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  • INTERVENO NA OBESIDADE EM IDOSOS

    DANIELA GOUVA CUNHA DE CASTRO

    DISCIPLINA DE GERIATRIA

    HOSPITAL DAS CLNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA UNIVERSIDADE DE SO PAULO

    2005

  • 2

    INTERVENO NA OBESIDADE EM IDOSOS

    Orientadora: Rosa Maria Miranda Moreira Supervisora: Yolanda Maria Garcia

    Monografia apresentada como requisito para Concluso do Curso de Especializao em Geriatria no Servio de Geriatria do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo.

  • 3

    SUMRIO

    1 - RESUMO ............................................ Pg. 5

    2 - INTRODUO ....................................

    Pg. 6

    2.1 - MTODOS DE AVALIAO DA GORDURA CORPORAL ....................

    Pg. 11

    2.1.1 - PESO ...................................................

    Pg. 12

    2.1.2 - ALTURA ...............................................

    Pg. 12

    2.1.3 - IMC .......................................................

    Pg. 12

    2.1.4 - CIRCUNFERNCIA DE CINTURA .....

    Pg. 15

    2.1.5 - CIRCUNFERNCIA DE QUADRIL .....

    Pg. 16

    2.1.6 - NDICE CINTURA QUADRIL ..............

    Pg. 17

    2.1.7 - PREGAS CUTNEAS ........................

    Pg. 17

    2.1.8 - DEXA ...................................................

    Pg. 17

    2.2 - IMPEDNCIA BIOELTRICA BIA ..

    Pg. 18

    2.3 - INTERVENO NA OBESIDADE .....

    Pg. 22

    2.4 - PROGRAMA DE OBESIDADE DO IDOSO PROBESI ............................

    Pg. 24

    (continua na prxima pgina)

  • 4

    3 - OBJETIVOS .......................................

    Pg. 25

    4 - METODOLOGIA ................................

    Pg. 25

    4.1 - PROBESI Interveno ..................

    Pg. 26

    4.1.1 EDUCAO FSICA .........................

    Pg. 26

    4.1.2 FISIOTERAPIA .................................

    Pg. 27

    4.1.3 MEDICINA ........................................

    Pg. 27

    4.1.4 NUTRIO ..................................... .

    Pg. 28

    4.1.5 PSICOLOGIA ..................................

    Pg. 28

    5- RESULTADOS ...................................

    Pg. 28

    5.1 - PESO .................................................

    Pg. 30

    5.2 - MASSA GORDA ................................

    Pg. 30

    5.3 - MASSA MAGRA E GUA CORPORAL ......................................

    Pg. 30

    6- DISCUSSO ......................................

    Pg. 33

    7- CONCLUSES ..................................

    Pg. 35

    8- REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .. Pg. 36

  • 5

    RESUMO

    A obesidade definida como um acmulo anormal ou excessivo de gordura corporal no tecido adiposo, numa extenso em que a sade pode ser prejudicada. considerada pela Organizao Mundial de Sade (OMS) como uma doena crnica, relacionada a vrias co-morbidades, epidmica em nvel mundial e afeta tambm os idosos. Com o envelhecimento, ocorrem alteraes na composio corporal, que podem ser avaliadas de forma simples pela impedncia bioeltrica (BIA). Para abordar a obesidade em idosos, iniciou-se em 2001 o Programa de Obesidade do Idoso PROBESI, grupo interdisciplinar do Servio de Geriatria do Hospital das Clnicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo (FMUSP) nas reas de: Educao Fsica, Fisioterapia, Medicina, Nutrio, Psicologia e Servio Social. Objetivo: verificar o impacto do PROBESI na composio corporal dos idosos participantes do grupo. Metodologia: foram avaliados por BIA, pr e ps-interveno multidisciplinar de 06 meses, 14 idosos (12 mulheres) da amostra inicial, com idade mdia de 66,84 anos. Resultados: houve perda de peso e de massa gorda em 93% dos pacientes e ganho de massa magra e gua corporal em 71% dos idosos. Concluses: atravs da anlise da BIA, observa-se que ocorreram perda de massa gorda, bem como aumento de massa magra e de gua corporal na maioria destes idosos do PROBESI, mostrando a importncia do trabalho em equipe nos vrios aspectos (gasto energtico, orientao nutricional, otimizao da mobilidade articular, apoio psicolgico, diagnstico e tratamento de co-morbidades da obesidade, entre outros).

  • 6

    INTRODUO

    A obesidade o excesso de gordura corporal, sendo considerada doena

    crnica e relacionada a vrias co-morbidades, como as doenas cardiovasculares,

    osteomusculares e neoplsicas, entre outras.

    Obesidade e sobrepeso representam um crescente problema para a sade

    da populao em um crescente nmero de pases do mundo (WHO, 1998). O excesso de peso atinge cerca de 1/3 da populao adulta e apresenta uma

    prevalncia crescente nas ltimas dcadas, mesmo entre as pessoas idosas

    (CABRERA, JACOB FILHO; 2001). Em estudo brasileiro realizado em 1989, com o objetivo de aferir o estado

    nutricional da populao do pas, observou-se que, na populao idosa, 30,4%

    dos homens e 50,2% das mulheres apresentavam excesso de peso, com

    predomnio deste problema no sexo feminino, enquanto que o perfil de magreza

    foi de 7,8% nos homens e 8,4% nas mulheres (TAVARES, ANJOS; 1999); estes dados evidenciam a alta prevalncia de obesidade na populao idosa brasileira,

    destacando a necessidade de seu estudo.

    Em vrios levantamentos realizados em pacientes idosos, a prevalncia de

    obesidade foi maior no sexo feminino. H uma grande variao nas prevalncias

    de obesidade nas diferentes faixas etrias na populao geritrica. Na faixa etria

    de 80 anos ou mais h diminuio significativa da obesidade, podendo sugerir a

    interferncia da obesidade e suas co-morbidades como fatores que influenciam na

  • 7

    maior mortalidade em obesos idosos antes dos 80 anos (CABRERA, JACOB-FILHO; 2001). Este fenmeno tambm pode ser atribudo a mudanas metablicas do envelhecimento, levando a diminuio da gordura com o

    desenvolvimento da idade avanada (KENNEDY et al; 2004). A obesidade uma doena complexa, que resulta da interao entre

    fatores genticos e ambientais, relacionados aos hbitos de vida. Os fatores

    ambientais interagindo com os genticos, podem levar a um ganho de peso em

    indivduos suscetveis (VILLARES, 2002). Deste modo, os genes envolvidos no ganho de peso aumentam a

    suscetibilidade de um indivduo desenvolver obesidade, quando exposto a um

    ambiente adverso (OMS, 2004). Apesar da importncia do componente gentico no peso e na estatura dos

    indivduos, pode haver interferncia da dieta, da atividade fsica, de fatores psico-

    sociais e doenas, entre outros, durante o envelhecimento (MATSUDO et al; 2000).

    Tendncias epidemiolgicas recentes na obesidade indicam que a causa

    primria da epidemia global da obesidade est nas alteraes ambientais e

    comportamentais, pois o aumento nas taxas de obesidade ocorreu num perodo

    muito curto, insuficiente para que pudessem ocorrer alteraes genticas

    significantes nas populaes (OMS, 2004). Os fatores dietticos (como as dietas com alto teor de gorduras e ricas em

    calorias) e os padres de atividade fsica (como o sedentarismo) influenciam fortemente a equao de balano de energia e podem ser considerados os

  • 8

    principais fatores modificveis entre as muitas foras externas que promovem o

    ganho de peso (OMS, 2004). O avano da idade est relacionado com importantes alteraes na

    composio corporal, ocorrendo aumento de gordura e reduo de massa magra

    (GUO, 1999; HUGUES, 2002). Devido a isso, necessrio o entendimento do padro de mudana de peso e composio corporal dos idosos e dos fatores que

    neles influenciam para serem desenvolvidas estratgias na preveno de co-

    morbidades e incapacidades que ocorrem no processo de envelhecimento.

    O processo de envelhecimento acompanhado por um aumento do peso

    corporal, que acontece especialmente dos 40 aos 60 anos, com diminuio aps

    os 70 anos. de extrema importncia a avaliao da composio corporal nos indivduos idosos, dada a estreita relao do aumento da gordura corporal, assim

    como o seu padro de distribuio, com desordens metablicas e doenas

    cardiovasculares.

    H uma redistribuio da gordura corporal dos membros para o tronco, ou

    seja, ela torna-se mais centralizada; decocorre dIsto o aumento da adiposidade visceral que acompanha o envelhecimento e mais marcante em mulheres do

    que em homens (KENNEDY et al, 2004). Deste modo, o aumento do tecido adiposo segue um padro tpico, ou seja,

    maior aumento dos depsitos centrais de gordura em relao aos perifricos,

    seguindo o modelo andride, com uma distribuio centrpeta de gordura

    (BARBOSA et al, 2001).

  • 9

    A diminuio do nvel de atividade fsica que ocorre com o avanar da idade

    tambm contribui para o aumento do depsito de gordura corporal (GUIMARES, PIRES-NETO; 1996).

    Alm da atividade fsica programada, outros fatores que interferem com o

    gasto energtico e que podem contribuir para a obesidade so a diminuio da taxa

    metablica em repouso, do efeito termognico dos alimentos e dos movimentos

    realizados no relacionados com exerccios fsicos. Estes movimentos so

    chamados atividade fsica espontnea ou no programada e correspondem a um

    dos pontos fundamentais da mudana de estilo de vida, fazendo diferena

    importante no final do dia, em relao ao gasto energtico total.

    O gasto energtico em idosos pode diminuir por dcada 165kcal em

    homens e 103kcal em mulheres (ELIA, 2001). Quanto ao tecido livre de gordura, entre os 25 e 65 anos de idade, h uma

    diminuio substancial por conta das perdas na massa ssea, no msculo

    esqueltico e na gua corporal total, que acontecem com o envelhecimento

    (MATSUDO et al; 2000). Essa perda mais lenta em mulheres do que em homens (PROTHRO, ROSENBLOOM; 1995).

    O declnio de massa muscular e conseqente diminuio da fora, que

    ocorre com o avano da idade definido como sarcopenia (ROSENBERG, 1989) e sido associado a limitaes funcionais e fsicas, alterando a qualidade de vida e

    aumentando custos com a sade do idoso (DUTTA, 1997). Sua prevalncia vem crescendo devido ao aumento da expectativa de vida.

  • 10

    O excesso de massa gorda deve ser evitado em idosos, especialmente pelo

    risco de limitaes fsicas. Utilizando dados do Cardiovascular Health Study,

    VISSER et al. (1998) demonstraram uma associao positiva entre massa gorda e incapacidade. Os resultados mostraram que grande quantidade de gordura

    corporal um preditor independente de incapacidade relacionada mobilidade em

    mulheres e homens idosos.

    A medida da gordura corporal um desafio aos pesquisadores; seu

    principal depsito est no subcutneo e intra-abdominal, sendo que boa parte

    tambm pode estar nos msculos, principalmente em idosos (WILLETT et al, 1999).

    O contedo desejvel de gordura corporal para homens adultos de 12% a 20% e de 20% a 30% para mulheres adultas, com relao ao peso corporal total.

    Assim sendo, obesidade definida como um contedo corporal de gordura de

    >25% ou >33% do peso corporal total em homens e mulheres, respectivamente

    (VEGA, 2001). Como j referido, a gordura corporal aumenta com o avanar da idade,

    contudo este aumento mostra-se atenuado em mulheres, que acima de 70 anos

    apresentam uma reduo de massa gorda, enquanto que este efeito menos

    aparente em homens.

    Desse modo, contedo desejvel de gordura corporal em idosos de 36% para ambos os sexos, principalmente aps os 70 anos (CARVALHO-FILHO, 1996).

  • 11

    Outros autores definem a obesidade em idosos como a presena de

    excesso de gordura acima de 30% do peso corporal total em homens e 37% em

    mulheres (MATOS, 2002).

    MTODOS DE AVALIAO DA GORDURA CORPORAL

    Dos mtodos de avaliao da gordura corporal mais usados em adultos, as

    medidas antropomtricas so as mais aplicadas na prtica clnica. Elas auxiliam

    na graduao da adiposidade, no acompanhamento das mudanas na

    composio corporal durante o tratamento e classificam a distribuio de gordura

    em central ou perifrica, alm de poderem ser utilizadas em estudos

    epidemiolgicos (MATOS, 2002). Alm da antropometria, os mtodos mais conhecidos para a avaliao da

    composio corporal so a absorciometria de ftons (DEXA) e bioimpedncia eltrica (BIA).

    Na antropometria so realizadas as medidas de peso, altura, ndice de

    massa corporal (IMC), circunferncias de cintura e quadril, ndice cintura-quadril (ICQ) e pregas cutneas.

  • 12

    PESO Em pases ricos, a mdia de peso entre homens e mulheres

    aumenta na meia idade; nos homens, atinge seu plat por volta de 65 anos e

    depois, geralmente, regride; nas mulheres o peso aumenta de modo ainda mais

    significativo e o plat ocorre cerca de 10 anos aps o do homem (MATOS, 2002).

    ALTURA - com o envelhecimento, h um declnio da altura de 1 a

    2cm/dcada, que se inicia por volta dos 40 anos e mais rpido nas idades mais

    avanadas. resultado de compresso vertebral e mudanas na altura e na forma dos discos vertebrais (MATOS, 2002). Alm disso, tambm pode ser explicado pelo achatamento do arco plantar, perda do tnus muscular e mudanas na

    postura (CARVALHO-FILHO, 1996).

    IMC - um ndice utilizado para classificar sobrepeso e obesidade;

    calculado atravs da diviso do peso corporal (em quilogramas) pela estatura (em metros) ao quadrado. de fcil mensurao, apresenta uma grande disponibilidade de dados e relao com morbi-mortalidade, podendo ser utilizado

    como um dos indicadores de estado nutricional em estudos epidemiolgicos,

    apesar de no indicar a composio corporal (ANJOS, 1992). medida que o IMC aumenta, o mesmo ocorre com o risco do

    desenvolvimento das co-morbidades da obesidade, entre elas diabetes mellitus,

    hipertenso arterial sistmica, dislipidemia, gota e doenas osteoarticulares, entre

    outras (TABELA 1).

  • 13

    Tabela 1. Risco relativo de problemas de sade associados com obesidade (WHO, 1998).

    Grandemente Aumentado

    (Risco relativo maior que 3)*

    Moderadamente

    Aumentado

    (Risco relativo 2-3)*

    Levemente Aumentado

    (Risco relativo 1-2)*

    Diabetes mellitus no insulino-

    dependente Doena cardaca coronariana

    Cncer (mama em mulheres menopausadas, endomtrio,

    clon) Doena da vescula biliar Hipertenso arterial sistmica Anormalidades dos hormnios

    reprodutivos

    Dislipidemia Osteoartrose (joelhos) Sndrome dos ovrios policsticos

    Resistncia insulina Hiperuricemia e gota Diminuio da fertilidade

    Dispnia Dor lombar devida obesidade

    Apnia do sono Aumento do risco anestsico

    Malformao fetal associada

    com obesidade materna

    De acordo com o IMC e o risco de co-morbidades, utiliza-se a classificao

    de obesidade e sobrepeso em adultos para avaliaes em nvel populacional

    (Tabela 2).

  • 14

    Tabela 2. Classificao de sobrepeso em adultos de acordo com o IMC

    (OMS, 2004)

    Da mesma forma que o peso, o IMC tambm aumenta na meia idade e se

    estabiliza um tanto mais cedo em homens do que em mulheres. Nos homens, seu

    plat comea por volta dos 50 a 60 anos (ou ainda aos 70 anos) e nas mulheres, inicia-se aos 70 anos ou mais. Tanto em homens quanto em mulheres, geralmente

    h uma reduo na mdia de IMC aps 70 a 75 anos (WHO, 1995). Alguns autores sugerem que os valores de IMC utilizados para classificao

    de obesidade devem ser adaptados para idosos, pois com o envelhecimento, h

    aumento da gordura corporal. Segundo eles, a obesidade deveria ser definida em

    um patamar de IMC mais elevado nesta faixa etria (ANJOS, 1992).

    Classificao IMC (Kg/m2) Risco de Co-morbidades

    Baixo Peso

  • 15

    CIRCUNFERNCIA DE CINTURA mtodo simples, que apresenta uma correlao com as co-morbidades da obesidade, como o desenvolvimento de

    Sndrome Metablica.

    O uso do IMC na prtica clnica apresenta desvantagens, pois falha em

    distinguir a obesidade geral da obesidade abdominal, a qual relacionada com

    vrios fatores de risco, incluindo: resistncia insulina, hiperinsulinemia, tolerncia

    diminuda glicose, diminuio do colesterol HDL, elevao do colesterol LDL (e triglicerdeos) e hipertenso arterial sistmica (sndrome metablica). O risco de complicaes metablicas relacionadas com obesidade mais facilmente predito

    quando os perigos do acmulo da gordura intra-abdominal so tambm avaliados

    por medidas simples como a circunferncia da cintura. Pesquisas tm mostrado o

    valor desta medida isoladamente como um indicador de risco de complicaes

    metablicas. De acordo com o terceiro Adult Treatment Panel (ATP) III (Vega, 2001), na deteco da sndrome metablica, os valores de circunferncia de cintura em homens >102cm e >88cm em mulheres so usados como definio de

    obesidade central; o diagnstico da sndrome se d quando um paciente

    apresenta um excesso de gordura corporal (>20% em homens e >30% em mulheres) e pelo menos 2 co-morbidades, tais como dislipidemia e hipertenso arterial sistmica ou dislipidemia e diminuio da tolerncia glicose. Para o

    diagnstico, o excesso de gordura deve ser preferencialmente abdominal (tambm chamada andride ou em forma de ma). A obesidade perifrica (ginecide ou em forma de pra) aquela na qual o tecido adiposo se situa predominantemente na parte inferior do corpo e se relaciona com osteoartrose de joelhos e varizes de membros inferiores.

  • 16

    Tabela 3. Circunferncia de cintura e risco de complicaes metablicas

    associadas com obesidade em caucasianos (OMS, 2004)

    Aumentado Substancialmente Aumentado

    Homem 94 cm 102 cm

    Mulher 80 cm 88 cm

    A identificao de risco usando a circunferncia abdominal poder ser

    populao-especfica e depender do grau de obesidade e outros fatores de

    risco para doenas cardiovasculares e Diabetes Mellitus no insulino-

    dependente.

    A circunferncia da cintura obtida como o ponto mdio entre a crista ilaca

    superior e o ltimo arco costal (aps uma expirao normal, com os ps afastados entre si 25 a 30 cm e o peso do corpo igualmente distribudo nas duas pernas).

    Em alguns casos, pode ocorrer que um indivduo com IMC normal pode

    apresentar medida de cintura que o classifica como grupo de risco, por ser

    portador de obesidade central.

    CIRCUNFERNCIA DE QUADRIL adequada para determinar padres de distribuio de gordura e acompanhar suas modificaes durante perda ponderal

  • 17

    NDICE CINTURA QUADRIL auxilia na identificao de indivduos com acmulo de gordura na regio central do corpo. Alguns autores consideram que

    este ndice seria mais sensvel em pessoas sem excesso de peso, mas com

    deposio de gordura mais centralizada

    A Circunferncia da cintura tem sido proposta como um melhor indicador de risco

    que O ICQ, apresentando uma boa correlao com este ndice, com o IMC, com a

    gordura total e abdominal (LEAN, 1995; American Psychiatric Association, 1994).

    PREGAS CUTNEAS a medio das pregas cutneas so teis para determinar depsitos cutneos de tecido adiposo. Estima-se que metade da

    gordura corporal total subcutnea, sendo uma maneira indireta de determinar a

    gordura corporal total (MATOS, 2002). So medidas com pinas graduadas; no tarefa simples: requer agilidade, treinamento e a utilizao de um calibre

    padronizado. Para idosos, o IMC mais til como avaliao; A gordura corporal

    calculada com base em equaes e normogramas. A sua principal utilizao em

    estudos longitudinais.

    DEXA este exame permite que diferentes tipos de tecido como sseo,

    adiposo e muscular possam ser avaliados. Baseia-se na emisso de energia que

    se verifica no coeficiente de atenuao e o resultado obtido varia segundo o tipo

    de estrutura tissular, em funo de seu diferente contedo mineral (MATOS, 2002)

  • 18

    IMPEDNCIA BIOELTRICA BIA

    A BIA baseia-se no conceito de que o fluxo eltrico facilitado pelo tecido

    hidratado (e isento de gordura), por este apresentar uma menor resistncia eltrica quando comparado ao tecido adiposo; deste modo, a impedncia ao fluxo

    da corrente eltrica ser tanto menor quanto menor for a quantidade de gordura

    corporal (MATOS, 2002). Para realizao do exame, o paciente deve ser devidamente orientado e

    submetido a preparo prvio, para no interferir na acurcia do teste: muito

    importante que esteja apropriadamente hidratado, com jejum de duas horas, evitar exerccio fsico e sauna nas 8 horas anteriores, evitar bebidas alcolicas 12 horas

    antes anteriores, tomando o cuidado de mantendo a pele seca, limpa e em

    temperatura normal. durante o exame, o indivduo deve permanecer em decbito

    horizontal, manter-se tranqilo, sem se movimentar e com os membros afastados

    do corpo. (Weight Manager 2.05c Instruction Manual, 1997). A BIA um mtodo simples, preciso, de baixo custo e de fcil manejo, que

    faz o estudo da composio corporal atravs da medida da resistncia total do

    corpo passagem de uma pequena corrente eltrica.

  • 19

    O mtodo baseia-se no princpio de que a impedncia ao fluxo eltrico

    relaciona-se ao volume do condutor (corpo) e ao quadrado do comprimento do condutor (altura); atravs da anlise da resistncia, da reactncia e do ngulo de fase, o mtodo da bioimpedncia pode avaliar a quantidade de fluidos, de gordura

    e da massa celular do organismo.

    Os tecidos ricos em gua e eletrlitos so menos resistentes passagem

    de uma corrente eltrica. O tecido muscular rico em gua e eletrlitos, diferente

    dos tecidos que so ricos em lipdios, como o tecido adiposo. Se um indivduo s

    tivesse tecido muscular e no tivesse tecido adiposo, a impedncia seria mnima e

    aumentaria conforme o tecido muscular fosse substitudo por tecido adiposo.

    A completa mensurao por impedncia consiste na medida da resistncia,

    reactncia e determinao do ngulo de fase. Todas as substncias, com exceo

    dos supercondutores oferecem uma resistncia ao fluxo da corrente eltrica.

    Baseado na anlise da resistncia, da reactncia e do ngulo de fase, o mtodo

    da bioimpedncia pode avaliar a quantidade de fluidos, de gordura e da massa

    celular do organismo.

  • 20

    Bioimpedncia Resistncia

    - As leis de Ohm estabelecem que a resistncia de uma substncia

    proporcional variao da voltagem de uma corrente eltrica a ela aplicada.

    No corpo humano, os tecidos sem gordura so altamente condutores,

    por conterem grande quantidade de gua e eletrlitos e representarem um

    meio de baixa resistncia eltrica.

    Gordura e ossos so maus condutores ou meios de alta resistncia, pois

    possuem pouca quantidade de gua e eletrlitos condutores.

    Bioimpedncia Reactncia:

    -A reactncia, tambm conhecida como resistncia capacitiva, a

    oposio ao fluxo da corrente eltrica causada pela capacitncia.

    Por definio, um capacitor consiste de duas ou mais placas condutoras

    separadas por um isolante ou material no condutivo, utilizado para armazenar

    carga eltrica.

    No corpo humano, a membrana celular formada por uma camada de

    lipdios no condutora entre duas camadas condutoras de protenas.

    Teoricamente a reactncia a medida da capacitncia da membrana celular e

    o indicador da quantidade da massa intracelular ou da massa celular do corpo.

    Enquanto a gordura corporal, a gua total e a gua extracelular

    oferecem resistncia corrente eltrica, somente a membrana celular

    apresenta reactncia.

  • 21

    Bioimpedncia - ngulo de Fase: -ngulo de fase um mtodo linear de medir a relao entre resistncia

    e reactncia em circuitos eltricos em srie ou paralelos. O ngulo de fase

    pode variar de 0 a 90 graus: zero grau se o circuito s resistivo (como em um sistema sem membranas celulares) e 90 graus se o circuito s capacitivo (s membranas, sem fluidos). Um ngulo de fase de 45 graus reflete um circuito (ou corpo) com igual quantidade de reactncia capacitiva e resistncia, como em vegetais frescos.

    A mdia do ngulo de fase para um indivduo saudvel

    aproximadamente de 4 a 10 graus, dependendo do sexo. ngulos de fase menores (baixa reactncia) podem ser associados morte celular ou a uma alterao na permeabilidade seletiva da membrana celular. ngulos de fase mais altos (reactncia alta) podem ser associados a maiores quantidades de membranas celulares intactas, isto , maior massa celular do corpo.

    Quanto ao funcionamento do aparelho, um analisador como o RJL distribui

    uma corrente de 800 microA (no mximo) a 50 KHz, que passa entre os dois eletrodos distais fonte de corrente. A diferena de voltagem entre os dois eletrodos

    internos medida atravs de um amplificador de alta impedncia (IREMT, 2004). A impedncia da pele e dos eletrodos no afeta a medida da impedncia

    total do corpo, com a tcnica de quatro eletrodos de superfcie, j que uma quantidade mnima da corrente perdida atravs da pele e circuitos de entrada. A

    corrente constante regulada para 1% de acurcia de 0 a 8000 Ohm. Os

    eletrodos de deteco tm caractersticas que no requerem eletrodos complexos

    ou fita condutiva.

  • 22

    INTERVENO NA OBESIDADE

    A atividade fsica regular e a adoo de estilo de vida ativo so necessrios

    para a promoo da sade e melhoria da qualidade de vida durante o processo de

    envelhecimento. A atividade fsica deve ser estimulada no somente nos adultos,

    mas tambm nos idosos, como forma de prevenir e controlar as doenas crnicas

    no transmissveis que aparecem mais freqentemente durante a terceira idade e

    como forma de manter a independncia funcional (MATSUDO et al; 2001).

  • 23

    Como a distribuio de gordura corporal um importante determinante de

    diabetes e outros fatores de risco cardiovasculares, o objetivo da interveno na obesidade deve visar a mudana nesse padro, mais que a perda corporal em si

    (KENNEDY, 2004). Para conseguir a diminuio da massa gordurosa necessrio um balano

    energtico negativo, condio na qual o gasto supera o consumo de energia, pois

    os estoques de energia do organismo so consumidos para sustentar processos

    metablicos, levando ao emagrecimento (FRANCISCHI et al, 2000). A combinao de restrio calrica e exerccios fsicos com mudana de

    comportamento pode resultar em perda de 5 a 10% peso num perodo de 4 a 6

    meses. Embora os pacientes percebam a pequena perda de peso como

    insuficiente, h melhora de muitas condies relacionadas com a obesidade

    (YANOVSKI, YANOVSKI; 2002). Tem sido objeto de pesquisa se a atividade fsica isoladamente pode

    reduzir o peso corporal. A maioria dos estudos mostra que nestas condies a

    reduo modesta, porm, quando so associadas dieta e atividade fsica, a

    reduo do peso mais intensa e mais freqente. Comparando-se apenas com

    dieta, as evidncias no permitiram concluses, o que torna mais favorvel de que

    a associao de medidas superior a ambas isoladamente; merecendo categoria

    B de evidncias (poucos estudos randomizados ou com populaes inadequadas). Da mesma forma, a manuteno da perda de peso foi mais eficaz quando houve

    associao entre atividade fsica e dieta, do que apenas com dieta.

  • 24

    H 2 tipos principais de atividade fsica indicados para interveno na

    obesidade,: exerccios com pesos e sem pesos. Sabe-se que ambos so

    responsveis pelo aumento do consumo energtico, o que diminui o acmulo de

    tecido adiposo; quanto ao incremento da massa muscular, a atividade fsica com

    pesos provoca um aumento ainda mais significativo.

    possvel que haja reduo da gordura corporal mesmo sem diminuio do peso quando, por exemplo, ocorre ganho de massa muscular, atravs do aumento

    do nvel de atividade fsica. O aumento de massa muscular pode ser superior ao

    peso de gordura reduzido, levando ao aumento de peso corporal total.

    PROGRAMA DE OBESIDADE DO IDOSO PROBESI

    Com o objetivo de abordar a obesidade em idosos, foi iniciado em 2001 o PROBESI, grupo interdisciplinar do Servio de Geriatria do HC-FMUSP, que

    inicialmente se comps das reas de: Educao Fsica (treino com e sem pesos), Fisioterapia, Medicina, Nutrio, Psicologia e Servio Social, que deu suporte ao

    grupo realizando a estratificao scio-econmica e auxiliando na incluso dos

    pacientes em servios da comunidade ao final do programa..

    O trabalho com a equipe interdisciplinar tem como objetivos, entre outros, a preveno das co-morbidades da obesidade e de suas complicaes, atravs da

    promoo de mudana na composio corporal dos idosos e orientao quanto

    manuteno dos resultados obtidos.

  • 25

    OBJETIVOS

    Avaliar as mudanas no peso e na composio corporal em idosos obesos

    submetidos s atividades do PROBESI, atravs da medida da BIA.

    METODOLOGIA

    Realizou-se um estudo prospectivo, em que foram avaliados 14 idosos (12 mulheres e 02 homens) participantes do 1o grupo do PROBESI nos primeiros 06 meses de atividade. Os idosos estudados foram submetidos a BIA, em aparelho

    RJL, no incio e ao final dos seis meses de interveno; os resultados das

    alteraes na composio corporal dos mesmos. foram analisados

    estatisticamente com o Teste t - Student.

    PROBESI

    CRITRIOS DE INCLUSO:

    - ter ndice de massa corporal (IMC) 30 kg/ m2,

    - desejar emagrecer, - ter interesse e conseguir fazer atividade fsica 2 vezes por semana,

    - disponibilidade para permanecer no atendimento duas tardes por

    semana, durante 06 meses.

  • 26

    CRITRIOS DE EXCLUSO: - no h.

    PROBESI - INTERVENO Quantos aos profissionais envolvidos neste trabalho, participaram as reas:

    Educao Fsica, visando principalmente a promoo de gasto energtico atravs

    de atividade fsica; Fisioterapia, objetivando a reduo no ndice de dores msculo-esquelticas, com melhora da mobilidade articular e da funcionalidade;

    Medicina, com a preveno, diagnstico e tratamento das co-morbidades da

    obesidade e suas complicaes; Nutrio, visando interveno alimentar e

    nutricional; Psicologia, intervindo nos aspectos afetivos e emocionais envolvidos

    no processo de obesidade, alm do suporte do Servio Social.

    EDUCAO FSICA Os idosos foram submetidos atividade fsica, sob orientao dos

    educadores fsicos, duas vezes por semana. Foram divididos em 2 grupos, dos

    quais os pacientes eram submetidos a treino com e sem pesos.

    O grupo que realizou atividade com pesos num perodo mximo de 50

    minutos por treino, o qual constou de 3 sries, com 12, 10 e 8 repeties, nesta

    ordem, com cargas crescentes. Deste, participaram 10 dos idosos estudados.

    No outro grupo, era realizado exerccios sem pesos com durao de 1 hora

    por treino, dividido em 3 momentos: aquecimento, ginstica localizada e

    caminhada contnua.

  • 27

    A atividade fsica foi alterada periodicamente, conforme a resposta do

    paciente e de acordo com sua aptido fsica. Desta forma, o princpio de

    individualidade biolgica e da sobrecarga de cada idoso foi respeitada.

    FISIOTERAPIA

    Para atuar nas principais queixas referentes s dores msculo-esquelticas,

    visando a restaurao do bem estar desses pacientes obesos, eram realizadas

    atividades em grupo com o fisioterapeuta duas vezes por semana, com durao

    de uma hora. Durante esse perodo, eram realizados exerccios direcionados para

    melhora da conscientizao corporal, relaxamento muscular, alongamentos,

    exerccios de mobilizao ativa das grandes articulaes, treino de marcha e

    equilbrio e utilizao de eletroterapia no caso de dores agudas.

    MEDICINA

    Quanto parte mdica, eram realizadas consultas individuais a cada cinco

    semanas, com anamnese geritrica e dirigida para obesidade e suas co-

    morbidades; exame fsico e complementares, inclusive BIA e troca (ou suspenso, quando possvel), de medicaes que dificultam o emagrecimento, alm de encontros mensais com palestras interativas em conjunto com as outras reas, para que esses pacientes tivessem melhor compreenso da obesidade e suas co-

    morbidades, facilitando, assim o tratamento e otimizando os resultados.

  • 28

    NUTRIO Na rea nutricional, eram realizadas consultas individuais a cada cinco

    semanas, tendo entre os principais objetivos avaliar o consumo de alimentos, o estado nutricional e a composio corporal dos pacientes, com interveno

    nutricional e reavaliao dos resultados obtidos.

    PSICOLOGIA

    Intervindo nas questes afetivas e emocionais, eram realizados encontros

    semanais com os idosos participantes, de uma hora de durao. Nessas reunies,

    as discusses eram livres, apenas mediadas pela psicloga quando necessrio e

    visavam o resgate da auto-estima dos pacientes, alm de propiciar espao

    teraputico grupal a fim de facilitar a elaborao de conflitos emocionais geradores

    de ansiedades e possvel compulso alimentar.

    RESULTADOS

    A fim de caracterizar os indivduos que compem a amostra, foram

    realizados testes estatsticos das variveis observadas no incio do estudo.

    Destas, foram utilizadas idade, peso e altura (para clculo do IMC inicial), massa gorda, massa magra e gua corporal.

  • 29

    A populao estudada apresentou como resultados iniciais as seguintes

    mdias: idade de 66,84 anos, IMC de 38,56 Kg/m2, gordura corporal de

    52,93%7,28, massa livre de gordura de 47,07%7,28 e gua corporal de

    34,36%5,39.

    Ao final dos 06 meses, com a anlise das mesmas variveis, observou-se

    reduo do IMC e da massa gorda, que tiveram mdia de 35,84 Kg/m2 e

    43,42%9,92, respectivamente; quanto massa magra e gua corporal, houve um

    aumento, sendo as mdias de 56,57%9,92; 41,42%7,26, respectivamente.

    Esses resultados esto representados no grfico abaixo.

    Comparao das variveis massa gorda, massa magra e gua corporal (%)

    52,9343,42

    47,0756,57

    34,36 41,42

    1 2inicial final

    *estatisticamente significante

    gua corporalmassa magramassa gorda

  • 30

    PESO

    Quanto ao peso, houve perda mdia de 6,236,37 Kg (p=0,003), sendo que a variao foi negativa, ou seja, houve perda ponderal, que ocorreu em 93% dos pacientes (Figura 1).

    MASSA GORDA

    Em 93% dos pacientes houve perda de massa gorda, com uma mdia de

    perda de 7,6412,80 Kg (p=0,044), tambm com variao negativa (Figura 2).

    MASSA MAGRA E GUA CORPORAL Analisando a massa magra e gua corporal, observou-se uma variao

    positiva em ambos os itens. A massa magra aumentou em 71% dos idosos, com

    mdia de ganho de 5,594,52 Kg (p=0,000) (Figura 3); a gua corporal tambm aumentou em 71%, com mdia de ganho de 4,073,26 Kg (p=0,001) (Figura 4).

    Em 7% dos pacientes (n=1) houve ganho de peso, o que ocorreu s custas de ganho de massa magra e gua corporal, com reduo de massa gorda.

    Em 7% (n=1) houve ganho de massa gorda, sendo que ocorreu reduo do peso s custas de perda de massa magra e gua corporal.

  • 31

    Figura 1. Distribuio por quartis das variveis para peso (Kg)

    3HVR

    ILQDOLQLFLDO

    Figura 2. Distribuio por quartis das variveis para massa gorda (Kg)

    PDVVDJRUGD

    ILQDOLQLFLDO

  • 32

    Figura 3. Distribuio por quartis das variveis para massa magra (Kg)

    0DVVDPDJUD

    ILQDOLQLFLDO

    Figura 4. Distribuio por quartis das variveis para gua corporal (Kg)

    JXD

    )LQDO,QLFLDO

  • 33

    DISCUSSO

    Participaram do 1 grupo ao todo 30 pacientes, sendo que 14 puderam ser

    avaliados por terem realizado a BIA pr e ps-interveno.

    Com a anlise dos resultados dos exames de BIA, observa-se perda de

    peso corporal na maioria dos idosos. Essa perda ponderal ocorreu devido

    reduo de gordura total, associado a ganho de massa magra e gua, gerando

    impacto positivo na composio corporal dos pacientes.

    Essas modificaes podem ser explicadas pela participao de um

    programa com atividade fsica regular, alm de mudanas nos hbitos alimentares

    destes pacientes obesos.

    O PROBESI, atravs das atividades em grupo, pode ter atuado como um

    grupo de auto ajuda, visto que abriu-se espao para trocas de dificuldades e experincias. As intervenes em nvel fsico, alm de contribuir com o

    emagrecimento, influiu positivamente na vida social, pois diminuiu a dificuldade de

    deambulao e o risco de sndrome de imobilidade.

    Outro fator que pode ter influido nos resultados foi a educao dos idosos

    sobre a obesidade e suas co-morbidades (e como trat-las), atravs da interveno com palestras realizadas pela equipe interdisciplinar, fazendo com

    que entendam a importncia do emagrecimento e haja adeso ao programa.

  • 34

    Esse fato levou a uma mudana de estilo de vida por parte dos idosos, que

    atuou nos fatores modificveis de controle da obesidade no havendo, assim,

    utilizao de tratamento com medicamentos anti-obesidade.

    Houve um paciente que no perdeu peso, porm emagreceu: isso

    explicado pelo ganho de massa magra e gua, pois este evoluiu com perda de

    gordura.

    Houve tambm um paciente que evoluiu negativamente; praticamente,

    manteve o peso, porm, essa manuteno ocorreu s custas de perda de massa

    magra e gua e ganho de massa gorda. Este caso, pode ser explicado pela falta

    aderncia proposta do grupo, talvez por ansiedade por parte do paciente, o qual

    no aceitou tratamento medicamentoso para este fim.

    Corroborando as melhoras na composio corporal, foram realizados testes

    pr e ps-interveno nas outras reas, que demonstraram melhora na

    funcionalidade e no psiquismo (Brando, 2004; Hartmann, 2004; Giordan, 2004).

  • 35

    CONCLUSES

    1 - O PROBESI promoveu modificaes de forma positiva na composio

    corporal da maioria dos idosos obesos, pois na maioria deles houve:

    - perda de peso s custas da reduo de gordura.

    - aumento de massa magra.

    - aumento de gua corporal.

    2 - Na minoria dos pacientes que no perderam peso, evidenciou-se ganho

    de massa magra e gua corporal.

  • 36

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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