11

1579 leia algumas paginas

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Page 1: 1579 leia algumas paginas
Page 2: 1579 leia algumas paginas

225

Despesas públicas

4Despesas públicas

Sumário • 1. Introdução; 2. Conceito; 3. Classificação; 3.1. Quanto à Origem do Recurso; 3.2. Quanto à competência do ente; 3.2.1. Federal – Visa a atender a fins e serviços da União Federal, em cujo orçamento está consignada; 3.2.2. Estadual – Objetiva atender a fins e serviços do Estado, estando fixada em seu orçamento; e; 3.2.3. Municipal – Tem por finalidade atender a fins e serviços do Município, sendo consignada no orçamento municipal; 3.3. Quanto à regularidade; 3.4. Quanto à natureza legal; 3.4.1. Despesas Correntes; 3.5. Classificações para os concursos de Auditor do Tribunal de Contas, Técnicos e Analistas; 3.5.1. Classificação institucio-nal; 3.5.2. Classificação Funcional-Programática; 4. Fases da despesa pública; 4.1. Empenho; 4.1.1. Tipos de Empenho; 4.1.2. Pode um empenho ser cancelado?; 4.1.3. Para os concursos de Auditores do TC, técnicos e analistas; 4.2. Liquidação; 4.3. Pagamento; 5. Regime contábil da despesa; 5.1. Para os concursos de Audi-tores do TC, técnicos e analistas; 6. Restos a pagar; 6.1. Restos a pagar em final de mandato; 7. Despesas de exercícios anteriores (DEA); 8. Despesas públicas de origem judicial: precatório; 8.1. Conceito e finalidade; 8.2. Alcance do regime; 8.3. Procedimento; 8.4. Regra geral dos precatórios; 8.4.1. Jurisprudência recente; 8.5. Requisições de pequeno valor; 8.6. Função administrativa do Tribunal; 8.7. Precatório complementar ou suplementar; 8.8.Compensação de precatório rea-lizado pela Fazenda Pública (compensação de ofício) – Recente julgado do STF; 8.9. Precatórios e reflexos tributários; 8.9.1. Compensação de precatório realizado pelo contribuinte; 8.9.2. Precatório e o processo executivo fiscal; 8.9.3. Precatório e Certidão Negativa de Débito (CND); 8.10. Aquisição de imóveis públicos com precatórios; 8.11. Atualização monetária dos precatórios; 8.12. Cessão de Preca-tórios; 8.13. Regime Especial de Precatórios; 8.13.1. Como era aplicado o Regime Especial de Precatório; 8.13.2. Da pretendida modulação de efeitos da decisão do STF; 8.13.3. Regimes especiais anteriores à EC 62; 8.15. Intervenção federal; 9. Despesas Públicas e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF); 9.1. Limitação de Empenho (art. 9º); 9.2. Geração de despesa; 9.3. Despesa obrigatória de caráter continuado (art. 17) – DOCC; 9.4. Despesas com pessoal; 9.4.1. Conceito; 9.4.2. Limites de gasto; 9.4.3. Exceções ao cômputo dos gastos; 9.4.4. Despesas nulas; 9.4.5. Controle dos gastos de pessoal; 10. Destinação de recursos para o setor privado; 11. Transferências; 11.1. Transferências Obrigatórias; 11.2. Transferências Voluntárias; 11.2.1. Requisitos; 11.2.2. Sanções; 11.3. Transferências automáticas; 12. Quadro sinóptico; 13. Súmulas aplicáveis; 13.1. STJ; 13.2. STF; 14. Informativos recentes; 14.1. STJ; 14.2. STF; 15. Jurisprudência selecionada; 15.1. STJ; 15.2. STF; 16. Questões de concursos.

1. INTRODUÇÃO

Despesa pública é tema que tem suscitado discussões acirradas em direito financeiro. Tal se dá por conta da relevância dos dispêndios públicos para a satisfação do interesse público, o que só ocorre se houver disponibilidade financeira, mas, para além disso, se houver obser-vância de diversas normas para a realização das despesas, conforme se verá. E aqui o tema

Page 3: 1579 leia algumas paginas

227

Despesas públicas

3.1. Quanto à Origem do Recurso

As despesas podem ser orçamentárias ou extraorçamentárias. Orçamentárias quan-do constam na lei do orçamento e nos seus créditos adicionais. Decorre do princípio da legalidade, visto que toda despesa pública carece de autorização legislativa para a sua execução.

A despesa extraorçamentária é aquela que não consta do orçamento ou em seus crédi-tos adicionais. São valores com os quais o gestor não pode contar para fazer face aos gastos públicos no seu exercício financeiro. Decorrem do levantamento de depósitos, cauções ou quaisquer valores que se revistam de características de simples transitoriedade.

Um exemplo serve para clarificar: quando um servidor realiza algum empréstimo consignado no seu salário, esse valor será retido pela Administração e repassado ao banco credor. Assim, quando da retenção, aludido valor é lançado como receita, mas não no orçamento, daí ser uma receita extraorçamentária. Por sua vez, quando o valor é pago ao banco, se caracteriza uma despesa extraorçamentária. Na mesma linha estão as despesas de depósitos, cauções, restos a pagar, dentre outros. São todas despesas que não constam do orçamento.

A antecipação de receita orçamentária (ARO), empréstimo que se toma para pagar dentro do mesmo exercício financeiro, é um exemplo clássico de receita extraorçamentá-ria, e o seu pagamento, por óbvio, é despesa extraorçamentária. Ele não é uma receita que se soma ao orçamento, mas apenas uma antecipação da receita para suprir déficit financei-ro, e que, com a sua realização, deverá haver o pagamento do empréstimo correspondente. Computá-lo como receita orçamentária significaria levar em conta o seu valor por duas vezes, o que não é possível.

Cumpre registrar que, enquanto a amortização da dívida principal do ARO é uma despesa extraorçamentária, o pagamento dos seus juros é uma despesa orçamentária, visto que deve estar incluído dentro do orçamento.

EXEMPLO DE QUESTÃO SOBRE O TEMA

(AGU – Procurador Federal de 2ª Categoria 2010 – Unb/CESPE) O princípio da legalidade em maté-ria de despesa pública significa que se exige a inclusão da despesa em lei orçamentária para que ela possa ser realizada, com exceção dos casos de restituição de valores ou pagamento de importância recebida a título de caução, depósitos, fiança, consignações, ou seja, advindos de receitas extraor-çamentários que, apesar de não estarem fixados na lei orçamentária, sejam objeto de cumprimento de outras normas jurídicas.

Resposta: Alternativa correta

3.2. Quanto à competência do enteAs despesas podem ser:

Page 4: 1579 leia algumas paginas

232

Harrison Leite

DESPESAS CORRENTES

Despesas de custeio

Pessoa Civil Pessoal Militar Material de Consumo Serviços de Terceiros Encargos Diversos

Transferências correntes

Subvenções Sociais Subvenções Econômicas Inativos Pensionistas Salário Família e Abono Familiar Juros da Dívida Pública Contribuições de Previdência Social Diversas Transferências Correntes.

DESPESAS DE CAPITAL

Investimentos

Obras Públicas Serviços em Regime de Programação Especial Equipamentos e Instalações Material Permanente Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou Entidades Industriais ou Agrícolas

Inversões financeiras

Aquisição de Imóveis Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou Entidades Comerciais ou Financeiras Aquisição de Títulos Representativos de Capital de Empresa em Funcionamento Constituição de Fundos Rotativos Concessão de Empréstimos Diversas Inversões Financeiras

Transferências de capital

Amortização da Dívida Pública Auxílios para Obras Públicas Auxílios para Equipamentos e Instalações Auxílios para Inversões Financeiras Outras Contribuições.

EXEMPLO DE QUESTÃO SOBRE O TEMA

(ESAF – PFN/2012) Suponha-se que a União pretenda adquirir o imóvel onde atualmente está insta-lada, mediante contrato de aluguel, a sede da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Nesse caso, a despesa pública será classificada como:

a) despesa corrente, por destinada à manutenção de serviço anteriormente criado.

b) transferência corrente, por destinada à manutenção de entidade de direito público.

c) investimento, por acarretar aumento patrimonial.

d) inversão financeira, por destinada à aquisição de imóvel.

e) transferência de capital, por implicar diminuição da dívida pública.

Resposta: Alternativa D

Page 5: 1579 leia algumas paginas

237

Despesas públicas

As ações podem ser classificadas em atividades, projetos ou operações especiais.

d.1) Atividade: instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de mo-do contínuo e permanente, das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo. Ex.: “Vigilância Sanitária em Serviços de Saúde”.

d.2) Projeto: instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoa-mento da ação de Governo. Ex.: “Implantação de Poços Artesianos”, “Capa-citação de Servidores”. Esses projetos têm dia para começar e dia para acabar, diferentemente de uma atividade, que é algo contínuo e permanente.

d.3) Operações Especiais: são despesas que não contribuem para a manuten-ção das ações de governo, das quais não resulta um produto, e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços. Ex.: Amortização, juros, pagamento de aposentadorias e pensões, transferências constitucio-nais e legais, encargos e rolagem da dívida contratual e mobiliária.

Page 6: 1579 leia algumas paginas

238

Harrison Leite

4. FASES DA DESPESA PÚBLICA

Se há rigorosidade para o ingresso de recursos públicos, a fim de que ele observe a estrita legalidade, maior rigorosidade ocorre quando o tema é o gasto público. É que a legislação brasileira traça todo um procedimento, que se inicia com a compatibilização do gasto com os desígnios constitucionais, perpassados pelos PPA, LDO e LOA, para, em observância às normas impostas pelo direito administrativo, principalmente quanto à lei de licitações (Lei n. 8.666/93), efetuar-se o gasto real, que, dentro da seara orçamentária observa três etapas ou estágios.

Antes, porém, cumpre registrar que para realizar qualquer gasto, o Governo precisa de autorização orçamentária, seja ela prevista na LOA, seja prevista em créditos adi-cionais. Após a fixação, a despesa será efetuada de acordo com a programação realizada. Com a programação, compatibiliza-se as prioridades das aplicações com as disponibilida-des financeiras, para manter o equilíbrio durante a execução orçamentária.

Page 7: 1579 leia algumas paginas

239

Despesas públicas

Após esta etapa, surge a fase administrativa do gasto, com observância dos procedi-mentos previstos em lei para a contratação. Só assim, aparece o campo para o estudo das três etapas abaixo explicitadas. Antes, porém, registre-se que o emaranhado de normas a serem observadas na realização da despesa pública faz surgir diversas classificações quanto às fases das despesas, que variam na proporção da criatividade de quem tenta facilitar o es-tudo. Assim, não raro afirmar que antes das três etapas clássicas das despesas (empe-nho, liquidação e pagamento), há a etapa da fixação da despesa, que é aquela constan-te na LOA. Após sua fixação é que surgem o empenho, a liquidação e o pagamento. Aqui a ressalva para potenciais questionamentos acerca das fases da despesa, de modo que, para alguns, há quatro etapas e não apenas três. Optamos pela classificação clássica, constante da logicidade sequencial da lei, apoiada pela maioria da doutrina e da jurisprudência.

4.1. Empenho Possui uma definição legal muito clara, no art. 58 da Lei n. 4.320/64: “O empenho

de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição”. Consiste na reserva a ser feita no orçamento que não poderá mais ser mais gasta a não ser pelo motivo que a jus-tificou.

Tal se dá porque toda despesa demanda prévio empenho (art. 60 da Lei n. 4.320). Logo, para que uma despesa seja realizada deve-se, primeiro, verificar se há dotação or-çamentária, e, se houver, separar parte dessa dotação para o gasto que se deseja realizar. Essa reserva de recursos para o posterior pagamento é o que se chama de empenho.

Empenhar significa deduzir determinado valor da dotação adequada à despesa a re-alizar, por força do compromisso assumido. Logo, se numa dotação de R$ 50.000,00 for empenhado R$ 30.000,00, significa dizer que ocorrerá a baixa desse crédito disponível, restando apenas o valor de R$ 20.000,00 para novos empenhos nessa dotação.

Portanto, lógico afirmar que o empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos, visto que o empenho nunca poderá ser superior ao montante do crédito orçamentário.

Daí que geralmente se exige, após o empenho, um documento que comprove a sua ocorrência, chamado de nota de empenho, que deverá conter uma série de informações como (i) o nome do credor; (ii) a dotação orçamentária; (iii) o tipo de empenho; (iv) o valor empenhado; (v) o saldo da dotação; (vi) a individualização da despesa; (vii) a assinatura da autoridade pública, dentre outros. (art. 61 da Lei n. 4.320/64)

ATENÇÃO! O empenho é condição obrigatória para a despesa, mas a nota de empenho poderá ser dispensada em alguns casos especiais, como nas despesas legais ou constitucionais, conforme reza o art. 60, § 1º da Lei n. 4.320/61: “Em casos especiais previstos na legislação específica será dispensada a emissão da nota de empenho”. Assim, geralmente dispensa-se a Nota de Empenho em despesas com sentenças judiciais, pessoal e encargos, juros e encargos da dívida etc.Quando o credor é um terceiro, por exemplo, deve haver a emissão da nota de empenho, pois é uma garantia para que ele possa reivindicar o pagamento pela sua contraprestação.

Page 8: 1579 leia algumas paginas

336

Harrison Leite

a demora do trâmite processual no período com-preendido entre a liquidação do valor devido e a expedição do precatório e sua respectiva inscri-ção no orçamento".

X Recurso Ordinário em Mandado De Seguran-ça/32592/Paraíba, de 19/05/2012

A primeira Turma do STJ não proveu o recurso em foco que tratava do requerimento de sequestro de rendas públicas pelo fato de não ter, o Estado da Paraíba, pago o precatório, deixando-o vencer. No caso, o Estado membro optou pelo regime especial de pagamento, impossibilitando o se-questro. Conforme a Corte, "O principal motivo ensejador da edição da Emenda Constitucional n. 62/2009, qual seja, possibilitar que os entes fede-rados quitem de uma vez por todas o seu passivo decorrente de demandas judiciais, pressupõe, como consectário lógico, que a decretação de se-questro apenas ocorra na hipótese de desrespei-to ao prazo fixado à luz do regime especial”.

X Recurso Ordinário em Mandado De Seguran-ça/31331/ Mato Grosso, de 01/06/2010

"O sequestro de verbas públicas para pagamen-to de precatórios está previsto na preterição ao direito de precedência do credor (art. 100, § 2º, da CF/88), de aplicação irrestrita aos créditos submetidos a pagamento mediante precatório A omissão do ente público em sujeitar o crédito do precatório à moratória constitucional, previs-ta no art. 78 do ADCT, implica na sua submissão ao regime ali previsto, salvo se realizado o paga-mento no prazo e na forma do art. 100 da Cons-tituição Federal. Precedentes"

X Recurso Ordinário em Mandado de Seguran-ça/30280/Distrito Federal, de 23/02/1020.

Não há ilegalidade no ato impugnado, pois, à épo-ca de sua edição, não havia autorização constitu-cional para fazer prevalecer os créditos de nature-za alimentícia dos portadores de doenças graves sobre os demais créditos alimentares. Acórdão

recorrido em consonância com o recente posicio-namento do STF e com a jurisprudência do STJ. Ademais, mesmo sob a ótica do arcabouço nor-mativo inaugurado coma EC nº 62/09, o direito do impetrante ao pagamento do requisitório ainda deveria se submeter-se à ordem cronológica de pagamento estipulada para os demais portadores de doenças graves e os maiores de 60 anos, a teor do preceituado na nova redação do § 2º do art. 100 da Constituição Federal.

X Recurso Ordinário em Mandado de Seguran-ça/ 17786/Rio Grande do Sul, de 24/11/2009.Impossibilidade de o presidente do Tribunal de Justiça efetuar pagamento de precatórios de pequeno valor com recursos existentes em fun-dos destinados ao sistema de gerenciamento dos depósitos judiciais sem lei que autorize tal procedimento. Direito líquido e certo. Não con-figuração. "Os precatórios de pequeno valor de-vem ser liquidados, com a preferência que lhes concede o ordenamento jurídico, com recursos inscritos, de modo específico, no orçamento". O presidente de Tribunal de Justiça estadual não pode efetuar pagamento de precatórios de pe-queno valor com recursos existentes em fundos destinados ao sistema de gerenciamento dos de-pósitos judiciais sem que haja lei que o autorize a realizar tal procedimento.

X Recurso Ordinário em Mandado de Seguran-ça/29014 / PR, de 27/10/2009.Impetração contra decisão do presidente do Tri-bunal que indeferiu o sequestro de verbas públi-cas para pagamento de precatório. Vencimento do prazo para pagamento de parcela. Possibili-dade de se determinar o sequestro de recursos financeiros da entidade executada. Art. 78, § 4º, DO ADCT. "Conforme estabelece o § 4º do art. 78 do ADCT, a autorização para sequestro, nas condições ali previstas, refere-se a cada uma das parcelas anuais da dívida, quando vencidas ou não inseridas na previsão orçamentária ou pre-teridas na ordem de precedência".

15.2. STF

X Complementação de precatório e citação da Fazenda PúblicaO pagamento de complementação de débitos da Fazenda Pública Federal, Estadual ou Muni-

cipal, decorrentes de decisões judiciais e objeto de novo precatório não dá ensejo à nova citação da Fazenda Pública. Com base nessa orientação, a 1ª Turma, em conclusão de julgamento e por

Page 9: 1579 leia algumas paginas

337

Despesas públicas

maioria, reformou decisão do Ministro Ricardo Lewandowski, que, ao conhecer de recurso ex-traordinário, determinara a expedição de novo precatório derivado do reconhecimento, pelo tri-bunal de origem, de saldo remanescente de par-celas de acordo, com a conseguinte citação da Fazenda Pública — v. Informativo 623. A Turma destacou que o recurso extraordinário fora in-terposto em data anterior à regulamentação do instituto da repercussão geral. Asseverou que, ante a insuficiência no pagamento do precatório, bastaria a requisição do valor complementar do depósito realizado. Pontuou que eventual erro de cálculo não impediria que a Fazenda Pública viesse aos autos para impugná-lo. O Ministro Ri-cardo Lewandowski reajustou o voto proferido anteriormente. Vencido o Ministro Dias Toffoli, que negava provimento ao recurso, por enten-der necessária a citação da Fazenda Pública. AI 646081 AgR/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 26.11.2013)

X Precatórios e vinculação de receitaO Plenário confirmou medida cautelar e julgou procedente pedido formulado em ação direta para declarar a inconstitucionalidade do art. 245 da Constituição do Estado do Paraná (“Art. 245. Toda importância recebida pelo Estado, da União Federal, a título de indenização ou paga-mento de débito, ficará retida à disposição do Poder Judiciário, para pagamento, a terceiros, de condenações judiciais decorrentes da mesma origem da indenização ou do pagamento”). Na decisão acauteladora, o Tribunal consignara que a vinculação exclusiva das importâncias federais recebidas pelo Estado-membro, para o efeito da norma questionada, acarretaria descumprimen-to do disposto no art. 100 da CF, pois, indepen-dentemente da ordem de precedência cronoló-gica de apresentação dos precatórios, instituiria preferência absoluta em favor do pagamento de determinadas condenações judiciais.ADI 584/PR, rel. Min. Dias Toffoli, 19.3.2014. (ADI-584)

X Intervenção Federal n. 470-5/SPO STF entendeu não haver necessidade para in-tervenção federal nos estados membros, quan-do do não cumprimento de precatórios judiciais, se não houver uma intenção deliberada e dolosa

destes com a intenção do não pagamento. Há, conforme a corte, diversas obrigações a serem cumpridas pela Administração com igual valor. Ademais os estados devem cumprir o princípio da continuidade do serviço público. Acrescenta que a intervenção é medida máxima devendo atender à proporcionalidade. O caso tratava da não inclusão do precatório referente a alimentos no orçamento.

X Reclamação 1091-1 – Pará, de 22/05/2002Reclamação do governador contra ato do TRT da 8ª Região que desrespeitou a autoridade da decisão proferida pelo STF na Adin nº 1662-SP, ao determinar o sequestro da importância de R$ 5.351.971,11 da Fundação da Criança e do Ado-lescente – FUNCAP; e R$ 9.676.040,43 da Fun-dação Santa Casa de Misericórdia, concernentes aos precatórios relacionados na ação presente. Legitimidade ativa do reclamante, pois as enti-dades dependem financeiramente dos recursos do Estado e integram a estrutura administrativa. A omissão no orçamento ou seu não pagamento até o final do exercício subsequente ao da expe-dição do precatório, não equivalem à hipótese de preterição, única condição que autoriza essa medida.

X Rcl 2143 – AgRE M E N T A: RECLAMAÇÃO – ALEGAÇÃO DE DES-RESPEITO A ACÓRDÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL RESULTANTE DE JULGAMENTO PRO-FERIDO EM SEDE DE CONTROLE NORMATIVO ABSTRATO – INOCORRÊNCIA – SEQÜESTRO DE RENDAS PÚBLICAS LEGITIMAMENTE EFETIVA-DO – MEDIDA CONSTRITIVA EXTRAORDINÁRIA JUSTIFICADA, NO CASO, PELA INVERSÃO DA OR-DEM DE PRECEDÊNCIA DE APRESENTAÇÃO E DE PAGAMENTO DE DETERMINADO PRECATÓRIO – IRRELEVÂNCIA DE A PRETERIÇÃO DA ORDEM CRONOLÓGICA, QUE INDEVIDAMENTE BENE-FICIOU CREDOR MAIS RECENTE, DECORRER DA CELEBRAÇÃO, POR ESTE, DE ACORDO MAIS FA-VORÁVEL AO PODER PÚBLICO – NECESSIDADE DE A ORDEM DE PRECEDÊNCIA SER RIGIDAMENTE RESPEITADA PELO PODER PÚBLICO – SEQÜES-TRABILIDADE, NA HIPÓTESE DE INOBSERVÂNCIA DESSA ORDEM CRONOLÓGICA, DOS VALORES INDEVIDAMENTE PAGOS OU, ATÉ MESMO, DAS PRÓPRIAS RENDAS PÚBLICAS – RECURSO IMPRO-

Page 10: 1579 leia algumas paginas

343

Despesas públicas

A) A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de caixa.

B) A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência.

C) A despesa total com pessoal, em cada perío-do de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, de maneira que não poderá exceder, para a União, em 40%; para os Esta-dos, em 60%; e para os Municípios, em 60%.

D) A despesa total com pessoal, em cada perío-do de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, de maneira que não poderá exceder, para a União, em 50%; para os Esta-dos, em 50%; e para os Municípios, em 60%.

E) A despesa total com pessoal, em cada perío-do de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, de maneira que não poderá exceder, para a União, em 40%; para os Esta-dos, em 50%; e para os Municípios, em 60%.

14. (ESAF – PFN/2012) O art. 9º da Lei de Res-ponsabilidade Fiscal estabelece: “Art. 9º. Se veri-ficado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal esta-belecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias sub-sequentes, limitação de empenho e movimenta-ção financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias”. Nesse caso, A) o restabelecimento da receita prevista en-

sejará a recomposição das dotações cujos empenhos foram limitados, de forma propor-cional às reduções efetivadas, salvo se o res-tabelecimento for parcial.

B) poderão ser objeto de limitação temporária as despesas que constituam obrigações cons-titucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívi-da, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orça-mentárias.

C) na eventualidade de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promo-

verem a limitação no prazo estabelecido no caput, o Poder Executivo poderá limitar os va-lores financeiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.

D) até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão mista permanente de Senadores e Deputados referida no § 1º do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas Legis-lativas estaduais e municipais.

E) a Secretaria do Tesouro Nacional apresenta-rá, no prazo legal, avaliação do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetária, creditícia e cambial, evidenciando o impacto e o custo fiscal de suas operações e os resul-tados demonstrados nos balanços.

15. (FEPESE – MP junto ao Tribunal de Contas – MPTSC/2014) A Lei 4.320, de 17/03/1964, esta-belece normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Dis-trito Federal. A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de ope rações de crédito autorizadas em lei; bem como, todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por intermé-dio deles, se devam realizar.Destarte, quanto à elaboração orçamentária, é

correto afirmar:A) São princípios insculpidos na Lei do Orçamen-

to e que devem ser obedecidos: unidade or-çamentária, universalidade, gene ralidade e anualidade.

B) São princípios insculpidos na Lei do Orçamen-to e que devem ser obedecidos: unidade or-çamentária, universalidade, especi ficidade e anualidade.

C) Para fins de contabilidade pública, a receita classificar-se-á em três grandes grupos contá-beis a saber: Receitas Correntes, Receitas de Capital e Receitas Financeiras e as despesas, da mesma forma, compreenderão três gran-des grupos: Despesas Correntes, Despesas de Capital e Despesas de Custeio.

D) Para fins de contabilidade pública, a receita classificar-se-á em dois grandes grupos contá-beis a saber: Receitas Correntes e Receitas de Capital e as despesas, da mesma forma, com-

Page 11: 1579 leia algumas paginas

344

Harrison Leite

preenderão dois grandes grupos: Despesas Correntes e Despesas de Capital.

E) Para fins de contabilidade pública, a receita classificar-se-á em três grandes grupos contá-beis a saber: Receitas Correntes, Receitas de Capital e Receitas Privadas e as despesas, da mesma forma, compreenderão três grandes grupos: Despesas Correntes, Despesas de Ca-pital e Despesas Privadas.

16. (Cespe – Procurador do MP junto ao TCE--PB/2014) Tendo em vista que, em diversos as-pectos, a dívida pública está vinculada à atividade orçamentária, assinale a opção correta à luz dos preceitos constitucionais e infraconstitucionais pertinentes.A) Os créditos adicionais somente poderão ser

aprovados se houver uma operação de crédi-to que lhe dê a contrapartida para o gasto.

B) As operações de crédito federais, estaduais e municipais têm de se submeter aos limites estabelecidos em lei federal.

C) Ao pagar uma dívida contraída por meio de operação de crédito, o governo deverá regis-trar tal desembolso como despesa de capital.

D) Uma operação de crédito de longo prazo, apesar de não configurar receita orçamentá-ria, somente poderá ser contratada se houver expressa autorização na lei orçamentária res-pectiva.

E) Uma operação de crédito por antecipação de receita, apesar de não configurar receita orça-mentária, somente poderá ser contratada se houver expressa autorização na lei orçamen-tária respectiva.

17. (Vunesp - Procurador Município – Prefeitura São Paulo - SP/2014) As dotações para o plane-jamento e a execução de obras, inclusive as des-tinadas à aquisição de imóveis considerados ne-cessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisi-ção de instalações, equipamentos e material per-manente e constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro, classificam-se, nos termos da Lei n.° 4.320/64, comoA) investimentos.B) despesas de custeio.C) transferências correntes.D) subvenções.E) inversões financeiras.

18. (Cespe – Procurador do MP junto ao TCE--PB/2014) Em conformidade com a Lei de Res-ponsabilidade Fiscal (LRF), se uma instituição financeira estiver sofrendo risco de falência, a prevenção de sua insolvência caberáA) aos bancos públicos, mediante a emissão de

títulos. B) à União, mediante a concessão de emprésti-

mos de recuperação. C) a fundos e outros mecanismos constituídos

pelas instituições integrantes do Sistema Fi-nanceiro Nacional (SFN).

D) à Secretaria do Tesouro Nacional, mediante a constituição de fundo especial.

E) ao Banco Central do Brasil (BACEN), median-te a concessão de empréstimos de curto pra-zo.

GABARITO

Questão Resposta Fundamentação legal e jurisprudencial

Onde encontro no livro?

1 C Art. 20 da LRF Item 9.4.2

2 C Art 35 da Lei 4.320/64 Item 5

3 A Art. 13 da Lei 4.320/64 Item 9.4.2

4 C Art. 19 da LRF Item 3

5 B Art 100 da CF Item 8.4

6 C Art. 9º da LRF Item 9.1