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Informação online em www.tribunadamadeira.pt “FICÁMOS TODOS A PERDER” Painel do «Grande Tema – Economia» debate ligações marítimas entre a Madeira e o Continente 10 a 14 INDIGNAÇÃO PELO FECHO DA MOVIFLOR 32 Pequenas e médias empresas «devem ser protegidas» 9 Açores prevê investimento público de 731 milhões 22 Pestana Porto Santo distinguido nos “World Travel Awards” 22 Venezuela em “alerta” Selvagens com presença militar PS-M defende medidas para impedir novas veleidades dos espanhóis 4 e 5 Chikungunya é uma doença mortal 8 SEMANÁRIO | ANO 15 | Nº 777 SEXTA-FEIRA | 3 de Outubro de 2014 1,50 € DIRECTOR: EDGAR R. AGUIAR tribunadamadeira.pt Os socialistas madeirenses vão solicitar que meios militares sejam colocados nas Selvagens para impedir novos incidentes com espanhóis naquelas ilhas de soberania portuguesa. A medida surge depois de ativistas canários ali terem hasteado uma bandeira independentista. Dez fuzileiros portugueses foram colocados nas Selvagens, em 2005, para impedir a caça ilegal de espécies protegidas.

1,50 € SExTA-fEIRA | 3 de Outubro de 2014 Selvagens com ... · Stalking é a palavra recentemente mais ama-ricada para definir perse-guição. Por isso podemos ... o bulling, meus

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Informação online em www.tribunadamadeira.pt

“FIcámos todos a perder”Painel do «Grande Tema – Economia» debate ligações marítimas entre a Madeira e o Continente 10 a 14

IndIgnação pelo Fecho da movIFlor 32

Pequenas e médias empresas «devem ser protegidas» 9

Açores prevê investimento público de 731 milhões 22

Pestana Porto Santo distinguido nos “World Travel Awards” 22

Venezuela em

“alerta”

Selvagens com presença militar

PS-M defende medidas para impedir novas veleidades dos espanhóis 4 e 5 Chikungunya é uma doença mortal 8

SEMANÁRIO | ANO 15 | Nº 777SExTA-fEIRA | 3 de Outubro de 20141,50 € DIRECTOR: EDGAR R. AGUIAR

tribunadamadeira.pt

Os socialistas madeirenses vão solicitar que meios militares sejam colocados nas Selvagens para impedir novos incidentes com espanhóis naquelas ilhas de soberania portuguesa. A medida surge

depois de ativistas canários ali terem hasteado uma bandeira independentista. Dez fuzileiros portugueses foram colocados nas Selvagens, em 2005, para impedir a caça ilegal de espécies protegidas.

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semeador2 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014

aNTÓNIO BaRROSO CRUZ

[email protected]

Ilustrador no Museu Etnográfico da MadeiraDEEBOOKpublisher& atelier pascalqb illustrationRua da Carreira nº 240, 2 Esquerdo.9000- Funchal

www.facebook.com/pascalqbDEEBOOKpublisherestoriaseoutrasmacacadas

Curtas e boas (e más também)“Eu quero é ganhar!” –

diz o novo treinador da selecção nacional, o “ingi-nheiro” Fernando Santos do alto da sua atitude tris-te (já que possui poucos sorrisos no seu discurso e na sua impavidez). Aliás bastou ver a apresentação do novo corpo desportivo-

dirigente de que Fernando se fez rodear para denotar-mos desde logo uma enor-me dinâmica, uma ale-gria imensa e um “que-rer ganhar” gigantemente passivo.

Todos nós queremos ganhar, Fernando. Vamos lá a ver se tu consegues…

O barco do desamor…Agora todos, ou qua-

se todos, querem o barco de volta. Falo do Armas. Que quando foi expulso da Madeira para conveniên-cia de alguns lobbies, pou-cos levantaram a garimpa e alguns até se acagaçaram e calaram e acobardaram em nome de interesses supos-tamente maiores. Esquece-ram-se dos interesses pri-meiros: os da população da Madeira.

Agora é um fartote! Até vêm fotos nos jornais com o Don Armas, abaixo assina-dos para que o bote regres-se à ilha e um contínuo blá-bláblá de promessas e acu-sações e melindres e ilu-

sões. O que é que mudou para o bote agora voltar à ilha? Apenas o oportu-nismo de alguns candida-tos ou um verdadeiro senti-mento de serviço público?

Já agora…existem mais ferries. Existe mais vida para além da que o Armas tem. Já pensaram nessa alternativa? Já pensaram em falar com outras com-panhias, com outros arma-dores, e ver o que de melhor pode existir para esta ilho-ta? Eu subscrevo a liga-ção por ferry ao continen-te, isso nem se discute! Mas façam a coisa com menos ruído e oportunismo. Por-que o meu voto não é por isso que vai mudar.

Parabéns a todos os gre-vistas que de 5 em 5 dias, segundo a média apurada, provocam uma greve em Portugal. Parabéns por con-tinuarem a adiar a recupe-ração do país. Parabéns por contribuírem para a menos produtividade de Portugal. Parabéns por terem pou-pado uns cobres ao Esta-do por via dos dias descon-

tados, aqueles em que esti-veram a empunhar cartazes e a tossir palavras de (des)ordem. Parabéns por nada, ou muito pouco, terem con-seguido. Nós, os que traba-lhamos todos os dias do ano agradecemos. É sempre uma oportunidade maior que dão a quem quer de facto traba-lhar e produzir. “Request in pace”.

Stalking é a palavra recentemente mais ama-ricada para definir perse-guição. Por isso podemos inferir que este amarica-do estrangeirismo poderá até ser um novo fenómeno social. Deixem-se de fezes caras e pretensiosas e cha-mem os bois pelos nomes: perseguição é perseguição! A PIDE não fazia stalking. Os ex-maridos e ex-na-moradas nunca fizeram stalking. Os governos mais ou menos ditatoriais, seja o de cá sejam os de fora, nunca fizeram stalking. Os patrões nunca fizeram stalking às gajas boas que têm a trabalhar nas suas empresas. Foi sempre tudo uma questão de persegui-ção mesmo. Ou assédio. À boa, ou má, maneira por-tugueso-latina! É como o bulling, meus amigos. Sempre existiu, mas em português corrente.

Feira do livro, tarde cin-zenta na cidade do funcho. Cerimónia de homenagem a um nome grande das escri-tas madeirenses. Lápide des-cerrada, discurso verbalizado, abraços apertados.

Pena que tenham feito isto a uma hora do dia em que as pessoas estavam ocupadas com afazeres profissionais e não tenham podido estar presentes.

Ou seja, para fazer a horas impossíveis estão os que orga-nizam estas coisas a informar que não querem muita gen-te. E assim foi, uma vintena de gatas pingadas e está cum-prida a “obrigação” de ficar na fotografia do social.

O nome em causa mere-cia bem melhor e algo mais grandioso. Mas a estreiteza de visão continua a emba-ciar um pouco por toda a par-te. fazer por fazer, como ain-da se provou num passado recente, não cola e acaba por subir o valor da factura a cur-to prazo.

Feira do livro, final de tar-de soalheiro na cidade do cos-tume. Marta Caires lança o

seu primeiro livro onde se reúnem algumas das cróni-cas que tão bem sabe trazer à folha. Para mim o momen-to mais alto desta edição da Feira. Um testemunho de bem-fazer, uma demonstra-ção pública de carinho e reconhecimento pelo seu trabalho, uma fila inter-minável de leitores a que-rerem livros autografados. Assim vale a pena produzir literatura. Sobretudo quando por detrás do projecto exis-te uma chancela como a Nova Delphi.

Feira do livro, um qualquer dia na cidade onde ela acon-tece. Parabéns aos que pen-saram em deslocalizar o anti-go espaço de apresentação de livros (o sombrio e enfado-nho Pavilhão dos Autores), que estava encafuado num buraco irrespirável. Agora o palco é menor, as cadeiras são poucas mas a visibilidade, o impacto, a estética, a par-tilha e a cumplicidade com o público ficaram engrandeci-das. Que seja para continu-ar porque este é o formato correcto.

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014 editorial 3

A Comissão de Reforma do IRS voltou a recomendar, nesta quar-ta-feira, a eliminação da sobreta-xa em sede de IRS, “criada em 2011 com carácter de manifesta transito-riedade”.

A mesma proposta já tinha sido feita em Julho, quando foi apresen-tado o anteprojecto da reforma.

A Comissão argumentou com a alteração do “ambiente de crise eco-nómico-financeira” e do “contexto de emergência nacional que o País atravessava”.

Considera que “o contexto inter-no e internacional mudou”: exter-namente tudo aponta para “para um

cenário de melhoria gradual, embo-ra lenta” e em Portugal “a situação de emergência nas contas públicas deu lugar a maior estabilidade” o que “propicia que os elevados níveis de carga fiscal e esforço fiscal que têm recaído sobre os contribuintes do IRS possam ser, aos poucos, ali-viados”.

O deputado e porta-voz do CDS, Filipe Lobo D´Ávila, defendeu, nesta semana, no Parlamento, que “fasea-damente, gradualmente, mantendo a prudência orçamental e os com-promissos internacionais do país, comece a ser reduzida a chamada sobretaxa do IRS”.

A Comissão também propõe que a sobretaxa e a taxa adicional de soli-dariedade sejam extintas progressi-vamente, mas considera que o pro-cesso se deve iniciar já em 2015.

Os membros da Comissão recor-dam, para defender esta proposta, as recentes recomendações do Euro-grupo – “como parte essencial da agenda relativa às reformas estru-turais, ao crescimento e ao emprego na Europa” e tendo em conta que “os ministros das finanças do Eurogru-po reconhecem que, em alguns paí-

ses, as taxas marginais nos impos-tos sobre o rendimento das pessoas singulares na Europa estão entre as mais elevadas do mundo”.

Esta medida seria posta em prá-tica após o fim da sobretaxa e da taxa adicional de solidariedade, “tão cedo quanto possível” e tendo como objectivo a “redução da carga fiscal sobre os rendimentos das pessoas singulares e a melhor repartição da carga fiscal entre contribuintes”.

InquérIto onlIne

Alguns dos candidatos do

PSD-M têm o perfil necessário que a Madeira precisa

para serem o futuro líder do Governo

Regional?Vote no site:

tribunadamadeira.pt

Pergunta anterior: Concorda com a greve dos enfermeiros, que exigem melhores condições de trabalho no Serviço Regional de Saúde?Sim -74% | Não - 26%

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O Liberal, comunicações, lda.Edifício “O Liberal”PEZO - Lote 79300 Câmara de LobosT. 291 911 300 F. 291 911 309E. [email protected]

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Comissão de reforma do IrS insiste na eliminação da sobretaxa

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política4 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014

Os socialistas madeirenses vão solicitar que meios militares sejam colocados nas Sel-vagens para impe-dir novos inciden-tes com espanhóis naquelas ilhas de soberania portu-guesa. A medi-da surge depois de ativistas caná-rios ali terem has-teado uma ban-deira independen-tista. Dez fuzilei-ros portugueses foram colocados nas Selvagens, em 2005, para impe-dir a caça ilegal de espécies protegi-das.

Os socialistas madeirenses vão propor uma visi-ta de deputados às ilhas Selva-

gens e solicitar a presença permanente de meios milita-res no sub-arquipélago per-tencente à Região Autóno-ma da Madeira. A intenção é criar condições para que inci-dentes semelhantes aos ocor-ridos nos últimos anos, sem-pre com cidadãos espanhóis, não voltem a acontecer.

De acordo com infor-mação obtida pelo «Tri-buna», ainda não existem datas definidas para a apre-sentação da proposta, mas é algo que está em cima da mesa, principalmen-te face à indefinição ainda existente sobre o estatuto daquelas ilhas de soberania portuguesa.

A última vez que hou-ve meios militares em per-manência naquele territó-rio, considerado ilhas por Portugal e um rochedo por Espanha, foi em meados de 2005, quando um grupo de

dez fuzileiros portugueses foi lá colocado por um mês para pôr fim à caça ilegal de espécies protegidas.

A medida extrema teve como um dos fundamentos a detenção de quatro bar-cos de pesca espanhóis a 28 milhas náuticas ao sul das ilhas. Foi a 23 de Junho des-se ano. Poucos dias depois, a 8 de Julho, um biólogo e um vigilante daquela Reser-va Natural foram ameaça-dos por pescadores espa-nhóis, na Selvagem Grande, com uma faca e arpões de pesca subaquática.

Selvagens são ilhasou rochedos?

Espanha não contesta a soberania sobre as Selva-gens, o território português mais a sul, mas as frontei-ras marítimas ainda estão em aberto, deixando o esta-tuto das ilhas por definir, o que as coloca na base de um impasse entre os dois países vizinhos.

Portugal diz que são ilhas, para Espanha as Sel-

vagens são simples roche-dos, e é desta indefinição sobre o estatuto que depen-derá o traçar da linha divi-sória que estabelecerá qual a extensão da plataforma continental e da Zona Eco-nómica Exclusiva (ZEE) em redor daquelas ilhas.

O país vizinho não acei-ta que as Selvagens tenham ZEE, porque como rochedos só têm direito a Mar Ter-ritorial. Na disputa está a questão de saber se as Sel-vagens são ilhas, o que lhes dá direito a uma ZEE em redor, a dividir entre Portu-gal e Espanha. Isso implica que a linha divisória passe a meio das 82 milhas de espa-ço marítimo que as separam de Canárias.

Espanha quer alargar a sua ZEE

Se as Selvagens forem consideradas rochedos, Portugal terá apenas direito a 12 milhas de Mar Territo-rial e a uma Zona Contígua que vai até às 24 milhas. Se na qualidade de ilhas as

Selvagens empurram a ZEE portuguesa para sul, como rochedos permitem que a ZEE espanhola se prolon-gue desde Canárias até para além das próprias ilhas de soberania portuguesa, dei-xando as Selvagens no meio da ZEE espanhola e rodea-das pelo Mar Territorial.

Segundo a Lei do Mar, um território precisa de precisa de ter habitantes humanos e atividade eco-nómica para obter o esta-tuto de ilha. Portugal argu-menta que as Selvagens são habitadas (pelos vigilantes da natureza) e que, até aos anos 60 do século passado, tinha atividade económica pela utilização das cagar-ras na alimentação da popu-lação da Madeira. As ilhas são reserva natural, desde 1971, mas Portugal junta à argumentação o facto de um Presidente da República já ter dormido naquelas ilhas. Foi Cavaco Silva, em Setem-bro do ano passado.

O entendimento entre Portugal e Espanha, sobre a fronteira das suas ZEE, tem assim implícito o estatuto das Selvagens. O caso pode

RICaRdO SOaReS

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Selvagens devem ter presença militarPS-M defende medidas para impedir novas veleidades dos espanhóis

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014 política 5acabar no Tribunal Interna-cional do Direito do Mar. A definição pode surgir entre 2015 e 2017.

Independentistas caná-rios içam bandeira

As Selvagens têm vindo a «manchar» as relações diplomáticas entre Portu-gal e Espanha. A última vez foi há cerca de duas sema-nas, quando os vigilantes do Parque Natural da Madei-ra detetaram o hastear de uma bandeira independen-tista de Canárias nas ilhas de soberania portuguesa.

A ação foi promovida por um grupo de militantes da Alternativa Nacionalista Canária (ANC), que terão desembarcado na Selvagem Pequena para um “protes-to simbólico”, cuja inten-ção seria contestar as pros-peções petrolíferas previs-tas para aquela zona mas também reivindicá-la para águas espanholas. O grupo terá fugido ao controlo dos vigilantes e permanecido na Selvagem Pequena para a ação de protesto.

O incidente fez a Zona Marítima da Madeira (ZMM) enviar uma unidade naval à ilha , de modo a “perce-ber o motivo do protesto” e “tomar as medidas adequa-

das”. Dois independentis-tas canários foram identifi-cados e transportados para o Funchal.

De acordo com Pedro Gonzalez, o porta-voz do ANC, a ação não preten-dia “abrir qualquer confli-to com Portugal”, apenas “sensibilizar os portugueses para o problema das pros-peções petrolíferas”. O ANC defende a aplicação de uma linha mediana entre Caná-rias e a Madeira, uma medi-da que pela Lei do Mar colo-caria as ilhas de portugue-sas em águas territoriais espanholas.

Vários incidentes nos últimos anos

O episódio foi comuni-cado ao Estado-Maior da Armada, passando ao Minis-tério da Defesa e ao Ministé-rio dos Negócios Estrangei-ros. Segundo as autorida-des portuguesas, os mani-festantes canários infringi-ram a regulamentação que proíbe o acesso de pessoas à área da Reserva Natural das ilhas Selvagens sem autori-zação do Governo Regional

da Madeira. Não foi a primeira vez

que as Selvagens ganharam projeção mediática devido a «incidentes» com espa-nhóis. Em Setembro de 2013, apenas duas semanas antes da visita de Cavaco Silva àquelas ilhas, Espa-nha formalizara o tal pedi-do para que a área maríti-ma afeta às Selvagens não entrasse na ampliação da ZEE da Madeira e, conse-quentemente, da zona marí-tima de Portugal.

A tentativa espanhola junto da ONU foi conside-rada uma forma de pressão junto de organismos inter-nacionais, isto já depois de outros incidentes que envol-veram as Desertas.

Embora Espanha não conteste a soberania portu-guesa sobre as ilhas, o inte-resse sobre a zona marí-tima que lhe está associa-da é evidente, fazendo com que os episódios envolven-do as Selvagens sejam quase recorrentes. Um deles acon-teceu em Julho de 2007, quando um avião militar espanhol fez um voo rasan-te sobre as ilhas, ameaçan-do as aves marinhas que estavam em plena época de nidificação. l

Ilhas Selvagensas Ilhas selvagens são um sub-arquipélago do arquipéla-

go da madeira. situam-se a 165 quilómetros a norte da arqui-pélago espanhol das canárias, a 250 quilómetros ao sul da cidade do Funchal, a cerca de 250 quilómetros a oeste da cos-ta africana e a cerca de 1000 quilómetros a sudoeste do con-tinente europeu.

as selvagens são constituídas por duas ilhas principais e várias ilhotas, que, tal como quase todas as ilhas da maca-ronésia, têm origem vulcânica. o arquipélago é um santuá-rio para aves, é muito agreste e tem uma área total de 273 hectares.

atualmente existem apenas dois habitantes permanentes na selvagem grande e dois semi-permanentes na selvagem pequena, guardas do parque natural da madeira, sendo tam-bém visitada periodicamente por pessoal da armada portu-guesa ao serviço da direção de Faróis. para além disso, a sel-vagem grande é habitada várias vezes por ano pela família Zino, do Funchal, que lá possui uma casa.

o estado espanhol tem insistido em que a delimitação da Zona económica exclusiva (Zee), de 200 milhas náuticas, se faça ignorando as selvagens, ao considerá-las como rochas, enquanto que o estado português insiste na sua classificação como ilhas, ampliando assim a Zee portuguesa.

apesar de serem remotas e isoladas, as ilhas já recebe-ram visitas oficiais de três presidentes da república portu-guesa, mário soares, Jorge sampaio e cavaco silva, sendo este o primeiro presidente a pernoitar numa das ilhas (selva-gem grande) na noite de 18 para 19 de Julho de 2013, atos de soberania que visaram reforçar a identidade e solidarieda-de nacionais e evidenciar o seu estatuto como reserva natu-ral nacional.

a reserva natural das Ilhas selvagens (que integra o par-que natural da madeira) foi criada em 1971, sendo uma das mais antigas reservas naturais de portugal.

CARTÓRIO NOTARIAL DE GABRIEL JOSÉ RODRIGUES FERNANDES

Notário em substituição, conforme deliberação da Ordem dos Notários, Praça da ACIF, 9000-044 Funchal

(POR CIMA DA LOJA DO CIDADÃO)(publicado no Tribuna da Madeira a 03-10-2014)

Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que no meu Cartório Notarial e no livro de notas para escrituras diversas número QUINZE-G, exarada a folhas trinta, se encontra exarada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO NOTARIAL, outorgada hoje, na qual Manuel da Silva, NIF 177.713.330 e mulher Maria da Conceição do Nascimento da Silva, NIF 177.713.348, casados sob o regime da comunhão geral de bens, naturais do Arco da Calheta, Calheta, residentes à Rua Santa Teresinha, nº 14, Canhas, Ponta do Sol, titulares, ele do bilhete de identidade nº 1165641, de 17/10/2001, emitido pelos SIC, no Funchal e ela do cartão de cidadão nº 00350206 6 ZZ2, válido até 8/5/2015, emitidos pela República Portuguesa, se afirmam donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrém, de um prédio rústico, terra de cultivo, com a área de quinhentos metros quadrados, sito em Barlabé, Pomar da Serra, freguesia dos Canhas, concelho da Ponta do Sol, a confrontar a norte com Francisco da Silva Morgado e Manuel da Silva, sul e oeste com a Vereda e leste com Manuel da Silva, antes vereda, inscrito na matriz predial, sob o artigo 16152, com o valor patrimonial de � 90,19, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Ponta do Sol; ao qual atribuem o valor de duzentos e cinquenta euros. Que o identificado prédio veio à posse dos justificantes, no ano de mil novecentos e oitenta e oito, por compra verbal e não titulada a Agostinho Pereira e mulher Maria da Silva da Ribeira, casados sob o regime da comunhão geral, residentes no Carvalhal, Canhas, Ponta do Sol, que por sua vez haviam ao referido titular inscrito matricialmente António Gomes, viúvo, residente ao sítio da Amoreirinha, Lombo da Piedade, referida freguesia dos Canhas, já falecido. Assim, desde aquele ano, os justificantes estão na posse e fruição do aludido imóvel, posse que mantiveram sem interrupção até hoje, usufruindo de todas as suas utilidades, cultivando e colhendo todos os seus frutos e suportando os respectivos impostos e encargos, tendo adquirido e mantido a sua posse sem oposição de quem quer que fosse e com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sendo por isso uma posse pública, pacífica, contínua e de boa-fé, que dura há mais de vinte anos, pelo que o adquiriram por usucapião, não tendo, dado o modo de aquisição, documento que titule o seu direito de propriedade. É parte certificada e vai conforme o original, declarando que da parte omitida nada consta que altere, prejudique, modifique ou condicione a parte transcrita.Funchal, um de Outubro de dois mil e catorze.

O Notário,Gabriel J. R. Fernandes

(Notário em substituição da Notária Teresa Maria Prado de Almada Cardoso Perry Vidal, por motivos de vacatura de lugar, cuja utilização do selo branco foi concedida por despacho da Ministra da Justiça)

PU

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opinião6 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014

ROSAS E ESPINHOS DA NOVA AUTONOMIA

GReGÓRIO GOUVeIa

gregoriogouveia.blogspot.pt

Institucionalização da nova Autonomia

Com o dia 1 de Outubro de 1976 ficaram para a his-tória os órgãos transitórios da administração do Distrito Autónomo, a juntar aos mais de cinco séculos de avanços e recuos nas várias etapas da autonomia regional. Aque-le dia deixou bem vincado o limiar de uma NOVA AUTO-NOMIA da Madeira, consubs-tanciada na formalização da posse do segundo órgão de governo próprio da Região Autónoma - o Governo Regio-nal. A Assembleia Regional já estava em funcionamento desde o dia 19 de julho, ten-do como acção essencial lan-çar as bases legais da nova era que tinha sido institucio-nalizada pela Constituição da República, em vigor desde o dia 25 de abril daquele ano.

O novo modelo de Auto-nomia, uma vez implementa-do, trouxe grandes expecta-tivas para o progresso social, económico, cultural, polí-tico e até mesmo religioso. No entanto, apesar do poder exercido mais próximo das populações, as rosas do novo desenvolvimento encetado foram emolduradas com mui-tas camadas de espinhos que arranharam a conduta dos novos inquilinos da adminis-tração regional autónoma. De tal modo que o Poder institu-ído e exercido não foi capaz de acabar com os graves pro-blemas de variada ordem que ainda hoje infelizmente pro-liferam e estão cada vez mais aprofundados. A sua condu-ta não foi modelar na gestão da autonomia, faltando mui-tos ingredientes que tardam a entrar no sistema governati-vo regional.

Foi no período de turbu-lência política, sentida ao lon-go do processo revolucionário e no seguimento de dois pac-tos entre o MFA e os princi-pais Partidos políticos, que a Assembleia Constituinte, a 18

de março de 1976, começou a analisar a proposta da 8ª Comissão «Açores e Madei-ra» contendo o texto relativo a estas regiões. Estava dado o sinal de partida para um renovado modelo de Autono-mia que viria a ser concluído no dia 25 daquele mês.

Nos debates e em declara-ção de voto, Jaime Gama (PS) declarou que “(...) As tímidas soluções encontradas, no pla-no administrativo dos distri-tos, pela monarquia consti-tucional e pela I República foram integralmente asfixia-das pelo regime de Salazar e de Caetano (...)”.

Mota Amaral (PPD) salien-tou que “(...) Consagram estes preceitos para os arquipéla-gos atlânticos um regime de autonomia política e adminis-trativa, ainda assim ampla, a desenvolver posteriormen-te nos respectivos estatu-tos. Dizemos que essa auto-nomia é ainda assim ampla porque, embora muitas das propostas defendidas pelo Partido Popular Democráti-co tivessem sido derrotadas pela maioria da Câmara, algu-mas tiveram aceitação, tendo-se encontrado, ainda, noutros casos, compromisso satisfa-tório, pelo menos dentro do princípio do mal menor (...)”. Carreira Marques (PCP) dis-se que “(...) Os deputados do PCP, com a autoridade que lhes dá a experiência colhida pelas organizações do parti-do e pelos seus militantes nos Açores e na Madeira, sentem-se no direito de reclamar desta Assembleia que a apreciação e discussão da questão da auto-nomia regional seja feita com objectividade, imune às ten-tações existentes nos arquipé-lagos e liberta da pressão das forças reaccionárias afectas ao separatismo, em termo de dar resposta eficaz, coerente e justa a um problema que inte-ressa a todos os portugueses”. Monteiro de Aguiar (PS) refe-riu: “(...) O processo da evolu-ção política na Madeira, após o 25 de Abril, reforça cada vez mais a convicção de que a democracia não pode abando-

nar a minha terra”.Emanuel Rodrigues (PPD)

afirmou: “(...) Continuou, portanto, a luta do ilhéu. Luta que, dissimulada nas turvas águas do passado, adquiriu nova roupagem e dimensão a partir da gesta gloriosa do 25 de Abril de 1974: as pessoas, como que catapultadas para a nova realidade, começaram a clamar insistentemente pela autonomia verdadeira há tan-to desejada, começaram mes-mo a exigi-la, como era seu direito. Mas eram mal ouvi-das as suas vozes, ou nem mesmo eram escutadas!...”.

Sá Machado (CDS) refe-riu que “(...) O nosso voto é um voto de liberdade. Porque não quereríamos ver o Esta-do necessariamente hipoteca-do à criação maximalista de relações de produção socialis-ta (...) às restrições, inexpli-cáveis e desconfiadas, à legí-tima autonomia político-ad-ministrativa dos Açores e da Madeira no quadro da unida-de nacional”.

Chegado o termo da ela-boração da Constituição, no dia 2 de abril de 1976, a mes-ma foi votada. Apenas o CDS votou contra, embora tivesse votado a favor da parte refe-rente às regiões autónomas. Todos os restantes partidos votaram a favor quer no que diz respeito às regiões autó-nomas, quer no texto global.

Estava, assim, confirmada a autonomia política e admi-nistrativa» dos Açores e da Madeira que tinha como fun-damento os “condicionalis-mos geográficos, económi-cos e sociais e nas históricas aspirações autonomistas das populações”. A razão cultural não figurava no texto de 1976. Só foi introduzida na revisão constitucional de 1982.

gregoriogouveia.blogspot.pt

DIVAGANDO...

VIRGÍLIO PeReIRa

Como resolver a crise portuguesa?

Esta grave situação económi-co-social em que vivemos não se resolve exclusivamente mudan-do de partidos governantes, ou de um novo Primeiro-Ministro e da sua equipa. Isso é uma con-dição quase sempre necessária, mas em caso algum suficiente.

Essa resolução passa inevita-velmente pela reforma do Esta-do e, por entre outras coisas, pela reorganização dos parti-dos, não esquecendo com certe-za as leis eleitorais.

Esta “receita” é válida para todos os países problemáticos económica e financeiramente da União Europeia. É óbvio que a resolução dessas crises depen-de da alteração significativa das políticas da União Europeia, essencialmente no que respei-ta à zona euro.

Como exemplo, invoco o caso francês, em que o actual Presi-dente da República e secretá-rio-geral do PS francês ganhou a Nicolas Sarkozy nas últimas eleições presidenciais france-sas, prometendo melhores con-dições de vida e, portanto, um alívio da austeridade, aos eleito-res e atribuindo todas as culpas da crise ao seu rival concorren-te e anterior Presidente.

Logo depois, foi o que se viu. Acabou por governar em sen-tido contrário e praticamente todas as suas boas promessas caíram por terra. Já Passos Coe-lho e Paulo Portas tinham feito o mesmo em Portugal. Afinal, todas as propostas de “mel” que fizeram, tão do agrado da gran-de maioria dos votantes, foram esquecidas sem aparentemen-te se sentir qualquer constran-gimento desses governantes e respectivos partidos. Foi por isso que caíram no descrédito e contribuíram para que muita gente repudie a política, os polí-ticos e os seus partidos.

Será que António Costa, recente ganhador das eleições internas do PS, participadas pelos seus militantes e simpa-tizantes, vai seguir um cami-nho antagónico aos dos exem-plos atrás referidos? Espero e desejo que sim, até porque uma boa oposição obriga sempre a um cuidado mais rigoroso dos governantes aquando da sua

tomada de medidas políticas.Por outro lado, esse compor-

tamento transparente de Antó-nio Costa havia de contribuir para o regresso das pessoas ao respeito e esperança na Política e tudo o que gira à sua volta.

Acredito que haja uma solu-ção mais humanizada e menos austera para o povo português. Já é tempo dos partidos demo-cráticos, designadamente os que têm sido chamados para governar o país, PS, PSD e CDS, subscrevessem um pacto polí-tico nacional que salvaguar-dasse no futuro certas políticas estruturantes para o país, como a área social. Um dos grandes objectivos será a manutenção futura do Estado Social, dando-lhe sustentabilidade.

Esta política nacional não deve correr perigo se futuras eleições indicarem governantes menos equilibrados.

Transparência, humildade, verdade, competência e empe-nho são coisas que gostaríamos de sentir emanadas dos diri-gentes político-partidários e dos nossos governantes.

Em Democracia deve haver igualdade de condições e opor-tunidades para todos, mas não concebo uma democracia repre-sentativa, existente nos chama-dos “países do ocidente” sem suporte máximo de partidos políticos.

Não tenho grande esperança nos movimentos políticos, par-tidos novos e até em coligações que se afirmam contra o domí-nio dos velhos partidos e só lhes apontam vícios.

É porque eles também foram apoiados mais ou menos clara-mente por esses partidos vicia-dos, mas mais mês menos mês, acabam todos por se constituí-rem em novos partidos que pas-sado pouco tempo estarão tam-bém viciados.

A solução não é ser indepen-dente politicamente. Isso não existe. A solução está na rees-truturação de todos, de forma a melhor servirem as popula-ções que representam e para que foram criados, até por-que a vida é tão dinâmica que exige frequentemente esses reajustamentos.

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014 sociedade 7

naviera Armas fez promoção da Madeira na Alemanha

a naviera armas promoveu a madeira num evento reali-zado em liel, na alemanha. o «Kieler Woche», patente de 18 a 26 de junho de 2011, apresentou aos visitantes uma tenda com o bolo do caco e a poncha madeirense. Fotos: dr

O Grupo Par-lamentar do PS-M apresen-tou, nesta quar-ta-feira, duran-

te a sessão plenária na Assem-bleia Legislativa da Madeira (ALM), um projecto de decre-to legislativo regional intitu-lado «Concessão do direito de exploração em regime de ser-viço público, por quinze anos, da linha marítima de trans-porte de mercadorias e pas-sageiros entre Funchal e Lis-boa», apresentado com pro-cesso de urgência.

O projeto foi chumba-do pelo PSD, com o voto de Miguel de Sousa. Uma situação que “aqueceu” o plenário.

O documento apresentado refere no Artigo 1º Objeto «1. Com o presente diploma a Região Autónoma da Madei-ra fica autorizada a contra-tar com uma empresa pri-vada, após concurso públi-co, a concessão do direito de exploração, em regime de serviço público, por quinze anos, da linha marítima de transporte de mercadorias e passageiros entre Funchal e Lisboa.

2. O concurso público será realizado partindo das “base da concessão” que serão determinadas pelo Governo Regional.»

Diz ainda no Artigo 2º

Concessão «1. As bases da concessão deve prever pre-ços máximos a aplicar aos passageiros e limites de pre-ços às mercadorias a ser esta-belecidos anualmente. Por outro lado, o Governo Regio-nal deve oferecer as mesmas condições que oferece à con-cessão de transporte marí-timo entre a Madeira e Por-to Santo, designadamente ao nível da isenção de taxas e de operacionalidade das embarcações.

2. Não deve existir perío-dos mortos na operação. Para tal o operador deve assegurar sempre a presença de uma embarcação, de característi-cas semelhantes à que vencer o concurso, durante os perío-dos de manutenção.».

O Artigo 3º As bases de concessão «3.O concessioná-rio fica isento do pagamento de taxas.

4. São assegurados pre-ços médios competitivos com limites máximos, sem pre-juízo do estipulado na Lei nº21/2011, de 20 de Maio. 5.É assegurado, igualmen-te, a escala no Porto Santo durante uma vez por semana (uma ida e uma vinda). 6.São asseguradas condições para tornar atrativo e consequen-te as bases de concessão, garantindo uma concorrên-cia entre operadores aquan-do o referido concurso».

Numa nota justificativa, o documento dá conta no ponto «3. Memória Descri-tiva: Tendo presente a extre-ma dependência externa da RAM, constatando-se que a Região importa a quase tota-lidade de tudo o que conso-me, incluindo combustíveis, matérias primas, equipamen-tos e produtos alimentares, entre outros, torna-se críti-co uma atuação consistente de modo a garantir alterna-tivas viáveis e competitivas aos transportes da Madei-ra. A par disto, é de salientar a dificuldade de mobilidade dos insulares, mesmo den-tro do próprio país, estan-do sempre na dependência da utilizaão de transportes a custo elevado».

Quanto ao ponto 4. Neces-sidade de aplicação do proje-to «prende-se, essencialmen-te, com a atenuação dos cus-tos da insularidade, no que toca a abastecimento de uma variedade de bens e à mobi-lidade das pessoas».

No que se refere à avalia-ção sumária dos meios finan-ceiros envolvidos, o projeto em causa aponta «Não exis-tem custos envolvidos».

Recorde-se que Miguel de Sousa, candidato à liderança do PSD-M, garantiu recente-mente que vai trazer o Navie-ra Armas para a Madeira, caso fosse eleito. l SS

PSD chumba projeto do PS relacionado com a linha marítima

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comunidades8 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014

A Venezuela está sendo alvo de uma infeção vec-torial que atinge o Caribe e partes

do Continente …

Tudo começou quando o Colégio de Médicos de Ara-gua informou que oito pesso-as tinham morrido, em Mara-cay, devido a uma “misterio-sa doença”.

Os sintomas que eviden-ciam a doença são alergias, tonturas a cada dez minu-tos, febre, dores musculares e de cabeça, náuseas e fatiga (cansaço).

Porém, alguns destes sin-tomas podem ser confundi-dos com uma gripe normal.

A chuva e a humidade, patentes nesta altura do ano, no país não tem dado tré-guas e é um dos potenciais motivos para o aparecimento de mosquitos. São muitos os casos registados com dengue, a que se veio juntar a casos de Chikungunya (também de picadas de mosquitos) na Venezuela. Porém, esta doen-ça requer uma atenção redo-

brada pois é mortal. Há quem alegue que é

capaz de matar, por dia, mais de 20 mosquitos.

No surgimento de alguns destes sintomas, instala-se o pânico na população. Pois não há certezas se trata-se de dengue ou de Chikungunya.

As informação faculta-das, provavelmente para não lançar o pânico na popula-ção venezuelana, confundem os atentos. Por um lado, os médicos dizem que se trata de um surto de Chikungunya, por outro lado o governo insiste que se trata de uma campanha mediática para gerar o pânico.

O governo venezuelano lançou um Plano Nacional contra o dengue e a febre de Chikungunya que procu-ra fortalecer as estratégias de prevenção destas doenças.

Entretanto, a popula-ção procura arranjar solu-ções e alguns começam por fazer os próprios repelentes caseiros. Outra medida é o uso de roupas largas e cla-ras. Repelentes, mata mos-

cas, velas de citronela, são espalhados pelas habitações para evitar o aparecimento dos mosquitos.

A Chikunguya não tem cura, é mortal. Só é possí-vel tratar os sintomas, e pode se confundir com a dengue, o que pode dificultar o diag-nóstico nas zonas onde esta doença foi comum. Originá-ria de África e Ásia, nas últi-mas décadas chegou à Euro-pa e América.

Os números de casos apon-tados distam, o que confunde a população, suscitando dúvi-das e queixas sobre a clarida-de do que está a ocorrer no país. O Ministério da Saúde aponta 432 casos confirma-dos e suspeita de mais 45.000. A Sociedade Médica calcula entre 65.000 e 120.000 casos de Chikungunya.

O governo está fazendo jor-naldas de prevenção e reco-menda a população a dormir com mosquiteiros e não dei-xar tanques de água desta-pados, uma prática comum para o racionamento de água. l SS

Venezuela “em alerta” por causa da Chikungunya

Deputado chavista encontrado morto

Uma doença que pode ser confundida com a dengue, mas que não tem cura

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O deputado venezuelano Robert Serra, da legenda chavis-ta Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), foi encon-trado morto na noite da passada quarta-feira dentro de sua casa, em Caracas.

A mulher do parlamentar, María Herrera, também foi encontrada sem vida no local.

As autoridades ainda não deram detalhes sobre as causas da morte do casal, mas o ministro do Interior, Miguel Rodrí-guez Torres, classificou o caso como um “assassinato”.

O país tem a segunda maior taxa de homicídios da Améri-ca Latina. “Encontramos o corpo do deputado Robert Serra e de sua companheira. Eles foram assassinados dentro da resi-dência”, disse Torres.

O ministro declarou que uma equipa de investigação este-ve no local das mortes. “Investigaremos a fundo e chegaremos aos responsáveis por essa monstruosidade”. Torres prometeu que novos detalhes serão divulgados conforme as investiga-ções avançarem.

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014 política 9

SaRa SILVINO

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“Os Deputados da Madeira no Par-lamento Europeu têm a obrigação de proteger as nossas

pequenas e médias empre-sas”, realça o responsável pelo PNR-Madeira.

Fábio Henriques ale-ga que “o PNR Madeira já vinha alertando que o fecho de empresas na Madeira era uma realidade cada vez mais presente e persistente”. Fri-sando tratar-se de uma “rea-lidade que vem agora ser confirmada pelos números do INE relativamente a 2013, onde a RAM foi a região que mais empresas viu fechar em Portugal”.

Disse ainda: “A isto não é alheio o facto de a RAM ter características muito pró-prias no seu tecido empre-sarial, nomeadamente sen-do uma região de pequenas e médias empresas familia-res, que têm vindo a fechar portas devido às constantes aberturas de lojas chinesas, indianas e de multinacionais dos móveis, de roupa e de outros bens.”

De acordo com Fábio Henriques, “estas lojas de maior dimensão e com pre-ços abaixo do razoável, têm vindo a destruir as empresas de carácter familiar, que são as únicas que têm caracte-rísticas para a dimensão da

Madeira”.Sublinha que “mais uma

vez o problema está na falta de protecção que é dada aos pequenos e médios empresá-rios, na lei europeia que per-mite aos chineses e india-nos, entrarem pela Madeira dentro sem qualquer tipo de entrave aduaneiro e fiscal”. Afirmou também que o PNR Madeira incentiva os depu-tados madeirenses no Par-lamento Europeu, “a faze-rem menos turismos e a tra-balharem no sentido de pro-teger os nossos pequenos e médios comerciantes, que são o sangue da economia regional”. l

Pequenas e médias empresas«devem ser protegidas»Fábio Henriques realça que a Madeira foi a região que mais empresas viu fechar em Portugal. E aponta “obrigações” a tomar por parte dos deputados madei-renses e no PE.

Defende o PNR-Madeira

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GRANDE TEMA10 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014

T ribuna da Madei-ra (TM) – Com a saída da Naviera Armas, a Madei-ra ficou sem a

denominada «autoestra-da marítima» de ligação

ao Continente. O que foi que os madeirenses fica-ram a perder?

Paulo Farinha (PF) – Perdeu a propalada conti-nuidade territorial, que pelos vistos não existe na prática,

apenas na teoria. A continui-dade territorial não é possí-vel só com aviões. Esta é a minha opinião e a de muitos madeirenses.

TM – Os madeirenses ficaram a perder sobre-tudo no bolso?

PF – Ficámos todos a per-der, sobretudo no transpor-te de bens perecíveis. O sr. António Nóbrega [empresá-rio ligado ao setor das car-nes] utilizava a Naviera Armas. Esse grande empre-sário ficou muito constran-gido com a saída da Naviera Armas da Madeira.

Carlos Pereira (CP) – E até pediu uma indemniza-ção. Meio milhão de euros. Portanto...

PF – A Naviera Armas transportava os produtos perecíveis para o Pingo Doce, e a Jerónimo Martins é uma grande empresa nacional, sem dúvida que sabe traba-lhar. O Pingo Doce perdeu... e nós madeirenses perdemos nas promoções.

Filipa Fernandes (FF) – E na qualidade dos

produtos.PF – Eu que gosto mui-

to de polvo já fiz um périplo com a minha esposa pelos supermercados Pingo Doce à procura, porque estava em promoção e acabámos por não encontrar. Sou uma pes-soa exigente, e tal como toda a gente gosto de aprovei-tar as promoções, mas se vem apenas uma palete num avião cargueiro é eviden-te que não vai haver nas prateleiras. Quando existia o Armas podia vir até um atrelado. Não estou a falar de boca cheia, podia vir um atrelado de polvo, um pro-duto que se consome muito na Madeira. O madeirense gosta de peixe e marisco.

TM – Dr. Carlos Perei-ra, só o Governo Regio-nal (GR) é que não per-cebeu, ao contrário dos madeirenses, que esta ligação marítima trazia vantagens?

CP – Parece-me evidente, como disse Paulo Farinha, que a vinda desta ligação marítima foi uma espécie de

pedrada no charco naquilo que são as ligações de trans-porte de mercadorias e pas-sageiros entre a Madeira e o Continente. Ou seja, ficou demonstrado que era possí-vel ter uma linha continua e permanente a ligar a Madei-ra e o Continente para trans-portar mercadorias e pesso-as. Ficou demonstrado que isso era possível e exequível, e até que podia haver outras entidades interessadas.

É bom lembrar, e este é um valor relevante, que no tempo em que a Naviera Arr-mas esteve cá conseguiu em pouco tempo ficar com 10 por cento da quota de mer-cado de transporte de mer-cadorias. Ou seja, em cada 100 mercadorias transporta-das para a Madeira 10 eram feitas pela Naviera Armas. Isto é muito relevante.

Obviamente que isto acon-teceu com esta rapidez por-que esse tipo de transporte era altamente competitivo e tinha consequências não só para as empresas (na distri-buição, como foi falado por

“A continuidade territorial não é pos-sível só com aviões”, diz Paulo Fari-nha, o rosto de uma petição que pre-tende o retomar das ligações marí-timas de transporte de passageiros para a Madeira. Carlos Pereira, depu-tado e economista, concorda e lem-bra que a ligação marítima, antes fei-ta pela Naviera Armas, “foi uma espécie de pedrada no charco”. Filipa Fernan-des, ex-vice presidente da Câmara do Funchal, vai ainda mais longe: “Está no top 5 das prioridades para a economia madeirense.”

“Ficámos todos a perder”Painel do «Grande Tema – Economia» debate ligações marítimas entre a Madeira e o Continente

RICaRdO SOaReS e SaRa SILVINO

[email protected]@tribunadamadeira.pt

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014 GRANDE TEMA 11Paulo Farinha), mas também nas famílias, no comércio e na restauração, que tinham acesso a mercadorias muito mais baratas.

Isto é muito importante e foi muito importante. Se hoje a maioria dos madeirenses se indigna com a ausência da Naviera Armas – e acho que nunca vi uma indignação tão grande num processo des-sa natureza – é porque todos nós sentimos esse efeito. O que temos que perceber é que o GR não mexeu uma palha para permitir a conti-nuidade da Naviera Armas. Bem pelo contrário, o GR é hoje um dos principais cul-pados. Isso ficou claramen-te demonstrado nas diver-sas intervenções que foram feitas quando houve a deci-são do operador de sair des-ta linha.

Há um dado que é incon-tornável, a isenção das taxas à Naviera Armas, que não foi concedida quando foi solici-tada. Isso é algo incompre-ensível, porque como dis-se Paulo Farinha - e bem – estávamos perante um pro-cesso de serviço público e garantia de continuidade territorial entre a Madeira e o Continente, sendo mais um reforço para que essa continuidade existisse.

TM – O GR argumen-tou que isentar taxas era promover a concorrên-cia desleal com outras operadoras.

CP – Não é justificação, até porque há hoje uma con-cessão de serviço público entre a Madeira e o Por-to Santo que está isenta de taxas e de outras coisas que não vale a pena conversar aqui. Está isenta de taxas e de custos de operação por-tuária. Por isso esse argu-mento, em bom madeiren-se, é uma desculpa esfarra-pada. O benefício que a liga-ção marítima com o Conti-nente trazia para o comér-cio, para os madeirenses e para a indústria da Madeira era manifestamente superior ao custo que o GR teria com a isenção de taxas à Naviera Armas. E a questão da con-corrência não se colocava porque não havia ninguém a operar neste mercado.

PF – Nem mais!CP – O que temos aqui

em causa é um problema que tem de ser ultrapassado, porque é uma oportunidade para os operadores e é uma oportunidade para a Madei-ra. Há um culpado pela saída da Naviera Armas e esse cul-pado - tenho de dizê-lo, ape-sar de politicamente incor-reto – é o GR, e em parti-

cular a senhora secretária com a tutela dos Transportes [Conceição Estudante].

O que ouvi dizer é que o operador tinha solicitado uma redução de taxas e que-ria outra forma de manter a operação. Se o GR quises-se, podia lançar um concur-so público para uma linha marítima entre a Madeira e o Continente, concurso públi-co que teria os seus con-correntes em igualdades de circunstâncias.

Neste momento, nenhum madeirense consegue com-preender o que ganhou o GR com esta inércia e tentativa quase deliberada de dar um pontapé na Naviera Armas daqui para fora. Para mim, é algo incompreensível e os madeirenses também ain-da não conseguiram perce-ber isso.

TM – Drª Filipa Fer-nandes, segundo o GR, a operação da Naviera Armas entre Canárias, a Madeira e Portimão não era sustentável. Na sua opinião, é algo que faz falta ao próprio turismo da Madeira?

FF – Faz falta, sem dúvi-da. Porque, em termos turís-ticos, era outra forma das pessoas cá chegarem. E tinha muito interesse para um tipo de turismo que exploramos muito, o turismo de natu-reza. Posso dizer-vos que havia uma parte de even-tos, nomeadamente as pro-vas de automóveis clássicos e os ralis, que ficavam mui-to mais ricos com a presen-ça do Armas. Falo de eventos que necessitavam de logísti-ca mais facilitada. Hoje em dia, quanto mais formas de tivermos para chegar à ilha melhor.

Posso também falar-vos de um evento que se desenvolve na unidade hoteleira onde trabalho, nomeadamente dos clubes de motociclismo e de BTT que vinham à Madei-ra e ficavam no hotel. Perde-mos turistas, tanto de Caná-rias como portugueses. Isto para dizer que, em termos turísticos, não tenho dúvi-das que a ligação marítima da Naviera Armas era muito importante.

Há duas semanas vi que já foi aprovada a comparti-cipação no transporte marí-timo para os residentes na Madeira...

TM – O que foi um motivo de chacota, por-que agora essas ligações marítimas não existem.

FF – Exatamente. Mas isso também é importan-te para a sustentabilidade dos eventuais operadores, como a Naviera Armas. Para

a Madeira não é apenas fun-damental a componente de mercadorias, também o é a parte dos passageiros. Isto iria ajudar ainda mais. Não há dúvidas sobre a impor-tância que estas duas com-ponentes têm para a econo-mia madeirense, para mais

quando falamos de uma ilha.

Recordo que a ligação marítima era uma mais valia no que respeita aos bens perecíveis, mas também o era para a gestão de stocks das empresas. Cada vez mais as empresas têm dificuldade a esse nível. Verificamos no nosso dia-a-dia essa reali-dade, o facto de precisarmos de alguma coisa e não ter na Madeira. A Naviera Armas facilitava pela possibilida-de que tínhamos de poder embarcar um carro em Porti-

mão e 23 horas depois estar-mos na Madeira.

Não há dúvida que uma ligação marítima como a que era feita pelo Armas é importantíssima para todos nós. E Carlos Pereira tem toda a razão: se havia o peri-go de concorrência desleal

só tínhamos que abrir um concurso público que colo-casse todos sob as mesmas regras.

A mim, se me perguntas-sem, eu diria que uma liga-ção marítima com o Con-tinente está no top 5 das prioridades para a economia madeirense.

TM – Também acha que esta é uma das cinco prioridades para a eco-nomia madeirense, Pau-lo Farinha?

PF – Sem dúvida. A senho-ra secretária dos Transpor-

tes chegou a dizer que a linha não era sustentável e que não tinha havido pro-moção da Madeira por par-te da Naviera Armas. A pre-sidente da APRAM [Portos da Madeira] corroborou essa opinião, mas a verdade é que a empresa espanhola fez pro-moção da Madeira na Ale-manha, nomeadamente com uma tenda de bolo do caco e poncha que surpreendeu todos os que a viram, entre 18 e 26 de Junho, em Kiel. Foi uma grande promoção da Madeira. É claro que não houve mais iniciativas des-sas, porque a Naviera Armas cessou as operações. Mas, entretanto, ainda houve pro-moção da Região Autónoma numa feira realizada em Las Palmas [Canárias], um even-to onde até entrou a Brisa Maracujá, uma bebida muito apreciada por aquelas ban-das. Essa feira de diversões chegou inclusivamente a ter uma casinha de Santana.

TM – Os madeirenses não fizeram pressão sufi-ciente para que a Navie-ra Armas não acabasse por sair da Madeira?

PF – A despedida do navio da Madeira não teve muita gente, embora hou-vesse muitos motociclistas no cais norte, que apitaram bastante, mas a PSP só dei-xou passar pessoas apeadas. Eu estava junto à parte de trás do ferry e foi feita uma despedida modesta.

TM – Não foi propria-mente uma grande mani-festação de desagrado.

PF – Os madeirenses estão agora a assinar uma petição pelo regresso das ligações marítimas entre a Madeira e o Continente, um documento que já passou das 3.300 assinaturas. Ago-ra há, de facto, um maior interesse para que haja um operador a prestar esse ser-viço. Um interesse que até se verifica nos próprios candi-datos à liderança do PSD-M, nomeadamente dois [Sérgio Marques e Miguel de Sou-sa] que estão bastante empe-nhados nisso.

TM – Foi preciso o PSD-M ir para eleições internas para que esta questão entrasse em dis-cussão pública, Dr. Car-los Pereira?

CP – De repente, surgiu uma vontade extrema e impa-rável em relação a esta maté-ria, o que para nós é salutar. Demonstra que, de facto, o PSD enganou-se, que errou e que tem de resolver a ques-tão. Fico surpreendido pelo motivo que alguns candida-tos, sendo membros do GR, não resolvem já essa ques-

“A continuidade territorial não é possível só com aviões.”

Paulo Farinha

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GRANDE TEMA12 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014

tão e têm que esperar pelas eleições internas do partido. Isso só os deuses serão capa-zes de explicar, tal como o facto de só ao fim de 30 anos serem capazes de mudar de discurso. Mas isso é outra questão.

Outra questão é a secre-tária dos Transportes refe-rir-se à sustentabilidade das empresas. Não tem que o fazer, porque isso é um pro-blema delas, não tem nada a ver com o GR. Fazê-lo é um absurdo do GR e nunca pode ser um argumento para o que quer que seja. Quanto muito teria de ser a empre-sa a dizê-lo, o que não me lembro da Naviera Armas ter feito.

Quanto aos candidatos ao PSD-M, acho que é capaz de haver uma boa notícia para os madeirenses nos próxi-mos dias, porque fazendo fé na credibilidade e boa von-tade dos candidatos do PSD – Sérgio Marques, Miguel de Sousa e Miguel Albuquer-que, todos eles com apoian-tes entre os deputados do PSD na Assembleia Legisla-tiva da Madeira, sendo um deles mesmo deputado – espero que votem a favor de uma proposta de decre-to legislativo regional que o PS submeteu para a conces-são de direitos de explora-ção de serviço público por 15 anos da linha marítima de transporte de mercadorias e passageiros entre a Madei-ra e Lisboa. Espero que seja aprovada.

Espero que os senho-res deputados do PSD que apoiam os programas des-tes candidatos não vá votar contra uma proposta des-tas. Esta proposta é precisa-mente o retomar da ligação marítima que tínhamos com a Naviera Armas, mas fazê-lo através de um concurso público que custa zero euros para o GR, com uma isen-ção de taxas que me parece normal para que o concurso de serviço público não fique sem candidatos e estabele-cimento de preços médios competitivos e com limites máximos.

Espero que no contexto em que estamos, relativamente ao PSD-M, isto não caia em saco roto e amanhã os can-didatos deem indicações aos seus apoiantes e que Miguel de Sousa seja coerente con-sigo próprio. (Nota da reda-ção: a proposta foi chumba-da pela maioria PSD, inclu-sive com o voto contra de Miguel de Sousa).

TM – É um teste à coe-rência dos candidatos à liderança do PSD-M?

CP – Digamos que é o tes-

te do algodão, ver se esta-mos perante demagogia ou se estes senhores estão realmente interessados em encontrar soluções para a Madeira. Eu estou-me nas tintas que seja o Armas, o Francisquinho ou o António, o que eu quero é mais um meio de transporte maríti-mo para a Madeira de forma a servir os madeirenses.

Há outra questão impor-tante, pelo impacto relevan-

te que isto pode ter num outro assunto que marca negativamente a governação da Madeira, o preço da ope-ração portuária. Lembro que a razão pela qual os madei-renses gostam tanto da liga-

ção da Naviera Armas é por-que representa uma redu-ção drástica no preço dos transportes de mercado-rias. Recordo que o trans-porte contentorizado para a Região é dos mais caros da Europa. Os madeirenses querem saber como é possí-vel fazê-lo mais barato.

Acho que a existência de uma concessão dessa natu-reza vai pressionar os ope-radores de outro tipo de

transporte para que também tenham de se adaptar e bai-xar preços. Quando estamos numa ilha a meio do Atlân-tico, sem possibilidade de obtermos os bens que não seja por barco ou via aérea,

precisamos de preços com-petitivos. O GR tem falha-do nisto redondamente, não mostrado nenhuma capaci-dade para ultrapassar este problema.

TM – Há que fazer a pergunta: acha que hou-ve pressão de outros ope-radores para a saída do Armas da Madeira?

CP – Não posso objetiva-mente responder que hou-ve. O que podemos dizer todos, de forma clara, é que os sinais que estão à nossa frente não nos dá nenhum argumento sustentável que leve a que fiquemos descan-sados e sossegados sobre a existência de uma argumen-tação sólida e lógica para que o GR não tivesse manti-do a linha na Madeira.

Acho que houve, de facto, uma cumplicidade entre o GR e os poderes económicos da Madeira - designadamen-te aqueles que trabalham com os portos e têm trans-portes marítimos - para que esta operação não se fizes-se. Quero lembrar que não eram apenas as taxas portu-árias que estavam em causa, eram também os custos da operação no Porto do Fun-chal e a disponibilidade para a atracagem. Todos nós nos lembramos que o navio da Naviera Armas ficava horas ao largo até que pudesse atracar.

PF – O que não fazia qual-quer sentido.

CP – Eram tudo questões sem pés nem cabeça. Se hou-ve pressão contra o Armas só os deuses saberão, mas a verdade é que os factos pare-cem demonstrar a existência de uma mão invisível, o que é lamentável.

TM – Segundo a infor-mação que veio a públi-co na altura, a Navie-ra Armas pagava um milhão de euros por ano para operar no Porto do Funchal, valor que o GR disse não poder ser baixado. O GR não gas-tou já dinheiro mais mal gasto?

CP – Gastou 120 milhões na Marina do Lugar de Bai-xo, por exemplo.

FF – A grande questão é que perdemos o serviço e deixámos de ter essa receita, perdemos duplamente.

PF – É caso para per-guntar quanto custa a con-tinuidade territorial para a Madeira. É assim tão pouco, um milhão de euros?

CP – A questão que a Fili-pa levantou é caricata, faz lembrar o senhor que vai a um restaurante e pergun-ta se há queijo, fiambre e carne, depois pede que lhe

façam uma sandes de car-ne assada e dizem-lhe que não há pão. Infelizmente, na Madeira, chegámos a esse ponto. A atenção que o GR tem dado aos problemas da Madeira é tanta que chegá-mos a esta situação absurda.

Há dois anos gritávamos por um subsídio de mobi-lidade para os transportes marítimos, como existe para o transporte aéreo, e quan-do finalmente foi aprovado já não temos o barco e o GR não faz nada em relação a isso.

PF – Creio que o subsí-dio de mobilidade vai poten-ciar a vinda de um ferry para a Madeira. Tenho essa esperança.

CP – Eu não entendo é que já existindo estas condi-ções - o subsídio de mobili-dade, a possibilidade de isen-tar taxas e o facto das liga-ções marítimas serem essen-ciais para a nossa sociedade - que o GR não tenha colo-cado sobre a mesa a neces-sidade de fazer um concur-so público.

TM – O subsídio para as viagens aéreas aca-bou por ser reduzido. Teme que o mesmo pos-sa acontecer em relação ao apoio nas ligações marítimas recentemente aprovado?

PF – Em Canárias o apoio para as ligações marí-timas é de 50 por cento.

CP – Exato. A propos-ta que o PS vai apresentar [apresentou na terça-feira] custa zero ao erário público, não temos que dar dinhei-ro nenhum. É só lançar um concurso. A partir daí o GR poderá dizer, se não apa-recer nenhum concorrente, que não deu em nada, mas tem que tomar esta iniciati-va porque é absolutamente essencial.

Obviamente, não bas-ta fazer isto que acabei de dizer. Quando o GR qui-ser ter um serviço destes à mercê dos cidadãos tem que fazer muito mais, deve bater à porta das empresas e dizer que concorram porque dá-lhes condições. É assim que se fazem as coisas. Agora, a verdade é esta: um concur-so público custa zero euros e pode ser a solução que todos ambicionamos.

O GR não se pode esconder em lado nenhum ou inventar desculpas. Se a proposta do PS-M não for aprovada, cai a máscara de toda esta gen-te que agora anda por aí a dizer que está preocupada com uma linha marítima.

TM – Conceição Estu-dante disse que a linha

“A vinda desta ligação marítima foi uma espécie de pedrada no charco.”

Carlos Pereira

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014 GRANDE TEMA 13está aberta a qualquer operador. É demagogia política?

PF – Não é a primeira vez que ela diz isso.

CP – A linha até pode estar aberta, o GR é que está fechado a outras soluções.

TM – A secretária regional dos Transportes quis dar a entender que não há quaisquer opera-dores interessados?

CP – Que eu saiba, não há nenhuma linha aberta. Um operador chega cá e diz que quer começar a operar numa linha marítima para o conti-nente e tem aqui as autori-zações normais que têm que existir, mas o GR tem que fazer mais, não pode ser uma entidade amorfa, tem que manifestar interesse, dizer o que quer e dar condições para tal. O que é um fac-to é que o GR não tem dado passos nenhuns nesse senti-do. Essa conversa da secre-tária regional é, mais uma vez, conversa para boi dor-mir. É uma coisa que ela sabe fazer muito bem, tan-to nos transportes como no turismo. Basta ver o estado dos dois.

FF – A logística para por a operar uma coisa destas é grande e se não se apoiar.... Somos nós os interessados, acho que a Região é a pri-meira interessada. E quem tem interesse é quem deve ir à procura de soluções.

TM – Acima de tudo falta definição? Falta saber o que os opera-dores podem realmente esperar se vierem para a Madeira?

FF – Acho, essencialmen-te, e pelo que li na altura, é importante de facto haver uma grande redução ou mes-mo isenção de taxas para uma operação destas. Isso parece-me que é um fator importante. Mas ultrapassa-se o problema da concorrên-cia desleal abrindo um con-curso público que tem de estar aberto a toda a gente e quem quiser concorrer con-corre. Porque é importante para a região, depois temos de medir todos os efeitos diretos e indiretos que tem na Região, de facto, ter uma ligação destas. É essencial. Portanto, acho que isto tem de partir muito mais da região, do que ficarmos aqui de braços cruzados à espera. Por acaso o Armas apareceu, se calhar...

CP - Pois, mas Filipa repa-ra que esta história da linha aberta é um truque rasteiro que o GR utiliza sempre. O governo diz a mesma coisa em relação à operação por-tuária - que sabemos que é

muito cara – afirmando que pode entrar qualquer ope-rador portuário. Só que, na prática, não podem entrar. A carga burocrática adminis-trativa para chegar lá é tão grande que o pessoal desis-te à partida. Além de que são absolutamente injustas as regras que lá estão para um licenciamento para um ope-rador portuário na Madeira.

PF - E vou dizer mais: o GR ultrapassou a burocra-cia da Madeira e de Portugal com a obrigatoriedade dos atrelados serem acompanha-dos pelos respetivos trato-res dentro dos decks do fer-ry do Armas. O Sr. António Nóbrega insurgiu-se porque ficou muito surpreendido com essa medida tacanha. Desculpem o termo, mas foi uma medida tacanha, a de obrigar os atrelados a serem acompanhados pelos trato-res. É irónico, é uma anedo-ta. Isso não facilitou nada o Armas, pelo contrário, aju-dou à cessação das opera-ções do Armas na Madeira.

FF - Porque ocupa mui-to mais espaço dentro do barco, portanto tem menos capacidade para trazer mercadorias.

TM – Para as empre-sas de transporte rodoviá-rio também é muito mais complicado.

FF – Sim, sim.PF – O Sr. António Nóbre-

ga teve uma ideia genial com os seus três atrelados, tor-nando-os caixas fechadas com imagens da Madeira a circular na Europa. Perdeu-se isso tudo, essa promoção.

FF - Além de que quando pensamos em ligação maríti-ma não estamos a falar só de portugueses, do Continente, estamos a pensar também em estrangeiros que vêm visitar Portugal e que em Portimão chegavam e conti-nuavam. E o mesmo quando falávamos de tantas ativida-des ligadas à natureza, como o surf. Quantos vinham de carro, com as pranchas, e que bom para eles seria ter o barco em Portimão. Portan-to, é preciso pensar em tudo isto. Não se pode ver as coi-sas isoladas, temos de ver os efeitos indiretos.

CP – E depois a sensa-ção para o madeirense que é também poder ter esta alter-nativa de poder meter o car-ro e ir a Lisboa. Uma das coisas que nós sentimos, os madeirenses e ilhéus, é de fato esta pressão de estar-mos no meio do Atlântico.

PF- Até é uma sensação de enclausura.

CP – Exatamente. Esta sensação de podermos livre-mente meter o nosso carro e

podermos ir à Europa...FF – É a continuidade

territorial que não existe.PF – Nem mais. CP – Esta é uma questão

fundamental. E este é um serviço público que não está a ser oferecido aos madei-renses por inércia completa e culpa do GR. Foi o gover-no o responsável por dar um pontapé nesta solução. Isto é lamentável.

TM - E até seria uma mais valia para os estu-dantes madeirenses que estão a estudar fora da ilha.

PF – Sim, é verdade.CP – Seria outra alterna-

tiva. As pessoas tinham mais tempo para visitar a ilha.

FF – E nas épocas altas, por exemplo no Verão, que é quando os estudantes vêm mais tempo à Madei-ra, era uma alternativa mais económica.

PF – E no Natal. A Navie-ra Armas, em Dezembro, andava lotada.

FF – Sim, lotada. Era a alternativa mais barata.

CP – Infelizmente, pode-se concluir uma coisa: há interesses económicos que

estão a impedir que haja uma reestruturação daquilo que são os transportes marí-timos na Madeira.

PF – Sim senhor.CP – E eu estou a refe-

rir-me aos transportes marí-timos entre Madeira e Con-tinente mas também entre

ilhas. Porque eu acho que, hoje em dia, o governo devia ter pensado num plano de reestruturação nos transpor-tes que incluísse tudo, o Por-to Santo, os Açores, eCa-nárias, para permitir aqui uma linha permanente, uma espécie de ponte marítima.

PF – Fazer a ligação entre as Ilhas da Macaronésia.

FF – Exatamente. CP – E estou convencido

que nessa perspetiva, Açores (que tem total abertura para discutir o assunto) e Caná-rias (que ainda por cima tem operadores que estão dispo-níveis com barcos para fazer isso) estão interessados. Esta ideia de reestruturação do setor é uma ideia fundamen-tal que o GR não tem tido a capacidade de fazer. Estou a lembrar-me, por exemplo, do Porto Santo. Acho incon-cebível que eu para levar o carro para o Porto San-to pague 60 euros e quan-do era para levar para Porti-mão pagasse 100 euros. Isto é uma coisa absurda quando estamos a falar de uma dis-tância muito superior.

Estou a imaginar uma solução destas que inclua o Porto Santo e que permita reduzir preços significativa-mente para o Porto Santo. Ou seja, se um barco vem de Portimão para cá pode mui-to bem passar no Porto San-to e deixar ou levar pesso-as. Este tipo de soluções são soluções que interessam aos madeirenses.

Neste momento, não que-ro saber os interesses eco-nómicos que estão instala-dos e que de alguma for-ma beneficiam do Orçamen-to Regional. Porque isso não faz sentido. Nós temos que defender aqui aquilo que são os interesses dos madeiren-ses, da economia local, das pequenas empresas, isso é o fundamental. Estas soluções não estão a ser encontra-das e o perigo que algumas pessoas e alguns interesses avistaram nesta solução do Naviera Armas foi precisa-mente o perigo desta solução poder incluir estas coisas. Acho lamentável. A política não se faz assim, os governos são eleitos para defenderem o povo e não é isso que está a acontecer.

TM – Isto é uma pro-va de que o Governo Regional não está a fazer aquilo para o qual foi mandatado?

CP – Claramente que não, e não tenho dúvidas disso.

TM – É o maior exem-plo disso na Madeira?

CP – Este é um dos gran-

“tinha muito interesse para um tipo de turismo que exploramos.”

Filipa Fernandes

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GRANDE TEMA14 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014

CARTÓRIO NOTARIAL DO FUNCHALA CARGO DE SUSANA LOPES TEIXEIRA, NOTÁRIA EM

SUBSTITUIÇÃO, POR DELIBERAÇÃO DA ORDEM DOS NOTÁRIOS, SITO NAS RUA JOÃO TAVIRA E RUA DA QUEIMADA DE BAIXO,

NÚMERO 4, FREGUESIA DA SÉ, CONCELHO DO FUNCHAL TELEF. 291 639 600 – FAX 291 639 607

E-mail: [email protected](publicado no Tribuna da Madeira a 03-10-2014)

Certifico, para fins de publicação que por escritura outorgada hoje, a folhas 44 do Livro de notas para escrituras diversas número 13-A, deste Cartório, se encontra exarada uma escritura de Justificação Notarial, na qual, RICARDO MIGUEL MULLER DA CÂMARA CAMACHO, NIF 202 665 496, solteiro, maior, natural da freguesia de São Pedro, concelho do Funchal, residente à Rua Dr. Barreto, número 29-AA, Funchal, se afirma dono e legítimo possuidor, dos dois prédios rústicos, (terra e benfeitorias), localizados ao sítio da Graça, freguesia e concelho de Machico, a saber: I) – prédio rústico, com a área de mil e noventa metros quadrados, a confrontar pelo Norte, Sul e Oeste com a sociedade “Ilhávista, Lda” e Leste com o Ribeiro e outros, inscrito na matriz cadastral respectiva sob o artigo 34/005 da Secção “BO”; e

II) – prédio rústico, com a área de quatrocentos e quarenta metros quadrados, a confrontar pelo Norte, Sul e Oeste com a sociedade “Ilhávista, Lda” e Leste com o Ribeiro, inscrito na matriz cadastral respectiva sob o artigo 34/006 da Secção “BO”- ambos parte do prédio descrito sob o número quatrocentos e doze - da freguesia de Machico, onde se encontra registada a aquisição, em comum e sem determinação de parte ou direito, pela apresentação um de mil novecentos e noventa e um barra zero dois barra zero sete e respetivos averbamentos – apresentações: dez de dois mil seis barra zero três barra dezasseis e, quatro mil e cinquenta e dois de dois mil e dez barra zero dois barra vinte e dois, a favor de: - Carlos Manuel Leitão de Aguiar Câmara, casado com Maria Julieta Leite Martins Vicente de Aguiar Câmara sob o regime da comunhão de bens adquiridos, residente na Rua Gil Vicente, número 27, 3.º direito, Queijas, Linda-a-Velha; - Leandro José Nunes Vieira Aguiar Câmara, casado sob o regime da separação de bens com Carmelita da Conceição Mendes França Ferreira Câmara, residente no Beco dos Ilhéus, número 9, Funchal; - Leonel Luís Nunes Vieira de Aguiar Câmara e mulher Maria da Graça dos Santos Carvalho, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes na Avenida Praia da Vitória, número 34. 2.º, Lisboa; - Avelino Leovegildo Nunes Vieira Aguiar Câmara, viúvo, casado que foi com Dolores Elisabett Muller Câmara, sob o regime da comunhão geral de bens, residente no Caminho Dr. Barreto, número 29-AA, Funchal; - Carlos Avelino Muller Aguiar Câmara, divorciado, residente no Edifício Caracas, Estrada Monumental, 4. Andar, Funchal; - Elma Cristina Muller Câmara, divorciada, residente no Caminho Velho da Ajuda, Vale da Ajuda, número 89, Bloco A, 1.º B, Funchal; - José Maria Gomes Camacho e mulher Dalila Maria Muller Câmara Camacho, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes no Caminho Dr. Barreto, número 29-AA, Funchal; - Maria Teresa Terrelo Xardoné Almeida Mendes, casada com João José de Almeida Mendes sob o regime da comunhão de bens adquiridos, residente na Rua José Carvalho de Araújo, número 21, Cascais, Lisboa; - Paulo Jorge Aguiar Câmara Botelho Xardoné, casado com Maria Alexandra Trigo Vaz Câmara Xardoné sob o regime da comunhão de bens adquiridos, residente na Rua Monte Leite, número 18, A2, 2º direito, Estoril, Lisboa; - Pedro Miguel Aguiar Câmara Botelho Xardoné, solteiro, maior, residente na mencionada Rua Monte Leite, número 18, A2, 2º direito; e - Maria Cristina Otília Nunes Vieira de Aguiar Câmara de Castro, viúva, residente na Avenida da Igreja, número 39, 3.º direito, Lisboa.

Que, os identificados prédios ficaram a pertencer ao ora justificante, no ano de mil novecentos e noventa e três, mediante doação meramente verbal, feita por seus avós maternos, o referido titular inscrito, Avelino Leovegildo Nunes Vieira Aguiar Câmara e mulher Dolores Elisabett Muller Câmara, casados sob o regime da comunhão geral de bens e residentes no referido Caminho Dr. Barreto, número 29-AA.

Que está assim o ora justificante na posse do identificado imóvel, há mais de vinte anos, posse esta pública, pacífica e de boa fé e, assim, contínua e ininterruptamente, à vista de todos, exteriorizando o exercício dos poderes próprios de um proprietário, cultivando-o e colhendo os respetivos frutos.

Adquiriu, assim, o justificante, a propriedade do identificado prédio a título originário – por usucapião.

Está conforme o original aqui narrado por extracto.Funchal, trinta de Setembro de dois mil e catorze.

P’la NOTÁRIA,Zélia Fernandes Gomes – inscrita na Ordem dos Notários sob o n.º

301/08

des exemplos, não o maior. PF – Estamos a falar de

uma auto-estrada marítima. Não se pode pensar só em vias ou estradas em terra.

CP – Estamos a falar de uma questão estruturante. Ouço as pessoas falar que vem o Armas, mas não é o Armas, é uma solução des-tas. Não sei se é o Armas, se é o António, sei é que uma solução destas é fundamen-tal existir. É preciso traba-lhar para isso.

TM – Na ligação marí-tima com o Porto Santo os passageiros têm que pagar a taxa de combus-tível e o armador está isento.

CP – Exatamente, o arma-dor está isento e os passa-geiros pagam. Em termos de preços, volto a dizer, acho que havia aqui possibilida-de de estabelecer um acordo com aquilo que é o modelo de exploração que está pre-visto, estabelecer prelos que sejam razoáveis. E razoáveis significa altamente compe-titivos para os cidadãos e empresas, e ao mesmo tem-po que permitam a viabilida-de dos negócios que estão em causa. Não podemos exigir que haja negócios que fun-cionem aqui e que o opera-dor ou o empresário, quem quer que seja,venha a perder dinheiro.

FF – Eu acho que é

importante, e isto a pensar também a nível de Portugal, haver um sistema de tarifas que seja eficiente e que seja transparente, que nós per-cebamos o porquê daqueles valores. Acho que isso ajuda-va a haver mais transparên-cia em tudo o que tem a ver com as taxas portuárias do transporte marítimo.

PF – Em Portimão, a Naviera Armas não pagava taxas portuárias.

CP – O que é curioso.FF – E a operação de

carga e descarga de rebo-ques em Portimão era de 50 euros, enquanto aqui era de 140 euros. Porquê?

PF – É uma realida-de. Toda a gente sabe que o Armas não pagava taxas em Portimão. O presidente da Câmara de Portimão con-testou a saída da linha, por-que ficaram sentidos. Aqui, na Madeira, que somos uma ilha, perdemos a continuida-de territorial enquanto ilha ultra-periférica e agora esta-mos assim. Agora temos o subsídio e não temos o ferry.

FF – Expliquem-me por-que razão as operações de carga e descarga dos rebo-ques em Portimão é quase um terço do valor cobrado aqui na Madeira. Se houves-se um sistema transparen-te - em que percebêssemos qual a razão de ser, quais são as componentes que entram

para fazer estes preços - acho que facilitava.

TM – Paulo Farinha, vai continuar a existir madei-renses que nunca saíram da ilha? Houve quem comen-tasse que ia utilizar o Armas para visitar o Continente porque não consegue andar de avião.

PF – E vice-versa. Há continentais que assinam a petição que está em vigor pelo regresso das ligações marítimas. Curiosamente, a petição tem muitos comen-tários de pessoas que que-rem que o Armas regresse, que gostaram da experiên-cia. E há muitos continen-tais que dizem que quando estiver o ferry vão visitar a Madeira.

Eu tenho um amigo refor-mado que nunca entrou num avião e ele ficou desolado com a cessação da opera-ção da Naviera Armas na Madeira. Há mais casos. Um Inglês que assinou a peti-ção, e é bastante participa-tivo na plataforma «Cruise ferry para a Madeira», com-prou um apartamento na Madeira na altura das opera-ções do Armas e ficou mui-to desolado quando a opera-ção cessou.

FF – Aqui está um exem-plo direto na economia.

PF – Para não falar em muitos mais. l

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no site www.tribunadamadeira.pt/?cat=44ou no Meo Kanal, prima o botão verde do comando MEO e insira o número 401300. Mais informações kanal.pt/401300

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Este Suplemento faz parte integrante da edição nº 768 do Tribuna da Madeira e não pode ser vendido separadamente.

http://www.clubenavaldofunchal.comDirector: Mafalda Freitas • Coordenador: Cirilo Borges • Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014

Motivados pelo sucesso da XVIII Regata Internacional Canárias-Madeira, que ainda ecoa com congratulações dos participantes, patentes prin-cipalmente nas redes sociais, o Naval avançou para outu-bro com energia renovada para encarar novos desafios, nomeadamente a organiza-ção de mais dois eventos de âmbito internacional, ambos promovidos pela primeira vez na Região. Ficámos satisfeitos por, uma vez mais, termos re-forçados os laços de amizade com Canárias, especialmen-te com o Real Club Náutico

de Gran Canaria, com quem mantemos desde há muito tempo uma parceria, que vai além da organização da re-gata entre os dois arquipéla-gos, e privilegia os sócios do Naval. Com o Madeira Open Race e o International Swim Marathon, pretendemos con-tinuar a promover o mar da nossa ilha e as suas condi-ções naturais ímpares, agora na canoagem e na natação. Tratam-se de variantes pra-ticadas no mar, tão comuns entre nós, mas cada vez mais em voga em todo o Mundo e do qual, naturalmente, a Ma-

deira poderá tirar dividendos turísticos.

Outubro marca o regresso ao ritmo normal, por assim dizer, findo o período de fé-rias escolares. E o Naval cá está para assumir o seu papel complementar, seja na edu-cação e formação dos jovens, nas diversas modalidades que dinamiza, ou na atividade fí-sica de lazer ou fitness daque-les que buscam melhor qua-lidade de vida. Em ambas as vertentes inovamos, tanto na oferta de mais uma modalida-de, neste caso o “rei” futebol, com os Tubarões do Naval,

como no aumento de serviços no Ginásio AquaGym.

Confiamos em mais um ano letivo/época desportiva cheia de sucessos dos nava-listas, como vem sendo há-bito desde há largos anos a esta parte, mas pretendemos que os sócios também usufru-am cada vez mais desta sua casa, cada vez mais e melhor apetrechada — ao ritmo que as dificuldades permitem —, tanto na Quinta Calaça como no Complexo Desportivo da Nazaré, sem esquecer o Posto Náutico de São Lázaro.

Mafalda Freitas

NESTE NAVAL

XVIII Regata Internacional

Canárias-Madeira

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Ginásio AquaGym

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Tubarões do Naval

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Apostas de nível internacional

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014NAVAL

Foi sob elogios de velejado-res, patrocinadores e do par-ceiro de organização, o Real Club Náutico Gran Canaria, que a XVIII Regata Inter-nacional Canárias-Madeira chegou ao fim. A concorri-da cerimónia de entrega de prémios mereceu a presença de Jaime Freitas, Secretário Regional da Educação e dos Recursos Humanos, em re-presentação do Presidente do Governo Regional, Paulo Cafôfo, Presidente da Câ-mara Municipal do Funchal, Carmo Fontes, Diretora Re-gional do Turismo, Rui Ana-

cleto, Diretor Regional da Juventude e Desporto, José Manuel Leandro, Presiden-te da Federação Portuguesa de Vela, e António Miguel Gouveia, Diretor Regional do BPI, para além dos prin-cipais dirigentes do CNF, Jorge Dias, Mafalda Freitas e Martim Cardoso, Presidentes da Assembleia Geral e da Di-reção e Comodoro, respetiva-mente, e de Lorena Santana, Vice-Comodoro do Real Club Náutico Gran Canaria. O jan-tar de encerramento prece-deu a tradicionalmente mui-to animada Festa Branca. l

Final em grande festa

XVIII Regata Internacional Canárias-Madeira

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NAVALTRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014

Mais de 40 velejadores acei-taram o desafio do Clube Na-val do Funchal e participaram,

domingo transato, na Regata Bart’s Bash, iniciativa leva-da a efeito em co-organização

com a Andrew Simpson Sai-ling Foundation e em parce-ria com a ARVM. Às 11 horas,

num campo de regatas na baía do Funchal, os madeirenses juntaram-se a outros milhares de velejadores que, um pouco por todo o Mundo, fizeram-se à água simultaneamente para homenagear Andrew “Bart” Simpson, velejador britânico duas vezes medalhado olím-pico, falecido no ano passado, vítima de uma acidente duran-te os treinos para a America’s Cup. O evento teve por intuito (e conseguiu) bater o recorde mundial de maior regata ja-mais realizada e sensibilizar os jovens para a prática da vela, missão que “Bart” desempe-nhava com invulgar altruísmo,

generosidade e ajuda incansá-vel aos velejadores, miúdos e graúdos.

Na Madeira, a frota foi composta por embarcações de diversas classes, desde os cru-zeiros Cash a Lot, Ayé e Gre-enstorm, até à vela ligeira, com os laser, optimist e windsurf. Mais do que uma competição, tratou-se de uma iniciativa so-lidária e que proporcionou uma manhã muito bem passada a estes apaixonados pela vela. A nível internacional, a Bart’s Bash terá reunido no passado dia 21 de setembro, mais de 18 mil velejadores, de todas as ida-des e credos, em 68 países. l

Naval na história da vela mundial

Vela e karaté “abrem” temporada com convívio

Regata Bart’s Bash entra no Livro dos Recordes do Guiness

Setenta pessoas reunidas no arranque de 2014/15

PU

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O Naval deu o pontapé de saída à nova temporada, no que à vela e karaté diz res-peito, com uma macarronada realizada este domingo, no Posto Náutico de São Láza-

ro. O repasto reuniu cerca de sete dezenas de pessoas, en-tre atletas e respetivos fami-liares, bem como a direção do CNF eleita em abril tran-sato, que aproveitou para

apresentar-se e mostrar as novas instalações. Recorde-se que, durante os últimos 18 meses, foi feita a transição das antigas instalações, que contavam aproximadamente

60 anos e tinham 700 me-tros quadrados, para o atual espaço com 400 metros qua-drados. Na oportunidade, foram apresentados os no-vos treinadores e apontados

os objetivos para o departa-mento de vela. Um momento de grande convívio e conso-lidação do espírito navalista, que certamente será repeti-do. l

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014NAVALP

UB

Outubro com muitas novidades

Tubarões do Naval são aposta no futebol

Ginásio AquaGym com novos espaços e novas coreografias

Escola de Futebol já está em campo

Depois de, no passado fim de semana, ter promovido o “Fitness é outro estilo de vida” para apresentar as no-vas coreografias, o Ginásio AguaGym oferece esta sema-na, a todos quantos estejam interessados, a oportunida-de de conhecer algumas das aulas que dinamiza. O Open Day teve início na passada quarta-feira e prolonga-se até este sábado, num progra-ma com 21 propostas. Nesta sexta-feira há Indoorcycle (9h00), Zumba (10h00), SGA (11h00), Hidroginás-tica (12h25), Body Balance (19h00) e RPM (20h00), en-quanto na agenda de amanhã constam Localizada (11h00), Body Combat (12h00), Hi-drobike (12h15) e Spinning (17h00).

Para além das novidades no âmbito do fitness, o Com-plexo Desportivo da Nazaré inovou também no que ao tratamento da aparência fí-sica diz respeito, com a aber-tura do Centro de Estética

Clube Naval, que permite aos utentes complementarem o trabalho feito no ginásio com tratamentos diversos, tais como hidratação profunda, reafirmante, drenante, anti-age, limpeza de pele, etc., aos quais se juntam também as massagens de relaxamento, numa variedade que certa-mente continuará a crescer. Aliás, neste âmbito, o Aqua-Gym vai mais longe no seu espaço terapêutico, onde dis-ponibiliza massagens Tui Na, Shiatsu e Acupunctura. Pode-rá inclusivamente a promoção que decorre neste momento, o Plano Fit, sob o lema “Cui-dar, Prevenir, Promover”, que propõe um aconselhamento, uma avaliação física, um pro-grama de treino, um treino personalizado, uma consulta de nutrição, um diagnóstico de corpo e rosto e uma sessão de tratamento por apenas 40 euros. Para que a prática do exercício físico seja segura e eficaz, deixe-se acompanhar pelos nossos profissionais. l

Os Tubarões do Naval ini-ciaram os trabalhos no campo no passado dia 1 de outubro, data que passará a assinalar esta nova aventura do clube, agora no chamado desporto-rei. Depois de uma apresen-tação com muita festa, onde não faltou a mascote e muita diversão, os primeiros ponta-pés na bola tiveram lugar no polidesportivo do Complexo

Desportivo da Nazaré, onde se concentrarão, por enquan-to, os trabalhos. Não tardará, no entanto, que os Tubarões se espalhem por outros recin-tos, tendo em conta o aumen-to do número de inscritos. Para já, estão formados qua-tro grupos — 3/4 anos, 5/6 anos, 7/8 anos e 9/10 anos — mas já houve interesse na inscrição de crianças com 11 e

12 anos, pelo que não será de estranhar a criação de mais um pólo. Tal como nas outras modalidades que dinamiza, a Escola de Futebol do CNF pretende afirmar-se pela dife-rença e qualidade que investe na formação, não apenas nas vertentes técnica e física, mas sobretudo privilegiando a ci-dadania e construção do ser humano. l

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014 opinião 19bREVES

CeLSO NeTO

o traficante

Era tempo de vacas gordas... A troco de quê...não sei!E ele abria as portas todasSem se importar com a Lei

Apanhado na ratadaAinda goza com o pagodeDiz não se lembrar de nadaE o Povo é que se f...

A matilha continua A enterrar PortugalMas o Povo bate palmas

Se não forem para a ruaDia a dia cresce o malE a corrupção vive nas calmas

HUmBeRTO PINHO da SILVa

Vamos falar de vira-casacas

Sempre que há revolução, mudança de regime ou guerra entre povos, sur-gem os vira-casacas.

São vira-casacas, os que tudo lhes serve, desde que os sirva. Os sem carácter, os que não têm vergonha, nem ideologia.

Apareceram, em Portugal, com a queda da Monarquia e da 1ª Repúbli-ca, e com a chamada Revolução dos Cravos.

Surgiram, também, no Brasil, após o Imperador D. Pedro II ter embarca-do, para o exílio, no vapor Alagoas.

Depois do regicida de D. Carlos e do Príncipe Real, os corpos foram escol-tados por força militar, sob esquadrão comandado pelo Tenente J.G.P.

Durante o curto trajecto, o Tenen-te, virando-se para os soldados, disse indignado: “ Se pelo caminho encon-trardes alguns desses republicanos, atirai-lhes como cães!”

Decorrido meses, o mesmo oficial, foi nomeado Governador Civil, pelos republicanos!

Como ele, muitos que serviram o Rei e com Ele conviveram, implantada a República, tornaram-se “acérrimos” defensores do novo regime.

Conta o Juiz António Manuel Perei-ra, em:” Do Marquês de Pombal ao Dr. Salazar”, que grupo de monarquistas, reuniram-se, num clube elegante da cidade do Porto. Ao terem conheci-mento do hediondo assassinato do Rei, deram, juntamente com alguns republicanos, vivas à República!

Com a queda do Estado Novo, mui-to - que se vangloriavam de serem amigos do Prof. Marcelo Caetano, - ao saberem que este partira para o exí-lio, apressaram-se a inscreverem-se em partidos, mormente de esquerda, receosos de perderem privilégios.

Essas deploráveis atitudes verifi-cam-se em todos os países e em todas as épocas. No Brasil, nobres, que fre-quentavam a corte, foram os primei-ros a aderirem aos ideais republica-nos, e muitos fizeram-no publicamen-te, mandando telegramas ao Marechal Deodoro, como o barão de Tefé.

Outros, participaram em manifes-

tações republicanas, como o barão Homem de Melo.

Até o barão de Ramiz, encarrega-do da educação dos filhos da Reden-tora, a Princesa Isabel - Mulher que aboliu a escravatura, mesmo sabendo que iria desagradar a muitos monar-quistas, - após a retirada de D. Pedro II , renunciou ao titulo nobiliárquico, e aceitou o cargo de director da Inspe-toria - Geral de Instrução Publica !

Felizmente há também Homens de palavra, que jurando serem fiéis aos ideais, afastaram-se, para não servi-rem novo regime.

Está nesse caso o General Couto Magalhães, governador de São Paulo, que foi fiel a seus princípios; e muitos - devia dizer: poucos, - que em Portu-gal, após mudança de regime, manti-veram-se afastados da vida política, para honrarem juramentos.

Mas não se pense que só políticos e militares são vira-casacas: escritores, jornalistas, intelectuais famosos, emi-tam, de modo vergonhoso, a indigna atitude do Duque de Sabóia.

Não sei se o leitor sabe quem era o Duque de Savóia, e o que fez duran-te a guerra entre a Espanha e a Fran-ça; mas caso desconheça, leia o que se segue:

Durante a contenda, Carlos Manuel, Duque de Sabóia, tanto apoiava a Espanha, como se batia pelas razões defendidas pela França, consoante os interesses de ocasião.

Para evitar despesas desnecessá-rias, pediu, ao alfaiate, casaco com duas faces: de um lado branco, do outro vermelho.

Quando se inclinava para a França, envergava o lado branco; se defendia os interesses de Espanha, vestia pelo lado vermelho.

Para finalizar, se me permitem, uma dica, para o leitor desavergonhado: se não tiver carácter, emite o exem-plo de Carlos Manuel. Pode ser cha-mado, e com razão, de traidor…qui-çá por outros traidores…, mas pode obter a oportunidade de ser nomeado para altos cargos da nação, ficar rico, e até conseguir o doutoramento hono-ris causa.

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ACTUALIDADE SOCIAL MADEIRENSE

Semana Mundial de Babywearing 2014

No âmbito da comemoração da «Semana Mundial de Babywearing 2014», realiza-se, no próximo dia cinco (domingo) um passeio a pé de pais a transportar os seus filhos em porta bebés.

A iniciativa decorrerá na zona da rotunda mais inferior da Avenida do Amparo. Pelas 9:30H, um gru-po de pais junta-se para celebrar a semana mundial de babywearing. Esta comemoração tem por objetivo a promoção dos porta bebés, divul-gando assim os benefícios da sua utilização tanto para o bebé, como para os pais e a sociedade. Preten-de-se também reforçar quais são as regras de segurança aquando da sua utilização.

O passeio terá o seu início na zona da rotunda mais inferior da Aveni-da do Amparo e terminará, por volta das 11:30H, nos jardins do Lido.

Este evento é organizado por Maria José Faria, do projeto «Gos-to de Ser Mãe», um projeto onde se pretende partilhar/ajudar os pais na aventura de uma parentalidade mais intuitiva e positiva.

De acordo com a organização, caso o evento contar com a partici-pação de pelo menos 10 mães/pais irá ser feito um sorteio de um porta-bebé.

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Os Porquês do Português20 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014

Ultimamente, falam à sa-ciedade de “mobilidade” e, recentemente, foi o dia eu-ropeu sem carro(s), a que o município do Funchal aderiu. Todos os dias, desloco-me a pé pelas ruas do centro cita-dino funchalense, mas, afas-tando-me para o trabalho ou as compras, necessito do car-ro. Então, a rádio é uma exce-lente companhia de viagem, enquanto conduzo. Entre to-das, prefiro as que não têm publicidade. Compreendo a sua utilidade, mas dispenso-a porque, numa rádio, aprecio, acima de tudo, as notícias e os demais programas informati-vos (entrevista s, debates, co-mentários, etc.). Agrada-me a música e saber-me-ia mui-to bem ouvir mais melodias nacionais a intercalar com o discurso. Recentemente, estava eu a conduzir, deslo-cando-me para o trabalho, quando, num noticiário, ouço um jornalista falar em “guar-diense” para um habitante da cidade da Guarda. Soaram-me, interiormente, alarmes e campainhas. Como? O que é que ele disse? O quê? Não é assim, pois não? Reflectir so-bre tudo, incluindo detalhes linguísticos como este, é um exercício que aprecio bas-tante porque coloca proble-mas que continuarei, aqui, a propor. Isto não significa que saiba tudo ou que o assunto fique, na íntegra, resolvido.

Resumidamente, esta questão será do domínio da Lexicologia, da Lexicografia e da História da Língua. Quem conhecer a Guarda, a “capi-tal” da Beira Alta, saberá que é a cidade “formosa” (para muitos e “feia” para alguns), “farta” e “fria”. O granito, a pedra que mais se encontra

por aquela paisagem, dá-lhe em encanto original. Reco-mendo a visita a quem gostar de passear. Vivi ali durante alguns anos e lembro-me de me contarem que um natural da Guarda é um egitaniense porque, no período da roma-nização da Península Ibéri-ca, aquela zona era chamada EGITANEA. Faz sentido, mas é preciso saber. Ninguém se lembrará desse nome, se não conhecer a sua origem. Seria mais evidente usar um ter-mo próximo do nome da lo-calidade como em “Funchal” – “funchalense” ou “Porto” – “portuense”. Pela divergên-cia de significante que “egita-niense” evidencia em relação a “Guarda”, haverá uma forte tendência para procurar ou-tros vocábulos. Que revelarão os dicionários do tira-dúvidas a propósito?

Seria impensável que um dicionário não atestasse “egi-taniense”. Isso acontece com o AURÉLIO. Será, provavel-mente por ser brasileiro, mas não é linear, uma vez que há muitos brasileiros com ante-passados egitanienses. Aliás, o HOUAISS tem a entrada e, inclusive, a de “guardense” como sinónima. Esta desig-nação (“guardense” – “Guar-da”) também figura nas re-ferências portuguesas mais recentes (cf. o dicionário da ACADEMIA, o da PORTO EDITORA e o PRIBERAM), revelando tratar-se de uma nova criação linguística. Esta última referência de “internet” tem mesmo um problema com a existência de “guardense” porque não apresenta qualquer entra-da com definição para este vocábulo. As obras mais an-tigas do tira-dúvidas (o FI-GUEIREDO e o MACHADO) não mencionam tal palavra. Curiosamente, o MACHADO é o que faculta mais varian-tes, inclusive “egitano”, que não ocorre em nenhuma das restantes obras. Neste caso, parece ter alguma relação

com “igeditano”. Posto isto, fica claro que nenhum dicio-nário do tira-dúvidas refere “guardiense” e todos, salvo um, definem “egitaniense”. Embora não subsistam dú-vidas quanto a estes, perma-necem para “guardense”, que será um neologismo.

Já sabemos que é fácil o que se entende e complexo, ou discutível, o contrário. Portanto, para um provável tira-teimas, nada melhor que um breve tira-dúvidas por-que as dúvidas são o primei-ro passo, mas não podem ser o último. Por que razão o ha-bitante da Guarda é um egi-taniense? Porquê? É porque há razões históricas a justi-ficar esta relação linguísti-ca. Podemos sempre querer mudar a História, mas não podemos fugir ao nosso pas-sado. Tentar substituir o que é com outras possibilidades não apaga o que somos. Eu não sou egitaniense, mas fui-o durante uns anos, en-quanto morei na Guarda. Eu não sou madeirense porque não nasci na Madeira, mas sê-lo-ei enquanto aqui viver. Para mim, a cidade ou a loca-lidade onde cada um vive é a sua “pátria”. Tem, portanto, de cuidar dela. Andar a pé para diminuir o impacto da poluição automóvel pode ser uma solução, a fim de evitar o agravamento deste problema urbano, que se vai intensifi-cando em diversas cidades do mundo. Paris é uma de-las. Porém, não o será num dia ou numa semana. Terá de o ser numa vida. Os compor-tamentos mudam, quando as mentalidades se alteram. Criar palavras para designar o que já tem nome não modi-fica nada, mesmo ouvindo-se numa rádio.

É “guardiense” ou “egitaniense”? Porquê?

HeLeNa ReBeLO

docente da Universidade da [email protected]

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CARTÓRIO NOTARIAL DO FUNCHALA CARGO DE SUSANA LOPES TEIXEIRA, NOTÁRIA EM

SUBSTITUIÇÃO, POR DELIBERAÇÃO DA ORDEM DOS NOTÁRIOS, SITO NAS RUA JOÃO TAVIRA E RUA DA QUEIMADA DE BAIXO,

NÚMERO 4, FREGUESIA DA SÉ, CONCELHO DO FUNCHAL TELEF. 291 639 600 – FAX 291 639 607

E-mail: [email protected](publicado no Tribuna da Madeira a 03-10-2014)

Certifico, para fins de publicação que por escritura outorgada hoje, a folhas 28 do Livro de notas para escrituras diversas número 13-A, deste Cartório, se encontra exarada uma escritura de Justificação Notarial, MARIA JOSÉ CARVALHO MARQUES, NIF 203 646 304, divorciada de João Zacarias Brazão, com quem foi casada no regime da comunhão de adquiridos, natural da freguesia do Porto da Cruz, concelho de Machico, residente no Conjunto Habitacional das Virtudes, torre número 2, apartamento 3B, 3º andar, no Funchal e LUISA TEIXEIRA MARQUES ALVES, NIF 227 279 190, viúva, de José Vasconcelos Teixeira Alves, com quem foi casada no regime da comunhão de adquiridos, natural da dita freguesia do Porto da Cruz, residente na Calle Géminis, Res. Don Miguel, P-1, apto. 13, Santa Paula, Baruta, Estado Miranda, Venezuela, na qual, são donas e legítimas possuidoras, na proporção de metade para cada uma, dos seguintes prédios, (terra e benfeitorias), todos localizados na freguesia do Porto da Cruz, concelho de Machico, não descritos na Conservatória do Registo Predial de Machico:

1. Misto, localizado no sítio do Rochão, com a área de quatrocentos e sessenta metros quadrados, sendo cinquenta e cinco metros quadrados de superfície coberta, composto de terra de cultivo e casa de habitação, que confronta a norte com José Lino Vasconcelos, a sul com José Jacinto Teixeira “Fidalgo”, leste com João de Freitas Vieira e oeste com Manuel Calisto Nóbrega Fernandes, inscrito na matriz cadastral a parte rústica sob o artigo 10/002 da Secção “S”, e a parte urbana, de natureza habitacional, sob o artigo 870;

2. Rústico, localizado no sítio das Casas Próximas, com a área de trezentos e dez metros quadrados, composto de terra de cultivo, que confronta a norte e oeste com Manuel Calisto Nóbrega Fernandes, a sul com José Jacinto Teixeira “Fidalgo” e leste com a Vereda e Levada, inscrito na matriz cadastral sob o artigo 10/001 da Secção “S”;

3. Rústico, localizado no sítio da Fajã da Palmeira, com a área de setecentos metros quadrados, composto de terra de cultivo, que confronta a norte com José Lino Vasconcelos Vieira, sul com José Jacinto Teixeira “Fidalgo”, leste com João Carvalho Spínola e outros e oeste com os ora justificantes, inscrito na matriz cadastral sob o artigo 10/003 da Secção “S”;

4. Rústico, localizado no sítio da Terça, com a área de novecentos e noventa metros quadrados, composto de terra de cultivo, que confronta a norte e oeste com Lídia Angelina Sousa e Freitas e outros, sul com Manuel Marques Gonçalves Júnior e outros e leste com José de Freitas Bettencourt e outros, inscrito na matriz cadastral sob o artigo 65/004 da Secção “AD”; e

5. Rústico, localizado no sítio da Terça, com a área de duzentos e cinquenta metros quadrados, composto de terra de cultivo, que confronta a norte com João Teixeira Marques e outros, sul, leste e oeste com António Damião Nepumoceno Gouveia, inscrito na matriz cadastral sob o artigo 110/003 da Secção “AD”.

Que as ora justificantes adquiriram os identificados prédios, (terra e benfeitorias), ainda no estado de solteiras, maiores, no ano de mil novecentos e setenta e um por doação verbal feita por seus pais, João Teixeira Marques e mulher Luisa de Carvalho, casados no regime da comunhão geral e residentes que foram ao dito sítio das Casas Próximas novecentos e oitenta e um, os quais por sua vez haviam adquirido aos titulares matricialmente inscritos.

Que desde então vêm exercendo uma posse pacífica, contínua e pública, sem interrupção e ostensivamente, com conhecimento de toda a gente e como se proprietárias fossem, usufruindo dos seus rendimentos, suportando todos encargos, e assumindo todas as responsabilidades resultantes dessa posse, habitando a parte urbana e cultivando os prédios rústicos, pelo que adquiriram o seu direito de propriedade por usucapião, o que invocam para primeira inscrição no registo predial.

Adquiriram, assim, as justificantes, a propriedade dos identificados prédios a título originário – por usucapião.

Está conforme o original aqui narrado por extracto.Funchal, vinte e seis de Setembro de dois mil e catorze.

P’la NOTÁRIA,Zélia Fernandes Gomes – inscrita na Ordem dos Notários sob o n.º

301/08

O TRIBUNA não é apenas feito para si, também é feito por si. Envie-nos

sugestões, informações, comentários, fotografias e as suas opiniões para o

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014 Os Porquês do Português 21TIRA-DÚVIDAS

Dicionários “guardiense” “egitaniense”

Priberam “em linha”(2008-2013), última consulta feita dia 29-09-2014

verbete inexistenteerbete inexistenteguardensePalavra não encontrada (na norma europeia, na grafia pré-Acordo Ortográfico).

Será que queria dizer guardense?

e·gi·ta·ni·en·se adjectivo de dois géneros1. Relativo ou pertencente a Idanha-a-Velha e, por extensão, à Guarda.substantivo de dois géneros2. Natural de Idanha-a-Velha e da Guarda.

Houaiss(2001)

verbete inexistenteguardenseadjetivo e substantivo de dois gêneros relativo à cidade da Guarda BEI.AL ou o que é seu natural ou habitante; egitaniense

adjetivo e substantivo de dois gêneros 1 relativo à Idanha-a-Velha BEI.BX ou o que é seu natural ou habitante 2 relativo à cidade da Guarda BEI.AL ou o que é seu natural ou habitante; guardenseEtimologia: top. Egitânia + -ense; Egitânia, nome antigo da atual Idanha-a-Velha, tem orig. no lat. *Igaeditania, top. der. do lat. Igaeditáni,órum ‘população da Lusitânia’, região da qual Idanha-a-Velha era um dos municípios, donde Igeditânia > Egitânia > Eidãia > Idanha

Academia(2001)

verbete inexistenteguardense1 (...) adj. m. e f.. (De Guarda, top. + suf. -ense). O m. que egitaniense1.

guardense2 (...) s. m. e f. (De Guarda, top. + suf. -ense). O m. que egitaniense2.

egitaniense1 (...) adj. m. e f.. (Do lat. egitaniensis, de Egitania, top.). 1. Que é da cidade portuguesa da Guarda, capital de distrito, ou dos seus habitantes, que lhes diz respeito. = GUARDENSE. 2. Que é de Idanha-a-Nova ou dos seus habitantes, que lhes diz respeito. = IDANHENSE, IGEDITANO. .Ruínas egitanienses. 3. Que é de Idanha-a-Velha ou dos seus habitantes, que lhes diz respeito.

egitaniense2 (...) s. m. e f. (Do lat. egitaniensis, de Egitania, top.). 1. Natural ou habitante da cidade da Guarda. = GUARDENSE. 2. Natural ou habitante de Idanha-a-Nova = IDANHENSE, IGEDITANO. 3. Natural ou habitante de Idanha-a-Velha..

Porto Editora(1998)

verbete inexistenteguardenseadj. e s. 2 gén. que ou a pessoa que é natural ou habitante da cidade portuguesa da Guarda, na província da Beira Alta; -> egitaniense (de Guarda, top. +-ense).

adj. e s. 2 gén. que ou a pessoa que é natural ou habitante da cidade portuguesa da Guarda, na província da Beira Alta; -> egitaniense Guarda. (do lat. Egitania, top.).

Machado(1991)

verbete inexistente

egitanense1, egitaniense1, egitano1 adj. 2 gén. (do lat. Egitania, top.). Relativo à Idanha. // Relativo à Guarda.

egitanense2, egitaniense2, egitano2 adj. 2 gén. [sic] (do lat. Egitania, top.). Aquele que é natural da Idanha-a-Velha. // Homem natural da Guarda.

Cândido de Figueiredo(1986)

verbete inexistente

m. [sic] Aquele que é natural da Idanha-a-Velha. Ext. Habitante da Guarda. Adj. Relativo à Idanha. Ext. Relativo à Guarda Cf. Herculano. Hist. de Portugal, II, 96 e 121 (Do lat. Egitania, n. p.).

egitanense m. e adj. O mesmo que egitaniense.

Aurélio(1986)

verbete inexistente verbete inexistente

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economia22 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014

Segundo os últimos núme-ros publicados no passado mês, o valor médio da ava-liação bancária de habita-ção realizada no âmbito da concessão de crédito fixou-se em 1 136 euros/m2 na Região, +0,1% que no mês de julho de 2014 e -8,8% que no mês homólogo de 2013.

No país, as variações foram de +1,3% (face ao mês anterior) e +1,9% (homó-loga), fixando-se o valor médio de avaliação bancá-ria no mês em referência em 1 032 euros/m2.

A região do Algarve man-têm o valor médio de avalia-ção bancária de habitação mais elevado (1 246 euros/m2), acima de Lisboa (1 239

euros/m2) e da Madeira (1 136 euros/m2).

Nos apartamentos, o valor médio de avaliação na Região foi de 1 165 euros/m2 (+2,3% comparativamen-te a julho de 2014 e -7,7% face ao mês homólogo) e nas moradias de 1 112 euros/m2 (traduzindo diminuições de 1,8% face ao mês anterior e de 9,7% em comparação com agosto de 2013).

O valor médio da avalia-ção bancária para o Funchal em agosto de 2014 foi de 1 218 euros/m2, atingindo os 1 261 euros/m2 nos apar-tamentos e os 1 167 euros/m2 nas moradias, represen-tando variações face ao mês anterior de +1,6%, +3,3% e -0,7% respetivamente. Pela mesma ordem, as variações homólogas foram de -15,0%, -14,5% e -15,2%. l

Registo de ligeira subida no mês de agosto.

Nos “World Travel Awards”.

Valor médio da avaliação bancária de habitação aumenta

JUaN aNdRade

[email protected]

“Pestana Porto Santo” nomeado como melhor resort all inclusive do mundo

Açores prevê investimento público de 731 milhões de euros

O Pestana Porto Santo Bea-ch Resort & Spa está nome-ado como melhor resort all inclusive do mundo, nos “World Travel Awards”. Um reconhecimento que vem jun-tar-se ao prémio já conquis-tado, em agosto, de melhor resort all inclusive da Europa. A votação online já está aber-ta e a cerimónia de entrega de prémios marcada para 29 de novembro, em Marrocos.

Além do Pestana Porto Santo, Portugal concorre em outras categorias, onde estão nomeados destinos como Lis-boa, Madeira ou Algarve.

Considerados os Oscares do turismo mundial, os “World Travel Awards” são votados pelo público e pelos profis-sionais do setor que, todos os anos, elegem o que de melhor se faz nesta indústria. Divi-dem-se primeiro por dez regi-ões como Europa, Ásia, Medio Oriente, África, entre outros, até um concurso final onde são divulgados os melhores do mundo nas várias catego-rias. Os “World Travel Awar-ds” existem desde 1993.

Situado na praia de Por-to Santo, com um extenso areal de dez quilómetros, o

Pestana Porto Santo Beach Resort & Spa apoia-se na filo-sofia de preservação do meio ambiente. Rodeado por um jardim tropical de 30.000 m2 este resort de cinco estre-las tem duas enormes pisci-nas exteriores perfeitamente enquadradas na paisagem e 295 quartos incluindo villas com piscina privativa. Para os mais gourmets, o hotel dis-põe ainda de três restaurantes com uma seleção de cozinha italiana e oriental e ainda três bares onde se inclui o “sunset bar” que oferece uma maravi-lhosa vista sobre o mar. l

O Vice-Presidente do Governo dos Açores anun-ciou “um acréscimo de 70 milhões de euros” ao total de investimento público ini-cialmente previsto na pro-posta de Plano Anual para 2015, apresentada aos par-ceiros sociais numa reunião do Conselho Regional de Concertação Estratégica rea-lizada em Ponta Delgada.

Sérgio Ávila sublinhou que os 731 milhões de euros de investimento previsto repre-sentam um aumento de 11

por cento em relação ao Pla-no ainda em vigor e configu-ram “um enorme esforço, por parte do Governo dos Aço-res, para dar o seu contribu-to para uma retoma da ativi-dade económica e dos indica-dores sociais” da Região.

O Plano Regional para 2015, segundo Sérgio Ávi-la, “é essencialmente dirigi-do a três objetivos”, designa-damente “aumentar a com-petitividade das empresas e a empregabilidade dos Açoria-nos, apoiar a inclusão social e

a qualificação dos Açorianos e reforçar as infraestrutu-ras, particularmente as redes regionais de transportes”.

No que se refere às prin-cipais dotações previstas no documento, Sérgio Ávi-la salientou o programa liga-do aos transportes e à inves-tigação científica, com 169 milhões de euros, o programa da competitividade empre-sarial e emprego, com 155 milhões, o programa ligado à agricultura e desenvolvi-mento do mundo rural, com

145 milhões, e a educação e cultura, com 77 milhões de euros.

“São estas as prioridades que definimos, em termos de intensidade de apoio”, referiu o Vice-Presidente do Governo, não descartando a análise e o acolhimento de propostas dos parceiros sociais.

Sérgio Ávila sublinhou, aliás, “a satisfação que foi manifestada pelos parcei-ros sociais por esta propos-ta, designadamente por este

aumento do investimento público em todas as áreas e em todas as ilhas”.

“Cerca de 50 por cen-to do Plano é para aumen-tar a competitividade das empresas e para promover o emprego e cerca de 25 por cento do Plano destina-se a apoiar a coesão social e a inclusão dos Açorianos, sen-do os restantes 25 por cen-to para as redes de infraes-truturas, particularmente os transportes”, frisou o Vice-Presidente. l

A economia Portuguesa registou uma capacidade de financiamento de 1,6% do PIB no 2º trimestre de 2014, mais 0,2 pontos percentuais (p.p.) que no trimestre anterior.1,6%

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Missões empresariais à Argélia e às Províncias Moçambicanas O Departamento de Formação e Projetos da ACIF-CCIM agendou várias ações de formação para o próximo mês.

ACIF-CCIM, no âmbito do Pro-jeto Cooperação Empresarial, cofi-nanciado pelo Intervir + convida os senhores empresários a integrar mis-sões empresariais e a participar em feitas internacionais, organizadas por entidades parceiras.

Um dos próximos eventos inter-nacionais é a Missão Empresarial à Argélia, que será focada em Argel, entre os dias 26 e 29 de outubro. Esta participação está a ser organi-zada pela AIP – Feiras, Congressos e Eventos.

A Argélia representa um mercado estratégico para o relacionamento internacional das empresas portu-guesas, quer para exportar, investir ou criar parcerias de sucesso.

Nesta Missão as empresas portu-

guesas terão a possibilidade de con-tactar diretamente com empresas e entidades decisoras locais, através de reuniões previamente agendadas de acordo com o seu perfil, e efetuar in loco uma adequada prospeção do mercado, tomando contacto com as oportunidades e as potencialidades para novos negócios.

A sua empresa não deverá perder esta oportunidade!

Inscreva-se até 9 de outubro e be-neficie de um preço especial!

Províncias Moçambicanas Maputo, Nacala e Pemba Outro evento em destaque é a

Missão Empresarial às Províncias Moçambicanas, organizada pela AEP – Associação Empresarial de Portugal, a decorrer de 9 a 16 de no-vembro nas províncias de Maputo, Nacala e Pemba.

As relações entre Portugal e Mo-çambique encontram-se hoje num nível muito elevado que se reflete no ótimo relacionamento político-diplomático, nas intensas trocas co-merciais e no volume de investimen-tos, numa cooperação para o desen-volvimento muito abrangente e de extremo interesse.

A Missão Empresarial às Provín-cias Moçambicanas tem por objetivo possibilitar às empresas Portuguesas o estabelecimento de contactos com empresas das três regiões de Moçam-

bique que apresentam mais oportu-nidades, através de reuniões previa-mente agendadas. Através da Missão apresentada, as empresas portugue-sas terão também a possibilidade de, in loco, perceber as potencialidades que estes países proporcionam nos vários setores de atividade, fazendo assim uma prospeção de mercado.

Inscreva-se até 10 de outubro. As inscrições nas missões empre-

sariais efetuadas através da ACIF-CCIM serão submetidas ao Intervir +, cuja comparticipação poderá che-gar aos 85% das despesas elegíveis.

Para qualquer informação adicio-nal, poderá contactar o Departamento de Eventos e Comunicação da ACIF-CCIM através do e-mail:[email protected].

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desporto24 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014

Desde 1952 perto do mar e dos madeirenseswww.clubenavaldofunchal.com

O Naval promove, entre os próximos dias 15 e 19 deste mês, o Madeira Ocean Race. Trata-se de uma prova de canoagem de mar (surfski) de âmbito inter-nacional, que organizamos com os apoios da Federação Portu-guesa e Associação Regional de Canoagem e os indispensáveis patrocínios do Turismo Madei-ra e da Nelo, a empresa portu-guesa maior fabricante mun-dial de caiaques, que nos Jogos Olímpicos de Londres forne-ceu entre 75 a 80% dos bar-cos. A intenção, à imagem de outros eventos que dinamiza-mos no desporto náutico, é pro-

mover o mar da Madeira jun-to de uma modalidade em fran-co crescimento por todo o Mun-do. A par com Canárias somos os únicos sítios deste hemis-fério em que se podem pra-ticar desportos náuticos no Inverno e é esta particularidade que nos torna únicos e em que devemos apostar. Tratando-se de uma variante da canoagem com a qual os atletas madei-renses estão muito bem identi-ficados, para os forasteiros será certamente uma boa surpresa encontrar água a esta tempera-tura na Europa, “acompanha-da” das paisagens deslumbran-

tes, que realçam todas as carac-terísticas da orla costeira da ilha e as excelentes condições para a prática desta modalidade.

A prova, a primeira do géne-ro na Madeira, contará com mais de 40 atletas oriundos de Portugal, Espanha, França, Ale-manha, Inglaterra e Suécia, des-tacando-se o alemão Max Höff, medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres, 5 vezes Campeão do Mundo, 4 vezes Campeão da Europa. O espa-nhol Walter Sanchéz, duas vezes Campeão do Mundo e da Euro-pa de maratonas e os interna-cionais portugueses João Ribei-ro, Emanuel Silva (medalha de prata nos JO de Londres) e o nosso David Fernandes, Cam-

peões da Europa e Vice-Cam-peões do Mundo em K4, entre tantos outros títulos, garantem a mediatização da prova e a desejada competitividade. Na

certeza de que, no final, ganha-rá a Madeira.

MAfAldA freItASpresidente

Atualidade

Madeira ocean race

CrónicaSurf na recta final

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O Surf do CNF entra na fase final da época restando ape-nas a última etapa do Circui-to Regional e a finalíssima do Circuito Nacional de Surf Espe-ranças, onde pela primeira vez

o CNF consegue apurar 3 atle-tas para a derradeira etapa a 15 de Novembro em Carcave-los. Esta etapa é reservada ape-nas ao top 16 de cada esca-lão e como já vem sendo habi-

tual a Carlota Reis apurou-se mais uma vez e terá este ano a companhia do Lourenço Faria no escalão sub14 e do Tomás Lacerda nos sub12.

Quanto ao Moche Circuito Regional de Surf 2014, a 5ª e última etapa será disputada a 18 de Outubro em São Vicen-te. Contudo já são campeões antecipados, Carlota Reis no Open Feminino, Tomás Lacer-da no Sub12, Lourenço Faria no Sub14 e Francisco Ornelas no Sub16.

No mês de Setembro temos o regresso ao período esco-lar e com isso voltamos a ter as incompatibilidades com os horários das aulas, principal-mente na parte da tarde, com os horários dos treinos. É urgente uma reflexão entre todas as partes envolvidas, desde os clu-bes às federações, das escolas à Secretaria Regional de Educa-ção, que resulte na criação de um conjunto de medidas que visam a harmonização da car-reira académica com a carreira desportiva.

André rodrIgueScoordenador do surf do cnF

Em que ano se realizou a 1ª edição da regata Canárias – Madeira em barcos

de vela de cruzeiro, e quem venceu?

gAnHe uM VouCHer nAVAl

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014 desporto 25

O Frederica Devónia sagrou-se vencedor do Circui-to Regional de Cruzeiros este domingo, com o triunfo na III Regata Cidade de Câmara de Lobos. A embarcação de Mar-tim Cardoso foi a mais rápida na 7.ª e última prova do cir-

cuito, que teve um total de 8 milhas náuticas, enquanto o Cash a Lot, do skipper Fran-cisco Nóbrega, também com o emblema do Naval no casco, classificou-se no 2.º lugar.

O Frederica Devónia par-tiu para esta prova com uma

boa vantagem relativamente à frota perseguidora e con-firmou o triunfo no Circui-to Regional de forma categó-rica: nas sete regatas, venceu quatro, obteve dois 2.ºs luga-res e um 3.º posto. «Pode-mos dizer que começámos de forma modesta e acabámos em grande, apesar de todas as regatas terem sido mui-to equilibradas», sintetizou o skipper Martim Cardoso, sublinhando o esforço feito para alcançar aqueles resulta-dos. «Este ano preparámo-nos melhor, trabalhámos o barco, tirámos-lhe algum peso, tor-námo-lo mais competitivo e a tripulação esforçou-se mais. Os resultados acabaram por aparecer e a vitória é inteira-mente merecida.»

Jovens das escolastrouxeram qualidade

O também Comodoro do CNF realça o papel cumpri-do pelo Frederica Devónia no

âmbito da formação na vela. «Tivemos mais de dez tripu-lantes, mas não posso deixar de realçar o António Orne-las, o Lourenço Cardoso e o Pedro Correia, jovens forma-dos nas escolas do Naval, que trabalharam imenso, parti-ciparam em quase todas as regatas e trouxeram qualida-de à tripulação. É o passo seguinte na sua formação», realçou Martim Cardoso que, com Mónica Cardoso, formou o “núcleo duro” da equipa, mas não esquece os contri-butos de Frederica Cardoso, Carlos Pereira, Carlos Sou-sa, Alexandre Casimiro, João Duarte Rodrigues, Martim Tavares da Silva e Francisco Correia ao longo da época.

Taça da Madeiratambém é do Naval

Refira-se que, na segunda posição do Circuito Regional, ficou o Cash a Lot, a 4 pontos de distância do seu parceiro

navalista. A embarcação de Francisco Nóbrega terá hipo-tecado as suas hipóteses ao não participar na 6.ª prova, a III Regata RIM, a tradicional ligação ao Porto Santo.

De resto, o Cash a Lot triunfou na classe SRI 1, com 3 pontos de vantagem sobre o adversário mais direto, e o Frederica Devónia acumu-lou ainda a vitória na clas-se SRI 2 com 6 pontos, uma diferença confortável para o segundo classificado, também do Naval, o Ayé, de Sérgio Jesus.

De realçar ainda o facto de o Naval ter-se sagrado ainda vencedor da Taça da Madeira de Clubes, graças aos desem-penhos do Cash a Lot, Frede-rica Devónia e Ayé. As embar-cações navalistas somaram, no total das 7 provas, 8 pon-tos, com larga vantagem sobre os segundo e terceiros classi-ficados, com 20 e 21 pontos, respetivamente.

CIrIlo BorgeS

Naval ergue a Taça da Madeira de Clubes

frederica devónia conquista Circuito regional de Cruzeiros

quinta Calaça oferece imagens espetaculares

miguel aleixo sagrou-se campeão regional de Fotografia subaquática. no vI campeonato regional da madeira, organi-zado pelo naval, em parceria com a Fpas e Iate clube de santa cruz, e disputada na Quinta calaça, no passado dia 21 de setembro, aleixo conseguiu capturar as melhores imagens em duas das três cate-gorias de avaliação, nomeadamente em “macro” e “peixes”, onde garantiu a pontu-ação máxima. a estas duas juntou a segun-da fotografia melhor avaliada pelo júri na categoria “ambiente”. no total, miguel aleixo somou 294,737 pontos, mais de 50 pontos de vantagem relativamente a pedro monteiro, segundo classificado, que capturou a melhor imagem “ambiente”. no 3.º lugar classificou-se roberto Jesus, com 210,088 pontos.

os concorrentes submeteram a avalia-ção imagens em três categorias: “peixes”, onde o sujeito protagonista da imagem é o peixe, passível de identificação da respe-tiva espécie; “ambiente”, na qual se valori-za a beleza natural submarina, incluindo fauna e flora; “macro”, essencialmente um grande plano de qualquer tema à exceção de peixes.

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A nevralgia do trigémio, também conhecida como tique doloroso, carateriza-se por uma dor súbita na face, habitualmente num dos lados, de grande intensidade, breve, tipo facada ou choque elétri-co. Pode aparecer pela primei-ra vez em qualquer idade, mas o seu início ocorre, mais fre-quentemente, após os 50 anos de idade em mais de 90% dos casos.

Cada episódio de dor dura entre alguns segundos e dois minutos, mas pode ser segui-do rapidamente de outro ata-que. Podem ocorrer entre 10 a 70 episódios num dia e com a progressão da doença, os ata-ques tendem a durar mais.

Esta dor pode ser desenca-deada com o processo de mas-tigação e fala (em 76% dos casos), com o toque (65% dos casos) ou como reação ao frio,

o que acontece em 48% dos doentes.

O diagnóstico desta doen-ça é simples, dadas as carate-rísticas da dor. Nos casos em que não é possível identificar a sua causa pode ser recomen-dada a realização de um exa-me de ressonância magnéti-ca para excluir a presença de lesões, como quistos ou tumo-res, malformações vasculares, placas de esclerose múltipla ou a compressão vascular do nervo trigémio.

O tratamento médico pode ser farmacológico, baseado no uso de medicamentos antie-piléticos, ou não farmacológi-co, onde se inclui, nas situa-ções mais graves, o recurso à cirurgia.

Face à intensidade da dor, gravidade e impacto negativo na qualidade de vida, os doen-tes ficam, em grande parte dos

casos, deprimidos, com uma sensação de incapacidade que os pode levar a cometer suicí-dio. A nevralgia do trigémio é, nos Estados Unidos, a primei-ra causa de suicídio por dor não oncológica no idoso.

A nevralgia do trigémio é um dos tipos de dor neuro-pática. Os seus sintomas são, frequentemente, descritos como sensações de queima-dura, formigueiro, picadas e dormência.

Este ano, as comemorações do Dia Nacional da Luta Con-ta a Dor, que se assinala a 17 de Outubro, terão como enfo-que a dor neuropática. l

Dra. Beatriz Craveiro Lopes

membro da direção da Associação para

o Desenvolvimento da Terapia da Dor (ASTOR)

nevralgia do trigémio afeta pessoas com mais de 50 anos

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014 opinião 27

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NUNO R. m. dINIS

Subintendente

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www.tribunadamadeira.pt

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Os conflitos armados a que temos assistido em algumas regiões do globo e o ritmo vertiginoso a que se sucedem algumas inovações bélicas, trarão novamente à ordem do dia a discussão em torno do emprego dos meios aére-os não tripulados (UAV – Unmanned Aerial Vehicles).

Se no domínio militar o emprego de UAV conta já com décadas de história, a sua introdução em operações policiais foi mais ponderada, sendo uma realidade bastan-te mais recente.

A PSP em particular, pode orgulhar-se de ter sido das primeiras Forças de Segu-rança em Portugal a equacio-nar o emprego destes meios, não obstante a polémica logo surgida em torno da própria segurança da solução, da rela-ção custo-benefício, do poten-cial de devassa da vida pri-vada e da legalidade do seu emprego.

Já antes havíamos assis-tido a discussões acérrimas em torno dos alegados peri-gos das Polícias recolherem imagens em locais públicos, ao mesmo tempo que empre-sas privadas o faziam tran-quilamente, nomeadamen-te para gestão de espaços de estacionamento. Ironicamen-te a história repetiu-se, com a PSP na mira dos detrato-res do emprego dos UAV a esgrimirem os seus argumen-tos, enquanto alguns privados os utilizam amiúde, até mes-mo na cobertura de eventos de grande projeção mediática, sem que isso cause qualquer estranheza ou preocupação.

Vencidas as dificuldades iniciais, que sempre surgem quando se procuram novas soluções, foi finalmente pos-sível contar com uma solução técnica viável, recorrendo a um aparelho do tipo asa fixa. As possibilidades oferecidas

por esta e outras soluções, como os aparelhos VTL (que permitem aterragens e des-colagens verticais) são fran-camente promissoras e per-mitem atuar em áreas muito específicas, que não se con-fundem ou concorrem com a intervenção já legalmente acometida a outras entida-des, nomeadamente as que há décadas garantem com suces-so ao Estado Português as missões de controlo e defe-sa do espaço aéreo, o trans-porte de pessoal e de equi-pamento, entre outros. Aliás, em algumas das maiores ope-rações de segurança monta-das em Portugal, a PSP sou-be contar na vertente Security com essa ajuda especializada, em particular a da FAP, cujo papel não só é insubstituível como deveria ser melhor ren-tabilizado também na verten-te Safety, nomeadamente na área da proteção e socorro.

Como exemplo de missões policiais específicas a que os UAV podem dar uma respos-ta eficaz, com custos opera-cionais muito interessantes e para além das óbvias opera-ções de controlo de multi-dões e gestão da circulação rodoviária, merecem parti-cular destaque as operações tático-policiais, atenden-do ao papel desempenhado pelo GOE-PSP no contexto da segurança interna portu-guesa, como Força anti-terro-rista mais antiga legalmente criada; a recolha de indícios e prova forense em locais de difícil acesso e/ou de consi-derável extensão; a documen-tação fotográfica de acidentes de viação; a vigilância e fis-calização de obras que recor-ram ao emprego de explosi-vos e mesmo a segurança pes-soal de altas entidades nacio-nais ou estrangeiras, quando de visita ao nosso país.

O céu é mesmo o limite.

uAV eM MISSÕeS de PolÍCIA

CARTÓRIO NOTARIAL PRIVADO DA PONTA DO SOLNOTÁRIO – NUNO VIEIRA BARBOSALargo do Pelourinho, Ponta do Sol

Telf: 291 973 275 Fax: 291 973 276 Email: [email protected](publicado no Tribuna da Madeira a 03-10-2014)

NUNO VIEIRA BARBOSA, Notário do Cartório Notarial Privado da Ponta do Sol, CERTIFICA para efeitos de publicação, que por escritura, lavrada hoje de folhas cinquenta e seis a folhas cinquenta e oito do livro de notas para escrituras diversas número sessenta e nove deste Cartório compareceu:

MARIA LUCINDA ANDRADE DE FREITAS, NIF: 120 482 436, divorciada de Jacinto Gomes Farinha da Silva, natural da freguesia e concelho de São Vicente, onde reside ao Sítio dos Cardais, portadora do Cartão de Cidadão número 04547932 1ZZ1 válido até 02/05/2018 emitido pelas Autoridades Portuguesas, que outorga por si e na qualidade de procuradora de JACINTO GOMES FARINHA DA SILVA, NIF: 153 132 442, divorciado, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, natural da referida freguesia de São Vicente, onde reside ao referido Sítio dos Cardais, que declarou:

Que ela e o seu representado são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes imóveis: 1) Prédio rústico, composto por porção de terreno, localizado no Sítio dos Cardais, referida freguesia de São Vicente,

com a área de setenta e dois metros quadrados, que confronta a Norte com Rua Cardais de Baixo, a Sul e Nascente com Herdeiros de João Gomes Farinha da Silva e a Poente com Rua dos Cardais de Cima, inscrito na matriz sob o artigo 17229, com o valor patrimonial e atribuído de cem euros;

2) Prédio rústico, composto por porção de terreno, localizado no Sítio dos Cardais, referida freguesia de São Vicente, com a área de cento e dois metros quadrados, que confronta a Norte, Sul e Nascente com Herdeiros de João Gomes Farinha da Silva e a Poente com Rua dos Cardais de Baixo, inscrito na matriz sob o artigo 17229, com o valor patrimonial e atribuído de cem euros;

3) Prédio Rústico, composto por terra de cultivo, localizado nos Cardais, mencionada freguesia de São Vicente, com a área total de dois mil cento e oitenta e dois metros quadrados, que confronta a Norte com Herdeiros de Gonçalo Mendes, a Sul com herdeiros de Manuel Castro Júnior, a Nascente com Serra das Lapas e a Poente com herdeiros de Gregório Sacramento Freitas, inscrito na matriz em nome da justificante (1/2) sob o artigo 9687, com o valor patrimonial atual e o atribuído de vinte e quatro euros e noventa e quatro cêntimos.

4) Prédio Rústico, composto por terra de cultivo com um armazém agrícola, localizado nos Cardais, mencionada freguesia de São Vicente, com a área total de quinhentos e trinta e cinco metros quadrados, que confronta a Norte e Nascente com herdeiros de Maria Balbina de Sousa, a Sul com Estrada e a Poente com herdeiros de Manuel Castro Júnior e outros, inscrito na matriz em nome de Maria Lucinda Andrade de Freitas (14283/100000), sob o artigo 9675, com o valor patrimonial atual e o atribuído de setenta e nove euros e setenta e sete cêntimos.

5) Prédio Rústico, composto por terra de cultivo com um poço, localizado nos Cardais, mencionada freguesia de São Vicente, com a área total de novecentos e quarenta metros quadrados, que confronta a Norte com Ribeiro, a Sul com herdeiros de Balbina Sousa, a Nascente com Alcino Gonçalves e outros e a Poente com herdeiros de Maria Balbina de Sousa e outros, inscrito na matriz em nome de herdeiros de João Fernandes Azevedo, sob o artigo 9614, com o valor patrimonial atual e o atribuído de dois euros e três cêntimos.

Que os referidos prédios não estão descritos na Conservatória do Registo Predial de São Vicente, apesar do prédio identificado em quarto lugar poder ter semelhanças com o descrito na dita Conservatória sob o número quatro mil setecentos e vinte e quatro da dita freguesia de São Vicente, declararam os outorgantes que o prédio identificado em quarto lugar não tem qualquer relação ou semelhança com o prédio constante da certidão negativa, nos termos do Código do Registo Predial.

Que os prédios identificados em primeiro e segundo lugar vieram à posse da Justificante e do seu representado ainda no estado de casados, no ano de mil novecentos e oitenta e dois, por compra verbal a Elisa de Jesus Andrade, casada na separação de bens com António Encarnação Andrade, Ricardo Rodrigues Caldeira, solteiro, maior e Teolinda Eduarda de Sousa Caldeira, viúva, todos residentes na África do Sul.

Que o prédio identificado em terceiro lugar veio à posse da Justificante e do seu representado ainda no estado de casados, no ano de mil novecentos e oitenta e três, por compra verbal a Aluísio de Sousa e mulher Maria Fernandina de Faria, casados na comunhão geral de bens, residentes no sítio da Fajã da Areia, na dita freguesia de São Vicente.

Que o prédio identificado em quarto lugar veio à posse da Justificante ainda no estado de solteira, maior, no ano de mil novecentos e setenta e seis, por compra verbal a Elisa de Jesus, divorciada, residente no sítio da Vila, na dita freguesia de São Vicente.

Que o prédio identificado em quinto lugar veio à posse da Justificante e do seu representado ainda no estado de casados, no ano de mil novecentos e oitenta e quatro, por compra verbal a Maria Fernanda Fernandes e marido Dario de Gomes Farinha, casados na comunhão geral de bens, residentes no sítio da Fajã da Areia, na dita freguesia de São Vicente.

Que os mencionados prédios assim compostos, de forma autónoma e individualizada, entraram na posse dos justificantes, de forma contínua, de boa fé, sem oposição de quem quer que fosse e com o conhecimento de toda a gente, posse que já dura há mais de vinte anos e que tem consistido no cultivo e na colheita de frutos naturais e no pagamento das respectivas contribuições, pelo que apesar de não disporem de um título com que possa comprovar o seu direito de propriedade, o certo é que já os adquiriram, a título originário, por usucapião.

Está conforme o original aqui narrado por extratoPonta do Sol, um de Outubro de dois mil e catorze.O Notário,

Nuno Vieira Barbosa

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opinião28 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014

edUaRdO LUÍS

Reflexologo e presidente Ordem mundial de [email protected]

Trinta e seis em cada cem doentes de cancro inquiri-dos no âmbito de um estudo europeu em 14 países fazem ou já fizeram uso das medi-cinas complementares ou alternativas.

Levada a cabo por uma equipa internacional de inves-tigadores, liderada por Alex Molassiotis, da Universidade de Manchester, Reino Uni-do, a sondagem, que revela que é na Grécia que se encon-tra a taxa mais baixa de uti-lizadores: apenas 15 por cen-to dos doentes que participa-ram no estudo reconheceram um recurso a estas terapêu-ticas como complemento da medicina convencional. Esta-mos caminhando para uma mudança de paradigma? Ou estamos será que as pessoas estão procurando uma solu-ção para o seu problema? Pes-soalmente direi as duas serão assertivas porque hoje por todo o mundo há um cres-cente interesse (CAM- Cancer Alternative Methods).

No Japão muitos médicos usam medicinas complemen-tares nas suas clinicas para ajudar os doentes oncológi-cos, enquanto grandes hospi-tais como o Hotta em Kyoto, usam algumas terapias com-plementares como a reflexo-logia e outras terapias. Quan-do será que aqui na Madeira deixaremos de ser considera-dos invasores? Não deveriam repensar em quantos doen-

tes poderiam ajudar com a inclusão no hospital de alguns profissionais qualificados das diferentes áreas das terapias complementares.

As pessoas precisam de saber mais sobre as tera-pias complementares e não podemos nos esquecer que o Homem veio para evoluir.

Foram feito estudos nos EUA onde indicam benefícios da reflexologia para várias patologias. Em particular, há vários estudos bem elabora-dos, financiados pelo Institu-to Nacional do Câncer e do Instituto Nacional de Saúde, que indicam a importância da reflexologia como uma inter-venção para reduzir a dor e aumentar o relaxamento, sono, e a redução de sintomas psicológicos, como ansiedade e depressão. Talvez os resul-tados mais benéficos têm sido na área de tratamento paliati-vo de câncer (Ernst, Posadzki, & Lee, 2010). Para ter como exemplo foi feito um estudo com os doentes oncológicos e chegaram a conclusão que:

Estes estudos mostraram redução da dor, náuseas, diar-reia ou constipação, e melho-ria da qualidade de vida com a reflexologia.

• Em um estudo controlado com 87 pacientes, Hodgson (2000) encontraram melho-ra de 100% no grupo de refle-xologia na qualidade de vida categorias de aparência, ape-tite, respiração, comunica-ção (com médicos, familia-res, enfermeiros), concentra-ção, constipação / diarreia, medo de futuro, o isolamen-to, a mobilidade, o humor, náuseas, dor, sono / cansa-ço. O grupo placebo relata-ram melhora de 67,6% nessas categorias.

• Stephenson et al. (2000) realizaram um estudo qua-litativo em um hospital em 24 pacientes que receberam reflexologia com câncer de mama e de pulmão. Os pes-

quisadores observaram uma “redução significativa da dor” para os pacientes com câncer de mama. Enquanto isso foi uma pequena amostra, o pro-jeto de pesquisa bem contro-lada produziram resultados significativos.

Como podemos observar cada vez mais a reflexologia é usada para ajudar equilibrar a parte holística e sem promes-sas ajudamos a dar qualida-de de vida.

Mais informações dos tera-peutas qualificados procure o centro de reflexologia da madeira

Boas caminhadas , ate para semana , cuide dos vossos pés…

Investigação em reflexologia na oncologia

DIVAGANDO...

António Costa venceu a disputa interna para candida-to a candidato ao lugar de Pri-meiro Ministro.

Com essa vitória, o PS ini-cia um novo ciclo político e ambiciona uma clara mudan-ça no governo e na governan-ça de Portugal.

António Costa, chega a este momento com uma legi-timidade acrescida, dada pelo numero significativo daque-les que participaram no acto eleitoral, onde militantes e simpatizantes responderam de forma inequívoca à esco-lha que se propunha.

A mudança iniciou-se.

Com a demissão de Antó-nio José Seguro do cargo de Secretário Geral dos socialis-tas, facto que merece ser assi-nalado pela forma, prontidão e coerência, com que Seguro lidou com esse episódio, Cos-ta irá ser eleito numas elei-ções directas que precede-rão o congresso que servirá de plataforma de lançamen-to eleitoral.

Nesse momento estarão reunidas as condições para a apresentação das propos-tas eleitorais e a afirmação de uma atitude, de um esti-lo, mais confiante na con-quista da confiança dos portugueses.

Será a mudança em movimento.

A indicação de Ferro Rodri-gues para a cargo de líder parlamentar é desde já um sinal positivo na unidade do PS e na vontade de assumir a herança e identidade dos socialistas.

Assumir as partes positi-vas e que honram a história do PS e reconhecer as polí-ticas menos acertadas dos

socialistas.

Diz um ditado popular que “é cometendo erros que se aprende”. Eo PS tem de ser claro na aprendizagem da vida política.

Certamente, também, o PS não irá adoptar como válida a narrativa da direita, da auste-ridade pela austeridade, nem a da culpa eterna na gestão pública. A política da inevita-bilidade e do caminho único, está, com Costa, enterrada.

A classe média e os mais pobres, assim como, todos aqueles que esperam que o caminho não seja o empobre-cimento dito competitivo e o desemprego, têm razões para ter esperança.

A mudança é esperança e confiança.

Na Madeira, Costa também ganhou.

A direcção do PS Madeira, deverá ponderar se quer apro-veitar o élan desta mudança.

Após a derrota do PS no território da RAM, nas elei-ções Europeias e após esta opção dos socialistas quan-to à candidatura ao cargo de PM, (e de Líder do PS) onde a maioria da direcção esteve a apoiar a candida-tura derrotada, é necessário um “aggiornamento” e, pen-so mesmo, uma nova fase de relegitimação.

A um ano, ou mesmo, a meses do futuro acto eleito-ral regional, é importante que a esperança de mudança e o reforço da confiança do elei-torado no PS Madeira, seja produzido.

A mudança a isso obriga.

RICaRdO FReITaS

dirigente sindical

Mudança

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014 opinião 29

FáTIma PITTa dIONÍSIO

Director:Edgar R. de Aguiar

Redacção: Fabíola Sousa, Juan Andrade Ricardo Soares e Sara Silvino

Fotografia: Fábio Marques (Madeira),Diana Sousa Aguiar (Lisboa)

Economia:Juan Andrade

Secretariado de Redacção:Dulce Sá

Colunistas: António Cruz, Celso Neto, Constantino Palma, Ferreira Neto, Francisco OliveiraGregório Gouveia,Helena Rebelo, Humberto Silva,Idalina Perestrelo, Joana Homem Costa, José Carvalho, José Mascarenhas, Luísa Antunes, Pinto Baptista, Raquel Coelho,Ricardo Freitas, Teresa Brazãoe Rui Almeida

Paginaçãoe tratamento de imagem:Miguel Mão Cheia, Miguel Reis

Departamento Comercial:Hernani Valente

Departamento Financeiro:Clara Vieira

Redacção, montagem, impressãoe distribuição: O. L. C., Limitada

Morada: Parque Empresarial Zona Oeste PEZO, Lote n.º 6

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9300 Câmara de Lobos Madeira - Portugal Telef.: 291 911300 e 291 911301 Fax: 291 911309 E-mail: [email protected]

Registo no ICS N.º 123416Empresa jornalística N.º 220639Depósito legal N.º 142679/99INPI N.º 4354 N 9909Tiragem: 11.000 exemplares

A festa dos AnimaisComemora-se, neste fim de

semana, o Dia Internacional do Animal, em quase todo o mundo, homenageando S. Francisco de Assis, e chaman-do a atenção das pessoas para uma maior defesa dos seus DIREITOS.

Na Região Autónoma da Madeira, iniciei a come-moração desta efeméride, nos anos 80, com o apoio da Liga Portuguesa dos Direitos do Animal (LPDA). A 4 de outu-bro de cada ano nos juntáva-mos, com os nossos animais de estimação, para a bela e comovente cerimónia da bên-ção, feita pelo Frade Fran-ciscano de acordo com a tra-dição, no Jardim Municipal, junto à estátua do seu santo protetor.

De ano para ano, esta comemoração, foi ganhando pujança. Em 2013 as várias associações Zoófilas e o PAN (Partido pelos Animais e pela Natureza) comemoraram a festiva data e estiveram pre-sentes, além de Frei Nélio Mendonça (Franciscano) que abençoou os animais, mem-bros de outras confissões cris-tãs e de outras religiões, que se pronunciaram sobre os direitos dos animais (domés-ticos, de quinta, de abate e selvagens).

A festa culminou com uma missa solene na igre-ja do Colégio dita pelo padre Marcos Gonçalves e segunda bênção.

Neste ano de 2014, haverá novamente duas bên-çãos de animais, a saber: uma no Jardim Municipal, por Frei Nélio Mendonça, pelas 11 horas da manhã do dia 04 e

outra, pelas 19h00, com mis-sa solene na Igreja Paroquial de S. Martinho pelo padre Marcos Gonçalves para a qual se encaminhará uma procis-são de animais com os respe-tivos donos, vindos da igre-ja da Nazaré. Nestas cerimó-nias estarão de novo presen-tes, membros do PAN a con-vite da comissão organizado-ra, constituída pela Elizabeth Andrade, Miriam Teresa San-tos, eu própria e Zélia Henri-ques. Contamos, para a reali-zação do evento, com o apoio da junta de Freguesia de S. Martinho.

Haverá, no recin-to junto à igreja, barraqui-nhas das associações zoófi-las que aceitaram participar na comemoração da efeméri-de, que, desde sexta-feira, dia 3 até domingo, dia 05, ven-derão de tudo um pouco para angariação de fundos. São: “Associação Nosso Refúgio”, “Ajuda a Alimentar a Cães,” “SPAD” e “Projeto Podengo ESFS”.

Paralelamente a isto, far-se-ão conferências por médicos veterinários sobre os cuidados a ter com os animais.

Aqui se apela à gene-rosidade de todos/as para que participem neste evento dos seus amigos de 4 patas e levem crianças, as quais pela sua inocência, estão mais per-to deles do que nós. Como homens e mulheres de ama-nhã, aprenderão e proteger os animais. Todos os animais.

Que se não perca nunca o espírito franciscano que hoje nos acalenta e nos torna melhores pessoas!

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frases30 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014

“Não é verdade e é uma vergonha dizer que haja uma nova

liderança no PS. Quem tomou o PS agora são os mesmos senhores do grupo Sócrates que levaram o país à bancarrota”Alberto João Jardim, Presidente do Governo Regional – SIC Notícias

“De certa forma, revejo-me no trajecto do Ronaldo. Fiz

a minha carreira a pulso e estou onde estou em virtude dos degraus que fui subindo”Judite de Sousa, jornalista – Revista Sábado

“Tudo farei para estar à altura da vossa confiança”António Costa,

vencedor das primárias do PS – SIC Notícias

“Acabou-se a papa doce para Passos em termos de líder

da oposiçãoMarcelo Rebelo de Sousa, comentador – TVI 24

“Portugal campeão da Europa de ténis de mesa!

Parabéns aos campeões Marcos Freitas, Tiago Apolónia e João Monteiro!”Cristiano Ronaldo, jogador do Real Madrid – através do seu Facebook

“Não me esqueceria se durante três anos tivesse

recebido cinco mil euros por mês, mas se eu tivesse recebido mil contos há 20 anos eu era uma pessoa riquíssima” Manuela Ferreira Leite, ex-ministra das finanças – TVI 24

“As primárias são a melhor comemoração do 25 de Abril de

1974”António José Seguro, vencido nas primárias do PS – Jornal i

“Se conto com Ricardo Carvalho? Não há nenhum

impedimento”Fernando Santos, selecionador de Portugal – A Bola

“Ouvi-os dizer que o BES era seguro. Então decidi investir e comprei

ações. Do BES não tenho nada a dizer, não foram eles que me enganaram. Fui vigarizado...”Pinto da Costa , Presidente do FC Porto – Correio da Manhã

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014 opinião 31

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Sociedade de Advogados, RL

dR. JOSé PIçaRRa

advogado, área de actuação: contencioso e laboral.e-mail: [email protected]

A revisão da lei da Cópia PrivadaFoi recentemente aprovada

na generalidade a Proposta de Lei n.º 246/XII, que revê a Lei n.º 62/98, de 1 de setembro, também conhecida como Lei da Cópia Privada.

Uma das questões levanta-das por esta proposta prende-se com a aplicação de determi-nadas quantias sobre alguns equipamentos que permitem a “fixação” de obras.

O conceito de “fixação” da obra refere-se à incorporação do texto, sons e/ou imagens que a compõem num suporte material que permita a sua per-ceção, reprodução ou comuni-cação. Exemplos? A gravação de uma música (composta por melodia e letra) num disco. Ou a impressão de um romance em papel, no formato de um livro. Sem fixação, nenhuma obra pode ser conhecida ou desfrutada.

Num passado recente, nenhuma obra poderia ser reproduzida sem a compra do suporte onde a mesma estives-se fixada, como um CD. Caso o

consumidor pretendesse exer-cer o seu direito de reproduzir a obra para fins privados, teria forçosamente que adquirir um suporte em branco: um CD ou cassete (re)gravável, pagando uma taxa – incluída no preço – para a remuneração dos titu-lares dos direitos de autor.

Com esta revisão, pretende-se ampliar o âmbito de apli-cação da lei, e incluir uma quantia no preço de venda ou disponibilização de todos os aparelhos que permitam a fixação de obras como finali-dade única ou principal.

Esta quantia, que passa a ter a natureza de “compensa-ção equitativa”, visará com-pensar os titulares dos direitos de autor pelos danos que estes venham a sofrer pela realiza-ção de cópias privadas.

A proposta de lei prevê a aplicação desta compensa-ção sobre suportes analógicos e digitais (às cassetes, CD e DVD, junta-se o Blu-Ray), e ainda sobre diversos equipa-mentos como impressoras e

multifunções, memórias USB, cartões de memória, discos rígidos e memórias integradas em “set-top boxes”, smartpho-nes e tablets.

A nosso ver, esta proposta será lesiva para os consumido-res de produtos culturais.

As lojas online como o iTu-nes dominam atualmente o mercado de obras culturais. Os consumidores adquirem cada vez menos produtos culturais em suporte físico, preferindo os formatos digitais.

E por conseguinte estão dependentes do espaço dis-ponível nos discos rígidos dos seus computadores e na memória dos seus dispositivos portáteis para poder visualizar os filmes, ouvir as músicas e até ler os livros que adquiri-ram.

É pois compreensível a polémica gerada em torno da proposta de aplicação de com-pensações equitativas sobre os discos rígidos e memórias dos dispositivos utilizados para reprodução.

De facto, verifica-se que mesmo já tendo pago o respe-tivo preço, o consumidor final ainda terá que pagar uma com-pensação adicional pela facul-dade de poder fixar a obra que adquiriu (e, por conseguinte usufruir da mesma).

Esta é apenas uma das inú-meras questões suscitadas por esta proposta de lei.

Fazemos votos que, até à discussão do diploma na gene-ralidade, os nossos legisla-dores possam fazer a devida ponderação sobre o mesmo, por forma a evitar sucessivos “remendos” futuros.

Errata Na edição passada, foi

publicado um artigo da auto-ria do Dr. Gonçalo Rhodes Sérgio, por lapso, com o título «A “Nova Lei” do Alojamento Local», no qual deveria ser «Legislar para clarificar». Ao lesado, e aos leitores, as nos-sas sinceras desculpas.

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ram para governar. Constata-mos isso pelo tempo que este-ve enquanto secretário-geral. O partido colocou-o a fazer a travessia no deserto, para depois lançar o candidato ide-al, escolhido pelas elites socia-listas para governar o país.

É-me indiferente o candi-dato que ganhou estas elei-ções, e o país também deve-ria pensar assim, pois ambos defendem a mesma coisa e não apresentam uma alter-nativa de esquerda, estando subjugados ao grande capital.

Mas há uma lição que

podemos tirar, no PS não existe lealdade nem respeito mútuo. As várias fações vivem de jogos palacianos e não têm sentimento de camaradagem. Exemplo disso foi o que fize-ram a Seguro, nem o deixa-ram terminar o mandato.

A questão que fica no ar é o que estes senhores farão aos portugueses, serão fiéis aos seus eleitores quando não o são com os seus colegas de partido!? A história diz-nos que não! Em 17 anos que esti-veram no poder renderam-se às políticas neoliberais, tal e

qual o PSD. O povo português não pode

esperar que Costa reponha os direitos usurpados por Pas-sos Coelho e Paulo Portas, pelo contrário, poderão con-tar com mais austeridade. A receita é a mesma, retirar direitos sociais e gerar mais desemprego.

O PS justificará estas desle-aldades e traições com o exer-cício da democracia.

Democracia seria respeita-rem os mandatos, os esta-tutos do partido, mas não, quando é eleito um líder no

dia seguinte já estão a exigir a sua cabeça.

O PS Madeira é tal e qual o PS no Continente. Vive em constantes guerras palacia-nas, golpes e contra golpes, alegando que isso é democra-cia. Senão vejamos o que fize-ram aos partidos mentores da coligação Mudança, logo que chegaram ao poder na câmara municipal do Funchal, trata-ram de afugentá-los imedia-tamente. Estas pessoas não são dignas da confiança do povo da Madeira e do Porto Santo.l

A democracia do PS

Seguro foi o candida-to do PS para queimar tem-po, já que nunca o quise-

A loja da Movi-flor na Madeira fechou portas.

No edifício, localizado junto

ao Madeira Shopping,surge o registo de mensagens de indig-nação por parte dos trabalha-dores que se viram confronta-dos com uma incógnita quanto ao futuro.

Uma mensagem da adminis-tração da empresa, postada na porta principal do edifício dá conta do seguinte:

«A administração da Movi-flor informa que, dado não se encontrar ainda definida a evo-lução da empresa face à neces-sidade de investimento, e consi-derando as dificuldades e con-tingências com que nos debate-mos diariamente, foi tomada a decisão de Encerramento tem-porário das instalações a partir do próximo dia 01 de Outubro de 2014, 4ª feira.

Aos nossos estimados clien-tes pedimos desculpas pelo incómodo causado. Promete-mos dentro do possível ser bre-ves». As mensagens escritas nos vidros da fachada do edifício mostram bem o descontenta-mento e a revolta de quem não sabe, ao certo, o que virá: «Só queremos o que é nosso. Basta de roubos, ilusões e adiamen-tos», «Onde está Angola!?. Os €€€? IFC??».

A Moviflor tem mais de 1.400 credores e as dívidas ascendem a 147 milhões de euros, com o fisco e a Segurança Social a encabeçarem a lista.

Recorreu ao PER para recu-perar financeiramente e ten-tar manter os 865 postos de trabalho em Portugal. Contu-do, a solução prevista no plano,

aprovado por 80% dos credo-res, passava pelo despedimen-to de 320 trabalhadores e pelo encerramento e substituição de cinco a seis lojas de um total de 24, bem como pelo redimensio-namento das restantes.

O processo de despedimen-to colectivo arrancou a 14 de Janeiro deste ano e a saída de 200 trabalhadores foi formali-zada um mês depois. Quando o PER foi aprovado, a empresa assegurou que seria feito “um reforço da estrutura financei-ra com capitais próprios, amor-tização do passivo, financian-do meios libertos negativos” entre 2013 e 2015. O aumento de capitais próprios seria con-cretizado através da doação em espécie de imóveis detidos pelos accionistas, no valor de quase 1,1 milhões de euros. Catarina Remígio, que fundou a empresa aos 19 anos, é a principal accio-nista, detendo uma participa-ção de 81,9%. l

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 3 de Outubro de 2014

Períodos de céu muito nublado com abertas.

Vento em geral fraco.

Previsão para hoje

RaqUeL COeLHO

deputada do PTP

24º19º

Indignação pelo fecho da Moviflor

Apreensão por caça submarina ilegal

O Comando Territorial da Madeira, da Guarda Nacional Republicana, através do Ser-viço de Proteção da Nature-za e do Ambiente, no dia 26 de agosto, procedeu à fisca-lização de uma embarcação na zona norte da Ponta de São Lourenço, cujos ocupan-tes estavam a praticar caça submarina.

De acordo com um comu-nicado enviado pela GNR, após a abordagem da mes-ma, ao final do dia, na mari-na de Machico, verificou-se a situação de excesso de cap-tura de pescado, que resul-tou na elaboração de auto de notícia e na apreensão de 28 exemplares de pescado de várias espécies - num total de 100kg e com o valor pre-sumível de €800; e do mate-rial usado na caça submari-na - no valor presumível de €500. Esta infração, prevista e punida em legislação regio-nal, tem inerente uma coi-ma que pode variar entre os €400 e os €2.500.

O pescado foi entregue a três instituições de solidarie-dade social, do Concelho do Funchal.

SaRa SILVINO