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B O L E T I M 15/12/2014 159 NÚMERO DO DIA R$ 250 mi é o quanto o Rio-2016 deve arrecadar com o licenciamento de produtos dos mascotes OFERECIMENTO Rio-2016 já iguala recorde de Londres com patrocínios POR ADALBERTO LEISTER FILHO A um ano e meio do início da próxima Olimpíada, o Comitê Rio 2016 já atingiu o mesmo montante com patrocínios que os Jogos de Londres-2012. Segundo o comitê, os organi- zadores estão perto de superar o total obtido pelos ingleses em acordos domésticos. “Os Jogos de 2012, em Lon- dres, arrecadaram 700 milhões de libras [US$ 1,1 bilhão] dos patrocinadores, um recorde para o evento. O Rio já equipa- rou esse valor, considerando-se as taxas de câmbio e de infla- ção à época da última edição da Olimpíada”, diz Renato Ciuchini, diretor comercial dos Jogos do Rio-2016, em entre- vista à Máquina do Esporte. Os patrocinadores oficiais do evento, que desembolsaram cotas mais altas e terão direito a maiores entregas, são Brades- co, Bradesco Seguros, Embra- tel, Claro, Nissan e Correios. Os organizadores esperam que essa fonte de receitas cubra a maior parte das despe- sas operacionais. “Essa verba equivale a 51% do total. Os patrocínios são o maior com- ponente do orçamento de R$ 7 bilhões para a organização dos Jogos. O restante é consti- tuído pela venda de ingressos, hospedagem e mercadorias, além do pagamento realizado pelo Comitê Olímpico Inter- nacional”, conta Ciuchini. Apesar da boa receptividade do mercado, o comitê ainda não atraiu nenhuma empresa de setores da economia como companhia aérea, petróleo, mineração e agronegócio. As conversas com as gran- des companhias continuam em andamento. “Mas não acreditamos que virá mais nenhum patrocinador de ní- vel um”, afirma o executivo. Em 2014, foram assinados 19 novos contratos menores. Des- ses, sete acordos foram no mês seguinte à Copa do Mundo.

15/12/2014 é o quanto o Rio-2016 deve arrecadar com o ... · co, Bradesco Seguros, Embra-tel, Claro, Nissan e Correios. Os organizadores esperam que essa fonte de receitas cubra

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B O L E T I M

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159 N Ú M E R O D O D I A

R$ 250 mié o quanto o Rio-2016 deve

arrecadar com o licenciamento de produtos dos mascotes

O F E R E C I M E N T O

Rio-2016 já iguala recorde de Londres com patrocínios

POR ADALBERTO LEISTER FILHO

A um ano e meio do início da próxima Olimpíada, o Comitê Rio 2016 já atingiu o mesmo montante com patrocínios que os Jogos de Londres-2012. Segundo o comitê, os organi-zadores estão perto de superar o total obtido pelos ingleses em acordos domésticos.

“Os Jogos de 2012, em Lon-dres, arrecadaram 700 milhões de libras [US$ 1,1 bilhão] dos patrocinadores, um recorde para o evento. O Rio já equipa-rou esse valor, considerando-se as taxas de câmbio e de infla-ção à época da última edição da Olimpíada”, diz Renato Ciuchini, diretor comercial dos Jogos do Rio-2016, em entre-vista à Máquina do Esporte.

Os patrocinadores oficiais do evento, que desembolsaram cotas mais altas e terão direito a maiores entregas, são Brades-co, Bradesco Seguros, Embra-tel, Claro, Nissan e Correios.

Os organizadores esperam que essa fonte de receitas

cubra a maior parte das despe-sas operacionais. “Essa verba equivale a 51% do total. Os patrocínios são o maior com-ponente do orçamento de R$ 7 bilhões para a organização dos Jogos. O restante é consti-tuído pela venda de ingressos, hospedagem e mercadorias, além do pagamento realizado pelo Comitê Olímpico Inter-nacional”, conta Ciuchini.

Apesar da boa receptividade do mercado, o comitê ainda

não atraiu nenhuma empresa de setores da economia como companhia aérea, petróleo, mineração e agronegócio. As conversas com as gran-des companhias continuam em andamento. “Mas não acreditamos que virá mais nenhum patrocinador de ní-vel um”, afirma o executivo.

Em 2014, foram assinados 19 novos contratos menores. Des-ses, sete acordos foram no mês seguinte à Copa do Mundo.

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POR REDAÇÃO

O vôlei brasileiro viveu uma ro-dada tensa neste fim de semana, a primeira da Superliga nacional após ser divulgado o relatório da Controladoria Geral da União (CGU) apontando o desvio de cerca de R$ 30 milhões da Confe-deração Brasileira de Vôlei (CBV).

Os jogadores entraram em quadra com narizes de palhaço e iniciaram uma campanha nas redes sociais pressionando a CBV a denunciar ao Ministério Público as investigações feitas pela CGU.

Liderados por Murilo, que joga no Sesi e seleção, os atle-tas querem que a CBV force uma investigação mais profunda nas contas da entidade. Entre os desvios, estavam até mes-mo premiações aos atletas.

“Vamos protestar, cobrar, dar a cara à tapa e é isso que es-tamos fazendo. Vamos até o

fim para que a CBV tome uma atitude em relação a isso”, disse Murilo ao portal UOL.

Os jogadores estudam criar uma associação para discutir di-retametne com a CBV quais me-didas tomar. Murilo diz que, se preciso, irá até o Ministério Pú-

blico para apurar as denúncias. Os atletas descartam parar a Superliga.

Outra briga nos bastidores acon-teceu na noite de sexta-feira. Presi-dida por Ary Gra-ça, ex-presidente da CBV e centro das denúncias na entidade, a FIVB, federação inter-

nacional, aplicou multas e sus-pensões ao técnico Bernardinho e jogadores por conta de acon-tecimentos no Mundial realizado na Polônia. A CBV considerou a atitude uma retaliação ao relató-rio da CGU e decidiu não mais ter o Brasil como sede da fase final da Liga Mundial de 2015.

A federação internacional ameaça, agora, impor novas punições ao país. Em comunica-do, afirmou que a atitude brasi-leira fere a decisão tomada por um “tribunal independente” da entidade, algo que, segundo a federação, “nunca aconteceu”.

Enquanto isso, o Banco do Brasil segue cobrando a mudan-ça na gestão da CBV para voltar a repassar o dinheiro do patrocí-nio de 23 anos à confederação.

Nariz de palhaço de atletas e briga com FIVB ampliam a crise no vôlei

Erich Beting é diretor da Máquina do Esporte

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O estouro do escândalo que colo-cou em turbulência o vôlei brasileiro é a síntese de um dos principais pro-blemas que existe no esporte: o di-nheiro, quase sempre, não tem dono.

Organizado por meio de associa-ções sem fins lucrativos, o esporte é um terreno fértil para desvios de verba e descontrole de gastos. Afi-nal, não há um “dono” do dinheiro a não ser a própria instituição.

No caso do vôlei, com as vitórias se acumulando nas quadras e nas areias, o mau uso do dinheiro da

CBV era “compensado” pelo bom desempenho no que realmente im-porta, que é a competição esportiva.

Na origem da organização do es-porte, ser uma entidade sem fim lu-crativo não era problema. As com-petições eram, a princípio, entre os associados do próprio clube, quase que uma forma lúdica de passar o tempo de folga do trabalho. O diri-gente, amador, era responsável por organizar os associados e, num ní-vel mais acima, organizar os clubes para disputarem uma competição.

Há pelo menos 60 anos, com o es-porte profissionalizado, esse modelo está ultrapassado. Não se pode mais o dinheiro de uma entidade não ter dono. Da mesma forma, é impensá-vel que o gestor de uma entidade es-portiva não seja remunerado.

O esporte já saiu da era amadora dentro da quadra faz muito tempo. Chegamos ao limite que obriga ago-ra gestores a se profissionalizarem e as entidades a cobrarem o bom uso de seu dinheiro. Esse é o próximo passo na evolução do esporte.

Dinheiro sem um dono é um dos principais problemas do esporte

POR REDAÇÃO

Após a renovação de patrocínio com a Emira-tes, o Milan traça planos para a construção de seu futuro estádio. Os naming rights da nova arena devem ser vendidos para a companhia aérea.

O estádio, com capacidade para 42 mil pessoas, começaria a ser erguido em 2016 e ficaria pronto em 2020. Com isso, o clube deixaria de comparti-lhar seus mandos com a Inter de Milão no estádio San Siro, que tem capacidade para 80 mil torce-dores, mas raramente está 100% ocupado.

O projeto da arena foi elaborado pelo arquiteto Fabio Novembre e é inspirado no estádio Olímpi-co de Munique, ex-casa do Bayern, e no Juventus Stadium, do rival de Turim. Assim como a antiga sede do clube alemão, a edificação teria um es-paço comercial abaixo do estádio. Da Juventus, o Milan copiou o desenho de colocar os torcedores

bem próximos ao campo.

Os planos de construção do novo estádio estão sendo conduzidos por Barbara Berlus-coni, filha de Silvio Berlusconi, dono e presi-dente do Milan, detentor de 7 títulos da Liga dos Campeões, o último dos quais obtido em 2007. O time, porém, vive período de vacas magras, e está fora da zona de classificação para a Liga dos Campeões-2015. A equipe jogou pela última vez a copa europeia na temporada passada, mas não conseguiu sequer passar da primeira fase.

DA REDAÇÃO

Milan se espelha em rivais para montar projeto de novo estádio com a Emirates

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POR ADALBERTO LEISTER FILHO

A WTA, entidade que coman-da o tênis feminino, anunciou o maior acordo pelos direitos de TV da história da modalidade. Por um contrato de dez anos e US$ 525 milhões de dólares, o Perform Group assegurou os direitos de transmissão do es-porte. Para se ter uma ideia, isso representa um aumento de 317% em relação aos valores atuais.

O acordo foi anunciado por Sta-cey Allaster, presidente da WTA. Ela ainda confirmou que o acordo terá início em 2017 e vai até 2026. Nas duas próximas temporadas os direitos já foram negociados para ESPN e Tennis Channel.

“É uma mudança do jogo e um momento histórico para nos-

sos fãs e para o esporte feminino”, comemorou a dirigente. “Nossa nova estratégia é transmitir os 2 mil principais jogos de simples proporcionando uma exposição global para nossas jogadoras, torneios e patrocinado-res”, acrescentou Allaster.

O Perform Group, novo ges-tor dos direitos de transmissão do tênis feminino, é um grupo de comunicação britânico que irá criar, com a chancela oficial, a WTA Media, nova plataforma de comunicação para o circuito feminino no mundo e irá oferecer conteúdos exclusivos ao público.

Além dos jogos de simples, a nova empresa também irá trans-

mitir todos os jogos de duplas do calendário feminino a partir das semifinais. Além disso, a empresa também irá abastecer o noticiário do tênis, com um aumento de 40% no número de reportagens. Também irá pro-mover ações nas redes sociais.

“É uma nova era não ape-nas para o tênis, como para o esporte feminino como um todo”, festejou Allaster.

Tênis feminino alcança cifra de meio bilhão de dólares com direitos de TV