148685022015_MP_SP_D_COMERCIAL_E_EMPRESARIAL_AULAS_01_E_02 (1).pdf

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    DEFINIO EMPRESRIO Art. 966. Considera-se empresrio quem exerce profissionalmente atividade econmica organizada para a produo ou a circulao de bens ou de servios.

    DISTINO ENTRE OS CONCEITOS

    EMPRESA EMPRESRIO

    ESTABELECIMENTO

    EXCLUDOS DA ATIVIDADE EMPRESARIAL

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    ELEMENTO DE EMPRESA ENUNCIADO 195 DA III JORNADA DE DIREITO CIVIL DO CJF:

    A expresso elemento de empresa demanda interpretao econmica, devendo ser analisada sob a gide da absoro da atividade intelectual, de natureza cientfica, literria ou artstica, como um dos fatores da organizao empresarial. Ementa: Recuperao judicial - Indeferimento - No basta distribuir pedido de recuperao de empresa para obter, automaticamente, do Juzo, o despacho de processamento - H que se ter alguma substncia mnima, que, no caso, infelizmente, no h - Da definio legal de empresrio constante do art. 966 do CC, colhe-se o aspecto essencial s h empresrio e, de conseguinte, empresa, se houver exerccio de atividade econmica - Trata-se de verdadeiro requisito para a caracterizao da empresa sem exerccio de atividade econmica no h empresa - Ora, como se pode inferir da leitura dos documentos acostados com a petio inicial, atualmente, nenhuma atividade operacional exercida no h mais restaurante - Sem exerccio da atividade no h o que se preservar - Apelao no provida. (TJSP - Apelao Sem Reviso 5767934900 - rgo julgador: Cmara Especial de Falncias e Recuperaes. Judiciais - Relator (a): Romeu Ricupero - Data do julgamento: 27/08/2008 - Data de registro: 11/09/2008)

    EMPRESRIO INDIVIDUAL. CONTINUIDADE DA EMPRESA (ART. 974 CC/02)

    ENUNCIADO 05 DA I JORNADA DE DIREITO COMERCIAL DO CJF

    Quanto s obrigaes decorrentes de sua atividade, o empresrio individual tipificado no art. 966 do Cdigo Civil responder primeiramente com os bens vinculados explorao de sua atividade econmica, nos termos do art. 1.024 do Cdigo Civil.

    ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

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    TRESPASSE DO ESTABELECIMENTO

    EFEITOS EM RELAO A TERCEIROS

    ART. 1.144 DO CC/2002

    O contrato que tenha por objeto a alienao, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, s produzir efeitos quanto a terceiros depois de AVERBADO margem da inscrio do empresrio, ou da sociedade empresria, no Registro Pblico de Empresas Mercantis, E de PUBLICADO na imprensa oficial.

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    EFEITOS EM RELAO A CREDORES

    ARTIGO 1.145 DO CC/2002 Se ao alienante no restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficcia da alienao do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tcito, em trinta dias a partir de sua notificao.

    SUCESSO DAS OBRIGAES

    COMERCIAIS E CIVIS TRIBUTRIAS TRABALHISTAS

    OBRIGAES COMERCIAIS E CIVIS

    ART. 1.146 DO CC/2002 O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos dbitos anteriores transferncia, DESDE QUE REGULARMENTE CONTABILIZADOS, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos crditos vencidos, da publicao, e, quanto aos outros, da data do vencimento.

    TRS QUESTES IMPORTANTES EXTRADAS DO ART. 1.146 DO CC/2002

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    OBRIGAES TRIBUTRIAS

    OBRIGAES TRABALHISTAS

    ART. 448 DA CLT

    A mudana na propriedade ou na estrutura jurdica da empresa no afetar os contratos de trabalho dos respectivos empregados.

    DUAS EXCEES: RECUPERAO JUDICIAL PROCESSO FALIMENTAR

    PROCESSO FALIMENTAR ART. 141, II, LF

    O objeto da alienao estar livre de qualquer nus e no haver sucesso do arrematante nas obrigaes do devedor, inclusive as de natureza tributria, as derivadas da legislao do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho.

    RECUPERAO JUDICIAL ART. 60, NICO, LF

    O objeto da alienao estar livre de qualquer nus e no haver sucesso do arrematante nas obrigaes do devedor, inclusive as de natureza tributria, observado o disposto no 1o do art. 141 desta Lei.

    OUTROS PONTOS IMPORTANTES

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    NOME EMPRESARIAL:

    CONCEITO. ALIENAO. ESPCIES. PRINCPIOS

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    SOCIEDADE EM COMUM

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    SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAO

    1. Discute-se a possibilidade jurdica de dissoluo de sociedade em conta de participao, ao fundamento de que ante a ausncia de personalidade jurdica, no se configuraria o vnculo societrio. 2. Apesar de despersonificadas, as sociedades em conta de participao decorrem da unio de esforos, com compartilhamento de responsabilidades, comunho de finalidade econmica e existncia de um patrimnio especial garantidor das obrigaes assumidas no exerccio da empresa. 3. No h diferena ontolgica entre as sociedades em conta de participao e os demais tipos societrios personificados, distinguindo-se quanto aos efeitos jurdicos unicamente em razo da dispensa de formalidades legais para sua constituio. 4. A dissoluo de sociedade, prevista no art. 1.034 do CC/02, aplica-se subsidiariamente s sociedades em conta de participao, enquanto ato inicial que rompe o vnculo jurdico entre os scios. ... (REsp 1230981/RJ, Rel. Ministro MARCO AURLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/12/2014, DJe 05/02/2015)

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    EIRELI Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada ser constituda por uma nica pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que no ser inferior a 100 (cem) vezes o maior salrio-mnimo vigente no Pas. 1 O nome empresarial dever ser formado pela incluso da expresso "EIRELI" aps a firma ou a denominao social da empresa individual de responsabilidade limitada. 2 A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poder figurar em uma nica empresa dessa modalidade. 3 A empresa individual de responsabilidade limitada tambm poder resultar da concentrao das quotas de outra modalidade societria num nico scio, independentemente das razes que motivaram tal concentrao. 4 ( VETADO). 5 Poder ser atribuda empresa individual de responsabilidade limitada constituda para a prestao de servios de qualquer natureza a remunerao decorrente da cesso de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurdica, vinculados atividade profissional.

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    6 Aplicam-se empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas.

    NATUREZA JURDICA DA EIRELI: Existem duas correntes: (a) Sociedade Unipessoal (Srgio Campinho/Fbio Ulhoa Coelho/Erasmo Vallado: A EIRELI seria um exemplo de sociedade unipessoal, portanto, com apenas um nico scio que seria titular de todo o capital social; (b) Novo Ente Jurdico Personificado: A EIRELI corresponde a um novo ente jurdico personificado, distinto das sociedades, tendo sido includo o inciso VI no art. 44 do CC/02, o que evidencia no se tratar de sociedade, pois, se assim fosse, no seria necessria a incluso deste inciso. E, como no seria uma sociedade, tambm no seria pertinente falar em scio ou capital social, de modo que o nico titular da EIRELI seria o instituidor.

    LOCAL DE REGISTRO DA EIRELI: Existem dois entendimentos: (a) uma primeira orientao sustenta ser a EIRELI sempre uma empresa, portanto, o arquivamento de seu ato constitutivo deveria ocorrer sempre na junta comercial. (b) uma segunda corrente que majoritria, sustenta a necessidade de ser analisado o objeto explorado, para, ento, ser definida se ela explora empresa ou no; se no for organizada uma atividade empresria, como ocorre para atividades intelectuais (regra), a EIRELI dever ser registrada no Cartrio RCPJ, no se sujeitando falncia. ENUNCIADO 471 DA V JORN. DE DIREITO CIVIL DO CJF: Os atos constitutivos da EIRELI devem ser arquivados no registro competente, para fins de aquisio de personalidade jurdica. A falta de arquivamento ou de registro de alterao dos atos constitutivos configura irregularidade superveniente. (ateno: na minha opinio, a falta de registro dos atos constitutivos apenas no ter eficcia contra terceiros).

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    QUEM O INSTITUIDOR DA EIRELI? Existem dois entendimentos: (a) SOMENTE PESSOA NATURAL (Tavares Borba / IN 10 do DREI): A pessoa natural a destinatria da norma, pois a inteno do legislador foi permitir que a pessoa natural conseguisse obter a responsabilidade limitada, j que inexistente em relao ao empresrio individual. A sociedade j teria a possibilidade de constituir subsidiria integral; (b) PESSOA NATURAL OU JURDICA (TRF): No h vedao para a pessoa jurdica ser titular do capital da EIRELI, pois o artigo 980-A, caput, fala em pessoa, gnero do qual so espcies a natural e a jurdica. Qualquer interpretao em sentido contrrio violaria o princpio da legalidade. ENUNCIADO 468 DA V JORNADA DE DIREITO CIVIL DO CJF: A empresa individual de responsabilidade limitada s poder ser constituda por pessoa natural. Ateno: este enunciado provocou a alterao da IN 117/DNRC que, originariamente previa a possibilidade de pessoa jurdica integr-la. ENUNCIADO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE DIREITO CIVIL: REDAO APROVADA: A empresa individual de responsabilidade limitada poder ser constituda por pessoa jurdica, admitida a sua participao em mais de uma empresa dessa modalidade.

    DECISES JUDICIAIS:

    (B) Proc. N.: 0800278-98.2012.4.05.8300 4 TURMA TRF 5 REGIO: Trata-se de mandado de segurana preventivo impetrado por FUNDAO ALICE FIGUEIRA DE APOIO AO INSTITUTO MATERNO INFANTIL DE PERNAMBUCO, fundao de direito privado, contra ato atribudo ao PRESIDENTE DA JUNTA COMERCIAL DE PERNAMBUCO- JUCEPE. Essa fundao foi instituda para apoiar o IMP (Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira) e desejava criar uma EIRELI para explorar uma farmcia (renda para o instituto). O MP de Pernambuco autorizou. A deciso tambm afastou a restrio da IN 117 do DNRC.

    ADMINISTRADOR DA EIRELI O art. 980-A no trata desta questo, portanto, seguindo o pargrafo sexto deste dispositivo teremos que aplicar a regra da sociedade limitada. Ento, conforme art. 1.061 do CC/02, o administrador no precisa ser o prprio instituidor, podendo ser nomeado uma terceira pessoa.

    CAPITAL SOCIAL DA EIRELI (I) O art. 980-A, caput, afirma que dever estar integralizado no ato da constituio (no pode parcelar), no podendo ser inferior a 100 vezes o maior salrio mnimo vigente no pas. Essa exigncia da capital mnimo no comum em nosso sistema. Existe uma ADIN (4.637) no STF questionando essa vinculao ao salrio mnimo e a exigncia desse valor, pois violaria a livre iniciativa, mas no foi concedida a liminar. (II) O capital pode ser integralizado com bens, dinheiro ou crdito, no sendo admitida a contribuio em servios (art. 1.055, 2 aplicvel em consonncia com o 980-A, 6). Aplicam-se as regras do artigo 1.005, portanto, se houver integralizao com bens, o instituidor ficar responsvel pela evico e por sua correta estimao (art. 1.055, 1, CC/02 s no haver solidariedade). Em caso de integralizao com crdito, o instituidor ficar responsvel pelo pagamento, excepcionando a regra do artigo 296 do CC/02, que trata da cesso de crdito.

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    DESCONSIDERAO DA PERSONALIDADE JURDICA

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    O Art. 77. Em caso de abuso da personalidade juridica, caracterizado na forma da lei, o juiz pode, em qualquer processo ou procedimento, decidir, a requerimento da parte ou do Ministerio Publico, quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas obrigacoes sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou dos socios da pessoa juridica ou aos bens de empresa do mesmo grupo economico. Paragrafo unico. O incidente da desconsideracao da personalidade juridica: I pode ser suscitado nos casos de abuso de direito por parte do socio; II e cabivel em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentenca e tambem na execucao fundada em titulo executivo extrajudicial.

    SOCIEDADE SIMPLES

    SOCIEDADE LIMITADA

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    SOCIEDADE ANNIMA

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