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ABRAFATI 2015 | ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS FABRICANTES DE TINTAS 14º Congresso Internacional de Tintas 14ª Exposição Internacional de Fornecedores para Tintas SISTEMAS SOLVENTES PARA TINTAS COM BAIXO IMPACTO NA CLASSIFICAÇÃO E ROTULAGEM GHS (GLOBALLY HARMONIZED SYSTEM) Autores: Fábio Rosa 1 , Carlos Roberto Tomassini 1 , Silmar Balsamo Barrios 1 , Fernando Marchioro Stragliotto 1 , Gustavo Levendoski Sabino 1 , Brandon Lucas da Silva 1 1 Oxiteno Indústria e Comércio SA 1. INTRODUÇÃO A classificação dos perigos dos produtos químicos tem sido um importante driver no desenvolvimento de tintas e vernizes nos mais variados segmentos e um dos grandes desafios da indústria é conseguir a união dos aspectos de segurança e sustentabilidade com alto desempenho técnico na aplicação. De modo especial, os solventes industriais cumprem um papel fundamental nas formulações de tintas e vernizes e influenciam fortemente no desempenho técnico e nos aspectos de segurança, saúde e meio ambiente. Distintos entre si, os solventes possuem diferente desempenho em cada aplicação assim como diferentes impactos em relação a sua segurança e perigo. Desta forma é fundamental a escolha adequada de cada solvente para atender aos requisitos técnicos e de segurança de cada produto final. Neste trabalho são apresentados sistemas solventes para tintas e vernizes que unem aspectos importantes de sustentabilidade, alto desempenho técnico na aplicação e favoráveis para se obter tintas com baixo impacto na regulamentação de classificação e rotulagem de embalagem, segundo o GHS (Globally Harmonized System). 2. CONCEITOS DO GHS “GLOBALLY HARMONIZED SYSTEM” A comunicação de perigos dos produtos químicos é um fator de suma importância para o setor industrial, pois garante a segurança durante o armazenamento, transporte e manuseio dos produtos, porém o sistema que utilizávamos não era harmonizado e apresentava diversas falhas, principalmente devido à falta de padrão para determinação dos critérios que deveriam ser utilizados, pois sabemos que cada país adotava uma regulamentação específica e como consequência os produtos apresentavam diferentes formas para a comunicação dos perigos, bem como informações divergentes. Em 1992, na UNCED (Convenção das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento), a Eco 92 Agenda 21, Capítulo 19 foi criado pela ONU o Sistema Harmonizado para a Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos, sendo este assinado na Eco-92 por mais de 170 países, incluindo o Brasil e neste documento consta o seguinte: “Um sistema globalmente harmonizado de classificação de perigos e um sistema compatível de rotulagem, incluindo folha de informação de segurança de produto e símbolos facilmente compatíveis, deve estar disponível, se factível, no ano 2000.” O trabalho sobre a elaboração do GHS começou com a premissa que os sistemas existentes deveriam ser harmonizados, a fim de desenvolver um sistema único e global para tratar a classificação de produtos químicos, rótulos e fichas de segurança, aumentando assim a proteção da saúde humana e do meio ambiente. A primeira edição do GHS, que se destinava a servir como base inicial para a implementação global do sistema, foi aprovada em dezembro de 2002 e publicada em 2003. Desde então, o GHS tem sido atualizado, revisto e aprimorado a cada dois anos, levando-se em consideração a experiência e as necessidades que surgem ao longo da implementação deste sistema. O GHS foi publicado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em um manual conhecido como Purple Book. O "Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS)", aborda a classificação de produtos químicos por tipos de perigos e propõe elementos de comunicação harmonizados, incluindo etiquetas e fichas de segurança. O objetivo é garantir que a informação sobre os perigos físicos e toxicidade de produtos químicos estejam

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14ª Exposição Internacional de Fornecedores para Tintas

SISTEMAS SOLVENTES PARA TINTAS COM BAIXO IMPACTO NA

CLASSIFICAÇÃO E ROTULAGEM GHS (GLOBALLY HARMONIZED SYSTEM)

Autores: Fábio Rosa1, Carlos Roberto Tomassini

1, Silmar Balsamo Barrios

1, Fernando Marchioro

Stragliotto1, Gustavo Levendoski Sabino

1, Brandon Lucas da Silva

1

1 Oxiteno Indústria e Comércio SA

1. INTRODUÇÃO A classificação dos perigos dos produtos químicos tem sido um importante driver no desenvolvimento de tintas e vernizes nos mais variados segmentos e um dos grandes desafios da indústria é conseguir a união dos aspectos de segurança e sustentabilidade com alto desempenho técnico na aplicação. De modo especial, os solventes industriais cumprem um papel fundamental nas formulações de tintas e vernizes e influenciam fortemente no desempenho técnico e nos aspectos de segurança, saúde e meio ambiente. Distintos entre si, os solventes possuem diferente desempenho em cada aplicação assim como diferentes impactos em relação a sua segurança e perigo. Desta forma é fundamental a escolha adequada de cada solvente para atender aos requisitos técnicos e de segurança de cada produto final. Neste trabalho são apresentados sistemas solventes para tintas e vernizes que unem aspectos importantes de sustentabilidade, alto desempenho técnico na aplicação e favoráveis para se obter tintas com baixo impacto na regulamentação de classificação e rotulagem de embalagem, segundo o GHS (Globally Harmonized System).

2. CONCEITOS DO GHS “GLOBALLY HARMONIZED SYSTEM”

A comunicação de perigos dos produtos químicos é um fator de suma importância para o setor industrial, pois garante a segurança durante o armazenamento, transporte e manuseio dos produtos, porém o sistema que utilizávamos não era harmonizado e apresentava diversas falhas, principalmente devido à falta de padrão para determinação dos critérios que deveriam ser utilizados, pois sabemos que cada país adotava uma regulamentação específica e como consequência os produtos apresentavam diferentes formas para a comunicação dos perigos, bem como informações divergentes. Em 1992, na UNCED (Convenção das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento), a Eco 92 – Agenda 21, Capítulo 19 – foi criado pela ONU o Sistema Harmonizado para a Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos, sendo este assinado na Eco-92 por mais de 170 países, incluindo o Brasil e neste documento consta o seguinte: “Um sistema globalmente harmonizado de classificação de perigos e um sistema compatível de rotulagem, incluindo folha de informação de segurança de produto e símbolos facilmente compatíveis, deve estar disponível, se factível, no ano 2000.” O trabalho sobre a elaboração do GHS começou com a premissa que os sistemas existentes deveriam ser harmonizados, a fim de desenvolver um sistema único e global para tratar a classificação de produtos químicos, rótulos e fichas de segurança, aumentando assim a proteção da saúde humana e do meio ambiente. A primeira edição do GHS, que se destinava a servir como base inicial para a implementação global do sistema, foi aprovada em dezembro de 2002 e publicada em 2003. Desde então, o GHS tem sido atualizado, revisto e aprimorado a cada dois anos, levando-se em consideração a experiência e as necessidades que surgem ao longo da implementação deste sistema. O GHS foi publicado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em um manual conhecido como Purple Book. O "Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS)", aborda a classificação de produtos químicos por tipos de perigos e propõe elementos de comunicação harmonizados, incluindo etiquetas e fichas de segurança. O objetivo é garantir que a informação sobre os perigos físicos e toxicidade de produtos químicos estejam

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disponíveis a fim de reforçar a proteção à saúde humana e ao ambiente durante o armazenamento, transporte e manuseio desses produtos químicos. O GHS também fornece uma base para a harmonização de regras e regulamentos sobre os produtos químicos a nível nacional, regional e mundial, um fator importante também para a facilitação do comércio. Enquanto os governos, as instituições regionais e organizações internacionais são os públicos primários para o GHS, ele contém também contexto e orientações suficientes para a indústria que acabará por ser a responsável pela implementação das exigências que foram adotadas. O GHS tem como um de seus principais objetivos reduzir a necessidade dos testes realizados em animais, a partir do princípio da extrapolação (bridging principles), onde conhecendo os perigos dos ingredientes é possível classificar a mistura final. Os princípios da extrapolação aplicam-se a todos os perigos à saúde, para detalhamentos é necessário acessar o Purple Book, da ONU, onde estão presentes todos os critérios necessários para classificação de cada um dos perigos. É importante ressaltar que os perigos físicos não são determinados baseando-se nas informações dos ingredientes, para esta categoria é necessário que sejam realizados testes, quando aplicáveis, para que estes perigos possam ser informados às pessoas que estarão em contato com o produto químico. O GHS visa garantir que todos os países adotem os mesmos critérios de classificação e rotulagem para produtos químicos, viabilizando a comunicação do perigo dos produtos em qualquer parte do mundo. Uma vez que foi desenvolvido para harmonizar a comunicação de perigos dos produtos químicos. Este sistema consiste em uma abordagem lógica e abrangente, onde foram estabelecidos processos para classificação/determinação dos perigos dos produtos químicos utilizando dados disponíveis sobre os produtos que são comparados a critérios previamente definidos. O GHS estabeleceu também os requisitos para a comunicação da informação de perigo em rótulos e FISPQ (Fichas de Informação de Segurança para Produtos Químicos). No Brasil, a FISPQ é um documento normalizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) conforme norma, ABNT NBR 14725. A FISPQ, denominada “Ficha com Dados de Segurança” segundo Decreto nº 2.657 de 03/07/1998 (promulga a Convenção nº 170 da Organização Internacional do Trabalho-OIT), deve ser recebida pelos empregadores que utilizem produtos químicos, tornando-se um documento obrigatório para a comercialização destes produtos. Nas FISPQ’s e nos rótulos, a comunicação dos perigos é realizada por meio de pictogramas, palavra de advertência, frases de perigo e frases de precaução, sendo estes determinados de acordo com a classificação realizada para os produtos.

3. SOLUÇÕES EM SOLVENTES

3.1 PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS As formulações de tintas faz uso de solventes visando balancear as propriedades de solvência e evaporação para atender às exigências de secagem, fluidez, nivelamento do filme, resistência mecânica, brilho e resistência ao branqueamento, dentre outros requisitos. Os filmes de polímeros orgânicos são, em geral, produzidos a partir da aplicação de uma solução, ou dispersão, sobre o substrato, seguida de evaporação do solvente com formação do filme por secagem ou coalescência. O sistema solvente desempenha um papel fundamental no controle da solubilidade das resinas e na taxa de secagem, que terão, por conseqüência, forte influência nas propriedades finais do revestimento. A escolha adequada de um solvente ou de um sistema solvente requer uma atenção especial às suas propriedades físico-químicas. Os parâmetros de solubilidade de Hansen, como exemplo, são propriedades fundamentais para garantir uma boa solubilidade e compatibilidade do solvente com as resinas de cada formulação de tinta.

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O conhecimento do comportamento de solubilidade das resinas, formadoras de filme no sistema solvente, é essencial do ponto de vista tecnológico, e diferentes morfologias de filme têm sido obtidas variando o sistema solvente. A solubilidade de um polímero em um certo solvente é entendida por modelos semi-empíricos, utilizando os chamados parâmetros de solubilidade. Esses modelos consideram a solubilidade de uma molécula em um solvente a partir da relação entre os parâmetros de solubilidade do

solvente e do soluto, e quanto mais próximos forem esses valores (solvente e soluto) melhor será a solubilidade do sistema. Dessa forma, o modelo orienta pela seleção e desenvolvimento de sistemas capazes de propiciar a solubilização das resinas. Outro parâmetro relevante para o desenvolvimento das aplicações está relacionado com a volatilidade ou taxa de evaporação do solvente, e deste comportamento em misturas com outros solventes do sistema. Essas características também são modeladas a partir das propriedades físicas e de interação molecular entre diferentes substâncias. Composições para tintas, vernizes ou tíneres podem ser adaptáveis a diversos tipos de formulações a partir do balanço das formulações para a obtenção das propriedades requeridas de velocidade de evaporação e capacidade de dissolução dos polímeros empregados. A adequação das formulações às aplicações pretendidas é demonstrada a partir da comparação das viscosidades das formulações e da determinação da velocidade de evaporação do sistema solvente, a retenção dos solventes após aplicação em filmes plásticos flexíveis e a perda de solvente por evaporação durante o processo de aplicação da tinta sobre o substrato.

3.2 ALTERNATIVAS DE SOLVENTES São demonstradas a seguir algumas alternativas de solventes desenvolvidas para atender desempenho técnico na aplicação assim como proporcionar baixo impacto na classificação e rotulagem segundo o GHS.

3.2.1 SISTEMA SOLVENTE PARA BASECOAT AUTOMOTIVO – AROMATIC FREE Sistema solvente desenvolvido para a substituição de solventes aromáticos por solventes oxigenados menos tóxicos ao ser humano, menos agressivos ao meio ambiente e com conteúdo parcial obtido de fontes renováveis, no caso, intermediários químicos produzidos a partir de cana de açúcar. Adicionalmente, o novo sistema propicia ao usuário maior rendimento na aplicação e excelente desempenho técnico da pintura de veículos como estética e durabilidade. O Sistema Solvente para Basecoat Automotivo – Aromatic Free é composto pela mistura

do Ultrasolve M1200 (Acetato de sec-Butila) e o Acetato de Isopentila sendo uma alternativa ao

Solvente BAX, composto por Acetato de n-Butila, n-Butanol e Xilol, tradicionalmente utilizado

na diluição do basecoat automotivo assim como na limpeza de equipamentos. Atende aos

principais atributos técnicos comprovados por parâmetros de solubilidade, taxa de evaporação,

resistividade e alta eficiência na limpeza dos equipamentos de pintura. Na tabela 1 está a

comparação do Solvente BAX Tradicional com o Sistema Solvente para Basecoat

Automotivo – Aromatic Free na diluição de uma tinta basecoat de cor prata. A viscosidade e

a resistividade são propriedades que podem ser correlacionadas com a manutenção do poder

de solvência e a condutividade elétrica do sistema.

Propriedades físico-químicas da

tinta diluída

Solvente BAX

Tradicional

Sistema Solvente para

Basecoat Automotivo

– Aromatic Free

Viscosidade, segundos, Copo Ford-3 22’’10 22’’00

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Resistividade, mega ohms 0,68 0,66

Tabela 1: Propriedades de aplicação de basecoat diluído - cor prata

Para exemplificar o seu desempenho, no gráfico 1 é possível observar a curva de evaporação

do Sistema Solvente para Basecoat Automotivo – Aromatic Free em comparação ao

Solvente BAX Tradicional determinada em laboratório e por simulação em software. Esta

propriedade garante o bom desempenho de secagem da tinta (basecoat), não alterando o

tempo de aplicação da última camada de tinta do veículo, o verniz.

Gráfico 1: Comportamento de Evaporação - massa de solvente evaporada com o tempo – Sistema

Solvente Aromatic Free x Solvente BAX.

3.2.2 ALTERNATIVA AO TOLUENO: ULTRASOLVE M1200 (ACETATO DE SEC-BUTILA) O Ultrasolve M1200 é uma alternativa em substituição ao tolueno em formulações de tintas e tíneres com alto desempenho. Além da baixa toxicidade apresentação comportamento de evaporação muito similar ao tolueno, conforme gráfico 2 abaixo.

Gráfico 2: Comportamento de Evaporação - massa de solvente evaporada com o tempo – Ultrasolve

M1200 x Tolueno.

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Tem

po d

e Ev

apor

ação

(seg

undo

s)

% Massa de Solvente Evaporada

Curvas de Evaporação a 25ºC - 60% Umidade Relativa

Solvente BAX Novo SolventeSistema Solvente para BasecoatAutomotivo –Aromatic Free

Solvente BAX

Tradicional

0

50

100

150

200

250

300

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90Tem

po

de

Eva

po

raçã

o (

seg.

)

% Evaporada

Curvas de Evaporação a 25ºC - 50% U.R.

Ultrasolve M1200 Tolueno

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3.2.3 ALTERNATIVA AO XILOL: ACETATO DE ISOPENTILA O Acetato de Isopentila é uma alternativa em substituição ao xilol em formulações de tintas e tíneres com alto desempenho. Além da baixa toxicidade apresentação comportamento de evaporação muito similar ao xilol, conforme gráfico 3 abaixo.

Gráfico 3: Comportamento de Evaporação - massa de solvente evaporada com o tempo – Acetato de

Isopentila x Xilol.

4. COMPARAÇÃO DAS CLASSIFICAÇÕES DOS SOLVENTES SEGUNDO O GHS

4.1 ALTERNATIVA AO TOLUENO: ULTRASOLVE M1200 (ACETATO DE SEC-BUTILA)

Na tabela abaixo são apresentadas as classificações de cada um dos solventes, bem como os elementos de rotulagem (Pictogramas e Frases de Perigo).

Solvente Tolueno Ultrasolve M1200

Classificação GHS

Líquidos inflamáveis – Categoria 2. Toxicidade aguda – Oral – Categoria 4. Toxicidade aguda – Inalação – Categoria 4. Corrosão/irritação à pele – Categoria 2. Lesões oculares graves/irritação ocular –Categoria 2B. Toxicidade à reprodução – Categoria 1A. Toxicidade para órgãos-alvo específicos – Exposição única – Categoria 1 e 3. Toxicidade sistêmica em órgão alvo após exposição repetida – Categoria 1. Perigo por aspiração – Categoria 1. Perigoso ao ambiente aquático – Agudo – Categoria 2.

Líquidos inflamáveis, Categoria 3. Toxicidade aguda – Oral, Categoria 5. Corrosão/irritação à pele, Categoria 3. Lesões oculares graves/irritação ocular, Categoria 2A.

Pictogramas

Palavra de advertência

PERIGO

ATENÇÃO

0

200

400

600

800

1000

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Tem

po

de

Evap

ora

ção

(se

g.)

% Evaporada

Curvas de Evaporação a 25°C e 50% U.R.

Ac. Isopentila Xilol

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Frases de Perigo

H225 Líquido e vapores altamente inflamáveis H302 Nocivo se ingerido H332 Nocivo se inalado H315 Provoca irritação à pele H320 Provoca irritação ocular H360 Pode prejudicar a fertilidade ou o feto H370 Pode provocar danos aos órgãos H335 Pode provocar irritação das vias respiratórias H336 Pode provocar sonolência ou vertigem H372 Provoca danos aos órgãos por exposição repetida ou prolongada H304 Pode ser fatal se ingerido e penetrar nas vias respiratórias H401 Tóxico para os organismos aquáticos

H226 Líquido e vapores inflamáveis H303 Pode ser nocivo se ingerido H316 Provoca irritação moderada à pele H319 Provoca irritação ocular grave

Tabela 2: Classificações GHS Comparativas Ultrasolve M1200 x Tolueno

A seguir, serão apresentadas as concentrações de corte para a classificação dos perigos

relacionados a cada um dos solventes, com o intuito que posteriormente sejam determinadas

as concentrações de solventes que serão utilizadas nas formulações.

Solvente Classificação GHS Concentrações de corte

Tolueno

Líquidos inflamáveis – Categoria 2. Para este perigo, é necessário determinar o ponto de fulgor do produto final.

Toxicidade aguda – Oral – Categoria 4. c ≥ 31,80% ― Categoria 4 12,72 ≤ c < 31,80% ― Categoria 5 c < 12,72% ― Não classificado

Toxicidade aguda – Inalação – Categoria 4. c ≥ 90% ― Categoria 4 c < 90% ― Não classificado

Corrosão/irritação à pele – Categoria 2. c ≥ 10% ― Categoria 2 1 ≤ c < 10% ― Categoria 3 c < 1% ― Não classificado

Lesões oculares graves/irritação ocular –Categoria 2B.

c ≥ 10% ― Categoria 2 c < 10% ― Não classificado

Toxicidade à reprodução – Categoria 1A. c ≥ 0,1% ― Categoria 1A c < 0,1% ― Não classificado

Toxicidade para órgãos-alvo específicos – Exposição única – Categoria 1.

c ≥ 1% ― Categoria 1 c < 1% ― Não classificado

Toxicidade para órgãos-alvo específicos – Exposição única – Categoria 3.

c ≥ 20% ― Categoria 3 c < 20% ― Não classificado

Toxicidade sistêmica em órgão alvo após exposição repetida – Categoria 1.

c ≥ 1% ― Categoria 1 c < 1% ― Não classificado

Perigo por aspiração – Categoria 1. A classificação dependerá da viscosidade cinemática, da mistura final, medida a 40°C.

Perigoso ao ambiente aquático – Agudo – Categoria 2.

c > 25% ― Categoria 2 2,5 < c ≤ 25% ― Categoria 3 c ≤ 2,5% ― Não classificado

Ultrasolve M1200

Líquidos inflamáveis, Categoria 3. Para este perigo, é necessário determinar o ponto de fulgor do produto final.

Toxicidade aguda – Oral, Categoria 5. c ≥ 64% ― Categoria 5 c < 64% ― Não classificado

Corrosão/irritação à pele, Categoria 3. c ≥ 10% ― Categoria 3 c < 10% ― Não classificado

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Lesões oculares graves/irritação ocular, Categoria 2A.

c ≥ 10% ― Categoria 2 c < 10% ― Não classificado

Tabela 3: Classificações GHS Comparativas Ultrasolve M1200 x Tolueno

Após a determinação das concentrações de corte de cada um dos perigos, trabalharemos com

formulações de tintas que utilizem estes solventes em concentrações menores que 10%,

concentrações entre 10% e menores que 30%, entre 30% e 60, e na faixa de 60 à 75%.

Ressaltamos que a flamabilidade é determinada pelo ponto de fulgor da mistura final, sendo

este um perigo físico e não extrapolável para a mistura final segundo os critérios do GHS.

Classificação das tintas utilizando solventes em concentrações menores que 10%

Solvente Tolueno Ultrasolve M1200

Classificação GHS

Corrosão/irritação à pele – Categoria 3. Toxicidade à reprodução – Categoria 1A. Toxicidade para órgãos-alvo específicos – Exposição única – Categoria 1. Toxicidade sistêmica em órgão alvo após exposição repetida – Categoria 1. Perigoso ao ambiente aquático – Agudo – Categoria 3.

Não classificado de acordo com os critérios da ABNT NBR 14725

Pictogramas

Não aplicável

Palavra de Advertência

PERIGO Não aplicável

Frases de Perigo

H316 Provoca irritação moderada à pele H360 Pode prejudicar a fertilidade ou o feto H370 Pode provocar danos aos órgãos H372 Provoca danos aos órgãos por exposição repetida ou prolongada H402 Nocivo para os organismos aquáticos

Não aplicável

Tabela 4: Classificações GHS Comparativas Ultrasolve M1200 x Tolueno

Classificação de tintas utilizando solventes em concentrações entre 10% e

menores que 30%.

Solvente Tolueno Ultrasolve M1200

Classificação GHS

Toxicidade aguda – Oral – Categoria 5. Corrosão/irritação à pele – Categoria 2. Lesões oculares graves/irritação ocular –Categoria 2B. Toxicidade à reprodução – Categoria 1A. Toxicidade para órgãos-alvo específicos – Exposição única – Categoria 1 e 3. Toxicidade sistêmica em órgão alvo após exposição repetida – Categoria 1.

Corrosão/irritação à pele, Categoria 3. Lesões oculares graves/irritação ocular, Categoria 2A.

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Perigoso ao ambiente aquático – Agudo – Categoria 2.

Pictogramas

Palavra de Advertência

PERIGO ATENÇÃO

Frases de Perigo

H303 Pode ser nocivo se ingerido H315 Provoca irritação à pele H320 Provoca irritação ocular H360 Pode prejudicar a fertilidade ou o feto H370 Pode provocar danos aos órgãos H335 Pode provocar irritação das vias respiratórias H336 Pode provocar sonolência ou vertigem H372 Provoca danos aos órgãos por exposição repetida ou prolongada H401 Tóxico para os organismos aquáticos

H316 Provoca irritação moderada à pele H319 Provoca irritação ocular grave

Tabela 5: Classificações GHS Comparativas Ultrasolve M1200 x Tolueno

Classificação de tintas utilizando solventes em concentrações entre 30% e 60%.

Solvente Tolueno Ultrasolve M1200

Classificação GHS

Toxicidade aguda – Oral – Categoria 4. Corrosão/irritação à pele – Categoria 2. Lesões oculares graves/irritação ocular –Categoria 2B. Toxicidade à reprodução – Categoria 1A. Toxicidade para órgãos-alvo específicos – Exposição única – Categoria 1 e 3. Toxicidade sistêmica em órgão alvo após exposição repetida – Categoria 1. Perigoso ao ambiente aquático – Agudo – Categoria 2.

Corrosão/irritação à pele, Categoria 3. Lesões oculares graves/irritação ocular, Categoria 2A.

Pictogramas

Palavra de Advertência

PERIGO ATENÇÃO

Frases de Perigo

H302 Nocivo se ingerido H315 Provoca irritação à pele H320 Provoca irritação ocular H360 Pode prejudicar a fertilidade ou o feto H370 Pode provocar danos aos órgãos H335 Pode provocar irritação das vias respiratórias H336 Pode provocar sonolência ou vertigem

H316 Provoca irritação moderada à pele H319 Provoca irritação ocular grave H373 Pode provocar danos aos órgãos por exposição repetida ou prolongada

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H372 Provoca danos aos órgãos por exposição repetida ou prolongada H401 Tóxico para os organismos aquáticos

Tabela 6: Classificações GHS Comparativas Ultrasolve M1200 x Tolueno

Classificação de tintas utilizando solventes em concentrações entre 60 e 85%.

Solvente Tolueno Ultrasolve M1200

Classificação GHS

Toxicidade aguda – Oral – Categoria 4. Corrosão/irritação à pele – Categoria 2. Lesões oculares graves/irritação ocular –Categoria 2B. Toxicidade à reprodução – Categoria 1A. Toxicidade para órgãos-alvo específicos – Exposição única – Categoria 1 e 3. Toxicidade sistêmica em órgão alvo após exposição repetida – Categoria 1. Perigoso ao ambiente aquático – Agudo – Categoria 2.

Toxicidade aguda – Oral, Categoria 5. Corrosão/irritação à pele, Categoria 3. Lesões oculares graves/irritação ocular, Categoria 2A.

Pictogramas

Palavra de Advertência

PERIGO ATENÇÃO

Frases de Perigo

H302 Nocivo se ingerido H315 Provoca irritação à pele H320 Provoca irritação ocular H360 Pode prejudicar a fertilidade ou o feto H370 Pode provocar danos aos órgãos H335 Pode provocar irritação das vias respiratórias H336 Pode provocar sonolência ou vertigem H372 Provoca danos aos órgãos por exposição repetida ou prolongada H401 Tóxico para os organismos aquáticos

H303 Pode ser nocivo se ingerido H316 Provoca irritação moderada à pele H319 Provoca irritação ocular grave

Tabela 7: Classificações GHS Comparativas Ultrasolve M1200 x Tolueno

A avaliação realizada, utilizando-se diferentes faixas de concentração dos solventes, permite observar que utilizando o Ultrasolve M1200 em concentrações até 10% o produto final não será classificado como perigoso, e em todas as concentrações utilizadas além de apresentar um menor número de classificações de perigos segundo os critérios do GHS, este também apresenta a palavra de advertência “ATENÇÃO”, enquanto que o tolueno apresenta a palavra de advertência “PERIGO”. Uma observação muito importante refere-se aos pictogramas, pois para a rotulagem do produto final, quando utilizamos o Ultrasolve M1200 em nenhum caso teremos o pictograma “Perigoso à saúde” e exibirá apenas o pictograma “Ponto de exclamação”. Nesta comparação é possível determinar que a utilização do Ultrasolve M1200 ocasionará em menores impactos na rotulagem dos produtos químicos, uma vez que apresentará apenas o pictograma “Ponto de exclamação” e um número menor de frases de perigo. A avaliação dos perigos permitiu definir que os perigos para os quais o Ultrasolve M1200 foi classificado são

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menos impactantes que os presentes no tolueno, logo pelo ponto de vista de segurança química a substituição pelo Ultrasolve M1200 seria mais vantajosa.

4.2 ALTERNATIVA AO XILOL: ACETATO DE ISOPENTILA

Na tabela abaixo são apresentadas as classificações de cada um dos solventes, bem como os

elementos de rotulagem (Pictogramas e Frases de Perigo).

Solvente Acetato de isopentila Xilol

Classificação GHS

Líquidos inflamáveis, Categoria 3 Corrosão/irritação à pele, Categoria 3. Perigoso ao meio ambiente aquático - agudo, Categoria 3.

Líquidos inflamáveis, Categoria 2. Toxicidade aguda - Oral, Categoria 5. Toxicidade aguda - Dérmica, Categoria 5. Corrosão/Irritação à pele, Categoria 2. Toxicidade para órgãos-alvo específicos - Exposição repetida, Categoria 2. Perigo por aspiração, Categoria 1. Perigoso ao ambiente aquático - Agudo, Categoria 1.

Pictogramas

Palavra de advertência

ATENÇÃO

PERIGO

Frases de Perigo

H226 Líquido e vapores inflamáveis H316 Provoca irritação moderada à pele H402 Nocivo para os organismos aquáticos

H225 Líquido e vapores altamente inflamáveis H303 Pode ser nocivo se ingerido H313 Pode ser nocivo em contato com a pele H315 Provoca irritação à pele H373 Pode provocar danos aos órgãos por exposição repetida ou prolongada H304 Pode ser fatal se ingerido e penetrar nas vias respiratórias H400 Muito tóxico para os organismos aquáticos

Tabela 8: Classificações GHS Comparativas Acetato de Isopentila x Xilol

A seguir, serão apresentadas as concentrações de corte para a classificação dos perigos

relacionados a cada um dos solventes, com o intuito que posteriormente sejam determinadas

as concentrações de solventes que serão utilizadas nas formulações.

Solvente Classificação GHS Concentrações de corte

Acetato de isopentila

Líquidos inflamáveis, Categoria 3. Para este perigo, é necessário determinar o ponto de fulgor do produto final.

Corrosão/irritação à pele, Categoria 3. c ≥ 10% ― Categoria 3 c < 10% ― Não classificado

Perigoso ao meio ambiente aquático - agudo, Categoria 3.

c > 25% ― Categoria 3 c ≤ 25% ― Não classificado

XILOL Líquidos inflamáveis - Categoria 2

Para este perigo, é necessário determinar o ponto de fulgor do produto final.

Toxicidade aguda - Oral 5 c ≥ 70% ― Categoria 5

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c < 70% ― Não classificado

Toxicidade aguda - Dérmica - Categoria 5 c ≥ 50% ― Categoria 5 c < 50% ― Não classificado

Corrosão/Irritação à pele, Categoria 2 c ≥ 10% ― Categoria 2 1 ≤ c < 10% ― Categoria 3 c < 1% ― Não classificado

Toxicidade para órgãos-alvo específicos - Exposição repetida, Categoria 2

c ≥ 1,0% ― Categoria 2 c < 1,0% ― Não classificado

Perigo por aspiração, Categoria 1 A classificação dependerá da viscosidade cinemática, da mistura final, medida a 40°C.

Perigoso ao ambiente aquático - Agudo, Categoria 1

c > 25% ― Categoria 1 2,5 < c ≤ 25% ― Categoria 2 0,25 < c ≤ 2,5% ― Categoria 3 c ≤ 0,25% ― Não classificado

Tabela 9: Classificações GHS Comparativas Acetato de Isopentila x Xilol

Após a determinação das concentrações de corte de cada um dos perigos, trabalharemos com

formulações de tintas que utilizem estes solventes em concentrações menores que 10%,

concentrações entre 10% e menores que 25%, entre 25 e 50%, e na faixa de 50 a 100%.

Ressaltamos que a flamabilidade é determinada pelo ponto de fulgor da mistura final, sendo

este um perigo físico e não extrapolável para a mistura final segundo os critérios do GHS. O

perigo por aspiração, apesar de ser um perigo à saúde, para que o produto final seja

classificado nesta categoria dependerá também da viscosidade da mistura final.

Classificação das tintas utilizando solventes em concentrações menores que 10%

Solvente Acetato de isopentila Xilol

Classificação GHS

Não classificado de acordo com os critérios da ABNT NBR 14725

Corrosão/Irritação à pele, Categoria 3. Perigoso ao ambiente aquático - Agudo, Categoria 2. Toxicidade para órgãos-alvo específicos - Exposição repetida, Categoria 2.

Pictogramas Não aplicável

Palavra de Advertência

Não aplicável ATENÇÃO

Frases de Perigo

Não aplicável

H316 Provoca irritação moderada à pele H373 Pode provocar danos aos órgãos por exposição repetida ou prolongada H401Tóxico para os organismos aquáticos

Tabela 10: Classificações GHS Comparativas Acetato de Isopentila x Xilol

Classificação de tintas solventes em concentrações entre 10% e menores que

25%

Solvente Acetato de isopentila Xilol

Classificação Corrosão/Irritação à pele, Categoria 3. Corrosão/Irritação à pele, Categoria 2.

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GHS Toxicidade para órgãos-alvo específicos - Exposição repetida, Categoria 2. Perigoso ao ambiente aquático - Agudo, Categoria 2.

Pictogramas Não exigido

Palavra de Advertência

ATENÇÃO ATENÇÃO

Frases de Perigo

H316 Provoca irritação moderada à pele

H315 Provoca irritação à pele H373 Pode provocar danos aos órgãos por exposição repetida ou prolongada H401Tóxico para os organismos aquáticos

Tabela 11: Classificações GHS Comparativas Acetato de Isopentila x Xilol

Classificação de tintas solventes em concentrações entre 25% e 50%.

Solvente Acetato de isopentila Xilol

Classificação GHS

Corrosão/irritação à pele, Categoria 3. Perigoso ao meio ambiente aquático - agudo, Categoria 3.

Toxicidade aguda - Dérmica, Categoria 5. Corrosão/Irritação à pele, Categoria 2. Toxicidade para órgãos-alvo específicos - Exposição repetida, Categoria 2. Perigoso ao ambiente aquático - Agudo, Categoria 1.

Pictogramas Não exigido.

Palavra de Advertência

ATENÇÃO ATENÇÃO

Frases de Perigo

H316 Provoca irritação moderada à pele H402 Nocivo para os organismos aquáticos

H313 Pode ser nocivo em contato com a pele H315 Provoca irritação à pele H373 Pode provocar danos aos órgãos por exposição repetida ou prolongada H400 Muito tóxico para os organismos aquáticos

Tabela 12: Classificações GHS Comparativas Acetato de Isopentila x Xilol

Nesta comparação, utilizando-se diferentes faixas de concentração dos solventes, observamos

que utilizando o acetato de isopentila em concentrações até 10% o produto final não será

classificado como perigoso, e em todas as concentrações utilizadas apresenta um menor

número de classificações de perigos segundo os critérios do GHS. Uma observação muito

importante refere-se aos pictogramas, pois para a rotulagem do produto final, quando

utilizamos o acetato de isopentila em nenhum caso teremos a presença de pictogramas,

enquanto o xilol exibirá ao menos um pictograma em qualquer concentração utilizado, podendo

ser necessária a utilização de até 3 pictogramas.

Nesta comparação é possível determinar que a utilização do acetato de isopentila ocasionará

em menores impactos na rotulagem dos produtos químicos, uma vez que não apresentará

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pictogramas nos rótulos e um número menor de frases de perigo. A avaliação dos perigos

permitiu definir que os perigos para os quais o acetato de isopentila foi classificado são menos

impactantes que os presentes no tolueno, logo pelo ponto de vista de segurança química a

substituição do xilol pelo acetato de isopentila seria mais vantajosa. Ao analisar os dois

solventes puros já podemos concluir que o acetato de isopentila é menos perigoso, pois este

apresenta menos perigos de acordo com os critérios do GHS que o xilol, e ao extrapolar os

perigos em diferentes faixas de concentração esta estimativa pode ser confirmada.

4.3 SISTEMA SOLVENTE PARA BASECOAT AUTOMOTIVO – AROMATIC FREE

Na tabela abaixo são apresentadas as classificações de cada um dos produtos em questão,

bem como os elementos de rotulagem (Pictogramas e Frases de Perigo).

Solvente SOLVENTE BAX (Acetato de Butila 35% + Butanol 15% + Xilol

50%)

SISTEMA SOLVENTE PARA BASECOAT AUTOMOTIVO – AROMATIC FREE

(Ultrasolve M1200 + Acetato de Isopentila)

Classificação GHS

Toxicidade aguda – Oral, Categoria 5. Toxicidade aguda – Dérmica, Categoria 5. Corrosão/irritação à pele, Categoria 2. Lesões oculares graves/irritação ocular, Categoria 2A. Toxicidade para órgãos-alvo específicos - exposição única, Categoria 3. Toxicidade para órgãos-alvo específicos - exposição repetida, Categoria 1 e 2. Perigoso ao meio ambiente aquático - agudo, Categoria 1.

Toxicidade aguda – Oral, Categoria 5. Corrosão/irritação à pele, Categoria 3. Lesões oculares graves/irritação ocular, Categoria 2A. Perigoso ao meio ambiente aquático - agudo, Categoria 3.

Pictogramas

Palavra de advertência

PERIGO ATENÇÃO

Frases de Perigo

H303 Pode ser nocivo se ingerido H313 Pode ser nocivo em contato com a pele H315 Provoca irritação à pele H319 Provoca irritação ocular grave H335 Pode provocar irritação das vias respiratórias H336 Pode provocar sonolência ou vertigem H372 Provoca danos aos órgãos do sistema nervoso central e ouvido por exposição repetida ou prolongada H373 Pode provocar danos aos órgãos por exposição repetida ou prolongada H400 Muito tóxico para os organismos aquáticos

H303 Pode ser nocivo se ingerido H316 Provoca irritação moderada à pele H319 Provoca irritação ocular grave H402 Nocivo para os organismos aquáticos

Tabela 13: Classificações GHS Comparativas Sistema Solvente Aromatic Free X Solvente BAX

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Especificamente na avaliação deste thinner, verificamos que o produto que utilizou os solventes

alternativos foi classificado em um menor número de perigos, mostrando assim que o estudo

realizado previamente levou ao desenvolvimento de um produto mais vantajoso sob o ponto de

vista da segurança química. O thinner com os solventes usuais do mercado é classificado em

um maior número de perigos, e consequentemente a rotulagem requer maiores informações

para alertar os trabalhadores sobre os perigos do produto. No thinner com solventes

alternativos, na rotulagem será utilizado apenas um pictograma, enquanto na formulação usual

será necessário utilizar três pictogramas para comunicar os perigos provenientes deste

produto.

Neste último comparativo, verificamos a classificação de perigos com base nos critérios do

GHS para um thinner, e notamos que após fazer a avaliação dos perigos dos solventes

separadamente, podemos desenvolver um produto que seja mais seguro para manipulação,

pois o trabalho inicial de determinar quais solventes são mais vantajosos possibilita um melhor

entendimento do assunto. Desta forma é de suma importância para uma formulação saber

quais solventes, quando utilizados no produto final, apresentarão uma classificação de perigos

mais branda aliada a melhor aplicação com relação aos produtos atualmente utilizados no

mercado.

5. CONCLUSÃO

A avaliação da classificação dos perigos dos solventes contribui para a escolha de formulações

de produtos com maior segurança química. Produtos que contemplam maior segurança

química e unem alto desempenho na aplicação tornam-se mais atrativos.

A comparação entre os solventes puros facilita a escolha de quais solventes serão utilizados no

desenvolvimento da formulação.

As alternativas de sistemas solventes propostos neste trabalho, além de alto desempenho

técnico, demonstraram vantagens significativas com relação à segurança em função da

redução dos perigos presentes, inclusive no produto final, facilitando assim a avaliação quanto

ao aspecto de segurança.

Neste estudo foram considerados os impactos dos perigos dos solventes na classificação de

tintas segundo os critérios do GHS, sendo que na formulação final deverão ser considerados os

perigos de cada um dos componentes. Desta forma a classificação final da tinta não dependerá

apenas do solvente empregado, mas sim de cada um dos ingredientes utilizados na

formulação.

Vale destacar que os perigos físicos não são determinados para a mistura final com base nos

ingredientes, para estes perigos é necessário conduzir testes para posterior classificação do

produto.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Norma ABNT NBR 14725:2014. 2. Globally Harmonized System of Classification and Labelling of Chemicals (GHS), 6ªRevisão,

2015. 3. http://www.unece.org/trans/danger/publi/ghs/ghs_welcome_e.html; Acesso em: 25/09/2015. 4. http://abiquim.org.br/pdfs/manual_ghs.pdf; Acesso em: 25/09/2015.

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5. University of Bristol UK: http://www.chm.bris.ac.uk/webprojects2004/vickery/green_solvents.htm

6. EPA – Environmental Protection Agency: http://www.epa.gov/greenchemistry 7. Royal Society of Chemistry: http://www.rsc.org 8. Handbook of Solubility Parameters, Allan F. M. Barton 9. Tintas e Vernizes: Ciência e Tecnologia – ABRAFATI – coordenador Jorge M.R. Fazenda, Editora Blucher