27
Grupo de Avaliação de Tecnologias em Saúde Parecer do Parecer do Grupo de Avaliação de Grupo de Avaliação de Tecnologias em Saúde Tecnologias em Saúde Unimed-BH. Unimed-BH. GATS GATS 09/07 09/07 Tema: Quinolonas. Tema: Quinolonas. 1

15 - Quinolonas (1)

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Farmacologia

Citation preview

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    Parecer doParecer doGrupo de Avaliao deGrupo de Avaliao de Tecnologias em SadeTecnologias em Sade

    Unimed-BH.Unimed-BH.GATSGATS09/0709/07

    Tema: Quinolonas.Tema: Quinolonas.

    1

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    I Data:

    04/04/2007

    II Responsveis tcnicos:

    Dra. Llia Maria de Almeida Carvalho

    Dra. Clia Maria da Silva

    Dra. Izabel Cristina Alves Mendona

    Dra. Sandra de Oliveira Sapori Avelar

    Dra. Silvana Mrcia Bruschi Kelles

    Bibliotecria Mariza Cristina Torres Talim

    III Tema:

    Quinolonas.

    IV Especialidade(s) envolvida(s):

    Infectologia, Clnica Mdica, Pediatria, Medicina Intensiva

    V Questo Clnica / Mrito:

    Critrios de indicao das quinolonas.

    Os estudos compararam as quinolonas com outros antimicrobianos no

    tratamento de infeces do trato urinrio, trato respiratrio e infeces intra-

    abdominais. A populao estudada incluiu adultos e crianas e o desfecho

    procurado foi cura para os processos infecciosos.

    2

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    VI Enfoque:

    Tratamento.

    VII Introduo:

    A classe das quinolonas foi iniciada em 1962, por Lepper, e permaneceu laten-

    te por mais de duas dcadas. As quinolonas urinrias de primeira gerao

    cido nalidxico e cido piromdico e de segunda, norfloxacino foram exce-

    es. Estes antibiticos tiveram um impulso muito grande a partir da introduo

    do ciprofloxacino, em fins da dcada de 80, primeira quinolona disponvel para

    uso sistmico em virtude de seu aperfeioamento farmacocintico, alm da am-

    pliao de seu espectro de ao (1).

    O novo grande impulso se deu em 1997, com a introduo de levofloxacino,

    quinolona considerada de terceira gerao e que, alm das melhorias previa-

    mente obtidas com ciprofloxacino, ainda trazia em sua bagagem uma elevada

    atividade antipneumoccica, que a colocou como droga de escolha ou alternati-

    va teraputica para as infeces do trato respiratrio alto e baixo em diversas

    situaes (1).

    As quinolonas classificadas como de primeira gerao so aquelas com ao

    sobre enterobactrias, sem atividade antipseudomonas ou gram-positivos e de

    uso limitado ao trato urinrio. As de segunda gerao ampliam o espectro

    contra pseudomonas, com atividade limitada para os tratos urinrio e intestinal.

    Quinolonas de terceira gerao atuam contra gram-negativos (incluindo

    pseudomonas) e estafilococos, estendendo sua atuao para tratamentos

    sistmicos. Com o advento das quinolonas de quarta gerao, amplia-se o

    espectro de ao tambm para estreptococos hemolticos, pneumococos e

    anaerbios.

    3

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    Tabela 1 Quinolonas se agrupam por geraes, levando em considerao sua poca de apario e seu espectro antibacteriano (2):1 Gerao 2 Gerao 3 Gerao 4 GeraoAcido Nalidxico(oral) Ciprofloxacino (oral) Levofloxacino (oral) Balofloxacin (oral)cido oxolnico (oral) Enoxacin (oral) Esparfloxacin (oral) Clinafloxacin (injet-

    vel)cido pipemdico

    (oral)

    Fleroxacin (oral, inje-

    tvel)

    Tosufloxacin (oral) Gatifloxacino (oral, in-

    jetvel)cido piromdico (oral) Lomefloxacin (oral) Gemifloxacin (oral)Cinoxacin (oral) Norfloxacino (oral) Moxifloxacino (oral e

    injetvel)Rosoxacino (oral) Ofloxacino (oral, inje-

    tvel)

    Pazufloxacin (oral, in-

    jetvel)Pefloxacin (oral, inje-

    tvel)

    Sitafloxacin (injetvel)

    Trovafloxacin (oral, in-

    jetvel)

    Mecanismo de Ao e Resistncia

    As quinolonas possuem atividade bactericida, inibindo a ao das subunidades

    A da DNA-girase, enzima responsvel pela diviso da dupla cadeia do DNA

    cromossmico.

    Os microorganismos podem desenvolver resistncia cruzada s quinolonas

    dentro da sua prpria classe, assim como a outros antibiticos como

    tetraciclinas, cloranfenicol e cefoxitina (2).

    Espectro de Ao e Farmacocintica

    As quinolonas so ativas contra enterobactrias, neissrias (gonococo e

    meningococo) e hemfilos.

    4

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    Com exceo das quinolonas de primeira gerao, as demais so ativas contra

    pseudomonas, com destaque para o ciprofloxacino.

    Em relao aos gram-positivos, as quinolonas fluoradas agem contra

    estafilococos, inclusive nos meticilinorresistentes, em concentraes mais

    elevadas. Contra estreptococos e a maioria dos anaerbios, as quinolonas de

    3 e 4 geraes mostram-se mais efetivas. O esparfloxacino, ofloxacino e o

    ciprofloxacino vm demonstrando eficcia no tratamento das micobactrias

    atpicas (1).

    Todas as quinolonas tm rpida absoro, aps administrao oral,

    apresentando concentraes no sangue e urina superiores a concentrao

    inibitria mnima (CIM) contra a maioria dos patgenos usuais (2).

    As concentraes sricas mais altas aparecem aps 1 a 2 horas, quando

    administradas em jejum e aps 2 h se administrada com algum alimento. Os

    alimentos no reduzem de maneira substancial a absoro das quinolonas,

    porm podem prolongar o tempo em que se alcana a concentrao srica

    mxima (2).

    So bem absorvidas em adultos e em pessoas idosas, porm pode haver

    atraso para atingir a concentrao mxima em pacientes com deteriorao da

    funo renal (2).

    A principal via de excreo das quinolonas renal, basicamente por secreo

    tubular, porm pode ocorrer tambm por filtrao glomerular.

    Interaes medicamentosas

    A eliminao metablica do enoxacino inibida e seus nveis sricos

    aumentam, se administrada junto com teofilina. Algo semelhante pode

    acontecer com ciprofloxacino e teofilina ou cafena, podendo causar toxicidade

    no sistema nervoso central (SNC).

    5

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    As quinolonas podem tambm aumentar o efeito anticoagulante da warfarina e

    o risco de convulses e estimulao do SNC, se usadas concomitantemente

    com antiinflamatrios no esterides, assim como hipo e/ou hiperglicemia se

    administrados juntamente com hipoglicemiantes orais ou com insulina.

    Efeitos Colaterais

    Os efeitos colaterais relacionam-se com o trato gastrointestinal (nuseas, dor

    abdominal, dispepsia, vmitos, perda do apetite e diarria); trato urinrio

    (disria, nefrite intersticial, cristalria e aumento da creatinina); trato

    cardiovascular (taquicardia, hipotenso); pele (fotossensibilidade, rash cutneo,

    urticria); SNC (sonolncia, ansiedade, convulses) e alteraes hepticas

    como aumento das transaminases.

    VIII Metodologia:

    Fontes de dados pesquisadas: MEDLINE, Cochrane Library, LILACS,

    Clinical Evidence.

    Palavras-chave ou Descritores (DeCS) utilizados: fluoroquinolones,

    community acquired pneumonia, acute exacerbation of chronic

    bronchitis, ventilator associated pneumonia, urinay tract infection,

    fluoroquinolones in children.

    Desenhos dos estudos procurados: metanlises e revises

    sistemticas de ensaios clnicos controlados e randomizados.

    6

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    Populao includa: adultos portadores de infeces do trato urinrio,

    trato respiratrio e infeces intra-abdominais.Crianas em situaes

    especiais.

    Perodo da pesquisa: 2001 at 2007

    Resultados da busca bibliogrfica: metanlise, artigos de reviso,

    guidelines e consensos.

    IX Principais estudos encontrados:

    Quinolonas em Infeces do Trato Urinrio (ITU).

    Artigos de reviso:

    Als JI (2003) em reviso sobre quinolonas, relatou a eficcia das mesmas

    contra enterobactrias, principais causadoras das infeces urinrias, devido a

    sua atividade e por sua forma de eliminao ser principalmente renal. Em

    mulheres com cistite aguda no complicada, causada por cepas de E. coli

    sensveis ao cotrimoxazol, o tratamento de trs dias tem demonstrado eficcia.

    Dose nica tambm tem demonstrado ser to eficaz quanto tratamentos mais

    prolongados.

    Nos Estados Unidos tem-se constatado nos ltimos anos um aumento de

    cepas de E. coli resistentes a cotrimoxazol e ampicilina. H quem recomende

    que as fluoroquinolonas deveriam ser o tratamento de eleio nos casos de

    cistite aguda no complicada, quando a resistncia ao cotrimoxazol for maior

    que 10 a 20% ou ento se tratar de um paciente com fatores de risco de

    desenvolver resistncia. Na Espanha a resistncia ao cotrimoxazol j

    superior a 20% e as quinolonas tm sido usadas em profuso para tratar as

    infeces urinrias (3).

    7

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    Grau de recomendao A e nvel de evidncia A1.

    Conforme Hickerson AD (2006) a infeco do trato urinrio (ITU) uma das

    causas mais comuns de procura por atendimento mdico. Atualmente o custo-

    efetividade e o aumento da resistncia esto se tornando fatores de grande

    importncia na utilizao de antibiticos para esta finalidade. Em pacientes

    ambulatoriais com ITU no complicada, a Escherichia coli o principal agente

    etiolgico com prevalncia em torno de 75 a 90% dos casos. Nos pacientes

    internados, apesar da diminuio da prevalncia, a Escherichia coli isolada

    em 21 at 54% dos casos. Sulfametoxazol-trimetoprim tem sido referncia

    como agente de primeira linha para tratamento de ITU em pacientes

    ambulatoriais, sendo que a taxa de resistncia encontra-se em torno de 10 a

    20%. Ultimamente esta taxa de resistncia tem aumentado na maioria das

    regies dos Estados Unidos e Europa, tendo as fluoroquinolonas se tornado

    agente de primeira linha. Ciprofloxacino um antibitico com perfil de

    segurana bem definido e excelente atividade contra os uropatgenos mais

    comuns. Ciprofloxacino de liberao lenta uma formulao recente com

    dosagem nica diria e que apresenta sucesso clnico semelhante quele

    utilizado duas vezes ao dia. Ensaios clnicos tm inclusive demonstrado que

    ele atinge concentraes sricas superiores quele administrado duas vezes

    ao dia, assim como boa efetividade clnica e altos ndices de erradicao

    bacteriolgica. (4)

    Grau de recomendao A e nvel de evidncia A1

    Guidelines:

    Warren JW et al (1999) relatam que o objetivo deste guideline baseado em

    evidncias da Infectious Diseases Society of Amrica (ISDA) a abordagem do

    tratamento de duas infeces do trato urinrio (ITUs) especficas: mulheres

    8

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    adultas no-grvidas com cistite bacteriana sintomtica aguda no complicada

    e pielonefrite aguda.

    Cistite bacteriana sintomtica aguda no-complicada: Sulfametoxazol-trimeto-

    prim (SMT-TMP) durante 3 dias considerado a terapia padro atual.

    As fluoroquinolonas so mais caras que o SMT-TMP, e com o objetivo de

    postergar o desenvolvimento de resistncia, estas drogas no so

    recomendadas como primeira escolha no tratamento emprico, exceto em

    comunidades em que existam altos ndices de resistncia ao SMT-TMP (>10%

    a 20%).

    Pielonefrite aguda: Casos leves podem ser tratados com fluoroquinolona oral

    por 14 dias ou com SMT-TMP se o microorganismo sabidamente sensvel ao

    mesmo. Pacientes com quadro mais grave devem ser hospitalizados e tratados

    com uma fluoroquinolona parenteral, aminoglicosdeo com ou sem ampicilina

    ou cefalosporina de amplo espectro com ou sem aminoglicosdeo (5)

    Grau de recomendao D e nvel de evidncia 5:

    Quinolonas em Infeces do Trato Respiratrio.

    Artigos de reviso:

    Blasi et al (2006) em artigo de reviso, relataram que as novas

    fluoroquinolonas tm um excelente espectro de atividade, fornecendo cobertura

    para os mais importantes patgenos respiratrios.

    A eficcia clnica do levofloxacino na exacerbao aguda da bronquite crnica

    (EABC) foi avaliada em pelo menos seis ensaios clnicos. Geralmente o uso do

    levofloxacino est associado a alto ndice de erradicao bacteriana.

    Entretanto, Lode et al.(2004) ( apud ) no conseguiram demonstrar diferenas

    significativas nos intervalos livres de exacerbao, na populao tratada com

    9

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    levofloxacino, portadoras de um forced expiratory volume em 1 segundo

    (FEV1) < 50%.

    Ramires et al. (1999) ( apud ) analisaram dados de trs ensaios clnicos sendo

    dois duplo-cegos randomizados e outro no cego, que avaliaram a eficcia do

    gatifloxacino (400 mg diria) em EABC. O gatifloxacino est geralmente

    associado a um alto ndice de erradicao bacteriana e um dos estudos

    tambm demonstrou uma taxa de cura mais elevada quando comparado com

    cefuroxime.

    O moxifloxacino, 400 mg uma vez ao dia, demonstrou melhor taxa de

    erradicao comparado com claritromicina, 500 mg duas vezes ao dia (77%

    versus 62% respectivamente) em 750 pacientes com EABC, mas as taxas de

    cura clnica foram equivalentes. As diferenas nas taxas de erradicao foram

    significativas para o H. influenzae (98% versus 67,5%), o que no foi

    observado para o S. pneumoniae. Outros estudos demonstraram eficcia

    clnica e bacteriolgica semelhantes entre moxifloxacino, macroldeos e

    betalactmicos. Entretanto uma anlise diria dos sintomas especficos de 332

    pacientes de EABC demonstrou uma taxa de resposta mais rpida quando

    usado moxifloxacino comparado com macroldeos (azitromicina, claritromicina

    e roxitromicina). Um estudo de 2004 demonstrou que o desfecho sucesso

    clnico (definido como melhora suficiente sem que seja necessria terapia

    antibacteriana alternativa) foi equivalente entre o moxifloxacino e a terapia

    padro (amoxicilina, 500 mg trs vezes ao dia durante 7 dias, claritromicina 500

    mg duas vezes ao dia durante 7 dias ou cefuroxime-axetil 250 mg duas vezes

    ao dia durante 7 dias). O mesmo trabalho demonstrou que a cura clnica,

    erradicao bacteriana e resultados em longo prazo foram superiores para o

    moxifloxacino.

    Com relao ao tratamento da pneumonia comunitria (PC), estudos

    prospectivos randomizados compararam as novas fluoroquinolonas aos

    antibiticos macroldeos e betalactmicos. Um grande estudo realizado por

    Finch et al (2002) apud, analisou 628 pacientes com pneumonia tratados com

    10

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    moxifloxacino EV e VO seqencialmente ou com amoxacilina com clavulanato

    com ou sem claritromicina durante 7 a 14 dias. O estudo demonstrou um

    sucesso clnico estatisticamente mais elevado do moxifloxacino (93,4%)

    comparado com os demais (85,4% - p = 0,004). O sucesso antibacteriano da

    fluoroquinolona foi maior (93,7%) comparado com os outros antibiticos

    (87,7%). Esta superioridade no estava relacionada gravidade da pneumonia

    e nem combinao de macroldeo com quinolona. Outros desfechos

    favorveis ao moxifloxacino foram o tempo de durao da febre, tempo de

    hospitalizao e mortalidade.

    Um trabalho recente (2004), aberto randomizado comparou azitromicina mais

    ceftriaxona EV com levofloxacino EV, tendo como ponto de corte a troca para

    terapia oral, em pacientes com PC grave para moderada. Desfechos clnicos

    favorveis ceftriaxona mais azitromicina foram de 91,5% e para os pacientes

    tratados com levofloxacino foram de 89,3%. A taxa de erradicao bacteriana

    para ambos os tratamentos foi equivalente com exceo do S. pneumoniae,

    para o qual 44% dos isolados foram erradicados com levofloxacino

    comparados com 100% dos isolados erradicados com ceftriaxona mais

    azitromicina.

    As atuais fluoroquinolonas avaliadas tm um excelente espectro de ao que

    fornece cobertura para os mais importantes patgenos respiratrios. Entretanto

    quinolonas antigas e atuais diferem significativamente quanto cobertura para

    gram-negativos, S. pneumoniae altamente resistente, bactrias anaerbias e

    Pseudomonas spp. A maioria destas drogas, com excelente absoro e mnima

    toxicidade permite a comparao entre as vias oral e venosa, no tratamento de

    infeces graves.

    Para o tratamento da PC e EABC o consenso geral que a terapia alvo deve

    ser com o antimicrobiano que tenha o mximo de potncia, melhores

    propriedades farmacodinmicas com os melhores desfechos clnicos,

    bacteriolgicos e econmicos para as infeces especficas, e que evite altos

    ndices de resistncia. Para infeces causadas pelo S. pneumoniae, as novas

    11

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    fluoroquinolonas moxifloxacin, gatifloxacino ou gemifloxacino devem ser

    usadas preferencialmente aos agentes mais antigos. Em infeces causadas

    por microorganismos como H. influenzae ou Moraxella catarrhalis a seleo de

    mutantes resistentes menos provvel com qualquer das fluoroquinolonas.

    Ciprofloxacino, levofloxacino e prulifloxacino so mais ativos contra

    Pseudomonas comparados ao moxifloxacino, gatifloxacino e gemifloxacino.

    O desenvolvimento de resistncia tem se tornado uma crescente preocupao

    no somente entre os microbiologistas como tambm entre os clnicos. Em

    infeces causadas por S. pneumoniae resistente s drogas habituais, as

    novas fluoroquinolonas tais como moxifloxacino e gatifloxacino, tm maior

    atividade in vitro quando comparada com outras classes de antibiticos tais

    como oxazolidonas, estreptoquinonas e cetolticos. Existe, entretanto uma certa

    preocupao com o uso contnuo das fluoroquinolonas com potncia moderada

    antipneumoccica que podem desencadear forte resistncia a este patgeno,

    com altos valores de concentrao inibitria mnima (CIM). Em um estudo que

    comparou gatifloxacino e levofloxacino no tratamento da PC, a quinolona mais

    ativa (gatifloxacino) erradicou todos os pneumococos, ao passo que a droga

    menos ativa (levofloxacino) no erradicou 22% destes microorganismos. A

    utilizao de drogas menos ativas pode induzir resistncia ao agente mais

    ativo, j que dentro da mesma classe a resistncia cruzada muito comum (6).

    Grau de recomendao A e nvel de evidncia A1.

    Cantn R et al. (2006) fizeram uma reviso sobre quais so os pacientes de

    risco portadores de infeces do trato respiratrio e as implicaes do seu

    tratamento com levofloxacino. As infeces em questo foram pneumonia

    comunitria (PC) e exacerbao aguda da bronquite crnica (EABC). Fatores

    determinantes para elevada morbi-mortalidade em pacientes com infeces

    graves do trato respiratrio, esto relacionados tanto com o microorganismo

    causador, quanto com as condies clnicas do paciente. Para pacientes com

    EABC os patgenos mais comumente envolvidos so as bactrias entricas

    12

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    gram-negativas. Nos pacientes com PC so S. pneumoniae ou Legionella spp.

    Inmeros outros fatores de risco que podem piorar o prognstico devem ser

    identificados tais como: doena e idade avanadas, insuficincia renal, histria

    de internaes de freqentes, fumo, obesidade, alcoolismo, etc.

    A seleo do antibitico deve ser baseada em:

    atividade antimicrobiana.

    eficcia clnica para grupos de risco contra os patgenos mais

    provveis.

    propriedades farmacocinticas e farmacodinmicas.

    segurana e tolerabilidade.

    Os pacientes devem receber o tratamento mais custo-efetivo, o que no

    significa o antibitico de menor custo. Em pacientes com PC e EABC as

    fluoroquinolonas tais como levofloxacino tm uma excelente cobertura contra

    S. pneumoniae e P. aeruginosa. Suas propriedades farmacocinticas e

    farmacodinmicas resultam em concentraes acima do mutant prevention

    concentration (MPC), assegurando sua eficcia e prevenindo desenvolvimento

    de resistncia (7).

    Grau de recomendao A e nvel de evidncia A1.

    Lerma AF (2006), fez uma reviso sobre a utilizao do levofloxacino no

    tratamento da pneumonia associada ventilao mecnica (VAP). O artigo

    apontou os principais critrios na escolha do levofloxacino entre outros agentes

    antimicrobianos no tratamento emprico da VAP.

    Pacientes com alergia suspeita ou confirmada aos antibiticos beta-

    lactmicos.

    Pacientes com disfuno renal.

    Necessidade de estender a cobertura antibitica a patgenos

    intracelulares (geralmente imunossuprimidos).

    13

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    Necessidade de conseguir altas concentraes no tecido pulmonar e

    secrees respiratrias.

    Possibilidade de terapia seqencial VO mais rpida em pacientes com

    resposta clnica satisfatria.

    Atividade sinrgica em tratamento combinado contra P. aeruginosa. O

    levofloxacino tem demonstrado diferentes graus de sinergismo quando

    administrado em associao com cefepime, ceftazidime, imipenem e

    piperacilina-tazobactam, indicando que a combinao com estes

    agentes aumenta a atividade contra P. aeruginosa.

    Menor capacidade de induzir resistncia contra P. aeruginosa.

    Necessidade de monitorizar a concentrao plasmtica da droga,

    assegurando a efetividade e evitar toxicidade (8).

    Figura 1- representa o fluxograma que sugere o tratamento emprico inicial, na terapia em casos de VAP.

    14

    SUSPEITA DIAGNSTICAFebreSecreo purulentaLeucocitoseInfiltrado pulmonar

    VAP

    RECOMENDAES PARA DIAGNSTICO

    Anamnese detalhadaRaio-x de traxHemoculturasCulturas de secrees do trato

    ANTIBIOTICOTERAPIA

    PROCESSO INCIAL DA DOENA. DESCONHECIMENTO PARA FATORES DE RISCO PARA PATGENOS MULTIRESISTENTES

    PROCESSO FINAL DA DOENAFATORES DE RISCO PARA PATGENOS MULTIRESISTENTES

    ANTIBITICOS RECOMENDADOS Ceftriaxona

    ouLevofloxacino, Moxafloxacino, ou

    Ciprofloxacino.ou

    Ampicilina/sulbactamou

    Ertapenem

    ANTIBITICOS RECOMENDADOS

    Cefepime, Ceftazidimeou

    Imipenem, Meropenem,ou

    Piperacilina-tazobactammais

    Ciprofloxacino, Levofloxacinoou

    Amicacina, Gentamicina, Tobramicinamais

    Linezolida, Vancomicina

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    Grau de recomendao A e nvel de evidncia A1.

    Quinolonas em infeces intra-abdominais

    Metanlise:

    As infeces intra-abdominais so geralmente multibacterianas e so causa de

    grande morbidade e mortalidade. A combinao de ciprofloxacino/metronidazol

    assim como a utilizao de -lactmicos est entre os esquemas mais comumente utilizados para o tratamento de pacientes com tais infeces.

    Matthaiou DK et al. (2006) publicaram uma metanlise que comparava ensaios

    clnicos que utilizavam o esquema ciprofloxacino/metronidazol versus -lactmico no tratamento de infeces intra-abdominais. Cinco ensaios clnicos

    selecionados incluindo 1431 pacientes com infeco intra-abdominal foram

    includos na metanlise. Houve uma diferena estatstica significativa entre os

    grupos a favor da combinao ciprofloxacino/metronidazol. No houve

    diferena estatstica significativa entre os grupos com relao aos seguintes

    aspectos: mortalidade total (OR = 1, 10, 95% CI 0,71 1,69), mortalidade

    atribuda infeco (OR = 1, 42, 95% CI 0,66 3,06) e toxicidade (OR = 1,25,

    95% CI 0,66 2,35).

    Os dados analisados sugerem que a combinao ciprofloxacino/metronidazol

    superior ao -lactmico no aspecto relativo a cura da infeco, entretanto no houve diferena na mortalidade (9).

    Grau de recomendao A e nvel de evidncia A1.

    15

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    Uma atualizao das quinolonas em 2005 fez uma abordagem sobre sua

    origem e estrutura, mecanismo de ao e espectro de atividade, mecanismo de

    resistncia, distribuio nos tecidos, toxicidade e interao medicamentosa.

    Importantes consideraes foram feitas sobre sua utilizao clnica no que diz

    respeito ao tratamento de infeces do trato urinrio, respiratrio e infeces

    abdominais.

    As principais vantagens das quinolonas esto relacionadas s suas

    propriedades farmacocinticas e farmacodinmicas (PK e PD). Sua fcil

    utilizao (VO e uma vez ao dia) de grande praticidade.

    A facilidade em trocar a via EV para VO, contribui para reduzir o tempo de

    internao e diversos trabalhos (em pases diferentes) tm comprovado sua

    custo efetividade.

    A respeito das indicaes especficas, o papel das quinolonas no tratamento de

    infeces do trato urinrio incontestvel. De modo oposto muito debate existe

    com relao ao seu uso no tratamento de infeces abdominais e respiratrias.

    Com relao s infeces respiratrias, h uma grande variao na utilizao

    das quinolonas entre instituies em diversos pases (desde a no utilizao

    at 50% de consumo de quinolonas entre os demais agentes bacterianos).

    Diferentes guidelines publicados por diferentes sociedades cientficas ilustram

    a dificuldade de encontrar um consenso nesta rea. As vantagens apontam

    para a melhor atividade das quinolonas comparada com macroldeos contra o

    H. Influenzae, que pode ser agente causador de exacerbao aguda de

    bronquite crnica. Um trabalho de 2002 comparou moxifloxacino versus

    coamoxiclav no tratamento da pneumonia comunitria (PC), concluiu sobre

    maior vantagens no uso do moxifloxacino devido ser droga nica contra

    patgenos intra e extra celulares, facilidade de mudana para VO e uma taxa

    de mortalidade mais baixa comparado com os -lactmicos. Entretanto a dose da droga utilizada no grupo controle (que utilizou coamoxiclav) foi sub-tima.

    16

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    Guidelines europeus estabeleceram que as chamadas quinolonas respiratrias,

    como drogas de segunda escolha e amoxacilina clavulanato como primeira

    escolha no tratamento da PC. Tal recomendao baseada na hiptese que a

    cobertura precoce dos chamados micro-organismos atpicos no prioridade e

    que a verdadeira resistncia dos pneumococos aos -lactmicos, permanecer baixa, apesar do uso contnuo. Um outro aspecto da recomendao que o

    uso em larga escala do cido clavulnico + amoxacilina baseado na premissa,

    que o atraso no combate a um micro-organismo produtor de -lactamase pode colocar o paciente em risco.

    Com relao s infeces abdominais a principal razo do uso limitado das

    quinolonas o grau de resistncia. Por exemplo, E.coli e B. fragilis tm

    dobrado a mdia da concentrao inibitria mnima (CIM) para o levofloxacino

    e moxifloxacino nos ltimos trs anos nos USA. Isto pode ter sido

    conseqncia da grande utilizao das quinolonas que foi o primeiro passo

    para o aparecimento de mutantes no trato intestinal. Outra importante questo

    qual classe deve ser usada dentre as quinolonas e a resposta no deve ser

    baseada somente nos conceitos de PK e PD e mecanismos de resistncias. A

    melhor conduta indubitavelmente utilizar a droga mais potente, na dose

    apropriada para a infeco indicada, baseada de preferncia na etiologia, como

    por exemplo, ciprofloxacino usado de preferncia para enterobactericeas e

    P.aeruginosa e moxifloxacino (ou gatifloxacino) para streptococos (10).

    Grau de recomendao A e nvel de evidncia A1:

    Consenso

    Consenso Brasileiro de Sepse - Hospital Albert Einstein e Associao de

    Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) (11) classifica as infeces intra-

    abdominais como:

    Peritonites

    17

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    Bacteriana espontnea

    Secundria

    Terciria

    Abscessos Intraperitoneais

    Abscesso subfrnico

    Abscesso diverticular

    Abscesso visceral

    Abscesso heptico

    Abscesso esplnico

    Abscesso pancretico

    Apendicite

    Infeces de vias biliares

    Colecistite aguda

    Colangite

    0As infeces intra-abdominais so causadas, na grande maioria das

    vezes, por bacilos gram-negativos e anaerbios, freqentemente

    polimicrobianas.

    1. As excees ao item acima incluem: Infeces por enterococos, que geralmente aparecem aps

    terapia antimicrobiana prvia;

    Infeces fngicas, tambm emergentes aps

    antibioticoterapia prvia;

    Abscessos viscerais decorrentes de disseminao

    hematognica, sendo o Staphylococcus aureus o agente mais

    comum;

    Abscesso heptico amebiano.

    18

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    0 Na peritonite bacteriana espontnea (PBE), os agentes mais comuns so Escherichia coli e Streptococcus pneumoniae, sendo menos comum

    Klebsiella spp. e anaerbios.

    1 As peritonites secundrias so causadas, geralmente, por perfurao de vsceras ocas e tm etiologia polimicrobiana. Os agentes mais comuns so:

    Escherichia coli, Proteus spp., Klebsiella spp., Bacteroides fragilis,

    Peptostreptococcus spp., Clostridium spp. Menos freqentes so

    Pseudomonas aeruginosa, Enterococcus faecalis e Candida spp. Outra

    forma de peritonite secundria aquela causada por dilise peritoneal, que

    tem o Staphylococcus aureus como principal agente.

    2 Abscessos hepticos geralmente so causados por: Escherichia coli, Proteus spp., Klebsiella spp., Enterobacter spp. e estreptococos.

    Entamoeba histolytica agente menos freqente.

    3

    Infeces das vias biliares tambm so polimicrobianas e incluem bacilos

    gram-negativos, anaerbios e enterococos.

    Os abscessos pancreticos, ou as infeces pancreticas associadas a

    pancreatite necro-hemorrgica devem ser tratados com antibiticos que

    tenham concentrao adequada no tecido pancretico. Estes incluem as

    cefalosporinas de 3 e 4 gerao, imipenem, meropenem e fluoroquinolonas,

    especialmente o ciprofloxacino.

    Os esquemas propostos baseiam-se em fatores de risco, resultados de

    estudos no-randomizados e opinio de sociedades de especialistas.

    19

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    Tabela 2: Terapia emprica para peritonite bacteriana espontnea (primria).Primeira opo

    Ceftriaxona 2 g/dia OU Cefotaxima 3 g/dia

    Segunda opo

    Ampicilina-sulbactam 3 g cada 6 h OU Ticarcilina-clavulanato 3,1 g cada 4-6 h OU Piperacilina-tazobactam 4,5 g cada 6 h OU Imipenem 500 mg cada 6 h OU Clindamicina 600 mg cada 6 h + Ciprofloxacinoa 400 mg EV cada 12 h (esquema indicado para alrgicos penicilina)

    Tabela 3: Terapia emprica para peritonite bacteriana secundria. Primeira escolha Piperacilina-tazobactam 4,5 g cada 6 h + metronidazol 500 mg EV cada 8 h OU

    Imipenem 500 mg cada 6 h OU Meropenem 1 g cada 6 h OU Ciprofloxacinoa 400 mg EV cada 12 h + metronidazol 500 mg EV cada 8 h OU Cefalosporina de 3 ou 4 gerao + metronidazol 500 mg EV cada 8 h

    Segunda escolha Uso da clindamicina como anaerobicida;Uso de aminoglicosdeos, devido toxicidade e m distribuio em cavidades

    Grau de recomendao e nvel de evidncia D.

    Quinolonas em pediatria:

    Durante muito tempo o uso das quinolonas foi contra-indicado em crianas,

    adolescentes, em mulheres grvidas e naquelas que estavam amamentando,

    devido sua propriedade de induzir artropatia em modelo animal juvenil.

    Em artigo de reviso Schaad UB (2005) constatou que a maior preocupao

    relacionada ao uso das quinolonas em crianas o desenvolvimento de

    resistncia bacteriana, causada pelo uso descontrolado de fluoroquinolonas em

    pacientes peditricos. A toxicidade cartilagem com o uso das

    fluoroquinolonas um fenmeno observado em modelo animal juvenil e

    nenhum caso de artropatia foi documentado em grande nmero de crianas

    20

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    tratadas com estes agentes. Entretanto, indicao criteriosa das quinolonas

    deve ser assegurada com relao ao seu uso em pediatria. Tendo como base

    os dados analisados que demonstraram a segurana e eficcia das

    fluoroquinolonas, pacientes peditricos com indicao especfica no devem

    ser privados das vantagens teraputicas que estes agentes podem oferecer. As

    quinolonas no devem ser usadas de rotina em pediatria, quando se tiver o

    conhecimento de outras alternativas antimicrobianas eficazes e seguras.

    Atualmente, as indicaes estabelecidas para o uso em pediatria so:

    exacerbao broncopulmonar da fibrose cstica, infeco urinria complicada,

    infeco gastrointestinal invasiva e infeco crnica do ouvido. Outras

    indicaes peditricas potenciais so meningite bacteriana e otite mdia aguda

    refratria.

    As fluoroquinolonas devem continuar como antibiticos de segunda linha em

    crianas e devem ser prescritas somente quando ocorrer falha dos agentes

    comumente utilizados que so aprovados para uso peditrico (12).

    Grau de recomendao A e nvel de evidncia A1

    Semelhante concluso observada no artigo de reviso de Leibovitz E (2006)

    que acrescenta as seguintes indicaes no uso das fluoroquinolonas em

    crianas: pacientes imunocomprometidos, sepsis/meningite neonatal com

    bacilos gram-negativos multirresistentes e infeces entricas graves causadas

    por Salmonella e Shiguella spp (13).

    Grau de recomendao A e nvel de evidncia A1.

    X Anlise de Custo Direto:

    Anexo 1

    21

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    XI Consideraes finais

    As quinolonas tm sua indicao bem estabelecida em infeces do trato

    urinrio, mesmo sendo constatado em determinados estudos, que seu uso

    estaria indicado somente nos casos de resistncia comprovada ao SMT-TMP

    (>10 a 20% de resistncia).

    J com relao ao tratamento de infeces do trato respiratrio e infeces

    intra-abdominais as revises e os guidelines da maioria das sociedades

    internacionais e nacionais no estabelecem o uso das quinolonas como agente

    de primeira escolha.

    Existem indicaes especficas para seu uso em pediatria.

    Como regra geral os trabalhos concluram que a melhor conduta

    indubitavelmente utilizar a droga indicada com maior potncia, na dose

    apropriada para a infeco em questo, baseada de preferncia na etiologia.

    Est bem estabelecido na literatura cientfica que o uso indiscriminado dos

    antibiticos contribui para o desenvolvimento cada vez maior de resistncia

    bacteriana, com grande prejuzo para os pacientes, aumento de morbidade e

    mortalidade, alm de uma grande elevao de custos.

    XII Parecer do GATS:

    O GATS recomenda os seguintes critrios para utilizao das quinolonas

    Infeces do trato urinrio - tratamento emprico inicial.

    Cistite aguda bacteriana sintomtica:

    Fluoroquinolonas (Norfloxacino/Ciprofloxacino) estaro indicadas de

    preferncia se houver resistncia comprovada ao SMT + TMP > 10 20% na

    instituio em questo. (GR A/NE A1),

    22

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    Norfloxacino (GR A/NE A1), um comprimido (400 mg) de 12 em 12 horas, du-rante trs dias.

    Ciprofloxacino (GR A/NE A1), um comprimido (500 mg) de 12 em 12 horas, du-rante trs dias.

    Pielonefrite aguda:

    Casos leves: Fluoroquinolona VO por 14 dias ambulatorialmente.Ciprofloxacino 500 mg 12/12h (GR A/NE A1), ofloxacino 400 mg 12/12h; peflo-xacin 400 mg 12/12 h, levofloxacino 500 mg em dose nica diria (GR A/NE A1), gatifloxacino 400 mg em dose nica diria (GR A/NE A1).

    Casos graves: Fluoroquinolona parenteral em regime de internao.Levofloxacino 500 mg em dose nica diria (GR/NE-A), gatifloxacino 400 mg em dose nica diria (GR/NE-A), ciprofloxacino 500 mg 12/12 h (GR/NE-A).

    Infeces do trato respiratrio tratamento emprico inicial:

    Exacerbao Aguda da Bronquite Crnica (EABC DPOC infectada) (GR/NE-D)Depende da faixa etria e presena ou no de comorbidades:

    Grupo 1 - < 60 anos sem co-morbidades

    < 4 exacerbaes ao ano

    Beta-lactmicos

    Novos macroldeos

    Quinolonas antipneumoccicas

    Doxiciclina

    Cloranfenicol

    23

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    SMT-TMP (pneumo e hemfilos apresentam alta resistncia).

    Tetraciclinas.

    Grupo 2 - > 60 anos com comorbidades.

    > 4 exacerbaes ao ano

    Quinolonas (se suspeita de Pseudomonas est indicado ciprofloxacino).

    Azitromicina

    Beta-lactmicos + inibidor da beta-lactamase

    Cefalosporinas de 2 ou 3 gerao.

    Pneumonia comunitria (GR/NE-D)Em pacientes no-internados monoterapia com macroldeo ou uma quinolona

    respiratria genericamente indicada, devendo-se reservar estes ltimos para

    pacientes com fatores de risco ou comorbidades.

    Em pacientes internados, uma quinolona respiratria isoladamente, ou a

    associao sistemtica de um macroldeo a uma cefalosporina de 2, 3 ou 4

    gerao so recomendadas.

    As quinolonas respiratrias mais utilizadas so:

    Levofloxacino 500 mg VO ou EV 1 vez ao dia.

    Gatifloxacino 400 mg VO ou EV 1 vez ao dia.

    Moxifloxacino 400 mg VO 1 vez ao dia.

    Pneumonia associada Ventilao Mecnica (GR/NE-D)Doena em fase inicial:Ceftriaxona ou Levofloxacino/Moxifloxacino/Ciprofloxacino ou Ampicilina/Sulbactam ou Ertapenem.

    Doena em fase adiantada:

    24

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    Cefepime/Ceftazidime ou Imipenem/Meropenem ou Piperacilina-Tazobactam +

    Ciprofloxacino/Levofloxacino ou Amicacina/Gentamicina/Tobramicina + Linezolida/Vancomicina

    OBS: se a P. aeruginosa uma possibilidade etiolgica, nestas circunstncias,

    uma fluorquinolona com atividade antipseudomonas, como o ciprofloxacino, as-

    sociado a um beta-lactmico antipseudomonas ou a um aminoglicosdeo, de-

    vem ser consideradas.

    Infeces intra-abdominais tratamento emprico inicial: (GR/NE-D)

    Nas infeces intra-abdominais primrias, as quinolonas no so antimicrobia-

    nos de primeira escolha, ficando como segunda opo o ciprofloxacino 400 mg

    EV de 12/12 h associado a clindamicina.

    Nas infeces intra-abdominais secundrias, pode ser considerada de primeira

    escolha o ciprofloxacino associado ao metronizadol.

    Quinolonas em pediatria: (GR A/NE A1).

    infeces recorrentes ou crnicas por pseudomonas na fibrose cstica;

    ITU por germes multirresistentes;

    otite mdia crnica supurativa com durao 6 semanas, cujo agente

    provvel seja a pseudomonas;

    infeces do SNC, como ventriculites e meningites por Gram-negativos;

    infeces em pacientes imunocomprometidos granulocitopnicos;

    25

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    infeco neonatal, nas situaes de falncia teraputica em infeces

    graves (sepse, meningite, abscesso cerebral, PN hospitalares) por

    Gram-negativos;

    infeces GI: nas infeces por cepas multirresistentes de salmonela,

    shigela, clera e E. coli enterotoxignica;

    infeces osteoarticulares, nos casos de osteomielites subagudas ou

    crnicas, com a possibilidade de terapia oral prolongada;

    profilaxia para contactantes de meningite por meningococo ou hemfilos

    tipo B;

    XIII Referncias Bibliogrficas:

    1. Lopes HV. O papel das novas fluoroquinolonas na terapia antibitica. Rev Panam Infectol 2004;6(4):18-20.

    2. Brugueras MC, Garcia MM, Daz RS. Actualidad de las quinolonas. Rev Cubana Farm 2005; 39 (1).

    3. Als JI. Quinolonas. Enferm Infecc Microbiol Clin 2003;21(5):261-8.

    4. Hickerson AD, Carson CC. The treatment of urinary tract infections and use of ciprofloxacino extended release. Expert Opin Investig Drugs. 2006 May;15(5):519-32.

    5. John W. Warren, Elias Abrutyn, J. Richard Hebel, James R. Johnson, Anthony J. Schaeffer, Walter E. Stamm. Guidelines for Antimicrobial Treatment of Uncomplicated Acute Bacterial Cystitis and Acute Pyelonephritis in Women. Clinical Infectious Diseases 1999;29:74558

    6. Blasi F, Tarsia P, Aliberti S, Santos P, Allegra L. Hightligths on the appropriate use of fluoroquinolones in respiratory tract infections. Pulmonary Pharmacology & Therapeutics 19 (2006) 11-19. apud Lode et al, Ramires et al, Finch et al (2002) apud

    26

  • Grupo de Avaliao de Tecnologias em Sade

    7. Cantn R, Lode H, Graninger W, Milkovich G. Respiratory tract infections: at-risk patients, who are they? Implications for their management with levofloxacino. International Journal of Antimicrobial Agents. 28S (2006) S115-S127.

    8. Lerma AF, Grau S, Beltran AM. Levofloxacino in the treatment of ventilador-associated pneumonia. Clin Microbiol Infect 2006; 12 (Suppl.3)81-92.

    9. Matthaiou DK, Peppas G, Bliziotis AI, Falagas ME. Ciprofloxacino/metronidazole versus -lactam-based treatment of intra-abdominal infections: a meta-analysis of comparative trials. International Journal of Antimicrobial Agents 28 (2006) 159-165.

    10. Bambeke van F, Michot JM, Eldere van J, Tulkens PM. Quinolonas in 2005: an update. Clin Microbiol Infect 2005; 11: 256 280.

    11. http://www.medicinaintensiva.com.br/consenso-sepse.htm Acesso em 19/03/2007

    12. Schaad UB. Fluoroquinolone antibiotics in infants and children. Infect Dis Clin N Am 19 (2005) 617 628.

    13. Leibovitz E. The use of Fluoroquinolones in children. Curr Opin Pediatr 2006, 18: 64 70.

    XIV- Anexos

    27