36
Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 245 14. PATOLOGIAS Mármore, granito, ardósia, gnaisse e outras rochas ornamentais são materiais de revestimento muito duráveis, além de conferirem solidez e nobreza à edificação. Porém, se não forem corretamente instalados ou não receberem cuidados apropriados, apresentarão problemas que certamente encurtarão sua vida útil e comprometerão a qualidade do revestimento e da obra. As patologias dos revestimentos são estudadas com o intuito de diagnosticar as causas do problema, estabelecer os devidos reparos de acordo com o revestimento em questão, além de fornecer os procedimentos que minimizem ou evitem a ocorrência dessas patologias em outros revestimentos pétreos. Em geral, as patologias estão associadas a diversos fatores: 1. especificação de materiais incompatíveis com as condições de utilização, por desconhecimento das características e propriedades das pedras; 2. emprego das técnicas de execução não adequadas; 3. ausência de um projeto construtivo; 4. falta de controle de qualidade das etapas de produção. A alteração do revestimento pétreo está intimamente ligado à interação dos agentes ambientais sobre a natureza da rocha. Rochas carbonáticas como mármores e calcários são atacados por ácidos e resistem pouco à abrasão. Arenitos, rochas muito porosas, sofrem ações de tração, devido à cristalização dos sais nos espaços intergranulares, principalmente os de granulação fina, homogênea e desprovidos de estruturas planares. Os granitos são as rochas mais resistentes aos agentes agressores, tanto químico quanto físicos. Rochas que apresentam alto grau de absorção d’água, avançado grau de alteração mineralógica ou presença de minerais deletérios serão muito mais susceptíveis à aparição de manifestações patológicas. As patologias são provocadas por agentes físicos, químicos e biológicos, atuam sobre a pedra de maneira tanto isolada como simultânea. Esses fatores podem ser intrínsecos ou extrínsecos. O primeiro refere-se às características dos materiais e o segundo inclui o sistema de fixação das placas ao substrato, as condições do meio e as técnicas de manutenção do revestimento.

14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

  • Upload
    ngotram

  • View
    215

  • Download
    1

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 245

14. PATOLOGIAS

Mármore, granito, ardósia, gnaisse e outras rochas ornamentais são

materiais de revestimento muito duráveis, além de conferirem solidez e nobreza à

edificação. Porém, se não forem corretamente instalados ou não receberem

cuidados apropriados, apresentarão problemas que certamente encurtarão sua vida

útil e comprometerão a qualidade do revestimento e da obra.

As patologias dos revestimentos são estudadas com o intuito de

diagnosticar as causas do problema, estabelecer os devidos reparos de acordo com

o revestimento em questão, além de fornecer os procedimentos que minimizem ou

evitem a ocorrência dessas patologias em outros revestimentos pétreos.

Em geral, as patologias estão associadas a diversos fatores:

1. especificação de materiais incompatíveis com as condições de utilização, por

desconhecimento das características e propriedades das pedras;

2. emprego das técnicas de execução não adequadas;

3. ausência de um projeto construtivo;

4. falta de controle de qualidade das etapas de produção.

A alteração do revestimento pétreo está intimamente ligado à interação

dos agentes ambientais sobre a natureza da rocha. Rochas carbonáticas como

mármores e calcários são atacados por ácidos e resistem pouco à abrasão.

Arenitos, rochas muito porosas, sofrem ações de tração, devido à cristalização dos

sais nos espaços intergranulares, principalmente os de granulação fina, homogênea

e desprovidos de estruturas planares. Os granitos são as rochas mais resistentes

aos agentes agressores, tanto químico quanto físicos.

Rochas que apresentam alto grau de absorção d’água, avançado grau

de alteração mineralógica ou presença de minerais deletérios serão muito mais

susceptíveis à aparição de manifestações patológicas.

As patologias são provocadas por agentes físicos, químicos e

biológicos, atuam sobre a pedra de maneira tanto isolada como simultânea. Esses

fatores podem ser intrínsecos ou extrínsecos. O primeiro refere-se às características

dos materiais e o segundo inclui o sistema de fixação das placas ao substrato, as

condições do meio e as técnicas de manutenção do revestimento.

Page 2: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 246

As alterações mais freqüentes, observadas nos revestimentos pétreos

são: modificações na coloração original, manchamentos, eflorescências,

degradações, deteriorações, fissuramento ou trincamento, bolor, perda da

resistência mecânica, desgaste, descolamento, juntas descontínuas, falhas nos

selantes (rejuntamento), perda de brilho, além de outras.

A preocupação com a correta utilização das rocha ornamentais, desde

a especificação até a colocação, somente vem a beneficiar o setor, evitando-se

problemas futuros. Dessa forma a rocha passa a ser uma aliada aos projetos dos

profissionais da área de arquitetura.

Page 3: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 247

14.1. REGISTRO DOS PRINCIPAIS CASOS DE PATOLOGIASROCHOSAS

MODIFICAÇÃO DE COLORAÇÃO

Há várias razões que explicam a modificação da coloração

original de uma placa pétrea:

• presença de minerais, que quando alterados perdem suas

características iniciais, dentre elas a coloração original,

comprometendo também a estética do material;

• existência de minerais ferrosos (sulfetos), que quando oxidados

produzem manchas castanhas na superfície da pedra (Foto 125);

• deposição de sujeira na superfície e encardidos ocasionam uma

aparência amarelada na pedra;

• amarelamento de ceras ou outras películas utilizadas na proteção ou

impermeabilização da superfície da placa.

FOTO 125 - PERDA DA COR ORIGINAL DAS PLACAS DE ARDÓSIA, OCASIONADA PELALIBERAÇÃO DE FERRO PELA PEDRA - BOTUCATU, SP

Page 4: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 248

FOTO 126 - PLACAS DE GRANITO VERDE ESCURO ("VERDEUBATUBA") APRESENTANDO COLORAÇÃO MODIFICADATANTO PELA PERDA DE CO2 DOS MINERAIS (PLAGIOCLÁSIOS)DEVIDO AO SEU MICROFISSURAMENTO POR DILATAÇÃOTÉRMICA, QUANTO PELA AÇÃO DOS RAIOS SOLARES,AGENTE DE MUDANÇA DE COLORAÇÃO DE MINERAIS - RIOCLARO, SP

Page 5: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 249

FOTO 127 - MANCHAS AMARELADAS ORIGINADAS, PELALIBERAÇÃO DE ÓXIDO DE FERRO PELAS PLACAS DEQUARTZITO REVESTINDO FACHADA COMERCIAL - BOTUCATU,SP

Page 6: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 250

MANCHAS

UMIDADE

O surgimento de manchas de umidade relaciona-se com:

• características das rochas escolhidas - elevada porosidade,

elevada permeabilidade, constituição mineralógica imprópria,

coloração (em pedras claras, principalmente as de coloração cinza,

visualiza-se mais nitidamente esse tipo de manchamento);

• existência de fatores externos intrínsecos à construção, como

infiltrações de muros de arrimos, de baldrames e pilares, mal

vedados ou impermeabilizados (Foto 128);

• manifestação imprópria do revestimento devido a abundantes

lavagem o que facilita a infiltração pelas juntas;

• percolação de água da chuva formando manchas em forma

geométrica (Foto 129), que circulam os vãos das aberturas e as

juntas entre placas numa fachada ou piso. Esse fator compromete

também a durabilidade e a estanqueidade das edificações.

Page 7: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 251

FOTO 128 - OCORRÊNCIA DE MANCHAS NA SUPERFÍCIE DEPLACAS DE GRANITO DEVIDO À INFILTRAÇÃO DE ÁGUA ATRAVÉSDO PISO - BAURU, SP

Page 8: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 252

FOTO 129 - APARECIMENTO DE MANCHAS NAS PLACAS DEGRANITO PROVOCADAS PELAS ÁGUAS DAS CHUVAS QUEPERCOLAM JUNTAS MAL REJUNTADAS - BOTUCATU, SP

Page 9: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 253

MINERAIS SECUNDÁRIOS

Rochas são compostas por diferentes espécies de minerais

primários com variável resistência ao intemperismo químico, agentes ambientais

agressivos (ar poluído, chuva ácida) e produtos de limpeza fortemente reativos.

Por decomposição um mineral primário transforma-se em outro, dito secundário

num processo no qual ocorre a liberação de certos elementos químicos. Entre os

minerais mais susceptíveis à alteração vale destacar:

• sulfetos de ferro amarelos (pirita, pirrotita e calcopirita), presentes em

granitos (Fotos 133 e 134), calcários metamórficos, mármores (Fotos

131 e 132), ardósias (Fotos 136 e 137). Por alteração são

transformados em óxido e hidróxidos de ferro amarelados, castanho-

avermelhados, castanhos ou vermelhos (ferrugem);

• granadas ferríferas em granitos brancos que também liberam

ferrugem;

• magnetitas em granitos que por alteração liberam ferrugem;

• minerais contendo traços de manganês ou cobalto. Sua alteração

resulta em manchas preto-azuladas, irregulares, denominadas de

dendritos que lembram fósseis de samambaias. Comum em arenitos e

quartzitos.

Page 10: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 254

FOTO 130 - MANCHA ACASTANHADA DEVIDO À LIBERAÇÃO DEÓXIDOS E HIDRÓXIDOS DE FERRO (FERRUGEM) POR PORTADE FERRO E SUA INFILTRAÇÃO POR MEIO DE SOLUÇÕES EMMÁRMORE BRANCO ADJACENTE - BAURU, SP

Page 11: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 255

FOTO 131 - MANCHA DE FERRUGEM CAUSADA PELA DECOMPOSIÇÃO DE MINERAISFERRÍFEROS PRESENTES NO MÁRMORE COM OS AGENTES DO MEIO EXTERNO - BAURU,SP

FOTO 132 - MANCHA DE FERRUGEM EM MÁRMORE BRANCO DE FACHADA COMERCIALREVESTIDA COM MÁRMORE BRANCO. A FONTE DOS HIDRÓXIDOS E ÓXIDOS DE FERRO ÉPROVAVELMENTE A ADJACENTE PORTA DE FERRO - BAURU, SP

Page 12: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 256

FOTO 133 - PLACAS DE GRANITO COM MANCHA DE FERRUGEM RESULTANTE DAALTERAÇÃO DE MAGNETITA PRESENTE EM VEIOS - BAURU, SP

Page 13: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 257

FOTO 134 - PLACAS DE GRANITO COM A PROVÁVELPRESENÇA DE MAGNETITA , QUE AO REAGIR NAS CONDIÇÕESAMBIENTAIS OCASIONOU O MANCHAMENTO DA PLACAFORMANDO VEIOS ESCUROS - BAURU, SP

Page 14: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 258

FOTO 135 - CHARNOCKITO COM MANCHAS DE FERRUGEMRESULTANTE DA ALTERAÇÃO DE MAGNETITA - BOTUCATU,SP

Page 15: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 259

FOTO 136 - ARDÓSIAS VERDES COM MANCHAS DE FERRUGEM RESULTANTES DA ALTERAÇÃODE SULFETOS - BAURU, SP

FOTO 137 - PLACAS DE ARDÓSIA PRETA COM MANCHAS DE FERRUGEM RESULTANTE DAALTERAÇÃO DE SULFETOS - BOTUCATU, SP

Page 16: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 260

ARGAMASSA

Patologias como manchamentos, fissuramento e descolamentos

das placas são muito comuns em placas pétreas fixadas pelo processo

convencional, devido a:

• excesso de água da argamassa (manchas escuras, com aspecto

molhado), que por exsudação, penetra nos poros da pedra de baixo

para cima (Foto 138);

• impurezas de ferro no cimento e na superfície de areia (não

lavada),transportadas durante a evaporação da água da argamassa,

que penetram nos poros e fissuras da pedra, causando manchas

indeléveis amareladas, vermelho-acastanhadas ou castanhas(Fotos

139 e 140);

• carreação de sais solúveis (carbonatos) para a superfície da placa sob

forma de manchas brancas (eflorescência) extraídos ou de cal usado

indevidamente no preparo da argamassa ou de cimento de qualidade

inferior (eflorescência). Dificilmente consegue-se retirar a mancha

branca impregnada no revestimento, pois o carbonato, ou outra

solução formada, quando diluídos em água, penetram pelos poros da

Page 17: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 261

FOTO 138 - MANCHA ÚMIDA OU OLEOSA EM PLACAS DEGRANITO PROVOCADAS PELA EVAPORAÇÃO DE ÁGUAEXCESSIVA CARREANDO OU NÃO EXCESSOS DE RESINAS DAARGAMASSA - BOTUCATU, SP

Page 18: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 262

FOTO 139 - MACHAS PROVENIENTES TANTO DA UMIDADE EXCESSIVA DA ARGAMASSA(manchas escuras) QUANTO DE IMPUREZAS DO MATERIAL FIXANTE (manchas amareladas)EM PLACAS DE GRANITO - BOTUCATU, SP

Page 19: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 263

FOTO 140 - MACHAS DE FERRUGEM EM MÁRMORE PROVENIEMTE DE IMPUREZAS DE FERRO NOCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP

FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO DE CÁLCIO EM GNAISSE BRUTO ("MIRACEMA") -BOTUCATU, SP

Page 20: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 264

FOTO 142 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO DE CÁLCIO EM ARDÓSIA PRETA IRRADIANDODE JUNTAS VERTICAIS E HORIZONTAIS - BOTUCATU, SP

FOTO 143 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO DE CÁLCIO EM GRANITO DE ESPELHO DEESCADA IRRADIANDO-SE A PARTIR DE JUNTA HORIZONTAL - BOTUCATU, SP

Page 21: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 265

FOTO 144 - PEQUENOS PONTOS DE EFLORESCÊNCIA DECARBONATO DE CÁLCIO EM PLACA DE GNAISSE POLIDOIRRADIANDO-SE A PARTIR DE JUNTA HORIZONTAL- BAURU,SP

Page 22: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 266

RESINAAs resinas são utilizadas geralmente para a reconstituição de

quebras na superfície das placas. São comumente usadas em mármores

travertinos para preencher "buracos" superficiais desta rocha muito porosa

(Foto 145). Apesar de o produto utilizado ser específico para esta finalidade, a

reconstituição ressalta com o tempo, pois as resinas não têm a mesma

natureza, cor ou textura da rocha, perdendo, por ressecamento, a sua

transparência e sua aderência à rocha.

FOTO 145 - MANCHA DE RESINA USADA COMO SELANTE DESUPERFÍCIE DE PLACA DE MÁRMORE TRAVERTINO EMFACHADA RESIDENCIAL - BAURU, SP

Page 23: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 267

PERDA DE BRILHO

A adequada resistência da pedra é um dos principais pré-requisitos

para sua utilização em ambientes de elevada solicitação. Entretanto nem todas

as pedras apresentam o mesmo nível de resistência, sendo algumas mais

adequadas que outras para certos usos. Assim a perda de brilho por desgaste

abrasivo resulta tanto de características intrínsecas da rocha quanto do nível de

tráfego a que um piso em uma escadaria é submetido. Mármores, pedra-sabão,

dioritos, sienitos e outras rochas pobres em quartzo têm pequena resistência ao

desgaste. Já granitos, muito ricos em quartzo, resistem muito bem a longas e

intensas abrasões, Fotos 146 e 147).

FOTO 146 - PERDA DE BRILHO EM MÁRMORE POR ABRASÃO (ESCADARIA DE HOTEL) -BAURU, SP

Page 24: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 268

FOTO 147 - PERDA DE BRILHO EM MÁRMORE DE ESCADARIA DE BANCO POR ABRASÃO -BOTUCATU, SP

Page 25: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 269

RISCOS

Riscos na superfície do material pétreo dependem de sua dureza,

que é a resistência de um material ao risco. Pedra-sabão (dureza 1), talco xistos

(dureza 1), serpentinitos e ardósias (dureza variável de acordo com seus teores

em sericita, clorita e quartzo) e mármores (calcita tem dureza 3) são pedras mais

macias quando comparadas aos granitos, rochas ricas em feldspato (dureza 6) e

quartzo (dureza 7), sendo mais susceptíveis ao risco (Fotos 148 e 149). O risco

e o desgaste são comuns em edificações que não respeitam sua finalidade

original. É o caso de residências transformadas em casas comerciais, palácios

transformados em museus de intensa visitação, mudança de repartição de

intenso atendimento para as instalações de uma repartição com fraco

atendimento, mudança cultural de um bairro (de elitista para popular), etc.

FOTO 148 - PLACA DE MÁRMORE DESGASTADA E RISCADA EM ESCADARIA - POÇOS DECALDAS, MG

Page 26: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 270

FIGURA 149 - RISCOS EM ARDÓSIA DE PAREDE EXTERNA DE RESIDÊNCIA - BOTUCATU, SP

Page 27: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 271

DETERIORAÇÃO

Quando grande parte de um revestimento pétreo apresenta

patologias variadas, diz-se que o revestimento está deteriorado. A

deterioração do revestimento pétreo é condicionada por vários fatores:

• características físico-mecânicas da rocha. Rochas carbonáticas,

por sua solubilidade em ácidos naturais e artificiais sofrem, com o

tempo, degradação estética e funcional, quer em ambientes

poluídos, muito úmidos ou à beira mar (maresia contém sal que

com água origina ácido clorídrico) (Foto 150);

• presença de abundantes minerais de fácil decomposição, que por

este processo comprometem a estética e a durabilidade do

revestimento;

• utilização de material em início ou estado avançado de

decomposição, por desconhecimento das características e

propriedades do revestimento escolhido. Incluem-se aqui muitos

granitos amarelos, cuja cor não é primária e sim secundária,

resultante da alteração parcial da rocha. Parte destas rochas são

muito porosas e apresentam características físico-mecânicas

pouco recomendáveis para numerosas aplicações;

• fadiga, a longo prazo, da textura e/ou estrutura da rocha com

elevado coeficiente de dilatação térmica, por expansões e

contrações sucessivas o que leva à perda de suas características

físico-mecânicas.

Page 28: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 272

FOTO 150 - PLACA DE MÁRMORE DETERIORADA PORDISSOLUÇÃO EM MEIO AMBIENTE QUIMICAMENTE AGRESSIVO- BAURU, SP

Page 29: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 273

TRINCAMENTO E FRATURAMENTO

As trincas nos revestimentos pétreos podem aparecer devido a:

• falta de cuidado no transporte (choques entre placas pétreas) e

assentamento da peça (a interface entre a camada de revestimento e

a camada de fixação não contínua) (Foto 151);

• elevado índice de dilatação térmica das placas de revestimento que

são expostas a amplas variações térmicas e deparadas por juntas

com largura insuficientes para evitar o contato entre placas

adjacentes (Foto 152);

• baixa resistência ao impacto, em casos de pisos sujeitos a alto

tráfego de pessoas, cargas ou veículos.

Quando as solicitações do material forem demasiadamente

elevadas ou repetitivas, pode ocorrer o fraturamento do material (Fotos 153 e

154)

FOTO 151 - TRINCAMENTO DA PLACA DE GRANITO FRUTO DE UM ASSENTAMENTO COMCAMADA DE FIXAÇÃO DESCONTÍNUA - BOTUCATU, SP

Page 30: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 274

FOTO 152 - TRINCAS EM PLACAS DE MÁRMORE CAUSADASPOR JUNTAS DE DILATAÇÃO COM LARGURA INSUFICIENTE-BAURU, SP

Page 31: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 275

FOTO 153 - FRATURAS, EM PLACAS DE MÁRMORE, CAUSADASPOR JUNTAS DE DILATAÇÃO COM LARGURA INSUFICIENTE -BAURU, SP

Page 32: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 276

FOTO 154 - FRATURAMENTO DE PLACA DE GNAISSE POR IMPACTO - BOTUCATU, SP

Page 33: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 277

FALHA DOS SELANTES

Problemas com os selantes das juntas (usado como rejunte no

assentamento) são causados por dois fatores:

• excesso de produto utilizado (Fotos 155 e 154) e falta de limpeza

posterior, manchando a superfície da pedra ao redor das juntas;

• falta de produto, havendo descontinuidade no rejuntamento o que

propicia a infiltração de água da chuva ou de limpeza e o

surgimento de manchas de umidade (Fotos 157 e 158)

FOTO 155 - MANCHAMENTO EM GRANITO DEVIDO À APLICAÇÃO EXCESSIVA DE SELANTE EMJUNTAS - BAURU, SP

Page 34: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 278

FOTO 156 - MANCHAMENTO EM GRANITO DEVIDO ÀAPLICAÇÃO EXCESSIVA DE SELANTE NA JUNTA - BOTUCATU,SP

Page 35: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 279

FOTO 157 - MANCHA EM SOLEIRA DE GRANITO POR INFILTRAÇÃO DE ÁGUA EM JUNTASINSUFICIENTEMENTE SELADAS - BAURU, SP

Page 36: 14. PATOLOGIAS - Posgrado en Construcción - …icposgrados.weebly.com/uploads/8/6/0/0/860075/h.pdfCIMENTO E NA AREIA DA ARGAMASSA - BOTUCATU, SP FOTO 141 - EFLORESCÊNCIA DE CARBONATO

Manual de Rochas Ornamentais para Arquitetos 280

FOTO 158 - MANCHA EM ESCADA DE GRANITO PORINFILTRAÇÃO DE ÁGUA EM JUNTAS INSUFICIENTEMENTESELADAS - BAURU, SP