27
8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 1/27 DIREITO FALIMENTAR ( o que está com essa letra/ cor foi retirado do livro do Ricardo Negrão) I- INTRODUÇÃO - O Direito Comercial nasceu nas cidades italianas com a troca de bens - criou-se uma casta de trocadores que foi chamada de mercadores . Essa casta cresceu tanto que ficou do tamanho dos senhores feudais - surge, assim, a Letra de Câmbio, para que os mercadores não levassem grande quantidade de dinheiro, correndo o risco de serem assaltados - nessa época existiam Tribunais Arbitrais que solucionavam os conflitos de forma extrajudicial A- Aspecto Subjetivo - “é o Direito Comercial o direito aplicado aos mercadores e comerciantes”: esse é o aspecto subjetivo da lei antiga já que os atos com aspectos mercantis praticados por não comerciantes, não eram considerados Direito Comercial e sim Direito Civil. B- Aspecto Objetivo - o Código Napoleônico, que é a base do Direito Brasileiro, defendendo a tese da liberdade, acabou com as castas e passou a disciplinar os atos mercantis. Os atos passam a ser discriminados: aspecto objetivista. Comerciante era aquele que exercia alguma das atividades descritas(ou praticava os atos discriminados) - nessa época os atos( atividades) discriminados eram: de compra, venda, circulação e permuta de coisas móveis ou semoventes( imóveis sempre ficaram a cargo do Código Civil) atividades bancárias( “entrou no Banco é direito Comercial, com exceção do Direito Trabalhista dos empregados) depósito comercial consignação atividades securitárias( seguro e transporte) letras de Câmbio( títulos pertinentes a compra e venda) atividade teatral( atividade do artista em relação ao público) o que era produzido nas fábricas C- Código Civil Brasileiro - o 1º tinha aspecto subjetivista( = cooperativista): comerciantes eram somente os  “atores” da atividade comercial e os atos de comércio só são exercidos pelos comerciantes- “Exerce atividade mercantil aquele que habitualmente pratica a mercancia”. - Regulamento 737( antes do 1º Reinado): vigorou por pouco tempo- copiou o Código Napoleônico e criou o Tribunal do Comércio- estabeleceu o que era comerciante: aqueles que habitualmente praticam os atos descritos( critério objetivista) - o Regulamento 737 foi revogado, e com isso foi revogado também o critério objetivista, voltando a adotar, ao menos pela lei, o critério subjetivista

16981140 Resumo de Dir Falimentar

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 1/27

DIREITO FALIMENTAR 

( o que está com essa letra/ cor foi retirado do livro do Ricardo Negrão)

I- INTRODUÇÃO- O Direito Comercial nasceu nas cidades italianas com a troca de bens

- criou-se uma casta de trocadores que foi chamada de mercadores . Essa castacresceu tanto que ficou do tamanho dos senhores feudais

- surge, assim, a Letra de Câmbio, para que os mercadores não levassem grandequantidade de dinheiro, correndo o risco de serem assaltados

- nessa época existiam Tribunais Arbitrais que solucionavam os conflitos de formaextrajudicial

A- Aspecto Subjetivo

- “é o Direito Comercial o direito aplicado aos mercadores e comerciantes”: esse éo aspecto subjetivo da lei antiga já que os atos com aspectos mercantis praticados

por não comerciantes, não eram considerados Direito Comercial e sim Direito Civil.

B- Aspecto Objetivo

- o Código Napoleônico, que é a base do Direito Brasileiro, defendendo a tese da

liberdade, acabou com as castas e passou a disciplinar os atos mercantis. Os atospassam a ser discriminados: aspecto objetivista. Comerciante era aquele que

exercia alguma das atividades descritas(ou praticava os atos discriminados)- nessa época os atos( atividades) discriminados eram:

• de compra, venda, circulação e permuta de coisas móveis ou semoventes(

imóveis sempre ficaram a cargo do Código Civil)• atividades bancárias( “entrou no Banco é direito Comercial, com exceção do

Direito Trabalhista dos empregados)

• depósito comercial

• consignação

• atividades securitárias( seguro e transporte)

• letras de Câmbio( títulos pertinentes a compra e venda)

• atividade teatral( atividade do artista em relação ao público)

• o que era produzido nas fábricas

C- Código Civil Brasileiro

- o 1º tinha aspecto subjetivista( = cooperativista): comerciantes eram somente os

  “atores” da atividade comercial e os atos de comércio só são exercidos pelos

comerciantes- “Exerce atividade mercantil aquele que habitualmente pratica amercancia”.

- Regulamento 737( antes do 1º Reinado): vigorou por pouco tempo- copiou oCódigo Napoleônico e criou o Tribunal do Comércio- estabeleceu o que era

comerciante: aqueles que habitualmente praticam os atos descritos( critério

objetivista)

- o Regulamento 737 foi revogado, e com isso foi revogado também o critérioobjetivista, voltando a adotar, ao menos pela lei, o critério subjetivista

Page 2: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 2/27

- mas, o critério objetivista ficou “impregnado” no Direito Brasileiro através da

Doutrina: para ser comerciante tinha que exercer as seguintes atividades.....

habitualmente( menos prestação de serviços).

- o Brasil aplicou também o critério alemão: a lei pode estabelecer quem écomerciante, e o não comerciante que se registrar na Junta Comercial, passa a ser

comerciante( com exceção de empresas madeireiras). É um critério objetivista eformal( formal porque podia se registrar na Junta)

- Carvalho de Mendonça classificou os atos de comércio mesmo não previstos em

lei:

• atos de comércio por natureza: são os que estão no Código de Napoleão

• atos de comércio por conexão: todos os tipos de atos acessórios praticados

pelos comerciantes

• atos de comércio por força de lei: todos os títulos de crédito

• atos ilícitos: como por exemplo a concorrência desleal

( alguns atos nunca pertenceram ao Direito Comercial: prestação de serviços eatividades profissionais)

- portanto é objetivista sem deixar de ser subjetivista, porque esse atos tem queser praticados habitualmente( ou seja, pelos comerciantes)

- 1958: TJMG passou a considerar que a pecuária empresarial é regida pelo Direito

Comercial

- TJSP: deu concordata para planos de saúde: portanto Comercial- era utilizado o seguinte critério para distinguir o Direito Comercial do Direito Civil:

• toda atividade que advém da terra é direito Civil( propriedade, posse,

construção, plantação,etc)

• toda atividade imobiliária e suas conseqüência é Direito Civil( locação,empréstimo, intermediação, etc)

• toda atividade de transformação de bruto em espécie, sem bens móveis:

Direito Comercial( pescou: d. Civil, limpou o peixe: comercial)

• toda a atividade de prestação de serviços é Direito Civil( médicos,

advogados, etc)

- com o tempo a Jurisprudência foi modificando esses critérios:

surge a Lei de Condomínios que passou a considerar que prédio e edifícios de

apartamentos são regidos pelo Código Comercial( toda atividade condominial eempreendimento imobilário condominial)- imóveis que não fossem condomínios:

Civil

• qualquer tipo de atividade LTDA: Direito Civil

• prestação de serviços movimentados através de S/A: Direito Comercial

• todo terreno bruto é atividade civil, mas se o loteador prometer construir

algo é Comercial

• imóveis agregados a estabelecimentos comerciais: passam a ter Ação

Renovatória

• toda prestação de serviços em massa( ou seja, não a personalíssima) é

Comercial( plano de saúde, marketing, etc)

Page 3: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 3/27

(Por exemplo, o cabeleireiro que vendia produtos da Avon, cabia falência, os

tribunais davam a falência porque era compra e venda de mercadorias. Se fosse

Cabeleireiro que atende em massa, davam falência)

( advogado nunca pode exercer atividade comercial- tem que ser semprepersonalíssima!)

D- Código Civil Brasileiro de 2002

- “art. 966: Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade

econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços

- trocou a palavra ato de comércio por atividade econômica: atividade é maior queato, portanto, a atividade pode praticar vários atos( ex: a empresa pode praticar

vários atos para produzir um produto)

- Direito Comercial é a atividade econômica de lucro

- toda a atividade economicamente organizada( p/ o prof organizada é aquela que

tem organização material, não necessariamente tem que ter livro caixa, etc- ex:

ambulante é organizada), inclusive prestação de serviços, passa a ser atividadeempresarial. Portanto, se atividade econômica tem alguma organização em

prestação de serviços é Comercial( Ex: hospital, imobiliária, etc)

- volta ao aspecto subjetivista:

• empresário: aquele que exerce uma atividade

• empresa: pratica atos e atividades( não é conceituado no Código- só existe

conceito na CLT)

- continua a considerar que os atos relacionados a imóveis, com exceção deedifícios e prédios de apartamentos, são regidos pelo Direito Civil.

- art 966, 969 e 970: baseou-se no direito alemão: Aqueles que exercem atividadeeconômica agrícola ou congênere, poderá praticar atividade mercantil facultando a

registrar a empresa no registro do comercio. Portanto, se registrar é Comercial, se

não continua a ser regido pelo Civil

- Direito civil: família, sucessões, atividade imobiliária pessoal ... + parágrafo art966 que diz: excepciona-se aquele que exerce atividade artística, literária, em

suma, todos aqueles que praticam atividade de prestação de serviço comprofissionalidade( habitualidade) mesmo criando uma empresa.

- A habitualidade suprime a questão formal.

- Portanto:

• atividade econômica de prestação de serviços individuais = direito civil.( ouseja, quando o profissional é mais do que a empresa = direito civil

• Quando a empresa é mais que o profissional = direito mercantil.

- Obs: Advogados são de uma categoria apartada de tudo isso porque tem estatutopróprio que é o da OAB.

- Portanto as 3 teorias( objetivista, subjetiva ou cooperativista e a alemã) seaplicam no Brasil

- Importante: Coisas móveis – não é toda e qualquer coisa móvel que é ato de

comercio( ou seja, não precisa registrar na junta). Deve-se verificar a habitualidade

(se aplica as duas teorias: a objetivista e a subjetivista juntas).

Page 4: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 4/27

- ( ex: venda de um apartamento é civil, mas o pagamento com promissórias é um

ato mercantil: teorias objetivista e subjetivista juntas).

II- ATOS EMPRESARIAIS SUJEITOS À FALÊNCIA

- no Brasil o empresário individual vai à falência;

A- Não vão à falência

a) não vai à falência:

• Pessoas mencionadas no 966 CC parágrafo único (primeira parte) quer como

profissionais liberais ou autônomos, quer como empresa civil. Se a empresa

for maior que o profissional ela é mercantil porque se encaixa no caput.

• O Medico, cientista, artista não vai pra falência a não ser que ele monte uma

empresa (empresa maior do que ele). É a exceção da exceção do 966 quevira regra. A sociedade sendo civil, não tem falência.

• Por expressa disposição legal, as cooperativas e não apenas as de crédito

(embora pratiquem diuturnamente ato de comercio) isso porque a relação jurídica é de cooperação e com relação a esta cooperação, se a sociedade se

extingue o fundo que sobra da extinção da sociedade vai de uma para outra

cooperativa congênere.• Advogados, sociedade de advogados não vai a falência porque advogado não

pode exercer a mercancia.

• Atividade econômica agropecuária pastoril que não registra na junta.

• Empresas públicas e as sociedades de economia mista.(embora sejam

pessoas jurídicas de direito privado).

b) Art. 2º Lei de falência (11101/05)- não vão de imediato à falência:

 “Art. 2o Esta Lei não se aplica a:

I – empresa pública e sociedade de economia mista;

II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito,consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de

assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras

entidades legalmente equiparadas às anteriores”.

- Empresa pública e as sociedades de economia mista- Há uma controvérsia: O Art.

173 do texto constitucional é claro ao dizer que empresas públicas e sociedade deeconomia mista que disputa atividade econômica com as outras empresas em razão

do relevante interesse nacional, são pessoa jurídica de direito privado e em sendo,

Page 5: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 5/27

seriam obrigados a pagar tributo. Portanto, se elas praticam ato de comercio,

deveriam ir a falência. Se a lei de sociedade anônima é uma lei que só pode ter

atividade mercantil, evidentemente a sociedade de economia mista é uma

sociedade privada e além de tudo, mercantil: O STF decidiu que elas vão mesmopra falência.

Obs- mas as empresas públicas e as sociedades de economia mista enquantoconcessionárias de serviço público, não vão para falência,( Ex: DERSA). STF:

havendo dinheiro público, as empresas devem ser liquidadas, então, a principio,

não vão pra falência.

- as instituições financeiras públicas ou privadas não vão pra falência porque elassofrem liquidação extrajudicial e só vão se o interventor ou liquidante ou o

administrador provisório na chamada “Lei de Salomão” (coloca-se a empresa numa

situação de semi-intervenção, coloca um administrador provisório tenta consertar.

Se não, liquida ou faz intervenção).

-Não vai pra falência também cooperativa de crédito (não fala da outra cooperativa)

e essa outra também não vai porque no código civil exclui o regime jurídico dedireito mercantil.

-Consórcio também ao vai para falência porque pertencem ao sistema financeiro

nacional regulados pelo Banco Central – Art. 170 e seguintes da CF.

- Entidade de previdência complementar: É a previdência de funcionário público,

agentes públicos.

- O chamado seguro saúde (operadoras de planos de assistência à saúde): Aintervenção em plano de saúde é total. Esta não vai pra falência e sim a liquidação.

Conforme o art. 23 da Lei 9656/98, estão sujeitas à liquidação extrajudicial pela

Agencia Nacional de Saúde (ANS), submetendo-se à falência, em caráterexcepcional, da mesma forma que as sociedades seguradoras.

-Sociedades seguradoras: Estão sujeitas à liquidação extrajudicial e à intervenção

pela Superintendência de Seguros Privados – SUSEP – Nesse sentido essassociedades, não estão sujeitas à falência, salvo se, decretada a liquidação

extrajudicial, o ativo não for suficiente para o pagamento de pelo menos metade

dos credores quirografários, ou quando houver fundados indícios da ocorrência de

crime falimentar.

( Existe o Instituto de resseguro, que faz o seguro do seguro, e esse sim pode pedir

a falência das seguradoras)

- Sociedade de Capitalização: São sociedades ligadas à Bolsa de Valores. O exemplomais claro foi a quebra do Naji Nahas que fechou 14 empresas de capitalização.

- sistema bancário brasileiro ocorre o seguinte: Antes do PROER: o Banco central

bancava os bancos insolventes (OMINT)- a Lei nova proíbe isso. Se por acaso, nas

duas compensações que existem diariamente o banco não tem condições de honrar

seus compromissos deve ocorrer imediatamente a intervenção.

c) Portanto o que não cabe de imediato a falência:

. Sociedades civis

. Sociedades agrícolas que não tem registro na junta comercial

. Advogados

Page 6: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 6/27

. Sociedades cooperativas: estas, (com exceção dessa sociedade que faz a

compensação financeira de bancos) podem ir pra falência se for propostas pelo

interventor ou pelo liquidante ou pelo administrador provisório na hipótese de

ocorrer uma chamada intervenção branca ( Lei Salomão ).

B- Empresas que vão para falência pelo artigo 94 da Lei- A insolvência do sistema brasileiro é traduzida por dois princípios:

Impontualidade injustificada – é a insolvência pela impontualidade injustificada é,

portanto, presumida. Não Pagou, falência.

( A empresa tem duas soluções: Ou deposita e discute (ora, se não tem pra pagar,como vai depositar?), ou no prazo da defesa ela pode pedir recuperação.)

empresas onde o passivo é maior que o ativo: o juiz pode liquidar imediatamente.

- Causas: 3 possíveis causas que o pedido inicial deve indicar:

a) a impontualidade, caracterizada pela inadimplência de obrigação líquida

materializada em título ou títulos executivos protestados cuja somaultrapasse o equivalente a quarenta salários mínimos, ou a frustação da

execução por qualquer quantia líquida, no prazo legal( art. 94, I e II);

“ Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:

I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação

líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma

ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do

 pedido de falência;

II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e

não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal;

§ 1o Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite

mínimo para o pedido de falência com base no inciso I do caput  deste

artigo.

§ 2o Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os créditos

que nela não se possam reclamar.

§ 3o Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência

será instruído com os títulos executivos na forma do parágrafo único do art.

9o desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos

instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação

específica.§ 4o Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de falência será

instruído com certidão expedida pelo juízo em que se processa a execução”.

b) a prática de atos de insolvência, objetivamente indicados pelo legislador( 

art. 94, III);

“III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação

 judicial:

a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou 

fraudulento para realizar pagamentos;

Page 7: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 7/27

b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos

ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a

terceiro, credor ou não;

c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os

credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;

d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar alegislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;

e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens

livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;

f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar 

os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua

sede ou de seu principal estabelecimento;

g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação

 judicial.

§ 5 o Na hipótese do inciso III do caput  deste artigo, o pedido de falência descreverá os fatos

que a caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão produzidas”.

c) grave crise econômico-financeira que impossibilite o devedor de dar 

 prosseguimento à atividade empresarial( art. 97, I e105).

“Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:

I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta

Lei” 

“Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para

 pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da

impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial...” 

Page 8: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 8/27

III- PROCESSO DE FALÊNCIA

- Caracterização do Estado Pré- Falimentar: o procedimento pré-falimentar é

 processo de conhecimento, de feição conteciosa, no qual, sumariamente, o

magistrado irá conhecer os fatos trazidos pelo autor e, no final, decretará

ou não a falência do devedor 

A) O processo da falência tem dois significados:

O primeiro é que ocorre entre o pedido até a sentença da falência.

O segundo é o que ocorre da falência pra frente.

- O processo coletivo falimentar (ou seja, a execução coletiva na falência), só

ocorre com a sentença. A sentença, portanto, é a largada inicial do processofalimentar. Sem sentença, não tem falência!

B) 3 pressupostos para falência:

Somente quando presente os pressupostos legais, isto é, a legitimidade

 passiva( a qualidade de empresário devedor), sua insolvência caracterizada

 por circunstâncias delimitadas pelo legislador, e a declaração judicial desse

estado, é que haverá falência, situação jurídica que não se confunde com a

mera constatação fática de crise de inadimplência ou econômico-financeira

ao largo da tutela judicial.

 1. Ser empresário. E ser empresário, é estar capitulado no art. 966, CC: empresa

que objetiva o lucro. Sócios, empresários ou não, que criem a empresa

mercadológica ou prestadora de serviço é obrigada a produzir lucro. Não importa senão der lucro, basta o “animus lucrandi”. Se não tem “anumus lucrandi”, não é

empresário.

(Ex1: A Associação atlética de futebol que tem vários acionistas que contribuem

com esse clube. É empresário? Lógico que não! Porque a atividade não é de lucro.

Ex2: Três médicos se unem e montam uma sociedade civil objetivando minimizar os

valores do IR. Não é empresa porque não está objetivando lucro. Ganha naconsulta mais o lucro é indireto e não direto, portanto é empresária)

Page 9: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 9/27

2. Insolvência. A insolvência está ligada à inadimplência: E é

insolvente/inadimplente quem não tem ativo para pagar o passivo. Isto no plano

econômico tem o nome de insolvência econômica. A doutrina dá o nome de

insolvabilidade.- Quando o passivo da empresa é maior do que o ativo ele está insolvente.

- Art.756, II CPC: No momento de embargar o devedor civil (nada a ver comfalência), um dos requisitos é se ele demonstrar que o ativo é maior que o passivo

os embargos devem ser acolhidos- adotaram a insolvência econômica.

- A insolvência da falência( insolvência presumida) é outra, que é a pior que existe.

É a insolvência jurídica( ou financeira). É a chamada impontualidade injustificada:não pagou obrigação liquida e certa no prazo legal, quebrou!

- Art. 94 da lei 11101/05 – “É insolvente aquele que não paga no prazo legal

obrigação liquida e certa representada por titulo devidamente protestado”.

- não cabe falência abaixo de 40 salários mínimos , ou seja, para requerer a

falência do devedor comerciante a divida tem que ser igual ou acima de 40 salários

mínimos. Mas pode entrar com dois ou três credores e entrar com litisconsórcio.- A insolvência no Brasil tem outro problema,ela tem duas vertentes(é um sistema

hibrido):

Com relação aos títulos: Títulos que sejam obrigação líquida e certa devidamente

protestados(se não pagar titulo representativo de quantia liquida e certa no prazo

legal devidamente protestado= impontualidade injustificada). T

Mas também é insolvente por atos falimentares(quando ele pratica atos de falência)( Obs: atos de falência são todos presumíveis)

- A impontualidade injustificada é só para os títulos, que é a chamada insolvência

presumida.Mas também o é presumida os atos de falência. Se presume porque: liquidação

precipitada.

- O injustificado aqui está representado pelo art. 96 porque lá tem vários fatos queimpedem a decretação da falência no caso da insolvência. Portanto deve haver

 justificativa para o não pagamento( ex: prescrição do título, obrigação nula, etc)

- se o credor propõe pedido de falência por dolo, além de o credor perder, o juiz

deve condenar o credor no dolo. Ocorre só no dolo, não na culpa.

(Quando o juiz percebe que o credor propõe falência pra pressionar o credor pode

ser condenado sem reconvenção. Basta o devedor pedir na Contestação. Só no caso

de dolo que é a intenção de prejudicar o devedor propondo falência do devedor portitulo prescrito, obrigação nula ou paga, etc.)

- no Brasil, geralmente, a insolvência não é injustificada porque tem uma ação

cautelar chamada sustação de protestos (também aplicada no civil) que todo

devedor que leva seu titulo a protesto, ele propõe a cautelar. Nessa cautelar de

sustação de protesto se o juiz percebe que o titulo está prescrito, que houvedecadência, pago ou nulo, ele susta o protesto sem necessidade de fazer depósito.

Nesse caso não cabe falência.

3. Decretação da falência pelo juiz

.- Ação cautelar (ou processo cautelar) objetiva o processo principal: após a Ação

Cautelar é obrigado a propor o processo principal em trinta dias (Ação declaratóriade inexistência de divida cambiaria - quando é cambial/ Quando não é cambial -

Page 10: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 10/27

Ação declaratória de nulidade de titulo. Ou Ação declaratória de inexistência de

divida).

- Se não propõe em trinta dias o processo principal, o processo cautelar cai porque

ele é dependente do processo principal.- Se o juiz susta, se ele propõe uma ação declaratória de inexistência da divida por

nulidade do titulo, NÃO CABE FALENCIA.Obs: Condenação por dolo só existe no processo de falência. No processo civil é

litigância de má-fé.

C- NATUREZA JURIDICA DA RELAÇAO QUE EXISTE ENTRE O PEDIDO E ASENTENÇA

- o processo de falência começa com a sentença

- o processo da falência tem duas fases essenciais:

A primeira fase é um processo do credor em face do devedor(processo decognição).

A segunda fase, que é o verdadeiro processo falimentar, é o processo de execução

coletiva que começa com sentença e acaba com sentença. Começa com sentençade declaração da falência e acaba com a sentença de encerramento da falência. A

habilitação dos credores na segunda fase é que vai dar inicio realmente ao processo

de execução coletiva.( obs: Se processo tem duas fases no mesmo processo = processo sincrético)

- o processo inicial é individual(credor contra devedor): é um pedido preparatório, é

uma ação, é um processo ou pré processo do processo coletivo falimentar.

- Prova é que quando o juiz dá a sentença, ou ele decreta a falência e começa o

processo coletivo ou o juiz julga improcedente o pedido. Ou se o devedor deposita o

valor do debito junto com a contestação, o juiz julga aquilo como ação de cobrança.

a) Depósito Elisivo (de elidir, afastar): Na hipótese de o pedido ser baseado na

impontualidade (art.94, I e II), o devedor poderá, no prazo da contestação,

depositar o valor em dinheiro correspondente ao total do crédito, acrescido de

correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a falência

não será decretada. Com o depósito do valor pleiteado cessa a impontualidade,sendo, assim, elidida (afastada) a hipótese de falência. É um pressuposto negativo

da sentença de falência. Se o devedor fizer esse depósito, o juiz está proibido de

decretar a falência (caso o juiz decrete mesmo assim a falência, cabe mandado de

segurança contra ele).

- Esse depósito (chamado depósito elisivo da falência), que o réu deposita nomomento em que apresenta a defesa, é um pressuposto negativo da sentença de

Page 11: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 11/27

falência. Mas sugere uma outra sentença. Ou uma sentença de procedência do

pedido ou uma sentença de improcedência do pedido, porque, no momento em há

o depósito elisivo, a realização jurídica processual (autor e réu), transforma-se em

ação de cobrança. Há uma conversão processual. O processo de cognição paraapuração ou não da execução coletiva, transforma-se em ação de cobrança.

Exatamente porque o juiz está proibido de decretar a falência. Se por acaso o juizdecreta, não há a menor duvida que o veiculo mais rápido, mais fácil, mais lógico

contra a decisão escatológica dele, é o Mandado de Segurança(deverá ser dado a

liminar pelo Tribunal Superior porque o juiz está proibido de dar a sentença de

falência).- Superior Tribunal de Justiça- súmula nº. 23: que o depósito elisivo é eficaz se for

feito o depósito do principal, das custas, das despesas, inclusive do oficial de

  justiça, dos honorários, dos juros da mora de acordo com a lei e da correção

monetária até a data do depósito.

-Natureza Juridica do Depósito: NÃO é pagamento, tem que ser feito em dinheiro e

o prazo é preclusivo: Citou o réu, é facultado a fazer o depósito para discutir adefesa. E a defesa vira ataque. Ela tem como característica fundamental, na

falência, um tipo de ação dúplice porque a defesa feita pelo réu tem a qualidade de,

sem reconvenção, de um juiz apreciar a defesa e condenar o autor inclusive no dolo

– Art. 101 da Lei 11101/05 – “Quem por dolo requerer a falência de outrem será

condenado, na sentença que julgar improcedente o pedido, a indenizar o devedor,

apurando-se as perdas e danos em liquidação de sentença”.- Então nessa hipótese, portanto, a defesa vira ataque, quer dizer, a defesa vira

ação. Uma ação de pedido e uma ação de defesa.

- A natureza jurídica do depósito elisivo é – um depósito de garantia processual –porque como a falência para o devedor ou para a empresa devedora pode ocasionar

a morte da empresa, como a falência é um instituto drástico para o devedor, o

legislador criou esse depósito para que não ocorra eventualmente a falência. Entãoesse depósito é garantidor da não decretação da falência.

- Se ele é garantidor da não decretação da falência, ele é um pressuposto negativo

de desenvolvimento da relação processual.

(Obs1: o depósito elisivo só tem na falência e em matéria tributaria)

(Obs2: Se o depósito for pouca coisa inferior ao valor pleiteado, acontece a mesma

coisa que a consignação 890, CPC. O juiz intima o depositante e pede para que ele

complete)- 3 Possibilidades em relação ao depósito:

1.Se o réu fizer o depósito e a contestação for inepta: o juiz extingue o processo e

manda o autor levantar o depósito(O que ocorre é que ele acolhe a ação, acolhe o

pedido, aceita o depósito e extingue o processo e manda o autor levantar o

depósito).

2. Se o réu apresenta motivo justificado para ficar insolvente: o juiz tem que

apurar a defesa. A defesa, portanto, se torna praticamente uma ação. Se a defesa

não tem meios de provar via prova documental, o juiz deverá abrir a instrução.

Esta instrução na falência é uma instrução chamada probatória sumaria. Trêstestemunhas pra cada lado, e o juiz abre a instrução, apura a verificação da

Page 12: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 12/27

procedência da defesa. Se a defesa for procedente o juiz dá a seguinte

sentença:“Julgo improcedente o pedido e procedente a defesa e em conseqüência,

condeno o autor ao pagamento das custas e honorários advocatícios”.

- Determinando ao devedor que levante o depósito com todos os seus consectárioslegais.

- Esclarecendo: O autor ganhou a ação. Então o juiz julga procedente a ação eimprocedente a defesa. Ele julga os dois como se fosse reconvenção e manda o

autor levantar o depósito. Ele converte o depósito em pagamento e extingue o

processo.

3. O réu se defende, faz o depósito e alega que o autor agiu com dolo: ou o juiz

verifica o dolo pela prova apresentada ou ele abre instrução para apurar o

dolo(para o prof ele é obrigado a apurar o dolo porque a lei no artigo 101

determina que o juiz julgue o dolo no próprio pedido de falência).Nesta hipótese o

 juiz diz:“Julgo improcedente o pedido e julgo procedente a defesa condenando o

autor a pagar o dolo no valor de tanto. Determino que o réu levante a quantiadepositada devendo o processo prosseguir em execução para apurar o valor do

dolo”. Que é o processo sincrético.

- Não dá pra acabar aí porque o depósito feito não é do autor, mas do réu. Como o

réu levantou o depósito e como o autor foi condenado isso é ação de cobrança.

- O juiz fixa o dolo, e na minha ótica, o juiz não pode fixar um dolo genérico,

porque se ele julgar genérico ele tem que mandar para as vias ordinárias, o juizfixa o dolo e o processo prossegue. O réu levanta o valor depositado e o processo

continua contra o autor. O autor vira réu porque é ação de cobrança contra o autor.

Se ele não pagar, penhora os bens do autor.- Se quiser apurar culpa e dano moral, não pode ser no processo de falência, tem

que ser por vias ordinárias, vias próprias: é uma ação de responsabilidade civil por

ato ilícito decorrente de culpa e ato ilícito decorrente de dano moral.- Como o juiz fixou o dolo, se por acaso o réu entender que o dolo fixado é pouco,

ele pode pleitear em ação própria o aumento do dolo. Não no processo falimentar

em estudo, porque o dolo é fixado pelo juiz porque é um tipo de litigância de má-fé.

O dolo é matemático. A coisa julgada é “secundum eventus lites”. E o juiz não pode

dar o dolo se não tiver o pedido. Tem que pedir.

- Na falência só pode apurar o dolo. Se ele quer mais terá que ser em ação própria.

O juiz não pode julgar dano moral e nem culpa, caso contrário será nula asentença.

( não esquecer que o depósito não é obrigatório!!)

- Portanto, o juiz tem três vertentes:

• Decretar a falência

• Julgar improcedente

• Transformar a demanda em ação de cobrança e mandar o devedor pagar, ou

melhor, se o devedor fez o depósito, o juiz manda pagar o credor e acaba oprocesso.

( tem a 4: quando o autor age com dolo)

Page 13: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 13/27

b)NATUREZA JURÍDICA: é um processo individual preparatório do processo

principal, entre credor e devedor que tem por objetivo decretar ou não a falência ou

transformar esse processo em ação de cobrança.

c)TITULOS– se tem titulo, tem que ter protesto. Se não tiver protesto, juiz não

pode decretar a falência com base em titulo. A não ser nos casos de atos defalência Art. 94, III e seguintes da lei de falência.

- Protesto, portanto é o instrumento formal que é tirado no cartório dos títulos não

pagos no prazo legal, ou no caso de falência, nos casos que são levados a protesto

para efeito de falência.- Tem titulo que não precisa de protesto para mover ação executória.

Ex: cheque que a câmara de compensação faz as vezes do protesto. Art. 47, II da

lei 7537/97.

- Tem titulo que não pode ser protestado: quando o credor perdeu o prazo de 24

horas (promissória e cheque) ou de trinta dias (duplicata) para o protesto.

- Nada disso importa na falência (com relação ao protesto na falência). Se poracaso se perdeu o prazo para propor o protesto e se quiser propor ação de falência,

obrigatoriamente você tem que protestar.

(Se por acaso você perdeu este prazo e a lei de falência diz que tem que protestar,

você não perdeu o protesto, basta levar o titulo no cartório e pede para protestar

para efeitos falimentares- O escrivão não pode protestar por outro efeito porque

você perdeu o prazo legal)- efeito do Protesto: Ação regressiva executória contra avalista e seus endossantes.

Mover ação contra outros avalistas e endossantes.

- lei do cheque: Não precisa do protesto para mover ação contra seus endossantese avalista. Mas se você quiser propor a falência da empresa emitente, desde que a

empresa seja empresaria você é obrigado a propor o protesto. Você será carecedor

de a ação de falência.- Os efeitos do protesto falimentar são diferentes dos efeitos do protesto dos

títulos, muito embora o protesto seja obrigatório na falência.

- Se você não quer mover ação contra o devedor principal tem que pedir ao cartório

para que proteste duas vezes o titulo: Primeira vez para garantir o regresso, mas

como eu não quero regresso e sim pedir a falência do avalista, proteste a segunda

vez porque o avalista tem que ter ciência total do protesto para ser sujeito passivo

da falência. Portanto são dois protestos. Essa é uma questão resolvida pelo STF.- Na duplicata cabe falência com a prova da entrega da mercadoria mesmo que o

titulo seja protestado. O prof acha que também tem que ser protestada duas vezes:

por falta de pagamento e por falta de aceite porque vai mover ação de falência.

- não é só nos títulos cambiários que cabe a falência: todo e qualquer título desde

que a obrigação seja liquida e certa. Não precisa ser titulo judicial, extrajudicial,basta que a obrigação seja liquida e certa. Ex: recibo de condomínio apesar de não

caber ação executória, mas se tem contrato de locação escrito, determinou pagar, o

locador pagou e levou o recibo junto com o contrato ao cartório de protesto, a

 jurisprudência determina que existe falência.

- Cabe também falência na sentença estrangeira. A sentença estrangeira tem queter o “exequator” do STJ. Traduzida e com o exequator, a necessidade de liquidar a

Page 14: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 14/27

sentença, se o réu mora no Brasil liquida aqui, protesta a sentença e pede-se a

falência.

D- LEGITIMIDADE ATIVA PARA REQUERER A FALENCIA

1. O próprio devedor (empresário ou sociedade empresária) na hipótese de

(autofalência).Para ele requerer a falência há necessidade de apresentar todos os

documentos previstos no Art. 105. “Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao

 juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimentoda atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos:

I – demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercíciossociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido,confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável ecompostas obrigatoriamente de:

a) balanço patrimonial;

b) demonstração de resultados acumulados;

c) demonstração do resultado desde o último exercício social;

d) relatório do fluxo de caixa;

II – relação nominal dos credores, indicando endereço, importância,natureza e classificação dos respectivos créditos;

III – relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectivaestimativa de valor e documentos comprobatórios de propriedade;

IV – prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto emvigor ou, se não houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e arelação de seus bens pessoais;

V – os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe foremexigidos por lei;

VI – relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, comos respectivos endereços, suas funções e participação societária” 

( Obs: São os mesmos documentos exigidos na recuperação judicial, portanto é

melhor pedir recuperação do que falência direto!)

2. O cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o

inventariante que também poderão requerer a falência do espolio do devedorempresário.

“Se o empresário individual faleceu em estado de falência: a existência da pessoa natural termina com a morte( art. 6º C.C.) e a herança( patrimônio

Page 15: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 15/27

Page 16: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 16/27

receber. Então o direito não permite. Se ele tem ação de execução hipotecaria, não

vai pedir a falência. A jurisprudência é tranqüila nesse sentido.

Credor tributário NÃO PODE – Quase pelas mesmas razoes. Ele tem uma via mais

rápida. Pelo Art. 6º da lei de falência, todos os créditos ficam suspensos. Todas aspenhoras suspensas, todas as ações suspensas aguardando a habilitação. O crédito

tributário são se sujeita a qualquer habilitação, quer seja de execução individualquer seja execução coletiva. Então o crédito tributário não está sujeito a concurso

na execução coletiva.

Então como cobra o crédito tributário? Pela penhora. Se já decretou a falência, o

credor tributário entra com ação executória fiscal e a penhora cai nos autos dafalência.

Essa penhora tem valor em termos. Ela só é eficaz se por acaso sobrar dinheiro

depois que pagar os credores trabalhistas e acidentes do trabalho e os credores

hipotecários (pela lei nova) porque o crédito tributário está em 3º lugar.

( Se é assim, e você tem uma via executória, qual é a razão de o credor tributário

requerer a falência do devedor? Nenhuma.)

- os credores requerentes da falência podem ser empresários ou não, e o

título que apresentarem em juízo para legitimar seu pedido não precisam

ter natureza negocial.

5.Credor domiciliado fora do Brasil – Para requerer a falência do devedor, deve

prestar caução relativa à custas e ao pagamento de indenização, com vistas a

compensar o devedor, na hipótese de o pedido ser considerado doloso( ex: 20%).

E- INSOLVÊNCIA( ATOS DE FALÊNCIA)

- O direito brasileiro exige a insolvência para decretar a falência. Temos a

insolvência baseada em títulos e outra baseada em modo de proceder doempresário. Esta insolvência é presumida nos dois casos:

• No caso de titulo ela é presumida porque não exige a insolvência econômica

mais sim a insolvência financeira (alguns autores chamam de jurídica). É um

misto entre ato e título- art. 94, II da LFRE

• Na segunda insolvência também presumida é relacionada com os atos de

falência.“ Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:

I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação

líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma

ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do

 pedido de falência;

II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e

não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal;

1. Título

Page 17: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 17/27

- Proposta a execução comum por qualquer credor, este tem direito de propor a

falência ou a execução. A lei não difere quanto a isto.

- É uma exceção ao principio da unicidade da ação( pela unicidade: pode apenas

propor uma ação pra resolver o conflito): na falência o principio pode ser o daduplicidade da ação, ou seja, pode propor ação de falência contra o devedor

principal e concomitantemente propor ação executória contra o avalista. Podepropor as duas juntas. Pode propor também contra o fiador.

- Como se propôs a ação contra o avalista junto com o pedido de falência, ela é

feita com base na xérox dos títulos. Se o juiz exigir o original, o credor declina que

o titulo está no outro processo, o juiz faz vista e confirma que é o mesmo.- Pode propor as duas ações. O que não pode é receber duas vezes: se por acaso, o

avalista pagar, há necessidade de, na falência proposta contra o empresário,

descontar o valor pago.

- Neste caso, o avalista torna-se sucessor de acordo com os artigos 45 e 46 do

CPC. Ele torna-se sucessor do credor e para ele, avalista, receber, tem que habilitar

na falência( se a falência for decretada).

“Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privadocom a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida,quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo,averbando-se no registro todas as alterações por que passar o atoconstitutivo.

 Art. 46. O registro declarará:

I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social,

quando houver;

II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dosdiretores;

III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;

IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de quemodo;

V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigaçõessociais;

VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso”.

- O avalista tem que habilitar o crédito porque, se for decretada a falência, ele

passa a ser credor por sucessão, porque ele pagou na ação de execução então tem

direito de receber na ação de falência. Isso porque o devedor principal é o

empresário, se esse faliu ou a empresa faliu, o avalista que pagou na ação de

execução tem que receber o valor pago.

- O avalista que pagou deve tirar certidões ou cópias do valor pago e habilitar seucrédito que é crédito quirografário.

Page 18: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 18/27

- Se não decretada a falência, porque o credor e devedor fizeram acordo, o avalista

tem direito a assumir o pleito e pedir a falência do devedor por falta de pagamento

do titulo dele. Há, portanto, a sucessão no processo.

-artigo 94: “Será decretada a falência do devedor que: II – executado por qualquerquantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes

dentro do prazo legal”.

2- Atos de Falência

- O credor propõe ação de execução de títulos contra o devedor empresário.

- Proposta a ação, se o devedor empresário se esconde da citação, é ato defalência, ou seja, o credor pode, com base nisso, mover ação de falência contra ele.

Ou seja, o credor tira uma certidão a respeito do ocorrido na ação de execução(

que o devedor não cumpriu com sua obrigação executória) e propõe a ação de

falência sem a necessidade de protesto.

- Se o titulo for contestado o protesto é um dado apenas para caracterizar a

insolvência do devedor porque a lei não exige protesto para mover ação deexecução contra devedor principal.

- Movida ação de execução contra o devedor principal, o devedor (supondo que ele

seja citado), deve apresentar bens à penhora. Se não apresentar os bens à penhora

ou se não pagar no prazo legal o credor, se não tem bens a ser penhorado, ou se o

ele, devedor, sumir com os bens penhorados, o credor tira certidão do ocorrido e

promove a falência no devedor principal. É possível isso sem a necessidade doprotesto.

- É um tipo de execução de titulo sem protesto. Porque o devedor não cumpriu

com sua obrigação executória que é pagar. A execução aí é para defender-se dotitulo. Sendo assim, é obrigado a apresentar bens a penhora e se não pagar enseja

pedido de falência.

- A lei nova de execução não exige mais a penhora para os embargos (naexecução). Ou seja, pode-se embargar o devedor executado sem penhora.

- O STJ , em vários acórdãos, tem dito: Não há necessidade de extinção do

processo executório para propor pedido de falência.

- O credor pode até suspender o processo executório e mover ação de falência. Ou

seja, suspende o processo executório, pega uma certidão do escrivão e vai move a

ação de falência, se na falência não der certo, volta-se para o processo executório.

- Não há restrição alguma com relação a esse dado.- O que não pode, neste caso, é cobrar honorários.

- Os atos de falência são muito importantes porque tem um relacionamento

umbilical com a revogação dos atos do falido: na falência, o juiz quando a decreta,

é obrigado retrotrair a falência para a data do primeiro protesto e marcar um prazo

até noventa dias que ele entenda que o falido estava falido. Por isso que é tudopresunção.

Ex: O juiz dá a sentença hoje, vai no processo e verifica quando ocorreu o primeiro

protesto. O 1º ocorreu dia 31/12/08. O juiz, na sentença tem que dizer o seguinte:

O termo legal da falência ocorre quarenta dias antes do 1º protesto. Ora se o

protesto foi feito dia 31/12/08, volta-se pra trás quarenta dias. Sendo, portanto dia21/11/08. Do dia 21 até esta data, todos os atos praticados pelo falido de

Page 19: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 19/27

transferência de bens e de gravar créditos, não produzem efeitos com relação a

execução e a massa.

- Esses atos valem para todos os efeitos, menos para o processo da falência. Se poracaso a falência não for decretada, vale. Se o devedor pagar todas as dividas, vale.

- Se por acaso for doação ou renuncia de herança, o prazo é maior: 2 anos.- Portanto, existem dois prazos: Um que é chamado de termo judicial que o juiz

fixa. O outro que é chamado de termo legal, que é esse de 2 anos.

- Havendo estes dados, não há necessidade de o juiz exigir uma ação de fraude a

execução ou de fraude chamada ação pauliana falencial para impor a ineficácia.Ex: se o juiz fixou dia 21 de novembro como a data que ele retroagiu para o efeito

de tornar ineficaz os atos praticados e descritos no artigo 129, do dia 21 de

novembro pra cá, não há necessidade de ação porque é a fraude chamada in ré

ipsa = é fraude que não se discute. Não há necessidade de provar o animus

fraudandi.

- Pode-se mover processo no caso de fraude contra credores. Aí sim o caso seria:

No dia 22 de novembro o falido deu a uma senhora, que era credora quirografária

teve seu crédito transformado de quirografário para hipotecário( ou seja teve

direito a receber seu pagamento antes): se decretada a falência, não vale. O juiz,

 “com uma canetada só”, torna essa transformação ineficaz. A senhora volta a ser

credora quirografária porque violenta o principio vetor do direito falimentar que é oda igualdade na falência.Todos têm que ser iguais de acordo com seu crédito e no

patamar do seu crédito.Portanto o quirografário não pode ser agraciado com

hipoteca, porque está violentando o outro credor quirografário(no caso da hipotecahá a necessidade de ir ao cartório de imóveis para tornar ineficaz o registro da

hipoteca).

- Mas, se a hipoteca foi dada dia 18 de novembro( antes do prazo) tem que movera ação pauliana, Tem que provar o “animus decandi” que é o animo de causar

dano.

- O prazo para o juiz fixar é 90 dias, ou seja, não pode retroagir mais que 90 dias.

- Pode considerar também a data da proposta da recuperação transformada em

falência. Ou da data que o espólio pleiteou a autofalência, aí da data da

distribuição.

- Se o juiz não fixar a data, cabe agravo: neste caso, o tribunal é obrigado a fixar. Ese por acaso não for aceito o agravo, cabe mandado de segurança(Para o Rezende

também cabe liminar).

- O desembargador relator não pode fixar o prazo. A lei deu esta competência

vinculativa ao juiz de 1º grau. O desembargador tem que, do provimento ao

agravo, determinar imediatamente o magistrado de fixar o prazo.- Se mesmo assim o juiz não fixar, cabe reclamação para órgão especial do tribunal

de justiça e representação para o conselho superior da magistratura para o juiz ser

punido.

- No caso de o juiz transformar a falência em recuperação, a doação, durante o

prazo fixado, é perfeita.- A ineficacia da falencia nao é erga omnes e sim ad omnes, para a falencia apenas.

Page 20: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 20/27

- Se por acaso resolveu o problema da falencia, a doação é perfeita e vale.

- A lei diz: Se o juiz decratar a falencia, deve retrotrair os efeitos dela, do primeiro

protesto, da distribuiçao ou da data que foi proposta a açao.

- Antes, na hipótese de do termo legal( quando a lei fixa o prazo) cabia ação deineficácia parcial (os atos praticados naquele período não produzem efeitos na

falência). No caso do termo judicial cabia Ação Pauliana falêncial.- Agora não há mais necessidade dessa ação, como não há necessidade da fraude a

execução(a fraude a execução e a ineficácia parcial são idênticas, a pauliana

falencial e a pauliana civil tem os mesmos pressupostos, são iguais): O problema

que existe é situar-se no processo. Se tem falência, é falencial, se não tem falência,é Pauliana civil, se tem falência, é ineficácia parcial, se não tem falência (vender

bens depois da penhora) só tem fraude à execução depois da execução( neste caso

o STJ exige a penhora).

-O artigo 94 diz o seguinte: “O empresário não pode fazer liquidação precipitada de

seu ativo”.- Liquidação precipitada é liquidar com o objetivo de fraudar.

- Essa liquidação precipitada, embora não haja um relacionamento intimo

doutrinário, ela só existe se houver fraude. É uma liquidação fraudulenta ou uma

presunção de fraude. Ë também lançar mão de meio ruinoso ou fraudulento para

realizar pagamentos.

Ex: a) Se o contrato prevê pagamento em espécie e a pessoa paga em dólar.b) Usa um outro meio que para a empresa, naquele momento, é um meio que vai

arruinar a empresa. Ou tira o meio do capital de giro. Ou faz financiamentos

absurdos com juros altos para fazer pagamentos. Ou vai ao agiota e pega dinheiroa 20% para efetuar pagamentos.

Todas essas hipóteses são atos de falência.

Na hipótese “b”, é negocio simulado. Art. 167 CC. É um negocio aparentemente deuma forma mas na sua essência, é outro. Negocio simulado é fazer o mutuo

(empréstimo) e vincular a uma retro venda - simula-se uma compra e venda com

retro venda e embutido na retro venda está o mutuo com juros altos.

O negocio simulado e o negocio discimulado ensejam a falencia.

(Obs1- Transferir estabelecimento a terceiro - Para fazer isso tem que ter o

consentimento de todos os credores. Se por acaso, os credores abrirem mão, pode.Ou se fizer uma novação de dividada com os credores e eles concordarem com a

novaçao, pode).

(Obs2- Quando o credor ausenta-se sem deixar representante legal – O juiz, na

falência, tem que nomear um curador).

(Obs3:A ação pauliana consiste numa ação pessoal movida por credores com

intenção de anular negócio jurídico feito por devedores  insolventes com bens que

seriam usados para pagamento da dívida numa ação de execução. A ação pauliana

pode ser ajuizada sem a necessidade de uma ação de execução anterior.A ação pauliana é movida contra todos os integrantes do ato fraudulento:

Page 21: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 21/27

- devedor insolvente

- pessoa que com ele celebrou o negócio

- terceiro adquirente que agiu de má-fé).

 As modalidades de atos falenciais caracterizadoras do estado de insolvência

do devedor são 7, descritas no inc III do art. 94.

“III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação

 judicial:

a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou 

fraudulento para realizar pagamentos;

b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos

ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a

terceiro, credor ou não;

c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os

credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;

d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a

legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;

e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens

livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;

f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar 

os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua

sede ou de seu principal estabelecimento;

g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação

 judicial.

a) Se refere à venda dos bens que compõem o patrimônio da sociedadeempresária ou do empresário individual, sem pagamento dos

credores então existentes. Exemplo de liquidação preciptada é a

venda de mercadorias ou bens ativos a preço abaixo do custo.

Meios ruinosos são os que consistem na prática de negócios

arriscados ou sujeitos exclusivamente à sorte, bem como atos de

liberalidade ou gastos excessivos e prodigalidade Ex: empréstimo a

  juros excessivos, alienação de máquinas ou instrumentos

indispensáveis ao exercício do comércio.

Meios fraudulentos são artifícios de má-fé, caracterizado por dolo ou

engano malicioso, visando à ocultação da verdade ou fuga do

cumprimento do dever. Pressupõe a intenção de causar prejuízo a 3º

. Ex: oferecimento de garantia ao credor em detrimento do outro,

simulação de negócio.

f) Ausência do empresário ou de seu representante com poderes e

recursos suficientes, o abono ou ocultação como situação indicativas

de real estado de falência.

g) Pedido falimentar incidental a recuperação judicial deferida,

quaisquer que sejam suas modalidades( ordinária, judicial especial ou

extrajudicial)

Page 22: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 22/27

F- DEFESA NA FALENCIA

1. Melhores defesas- São duas:

a) Depósito elisivo

b) Apresentar recuperação judicial – que não existia na lei antiga. O juiz é

obrigado a suspender o processo falimentar e mandar processar a

recuperação. Se der certo, terminou a falência, se der errado o juiz convocaa recuperação em falência.

“Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de

10 (dez) dias.Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do

art. 94 desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o

valor correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária,

  juros e honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será

decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o

levantamento do valor pelo autor” .

- O depósito elisivo tem natureza jurídica eminentemente processual, porque

garante ao devedor a impossibilidade de “quebrar” e figura como pressupostonegativo da sentença. Por que feito o depósito elisivo, de acordo com o Art. 98parágrafo único da Lei, que é a repetição da sumula 29 do STJ, o juiz esta proibido

de decretar a falência. Se por acaso o juiz mesmo assim decretar a falência, na

ótica do Rezende, cabe até mandado de segurança contra ele porque o MS é o

veiculo mais rápido que o credor tem por ser muito forte o dano falimentar.- Mas o recurso cabível é o Agravo e tem liminar também que pode ser proposto

perante o relator e o relator, se não conceder a liminar, aí sim, é possível até,mover-se a ação de Mandado de segurança contra o relator.

- O depósito elisivo muda o ambiente processual. Pelo seguinte: feito o depósito

elisivo, e se a defesa apresentar uma exceção de dolo, o juiz aprecia em conjunto apetição inicial e a defesa como se fosse reconvenção. E se por acaso, o juizentender que é improcedente o pedido e procedente a exceção de dolo, ele condena

o autor a pagar ao réu o dolo, e o Rezende entende que a ação de cognição paraapurar se cabe falência ou não, transforma-se em ação de cobrança porque não

tem outro tipo de demanda a ser titulada aí.

- Então se transforma a ação. Como o juiz julgou procedente a defesa e

improcedente o pedido, há uma transformação, há um processo sincrético e aexecução do dolo e dos honorários, custas, se faz no próprio processo de cognição

do pedido de falência.

- Se por acaso ocorrer o depósito e se o réu perder na argumentação jurídica, o juiz julga procedente o pedido sem poder declarar a falência. Isso porque o réu não tem

Page 23: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 23/27

razão, então, veja como transforma também em ação de cobrança. O que ocorre é

que o juiz é obrigado a transformar o depósito em pagamento, só aí que

transforma, na sentença final.

-Aí ele transforma o depósito em pagamento, o autor levanta o depósito,exatamente com custa, juros e honorários (10% do valor da ação principal) e o juiz

extingue o processo. Nesse caso não há execução porque o autor levanta o dinheiroe como ele se paga, o juiz não tem o que fazer se não extinguir o processo, e não

há a execução.

- Pode ocorrer também que, o réu deposita e se torna revel porque não apresenta

defesa. Então o juiz julga procedente a ação, estabelece a revelia e manda o autorlevantar o depósito e extingue o processo. Só que ocorre o seguinte: Na falência o

 juiz tem que tomar o cuidado porque a revelia não é automática. O STJ em vários

casos reformou decisão de juiz de 1º grau, que acatou a revelia sem que a inicial

tivesse substrato para a procedência da ação.

Porque aí, com a revelia, o julgamento é antecipado.

- A revelia não induz a procedência. Há necessidade de viabilidade do pedido parase decretar a revelia. E há uma circunstância importante que é a processual: o juiz,

a principio, não pode apreciar matéria de exceção se não for alegado pelo réu. Mas

aqui como tem a exceção( que na verdade não é exceção e sim objeção) e ele

pode.

- O juiz pode apreciar de oficio, sem o réu provocar, a coisa julgada, a

litispendência. E agora pela lei nova, a prescrição que era matéria de exceção, setornou, pela última lei, objeção. Porque a última lei, que é o artigo 219 do CPC, foi

clara ao dizer que não há necessidade de o réu apresentar exceção de prescrição

para decretar a prescrição. O juiz pode, de oficio, decretar a prescrição. Aprescrição, portanto, tornou-se matéria de direito indisponível porque a prescrição

tornou-se, com a lei nova, praticamente uma decadência (para efeitos processuais

apenas).- Alguns autores e alguma jurisprudência (na visão do Rezende está incorreta) têm

dito que algumas matérias, se o réu não apresentar exceção, o juiz não pode

apreciar.

- A lei processual não fala nada e esta matéria em que o juiz aprecia ou não a

prescrição, é matéria estritamente processual.

- A lei processual é matéria de ordem pública e a lei é publica. O processo é dirigido

pelo juiz e se ele diz que a prescrição virou decadência para efeitos processuais,acabou. O juiz pode apreciar.

- A jurisprudência pelo STJ assinalou que para que o juiz acolha o pedido e decretar

a revelia, há necessidade de o pedido estar enquadrado como pedido possível e

viável. Se não, o juiz estará decidindo contra a lei.

- O artigo 96 que fala sobre a defesa, apresenta vários tipos de defesa. Essasdefesas não são enumerativas como, por exemplo, na ação de consignação e

pagamento, que é enumerativa, onde você só pode defender diante daqueles fatos,

chamado de secundum eventum lites.

- No art. 96, não: a defesa é exemplificativa porque a lei de falência resolveu dizer

que as defesas mais comuns são essas. Mas no direito obrigacional, que é o caso

Page 24: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 24/27

aqui, temos vários tipos de defesa. Portanto As defesas do artigo 96 não são

enumerativas, mas sim, exemplificativas.

“Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput , desta

Lei, não será decretada se o requerido provar:

I – falsidade de título;

II – prescrição;

III – nulidade de obrigação ou de título;

IV – pagamento da dívida;

V – qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não

legitime a cobrança de título;

VI – vício em protesto ou em seu instrumento;

VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da

contestação, observados os requisitos do art. 51 desta Lei;

VIII – cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes

do pedido de falência, comprovada por documento hábil do Registro Público

de Empresas, o qual não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao

ato registrado.

§ 1o Não será decretada a falência de sociedade anônima após

liquidado e partilhado seu ativo nem do espólio após 1 (um) ano da mortedo devedor.

§ 2o As defesas previstas nos incisos I a VI do caput deste artigo não

obstam a decretação de falência se, ao final, restarem obrigações não

atingidas pelas defesas em montante que supere o limite previsto naquele

dispositivo”.

- Defesas:

I- Falsidade do titulo – a falsidade aqui, é material ou ideológica, as duas falsidades

estão alternadas deste inciso I. Porem há diferença entre as duas. Uma é falsidade

documental e resolve-se pela perícia, a outra é falsidade de pensamento, ideológica

(criar no documento uma manifestação de vontade que jamais existiu).- A falsidade material que geralmente acontece é do titulo. Adulteração ou alteração

do titulo.

- Mas as vezes, essa falsidade material também é ideológica, existem aí as duas, a

material e a ideológica.

- Rezende conta um caso do fazendeiro analfabeto que deu um cheque em branco

para o sobrinho preencher e ao invés de colocar $3000, colocou $300.000.Nestecaso a falsidade é material porque o titulo seria de $3000 e foi colocado $300.000.

Page 25: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 25/27

Mas o Rezende quando deu a decisão desse caso achou que era mais ideológica do

que material porque quem estabeleceu os valores foi o próprio beneficiário.

- Falsidade material existe mesmo quando há alteração. Duplicata fria, por

exemplo, não é falsidade material e ideológica.

II- Prescrição –o juiz pode, de oficio, apreciar a prescrição. A prescrição dos títulosé diferente porque os prazos prescricionais em alguns títulos são muito curtos. Ex:

cheque que prescreve em sete meses. Quer dizer que, se passar oito meses, e

propôs a falência, está prescrito. O juiz pode apreciar de oficio. Se o réu se tornar

revel, também pode o juiz apreciar de oficio. A prescrição é, portanto, bemreduzida.

- Na lei anterior tinha também a figura da decadência (hoje não mais) e ninguém

nunca conseguiu fazer a distinção entre prescrição e decadência. Isso porque a lei

sempre foi dúbia.

- Temos que ver prescrição ou decadência de acordo com as ações: Toda ação

condenatória é uma ação prescricional e toda ação constitutiva é uma açãodecadencial e todas as ações declaratórias são imprescritíveis. É uma regra

genérica, talvez em um ou outro caso não dê para aplicar, mas em 90% dos casos

sim.

Ex: Direito de família – decadência porque é constituição do direito. Casamento

constitui e divorcio desconstitui.

- O Novo Código Civil têm, item por item, as hipóteses de prescrição. Quando

houver dúvida é só olhar no código.

- Ação monitoria – é titulo judicial. Desde que seja julgada procedente a monitoria,

protesta e pede falência (o réu tem que ser empresário).

III- Nulidade de obrigação ou de título – Essa nulidade é ligada com fraude ou

simulação (art. 169, CC). A nulidade não do titulo, mas da obrigação.

- O titulo é nulo ou é deficiente. Há necessidade de verificar no titulo de crédito o

principio básico.

- Titulo de crédito nem sempre é nulo com a emissão. Para que ocorra a nulidade

absoluta do titulo de crédito, tem que ser nula as emissões e nulos os avais. Ou

nascer falso.- O titulo de crédito é nulo nas seguintes hipóteses: Hipnose, emitido por alguém

completamente doido. É nulo quando há coação física. É nulo com relação á aquele

que emitiu o titulo, mas não é nulo com relação aos outros. Se for coação moral, o

titulo é valido.

- A nulidade do titulo ocorre quando ele é confeccionado nulo. Como o caso do

fazendeiro. E naquele caso se o sobrinho endossasse com terceiro e o terceiro

propusesse ação e provasse que pagou para o sobrinho, o tio teria perdido a

fazenda porque o endossante era terceiro de boa-fé.

IV- Pagamento da dívida

Page 26: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 26/27

VI- Vício em protesto ou em seu instrumento – Tem muito protesto nulo pelo falso.

Quando isso ocorre?

Ex: fulano adquire determinado bem, não sabe, expede a duplicata, o titulo vai praprotesto, o rapaz do protesto diz que intimou mas na verdade não intimou. É nulo –

falsidade ideológica/ Vicio do protesto.Outro exemplo é protestar sentença ilíquida, nulo! A sentença tem quer ser liquida.

VIII- Cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do pedido

de falência, comprovada por documento hábil do Registro Público de Empresas, oqual não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao ato registrado.Tomar

cuidado com esse Inciso! 

- Na lei anterior, nas sociedades de responsabilidade ilimitada, o réu nunca foi para

falência. Ele sofria os efeitos da falência. Quando o juiz decretava a falência da

empresa, o sindico era obrigado a arrecadar os bens da empresa e também de cada

devedor solidário.- Na nova lei acontece o seguinte: Vai pra falência também por responsabilidade

solidária.

- Vai pra falência também nas sociedades de responsabilidade solidária quando o

solidário não paga o titulo no prazo legal.

- Vai pra falência tanto a empresa quanto o solidário. Nesse inciso VIII diz o

seguinte: O solidário não vai pra falência quando ele deixa a sociedade e fica pordois anos fora dela. Nesse espaço de tempo até dois anos, o solidário é

responsável. E se a empresa também cessou as atividades a mais de dois anos

também não tem falência. Mas essa cessação, tem que ser registrada na juntacomercial.

- A cessação que ocorre normalmente aqui é a DE FATO aonde vai todo mundo para

falência.- Não é o sócio de toda sociedade que vai para falência. Na sociedade limitada e

S/A, o sócio está fora porque não tem responsabilidade solidária e sim limitada.

- Vai pra falência o sócio da sociedade irregular, conta de participação, sociedade

em comandita (sócio comanditado e não o comanditário) e também na sociedade

comandita por ações.

- Sociedade anônima não vai pra falência na hipótese de ser dissolvida, liquidada e

partilhado o ativo.  Justifica-se a elisão da falência, pois a sociedade anônimacaracteriza-se como uma sociedade exclusivamente de capital, de modo

que, uma vez liquidado e partilhado seu ativo, não haverá mais ativo a ser 

atingido por uma eventual falência.

- O espólio é após um ano da morte do devedor. O prazo é decadencial. Morreu,

passou um ano, acabou. Nesta hipótese, entendeu por bem o legislador,

incluí-la no rol das hipóteses elisivas, dando a entender que o decurso do

tempo entre o falecimento do devedor empresário e o pedido de falência

faria desaparecer a natureza empresarial que anteriormente justificava a

submissão do devedor e seu patrimônio ao regime falimentar.

Page 27: 16981140 Resumo de Dir Falimentar

8/9/2019 16981140 Resumo de Dir Falimentar

http://slidepdf.com/reader/full/16981140-resumo-de-dir-falimentar 27/27

- Mas aberto o inventario e tendo empresa, o juiz suspende o inventario para

apurar o que tem na empresa para partilhar o ativo. Se os herdeiros tocarem a

empresa pra frente e se por acaso passou um ano, vai pra falência também.

- Aqui nesse caso, só se aplica, na ótica do Rezende, é se: fulano morreu, éempresário individual e não tem inventario e ninguém toca o negocio, passou um

ano, acabou. O prazo é decadencial. Mas se for aberto o inventario, o juiz doinventario, quando tem empresa, ele tem que suspender os efeitos do próprio

inventario para apurar o ativo e o passivo da empresa, e os herdeiros tocam a

empresa, então não tem esse prazo.

“outras defesas que podem ser alegadas e que não estão elencadas no art.96:

• O devedor não é empresário;

•  A obrigação não é líquida;

•  A dívida não está vencida;

• O título não foi protestado, logo, não há impontualidade;

• Etc”