Upload
bob-almada
View
445
Download
2
Embed Size (px)
Citation preview
SOLDAGEM TIG
SENAI-RJ Metalurgia
Federao das Indstrias do Estado do Rio de Janeiro - FIRJANEduardo Eugenio Gouva VieiraPresidente
Diretoria-Geral do Sistema FIRJANAugusto Cesar Franco de AlencarDiretor-geral
Diretoria Regional do SENAI-RJMaria Lcia TellesDiretora
Diretoria de EducaoAndra Marinho de Souza FrancoDiretora
SOLDAGEM TIG
SENAI-RJRio de Janeiro
2009
Soldagem TIG
2009 - 2 ed. revista
SENAI-Rio de Janeiro
Diretoria de Educao
Gerncia de Educao Profi ssional Regina Helena Malta do Nascimento
Gerncia Executiva do CTS Solda Marcos Pereira
FICHA TCNICA
Coordenao Vera Regina Costa Abreu
Seleo de Contedo Carlos Reis Vilhena (CTS Solda)
Reviso Pedaggica Maria Leonor de Macedo Soares Leal
Reviso Tcnica Carlos Alberto Rodrigues Pereira (CTS Solda) Carlos Alberto Teixeira de Novaes (CTS Solda) Lvia Maria Amalfi (CTS Solda)
Colaborao Suely Portugal Villaa (CTS Solda)
Reviso Gramatical e Editorial Raquel Soares Correa
Projeto Grfi co Artae Design & Criao
Editorao SteimanKnorr Designers Associados
Edio revista e atualizada do material Soldagem TIG, publicado pelo SENAI-RJ/CETEC em 2004. Este material est em consonncia com o
Acordo Ortogrfi co da Lngua Portuguesa de 2008.
SENAI-RJ
GEP Gerncia de Educao Profi ssional
Rua Mariz e Barros, 678 Tijuca
20270-903 Rio de Janeiro
Tel.: (21) 2587-1323
Fax: (21) 2254-2884
mdigep@fi rjan.org.br
http://www.fi rjan.org.br
Prezado aluno,
Quando voc resolveu fazer um curso em nossa instituio, talvez no soubesse que,
desse momento em diante, estaria fazendo parte do maior sistema de educao profi ssional
do pas: o SENAI. H mais de 60 anos, estamos construindo uma histria de educao voltada
para o desenvolvimento tecnolgico da indstria brasileira e para a formao profi ssional de
jovens e adultos.
Devido s mudanas ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador no pode continuar
com uma viso restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigir de voc, alm do domnio
do contedo tcnico de sua profi sso, competncias que lhe permitam decidir com autonomia,
proatividade, capacidade de anlise, soluo de problemas, avaliao de resultados e propostas
de mudanas no processo do trabalho. Voc dever estar preparado para o exerccio de papis
fl exveis e polivalentes, assim como para a cooperao e a interao, o trabalho em equipe e o
comprometimento com os resultados.
Soma-se a isso o fato de que a produo constante de novos saberes e tecnologias exigir
de voc a atualizao contnua de seus conhecimentos profi ssionais, evidenciando-se a neces-
sidade de uma formao consistente que lhe proporcione maior adaptabilidade e instrumentos
essenciais autoaprendizagem.
Essa nova dinmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educa-
o se organizem de forma fl exvel e gil, motivo esse que levou o SENAI a criar uma estrutura
educacional com o propsito de atender s novas necessidades da indstria, estabelecendo
uma formao fl exvel e modularizada.
Essa formao fl exvel tornar possvel a voc, aluno do sistema, voltar e dar continuidade
sua educao, criando seu prprio percurso. Alm de toda a infraestrutura necessria a seu
desenvolvimento, voc poder contar com o apoio tcnico-pedaggico da equipe de educao
dessa escola do SENAI para orient-lo em seu trajeto.
Mais do que formar um profi ssional, estamos buscando formar cidados.
Seja bem-vindo!
Andra Marinho de Souza Franco
Diretora de Educao
Sumrio
1
2
3
APRESENTAO ................................................................................................................11UMA PALAVRA INICIAL ....................................................................................................13
SADE E SEGURANA NO TRABALHO .........................................................................17Introduo. .........................................................................................................................19Equipamentos de proteo individual (EPI) ..............................................................19Cuidados com o circuito de soldagem ........................................................................22Riscos eltricos ..................................................................................................................23Perigos do arco eltrico...................................................................................................26Ambientes de risco para a soldagem ..........................................................................29Gases tcnicos nos processos de soldagem ..............................................................32Organizao do posto de soldagem ............................................................................38Primeiros socorros ...........................................................................................................39Praticando ..........................................................................................................................40
ASPECTOS INTRODUTRIOS SOLDAGEM ................................................................43Principais processos de soldagem por fuso ............................................................45 Soldagem TIG ....................................................................................................................47Terminologia de soldagem ............................................................................................47Simbologia de soldagem ................................................................................................52
ELETROTCNICA BSICA .................................................................................................67Introduo..........................................................................................................................69Circuitos ..............................................................................................................................69Tipos de corrente eltrica ...............................................................................................71Curvas caractersticas .....................................................................................................75Arco eltrico .......................................................................................................................79Condensadores de fi ltragem .........................................................................................85Processo TIG com corrente pulsada .............................................................................86Praticando ..........................................................................................................................88
56
EQUIPAMENTOS PARA SOLDAGEM ..............................................................................91Introduo..........................................................................................................................93Esquema de um equipamento de soldagem TIG .....................................................93Fontes de corrente para soldagem ..............................................................................94Equipamento para soldagem TIG com programao de corrente .........................................................................................................................100Exigncias para acessrios de soldagem e manuteno .......................................102Pistola para soldagem TIG .............................................................................................104Indicao e regulagem de presso e de vazo do gs deproteo ............................................................................................................................. 107Ciclos de trabalho na soldagem ................................................................................... 108Praticando .......................................................................................................................... 110
METAIS DE BASE E CONSUMVEIS ................................................................................ 113Introduo.......................................................................................................................... 115Soldabilidade dos aos-carbono comuns................................................................... 115Eletrodo de tungstnio ................................................................................................... 117Seleo de corrente de soldagem ................................................................................ 122Gases de proteo ............................................................................................................ 123Praticando .......................................................................................................................... 126
DESCONTINUIDADE NA SOLDAGEM ............................................................................ 129Introduo.......................................................................................................................... 131Abertura e manuteno do arco eltrico ................................................................... 131Sopro magntico .............................................................................................................. 133Descontinuidades em juntas soldadas ....................................................................... 135Problemas na soldagem em funo do equipamento ........................................... 146Praticando .......................................................................................................................... 149
REFERNCIAS ..................................................................................................................... 151
4
SENAI-RJ 11
Apresentao
SENAI-RJ 11
Soldagem TIG Apresentao
A dinmica social dos tempos de globalizao exige dos profi ssionais atualizao constante.
Mesmo as reas tecnolgicas de ponta fi cam obsoletas em ciclos cada vez mais curtos, trazendo
desafi os renovados a cada dia, e tendo como consequncia para a educao a necessidade de
encontrar novas e rpidas respostas.
Nesse cenrio, impe-se a educao continuada, exigindo que os profi ssionais busquem
atualizao constante durante toda a sua vida e os docentes e alunos do SENAI-RJ incluem-se
nessas novas demandas sociais.
preciso, pois, promover, tanto para os docentes como para os alunos da educao profi s-
sional, as condies que propiciem o desenvolvimento de novas formas de ensinar e aprender,
favorecendo o trabalho de equipe, a pesquisa, a iniciativa e a criatividade, entre outros aspectos,
ampliando suas possibilidades de atuar com autonomia, de forma competente.
Com essa perspectiva que concebemos o material didtico que voc est recebendo, cujos
contedos so necessrios s atividades que trabalham com o processo de soldagem TIG.
O material Soldagem TIG est organizado em seis sees de estudo, com o objetivo de
apoiar os seus estudos, ajudando-o em vrios momentos e situaes. Ele pode ser usado, por
exemplo, para voc acompanhar os contedos tratados em sala de aula, para estudar em casa
e reforar seus conhecimentos, para realizar exerccios de fi xao, consultar um determinado
assunto, realizar trabalhos individuais ou em grupos, apoiar o desenvolvimento de suas aulas
prticas etc.
Agora folheie o material, analisando cada uma de suas sees. Veja que a seo 1 aborda
as principais medidas de sade e de segurana que devem ser observadas nos trabalhos de
soldagem. Na segunda seo tratamos dos diferentes processos de soldagem por fuso e da
terminologia bsica empregada nesses processos. Nas quatro sees que se seguem apre-
sentamos contedos relacionados eletrotcnica bsica, aos equipamentos empregados na
soldagem TIG, aos metais de base e consumveis e s descontinuidades possveis de ocorrer
em uma soldagem.
Desejamos que esse material contribua para voc enriquecer a sua formao profi ssional,
capacitando-o para enfrentar os desafi os do mundo do trabalho.
SENAI-RJ 13
Uma palavra inicial
SENAI-RJ 13
Soldagem TIG Uma palavra inicial
Meio ambiente...
Sade e segurana no trabalho...
O que que ns temos a ver com isso?
Antes de iniciarmos o estudo deste material, h dois pontos que merecem destaque: a
relao entre o processo produtivo e o meio ambiente; e a questo da sade e segurana no
trabalho.
As indstrias e os negcios so a base da economia moderna. Produzem os bens e ser-
vios necessrios, e do acesso a emprego e renda; mas, para atender a essas necessidades,
precisam usar recursos e matrias-primas. Os impactos no meio ambiente muito frequente-
mente decorrem do tipo de indstria existente no local, do que ela produz e, principalmente,
de como produz.
preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos
sempre retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que sobra de
volta ao ambiente natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessrios para produzir
bens, altera-se o equilbrio dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos
naturais que no so renovveis ou, quando o so, tm sua renovao prejudicada pela velo-
cidade da extrao, superior capacidade da natureza para se recompor. necessrio fazer
planos de curto e longo prazo para diminuir os impactos que o processo produtivo causa na
natureza. Alm disso, as indstrias precisam se preocupar com a recomposio da paisagem e
ter em mente a sade dos seus trabalhadores e da populao que vive ao seu redor.
Com o crescimento da industrializao e a sua concentrao em determinadas reas, o
problema da poluio aumentou e se intensifi cou. A questo da poluio do ar e da gua
bastante complexa, pois as emisses poluentes se espalham de um ponto fi xo para uma grande
regio, dependendo dos ventos, do curso da gua e das demais condies ambientais, tornando
difcil localizar, com preciso, a origem do problema. No entanto, importante repetir que,
quando as indstrias depositam no solo os resduos, quando lanam efl uentes sem tratamento
em rios, lagoas e demais corpos hdricos, causam danos ao meio ambiente.
14 SENAI-RJ
Soldagem TIG Uma palavra inicial
14 SENAI-RJ
O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contnua acumulao de lixo mostram a
falha bsica de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matrias-primas
atravs de processos de produo desperdiadores e que produzem subprodutos txicos.
Fabricam-se produtos de utilidade limitada que, fi nalmente, viram lixo, o qual se acumula nos
aterros. Produzir, consumir e dispensar bens desta forma, obviamente, no sustentvel.
Enquanto os resduos naturais (que no podem, propriamente, ser chamados de lixo)
so absorvidos e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resduos deixados pelas inds-
trias no tem aproveitamento para qualquer espcie de organismo vivo e, para alguns, pode
at ser fatal. O meio ambiente pode absorver resduos, redistribu-los e transform-los. Mas,
da mesma forma que a Terra possui uma capacidade limitada de produzir recursos renovveis,
sua capacidade de receber resduos tambm restrita, e a de receber resduos txicos prati-
camente no existe.
Ganha fora, atualmente, a ideia de que as empresas devem ter procedimentos ticos que
considerem a preservao do ambiente como uma parte de sua misso. Isto quer dizer que se
devem adotar prticas que incluam tal preocupao, introduzindo processos que reduzam o
uso de matrias-primas e energia, diminuam os resduos e impeam a poluio.
Cada indstria tem suas prprias caractersticas. Mas j sabemos que a conservao de
recursos importante. Deve haver crescente preocupao com a qualidade, durabilidade,
possibilidade de conserto e vida til dos produtos.
As empresas precisam no s continuar reduzindo a poluio, como tambm buscar
novas formas de economizar energia, melhorar os efl uentes, reduzir a poluio, o lixo, o uso
de matrias-primas. Reciclar e conservar energia so atitudes essenciais no mundo contem-
porneo.
difcil ter uma viso nica que seja til para todas as empresas. Cada uma enfrenta
desafi os diferentes e pode se benefi ciar de sua prpria viso de futuro. Ao olhar para o futuro,
ns (o pblico, as empresas, as cidades e as naes) podemos decidir quais alternativas so
mais desejveis e trabalhar com elas.
Infelizmente, tanto os indivduos quanto as instituies s mudaro as suas prticas quan-
do acreditarem que seu novo comportamento lhes trar benefcios sejam estes fi nanceiros,
para sua reputao ou para sua segurana.
A mudana nos hbitos no uma coisa que possa ser imposta. Deve ser uma escolha de
pessoas bem-informadas a favor de bens e servios sustentveis. A tarefa criar condies
que melhorem a capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens e servios
de forma sustentvel.
Alm dos impactos causados na natureza, diversos so os malefcios sade humana
provocados pela poluio do ar, dos rios e mares, assim como so inerentes aos processos pro-
dutivos alguns riscos sade e segurana do trabalhador. Atualmente, acidente do trabalho
uma questo que preocupa os empregadores, empregados e governantes, e as consequncias
acabam afetando a todos.
SENAI-RJ 15SENAI-RJ 15
De um lado, necessrio que os trabalhadores adotem um comportamento seguro no
trabalho, usando os equipamentos de proteo individual e coletiva; de outro, cabe aos em-
pregadores prover a empresa com esses equipamentos, orientar quanto ao seu uso, fi scalizar
as condies da cadeia produtiva e a adequao dos equipamentos de proteo.
A reduo do nmero de acidentes s ser possvel medida que cada um trabalhador,
patro e governo assuma, em todas as situaes, atitudes preventivas, capazes de resguardar
a segurana de todos.
Deve-se considerar, tambm, que cada indstria possui um sistema produtivo prprio,
e, portanto, necessrio analis-lo em todas as suas especifi cidades, para determinar seu
impacto sobre o meio ambiente, sobre a sade e os riscos que o sistema oferece segurana
dos trabalhadores, propondo alternativas que possam levar melhoria de condies de vida
para todos.
Da conscientizao, partimos para a ao: cresce, cada vez mais, o nmero de pases, em-
presas e indivduos que, j estando conscientizados acerca dessas questes, vm desenvolvendo
aes que contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa sade. Mas isso ainda
no sufi ciente... faz-se preciso ampliar tais aes, e a educao um valioso recurso que pode
e deve ser usado em tal direo. Assim, iniciamos este material conversando com voc sobre
meio ambiente, sade e segurana no trabalho, lembrando que, no seu exerccio profi ssional
dirio, voc deve agir de forma harmoniosa com o ambiente, zelando tambm pela segurana
e sade de todos no trabalho.
Tente responder pergunta que inicia este texto: Meio ambiente, sade e segurana no
trabalho o que que eu tenho a ver com isso? Depois, partir para a ao. Cada um de ns
responsvel. Vamos fazer a nossa parte?
Soldagem TIG Uma palavra inicial
1Nesta seo...
Sade e segurana no trabalho
Introduo
Equipamentos de proteo individual (EPI)
Cuidados com o circuito de soldagem
Riscos eltricos
Perigos do arco eltrico
Ambientes de risco para a soldagem
Gases tcnicos nos processos de soldagem
Organizao do posto de soldagem
Primeiros socorros
Praticando
IntroduoTodo profi ssional envolvido nos trabalhos de soldagem deve estar consciente das ativi-
dades que precisa desempenhar como um todo e, tambm, conhecer os riscos decorrentes da
utilizao dos equipamentos manuseados para a execuo dessas atividades.
indispensvel, ainda, que esse profi ssional se preocupe em adotar medidas de sade e
segurana capazes de minimizar acidentes, e que vo permitir o desempenho de seu trabalho
de forma segura e efi caz.
Por isso, vamos apresentar, nesta seo, uma srie de contedos relacionados aos perigos
que a soldagem TIG oferece, descrevendo as principais medidas de sade e segurana a serem
adotadas para prevenir acidentes e, ainda, o que deve ser feito caso esses acidentes ocorram.
Equipamentos de proteo individual (EPI)
Antes de iniciar os estudos relativos aos riscos que os trabalhos de soldagem TIG oferecem
e s medidas a serem observadas para cada caso, consideramos importante voc conhecer os
equipamentos de proteo individual (EPI) que devem ser usados pelo soldador no desem-
penho de suas atividades.
SENAI-RJ 19
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
Analise ento a fi gura que mostra o equipamento prprio de um soldador, procurando
identifi car cada uma de suas partes com o auxlio da legenda.
Durante a soldagem a arco eltrico, o soldador deve observar o seguinte:
No usar luvas com partes metlicas, para evitar riscos eltricos.
Usar protetor auricular sempre que os rudos estiverem acima de 90dB
(decibis). Esse protetor pode ser em forma de cpsula ou em algodo.
1
7
9
2
8
3
6
4
5
7
Fig. 1
Legenda
1 Avental de raspa de couro
2 Manga de raspa de couro
3 Luvas de raspa de couro
4 Polainas de couro
5 Sapatos de segurana
6 Touca de proteo
7 Mscara de solda
8 culos de segurana
9 Gola de raspa de couro
20 SENAI-RJ
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
Vejamos, agora, alguns aspectos importantes relativos mscara de solda e aos culos
de segurana.
Mscara de solda
Essa mscara deve ser utilizada somente para soldagem com eletrodo revestido ou MIG/
MAG. Ela tem um fi ltro de proteo que caracterizado por letras e nmeros, como, por exem-
plo: fi ltro 12 A 1 Din.
culos de seguranaNos casos em que os culos de segurana so utilizados para corte oxiacetilnico, o sol-
dador deve observar o nmero do fi ltro.
Com vidro normal, os culos tambm servem para esmerilhamento.
As diferentes peas do equipamento de proteo individual (EPI) do soldador tm funes
especfi cas, como mostra este quadro. Observe.
Proteo contra
RadiaoRespingos
RespingosGotas de metal fundido
Queda de peas
RespingosGotas de metal fundido
Queda de peas
RaiosRespingos
RespingosEscrias quentes
Peas do EPI
Vestimenta de proteo (de couro)
Sapatos de segurana
Touca de proteo e/ou capacete
culos de segurana
Avental de couroLuvas de proteoPolainas de couro
Fig. 2
Quadro 1
SENAI-RJ 21
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
Cuidados com o circuito de soldagem
Em um circuito de soldagem, a fonte de corrente, os condutores do circuito de soldagem e
a pea devem formar uma unidade, de maneira que fi quem bem vista do soldador. As ligaes
dos cabos do circuito de soldagem devem ser corretamente efetuadas. Pontes rolantes, carrinhos
de transportes, objetos e ferramentas no devem fazer parte do circuito de soldagem.
A ligao do cabo-obra deve ser feita somente junto pea que ser soldada, em condu-
tores contnuos e com bom contato eltrico. Isto porque a passagem de corrente eltrica sobre
pontos como roldanas, engrenagens, cabos de ao, corrente, mancais e trilhos de ponte rolante
ou guindastes, por exemplo, forma pontos de contato eltrico, produzindo aquecimento, car-
bonizao e perda de energia.
Os pontos que conduzem perda de energia e que podem avariar peas de
guindaste (ponte rolante) e estruturas so chamados de pontos crticos.
2
1
4
3
4
Fig. 3
Legenda
1 Mancal
2 Mancal, cabo de ao,
cabo terra do motor
3 Cabo de ao, roldana
4 Cabo de ao, corrente
22 SENAI-RJ
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
Riscos eltricosA intensidade de corrente eltrica que atravessa o corpo humano e a durao da descarga
determinam o tipo de acidente que ela acarreta e que pode ser:
Choque eltrico.
Morte por fi brilao.
Parada cardaca.
Queimaduras e ferimentos.
Alta periculosidade eltricaNos processos de soldagem podem ocorrer perigos bastante srios, dentre os quais se
encontram aqueles relacionados eletricidade, como veremos agora.
Perigos eltricos em relao ao circuito de soldagemO circuito de soldagem apresenta locais de alta periculosidade, que voc pode conferir
analisando o que mostra cada nmero da fi gura e o que explica a legenda.
1
2
4
5
6 3
3
7
Legenda
1 Cabo de solda defeituoso
2 Porta-eletrodo defeituoso
3 Ligao do cabo-obra
4 Eletrodo
5 Pea
6 Mesa de soldagem
7 Ligao na rede defeituosa
Fig. 4
SENAI-RJ 23
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
No circuito de soldagem, determinadas partes que so submetidas tenso e que, por ra-
zes tcnicas, no podem ser isoladas acabam se constituindo em situaes de perigo. Dessa
forma, o soldador deve fi car bem atento, para evitar incorporar o circuito eltrico, acidentando-se
seriamente.
Para se proteger de tais perigos, o soldador deve usar o equipamento de pro-
teo individual que voc viu logo no incio desta seo.
Perigos eltricos em relao aos ambientesNa soldagem a arco eltrico existe alto risco de acidentes eltricos nos seguintes ambientes:
Confi nados, com paredes que podem conduzir a corrente eltrica.
Confi nados entre (junto ou sobre) equipamentos, objetos ou partes eltricas.
Muito midos ou quentes.
A fi gura a seguir mostra um trabalho de solda realizado em ambiente confi nado entre
(junto ou sobre) partes que podem conduzir a corrente eltrica.
Motor de alimentao de arameTenso 42V
Em trabalho de soldagem como este, realizado em ambientes com elevado risco de
acidente de natureza eltrica, o soldador deve proteger o piso com material isolante e usar
equipamento de proteo individual que no permita a passagem da corrente.
Tambm necessrio deixar a fonte de corrente sempre do lado de fora do
ambiente.
Fig. 5
24 SENAI-RJ
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
Proteo contra riscos em fontes de corrente
Analise as informaes deste quadro, com ateno especial para os valores estabelecidos
em relao ao baixo risco de acidente eltrico e ao alto risco.
Alteraes e reparos na rede eltrica s podem ser efetuados pelo
eletricista.
Manuteno e reparos simples relativos corrente de soldagem so
efetuados apenas por soldadores autorizados.
Condutores eltricos precisam ser totalmente isolados.
Quadro 2
SENAI-RJ 25
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
Perigos do arco eltricoO arco eltrico oferece perigos que so ocasionados, principalmente, pelas radiaes que
emitem durante a soldagem e pelas substncias poluentes que liberam.
Vamos analisar cada uma dessas situaes.
Perigos de radiaoO arco eltrico emite radiaes visveis e invisveis, como as radiaes infravermelhas e
ultravioleta, que so perigosas para o homem. Todas elas podem causar queimaduras na pele
e danos para os olhos, com prejuzos para a viso, como voc pode ver neste esquema.
O soldador deve proteger-se dos perigos ocasionados pelas radiaes emitidas
pelo arco eltrico usando equipamentos de proteo individual, inclusive para
os olhos.
Radiao calorfi ca Radiao luminosa(infravermelho)
Radiao luminosa(ultravioleta)
Escurecimento Cegueira Leso nos olhos, como queimaduras pelos raios do
arco eltricoFig. 6
26 SENAI-RJ
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
SOLDAGEM A ARCO ELTRICO
Proteo dos olhos contra as radiaes
Os olhos devem ser cuidadosamente protegidos contra os efeitos danosos do arco eltrico,
com o uso de fi ltros de proteo, conforme estabelecido pela norma DIN 4647.
Os fi ltros de proteo utilizados na soldagem a arco eltrico tm os nveis de caracterizao
de segurana determinados pela seguinte escala:
Os fi ltros de proteo para soldagem a arco eltrico so referidos por um con-
junto de letras e nmeros, cada qual indicando uma propriedade diferente.
Veja, por exemplo, o que indica cada um dos elementos que compem a refe-
rncia do fi ltro 10 A 1 DIN.
Nvel de segurana
Smbolo do fabricante
Qualidade tica
Norma
10 A 1 DIN
A escolha do fi ltro de proteo
O quadro a seguir apresenta as especifi caes que devem ser levadas em conta na escolha
de um fi ltro de proteo para os olhos. Analise-o com ateno.
10
12
14
Operao Dimetro do eletrodo (mm)
Corrente de soldagem (A)
Filtro para proteo mnima
Filtro sugerido para conforto
TIG< 50
50 150
150 500
8
8
10
Quadro 3
Claro Escuro
8 9 10 11 12
SENAI-RJ 27
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
Substncias poluentes As elevadas temperaturas na regio do arco eltrico ocasionam a queima e a volatizao
de certa quantidade de consumvel, fl uxo e camadas protetoras do metal de base, os quais
podem conter substncias poluentes, como mostra o esquema.
Agora, a ttulo de exemplo, observe o quadro mostrado anteriormente para a soldagem
a arco eltrico. Veja que, no caso de uma corrente de 120 A (portanto, na faixa de 50150 da
escala), o fi ltro de proteo mnima 8 e o sugerido para conforto 12.
De acordo com a regra bsica para a escolha de um fi ltro de proteo, voc deve
comear com um que seja muito escuro, para ver a zona de solda. Em seguida,
experimente fi ltros mais claros, at que voc consiga ver a zona de solda sufi -
cientemente, mas que no seja abaixo do mnimo.
(dados obtidos na norma ANSI/ASC 249.1/88)
no txicos
txicos
Devido a essas substncias poluentes liberadas na soldagem, necessrio garantir pro-
teo adequada, promovendo-se a renovao do ar. Esta renovao pode se dar de diferentes
maneiras, de acordo com o ambiente em que a soldagem se realiza.
enjoo e nuseas
enjoo e envenenamento
Gases
Fumaas
Vapores
Fig. 7
28 SENAI-RJ
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
Ambientes de risco para a soldagem
Trabalhos de soldagem realizados em ambientes fechados ou confi nados oferecem maiores
possibilidades de risco, necessitando, portanto, de cuidados especiais.
Vejamos cada caso.
Soldagem em ambientes fechadosObservando, com ateno, os ambientes da fi gura, voc vai perceber que eles apresentam
vrios riscos para um trabalho de soldagem, devido s chamas, fascas (chama secundria) ou
radiao trmica que ocorrem nesse processo.
Observe o quadro.
Possibilidades de renovao do ar
Ar natural.
Exausto mvel.
Exausto com sistema tubular fl exvel.
Exausto com instalao fixa, utilizando coifas ou exausto de mesa.
Mscara de respirao.
Casos de utilizao
Em ambientes sufi cientemente grandes.
Em ambientes pequenos, ou em locais fi xos de soldagem, ou, ainda, na soldagem de materiais com camadas anticorrosivas ou com impurezas.
Em ambientes com ventilao insufi ciente.
Quadro 4
SENAI-RJ 29
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
C D
Tanque de leo
leo
Local de soldagem: risco de queda de fascas e escria
Panos de limpeza
Devido aos possveis riscos destacados na fi gura, a realizao da soldagem nesses ambien-
tes fechados necessita de uma srie de cuidados especiais, como mostra a prxima fi gura.
B
Tanque de leo
Areia
Local de soldagem
Papis velhos
A B
Fig. 8
Fig. 9
A
C D
30 SENAI-RJ
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
Agora, compare esta fi gura com a anterior, procurando identifi car os cuidados adotados
nestes ambientes. Perceba, por exemplo, o que foi feito com o tapete, as portas, as aberturas
nas paredes, o leo do cho etc.
Conclumos, assim, que algumas medidas de preveno devem ser adotadas antes e du-
rante os trabalhos de soldagem.
Medidas de preveno antes de iniciar a soldagem Observar o local de trabalho, de modo a evitar ruptura na parede ou no piso; abertura e
frestas; gases e materiais infl amveis.
Afastar ou cobrir materiais infl amveis presentes no local de soldagem ou prximos a ele.
Medidas de preveno durante a soldagem Prover o local de trabalho com meios de combate a incndios, como, por exemplo, ex-
tintor de incndio ou areia.
Soldagem e corte de recipientes em ambientes confi nados
Observe a realizao de uma atividade desse tipo.
Filtro Exaustor
Ventilao
Fig. 10
SENAI-RJ 31
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
Os riscos possveis de ocorrer na soldagem e corte de recipientes em ambientes confi nados
so: intoxicao, incndio e exploso, devido aos gases, fumaas, vapores, misturas explosivas,
corrente eltrica e raios.
Por isso, necessrio adotar uma srie de medidas em diferentes momentos da realizao
da soldagem.
Antes do trabalho Instalar a exausto; preparar o piso isolante; posicionar a fonte de corrente eltrica fora
do local de trabalho.
Cuidar par que a iluminao e as mquinas eltricas tenham, no mximo, 42 V.
Durante o trabalho Renovar o ar.
Trabalhar sempre sob permanente ateno.
Durante a pausa de trabalho Afastar o maarico e a mangueira.
Acender e apagar os maaricos de solda e de corte somente fora do local de trabalho.
Aps o trabalho Afastar os equipamentos de solda.
Gases tcnicos nos processos de soldagem
Vrios tipos de gases so utilizados na tcnica de soldagem e corte. Esses gases so ar-
mazenados em diferentes estados, em cilindros de alta presso, cuja construo obedece a
exigncias impostas por normas especfi cas. Os cilindros de gases exigem cuidados especiais
de manipulao, de modo a evitar danos, dentre os quais se destacam os incndios.
32 SENAI-RJ
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
Tipos empregadosVoc pode ver, no quadro a seguir, vrios tipos de gases que so empregados nos processos
de soldagem e corte. Analise-o cuidadosamente, em especial nas linhas referentes a consumo,
emprego e riscos desses gases.
Tipos de gs Oxignio Acetileno Mistura CO2 ArgnioMistura
N2/H2Propano
Cor de
identifi cao
Combinao
Peso emrelao ao ar
Consumo
Emprego
Riscos
Preta
O2
Maispesado
Cilindrocoberto por uma camada de gelo, no caso de consumo excessivo
Gs comburente
O aumento da quanti-dade no ar aumenta a velocidade de queima
Proibida a presena de leo e de gordura
Vermelha
C2H2
Mais leve
Limitado
Gs combustvel
Explosivo em quanti-da des acima de 2,4% de vol. em ar
Marrom/
Cinza
Ar + O2Ar + CO2Ar+ CO2 + O2
Mais leve
Cilindro coberto por uma camada de gelo, no caso de consumo excessivo
Gs de proteo
Asfi xia devido ao deslocamento do ar puro
Cinza
CO2
Mais pesado
Gongela-mento, no caso de consumo excessivo
Gs de proteo
Asfi xia devido ao deslocamento do ar puro
Marrom
Ar
Mais pesado
Limitado
Gs de proteo
Asfi xia devido ao deslocamento do ar puro
N2 + H2
Mais leve
Limitado
Gs de proteo para a raiz
Asfi xia devido ao deslocamento do ar puro: combustvel acima de 10 vol. de H2
C3H8
Mais pesado
Cilindro coberto por uma camada de gelo, no caso de consumo excessivo
Gscombustvel
Explosivo entre 2,12% e 9,39% de vol. no ar
Asfi xia devido ao deslocamento do ar puro
Quadro 5
SENAI-RJ 33
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
Danos em cilindros de oxignio e de acetilenoAs causas dos danos, inclusive dos incndios que ocorrem em cilindros de oxignio e aceti-
leno, bem como o efeito que acarretam e os procedimentos a serem adotados nestas situaes,
voc pode conhecer agora, analisando este quadro.
Dependendo da possibilidade, fe char imediatamente a vlvula do cilindro
OXIGNIO ACETILENO
Causa
Efeito
Procedimento
leo ou graxa; superaqueci mento do cilindro; junta de veda o inade qua da (derivada de couro) em contato com presso e oxignio; reteno de calor devido abertura muito rpida do cilindro
Queima de acetileno na vlvula ou no regulador
Superaquecimento externo
Chama longa e quente de 2 a 3 metros de comprimento; fuso da vlvula e do regulador; desloca mento do cilindro em grande velo cidade
Liberao de fumaa negra, supera que cimento do cilindro
A decomposio do acetileno pode causar exploso do cilindro
Fechar a vlvula do cilindro
Resfriar com um cobertor e muita gua
Procurar os bombeiros
Em caso de necessidade, evacuar e isolar a rea
O escape de gases combustveis produz misturas de gases explosivos.
Quadro 6
34 SENAI-RJ
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
Manipulao dos cilindros para soldagem e corte a gs
Nos diversos itens que se seguem, as fi guras mostram o modo correto de manipular os cilin-
dros empregados na soldagem e no corte a gs, e que deve ser observado por todo soldador.
Analise cada item, procurando perceber os cuidados destacados.
Transporte por carrinho
Fig. 11
Guarda das mangueiras
Fig. 12
Fixao dos cilindros e instalao dos reguladores
Fig. 13
SENAI-RJ 35
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
Abertura do cilindro com manmetro despressurizado
Fig. 14
Unio de mangueiras
Fig. 15
Regulagem da presso de trabalho
Fig. 16
Verifi cao de vazamentos
Fig. 17
36 SENAI-RJ
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
Proteo trmica para os cilindros
Proteo da mangueira em via de acesso
Forma de combate a incndio no regulador
Fig. 18
Fig. 19
Fig. 20
SENAI-RJ 37
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
Organizao do posto de soldagemO posto de soldagem deve ser organizado de modo que as ferramentas fi quem dispostas
em locais seguros, para receber a pea a ser soldada.
Observe, na fi gura, como as ferramentas e os equipamentos foram organizados no posto
de soldagem.
O fi xador regulvel empregado para fi xao da pea a ser soldada.
O exaustor tem a funo de retirar gases, fumaas e vapores.
As paredes para proteo contra o arco eltrico devem ser pintadas com tinta
que no refl ita o arco eltrico.
1
2
3
4
5
67
8
Legenda
1 Fixador regulvel
2 Exausto
3 Bancada de solda
4 Paredes de proteo
5 Ferramentas
6 Banco
7 Local de fi xao do cabo-obra
8 Cortina
Fig. 2 1
38 SENAI-RJ
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
Primeiros socorros Os primeiros socorros so geralmente prestados ao soldador no prprio local de seu tra-
balho. Mas importante voc saber que esse atendimento imediato no substitui os cuidados
mdicos. Assim, logo aps os primeiros socorros, e to logo seja possvel, devem ser tomadas
providncias para que o trabalhador seja assistido por um mdico.
Vejamos, ento, alguns casos em que possvel adotar medidas imediatas no prprio local
do acidente e que medidas so essas.
Ferimentos Desinfetar e cobrir a ferida. No caso de sangramento forte, pressionar a atadura contra
o ferimento. No remover os feridos.
Olhos No caso de cegueira momentnea, utilizar o colrio adequado.
Nas leses, devem-se cobrir ambos os olhos.
Em situaes de ataque por cido, lavar com muita gua e no utilizar gua boricada.
Queimaduras Lavar a parte afetada com gua fria at que a dor passe. Utilizar material esterilizado
para cobrir a ferida. No utilizar pomadas contra queimaduras.
Intoxicao com gases ou fumaa Transferir o acidentado para local arejado. No caso de intoxicao por gases ntricos, levar
o acidentado at o mdico, no permitindo que ele caminhe por conta prpria.
Acidentes provocados por corrente eltrica Desligar com cuidado a fonte de corrente, quando no for possvel retirar o acidentado
do local da ocorrncia.
Parada cardaca e respiratria Tomar medidas para a reativao do sistema respiratrio e cardaco at a chegada do mdico.
SENAI-RJ 39
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
Ao encaminhar o trabalhador para o atendimento mdico, depois de prestar
os primeiros socorros, lembre-se de preencher os formulrios de acidente de
trabalho.
PraticandoEm cada item que segue, assinale com um X a alternativa que responde corretamente
pergunta.
1. O que no deve ser usado para ventilar um posto de soldagem?
( ) Ventilador.
( ) Exausto.
( ) Oxignio.
( ) Ar comprimido.
2. Que signifi ca a letra S na mquina de solda?
( ) Mquina com fusvel prova de curto-circuito.
( ) Tomada para lmpada com pequena voltagem (12V).
( ) Mquina de solda para trabalhos em reas confi nadas.
( ) Mquina de solda com carcaa de plstico.
3. Que consequncia acarreta a fi xao incorreta do cabo-obra no local da soldagem?
( ) O sopro magntico no arco eltrico grande.
( ) A velocidade do arame pequena.
( ) A direo do arco muito grande.
( ) Produz aquecimento nos pontos de contato eltrico.
40 SENAI-RJ
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
4. Que objeto no pertence proteo individual do soldador?
( ) Touca de proteo.
( ) Casaco de proteo.
( ) Luvas de cano longo.
( ) Tnis.
5. Que fi ltro se deve usar na soldagem a arco eltrico?
( ) No 6
( ) No 5
( ) No 4
( ) No 12
6. Por que o soldador a arco eltrico deve utilizar, durante a soldagem, luvas sem partes
metlicas?
( ) Para proteger a pele contra raios e respingos.
( ) Para evitar umidade no eletrodo devido soldagem.
( ) Para evitar riscos devido corrente eltrica, no momento da troca do eletrodo.
( ) Para evitar o contato manual com o porta-eletrodo.
7. Que tipo de radiao no ocorre na soldagem a arco eltrico?
( ) Ultravioleta.
( ) Raios X.
( ) Raios luminosos.
( ) Infravermelho.
SENAI-RJ 41
Soldagem TIG Sade e segurana no trabalho
2Nesta seo...
Aspectos introdutrios soldagem
Principais processos de soldagem por fuso
Soldagem TIG
Terminologia de soldagem
Simbologia de soldagem
Principais processos de soldagem por fuso
Apesar de este material destinar-se a cursos de formao de profi ssionais em soldagem
TIG, consideramos importante voc ter uma viso geral dos principais processos de soldagem
por fuso, como tambm conhecer a terminologia bsica empregada nesses processos.
Esses assuntos so fundamentais para voc exercer as funes de soldador e, certamente,
iro ajud-lo bastante no estudo dos demais contedos tratados nas sees seguintes.
Nos processos de soldagem por fuso, so unidos materiais semelhantes ou, ento, ligas
diferentes no estado lquido.
Veja quais so os principais processos de soldagem por fuso, analisando atentamente
cada fi gura.
Soldagem a gs
Vareta para soldagem a gs
Efeito trmico
Fig. 1
SENAI-RJ 45
Soldagem TIG Aspectos introdutrios soldagem
Eletrodo
Eletrodo revestido
TIG (Tungsten Inert Gas)
MIG (Metal Inert Gas) e MAG (Metal Active Gas)
Fig. 2
Fig. 3
Fig. 4
46 SENAI-RJ
Soldagem TIG Aspectos introdutrios soldagem
Terminologia de soldagemNos itens que se seguem, voc vai encontrar a terminologia normalmente empregada
nos servios de soldagem em relao aos tipos de juntas, aos tipos de chanfros para juntas e
s posies de soldagem.
Conhea esta terminologia e analise a fi gura correspondente a cada uma delas.
Soldagem TIGAgora, observe essa outra fi gura que mostra, com mais detalhes, a soldagem TIG, ou seja,
a soldagem a arco eltrico com eletrodo de tungstnio e proteo gasosa, temtica que apro-
fundaremos neste material.
Campo de aplicao da soldagem TIG soldagem em todas as posies.
Materiais aos no ligados, de baixa, mdia e alta liga, assim como metais no ferrosos.
Gases utilizados argnio, hlio ou mistura de argnio e hlio.
Espessura do material de 0,5m at 8mm.
Progresso da soldagem
Vareta
Eletrodo de tungstnioGs de proteo
Tocha
Metal lquido
Metal de base
Metal solidifi cado
Arco
Fig. 5
SENAI-RJ 47
Soldagem TIG Aspectos introdutrios soldagem
Terminologia relativa aos tipos de juntas
0 30
Junta de ngulo em T Junta sobreposta
Junta de aresta
Fig. 9
Fig. 10
Fig. 8
Junta de topo Junta de ngulo em L
Fig. 7Fig. 6
48 SENAI-RJ
Soldagem TIG Aspectos introdutrios soldagem
Terminologia relativa aos tipos de chanfros para juntas de topo
Sem chanfro
Fig. 11
Com chanfro em X(simtrico ou assimtrico)
Fig. 13
Com chanfro em U
Com chanfro em V
Fig. 12
Com chanfro em K(simtrico ou assimtrico)
Com chanfro em meio V
Fig. 14
Fig. 15
Com chanfro em J
Fig. 16
Fig. 17
Com chanfro em duplo U(simtrico ou assimtrico)
Com chanfro em duplo J(simtrico ou assimtrico)
Fig. 18
Fig. 19
SENAI-RJ 49
Soldagem TIG Aspectos introdutrios soldagem
Terminologia relativa s posies de soldagem
Essa terminologia obedece s disposies constantes da Norma AWS A 2.1.
Posio plana
Posio horizontal
1F 1G
2F 2G
3F 3G
Fig. 20 Fig. 21
Fig. 22 Fig. 23
Fig. 24 Fig. 25
Posio vertical
50 SENAI-RJ
Soldagem TIG Aspectos introdutrios soldagem
Posio sobrecabea
Posio fi xa obrigatria
4F 4G
5F 5G
6G
Fig. 26 Fig. 27
Fig. 28 Fig. 29
Fig. 30
SENAI-RJ 51
Soldagem TIG Aspectos introdutrios soldagem
Simbologia de soldagem uma forma de representar, no prprio desenho do equipamento, dados especfi cos de
soldagem.
A simbologia da soldagem tem por fi nalidade, dentre outras coisas, facilitar ao inspetor
de Ensaios No Destrutivos (END) a localizao, no equipamento, da regio a ser examinada
e o conhecimento de alguns dados sobre a geometria da junta.
Observe os seguintes smbolos:
Vamos examinar, agora, as partes dos smbolos de soldagem que voc necessita conhecer.
SETA a parte do smbolo que aponta para a solda sobre a qual se deseja dar informaes.
LINHA DE REFERNCIA o trao horizontal em que a maioria das in-formaes para a soldagem colocada (acima ou logo abaixo da linha).
SETA QUEBRADA a parte do smbolo que indica que um nico membro da junta dever ser chanfrado. Neste caso, a seta sempre aponta para o elemento que ser chanfrado.
CAUDA a representao do smbolo que vem indicada junto linha de referncia com as informaes particulares sobre a solda, tais como a iden-tifi cao da especifi cao do procedimento de soldagem ou a sigla que identifi que o pro-cesso de soldagem. Este smbolo poder ser omitido, quando no houver informao para ser indicada.
52 SENAI-RJ
Soldagem TIG Aspectos introdutrios soldagem
BANDEIRINHA a parte do smbolo que indica que a sol-dagem deve ser feita no campo, ou seja, no local em que o equipamento ser instalado.
A bandeirinha deve ser colocada sempre no encontro da seta com a linha de referncia;
e no sentido oposto seta.
CRCULO a parte do smbolo colocada no encontro da linha de referncia com a seta, indicando que a soldagem efetuada em toda a volta ou contorno, na regio que une as peas.
Exemplos:
SENAI-RJ 53
Soldagem TIG Aspectos introdutrios soldagem
Observaes genricas sobre a representao grfi ca dos tipos de chanfroRepresentao grfi ca localizada abaixo da linha de referncia
Quando a representao grfi ca est localizada abaixo da linha de referncia, signifi ca que
o chanfro est do lado da junta para o qual a seta aponta.
Examine as ilustraes a seguir.
Representao real da solda
Representao grfi ca localizada acima da linha de refernciaQuando a representao grfi ca est localizada acima da linha de referncia, signifi ca que
o chanfro est do lado oposto quele para o qual a seta aponta.
Isto o que voc pode examinar nas ilustraes a seguir.
Representao esquemtica da junta com smbolo de soldagem
Lado B
LadoB
LadoA
LadoA
LadoB
LadoA
Representao real da solda Representao esquemtica da junta com smbolo de soldagem
LadoB
LadoA
LadoA Lado
BLadoA
LadoA
54 SENAI-RJ
Soldagem TIG Aspectos introdutrios soldagem
Representao grfi ca localizada acima e abaixo da linha de referncia
Uma representao grfi ca pode estar indicada, simultaneamente, acima e abaixo da linha
de referncia. Quando isso acontece, signifi ca que a junta possui chanfro duplo em uma das
partes ou nas duas.
Representao real da solda Representao esquemtica da junta com smbolo de soldagem
Lado B
LadoA Lado
A LadoB
LadoA
Representao real da solda Representao esquemtica da junta com smbolo de soldagem
LadoA
LadoA
Quando a representao grfi ca se apresenta com a seta quebrada, preciso observar que
a parte apontada pela seta deve ser obrigatoriamente biselada. E, consequentemente, a outra
parte possuir chanfro reto.
LadoA
LadoA
LadoB
LadoB
LadoA
SENAI-RJ 55
Soldagem TIG Aspectos introdutrios soldagem
Representao grfi ca do tipo de chanfro da juntaO tipo de chanfro da junta indicado por uma representao grfi ca localizada junto
linha de referncia, na regio mdia, acima ou abaixo da linha.
Observe, inicialmente, a posio onde dever ser colocado o smbolo que identifi ca o tipo
de chanfro.
Os tipos de chanfro so:
chanfro reto
chanfro em V
chanfro em X
chanfro em meio V
chanfro em K
chanfro em U
chanfro em duplo U
chanfro em J
chanfro em duplo J
Chanfro reto com solda somente por um ladoRepresentado pelo smbolo , colocado acima ou abaixo da linha de referncia.
Solda desejada Smbolo
Solda desejada Smbolo
56 SENAI-RJ
Soldagem TIG Aspectos introdutrios soldagem
Chanfro reto com solda por ambos os ladosRepresentado pelo smbolo , colocado atravessando a linha de referncia.
Solda desejada Smbolo
Solda desejada Smbolo
Solda desejada Smbolo
Solda desejada Smbolo
SENAI-RJ 57
Soldagem TIG Aspectos introdutrios soldagem
Chanfro em V e XNo caso de juntas com chanfros simples (V) ou chanfro duplo (X), a falta de indicao da
profundidade do chanfro signifi ca que a solda deve ter penetrao total.
Chanfro em meio V e K
Solda desejada Chanfro em V do lado da seta
Solda desejada Chanfro em V do lado oposto seta
Solda desejada Chanfro em X
Solda desejada Chanfro em meio V do lado da seta
Solda desejada Chanfro em meio V do lado oposto seta
(como a seta no est quebrada, o bisel poderia estar no membro da direita)
58 SENAI-RJ
Soldagem TIG Aspectos introdutrios soldagem
Chanfro em U e duplo U
Solda desejada Chanfro em K
Chanfro em J e duplo J
Solda desejada Chanfro em U do lado da seta
Solda desejada Chanfro em U do lado oposto seta
Solda desejada Chanfro em duplo U
Solda desejada Chanfro em J do lado da seta
SENAI-RJ 59
Soldagem TIG Aspectos introdutrios soldagem
Normalmente, os smbolos de soldagem so associados a uma representao esquemtica
de solda.
Observe os exemplos a seguir.
Exemplo 1
Solda desejada Chanfro em J do lado oposto seta
(como a seta no est quebrada, o bisel poderia estar no membro da direita)
Solda desejada Chanfro em duplo J
Exemplo 2
Junta preparada Junta soldada Representao esquemtica da solda com smbolo de soldagem
Por esta representao, conclumos que o membro A do conjunto dever ser, obrigatoria-
mente, chanfrado.
Junta preparada Junta soldada Representao esquemtica da junta com parte do smbolo de soldagem
60 SENAI-RJ
Soldagem TIG Aspectos introdutrios soldagem
Junta preparada Junta soldada Representao esquemtica da junta com parte do smbolo de soldagem
Exemplo 3
Neste exemplo no h obrigatoriedade de que o chanfro seja na parte B. Poderia ser na
parte A, pois a seta no quebrada.
Exemplo 4
Nesta representao, a informao contida na cauda (EPS) identifi ca o nmero da espe-
cifi cao do procedimento de soldagem utilizado.
Representao grfi ca da abertura da raiz e do ngulo do chanfro
Observe, na ilustrao a seguir, a localizao das letras A e R.
EPS 29 A
No lugar onde aparece a letra R, deve ser colocado o nmero, em milmetros, que indica
a abertura da raiz. Ento, R representa a abertura da raiz.
No lugar onde aparece a letra A, deve ser colocado o nmero, em graus, que indica o n-
gulo do chanfro.
AR
SENAI-RJ 61
Soldagem TIG Aspectos introdutrios soldagem
A indicao deve vir sempre dentro da representao grfi ca do tipo de chanfro.
Representao grfi ca da profundidade de preparao do chanfro e garganta efetiva
Observe, na ilustrao, as letras S e E esquerda da representao grfi ca do tipo de
chanfro.
Solda desejada Representao grfi ca do ngulo do chanfro e abertura da raiz
Solda com abertura de raiz de 3mm
Solda com ngulo de 60
60
3
No local da letra S, coloca-se o nmero, em milmetros, que indica a profundidade do chan-
fro, e no local da letra E, coloca-se o nmero, em milmetros, que indica a garganta efetiva.
S
E
Solda com abertura de raiz de 2mm e de ngulos de 60 e 45
602
60
60
45
245
3
2
62 SENAI-RJ
Soldagem TIG Aspectos introdutrios soldagem
Exemplo 2
Exemplo 1
Solda com profundidade de chanfro de 5mm E
Solda desejada Representao grfi ca
Representao grfi ca de solda em nguloPara indicar o tipo de solda, coloca-se uma representao grfi ca acima ou abaixo da linha
de referncia na sua regio mdia.
Aqui, trataremos, apenas, do tipo de solda em ngulo. Os outros tipos ou no tm repre-
sentao grfi ca prpria ou no tm maior importncia para o inspetor de END.
Observe alguns exemplos de representao de solda em ngulo.
Solda desejada Representao da solda em ngulo, no lado da seta
Representao grfi caSolda desejada
5 (8)
8
8
8
8(10)
8(10)
10
10
5
Solda com profundidade de chanfro de 8mm E
SENAI-RJ 63
Soldagem TIG Aspectos introdutrios soldagem
Representao da perna da soldaA indicao do tamanho da perna da solda em ngulo feita com o registro de um nmero,
em milmetros, colocado esquerda da representao grfi ca da solda.
Observe o exemplo:
Solda desejada Representao da solda em ngulo, no lado oposto seta
Solda desejada Representao da solda em ngulo, em ambos os lados
Obs.: Para soldas com pernas desiguais, as dimenses devem ser indicadas do lado es-
querdo do smbolo e entre parnteses, conforme fi gura a seguir. A orientao da solda deve ser
mostrada no desenho, quando necessria.
Solda desejada
6
66
Representao da solda em ngulo com perna de 6mm
64 SENAI-RJ
Soldagem TIG Aspectos introdutrios soldagem
Solda desejada Representao grfi ca da solda em ngulo com pernas de 6mm e 8mm
Representao grfi ca da solda em ngulo com pernas especfi casde 6mm e 8mm
6
8
(6x8)(6x8)
SENAI-RJ 65
Soldagem TIG Aspectos introdutrios soldagem
Nesta seo...
Eletrotcnica bsica
Introduo
Circuitos
Tipos de corrente eltrica
Curvas caractersticas
Arco eltrico
Condensadores de fi ltragem
Processo TIG com corrente pulsada
Praticando
3
IntroduoEmbora o profi ssional da rea de soldagem no necessite conhecer eletrotcnica pro-
fundamente, alguns conceitos bsicos so fundamentais para que ele possa manusear os
equipamentos de soldagem TIG.
Da trabalharmos, nesta seo, os termos tcnicos indispensveis compreenso da ele-
trotcnica empregada na soldagem com o Processo TIG, bem como com os tipos de corrente
existentes e utilizados nas mquinas de soldagem.
CircuitosOs circuitos hidrulico e eltrico tm caractersticas prprias que o soldador deve conhecer.
Analise essas caractersticas e depois compare um circuito com o outro.
Circuito hidrulicoNeste circuito, a fora motriz do fl uxo hidru-
lico pode ser obtida por meio de presso da bomba.
O volume circulante, que cresce com o aumento
da presso, o fl uxo no tubo condutor.
O estreitamento obtido por meio de um
registro de gua e todas as outras resistncias
relativas tubula o reduzem o fl uxo de gua,
aumentando a presso.
Observe o circuito hidrulico nesse esquema.
Volume circulante
A bomba produz presso
Resistncia
Fig. 1
SENAI-RJ 69
Soldagem TIG Eletrotcnica bsica
Circuito eltricoAgora, nessa outra fi gura, temos um esquema do circuito eltrico.
A fonte da corrente eltrica produz tenso (V)
No circuito eltrico, a fora motriz da corrente eltrica obtida sob a forma de tenso (V),
por meio da fonte de corrente eltrica, em volt.
A corrente eltrica obtida por movimento de eltrons no condutor eltrico. A intensidade
de corrente (I), medida em ampere, equivalente a um determinado nmero de eltrons por
segundo e cresce com o aumento de tenso.
A resistncia eltrica (R), medida em ohm, obtida por meio de um condutor eltrico com
baixo valor de condutividade eltrica, como o caso do arco eltrico.
Todos os tipos de resistncia eltrica provocam uma queda na intensidade de corrente.
Grandezas dos circuitos hidrulico e eltrico
A correspondncia entre as grandezas envolvidas nos circuitos hidrulico e eltrico a seguinte:
Circuito eltrico
Tenso
Intensidade da corrente
Resistncia eltrica
Circuito hidrulico
Presso
Volume circulante
Oposio ao fl uxo
Intensidade da corrente
Resistncia
Fig. 2
Quadro 1
70 SENAI-RJ
Soldagem TIG Eletrotcnica bsica
Os smbolos adotados para essas grandezas do circuito eltrico e a unidade de medida
correspondente voc pode conferir no quadro a seguir.
Grandeza do circuito eltrico
Tenso
Intensidade de corrente
Resistncia eltrica
Unidade
V (volt)
A (ampere)
(ohm)
Smbolo
V
I
R
A intensidade da corrente dada por meio da seguinte frmula, co-
nhecida como Lei de Ohm:
Intensidade de corrente =
Ou seja: I =
TensoResistncia
Circuito de soldagemNo circuito de soldagem, o arco eltrico a principal resistncia, determinando os valores
da corrente de soldagem e da tenso do arco eltrico.
As resistncias que se encontram nos cabos de solda so de valores muito pequenos.
Tipos de corrente eltricaNeste item voc vai analisar os tipos de corrente eltrica, a saber: corrente contnua, cor-
rente alternada e corrente alternada trifsica.
V
R
Quadro 2
SENAI-RJ 71
Soldagem TIG Eletrotcnica bsica
Corrente contnua (CC)Esse um tipo de corrente eltrica que fl ui no mesmo sentido e, normalmente, com a
mesma fora.
A corrente contnua muito importante para a soldagem, uma vez que, para certos pro-
cessos a arco eltrico, somente ela pode ser usada.
Corrente alternada (CA)A corrente alternada uma corrente eltrica que alterna permanentemente sua direo
e fora.
A direo da corrente alternada muda 120 vezes por segundo, signifi cando 60 perodos
(ou ciclos) por segundo, que tecnicamente so chamados de 60 Hz (hertz).
Corrente alternada trifsicaA corrente alternada trifsica uma corrente eltrica formada por trs ondas defasadas
de corrente alternada de 60 Hz (hertz).
Essa corrente usada, principalmente, no abastecimento de rede eltrica onde so ligados
aparelhos de grande consumo de energia, como, por exemplo, mquinas de soldar.
No consumo pblico, a corrente contnua praticamente no usada.
Nesse caso, a corrente mais usada a alternada, sendo que a voltagem dos
prdios, casas etc. de 110V ou 120V.
72 SENAI-RJ
Soldagem TIG Eletrotcnica bsica
Princpio da corrente alternada retifi cadaNos grfi cos a seguir, voc poder observar o princpio da corrente alternada retifi cada.
Analise cada um com muita ateno.
Corrente alternada
Corrente alternada para corrente contnua
Ondulao grande
Ten
so
em
vo
ltTe
ns
o e
m v
olt
Tempo
Tempo
Grfi co 1
Grfi co 2
SENAI-RJ 73
Soldagem TIG Eletrotcnica bsica
Princpio da corrente alternada trifsica
Corrente alternada trifsica para corrente contnua
L1 L2 L3
Ondulao pequena
Quanto menor for a ondulao da corrente de soldagem, melhores sero as
condies dessa soldagem.
Ten
so
em
vo
lt
Ten
so
em
vo
lt
Tempo
Tempo
Grfi co 3
Grfi co 4
74 SENAI-RJ
Soldagem TIG Eletrotcnica bsica
Curvas caractersticasVejamos agora outro aspecto bastante importante para o trabalho de um soldador: as
curvas caractersticas do arco eltrico e as curvas caractersticas das fontes de corrente.
Curvas caractersticas do arco eltricoPela Lei de Ohm, que voc j viu anteriormente, temos que:
I = V e, da: V = R . I
R
Usando um diagrama, podemos representar assim:
V
R I
Veja um exemplo:
Considerando que o valor da resistncia R = 0,2, e variando a intensidade da corrente
(I), encontraremos a tenso (V).
Observe:
V = R . I
V = 0,2 . 100 = 20 volts
V = 0,2 . 200 = 40 volts
V = 0,2 . 300 = 60 volts
Representando esses valores no grfi co que se segue, teremos:
Fig. 3
SENAI-RJ 75
Soldagem TIG Eletrotcnica bsica
V em volt
I em ampere
Curva representativa da resistncia
Neste grfi co, a linha da resistncia apresenta-se como uma linha reta. Considerando-se
a resistncia do arco eltrico, essa reta a curva caracterstica do arco eltrico.
Curvas caractersticas das fontes de correnteH trs tipos de curvas caractersticas das fontes de corrente: a curva tombante, a curva
de tenso constante e a curva controlada eletronicamente.
Analisaremos cada uma dessas curvas.
Curva tombante (corrente constante)Em soldagem manual a
arco eltrico (eletrodo revestido
e TIG), as curvas caractersticas
apre sen tam-se com acen tuada
inclinao, como esta que ve-
mos no grfi co ao lado.
Curva caracterstica da fonte da corrente
Curva caracterstica para arco longo
Curva caracterstica para arco curto
V em volt
I em ampere
Grfi co 5
Grfi co 6
76 SENAI-RJ
Soldagem TIG Eletrotcnica bsica
Neste caso, a vantagem que, tanto para arcos curtos como para arcos longos, a variao
da intensidade da corrente (I) pequena, signifi cando que o soldador poder utilizar um arco longo ou curto.
A variao da intensidade da corrente eltrica (I) pequena em relao s maiores va-riaes de tenso (V).
Curva de tenso constanteEm processos de soldagem automticos ou semiautomticos (MIG/MAG e Arco Submerso),
a curva caracterstica da fonte de corrente apresenta-se com pequena inclinao, com valor
de tenso quase constante.
Confi ra no grfi co.
Curva caracterstica da fonte da corrente
Curva caracterstica para arco longo
Curva caracterstica para arco curto
I em ampere
V em volt
Neste caso, a vantagem que a variao da intensidade da corrente, para arcos longos ou
curtos, grande em relao tenso.
Assim, as mquinas de soldagem tm condies de reajustar automaticamente (regulagem
interna) o comprimento do arco, anteriormente ajustado para um outro valor.
Grfi co 7
SENAI-RJ 77
Soldagem TIG Eletrotcnica bsica
Curva controlada eletronicamente (corrente constante)Como voc pode observar neste grfi co, as fontes de corrente controladas eletronicamente
oferecem curvas tombantes com vrias caractersticas.
Curvas deste tipo, diante das modifi caes de comprimento de arco, mantm a intensidade
de corrente praticamente constante.
V em volt
I em ampere
Curva caracterstica para arco curto
Curva caracterstica para arco longo
Curva caracterstica da fonte da corrente
Todas as fontes de corrente para soldagem TIG tambm podem ser utilizadas
para soldagem com eletrodo revestido.
Grfi co 8
78 SENAI-RJ
Soldagem TIG Eletrotcnica bsica
Arco eltricoNeste item trataremos de vrias questes importantes relativas a arco eltrico. So elas:
tenso do circuito; variao do comprimento do arco; soldagem em corrente contnua, alter-
nada e pulsada; e abertura do arco eltrico.
Vamos comear?
Tenso do circuito de soldagemA tenso (V) e a intensidade (I) da corrente eltrica variam em funo do momento do
circuito de soldagem.
Vejamos cada caso.
Circuito aberto
Neste caso, a tenso da corrente eltrica (medida em volts) e a intensidade da corrente
(medida em ampere) so as seguintes:
Intensidade de corrente I: zeroTenso V: mxima
Fig. 4
Fig. 5
SENAI-RJ 79
Soldagem TIG Eletrotcnica bsica
Curto-circuito
Este o momento de abertura do arco, em que a tenso e a intensidade fi cam assim:
Circuito fechado
Tenso V: quase zero Intensidade de corrente I: muito alta
Na realizao da soldagem, a tenso de trabalho e a intensidade de corrente assumem
esses outros valores:
Tenso de trabalho V: na maioria dos casos,
entre 10V e 20V
Intensidade de corrente I:oscila em torno de um valor
fi xado, em funo do comprimento do arco
Fig. 6
Fig. 7
Fig. 8
Fig. 9
80 SENAI-RJ
Soldagem TIG Eletrotcnica bsica
Variao do comprimento do arco eltricoO comprimento do arco eltrico normalmente varia em torno de uma vez e meia o dimetro
do eletrodo do tungstnio. E esse comprimento que vai determinar a voltagem do arco.
O comprimento do arco pode variar para aplicaes especfi cas, de acordo com a prefe-
rncia do soldador.
Quanto maior o comprimento do arco, maior ser a dissipao de calor
para a atmosfera, diminuindo a penetrao, alargando o cordo de solda e
aumentando a tenso de trabalho.
Vamos analisar, por meio de fi guras, a infl uncia do comprimento do arco sobre a tenso
de trabalho e, tambm, sobre a penetrao e largura do cordo de solda.
Quanto tenso de trabalho
Comprimento de arco normal
Comprimento de arco longo
4,0m
m
03,2mm
6,4m
m
Fig. 10
Fig. 11
SENAI-RJ 81
Soldagem TIG Eletrotcnica bsica
Quanto penetrao e largura do cordo de solda
Arco eltrico com corrente contnuaNa soldagem com corrente contnua, o eletrodo ligado ao polo negativo. Se, no entanto, o
eletrodo for ligado ao polo positivo, sua extremidade ser destruda pelo forte aquecimento.
Todos os metais, com exceo do alumnio e suas ligas, podem ser soldados
com corrente contnua.
Comprimento de arco curto 3
mm
Comprimento do arco
Comprimento do arco
Fig. 12
Fig. 13
82 SENAI-RJ
Soldagem TIG Eletrotcnica bsica
Arco eltrico com corrente alternadaNa corrente alternada, o arco eltrico extinto a cada troca de polaridade, onde a tenso
nula, como voc pode observar neste esquema.
Por isso, a cada incio de uma meia-onda, deve haver um reacendimento do arco, sem
contato do eletrodo com a pea, por meio de pulsos de alta tenso ou de alta frequncia.
Analise os grfi cos a seguir.
Pulsos de alta tenso
Pulsos de alta tenso
Pulsos de alta frequncia
Pulsos de alta frequncia
Tenso
Tenso
Ten
so
Ten
so
Fig. 14
Grfi co 9
Grfi co 10
SENAI-RJ 83
Soldagem TIG Eletrotcnica bsica
Abertura do arco pelo contato do eletrodo com a peaObserve, nesta fi gura, as trs etapas de abertura do arco por meio do contato do eletrodo
com a pea, sendo G a fonte de corrente.
(1) Aproximao da pea
(2) Curto-circuito e aquecimento
(3) Abertura do arco eltrico
Com este mtodo possvel que ocorram incluses de tungstnio no metal de solda, assim
como aderncia do metal por soldar ao eletrodo, resultando em instabilidade no arco eltrico.
Com o uso de uma chapa-apndice de cobre para abertura do arco, evitam-se as incluses de
tungstnio. Este mtodo de acendimento do arco s possvel com o uso de corrente contnua.
Abertura do arco por meio de pulsos de alta tenso ou pulsos de alta frequncia
Veja agora a sequncia das etapas de abertura do arco por meio de pulsos de alta tenso
ou de alta frequncia.
Abertura do arco eltricoPara que possa existir um arco eltrico, o espao entre o eletrodo e a pea deve ser capaz
de conduzir a corrente eltrica. Isto conseguido pelo aumento da temperatura no incio da
formao do arco, tornando o gs de proteo um condutor eltrico.
Os mtodos empregados para abertura do arco podem ser mediante contato do eletrodo
com a pea, como, tambm, por meio de pulsos de alta tenso ou pulsos de alta frequncia.
Vamos analisar cada um desses mtodos.
Fig. 15
84 SENAI-RJ
Soldagem TIG Eletrotcnica bsica
A vantagem desse mtodo de abertura do arco que, alm de evitar as desvantagens do
mtodo anterior, ele permite a soldagem com corrente contnua e com corrente alternada.
(1) Aproximao da pea
(2) Abertura do arco eltrico por meio de pulsos de alta tenso
ou alta frequncia
(3) Abertura do arco eltrico defi nitivo
I G I G I G
Condensadores de fi ltragemNa soldagem TIG do alumnio com corrente alternada ocorre o efeito de retifi cao da
corrente, e isso signifi ca que as ondas da corrente alternada so formadas com intensidades
diferentes, ou seja, so formadas por meias-ondas desiguais (positiva e negativa).
A meia-onda negativa formada com maior intensidade. O arco eltrico falha, e o efeito
de limpeza do xido insufi ciente. Veja o grfi co a seguir.
Legenda
I Gerador de pulsos
G Fonte de corrente
Grfi co 11
Fig. 16
SENAI-RJ 85
Soldagem TIG Eletrotcnica bsica
Processo TIG com corrente pulsadaA corrente de soldagem pulsada alterna-se ordenadamente entre uma corrente de base e
uma corrente pulsada. A corrente de base normalmente no ultrapassa 60% da corrente mdia
de soldagem. E os impulsos de corrente da corrente pulsada so, em geral, 40% mais altos que
os valores mdios da corrente utilizada.
Na regulagem desta corrente utiliza-se uma frequncia entre 0,5 a 10 Hz e impulsos de
corrente de durao prolongada (< 3 Hz). Um arco eltrico decorrente da ao desses impulsos
funde o metal de base e o metal de adio. Entre os impulsos de corrente, atua a corrente de
base, facilitando a solidifi cao da poa de fuso.
Analise o grfi co a seguir.
Nestes casos, aplicam-se os condensadores de fi ltragem, e o efeito de retifi cao da cor-
rente compensado, como voc pode verifi car no grfi co a seguir.
Em alguns equipamentos de soldagem TIG, os condensadores de fi ltragem
podem ser regulados em estgios.
Grfi co 12
86 SENAI-RJ
Soldagem TIG Eletrotcnica bsica
Para uma boa regulagem da corrente pulsada, necessrio adotar os seguintes parmetros:
Corrente de impulsos.
Tempo e frequncia da corrente de impulsos.
Corrente de base.
Tempo e frequncia da corrente de base.
A penetrao da solda infl uenciada principalmente pela frequncia e pela intensidade
dos impulsos de corrente. A frequncia dos impulsos de corrente depende das propriedades
do metal de base, e a intensidade dos impulsos depende da espessura.
A velocidade de soldagem e a frequncia dos impulsos devem ser proporcionais: quanto
maior a velocidade de soldagem, maior deve ser a frequncia dos impulsos.
No caso da soldagem manual, por exemplo, recomenda-se uma frequncia de 2 a 3 impul-
sos por segundo, pois proporciona uma boa condio para se conseguir um cordo de solda
com boa penetrao e bom aspecto visual.
Inte
nsi
dad
e d
a co
rren
te
Tempo da corrente de base
Tempo da corrente de impulsos
Perodo
Corrente de base
Corrente de impulsos
O processo TIG com corrente pulsada apresenta vantagens e desvantagens.
Vantagens
Diminui a introduo de calor e com isso minimiza as deformaes.
Melhora a penetrao e a uniformidade do cordo de solda.
Inibe a formao de poros e a formao de trincas a quente.
Boa estabilidade do arco eltrico em correntes de baixa intensidade.
Desvantagens
O soldador precisa ter grande habilidade.
Em alguns casos, h perda de produtividade.
Necessita de equipamentos mais caros.
Grfi co 13
SENAI-RJ 87
Soldagem TIG Eletrotcnica bsica
PraticandoAssinale com um X a alternativa que responde corretamente cada uma das perguntas a
seguir.
1. Volt a unidade eltrica para medida de qual grandeza?
( ) Tenso.
( ) Corrente.
( ) Resistncia.
( ) Potncia.
2. Como se representa a Lei de Ohm?
( ) I = R . V
( ) V =
( ) I =
( ) R = V . I
3. Que tipo de curva caracterstica de fonte de corrente tem a mquina para soldagem TIG?
( ) Curva ascendente.
( ) Curva tombante.
( ) Curva constante.
( ) Curva plana.
4. O que acontece com a corrente e a tenso quando, durante a soldagem, se encurta o
comprimento do arco?
( ) A corrente aumenta e a tenso diminui.
( ) A tenso aumenta e a corrente falta.
( ) A tenso e a corrente aumentam.
( ) A tenso falta e a corrente tambm.
RI
VR
88 SENAI-RJ
Soldagem TIG Eletrotcnica bsica
5. Na soldagem com corrente contnua, onde deve ser ligada a pistola?
( ) No polo da corrente alternada.
( ) No polo negativo.
( ) No polo positivo.
( ) No polo trifsico.
6. Como possvel a abertura do arco eltrico sem contato entre o eletrodo e a pea?
( ) Por meio da correta afi ao do eletrodo de tungstnio.
( ) Por meio de uma alta tenso em vazio da fonte de corrente.
( ) Por meio de um pr-fl uxo do gs de proteo.
( ) Por meio de pulsos de alta tenso ou alta frequncia.
7. Qual dos metais de base abaixo relacionados soldado com corrente alternada, no
processo TIG?
( ) Ao-carbono.
( ) Ao inoxidvel.
( ) Alumnio.
( ) Cobre.
8. Quais so as vantagens do processo TIG com corrente pulsada?
( ) Equipamento mais caro e pouco sofi sticado.
( ) Pouca produtividade, necessitando de grande habilidade do soldador.
( ) Diminui a introduo de calor, a formao de poros e trincas a quente.
( ) Boa estabilidade de arco somente em altas correntes.
9. Qual o recurso necessrio para a abertura e manuteno do arco eltrico em corrente
alternada com o processo TIG?
( ) Sistema de alta frequncia.
( ) Bobina de reatncia.
( ) Vlvula magntica do gs de proteo.
( ) Fusvel de proteo.
SENAI-RJ 89
Soldagem TIG Eletrotcnica bsica
10. Qual das afi rmativas a seguir no funo dos condensadores de fi ltragem no equi-
pamento de soldagem TIG?
( ) Eliminar o efeito de retifi cao da corrente na soldagem de alumnio.
( ) Impedir uma sobrecarga da fonte de corrente.
( ) Garantir a formao das meias-ondas positivas e negativas iguais na soldagem
de alumnio.
( ) Impedir falhas do arco eltrico na soldagem de alumnio.
90 SENAI-RJ
Soldagem TIG Eletrotcnica bsica
4Nesta seo...
Equipamentos para soldagem
Introduo
Esquema de um equipamento de soldagem TIG
Fontes de corrente para soldagem
Equipamento para soldagem TIG com programao de corrente
Exigncias para acessrios de soldagem e manuteno
Pistola para soldagem TIG
Indicao e regulagem de presso e de vazo do gs de proteo
Ciclos de trabalho na soldagem
Praticando
43
1
2 5 6 7 8
IntroduoDentre os equipamentos utilizados pelos soldadores, a fonte de corrente uma das mais
importantes. Ela responsvel pelo fornecimento adequado de energia eltrica a todo o sistema
de solda. O soldador deve, portanto, conhecer bem os parmetros envolvidos no processo, a
fi m de interpret-los corretamente.
Com o contedo desta seo, pretendemos auxiliar voc a identifi car os principais va-
lores de corrente utilizados na soldagem, bem como na manuteno das mquinas e de seus
respectivos acessrios.
Esquema de um equipamento de soldagem TIG
Vamos comear o estudo desta
seo analisando o esquema de um
equipamento de solda gem. Conhea
cada uma das partes desse equipamento
com o auxlio da legenda.
9
Fonte de corrente e equipamento de comando
Gs de proteo
Multicabo
Legenda
1 Ligao na rede
2 Fonte de corrente com sistema de refrigerao interno
3 Cilindro de gs de proteo
4 Vlvula reguladora de presso com medidor de vazo
5 Cabo de comando da pistola
6 Mangueira de conduo do gs
7 Cabo condutor de corrente
8 Pistola com boto de comando
9 Cabo-obra com garra ligao com a pea
}}
}
Fig. 1
SENAI-RJ 93
Soldagem TIG Equipamentos para soldagem
Fontes de corrente para soldagemOs diferentes tipos de fonte de corrente para soldagem, e o que cada um deles produz,
voc pode observar no esquema a seguir.
Transformador corrente alternada (CA)
Retifi cador produz corrente contnua (CC)
Gerador corrente contnua (CC)
Tambm importante voc conhecer as caractersticas gerais que as fontes de corrente
para soldagem devem ter:
Tenso de soldagem baixa aproximadamente, entre 5 e 25 V.
Corrente de soldagem alta aproximadamente, entre 15 a 200 A.
Corrente de soldagem regulvel.
Proteo contra curto-circuito.
Pequena instabilidade da corrente eltrica e do arco durante a soldagem.
Vejamos agora alguns aspectos mais especfi cos relativos a cada uma dessas fontes de
corrente para soldagem.
Princpios de funcionamento do transformadorAnalisando a fi gura a seguir, voc poder perceber o princpio de fun cio na mento do
transformador.
94 SENAI-RJ
Soldagem TIG Equipamentos para soldagem
O transformador de soldagem produz corrente alternada.
O smbolo desse equipamento .
Regulagem da corrente de soldagem no transformador
A corrente de soldagem no transformador pode ser regulada de dois modos diferentes,
como voc pode ver a seguir, analisando cada fi gura.
Regulagem pelo interruptor gradual
Interruptorgradual
(Circuito de soldagem)
Bobina primria
(Circuito da rede)
I1
V1
I2
Bobina secundria
Campo magntico pulsante
Ferro
V2
Fig. 3
I1 I2
L1
L2
V1 V2(Circuito da rede) (Circuito de soldagem)
Bobina primriaFerro
Campo magntico pulsante
Bobina secundria
Fig. 2
SENAI-RJ 95
Soldagem TIG Equipamentos para soldagem
Bobina secundria
(Circuito de soldagem)(Circuito da rede)
V1
Bobina primria Campo magntico pulsante Ncleo de disperso
Por meio de um interruptor gradual, destacado na fi gura, altera-se o nmero de espiras
no primrio; com isso, a relao entre o primrio e o secundrio modifi ca-se.
Regulagem por meio do ncleo de disperso
Mediante o movimento do ncleo de disperso, para dentro ou para fora, altera-se o fl uxo
magntico no secundrio para mais ou para menos.
Princpio do retifi cador de soldaO retifi cador possibilita a passagem de corrente somente em uma direo. Analise a fi gura.
Diodos de silcioBobina secundria
Bobina primria
TRANSFORMADOR RETIFICADOR COM VENTILAO
V2
I2I1
Fig. 4
Fig. 5
96 SENAI-RJ
Soldagem TIG Equipamentos para soldagem
O diodo, sinalizado na fi gura, o elemento retifi cador. Ele pode ser compreendido como
uma vlvula eltrica de reteno.
O retifi cador de solda produz corrente contnua.
O smbolo desse equipamento .
Funcionamento do retifi cador Observe este esquema de funcionamento de um retifi cador para soldagem TIG. Veja o
que indica cada nmero, acompanhando com a legenda.
Gs de proteo
Corrente da rede
Multicabo
Cabo-obra
gua de refrigerao
1
2 3
4
6 5 7
Fig. 6
Legenda
1 Transformador (monofsico ou trifsico)
2 Retifi cador
3 Ventilador de refrigerao
4 Gerador de pulso de alta tenso ou de pulso de alta frequncia
5 Vlvula magntica do gs de proteo (solenoide)
6 Interruptor de comando do sistema de refrigerao
7 Unidade de comando
SENAI-RJ 97
Soldagem TIG Equipamentos para soldagem
Cada um desses elementos mostrados na fi gura anterior tem uma funo especfi ca, que
apresentamos a seguir.
Transformador (monofsico ou trifsico)
Diminui a tenso da rede para uma tenso de soldagem.
Aumenta a corrente da rede para uma corrente de soldagem.
Retifi cador
Transforma corrente alternada ou corrente trifsica em corrente contnua.
Ventilador de refrigerao
Refrigera o retifi cador e o transformador.
Gerador de pulso de alta tenso ou de pulso de alta frequncia
Promove a abertura do arco eltrico sem contato entre o eletrodo e a pea.
Vlvula magntica do gs de proteo (solenoide)
Abre e fecha eletromagneticamente a vazo do gs de proteo.
Interruptor de comando do sistema de refrigerao
Aciona o sistema de refrigerao a gua.
Unidade de comando
Liga e desliga a corrente de soldagem.
Regula a intensidade de corrente.
Comanda a vlvula magntica do gs de proteo com pr e ps-fl uxo regulvel.
Regula os condensadores de fi ltragem.
98 SENAI-RJ
Soldagem TIG Equipamentos para soldagem
Princpio do geradorA fi gura a seguir mostra um gerador. Analise atentamente, identifi cando cada um de seus
elementos.
Motor Gerador
Ventilador
Ligao estrela-tringulo
Rotor
Estator
Ativao Corrente contnua para soldagem
Coletor
Escova de carvo
Induzido
A chave estrela-tringulo tem dois estgios para funcionar o gerador: liga-se o primeiro es-
tgio e espera-se at o motor estabilizar a rotao. Depois, ento, liga-se o segundo estgio.
O gerador pode ser tambm com motor a gasolina, a diesel ou a lcool.
O gerador com motor eltrico, a gasolina, a diesel ou a lcool produz corrente contnua.
O smbolo desse equipamento .M G
Servios em fontes de corrente para soldagem Na soldagem TIG, alguns dos servi-
os de ligao ou manuteno de fontes
de corrente, apontados neste esquema,
so de responsa bilidade do eletricista, e
outros de competncia do soldador.
Fig. 7
Fig. 8
SENAI-RJ 99
Soldagem TIG Equipamentos para soldagem
Veja ento, no quadro a seguir, o que compete ao eletricista e o que deve ser realizado
pelo soldador, no que diz respeito aos servios de ligao ou manuteno de fontes de corrente
para soldagem.
Ligar a fonte de corrente com a rede.
Montar a tomada da rede.
Realizar servios de ligao e manuteno em sistema de proteo na ligao com a rede (fusveis ou disjuntores).
Testar a fonte de corrente e a ligao com a rede; trocar de ligao para outra tenso da rede; inverter a ligao para corrigir o sentido de rotao do ventilador.
Desligar da rede a fonte de corrente para trabalhos de manuteno (somente se essa ligao feita com tomadas).
Atentar para as orientaes do fabricante sobre servios e cuidados com o equipamento:
soprar regularmente a fonte de corrente com ar comprimido seco, para retirar o p;
testar o funcionamento do sistema de refrigerao; e
testar o sentido de giro do ventilador.
Apertar e fi xar todas as ligaes por parafusos e terminais, antes da soldagem.
Examinar a pi