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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _______ VARA CÍVEL DE GUANAMBI, BAHIA. _______ VARA CÍVEL DE GUANAMBI, BAHIA. EMPRESA Y LTDA EMPRESA Y LTDA , pessoa jurídica , pessoa jurídica de direito privado (CC, art. 44, inc. II), de direito privado (CC, art. 44, inc. II), inscrita no CNPJ(MF) sob o nº. 11.222.333/0001-00, inscrita no CNPJ(MF) sob o nº. 11.222.333/0001-00, estabelecida na Rua X, nº. 0000 - Fortaleza(CE) – estabelecida na Rua X, nº. 0000 - Fortaleza(CE) – CEP CEP nº 11222- nº 11222- 333, bem como, 333, bem como, JOSÉ DAS TANTAS JOSÉ DAS TANTAS , brasileiro, , brasileiro, solteiro, maior, empresário, com endereço sito solteiro, maior, empresário, com endereço sito na na Rua Z, nº. 0000 – Fortaleza(CE) Rua Z, nº. 0000 – Fortaleza(CE) CEP CEP nº. 22333-444, nº. 22333-444, possuidor do CPF(MF) nº. 444.333.222-55, razão possuidor do CPF(MF) nº. 444.333.222-55, razão qual vem, com o devido respeito à presença de qual vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seus patronos, Vossa Excelência, por intermédio de seus patronos, Bels. Bels. Igor Huady Cerqueira Ribeiro Igor Huady Cerqueira Ribeiro e e Diego Martins Diego Martins de Souza de Souza , que ao final subscrevem --- , que ao final subscrevem --- instrumento instrumento procuratório acostado procuratório acostado --- causídicos inscritos na Ordem --- causídicos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção da Bahia, sob os dos Advogados do Brasil, Seção da Bahia, sob os nºs. 38.143 e 38.352, ambos com seu escritório nºs. 38.143 e 38.352, ambos com seu escritório

153056372-Acao-Revisional-Finame-Alienacao-Fiduciaria-BC260 (gilberto - falta pedir assistência judiciária)

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _______ VARAEXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _______ VARA

CÍVEL DE GUANAMBI, BAHIA.CÍVEL DE GUANAMBI, BAHIA.

EMPRESA Y LTDAEMPRESA Y LTDA, pessoa jurídica de direito privado, pessoa jurídica de direito privado

(CC, art. 44, inc. II), inscrita no CNPJ(MF) sob o nº. 11.222.333/0001-00,(CC, art. 44, inc. II), inscrita no CNPJ(MF) sob o nº. 11.222.333/0001-00,

estabelecida na Rua X, nº. 0000 - Fortaleza(CE) – estabelecida na Rua X, nº. 0000 - Fortaleza(CE) – CEPCEP nº 11222-333, bem como, nº 11222-333, bem como,

JOSÉ DAS TANTASJOSÉ DAS TANTAS, brasileiro, solteiro, maior, empresário, com endereço sito , brasileiro, solteiro, maior, empresário, com endereço sito nana

Rua Z, nº. 0000 – Fortaleza(CE)Rua Z, nº. 0000 – Fortaleza(CE) – – CEPCEP nº. 22333-444, possuidor do CPF(MF) nº. nº. 22333-444, possuidor do CPF(MF) nº.

444.333.222-55, razão qual vem, com o devido respeito à presença de Vossa444.333.222-55, razão qual vem, com o devido respeito à presença de Vossa

Excelência, por intermédio de seus patronos, Bels. Excelência, por intermédio de seus patronos, Bels. Igor Huady Cerqueira RibeiroIgor Huady Cerqueira Ribeiro

e e Diego Martins de SouzaDiego Martins de Souza, que ao final subscrevem --- , que ao final subscrevem --- instrumento procuratórioinstrumento procuratório

acostadoacostado --- causídicos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção da --- causídicos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção da

Bahia, sob os nºs. 38.143 e 38.352, ambos com seu escritório profissionalBahia, sob os nºs. 38.143 e 38.352, ambos com seu escritório profissional

consignado no mandato acostado, onde, em atendimento aos ditames contidos noconsignado no mandato acostado, onde, em atendimento aos ditames contidos no

art. 39, inciso I do Estatuto de Ritos, para aforar a vertenteart. 39, inciso I do Estatuto de Ritos, para aforar a vertente

AÇÃO REVISIONAL CONTRATUALAÇÃO REVISIONAL CONTRATUAL

C/C PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELAC/C PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA

contra contra o o BANCO XXXBANCO XXX, instituição financeira de direito, instituição financeira de direito

privado, inscrita no CNPJ/MF sob n° 11.222.333/0001-44, estabelecida(privado, inscrita no CNPJ/MF sob n° 11.222.333/0001-44, estabelecida(CC, art.CC, art.

75, § 1º75, § 1º), ), na Rua Y, nº. 0000, em São Paulo (SP) – na Rua Y, nº. 0000, em São Paulo (SP) – CEPCEP 22555-666, 22555-666, em em

decorrência das justificativas de ordem fática e de direito abaixo delineadas.decorrência das justificativas de ordem fática e de direito abaixo delineadas.

I - CONSIDERAÇÕES FÁTICASI - CONSIDERAÇÕES FÁTICAS

As partes ora litigantes entabularam o Contrato deAs partes ora litigantes entabularam o Contrato de

Abertura de Crédito Abertura de Crédito nº. 0000/001nº. 0000/001, com garantia real (alienação fiduciária), na data, com garantia real (alienação fiduciária), na data

de XX/YY/ZZZZ, objetivando a aquisição dos seguintes veículos:de XX/YY/ZZZZ, objetivando a aquisição dos seguintes veículos:

1 – Volkswagen CAM e ONI, modelo CAM 8.120 EURO III, ano 0000,1 – Volkswagen CAM e ONI, modelo CAM 8.120 EURO III, ano 0000,

Mod. 0000, Chassi nº. 112233R5AR002796 – placas NNN 0000;Mod. 0000, Chassi nº. 112233R5AR002796 – placas NNN 0000;

2 - Volkswagen CAM e ONI, modelo CAM 8.120 EURO III, ano 0000,2 - Volkswagen CAM e ONI, modelo CAM 8.120 EURO III, ano 0000,

Mod. 0000, Chassi nº. 5544332R2AR003145 – placas NNN 9999;Mod. 0000, Chassi nº. 5544332R2AR003145 – placas NNN 9999;

Como remuneração, para pagamento do empréstimoComo remuneração, para pagamento do empréstimo

de R$ .x.x.x (.x.x.x.x), foram convencionadas taxas de 7,00% a.a.(sete por cento)de R$ .x.x.x (.x.x.x.x), foram convencionadas taxas de 7,00% a.a.(sete por cento)

ao ano de taxa de custo de operação, com spread bancário de básico de 4,00%ao ano de taxa de custo de operação, com spread bancário de básico de 4,00%

a.a(quatro por cento) ao ano e spread de risco de 3,00% a.a.(três por cento) aoa.a(quatro por cento) ao ano e spread de risco de 3,00% a.a.(três por cento) ao

ano. O financiamento em espécie fora convencionado para pagamento em 60ano. O financiamento em espécie fora convencionado para pagamento em 60

(sessenta) meses. (sessenta) meses.

Anote-se que a linha de crédito disponibilizada aAnote-se que a linha de crédito disponibilizada a

Autora – pessoa jurídica – foi direcionada através do FINAME, cujos recursos deAutora – pessoa jurídica – foi direcionada através do FINAME, cujos recursos de

caráter público foram gerenciados pela Promovida, na condição de agentecaráter público foram gerenciados pela Promovida, na condição de agente

financeiro e que estes provêm da Agência Nacional Especial de Financiamentofinanceiro e que estes provêm da Agência Nacional Especial de Financiamento

Industrial ou do BNDES, como consta explicitamente do instrumento contratual emIndustrial ou do BNDES, como consta explicitamente do instrumento contratual em

vertente. vertente.

Por conta dos elevados(e ilegais) encargos contratuais,Por conta dos elevados(e ilegais) encargos contratuais,

não acobertados pela legislação, o Autor não conseguiu pagar mais os valoresnão acobertados pela legislação, o Autor não conseguiu pagar mais os valores

acertados contratualmente. acertados contratualmente.

Restou-lhe, assim, buscar o Poder Judiciário, paraRestou-lhe, assim, buscar o Poder Judiciário, para

declarar a cobrança abusiva, ilegal e não contratada, afastando os efeitos dadeclarar a cobrança abusiva, ilegal e não contratada, afastando os efeitos da

inadimplência, onde pretender a revisão dos termos do que fora pactuado (e seusinadimplência, onde pretender a revisão dos termos do que fora pactuado (e seus

reflexos) que importam na remuneração e nos encargos moratórios pelareflexos) que importam na remuneração e nos encargos moratórios pela

inadimplência:inadimplência:

Cláusula 1.5. – JurosCláusula 1.5. – Juros

Cláusula 4 – Atrasos de pagamento - encargosCláusula 4 – Atrasos de pagamento - encargos

HOC IPSUM EST.HOC IPSUM EST.

II - NO MÉRITOII - NO MÉRITO

DELIMITAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS CONTROVERTIDASDELIMITAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS CONTROVERTIDAS

CPC, art. 285-BCPC, art. 285-B

Observa-se que a relação contratual entabulada entreObserva-se que a relação contratual entabulada entre

as partes é de as partes é de empréstimoempréstimo, razão qual o Autor, à luz da regra contida no , razão qual o Autor, à luz da regra contida no art. 285-art. 285-

B, da Legislação Adjetiva CivilB, da Legislação Adjetiva Civil, cuida de balizar, com a exordial, as obrigações, cuida de balizar, com a exordial, as obrigações

contratuais alvo desta controvérsia judicial. contratuais alvo desta controvérsia judicial.

O Promovente almeja alcançar provimento judicial deO Promovente almeja alcançar provimento judicial de

sorte a afastar os encargos contratuais tidos por ilegais. Nessa esteira desorte a afastar os encargos contratuais tidos por ilegais. Nessa esteira de

raciocínio, a querela gravitará com a pretensão de fundo para:raciocínio, a querela gravitará com a pretensão de fundo para:

( a ) afastar a cobrança de juros capitalizados mensais( a ) afastar a cobrança de juros capitalizados mensais; ;

FundamentoFundamento: ausência de ajuste expresso neste sentido.: ausência de ajuste expresso neste sentido.

( b ) reduzir os juros remuneratórios( b ) reduzir os juros remuneratórios; ;

FundamentoFundamento: taxa que ultrapassa a média do mercado.: taxa que ultrapassa a média do mercado.

( c ) excluir os encargos moratórios;( c ) excluir os encargos moratórios;

FundamentoFundamento: o Autor não se encontra em mora, posto que foram cobrados: o Autor não se encontra em mora, posto que foram cobrados

encargos contratuais ilegalmente durante o período de normalidade.encargos contratuais ilegalmente durante o período de normalidade.

Dessarte, tendo em conta as disparidades legaisDessarte, tendo em conta as disparidades legais

supra-anunciadas, o Promovente acosta planilha com cálculos (supra-anunciadas, o Promovente acosta planilha com cálculos (doc. 02doc. 02) que) que

demonstra o valor a ser pago:demonstra o valor a ser pago:

( a ) Valor da obrigação ajustada no contrato R$ 0.000,00 ( .x.x.x. );( a ) Valor da obrigação ajustada no contrato R$ 0.000,00 ( .x.x.x. );

( b ) valor ( b ) valor controversocontroverso da parcela R$ 000,00 ( x.x.x. ); da parcela R$ 000,00 ( x.x.x. );

( c ) valor ( c ) valor incontroversoincontroverso da parcela R$ 000,00 ( x.x.x. ). da parcela R$ 000,00 ( x.x.x. ).

Nesse compasso, com supedâneo na regra processualNesse compasso, com supedâneo na regra processual

ora invocada, o Autor requer que Vossa Excelência defira o depósito, em juízo, daora invocada, o Autor requer que Vossa Excelência defira o depósito, em juízo, da

parte parte controversacontroversa. Por outro ângulo, pleiteia que a Promovida seja instada a acatar. Por outro ângulo, pleiteia que a Promovida seja instada a acatar

o pagamento da quantia o pagamento da quantia incontroversaincontroversa, acima mencionada, a qual será paga junto, acima mencionada, a qual será paga junto

à agência da instituição ré, no mesmo prazo contratual avençado. à agência da instituição ré, no mesmo prazo contratual avençado.

( a ) APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (CDC)( a ) APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (CDC)

Consabido que a prestação de serviços bancáriosConsabido que a prestação de serviços bancários

encontra-se regida pelas normas de proteção ao consumidor. Isto porque,encontra-se regida pelas normas de proteção ao consumidor. Isto porque,

plenamente cabível o enquadramento das instituições financeiras, plenamente cabível o enquadramento das instituições financeiras, prestadora deprestadora de

serviçosserviços, na conceituação de , na conceituação de fornecedorfornecedor, preconizada , preconizada no art. 3º, caput, da Leino art. 3º, caput, da Lei

n. 8.078/90n. 8.078/90. De igual sorte, perfeitamente compreendida a situação do aderente na. De igual sorte, perfeitamente compreendida a situação do aderente na

definição de definição de consumidorconsumidor, disposta no , disposta no caputcaput do art. 2º do art. 2º do mesmo ordenamento: do mesmo ordenamento:

Art. 3º - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,Art. 3º - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,

nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, quenacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que

desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção,desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção,

transformação, importação, exportação, distribuição ou comercializaçãotransformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização

de produtos ou prestação de serviços.de produtos ou prestação de serviços.

Art. 2º - Consumidor é toda a pessoa física ou jurídica que adquire ouArt. 2º - Consumidor é toda a pessoa física ou jurídica que adquire ou

utiliza produto ou serviço como destinatário final. utiliza produto ou serviço como destinatário final.

Como pode ser observado, ambos os dispositivosComo pode ser observado, ambos os dispositivos

remetem às expressões "remetem às expressões "produtosprodutos" ou "" ou "prestação de serviçosprestação de serviços" a fim de se aferir" a fim de se aferir

a efetiva aplicabilidade da legislação protetiva às atividades desenvolvidas noa efetiva aplicabilidade da legislação protetiva às atividades desenvolvidas no

mercado financeiro, como demonstrado.mercado financeiro, como demonstrado.

E, também sob esse aspecto, inequívoco que asE, também sob esse aspecto, inequívoco que as

atividades bancárias, financeiras e de crédito restam inseridas na enunciação deatividades bancárias, financeiras e de crédito restam inseridas na enunciação de

produtos e serviçosprodutos e serviços, por força de preceito legal expresso nesse sentido:, por força de preceito legal expresso nesse sentido:

Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,

mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, demediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de

crédito ou securitária, salvo as decorrentes das relações de carátercrédito ou securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter

trabalhista. (art. 3º, § 2º, do CDC). trabalhista. (art. 3º, § 2º, do CDC).

Afora isso, a submissão das atividades bancárias àsAfora isso, a submissão das atividades bancárias às

normas protetivas consumeristas é entendimento já sumulado pelo normas protetivas consumeristas é entendimento já sumulado pelo SUPERIORSUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇATRIBUNAL DE JUSTIÇA, conforme extrai-se:, conforme extrai-se:

Súmula 297 do STJSúmula 297 do STJ - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às

instituições financeiras.instituições financeiras.

Acompanhando o preceito sumular, colhem-se osAcompanhando o preceito sumular, colhem-se os

seguintes precedentes emanados pelas Cortes Superioresseguintes precedentes emanados pelas Cortes Superiores::

APELAÇÃO CÍVEL. REVISIONAL DE CONTRATO DE MÚTUO. APLICAÇÃOAPELAÇÃO CÍVEL. REVISIONAL DE CONTRATO DE MÚTUO. APLICAÇÃO

DO CDC. EXEGESE DA SÚMULA Nº 297 DO STJ. CAPITALIZAÇÃO DEDO CDC. EXEGESE DA SÚMULA Nº 297 DO STJ. CAPITALIZAÇÃO DE

JUROS VEDADA. JUROS REMUNERATÓRIOS. INEXISTÊNCIA DEJUROS VEDADA. JUROS REMUNERATÓRIOS. INEXISTÊNCIA DE

LIMITAÇÃO CONSTITUCIONAL DE 12% AO ANO. VALIDADE DO CÁLCULOLIMITAÇÃO CONSTITUCIONAL DE 12% AO ANO. VALIDADE DO CÁLCULO

REALIZADO POR CONTADOR JUDICIAL. CONSIGNAÇÃO EM FOLHA DEREALIZADO POR CONTADOR JUDICIAL. CONSIGNAÇÃO EM FOLHA DE

PAGAMENTO. SUSPENSÃO. DEPÓSITO EM JUÍZO. SUBSTITUIÇÃO DAPAGAMENTO. SUSPENSÃO. DEPÓSITO EM JUÍZO. SUBSTITUIÇÃO DA

TABELA PRICE PELO SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO. REPETIÇÃO DOTABELA PRICE PELO SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO. REPETIÇÃO DO

INDÉBITO. FORMA SIMPLES. INDÉBITO. FORMA SIMPLES.

1. O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições1. O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições

financeiras. Incidência da Súmula nº 297 do STJ; financeiras. Incidência da Súmula nº 297 do STJ;

2. Conforme o enunciado da Súmula nº 121, do STF "É vedada a2. Conforme o enunciado da Súmula nº 121, do STF "É vedada a

capitalização de juros, ainda que expressamente convencionada; capitalização de juros, ainda que expressamente convencionada;

3. A limitação constitucional dos juros já é matéria superada em face da3. A limitação constitucional dos juros já é matéria superada em face da

revogação do § 3º, do artigo 192, da CF, pela Emenda Constitucional nºrevogação do § 3º, do artigo 192, da CF, pela Emenda Constitucional nº

40, de 29 de maio de 2003, não havendo qualquer óbice para a40, de 29 de maio de 2003, não havendo qualquer óbice para a

pactuação acima de 12 % a. A., desde que respeitada a taxa média dopactuação acima de 12 % a. A., desde que respeitada a taxa média do

mercado; mercado;

4. A planilha de cálculo elaborada por Contador Judicial representa4. A planilha de cálculo elaborada por Contador Judicial representa

solução de pessoa desinteressada e abalizada; solução de pessoa desinteressada e abalizada;

5. O fato de haver sido determinada a consignação judicial das parcelas5. O fato de haver sido determinada a consignação judicial das parcelas

vencidas e vincendas, incompatibilizavencidas e vincendas, incompatibilizase com o desconto em folha dese com o desconto em folha de

pagamento; pagamento;

6. A Tabela Price, por sua fórmula exponencial, enseja a capitalização dos6. A Tabela Price, por sua fórmula exponencial, enseja a capitalização dos

juros, fenômeno vedado pelo ordenamento jurídico (Decreto nºjuros, fenômeno vedado pelo ordenamento jurídico (Decreto nº

22.626/33 e Súmula nº 121 do STF); 22.626/33 e Súmula nº 121 do STF);

7. Inviável a repetição do indébito em dobro (Art. 42, § único, CDC), que7. Inviável a repetição do indébito em dobro (Art. 42, § único, CDC), que

só tem lugar quando demonstrado erro ou má fé na cobrança, o que nãosó tem lugar quando demonstrado erro ou má fé na cobrança, o que não

ocorre quando está o demandado a exigir o crédito nos moldes doocorre quando está o demandado a exigir o crédito nos moldes do

contrato; contrato;

8. Ambas apelações conhecidas, porém improvidas. (8. Ambas apelações conhecidas, porém improvidas. (TJCETJCE - AC 0026104 - AC 0026104--

51.2004.8.06.0000; Sétima Câmara Cível; Rel. Des. Francisco Lincoln51.2004.8.06.0000; Sétima Câmara Cível; Rel. Des. Francisco Lincoln

Araújo e Silva; DJCE 18/04/2012; Pág. 84)Araújo e Silva; DJCE 18/04/2012; Pág. 84)

RECURSO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO CONHECIDOS. OSRECURSO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO CONHECIDOS. OS

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, QUANDO TEMPESTIVOS, AINDA QUEEMBARGOS DE DECLARAÇÃO, QUANDO TEMPESTIVOS, AINDA QUE

NÃO SEJAM CONHECIDOS, INTERROMPEM O PRAZO PARANÃO SEJAM CONHECIDOS, INTERROMPEM O PRAZO PARA

INTERPOSIÇÃO DE QUAISQUER OUTROS RECURSOS. TEMPESTIVIDADEINTERPOSIÇÃO DE QUAISQUER OUTROS RECURSOS. TEMPESTIVIDADE

RECONHECIDA. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. PEDIDO EM SEDERECONHECIDA. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. PEDIDO EM SEDE

DE CONTESTAÇÃO. CONCESSÃO. REVOGAÇÃO EM SEDE DE SENTENÇA.DE CONTESTAÇÃO. CONCESSÃO. REVOGAÇÃO EM SEDE DE SENTENÇA.

NÃO SE JUSTIFICA A REVOGAÇÃO DE OFÍCIO DO BENEFÍCIO DANÃO SE JUSTIFICA A REVOGAÇÃO DE OFÍCIO DO BENEFÍCIO DA

GRATUIDADE, CONCEDIDO NO CURSO DOS AUTOS, SE NÃO HOUVEGRATUIDADE, CONCEDIDO NO CURSO DOS AUTOS, SE NÃO HOUVE

PROVA DE ALTERAÇÃO NA CONDIÇÃO ECONÔMICA DO BENEFICIÁRIOPROVA DE ALTERAÇÃO NA CONDIÇÃO ECONÔMICA DO BENEFICIÁRIO

ENTRE A CONCESSÃO E A REVOGAÇÃO. BENEFÍCIO RESTAURADO.ENTRE A CONCESSÃO E A REVOGAÇÃO. BENEFÍCIO RESTAURADO.

CONTRATOS BANCÁRIOS. CRÉDITO DIREITO AO CONSUMIDOR.CONTRATOS BANCÁRIOS. CRÉDITO DIREITO AO CONSUMIDOR.

REESCALONAMENTO. COBRANÇA. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA.REESCALONAMENTO. COBRANÇA. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA.

JUROS. ANATOCISMO. PARCELAS PRÉ-FIXADAS. JUROS. ANATOCISMO. PARCELAS PRÉ-FIXADAS.

1. A subsunção das instituições financeiras ao CDC (STJ, Súmula nº 297),1. A subsunção das instituições financeiras ao CDC (STJ, Súmula nº 297),

não implica a priori em nulidade de pleno direito de cláusulas livrementenão implica a priori em nulidade de pleno direito de cláusulas livremente

pactuadas, desde que não haja nada que mitigue os princípios dapactuadas, desde que não haja nada que mitigue os princípios da

autonomia de vontade e da obrigatoriedade. autonomia de vontade e da obrigatoriedade.

2. Inexiste capitalização de juros nos contratos com período, número e2. Inexiste capitalização de juros nos contratos com período, número e

valor das parcelas previamente fixados. valor das parcelas previamente fixados.

3. As disposições do Decreto nº 22.626/1933 não se aplicam às taxas de3. As disposições do Decreto nº 22.626/1933 não se aplicam às taxas de

juros e aos outros encargos cobrados nas operações realizadas porjuros e aos outros encargos cobrados nas operações realizadas por

instituições públicas ou privadas, que integram o Sistema Financeiroinstituições públicas ou privadas, que integram o Sistema Financeiro

Nacional. (STF, Súmula nº 596). Nacional. (STF, Súmula nº 596).

4. Ao optar pela cobrança judicial o credor se sujeita à atualização4. Ao optar pela cobrança judicial o credor se sujeita à atualização

monetária do débito consolidado pela Tabela Prática do TJSP, não maismonetária do débito consolidado pela Tabela Prática do TJSP, não mais

incidindo a comissão de permanência. Recurso da autora parcialmenteincidindo a comissão de permanência. Recurso da autora parcialmente

provido e recurso do banco não provido. (provido e recurso do banco não provido. (TJSPTJSP - APL 9158904- - APL 9158904-

24.2007.8.26.0000; Ac. 5813778; São José dos Campos; Décima Oitava24.2007.8.26.0000; Ac. 5813778; São José dos Campos; Décima Oitava

Câmara de Direito Privado; Rel. Des. William Marinho; Julg. 14/12/2011;Câmara de Direito Privado; Rel. Des. William Marinho; Julg. 14/12/2011;

DJESP 18/04/2012)DJESP 18/04/2012)

Nesta esteira de raciocínio, colecionamos as lições deNesta esteira de raciocínio, colecionamos as lições de

NELSON NERY JUNIORNELSON NERY JUNIOR, quando professa que:, quando professa que:

Contratos bancários. Todas as operações e contratos bancários seContratos bancários. Todas as operações e contratos bancários se

encontram sob o regime jurídico do CDC. Não só os serviços bancários,encontram sob o regime jurídico do CDC. Não só os serviços bancários,

expressamente previstos no CDC 3º, § 2º, mas qualquer outra atividade,expressamente previstos no CDC 3º, § 2º, mas qualquer outra atividade,

dado que o banco é sociedade anônima, reconhecida sua atividade comodado que o banco é sociedade anônima, reconhecida sua atividade como

sendo de comércio, por expressa determinação do CCom 119. Assim, assendo de comércio, por expressa determinação do CCom 119. Assim, as

atividades bancárias são de comércio, e o comerciante é fornecedoratividades bancárias são de comércio, e o comerciante é fornecedor

conforme prevê o caput do CDC 3º. Por ser comerciante, o banco é,conforme prevê o caput do CDC 3º. Por ser comerciante, o banco é,

sempre, fornecedor de produtos e serviços. (sempre, fornecedor de produtos e serviços. (InIn, , Código de Processo CivilCódigo de Processo Civil

ComentadoComentado. 3ª ed. São Paulo: RT, 1997, p. 1372, nota n. 12).. 3ª ed. São Paulo: RT, 1997, p. 1372, nota n. 12).

No mesmo sentido:No mesmo sentido:

As operações bancárias estão abrangidas pelo regime jurídico do CDC,As operações bancárias estão abrangidas pelo regime jurídico do CDC,

desde que constituam relações jurídicas de consumo. [...] Não há dúvidadesde que constituam relações jurídicas de consumo. [...] Não há dúvida

sobre a natureza jurídica da atividade bancária, que se qualifica comosobre a natureza jurídica da atividade bancária, que se qualifica como

empresarial. [...] Analisado o problema da classificação do banco comoempresarial. [...] Analisado o problema da classificação do banco como

empresa e de sua atividade negocial, tem-se que é considerado pelo art.empresa e de sua atividade negocial, tem-se que é considerado pelo art.

3º, caput, do CDC, como fornecedor, vale dizer, um dos sujeitos da3º, caput, do CDC, como fornecedor, vale dizer, um dos sujeitos da

relação de consumo. O produto da atividade negocial do banco é orelação de consumo. O produto da atividade negocial do banco é o

crédito; agem os bancos, ainda, na qualidade de prestadores de serviço,crédito; agem os bancos, ainda, na qualidade de prestadores de serviço,

quando recebem tributos mesmo de não clientes, fornecem extratos dequando recebem tributos mesmo de não clientes, fornecem extratos de

contas bancárias por meio de computadores etc. [...] Suas atividadescontas bancárias por meio de computadores etc. [...] Suas atividades

envolvem, pois, os dois objetos das relações de consumo: os produtos eenvolvem, pois, os dois objetos das relações de consumo: os produtos e

os serviços. (GRINOVER, Ada Pellegrini, et al. os serviços. (GRINOVER, Ada Pellegrini, et al. Código Brasileiro de DefesaCódigo Brasileiro de Defesa

do Consumidor: comentado pelos autores do anteprojeto.do Consumidor: comentado pelos autores do anteprojeto. 8. ed. Rio de 8. ed. Rio de

Janeiro: Forense Universitária, 2004, p. 524/526).Janeiro: Forense Universitária, 2004, p. 524/526).

Com a mesma sorte de entendimento,Com a mesma sorte de entendimento, com respeito com respeito

ao tema de FINAMEao tema de FINAME, evidenciamos julgados de diversos Tribunais:, evidenciamos julgados de diversos Tribunais:

APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO DE CÉDULAAPELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO DE CÉDULA

RURAL PIGNORATÍCIA. RURAL PIGNORATÍCIA. FINAME AGRÍCOLAFINAME AGRÍCOLA. PROGRAMA MODERFROTA.. PROGRAMA MODERFROTA.

AGRAVO RETIDO. ILEGITIMIDADE ATIVA DOS AVALISTAR. AUSÊNCIA DEAGRAVO RETIDO. ILEGITIMIDADE ATIVA DOS AVALISTAR. AUSÊNCIA DE

INTERESSE DE AGIR. INTERESSE DE AGIR.

Inexiste óbice à pretensão revisional, também dos avalistas, pois, comoInexiste óbice à pretensão revisional, também dos avalistas, pois, como

garantidores do adimplemento contratual, não carecem de interesse degarantidores do adimplemento contratual, não carecem de interesse de

agir. Preliminar de inovação recursal da parte autora (afastamento daagir. Preliminar de inovação recursal da parte autora (afastamento da

mora). Sob pena de supressão de um grau de jurisdição, em sedemora). Sob pena de supressão de um grau de jurisdição, em sede

recursal, é incabível a inovação no pedido inicial, que se refere àrecursal, é incabível a inovação no pedido inicial, que se refere à

pretensão de afastamento da mora, impondo-se o não conhecimento dopretensão de afastamento da mora, impondo-se o não conhecimento do

recurso no ponto. Preliminar de ausência de fundamento do recurso.recurso no ponto. Preliminar de ausência de fundamento do recurso.

Preenchidos os requisitos do art. 514 do CPC, não há que se falar emPreenchidos os requisitos do art. 514 do CPC, não há que se falar em

ausência de fundamentação da apelação oferecida pela parte autora.ausência de fundamentação da apelação oferecida pela parte autora.

Incidência do CDC. No contrato de cédula rural pignoratícia, é certa aIncidência do CDC. No contrato de cédula rural pignoratícia, é certa a

incidência do Código de Defesa do Consumidor, como prevê o seu art. 3º,incidência do Código de Defesa do Consumidor, como prevê o seu art. 3º,

§ 2º, assim como do art. 166 do Código Civil, que autorizam a sua revisão.§ 2º, assim como do art. 166 do Código Civil, que autorizam a sua revisão.

Súmula nº 297 do STJ. Taxa de juros remuneratórios. nas cédulas deSúmula nº 297 do STJ. Taxa de juros remuneratórios. nas cédulas de

crédito rural, industrial e comercial (não abrangidas pelo RESP. 1.061.530crédito rural, industrial e comercial (não abrangidas pelo RESP. 1.061.530

do STJ), ausente prova de autorização dos cmn, os juros remuneratóriosdo STJ), ausente prova de autorização dos cmn, os juros remuneratórios

devem ser limitados em 12% ao ano. Juros moratórios. Os jurosdevem ser limitados em 12% ao ano. Juros moratórios. Os juros

moratórios são de 1% ao mês, conforme disposto no RESP. 1.061.530.moratórios são de 1% ao mês, conforme disposto no RESP. 1.061.530.

Multa. A multa contratual, em caso de mora, incide no percentual de 2%Multa. A multa contratual, em caso de mora, incide no percentual de 2%

sobre o valor da parcela inadimplida. Correção monetária. Inexistindosobre o valor da parcela inadimplida. Correção monetária. Inexistindo

pactuação da comissão de permanência e não tendo sido pactuada a TR,pactuação da comissão de permanência e não tendo sido pactuada a TR,

deve ser mantido o IGP-m como índice de correção monetária, conformedeve ser mantido o IGP-m como índice de correção monetária, conforme

determinado pela sentença, por ser aquele que melhor reflete adeterminado pela sentença, por ser aquele que melhor reflete a

desvalorização da moeda no período. Carência de interesse recursaldesvalorização da moeda no período. Carência de interesse recursal

(incidência do CDC e juros moratórios). Tendo a sentença reconhecido a(incidência do CDC e juros moratórios). Tendo a sentença reconhecido a

aplicabilidade do CDC ao contrato revisando e limitados os jurosaplicabilidade do CDC ao contrato revisando e limitados os juros

moratórios em 1% ao ano, carece de interesse recursal a partemoratórios em 1% ao ano, carece de interesse recursal a parte

autora/apelante, nestes pontos, impondo-se o não conhecimento doautora/apelante, nestes pontos, impondo-se o não conhecimento do

recurso quanto às matérias. Capitalização. Diante da ausência derecurso quanto às matérias. Capitalização. Diante da ausência de

pactuação quanto à capitalização mensal dos juros, incide a semestral, depactuação quanto à capitalização mensal dos juros, incide a semestral, de

acordo com o art. 5, caput, do Decreto-Lei n. 167/67.acordo com o art. 5, caput, do Decreto-Lei n. 167/67.

Prequestionamento. Na linha decisória do acórdão, não há falar emPrequestionamento. Na linha decisória do acórdão, não há falar em

negativa de vigência a qualquer dispositivo legal. Agravo retidonegativa de vigência a qualquer dispositivo legal. Agravo retido

desprovido. Primeira preliminar acolhida. Segunda preliminar rejeitada.desprovido. Primeira preliminar acolhida. Segunda preliminar rejeitada.

((TJRSTJRS - AC 8339-21.2012.8.21.7000; Não-Me-Toque; Décima Terceira - AC 8339-21.2012.8.21.7000; Não-Me-Toque; Décima Terceira

Câmara Cível; Relª Desª Lúcia de Castro Boller; Julg. 15/03/2012; DJERSCâmara Cível; Relª Desª Lúcia de Castro Boller; Julg. 15/03/2012; DJERS

28/03/2012)28/03/2012)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE REVISÃO. CONTRATOS DEAGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE REVISÃO. CONTRATOS DE

EMPRÉSTIMO DO TIPO FINAMEEMPRÉSTIMO DO TIPO FINAME. .

Deferimento do pedido de antecipação dos efeitos da tutela para vedar aDeferimento do pedido de antecipação dos efeitos da tutela para vedar a

inscrição do nome da mutuária nos cadastros de proteção ao crédito, sobinscrição do nome da mutuária nos cadastros de proteção ao crédito, sob

pena de multa diária (r$200,00). Desconhecimento dos termos pactuadospena de multa diária (r$200,00). Desconhecimento dos termos pactuados

e ausência de prova inequívoca da verossimilhança do direito alegadoe ausência de prova inequívoca da verossimilhança do direito alegado

que impõem a manutenção da decisão agravada, no ponto. Cominaçãoque impõem a manutenção da decisão agravada, no ponto. Cominação

de multa diária. Artigo 461, caput e §§ 3º, 4º e 5º, do código de processode multa diária. Artigo 461, caput e §§ 3º, 4º e 5º, do código de processo

civil. Impossibilidade de revogação da "astreinte", o que se faz para acivil. Impossibilidade de revogação da "astreinte", o que se faz para a

garantia da efetivação da medida, objetivando-se desencorajar ogarantia da efetivação da medida, objetivando-se desencorajar o

descumprimento da ordem. Adequação do valor arbitrado, adotando-sedescumprimento da ordem. Adequação do valor arbitrado, adotando-se

uma pena pecuniária fixa (r$1.000,00), e não diária. Relação travadauma pena pecuniária fixa (r$1.000,00), e não diária. Relação travada

entre mutuária e instituição financeira, que é de consumo. Súmula n. 297entre mutuária e instituição financeira, que é de consumo. Súmula n. 297

do Superior Tribunal de Justiça. Inversão do ônus da prova, com base nodo Superior Tribunal de Justiça. Inversão do ônus da prova, com base no

artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor. Dever deartigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor. Dever de

exibição dos documentos que são comuns às partes. Artigos 355, 358,exibição dos documentos que são comuns às partes. Artigos 355, 358,

inciso III e 359 do código de processo civil. Recurso provido em parte.inciso III e 359 do código de processo civil. Recurso provido em parte.

((TJSCTJSC - AI 2011.036211-7; Pomerode; Quinta Câmara de Direito - AI 2011.036211-7; Pomerode; Quinta Câmara de Direito

Comercial; Rel. Des. Jânio Machado; Julg. 12/03/2012; DJSC 23/03/2012;Comercial; Rel. Des. Jânio Machado; Julg. 12/03/2012; DJSC 23/03/2012;

Pág. 135)Pág. 135)

(b) DA IMPERTINÊNCIA DA COBRANÇA DE JUROS CAPITALIZADOS(b) DA IMPERTINÊNCIA DA COBRANÇA DE JUROS CAPITALIZADOS

De outro norte, devemos sopesar De outro norte, devemos sopesar que inexiste na legislaçãoque inexiste na legislação

que trata do FINAME/BNDES que trata do FINAME/BNDES qualquer dispositivo que autorize a imposição dequalquer dispositivo que autorize a imposição de

juros capitalizados nos contratos que tenham subsídios financeiros destajuros capitalizados nos contratos que tenham subsídios financeiros desta

instituiçãoinstituição, que é o caso em debate. , que é o caso em debate.

À míngua de dispositivo legal expresso, À míngua de dispositivo legal expresso, nega-se anega-se a

possibilidade da possibilidade da prática do anatocismoprática do anatocismo nos contratos de financiamento nos contratos de financiamento

fomentados pelo FINAME/BNDESfomentados pelo FINAME/BNDES, sendo esta a corrente jurisprudencial, sendo esta a corrente jurisprudencial

albergada pelo colendo Superior Tribunal de Justiça. albergada pelo colendo Superior Tribunal de Justiça.

Portanto, Excelência, Portanto, Excelência, apesar de apesar de cláusulas expressascláusulas expressas

neste sentido, quando apontam para sua cobrança, ajustando a cobrança deneste sentido, quando apontam para sua cobrança, ajustando a cobrança de

juros capitalizadosjuros capitalizados e sua periodicidade, e sua periodicidade, há de ser afastada a sua cobrançahá de ser afastada a sua cobrança ,,

segundo, ademais, o assente entendimento dos Tribunais:segundo, ademais, o assente entendimento dos Tribunais:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO DE ABERTURA DEAPELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO DE ABERTURA DE

CRÉDITO. CRÉDITO. FINAME FINAME - GARANTIDO POR ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA.- GARANTIDO POR ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA.

CARÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL (INCIDÊNCIA DO CDC).CARÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL (INCIDÊNCIA DO CDC).

Tendo a sentença reconhecido a possibilidade da revisão contratualTendo a sentença reconhecido a possibilidade da revisão contratual

consoante às disposições do CDC, a parte autora/apelante se apresenta,consoante às disposições do CDC, a parte autora/apelante se apresenta,

nestes pontos, carecedor de interesse recursal, impondo-se o nãonestes pontos, carecedor de interesse recursal, impondo-se o não

conhecimento do recurso quanto à matéria. conhecimento do recurso quanto à matéria. CAPITALIZAÇÃO DOS JUROSCAPITALIZAÇÃO DOS JUROS..

A capitalização mensal dos juros, mesmo quando expressamenteA capitalização mensal dos juros, mesmo quando expressamente

pactuada, em contratos como o presente, não é admitida, pois o artigopactuada, em contratos como o presente, não é admitida, pois o artigo

591 do atual Código Civil permite, como regra geral, apenas a591 do atual Código Civil permite, como regra geral, apenas a

capitalização anual dos juros. Mas, em se tratando de mera permissãocapitalização anual dos juros. Mas, em se tratando de mera permissão

legal, a capitalização anual depende de pactuação nesse sentido,legal, a capitalização anual depende de pactuação nesse sentido,

ausente na espécie, motivo pelo qual, in casu, vai vedada a incidênciaausente na espécie, motivo pelo qual, in casu, vai vedada a incidência

de juros sobre juros em qualquer periodicidade, conforme pleiteadode juros sobre juros em qualquer periodicidade, conforme pleiteado

pela parte autorapela parte autora. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. É impossível a cobrança. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. É impossível a cobrança

de comissão de permanência, mesmo que não seja de forma cumuladade comissão de permanência, mesmo que não seja de forma cumulada

com correção monetária, de percentual superior à taxa do contrato,com correção monetária, de percentual superior à taxa do contrato,

limitada a 12% ao ano (Súmula nº 294 do STJ), assim como não é cabívellimitada a 12% ao ano (Súmula nº 294 do STJ), assim como não é cabível

a sua incidência cumulada com juros moratórios e multa. INOVAÇÃOa sua incidência cumulada com juros moratórios e multa. INOVAÇÃO

RECURSAL (MULTA). Sob pena de supressão de um grau de jurisdição, emRECURSAL (MULTA). Sob pena de supressão de um grau de jurisdição, em

sede recursal, é incabível a inovação no pedido inicial, que se refere àsede recursal, é incabível a inovação no pedido inicial, que se refere à

pretensão de limitar a multa em 2%, impondo-se o não conhecimento dopretensão de limitar a multa em 2%, impondo-se o não conhecimento do

recurso no ponto. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. Admite-se a repetição dorecurso no ponto. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. Admite-se a repetição do

indébito, de forma simples, de valores pagos em virtude de cláusulasindébito, de forma simples, de valores pagos em virtude de cláusulas

ilegais, em razão do princípio que veda o enriquecimento injustificado dailegais, em razão do princípio que veda o enriquecimento injustificado da

parte credora. COMPENSAÇÃO DE VALORES. É possível a compensaçãoparte credora. COMPENSAÇÃO DE VALORES. É possível a compensação

de valores quando se trata de ação revisional, depois de liquidada ade valores quando se trata de ação revisional, depois de liquidada a

sentença. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Ainda que singelo o trabalho dosentença. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Ainda que singelo o trabalho do

patrono da parte, os seus honorários devem retribuí-lo com dignidade,patrono da parte, os seus honorários devem retribuí-lo com dignidade,

motivo pelo qual resta mantido o valor fixado na sentença. Apelaçãomotivo pelo qual resta mantido o valor fixado na sentença. Apelação

Cível parcialmente conhecida e, nesta parte, parcialmente provida. (Cível parcialmente conhecida e, nesta parte, parcialmente provida. (TJRSTJRS

- AC 70036269199; Porto Xavier; Décima Terceira Câmara Cível; Relª Desª- AC 70036269199; Porto Xavier; Décima Terceira Câmara Cível; Relª Desª

Lúcia de Castro Boller; Julg. 27/05/2010; Lúcia de Castro Boller; Julg. 27/05/2010; DJERS 09/06/2010DJERS 09/06/2010))

APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. PRELIMINAR DE CARÊNCIAAPELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. PRELIMINAR DE CARÊNCIA

DA AÇÃO. TÍTULO LÍQUIDO, CERTO E EXIGÍVEL PRESCRIÇÃO.DA AÇÃO. TÍTULO LÍQUIDO, CERTO E EXIGÍVEL PRESCRIÇÃO.

REJEITADAS. MÉRITO. DO CDC NOS CONTRATOS BANCÁRIOS. REVISÃOREJEITADAS. MÉRITO. DO CDC NOS CONTRATOS BANCÁRIOS. REVISÃO

DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS ABUSIVAS. JUROS REMUNERATÓRIOS.DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS ABUSIVAS. JUROS REMUNERATÓRIOS.

ADMITIDA QUANDO A TAXA COBRADA ESTIVER EXCESSIVAMENTEADMITIDA QUANDO A TAXA COBRADA ESTIVER EXCESSIVAMENTE

ACIMA DA MÉDIA PRATICADA PELAS DEMAIS INSTITUIÇÕESACIMA DA MÉDIA PRATICADA PELAS DEMAIS INSTITUIÇÕES

FINANCEIRAS. FINANCEIRAS. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS. AFASTADACAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS. AFASTADA. DA. DA

COMISSÃO DE PERMANÊNCIA CUMULADA OU NÃO COM CORREÇÃOCOMISSÃO DE PERMANÊNCIA CUMULADA OU NÃO COM CORREÇÃO

MONETÁRIA. AFASTADA. RECONHECIDO E PROVIDO EM PARTE. MONETÁRIA. AFASTADA. RECONHECIDO E PROVIDO EM PARTE.

1. O contrato de abertura de crédito fixo, ainda que com recursos do1. O contrato de abertura de crédito fixo, ainda que com recursos do

FINAME, assinado pelo devedor e duas testemunhas, no qual o valorFINAME, assinado pelo devedor e duas testemunhas, no qual o valor

principal da dívida e seus consectários e encargos são definidos, cujosprincipal da dívida e seus consectários e encargos são definidos, cujos

acréscimos são aferidos por mero cálculo aritmético, caracteriza títuloacréscimos são aferidos por mero cálculo aritmético, caracteriza título

hábil a ensejar execução. hábil a ensejar execução.

2. Considerando quando da entrada em vigor do Código Civil de 2002 já2. Considerando quando da entrada em vigor do Código Civil de 2002 já

havia transcorrido mais da metade do prazo previsto no Código Civil dehavia transcorrido mais da metade do prazo previsto no Código Civil de

1916, em atenção à regra contida no artigo 2.028, do CC/2002, não há de1916, em atenção à regra contida no artigo 2.028, do CC/2002, não há de

se aplicar o prazo previsto na Lei nova, cuja contagem inicia-se da datase aplicar o prazo previsto na Lei nova, cuja contagem inicia-se da data

em que entrou em vigor o atual Estatuto Civil. em que entrou em vigor o atual Estatuto Civil.

3. Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos casos que envolvem3. Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos casos que envolvem

relação de consumo, tais como empréstimos bancários. Dessa forma, érelação de consumo, tais como empréstimos bancários. Dessa forma, é

permitida a revisão das cláusulas contratuais pactuadas, mormentepermitida a revisão das cláusulas contratuais pactuadas, mormente

frente ao fato de que o princípio do pacta sunt servanda, á muito vêmfrente ao fato de que o princípio do pacta sunt servanda, á muito vêm

sofrendo mitigações, mormente frente aos princípios da boa-fé objetiva,sofrendo mitigações, mormente frente aos princípios da boa-fé objetiva,

da função social dos contratos e do dirigismo contratual. da função social dos contratos e do dirigismo contratual.

4. Será possível a revisão proporcional e eqüitativa da taxa de juros4. Será possível a revisão proporcional e eqüitativa da taxa de juros

remuneratórios fixada em contrato de financiamento quando o seu valorremuneratórios fixada em contrato de financiamento quando o seu valor

mostrar-se excessivamente acima da média praticada pelo mercado. mostrar-se excessivamente acima da média praticada pelo mercado.

5. 5. Capitalização mensal de juros, em razão da ilegalidade dessaCapitalização mensal de juros, em razão da ilegalidade dessa

periodicidade, ainda que tenha sido prevista sob outra denominação noperiodicidade, ainda que tenha sido prevista sob outra denominação no

contrato, é ilegal, sendo permitida tão-somente a capitalização anualcontrato, é ilegal, sendo permitida tão-somente a capitalização anual . .

6. Deve ser afastada a cláusula contratual que prevê a incidência de6. Deve ser afastada a cláusula contratual que prevê a incidência de

comissão de permanência, ante a sua manifesta ilegalidade. comissão de permanência, ante a sua manifesta ilegalidade.

7. Recurso conhecido e provido em parte APELAÇÃO CÍVEL - EMBARGOS7. Recurso conhecido e provido em parte APELAÇÃO CÍVEL - EMBARGOS

À EXECUÇÃO - TR SUBSTITUIÇÃO POR OUTRO INDÍCE DE CORREÇÃOÀ EXECUÇÃO - TR SUBSTITUIÇÃO POR OUTRO INDÍCE DE CORREÇÃO

MONETÁRIA - HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA - ART. 21 DO CPC -MONETÁRIA - HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA - ART. 21 DO CPC -

RECURSO IMPROVIDO 1. Deve ser afastada a cláusula contratual queRECURSO IMPROVIDO 1. Deve ser afastada a cláusula contratual que

prevê a aplicação da TR como índice de correção monetária uma vez queprevê a aplicação da TR como índice de correção monetária uma vez que

tal índice não reflete verdadeiramente o tamanho da desvalorização datal índice não reflete verdadeiramente o tamanho da desvalorização da

moeda nacional, devendo ser utilizado outro índice para tal finalidade. 2.moeda nacional, devendo ser utilizado outro índice para tal finalidade. 2.

Nos termos do artigo 21 do CPC, àquele que decaiu de maior parte dosNos termos do artigo 21 do CPC, àquele que decaiu de maior parte dos

pedidos deve arcar exclusivamente com os ônus da sucumbência. 3.pedidos deve arcar exclusivamente com os ônus da sucumbência. 3.

Recurso improvido (Recurso improvido (TJMSTJMS - AC-Ex 2009.004098-4/0000-00; Chapadão do - AC-Ex 2009.004098-4/0000-00; Chapadão do

Sul; Terceira Turma Cível; Rel. Des. Oswaldo Rodrigues de Melo; DJEMSSul; Terceira Turma Cível; Rel. Des. Oswaldo Rodrigues de Melo; DJEMS

11/12/2009; Pág. 16) 11/12/2009; Pág. 16)

CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO COM RECURSOS REPASSADOSCONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO COM RECURSOS REPASSADOS

PELO PELO BNDES/FINAMEBNDES/FINAME. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA. AÇÃO DE. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA. AÇÃO DE

BUSCA E APREENSÃO JULGADA IMPROCEDENTE ANTE OBUSCA E APREENSÃO JULGADA IMPROCEDENTE ANTE O

RECONHECIMENTO DA DESCARACTERIZAÇÃO DA MORA.RECONHECIMENTO DA DESCARACTERIZAÇÃO DA MORA.

ENTENDIMENTO QUE DEVE PREVALECER, DIANTE DOENTENDIMENTO QUE DEVE PREVALECER, DIANTE DO

RECONHECIMENTO PARCIAL DE ENCARGOS ABUSIVOS (CAPITALIZAÇÃO)RECONHECIMENTO PARCIAL DE ENCARGOS ABUSIVOS (CAPITALIZAÇÃO)

NA AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO (AC Nº 571.545-9. DESTA 18ª CC).NA AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO (AC Nº 571.545-9. DESTA 18ª CC).

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. MAJORAÇÃOHONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. MAJORAÇÃO. .

1. 1. O reconhecimento da abusividade nos encargos exigidos no períodoO reconhecimento da abusividade nos encargos exigidos no período

da normalidade contratual (juros remuneratórios e capitalização)da normalidade contratual (juros remuneratórios e capitalização)

descaracteriza a mora. (orientação 2 - A, adotada no incidente dedescaracteriza a mora. (orientação 2 - A, adotada no incidente de

recurso repetitivo em RESP n. 1.061.530 - RS, relatora ministra nancyrecurso repetitivo em RESP n. 1.061.530 - RS, relatora ministra nancy

andrighi, j. 22/10/2008, 2ª. Seção)andrighi, j. 22/10/2008, 2ª. Seção). .

2. Recurso da autora conhecido e não provido. Recurso da ré conhecido e2. Recurso da autora conhecido e não provido. Recurso da ré conhecido e

parcialmente provido. (parcialmente provido. (TJPRTJPR - ApCiv 0571536-0; Curitiba; Décima Oitava - ApCiv 0571536-0; Curitiba; Décima Oitava

Câmara Cível; Rel. Juiz Conv. Luis Espíndola; DJPR 30/10/2009; Pág. 143)Câmara Cível; Rel. Juiz Conv. Luis Espíndola; DJPR 30/10/2009; Pág. 143)

APELAÇÃO CÍVEL. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. DIREITO CIVIL/OBRIGAÇÕES.APELAÇÃO CÍVEL. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. DIREITO CIVIL/OBRIGAÇÕES.

AÇÃO REVISIONAL. CASO CONCRETO.AÇÃO REVISIONAL. CASO CONCRETO.

Contratos de abertura de crédito - FINAMEContratos de abertura de crédito - FINAME . Processual civil. Limites do. Processual civil. Limites do

pedido inicial. Juros remuneratórios revisados sem pedido do autor.pedido inicial. Juros remuneratórios revisados sem pedido do autor.

Sentença ultra petita. Decotamento do tema. Manutenção dos jurosSentença ultra petita. Decotamento do tema. Manutenção dos juros

avençados. Capitalização anual. Multa de 2% sobre a parcela em atraso.avençados. Capitalização anual. Multa de 2% sobre a parcela em atraso.

Juros de mora em 12% ao ano. Juros de mora em 12% ao ano. Mora afastada ante a cobrança abusivaMora afastada ante a cobrança abusiva

de juros capitalizados na forma mensalde juros capitalizados na forma mensal . Sentença mantida parcialmente.. Sentença mantida parcialmente.

Recurso do autor provido em parte e desprovida a apelação do banco.Recurso do autor provido em parte e desprovida a apelação do banco.

Deram parcial provimento a apelação do autor e desproveram o recursoDeram parcial provimento a apelação do autor e desproveram o recurso

do banco. (do banco. (TJRSTJRS - AC 70031058282; Porto Alegre; Décima Terceira - AC 70031058282; Porto Alegre; Décima Terceira

Câmara Cível; Relª Desª Angela Terezinha de Oliveira Brito; Julg.Câmara Cível; Relª Desª Angela Terezinha de Oliveira Brito; Julg.

15/10/2009; DJERS 06/11/2009; Pág. 122)15/10/2009; DJERS 06/11/2009; Pág. 122)

REVISÃO. CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO FIXO. ENCARGOS DAREVISÃO. CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO FIXO. ENCARGOS DA

INADIMPLÊNCIA. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA À MAIOR TAXA DEINADIMPLÊNCIA. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA À MAIOR TAXA DE

MERCADO. ALEATORIEDADE E POTESTATIVIDADE. CLÁUSULA NULA.MERCADO. ALEATORIEDADE E POTESTATIVIDADE. CLÁUSULA NULA.

JUROS MORATÓRIOS E MULTA CONTRATUAL. SUPERPOSIÇÃO.JUROS MORATÓRIOS E MULTA CONTRATUAL. SUPERPOSIÇÃO.

ILEGALIDADE DA AVENÇA. PLANO REAL. QUEBRA DA BASEILEGALIDADE DA AVENÇA. PLANO REAL. QUEBRA DA BASE

CONTRATUAL. EXTIRPAÇÃO DA CORREÇÃO MONETÁRIA. PRETENSÃOCONTRATUAL. EXTIRPAÇÃO DA CORREÇÃO MONETÁRIA. PRETENSÃO

INVIÁVEL. INOCORRÊNCIA DE MORA DEBITORIS. ARGUMENTOINVIÁVEL. INOCORRÊNCIA DE MORA DEBITORIS. ARGUMENTO

REPELIDO. CAPITALIZAÇÃO ANUAL DE JUROS. SÚMULA Nº 121 DO STF.REPELIDO. CAPITALIZAÇÃO ANUAL DE JUROS. SÚMULA Nº 121 DO STF.

CORREÇÃO MONETÁRIA. CLÁUSULA PRO-RATA TEMPORE. CRITÉRIOCORREÇÃO MONETÁRIA. CLÁUSULA PRO-RATA TEMPORE. CRITÉRIO

INFIRMADO CONTRATUALMENTE. INCIDÊNCIA DE FATO. IRRELEVÂNCIA.INFIRMADO CONTRATUALMENTE. INCIDÊNCIA DE FATO. IRRELEVÂNCIA.

SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. ACOLHIMENTO, PARA TANTO,SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. ACOLHIMENTO, PARA TANTO,

DO APELO DA PARTE AUTORA. NEGATIVA DE PROVIMENTO, NODO APELO DA PARTE AUTORA. NEGATIVA DE PROVIMENTO, NO

ENTANTO, À INSURGÊNCIA DO DEMANDADO. ENTANTO, À INSURGÊNCIA DO DEMANDADO.

A inserção, em contrato bancário, de autorização para a imposição, comoA inserção, em contrato bancário, de autorização para a imposição, como

forma de atualização do débito, de comissão de permanência à maiorforma de atualização do débito, de comissão de permanência à maior

taxa de mercado, deixa o devedor ao sabor das oscilações do mercadotaxa de mercado, deixa o devedor ao sabor das oscilações do mercado

bancário, ostentando, em conseqüência disso, a pecha debancário, ostentando, em conseqüência disso, a pecha de

potestatividade, incidindo, pois, em violação à vedação contida no art.potestatividade, incidindo, pois, em violação à vedação contida no art.

115 do Estatuto Unitário Civil. 115 do Estatuto Unitário Civil.

- Não há vedação legal para a imposição cumulativa de multa contratual e- Não há vedação legal para a imposição cumulativa de multa contratual e

juros moratórios, sendo vedada, no entanto, a incidência de uma dessasjuros moratórios, sendo vedada, no entanto, a incidência de uma dessas

verbas sobre a outra, já que ambas têm natureza penalizante. E averbas sobre a outra, já que ambas têm natureza penalizante. E a

superposição vedada legalmente objetiva, justamente, evitar a duplasuperposição vedada legalmente objetiva, justamente, evitar a dupla

penalização do devedor. penalização do devedor.

- A Teoria da Imprevisão para autorizar a revisão do conteúdo contratual- A Teoria da Imprevisão para autorizar a revisão do conteúdo contratual

exige a plena comprovação da ocorrência de fatos extraordinários que,exige a plena comprovação da ocorrência de fatos extraordinários que,

implicando na alteração da base contratual, gere uma modificaçãoimplicando na alteração da base contratual, gere uma modificação

extremamente onerosa em detrimento do devedor e que não fosseextremamente onerosa em detrimento do devedor e que não fosse

possível de previsão quando da celebração do ajuste. possível de previsão quando da celebração do ajuste.

- Ainda que controvertida a interpretação das cláusulas contratuais entre- Ainda que controvertida a interpretação das cláusulas contratuais entre

os avençantes, mas contendo ele fórmulas a serem aplicadas para seos avençantes, mas contendo ele fórmulas a serem aplicadas para se

apurar o efetivo quantum debeatur, não há que se cogitar de débitoapurar o efetivo quantum debeatur, não há que se cogitar de débito

ilíquido, de modo a impedir a ocorrência da mora debitoris pelo nãoilíquido, de modo a impedir a ocorrência da mora debitoris pelo não

pagamento das parcelas da obrigação. E o devedor somente verápagamento das parcelas da obrigação. E o devedor somente verá

contornada essa mora se, nos termos legais, utilizar-se dos meioscontornada essa mora se, nos termos legais, utilizar-se dos meios

processuais adequados, depositando em juízo os valores que resultem deprocessuais adequados, depositando em juízo os valores que resultem de

uma exegese contratual consentânea com os próprios termos dauma exegese contratual consentânea com os próprios termos da

celebração. celebração.

- - A contratação previsora da incidência de juros capitalizados só se fazA contratação previsora da incidência de juros capitalizados só se faz

juridicamente admissível, não caracterizando prática de anatocismo, najuridicamente admissível, não caracterizando prática de anatocismo, na

existência de autorização legislativa expressa, tais como ocorreexistência de autorização legislativa expressa, tais como ocorre

referentemente aos mútuos rural, comercial e industrial. Tal nãoreferentemente aos mútuos rural, comercial e industrial. Tal não

ocorre, no entretanto, com relação aos contratos de abertura de créditoocorre, no entretanto, com relação aos contratos de abertura de crédito

fixo em conta corrente, ainda que garantidos pelo FINAME, nos quais afixo em conta corrente, ainda que garantidos pelo FINAME, nos quais a

previsão contratual de capitalização de juros é írrita e de nenhumprevisão contratual de capitalização de juros é írrita e de nenhum

efeitoefeito. .

- Nos contratos de abertura de crédito fixo, a atualização monetária há- Nos contratos de abertura de crédito fixo, a atualização monetária há

que ser aplicada em obediência ao critério pro rata tempore, incidindo,que ser aplicada em obediência ao critério pro rata tempore, incidindo,

pois, somente a partir da efetiva liberação do crédito ou das parcelas quepois, somente a partir da efetiva liberação do crédito ou das parcelas que

o compõem. Se no contrato firmado embute-se cláusula que autoriza ao compõem. Se no contrato firmado embute-se cláusula que autoriza a

atualização dos valores a contar da data da respectiva proposta deatualização dos valores a contar da data da respectiva proposta de

empréstimo, impõe-se a sua revisão, sendo de nenhuma repercussão,empréstimo, impõe-se a sua revisão, sendo de nenhuma repercussão,

para frustrá-la, a alegação do credor de que tal critério já estava sendopara frustrá-la, a alegação do credor de que tal critério já estava sendo

observado. (observado. (TJSCTJSC - AC 97.012289-6; Urussanga; Primeira Câmara Cível; - AC 97.012289-6; Urussanga; Primeira Câmara Cível;

Rel. Des. José Trindade dos Santos; Julg. 04/11/1999)Rel. Des. José Trindade dos Santos; Julg. 04/11/1999)

Nem se afirme que os Nem se afirme que os juros capitalizadosjuros capitalizados poderiam poderiam

ser cobrados por força das ser cobrados por força das MPs 1.963-17(art. 5º) e 2.170-36(art. 5º)MPs 1.963-17(art. 5º) e 2.170-36(art. 5º) – – visto que avisto que a

cédula é posterior a vigência das mesmascédula é posterior a vigência das mesmas --, mantidas pela Emenda Constitucional --, mantidas pela Emenda Constitucional

nº. 32/01, posto que, nº. 32/01, posto que, também para estas hipóteses, o também para estas hipóteses, o pacto expresso depacto expresso de

capitalização de juros se faz necessáriocapitalização de juros se faz necessário. .

MÚTUO BANCÁRIO. CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO ROTATIVOMÚTUO BANCÁRIO. CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO ROTATIVO

EM CONTA CORRENTE. VERBAS LÍCITAS. TAXA DE JUROSEM CONTA CORRENTE. VERBAS LÍCITAS. TAXA DE JUROS

REMUNERATÓRIA. AUSÊNCIA DE CONTRATAÇÃO EXPRESSA. EVOLUÇÃOREMUNERATÓRIA. AUSÊNCIA DE CONTRATAÇÃO EXPRESSA. EVOLUÇÃO

DA DÍVIDA COM FINCAS NA TAXA MÉDIA DO BACEN SE INFERIOR ÀSDA DÍVIDA COM FINCAS NA TAXA MÉDIA DO BACEN SE INFERIOR ÀS

QUE INCIDIRAM NO PACTO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL. ILÍCITA. QUE INCIDIRAM NO PACTO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL. ILÍCITA.

Critério reputado lícito somente pela Critério reputado lícito somente pela Medida Provisória nº 1963, de 30Medida Provisória nº 1963, de 30

de março de 2000de março de 2000, que legalizou a cobrança de juros capitalizados em, que legalizou a cobrança de juros capitalizados em

contratos bancários de toda e qualquer natureza, contratos bancários de toda e qualquer natureza, e desde quee desde que

expressamente contratada com as taxas de juros respectivasexpressamente contratada com as taxas de juros respectivas ; Comissão; Comissão

de permanência. Licitude desde que aplicada a taxa de mercadode permanência. Licitude desde que aplicada a taxa de mercado

informada pelo BACEN, se inferior àquelas que incidiram no pacto, cominformada pelo BACEN, se inferior àquelas que incidiram no pacto, com

incidência de juros de mora. Súmula nº 294 do STJ, sendo vedada a suaincidência de juros de mora. Súmula nº 294 do STJ, sendo vedada a sua

cumulação com qualquer índice adotado como reajuste monetário oucumulação com qualquer índice adotado como reajuste monetário ou

com os juros remuneratórios. Recurso, em parte, provido. (com os juros remuneratórios. Recurso, em parte, provido. (TJSPTJSP - APL - APL

9219678-59.2003.8.26.0000; Ac. 5810233; Sorocaba; Vigésima Câmara9219678-59.2003.8.26.0000; Ac. 5810233; Sorocaba; Vigésima Câmara

de Direito Privado; Rel. Des. Cunha Garcia; Julg. 24/10/2011; DJESPde Direito Privado; Rel. Des. Cunha Garcia; Julg. 24/10/2011; DJESP

13/04/2012)13/04/2012)

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO MONITÓRIA. CÉDULA DE CRÉDITOCIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO MONITÓRIA. CÉDULA DE CRÉDITO

BANCÁRIO. GIROCAIXA. EMBARGOS EM PARTE PROCEDENTES.BANCÁRIO. GIROCAIXA. EMBARGOS EM PARTE PROCEDENTES.

PRELIMINARES DE NULIDADE DA SENTENÇA. REJEIÇÃO. JUROSPRELIMINARES DE NULIDADE DA SENTENÇA. REJEIÇÃO. JUROS

CAPITALIZADOS. AUSÊNCIA DE PREVISÃO CONTRATUAL.CAPITALIZADOS. AUSÊNCIA DE PREVISÃO CONTRATUAL.

IMPOSSIBILIDADE. IMPOSSIBILIDADE.

1. Deixando de requerer a autora a citação por edital de um dos1. Deixando de requerer a autora a citação por edital de um dos

requeridos, é de ser mantida a sentença que, em relação ao réu nãorequeridos, é de ser mantida a sentença que, em relação ao réu não

citado, extinguiu o processo, sem resolução de mérito, nos termos do art.citado, extinguiu o processo, sem resolução de mérito, nos termos do art.

267, iv e § 3º, do cpc. 267, iv e § 3º, do cpc.

2. Havendo, nos embargos monitórios, expressa impugnação à cobrança2. Havendo, nos embargos monitórios, expressa impugnação à cobrança

da comissão de permanência com a inclusão da taxa de rentabilidade deda comissão de permanência com a inclusão da taxa de rentabilidade de

até 10% ao mês, não merece acolhimento o pedido de anulação doaté 10% ao mês, não merece acolhimento o pedido de anulação do

decisum, sob à alegação de que ele foi ultra petita. decisum, sob à alegação de que ele foi ultra petita.

3. Não obstante seja admitida a cobrança de juros capitalizados em3. Não obstante seja admitida a cobrança de juros capitalizados em

contratos diretos ao consumidor, firmados após a edição da medidacontratos diretos ao consumidor, firmados após a edição da medida

provisória nº 1.963-17/2000, atual provisória nº 1.963-17/2000, atual medida provisória nº 2.170-36/2001medida provisória nº 2.170-36/2001,,

faz-se necessário que a referida prática esteja expressamente previstafaz-se necessário que a referida prática esteja expressamente prevista

no respectivo instrumento contratualno respectivo instrumento contratual. Precedentes. . Precedentes.

4 - é legal a incidência da comissão de permanência prevista em cláusula4 - é legal a incidência da comissão de permanência prevista em cláusula

contratual, desde que sua cobrança não seja cumulada com a taxa decontratual, desde que sua cobrança não seja cumulada com a taxa de

rentabilidade, juros de mora e multa, bem como a capitalização dosrentabilidade, juros de mora e multa, bem como a capitalização dos

juros. juros.

5. Levando-se em conta que a comissão de permanência, além de realizar5. Levando-se em conta que a comissão de permanência, além de realizar

a correção monetária, também serve para remunerar o capital (pois ema correção monetária, também serve para remunerar o capital (pois em

sua composição existe parcela de juros), é de ser mantida a sentençasua composição existe parcela de juros), é de ser mantida a sentença

que, verificando a cada período inadimplido a incidência da comissão deque, verificando a cada período inadimplido a incidência da comissão de

permanência sobre o saldo atualizado da dívida, determinou que fossempermanência sobre o saldo atualizado da dívida, determinou que fossem

excluídos da cobrança do débito os valores decorrentes da capitalizaçãoexcluídos da cobrança do débito os valores decorrentes da capitalização

mensal dos juros embutida na comissão de permanência incidente, amensal dos juros embutida na comissão de permanência incidente, a

cada mês, sobre o saldo devedor. cada mês, sobre o saldo devedor.

6. Apelação a que se nega provimento. (6. Apelação a que se nega provimento. (TRF 5ª RTRF 5ª R. - AC 0004328-. - AC 0004328-

74.2010.4.05.8300; PE; Quarta Turma; Rel. Des. Fed. Lázaro Guimarães;74.2010.4.05.8300; PE; Quarta Turma; Rel. Des. Fed. Lázaro Guimarães;

Julg. 27/03/2012; DEJF 03/04/2012; Pág. 461)Julg. 27/03/2012; DEJF 03/04/2012; Pág. 461)

APELAÇÃO CÍVEL. Ação revisional de contrato de abertura de crédito emAPELAÇÃO CÍVEL. Ação revisional de contrato de abertura de crédito em

conta corrente. Cheque especial e contrato de empréstimo. Recurso doconta corrente. Cheque especial e contrato de empréstimo. Recurso do

banco. Prescrição da pretensão de restituição do indébito. Preliminarbanco. Prescrição da pretensão de restituição do indébito. Preliminar

afastada. Ação pessoal. Prazo de dez anos, conforme o artigo 205 doafastada. Ação pessoal. Prazo de dez anos, conforme o artigo 205 do

Código Civil. Inaplicabilidade do art. 206, § 3º, IV do estatuto civilista.Código Civil. Inaplicabilidade do art. 206, § 3º, IV do estatuto civilista.

Utilização da regra da imputação do pagamento para a realização doUtilização da regra da imputação do pagamento para a realização do

cálculo dos valores a restituir, de modo a considerar capitalizados apenascálculo dos valores a restituir, de modo a considerar capitalizados apenas

os juros não amortizados. Impossibilidade de se aferir o valor do débito.os juros não amortizados. Impossibilidade de se aferir o valor do débito.

Momento processual inadequado para discussão da matéria. NegarMomento processual inadequado para discussão da matéria. Negar

provimento ao reclamo no particular. Recurso da autora. Comissão deprovimento ao reclamo no particular. Recurso da autora. Comissão de

permanência. Recurso da demandante que pugna pela ilegalidade dapermanência. Recurso da demandante que pugna pela ilegalidade da

exigência da comissão de permanência. Observância do atualexigência da comissão de permanência. Observância do atual

entendimento do STJ. Decote dos excessos. Princípio da conservação dosentendimento do STJ. Decote dos excessos. Princípio da conservação dos

negócios jurídicos (RESP n. 1.058.114/RS). Desprovimento. 4. Constatadanegócios jurídicos (RESP n. 1.058.114/RS). Desprovimento. 4. Constatada

abusividade dos encargos pactuados na cláusula de comissão deabusividade dos encargos pactuados na cláusula de comissão de

permanência, deverá o juiz decotá-los, preservando, tanto quantopermanência, deverá o juiz decotá-los, preservando, tanto quanto

possível, a vontade das partes manifestada na celebração do contrato,possível, a vontade das partes manifestada na celebração do contrato,

em homenagem ao princípio da conservação dos negócios jurídicosem homenagem ao princípio da conservação dos negócios jurídicos

consagrado nos arts. 139 e 140 do Código Civil alemão e reproduzido noconsagrado nos arts. 139 e 140 do Código Civil alemão e reproduzido no

art. 170 do Código Civil brasileiro. 5. A decretação de nulidade deart. 170 do Código Civil brasileiro. 5. A decretação de nulidade de

cláusula contratual é medida excepcional, somente adotada se impossívelcláusula contratual é medida excepcional, somente adotada se impossível

o seu aproveitamento. 6. Recurso Especial conhecido e parcialmenteo seu aproveitamento. 6. Recurso Especial conhecido e parcialmente

provido (RESP n. 1058114/RS, Rel. Min. Nancy andrighi, Rel. P/ acórdãoprovido (RESP n. 1058114/RS, Rel. Min. Nancy andrighi, Rel. P/ acórdão

Min. João Otávio de noronha, dje 16.11.2010. Grifou-se). Mora. ContratoMin. João Otávio de noronha, dje 16.11.2010. Grifou-se). Mora. Contrato

de abertura de conta corrente. Ação revisional que, por si só, não afasta ade abertura de conta corrente. Ação revisional que, por si só, não afasta a

mora. Súmula n. º 380, do STJ. Redução considerável dos encargosmora. Súmula n. º 380, do STJ. Redução considerável dos encargos

incidentes no período da normalidade e necessidade de liquidação paraincidentes no período da normalidade e necessidade de liquidação para

determinação do quantum debeatur. Desnecessidade do depósito dodeterminação do quantum debeatur. Desnecessidade do depósito do

valor incontroverso. Descaracterização da mora que se impõe.valor incontroverso. Descaracterização da mora que se impõe.

Precedentes desta câmara. Sentença mantida. Recursos de ambas asPrecedentes desta câmara. Sentença mantida. Recursos de ambas as

partes. Juros remuneratórios. Contrato de abertura de crédito em contapartes. Juros remuneratórios. Contrato de abertura de crédito em conta

corrente. Cheque especial. Manutenção da taxa pactuada, porquanto emcorrente. Cheque especial. Manutenção da taxa pactuada, porquanto em

consonância com a média de mercado apurada pelo Banco Central doconsonância com a média de mercado apurada pelo Banco Central do

Brasil. Entendimento consolidado pelo STJ no julgamento do RESP n.Brasil. Entendimento consolidado pelo STJ no julgamento do RESP n.

1.061.530/RS, em que se aplicou a Lei dos recursos repetitivos. "Nos1.061.530/RS, em que se aplicou a Lei dos recursos repetitivos. "Nos

contratos bancários, com exceção das cédulas e notas de crédito rural,contratos bancários, com exceção das cédulas e notas de crédito rural,

comercial e industrial, não é abusiva a taxa de juros remuneratórioscomercial e industrial, não é abusiva a taxa de juros remuneratórios

superior a 12 % (doze por cento) ao ano, desde que não ultrapassada asuperior a 12 % (doze por cento) ao ano, desde que não ultrapassada a

taxa média de mercado à época do pacto, divulgada pelo Banco Centraltaxa média de mercado à época do pacto, divulgada pelo Banco Central

do Brasil" (Enunciado N. I do grupo de câmaras de direito comercial).do Brasil" (Enunciado N. I do grupo de câmaras de direito comercial).

Parcial provimento do recurso do banco. Contrato de empréstimo.Parcial provimento do recurso do banco. Contrato de empréstimo.

Manutenção da taxa pactuada, porquanto menor que a média deManutenção da taxa pactuada, porquanto menor que a média de

mercado apurada pelo Banco Central do Brasil. Entendimentomercado apurada pelo Banco Central do Brasil. Entendimento

consolidado pelo STJ no julgamento do RESP n. 1.061.530/RS, em que seconsolidado pelo STJ no julgamento do RESP n. 1.061.530/RS, em que se

aplicou a Lei dos recursos repetitivos. "Nos contratos bancários, comaplicou a Lei dos recursos repetitivos. "Nos contratos bancários, com

exceção das cédulas e notas de crédito rural, comercial e industrial, não éexceção das cédulas e notas de crédito rural, comercial e industrial, não é

abusiva a taxa de juros remuneratórios superior a 12 % (doze por cento)abusiva a taxa de juros remuneratórios superior a 12 % (doze por cento)

ao ano, desde que não ultrapassada a taxa média de mercado à época doao ano, desde que não ultrapassada a taxa média de mercado à época do

pacto, divulgada pelo Banco Central do Brasil" (Enunciado N. I do grupopacto, divulgada pelo Banco Central do Brasil" (Enunciado N. I do grupo

de câmaras de direito comercial). Capitalização mensal e anual de juros.de câmaras de direito comercial). Capitalização mensal e anual de juros.

Ajuste posterior a 31.3.2000, quando entrou em vigor a Ajuste posterior a 31.3.2000, quando entrou em vigor a medidamedida

provisória n. 1.963-17/2000, reeditada pela MP n. 2.170-36/2001provisória n. 1.963-17/2000, reeditada pela MP n. 2.170-36/2001..

Inexistência de previsão explícita da cobrança. Vedação de sua utilizaçãoInexistência de previsão explícita da cobrança. Vedação de sua utilização

em qualquer periodicidade. Provimento do recurso da autora. "1. Nosem qualquer periodicidade. Provimento do recurso da autora. "1. Nos

termos da MP 2.170/01, é admissível a capitalização mensal de jurostermos da MP 2.170/01, é admissível a capitalização mensal de juros

quando expressamente pactuada, o que não ocorre nos autosquando expressamente pactuada, o que não ocorre nos autos . 2. Não é. 2. Não é

suficiente que a capitalização mensal de juros tenha sido pactuada, sendosuficiente que a capitalização mensal de juros tenha sido pactuada, sendo

imprescindível que tenha sido de forma expressa, clara, de modo aimprescindível que tenha sido de forma expressa, clara, de modo a

garantir que o contratante tenha a plena ciência dos encargos acordados;garantir que o contratante tenha a plena ciência dos encargos acordados;

no caso, apenas as taxas de juros mensal simples e anual estão, em tese,no caso, apenas as taxas de juros mensal simples e anual estão, em tese,

expressas no contrato, mas não a capitalizada [... ]" (AGRG no RESP n.expressas no contrato, mas não a capitalizada [... ]" (AGRG no RESP n.

895.424/RS, Rel. Min. Hélio quaglia barbosa, DJU de 20.8.2007). Ônus de895.424/RS, Rel. Min. Hélio quaglia barbosa, DJU de 20.8.2007). Ônus de

sucumbência. Readequação em virtude da alteração do julgado. Partessucumbência. Readequação em virtude da alteração do julgado. Partes

que são vencedoras e vencidas, devendo as custas processuais eque são vencedoras e vencidas, devendo as custas processuais e

honorários advocatícios serem arcados por ambas, de forma recíproca ehonorários advocatícios serem arcados por ambas, de forma recíproca e

proporcional. Exegese do art. 21, caput, do código de processo civil.proporcional. Exegese do art. 21, caput, do código de processo civil.

Admitida a compensação dos honorários advocatícios, nos termos daAdmitida a compensação dos honorários advocatícios, nos termos da

Súmula n. 306 do STJ. (Súmula n. 306 do STJ. (TJSCTJSC - AC 2010.017718-2; Palhoça; Quinta Câmara - AC 2010.017718-2; Palhoça; Quinta Câmara

de Direito Comercial; Rel. Des. Volnei Celso Tomazini; Julg. 01/03/2012;de Direito Comercial; Rel. Des. Volnei Celso Tomazini; Julg. 01/03/2012;

DJSC 21/03/2012; Pág. 313)DJSC 21/03/2012; Pág. 313)

AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL. JULGAMENTO MONOCRÁTICOAGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL. JULGAMENTO MONOCRÁTICO

PELO RELATOR. POSSIBILIDADE. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EMPELO RELATOR. POSSIBILIDADE. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM

PAGAMENTO C/C REVISIONAL DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS.PAGAMENTO C/C REVISIONAL DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS.

CONTRATO BANCÁRIO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL. EXPRESSACONTRATO BANCÁRIO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL. EXPRESSA

CONTRATAÇÃO. AUSÊNCIA. AFASTAMENTO. TABELA PRICE. EXCLUSÃO.CONTRATAÇÃO. AUSÊNCIA. AFASTAMENTO. TABELA PRICE. EXCLUSÃO.

REDISTRIBUIÇÃO DOS ÔNUS SUCUMBÊNCIAIS. REDISTRIBUIÇÃO DOS ÔNUS SUCUMBÊNCIAIS.

I - Referindo-se o recurso a temas sobre os quais há jurisprudênciaI - Referindo-se o recurso a temas sobre os quais há jurisprudência

dominante tanto nesta Corte de Justiça quanto nos Tribunais Superiores,dominante tanto nesta Corte de Justiça quanto nos Tribunais Superiores,

perfeitamente cabível o julgamento monocrático pelo Relator, conformeperfeitamente cabível o julgamento monocrático pelo Relator, conforme

autoriza o artigo 557 do Código de Processo Civil, em prestígio aosautoriza o artigo 557 do Código de Processo Civil, em prestígio aos

princípios da celeridade e da economia processual. princípios da celeridade e da economia processual.

II - A cobrança de juros capitalizados mensalmente, nos contratosII - A cobrança de juros capitalizados mensalmente, nos contratos

firmados posteriormente à edição da firmados posteriormente à edição da Medida Provisória nº 2.170-36, deMedida Provisória nº 2.170-36, de

24/08/200124/08/2001, , condiciona-se à existência de estipulação clara econdiciona-se à existência de estipulação clara e

induvidosa nesse sentido, em respeito aos deveres de informação einduvidosa nesse sentido, em respeito aos deveres de informação e

transparência do fornecedor para com o consumidortransparência do fornecedor para com o consumidor. .

III - A utilização da Tabela Price como método de amortização da dívidaIII - A utilização da Tabela Price como método de amortização da dívida

representa escamoteada capitalização mensal de juros e provoca orepresenta escamoteada capitalização mensal de juros e provoca o

enriquecimento sem causa de um contratante em detrimento do outro.enriquecimento sem causa de um contratante em detrimento do outro.

Por isso, e à míngua de inequívoca convenção entre as partes, éPor isso, e à míngua de inequívoca convenção entre as partes, é

imperativa a sua exclusão do pacto negocial. lV - Reconhecida aimperativa a sua exclusão do pacto negocial. lV - Reconhecida a

sucumbência recíproca, mas não equivalente, impõe-se a redistribuiçãosucumbência recíproca, mas não equivalente, impõe-se a redistribuição

proporcional das despesas do processo e honorários advocatícios entreproporcional das despesas do processo e honorários advocatícios entre

os litigantes, nos termos do art. 21, caput, do Diploma Processual Civil. Vos litigantes, nos termos do art. 21, caput, do Diploma Processual Civil. V

- Se a parte agravante não demonstra a superveniência de fatos novos,- Se a parte agravante não demonstra a superveniência de fatos novos,

tampouco apresenta argumentação hábil a acarretar a modificação datampouco apresenta argumentação hábil a acarretar a modificação da

linha de raciocínio adotada pelo órgão julgador, cingindo-se a debaterlinha de raciocínio adotada pelo órgão julgador, cingindo-se a debater

novamente pontos já exaustivamente examinados no recurso primitivonovamente pontos já exaustivamente examinados no recurso primitivo

decidido singularmente por esta Relatoria, o improvimento do agravodecidido singularmente por esta Relatoria, o improvimento do agravo

interno se impõe. AGRAVO INTERNO CONHECIDO E IMPROVIDO. (interno se impõe. AGRAVO INTERNO CONHECIDO E IMPROVIDO. (TJGOTJGO - -

AC-AgRg 185263-37.2009.8.09.0011; Aparecida de Goiânia; Rel. Des.AC-AgRg 185263-37.2009.8.09.0011; Aparecida de Goiânia; Rel. Des.

Kisleu Dias Maciel Filho; DJGO 02/03/2012; Pág. 187)Kisleu Dias Maciel Filho; DJGO 02/03/2012; Pág. 187)

RECURSOS DE APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATORECURSOS DE APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO

(CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS).(CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS).

REVISÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DAREVISÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA

PACTA SUNT SERVANDA MITIGADO PELO CDC. TAXA DE JUROSPACTA SUNT SERVANDA MITIGADO PELO CDC. TAXA DE JUROS

REMUNERATÓRIOS FIXADA EM PATAMAR SUPERIOR A 12% (DOZE PORREMUNERATÓRIOS FIXADA EM PATAMAR SUPERIOR A 12% (DOZE POR

CENTO) AO ANO. POSSIBILIDADE. REVISÃO PERMITIDA APENAS,CENTO) AO ANO. POSSIBILIDADE. REVISÃO PERMITIDA APENAS,

QUANDO CONFIGURADA ABUSIVIDADE. HIPÓTESE NÃO COMPROVADAQUANDO CONFIGURADA ABUSIVIDADE. HIPÓTESE NÃO COMPROVADA

NOS AUTOS. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS. LEGALIDADE DE SUANOS AUTOS. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS. LEGALIDADE DE SUA

INCIDÊNCIA APENAS QUANDO EXPRESSAMENTE CONTRATADA.INCIDÊNCIA APENAS QUANDO EXPRESSAMENTE CONTRATADA.

INADIMISSIBILIDADE QUANDO, NO CONTRATO, HOUVER PREVISÃO DEINADIMISSIBILIDADE QUANDO, NO CONTRATO, HOUVER PREVISÃO DE

OUTROS ENCARGOS MORATÓRIOS. TARIFA DE EMISSÃO DE BOLETOOUTROS ENCARGOS MORATÓRIOS. TARIFA DE EMISSÃO DE BOLETO

BANCÁRIO. ILEGALIDADE DA COBRANÇA. SENTENÇA MANTIDA, NESTEBANCÁRIO. ILEGALIDADE DA COBRANÇA. SENTENÇA MANTIDA, NESTE

PONTO. RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. POSSIBILIDADE, DESDE QUE,PONTO. RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. POSSIBILIDADE, DESDE QUE,

COMPROVADO O PAGAMENTOINDEVIDO -RESTITUIÇÃONA FORMACOMPROVADO O PAGAMENTOINDEVIDO -RESTITUIÇÃONA FORMA

SIMPLES. HONORÁRIOS ADVOCATÍCOS. PEDIDO DE REDUÇÃO DASIMPLES. HONORÁRIOS ADVOCATÍCOS. PEDIDO DE REDUÇÃO DA

CONDENAÇÃO POSTA NA INSTÂNCIA SINGELA NÃO ACOLHIDO.CONDENAÇÃO POSTA NA INSTÂNCIA SINGELA NÃO ACOLHIDO.

SUCUMBENCIA RECÍPROCA CONFIGURADA NA HIPÓTESE.SUCUMBENCIA RECÍPROCA CONFIGURADA NA HIPÓTESE.

DISTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL. RECURSO DA INSTITUIÇÃO BANCÁRIADISTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL. RECURSO DA INSTITUIÇÃO BANCÁRIA

CREDORA CONHECIDO E IMPROVIDO. RECURSO DO AUTOR/DEVEDORCREDORA CONHECIDO E IMPROVIDO. RECURSO DO AUTOR/DEVEDOR

CONHECIDO E PROVIDO PARCIALMENTE. CONHECIDO E PROVIDO PARCIALMENTE.

1 - Os contratos firmados com instituições financeiras, não estão sujeitos1 - Os contratos firmados com instituições financeiras, não estão sujeitos

à limitação da taxa de juros no patamar de 12% (doze por cento) ao ano,à limitação da taxa de juros no patamar de 12% (doze por cento) ao ano,

podendo, todavia, a taxa contratada ser anulada ou readequada, quandopodendo, todavia, a taxa contratada ser anulada ou readequada, quando

apresentar abusividade excessiva, o que, in casu, não restou comprovadoapresentar abusividade excessiva, o que, in casu, não restou comprovado

pela autora. pela autora.

2 - Assim, mantém-se a taxa de juros remuneratórios contratada em2 - Assim, mantém-se a taxa de juros remuneratórios contratada em

3,15% (três vírgula quinze por cento) ao mês, todavia, capitalizados3,15% (três vírgula quinze por cento) ao mês, todavia, capitalizados

anualmente, ante a ausência de pactuação expressa da capitalizaçãoanualmente, ante a ausência de pactuação expressa da capitalização

mensal. E isso porque, conforme entendimento pacífico da jurisprudênciamensal. E isso porque, conforme entendimento pacífico da jurisprudência

emanada, não só dos tribunais estaduais, mas principalmente doemanada, não só dos tribunais estaduais, mas principalmente do

Superior Tribunal de Justiça, não basta, para incidência da capitalizaçãoSuperior Tribunal de Justiça, não basta, para incidência da capitalização

mensal, que o contrato seja firmado após a vigência da mensal, que o contrato seja firmado após a vigência da MP 1.963-7/2000MP 1.963-7/2000,,

mas que tenha sido expressamente pactuadamas que tenha sido expressamente pactuada (capitalização mensal). (capitalização mensal).

Não sendo essa a hipótese, apresenta-se abusiva a capitalização mensal eNão sendo essa a hipótese, apresenta-se abusiva a capitalização mensal e

por isso deve ser afastada, como ocorre na fatispécie versanda. por isso deve ser afastada, como ocorre na fatispécie versanda.

3 - Nos contratos bancários em que há previsão de multa contratual e3 - Nos contratos bancários em que há previsão de multa contratual e

juros moratórios, não há lugar para aplicabilidade da taxa de comissão dejuros moratórios, não há lugar para aplicabilidade da taxa de comissão de

permanência, pois, por serem todos esses encargos de naturezapermanência, pois, por serem todos esses encargos de natureza

moratória, são inacumuláveis, nos termos das Súmulas nºs 30, 294 e 296moratória, são inacumuláveis, nos termos das Súmulas nºs 30, 294 e 296

do Superior Tribunal de Justiça. do Superior Tribunal de Justiça.

4 - Ostenta-se abusiva e contrária ao artigo 51, IV, da Lei consumerista, a4 - Ostenta-se abusiva e contrária ao artigo 51, IV, da Lei consumerista, a

cobrança de tarifa de emissão de boleto bancário por transferir aocobrança de tarifa de emissão de boleto bancário por transferir ao

consumidor ônus que deve ser suportado pela própria instituiçãoconsumidor ônus que deve ser suportado pela própria instituição

financeira. financeira.

5 - Não mais subsistindo os motivos que ensejaram a concessão da5 - Não mais subsistindo os motivos que ensejaram a concessão da

antecipação da tutela, para impedir a remessa do nome do devedor aosantecipação da tutela, para impedir a remessa do nome do devedor aos

cadastros de inadimplentes e que lhe permitia consignar os valorescadastros de inadimplentes e que lhe permitia consignar os valores

incontroversos, em juízo imperiosa se mostra a revogação daquelaincontroversos, em juízo imperiosa se mostra a revogação daquela

medida -, "autorizando o réu-credor, no exercício de seu direitomedida -, "autorizando o réu-credor, no exercício de seu direito

promover os meios próprios à cobrança do débito existente". promover os meios próprios à cobrança do débito existente".

6 - Admite-se a repetição de indébito, na forma simples, desde que, na6 - Admite-se a repetição de indébito, na forma simples, desde que, na

elaboração de novo cálculo (liquidação de sentença), restar confirmadoelaboração de novo cálculo (liquidação de sentença), restar confirmado

que o consumidor, ante ao emprego de cláusulas contratuais abusivas,que o consumidor, ante ao emprego de cláusulas contratuais abusivas,

efetuou pagamento indevido ao credor. efetuou pagamento indevido ao credor.

7 - Não comporta redução da condenação posta a título de honorários7 - Não comporta redução da condenação posta a título de honorários

advocatícios se, ao ser consideradas as circunstâncias do caso concreto,advocatícios se, ao ser consideradas as circunstâncias do caso concreto,

restar demonstrado que a importância fixada de R$ 1.800,00 está dentrorestar demonstrado que a importância fixada de R$ 1.800,00 está dentro

dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Todavia, em sendo ados princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Todavia, em sendo a

hipótese de sucumbência recíproca, como ocorreu in casu, deve referidahipótese de sucumbência recíproca, como ocorreu in casu, deve referida

verba honorária ser rateada de acordo com a proporcionalidade doverba honorária ser rateada de acordo com a proporcionalidade do

ganho e perda de cada parte litigante, in casu, fixando-se 60% (sessentaganho e perda de cada parte litigante, in casu, fixando-se 60% (sessenta

por cento) de responsabilidade do banco-réu e 40% (quarenta por cento)por cento) de responsabilidade do banco-réu e 40% (quarenta por cento)

de responsabilidade do autor, podendo haver compensação dos valores,de responsabilidade do autor, podendo haver compensação dos valores,

caso haja consenso entre os litigantes. caso haja consenso entre os litigantes.

8 - Recurso da instituição financeira cifra s. A. Crédito financiamento e8 - Recurso da instituição financeira cifra s. A. Crédito financiamento e

investimento conhecido e improvido. investimento conhecido e improvido.

9 - Recurso do autor-devedor wanderson willian de Almeida pontes9 - Recurso do autor-devedor wanderson willian de Almeida pontes

conhecido e provido parcialmente. (conhecido e provido parcialmente. (TJMTTJMT - APL 34228/2011; Várzea - APL 34228/2011; Várzea

Grande; Sexta Câmara Cível; Rel. Des. José Ferreira Leite; Julg.Grande; Sexta Câmara Cível; Rel. Des. José Ferreira Leite; Julg.

18/01/2012; DJMT 01/02/2012; Pág. 16)18/01/2012; DJMT 01/02/2012; Pág. 16)

É a hipótese de incidência, portanto, ante àÉ a hipótese de incidência, portanto, ante à

inexistência de cláusula expressa, do que reza a inexistência de cláusula expressa, do que reza a Súmula 121Súmula 121 do Supremo do Supremo

Tribunal FederalTribunal Federal, bem como , bem como SúmulaSúmula 9393 do Superior Tribunal de Justiça: do Superior Tribunal de Justiça:

STF - Súmula nº 121STF - Súmula nº 121 - - É vedada a capitalização de jurosÉ vedada a capitalização de juros, ainda que, ainda que

expressamente convencionada.expressamente convencionada.

STJ - Súmula nº 93STJ - Súmula nº 93 - A legislação sobre cédulas de crédito rural, - A legislação sobre cédulas de crédito rural,

comercial e industrial comercial e industrial admite o pactoadmite o pacto de capitalização de juros de capitalização de juros..

Não se diga, também – Não se diga, também – ainda que por absurdo nãoainda que por absurdo não

seja afastada a capitalização mensal em face dos argumentos supra aludidosseja afastada a capitalização mensal em face dos argumentos supra aludidos

(ausência de pacto expresso)(ausência de pacto expresso) --, que não haveria ilegalidade alguma porque a --, que não haveria ilegalidade alguma porque a

operação passou a ser permitida pelo operação passou a ser permitida pelo art. 5°, da Medida Provisória n° 1. 963/17,art. 5°, da Medida Provisória n° 1. 963/17,

de 30/3/2000, ainda em vigor reedições posteriores e, segundo o voto dode 30/3/2000, ainda em vigor reedições posteriores e, segundo o voto do

eminente relator, por força do art. 2°, da Ementa Constitucional n° 32, deeminente relator, por força do art. 2°, da Ementa Constitucional n° 32, de

11/9/200111/9/2001. Estes argumentos, aliás, são alegados com freqüência . Estes argumentos, aliás, são alegados com freqüência pelaspelas

instituições financeiras, o que de pronto ora se rebateinstituições financeiras, o que de pronto ora se rebate..

O exame de tais diplomas, entretanto, O exame de tais diplomas, entretanto, revela que orevela que o

invocado dispositivo deve ter recusada a aplicação porque sem validadeinvocado dispositivo deve ter recusada a aplicação porque sem validade..

O preâmbulo das O preâmbulo das Medidas Provisórias n°s 1. 963 eMedidas Provisórias n°s 1. 963 e

2.170 2.170 – esta última como reedição daquela – indica que – esta última como reedição daquela – indica que suas normas dispõemsuas normas dispõem

sobresobre “ “a administração dos recursos de caixa do Tesouro Nacional, consolidam ea administração dos recursos de caixa do Tesouro Nacional, consolidam e

atualizam a legislação pertinente ao assunto e dão outras providenciasatualizam a legislação pertinente ao assunto e dão outras providencias”.”.

Apreciando-se com acuidade o texto das normas, até o art. 4º, ao menos, Apreciando-se com acuidade o texto das normas, até o art. 4º, ao menos, indicaindica

que o executivo legislador teve em mente que o executivo legislador teve em mente tratar dos recursos do caixa dotratar dos recursos do caixa do

Tesouro Nacional exclusivamenteTesouro Nacional exclusivamente. O art. 5º, entretanto enveredou por assunto. O art. 5º, entretanto enveredou por assunto

diverso, passando a tratar, diverso, passando a tratar, em completo descompasso com o restante daem completo descompasso com o restante da

MedidaMedida, da possibilidade de capitalização de juros pelas instituições integrantes do, da possibilidade de capitalização de juros pelas instituições integrantes do

Sistema Financeiro Nacional.Sistema Financeiro Nacional.

No entanto, temos que a No entanto, temos que a Lei Complementar n° 95Lei Complementar n° 95, de, de

26/2/1998 em cumprimento ao art. 59, parágrafo único, da Constituição Federal,26/2/1998 em cumprimento ao art. 59, parágrafo único, da Constituição Federal,

aplicável, também, às Medidas Provisórias (art. 1° parágrafo único), aplicável, também, às Medidas Provisórias (art. 1° parágrafo único), estabelece,estabelece,

no art. 7° queno art. 7° que “o primeiro artigo do texto indicará o objeto da lei e o “o primeiro artigo do texto indicará o objeto da lei e o

respectivo âmbito de aplicação” e proíbe, no inciso II, o tratamento derespectivo âmbito de aplicação” e proíbe, no inciso II, o tratamento de

matéria estranha a seu objeto: “matéria estranha a seu objeto: “a lei não conterá matéria estranha a seua lei não conterá matéria estranha a seu

objeto ou a este não vinculada por afinidade, pertinência ou conexãoobjeto ou a este não vinculada por afinidade, pertinência ou conexão””..

Óbvio que Óbvio que a matéria relativa à capitalização de jurosa matéria relativa à capitalização de juros

em favor de instituições financeiras nada tem com os mecanismos deem favor de instituições financeiras nada tem com os mecanismos de

administração dos recursos do Tesouro Nacionaladministração dos recursos do Tesouro Nacional, destoando flagrantemente, destoando flagrantemente

do objeto principal das invocadas Medidas Provisórias, com o qual não temdo objeto principal das invocadas Medidas Provisórias, com o qual não tem

afinidade, pertinência ou conexão.afinidade, pertinência ou conexão.

Convém realçar, nesse ponto, que o enfoque naConvém realçar, nesse ponto, que o enfoque na

colidência de normas pode-se dar pelo prisma constitucional ou pelo prismacolidência de normas pode-se dar pelo prisma constitucional ou pelo prisma

infraconstitucional, como decidiu o C. Superior Tribunal de Justiça nos Embargosinfraconstitucional, como decidiu o C. Superior Tribunal de Justiça nos Embargos

de Divergência n° 357.415/PR (Rela. Min. Eliana Calmon- DJ 14/6/2004).de Divergência n° 357.415/PR (Rela. Min. Eliana Calmon- DJ 14/6/2004).

Neste último aspecto, assentado que a leiNeste último aspecto, assentado que a lei

complementar trate do assunto que lhe foi confiado pelo texto constitucional,complementar trate do assunto que lhe foi confiado pelo texto constitucional,

assume inegável superioridade hierárquica em relação à lei ordinária (GERALDOassume inegável superioridade hierárquica em relação à lei ordinária (GERALDO

ATALIBA, ATALIBA, Lei Complementar na Constituição Federal, Lei Complementar na Constituição Federal, São Paulo, RT, 1971, p. 57),São Paulo, RT, 1971, p. 57),

à qual se equipara a Medida Provisória.à qual se equipara a Medida Provisória.

Bem por isso, sujeitando-se esta aos contornosBem por isso, sujeitando-se esta aos contornos

estabelecidos por aquela, “estabelecidos por aquela, “não prevalecem contra ela, sendo inválidas asnão prevalecem contra ela, sendo inválidas as

normas que a contradisseremnormas que a contradisserem” (MANOEL GONGALVES FERREIRA FILHO, ” (MANOEL GONGALVES FERREIRA FILHO, DoDo

Progresso Legislativo,Progresso Legislativo, São Paulo Saraiva, 2002, p. 247). São Paulo Saraiva, 2002, p. 247).

Tem-se, assim, que o art. 5º de referidos diplomas estáTem-se, assim, que o art. 5º de referidos diplomas está

em aberto confronto com o art. 7°, II, da Lei Complementar n° 95/98, motivo qualem aberto confronto com o art. 7°, II, da Lei Complementar n° 95/98, motivo qual

que V. Exa. que V. Exa. deve recusar-lhe validadedeve recusar-lhe validade..

Não fosse este o entendimento, o que se diz apenasNão fosse este o entendimento, o que se diz apenas

por argumentar, por argumentar, o Poder Executivo não tem o condão de ´legislar, por Medidao Poder Executivo não tem o condão de ´legislar, por Medida

Provisória(CF, art. 62), no tocante à matéria de juros cobrados porProvisória(CF, art. 62), no tocante à matéria de juros cobrados por

instituições financeirasinstituições financeiras. Ademais, . Ademais, a mesma, resta saber, a mesma, resta saber, sequer forasequer fora

apreciada pelo Poder Legislativoapreciada pelo Poder Legislativo..

Há, neste tocante, há uma gritante ilegalidade.Há, neste tocante, há uma gritante ilegalidade.

Ademais, a Ademais, a cláusula de capitalizaçãocláusula de capitalização, por ser de, por ser de

importância crucial ao desenvolvimento do contrato, ainda que eventualmenteimportância crucial ao desenvolvimento do contrato, ainda que eventualmente

existisse neste pacto, existisse neste pacto, deve ser redigida de maneira a demonstrar exatamentedeve ser redigida de maneira a demonstrar exatamente

ao contratante do que se trata e quais os reflexos gerarão ao plano material.ao contratante do que se trata e quais os reflexos gerarão ao plano material.

Desse modo, como a instituição financeira não seDesse modo, como a instituição financeira não se

preocupou de contratar expressamente, muito menos -- preocupou de contratar expressamente, muito menos -- mesmo que absurdamentemesmo que absurdamente

tenha por falar em alguma cláusula implícitatenha por falar em alguma cláusula implícita --, em respeitar o que dispõe o --, em respeitar o que dispõe o

Código de Defesa do ConsumidorCódigo de Defesa do Consumidor, notadamente os , notadamente os artigos 46, 51, inciso IV,artigos 46, 51, inciso IV,

52, 54, parágrafo 3º e 4º52, 54, parágrafo 3º e 4º, pode-se afirmar que a cédula de crédito bancário, ora, pode-se afirmar que a cédula de crédito bancário, ora

em debate, não conteria o pacto, visto sob a ótica consumerista. em debate, não conteria o pacto, visto sob a ótica consumerista.

Isto se deve ao Isto se deve ao desrespeito de um dos deveresdesrespeito de um dos deveres

anexos defluentes do princípio da boa-féanexos defluentes do princípio da boa-fé : : o dever de informação que impõe ao dever de informação que impõe a

obrigação de transparência das condições pactuadasobrigação de transparência das condições pactuadas. Por conseguinte, deve a. Por conseguinte, deve a

cláusula, que eventual venha prevê a capitalização mensal de juros, ser declaradacláusula, que eventual venha prevê a capitalização mensal de juros, ser declarada

inválida, desprezando, inválida, desprezando, in casuin casu, a Súmula nº. 93 do STJ, em face de sua patente, a Súmula nº. 93 do STJ, em face de sua patente

inaplicabilidade ao caso em tela. inaplicabilidade ao caso em tela.

O pacto, à luz do princípio consumerista daO pacto, à luz do princípio consumerista da

transparência, que significa informação clara, correta e precisa sobre o contrato atransparência, que significa informação clara, correta e precisa sobre o contrato a

ser firmado, mesmo na fase pré-contratual, teria que necessariamente conter: ser firmado, mesmo na fase pré-contratual, teria que necessariamente conter:

1) redação clara e de fácil compreensão(art. 46);1) redação clara e de fácil compreensão(art. 46);

2) Informações completas acerca das condições pactuadas e2) Informações completas acerca das condições pactuadas e

seus reflexos no plano do direito material;seus reflexos no plano do direito material;

3) Redação com informações corretas, claras, precisas e3) Redação com informações corretas, claras, precisas e

ostensivas, sobre as condições de pagamento, juros,ostensivas, sobre as condições de pagamento, juros,

encargos, garantia(art. 54, parágrafo 3º, c/c art. 17, I, doencargos, garantia(art. 54, parágrafo 3º, c/c art. 17, I, do

Dec. 2.181/87);Dec. 2.181/87);

4) Em destaque, a fim de permitir sua imediata e fácil4) Em destaque, a fim de permitir sua imediata e fácil

compreensão, as cláusulas que implicarem limitação decompreensão, as cláusulas que implicarem limitação de

direito(art. 54, parágrafo 4º)direito(art. 54, parágrafo 4º)

(c) - DA AUSÊNCIA DE MORA(c) - DA AUSÊNCIA DE MORA

Destaque-se que Destaque-se que nãonão há que se falar em mora há que se falar em mora. .

A mora reflete uma inexecução de obrigaçãoA mora reflete uma inexecução de obrigação

diferenciada, porquanto diferenciada, porquanto representa o injusto retardamentorepresenta o injusto retardamento ou o descumprimento ou o descumprimento

culposo da obrigação, conceituação esta que se encontra estabelecida no artigoculposo da obrigação, conceituação esta que se encontra estabelecida no artigo

394 do Código Civil de 2002394 do Código Civil de 2002, aplicável à espécie, com a complementação, aplicável à espécie, com a complementação

disposta no disposta no artigo 396 desse mesmo Diploma Legal.artigo 396 desse mesmo Diploma Legal.

CÓDIGO CIVILCÓDIGO CIVIL

Art. Art. 394 - Considera-se em mora o devedor que não efetuar oArt. Art. 394 - Considera-se em mora o devedor que não efetuar o

pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e formapagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma

que a lei ou a convenção estabelecer.que a lei ou a convenção estabelecer.

Art. 396 - Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorreArt. 396 - Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre

este em mora.este em mora.

Do mesmo teor a posição do Do mesmo teor a posição do Sup. Trib. de JustiçaSup. Trib. de Justiça::

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSOAGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO

ESPECIAL. CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL. VARIAÇÃOESPECIAL. CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL. VARIAÇÃO

CAMBIAL. PROVA DA CAPTAÇÃO DOS RECURSOS. AUSÊNCIA.CAMBIAL. PROVA DA CAPTAÇÃO DOS RECURSOS. AUSÊNCIA.

CAPITALIZAÇÃO MENSAL DOS JUROS. AUSÊNCIA DE PACTUAÇÃO.CAPITALIZAÇÃO MENSAL DOS JUROS. AUSÊNCIA DE PACTUAÇÃO.

REEXAME DE PROVAS. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS.REEXAME DE PROVAS. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS.

SÚMULAS NºS 5 E 7 DESTA CORTE. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA.SÚMULAS NºS 5 E 7 DESTA CORTE. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA.

MORA DESCARACTERIZADAMORA DESCARACTERIZADA. INSCRIÇÃO EM CADASTROS DE. INSCRIÇÃO EM CADASTROS DE

INADIMPLENTES. VEDADA. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. NÃOINADIMPLENTES. VEDADA. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. NÃO

COMPROVADO. COMPROVADO.

1.- É imprescindível que a arrendadora prove a captação específica de1.- É imprescindível que a arrendadora prove a captação específica de

recursos provenientes de empréstimo em moeda estrangeira, quando forrecursos provenientes de empréstimo em moeda estrangeira, quando for

impugnada a validade da cláusula de correção pela variação cambial. impugnada a validade da cláusula de correção pela variação cambial.

2.- Tendo o acórdão afirmado inexistir expressa pactuação a respeito da2.- Tendo o acórdão afirmado inexistir expressa pactuação a respeito da

capitalização mensal de juros, não há como acolher a pretensão do bancocapitalização mensal de juros, não há como acolher a pretensão do banco

recorrente, ante o óbice das Súmulas 05 e 07 do Superior Tribunal derecorrente, ante o óbice das Súmulas 05 e 07 do Superior Tribunal de

Justiça. Justiça.

3.- Admite-se a cobrança da comissão de permanência em caso de3.- Admite-se a cobrança da comissão de permanência em caso de

inadimplemento, à taxa de mercado, desde que (I) pactuada, (II) cobradainadimplemento, à taxa de mercado, desde que (I) pactuada, (II) cobrada

de forma exclusiva - ou seja, não cumulada com outros encargosde forma exclusiva - ou seja, não cumulada com outros encargos

moratórios, remuneratórios ou correção monetária - e (III) que nãomoratórios, remuneratórios ou correção monetária - e (III) que não

supere a soma dos seguintes encargos: taxa de juros remuneratóriossupere a soma dos seguintes encargos: taxa de juros remuneratórios

pactuada para a vigência do contrato; juros de mora; e multa contratualpactuada para a vigência do contrato; juros de mora; e multa contratual

(RESP nº 834.968/RS, Rel. Ministro ARI Pargendler, DJ de 7.5.07). (RESP nº 834.968/RS, Rel. Ministro ARI Pargendler, DJ de 7.5.07).

4.- 4.- A cobrança de encargos ilegais no período da normalidadeA cobrança de encargos ilegais no período da normalidade

descaracteriza a mora do devedordescaracteriza a mora do devedor. .

5.- É vedada a inscrição do nome do devedor nos cadastros de proteção5.- É vedada a inscrição do nome do devedor nos cadastros de proteção

ao crédito na hipótese em que descaracterizada a mora peloao crédito na hipótese em que descaracterizada a mora pelo

reconhecimento da cobrança de encargos ilegais. reconhecimento da cobrança de encargos ilegais.

6.- O dissenso pretoriano deve ser demonstrado por meio do cotejo6.- O dissenso pretoriano deve ser demonstrado por meio do cotejo

analítico, com transcrição de trechos dos acórdãos recorrido e paradigmaanalítico, com transcrição de trechos dos acórdãos recorrido e paradigma

que exponham a similitude fática e a diferente interpretação da Leique exponham a similitude fática e a diferente interpretação da Lei

Federal. Federal.

7.- Agravo Regimental improvido. (7.- Agravo Regimental improvido. (STJSTJ - AgRg-Ag 1.428.036; Proc. - AgRg-Ag 1.428.036; Proc.

2011/0243472-0; SC; Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg.2011/0243472-0; SC; Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg.

27/03/2012; DJE 10/04/2012)27/03/2012; DJE 10/04/2012)

AGRAVO REGIMENTAL. CONTRATO BANCÁRIO. CAPITALIZAÇÃOAGRAVO REGIMENTAL. CONTRATO BANCÁRIO. CAPITALIZAÇÃO

MENSAL DOS JUROS. AUSÊNCIA DE PACTUAÇÃO. REEXAME DE PROVAS.MENSAL DOS JUROS. AUSÊNCIA DE PACTUAÇÃO. REEXAME DE PROVAS.

INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. MORAMORA

DESCARACTERIZADADESCARACTERIZADA. COBRANÇA DE ENCARGOS ILEGAIS. INSCRIÇÃO DO. COBRANÇA DE ENCARGOS ILEGAIS. INSCRIÇÃO DO

NOME DO DEVEDOR EM CADASTROS DE INADIMPLENTES. VEDAÇÃO. NOME DO DEVEDOR EM CADASTROS DE INADIMPLENTES. VEDAÇÃO.

1.- É inviável em sede de Recurso Especial a interpretação de cláusulas1.- É inviável em sede de Recurso Especial a interpretação de cláusulas

contratuais e o reexame do acervo fático-probatório dos autos. contratuais e o reexame do acervo fático-probatório dos autos.

2.- 2.- A cobrança de encargos ilegais no período da normalidadeA cobrança de encargos ilegais no período da normalidade

descaracteriza a mora do devedordescaracteriza a mora do devedor. .

3.- O julgamento de mérito que declara a existência de encargos abusivos3.- O julgamento de mérito que declara a existência de encargos abusivos

afasta a caracterização da mora, assim como a possibilidade de inscriçãoafasta a caracterização da mora, assim como a possibilidade de inscrição

do nome do contratante nos cadastros de proteção ao crédito do nome do contratante nos cadastros de proteção ao crédito

4.- Agravo Regimental improvido. (4.- Agravo Regimental improvido. (STJSTJ - AgRg-AREsp 81.209; Proc. - AgRg-AREsp 81.209; Proc.

2011/0198922-9; RS; Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg.2011/0198922-9; RS; Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg.

16/02/2012; DJE 13/03/2012)16/02/2012; DJE 13/03/2012)

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONTRATOAGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONTRATO

BANCÁRIO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DOS JUROS. AUSÊNCIA DEBANCÁRIO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DOS JUROS. AUSÊNCIA DE

PACTUAÇÃO. REEXAME DE PROVAS. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULASPACTUAÇÃO. REEXAME DE PROVAS. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS

CONTRATUAIS. INADMISSIBILIDADE. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA.CONTRATUAIS. INADMISSIBILIDADE. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA.

SÚMULA Nº 83/STJ. SÚMULA Nº 83/STJ. MORA DESCARACTERIZADAMORA DESCARACTERIZADA. MANUTENÇÃO DO. MANUTENÇÃO DO

BEM NA POSSE DO DEVEDOR. DECISÃO AGRAVADA MANTIDA. BEM NA POSSE DO DEVEDOR. DECISÃO AGRAVADA MANTIDA.

1.- Tendo o acórdão reconhecido que as partes nada pactuaram a1.- Tendo o acórdão reconhecido que as partes nada pactuaram a

respeito da capitalização mensal de juros, não há como acolher arespeito da capitalização mensal de juros, não há como acolher a

pretensão do banco recorrente, ante o óbice das Súmulas 05 e 07 dopretensão do banco recorrente, ante o óbice das Súmulas 05 e 07 do

Superior Tribunal de Justiça. Superior Tribunal de Justiça.

2.- No que se refere à comissão de permanência, já admitiu esta Corte a2.- No que se refere à comissão de permanência, já admitiu esta Corte a

legalidade de sua cobrança em caso de inadimplemento, à taxa delegalidade de sua cobrança em caso de inadimplemento, à taxa de

mercado, desde que (I) pactuada, (II) cobrada de forma exclusiva - oumercado, desde que (I) pactuada, (II) cobrada de forma exclusiva - ou

seja, não cumulada com outros encargos moratórios, remuneratórios ouseja, não cumulada com outros encargos moratórios, remuneratórios ou

correção monetária - e (III) que não supere a soma dos seguintescorreção monetária - e (III) que não supere a soma dos seguintes

encargos: taxa de juros remuneratórios pactuada para a vigência doencargos: taxa de juros remuneratórios pactuada para a vigência do

contrato; juros de mora; e multa contratual (RESP nº 834.968/RS, Rel.contrato; juros de mora; e multa contratual (RESP nº 834.968/RS, Rel.

Ministro ARI Pargendler, DJ de 7.5.07). Incidência da Súmula nº 83/STJ. Ministro ARI Pargendler, DJ de 7.5.07). Incidência da Súmula nº 83/STJ.

3.- O Tribunal de origem decidiu pela vedação da inscrição do nome do3.- O Tribunal de origem decidiu pela vedação da inscrição do nome do

recorrido nos cadastros de inadimplentes e pela manutenção do bem narecorrido nos cadastros de inadimplentes e pela manutenção do bem na

posse do devedor tendo em vista a descaracterização da mora, tantoposse do devedor tendo em vista a descaracterização da mora, tanto

pelo reconhecimento da abusividade dos encargos cobrados como pelapelo reconhecimento da abusividade dos encargos cobrados como pela

consignação judicial dos valores devidos. Assim, não dissentiu doconsignação judicial dos valores devidos. Assim, não dissentiu do

entendimento desta Corte sobre o tema. entendimento desta Corte sobre o tema.

4.- 4.- Descaracterizada a mora do devedor no caso de cobrança deDescaracterizada a mora do devedor no caso de cobrança de

encargos ilegais no período da normalidade, o que se verifica, noencargos ilegais no período da normalidade, o que se verifica, no

presente processo, em que foi reconhecida a abusividade dos jurospresente processo, em que foi reconhecida a abusividade dos juros

capitalizados mensalmentecapitalizados mensalmente. .

5.- O agravo não trouxe nenhum argumento capaz de modificar a5.- O agravo não trouxe nenhum argumento capaz de modificar a

conclusão do julgado, a qual se mantém por seus próprios fundamentos. conclusão do julgado, a qual se mantém por seus próprios fundamentos.

6.- Agravo Regimental improvido. (6.- Agravo Regimental improvido. (STJSTJ - AgRg-AG-REsp 77.265; Proc. - AgRg-AG-REsp 77.265; Proc.

2011/0193624-1; RS; Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg.2011/0193624-1; RS; Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg.

13/12/2011; DJE 03/02/2012)13/12/2011; DJE 03/02/2012)

Consoante a doutrina de Consoante a doutrina de Humberto Theodoro JúniorHumberto Theodoro Júnior::

“a idéia de mora vem sempre ligada, indissociavelmente, ao elemento“a idéia de mora vem sempre ligada, indissociavelmente, ao elemento

culpa, de sorte que se a falta de pagamento decorre de ato culposo doculpa, de sorte que se a falta de pagamento decorre de ato culposo do

próprio credor, lugar não há para responsabilizar-se o devedor pelopróprio credor, lugar não há para responsabilizar-se o devedor pelo

inadimplemento inadimplemento ( ( In,In, Curso de direito processual civil. V. III. 22 ed. Rio Curso de direito processual civil. V. III. 22 ed. Rio

de Janeiro: Forense, 2000. p. 26)de Janeiro: Forense, 2000. p. 26)””

Na mesma linha, Na mesma linha, Silvio RodriguesSilvio Rodrigues averba: averba:

““147. A culpa é elementar na mora do devedor – 147. A culpa é elementar na mora do devedor – Da conjunção dos arts.Da conjunção dos arts.

394 e 396 do Código Civil se deduz que sem culpa do devedor não há394 e 396 do Código Civil se deduz que sem culpa do devedor não há

mora. Se houve atraso, mas este não resultou de dolo, negligência oumora. Se houve atraso, mas este não resultou de dolo, negligência ou

imprudência do devedor, não se pode falar em mora.” imprudência do devedor, não se pode falar em mora.” ( ( InIn, Direito civil:, Direito civil:

parte geral das obrigações. V. II. 30ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008. p.parte geral das obrigações. V. II. 30ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008. p.

245)245). .

Por fim, colhe-se lição dePor fim, colhe-se lição de J.M. Carvalho Santos J.M. Carvalho Santos: :

“A culpa é elemento essencial à constituição de mora, pois, em seu“A culpa é elemento essencial à constituição de mora, pois, em seu

verdadeiro conceito, esta é um retardamento imputável ao devedor.verdadeiro conceito, esta é um retardamento imputável ao devedor.

O devedor, em suma, só incorre em mora quando retarda oO devedor, em suma, só incorre em mora quando retarda o

pagamento sem causa justificada que afaste de si toda e qualquerpagamento sem causa justificada que afaste de si toda e qualquer

culpa. Não incorre em mora, em hipótese alguma, quando oculpa. Não incorre em mora, em hipótese alguma, quando o

retardamento não lhe seja imputável retardamento não lhe seja imputável ((In,In, Código civil brasileiro Código civil brasileiro

interpretado. V. XII. 12 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1985.interpretado. V. XII. 12 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1985.

p. 375/376)p. 375/376)..

Em face dessas considerações, conclui-se que a moraEm face dessas considerações, conclui-se que a mora

cristaliza o retardamento por um fato, cristaliza o retardamento por um fato, quando imputável ao devedorquando imputável ao devedor, o que vale, o que vale

dizer que, se o credor exige o pagamento com encargos excessivos, o que deverádizer que, se o credor exige o pagamento com encargos excessivos, o que deverá

ser apurado em momento oportuno, ser apurado em momento oportuno, retira do devedor a possibilidade de arcarretira do devedor a possibilidade de arcar

com a obrigação assumidacom a obrigação assumida, não podendo lhe ser imputados os efeitos da mora. , não podendo lhe ser imputados os efeitos da mora.

Entende-se, de outro bordo, se constatado que noEntende-se, de outro bordo, se constatado que no

““período da normalidadeperíodo da normalidade” contratual – ou seja, aqueles exigidos e previstos em” contratual – ou seja, aqueles exigidos e previstos em

face do quanto contratado --, existiram cobranças abusivas, face do quanto contratado --, existiram cobranças abusivas, restará afastadarestará afastada

eventual condição de mora do Promoventeeventual condição de mora do Promovente..

O Superior Tribunal de Justiça, ao concluir oO Superior Tribunal de Justiça, ao concluir o

julgamento de recurso repetitivo sobre revisão de contrato bancário (REsp nº.julgamento de recurso repetitivo sobre revisão de contrato bancário (REsp nº.

1.061.530/RS), quanto ao tema de “configuração da mora” destacou que:1.061.530/RS), quanto ao tema de “configuração da mora” destacou que:

“ORIENTAÇÃO 2 – CONFIGURAÇÃO DA MORA“ORIENTAÇÃO 2 – CONFIGURAÇÃO DA MORA

a) O reconhecimento da abusividade nos encargos exigidos noa) O reconhecimento da abusividade nos encargos exigidos no

período da normalidade contratualperíodo da normalidade contratual(juros remuneratórios e(juros remuneratórios e

capitalização) capitalização) descaracteriza a moradescaracteriza a mora;;

b) Não descaracteriza a mora o ajuizamento isolado de açãob) Não descaracteriza a mora o ajuizamento isolado de ação

revisional, nem mesmo quando o reconhecimento de abusividade incidirrevisional, nem mesmo quando o reconhecimento de abusividade incidir

sobre os encargos inerentes ao período de inadimplência contratual. “ sobre os encargos inerentes ao período de inadimplência contratual. “

( os destaques são nossos )( os destaques são nossos )

E do preciso acórdão em liça, ainda podemos destacar:E do preciso acórdão em liça, ainda podemos destacar:

“Os encargos abusivos que possuem potencial para“Os encargos abusivos que possuem potencial para

descaracterizar a mora são, portanto, aqueles relativos aodescaracterizar a mora são, portanto, aqueles relativos ao

chamado ‘período da normalidade’, ou seja, chamado ‘período da normalidade’, ou seja, aqueles encargos queaqueles encargos que

naturalmente incidem antes mesmo de configurada a moranaturalmente incidem antes mesmo de configurada a mora.“.“

(destacamos ) (destacamos )

Por todo o exposto, Por todo o exposto, devem-se afastar os encargosdevem-se afastar os encargos

moratórios, ou seja, moratórios, ou seja, comissão de permanência, multa contratual e juroscomissão de permanência, multa contratual e juros

moratóriosmoratórios, conforme fundamentamos acima. , conforme fundamentamos acima.

(d) – DA COMISSÃO DE PERMANÊNCIA E OUTROS ENCARGOS(d) – DA COMISSÃO DE PERMANÊNCIA E OUTROS ENCARGOS

Entende o Autor, inclusive fartamente alicerçado nosEntende o Autor, inclusive fartamente alicerçado nos

fundamentos antes citados, que o mesmo fundamentos antes citados, que o mesmo não se encontra em moranão se encontra em mora, razão qual, razão qual

da da impossibilidade absoluta da cobrança de encargos moratóriosimpossibilidade absoluta da cobrança de encargos moratórios. .

Caso este juízo entenda pela impertinência destesCaso este juízo entenda pela impertinência destes

argumentos, o que se diz apenas por argumentar, devemos sopesar argumentos, o que se diz apenas por argumentar, devemos sopesar que éque é

abusiva a cobrança da comissão de permanência cumulada com outrosabusiva a cobrança da comissão de permanência cumulada com outros

encargos moratórios/remuneratórios, ainda que expressamente pactuadaencargos moratórios/remuneratórios, ainda que expressamente pactuada ,,

pois é pacífico o entendimento do Colendo Superior Tribunal de Justiça pois é pacífico o entendimento do Colendo Superior Tribunal de Justiça no sentidono sentido

de que em caso de previsão contratual para a cobrança de comissão dede que em caso de previsão contratual para a cobrança de comissão de

permanência, cumulada com correção monetária, juros remuneratórios, jurospermanência, cumulada com correção monetária, juros remuneratórios, juros

de mora e multa contratual, impõe-se a exclusão de sua incidênciade mora e multa contratual, impõe-se a exclusão de sua incidência . . EmEm

verdade, a comissão de permanência já possui a dupla finalidade de corrigirverdade, a comissão de permanência já possui a dupla finalidade de corrigir

monetariamente o valor do débito e de remunerar o banco pelo período de moramonetariamente o valor do débito e de remunerar o banco pelo período de mora

contratual. contratual.

Perceba que no pacto Perceba que no pacto há estipulação contratualhá estipulação contratual pelapela

cobrança de comissão de permanência com outros encargos moratórioscobrança de comissão de permanência com outros encargos moratórios , os, os

quais devem ser afastados pela via judicial. quais devem ser afastados pela via judicial.

APELAÇÃO DA AUTORA. AÇÃO REVISIONAL DEAPELAÇÃO DA AUTORA. AÇÃO REVISIONAL DE

FINANCIAMENTODEVEÍCULO. LIMITAÇÃODEJUROS. TAXAINFERIORÀFINANCIAMENTODEVEÍCULO. LIMITAÇÃODEJUROS. TAXAINFERIORÀ

MÉDIA DE MERCADO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL AVENÇADA.MÉDIA DE MERCADO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL AVENÇADA.

POSSIBILIDADE. POSSIBILIDADE. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. CUMULAÇÃO COMCOMISSÃO DE PERMANÊNCIA. CUMULAÇÃO COM

OUTROS ENCARGOS MORATÓRIOS. IMPOSSIBILIDADEOUTROS ENCARGOS MORATÓRIOS. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO. RECURSO

PARCIALMENTE PROVIDO. APELAÇÃO DA REQUERIDA. MAJORAÇÃO DAPARCIALMENTE PROVIDO. APELAÇÃO DA REQUERIDA. MAJORAÇÃO DA

COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. RECURSO PREJUDICADO. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. RECURSO PREJUDICADO.

Pactuada a capitalização mensal de juros e não demonstrada aPactuada a capitalização mensal de juros e não demonstrada a

abusividade na taxa praticada no contrato, abaixo da média de mercado,abusividade na taxa praticada no contrato, abaixo da média de mercado,

esta deve ser mantida nos patamares livremente avençados. Precedentesesta deve ser mantida nos patamares livremente avençados. Precedentes

do STJ. do STJ. A cobrança de comissão de permanência não pode ser cumuladaA cobrança de comissão de permanência não pode ser cumulada

com juros moratórios e multa por inadimplementocom juros moratórios e multa por inadimplemento . Precedentes do STJ.. Precedentes do STJ.

Excluída a cobrança da comissão de permanência do contrato sub judice,Excluída a cobrança da comissão de permanência do contrato sub judice,

resta prejudicada a apelação que pleiteava a majoração de tal encargo.resta prejudicada a apelação que pleiteava a majoração de tal encargo.

((TJMTTJMT - APL 132601/2011; Capital; Primeira Câmara Cível; Rel. Des. - APL 132601/2011; Capital; Primeira Câmara Cível; Rel. Des.

Orlando de Almeida Perri; Julg. 04/04/2012; DJMT 16/04/2012; Pág. 125)Orlando de Almeida Perri; Julg. 04/04/2012; DJMT 16/04/2012; Pág. 125)

AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO COM CLÁUSULA DE ALIENAÇÃOAÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO COM CLÁUSULA DE ALIENAÇÃO

FIDUCIÁRIA. FIDUCIÁRIA.

Cerceamento de defesa. Inocorrência. Aplicabilidade do CDC à espécie,Cerceamento de defesa. Inocorrência. Aplicabilidade do CDC à espécie,

frente à mitigação da teoria finalista. Tarifas cobradas conforme ofrente à mitigação da teoria finalista. Tarifas cobradas conforme o

pactuado pelas partes contratantes. Prevalência do princípio pactuado pelas partes contratantes. Prevalência do princípio pacta suntpacta sunt

servandaservanda. Capitalização dos juros. Compreensão do que preleciona o art.. Capitalização dos juros. Compreensão do que preleciona o art.

5º da Medida Provisória nº 2.170-36 que autoriza o anatocismo.5º da Medida Provisória nº 2.170-36 que autoriza o anatocismo.

Comissão de permanência. Vedação quando cumulada com outrosComissão de permanência. Vedação quando cumulada com outros

encargos. Afastamento. Necessidade. Inexistência de demonstração deencargos. Afastamento. Necessidade. Inexistência de demonstração de

má-fé. Repetição de indébito que deve ser fixada na forma simples,má-fé. Repetição de indébito que deve ser fixada na forma simples,

exigível apenas no que concerne à exigível apenas no que concerne à cobrança cumulada da comissão decobrança cumulada da comissão de

permanência com juros de mora e multapermanência com juros de mora e multa. Recurso parcialmente provido.. Recurso parcialmente provido.

((TJSPTJSP - APL 0004448-34.2009.8.26.0185; Ac. 5789336; Estrela d'Oeste; - APL 0004448-34.2009.8.26.0185; Ac. 5789336; Estrela d'Oeste;

Vigésima Sétima Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Dimas RubensVigésima Sétima Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Dimas Rubens

Fonseca; Julg. 27/03/2012; DJESP 16/04/2012)Fonseca; Julg. 27/03/2012; DJESP 16/04/2012)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO. CÉDULA DEAPELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO. CÉDULA DE

CREDITO COMERCIAL. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. PERMISSIBILIDADE.CREDITO COMERCIAL. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. PERMISSIBILIDADE.

DECRETO LEI Nº 413/69. SÚMULA Nº 93 DO SUPERIOR TRIBUNAL DEDECRETO LEI Nº 413/69. SÚMULA Nº 93 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE

JUSTIÇA. CORREÇÃO MONETÁRIA. TR. APLICAÇÃO. POSSIBILIDADE.JUSTIÇA. CORREÇÃO MONETÁRIA. TR. APLICAÇÃO. POSSIBILIDADE.

SÚMULA Nº 295, DO STJ. LIMITAÇÃO DE JUROS EM 12% AO ANO.SÚMULA Nº 295, DO STJ. LIMITAÇÃO DE JUROS EM 12% AO ANO.

PERMISSÃO. DECRETO Nº 22.626/33. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA.PERMISSÃO. DECRETO Nº 22.626/33. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA.

CUMULAÇÃO COM OUTROS ENCARGOS. IMPOSSIBILIDADE. RECURSOSCUMULAÇÃO COM OUTROS ENCARGOS. IMPOSSIBILIDADE. RECURSOS

CONHECIDOS E IMPROVIDOS. SENTENÇA MANTIDA. CONHECIDOS E IMPROVIDOS. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata1. Tratase de recursos de apelação interpostos contra decisão a quo quese de recursos de apelação interpostos contra decisão a quo que

limitou os juros remuneratórios ao percentual de 1% ao mês, permitida alimitou os juros remuneratórios ao percentual de 1% ao mês, permitida a

capitalização; manteve a TR como indexador; e excluiu a cobrança dacapitalização; manteve a TR como indexador; e excluiu a cobrança da

comissão de permanência cumulada com a correção monetária. comissão de permanência cumulada com a correção monetária.

2. Nesta hipótese, de contrato representado por Cédula de Crédito2. Nesta hipótese, de contrato representado por Cédula de Crédito

Comercial, o Superior Tribunal de Justiça sumulou o entendimento deComercial, o Superior Tribunal de Justiça sumulou o entendimento de

que é permitida a capitalização mensal de juros, a teor do que dispõe oque é permitida a capitalização mensal de juros, a teor do que dispõe o

artigo 5º do Decreto Lei nº 413/69 artigo 5º do Decreto Lei nº 413/69 "A legislação sobre cédulas de crédito "A legislação sobre cédulas de crédito

rural, comercial e industrial admite o pacto de capitalização de juros" rural, comercial e industrial admite o pacto de capitalização de juros"

Súmula nº 93/STJ. Súmula nº 93/STJ.

3. Cabe ainda, a aplicação da Taxa Referencial (TR) como indexador de3. Cabe ainda, a aplicação da Taxa Referencial (TR) como indexador de

correção monetária, porque o contrato é datado do ano de 1997, e a Leicorreção monetária, porque o contrato é datado do ano de 1997, e a Lei

nº 8.177/91 autoriza sua utilização a partir de março daquele ano,nº 8.177/91 autoriza sua utilização a partir de março daquele ano,

matéria inclusive, também, já sumulada pelo colendo Superior Tribunalmatéria inclusive, também, já sumulada pelo colendo Superior Tribunal

de Justiça, nos seguintes termos: "A taxa referencial (TR) é indexadorde Justiça, nos seguintes termos: "A taxa referencial (TR) é indexador

válido para contratos posteriores à Lei nº 8.177/91, desde que pactuada"válido para contratos posteriores à Lei nº 8.177/91, desde que pactuada"

Súmula nº 295/STJ. Súmula nº 295/STJ.

5. Quanto aos juros remuneratórios, seja nesta espécie de contrato5. Quanto aos juros remuneratórios, seja nesta espécie de contrato

(Cédula de Credito Comercial), seja nas de crédito rural e industrial, o(Cédula de Credito Comercial), seja nas de crédito rural e industrial, o

Superior Tribunal de Justiça tem emprestado, sem divergência,Superior Tribunal de Justiça tem emprestado, sem divergência,

tratamento diferenciado sobre aplicação desses juros, entendendo quetratamento diferenciado sobre aplicação desses juros, entendendo que

nesta hipótese, incide a limitação de 12% (doze por cento) aos jurosnesta hipótese, incide a limitação de 12% (doze por cento) aos juros

remuneratórios, prevista no Decreto nº 22.626/33 (Lei da Usura), nasremuneratórios, prevista no Decreto nº 22.626/33 (Lei da Usura), nas

cédulas de crédito rural, comercial e industrial, ao fundamento de que océdulas de crédito rural, comercial e industrial, ao fundamento de que o

Conselho Monetário Nacional deixou de regulamentáConselho Monetário Nacional deixou de regulamentálos. los.

6. 6. A comissão de permanência é inacumulável com a correçãoA comissão de permanência é inacumulável com a correção

monetária ou com qualquer outro encargo moratório, a exemplo, damonetária ou com qualquer outro encargo moratório, a exemplo, da

multa e dos juros. Entendimento consolidado do Superior Tribunal demulta e dos juros. Entendimento consolidado do Superior Tribunal de

Justiça (STJ)Justiça (STJ). .

7. Recursos conhecidos e improvidos, mantendo in totum a sentença7. Recursos conhecidos e improvidos, mantendo in totum a sentença

atacada. (atacada. (TJCETJCE - AC 1864 - AC 186403.2001.8.06.0000/0; Primeira Câmara Cível; Rel.03.2001.8.06.0000/0; Primeira Câmara Cível; Rel.

Des. Emanuel Leite Albuquerque; DJCE 13/04/2012; Pág. 56)Des. Emanuel Leite Albuquerque; DJCE 13/04/2012; Pág. 56)

AGRAVO REGIMENTAL NA APELAÇÃO CÍVEL. AGRAVO REGIMENTAL NA APELAÇÃO CÍVEL.

Ação consignatória c/c revisional de cláusulas contratuais com pedidoAção consignatória c/c revisional de cláusulas contratuais com pedido

liminar. Contrato de arrendamento mercantil. Código de defesa doliminar. Contrato de arrendamento mercantil. Código de defesa do

consumidor. Aplicabilidade. Limitação de juros remuneratórios econsumidor. Aplicabilidade. Limitação de juros remuneratórios e

capitalização de juros. Impertinência. Comissão de permanênciacapitalização de juros. Impertinência. Comissão de permanência

cumulada com outros encargos. Repetição dos argumentos invocados nocumulada com outros encargos. Repetição dos argumentos invocados no

recurso. Ausência de fundamento novo. recurso. Ausência de fundamento novo.

I- às instituições financeiras se aplicam as disposições do artigo 3º,I- às instituições financeiras se aplicam as disposições do artigo 3º,

parágrafo 2º, da Lei nº 8.078/90. Código de Defesa do Consumidor. Anteparágrafo 2º, da Lei nº 8.078/90. Código de Defesa do Consumidor. Ante

as cláusulas abusivas ou impostas unilateralmente no fornecimento deas cláusulas abusivas ou impostas unilateralmente no fornecimento de

serviços, conforme prevê, também, a Súmula nº 297 do STJ. serviços, conforme prevê, também, a Súmula nº 297 do STJ.

II- o leasing/arrendamento mercantil não é uma modalidade deII- o leasing/arrendamento mercantil não é uma modalidade de

financiamento, nem mesmo pode ser assim entendido, segundofinanciamento, nem mesmo pode ser assim entendido, segundo

orientação jurisprudencial contida na Súmula nº 293 do STJ. Portanto,orientação jurisprudencial contida na Súmula nº 293 do STJ. Portanto,

impertinente se falar em limitação de juros remuneratórios eimpertinente se falar em limitação de juros remuneratórios e

capitalização mensal de juros, encargos próprios das operações decapitalização mensal de juros, encargos próprios das operações de

mútuo, estranhos ao contrato em análise. Daí a razão porque sequermútuo, estranhos ao contrato em análise. Daí a razão porque sequer

foram pactuados. foram pactuados.

III- III- constitui constitui bis in idembis in idem a cumulação de comissão de permanência com a cumulação de comissão de permanência com

outros encargos que possuam o desiderato de atualização eoutros encargos que possuam o desiderato de atualização e

remuneração do capital pelo período de inadimplência, tais como jurosremuneração do capital pelo período de inadimplência, tais como juros

de mora e multa contratualde mora e multa contratual. No entanto, não sendo pactuada, não há se. No entanto, não sendo pactuada, não há se

falar em incidência de comissão permanência, como bem decidido pelofalar em incidência de comissão permanência, como bem decidido pelo

juiz monocrático, falecendo ao apelante até mesmo interesse recursal nojuiz monocrático, falecendo ao apelante até mesmo interesse recursal no

questionamento sobre o referido encargo. questionamento sobre o referido encargo.

IV- nega-se provimento ao agravo regimental quando apenas renova aIV- nega-se provimento ao agravo regimental quando apenas renova a

discussão já examinada no recurso de apelação. Assim, não apresentadodiscussão já examinada no recurso de apelação. Assim, não apresentado

pela agravante fundamento novo a ensejar a alteração do entendimentopela agravante fundamento novo a ensejar a alteração do entendimento

anteriormente firmado, impõe-se a manutenção da decisão vergastada.anteriormente firmado, impõe-se a manutenção da decisão vergastada.

Agravo regimental conhecido e desprovido. (Agravo regimental conhecido e desprovido. (TJGOTJGO - AC-AgRg 317697- - AC-AgRg 317697-

87.2009.8.09.0011; Aparecida de Goiânia; Rel. Des. Carlos Alberto França;87.2009.8.09.0011; Aparecida de Goiânia; Rel. Des. Carlos Alberto França;

DJGO 12/04/2012; Pág. 154)DJGO 12/04/2012; Pág. 154)

(e) - DA NECESSIDADE DE “(e) - DA NECESSIDADE DE “DESPACHO SANEADORDESPACHO SANEADOR” ”

REQUER A PRODUÇÃO DE PRODUÇÃO DE PROVA PERICIALREQUER A PRODUÇÃO DE PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL

O Autor O Autor entendeentende por devida a produção depor devida a produção de

prova pericialprova pericial, onde, inclusive, , onde, inclusive, pede seja ofertado o despacho saneadorpede seja ofertado o despacho saneador

avaliando as provas a serem produzidas e os pontos controvertidosavaliando as provas a serem produzidas e os pontos controvertidos ,,

pleito este que deve ser alegado nas vias ordinárias, segundo orientaçãopleito este que deve ser alegado nas vias ordinárias, segundo orientação

jurisprudencial, jurisprudencial, sob pena de preclusãosob pena de preclusão..

AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE.AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE.

NECESSIDADE DE PROVA PERICIAL. CARACTERIZAÇÃO E PERDA DANECESSIDADE DE PROVA PERICIAL. CARACTERIZAÇÃO E PERDA DA

POSSE. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 7/STJ. POSSE. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 7/STJ. AUSÊNCIA DEAUSÊNCIA DE

DESPACHO SANEADOR. PRECLUSÃO.DESPACHO SANEADOR. PRECLUSÃO. SÚMULA Nº 283/STF. SÚMULA Nº 283/STF.

DECISÃO AGRAVADA CONFIRMADA. DECISÃO AGRAVADA CONFIRMADA.

I - A necessidade de revolvimento de matéria fático-probatória,I - A necessidade de revolvimento de matéria fático-probatória,

permeia, com um todo, as alegações suscitadas pelos Recorrentes,permeia, com um todo, as alegações suscitadas pelos Recorrentes,

o que inviabiliza a transposição da barreira de admissibilidade peloo que inviabiliza a transposição da barreira de admissibilidade pelo

recurso. Incidência da Súmula nº 7 desta Corte. recurso. Incidência da Súmula nº 7 desta Corte.

II - II - Não foi impugnado o fundamento do Acórdão recorrido aNão foi impugnado o fundamento do Acórdão recorrido a

respeito da preclusão do direito de se insurgir contra arespeito da preclusão do direito de se insurgir contra a

inexistência de despacho saneador inexistência de despacho saneador (Súmula nº 283/STF). (Súmula nº 283/STF).

III - Os Agravantes não trouxeram nenhum argumento capaz deIII - Os Agravantes não trouxeram nenhum argumento capaz de

modificar a conclusão do julgado, a qual se mantém por seusmodificar a conclusão do julgado, a qual se mantém por seus

próprios fundamentos. Agravo improvido. (próprios fundamentos. Agravo improvido. (STJSTJ - AgRg-REsp - AgRg-REsp

822.555; Proc. 2006/0041408-4; SC; Terceira Turma; Rel. Min.822.555; Proc. 2006/0041408-4; SC; Terceira Turma; Rel. Min.

Sidnei Beneti; Julg. 16/04/2009; DJE 06/05/2009) Sidnei Beneti; Julg. 16/04/2009; DJE 06/05/2009)

Torna-se essencial, desta maneira, a Torna-se essencial, desta maneira, a produçãoprodução

desta provadesta prova, o que de logo requer pelos fundamentos abaixo, o que de logo requer pelos fundamentos abaixo

evidenciadosevidenciados, por meio do despacho saneador. , por meio do despacho saneador.

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. PRISÃO EM FLAGRANTE. ALEGAÇÃOCIVIL E PROCESSUAL CIVIL. PRISÃO EM FLAGRANTE. ALEGAÇÃO

DE EXCESSO PRATICADO POR POLICIAL MILITAR. JULGAMENTODE EXCESSO PRATICADO POR POLICIAL MILITAR. JULGAMENTO

ANTECIPADO. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. APELAÇÃO.ANTECIPADO. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. APELAÇÃO.

NECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE PROVAS. CERCEAMENTO DENECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE PROVAS. CERCEAMENTO DE

DEFESADEFESA. ACOLHIMENTO. APELO PROVIDO. . ACOLHIMENTO. APELO PROVIDO.

1. A presente demanda não poderia ter sido julgada1. A presente demanda não poderia ter sido julgada

antecipadamente ante a imprescindível antecipadamente ante a imprescindível necessidade denecessidade de

verificação da matéria de fato mediante dilação probatóriaverificação da matéria de fato mediante dilação probatória. .

2. Tal expediente não poderia ter sido tomado na medida em que2. Tal expediente não poderia ter sido tomado na medida em que

o que se discute era a conduta, do Estado de Pernambuco, atravéso que se discute era a conduta, do Estado de Pernambuco, através

do seu agente público, e suas conseqüências, que segundo relata odo seu agente público, e suas conseqüências, que segundo relata o

autor/apelado, agiu ativamente para o fato descrito na inicial. autor/apelado, agiu ativamente para o fato descrito na inicial.

3. Ambas as partes pugnaram por produção de provas; o particular3. Ambas as partes pugnaram por produção de provas; o particular

subsidiando o seu pedido na conduta do agente através desubsidiando o seu pedido na conduta do agente através de

qualquer meio em direito admitido e o Estado de Pernambucoqualquer meio em direito admitido e o Estado de Pernambuco

pela suposta ausência de excesso de força na abordagem policialpela suposta ausência de excesso de força na abordagem policial

pugnando, assim, pela oitiva de testemunhas. pugnando, assim, pela oitiva de testemunhas.

4. Bem plausível a alegação do ente público em afirmar que as4. Bem plausível a alegação do ente público em afirmar que as

lesões descritas nas perícias traumatológicas foram causadas pelalesões descritas nas perícias traumatológicas foram causadas pela

reação do autor/apelado em acatar as ordens de prisão. reação do autor/apelado em acatar as ordens de prisão.

5. Portanto, não poderia o juiz de piso, julgar antecipadamente a5. Portanto, não poderia o juiz de piso, julgar antecipadamente a

lide, ou seja, lide, ou seja, sem o despacho saneador, para, ao menos saber dosem o despacho saneador, para, ao menos saber do

interesse das partes na produção de provas, principalmenteinteresse das partes na produção de provas, principalmente

quando há expresso requerimentoquando há expresso requerimento. .

6. O Magistrado não se encontra adstrito a realização de todas as6. O Magistrado não se encontra adstrito a realização de todas as

provas requeridas pelas partes no intuito de firmar seuprovas requeridas pelas partes no intuito de firmar seu

convencimento acerca da matéria objeto do litígio, pois, paraconvencimento acerca da matéria objeto do litígio, pois, para

tanto, se torna necessário apenas o livre convencimento dotanto, se torna necessário apenas o livre convencimento do

julgador diante das provas existentes. Entretanto, in casu, restajulgador diante das provas existentes. Entretanto, in casu, resta

insofismável que as provas requeridas pelo Apelante constitueminsofismável que as provas requeridas pelo Apelante constituem

matéria essencial ao julgamento da lide. matéria essencial ao julgamento da lide.

7. Apelo provido, 7. Apelo provido, para anular a sentença vergastadapara anular a sentença vergastada,,

determinando o retorno dos autos ao Juízo de origem paradeterminando o retorno dos autos ao Juízo de origem para

permitir a produção de provas requeridas na instância originária.permitir a produção de provas requeridas na instância originária.

8. Decisão unânime. (8. Decisão unânime. (TJPETJPE - Proc 0009964-62.2009.8.17.1130; - Proc 0009964-62.2009.8.17.1130;

Sétima Câmara Cível; Rel. Des. Luiz Carlos Figueirêdo; Julg.Sétima Câmara Cível; Rel. Des. Luiz Carlos Figueirêdo; Julg.

06/03/2012; DJEPE 12/03/2012; Pág. 153)06/03/2012; DJEPE 12/03/2012; Pág. 153)

ILEGALIDADE NA COBRANÇA DE ENCARGOS CONTRATUAIS NOILEGALIDADE NA COBRANÇA DE ENCARGOS CONTRATUAIS NO

““PERÍODO DE NORMALIDADEPERÍODO DE NORMALIDADE” DO CONTRATO – AUSÊNCIA DE” DO CONTRATO – AUSÊNCIA DE

MORA. MORA.

Defende o Autor Defende o Autor que, noque, no ““período daperíodo da

normalidadenormalidade”” contratual contratual – ou seja, aqueles exigidos e previstos em – ou seja, aqueles exigidos e previstos em

face do quanto contratado --, além de outras anomalias, existiramface do quanto contratado --, além de outras anomalias, existiram

exorbitância na cobrança dos mesmos, o que exorbitância na cobrança dos mesmos, o que afastará a eventualafastará a eventual

condição de mora do mesmocondição de mora do mesmo. Houvera, pois, sobretudo, cobrança de. Houvera, pois, sobretudo, cobrança de

remuneração acima do limite médio do mercadoremuneração acima do limite médio do mercado para o período e, para o período e,

mais, mais, juros capitalizadosjuros capitalizados sem previsão contratual e, por outro ângulo, sem previsão contratual e, por outro ângulo,

por período que discrepa da legalidade.por período que discrepa da legalidade.

Esta matéria, destarte, fica devidamenteEsta matéria, destarte, fica devidamente

debatida nestes autosdebatida nestes autos, devendo a sentença abranger tais fundamentos, devendo a sentença abranger tais fundamentos

de defesa (de defesa (CPC, art. 458, inc. IIICPC, art. 458, inc. III) )

O Superior Tribunal de Justiça, ao concluir O Superior Tribunal de Justiça, ao concluir oo

julgamento dejulgamento de recurso repetitivorecurso repetitivo sobre revisão de contrato bancário sobre revisão de contrato bancário (REsp(REsp

nº. 1.061.530/RS), quanto ao tema de “nº. 1.061.530/RS), quanto ao tema de “configuração da moraconfiguração da mora” destacou” destacou

““ORIENTAÇÃO 2 – CONFIGURAÇÃO DA MORAORIENTAÇÃO 2 – CONFIGURAÇÃO DA MORA

a) a) O reconhecimento da abusividade nos encargosO reconhecimento da abusividade nos encargos

exigidos no período da normalidade contratual (jurosexigidos no período da normalidade contratual (juros

remuneratórios e capitalização) remuneratórios e capitalização) descaracteriza a moradescaracteriza a mora;;

b) Não descaracteriza a mora o ajuizamentob) Não descaracteriza a mora o ajuizamento

isolado de ação revisional, nem mesmo quando oisolado de ação revisional, nem mesmo quando o

reconhecimento de abusividade incidir sobre os encargosreconhecimento de abusividade incidir sobre os encargos

inerentes ao período de inadimplência contratual. “ (inerentes ao período de inadimplência contratual. “ (osos

destaques são nossos ) destaques são nossos )

E do preciso acórdão em liça, ainda podemosE do preciso acórdão em liça, ainda podemos

destacar que:destacar que:

““ Os encargos abusivos que possuem potencial paraOs encargos abusivos que possuem potencial para

descaracterizar a mora descaracterizar a mora são, portanto, aqueles relativos aosão, portanto, aqueles relativos ao

chamado ‘período da normalidade’,chamado ‘período da normalidade’, ou seja, aqueles encargos ou seja, aqueles encargos

que naturalmente incidem que naturalmente incidem antesantes mesmo de configurada a mora mesmo de configurada a mora..

“ ( destacamos ) “ ( destacamos )

E isto tem que ser constado por perícia técnicaE isto tem que ser constado por perícia técnica

contábil, onde, neste sentido, ainda do mesmo acórdão do contábil, onde, neste sentido, ainda do mesmo acórdão do SUPERIOR TRIBUNALSUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇADE JUSTIÇA, podemos encontrar que:, podemos encontrar que:

“cabalmente “cabalmente comprovada por períciacomprovada por perícia, , nas instâncias ordináriasnas instâncias ordinárias,,

que a estipulação da taxa de juros remuneratórios foique a estipulação da taxa de juros remuneratórios foi

aproximadamente 150% maior que a taxa média praticada noaproximadamente 150% maior que a taxa média praticada no

mercado, nula é a cláusula do contrato´(REsp 327.727, Segundamercado, nula é a cláusula do contrato´(REsp 327.727, Segunda

Seção, DJ de 08.03.2004)” Seção, DJ de 08.03.2004)”

((destacamosdestacamos))

Em face dessas considerações, conclui-se queEm face dessas considerações, conclui-se que

a mora cristaliza o retardamento por um fato, a mora cristaliza o retardamento por um fato, quando imputável aoquando imputável ao

devedordevedor, o que vale dizer que, se o credor exige o pagamento com, o que vale dizer que, se o credor exige o pagamento com

encargos excessivos, como deverá ser constatado pela perícia, encargos excessivos, como deverá ser constatado pela perícia, retira-se doretira-se do

devedor a possibilidade de arcar com a obrigação assumidadevedor a possibilidade de arcar com a obrigação assumida , não, não

podendo lhe ser imputados os efeitos da mora.podendo lhe ser imputados os efeitos da mora.

DO PEDIDO DE PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL CONTÁBILDO PEDIDO DE PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL CONTÁBIL

Neste diapasão, temos que a matéria oraNeste diapasão, temos que a matéria ora

aduzida pelo Promovente aduzida pelo Promovente necessitanecessita, certamente, -- , certamente, -- o que de logo requero que de logo requer -- --

ser provada por meioser provada por meio de: de:

(a) prova pericial contábil (a) prova pericial contábil

Assim,Assim, pretende provar quepretende provar que: : ( i ) ( i ) o pacto nao pacto na

verdade, desde o seu nascedouro, já trouxera encargos contratuaisverdade, desde o seu nascedouro, já trouxera encargos contratuais

excessivos, perdurando pois durante o “excessivos, perdurando pois durante o “período de normalidadeperíodo de normalidade”, o”, o

que descaracterizará a mora do Autor;que descaracterizará a mora do Autor; (ii) (ii) houvera outros encargoshouvera outros encargos

excessivos no período de inadimplência; excessivos no período de inadimplência;

Não há comoNão há como este Julgador proferir sentença este Julgador proferir sentença

destacando a eventual cobrança de encargos excessivos, no “destacando a eventual cobrança de encargos excessivos, no “períodoperíodo

da normalidadeda normalidade”, sem o que os mesmos sejam comprovados pela”, sem o que os mesmos sejam comprovados pela

prova pericial, ora requerida. prova pericial, ora requerida.

Neste diapasão, ínclito Magistrado, Neste diapasão, ínclito Magistrado, constituiconstitui

fragrante cerceamento de defesa o indeferimento e/ou julgamentofragrante cerceamento de defesa o indeferimento e/ou julgamento

antecipado da lideantecipado da lide, caso não seja acolhido o presente pedido de, caso não seja acolhido o presente pedido de

produção de prova pericial, produção de prova pericial, devidamente justificadodevidamente justificado..

Ante o exposto, Ante o exposto, requer o Promoventerequer o Promovente que que

Vossa Excelência se digne de Vossa Excelência se digne de admitir a produção da prova pericial aquiadmitir a produção da prova pericial aqui

requeridarequerida, , delimitandodelimitando, também, na oportunidade processual pertinente, , também, na oportunidade processual pertinente, osos

pontos controvertidos desta pendenga judicialpontos controvertidos desta pendenga judicial. .

(e) – RESTITUIÇÃO EM DOBRO DO QUE FORA COBRADO A MAIOR(e) – RESTITUIÇÃO EM DOBRO DO QUE FORA COBRADO A MAIOR

Tendo em vista a incidência do Código de Defesa doTendo em vista a incidência do Código de Defesa do

Consumidor no contrato em espécie, necessário, caso haja comprovação deConsumidor no contrato em espécie, necessário, caso haja comprovação de

cobrança abusiva, que seja restituído ao Autor, em dobro, aquilo que lhe foracobrança abusiva, que seja restituído ao Autor, em dobro, aquilo que lhe fora

cobrado em excesso (cobrado em excesso (CDC, art. 42, parágrafo únicoCDC, art. 42, parágrafo único). ).

Neste sentido:Neste sentido:

RECURSO INOMINADO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DERECURSO INOMINADO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE

DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS COM PEDIDO DEDÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS COM PEDIDO DE

TUTELA ANTECIPADA. ALEGAÇÃO DE NÃO CONHECIMENTO DOTUTELA ANTECIPADA. ALEGAÇÃO DE NÃO CONHECIMENTO DO

RECURSO. REJEITADA. EFEITO SUSPENSIVO. NÃO ACOLHIMENTO.RECURSO. REJEITADA. EFEITO SUSPENSIVO. NÃO ACOLHIMENTO.

CARTÃO DE CRÉDITO. RELAÇÃO DE CONSUMO. REVELIA.CARTÃO DE CRÉDITO. RELAÇÃO DE CONSUMO. REVELIA.

CONFIGURADA. COBRANÇA DE SEGUROS NÃO SOLICITADOS PELOCONFIGURADA. COBRANÇA DE SEGUROS NÃO SOLICITADOS PELO

TITULAR. REGISTRO DO NOME DO AUTOR EM CADASTRO RESTRITIVOTITULAR. REGISTRO DO NOME DO AUTOR EM CADASTRO RESTRITIVO

DE CRÉDITO. OCORRÊNCIA DE FATO DANOSO. DEVER DE INDENIZAR.DE CRÉDITO. OCORRÊNCIA DE FATO DANOSO. DEVER DE INDENIZAR.

DANO MORAL CONFIGURADO. QUANTUM MANTIDO. REPETIÇÃO DODANO MORAL CONFIGURADO. QUANTUM MANTIDO. REPETIÇÃO DO

INDÉBITO. DEVIDO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO EINDÉBITO. DEVIDO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E

IMPROVIDO IMPROVIDO

Nos termos do art. 518, § 1º, do código de processo civil e enunciado nºNos termos do art. 518, § 1º, do código de processo civil e enunciado nº

102 do fonaje, o juiz não receberá o recurso de apelação quando a102 do fonaje, o juiz não receberá o recurso de apelação quando a

sentença estiver em conformidade com súmula do superior tribunal desentença estiver em conformidade com súmula do superior tribunal de

justiça ou do supremo tribunal federal e em desacordo com súmula oujustiça ou do supremo tribunal federal e em desacordo com súmula ou

jurisprudência dominante das turmas recursais ou de tribunal superior.jurisprudência dominante das turmas recursais ou de tribunal superior.

Assim, o expediente reclama a publicação de súmula da alta corte ou deAssim, o expediente reclama a publicação de súmula da alta corte ou de

jurisprudência dominante deste colégio recursal, requisito este ausentejurisprudência dominante deste colégio recursal, requisito este ausente

na espécie. Rejeitada, pois a preliminar de não conhecimento argüida.na espécie. Rejeitada, pois a preliminar de não conhecimento argüida.

Não merece acolhida o pedido de efeito suspensivo ao recurso visadoNão merece acolhida o pedido de efeito suspensivo ao recurso visado

pelo recorrente, pois no sistema dos juizados especiais a norma geral é opelo recorrente, pois no sistema dos juizados especiais a norma geral é o

recebimento do recurso simplesmente no efeito devolutivo e, ademais, inrecebimento do recurso simplesmente no efeito devolutivo e, ademais, in

casu, não restou demonstrado o dano irreparável a que estava sujeito ocasu, não restou demonstrado o dano irreparável a que estava sujeito o

recorrente. No caso presente, a relação jurídica existente entre as partesrecorrente. No caso presente, a relação jurídica existente entre as partes

configura-se como de consumo, pelas características inerentes aosconfigura-se como de consumo, pelas características inerentes aos

sujeitos participantes, conforme as definições legais de consumidor esujeitos participantes, conforme as definições legais de consumidor e

fornecedor. o não comparecimento injustificado a audiência induz afornecedor. o não comparecimento injustificado a audiência induz a

revelia. Deste modo, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados norevelia. Deste modo, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no

pedido inicial. Ademais, a partir do lastro probatório presente nos autospedido inicial. Ademais, a partir do lastro probatório presente nos autos

comprova-se a alegação do autor/recorrido. Cumpre ressaltar que nãocomprova-se a alegação do autor/recorrido. Cumpre ressaltar que não

restou evidenciado que o recorrido efetivamente solicitou os serviçosrestou evidenciado que o recorrido efetivamente solicitou os serviços

prestados vez que a recorrente sequer anexa aos autos contrato deprestados vez que a recorrente sequer anexa aos autos contrato de

adesão ou até mesmo gravação da solicitação, em caso de pedido feitoadesão ou até mesmo gravação da solicitação, em caso de pedido feito

pela via telefônica. Cobrança de seguros não solicitados que não implicoupela via telefônica. Cobrança de seguros não solicitados que não implicou

mero transtorno para o autor, mas causou-lhe angústias e aflições,mero transtorno para o autor, mas causou-lhe angústias e aflições,

inclusive em razão da inscrição do seu nome em cadastro restritivo deinclusive em razão da inscrição do seu nome em cadastro restritivo de

crédito, presente está o fato danoso a justificar o dever de indenizar. Ocrédito, presente está o fato danoso a justificar o dever de indenizar. O

quantum, fixado na sentença apelada, comportando o caráter justo,quantum, fixado na sentença apelada, comportando o caráter justo,

compensatório e punitivo que deve ter a indenização por danos morais,compensatório e punitivo que deve ter a indenização por danos morais,

deve ser mantido. No tocante a repetição do indébito, observo que adeve ser mantido. No tocante a repetição do indébito, observo que a

sentença a quo não estar merecer reparos, uma vez que sentença a quo não estar merecer reparos, uma vez que a lei exige que oa lei exige que o

consumidor cobrado em quantia indevida tem direito a receber a esteconsumidor cobrado em quantia indevida tem direito a receber a este

título o dobro do que pagou em excessotítulo o dobro do que pagou em excesso , o recorrido faz jus ao, o recorrido faz jus ao

ressarcimento da quantia de r$ 468,70 (quatrocentos e sessenta e oitoressarcimento da quantia de r$ 468,70 (quatrocentos e sessenta e oito

reais e setenta centavos). Recurso conhecido e parcialmente provido.reais e setenta centavos). Recurso conhecido e parcialmente provido.

((TJPITJPI - RIn 044.2010.017.517-1; Rel. Juiz Carlos Augusto Nogueira; DJPI - RIn 044.2010.017.517-1; Rel. Juiz Carlos Augusto Nogueira; DJPI

11/04/2012; Pág. 21)11/04/2012; Pág. 21)

DIREITO DO CONSUMIDOR. COBRANÇA INDEVIDA. FALHA NADIREITO DO CONSUMIDOR. COBRANÇA INDEVIDA. FALHA NA

PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. ART. 42, § ÚNICOPRESTAÇÃO DO SERVIÇO. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. ART. 42, § ÚNICO

DO CDC. VIOLAÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE. NEGADADO CDC. VIOLAÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE. NEGADA

REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. NEGADO PROVIMENTO AOREDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. NEGADO PROVIMENTO AO

RECURSO. SENTENÇA MANTIDA.RECURSO. SENTENÇA MANTIDA.

A controvérsia deve ser solucionada sob o prisma do sistema jurídicoA controvérsia deve ser solucionada sob o prisma do sistema jurídico

autônomo instituído pelo Código de Defesa do Consumidor (Lei nºautônomo instituído pelo Código de Defesa do Consumidor (Lei nº

8.078/1990), que por sua vez regulamenta o direito fundamental de8.078/1990), que por sua vez regulamenta o direito fundamental de

proteção do consumidor (art. 5º, XXXII, da Constituição Federal). A autoraproteção do consumidor (art. 5º, XXXII, da Constituição Federal). A autora

alega que a ré/recorrente a enviou dois talões de cheques sem que fossealega que a ré/recorrente a enviou dois talões de cheques sem que fosse

solicitado, contudo, em razão de não encontrar-se presente em suasolicitado, contudo, em razão de não encontrar-se presente em sua

residência, os talões não foram entregues. Para sua surpresa, alguns dosresidência, os talões não foram entregues. Para sua surpresa, alguns dos

cheques que ela sequer recebeu ou emitiu foram compensados em suacheques que ela sequer recebeu ou emitiu foram compensados em sua

conta bancária, caracterizando falha na prestação do serviço. O d. Juízoconta bancária, caracterizando falha na prestação do serviço. O d. Juízo

de Primeiro Grau julgou procedente o pedido para condenar a ré a pagarde Primeiro Grau julgou procedente o pedido para condenar a ré a pagar

a autora a importância de R$ 2.794,00 (dois mil, setecentos e noventa ea autora a importância de R$ 2.794,00 (dois mil, setecentos e noventa e

quatro reais), a título de restituição em dobro das importânciasquatro reais), a título de restituição em dobro das importâncias

indevidamente pagas pela autora, bem como condenar a ré a pagar àindevidamente pagas pela autora, bem como condenar a ré a pagar à

autora a importância de R$ 3.000,00 (três mil reais), a título de danosautora a importância de R$ 3.000,00 (três mil reais), a título de danos

morais. O recorrente, em sede recursal, defende ser incabível a sançãomorais. O recorrente, em sede recursal, defende ser incabível a sanção

do art. 42, parágrafo único do Código de Defesa do Consumidor, uma vezdo art. 42, parágrafo único do Código de Defesa do Consumidor, uma vez

que decorreu de uma falha administrativa justificável na compensaçãoque decorreu de uma falha administrativa justificável na compensação

dos cheques fraudados, desprovida de má-fé. Por fim, sustenta ados cheques fraudados, desprovida de má-fé. Por fim, sustenta a

inexistência dos danos morais, bem como requer a redução do quantuminexistência dos danos morais, bem como requer a redução do quantum

reparatório. A teoria do risco do negócio ou atividade é a base dareparatório. A teoria do risco do negócio ou atividade é a base da

responsabilidade objetiva do Código de Defesa do Consumidor, a qualresponsabilidade objetiva do Código de Defesa do Consumidor, a qual

harmoniza-se com o sistema de produção e consumo em massa,harmoniza-se com o sistema de produção e consumo em massa,

protegendo a parte mais frágil da relação jurídica. A falha na prestaçãoprotegendo a parte mais frágil da relação jurídica. A falha na prestação

de serviço é fato incontroverso nos autos. O recorrente não trouxe aosde serviço é fato incontroverso nos autos. O recorrente não trouxe aos

autos qualquer argumento ou prova da ocorrência de engano justificávelautos qualquer argumento ou prova da ocorrência de engano justificável

nas cobranças, já que a falha administrativa não é capaz de elidir anas cobranças, já que a falha administrativa não é capaz de elidir a

responsabilidade da instituição financeira pelos danos causados à autora.responsabilidade da instituição financeira pelos danos causados à autora.

A título de esclarecimento, é preciso ressaltar que a base normativa queA título de esclarecimento, é preciso ressaltar que a base normativa que

impõe a responsabilização do recorrente, no presente caso, é o art. 18, §impõe a responsabilização do recorrente, no presente caso, é o art. 18, §

1º, II do Código de Defesa do Consumidor, ao estabelecer que o1º, II do Código de Defesa do Consumidor, ao estabelecer que o

fornecedor responde pelas perdas e danos causados ao consumidorfornecedor responde pelas perdas e danos causados ao consumidor

decorrentes da má-prestação (vício) do serviço. O art. 42, parágrafodecorrentes da má-prestação (vício) do serviço. O art. 42, parágrafo

único, do Código de Defesa do Consumidor dispõe. "o consumidorúnico, do Código de Defesa do Consumidor dispõe. "o consumidor

cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, porcobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por

valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correçãovalor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção

monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. " monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. " É devidaÉ devida

a devolução em dobro dos valores indevidamente cobradosa devolução em dobro dos valores indevidamente cobrados pela pela

ré/recorrente, referentes aos cheques compensados indevidamente daré/recorrente, referentes aos cheques compensados indevidamente da

conta corrente da autora que sequer foram emitidos por ela. A doutrina econta corrente da autora que sequer foram emitidos por ela. A doutrina e

a jurisprudência estão apoiadas na assertiva de que o prejuízo imaterial éa jurisprudência estão apoiadas na assertiva de que o prejuízo imaterial é

uma decorrência natural (lógica) da própria violação do direito dauma decorrência natural (lógica) da própria violação do direito da

personalidade ou da prática do ato ilícito. O quantum a ser fixado deverápersonalidade ou da prática do ato ilícito. O quantum a ser fixado deverá

observar as seguintes finalidades. compensatória, punitiva e preventiva,observar as seguintes finalidades. compensatória, punitiva e preventiva,

além do grau de culpa do agente, do potencial econômico ealém do grau de culpa do agente, do potencial econômico e

características pessoais das partes, a repercussão do fato no meio social ecaracterísticas pessoais das partes, a repercussão do fato no meio social e

a natureza do direito violado, obedecidos os critérios da equidade,a natureza do direito violado, obedecidos os critérios da equidade,

proporcionalidade e razoabilidade. O valor fixado de R$ 3.000,00 (três milproporcionalidade e razoabilidade. O valor fixado de R$ 3.000,00 (três mil

reais) não pode ser tido como excessivo, considerando-se a gravidade dareais) não pode ser tido como excessivo, considerando-se a gravidade da

conduta da parte recorrente, bem como o seu potencial econômico. Anteconduta da parte recorrente, bem como o seu potencial econômico. Ante

o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso e mantenho a r. sentençao exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso e mantenho a r. sentença

recorrida. Vencida a parte recorrente, deverá arcar com custasrecorrida. Vencida a parte recorrente, deverá arcar com custas

processuais e honorários advocatícios, os quais fixo em 10% (dez porprocessuais e honorários advocatícios, os quais fixo em 10% (dez por

cento) sobre o valor da condenação, a teor do art. 55 da Lei n. 9.099, decento) sobre o valor da condenação, a teor do art. 55 da Lei n. 9.099, de

26 de setembro de 1995. Acórdão lavrado conforme o art. 46 da Lei nº26 de setembro de 1995. Acórdão lavrado conforme o art. 46 da Lei nº

9.099, de 26 de setembro de 1995. (TJDF; Rec 2011.12.1.004542-2; Ac.9.099, de 26 de setembro de 1995. (TJDF; Rec 2011.12.1.004542-2; Ac.

574.212; Terceira Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito574.212; Terceira Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito

Federal; Rel. Juiz Hector Valverde Santana; DJDFTE 26/03/2012; Pág. 273)Federal; Rel. Juiz Hector Valverde Santana; DJDFTE 26/03/2012; Pág. 273)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ANULATÓRIA C/C INDENIZAÇÃO. INVERSÃO DOAPELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ANULATÓRIA C/C INDENIZAÇÃO. INVERSÃO DO

ÔNUS DA PROVA NA SENTENÇA. CERCEAMENTO DE DEFESA.ÔNUS DA PROVA NA SENTENÇA. CERCEAMENTO DE DEFESA.

INOCORRÊNCIA. CONTRATO DE EMPRÉSTIMO CELEBRADO PORINOCORRÊNCIA. CONTRATO DE EMPRÉSTIMO CELEBRADO POR

ESTELIONATÁRIO. DEVOLUÇÃO DA QUANTIA INDEVIDAMENTEESTELIONATÁRIO. DEVOLUÇÃO DA QUANTIA INDEVIDAMENTE

DEBITADA EM CONTA. RESTITUIÇÃO EM DOBRO. POSSIBILIDADE.DEBITADA EM CONTA. RESTITUIÇÃO EM DOBRO. POSSIBILIDADE.

RECURSO ADESIVO. MATÉRIA NÃO CONTRAPOSTA. PARCIALRECURSO ADESIVO. MATÉRIA NÃO CONTRAPOSTA. PARCIAL

CONHECIMENTO. CONHECIMENTO.

I - O juiz pode adotar a inversão do ônus da prova no momento daI - O juiz pode adotar a inversão do ônus da prova no momento da

prolação da sentença, por estarem as hipóteses de inversão na própriaprolação da sentença, por estarem as hipóteses de inversão na própria

Lei, não cabendo a ninguém alegar o seu desconhecimento. Lei, não cabendo a ninguém alegar o seu desconhecimento.

II - A instituição financeira que celebra contrato em nome de umII - A instituição financeira que celebra contrato em nome de um

consumidor sem se certificar da veracidade das informações que lhe sãoconsumidor sem se certificar da veracidade das informações que lhe são

prestadas, deve devolver àquele as parcelas indevidamente debitadas. prestadas, deve devolver àquele as parcelas indevidamente debitadas.

III - III - O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetiçãoO consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição

do indébito, por valor igual ao dobro ao que pagou em excesso,do indébito, por valor igual ao dobro ao que pagou em excesso,

acrescido de atualização monetária e jurosacrescido de atualização monetária e juros , salvo hipótese de engano, salvo hipótese de engano

justificável, o que não ocorre no presente caso. justificável, o que não ocorre no presente caso.

lV - Não se conhece da matéria levantada em recurso adesivo que nãolV - Não se conhece da matéria levantada em recurso adesivo que não

contrapõe o recurso principal. (contrapõe o recurso principal. (TJMGTJMG - APCV 0002538- - APCV 0002538-

30.2010.8.13.0239; Entre-rios de Minas; Décima Terceira Câmara Cível;30.2010.8.13.0239; Entre-rios de Minas; Décima Terceira Câmara Cível;

Rel. Des. Alberto Henrique; Julg. 01/03/2012; DJEMG 07/03/2012)Rel. Des. Alberto Henrique; Julg. 01/03/2012; DJEMG 07/03/2012)

(f) – DO PLEITO DE TUTELA ANTECIPADA(f) – DO PLEITO DE TUTELA ANTECIPADA

Ficou destacado claramente nesta peça processual,Ficou destacado claramente nesta peça processual,

em tópico próprio, que a Ré em tópico próprio, que a Ré cobrou juros capitalizadoscobrou juros capitalizados indevidamente indevidamente, encargo, encargo

este, pois, arrecadado do Promovente este, pois, arrecadado do Promovente durante o “durante o “período de normalidade”período de normalidade”

contratualcontratual. E isto, segundo que fora debatido também no referido tópico, ajoujado. E isto, segundo que fora debatido também no referido tópico, ajoujado

às orientações advindas do c. STJ, às orientações advindas do c. STJ, afasta a mora do devedorafasta a mora do devedor. .

Neste ponto, Neste ponto, deve ser excluído o nome do Autor dosdeve ser excluído o nome do Autor dos

órgãos de restriçõesórgãos de restrições, independentemente do depósito de qualquer valor, pois, independentemente do depósito de qualquer valor, pois

não se encontra em mora contratualnão se encontra em mora contratual. .

O CPC autoriza o Juiz conceder a antecipação deO CPC autoriza o Juiz conceder a antecipação de

tutela “tutela “existindo prova inequívocaexistindo prova inequívoca” e “” e “dano irreparável ou de difícil reparação”dano irreparável ou de difícil reparação”::

Art. 273 - O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ouArt. 273 - O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou

parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desdeparcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde

que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança daque, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da

alegação e:alegação e:

I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ouI - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou

II - ...II - ...

§ 1° - Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro§ 1° - Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro

e preciso, as razões do seu convencimento.e preciso, as razões do seu convencimento.

§ 2° - Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo§ 2° - Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo

de irreversibilidade do provimento antecipado.de irreversibilidade do provimento antecipado.

§ 3° A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e§ 3° A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e

conforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4° econforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4° e

5°, e 461-A.5°, e 461-A.

Há nos autos “Há nos autos “prova inequívocaprova inequívoca” da ilicitude cometida” da ilicitude cometida

pela Ré, fartamente comprovada por documentos imersos nesta pendenga, ospela Ré, fartamente comprovada por documentos imersos nesta pendenga, os

quais, por si só, anunciam a cobrança de juros capitalizados mensalmente (quais, por si só, anunciam a cobrança de juros capitalizados mensalmente (semsem

cláusula contratual para tantocláusula contratual para tanto). ).

Entende-se por “Entende-se por “prova inequívocaprova inequívoca”, aquela deduzida”, aquela deduzida

pelo autor em sua inicial, pautada em pelo autor em sua inicial, pautada em prova preexistenteprova preexistente, capaz de convencer o, capaz de convencer o

juiz de sua verossimilhança, de cujo grau de convencimento não se possa levantarjuiz de sua verossimilhança, de cujo grau de convencimento não se possa levantar

dúvida a respeito.dúvida a respeito.

Sobre “Sobre “prova inequívocaprova inequívoca”,”,

Luiz Guilherme MarinoniLuiz Guilherme Marinoni doutrina: doutrina:

“. . . a denominada ‘prova inequívoca’, capaz de convencer o juiz da“. . . a denominada ‘prova inequívoca’, capaz de convencer o juiz da

‘verossimilhança da alegação’, somente pode ser entendida como a‘verossimilhança da alegação’, somente pode ser entendida como a

‘prova suficiente’ para o surgimento do verossímil, entendido como o não‘prova suficiente’ para o surgimento do verossímil, entendido como o não

suficiente para a declaração da existência ou inexistência do direito” (suficiente para a declaração da existência ou inexistência do direito” ( In,In,

A antecipação de tutelaA antecipação de tutela, 3ª edição rev. e ampl., Ed. Malheiros, página, 3ª edição rev. e ampl., Ed. Malheiros, página

155).155).

Neste mesmo propósito, Neste mesmo propósito, Cândido Rangel DinamarcoCândido Rangel Dinamarco::

“convencer-se da verossimilhança, não poderia significar mais do que“convencer-se da verossimilhança, não poderia significar mais do que

imbuir-se do sentimento de que a realidade fática pode ser como aimbuir-se do sentimento de que a realidade fática pode ser como a

descreve o autor.” (descreve o autor.” (In, In, A Reforma do Código de Processo CivilA Reforma do Código de Processo Civil , Editora, Editora

Falheiros, 2ª Ed., p. 143)Falheiros, 2ª Ed., p. 143)

Diante destas circunstâncias jurídicas, Diante destas circunstâncias jurídicas, faz-se mister afaz-se mister a

concessão da tutela antecipadaconcessão da tutela antecipada, o que sustentamos à luz dos ensinamentos de, o que sustentamos à luz dos ensinamentos de

Nelson Nery JuniorNelson Nery Junior::

"Não há discricionariedade como alguns enganadamente têm apregoado"Não há discricionariedade como alguns enganadamente têm apregoado

ou entendido, pois discricionariedade implica em possibilidade de livreou entendido, pois discricionariedade implica em possibilidade de livre

escolha, com dose de subjetividade, entre dois os mais caminhos,escolha, com dose de subjetividade, entre dois os mais caminhos,

mencionados pela lei que confere o poder discricionário. A admissão damencionados pela lei que confere o poder discricionário. A admissão da

prova 'prova 'levioresleviores' (para a concessão das liminares), como diz Saraceno, "não' (para a concessão das liminares), como diz Saraceno, "não

constitui para o juiz um simples conselho, mas uma verdadeira e própriaconstitui para o juiz um simples conselho, mas uma verdadeira e própria

disposição com efeito vinculativos para o juiz, que é obrigado a acolher adisposição com efeito vinculativos para o juiz, que é obrigado a acolher a

demanda ainda se a prova fornecida não chegar a dar-lhe a certeza'." (demanda ainda se a prova fornecida não chegar a dar-lhe a certeza'." ( In,In,

Princípios do processo civil na Constituição FederalPrincípios do processo civil na Constituição Federal, São Paulo: Ed. Rev., São Paulo: Ed. Rev.

dos Tribunais, 7ª ed., p. 150).dos Tribunais, 7ª ed., p. 150).

Por conseguinte, basta a presença dos doisPor conseguinte, basta a presença dos dois

pressupostos acima mencionados, para o deferimento da tutela almejada.pressupostos acima mencionados, para o deferimento da tutela almejada.

A respeito do A respeito do fumus boni jurisfumus boni juris, leciona , leciona VicenteVicente

Greco FilhoGreco Filho::

"O "O fumus boni jurisfumus boni juris não é um prognóstico de resultado favorável no não é um prognóstico de resultado favorável no

processo principal, nem uma antecipação do julgamento, masprocesso principal, nem uma antecipação do julgamento, mas

simplesmente um juízo de plausibilidade, perspectiva essa que basta parasimplesmente um juízo de plausibilidade, perspectiva essa que basta para

justificar o asseguramento do direito" (Direito Processual Civil Brasileiro,justificar o asseguramento do direito" (Direito Processual Civil Brasileiro,

3º vol., São Paulo: Saraiva, 13ª ed., p. 76).3º vol., São Paulo: Saraiva, 13ª ed., p. 76).

DA NECESSIDADE DE MANUTENÇÃO DE POSSEDA NECESSIDADE DE MANUTENÇÃO DE POSSE

–– BEM NECESSÁRIO AO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL.BEM NECESSÁRIO AO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL.

A Promovente fizera o pacto financeiro para, com oA Promovente fizera o pacto financeiro para, com o

veículo em espécie, melhor desempenhar suas atividades empresariais. veículo em espécie, melhor desempenhar suas atividades empresariais.

De outro norte, a posse do bem poderá permanecerDe outro norte, a posse do bem poderá permanecer

com o devedor mediante as referidas condições, ou seja, quando demonstrada acom o devedor mediante as referidas condições, ou seja, quando demonstrada a

boa-fé e o boa-fé e o animus animus de adimplir o contratode adimplir o contrato, o que ora ocorre por parte dos, o que ora ocorre por parte dos

Autores, quando, nos pedidos abaixo, formulam pleito (sucessivo) de depósito deAutores, quando, nos pedidos abaixo, formulam pleito (sucessivo) de depósito de

parcelas incontroversas. parcelas incontroversas.

De outro contexto, há fundado receio de danoDe outro contexto, há fundado receio de dano

irreparável, porquanto o Autor irreparável, porquanto o Autor encontra-se com a iminência de ter seu nomeencontra-se com a iminência de ter seu nome

inserto nos órgãos de restrições inserto nos órgãos de restrições (sem encontrar-se legalmente em mora, frise-(sem encontrar-se legalmente em mora, frise-

sese), o que lhe vem trará seqüelas de irreparáveis, sobretudo no ), o que lhe vem trará seqüelas de irreparáveis, sobretudo no campocampo

profissional profissional (quando está impedido de obter novos trabalhos, visto que, em regra,(quando está impedido de obter novos trabalhos, visto que, em regra,

as empresas consultam antes os órgãos de restrições antes de admitir oas empresas consultam antes os órgãos de restrições antes de admitir o

empregado); no empregado); no campo financeiro campo financeiro (porquanto está impedido de obter novo(s)(porquanto está impedido de obter novo(s)

empréstimo(s) e sequer obter um talonário de cheque, por uma questão deempréstimo(s) e sequer obter um talonário de cheque, por uma questão de

procedimento interno do banco que tem conta corrente). procedimento interno do banco que tem conta corrente).

A A REVERSIBILIDADE DA MEDIDAREVERSIBILIDADE DA MEDIDA também é também é

evidente, uma vez que a Ré, se vencedora na lide, poderá incluir o nome doevidente, uma vez que a Ré, se vencedora na lide, poderá incluir o nome do

Promovente junto aos órgãos de restrições.Promovente junto aos órgãos de restrições.

Diante disto, Diante disto, o Autor vem pleitear, sem a oitivao Autor vem pleitear, sem a oitiva

prévia da parte contrária, tutela antecipada no sentido deprévia da parte contrária, tutela antecipada no sentido de::

a) determinar que a Ré exclua ou se abstenha dea) determinar que a Ré exclua ou se abstenha de

incluir, no prazo de cinco (5) dias, o nome doincluir, no prazo de cinco (5) dias, o nome do

Promovente dos órgãos de restrições,Promovente dos órgãos de restrições,

independentemente do pagamento de quaisquerindependentemente do pagamento de quaisquer

parcelas ora em debate ou, parcelas ora em debate ou, sucessivamentesucessivamente (CPC, (CPC,

art. 289), diante da ausência de mora, que seja oart. 289), diante da ausência de mora, que seja o

pedido em liça seja acolhido mediante o depósitopedido em liça seja acolhido mediante o depósito

das parcelas incontroversas apontadas na inicial;das parcelas incontroversas apontadas na inicial;

b) que a Promovida se abstenha, sob pena dab) que a Promovida se abstenha, sob pena da

multa diária de R$ 1.000,00 (mil reais), demulta diária de R$ 1.000,00 (mil reais), de

proceder informações acerca deste débito, oraproceder informações acerca deste débito, ora

em discussão judicial seu montante, à Central deem discussão judicial seu montante, à Central de

Riscos do Banco Central do Brasil – BACEN, bemRiscos do Banco Central do Brasil – BACEN, bem

assim todos os órgãos restritivos de crédito, comoassim todos os órgãos restritivos de crédito, como

SPC, SERASA, CADIN, entre outros; SPC, SERASA, CADIN, entre outros;

III – PEDIDOS E REQUERIMENTOSIII – PEDIDOS E REQUERIMENTOS

POSTO ISTO,POSTO ISTO,

como últimos requerimentos desta Ação Revisional, o Autor expressa o desejo quecomo últimos requerimentos desta Ação Revisional, o Autor expressa o desejo que

Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes providências:Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes providências:

1) Determinar a CITAÇÃO da Promovida,1) Determinar a CITAÇÃO da Promovida,

por carta, com AR (CPC, art. 222,por carta, com AR (CPC, art. 222,

caput), no endereço constante docaput), no endereço constante do

preâmbulo, para, no prazo de 15(quinze)preâmbulo, para, no prazo de 15(quinze)

dias, querendo, contestar a presentedias, querendo, contestar a presente

AÇÃO REVISIONAL, sob pena de revelia eAÇÃO REVISIONAL, sob pena de revelia e

confissão(CPC, art. 285, confissão(CPC, art. 285, caputcaput););

2) pede, mais, que sejam JULGADOS2) pede, mais, que sejam JULGADOS

PROCEDENTES OS PEDIDOS FORMULADOS PELOPROCEDENTES OS PEDIDOS FORMULADOS PELO

AUTOR, e, via de consequencia:AUTOR, e, via de consequencia:

(i) excluir do encargo mensal os(i) excluir do encargo mensal os

juros capitalizados, para cobrançajuros capitalizados, para cobrança

durante o período de normalidadedurante o período de normalidade

contratual;contratual;

(ii) sejam afastados todo e(ii) sejam afastados todo e

qualquer encargo contratualqualquer encargo contratual

moratório, visto que o Autor não semoratório, visto que o Autor não se

encontra em mora, ou, como pedidoencontra em mora, ou, como pedido

sucessivo, a exclusão do débito desucessivo, a exclusão do débito de

juros moratórios, jurosjuros moratórios, juros

remuneratórios, correção monetáriaremuneratórios, correção monetária

e multa contratual, em face dae multa contratual, em face da

ausência de inadimplência daausência de inadimplência da

cobrança de comissão decobrança de comissão de

permanência;permanência;

(iii) (iii) que a Ré seja condenada, porque a Ré seja condenada, por

definitivo, a não inserir o nome dodefinitivo, a não inserir o nome do

Autor junto aos órgãos deAutor junto aos órgãos de

restrições, bem como a não promoverrestrições, bem como a não promover

informações à Central de Risco doinformações à Central de Risco do

BACEN e seja o mesmo manutenido naBACEN e seja o mesmo manutenido na

posse do bem dado em garantia emposse do bem dado em garantia em

destaque nesta querela, sob pena dedestaque nesta querela, sob pena de

pagamento da multa evidenciada empagamento da multa evidenciada em

sede de pedido de tutelasede de pedido de tutela

antecipada; antecipada;

(iv) pede, caso seja encontrado(iv) pede, caso seja encontrado

valores cobrados a maior durante avalores cobrados a maior durante a

relação contratual, sejam o mesmorelação contratual, sejam o mesmo

devolvidos ao Promovente em dobrodevolvidos ao Promovente em dobro

(repetição de indébito), na forma(repetição de indébito), na forma

do art. 42 do CDC, oudo art. 42 do CDC, ou

sucessivamente, sejam compensadossucessivamente, sejam compensados

os valores encontrados (devoluçãoos valores encontrados (devolução

dobrada) com eventual valor aindadobrada) com eventual valor ainda

existe como saldo devedor;existe como saldo devedor;

3) protesta provar o alegado por toda3) protesta provar o alegado por toda

espécie de prova admitida (CF, art. 5º,espécie de prova admitida (CF, art. 5º,

inciso LV), nomeadamente peloinciso LV), nomeadamente pelo

depoimento do representante legal da Rédepoimento do representante legal da Ré

(CPC, art. 12, inciso VI), oitiva de(CPC, art. 12, inciso VI), oitiva de

testemunhas a serem arroladas testemunhas a serem arroladas opportunoopportuno

temporetempore, juntada posterior de, juntada posterior de

documentos como contraprova, períciadocumentos como contraprova, perícia

contábil (com ônus invertido), exibiçãocontábil (com ônus invertido), exibição

de documentos, tudo de logo requerido.de documentos, tudo de logo requerido.

Atribui-se a presente Ação Revisional o valor doAtribui-se a presente Ação Revisional o valor do

contrato (contrato (CPC, art. 259, inc. VCPC, art. 259, inc. V), resultando na quantia de ), resultando na quantia de R$ .x.x.x( .x.x.x).R$ .x.x.x( .x.x.x).

Termos em que,Termos em que, E. DEFERIMENTO.E. DEFERIMENTO.

GUANAMBI (BA), 01 de agosto de 2013. GUANAMBI (BA), 01 de agosto de 2013.