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    A ORIGEM DA LEI ORAL E O TALMUD

    Moshe avino (Moises nosso mestre) recebeu duas coisas no Sinai o cdigo da lei e oruach hakodesh, por isso ao Moshe desse do monte a sua face resplandecia, o ruachhakodesh foi dado a Moshe para o capacitaria para interpretar e aplicar a lei que oEterno o tinha entregado, pois o eterno entregou o cdigo e o ruach hakodesh o estruiucomo se aplica-lo. uando Moshe pediu a!uda a "#us, pois o fardo de $srael estava

    pesado de mais para ele carrega-lo so%inho, o Eterno ent&o tira do ruach que ele tinhaposto sobre Moshe e concede do mesmo ruach hakodesh que estava sobre Moshe ecoloca sobre os ' ancies, b#midbar **+*' ent&o eu descerei e ali falarei contigo etirarei do ruach que esta sobre ti e o porei sobre eles e contigo levar&o a carga dopovo para que tu so%inho n&o leves, no vs mostra que quando o ruach repousousobre os ancies ele come/aram a profeti%ar, ou se!a eles receber o Espirito do Santoessa capacita/&o do ruach que os primeiros s0bios receberam foi para a!udar a Moshe!ulgar as causas do povo pela interpreta/&o da lei essas interpreta/es foramcomplementando o cdigo que Moshe recebeu no sentido de e1planar como se deveriaproceder,

    Esse espirito que estava sobre os ancies n&o foi transmitido 2 pr1ima gera/&o de 's0bios que os substituiria. 3 que aconteceu foi que ouve umatransmiss&o oral para pr1ima gera/&o e assim foi sendo feito de gera/&o a gera/&o, epor isso a lei oral pode ser de4nida como a tradi/&o interpretativa da torah escrita.

    E legitima/&o para que houvesse a lei oral 5 proveniente da prpria torah escrita, issoesta relatado no te1to

    de "#varim 17 : 8. Quando alguma coisa te for dicultoso em juzo entre sangue e

    sangue entre demanda e demanda entre ferida e ferida em negcios de pendencia nastuas portas ento te levantara e subiras ao lugar ue escol!e o sen!or teu "eus.

    # $ % viras ao sacerdotes levitas e ao juiz ue !ouver naueles dias e inuirira e te

    anunciaro apalavra ue for do juzo

    1& $ % faras conformo mandado da palavra ue te anunciaro do lugar ue escol!er o

    sen!or e ter' cuidado de fazer conforme tudo o ue te ensinar

    11 $ (onforme o mandato da lei ue te ensinarem e conforme o juzo ue te disserem

    faras da palavra ue te anunciarem no te desviaras nem para direita nem paraesuerda.

    E1istem muitas coisas que foram resolvidas na 5poca de Moshe a respeito de muitosfatores com respeito ao proceder do !uda6smo, por e1emplo em sh#mot * montra que oEterno declara que o m7s de aviv passaria ser o primeiro dia do ano para os am $srael(povo de $srael). Em nenhum lugar da 8or0 escrita di% como funcionamento os detalhesdo calend0rio, coisas que foram resolvidas naquela espoca atrav5s da tora oral queviraram decreto e foram passado de uma gera/&o a outra,

    3utro problema resolvido no tempo de Moshe 9 8or0 escrita di% para n&o sair de uns:lugar: no s0bado (E1. *;+ertamente os antigos hebreus (nossosantepassados) perguntou a Mois5s o que signi4cava este mandamento= Ent&o os

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    antigos hebreus tenham essa informa/&o e passaram oralmente.? isso que o salmista se refere quando ele di%+

    1: Do ouvidos, meu povo, minha Torah: incine seus ouvidos !s paavras daminha "oca#$: A"rirei a minha "oca numa par%"oa: &aarei eni'mas da an(i'uidade:): O *ue (emos ouvido e sa"ido, e nossos pais nos (+m con(ado#

    : -o vamos ocu(%.os de seus /hos, mos(rando ! 'era0o &u(ura os ouvoresde eov%, e sua &or0a, e suas o"ras maravihosas *ue ee &e2# 34 56:1.7

    3 que n&o signi4ca :trabalhar: no Shabat= ue constitui :trabalho:= >omo se:comemorar: o Shabat (E1. @*+*;)= 3 que constitui uma :carta de divrcio: ("eut. A+*f) que 5 suposto di%er=uando Esdras leu o 8orah para as pessoas em Beemias C+*-C, ele e os levitas tamb5m:deram o sentido, e os fe% compreender a leitura: (C+'-C). "eram-lhes um companheirooral ao te1to escrito+ uando se trata de responder a estas questes, podemos voltarpara o entendimento de nossos antepassados tinham essas coisas, que eles passaramat5 ns por via oral.

    uando se fala de lei oral tamb5m 5 importante lembra de uma palavra importanteM$"D9S (M$F signi4ca G"EH.) ("D9S signi4ca F $B8EDIJE89D).

    Jogo que sabemos o signi4cado da palavra midrash precisamos compreender quee1istem dois tipos de midrash. E1iste o midrash haacha, e o midrash ha'ada

    Midrash haacha, 5 uma interpreta/&o que da origem a uma mit%va "Dabanan(mandamento rab6nico) vem do verbo hala que signi4ca caminho a p5, ou se!a a

    maneira de se portar diante da mit%va, esse midrash gerou mandamentos rab6nicos,como o uso do kippa ir a sinagoga no dia de Shabat, o ritual de lavagens das m&o etantos outros.

    Ierceba que a sinagoga n&o e1istia na torah mas passou a e1istir aps o e1ilio outrosdi%em que surgiu quando povo estava e1ilado em bavel, e o mandamento de ir asinagoga no Shabat, 5 uma mit%vot "Dabanan (mandamento rab6nico) formado a partide um midrash halacha

    Midrash 8a'ada: interpreta/&o de contos s&o historias n&o reais que tem o proposito

    de ensinar um principio ou uma verdade,

    E1emplo e a agad0 que conta que Kilam quando foi amaldi/oar $srael ele voou pelafeiti/aria para amaldi/oar $srael e pincha pegou no t%it, t%it e apontou para Kilam eKilam foi atingido pelo um raio, e morreu, isso n&o aconteceu foi escrito para ensinarum principio que s atrav5s do mandamento representado pelo t%it t%it nos podemosvencer a maldi/&o,

    3 perigo consiste em tra%er um midrash agada como se fosse algo literal, o n&oconhecimento de um midrash agad0 e qual 5 o principio que ele quer ensinar pode

    levar uma pessoa a di%er algo irreal e apresenta uma espLria.

    Um pon(o impor(an(e para 8is(oria#

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    Bo come/o da era doSegundo 8emplo (AA a.E.>.),, quando E%ra (Esdras) o escriba liaem vo% alta a 8or0 ao povo um grupo de levitas postava-se a seu lado para e1por osigni4cado pleno do te1to#E2ra, *ue era um sacerdo(e e escri"a, &oi o primeiros%"io a ser iden(i/cado peo nome, den(re (odos *ue es(udaram ein(erpre(aram a Tor% e ensinaram ao povo. "ele se disse que era )um escribaversado na lei de Moiss dada pelo Senhor Deus* +%d. 7:,-. E a tarefa queassumiutornou-se a miss&o de todos os professores que lhe seguiram. Porque Ezra prepara

    seu corao para buscar a lei do Senhor e ensinar em Israel estatutos ejulamento!+%d. 7:1&-.Ele foi, portanto, o precursor da era dos escribas annimos, oper6odo conhecido na histria !udaica como a 9nesse( Guedo% (a GNrande9ssembl5iaH).

    Sem dLvida havia inLmeras ra%es v0lidas para a cria/&o de novas leis quesuplementassem ou modi4cassem as !0 e1istentes leis das escrituras. >ertamente,por5m,nenhuma delas era mais imperiosa do que as e1ig7ncias das condi/es sociais emateriais davida !udaica durante a era do Segundo 8emplo.O0 na 5poca dos Macabeus estavam-seoperando mudan/as na economia da Oud5ia e na

    estrati4ca/&o social do povo. Estastornaram-se ainda mais aparentes depois do grandeincremento e diversi4ca/&o daagricultura, do com5rcio, e dos negcios do pa6s sob ae1plora/&o impiedosamenteempreendida pelos romanos, que pretendiam obter para siprprios todo lucro material poss6vel dos !udeus colocando sobre eles uma grandeopress&o monet0ria.>omo resultado, as leis b6blicas n&o eram mais consideradas adequadas para atender2s novas conting7ncias as mudan/as que o $mp5rio colocou como !ulgo em cima dopovo Oudeu.

    9s lacunas tinham que ser corrigidas de algum modo, mas isto n&o poderia ser feitoarbitrariamente, pois as escrituras eram consideradas inviol0veis e suas verdades

    eternas. Iortanto, as rebuscadas leis orais, incorporadas 2 Mishn0, foram elaboradas,sem e1ce/&o, com base em sugestes ou simples a4rmativas contidas na 8or0 e que seprestavam a interpreta/es.? necess0rio ter-se em mente que a Mishn0 representava principalmente o pensamentoe os ensinamentos dos s0bios rab6nicos, que em sua maioria eram indubitavelmentefariseus.Bo conte1to histrico da 5poca, esses homens eram os liberais religioso-sociais daOud5ia. B&o tinham medo de desa4ar o status ou de re!eitar asdoutrinas antiquadas e sacrossantas. E o maisimportante era que, em face da oposi/&o ferrenha e da censura de seus opositores, n&o

    hesitavam em ampliar as leis b6blicas adaptando-as de forma realista e e4ca% 2se1ig7ncias da vida. 9 senda dos s0bios rab6nicos estava mais cheia de espinhos do quede rosas. >ontra eles colocavam-se os poderes governantes P os membros da seita dossaduceus P os fundamentalistas que governavam com a a!uda de Doma e com elacolaboravam na opress&o o povo !udeu. Essa classe opunha-se teimosamente aqualquer modi4ca/&o das leis e pr0ticas religiosas. Ql0vio Oosefo, historiador !udeu dos5culo $, que foi testemunha contemporRnea destes acontecimentos, declarou+ )"s

    #ariseus(isto 5, os s0bios da Mishn0) obedecendo $ tradio de seus pais% &zerammuitas ordenanas para o povo a respeito das quais nada e'iste de escrito nasleis de Moiss( da) serem elas rejeitadas pela seita dos saduceus!#

    9trav5s de outra fonte histrica, Q6lon (c. a.E.>. P A E.>), veri4ca-se que mesmo noEgito helen6stico, que era bastante distante das inu7ncias e controv5rsias rab6nicas daOud5ia, havia em uso entre os !udeus de cos(umes e usos no escri(os ou seamesmo no E'i(o *ue no (inha (an(a in;uencia dos &ariseus# Os udeus *ue airesidiam &a2iam uso de uma (radi0o ora . Q6lon fe% essa a4rmativa quase dois

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    s5culos antes da edi/&o 4nal do cdigo da Mishn0 por TehudaBassi (por volta do ano E.>).

    Qoi, na verdade, em grande parte, devido 2 tradi/&o b6blica que uma lei oral chegou aser considerada t&o v0lida quanto a lei escrita. 3stensivamente, no esquema de valoresda cultura religiosa !udaica, a tradi/&o era muit6ssimo respeitada P a tal ponto que umaautoridade talmLdica declarou+ * +or, que no se baseia na tradio no +or,!.

    Bos anos em que os !udeus vagaram no deserto, depois de dei1ar o Egito, Mois5s havianomeado um conselho de setenta anci&os que ele mesmo presidia (Bm. **+ *;,A,).Esse corpo administrativo !udici0rio foi criado para que este lhe desse assist7nciaquando fossesentar-se a 4m de !ulgar o povo. Qundamentadanesse precedenteconsagrado da era de Mois5s.

    >riou-se 2 5poca do segundo 8emplo a institui/&o dos 8omens da GrandeAssem"eia (tamb5m conhecida como os -omens da .rande Sinaoa! ou ".rande Sindrio!7# Essa era, que corresponde apro1imadamente ao per6odo dodom6nio persa na palestina 3?)@.))$ a#E#7. Era composto de ' escribas 3so#erim7esacerdotes eruditosque eram presididos por um sumo sacerdote.

    Eram os membros da Nrande 9ssembl5ia na verdade que coletavam os escritossagrados decidia que livros deviam ser consagrados na b6blia, que cap6tulos de cadalivro deviam ser selecionados e deram 2 b6blia sua forma e estilo de4nitivos. 3completamente da b6blia, um dos maiores pro!etos da Nrande 9ssembl5ia, tamb5mmarcou o come/o do reinado da lei oral.Uma ve% conclu6do o trabalho de canoni%a/&odab6blia, conhecidos e aceitos por todos quais os escritos que constitu6am a autoridadecentralem que se alicer/ava a vida !udaica, coube aos escribas a tarefa de organi%ar eestudar a leioral.

    Esse corpo religioso-legislativo-!udici0rio supremo decretou muitas leis adicionais eregulamentos. "eu in6cio a novos costumes, instituiu muitas observRncias e cerimniasrituais e estabeleceu o esquema essencial para a liturgia da sinagoga. Bo entanto P eeste 5 o aspecto mais e1traordin0rio de suas atividades P legislava e e1arava oralmentesuas opinies legaisV Degistrar por escrito quaisquer das leis ou regulamentos, eraproibido pelos omens da Nrande 9ssembl5ia. 9o estabelecerem essa regra, n&o erammovidos por qualquer ideia supersticiosa ou por capricho, mas sim por considera/espr0ticas. 8emiam que o registro escrito das leis orais poderia resultar em confus&o esomente levar a contradi/es em rela/&o 2s leis e aos mandamentos !0 e1istentes na8or0 escrita. Bo entanto, a memria 5 fr0gil demais n&o 5 um elemento de absolutacon4an/a.

    Iresume-se portanto, que os anaim (mestres rab6nicos da Mishn0), para melhorguardar a lembran/a das leis n&o escritas de modo a errar o m6nimo poss6vel, aomesmo tempo em que obedeciam 2 proibi/&o de escrev7-las para 4ns de instru/&opLblica, fa%iam anota/es secretas e abreviadas delas para refer7ncia pessoal. SemdLvida, os tanaim sentiam uma necessidade desesperada de memori%ar corretamenteas leis orais. 3 Dabino Meir, um dos primeiros impulsionadores da compila/&o da leique era passada oralmente fe% esse coment0rio+ /uando umerudito esquece umapalavra de sua Mishn,% ele julado Wpelo c5uX como se houvessearriscado apr0pria vida!1

    9 enorme quantidade de material acumulada em s5culos era multiforme e diversi4cadae nem sempre disposta de forma a facilitar o estudo. 3s homens da Nrande 9ssembl5ia,os escribas, come/aram por estudar as tradi/es orais que inclu6am interpreta/es,costumes e precedentes e'ais, e sua principal realizao #oi $ liao dessastradi2es com a lei escrita# Qoram esses escribas que elaboraram os m5todos b0sicos

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    do midras! !alac!a! (e1egese hal0chica), interpretando informa/es enigm0ticas, eanalisando e resolvendo problemas atrav5s do esquadrinha mento do te1to da torah.8amb5m procuraram meios de introdu%ir ordem na massa de material de modo afacilitar sua transmiss&o sistem0tica e estudo metdico.9 proibi/&o contra anotar as leis orais, com o correr do tempo, se desgastou em vistado aglomerado de leis tradi/es e regulamento que tinha se acumulado com o tempo,a!a vista que a tarefa de memori%ar a lei oral que !0 era dif6cil se tornou se tornou aindamas complicado em vistas da gama de leis que haviam aumentado.

    "o s5culo * ao * d.c surgiu um 'rande homemque marcaria a historia, e dariainicio a uma grande revolu/&o em meio as tradi/es orais . ilel, o escriba fariseu emestre de Oerusal5m, chamado de Mosheh Dabeinu (/ois0s nosso mestre) emsabedoria, humildade, paci7ncia e benevol7ncia, foi o primeiro s0bio rab6nico a tentarestabelecer alguma ordem no caos dos ensinamentos orais. B&o se sabe, por5m, quedestino teve o cdigo por ele elaborado.

    9 Nrande 9ssembl5ia ocupou-se igualmente com criar numerosos novos regulamentos,no in6cio do per6odo do segundo 8emplo, a comunidade !udaica na Oud5ia, que consistiado grupo de e1ilados de retorno da Kabilnia e dos remanescentes da popula/&oautctone, diferia grandemente, quanto 2 composi/&o e estrutura, da comunidade da5poca do segundo 8emplo. 9s propriedades n&o estavam mais demarcadas como nopassado, nem os sacerdotes e levitas podiam estabelecer-se em todas as cidades queoutrora lhes haviam pertencido. 9t5 o 8emplo n&o fora constru6do e1atamente deacordo com o plano do primeiro 8emplo e nele faltavam numerosas coisas (sendo a maisimpressionante, a omiss&o da arca da alian/a). ue foi literalmente perdida em meio ahistoria.

    Mudaram o regime como um todo enquanto na era do primeiro 8emplo prevalecera osistema mon0rquico, o &oco do poder ia a'ora se desocando dos no"res de

    descend+ncia rea para o sumo sacerdo(e e o onseho de 4%"ios, *ue depoisviria a se desenvover no 4inBdrio. 3 qual seria a autoridade m01ima entre osOudeus que n&o possu6a uma monarquia.8odos esses desenvolvimentos requeriam novas ordenan/as e leis para regular a vidacultural e religiosa. Era necess%rio recons(ruir uma &orma de vida udaicacacada no cdi'o mosaico mas *ue (am"Bm (omasse em considera0o asmudan0as havidas desde os dias do primeiro Tempo#9 grande alian/a (Be. om a e1tin/&o da profecia na erada Nrande 9ssembl5ia, esta institui/&o defrontou-se com a tarefa adicional detransmitir 2 gera/&o mais !ovem a heran/a espiritual dos profetas. Iartes dessaheran/a estavam contidas na liturgia e b7n/&os institu6das pelos escribas

    3 per6odo do segundo 8emplo foi, portanto, a era em que se lan/aram as funda/es dalei oral !udaica e a imagem do povo !udeu foi modelada para os s5culos vindouros. 3anonimato dos s0bios desse per6odo sugere que eles geralmente trabalharam em

    un6ssono, tendo por alvo chegar a concluses geralmente aceitas, com a aprova/&o dasuprema autoridade espiritual+ a prpria Nrande 9ssembl5ia ou Sin5drio, tamb5mconhecido como o >onselho dos Setenta 9nci&os.

    O4 CUGOT

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    Este per6odo (do segundo 8emplo) foi conhecido como a era dos Yugot (GparesH) ecorresponde ao per6odo do dom6nio grego em $srael (@@-*A a.E.>.) e 2 era da dinastiados asmoneus (*A-@' a.E.>.). Este foi um per6odo de conito com os gregossel7ucidas (cu!os decretos visavam combater a religi&o !udaica), de luta contrainu7ncias helen6sticas e v0rias seitas her5ticas que se revelaram ou se fortaleceramdurante o per6odo. 3 helenismo mesclou-se facilmente com as culturas e religiespersas e s6rias, mas por causa da nature%a da f5 dos membros da Nrande 9ssembl5ia,n&o pde chegar a uma s6ntese com a religi&o !udaica. 9s manifesta/es e1ternas da

    civili%a/&o grega atra6ram muitos !udeus, e havia constante press&o o4cial visando 2assimila/&o do povo da Oud5ia no mais vasto reino helen6stico. Em particular, forammembros das camadas mais prsperas da Oud5ia que tenderam a favorecer osincretismo religioso. Essa tend7ncia foi contrabalan/ada pelo surgimento de gruposreligiosos a que as fontes !udeu-gregas se referem como c!assidim(GpiedososH).

    3s l6deres espirituais dessa minoria eram os disc6pulos de forma/&o erudita e herdeirosdos membros da Nrande 9ssembl5ia. 3s governantes sel7ucidas e1erceram press&opol6tica crescente que alcan/ou o m01imo na promulga/&o dos primeiros )decretos deconverso* na histria !udaica, dirigidos contra a prpria e1ist7ncia da religi&o !udaica.Sendo assim, come/ou entre os !udeus um processo duplo. Muitos !udeus se recusarama transgredir a 8or0 em vista das brutais persegui/es. Era o conceito de )antes morrerdo ue pecar*. 9o mesmo tempo, as autoridades !udaicas e1pediram seus prpriosdecretos com vistas a desencora!ar a confraterni%a/&o entre !udeus e n&o-!udeus. Bemtodas essas regras severas foram prontamente aceitas pelo povo, mas com o correr do(empo eas se (ornaram par(eda haachah e da (radi0o cu(ura udaica.Esses tempos amargos tamb5m e1igiram atividade criativa e empenho legislativovisando a formular restri/es ra%o0veis 2 preste%a com que os crentes ardorosos sepropunham a sacri4car-se por sua religi&o. 9 ordena/&o que permite guerra defensivano Shabat 5 atribu6da, ao menos no livro dos Macabeus, a Matatias, fundadora dadinastia dos asmoneus e primeiro a rebelar-se contra os sel7ucidas. Qinalmente ela

    evoluiu para o preceito, apoiado pelo te1to b6blico, de que em tempos de guerra e crise5 permitido violar Shabat. Irinc6pios e regras foram acrescentados atrav5s dos s5culos,sempre que surgia a necessidade, em tempos conturbados.

    Esta rebeli&o levou $srael a se libertar de fato do dom6nio estrangeiro. Ior algum tempopareceu que os governantes hasmoneus (que, como membros de uma fam6lia desacerdotes, se tornavam automaticamente sumos sacerdotes) assumiriam o podere1ecutivo e pol6tico, enquanto os s0bios e seu tribunal de !usti/a (bet din) criaram osistema de governo interno, de acordo com os padres !0 estabelecidos. Mas esseestado de coisas n&o durou, dado que os soberanos hasmoneus, por for/a de ra%espol6ticas e outras, passaram a favorecer os sedoim (saduceus), e a na/&o foi,

    novamente sacudida por dissen/es. >om rela/&o aos saduceus, eles eram poucos em,nLmero, mas eerciam ampa in;u+ncia socia peo &a(o de en(re ees seincurem, mui(os sacerdo(es e homens ricos. "efendiam o conservadorismoreligioso, re!eitando a lei, oral, suas tradi/es e regras e apelando para o retorno 2observRncia e1clusiva da lei escrita. 9ssim como os2aratas, muitas gera/es depois,os saduceus foram obrigados a criar suaprpria tradi/&o oral para poderem observar satisfatoriamente a lei escrita. De!eitavamtamb5m v0rios princ6pios religiosos aceitos pelo povo !udeu 2 5poca+ cren3a naimortalidade daalma4 na recompensa no outro mundo e na ressurrei3o dos mortos. 3ssaduceus eram na verdade, uma seita inovadora. 9 maior parte da popula/&o, mesmoos que n&o tinham uma liga/&o especial com os chassidim, continuava no seutradicional caminho, guiados pelos s0bios de $srael, que outros cognominaram fariseus(Ierushim, que signi4ca Gseparados, separatistasH).

    3s governantes hasmoneus, que davam a si mesmos o t6tulo de monarca P contrariando-os chefes fariseus do Sin5drio P e se tornaram cada ve% mais envolvidos em atividade

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    pol6tica, foram atra6dos para a linha de pensamento dos saduceus. >omo consequ7nciadisso, a rela/&o entre os monarcas e os chefes do Sin5drio tornou-se conturbada e nostempos de 9le1andre $anai (Oaneu) a situa/&o degenerou em guerra aberta entre oschassidim e os mercen0rios de 9le1andre $anai, com interven/&o de fatoresestrangeiros. 9 suprema institui/&o espiritual, o Sin5drio, era che4ada por5ugot (paresde s0bios), um dos quais servia como6assi (presidente), enquanto o outro, seu vice,era o v et "in (chefe do tribunal). 9parentemente estes pares de s0biosrepresentavam duas escolas de pensamento legislativo. 9s atividades dos GparesH e a

    dissemina/&o sistem0tica da lei oral transformaram os grandes eruditos em l6deres dopovo, ainda quando a verdadeira autoridade pol6tica e o alto sacerdciopermanecessem em outras m&os.

    O4 TA-AIM

    Iodemos di%er que o per6odo dos 8anaim teve in6cio com illel e Shamai nos primeirosdias do reinado de erodes. "urou apro1imadamente de meados de * E.>. a E.>.9 palavra ana signi4ca aquele que estuda% repetindo e passando adiante o queaprendeu deseus mestres!#>ome/ou, ao que se acredita, com os acalorados debatesreligiosos e legais entre as escolas rab6nicas rivais de illel e Shamai, em Oerusal5m, ao4nal do s5culo $ a.E.> Besse per6odo a tradi/&o da lei oral desenvolveu-se numavariedade de leis precisamente formuladas, dispostas por seu tema ou associa/&o. Estafoi uma 5poca de tens&o e crises e1ternas e internas+ a destrui/&o do 8emplo pelosromanos em ' E.>. tornara urgente a necessidade da reconstru/&o de toda a estruturada vida religiosa, enquanto os minim (Gher5ticosH, especialmente os gnsticos) e asseitas crist&s deparavam uma grave amea/a 2 unidade religiosa interna, e o povo sofriapersegui/&o 2s m&os de opressores estrangeiros. Este per6odo distinguiu-se por novosm5todos de estudo e, do ponto de vista dos doutos modernos, marca a transi/&o parauma era mais completamente registrada pela crnica. Enquanto a erudi/&o pr5-tana6tica era coletiva e annima, com apenas uns poucos nomes sobressaindo ao

    consenso, travamos agora conhecimento com personalidades determinadas.Qoi nesse per6odo de individuali%a/&o que se criou o t6tulo de GrabinoH para essesestudioso que recebiam nomea/es o4ciais, enquanto outros que n&o recebiamsemic!a! (Gordena/&oH) continuavam a ser conhecidos apenas pelo nome. Essainova/&o levou a um aumento no nLmero dos doutos e 2 eleva/&o de seu status.illel e Shamai foram respons0veis por um novo fenmeno na vida !udaica P a evolu/&odas duas escolas que levaram seus nomes (beit 9illel e beit !amai). 9s disputashal0chicas entre elas prosseguiram por muitas gera/es at5 que 4nalmenteprevaleceram os pontos de vista da >asa de illel.

    illel era o nassi do Sin5drio. Ele nasceu numa prspera fam6lia da Kabilnia, mas foraestudar em Oerusal5m em condi/es de grande penLria, recusando aceitar a!uda4nanceira dos parentes. 8ornou-se nassi como resultado de inesperadosdesenvolvimentos e, apesar de sua alta posi/&o, nunca perdeu a simplicidade,mantendo-se pr1imo 2s camadas mais modestas. Suas m01imas breves e substanciosasreetem-lhe a generosidade, piedade e amor 2 humanidade >omo tem sido percebidopor muitos estudiosos, os ensinamentos 5ticos, as atitudes sociais e os tra/os depersonalidade de illel evidenciam uma semelhan/a muito grande com as de Teshua(Oesus), conforme elas s&o apresentadas nos evangelhos. Elas e1pressam muita ve%es asmesmas id5ias e valores e at5 empregam met0foras similares, ou, por ve%es, asprprias palavras usadas nos evangelhos. "eve-se observar, por5m, que n&o foi Teshua(Oesus) quem inuenciou o pensamento de illel, mas bem ao contr0rio, foi illel queminuenciou Teshua.>onv5m lembrar que illel viveu uma gera/&o antes de Teshua, vindo a falecer emTerushalaim (Oerusal5m) no ano * E.>., quando Teshua ainda era um menino de pouca

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    idade. Shamai por sua ve%, era conhecido por sua probidade e constRncia ao e1tremoem tudo o que fa%ia. Em contraste com illel, Shamai era irasc6vel e !ulgava a si mesmoe aos outros por padres r6gidos.

    3s disc6pulos de illel conquistaram o cora/&o dos s0bios e o cargo de nassi foie1ercido por descendentes da grei hillelita por mais de A anos, at5 que o Sin5driodei1ou de e1istir. 3s herdeiros de illel, aos quais era concedido o t6tulo honor64co deraban (Gnosso professorH), lideravam os eruditos e eram os verdadeiros chefes da

    na/&o. Ior 4m, registrou-se uma crise nas d5cadas que se seguiram 2 destrui/&o dosegundo 8emplo em ' E.>. >om $srael desmembrado e disperso, com seu centroreligioso e psicolgico em ru6nas, os s0bios sentiram uma grande necessidade dee1aminar criticamente e compilar as leis n&o escritas. 9 di4culdade que se apresentava,por5m, provinha do fato de que diversos cdigos das tradi/es orais estavam sendoensinados com o mesmo %elo nas escolas rab6nicas da Oud5ia. Um con!unto de leismuitas ve%es contradi%ia outros, suscitando debates e confus&o.3 grande 9kiva ben Tosef (Dabi 9kiva), provavelmente o mais s0bio de todos ostanaim,.voluntariou-se 2 tarefa pioneira de coligir, selecionar, criticar e, 4nalmente,organi%ar num cdigo racional a grande quantidade de tradi/es orais. Ele estabeleceuassim, a complicada base editorial para a Mishn0, obra que n&o teve a felicidade decompletar, pois morreu como m0rtir nas m&os dos romanos em *@ E.>. >omo a lei oralera transmitida de mestre a disc6pulo no correr dos s5culos por instru/&o oral, tornou-se evidente a necessidade de dispor e dar reda/&o 4nal 2 mat5ria, porque a vastaquantidade de mat5ria oral !0 n&o podia ser con4ada somente 2 memria por meio darepeti/&o e estudo intensivo.

    A MI48-F

    Bas gera/es mais antigas, quando a lei oral aderia mais estreitamente 2 lei escrita,esta Lltima servia, entre outras coisas, como instrumento para recordar ao estudioso a

    !alac!a!derivada de cada vers6culo. Este uso do te1to b6blico n&o apenas como baselegal e lgica da lei oral,

    >om o passar do tempo, numerosas 0reas da lei oral desenvolveram-se muito al5m dosvers6culos isolados que serviam para substanci0-las. Qoi necess0rio acrescentar muitospormenores em categorias mais gerais. 3correram muitas mudan/as e surgiram novostemas a requerer an0lise, com o que se aumentou o material de estudo b0sico.Zs ve%es era imperativo reformular ou modi4car decises.

    9s disputas com os saduceus levaram os s0bios fariseus a enfati%arem certos aspectosde !alac!a!. 3 fato de um nLmero crescente de estrangeiros terem-se tornado ativos

    em v0rias esferas de vida na comunidade !udaica tamb5m suscitou a necessidade denovos regulamentos. 9s rela/es pol6ticas e religiosas com os samaritanos eraminst0veis, e em consequ7ncia a atitude hal0chica para essa seita passou pormodi4ca/es. 9 vasta quantidade desse material, acumulado por v0rias gera/es,come/ou a constituir um problema numa 5poca em que as institui/es religiosas e!ur6dicas !udaicas mantinham certa hierarquia e empregavam m5todos uniformes deordena/&o legislativa, sendo todas as mat5rias em disputa submetidas ao NrandeSin5drio no 8emplo para !ulgamento inequ6voco.

    Bos dias de illel e Shamai, quando se reconheceu o4cialmente a e1ist7ncia de duas

    escolas diferentes de pensamento. 9 ouve uma e1pans&o na educa/&o !udaica, issoaumentou o numero de professores e ouve um inu1o nas escolas principais, por vistade pequenas academias que iam se estalando organi%ando as suas prpriasinterpreta/es,

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    En*uan(o os s%"ios es(iveram reunidos e a o"ra principa de ensino erareai2ada por um s 'rupo de homens, a uni&ormidade de (radi0o es(evepreservada# Mas aproi&era0o de pro&essores e o es(a"eecimen(o de escoasseparadas criaram, em"orano in(encionamen(e, uma variedade de &ormas emB(odos de epresso. >ada mestre tinha seu prprio m5todo e enunciava as leisorais a sua prpria maneira. Zs ve%es as diferen/as eram meramente de forma, mastamb5m havia diverg7ncias vitalmente signi4cativas, tanto deliberadas comoinconscientes.

    uando os s0bios se encontravam, !0 n&o se registrava uma Lnica tradi/&o cristali%adae uniforme agora eram obrigados a comparar certo nLmero de tradi/es P as de seusprprios mestres e as de outros doutos. 3 estudante era obrigado a familiari%ar-se coma obra de outros eruditos sobre o mesmo assunto, ou com outras tradi/es relevantes.

    "essa forma, os estudantes eram for/ados a memori%ar vastas quantidades de materialpor causa da constante #8udo isso parece ter inspiradoos estudiosos a estruturar e classi4car os assuntos, visando a organi%ar e ordenar oestudo. Qoi neste momento que surgiu Dabi 9kiva para dar in6cio ao trabalho decompila/&o da Mishn0. Ele estudara numerosos assuntos desorgani%ados e classi4cara-os em categorias distintas. 9ps seu mart6rio, um de seus disc6pulos, Dabi Meir,continuou a obra de codi4ca/&o, mas n&o conseguiu dar-lhe uma conclus&o satisfatria.>oube ao patriarca da Oud5ia, Tehud0 aBassi, completar o trabalho da Mishn0 edeclar0-la canonicamente encerrada por volta do ano E. ># dai sur'iu a &amosaMishn%,a compila/&o de tradi/es orais deis de Moshe ao s5culo presente em que foiterminada, levando em conta inLmeras informa/es que com o tempo foram absorvida,no compendie da Mishn0 encontra-se tano interpreta/es de te1to e instru/es de comoaplicar determinados mandamento que a torah oral n&o e1plica, como mandamentosrab6nicos que foram preceitos adaptados em um tempo onde n&o se havia templo ent&ocom a aus7ncia do culto sacri4cial foi-se elaborado todo um possesso ritual6sticoadaptado para nova era.

    3 mestre religioso que primeiro estabeleceu o plano b0sico para a Mishn0 foi illel. Elearrumou todas as leis orais em seis divises, sendo futuramente seguido por Dabi 9kivae Dabi Meir. Bem mesmo Tehud0 aBassi dei1ou de lado o esquema iniciado comillel. >om base na tradi/&o assim como nas concluses de modernos estudos, foi illelquem recolheu e e1aminou de maneira cr6tica todas as leis n&o escritas, de memori%0-las com a maior 4delidade, e depois transmitir esse conhecimento, n&o de formaescrita, mas oralmente a seus disc6pulos.

    3 principal feito de Dabi Tehud0 foi sumariar a lei oral e concentr0-la em uma estruturaconcisa, clara e precisamente formulada. >ome/ou coletando material universalmente

    aceito e esclarecendo sua formula/&o.Muitas !alac!ot antigas e mis!naiot foram introdu%idas na nova compila/&o em suaforma original, 2s ve%es acompanhadas de uma e1plica/&o posterior e 2s ve%esinalteradas, 4cando intacto o dialeto antigo.

    9ps sua morte, s se 4%eram pequenas modi4ca/es e acr5scimos ao corpo organi%adode mis!naiot, 4cando seu pro!eto praticamente inalterado. Ele conseguiu completar amishn0 e deu-lhe sua forma e car0ter permanentes, encerrando assim o per6odo dostanaim. Iositivamente, a mishn0 n&o 5 um cdigo legal no sentido moderadamenteaceito. B&o 5 um cdigo em que cada senten/a, cada cl0usula, cada palavra e mesmo

    cada v6rgula de uma determinada lei tenha validade total. Ela n&o se destinava a servirde instrumento dogm0tico e sim e16vel, de !urisprud7ncia e1tra-b6blica. Suas leisprovinham de opinies rab6nicas que em muitos casos eram divergentes, mas n&oobrigatrias. 3nde n&o havia discrdia acerca de uma lei espec64ca entre asautoridades, ela era e1posta de forma simples e 4rme. 3nde houvesse, por5m, discrdiaentre os s0bios, a opini&o de qualquer um deles era sopesada com igual isen/&o diante

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    das opinies dos demais. Uma das regras !ur6dicas estabelecidas pela /is!n' , apropsito do mais ilustre s0bio rab6nico de sua gera/&o, 9kiva ben Tosef, era va%adanos seguintes termos+ ) opinio de iva 0 semprepreferida uando em con;ito com ade um outro erudito4 mas no uando ela se op

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    livro de >antares+ Sessenta rainhas P s&o os sessenta tratados da Mishn0 oitentaconcubinas P as tosseftot um semn3mero de virens P as halachot* (>t. ;+C).

    Bos s5culos seguintes (- E.>), a terceira era rab6nica foi estabelecida e oss0bios eram conhecidos como amoraim que signi4ca

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    herdeiro de Samuel foi o Dabi Tehud0, que tamb5m estudara com Dav e que transferiua academia de -ehardea para um"edi(a, onde ela permaneceu.

    avia eruditos que tra%iam resumos dos estudos da terra de $srael (Oerusal5m) para aKabilnia, e esse contato renovado inspirou dois s0bios que eram considerados ospilares centrais do estudo babilnio, 9ba\7 e Dava. 9 produ/&o intelectual de ambosera t&o grande em quantidade e t&o profunda em qualidade que eruditos de gera/esseguintes empenharam-se na elabora/&o das teorias desses s0bios e em delas derivar

    concluses. Mais tarde se reconheceu que a era de 9ba\7 e Dav a constituiu ummomento decisivo no estudo da 8or0. Ba se1ta gera/&o de amoraim babilnios, emergiuoutra personalidade marcante, o Ra"i Ashi, chefe da academia de Sura, que criou umgrande centro de estudo da 8or0. Era um homem e1tremamente rico que mantinhaestreitos la/os com as autoridades persas e era oJ6der pol6tico da comunidade !udaica da Kabilnia, go%ando de autoridade maior que ado prprio e1ilarca (l6der heredit0rio dos !udeus na Kabilnia).

    " 4abi *shi#oi impelido a empreender a tare#a de rediir o +almud babil5niopor temer que% desoranizada como se achava% a vasta massa de matria oralcorresse% com o correr dos anos% o risco de merulhar no esquecimento."urante os muito anos (quase ;) em que serviu como chefe da academia, dedicou-seao pro!eto de construir uma estrutura para o 8almud babilnio. Era uma tarefagigantesca, de escopo maior do que a compila/&o da/is!n' e que requeria m5todosinteiramente novos de organi%a/&o e editora/&o.

    Dabi 9shi iniciou a organi%a/&o e compila/&o do material legal 3halacha) e histrico38a'ad%7, que passaram a constituir a Gemar% (do aramaico P Gt5rminoH) do 8almudbabilnio. A .uemar, B o comen(%rio ra"nico do cdi'o da Mishn,#9 grandevariedade de discusses rab6nicas e de opinies registradas na Nuemar0 demonstra aconstante e incans0vel busca de uma compreens&o das coisas, que caracteri%ava a

    mentalidade talmLdica. 3 prprio Dabi 9shi n&o 5 mencionado no 8almud t&ofrequentemente como outros s0bios, mas a grande quantidade de material citadoanonimamente tem seu cunho individual.

    8amanha tarefa n&o poderia ser completada em uma Lnica gera/&o, 5 claro, por issodepois que ele terminou o trabalho b0sico, a obra foi continuada por seu sucessor, odisc6pulo e colega Davina.Esses dois eruditos s&o considerados os )>ltimos mestres*, encerrando o per6odoamora6ta. "epois deles, disc6pulos do Dabi 9shi e os que com eles vieram mais tardeestudar, continuaram a tarefa de redigir o 8almud babilnio e a obra 4nal cont5m osnomes de v0rios s0bios que viveram um s5culo depois do Dabi 9shi. Ior cerca de *

    anos depois disso, eruditos estudaram o 8almud, introdu%indo lhe pequenas emendas eacr5scimos. Esse grupo, conhecido como savoraim 3eposi(ores7, deu 2 obra suaforma 4nal. Ba maioria dos casos, somente seus nomes s&o registrados e muito poucose sabe de suas personalidades e feitos. B&o se cita um Lnico douto como tendoo4cialmente completado a reda/&o e editora/&o do 8almud (como 5 o caso da /is!n'),por isso di%-se+ )? almud nunca foi completado*.

    O4 AMORAIM EM I4RAEL

    Se bem que a morte do Dabino Tehud0 aBassi marcasse o 4m do per6odo mishnaico, o

    estudo da Mishn0 prosseguiu por mais uma gera/&o, preenchendo o espa/o entre ostanaim e os amoraim, tanto do ponto de vista histrico como intelectual.

    3 Ra"i ehud% indicara para suced+.o na presid+ncia seu /ho mais veho,Ra"an Gamaie Nem Ra"i, renomado por suas qualidades morais, mas que

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    certamente n&o era considerado como o erudito preeminente de sua 5poca. Um dosdisc6pulos favoritos do Dabino Tehud0 aBassi, o Ra"i hanina, &oi nomeado che&eda academia. 9 partir desse momento, a presid7ncia do Sin5drio, apesar de postoprestigioso e de grande signi4ca/&o pol6tica, passou a ser geralmente consideradacomo sem importRncia do ponto de vista da erudi/&o. 3 per6odo em que o 8almudoresceu em $srael associa-se ao nome de um homem, a encarna/&o do estudo naIalestina, Dabi Tohanan (conhecido por Kar Bapacha P G4lho do ferreiroH). Ele, queviveu at5 uma idade vener0vel, conheceu na mocidade o Dabi Tehud0 aBassi e foi um

    dos mais !ovens de seus disc6pulos, mas estudou principalmente com Dabi Tanai e DabiE%equias.

    >omo os disc6pulos de Dabi Tohanan eram todos grandes eruditos e tinham sidoencora!ados a se enga!arem em atividade criadora independente, n&o ocorreu crisesLbita aps sua morte. Eles continuaram seu trabalho magistral, e se bem que aacademia de 8iber6ades !0 n&o fosse a estrela guia dos doutos, continuavam a chegarestudantes da Kabilnia. 3 mais famoso foi o s0bio babilnio Dabi Oeremias, cu!om5todo peculiar e agudo de questionamento, destinado a esclarecer as questes maisduvidosas da halach0, 2s ve%es encoleri%asse seus professores palestinos, por n&oestarem acostumados a esse tipo de discuss&o.

    Bo s5culo $], processos pol6ticos rec5m-surgidos come/aram a e1ercer forte press&osobre os !udeus de $srael, acabando por causar-lhes empobrecimento material eespiritual. 9 autoridade central de Doma estava corro6da desde a queda dos LltimosSeveros, e as guerras entre os diversos pretendentes ao trono geraram consider0veltens&o, aumentaram a carga de impostos, e subsequentemente enfraqueceram asfunda/es econmicas de todo o imp5rio. 9 comunidade !udaica de $srael, que !0sofrera em consequ7ncia de v0rias revoltas, era particularmente vulner0vel, dado que amaioria dos !udeus era de agricultores e n&o podiam, portanto, ocultar sua renda dasautoridades.

    9 persegui/&o aos !udeus que ent&o se seguiu afetou gravemente a comunidadeisraelense, do que resultou uma onda de emigra/&o. 3s !udeus partiram para Doma,pa6ses europeus ou para Kabilnia. 9s academias de $srael viram-se for/adas a redu%irsuas dimenses e o nLmero de estudantes diminuiu. Ba quarta gera/&o de amoraim,notava-se que, em consequ7ncia da persegui/&o e situa/&o econmica, o povo estavamenos interessado no estudo de halach0 e preferia agad0.

    9 situa/&o era t&o grave que os eruditos israelenses se viram for/ados a apressar otrabalho de editora/&o e codi4ca/&o da lei oral. >riaram uma obra, correspondente ao8almud da Kabilnia, conhecida como 8almud de Oerusal5m. B&o foi composta em

    Oerusal5m (que h0 esse tempo era uma cidade pag& conhecida comoAeia api(oina,2 qual os !udeus tinham o acesso proibido), mas com o correr dos anos o nomeOerusal5m tornara-se sinnimo de Ialestina como um todo. A o"ra parece (er sidocompe(ada em Ti"erades e (am"Bm, em par(e, em esarBia. E1istem certasdiferen/as entre os dois 8almudes, embora o material e os m5todos de estudos fossemos mesmos. 3 8almud de Oerusal5m discute em e1tenso diversos temas que s&o quasecompletamente ignorados pela obra babilnia. Ior outro lado o 8almud de Oerusal5mcont5m muito pouca agad0. 9 reda/&o do 8almud babilnio foi reali%ada com grandeprud7ncia e meticulosidade, e gera/&o aps gera/&o corrigiu numerosos pormenores,enquanto o 8almud de Oerusal5m nunca foi adequadamente editorado. 3 material foi

    compilado imprecisamente e 2s pressas, uma das ra%es de ele ter sido por tanto tempoconsiderado como uma esp5cie de ap7ndice, um meio-irm&o do 8almud babilnio.

    G ? importante ressaltar que s e1iste uma mishn0 que foi compilada em $srael iniciapor Dab 9kiva, dando continuidade o Dab Meir e 4nali%ando com Tehud0 aBassi,4cando pronta no segundo s5culo d.>, a Nuemar0 que foi feita s5culos depois era o

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    coment0rio sobre a mishn0, porque a e1ist7ncia de dois talmud= simples porque umaNuemar0 ou se!a coment0rio da mishn0 foi feito em Oerusal5m, e a outra Nuemar0 foifeita na babilnia onde tinha uma escola com muito mas recurso do que Oerusal5m, issoresultou em dois talmud, o 8almud de Oerusal5m e o talmud bavili ( talmud babilnico) omas famoso e utili%ado 5 o talmud bavili ele 5 muito maior do que o de Oerusal5m ofoi compilado com muito mas recurso#H.

    O TALMUD NANIL-IO

    3 8almud n&o 5 uma obra completa em si mesma e deveria ser considerado como umaesp5cie de es"o0o resumido dos de"a(es dos s%"ios. Nrande parte do atrativo do8almud e das di4culdades em compreend7-lo, resulta de sua forma especial e singularde registrar discursos e debates, e conter n&o apenas concluses mas tamb5m assolu/es alternativas propostas e re!eitadas.Embora tenha havido diversas mudan/as na estrutura das academias babilnias atrav5sdas gera/es, o formato b0sico permaneceu mais ou menos inalterado. 3 estudo eensino da lei oral n&o eram praticados dentro de uma estrutura Lnica, mas antes sobv0rias formas. "o s5culo $$ ao ] da era comum, o papel preponderante dos s0bios era ainterpreta/&o da Mishn0. >uriosamente, ao contr0rio do que se observou durante oper6odo dos 8ana6tas, o principal centro de erudi/&o passou a se situar na Kabilniadevido ao enfraquecimento pol6tico na Ialestina, que ocorreu aps a morte do rabinoTehud0 aBassi. Bas cidades de Sura, Behardea e Iumbedita estabeleceram-se ent&oimportantes academias de estudo. "esta 5poca, est&o registrados no 8almud osinLmeros debates entre os s0bios de cada gera/&o dos 9mora6tas babilnicos. "estesdebates emerge uma nova metodologia de estudo da Mishn0, atrav5s da introdu/&o dematerial de fontes diferentes, n&o incluindo originalmente na Mishn0 em discuss&o.9trav5s de uma an0lise mais profunda do te1to da Mishn0, procura-se confrontar econciliar todas estas fontes entre si, enfocando-o sob v0rios e novos Rngulos deinterpreta/&o. 9 partir destes debates, portanto, abria-se o caminho para uma nova

    forma de erudi/&o, n&o mais voltada ao conteLdo te1tual de uma Mishn0 escrita ede4nitiva. 9gora, esta obra compilada pelos 8ana6tas passa a ser um ponto de partidapara discuss&o, an0lise e pesquisa. Ba se1ta gera/&o dos 9mora6tas babilnicos, Dav9shi iniciou a organi%a/&o e compila/&o do material legal (alach0) resultante destesdebates, bem como do histrico (9gad0), que passaram a constituir a Guemar% do8almud Kabilnico. Este trabalho gigantesco prosseguiu com seu sucessor, Davina, epelos Savora6tas (e1positores) que nos dois s5culos seguintes deram 2 obra um car0terde4nitivo (e1atamente no ano E.>). Entretanto, ao contr0rio da Mishn0, cu!a4nali%a/&o se deve ao rabino Tehud0 aBassi, nenhum erudito foi dado como o redator4nal da Nuemar0. Ior isso di%-se que o , implicandoque nunca, nas gera/es subsequentes, o estudo do 8almud dei1ou de se desenvolver.

    4E6E4789I*S :I:;I".4ada capitulo possui o seu prprio nome,

    Desumindo o 8almud esta dividido em seis ordem e cada uma delas tem os seustratados que recebem a sua nomenclatura da mesma forma que a Iarash0 pela apalavra mas importante no primeiro verso, e os seus cap6tulos por suas ve% tamb5mpossui nomes 5 preciso conhecer o corpo as vertebras do talmude para se acha aquilo

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    que se busca nele. Essa e1plica/&o 5 super4cial s para termos a consci7ncia de comose procede,

    9 escrita do 8almud 5 em hebraico porem a uma diferen/a de um te1to para outroporque um alfabeto da gemara esta diferente da Mishn0 porque o alfabeto usado naMishn0 5 chamado de alfabeto de Dashi que 5 a caligra4a que ele utili%ava, ou agemara foi escrita com uma caligra4a Dashi que foi um grande s0bio da idade media.

    ]amos observar uma pagina do 8almud a seguida teceremos coment0rios sobre amesma.

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    Essa pagina do Talmud bavili (Talmud babilnico) tratado de Berachot, no centro da pagina

    est a Mishina e ainda no centro abaixo da metade est a guemara que aprendemos que a

    exegese da Mishina, ao redor da mishina est na parte interna est o comentrio do !amoso RabiShlomo Yitzhakique conhecido com o acrnimo Rash e na margem externa do comentrio de Rash est o Tosafot

    que so comentrios medievas sobre o talmud.

    A palavra Tosafot significa literalmente !adies) uma questo de disputa entre os estudiosos modernos" logo ap#s

    a morte de Rashi come$ou um per%odo chamado tosafot