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Programa 14 14. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA E ZOOPLANCTÔNICA .......... 1 14.1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS ........................................................................................................................ 1 14.2. METODOLOGIA........................................................................................................................................ 3 14.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 8 14.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................................................... 69 14.5. CRONOGRAMA ...................................................................................................................................... 71 14.6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................................. 71 14.7. EQUIPE TÉCNICA .................................................................................................................................... 74

14. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA …licenciamento.ibama.gov.br/Dragagem/Dragagem - Porto de Santos... · Fatores físico-químicos ... (Chan & Hamilton, ... A estrutura da comunidade

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Programa 14

14. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA E ZOOPLANCTÔNICA .......... 1

14.1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS ........................................................................................................................ 1

14.2. METODOLOGIA ........................................................................................................................................ 3

14.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 8

14.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................................................... 69

14.5. CRONOGRAMA ...................................................................................................................................... 71

14.6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................................. 71

14.7. EQUIPE TÉCNICA .................................................................................................................................... 74

Programa 14 - 1

14. Programa de Monitoramento da Comunidade Fitoplanctônica e

Zooplanctônica

14.1. Introdução e Objetivos

14.1.1. Comunidade Fitoplanctônica

O fitoplâncton é importante não só por constituir uma das fontes primárias de

energia para o meio aquático, como também por desempenhar um papel

fundamental na captura do CO2 atmosférico. Por meio do processo de

fotossíntese, o fitoplâncton é capaz de fixar mais de 50 Gt de carbono por ano, o

equivalente a aproximadamente metade da produção primária global (Falkowski

et al. 1998).

Devido ao seu tamanho pequeno e ciclo de vida de alguns dias, constitui

uma ferramenta fundamental como indicador de qualidade ambiental.

A composição do fitoplâncton em um corpo de água muda continuamente

em dominância e diversidade de acordo com as mudanças físicas (luz,

temperatura, turbulência), químicas (nutrientes inorgânicos, quelantes, vitaminas)

e biológicas (competição, predação) (Hallegraeff & Reid, 1986).

Fatores físico-químicos afetam a sucessão e a dinâmica do fitoplâncton.

Descargas de água doce afetam o tempo de residência disponível para o

crescimento dos diferentes taxa do fitoplâncton, e também influencia na sucessão

do fitoplâncton marinho, estuarino e de água doce à medida que impede a

entrada da água do mar para dentro do estuário.

Os três principais grupos, Bacillariophyta, Dinophyta e Chlorophyta, estão

separados temporalmente pelas estações do ano e espacialmente, ao longo do

estuário, de acordo com o fluxo e salinidade. Bacillariophyta exibe a maior taxa de

crescimento em ambientes turbulentos. Dinophyta, é dominada por poucas

espécies de água salobra, possuem a menor taxa de crescimento e ocorrem em

locais com fluxo pequeno de água. Chlorophyta possuem taxas de crescimento

intermediarias e é restrita a ambientes de água doce. No estuário, os nutrientes

Programa 14 - 2

parecem ser menos importantes do que o fluxo e salinidade na regulação da

sucessão do fitoplâncton (Chan & Hamilton, 2001).

O fitoplâncton no estuário, também está sob a influência dos gradientes de

salinidade e mudanças entre o sedimento e a coluna de água adjacente. Muitas

das diatomáceas amostradas no plâncton são de origem bentônica como:

Entomoneis paludosa, Gyrosigma balticum, G. fasciola, G. acuminatum,

Pleurosigma strigosum, P. normanii, Nitzschia pusilla, Cylindrotheca closterium, N.

sigma ou formas meroplanctônicas Thalassiosira decipiens, Cyclotella striata, C.

meneghiniana, Paralia sulcata, Actinoptychus senarius, comuns nas camadas

superficiais do sedimento. Na presença de água doce são observadas algas do

perifiton como: Melosira varians, M. moniliformis, Bacillaria paxillifer, Achnanthes

spp. Portanto, a riqueza de espécies no plâncton é aumentada por suspensão de

microalgas epipelica-epífitas como se fosse um processo de migração do

ambiente bentônico para a coluna d’água (Cloern & Dufford, 2005).

14.1.2. Comunidade Zooplanctônica

Os organismos zooplanctônicos possuem um papel central na trama trófica

de ecossistemas costeiros e estuarinos, como consumidores, presas e

competidores, e sua atividade metabólica tem importantes implicações para a

ciclagem de compostos orgânicos e inorgânicos na coluna de água. Várias

espécies de crustáceos e de peixes utilizam os estuários como zonas de berçário

e crescimento e em muitos casos ocorrem sob a forma de ovos e larvas

compondo a comunidade zooplanctonica. Além disto, o recrutamento de muitas

espécies de importância econômica depende da disponibilidade adequada de

alimento planctônico. Várias forçantes físicas e químicas atuam sobre o

zooplâncton, com reflexos diretos (retenção, advecção, mortalidade) e indiretos

(disponibilidade de alimento, predação, competição por espaço ou recursos)

sobre a produtividade e a variabilidade espacial e temporal do ecossistema.

Alterações na qualidade ambiental dos sistemas estuarinos podem afetar os

organismos zooplanctônicos. Entre os impactos mais importantes estão as

mudanças na circulação da água nas áreas de influência de empreendimentos

Programa 14 - 3

portuários. Alterações na magnitude e nos padrões espaciais e temporais das

correntes estuarinas podem afetar o deslocamento passivo e ativo (por migração

vertical) do zooplâncton. Estas mudanças na circulação podem gerar impactos

sobre parâmetros físicos e químicos da água, como a salinidade e a turbidez.

Caso estes impactos sejam significativos, ocasionam a desestruturação de

associações de espécies nas áreas de influência direta e indireta do complexo do

porto e, em alguns casos, sua substituição por outras. A atividade portuária pode

ainda contribuir para a introdução de contaminantes orgânicos e inorgânicos no

ecossistema aquático, com consequências para os processos biogeoquímicos

envolvendo o zooplâncton. Não menos relevante é a possibilidade de introdução

de espécies exóticas pelo vetor do transporte marítimo, incluindo a água de lastro

e a bioincrustação, neste caso de organismos bentônicos que produzem larvas

meroplanctônicas.

14.2. Metodologia

Para a avaliação da Comunidade de fitoplâncton e zooplâncton, foram

realizadas coletas em janeiro (Campanha Prévia - verão) e julho de 2010

(primeira Campanha - inverno). A rede amostral do programa em questão é

composta por um total de 50 pontos de coleta, sendo 40 pontos coincidentes ao

estudo do meio biótico do EIA/RIMA (FRF, 2008) e 10 pontos adicionais na área

dragada (meio do canal), conforme a Figura 14.2-1. Assim, o monitoramento irá

ocorrer em toda a área diretamente afetada (ADA) e área de influência direta

(AID) da obra de dragagem de aprofundamento do canal de navegação do Porto

de Santos, em pontos amostrados coincidentes aos do diagnóstico do meio

biótico apresentado no EIA/RIMA (FRF, 2008).

Neste relatório são descritos e integrados os resultados das duas

campanhas executadas até o momento.

Programa 14 - 4

Figura 14.2-1. Indicação dos 50 pontos amostrais das comunidades fitoplanctônicas e zooplanctônicas. Em amarelo os pontos indicados pelo EIA/RIMA (FRF, 2008) e em azul os pontos adicionais na área dragada.

Programa 14 - 5

14.2.1. Comunidade Fitoplanctônica

As amostras foram coletadas e imediatamente fixadas com solução de

formalina neutralizada com hexametileno tetramina (0,4% concentração final).

Para a contagem e identificação dos organismos do fitoplâncton, foram utilizadas

câmaras de sedimentação com volume de 10ml, com 24 horas de sedimentação.

Após esse tempo, a cubeta foi levada ao microscópio invertido (Zeiss - axiovert),

segundo o método de Uthermöl (1931). Para as frações do nanoplâncton (< que

20μm), a contagem foi feita em transectos com aumento final de 400X e do

microfitoplâncton (> que 20μm) em toda a câmara com aumento final de 200X. Os

resultados apresentaram a densidade celular total expressa em cel.l–1. A

identificação de dinoflagelados atecados (sem placas de celulose), como exemplo

dos Gymnodiniales, foi feita após contagem em lâmina com imersão (1.600X de

magnitude) para observar detalhes da estrutura. Para os dinoflagelados com

placas de celulose, os indivíduos foram corados e as placas observadas também

em 1.600X de magnitude. A identificação foi em nível de espécie quando possível

seguindo as literaturas: Bicudo & Menezes (2006); Thomas (1997); Balech, et al.

(1984); Caljon (1983); Elster & Ohle (1983); Dodge (1982). A ordem hierárquica

seguiu a classificação no algaebase (www.algaebase.org/).

A estrutura da comunidade e a comparação entre os pontos de coleta foram

dadas por meio dos cálculos de riqueza, índice de diversidade especifica segundo

Shannon-Wiener (H´) (1948) e equitabilidade (J).

Riqueza (S): A riqueza foi estimada a partir do número de táxons

encontrados em cada amostra

Índice de Diversidade de Shanon (H’):

H’= - Σ pi . ln pi

Sendo pi = Ni/N total

Onde:

pi- Abundância relativa de gêneros/espécies;

Ni- densidade de indivíduos de um dado gênero ou espécie (fitoplâncton);

Programa 14 - 6

N total- densidade total de organismos fitoplanctônicos.

Equitabilidade (J): calculada a partir do H’ através da seguinte equação:

J= H’/ log2S

J- Equitatibilidade

H’- índice de diversidade de Shannon-Weaver;

S- Riqueza específica

Para avaliar a similaridade entre os pontos e os dois períodos de coleta,

foram aplicados os testes ANOSIM e SIMPER com a utilização do PRIMER na

matriz de dados (espécies X ponto).

14.2.2. Comunidade Zooplanctônica

Foi utilizada uma rede cônico-cilíndrica, com 40 cm de diâmetro interno, 1,76

m de comprimento e malha de 200 µm. Na boca da rede, foi acoplado um

fluxômetro (General Oceanics), devidamente calibrado, para a estimativa do

volume filtrado pela rede durante os arrastos horizontais com duração de 3

minutos cada.

As amostras foram transferidas para frascos apropriados e preservadas em

solução salina de formaldeído a 4%, tamponada.

O cálculo do volume de água filtrado nos arrastos foi feito de acordo com a

seguinte expressão:

V = a * n * c

Onde:

V = volume de água filtrada pela rede (m3);

a = área da boca da rede (m2);

n = número de rotações do fluxômetro durante o arrasto;

c = taxa de calibração do fluxômetro (rotações por metro).

Programa 14 - 7

No laboratório, as amostras de zooplâncton foram fracionadas utilizando um

quarteador do tipo Motoda (Motoda, 1959). As alíquotas, com no mínimo 300

organismos (Omori & Ikeda, 1984), foram analisadas sob estereomicroscópio

binocular até o nível de gênero ou espécie para os organismos do holoplâncton e

em grandes grupos para o meroplâncton. A identificação dos organismos do

zooplâncton foi baseada nas seguintes referências: Todd et al. (1996), Boltovskoy

(1981) e Boltovskoy (1999).

O cálculo do número de indivíduos por metro cúbico de água foi feito

dividindo-se o número total de organismos encontrados para cada táxon

identificado, pelo volume de água filtrado pela rede em cada ponto de coleta.

Os índices de diversidade de Shannon e de dominância de Simpson foram

calculados para cada ponto de coleta e separadamente para os organismos do

holoplâncton e do meroplâncton/ticoplâncton.

O índice de diversidade de Shannon (H´) mede o grau de incerteza em se

prever a qual espécie pertencerá um indivíduo escolhido ao acaso. Portanto,

quanto maior o valor, maior o grau de incerteza e em uma comunidade com

somente uma espécie não há dúvidas quanto à qual espécie pertence um

indivíduo retirado ao acaso, sendo então H´= 0. Em outras palavras, quanto maior

o valor deste índice, maior a diversidade. O valor do índice de Shannon aumenta

com o aumento do número de espécies e teoricamente pode atingir qualquer valor

máximo, mas, na prática, valores maiores do que 5 são raros. A base logarítmica

proposta inicialmente é log2 por sua relação com a Teoria da Informação (Krebs,

1999).

A obtenção deste índice para os pontos de coleta do presente estudo se deu

a partir da seguinte fórmula:

s

H´ = (pi) * (log2 pi)

i=1

Onde:

H´ = índice de diversidade (bits/indivíduo)

s = número de espécies

pi = proporção da espécie i na amostra

Programa 14 - 8

O índice de Simpson indica o grau de dominância existente em uma

comunidade. Reflete a probabilidade de dois indivíduos escolhidos ao acaso na

comunidade pertencerem à mesma espécie. Varia de 0 a 1 e quanto mais alto for,

maior a probabilidade dos dois indivíduos sorteados serem da mesma espécie, ou

seja, maior a dominância e menor a diversidade. É calculado da seguinte

maneira:

s

SI = pi2

i=1

Onde:

s = número de espécies

pi = proporção da espécie i na amostra

Para a análise de ordenação não-métrica multidimensional (N-MDS) as

matrizes de dados de densidade do zooplâncton para cada campanha foi

reduzida para 60 taxa, retirando da análise aqueles que ocorreram em 8% ou

menos dos 50 pontos de coleta. Os dados de densidade foram transformados

pela raiz quadrada e o índice de similaridade utilizado foi o de Bray-Curtis.

14.3. Resultados e Discussão

14.3.1. Comunidade Fitoplanctônica

Campanha de janeiro de 2010 (Campanha Prévia)

A composição do fitoplâncton, nos pontos de coleta amostrados no verão

(campanha prévia), foi típica de regimes costeiros com influência de água doce e

foi determinada principalmente pela estratificação salina. Nas 50 amostras

coletadas, foram observados 281 taxa pertencentes aos filos Cyanobacteria,

Chlorophyta, Bacillariophyta, Heterokontophyta, Myzozoa, Sarcomastigophora,

Programa 14 - 9

Euglenozoa, Charophyta, Chlorophyta, Ciliophora; inseridos em 16 classes e 52

ordens.

O fitoplâncton total variou entre 1,55 x 106 cels/l no Canal de São Vicente

(P37) a 22,2 x 106 cels/l Canal de Santos (P9), (Figura 14.3.1-1). Estes são

números intermediários entre os registrados por Frazão (2001) de 3,76 a

48,63 x 106 cels/l na baía de Santos e próximo ao emissário e os encontrados por

Moser (2002), num período chuvoso, de 5 x 106 cels/l para o Canal de São

Vicente e 1x 106 cels/l no Canal de Santos.

Figura 14.3.1-1. Abundância do fitoplâncton total nas 50 amostras coletadas em janeiro de 2010 (Campanha Prévia) em números de células por litro.

A fração entre 2 μm e 20μm, foi a mais abundante em todo o estuário,

variando entre 1,44 x 106 cels/l (P37) e 21 x 106 cels/l (P9), contribuindo com 89%

dentro do nanoplâncton (P38) e 74% da população total (P33).

No nanoplâncton (células entre 2μm e 20μm), o grupo dos flagelados,

juntamente com os filos Bacillariophyta e Cyanobacteria foram os mais

abundantes na região (Figura 14.3.1-2). Bacillariophyta foi o mais representativo e

abundante depois dos flagelados nesta fração de tamanho. Thalassiosira spp

Programa 14 - 10

(8,74 x 106 céls/l no ponto P31), Thalassiosira pseudonana (3,81 x 106 céls/l no

P1), Skeletonema costatum (3,12 x 106 céls/l no P5), Leptocylindrus minimus

(4,68 x 106 céls/l no P31) e, Chaetoceros socialis (3,78 x 106 céls/l no P6), tiveram

contribuição relativa entre 31% e 88% do total da população. Os gêneros de

Synecocystis e Microcystis foram os mais abundantes do filo Cyanobacteria nesta

classe de tamanho.

Figura 14.3.1-2. Contribuição relativa dos diferentes filos do nanoplâncton (tamanho entre 2μm e 20μm) nas 50 amostras coletadas em janeiro de 2010 (Campanha Prévia).

Cyanobacteria, Mizozoo (dinoflagelados), Bacyllariophyta e Euglenozoa, são

os filos mais representativos no microplâncton (Figura 14.3.1-3). Espécies

marinhas como Chaetoceros laciniosus, Chaetoceros lorenzianus, Dactyliosolen

fragilissimus, Grammatophora marina, Guinardia striata, grupo das

Pseudonitzschia e Nitzschiella, mostram o domínio no ponto P23, localizado no

Rio Diana, conforme observado no gráfico do filo Bacyllariophyta, apresentando

também domínio das diatomáceas. Estas são de origem de água doce como o

Programa 14 - 11

genero Aulacoseira. Ao adentrarmos o Canal de Santos, em direção às águas

interiores, este domínio passa a ser das cianofíceas filamentosas, com a

presença das espécies de Cylindropermopsis raciborskii (1,3 x 106 céls/l no ponto

P9C), Planktolyngbea sp (3,5 x 105 céls/l no P9C) e Planktothrix aguardii

(5,78 x 105 céls/l no P2). No canal de Bertioga a fração do microplâncton é

dominada pelos dinoflagelados. No ponto P30, localizado na região do Canal de

Bertioga, 96% da população foram constituídas por Karenia mikimotoi, com um

número expressivo de 1,39 x 106 céls/l. Peridinium quinquecorne contribuiu com

36% da população no ponto P27. No Canal de São Vicente, o microplâncton foi

dominado pelas Euglenales, com 4,54 x 105 céls/l no P35. Ao longo de todo o

estuário, exceto para os pontos localizados na entrada do Canal de Santos, foi

registrada a presença de Mesodinium rubrum, sua maior contribuição foi no ponto

P8 com 1,02 x 105 ind./l, e maior representatividade dentro do Canal de Bertioga

no P32 (21% do microplâncton).

Figura 14.3.1-3. Contribuição relativa dos diferentes filos do microplâncton (tamanho entre 20μm e 200μm) nas 50 amostras coletadas em janeiro de 2010 (Campanha Prévia).

Programa 14 - 12

A riqueza especifica variou entre 16 espécies (ponto P37) e 62 espécies

(P2). Os menores valores foram registrados nos pontos situados no interior do

estuário, próximas e no Largo de Canéu e canal de São Vicente (Figura 14.3.1-4).

Figura 14.3.1-4. Riqueza específica do fitoplâncton registrada para as 50 amostras coletadas em janeiro de 2010 (Campanha Prévia).

O índice de diversidade específica ficou acima de 2 bits na maioria dos

pontos de coleta. Os menores valores foram obtidos nas amostras coletadas no

Canal de Bertioga nos pontos P33 e P34, nos quais foi observado valor de 0,6 bits

(Figura 14.3.1-5).

Programa 14 - 13

Figura 14.3.1-5. Diversidade específica do fitoplâncton nas 50 amostras coletadas em janeiro de 2010 (Campanha Prévia)

Valores de equitabilidade variaram entre 0,14 (P34) e 0,7 (P40). Valores

acima de 0,5 são encontrados nas amostras dentro do Canal de Santos da

entrada até a parte interna, próximo à saída do Canal de Bertioga e no Canal de

São Vicente (Figura 14.3.1-6).

Programa 14 - 14

Figura 14.3.1-6. Equitabilidade nas 50 amostras coletadas em janeiro de 2010 (Campanha Prévia).

Para as coletas de janeiro de 2010, o fitoplâncton no sistema estuarino de

Santos foi composto por espécies neríticas marinhas capazes de suportar

grandes variações de salinidade, espécies estuarinas e as encontradas em águas

interiores, lagoas e represas. Foi constituído principalmente por organismos de

pequeno tamanho denominado de nanoplâncton (entre 2μm e 20μm),

representado pelos flagelados e os filos Bacyllariophyta e Cyanobacteria.

Os índices de riqueza, diversidade e equitabilidade apontam para um

ambiente que embora, possua uma diversidade relativamente alta, não possui um

equilíbrio na sua composição (índices menores que 0,5 para equitabilidade). Isto

se deve ao fato da alternância de domínios entre as diatomáceas, dinoflagelados

e cianobacterias.

O florescimento é comum em regiões estuarinas. O fluxo de água doce

promove a ressuspensão de fundo juntamente com nutrientes e formas de

resistências (cistos) que, ao entrarem para a zona eufótica (camada de luz),

iniciam o processo de divisão. A espécie mais adaptada às condições no

momento foi a dominante.

Programa 14 - 15

Embora o florescimento seja um evento comum, o que deve ser ressaltado

neste estudo é que, as espécies dominantes, com exceção da Thalassiosira spp,

são consideradas tóxicas e ou potencialmente tóxicas a saber: Cyanobacteria:

Synechocystis sp, Microcystis sp, Anabaena sp, Cylindropermopsis raciborskii,

Planktothix agardii; Mizozoa (Dinophyta): Karenia mikimotoi, Karlodinium micrum,

Prorocentrum micans, Prorocentrum lima e Prorocentrum minutum, Scripsiella

trochoida; e dentro das Bacillariophyta as consideradas potencialmente tóxicas:

grupo Pseudonitzchia e Skeletonema costatum.

Karenia mikimotoi, causou florescimento dentro do Canal de Bertioga, com

1,39 x 106 céls/l (96% da população do microplâncton). Esta espécie causa morte

dos organismos tanto pela deplexão do oxigênio como produção de toxina

(Brevetoxina). A toxina não tem efeito sobre os seres humanos, mas em

concentração acima de 2,3 x 105 céls/l foi letal para os peixes e organismos da

macrofauna, na costa da Irlanda (McMahon & Silke, 1996).

As cianobacterias são bastante conhecidas pois os efeitos tóxicos afetam

diretamente os seres humanos. Porém dados de florescimento em ambientes

estuarinos não foram encontrados para se estabelecer uma referência.

Campanha de julho de 2010 (1ª Campanha)

A composição do fitoplâncton na campanha de inverno, realizada em julho

de 2010 (1ª campanha), foi característica de regimes costeiro-estuarinos com

pouca representatividade de espécies lacustres. Nas 50 amostras coletadas,

foram registrados 244 taxa pertencentes aos filos Cyanobacteria, Chlorophyta,

Bacillariophyta, Heterokontophyta, Myzozoa (Dinoflagellata), Sarcomastigophora,

Euglenozoa, Charophyta, Chlorophyta, Ciliophora; inseridos em 39 ordens.

Bacillariophyta foi o maior filo com 23 ordens e 153 espécies, seguido por

Dinoflagellata com 4 ordens e 27 espécies.

Numericamente, o fitoplâncton total variou entre 6,29 x 105 céls/L na Baia de

Santos próximos à entrada do canal (P3) e 7,94 x 106 céls/L, no interior do Canal

de Bertioga (P29) (Figura 14.3.1-7).

Programa 14 - 16

Figura 14.3.1-7. Abundância do fitoplâncton total nas 50 amostras coletadas em julho de 2010 (1ª Campanha) em números de células por litro.

Os flagelados juntamente com o nanoplâncton foram os mais abundantes

em todo o estuário, chegando a compor quase a totalidade da população (acima

de 99%) no Canal de Bertioga (P29 a P34) e Canal de São Vicente (P38 a P40).

(Figura 14.3.1-8).

Programa 14 - 17

Figura 14.31.-8. Contribuição relativa, das diferentes frações do fitoplâncton total, coletadas em julho de 2010 (1ª Campanha) nos 50 pontos.

Dinophyta, Mizozoo (Dinoflagelatta) e Cocolitoforídeos foram mais

representativos dentro do grupo do nanoplâncton. As diatomáceas foram

frequentes em todo o estuário, compondo 100% da fração pequena (entre 2µm e

20µm) no ponto P3. Os Cocolitoforídeos e os dinoflagelados também frequentes,

mas menos abundantes, com o máximo de representatividade nos pontos P26

(56%) e P8C (52%) respectivamente. As cianofíceas foram mais abundantes no

interior do estuário (Figura 14.3.1-9).

Programa 14 - 18

Figura 14.3.1-9. Contribuição relativa dos diferentes filos do nanoplâncton (tamanho entre 2μm e 20μm) nas 50 amostras coletadas em julho de 2010 (1ª Campanha).

Thalassiosira spp, Skeletonema costatum e Thalassiosira pseudonana foram

frequentes e abundantes principalmente nas amostras dentro do Canal de

Bertioga, enquanto que Chaetoceros socialis, Chaetoceros curvissetus e

Chaetoceros compressus, foram mais abundantes nos pontos da Baia de Santos

e entrada do Canal como pode ser observado na Figura 14.3.1-10 (A e B). Os

Gymnodiniales, e o Gymnodinium cf pygmaeum, foram os dinoflagelados mais

representativos, nesta fração de tamanho, com 65 x103 céls/L (P20) e

37 x103 céls/L (P2). Os cocolitos tiveram maior abundância no final do Canal de

Santos (P7C), com 93 x 103 indivíduos por litro.

Programa 14 - 19

Figura 14.3.1-10. Principais espécies de diatomáceas do nanoplâncton nas amostras de inverno (1ª Campanha).

Bacillariophyta foi o filo mais representativo dentro do microfitoplâncton em

todo o sistema estuarino, compondo mais de 90% nas amostras da Baia até o

final do Canal de Santos, chegando à totalidade da população no ponto P8

(100%). O ciliado autótrofo Mesodinium rubrum é o segundo mais representativo,

principalmente no Largo do Canéu e no Canal de São Vicente, com máximo de

contribuição de 34% no P36. Myzozoa (Dinoflagellata) foi mais representativo em

alguns pontos no interior do estuário (P18 e P23), Canal de Bertioga (P30) e no

Canal de São Vicente, no P39, e com o máximo de contribuição no ponto P40

(16%). (Figura 14.3.1-11).

A

B

B

Programa 14 - 20

Figura 14.3.1-11. Contribuição relativa dos diferentes filos do microplâncton (tamanho entre 20μm e 200μm) nas 50 amostras coletadas em julho de 2010 (inverno).

No microfitoplâncton, as diatomáceas mais frequentes e abundantes foram

Cylindrotheca closterium (56x103céls/L, P5), Asterionellopsis glacialis

(38x103céls/L, P2), Thalassiosionema nitzschioide (24x103céls/L, P2),

Lithodesmium undulatum (14x103céls/L, P27), Grammatophora marina

(14x103céls/L, P1C), Guinardia striata (8x103céls/L, P1), Cymatosira lorenzianus

(6x103 céls/L, P19), Paralia sulcata (5x103 céls/L, P4C), Odontella aurita

(2x103céls/L, P6).

Os dinoflagelados foram o terceiro grupo mais representativo nas frações

maiores. Dentre os mais frequentes e abundantes estão as espécies tóxicas de

Alexandrium tamarensis com valor máximo de 1,8x102 céls/L, no Canal de

Bertioga (P30) e Karenia mikimotoi, no interior do estuário com 1,4x102 céls/L

(P23). Prorocentrum micans e Gyrodinium lachryma também foram frequentes,

porém com abundância máxima de 2,0x102 céls/L.

Gêneros indicadores de águas menos salinas como Pediastrum,

Ankitrodesmus, Desmodesmus, Scenedesmus, Staurastrum, Aulacoseira, entre

Programa 14 - 21

outros, estiveram presentes, mas restritos a locais rasos e salinidade abaixo de

25. (Figuras 14.3.1-12, 14.3.1-13 e 14.3.1-14).

Figura 14.3.1-12. Variação da profundidade(m) e salinidade (ups) nos diferentes pontos amostrados no inverno (1ª Campanha), em todo o sistema estuarino.

Figura 14.3.1-13. Distribuição (céls/L) de Desmodesmus spp, Scenedesmus spp e

Saturastrum spp nos 50 pontos amostrados no inverno (1ª Campanha).

Programa 14 - 22

Figura 14.3.1-14. Distribuição (céls/L) de Aulacoseira spp nos 50 pontos amostrados no

inverno (1ª Campanha).

Ecologicamente, as diatomáceas podem ser classificadas como

planctônicas, bênticas ou ticopelágicas. As primeiras e mais comuns, são as que

são encontradas sempre na coluna d´água; as bênticas são as que vivem no

sedimento e são encontradas na coluna d´água em processos que levam a

ressuspensão de fundo. As ticopelágicas (meroplanctônicas) por sua vez são

encontradas tanto no plâncton como nos bentos. Dentre as 9 espécies mais

frequentes e abundantes citadas acima, Thallasionema nitzschiode, Guinardia

striata, Grammatophora marina, são planctônicas. Cylindrotheca closterium,

Asterionellopsis glacialis, Lithodesmium undulatum, Paralia sulcata, Odontella

aurita, são ticopelágicas enquanto que a Cymatosira lorenzianus é bentônica. A

maioria das espécies encontradas é planctônica. Gêneros de diatomáceas de

fundo e/ou ticopelágicos como Gyrosigma spp, Pleurosigma spp, Bacillaria spp,

Navicula spp, Coscinodiscus spp, Amphora spp ficaram restritos a pontos rasos.

Quanto aos dinoflagelados, 2 espécies tóxicas foram registradas: Karenia

mikomotoi presente em 8 pontos em todo o estuário e com um máximo de

abundância de 1.400 céls/L no interior do Canal de Bertioga (P30) e Alexandrium

tamarense, a qual ocorreu na maioria dos pontos no interior do estuário e também

mais abundante no P30 com 1.800 céls/L.

Programa 14 - 23

A riqueza específica mostrou gradiente, com valores mais elevados na Baia

de Santos e dentro do Canal (42 espécies na P2c) diminuindo em direção ao

interior, próximo ao Largo de Canéu, Canal de Bertioga e mostrando seu menor

índice (9 espécies) no Canal de São Vicente (P39) (Figura 14.3-15).

Figura 14.3.1-15. Riqueza específica do fitoplâncton registrada para as 50 amostras coletadas em julho de 2010 (1ª Campanha).

A diversidade (H’) é expressa em bit por indivíduo. Valores maiores do que

3bits/ind são considerados altos, e valores menores do que 1bit/ind., baixos. A

maior diversidade encontrada no inverno foi de 2,7 bits/ind. nos pontos dentro do

Largo do Canéu próximos a saída do Canal de Santos (P8C e P13). Nas

amostras da Baia e Canal de Santos, os valores ficaram acima de 2 bits/ind.

decrescendo para índices menores que 1 bit/ind. em direção ao Canal de Bertioga

onde o menor valor (0,7 bit/ind.) foi registrado no ponto P29 (Figura 14.3.1-16).

Programa 14 - 24

Figura 14.3.1-16. Diversidade específica do fitoplâncton nas 50 amostras coletadas em julho de 2010 (1ª Campanha).

A equitabilidade representa a razão entre o índice de diversidade e a

diversidade máxima que a amostra pode alcançar considerando o total de

indivíduos que possui. Seus valores variam entre 0 e 1. Valores iguais ou

superiores a 0,5 foram encontrados na Baia e Canal de Santos, valores menores

foram registrados para um ponto interno ao Largo do Canéu (P16), e no Canal de

Bertioga com o menor índice registrado também no ponto P29 de 0,2 (Figura

14.3.1-17).

Programa 14 - 25

Figura 14.3.1-17. Equitabilidade nas 50 amostras coletadas em julho de 2010 (1ª Campanha).

As diatomáceas são dependentes do processo de turbulência para

ressuspensão das células para dentro da zona eufótica, sendo mais competitivas

que outros organismos do fitoplâncton nestas condições (Reynolds, 1997). Os

dinoflagelados por sua vez se desenvolvem melhor em ambientes com baixo fluxo

e maior tempo de residência (Chan & Hamilton, 2001).

A dominância nas duas frações de tamanho (nano e micro) das

diatomáceas, indica processos de turbulências dentro da coluna d´água, que

podem ter ocorrido por condições típicas de inverno como entrada de frentes frias,

temperaturas mais amenas e ventos.

A distribuição espacial das espécies dentro do sistema estuarino foi

determinada pela interação entre a salinidade, circulação e profundidade local.

Chaetoceros spp foram mais abundantes nas amostras da baia e dentro do

canal, locais de salinidades e profundidades maiores. As Thalassiosira spp e

Coscinodiscus spp se desenvolveram melhor no Canal de Bertioga, em

profundidades rasas e favorecidas pelos pulsos de nutrientes indicados pela baixa

salinidade, típicos de habitat turbulento, raso e rico em nutriente.

Programa 14 - 26

Espécies de origem menos salina, como Desmodesmus spp, Monoraphidium

spp, Scenedesmus spp, Staurastrum spp, Aulacoseira, ficaram restritas ao interior

do estuário no Largo do Canéu. Segundo Coquemala (2005), estas espécies se

desenvolvem preferencialmente em ambientes rasos, meso-eutróficos, águas

homogêneas e são sensíveis a estratificação, o que parece ser o caso dos pontos

em questão.

Espécies bentônicas e meroplanctônicas (ticopelágicas), presentes no

plâncton também confirmam a instabilidade da coluna em alguns pontos e a

permanência na coluna vai depender do fluxo de água e profundidade local.

Karenia mikomotoi e Alexandrium tamarense merecem destaque, dentre as

espécies de dinoflagelados registrados no estuário, por produzirem toxina e

apresentarem potencial para formação de bloom. A produção de saxitoxina pode

ser cumulativa em organismos filtradores e letal para peixes e organismos

maiores da macrofauna.

A espécie de A. tamarense foi observada pela primeira vez na costa do Rio

Grande do Sul em 1996. Ocorrências de bloom na Argentina são registradas

desde o ano de 1980, 1995 (14,6 x 103céls/L) e 1998 (4,5 x 103 céls/L) (Gayoso,

2001). São diversos os mecanismos que levam à produção de toxina nas

diferentes espécies, e atualmente é objeto de estudo em todo o mundo. Embora a

abundância registrada para o inverno (1ª Campanha) de ambas as espécies

foram baixas, cabe lembrar que ocorreu um registro de boom de Karenia

mikomotoi nas coletas de verão (Campanha Prévia) (Fundespa, 2010).

A riqueza específica no sistema estuarino durante inverno (1ª Campanha) foi

menor que a registrada para o verão (Campanha Prévia). Os baixos valores de

diversidade e equitabilidade, principalmente no Canal de Bertioga (P32, P33 e

P34), são explicados pela dominância das diatomáceas, tanto no nano quanto no

microfitoplâncton, das espécies Skeletonema costatum e Thalassiosira spp, e do

ciliado autotrófico Mesodinium rubrum.

Programa 14 - 27

Análise integrada dos dados - campanhas de janeiro e julho de 2010

O teste ANOSIM, possui valores entre (-1) (0) (+1). Quando o resultado é

zero significa que as amostras são iguais; (1) que as amostras são totalmente

diferentes e (-1) que a diferença encontrada entre os pontos do mesmo período

são maiores que a diferença entre os 2 períodos. O teste aplicado para o estudo

resultou: (ANOSIM; R= 0,813, p=0,001), mostrando claramente a diferença entre

as amostras coletadas nos 2 períodos, indicando que a diferença sazonal é muito

maior que a diferença entre as amostras coletadas no mesmo período

(Figura 14.3.1-18).

Figura 14.3.1-18. Resultado da análise de ordenação (ANOSIM). Similaridade Bray Curtis. Em verde: amostras de verão; em azul amostras de inverno.

O teste Simper indicou que as espécies que mais contribuíram para a

dissimilaridade entre as amostras de verão (Campanha Prévia) e inverno

(1ª Campanha) foram as frequentes e abundantes no verão e ausente ou restrita

a poucos pontos no inverno como Chaetoceros socialis, Thalassiosira

pseudonana, Skeletonema costatum, Cylindropermopsis raciborskii,

Leptocylindrus minimus, Chaetoceros debilis, Planktothix agardhii, Karenia

Programa 14 - 28

mikimotoi, Monoraphidium contortum, Lithodesmium undullatum, Cylindrotheca

closterium, entre outras.

14.3.2. Comunidade Zooplanctônica

Campanha de janeiro de 2010 (Campanha Prévia)

Os grupos zooplanctônicos detectados nas amostras do sistema estuarino

de Santos-Bertioga, durante a campanha de janeiro de 2010, (campanha prévia)

estão listados na Tabela 14.3.2-1. As identificações, realizadas até o nível de

espécie para a maioria dos grupos holoplanctônicos, como Copepoda, Cladocera,

Appendicularia e Chaetognatha, indicam que a composição taxonômica do

zooplâncton nas áreas estudadas é similar a outros estuários do sudeste-sul do

Brasil, como a baía de Paranaguá e o complexo estuarino-lagunar de Cananéia-

Iguape (Neumann-Leitão, 1994/95; Brandini et al., 1997).

Além das espécies tipicamente estuarinas e marinho-eurihalinas, nas

amostras da campanha em análise foram encontradas espécies indicadoras de

intrusão marinha, como os copépodes Clausocalanus furcatus, Calocalanus

pavoninus e Subeucalanus pileatus, além de várias espécies indicadoras de

influência de águas continentais. Entre estas se destacaram espécies de

cladóceros não registradas anteriormente em sistemas estuarinos do litoral

paulista, como Bosmina longirostris e Diaphanosoma birgei. Foram encontrados

também muitos gêneros de copépodes de água doce ou de baixa salinidade,

incluindo Acanthocyclops, Apocyclops, Macrocyclops, Thermocyclops, entre

outros (Tabela 14.3.2-1). Estes organismos característicos de áreas oligohalinas

foram amostrados pela primeira vez em coletas de plâncton na região de Santos

porque a campanha contemplou setores internos do sistema estuarino, onde a

salinidade era provavelmente baixa. Além disto, nos estudos sobre zooplâncton

estuarino estes organismos não são geralmente identificados até espécie e

permanecem sob o nível de família ou ordem, impossibilitando sua utilização

como indicadores de águas menos salinas.

Programa 14 - 29

Tabela 14.3.2-1. Lista de táxons zooplanctônicos no sistema estuarino de Santos-Bertioga, amostragem de janeiro de 2010 (Campanha Prévia).

Foraminifera Copepoda

Radiolaria Parvocalanus crassirostris

Sticholonche zanclea Paracalanus indicus

Tintinnida Paracalanus parvus

Hydrozoa Paracalanus quasimodo

Campanulariidae Clausocalanus furcatus

Clytia sp. Calocalanus pavoninus

Obelia sp. Subeucalanus pileatus

Polychaeta (larvas e adultos) Centropages furcatus

Gastropoda (larvas) Pseudodiaptomus acutus

Bivalvia (larvas) Temora turbinata

Bryozoa (larva cyphonauta) Acartia lilljeborgi

Insecta (larvas) Acartia tonsa

Acarida Labidocera fluviatilis

Ostracoda Paracyclopina longifurca

Amphipoda Microsetella spp. copepodito

Corophiidea (adultos) Microsetella norvegica

Caprellidae (adultos) Clytemnestra rostrata

Gammaridea Euterpina acutifrons

Isopoda Macrosetella gracilis

Sphaeromatidae (adultos) Clytemnestra scutelata

Decapoda (larvas e megalopas) Metis sp.

Luciferidae Leptocaris sp.

Lucifer faxoni Tegastes sp.

Brachyura (larvas) Oithona spp. copepodito

Porcellanidae (larvas) Oithona plumifera

Stomatopoda (larvas) Oithona plumifera copepodito

Cladocera Oithona hebes

Bosmina sp. Oithona oswaldocruzi

Bosmina longirostris Oithona oculata

Ceriodaphnia sp. Oithona nana

Simocephalus sp. Oithona simplex

Moina sp. Corycaeus sp. copepodito

Moina minuta Corycaeus giesbrechti

Penilia avirostris

Diaphanosoma birgei

Programa 14 - 30

Tabela 14.3.2-1 (continuação). Lista de táxons zooplanctônicos no sistema estuarino de Santos-Bertioga, amostragem de janeiro de 2010 (Campanha Prévia).

Copepoda (continuação) Parasagitta tenuis

Clytemnestra scutelata Parasagitta friderici

Metis sp. Echinodermata (larva)

Leptocaris sp. Chordata

Tegastes sp. Ascidiacea (larva)

Oithona spp. copepodito Larvacea

Oithona plumifera Juvenis

Oithona plumifera copepodito Oikopleura (Vexillaria) dioica

Oithona hebes Oikopleura (Coecaria) longicauda

Oithona oswaldocruzi Oikopleura (Vexillaria) rufenses

Oithona oculata Vertebrata

Oithona nana Pisces (ovos e larvas)

Oithona simplex Carangidae (larvas)

Acanthocyclops sp. 1 Trachurus sp. (larva)

Apocyclops procerus Gobiidae

Halicyclops crassirostris Bathygobius soporator (larva)

Halicyclops oraeeburnensis Achiridae

Macrocyclops albidus principalis Achirus lineatus (larva)

Mesocyclops sp. 1 Sygnathidae (larvas)

Metacyclops mendocinus

Microcyclops sp. 1

Paracyclops sp. 1

Thermocyclops decipiens

Tropocyclops prasinus meridionalis

Tropocyclops priscinalis

Farranula gracilis

Oncaea spp. copepodito

Oncaea curta

Oncaea mediterranea

Oncaea venusta

Hemicyclops thalassius

Sapphirina sp. copepodito

Ergasilus sp.

Monstrilloida (adultos)

Cyclopinidae (copepoditos e adultos)

Cirripedia (larvas cypris e náuplios)

Chaetognata

Juvenis

Flaccisagitta enflata

Programa 14 - 31

Os índices de diversidade de Shannon e de dominância de Simpson para o

holoplâncton variaram de acordo com o gradiente espacial estuarino. Os valores

mais altos do índice de Shannon ocorreram nos setores externos do canal de

navegação, diminuindo gradativamente em direção aos pontos mais internos, a

tendência oposta sendo observada para o índice de Simpson (Figuras 14.3.2-1 a

14.3.2-4). Este resultado retrata a maior influência da intrusão marinha ao longo

do canal dragado, em oposição aos setores mais rasos e internos do estuário.

Figura 14.3.2-1. Valores dos índices de diversidade de Shannon e de dominância de Simpson para o holoplâncton encontrado nos pontos de coleta no Canal de navegação em janeiro de 2010 (campanha prévia).

Figura 14.3.2-2. Valores dos índices de diversidade de Shannon e de dominância de Simpson para o holoplâncton encontrado nos pontos de coleta na Baía de Santos e no Canal de Piaçaguera em janeiro de 2010 (campanha prévia).

Baía de Santos (P1 a P4)Canal de Piaçaguera

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

Pontos de coleta

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

SI

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

Canal de navegação

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

Pontos de coleta

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

SI

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

Programa 14 - 32

Figura 14.3.2-3. Valores dos índices de diversidade de Shannon e de dominância de Simpson para o holoplâncton encontrado nos pontos de coleta no Canal de Piaçaguera em janeiro de 2010 (campanha prévia).

Figura 14.3.2-4. Valores dos índices de diversidade de Shannon e de dominância de Simpson para o holoplâncton encontrado nos pontos de coleta no Canal de Bertioga em janeiro de 2010 (campanha prévia).

Ao contrário do holoplâncton, as diversidades do mero- e ticoplâncton foram

mais elevadas nos setores intermediários do sistema estuarino, particularmente

em pontos do canal de Piaçaguera (Figuras 14.3.2-5 a 14.3.2-8). Esta tendência

foi acompanhada pelo índice de Simpson, com valores inversos ao índice de

Shannon. Este resultado reflete a maior contribuição de formas larvais de

organismos bentônicos estuarinos nas áreas rasas, assim como a ocorrência de

pequenos invertebrados bentônicos nas amostras de plâncton (ticoplâncton),

Canal de Piaçaguera

P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P35 P36 P37 P38 P39 P40

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

Pontos de coleta

P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P35 P36 P37 P38 P39 P40

SI

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

Canal de Bertioga

P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

Pontos de coleta

P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34

SI

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

Programa 14 - 33

decorrente da influência da ressuspensão de sedimentos nestas mesmas áreas.

Considerando que o mero- e ticoplâncton puderam ser identificados somente em

níveis supragenéricos, a Figura 14.3.2-9 ilustra o efeito do maior número de

grupos nestas categorias sobre o número total de táxons, corroborando os

resultados obtidos para os índices ecológicos no sistema estuarino.

Figura 14.3.2-5. Valores dos índices de diversidade de Shannon e de dominância de Simpson para o mero e ticoplâncton encontrados nos pontos de coleta no Canal de navegação em janeiro de 2010 (campanha prévia).

Figura 14.3.2-6. Valores dos índices de diversidade de Shannon e de dominância de Simpson para o mero e ticoplâncton encontrados nos pontos de coleta na Baía de Santos e no Canal de Piaçaguera em janeiro de 2010 (campanha prévia).

Canal de navegação

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

1.6

Pontos de coleta

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

SI

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

1.6

Baía de Santos (P1 a P4)Canal de Piaçaguera

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

1.6

Pontos de coleta

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

SI

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

1.6

Programa 14 - 34

Figura 14.3.2-7. Valores dos índices de diversidade de Shannon e de dominância de Simpson para o mero e ticoplâncton encontrados nos pontos de coleta no Canal de Piaçaguera em janeiro de 2010 (campanha prévia).

Figura 14.3.2-8. Valores dos índices de diversidade de Shannon e de dominância de Simpson para o mero e ticoplâncton encontrados nos pontos de coleta no Canal de Bertioga em janeiro de 2010 (campanha prévia).

Canal de Piaçaguera

P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P35 P36 P37 P38 P39 P40

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

1.6

Pontos de coleta

P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P35 P36 P37 P38 P39 P40

SI

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

1.6

Canal de Bertioga

P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

1.6

Pontos de coleta

P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34

SI

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

1.6

Programa 14 - 35

Figura 14.3.2-9. Número de táxons classificados em espécies, gêneros e níveis supragenéricos na região da Baía de Santos e canais de Piaçaguera e Bertioga em janeiro de 2010 (campanha prévia).

Nas amostras coletadas em janeiro de 2010 (Campanha Prévia), a

dominância dos Copepoda foi nítida, conforme mostra a Figura 14.3.2-10. Este

padrão é comum em áreas estuarinas do Brasil (Neumann-Leitão, 1994/95), mas,

na campanha em análise, a abundância de outros grupos holoplanctônicos foi

extremamente baixa, com ocorrência significativa apenas de Chaetognatha, em

pontos da Baía de Santos. Estes resultados diferem das observações reportadas

no EIA-RIMA do empreendimento, onde outros grupos foram relatados como

subdominantes, incluindo Urochordata e Cnidaria (FRF, 2008), que contribuíram

com quase 40% da abundância em alguns pontos. Esta variabilidade na

composição e na diversidade dos grupos holoplanctônicos decorre da própria

dinâmica estuarina, em particular das mudanças na circulação durante as

diferentes fases da maré, que promovem uma alternância nos grupos dominantes

conforme o grau de intrusão marinha ou de aporte continental. No caso do

Canal de navegação

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

0

5

10

15

20

25Baía de Santos (P1 a P4)Canal de Piaçaguera

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

0

5

10

15

20

25

Canal de Piaçaguera

Pontos de coleta

P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P35 P36 P37 P38 P39 P40

me

ro d

e t

áxo

ns

0

5

10

15

20

25

Espécies

Gêneros

Grupos

Canal de Bertioga

P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34

0

5

10

15

20

25

Programa 14 - 36

meroplâncton, números relativamente elevados foram obtidos nos pontos

intermediários e internos do sistema estuarino, mas estes organismos foram

normalmente muito menos abundantes do que os Copepoda (Figura 14.3.2-10).

Figura 14.3.2-10. Abundância do zooplâncton nos pontos de coleta na região da Baía de Santos e Canais de Piaçaguera e Bertioga em janeiro de 2010 (campanha prévia).

Canal de navegação

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

55007500

8000

8500

9000

Baía de Santos (P1 a P4)Canal de Piaçaguera

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

5500

7500

8000

8500

9000

9500

Canal de Piaçaguera

Pontos de coleta

P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P35 P36 P37 P38 P39 P40

Indiv

íduos.m

-3

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

55007500

8000

8500

9000

Copepoda

Holoplâncton (exceto Copepoda)

Mero/Ticoplâncton

Canal de Bertioga

P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

5500

7500

8000

8500

9000

Programa 14 - 37

Figura 14.3.2-11. Abundância das ordens de Copepoda nos pontos de coleta na região da Baía de Santos e Canais de Piaçaguera e Bertioga em janeiro de 2010 (campanha prévia).

Entre os Copepoda, a ordem Calanoida foi dominante em todos os pontos e,

na maioria deles, pelo menos uma ordem de grandeza mais abundante que as

demais ordens (Figura 14.3.2-11). Os calanóides foram caracterizados por altas

abundâncias de duas famílias, Acartiidae e Paracalanidae (Figura 14.3.2-12),

representadas principalmente pelas espécies Acartia lilljeborgi, A. tonsa e

Parvocalanus crassirostris. No caso da ordem subdominante, Cyclopoida, duas

espécies foram numericamente importantes, Oithona hebes e O. oswaldocruzi,

com o predomínio da primeira (Figura 14.3.2-13). Todas as espécies citadas são

comuns em ambientes costeiros e estuarinos da costa sul-sudeste do Brasil

(Lopes, 2007), sendo Acartia lilljeborgi e Parvocalanus crassirostris indicadoras de

Canal de navegação

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

50006500

7000

7500

8000

8500

9000

Baía de Santos (P1 a P4)Canal de Piaçaguera

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

6500

7000

7500

8000

8500

9000

Canal de Piaçaguera

Pontos de coleta

P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P35 P36 P37 P38 P39 P40

Indiv

íduos.m

-3

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

50006500

7000

7500

8000

8500

9000

Calanoida

Cyclopoida

Harpacticoida

Poecilostomatoida

Canal de Bertioga

P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

6500

7000

7500

8000

8500

9000

Programa 14 - 38

intrusão marinha e Acartia tonsa e Oithona oswaldocruzi indicadoras de

ambientes meso- a oligohalinos. Considerando estas cinco espécies, A. lilljeborgi,

P. crassirostris e O. hebes foram as mais abundantes, indicando o predomínio da

influência marinha nos diferentes setores estudados, com exceção de parte do

canal de Piaçaguera e do Rio Casqueiro, onde ocorreram espécies tipicamente de

água doce.

Figura 14.3.2-12. Abundância das famílias da ordem Calanoida (Copepoda) nos pontos de coleta na região da Baía de Santos e Canais de Piaçaguera e Bertioga em janeiro de 2010 (campanha prévia).

Canal de navegação

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

50008500

9000

Baía de Santos (P1 a P4)Canal de Piaçaguera

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

8500

9000

Canal de Piaçaguera

Pontos de coleta

P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P35 P36 P37 P38 P39 P40

Indiv

íduos.m

-3

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

50008500

9000

Acartiidae

Paracalanidae

Pseudodiaptomidae

Temoridae

Canal de Bertioga

P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

8500

9000

Programa 14 - 39

Figura 14.3.2-13. Abundância de Oithona hebes e Oithona oswaldocruzi (Oithonidae: Cyclopoida) na região da Baía de Santos e Canais de Piaçaguera e Bertioga em janeiro de 2010 (campanha prévia).

Com relação ao mero e ticoplâncton (Figuras 14.3.2-14 e 14.3.2-15), o grupo

dominante foi o dos Cirripedia em todos os pontos, desde a Baía de Santos até as

zonas oligohalinas do sistema estuarino, com máximos nos setores intermediário

e interno do canal de Piaçaguera e no rio Casqueiro. O segundo grupo

meroplanctônico em termos de abundância foi Decapoda, formado basicamente

por larvas de Brachyura, presentes em maior número nas áreas intermediárias a

internas do estuário. Presentes em quantidades pouco expressivas, Polychaeta,

Mollusca, larvas de peixes e Amphipoda, também ocorreram principalmente

nestes setores (Figuras 14.3.2-14 e 14.3.2-15).

Canal de navegação

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

0

100

200

300

400

500

6001000

1100

Oithona hebes

Oithona oswaldocruzi

Baía de Santos (P1 a P4)

Canal de Piaçaguera

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

0

100

200

300

400

500

6001000

1100

Canal de Piaçaguera

P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P35 P36 P37 P38 P39 P40

Indiv

íduos.m

-3

0

100

200

300

400

500

6001000

1100 Canal de Bertioga

Pontos de coleta

P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34

0

100

200

300

400

500

6001000

1100

Programa 14 - 40

Figura 14.3.2-14. Abundância dos grupos do meroplâncton e ticoplâncton nos pontos de coleta no canal de navegação, Baía de Santos e setor externo do canal de Piaçaguera em janeiro de 2010 (campanha prévia).

A análise de ordenação N-MDS, realizada entre os 50 pontos de coleta com

base na raiz quadrada dos valores de densidade dos 111 táxons identificados,

permitiu a separação dos pontos em 5 grupos (Figura 14.3.2-16). Os resultados

do teste ANOSIM mostraram que todos os grupos formados são estatisticamente

diferentes (Tabela 14.3.2-2).

O grupo A foi formado por 17 das 24 amostras coletadas na Baía de

Santos/Canal de Navegação (área 1), que apresentaram os maiores valores de

densidade e o maior numero de táxons (ocorrência de 72 dos 111 táxons

Canal de navegação

Pontos de coleta

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

0

50

100

150

200

250

300350

400

Cirripedia

Decapoda

Amphipoda

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

Indiv

íduos.m

-3

0

50

100

150

200

250

300350

400

Polychaeta

Mollusca

Pisces

Baía de Santos (P1 a P4)Canal de Piaçaguera

Pontos de coleta

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

0

50

100150

200

Cirripedia

Decapoda

Amphipoda

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

Indiv

íduos.m

-3

0

50

100150

200

Polychaeta

Mollusca

Pisces

Programa 14 - 41

identificados). Acartia tonsa, A. lilljeborgi, copepoditos de Acartia spp. e de

Pseudodiaptomus spp., Parvocalanus crassirostris, Oithona hebes, machos de

Oithona spp., Euterpina acutifrons, Temora turbinata, larvas de Cirripedia e de

Brachyura e juvenis da família Sagittidae foram os principais representantes deste

grupo.

Figura 14.3.2-15. Abundância dos grupos do meroplâncton e ticoplâncton nos pontos de coleta no setor interno do canal de Piaçaguera e no canal de Bertioga em janeiro de 2010 (campanha prévia).

O grupo B foi composto por amostras coletadas nas áreas 1 (citada acima) e

3 (Canal de Bertioga) (Figura 14.3.2-16) e, embora a composição de táxons seja

semelhante à encontrada no grupo A, apresentou baixa densidade zooplanctônica

e uma maior contribuição de larvas de Polychaeta e dos copépodes Oithona

Canal de Piaçaguera

Pontos de coleta

P14 P15 P16P17 P18 P19P20 P21 P22P35 P36 P37P38 P39 P40

0

50

100

150

200

250450

500

Cirripedia

Decapoda

Amphipoda

P14 P15 P16P17 P18 P19P20 P21 P22P35 P36 P37P38 P39 P40

Indiv

íduos.m

-3

0

50

100

150

200

250450

500

Polychaeta

Mollusca

Pisces

Canal de Bertioga

Pontos de coleta

P23 P24 P25 P26 P27 P29 P30 P31 P32 P33 P34

0

50

100

150

200

250300

350

400

Cirripedia

Decapoda

Amphipoda

P23 P24 P25 P26 P27 P29 P30 P31 P32 P33 P34

Indiv

íduos.m

-3

0

50

100

150

200

250300

350

400

Polychaeta

Mollusca

Pisces

Programa 14 - 42

oswaldocruzi e Ergasilus sp. Por sua vez, a composição e densidade

zooplanctônica do grupo C se mostrou bem diferente do A e mais semelhante ao

do grupo D (Tabela 14.3.2-2). Larvas e ovos de peixes mostraram uma maior

contribuição para a formação deste grupo, assim como larvas de gastrópodes e

hidromedusas.

Apesar dos pontos estarem de bem separados espacialmente, o P35 da

área 2 (Canal de Piaçaguera e Rio Casqueiro) se agrupou com outros três pontos

da área 3 devido à presença de hidromedusas, isópodes, náuplios de copépodes

e larvas de gastrópodes, que não foram identificadas nos quatro pontos que

formaram o grupo D. Este, em comparação com os demais grupos, foi o mais

diferente, com baixos valores de densidade zooplanctônica e menor número de

táxons (ocorrência de apenas 38 dos 111 táxons identificados). Larvas de peixes,

de decápodes e de cirrípedes, além dos copépodes Parvocalanus crassirostris,

Oithona oswaldocruzi, Acartia tonsa e Paracyclopina longifurca, foram os táxons

mais abundantes. No entanto, a principal característica deste grupo foi a presença

de espécies típicas de água doce, como os cladóceros Bosmina longirostris,

Bosmina sp., Diaphanosoma birgei, Simocephalus sp., Ceriodaphnia sp. e os

copépodes Thermocyclops decipiens, Acanthocyclops sp. 1, Microcyclops sp.1,

Mesocyclops sp.1, Paracyclops sp.1, Tropocyclops prasinus meridionalis, T.

priscinalis e copepoditos da família Cyclopidae.

Como pode ser visto na Tabela 14.3.2-2, apesar de estatisticamente

diferentes, os grupos A e E foram os de menor valor de R, portanto, os mais

semelhantes entre si. Agruparam as amostras mais abundantes e mais ricas, com

alta abundância relativa de Acartia tonsa, A. lilljeborgi, copepoditos de Acartia

spp., Parvocalanus crassirostris e Oithona hebes. Por outro lado, a composição

dos táxons foi um tanto diferente, uma vez que dos 88 táxons identificados

(somando ambos os grupos), 32 ocorreram apenas em pontos que formaram o

grupo A, enquanto que 16 apenas nas do grupo E. Dentre estes, destacaram-se

três cladóceros (Simocephalus sp., Moina minuta, Diaphanosoma birgei) e três

copépodes (Apocyclops procerus, Halicyclops crassirostris, Paracyclops sp. 1),

todos típicos de regiões menos salinas ou de água doce, confirmando a influência

marinha sobre a Baía de Santos e o Canal de Navegação (grupo A) em

Programa 14 - 43

contrapartida com a natureza mais estuarina do Canal de Piaçaguera e Rio

Casqueiro (grupo E) assim como do Canal de Bertioga (grupo D).

Reduzida

Resemblance: S17 Bray Curtis similarity

Áreas1

2

3

P1

P1C

P2

P2C

P3P3CP4

P4CP5

P5C

P6

P6C

P7

P7C

P8

P8C

P9

P9C

P10

P10C

P11

P12

P13

P14P15

P16P17

P18 P19

P20

P21

P22

P23

P24P25

P26

P27

P28

P29

P30P31

P32

P33

P34

P35P36

P37

P38

P39

P40

2D Stress: 0.13

A

ED

B

C

Figura 14.3.2-16. Análise de Ordenação N-MDS dos 50 pontos de coleta de janeiro de 2010 (campanha prévia) baseada na raiz quadrada dos valores de densidade dos táxons identificados e na similaridade de Bray-Curtis. Áreas: 1 – Baía de Santos e Canal de navegação; 2 – Canal de Piaçaguera e Rio Casqueiro; 3 – Canal de Bertioga.

Tabela 14.3.2-2. Resultados do teste pareado ANOSIM realizado entre os grupos obtidos na Análise de Similaridade N-MDS para a campanha de janeiro de 2010 (campanha prévia). Valores significativos: < 5%.

Nível de

significância (%)

A - B 0.880 0.1

A - C 0.987 0.1

A - D 1 0.1

A - E 0.809 0.1

B - C 0.881 0.8

B - D 1 0.8

B - E 0.904 0.1

C - D 0.865 2.9

C - E 0.818 0.2

D - E 0.983 0.2

Grupos R estatístico

R global = 0.882

Programa 14 - 44

Campanha de julho de 2010 (1ª Campanha)

Os grupos zooplanctônicos detectados nas amostras do sistema estuarino

de Santos-Bertioga, durante a campanha de julho de 2010 (primeira campanha de

monitoramento), estão listados na Tabela 14.3.2-3. As identificações, realizadas

até o nível de espécie para a maioria dos grupos holoplanctônicos, como

Copepoda, Cladocera, Appendicularia e Chaetognatha, indicam novamente que a

composição taxonômica do zooplâncton nas áreas estudadas é similar a outros

estuários do sudeste-sul do Brasil, conforme citado anteriormente.

Na campanha de inverno, não houve uma contribuição significativa de

espécies indicadoras de águas continentais. A área de estudo foi caracterizada

por espécies tipicamente estuarinas e marinho-eurihalinas, seguidas por espécies

indicadoras de intrusão marinha, como os copépodes Clausocalanus furcatus, e

Subeucalanus pileatus e algumas espécies de Oikopleura (Larvacea). Nas

imagens abaixo (Figura 14.3.2-17) estão ilustrados alguns táxons zooplanctônicos

encontrados na campanha de inverno.

Programa 14 - 45

Figura 14.3.2-17. Ilustração de alguns táxons zooplanctônicos encontrados na campanha de inverno (1ª campanha).

Programa 14 - 46

Tabela 14.3.2-3. Lista de táxons zooplanctônicos no sistema estuarino de Santos-Bertioga, amostragem de julho de 2010 (1ª campanha).

Reino Protista Classe Ostracoda

Filo Sarcomastigophora Classe Malacostraca

Subfilo Radiolaria Ordem Mysida

Sticholonche zanclea Família Mysidae

Reino Animalia Ordem Amphipoda

Subordem Corophiidea

Filo Cnidaria Subordem Gammaridea

Classe Scyphozoa

Ordem Semaeostomeae Ordem Isopoda

Família Ulmaridae

Aurelia sp. (éfira) Ordem Decapoda (larvas)

Infraordem Caridea (larvas)

Classe Hydrozoa Infraordem Brachyura (larvas)

Hidromedusas Infraordem Anomura

Ordem Leptothecata Família Porcellanidae (larvas)

Família Campanulariidae

Clytia sp. Ordem Stomatopoda (larvas)

Obelia sp.

Família Loveneliidae Classe Branchiopoda

Eucheilota sp. Ordem Diplostraca

Subordem Cladocera

Filo Annelida Família Podonidae

Classe Polychaeta (larvas) Pseudevadne tergestina

Família Sididae

Filo Mollusca Diaphanosoma birgei

Classe Gastropoda (larvas)

Ordem Thecosomata Classe Maxillopoda

Família Cavoliniidae Subclasse Copepoda

Creseis acicula Náuplios

Ordem Calanoida

Classe Bivalvia (larvas) Família Paracalanidae

Paracalanidae (copepoditos)

Filo Bryozoa (larvas cifonauta) Parvocalanus crassirostris

Paracalanus indicus

Filo Arthropoda Paracalanus parvus

Classe Arachnida Paracalanus quasimodo

Ordem Acarida (ácaros marinhos) Paracalanus spp.

Programa 14 - 47

Tabela 14.3.2-3 (continuação): Lista de táxons zooplanctônicos no sistema estuarino de Santos-Bertioga, amostragem de julho de 2010 (1ª campanha).

Copepoda (continuação) Ordem Poecilostomatoida

Família Clausocalanidae Família Corycaeidae

Clausocalanus furcatus Corycaeus spp. (copepoditos)

Família Eucalanidae Corycaeus giesbrechti

Subeucalanus pileatus Família Oncaeidae

Família Centropagidae Oncaea spp. (copepoditos)

Centropages furcatus Oncaea curta

Família Pseudodiaptomidae Oncaea mediterranea

Pseudodiaptomus spp. (copepoditos) Família Clausidiidae

Pseudodiaptomus acutus Hemicyclops thalassius

Família Temoridae

Temora stylifera Infraclasse Cirripedia

Temora turbinata Náuplios

Família Pontellidae Larvas cypris

Labidocera spp. (copepoditos)

Labidocera fluviatilis Filo Chaetognata

Família Acartiidae Classe Sagitoiidea

Acartia spp. (copepoditos) Família Sagittidae

Acartia tonsa Juvenis

Acartia lilljeborgi Parasagitta tenuis

Ordem Harpacticoida Parasagitta friderici

não identificados

Família Miraciidae Filo Echinodermata

Microsetella spp. (copepoditos) Classe Ophiuroidea (larvas)

Microsetella norvegica Classe Echinoidea (larvas)

Família Euterpinidae

Euterpina acutifrons Filo Chordata

Família Clytemnestridae Subfilo Tunicata (larvas)

Clytemnestra sp. (copepoditos) Classe Larvacea

Ordem Cyclopoida Família Oikopleuridae

não identificados Oikopleura spp.

Família Oithonidae Oikopleura (Vexillaria) dioica

Oithona spp. (copepoditos) Oikopleura (Coecaria) longicauda

Oithona plumifera Oikopleura (Vexillaria) rufenses

Oithona hebes Oikopleura (Coecaria) fusiformis

Oithona oswaldocruzi

Oithona oculata Subfilo Vertebrata

Superclasse Pisces

Larvas

Ovos

Programa 14 - 48

Em julho de 2010, os índices de diversidade de Shannon e de dominância

de Simpson para o holoplâncton variaram de forma similar a janeiro de 2010, com

maiores valores de diversidade nos setores externos e de dominância nos setores

internos (Figuras 14.3.2-18 a 14.3.2-21).

Figura 14.3.2-18. Valores dos índices de diversidade de Shannon e de dominância de Simpson para o holoplâncton encontrado nos pontos de coleta no Canal de navegação no período de julho de 2010 (1ª campanha).

Figura 14.3.2-19. Valores dos índices de diversidade de Shannon e de dominância de Simpson para o holoplâncton encontrado nos pontos de coleta na Baía de Santos e no Canal de Piaçaguera no período de julho de 2010 (1ª campanha).

Canal de navegação

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

Pontos de coleta

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

SI

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

Baía de Santos (P1 a P4)Canal de Piaçaguera

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

Pontos de coleta

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

SI

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

Programa 14 - 49

Canal de Piaçaguera

P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P35 P36 P37 P38 P39 P40

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

Pontos de coleta

P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P35 P36 P37 P38 P39 P40

SI

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

Figura 14.3.2-20. Valores dos índices de diversidade de Shannon e de dominância de Simpson para o holoplâncton encontrado nos pontos de coleta no Canal de Piaçaguera no período de julho de 2010 (1ª campanha).

Figura 14.3.2-21. Valores dos índices de diversidade de Shannon e de dominância de Simpson para o holoplâncton encontrado nos pontos de coleta no Canal de Bertioga no período de julho de 2010 (1ª campanha).

Na campanha de inverno, a diversidade do mero- e ticoplâncton não variou

amplamente como no verão entre os setores externos, intermediários e internos

do sistema estuarino (Figuras 14.3.2-22 a 14.3.2-25). Esta pequena variabilidade foi

observada também no índice de dominância de Simpson. Considerando que o

mero- e ticoplâncton foram identificados em nível supragenérico, a Figura 14.3.2-

26 ilustra a baixa variabilidade espacial no número de táxons na categoria

“Grupos”, corroborando os resultados obtidos para os índices ecológicos no

sistema estuarino.

Canal de Bertioga

P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

Pontos de coleta

P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34

SI

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

Programa 14 - 50

Canal de navegação

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

Pontos de coleta

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

SI

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

Figura 14.3.2-22. Valores dos índices de diversidade de Shannon e de dominância de Simpson para o mero e ticoplâncton encontrado nos pontos de coleta no Canal de navegação no período de julho de 2010 (1ª campanha).

Baía de Santos (P1 a P4)Canal de Piaçaguera

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

Pontos de coleta

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

SI

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

Figura 14.3.2-23. Valores dos índices de diversidade de Shannon e de dominância de Simpson para o mero e ticoplâncton encontrado nos pontos de coleta na Baía de Santos e no Canal de Piaçaguera no período de julho de 2010 (1ª campanha).

Programa 14 - 51

Canal de Piaçaguera

P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P35 P36 P37 P38 P39 P40

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

Pontos de coleta

P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P35 P36 P37 P38 P39 P40

SI

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

Figura 14.3.2-24. Valores dos índices de diversidade de Shannon e de dominância de Simpson para o mero e ticoplâncton encontrado nos pontos de coleta no Canal de Piaçaguera no período de julho de 2010 (1ª campanha).

Canal de Bertioga

P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

Pontos de coleta

P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34

SI

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

Figura 14.3.2-25. Valores dos índices de diversidade de Shannon e de dominância de Simpson para o mero e ticoplâncton encontrado nos pontos de coleta no Canal de Bertioga no período de julho de 2010 (1ª campanha).

Na campanha de julho de 2010 a dominância de Copepoda foi mantida,

conforme mostra a Figura 14.3.2-26, mas de forma menos evidente do que no

verão. Na campanha em análise foram observadas altas abundâncias de outros

grupos holoplanctônicos em vários pontos da Baía de Santos e do setor externo

do canal de navegação, enquanto que o meroplâncton foi abundante em pontos

mais internos dos canais de Piaçaguera e de Bertioga (Figura 14.3.2-26).

Programa 14 - 52

Canal de navegação

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

0

5

10

15

20

25Baía de Santos (P1 a P4)Canal de Piaçaguera

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

0

5

10

15

20

25

Canal de Piaçaguera

Pontos de coleta

P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P35 P36 P37 P38 P39 P40

Núm

ero

de t

áxons

0

5

10

15

20

25

Espécies

Gêneros

Grupos

Canal de Bertioga

P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34

0

5

10

15

20

25

Figura 14.3.2-26. Número de indivíduos por metro cúbico das espécies, dos gêneros e dos outros níveis taxonômicos encontrados nos pontos de coleta na região da Baía de Santos e Canais de Piaçaguera e Bertioga no período de julho de 2010 (1ª campanha).

Programa 14 - 53

Entre os Copepoda, a dominância foi alternada entre a ordem Calanoida e a

ordem Cyclopoida, diferindo do observado na campanha de verão (Figura 14.3.2-

28). Os calanóides foram caracterizados por altas abundâncias de duas famílias,

Acartiidae e Paracalanidae (Figura 14.3.2-29), representadas principalmente

pelas espécies Acartia lilljeborgi, A. tonsa e Parvocalanus crassirostris. A família

Pseudodiaptomidae foi também abundante em alguns pontos. No caso da ordem

Cyclopoida, duas espécies foram numericamente importantes, Oithona hebes e

O. oswaldocruzi, com o predomínio da primeira (Figura 14.3.2-30). Todas as

espécies citadas são comuns em ambientes costeiros e estuarinos da costa sul-

sudeste do Brasil, sendo Acartia lilljeborgi, Parvocalanus crassirostris e Oithona

plumifera indicadoras de intrusão marinha e Acartia tonsa e Oithona oswaldocruzi

indicadoras de ambientes meso- a oligohalinos. Considerando estas espécies, A.

lilljeborgi, P. crassirostris e O. hebes foram as mais abundantes, assim como

observado na campanha de verão, confirmando o predomínio da influência

marinha nos diferentes setores estudados. No inverno, como citado

anteriormente, não foram observadas espécies tipicamente de água doce em

parte do canal de Piaçaguera e do Rio Casqueiro, como no verão.

Programa 14 - 54

Canal de navegação

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

18000

24000

25000

26000

Baía de Santos (P1 a P4)Canal de Piaçaguera

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

18000

23000

24000

25000

26000

Canal de Piaçaguera

Pontos de coleta

P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P35 P36 P37 P38 P39 P40

Ind

ivíd

uo

s.m

-3

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

18000

23000

24000

25000

26000

Copepoda

Holoplâncton (exceto Copepoda)

Mero/Ticoplâncton

Canal de Bertioga

P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

18000

23000

24000

25000

26000

Figura 14.3.2-27. Número de indivíduos por metro cúbico do zooplâncton encontrados nos pontos de coleta na região da Baía de Santos e Canais de Piaçaguera e Bertioga no período de julho de 2010 (1ª campanha).

Programa 14 - 55

Figura 14.3.2-28. Número de indivíduos por metro cúbico da ordem de Copepoda encontrados nos pontos de coleta na região da Baía de Santos e Canais de Piaçaguera e Bertioga no período de julho de 2010 (1ª campanha).

Canal de navegação

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

10000

11000

1200014000

15000

Baía de Santos (P1 a P4)Canal de Piaçaguera

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

10000

11000

12000

14000

15000

Canal de Piaçaguera

Pontos de coleta

P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P35 P36 P37 P38 P39 P40

Indiv

íduos.m

-3

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

10000

11000

1200014000

15000

Calanoida

Cyclopoida

Poecilostomatoida

Harpacticoida

Canal de Bertioga

P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

10000

11000

12000

14000

15000

Programa 14 - 56

Canal de navegação

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000700080009000

Baía de Santos (P1 a P4)Canal de Piaçaguera

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

700080009000

Canal de Piaçaguera

Pontos de coleta

P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P35 P36 P37 P38 P39 P40

Indiv

íduos.m

-3

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000700080009000

Acartiidae

Paracalanidae

Pseudodiaptomidae

Canal de Bertioga

P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

700080009000

Figura 14.3.2-29. Número de indivíduos por metro cúbico das famílias dominantes da ordem Calanoida (Copepoda) encontrados nos pontos de coleta na região da Baía de Santos e Canais de Piaçaguera e Bertioga no período de julho de 2010 (1ª campanha).

Programa 14 - 57

Canal de navegação

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

9000

10000

Oithona oswaldocruzi

Oithona hebes

Oithona plumifera

Oithona spp. macho

Oithona spp. copepodito

Baía de Santos (P1 a P4)

Canal de Piaçaguera

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

9000

10000

Canal de Piaçaguera

P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P35 P36 P37 P38 P39 P40

Indiv

íduos.m

-3

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

9000

10000 Canal de Bertioga

Pontos de coleta

P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

9000

10000

Figura 14.3.2-30. Número de indivíduos por metro cúbico das espécies da família Oithonidae (Copepoda: Cyclopoida), copepoditos e indivíduos machos do gênero encontrados nos pontos de coleta na região da Baía de Santos e Canais de Piaçaguera e Bertioga no período de julho de 2010 (1ª campanha).

O grupo subdominante do holoplâncton (após Copepoda) foi o dos Larvacea,

gênero Oikopleura; os demais grupos tiveram baixas abundâncias (Figura 14.3.2-

31). Espécies de Oikopleura são frequentes em ambientes estuarinos tropicais e

subtropicais (Neumann-Leitão, 1994/95), inclusive na costa sul-sudeste do Brasil

(Brandini et al., 1997). Como as espécies de Larvacea estão normalmente

associadas com a influência da intrusão marinha, a importância do grupo durante

as amostragens de inverno fornece um elemento indicativo adicional da forte

variabilidade sazonal observada na região estudada.

Programa 14 - 58

Canal de navegação

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

0

1000

2000

3000

4000

500014000

16000

18000

20000

22000

Oikopleura (Vexillaria) dioica

Holoplâncton (exceto Copepoda)

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

0

1000

2000

3000

4000

500014000

16000

18000

20000

22000

Baía de Santos (P1 a P4)

Canal de Piaçaguera

Canal de Piaçaguera

Pontos de coleta

P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P35 P36 P37 P38 P39 P40

Indiv

íduo

s.m

-3

0

2000

4000

14000

16000

18000

20000

22000 Canal de Bertioga

P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34

0

1000

2000

3000

4000

500014000

16000

18000

20000

22000

Figura 14.3.2-31. Número de indivíduos por metro cúbico da espécie Oikopleura (Vexillaria) dióica (Oikopleuridae: Copelata) e outros organismos do holoplâncton (exceto Copepoda) encontrados nos pontos de coleta na região da Baía de Santos e Canais de Piaçaguera e Bertioga no período de julho de 2010 (1ª campanha).

Com relação ao mero- e ticoplâncton (Figuras 14.3.2-32 a 14.3.2-35), o

grupo dominante foi o dos Cirripedia, seguidos por Brachyura em todos os pontos,

exceto em alguns localizados na Baía de Santos e pontos externos dos canais de

navegação e Piaçaguera, onde a dominância se inverteu. Os máximos

meroplanctônicos ocorreram nos setores intermediários e internos do Canal de

Piaçaguera e de Bertioga, por influência dos Cirripedia. Este resultado contrasta

com as observações do verão, quando as larvas de Brachyura estiveram

presentes em maior número nas áreas intermediárias a internas do estuário.

Presentes em quantidades pouco expressivas, Polychaeta, Mollusca, larvas de

peixes e Amphipoda, também ocorreram principalmente nestes setores (Figuras

14.3.2-32 a 14.3.2-35).

Programa 14 - 59

Figura 14.3.2-32. Número de indivíduos por metro cúbico dos organismos do meroplâncton e ticoplâncton encontrados nos pontos de coleta no canal de navegação no período de janeiro de 2010 (campanha prévia).

Figura 14.3.2-33. Número de indivíduos por metro cúbico dos organismos do meroplâncton e ticoplâncton encontrados nos pontos de coleta na Baía de Santos e no Canal de Piaçaguera no período de julho de 2010 (1ª campanha).

Canal de navegação

Pontos de coleta

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

0

1000

2000

3000

40006000

7000

8000

Cirripedia

Brachyura

Gastropoda

P1C P2C P3C P4C P5C P6C P7C P8C P9C P10C

Indiv

íduos.m

-3

0

1000

2000

3000

40006000

7000

8000

Polychaeta

Outros

Baía de Santos (P1 a P4)Canal de Piaçaguera

Pontos de coleta

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

0

1000

2000

3000

40006000

7000

8000

Cirripedia

Brachyura

Gastropoda

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

Indiv

íduos.m

-3

0

1000

2000

3000

40006000

7000

8000

Polychaeta

Outros

Programa 14 - 60

Canal de Piaçaguera

Pontos de coleta

P14 P15 P16P17 P18 P19P20 P21 P22P35 P36 P37P38 P39 P40

0

1000

2000

3000

40006000

7000

8000

Cirripedia

Brachyura

Gastropoda

P14 P15 P16P17 P18 P19P20 P21 P22P35 P36 P37P38 P39 P40

Indiv

íduo

s.m

-3

0

1000

2000

3000

40006000

7000

8000

Polychaeta

Outros

Figura 14.3.2-34. Número de indivíduos por metro cúbico dos organismos do meroplâncton e ticoplâncton encontrados nos pontos de coleta no Canal de Piaçaguera no período de julho de 2010 (1ª campanha).

Figura 14.3.2-35. Número de indivíduos por metro cúbico dos organismos do meroplâncton e ticoplâncton encontrados nos pontos de coleta no Canal de Bertioga no período de julho de 2010 (1ª campanha).

Canal de Bertioga

Pontos de coleta

P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34

0

1000

2000

3000

40006000

7000

8000

Cirripedia

Brachyura

Gastropoda

P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34

Indiv

íduos.m

-3

0

1000

2000

3000

40006000

7000

8000

Polychaeta

Outros

Programa 14 - 61

A análise de ordenação N-MDS, realizada entre os 50 pontos de coleta com

base na raiz quadrada dos valores de densidade de 60 táxons identificados no

inverno (matriz reduzida), permitiu, primeiramente, a separação dos pontos em 2

grupos (Figura 14.3.2-36). O resultado do teste ANOSIM mostrou que os cinco

pontos da Baía de Santos (grupo 1) são diferentes de todas as demais (grupo 2)

(ANOSIM: R = 0,913, p<0,05). Esta separação se deu, principalmente, pelos

baixos valores de densidade zooplanctônica dos pontos do grupo 1 em

comparação com as do grupo 2. Quanto à composição de espécies, os pontos da

Baía de Santos se destacaram por apresentarem as únicas ocorrências de

Centropages furcatus e de copepoditos de Corycaceus giesbrechti e, em

comparação com os pontos mais próximos (situados no Canal de Navegação),

pela alta densidade de Euterpina acutifrons, radiolários (Sticholonche zanclea) e

larvas de Echinoidea e baixas densidades de Oikopleura (Veillaria) dioica, Acartia

spp., Oithona hebes, O. oswaldocruzi, copepoditos de Pseudodiatomus e de

larvas de caranguejos braquiúros.

Figura 14.3.2-36. Análise de Ordenação N-MDS dos 50 pontos de coleta baseada na raiz quadrada dos valores de densidade de 60 táxons identificados (no inverno, 1ª campanha) e na similaridade de Bray-Curtis. Áreas: 1 – Baía de Santos e Canal de navegação; 2 – Canal de Piaçaguera e Rio Casqueiro; 3 – Canal de Bertioga.

Programa 14 - 62

Para visualizar melhor a distribuição dos pontos do grupo 2 optou-se por

fazer uma análise de ordenação N-MDS apenas com os pontos desse grupo

(Figura 14.3.2-37). Seu resultado mostrou a formação de seis grupos diferentes

entre si (Tabela 14.3.2-4).

Apesar de semelhantes na composição de táxons e no local de amostragem

dos pontos que os formaram (pontos do canal de navegação), os grupos A e B

ficaram separados devido aos valores de densidade, uma vez que o grupo A

apresentou uma média de aproximadamente 4.000 indivíduos m-3, enquanto que

o grupo B de 30.000 indivíduos m-3. Em ambos os grupos, os larváceos

Oikopleura (Vexillaria) dioica, os copépodes Oithona hebes, Oithona spp.

(macho), Parvocalanus crassirostris, Acartia tonsa, Acartia lilljeborgi,

Pseudodiaptomus acutus e copepoditos dos gêneros Acartia e Pseudodiaptomus

e da família Paracalanidae, bem como larvas de Brachyura e de Cirripedia foram

os organismos mais abundantes. Além disso, o grupo A apresentou maior riqueza

que o grupo B (respectivamente, 52 e 44 dos 60 táxons analisados).

O grupo C, composto por pontos do final do canal de navegação/início do

canal de Piaçaguera, mostrou maior dominância e menor riqueza de táxons (40

dos 60 táxons), com poucas larvas de caranguejos braquiúros e de copépodes

dos gêneros Acartia e Pseudodiaptomus. Nele houve uma inversão de

dominância, com Oithona oswaldocruzi mais abundante que Oikopleura

(Vexillaria) dioica.

Programa 14 - 63

Figura 14.3.2-37. Análise de Ordenação N-MDS dos pontos de coleta que formaram o grupo 2 da Figura 14.3.2-36, baseada na raiz quadrada dos valores de densidade de 58 táxons identificados (no inverno, 1ª campanha) e na similaridade de Bray-Curtis. Áreas: 1 – Baía de Santos e Canal de navegação; 2 – Canal de Piaçaguera e Rio Casqueiro; 3 – Canal de Bertioga.

Apesar de distantes geograficamente, os grupos D (formado por cinco dos

seis pontos mais internos do canal de Bertioga) e E (formado por quatro dos seis

pontos do Rio Casqueiro) foram os mais similares entre si (Tabela 14.3.2-4).

Ambos foram formados por um baixo número de táxons (25 e 29 dos 60 táxons

analisados, respectivamente) e apresentaram composição zooplanctônica similar,

cujos principais representantes foram os copépodes Parvocalanus crassirostris,

Oithona oswaldocruzi e copepoditos de Paracalanidae e Acartia spp. e larvas de

Cirripedia. Por outro lado, os valores de densidade dos pontos do grupo D foram

inferiores aos do grupo E (médias de 2.850 e 6.130 indivíduos m-3,

respectivamente), além de algumas diferenças pontuais na composição e

densidade de táxons.

Programa 14 - 64

Tabela 14.3.2-4. Resultados do teste pareado ANOSIM realizado entre os grupos obtidos na Análise de Ordenação N-MDS da Figura 14.3.2-36, referentes a organismos da 1ª campanha. Valores significativos: < 5%.

Nível de

significância (%)

A-B 1 2.90

A-C 0.918 0.30

A-D 1 0.80

A-E 1 2.90

A-F 0.756 0.10

B-C 1 0.80

B-D 1 1.80

B-E 1 2.90

B-F 0.694 0.30

C-D 0.751 0.10

C-E 0.976 0.30

C-F 0.635 0.10

D-E 0.625 0.80

D-F 0.893 0.10

E-F 0.965 0.10

Grupos R estatístico

R global = 0.82

Por sua vez, o grupo F foi o único formado por pontos das três áreas de

amostragem (Baía de Santos/Canal de navegação; Canal de Piaçaguera/Rio

Casqueiro e Canal de Bertioga), apresentando maiores semelhanças com os

grupos A, B e C e menores com os grupos D e E (Tabela 14.3.2-4). Vale ressaltar

que foram realizadas algumas tentativas tanto de subdivisão deste grupo bem

como de inclusão de alguns pontos que formaram o grupo F em outros grupos,

mas nenhuma delas mostrou diferença significativa pela análise ANOSIM. Os

pontos P21, P22, P33, P35 e P37 não se enquadraram em nenhum dos grupos

formados.

Análise integrada dos dados - campanhas de janeiro e julho de 2010

Para comparar os dados de densidade e composição zooplanctônica obtidos

nas campanhas de verão e de inverno de 2010 foram realizadas quatro análises

de ordenação N-MDS; uma incluindo todas as 100 amostras coletadas em ambas

Programa 14 - 65

as campanhas (Figura 14.3.2-38) e outras três separando os pontos de coleta de

acordo com a área de amostragem (Figuras 14.3.2-39 a 14.3.2-41).

Figura 14.3.2-38. Análise de Ordenação N-MDS entre as 100 amostras coletadas nas campanhas de verão e de inverno de 2010, considerando as três áreas de amostragem, baseada na raiz quadrada dos valores de densidade de 126 táxons identificados e na similaridade de Bray-Curtis.

Nos resultados da primeira análise (Figura 14.3.2-38) nota-se uma nítida

separação entre as campanhas de verão e de inverno (Anosim: R = 0,589,

p<0,01). Esta separação ocorreu tanto em função da densidade quanto da

composição e diversidade de táxons. No geral, as amostras zooplanctônicas

coletadas na campanha de inverno foram mais densas que nas de verão (média e

desvio padrão de 7.075 ± 8.362 ind. m-3 e 1.500 ± 2.000 ind. m-3,

respectivamente). Quanto à composição dos táxons, Parvocalanus crassirostris,

Acartia tonsa, copepoditos de Acartia spp., Oithona hebes, O. oswaldocruzi,

machos de Oithona spp. e larvas de caranguejos Brachyura e de cracas

(Cirripedia) foram observadas tanto no verão quanto no inverno. Por outro lado,

Acartia lillgeborgi e ovos e larvas de peixes foram mais abundantes no verão,

enquanto que Oikopleura (Vexillaria) dioica, Paracalanus parvus, Oncaea curta,

copepoditos de Paracalanidae, Pseudodiaptomus spp. e Oithona spp., náuplios

Programa 14 - 66

de Copepoda e representantes meroplanctônicos foram mais abundantes no

inverno. Também de forma geral, os valores de diversidade dos organismos

holoplanctônicos foram maiores na campanha de inverno (máximo de 1,03 e

0,67 bits, no inverno e verão, respectivamente), enquanto que para os organismos

meroplanctônicos foi verificado o contrário (máximo de 0,68 e 1,37 bits, no inverno

e verão, respectivamente).

Outro dado interessante ilustrado na Figura 14.3.2-38 foi que os pontos da

campanha de inverno ficaram mais unidos, ou seja, foram mais similares entre si

(com exceção daquelas mais similares ao verão), enquanto que os de verão

mostraram uma separação entre as amostras coletadas na Baía de Santos/Canal

de Navegação (área 1) e as coletadas nas demais áreas (Canal de Piaçaguera e

Rio Casqueiro: área 2; Canal de Bertioga: área 3). Isto se deu tanto em função da

densidade, que foi superior nos pontos da área 1 (Mann-Whitney, p=0,0026),

quanto devido à presença de espécies indicadoras de influência de águas

continentais, como os cladóceros Bosmina longirostris e Diaphanosoma birgei e

os copépodes Acanthocyclops, Apocyclops, Macrocyclops, Thermocyclops, nos

pontos das áreas 2 e 3. Estas ocorrências não foram verificadas na campanha de

inverno.

Ao analisar apenas os pontos coletados na Baía de Santos/Canal de

Navegação de ambas as campanhas (Figura 14.3.2-39), também foi possível

verificar a separação das mesmas em dois grupos. Além das diferenças gerais já

descritas entre as duas campanhas quanto à densidade e composição de

espécies, na campanha de verão, não houve separação entre os pontos da Baía

de Santos e do Canal de navegação, enquanto que na campanha de inverno

essas áreas foram nitidamente separadas.

Comparando a composição de táxons identificados nas campanhas de verão

e inverno no Canal de Piaçaguera e Rio Casqueiro (Figura 14.3.2-40), verificou-se

que 54% deles ocorreram apenas na campanha de verão, incluindo espécies

indicadoras de águas continentais. Por outro lado, 14% dos táxons foram

identificados em maior densidade no inverno, destacando-se Oikopleura

(Vexillaria) dioica e copepoditos de Paracalanidae.

Programa 14 - 67

Figura 14.3.2-39. Análise de Ordenação N-MDS entre as 46 amostras coletadas nas campanhas de verão e de inverno, considerando apenas a Área 1 (Baía de Santos e canal de navegação), baseada na raiz quadrada dos valores de densidade de 71 táxons identificados e na similaridade de Bray-Curtis.

Figura 14.3.2-40. Análise de Ordenação N-MDS entre as 30 amostras coletadas nas campanhas de verão e de inverno, considerando apenas a Área 2 (Canal de Piaçaguera e Rio Casqueiro), baseada na raiz quadrada dos valores de densidade de 58 táxons identificados e na similaridade de Bray-Curtis.

Programa 14 - 68

Ao contrário da área 2 (Canal de Piaçaguera e Rio Casqueiro), o Canal de

Bertioga (Fig. 14.3.2-41) teve uma composição taxonômica similar no verão e no

inverno, mas os pontos do inverno tiveram maiores densidades zooplanctônicas

que os de verão (teste de Mann-Whitney: p<0,0001). Em ambas as campanhas,

Parvocalanus crassirostris, Acartia tonsa, Oithona hebes, O. oswalsocruzi,

machos de Oithona spp., copepoditos de Acartia spp.e náuplios de Copepoda

estiveram entre os táxons mais representativos. Por outro lado, Oikopleura

(Vexillaria) dioica só foi identificada na campanha de inverno nesta área e com

altos valores de densidade. Outra característica dessa área de amostragem está

no fato de que em ambas as campanhas os pontos situados na transição entre o

Canal de Piaçaguera e Canal de Bertioga (P24-P28) separaram-se dos pontos

mais internos do Canal de Bertioga (P29-P34). Tanto no verão quanto no inverno,

os pontos da área de transição foram mais ricos em táxons e com maiores

densidades de ovos e larvas de peixes, larvas de caranguejos braquiúros e

copépodes do gênero Oithona.

Figura 14.3.2-41. Análise de Ordenação N-MDS entre as 24 amostras coletadas nas campanhas de verão e de inverno, considerando apenas a Área 3 (Canal de Bertioga), baseada na raiz quadrada dos valores de densidade de 60 táxons identificados e na similaridade de Bray-Curtis.

Programa 14 - 69

14.4. Considerações Finais

14.4.1. Comunidade Fitoplanctônica

O fitoplâncton no Sistema Estuarino de Santos foi composto por espécies

marinhas, estuarinas e de água doce, dominadas pelas frações do nanoplâncton

(celulas entre 2μm e 20μm).

No verão, correspondente a Campanha Prévia realizada em janeiro de 2010,

a abundância e distribuição obedeceram os padrões halinos conferidos pelo

regime hidrográfico. Gêneros característicos de ambientes lacustres como

Desmosdemium, Scenesdesmus, Ankitrodesmus e Pediastrum, foram registrados

até nos pontos dentro do canal.

No inverno, 1ª Campanha realizada em julho de 2010, a distribuição foi

resultante de padrões halinos e fluxo de corrente. Em regiões de baixa salinidade

e águas mais calmas, como no Largo do Canéu, foram registradas espécies

características de ambientes lacustres como os citados anteriormente.

Salinidades baixas com processos de turbulências foram domínios das

diatomáceas estuarinas como Thalassiosira spp e Skeletonema costatum.

Espécies bentônicas e meroplanctonicas (ticopelágicas) foram encontradas

na coluna d´água, indicando processos de ressuspensão de fundo ocasionados

pelo aumento do fluxo de corrente em quase todo o canal. A causa pode ser as

condições de inverno, como a entrada de frentes e aumento na intensidade dos

ventos. Estas hipóteses poderão ser confirmadas após término da dragagem, a

partir dos resultados dos estudos sobre a hidrodinâmica (Programa 6 -

Monitoramento e Modelagem dos Parâmetros Hidrodinâmicos e Oceânicos).

Com a diminuição da descarga de água doce de origem continental no

inverno, houve a diminuição dos gêneros de Cyanobacteria: Synechocystis,

Anabaena, Cylindropermopsis raciborskii, Planktothix agardii; e dentro das

Bacillariophyta as consideradas potencialmente tóxicas: grupo Pseudonitzchia.

O dinoflagelado Karenia mikomotoi que formou bloom no verão, campanha

pré-dragagem, (1,8 x 106 céls/L) no interior do Canal de Bertioga (P30), esteve

Programa 14 - 70

presente, no inverno, em menor frequência e em menor número (1,4 x 103 céls/L),

no mesmo local.

A espécie de Alexandrium tamarense não foi registrada nas amostras de

verão, e no inverno ocorreram na maioria em pontos no interior do estuário sendo

mais abundante também no ponto P30 (1,8 céls/L).

14.4.2. Comunidade Zooplânctônica

Os resultados das campanhas de janeiro (Campanha Prévia - verão) e julho

(1ª Campanha - inverno) de 2010, no sistema estuarino de Santos-Bertioga,

indicam uma comunidade zooplanctônica típica de ambientes estuarinos,

dominada por espécies de copépodes marinho-eurihalinas e, secundariamente,

por espécies oligohalinas. Estas últimas tiveram importância para a composição e

a densidade do zooplâncton durante o verão, período de maior pluviosidade,

quando o aporte de água continental no estuário é mais intenso. Várias espécies

de copépodes e de cladóceros oligohalinas e de água doce foram detectadas pela

primeira vez neste complexo estuarino. As larvas meroplanctônicas,

representadas principalmente por náuplios de cirripédios e zoeas de braquiúros,

foram mais abundantes no inverno. Estas diferenças sazonais foram

representadas quantitativamente nas análises estatísticas executadas com os

dados de densidade dos táxons mais frequentes.

Os dados obtidos foram comparáveis com os resultados do EIA-RIMA (FRF,

2008) em relação à abundância total do zooplâncton e à dominância de

Copepoda, mas houve diferenças em alguns aspectos mais específicos. Entre

estes, se destacam as baixas proporções de grupos holo- e meroplanctônicos

(exceto Copepoda) em janeiro de 2010 e a presença das espécies de água doce

no mesmo período.

Os dados descritos nesta seção representam uma base importante para a

detecção de eventuais impactos da atividade de dragagem sobre esta

comunidade biológica, pois retratam tanto a variabilidade espacial (costa-estuário)

quanto sazonal (verão-inverno).

Programa 14 - 71

14.5. Cronograma

O programa de monitoramento das comunidades fitoplanctônicas e

zooplanctônicas ocorrerá no período de 18 meses, contemplando os períodos de

verão e inverno.

O cronograma de trabalho específico para o monitoramento da comunidade

planctônica está resumido conforme Tabela 14.5-1.

Tabela 14.5-1. Cronograma de atividades.

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun

Programa 14

Mobilização

Plano de Trabalho

Coletas e Atividades de Campo

Triagem das Amostras

Identificação dos organismos

Elaboração de Relatórios Semestral

ATIVIDADES

MÊS

2010 2011

14.6. Referências Bibliográficas

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14.7. Equipe Técnica

Dr. Salvador Airton Gaeta

Dr. Rubens Mendes Lopes

MSc. Daniela Rimold Cunha - Oceanógrafa

Paula Duran Nagata Perugino - Oceanógrafa

Rafael Rugna Ciglione – Oceanógrafo

Newton Dalessandro - Biólogo

Everton Kotarski – Oceanógrafo (cursando)