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Código de defesa do Consumidor – Lei nº 8.078 de 11.09.1990

TÍTULO I Dos Direitos do Consumidor

CAPÍTULO I Disposições Gerais

Art. 1º O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5º, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.

1. Saber principalmente que as normas do CDC são de ordem pública e interesse social, prevalecendo sobre a vontade das partes.

► Aplicação pelo STJ“CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. NORMA DE ORDEM PÚBLI-CA. DERROGAÇÃO DA LIBERDADE CONTRATUAL. O caráter de norma pública atribuído ao Código de Defesa do Consumidor derroga a liber-dade contratual para ajustá-la aos parâmetros da lei (...).” (STJ, REsp 292942/MG, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ 07.05.2001)“As normas de proteção e defesa do consumidor têm índole de “or-dem pública e interesse social”. São, portanto, indisponíveis e ina-fastáveis, pois resguardam valores básicos e fundamentais da ordem jurídica do Estado Social, daí a impossibilidade de o consumidor delas abrir mão ex ante e no atacado.” (STJ, REsp 586316 / MG, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe 19/03/2009)

→ Aplicaçãoemconcurso

• JuizdeDireitoSubstituto-PE/2013–FCC“As normas consumeristas são de natureza dispositiva e de interesse indi-vidual dos consumidores.”Gabarito: A afirmativa está errada.

2. Ojuizpoderá,nasrelaçõesdeconsumo,apreciarqualquermatériadeofício. Ex: poderá inverter o ônus da prova de ofício (art. 6, VIII); descon-siderar a personalidade jurídica de ofício (art. 28); declarar a nulidade de cláusula abusiva de ofício (art. 51).

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→ Aplicaçãoemconcurso

• TRF2-JuizFederalSubstituto2ªregião/2014“A inversão do ônus da prova depende de requerimento da parte, e não pode ser determinada ex officio pelo juiz.”Gabarito: A afirmativa está errada.

• MP/SC–2000“As matérias tratadas no Código de Defesa do Consumidor são de ordem pú-blica, de sorte que ao magistrado é dado reconhecer esta incidência de ofício.” Gabarito: A afirmativa foi considerada correta.

► Importante: O STJ não vem aceitando a decretação de ofício das cláusulasabusivasnos contratosbancários, sob o argumento de ofensa ao princípio “tantum devolutum quantum appelattum”, privilegiando assim o direito pro-cessual em detrimento do direito material.

“RECURSO ESPECIAL. AÇÃO REVISIONAL. CONTRATO DE ARREN-DAMENTO MERCANTIL. DESCARACTERIZAÇÃO. EXAME DE OFÍCIO. JUROS REMUNERATÓRIOS. CAPITALIZAÇÃO MENSAL. – Descarac-terização do contrato. Incidência do verbete nº 293 da Súmula/STJ. – Exame de ofício de cláusulas contratuais pelo Tribunal de origem. Impossibilidade, por ofensa ao art. 515 do CPC. Princípio “tantum devolutum quantum appelattum”. Precedentes. – Não estando as instituições financeiras sujeitas à limitação da Lei de Usura, a abu-sividade da pactuação dos juros remuneratórios deve ser cabalmen-te demonstrada em cada caso, com a comprovação do desequilíbrio contratual ou de lucros excessivos, sendo insuficiente o só fato de a estipulação ultrapassar 12% ao ano ou de haver estabilidade infla-cionária no período (REsp’s nos 271.214/RS, 407.097/RS e 420.111/RS). – Capitalização mensal. Inadmissibilidade na hipótese. – Recurso parcialmente conhecido e, nessa extensão, provido.” (REsp 541153/RS; Min. Rel. César Asfor Rocha, Segunda Seção, DJ 14.09.2005)

Recentemente o STJ manteve esse posicionamento, fazendo menção inclusive aos juízes de primeiro grau. Isso ocorreu na orientação 5 no Recurso Repetitivo REsp 1061530 / RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, 2ª Se-ção, DJe 10/03/2009:

“ORIENTAÇÃO 5 – DISPOSIÇÕES DE OFÍCIO. É vedado aos juízes de primeiro e segundo graus de jurisdição julgar, com fundamento no art. 51 do CDC, sem pedido expresso, a abusividade de cláusulas nos

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contratos bancários. Vencidos quanto a esta matéria a Min. Relatora e o Min. Luis Felipe Salomão.”

► Este entendimento foi sumulado em abril de 2009 pelo STJ:

Súmula381doSTJ: “Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas”.

► Importante: as questões de concurso, após a Súmula 381 do STJ, estão cobran-do o entendimento no sentido do magistrado NÃO poder atuar de ofício na decretação das cláusulas abusivas.

► Atenção: A súmula 381 do STJ é muito cobrada!

→ Aplicaçãoemconcurso

• Cartório–BA/2014-CESPE

“Por ser absoluta a proteção ao consumidor, a abusividade de cláusula inserida em contrato bancário pode ser reconhecida de ofício pelo julga-dor.”

Gabarito: A afirmativa está errada.

• MPE-RR-PromotordeJustiça–RR/2012-CESPE

“Nos contratos bancários, cabe ao julgador conhecer, de ofício, da abusi-vidade das cláusulas contratuais.”

Gabarito: A afirmativa está errada.

• DefensorPúblico-ES/2012–CESPE

“Consideram-se abusivas e nulas de pleno direito as cláusulas contratuais que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada em relação ao fornecedor, cabendo ao juiz de direito competente conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas dos contratos, incluindo-se as dos contratos bancários.”

Gabarito: A afirmativa está errada.

• DefensorPúblico-RO/2012-CESPE

“De acordo com a jurisprudência do STJ, as cláusulas de eleição de foro em contratos bancários que sejam pactuadas em prejuízo ao acesso do consu-midor à jurisdição podem ser declaradas nulas de ofício pelo magistrado.”

Gabarito: A afirmativa está errada.

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• DefensorPúblico-AC/2012–CESPE

“Compete aos juízes de primeiro e segundo graus o conhecimento de ofício das cláusulas abusivas insertas em contratos bancários.”

Gabarito: A afirmativa está errada.

• TJMG–Juiz–2009

“Nas ações referentes a contratos bancários, é CORRETA a afirmação:

A) O Juiz pode e deve, por se tratar de matéria de ordem pública, apreciar, de ofício, toda a matéria referente à regularidade do contrato.

B) É vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas.

C) O Juiz só está autorizado a examinar, de ofício, questões relativas às con-dições da ação.

D) O Juiz deve aplicar, analogicamente, as disposições pertinentes às rela-ções de consumo.”

Gabarito: Letra B.

3. DireitodoConsumidornaConstituiçãoFederal3.1.Art.5º,XXXII.A “defesa do consumidor” como direito e garantia fundamental. Aplicação pelo STJ do princípio da dignidade da pessoa humana nas re-lações de consumo:

► HC12547, Rel. Min. Rel. Ruy Rosado de Aguiar, DJ 12.02.2001: O STJ, neste caso, aplicou o princípio da dignidade da pessoa humana nas relações privadas para evitar que o consumidor viesse a ser preso em razão do descumprimen-to do contrato de alienação fiduciária. Restou demonstrado no processo que, ao ficar inadimplente, o consumidor teve a dívida elevada em mais de quatro vezes no período inferior a dois anos. Com isso, o STJ, em consonância com a nova interpretação do direito privado, entendeu que, caso o consumidor fosse compelido ao pagamento da dívida abusiva, passaria o resto da vida preso ao débito, o que feriria, sobretudo, a liberdade e, consequentemente, a dignida-de da pessoa humana. A ementa ficou assim:

“Princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. Direi-tos fundamentais de igualdade e liberdade. Cláusula geral dos bons costumes e regra de interpretação da lei segundo seus fins sociais. Decreto de prisão civil da devedora que deixou de pagar dívida ban-cária assumida com a compra de um automóvel-táxi, que se elevou, em menos de 24 meses, de R$ 18.700,00 para R$ 86.858,24, a exigir que o total da remuneração da devedora, pelo resto do tempo pro-

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vável de vida, seja consumido com o pagamento dos juros. Ofensa ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, aos direitos de liberdade de locomoção e de igualdade contratual e aos disposi-tivos da LICC sobre o fim social da aplicação da lei e obediência aos bons costumes.” (STJ, HC 12547, Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, DJ 12.02.2001)

► REsp466.667, Min. Rel. Aldir Passarinho Júnior, DJ 17.12.2007: o STJ proferiu decisão no sentido de que o prazo de carência do plano médico hospitalar fica-rá suspenso, caso a pessoa tenha que fazer uma cirurgia de emergência devido ao surgimento de doença grave. No caso em comento, a associada contratou plano de saúde, cujo prazo de carência para a realização de cirurgias era de três anos. Faltando, porém, apenas alguns meses para a expiração do prazo, a contratante descobriu que era portadora de tumor medular e foi obrigada a arcar com todas as despesas médico-hospitalares. De acordo com STJ, a cláu-sula de carência do plano de saúde não pode ser aplicada de forma abusiva, e nem se contrapor ao fim maior de um contrato de assistência médica, que é o de amparar a vida e a saúde. A ementa ficou assim:

“Lídima a cláusula de carência estabelecida em contrato voluntaria-mente aceito por aquele que ingressa em plano de saúde, merecendo temperamento, todavia, a sua aplicação quando se revela circunstân-cia excepcional, constituída por necessidade de tratamento de urgên-cia decorrente de doença grave que, se não combatida a tempo, tor-nará inócuo o fim maior do pacto celebrado, qual seja, o de assegurar eficiente amparo à saúde e à vida.” (STJ, REsp 466.667, Min. Rel. Aldir Passarinho Júnior, DJ 17.12.2007)

► STFrestringiuaprisãocivilpordívidaainadimplentedepensãoalimentícia:

O Plenário do STF estendeu a proibição de prisão civil por dívida, previs-ta no artigo 5º, inciso LXVII, da Constituição Federal (CF), à hipótese de infidelidade no depósito de bens e, por analogia, também à alienação fiduciária.

Revogou a Súmula619doSTF, segundo a qual “a prisão do depositário judicial pode ser decretada no próprio processo em que se constituiu o encargo, independentemente da propositura de ação de depósito”.

O STF editou aSúmulaVinculantenº25: “É ilícita a prisão civil de depo-sitário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito”.

No mesmo sentido, Súmula419doSTJ: “Descabe a prisão civil do depo-sitário judicial infiel.”

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3.2.Art.170,V.A “defesa do consumidor” como princípio da atividade econômica. O CDC procura compatibilizar a defesa do consumidor com a livre iniciativa. Ex: posso elaborar um contrato de adesão desde que não contenha cláusulas abusivas ou posso vender um produto no mer-cado desde que não cause riscos à saúde do consumidor.

→ Aplicaçãoemconcurso

• DefensorPúblico-TO/2013-CESPE“A defesa do consumidor é um direito constitucional fundamental e tam-bém um dos princípios da atividade econômica.”Gabarito: A afirmativa está correta.

• TJ/PA/Juiz/2012–CESPE“A defesa do consumidor é um princípio fundamental da ordem econômi-ca.”Gabarito: A afirmativa está correta.

3.3.Art.48ADCT. Previsão constitucional para elaboração do CDC. “O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do consumidor.”

Vale lembrar que a nossa Constituição Federal foi promulgada em 5 de outubro de 1988 e o Código de Defesa do Consumidor somente foi pro-mulgado em 11 de setembro de 1990, prazo muito superior ao estabe-lecido pela Carta Magna.

→ Aplicaçãoemconcurso• ProcuradordoTribunaldeContas/DF–2002.

“A defesa do consumidor é tratada, na Constituição da República de 1988, de duas formas: como direito fundamental e como princípio da ordem econômica.” Gabarito: A afirmativa está correta.

4. ODireitodoConsumidorestáinseridona3ª“geração”ou“dimensão”dos direitos fundamentais.

→ Aplicaçãoemconcurso• DefensorPúblico-AC/2012–CESPE

“O direito do consumidor está inserido entre os direitos fundamentais de segunda geração.”Gabarito: A afirmativa está errada.

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• Magistratura/PI–CESPE–2007

“A defesa do consumidor não é um princípio da ordem econômica, mas, sim, um direito fundamental de terceira geração.”

Gabarito: A questão está errada uma vez que a defesa do consumidor é um princípio da ordem econômica.

5. OCDCéummicrossistemajurídico.O CDC constitui um microssistema ju-rídico multidisciplinar na medida em que possui normas que regulam todos os aspectos da proteção do consumidor, coordenadas entre si, permitindo a visão de conjunto das relações de consumo. Por força do caráter interdis-ciplinar, o Código de Defesa do Consumidor outorgou tutelas específicas ao consumidor nos campos civil (arts. 8º a 54), administrativo (arts. 55 a 60 e 105/106), penal (arts. 61 a 80) e jurisdicional (arts. 81 a 104).

→ Aplicaçãoemconcurso

• Magistratura/SP–2000.

“O CDC é um microssistema, que regula a relação de consumo, dentro do macrossistema que é o CC.”

Gabarito: A afirmativa está correta.

• MP/ES–CESPE-2010“O CDC, denominado pela doutrina de microcódigo ou microssistema, é formalmente uma lei ordinária, de função social, voltada ao segmento vul-nerável da relação consumerista, razão pela qual seu conteúdo é constitu-ído, em sua integralidade, por normas de direito público.”Gabarito: A afirmativa está errada. O CDC não é formado em sua integrali-dade por normas de direito público.

• TJ/PA/Juiz/2012–CESPE“As normas de direito material previstas no CDC refletem em todo o sis-tema jurídico, incidindo, inclusive, em relações jurídicas que não sejam de consumo.”Gabarito: A afirmativa está errada. O CDC somente se aplica nas relações de consumo.

6. STFeSTJ:não incidem os dispositivos do CDC nos contratos celebrados antes de sua vigência.

“Sendo constitucional o princípio de que a lei não pode prejudicar o ato jurídico perfeito, ele se aplica também às leis de ordem pública. De outra parte, se a cláusula relativa à rescisão com a perda de todas

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as quantias já pagas constava do contrato celebrado anteriormente ao Código de Defesa do Consumidor, ainda quando a rescisão tenha ocorrido após a entrada em vigor deste, a aplicação dele para se de-clarar nula a rescisão feita de acordo com aquela cláusula fere, sem dúvida alguma, o ato jurídico perfeito, porquanto a modificação dos efeitos futuros de ato jurídico perfeito caracteriza a hipótese de re-troatividade mínima que também é alcançada pelo disposto no art. 5º, XXXVI, da Carta Magna.” (STF, RE 205.999-4-SP, Rel. Min. Moreira Alves, DJ 03.03.2000)

“Conquanto o CDC seja norma de ordem pública, não pode retroa-gir para alcançar o contrato que foi celebrado e produziu seus efei-tos na vigência da lei anterior, sob pena de afronta ao ato jurídico perfeito.”(STJ, REsp 248155/SP, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixei-ra, DJ 23.05.2000)

► Importante: Nos contratos de execução diferida e prazo indeterminado, ce-lebrados anteriormente à vigência do CDC, vem sendo admitida a incidência da norma consumerista pelo STJ, uma vez que o contrato é renovado a cada pagamento efetuado. Ou seja, nos contratos de prazo indeterminado (v.g., pre-vidência privada, plano de saúde), o consumidor poderá discutir a validade das cláusulas ou requerer sua revisão durante o período de vigência do CDC; mesmo para os contratos celebrados anteriormente ao CDC.

► STJ

“O contrato de previdência privada, de fato, é de trato sucessivo, de execução continuada, sendo que, com relação à primeira ré (...) o con-trato prosseguiu sob a égide do Código de Defesa do Consumidor, renovando-se o contrato a cada pagamento efetuado, não havendo razão para descartar a aplicação do referido Código se o contrato de execução continuada prosseguiu já durante a sua vigência, conside-rando que se trata de contrato de prazo indeterminado, como é da natureza mesma dos contratos de previdência privada. Parece-me, portanto, que não é possível descartar no que concerne à primeira ré a incidência do Código de Defesa do Consumidor” (STJ, Resp 331.860/RJ, Rel. Min.Carlos Alberto Menezes Direito, DJ 05.08.2002)

→ Aplicaçãoemconcurso

• JuizFederal-TRF5ªRegião(CESPE)2009

“Considerando a natureza de trato sucessivo do contrato de seguro-saú-de, o CDC rege as renovações que se derem sob sua vigência, não se po-

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dendo falar em retroação da lei nova, na hipótese de contrato firmado antes do início da vigência desse código.”

Gabarito: A afirmativa está correta. A alternativa foi retirada da ementa do REsp 1011331 / RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJe 30/04/2008.

Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.

Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de con-sumo.

1. Prestaratençãonoselementosconstantesnasdefinições.► Exemplos:– Que consumidor é pessoa física OU JURÍDICA: no sistema brasileiro,

a pessoa jurídica pode ser considerada consumidora.– Que a coletividade de pessoas, AINDA QUE INDETERMINÁVEIS, que

haja intervindo nas relações de consumo, equipara-se a consumidor.– Que “adquire produtos ou serviços COMO DESTINATÁRIO FINAL”

→ Aplicaçãoemconcurso. Observe como os concursos exigem o co-nhecimento dos elementos contidos no conceito do art. 2°:

• TJ/SC-JuizdeDireitoSubstituto-SC/2013

“Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário intermediário.”

Gabarito: A afirmativa está errada. O correto é destinatário final.

• JuizFederal–TRF1ªRegião–CESPE–2009

“Para que seja equiparado a consumidor, um grupo de pessoas deve ser determinável.”

Gabarito: A afirmativa está errada.

• MP/RN(CESPE)2009

“Pessoa jurídica não pode ser considerada consumidor.”

Gabarito: A afirmativa está errada.

• MP/RN(CESPE)2009

“Coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo equipara-se a consumidor.”

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Gabarito: A alternativa está correta. Praticamente igual ao parágrafo úni-co do art. 2°.

• JuizFederal–TRF1ªRegião–CESPE–2009“Toda venda de produto implica a prestação de serviço, bem como toda prestação de serviço implica a venda de produto.”Gabarito: A afirmativa está errada. O art. 2°, caput, descreve que poderá ser “produto” ou “serviço” (ou ambos).

2. Nadoutrina,duas correntes se formarama respeitodoconceitodeconsumidorparaexplicaremoqueseja “destinatário final”. São deno-minadas de finalistas e maximalistas.

► Atenção: saber bem a diferença entre a teoria finalista e maximalista para as provas.

2.1.Finalista:A doutrina finalista (ou subjetiva), partindo do conceito econômico de consumidor, propõe que a interpretação da expressão destinatário final seja restrita, fundamentando-se no fato de que so-mente o consumidor, parte mais vulnerável na relação contratual, me-rece a especial tutela. Assim, consumidorseriaonãoprofissional,ouseja,aquelequeadquireouutilizaumprodutoparausoprópriooudesua família. Em outras palavras, o destinatário final é o que retira o bem do mercado ao adquirir ou simplesmente utilizá-lo (destinatário final fático), é aquele que coloca um fim na cadeia de produção (desti-natário final econômico), e não aquele que utiliza o bem para continuar a produzir, pois ele não é o consumidor final, já que está transformando e utilizando o bem para oferecê-lo, por sua vez, ao cliente, consumidor do produto ou serviço.

→ Aplicaçãoemconcurso• TJ/BA-JuizdeDireitoSubstituto-BA/2012–CESPE

“Segundo a corrente finalista ou subjetiva, o destinatário final é o desti-natário fático, não importando a destinação econômica dada ao bem nem se aquele que adquire o produto ou o serviço tem, ou não, finalidade de lucro.”Gabarito: A afirmativa está errada. Para a corrente finalista precisa ter destinação fática e econômica.

• TJ/AC/Juiz/2012-CESPE“De acordo com os adeptos da teoria finalista, a fim de que as normas do CDC sejam aplicadas a um número cada vez maior de relações de mer-