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    DELEGADO DE POLCIA CIVIL 2015Direito Processual Penal

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    ATOS E PRAZOS PROCESSUAIS

    1. Distribuio, autuao e registro

    Distribuio:sempre que houver diversos rgos concorrentes em matria de competncia ou

    atribuies, ou melhor, vrios juzes ou cartrios com igual competncia, numa mesma comarca, haver

    necessidade de distribuir os feitos entre eles na sua entrada em juzo. Segundo o artigo 252 do CPC, a

    distribuio se far de forma alternada, obedecendo a rigorosa igualdade. Assim, se vrias so as varas

    igualmente competentes, s aps a distribuio que o juiz estar em condies de proferir o despacho

    da inicial.

    Autuao:o processo se inicia com a provocao do autor por meio da petio inicial. Depois de

    despachada pelo juiz, a petio vai para o escrivo que promover o primeiro ato de documentao do

    processo, qual seja, a autuao. Consiste este ato em colocar uma capa sobre a petio, na qual ser

    lavrado um termo que deve conter o juzo, a natureza do feito, o nmero de seu registro nos assentos do

    cartrio, os nomes das partes e a data do seu incio (art. 166 do CPC). Dessa autuao surge um volume

    ao qual sero acrescentadas todas as peties e documentos relacionados com a causa. Sempre que o

    volume se tornar muito grande, outros sero abertos, com novas autuaes.

    Registro:o registro feito mediante lanamento dos dados necessrios identificao do feito

    em livro prprio do cartrio. Consiste no primeiro ato que o escrivo pratica, logo aps a autuao da

    petio inicial. Tambm nas secretarias dos Tribunais, quando o processo sobe em grau de recurso, h

    novo registro (cf. art. 547 do CPC). Por meio do registro, o cartrio ou a secretaria estaro sempre

    documentados para certificar a existncia ou no de processo sobre determinado litgio.

    Quanto ao registro e distribuio, vale lembra o disposto no artigo 251 do CPC: Todos os

    processos esto sujeitos a registro, devendo ser distribudos onde houver mais de um juiz ou mais de umescrivo.

    2. Protocolo

    As peties e os documentos, antes de ingressarem no processo, devem ser protocolizadas

    perante o setor competente, adquirindo um nmero de registro e constando a data e horrio em que se

    deu o seu protocolo. Dispe o artigo 547 do CPC que:

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    Art. 547. Os autos remetidos ao tribunal sero registrados no protocolo no dia de sua entrada,

    cabendo secretaria verificar-lhes a numerao das folhas e orden-los para distribuio.

    Pargrafo nico. Os servios de protocolo podero, a critrio do tribunal, ser descentralizados,

    mediante delegao a ofcios de justia de primeiro grau.

    3. Petio inicial

    No Processo Penal, a petio inicial, no Processo de Conhecimento ou Cognio, possui o nome

    de DENNCIA ou de QUEIXA-CRIME, dependendo se o crime de ao penal de iniciativa pblica ou

    privada.

    Nos termos do artigo 41 do Cdigo de Processo Penal, so REQUISITOS DA DENNCIA OU DAQUEIXA-CRIME:

    I) A exposio (descrio) do fato criminoso, com todas as suas circunstncias: o

    fundamento deste requisito de que o ru ir defender-se dos fatos a ele imputados. A omisso de

    qualquer circunstncia no invalidar a queixa ou a denncia, podendo ser suprida at a sentena,

    conforme o artigo 569 do CPP. Contudo, relevante uma descrio pormenorizada dos fatos imputados

    ao ru, de forma a viabilizar o contraditrio e a ampla defesa. Da mesma forma, caso sejam vrios os

    acusados, importante a individualizao das condutas. Quando a denncia no atende esses requisitos,

    falamos em denncia inepta, a qual no pode ser recebida pelo juiz (art. 395, I, do CPP). Caso ela seja

    recebida, poder acontecer o trancamentoda ao penal atravs de um habeas corpus.

    II) A qualificao do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identific-lo: aqui o

    representante do Ministrio Pblico ou o ofendido ir individualizar o acusado, ou seja, identific-lo. Porm,

    ser admitido que sejam fornecidos dados fsicos, traos caractersticos ou outras informaes, caso no

    seja possvel obter a identidade do acusado. A correta qualificao do acusado poder ser feita ou

    retificada a qualquer tempo, sem que isso retarde o andamento da ao penal (art. 259 do CPP).

    III) A classificao do crime: a denncia deve conter a correta classificao jurdica do fato

    (capitulao legal). Contudo, tal requisito no essencial, pois no vincular o juiz, que poder dar ao fato

    definio jurdica diversa, aplicando o instituto da emendatio libelli(art. 383 do CPP);

    IV) Rol de testemunhas (quando houver): o representante do Ministrio Pblico (ou o querelante)

    dever arrolar as testemunhas na denncia (ou na queixa, em se tratando de crime de ao penal

    privada), sob pena de precluso.

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    Alm dos requisitos do artigo 41 do CPP, h tambm a formalidade apontada no artigo 44 do CPP,

    que servir, apenas, para a queixa-crime.

    Art. 44. A queixa poder ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar doinstrumento do mandato o nome do querelante e a meno do fato criminoso, salvo quando taisesclarecimentos dependerem de diligncias que devem ser previamente requeridas no juzo criminal.

    Tambm ser necessrio, para o recebimento da inicial acusatria, que o juiz verifique a presena

    das condies da ao (condies ou requisitos para o regular exerccio do direito de ao) e dos

    pressupostos processuais.

    No Processo Penal, so condies da ao:

    Condies genricas da ao: possibilidade jurdica do pedido (diz respeito tipicidade do

    fato; o pedido deve encontrar proteo no direito positivo, deve haver previso legal de que a conduta

    configura infrao penal, sendo prevista, para a mesma, uma pena aplicvel); legitimidade para agir

    (refere-se titularidade da ao, pois s o titular do direito alegado poderia intent-la; no Processo Penal,

    a regra a aopenal pblica,na qual o direito de ao entregue ao Ministrio Pblico; contudo, em

    carter excepcional, h a ao penal privada, na qual o direito de ao exercido pelo ofendido); e o

    interesse de agir (no Processo Penal, enquanto houver direito de punir, haver interesse em agir, j que

    no h outra forma de aplicao da pena seno atravs do regular processo). H ainda necessidade da

    justa causa, que configura o suporte ou lastro probatrio mnimo, de onde se possa extrair a prova da

    existncia do crime e os indcios suficientes de autoria.

    Condies especficas de procedibilidade: nas infraes de ao penal pblica condicionada,

    ser necessria a manifestao da vtima, atravs da representao (nas aes condicionadas

    representao) ou da requisio do Ministro da Justia, nos casos em que a lei a exigir.

    Pressupostos processuais: O juiz obrigado a apreciar, antes de examinar o mrito da questo,as condies que legitimam e justificam o processo, que so os chamados pressupostos processuais. So

    pressupostos subjetivosestar o rgo investido de jurisdio, competncia e legitimidade ad processum.

    So pressupostos objetivos: a ausncia de litispendncia ou de coisa julgada, a citao vlida e que a

    petio inicial esteja apta para o recebimento (no haja inpcia da inicial).

    4. Numerao e rubrica das folhas nos autos

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    O escrivo numerar e rubricar todas as folhas dos autos, procedendo da mesma forma quanto

    aos suplementares. No entanto, facultado s partes, aos advogados, aos rgos do Ministrio Pblico,

    aos peritos e s testemunhas, rubricar as folhas correspondentes aos atos em que intervieram.

    Nesse sentido, importante a leitura dos artigos 166 e 167 do CPC:

    Art. 166. Ao receber a petio inicial de qualquer processo, o escrivo a autuar, mencionando ojuzo, a natureza do feito, o nmero de seu registro, os nomes das partes e a data do seu incio; eproceder do mesmo modo quanto aos volumes que se forem formando.

    Art. 167. O escrivo numerar e rubricar todas as folhas dos autos, procedendo da mesma formaquanto aos suplementares.Pargrafo nico. s partes, aos advogados, aos rgos do Ministrio Pblico, aos peritos e stestemunhas facultado rubricar as folhas correspondentes aos atos em que intervieram.

    5. Guarda, conservao e restaurao dos autos

    A guarda, conservao e restaurao dos autos consistem em deveres impostos ao escrivo, que

    deve zelar pelas coisas que lhe so entregues, devendo comunicar imediatamente ao juiz o

    desaparecimento dos autos que estavam sob sua responsabilidade, providenciando o que for necessrio

    para sua eventual restaurao (ver art. 141, IV, do CPC).

    6. Exame em cartrio, manifestao e vista. Retirada dos autos pelo advogado

    Regra geral, o escrivo no deve permitir a retirada dos autos de cartrio, conforme dispe o artigo

    798, caput, do CPP:

    Art. 798. Todos os prazos correro em cartrio e sero contnuos e peremptrios, no seinterrompendo por frias, domingo ou dia feriado.

    Porm, o artigo 7, XV e XVI, do Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei no8.906/94), bem como o

    artigo 40 do CPC, autorizam a consulta dos autos pelo advogado inclusive fora de cartrio, em

    determinados casos. Vejamos:

    Art. 40. O advogado tem direito de:I examinar, em cartrio de justia e secretaria de tribunal, autos de qualquer processo, salvo odisposto no art. 155;II requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo pelo prazo de 5 (cinco) dias;III retirar os autos do cartrio ou secretaria, pelo prazo legal, sempre que Ihe competir falar nelespor determinao do juiz, nos casos previstos em lei. 1 Ao receber os autos, o advogado assinar carga no livro competente. 2 Sendo comum s partes o prazo, s em conjunto ou mediante prvio ajuste por petio nosautos, podero os seus procuradores retirar os autos, ressalvada a obteno de cpias para a qualcada procurador poder retir-los pelo prazo de 1 (uma) hora independentemente de ajuste.(Redao

    dada pela Lei n 11.969, de 2009)

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11969.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11969.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11969.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11969.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11969.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11969.htm
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    Art. 141. Incumbe ao escrivo:

    (...)IVter, sob sua guarda e responsabilidade, os autos, no permitindo que saiam de cartrio, exceto:a)quando tenham de subir concluso do juiz;b)com vista aos procuradores, ao Ministrio Pblico ou Fazenda Pblica;c)quando devam ser remetidos ao contador ou ao partidor;d)quando, modificando-se a competncia, forem transferidos a outro juzo.

    Art. 7 So direitos do advogado:(...)XV ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartrio ou narepartio competente, ou retir-los pelos prazos legais;XVI retirar autos de processos findos, mesmo sem procurao, pelo prazo de dez dias.

    Assim, em regra, o advogado tem vista dos autos em cartrio, conforme indicam ainda os artigos

    135, 3o, 515, 798 e 803, todos do CPP.

    Art. 803. Salvo nos casos expressos em lei, proibida a retirada de autos do cartrio, ainda que emconfiana, sob pena de responsabilidade do escrivo.

    7. Carga, baixa, concluso, recebimento, remessa, assentada, juntada e publicao

    Carga:ocorre quando o advogado ou o Ministrio Pblico retira os autos para anlise fora de

    cartrio. A carga deve ser registrada no livro competente, onde o advogado declinar seu endereo,

    telefone, nome completo e nmero de inscrio na ordem, bem como o dia da sada e da devoluo dos

    autos (art. 40, 1, CPC).

    Baixa:quando da devoluo dos autos ao cartrio competente, ser procedida a baixa no livro de

    carga. A baixa dos autos consiste tambm no momento de volta dos autos ao juzo originrio aps

    interposio do ltimo recurso (art. 510 do CPC). Durante a fase de inqurito, na devoluo dos autos de

    inqurito delegacia de polcia para a continuidade da investigao.

    Juntada e concluso:ocorre a juntada quando o escrivo certifica o ingresso de uma petio ou

    documento nos autos. J a concluso o ato que certifica o encaminhamento dos autos ao juiz, para

    alguma deliberao (art. 168 do CPC). Importante ressaltar que, no processo penal, os prazos jamais so

    contados a partir da juntada, mas sim da efetiva citao, intimao ou notificao (art. 798, 5o, do CPP).

    Recebimento: o ato que documenta o momento em que os autos voltaram a cartrio aps uma

    vista ou concluso.

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    Remessa:sada dos autos de cartrio e o envio deles ao juiz da causa, ao advogado, ou a outro

    grau de jurisdio.

    Assentada: o termo de comparecimento das testemunhas em juzo (art. 416, 2, do CPC).

    Publicao:para que o processo atinja a sua finalidade, que o provimento jurisdicional que ir

    solucionar o litgio, so praticados uma srie de atos processuais, que devem ser documentados e

    comunicados s partes. Esta comunicao feita, entre outras formas, por meio da publicao de tais atos

    no rgo oficial. Contudo, devemos ter ateno! Quando falamos em publicao da sentena no processo

    penal, podemos estar nos referindo publicao da sentena no rgo de imprensa oficial, mas tambm

    ao momento em que o conhecimento da sentena deixa de estar restrito ao seu prolator, no caso, lgico, o

    juiz. Isto , o instante em que a mesma ganha publicidade, que a ocasio em que a sentena entregueao escrivo para juntada aos autos (art. 389 do CPP).

    Art. 389. A sentena ser publicada em mo do escrivo, que lavrar nos autos o respectivo termo,registrando-a em livro especialmente destinado a esse fim.

    8. Lavratura de autos e certides em geral

    Dentre as funes do escrivo, est a de emitir certido de qualquer ato ou termo do processo,

    ressalvado aqueles que correm em segredo de justia, independente de despacho do juiz, bem como

    redigir os atos que pertencem ao seu ofcio, conforme artigo 141 do CPC.

    Art. 141. Incumbe ao escrivo:I redigir, em forma legal, os ofcios, mandados, cartas precatrias e mais atos que pertencem ao seuofcio;II executar as ordens judiciais, promovendo citaes e intimaes, bem como praticando todos osdemais atos, que Ihe forem atribudos pelas normas de organizao judiciria;III comparecer s audincias, ou, no podendo faz-lo, designar para substitu-lo escreventejuramentado, de preferncia datilgrafo ou taqugrafo;IVter, sob sua guarda e responsabilidade, os autos, no permitindo que saiam de cartrio, exceto:a) quando tenham de subir concluso do juiz;b) com vista aos procuradores, ao Ministrio Pblico ou Fazenda Pblica;

    c) quando devam ser remetidos ao contador ou ao partidor;d) quando, modificando-se a competncia, forem transferidos a outro juzo;V dar, independentemente de despacho, certido de qualquer ato ou termo do processo, observadoo disposto no art. 155.

    Art. 142. No impedimento do escrivo, o juiz convocar-lhe- o substituto, e, no o havendo, nomearpessoa idnea para o ato.

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    9. Traslado

    Nome dado cpia das peties, documentos e provas de um processo transferidos para outro

    processo ou recurso interposto perante grau de jurisdio superior. Exemplo: Nose conhece do recurso,

    por falta de trasladodas peas obrigatrias a regular formao do instrumento,nos casos exigidos em lei.

    10. Contestao

    No Processo Penal no h contestao. O nome da pea de defesa Defesa ou Reposta

    Preliminarou Resposta Acusao,a qual dever ser apresentada no prazo de 10 (dez) dias (art. 396

    do CPP). Importante ressaltar que a no apresentao da referida resposta, no Processo Penal, no

    importa em revelia, uma vez que o juiz nomear defensor pblico ou dativo para apresent-la.

    11. Termos processuais criminais e autos: conceitos, contedo, forma e tipos

    No Processo Penal, tanto quanto no Processo Civil, a expresso termopode caracterizar:

    a) A documentao lavrada por serventurio da Justia, ou ainda por agentes policiais, de forma a

    documentar atos praticados oralmente, como se pode perceber, por exemplo, do contedo dos artigos 39

    e 578 do CPP, entre outros:Art. 39. O direito de representao poder ser exercido, pessoalmente ou por procurador compoderes especiais, mediante declarao, escrita ou oral, feita ao juiz, ao rgo do Ministrio Pblico,ou autoridade policial. 1 A representao feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada doofendido, de seu representante legal ou procurador, ser reduzida a termo, perante o juiz ouautoridade policial, presente o rgo do Ministrio Pblico, quando a este houver sido dirigida.

    Art. 578. O recurso ser interposto por petio ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente oupor seu representante.

    b) A palavra termo tambm pode caracterizar os limites de tempo na contagem de prazos

    processuais. Assim, quando queremos nos referir ao incio do prazo falamos em termo a quo, e para o

    final do prazo, termo ad quem.

    Em alguns casos particulares, a terminologia processual utiliza, em vez de termo, outros vocbulos

    que tm o mesmo significado, como auto. Assim que auto o termo que documenta atos praticados pelo

    juiz, auxiliares da Justia e partes, fora dos auditrios e cartrios.

    c) Destaque-se, ainda, a situao caracterstica do Processo Penal, onde pode haver uma fase pr-

    processual, de natureza administrativa, na qual provasso colhidas pelo Delegado de Polcia em um

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    procedimento inquisitivo, que necessariamente deve ter todos os seus atos escritos. Por tal motivo, todas

    as diligncias, pesquisas etc. so, no inqurito policial, lavradas a termo.

    Da mesma forma, temos o termo circunstanciado da Lei no 9.099/95, onde o Delegado faz uma

    breve descrio dos fatos que caracterizam uma infrao de menor potencial ofensivo.

    No mais, aplicam-se os mesmos termos do Processo Civil, dentre os quais temos, a ttulo de

    exemplo, os de depoimento, declaraes e interrogatrio.

    11.1. Forma

    Aplicam-se aos termos processuais as regras que vigoram quanto s caractersticas dos atos

    processuais.

    Art. 154. Os atos e termos processuais no dependem de forma determinada seno quando a leiexpressamente a exigir, reputando-se vlidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham afinalidade essencial.Pargrafo nico. Os tribunais, no mbito da respectiva jurisdio, podero disciplinar a prtica e acomunicao oficial dos atos processuais por meios eletrnicos, atendidos os requisitos deautenticidade, integridade, validade jurdica e interoperabilidade da Infraestrutura de Chaves PblicasBrasileiraICP Brasil.(Includo pela Lei n 11.280, de 2006) 2 Todos os atos e termos do processo podem ser produzidos, transmitidos, armazenados eassinados por meio eletrnico, na forma da lei.(Includo pela Lei n 11.419, de 2006).

    Ateno, ainda, ao que dispe o artigo 156 do CPC:

    Art. 156. Em todos os atos e termos do processo obrigatrio o uso do vernculo.

    Art. 169. Os atos e termos do processo sero datilografados ou escritos com tinta escura e indelvel,assinando-os as pessoas que neles intervieram. Quando estas no puderem ou no quiserem firm-los, o escrivo certificar, nos autos, a ocorrncia. 1 vedado usar abreviaturas.(Redao dada pela Lei n 11.419, de 2006). 2 Quando se tratar de processo total ou parcialmente eletrnico, os atos processuais praticados napresena do juiz podero ser produzidos e armazenados de modo integralmente digital em arquivoeletrnico inviolvel, na forma da lei, mediante registro em termo que ser assinado digitalmente pelo

    juiz e pelo escrivo ou chefe de secretaria, bem como pelos advogados das partes.(Includo pela Lein 11.419, de 2006). 3 No caso do 2o deste artigo, eventuais contradies na transcrio devero ser suscitadasoralmente no momento da realizao do ato, sob pena de precluso, devendo o juiz decidir de plano,registrando-se a alegao e a deciso no termo.(Includo pela Lei n 11.419, de 2006).

    Art. 170. lcito o uso da taquigrafia, da estenotipia, ou de outro mtodo idneo, em qualquer juzo outribunal.(Redao dada pela Lei n 8.952, de 13.12.1994)

    Art. 171. No se admitem, nos atos e termos, espaos em branco, bem como entrelinhas, emendas ourasuras, salvo se aqueles forem inutilizados e estas expressamente ressalvadas.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11280.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11280.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11280.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8952.htm#art170http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8952.htm#art170http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8952.htm#art170http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8952.htm#art170http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11280.htm#art2
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    11.2. Tipos

    So espcies de termos processuais:

    Termo de autuao:ao receber uma petio inicial, o escrivo a autuar, mencionando o juzo,

    a natureza do feito, o nmero de seu registro, o nome das partes e a data de seu incio, devendo proceder

    da mesma forma quanto aos volumes que forem se formando (art. 166 do CPC).

    Termo de vista: o ato de franquear o escrivo os autos parte para que o advogado se

    manifeste sobre algum evento processual.

    Termo de concluso: o ato que certifica o encaminhamento dos autos ao juiz, para alguma

    deliberao.

    Termo de juntada:ocorre quando o escrivo certifica o ingresso de uma petio ou documento

    nos autos.

    Termo de remessa:sada dos autos de cartrio e o envio deles ao juiz da causa, ao advogado,

    ou a outro grau de jurisdio.

    Termo de recebimento: o ato que documenta o momento em que os autos voltaram a cartrio

    aps uma vista ou concluso.

    Termo de apensamento: se d quando o escrivo atesta que foram apensados outros autos aosautos principais (ver art. 105 do CPC).

    Existem ainda:

    Termo de audincia de instruo e julgamento:ver art. 457 do CPC.

    Termo de compromisso de inventariante: o inventrio tem como objetivo a apurao do

    patrimnio de uma pessoa falecida, onde so cobradas as dvidas, avaliados e partilhados os bens. At

    que finalize a partilha, o inventariante o representante do esplio, sendo nomeado pelo juiz e devendo

    prestar compromisso do bem e fielmente cumprir o encargo (art. 990 do CPC).

    Termo de abertura de testamento cerrado: o testamento cerrado escrito pelo prprio

    testador, ou por algum a seu rogo, e s tem eficcia aps o auto de aprovao lavrado por oficial pblico,

    na presena de duas testemunhas. O contedo conhecido apenas pelo testador, podendo ser anulado

    se for apresentado em juzo com o lacre violado (art. 1.125 do CPC).

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    Termo de depositrio na medida cautelar de sequestro:o sequestro uma medida cautelar

    consistente na apreenso e depsito de bens determinados do proprietrio para resguardar os direitos do

    requerente (art. 824 do CPC).

    Termo de nomeao de bens penhora:a penhora ato determinado pelo juiz e executado

    pelos oficiais de justia.

    Termo de averbao de penhora no rosto dos autos:a penhora no rosto dos autos tem por

    objetivo averbar numa ao em que o executado detenha direito ou crdito a penhora que contra ele

    dirigida (art. 674 do CPC).

    Termo de tutor e curador:ver arts. 1.187 e 1.188 do CPC.

    Termo de entrega de coisa certa:ver art. 624 do CPC.

    E quanto aos depoimentos prestados em juzo ou em sede policial, podemos falar em:

    Termo de depoimento: para testemunhas que prestam compromisso. E s prestam

    compromisso as pessoas que, tendo conhecimento de fatos, no apresentem diminuio na

    imparcialidade. Por exemplo, o pai, o irmo e o cnjuge de quem est sendo investigado ou processado

    no prestam compromisso, porque a eles o Direito no poderia impor a violncia de falarem contra o filho,

    o parente ou o marido. O mesmo acontece com a pessoa contra a qual pesam indicativos de um crime.

    Seria uma falta de lgica impor que o indivduo fizesse a sua prpria incriminao. Como explicamos no

    decorrer das aulas, o ru tem o direito de no produzir provas contra si mesmo.

    Termo de declaraes: para pessoas que tm, de alguma forma, interesse na causa, como

    vtimas e denunciantes, ou, estando nas hipteses acima, no prestam compromisso. Portanto, aquele

    que tem a sua imparcialidade diminuda, presta declaraes e no depoimento. Entram aqui os suspeitos

    que esto sob investigao.

    Termo de interrogatrio: para aquele sobre o qual pesa uma acusao formal. Assim, a

    autoridade policial interroga, antes de proceder o indiciamento (ato atravs do qual uma pessoa tida

    oficialmente como suspeita de um crime). E as autoridades judiciais interrogam, para, nesse ato,

    conhecerem pessoalmente o ru, darem a ele o direito de se defender, com prprias palavras, colherem

    dele, de viva voz, as suas explicaes e, tambm sentirem, nesse contato direto, as suas reaes.

    Termo de recurso:atravs do qual o prprio ru, no exerccio de sua autodefesa, demonstra sua

    inteno em recorrer.

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    Termo circunstanciado: breve narrativa ftica, que substitui o inqurito policial no caso de

    infraes de menor potencial ofensivo (Lei no9.099/95).

    Termo de compromisso: seja nos casos da Lei no. 9.099/95, quando da lavratura do termo

    circunstanciado, de flagrncia em infraes de menor potencial ofensivo, ou de concesso de liberdade

    provisria, o autor do fato, indiciado ou ru, assinar um termo de compromisso ao cumprimento de

    determinada(s) obrigao(es).

    11.3. Espcies de auto

    1) Auto de inspeo judicial: a inspeo judicial consiste numa modalidade de prova atravs da

    qual o juiz inspeciona pessoas ou coisas a fim de se esclarecer fato que interesse ao deslinde da

    demanda (arts. 440 a 443 do CPC).

    2) Auto de adjudicao: o exequente pode, oferecendo preo no inferior ao da avaliao,

    requerer lhe sejam adjudicados os bens penhorados (ver arts. 685-A e 685-B do CPC).

    3) Auto de arrematao: a arrematao a forma de expropriao executiva pela qual os bens

    penhorados so transferidos por procedimento licitatrio realizado pelo juzo da execuo (ver arts. 693 e

    694 do CPC).

    4) Auto de diviso: ver artigo 980 do CPC.

    5) Auto de interrogatrio do interditando:ver artigos 1.181 e 1.182 do CPC.

    6) Auto de restaurao de autos:se proceder restaurao dos autos quando for verificado o

    seu desaparecimento. Ver artigos 1.063 a 1.069 do CPC.

    7) Auto de priso em flagrante: lavrado pelo delegado de polcia, quando da formalizao da

    priso em flagrante (art. 304 do CPP).

    8) Auto de reconhecimento de cadver: havendo dvida sobre a identidade do cadverexumado, proceder-se- ao reconhecimento pelo Instituto de Identificao e Estatstica ou repartio

    congnere ou pela inquirio de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade, no

    qual se descrever o cadver, com todos os sinais e indicaes(art. 166 do CPP).

    Quanto a auto,veja-se, ainda, o que dispe o artigo 245 do CPP:

    Art. 245. As buscas domiciliares sero executadas de dia, salvo se o morador consentir que serealizem noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostraro e lero o mandado aomorador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.

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    (...) 7 Finda a diligncia, os executores lavraro auto circunstanciado, assinando-o com duastestemunhas presenciais, sem prejuzo do disposto no 4o.

    Quer dizer, no cumprimento de um mandado de busca e apreenso, a autoridade, realizada a

    busca, deve fazer uma lista dos objetos apreendidos, caracterizando o auto de apreenso.

    Assim tambm ocorre quando, por exemplo, h uma priso em flagrante de um traficante de

    drogas. Haver o auto de apreenso da substncia etc.

    12. Atos do juiz

    Para uma abordagem completa do que seriam os atos do juiz, entendemos necessrio explicar,

    inicialmente, sobre os elementos da jurisdio.

    O termo jurisdio utilizado para expressar, simploriamente, a forma atravs da qual o Poder

    Judicirio, diante do conflito de interesses, aplica a lei ao caso concreto, atravs do conhecimento da

    causa, seu julgamento e execuo. Ocorre que a jurisdio composta dos seguintes elementos:

    Notio para que o juiz possa aplicar a lei ao caso concreto preciso que o mesmo tome

    conhecimento da matria ftica, conhecendo da causa, atravs da anlise dos autos, colheita das provas

    etc.

    Vocatiopara que o processo se desenvolva e a prova seja colhida, necessrio que o juiz lance

    mo daquilo que conhecemos como atos de chamamento, ou melhor, faculdade judicial de fazer

    comparecer em juzo todos aqueles cuja presena seja til justia e ao conhecimento da verdade. So

    atos de chamamento as citaes, intimaes e notificaes.

    Coercio(ou coertio) o direito que o juiz possui de fazer-se respeitar e de reprimir as ofensas

    contra ele perpetradas no exerccio de suas funes: jurisdictio sine coertitio nula est. Exemplo de coercio

    ocorre quando, ausente uma testemunha regularmente intimada, o juiz determina, lanando mo de seu

    poder de polcia, sua conduo coercitiva.

    Iudiciumoujudiciodireito de julgar e de pronunciar a sentena. Aqui, efetivamente, o juiz aplica a

    lei ao caso concreto.

    Executiodireito de em nome do poder soberano de que investida a funo jurisdicional, tornar

    obrigatria a obedincia s prprias decises, executando-as.

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    Assim, verificamos como muitos os possveis atos praticados por um juiz. Contudo, quando falamos

    em atos do juiz, em razo do que dispe o artigo 162 do CPC, nos referimos aos despachos e decises.

    Dispe o artigo 162 do CPC: Osatos do juiz consistiro em sentenas, decises interlocutrias

    e despachos.

    A classificao das decises no Processo Penal (art. 800 do CPP), em processos de conhecimento

    de natureza condenatria (onde o autor Ministrio Pblico ou ofendido pretende a condenao do ru)

    possui um critrio diferente daquele adotado no Processo Civil.

    Enquanto no Processo Civil as decises podem ser classificadas em interlocutrias e sentenas, no

    Processo Penal condenatrio elas so classificadas em:

    a) Decises Interlocutrias Simples.

    b) Decises Interlocutrias Mistas ou com fora de definitivas (Terminativas e No Terminativas).

    c) Decises Definitivas, que podem ser Terminativas de Mrito e Sentenas stricto sensu.

    13. Atos processuais

    Ato processual toda conduta dos sujeitos do processo que tenha por efeito a criao, modificao

    ou extino de situaes jurdicas processuais. Ele efeito da vontade de uma pessoa. Exemplos: umapetio inicial, uma sentena etc.

    Em regra, os atos processuais so expressos de forma escrita. Assim, mesmo havendo a

    expresso oral (depoimentos), impe-se a documentao por escrito. Alm disso, s podem ser redigidos

    em lngua portuguesa (art. 156 do CPC), e no caso de documento redigido em lngua estrangeira, dever

    vir acompanhado de verso em vernculo, firmada por tradutor juramentado (art. 157 do CPC).

    As principais caractersticas dos atos processuais so:

    a) No se apresentam de forma isolada: so ligados uns aos outros, formando uma unidade, sendo

    que a validade, finalidade e efeitos somente so atingidos quando realizados no processo, no momento

    prprio e, em regra, na forma exigida ou permitida por lei.

    b) So ligados pela unidade de escopo: os efeitos no so autnomos e existem apenas para que

    o processo chegue ao ato final, que a sentena.

    c) So interdependentes: consequncia das anteriores, e tm relevncia na teoria das nulidades

    dos atos processuais.

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    13.1. Forma dos atos processuais

    Dispe o CPC:

    Art. 154. Os atos e termos processuais no dependem de forma determinada seno quando a leiexpressamente a exigir, reputando-se vlidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham afinalidade essencial.Pargrafo nico. Os tribunais, no mbito da respectiva jurisdio, podero disciplinar a prtica e acomunicao oficial dos atos processuais por meios eletrnicos, atendidos os requisitos deautenticidade, integridade, validade jurdica e interoperabilidade da Infraestrutura de Chaves PblicasBrasileiraICP Brasil.(Includo pela Lei n 11.280, de 2006) 2 Todos os atos e termos do processo podem ser produzidos, transmitidos, armazenados eassinados por meio eletrnico, na forma da lei.(Includo pela Lei n 11.419, de 2006).

    Art. 155. Os atos processuais so pblicos. Correm, todavia, em segredo de justia os processos:I em que o exigir o interesse pblico;

    Il que dizem respeito a casamento, filiao, separao dos cnjuges, converso desta em divrcio,alimentos e guarda de menores.(Redao dada pela Lei n 6.515, de 26.12.1977)Pargrafo nico. O direito de consultar os autos e de pedir certides de seus atos restrito s partese a seus procuradores. O terceiro, que demonstrar interesse jurdico, pode requerer ao juiz certidodo dispositivo da sentena, bem como de inventrio e partilha resultante do desquite.

    Art. 156. Em todos os atos e termos do processo obrigatrio o uso do vernculo.

    Art. 157. S poder ser junto aos autos documento redigido em lngua estrangeira, quandoacompanhado de verso em vernculo, firmada por tradutor juramentado.

    Nesse sentido, importante a leitura de dois princpios atinentes aos atos processuais:

    a) Princpio da liberdade das formas: significa dizer que os atos processuais podem ser

    realizados por qualquer forma, desde que idnea para atingir o seu fim (art. 154 do CPC). Assim, se a lei

    no prescrever uma forma, esta livre, bastando os requisitos de idoneidade e finalidade (art. 171 do

    CPC).

    b) Princpio da instrumentalidade das formas:vale dizer que as formas no tm valor intrnseco

    prprio, mas so estabelecidas para se atingir a uma finalidade (arts. 154 e 244 do CPC, e 566 do CPP).

    Art. 566. No ser declarada a nulidade de ato processual que no houver infludo na apurao daverdade substancial ou na deciso da causa.

    Em regra, quando um ato no cumpre as formalidades legais, ocorrer a nulidade.

    13.2. Classificao dos atos processuais

    Os atos processuais so praticados pelos sujeitos do processo e possuem diferentes significados e

    efeitos no desenvolvimento da relao jurdico-processual, havendo aqueles que se exaurem numa s

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11280.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11280.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11280.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6515.htm#art155iihttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6515.htm#art155iihttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6515.htm#art155iihttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6515.htm#art155iihttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11280.htm#art2
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    atividade e outros que se apresentam como soma de atividades mltiplas. Sendo assim, classificam-se em

    atos: dos rgos judicirios(juiz e auxiliares) e das partes; e simplese complexos.

    a) Atos do juiz: quanto aos atos do juiz, podemos classific-los como de provimento e reais ou

    materiais.

    Atos de provimento so aqueles de pronunciamento do juiz no processo, tendo como espcies os

    despachos, as decises interlocutrias e a sentena. Quanto aos atos materiais do juiz, temos atos de

    documentao, onde o juiz assina os despachos, as sentenas, e atos instrutrios, onde ouve as partes,

    instrui as audincias etc.

    b) Atos dos auxiliares da justia. So eles:

    Atos de movimentao: feito precipuamente pelo escrivo e seus funcionrios ao realizarem a

    concluso dos autos ao juiz, concederem vista s partes, expedirem mandado.

    Atos de documentao: a lavratura dos termos referentes movimentao (concluso, vista,

    etc.), a feitura do termo de audincia, o lanamento de certides etc.

    Atos de execuo: produzidos ordinariamente pelos oficiais de justia. Trata-se de atos realizados

    fora dos auditrios e cartrios, em cumprimento a mandado judicial.

    Atos de comunicao processual: consistente em intimaes ou citaes, realizado pelo

    escrivo, com o auxlio dos correios, ou pelo oficial de justia, em cumprimento a mandados judiciais.

    c) Atos das partes: estes atos classificam-se em:

    Atos postulatrios: aquele mediante os quais a parte pleiteia dado provimento jurisdicional

    (petio inicial, contestao e recurso).

    Atos dispositivos: so aqueles atravs dos quais se abre mo, em prejuzo prprio, de

    determinada posio jurdica processual ativa, ou mesmo da prpria tutela jurisdicional.

    Atos instrutrios: so aqueles por meio dos quais as partes buscam convencer o juiz de suapretenso.

    Atos reais: so atos materiais, como, por exemplo, o pagamento das custas processuais, a

    prestao de depoimentos etc.

    d) Atos simples: so aqueles que praticamente se exaurem em uma conduta s. Exemplo: petio

    inicial, citao, contestao e sentena.

    e) Atos complexos: apresentam-se como um conglomerado de vrios atos unidos pela

    contemporaneidade e pela finalidade comum. Exemplos: audincia e sesso.

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    13.3. Publicidade dos atos processuais

    A garantia da publicidade dos atos processuais est prevista na Constituio da Repblica, em

    seus artigos 5, LX, e 93, IX, que estabelecem, respectivamente: a lei s poder restringir a publicidade

    dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem e todos os

    julgamentos dos rgos do Poder Judicirio sero pblicos, e fundamentadas todas as decises, sob pena

    de nulidade, podendo a lei limitar a presena, em determinados atos, s prprias partes e a seus

    advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservao do direito intimidade do interessado

    no sigilo no prejudique o interesse pblico informao.

    Processos que correm em segredo de justia: no Processo Penal, correm em segredo de justiaos processos nos quais h ou houve quebra de sigilo (bancrio, fiscal ou telefnico), interceptao

    telefnica, e ainda os processos de crimes contra a Dignidade Sexual (arts. 213 e ss. do CP).

    14. Prazos

    Os prazos so os lapsos outorgados para a realizao dos atos processuais, ou, em outras

    palavras, o espao de tempo em que o ato processual da parte pode ser validamente praticado.

    Os atos processuais realizar-se-o nos prazos previstos em lei, sob pena de precluso do direito de

    pratic-los (art. 177 do CPC). Todo prazo determinado por dois termos: o inicial (dies a quo) e o final

    (dies ad quem).

    A maioria dos prazos est definida na lei, mas, em caso de omisso, caber ao juiz fix-lo (art. 177,

    segunda parte, do CPC).

    Os prazos podem ser legais (quando fixados pela prpria lei), judiciais (os marcados pelo juiz) ou

    convencionais (so os ajustados de comum acordo entre as partes).

    Alm disso, no sistema vigente, havendo prazos no apenas para as partes, mas tambm para os

    juzes e auxiliares, surgiu a classificao que divide os prazos em prprios, que so os fixados para as

    partes, tendo como efeito a precluso, e imprprios, que so os fixados para os rgos judicirios, de cuja

    inobservncia no decorre consequncia ou efeito processual. No Processo Penal, tambm so

    imprprios, em regra, os prazos concedidos ao Ministrio Pblico.

    No Processo Penal, deve-se estar atento anlise sobre se o prazo PROCESSUAL PENAL ou

    PENAL, uma vez que a contagem dos mesmos se d de forma distinta.

    Mas como se d a contagem de prazos PROCESSUAIS PENAIS?

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    Art. 798. Todos os prazos correro em cartrio e sero contnuos e peremptrios, no seinterrompendo por frias, domingo ou dia feriado. 1No se computar no prazo o dia do comeo, incluindo-se, porm, o do vencimento. 2A terminao dos prazos ser certificada nos autos pelo escrivo; ser, porm, considerado findoo prazo, ainda que omitida aquela formalidade, se feita a prova do dia em que comeou a correr. 3 O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se- prorrogado at o dia tilimediato. 4No correro os prazos, se houver impedimento do juiz, fora maior, ou obstculo judicial opostopela parte contrria. 5Salvo os casos expressos, os prazos correro:a) da intimao;b) da audincia ou sesso em que for proferida a deciso, se a ela estiver presente a parte;c) do dia em que a parte manifestar nos autos cincia inequvoca da sentena ou despacho.

    Ressalte-se que na contagem dos prazos processuais, seja no Processo Penal ou no Processo

    Civil, dispensa-se o dia do incio, incluindo-se o dia do final. Da mesma forma, caso o primeiro dia do prazo

    ou o ltimo caia em dia no til ou feriado, a contagem prorrogada para o primeiro dia til subsequente.

    Vamos a um exemplo: Imagine que a parte tenha sido intimada numa quarta-feira para a

    apresentao de memrias em cinco dias. O dia da efetiva intimao no deve ser computado, ou seja, o

    primeiro dia do prazo ser quinta-feira, vencendo o prazo de cinco dias na segunda-feira subsequente.

    Agora vamos a outro exemplo: Imagine que o ru tenha sido citado para apresentao de resposta

    acusao (prazo de 10 dias art. 396 do CPP) numa sexta-feira. Como o dia da efetiva citao deve ser

    excludo, o primeiro dia seria sbado, mas sbado no dia til (para o expediente forense), motivo pelo

    qual o primeiro dia do prazo ser segunda-feira.

    Contudo, o adiamento do prazo para o primeiro dia til subsequente somente ocorrer nos casos

    em que o primeiro ou o ltimo dia do prazo caia no final de semana ou feriado. Portanto, no dever ser

    feita qualquer modificao na contagem quando carem no meio do prazo.

    Embora a contagem do prazo no Processo Penal e no Processo Civil ocorra de forma semelhante,

    existe entre eles uma significativa e importante diferena: no Processo Penal no h qualquer interesse no

    momento da juntada de um mandado por parte do oficial de justia. No Processo Penal, os prazos so

    contados da efetiva citao ou intimao, e no da juntada.

    E os prazos de direito material, isto , os prazos PENAIS, como se d sua contagem?

    Art. 10. O dia do comeo inclui-se no cmputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelocalendrio comum.

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    Muitas normas possuem, simultaneamente, natureza penal e processual penal. Nestes casos,

    devemos atentar que a lei penal no retroage em prejuzo do ru, o que ser importante na considerao

    sobre a aplicao da referida norma no tempo, como j vimos no incio desta obra. Mas esta preocupaotambm ocorre em relao contagem do prazo.

    Assim, aos institutos de natureza mista aplica-se a contagem dos prazos penais. So institutos de

    natureza mista: prescrio, decadncia e priso.

    14.1. Prazos das partes, do juiz e do servidor

    a) Prazo das partes

    Prazo dilatrio aquele que, embora fixado em lei, admite ampliao pelo juiz ou que, por

    conveno das partes, pode ser reduzido ou ampliado (art. 181 do CPC). J o prazo peremptrio

    aquele que a conveno das partes e, ordinariamente, o prprio juiz, no podem alterar (art. 182 do CPC).

    Ao juiz, porm, o CPC permite, em situaes excepcionais, a ampliao de todo e qualquer prazo, mesmo

    os peremptrios, desde que seja difcil o transporte na comarca ou tenha ocorrido caso de calamidade

    pblica. Na hiptese de dificuldade de transporte, a ampliao mxima poder ser de 60 dias, ao passo

    que na calamidade pblica, poder at ultrapassar este limite.

    Precluso temporal (art. 183 do CPC): Decorrido o prazo, extingue-se, independentemente de

    declarao judicial, o direito de praticar o ato, ficando salvo, porm, parte provar que o no realizou por

    justa causa. 1 Reputa-se justa causa o evento imprevisto, alheio vontade da parte, e que a impediu de

    praticar o ato por si ou por mandatrio. 2 Verificada a justa causa o juiz permitir parte a prtica do ato

    no prazo que lhe assinar.

    Quando nem a lei nem o juiz fixar prazo para o ato, ser de 5 (cinco) dias o para a prtica de ato

    processual a cargo da parte (art. 185 do CPC).

    Cumpre ainda observar que a parte poder renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente emseu favor (art. 186 do CPC). Mas para que esta faculdade seja exercida, preciso que ele no seja

    comum, que o direito em questo seja disponvel e que a parte seja capaz de transigir. Essa renncia

    pode ser expressa (quando contida em declarao de vontade direta e clara) ou tcita (quando decorre de

    um ato incompatvel com a utilizao do prazo).

    Embora o artigo 191 do CPC indique que quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores,

    ser-lhes-o contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos

    autos, tal dispositivo, salvo especfica deciso judicial em contrrio, no se aplica ao processo penal.

    Assim, se os advogados dos corrus so, por exemplo, intimados da sentena na mesma data, o prazo

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    para a interposio do recurso de apelao ser o de 5 (cinco) dias contados da efetiva intimao, no

    havendo que se falar em prazo em dobro.

    Prazos em dobro, no processo penal, somente garantido Defensoria Pblica, conforme

    disposio da Lei no1.060/50:

    Art. 5 O juiz, se no tiver fundadas razes para indeferir o pedido, dever julg-lo de plano,motivando ou no o deferimento dentro do prazo de setenta e duas horas.(...) 5 Nos Estados onde a Assistncia Judiciria seja organizada e por eles mantida, o DefensorPblico, ou quem exera cargo equivalente, ser intimado pessoalmente de todos os atos doprocesso, em ambas as Instncias, contando-se-lhes em dobro todos os prazos.(Includo pela Lei n7.871, de 1989)

    Devemos observar ainda que quando a lei no marcar outro prazo, as intimaes somente

    obrigaro a comparecimento depois de decorridas 24 (vinte e quatro) horas(art. 192 do CPC).

    b) Prazos do juiz e do servidor

    Em relao ao juiz, o Cdigo de Processo Penal assinala os seguintes prazos:

    Art. 800. Os juzes singulares daro seus despachos e decises dentro dos prazos seguintes, quandooutros no estiverem estabelecidos:

    I de dez dias, se a deciso for definitiva, ou interlocutria mista;II de cinco dias, se for interlocutria simples;III de um dia, se se tratar de despacho de expediente.

    Ao serventurio, o CPP marca os seguintes prazos:

    Art. 799. O escrivo, sob pena de multa de cinquenta a quinhentos mil-ris e, na reincidncia,suspenso at 30 (trinta) dias, executar dentro do prazo de dois dias os atos determinados em lei ouordenados pelo juiz.

    Aplicando-se a tal dispositivo, subsidiariamente, o artigo 190 do CPC:

    Art. 190. Incumbir ao serventurio remeter os autos conclusos no prazo de 24 (vinte e quatro) horase executar os atos processuais no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, contados:I da data em que houver concludo o ato processual anterior, se Ihe foi imposto pela lei;II da data em que tiver cincia da ordem, quando determinada pelo juiz.Pargrafo nico. Ao receber os autos, certificar o serventurio o dia e a hora em que ficou ciente daordem, referida no noIl.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1989_1994/L7871.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1989_1994/L7871.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1989_1994/L7871.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1989_1994/L7871.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1989_1994/L7871.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1989_1994/L7871.htm#art1
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    Dispe ainda o CPP:

    Art. 801. Findos os respectivos prazos, os juzes e os rgos do Ministrio Pblico, responsveis peloretardamento, perdero tantos dias de vencimentos quantos forem os excedidos. Na contagem dotempo de servio, para o efeito de promoo e aposentadoria, a perda ser do dobro dos diasexcedidos.

    Art. 802. O desconto referido no artigo antecedente far-se- vista da certido do escrivo doprocesso ou do secretrio do tribunal, que devero, de ofcio, ou a requerimento de qualquerinteressado, remet-la s reparties encarregadas do pagamento e da contagem do tempo deservio, sob pena de incorrerem, de pleno direito, na multa de quinhentos mil-ris, imposta porautoridade fiscal.

    15. Apensamento de autos: procedimento.O apensamento dos autos consiste em anexar um processo aos autos de outra ao, que com ele

    tem relao, por determinao legal ou a pedido de uma das partes.

    Devem ser apensados aos autos do processo principal os autos de processos ou medidas

    cautelares (como, p. ex., os autos da interceptao telefnica, Lei no9.296/96), as excees (art. 111 do

    CPP), os incidentes de insanidade mental (art. 153 do CPP), de restituio de coisas apreendidas (art. 120

    do CPP), de falsidade documental (art. 145 do CPP), e os autos das medidas assecuratrias (arts. 129 e

    138 do CPP).