de propostasabstratas que esperamos poder tornar concreto. Ao contrário, partimosdo SUS que dá certo. Para nós, então, o HumanizaSUS se apresentacomo uma política construída a partir de experiências concretas queidentificamos e queremos multiplicar. Daí a importância da funçãomultiplicadora das “Cartilhas da PNH”. Com elas, esperamos poderdisseminar algumas tecnologias de humanização da atenção e dagestão no campo da saúde.

Brasília, 2004

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A reforma e ampliação da clínica e das práticas de atençãointegral à saúde – como a responsabilização e a produção devínculo terapêutico – dependem, fundamentalmente, da instituiçãode novos padrões de relacionamento entre os profissionais desaúde e os usuários dos serviços.

Os padrões de relacionamento, por sua vez, são decorrentes, emgrande parte, dos estilos de gestão e da estrutura de poder existentenas instituições. Um serviço de saúde onde as decisões são tomadaspor um pequeno grupo que ocupa cargos mais altos na hierarquiadeste serviço, e cuja organização é baseada no poder das corporaçõesprofissionais, tende a gerar descompromisso e falta de interesse departicipação na maioria dos trabalhadores. Processos de trabalho

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centrados em procedimentos burocráticos, e que se restringem aprescrever, tendem a fragilizar o envolvimento dos profissionais desaúde com os usuários.Para evitar tais tendências é preciso investir na mudança da estruturaassistencial e gerencial dos serviços de saúde. É preciso criar novasformas de organização, novos arranjos organizacionais, capazesde produzir outra cultura e de lidar com a singularidade dos sujeitos.Esses novos arranjos devem ser transversais, no sentido de produzire estimular padrões de relação que perpassem todos trabalhadorese usuários, favorecendo a troca de informações e a ampliação docompromisso dos profissionais com a produção de saúde.As equipes de referência e o apoio matricial são dois arranjosorganizacionais que apresentam essas características detransversalidade.

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A equipe de referência contribui para

tentar resolver ou minimizar a falta de

definição de responsabilidades, de

vínculo terapêutico e de integralidade na

atenção à saúde, oferecendo um

tratamento digno, respeitoso, com

qualidade, acolhimento e vínculo.

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É muito comum, quando não se tem a equipede referência, que o usuário sejaresponsabilidade de todos os profissionais e,ao mesmo tempo, de nenhum. Cada um sepreocupa com a “sua” parte (que é cada vezmenor com a especialização e burocratização)e ninguém se preocupa com a “costura” dasdiversas intervenções num projeto terapêuticocoerente e negociado com o usuário e naequipe. Ou seja, supõe-se que o sujeito podeser fatiado em pedaços e reduzido adiagnósticos, por abordagens profissionaisdiferentes, e que no fim da “linha de produção”,depois que cada profissional apertou umparafuso, chegar-se-á num usuáriointegralmente atendido e com seus problemasresolvidos. Não é o que acontece. Um ditadopopular ilustra bem esta situação: “cão commuitos donos passa fome”.As equipes de referência propõem um novosistema de referência entre profissionais eusuários, cujo funcionamento pode ser descrito

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da seguinte forma: cada unidade de saúdese organiza por meio da composição deequipes, formadas segundo características eobjetivos da própria unidade, e de acordocom a realidade local e disponibilidade derecursos. Essas equipes obedecem a umacomposição multiprofissional de carátertransdisciplinar, isto é, reúnem profissionaisde diferentes áreas, variando em função dafinalidade do serviço/unidade (por exemplo:equipe de saúde da família quando for umaUnidade de Saúde da Família).As equipes podem também se organizar apartir de uma distribuição territorial. Nestecaso, os usuários de um território são divididosem grupos, sob a responsabilidade de umadeterminada equipe de saúde, denominadaequipe de referência territorial.Assim, em uma unidade de saúde mental, dereabilitação, ou em um hospital ouambulatório de especialidades, sãoorganizadas equipes de referência

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multiprofissionais com caráter transdisciplinar(variando segundo o objetivo e característica doserviço) que se responsabilizam pela saúde deum certo número de pacientes inscritos, segundosua capacidade de atendimento e gravidade doscasos.Do mesmo modo, em uma unidade/serviço desaúde da família, que já trabalha com aconcepção de equipes de referência territoriais,várias famílias são selecionadas e registradas paraficarem sob a responsabilidade de um médico,enfermeira de família, auxiliares e agentescomunitários de saúde.

Cada equipe de referência torna-seresponsável pela atenção integral dodoente, cuidando de todos os aspectosde sua saúde, elaborando projetosterapêuticos e buscando outros recursosterapêuticos, quando necessário (verapoio matricial).

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Essa equipe passa a ter a responsabilidadeprincipal pela condução do caso. Geralmente,as equipes de referência, para existirem de fato,precisam disponibilizar períodos de tempo parase reunir, discutir seus projetos terapêuticos econversar. E para isso é preciso que haja um climademocrático propício à livre expressão das idéias,independente da profissão de cada um.

A diferença profissional e pessoal decada membro da equipe possibilitavínculos e olhares diferentes sobre osujeito doente. Estas diferençaspermitem enxergar caminhos para oprojeto terapêutico. Caminhos que, demaneira isolada, dificilmente seriamencontrados.

Nas equipes de referência fica evidenciada aimportância de cada trabalhador e ainterdependência entre os diferentes profissionais,o que possibilita uma valorização profissionalatrelada a resultados, e não somente ao statusou prestígio de determinadas profissões. Por isso

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as equipes de referência dependem (e sãoinstrumentos) de um modelo de gestão maisdemocrático, centrado nos resultados para ousuário, e não na produção de procedimentosterapêuticos.O apoio matricial é um arranjo naorganização dos serviços que complementa asequipes de referência. Já que a equipe dereferência é A responsável pelos SEUSpacientes, ela geralmente não os encaminha,ela pede apoio. A quem a equipe de referênciapede apoio? Tanto aos serviços de referência/especialidades (e/ou aos especialistas isolados)quanto a outros profissionais que lidam com odoente.Os serviços de referência/especialidades quedão apoio matricial passam a ter dois “usuários”sob sua responsabilidade: “os usuários doserviço” para o qual ele é referência e “o próprioserviço”. Isso significa que o serviço dereferência/especialidades participa junto comas equipes de referência, sempre que necessário,

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da confecção de projetos terapêuticos dospacientes que são tratados por ambas asequipes, e ajuda as equipes de referência aincorporarem conhecimentos para lidar comcasos mais simples. Por exemplo: um centro dereferência em oncologia pode desenvolverformas de contato com as equipes de atençãobásica ou secundária, que implique emparticipar de reuniões das equipes para discutirprojetos terapêuticos de pacientes tratadosconjuntamente.Pode, também, fazer seminários para que aequipe incorpore conhecimentos (como tratardeterminados aspectos da quimioterapia, porexemplo), realizar atendimentos conjuntos,disponibilizar contatos para situaçõesemergenciais, etc. Sem esquecer que o próprioserviço de referência pode trabalhar internamentecom equipes de referência e apoio matricial.Tudo isso ajuda a superar a velha idéia deencaminhamento (e de referência e contra-referência), torna possível o vínculo terapêutico

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e coloca o tratamento mais próximo do usuárioe das equipes que o conhecem há mais tempo.

Como dissemos anteriormente, aequipe de referência pede apoio nãosomente a especialistas, mas tambéma profissionais que estão maispróximos do usuário, e que por istomesmo são capazes de enxergaroutros aspectos de sua vida (suainserção social, situação afetiva, outrosproblemas orgânicos, etc.). Istogarante que, no conjunto dasintervenções terapêuticas, ocorrammais benefícios do que danos e que oprojeto terapêutico envolva umcompromisso com o usuário.

O apoio matricial é, portanto, uma forma deorganizar e ampliar a oferta de ações em saúde,que lança mão de saberes e práticasespecializadas, sem que o usuário deixe de sercliente da equipe de referência.A equipe de referência e o apoio matricial, juntos,

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permitem um modelo de atendimento voltadopara as necessidades de cada usuário: asequipes conhecem os usuários que estão sob oseu cuidado e isso favorece a construção devínculos terapêuticos e a responsabilização(definição de responsabilidades) das equipes.Esse modelo, além de reunir profissionais dediferentes áreas do conhecimento permite queestes atuem de modo transdisciplinar, semutilizar percursos de encaminhamentosintermináveis, e sem lançar mão da burocraciada referência – o serviço de origem, onde ousuário deu entrada – e da contra-referência –o serviço para o qual o sujeito é referido.Permite ainda a expressão dos saberes, desejose práticas dos profissionais, bem como ummelhor acompanhamento do processo saúde/doença/intervenção de cada sujeito-usuário.As equipes de referências e o apoio matricialconstituem-se, assim, como ferramentasindispensáveis para a humanização daatenção e da gestão em saúde.

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