10
www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 1 CURSO DO NCPC 13) Ações impugnativas 14) Recursos (apelação, agravo, embargos de declaração) 15) O tratamento das ações repetitivas no Novo CPC (IRDR, RE e Resp repetivivos) 16) Direito intertemporal Teoria dos precedentes O NCPC tem como uma das suas maiores alterações a adoção de uma “teoria dos precedentes”, valorizando a jurisprudência dos Tribunais e impondo regras específicas para a sua aplicação, modificação, etc. Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente. - o NCPC usa o “devem” e não “podem”. - estável - íntegra - coerente § 2 o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação. - evita a edição de súmulas dissociadas da realidade e com forte caráter abstrato e genérico. Exemplos: Dissociada da realidade. STJ 301: em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade. A Súmula 301/STJ induz presunção relativa, de modo que a mera recusa à submissão ao exame não implica automaticamente reconhecimento da paternidade ou seu afastamento, pois deve ser apreciada em conjunto com os demais elementos probatórios. (STJ, REsp 1272691/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/11/2013, DJe 08/11/2013). Abstrata. STJ 7: a pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial. Analisar se as qualificadoras mantidas pelo Tribunal de origem são ou não manifestamente improcedentes implica, necessariamente, no reexame do material fático-probatório dos autos, procedimento inadmissível em recurso especial. Incidência da Súmula 7/STJ. (STJ, AgRg no AREsp 258.036/MG, Rel. Ministro ERICSON MARANHO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA, julgado em 19/03/2015, DJe 09/04/2015). Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: - e não “poderão observar”... I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; II - os enunciados de súmula vinculante; - ambos já tinham efeito vinculante, por força da Constituição. - as demais hipóteses não seriam vinculantes por ausência de previsão constitucional (Cassio Scarpinella Bueno, NCPC Anotado). III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; - são as clássicas súmulas persuasivas. V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados. - que significa orientação? Precedente ou jurisprudência? § 1 o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489,

150345041315 Atualizacao Direito Processual Cpc Aula01

Embed Size (px)

DESCRIPTION

pdf

Citation preview

Page 1: 150345041315 Atualizacao Direito Processual Cpc Aula01

www.cers.com.br

ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

GUSTAVO NOGUEIRA

1

CURSO DO NCPC 13) Ações impugnativas 14) Recursos (apelação, agravo, embargos de declaração) 15) O tratamento das ações repetitivas no Novo CPC (IRDR, RE e Resp repetivivos) 16) Direito intertemporal Teoria dos precedentes O NCPC tem como uma das suas maiores alterações a adoção de uma “teoria dos precedentes”, valorizando a jurisprudência dos Tribunais e impondo regras específicas para a sua aplicação, modificação, etc. Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente. - o NCPC usa o “devem” e não “podem”. - estável - íntegra - coerente § 2o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação. - evita a edição de súmulas dissociadas da realidade e com forte caráter abstrato e genérico. Exemplos: Dissociada da realidade. STJ 301: em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade. A Súmula 301/STJ induz presunção relativa, de modo que a mera recusa à submissão ao exame não implica automaticamente reconhecimento da paternidade ou seu afastamento, pois deve ser apreciada em conjunto com os demais elementos probatórios. (STJ, REsp 1272691/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/11/2013, DJe 08/11/2013). Abstrata.

STJ 7: a pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial. Analisar se as qualificadoras mantidas pelo Tribunal de origem são ou não manifestamente improcedentes implica, necessariamente, no reexame do material fático-probatório dos autos, procedimento inadmissível em recurso especial. Incidência da Súmula 7/STJ. (STJ, AgRg no AREsp 258.036/MG, Rel. Ministro ERICSON MARANHO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA, julgado em 19/03/2015, DJe 09/04/2015). Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: - e não “poderão observar”... I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; II - os enunciados de súmula vinculante; - ambos já tinham efeito vinculante, por força da Constituição. - as demais hipóteses não seriam vinculantes por ausência de previsão constitucional (Cassio Scarpinella Bueno, NCPC Anotado). III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; - são as clássicas súmulas persuasivas. V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados. - que significa orientação? Precedente ou jurisprudência? § 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489,

Page 2: 150345041315 Atualizacao Direito Processual Cpc Aula01

www.cers.com.br

ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

GUSTAVO NOGUEIRA

2

§ 1o, quando decidirem com fundamento neste artigo. - pelo art. 10 o juiz não poderá aplicar um precedente ao caso concreto sem antes permitir que as partes se manifestem sobre ele. - pelo 489, § 1o o juiz não pode limitar-se a “copiar-colar” um precedente. § 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese. - amicus curiae. Democratização da prestação jurisdicional. - alteração de tese jurídica = overruling. - não significa modificação da coisa julgada do caso onde a tese jurídica foi aplicada. § 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica. - atende-se ao princípio da segurança (não surpresa). - ex. do MS contra ato de juiz dos Juizados (Lei 9.099/95). 1. Não cabe mandado de segurança das decisões interlocutórias exaradas em processos submetidos ao rito da Lei n. 9.099/95. 2. A Lei n. 9.099/95 está voltada à promoção de celeridade no processamento e julgamento de causas cíveis de complexidade menor. Daí ter consagrado a regra da irrecorribilidade das decisões interlocutórias, inarredável. 3. Não cabe, nos casos por ela abrangidos, aplicação subsidiária do Código de Processo Civil, sob a forma do agravo de instrumento, ou o uso do instituto do mandado de segurança.

4. Não há afronta ao princípio constitucional da ampla defesa (art. 5º, LV da CB), vez que decisões interlocutórias podem ser impugnadas quando da interposição de recurso inominado. Recurso extraordinário a que se nega provimento. (STF, RE 576847, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 20/05/2009, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-148 DIVULG 06-08-2009 PUBLIC 07-08-2009 RTJ VOL-00211- PP-00558 EMENT VOL-02368-10 PP-02068 LEXSTF v. 31, n. 368, 2009, p. 310-314). § 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia. - fundamentação adequada e específica que explique as razões pelas quais está sendo feito o overruling. Louvando o entendimento de que o Direito é dinâmico, sendo que a definição do alcance de institutos previstos na Constituição Federal há de fazer-se de modo integrativo, de acordo com as mudanças de relevo que se verificam na tábua de valores sociais, esta Corte passou a entender ser necessário amoldar a abrangência do habeas corpus a um novo espírito, visando restabelecer a eficácia de remédio constitucional tão caro ao Estado Democrático de Direito. Precedentes. (STJ, HC 281.014/RS, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 20/02/2014, DJe 27/02/2014). § 5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de computadores. - como fazem STJ e STF. Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão proferida em:

Page 3: 150345041315 Atualizacao Direito Processual Cpc Aula01

www.cers.com.br

ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

GUSTAVO NOGUEIRA

3

I - incidente de resolução de demandas repetitivas; II - recursos especial e extraordinário repetitivos. Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de direito material ou processual. - 988, IV: isso nos leva à reclamação... AÇÕES IMPUGNATIVAS Princípio da taxatividade: somente são recursos os institutos definidos como tais pela legislação federal. O sistema recursal brasileiro é regido pelo princípio da taxatividade, ou seja, apenas os recursos previstos no Código de Processo Civil serão admitidos. (STJ, PET no REsp 1311185/RN, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/04/2013, DJe 02/05/2013). À luz do princípio da taxatividade, não é cabível agravo regimental contra manifestação do órgão colegiado, pois ausente a previsão legal a amparar o meio de impugnação ora utilizado. A propósito: "O agravo regimental apenas é cabível contra decisões singulares, e não colegiadas, conforme disposição de lei e da jurisprudência desta Corte (AgRg no REsp 934.046/SP, Rel. Min. Denise Arruda, Primeira Turma, DJe 05/11/2008). (STJ, AgRg no AgRg no AREsp 427.348/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 18/02/2014, DJe 06/03/2014). Observação: no NCPC essa restrição no cabimento do agravo interno se mantém. Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, às regras do regimento interno do tribunal. As ações impugnativas não possuem natureza recursal. São ações (demandas) autônomas, ainda que se prestem à impugnação de decisões judiciais. Ex: ação rescisória, ação anulatória, reclamação e mandado de segurança.

CAPÍTULO VII DA AÇÃO RESCISÓRIA Ação destinada à desconstituir a coisa julgada material e, eventualmente, obtenção do rejulgamento da causa. Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: CPC/73 – falava em sentença de mérito. O NCPC admite com isso que as decisões interlocutórias de mérito possam transitar em julgado (cognição exauriente). Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: I - mostrar-se incontroverso; II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. - 355: julgamento antecipado do mérito (antigo julgamento antecipado da lide). - cabe agravo de instrumento, 356 § 5º. - faz coisa julgada material I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; - nenhuma novidade... III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; - novidade: simulação. IV - ofender a coisa julgada; V - violar manifestamente norma jurídica; - CPC/73: violar literal disposição de lei. Literal disposição de lei ≠ norma jurídica. Ronaldo Cramer: norma jurídica é o resultado da interpretação do dispositivo legal. Quando não há dispositivo legal, a norma é o resultado da interpretação sistemática de vários dispositivos. HTJ: são os sentidos construídos a partir da interpretação dos textos.

Page 4: 150345041315 Atualizacao Direito Processual Cpc Aula01

www.cers.com.br

ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

GUSTAVO NOGUEIRA

4

Cramer: não é necessário que, para ensejar a rescisória, a norma violada esteja prevista expressamente num dispositivo legal. Algumas normas são implícitas em nosso ordenamento, como os princípios da segurança jurídica e do duplo grau de jurisdição. 1. O fundamento para o ajuizamento da ação rescisória, mormente aquele previsto no inciso V do art. 485 do CPC – violação de literal disposição de lei –, é de tipificação estrita, em respeito à estabilidade das relações jurídicas acobertadas pela coisa julgada, visando a paz social. 2. A interpretação restrita do art. 485, V, do CPC não importa em sua interpretação literal, sob pena de não ser possível alcançar seu verdadeiro sentido e intento, e, por conseguinte, assegurar uma efetiva prestação jurisdicional. 3. É cabível ação rescisória, com amparo no art. 485, V, do CPC, contra provimento judicial de mérito transitado em julgado que ofende direito em tese, ou seja, o correto sentido da norma jurídica, assim considerada não apenas aquela positivada, mas também os princípios gerais do direito que a informam. Precedente do STJ. 4. A proibição da reformatio in pejus, cujo status principiológico é inegável, porquanto exprime uma noção primordial do sistema recursal, encontra-se implicitamente contida na regra do art. 475 do CPC, que trata da remessa necessária. 5. É cabível ação rescisória contra acórdão transitado em julgado que, em remessa necessária, houver afrontado o princípio da non reformatio in pejus. 6. Embargos de divergência rejeitados. (STJ, EREsp 935.874/SP, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, CORTE ESPECIAL, julgado em 17/06/2009, DJe 14/09/2009). Mas... SÚMULA 343

NÃO CABE AÇÃO RESCISÓRIA POR OFENSA A LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI, QUANDO A DECISÃO RESCINDENDA SE TIVER BASEADO EM TEXTO LEGAL DE INTERPRETAÇÃO CONTROVERTIDA NOS TRIBUNAIS. Firmou-se entendimento, no Supremo Tribunal Federal, no sentido do afastamento do entendimento consubstanciado na Súmula 343 do STF, na hipótese de afronta a dispositivo constitucional, em razão da supremacia da Constituição Federal sobre todo o ordenamento jurídico, sob pena do enfraquecimento de sua força normativa e, consequentemente, de sua efetividade. Tal entendimento encontra amparo na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. (STJ, AR 4.140/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 25/02/2015, DJe 05/03/2015). PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO RESCISÓRIA. VIOLAÇÃO AO ART. 485, V DO CPC NÃO ARGUIDA NAS RAZÕES DO APELO NOBRE. REAJUSTE DE 28,86%. POLICIAIS MILITARES DO DISTRITO FEDERAL. PRESCRIÇÃO. MATÉRIA CONTROVERTIDA À ÉPOCA DO JULGAMENTO E EMISSÃO DO ACÓRDÃO RESCINDENDO. APLICAÇÃO DA SÚMULA 343 DO STF. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. O cabimento da Ação Rescisória com base em violação a disposição literal de lei somente se justifica quando a ofensa se mostre aberrante, cristalina, observada primo ictu oculi, consubstanciada no desprezo do sistema jurídico (normas e princípios) pelo julgado rescindendo. Esta ofensa, por si só, não se caracteriza com o fato de haver decisões favoráveis à tese que foi rechaçada pela decisão que se pretende rescindir; não há rescisão por discrepância jurisprudencial, em especial quando se quer impor a retroação de precedentes judiciais afluentes. 2. Esse entendimento tem por suporte a constatação de que a segurança jurídica ou a estabilidade das relações sociais não se compraz somente com a aplicação dos ditados das normas (leis) escritas, pois são

Page 5: 150345041315 Atualizacao Direito Processual Cpc Aula01

www.cers.com.br

ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

GUSTAVO NOGUEIRA

5

(até) mais relevantes para esse propósito a compreensão que se emita sobre o sentido, o significado e o alcance daquelas dicções positivadas; essa é a razão pela qual a coisa julgada - e também os precedentes judiciais - devem ser enaltecidos e observados, sob a pena de se estabelecer uma completa imprevisibilidade das soluções das pendências. (STJ, AgRg no REsp 1362480/DF, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/12/2014, DJe 19/12/2014). VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória; VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. § 1o Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado. § 2o Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça: I - nova propositura da demanda; ou II - admissibilidade do recurso correspondente. - Cassio: o inciso II é enxerto, e portanto formalmente inconstitucional. Não foi aprovado no Legislativo, em nenhuma de suas Casas. Rescisória contra sentença que não é de mérito? Somente quando essa sentença impedir a propositura da mesma demanda... Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação.

§ 1º No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do art. 485, a propositura da nova ação depende da correção do vício que levou à sentença sem resolução do mérito. I – indeferimento da inicial; IV – falta dos pressupostos processuais; VI – falta de legitimidade e interesse; VII – arbitragem. III - Em tese a extinção do feito não obstaria o ajuizamento de nova ação, in casu, a ação ordinária da qual decorre o presente recurso especial, intentada com o mesmo desiderato _ a anulação do ato administrativo que restabeleceu autorização concedida ao recorrido para alterar a linha que opera entre Londrina e Porto alegre, bem como os atos posteriores aditados à referida linha. IV - Entretanto, na hipótese do autos, em sendo o julgamento pela ilegitimidade ativa ad causam, não há como se repetir o pleito, mesmo por outra ação, fazendo coisa julgada a decisão de ilegitimidade. V - "Nem sempre. No caso do nº VI se a extinção do processo se fundar em impossibilidade jurídica do pedido, poderá ser proposta outra ação, porém não a mesma; se a ilegitimidade de parte for ativa ou se faltar interesse processual ao autor, não poderá propor nova ação". (CPC 33ª ed. São Paulo: Saraiva, 2002, nota 3 ao art. 268, p. 344). (STJ, REsp 903.355/DF, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/04/2007, DJ 14/06/2007, p. 269). Perempção § 3º Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito. Admissibilidade da rescisória parcial § 3o A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.

Page 6: 150345041315 Atualizacao Direito Processual Cpc Aula01

www.cers.com.br

ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

GUSTAVO NOGUEIRA

6

Ação anulatória (CPC/73, art. 486). § 4o Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei. - o antigo inciso VIII do antigo art. 485 também “desapareceu” porque era verdadeira causa de anulatória 2. A ação anulatória, prevista no art. 486, do CPC, tem por finalidade desconstituir o ato processual, homologado judicialmente, enquanto que o alvo da ação rescisória, do art. 485, do CPC, é a sentença transitada em julgado, que faz coisa julgada material. O efeito pretendido pela primeira é a anulação do ato enquanto que na rescisória é a prolação de nova sentença no judicium rescisorium. 5. Não obstante, em sendo a sentença meramente homologatória do acordo, adstrita aos aspectos formais da transação, incabível a ação rescisória do art. 485, VIII, do CPC, posto ausente requisito primordial da rescindibilidade do julgado. Nestes casos, a desconstituição da transação, pelos defeitos dos atos jurídicos em geral, se faz por meio de ação anulatória, fulcrada no art. 486, do CPC. (STJ, REsp 450.431/PR, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/09/2003, DJ 20/10/2003, p. 185). Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória: I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular; II - o terceiro juridicamente interessado; III - o Ministério Público: a) Se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção; b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei; c) em outros casos em que se imponha sua atuação;

IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção. Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 178, o Ministério Público será intimado para intervir como fiscal da ordem jurídica quando não for parte. Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do art. 319, devendo o autor: I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento do processo; II - depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa, que se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente. § 1o Não se aplica o disposto no inciso II à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, às suas respectivas autarquias e fundações de direito público, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e aos que tenham obtido o benefício de gratuidade da justiça. Limitação do valor do depósito: novidade. § 2o O depósito previsto no inciso II do caput deste artigo não será superior a 1.000 (mil) salários-mínimos. § 3o Além dos casos previstos no art. 330, a petição inicial será indeferida quando não efetuado o depósito exigido pelo inciso II do caput deste artigo. § 4o Aplica-se à ação rescisória o disposto no art. 332. Improcedência liminar do pedido Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;

Page 7: 150345041315 Atualizacao Direito Processual Cpc Aula01

www.cers.com.br

ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

GUSTAVO NOGUEIRA

7

III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. Fim da jurisprudência defensiva na AR § 5o Reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação rescisória, o autor será intimado para emendar a petição inicial, a fim de adequar o objeto da ação rescisória, quando a decisão apontada como rescindenda: I - não tiver apreciado o mérito e não se enquadrar na situação prevista no § 2o do art. 966; II - tiver sido substituída por decisão posterior. Qual o objeto da AR? A última decisão que, no processo, apreciou o mérito da causa. Decisão que não admite recurso, p ex, não aprecia o mérito. Decisão que aprecia o mérito do recurso, mas o mérito do recurso não coincide com o mérito da causa, também não é objeto de rescisória.

Portanto está errado ajuizar no STJ, por exemplo, ação rescisória quando o último pronunciamento acerca do mérito da causa foi do TJ ou TRF. O erro não é só de incompetência, mas sim no próprio objeto da rescisória. 1. Se a matéria tratada na ação rescisória não foi objeto de exame pela decisão rescindenda, da lavra de Ministro desta Corte, mas apenas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, incide no caso o disposto na Súmula 515 do Supremo Tribunal Federal, segundo a qual "a competência para a ação rescisória não é do Supremo Tribunal

Federal, quando a questão federal, apreciada no recurso extraordinário ou no agravo de instrumento, seja diversa da que foi suscitada no pedido rescisório." 2. Inviável a remessa dos autos à Corte Regional, na medida em que houve erro no ajuizamento em razão da matéria, pois a inicial se insurge contra julgado equivocado, hipótese distinta daquela em que há mero erro na indicação do juízo competente. 3. Processo extinto sem resolução de mérito. (STJ, AR 3.851/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 22/09/2010, DJe 22/10/2010). Com o NCPC isso acaba, pois admite-se a emenda da inicial, após o declínio da competência. O Superior Tribunal de Justiça é competente para julgar ação rescisória nos casos em que, apesar de não ter sido conhecido o recurso especial com fundamento no óbice das Súmulas 282/STF e 7 e 83/STJ, a decisão rescindenda analisa o mérito da demanda. Precedentes. (STJ, AR 3.570/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 14/05/2014, DJe 28/05/2014). Essa confusão entre admissibilidade e mérito – provocada exclusivamente pela atecnia dos Tribunais – tende a acabar. Art. 932. Incumbe ao relator: III – não conhecer de recurso inadmissível... IV – negar provimento a recurso... V – dar provimento ao recurso... § 6o Na hipótese do § 5o, após a emenda da petição inicial, será permitido ao réu complementar os fundamentos de defesa, e, em seguida, os autos serão remetidos ao tribunal competente. - necessário porque o objeto da demanda será modificado. IMPORTANTE!

Page 8: 150345041315 Atualizacao Direito Processual Cpc Aula01

www.cers.com.br

ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

GUSTAVO NOGUEIRA

8

O art. 329, II, permite a alteração do pedido ou da causa de pedir, depois da citação e até o saneamento, desde que haja o consentimento do réu. Aqui na AR não se exige o consentimento do réu. Art. 969. A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória. - Rescisória não é recurso e nem tem efeito suspensivo. Procedimento Art. 970. O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quinze) dias nem superior a 30 (trinta) dias para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum. Delegação para a colheita – e não valoração – da prova Art. 972. Se os fatos alegados pelas partes dependerem de prova, o relator poderá delegar a competência ao órgão que proferiu a decisão rescindenda, fixando prazo de 1 (um) a 3 (três) meses para a devolução dos autos. Art. 973. Concluída a instrução, será aberta vista ao autor e ao réu para razões finais, sucessivamente, pelo prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único. Em seguida, os autos serão conclusos ao relator, procedendo-se ao julgamento pelo órgão competente. Julgamento Art. 974. Julgando procedente o pedido, o tribunal rescindirá a decisão, proferirá, se for o caso, novo julgamento e determinará a restituição do depósito a que se refere o inciso II do art. 968. Parágrafo único. Considerando, por unanimidade, inadmissível ou improcedente o pedido, o tribunal determinará a reversão, em favor do réu, da importância do depósito, sem prejuízo do disposto no § 2o do art. 82. Prazo decadencial

Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do último pronunciamento judicial. (Súmula 401). O termo "a quo" para o ajuizamento da ação rescisória coincide com a data do trânsito em julgado da decisão rescindenda. O trânsito em julgado, por sua vez, se dá no dia imediatamente subsequente ao último dia do prazo para o recurso em tese cabível. (STJ, REsp 1112864/MG, Rel. Ministra LAURITA VAZ, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/11/2014, DJe 17/12/2014). Acórdão TJ/TRF 15º dia - 16º dia = trânsito em julgado e 1º dia para a AR. - Contagem em anos. § 1o Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o prazo a que se refere o caput, quando expirar durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não houver expediente forense. O termo final do prazo para o ajuizamento da ação rescisória, embora decadencial, prorroga-se para o primeiro dia útil subsequente, se recair em dia de não funcionamento da secretaria do Juízo competente. Precedentes. (STJ, REsp 1112864/MG, Rel. Ministra LAURITA VAZ, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/11/2014, DJe 17/12/2014). § 2o Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. - na prática o prazo pode ir a 7 anos. § 3o Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, para o terceiro prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do momento em que têm ciência da simulação ou da colusão.

Page 9: 150345041315 Atualizacao Direito Processual Cpc Aula01

www.cers.com.br

ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

GUSTAVO NOGUEIRA

9

- na prática o prazo não tem limite. DA RECLAMAÇÃO NATUREZA JURÍDICA AÇÃO: Pontes de Miranda, José da Silva Pacheco, Leonardo Morato e outros. REMÉDIO INCOMUM: Moniz de Aragão. INCIDENTE PROCESSUAL: Frederico Marques. REMÉDIO PROCESSUAL: Dinamarco. Leonardo Morato: é a reclamação uma ação de conhecimento, com o escopo de alcançar uma decisão de mérito, que julge a lide existente entre o reclamante, o qual alega ter sofrido uma lesão a direito seu, e a autoridade reclamada, à qual se imputa a prática de desacato ou de usurpação. E essa decisão de mérito que vier a ser alcançada revestir-se-á da autoridade da coisa julgada, sendo rescindível, apenas, por ação rescisória. Por não ostentar a natureza de recurso, a reclamação constitucional ajuizada perante o STF sob a alegação de usurpação de competência por força da manutenção, em sede de agravo regimental, da negativa de admissão de recurso extraordinário, com base no art. 543-A, § 5º, do CPC e no entendimento firmado pela Excelsa Corte no julgamento da Questão de Ordem no AI n. 760.358/SE, não tem o condão de impedir o trânsito em julgado do processo principal. (STJ, AgRg no REsp 1185111/MS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 02/04/2013, DJe 17/04/2013). No julgamento da ADI 2.212 (Tribunal Pleno, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ de 14.11.2003), o Plenário do STF definiu que a reclamação não tem natureza jurídica de recurso, de ação, nem de incidente processual, mas de direito constitucional de petição, de sorte que a discussão acerca da justiça da decisão proferida pelo Tribunal de origem não pode se realizar nesta via estreita. (STJ, AgRg nos EDcl na Rcl 12.009/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, CORTE ESPECIAL, julgado em 01/08/2013, DJe 12/08/2013).

ATENÇÃO PARA A RECLAMAÇÃO DA RESOLUÇÃO 12/2009 DO STJ! 1. Consoante jurisprudência do STJ, não é possível a emenda da petição inicial das reclamações ajuizadas no STJ, com amparo na Resolução 12/2009, em razão de sua natureza jurídica recursal. 2. Ademais, a reclamação apoiada na Resolução 12/2009 é admitida para dirimir divergência entre a jurisprudência do STJ e acórdão prolatado por Turma Recursal Estadual, o caso em tela não se amolda a essa hipótese, pois se pretende a cassação de acórdão proferido pela Turma Recursal de Juizado Especial Federal. (STJ, AgRg na Rcl 16.194/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 26/03/2014, DJe 02/04/2014). Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: I - preservar a competência do tribunal; II - garantir a autoridade das decisões do tribunal; III - garantir a observância de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; IV - garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de precedente proferido em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência. Sem previsão no CPC/73, o NCPC regulamenta o instituto da reclamação, já existente por força de norma constitucional (CF, arts. 102, I, l; 103-A, § 3º e 105, I, f), para as seguintes hipóteses: 1- preservação da competência e garantia da autoridade das decisões do STF e do STJ (inclusive do STF em sede de controle concentrado de constitucionalidade); 2- garantir a correta aplicação das súmulas vinculantes do STF; 3- uniformizar a jurisprudência nas Turmas Recursais de Juizados Especiais Estaduais, quando suas decisões violarem a jurisprudência do STJ (Res. 12/2009, do STJ). Atualmente: não há previsão constitucional da reclamação dentro das hipóteses de

Page 10: 150345041315 Atualizacao Direito Processual Cpc Aula01

www.cers.com.br

ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

GUSTAVO NOGUEIRA

10

competência do TRF, nem dos demais Tribunais, apenas do STF e do STJ. Novidade NCPC: § 1o A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete ao órgão jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir. § 2o A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao presidente do tribunal. § 3o Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do processo principal, sempre que possível. § 4o As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da tese jurídica e sua não aplicação aos casos que a ela correspondam. § 5o É inadmissível a reclamação proposta após o trânsito em julgado da decisão. SÚMULA Nº 734: NÃO CABE RECLAMAÇÃO QUANDO JÁ HOUVER TRANSITADO EM JULGADO O ATO JUDICIAL QUE SE ALEGA TENHA DESRESPEITADO DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. § 6o A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão proferida pelo órgão reclamado não prejudica a reclamação. - Rcl não é recurso. NOVIDADE: CABIMENTO DA RECLAMAÇÃO. Art. 988, IV - garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de precedente proferido em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência. Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão proferida em: I - incidente de resolução de demandas repetitivas; II - recursos especial e extraordinário repetitivos.

Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de direito material ou processual.

Art. 989. Ao despachar a reclamação, o relator: I - requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado, que as prestará no prazo de 10 (dez) dias; - é a mesma previsão do art. 157 do RISTF. - a “autoridade” aqui é o prolator da decisão reclamada. II - se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado para evitar dano irreparável; - tutela de urgência. III - determinará a citação do beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 15 (quinze) dias para apresentar a sua contestação. - contraditório na Rcl. Intervenção obrigatória do MP Art. 991. Na reclamação que não houver formulado, o Ministério Público terá vista do processo por 5 (cinco) dias, após o decurso do prazo para informações e para o oferecimento da contestação pelo beneficiário do ato impugnado. Art. 992. Julgando procedente a reclamação, o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou determinará medida adequada à solução da controvérsia.