27
XX 48 17 a 19/03/2012 * “Algum ficha suja pode se candidatar” - p.01 * Prisioneiros do sistema - p.11 * O nó da irresponsabilidade fiscal - p.22

17 a 19 Março 2012

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Clipping Digital

Citation preview

Page 1: 17 a 19 Março 2012

XX 48 17 a 19/03/2012

* “Algum ficha suja pode se candidatar” - p.01

* Prisioneiros do sistema - p.11

* O nó da irresponsabilidade fiscal - p.22

Page 2: 17 a 19 Março 2012

hoje em dia - P.06 - 19.03.2012

01

Page 3: 17 a 19 Março 2012

jornal aqui - P. 10 - 18.03.2012

ConT... hoje em dia - P.06 - 19.03.2012

02

Page 4: 17 a 19 Março 2012

Landercy HemersonO edital que vai ampliar a frota de

táxi em Belo Horizonte deve sofrer al-terações nos próximos dias. Em reunião ontem entre representantes do Ministério Público estadual (MP) e da BHTrans, empresa que gerencia o trânsito na ca-pital, foi discutida a reserva de 10% das 545 permissões para táxis convencionais para deficientes. Na licitação constam ainda 60 concessões destinadas a pesso-as jurídicas, que são veículos adaptados para o transporte de passageiros com deficiência. A frota atual da cidade é de 5.935 táxis e com a licitação vai saltar 6.450 permissões. O MP defende um to-tal de 7 mil carros no sistema da capital.

A BHTrans não confirmou ontem a possibilidade de reserva de cota para taxistas portadores de deficiência. A em-presa informou que o edital não apresen-ta restrições a inscrições nesse sentido. No MP foi confirmada a reunião de on-tem entre a direção da empresa e a pro-motora de Defesa do Patrimônio Público Patrícia Medina Varotto de Almeida, em que ficou acertada a retificação do edital, cuja inscrições estarão abertas entre 16 e 21 de abril.

De acordo com o vereador Leonardo Mattos (PV), na quinta-feira foi realiza-da audiência pública na Comissão de De-senvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário da Câmara Municipal. No encontro para discutir os critérios exigidos no processo licitatório para a concessão das 545 permissões de táxi, a assessoria do vereador alertou o presi-dente da BHTrans, Ramon Victor César, sobre a necessidade de se estabelecer uma cota para profissionais portadores de deficiência.

“A Lei Municipal 9.078/2005 be-neficia os portadores de deficiência com reserva de cota. Em seu artigo 59, esta-belece uma reserva de 10% das vagas em licitações de implantação comercial, concessões e permissões de serviços. No caso dos taxistas, trata-se de uma permissão de serviço”, afirmou. Com a aplicação da cota estabelecida na legis-

lação, a BHTrans teria que reservar pelo menos 54 vagas aos deficientes, das 545 permissões dos táxis convencionais. As outras 60 concessões se destinam a pes-soas jurídicas. iGualdade

O analista financeiro Sandro Waldez de Souza Oliveira, de 33, é cadeirante, devido uma tetraparesia, e afirma que procurou a BHTrans para informar sobre a reserva de vagas para os profissionais portadores de deficiência. “Me disseram que não foram reservadas as vagas no edital, para garantir a igualdade de opor-tunidades. Só que no mercado de táxi não há oportunidades para deficientes. Desde 2009, depois que fiz o curso de capaci-tação de operador do transporte públi-co, exigido para que motoristas possam trabalhar com táxi, tenho sem sucesso trabalhar na área. procurei empresas e sugeri arcar com os custos da adaptações no veículo, mas não me deram oportuni-dade”, reclamou.

Segundo Sandro, em 1995 a licitação para novos táxis reservou 37 vagas para os profissionais portadores de deficiên-cia. Desses, atualmente só dois estão tra-balhando na capital. Para ele, a BHTrans poderia ter reservado pelo menos essas 35 permissões para os deficientes. Ao saber da possibilidade de mudanças no edital, com a abertura de 54 concessões especí-ficas, ele comemorou: “Será um mercado aberto para os portadores de deficiência. Há uma demanda desses profissionais, já que 20% dos brasileiros possuem algum tipo de deficiência, sendo 6,8% relati-vos a questões motora, e buscam melhor oportunidade de trabalho”.

As inscrições estarão abertas de 16 a 21 de abril e, em seguida, o candidato deverá apresentar na BHTrans, entre 23 e 27 de abril, o documento de habilitação e a proposta técnica, detalhando como o serviço será prestado. No dia 4 de maio, será realizada sessão pública para aber-tura das propostas.Nelas deverão ser in-formadas as características do veículo, que definirão sua classificação.

esTado de minas – P. 21- 17.03.2012TransPorTe PÚBliCo

Cota para taxista deficiente Ministério Público negocia com BHTrans reserva de 10% dos 545 novos táxis para motoristas com deficiência. Licitação só prevê 60 veículos para passageiros com necessidades especiais

03

Page 5: 17 a 19 Março 2012

Daniel Camargos*Uma polêmica toma conta de Congonhas, na Re-

gião Central do estado, distante 70 quilômetros de Belo Horizonte. De um lado, a Companhia Siderúrgica Na-cional (CSN), que tem planos de investir R$ 11 bilhões na cidade, construindo usinas e aumentando a área de mineração. Do outro, a preservação de um patrimônio muito valioso, considerado pela Unesco (Organização das Nações Unidas) como Patrimônio da Humanida-de: os 12 profetas no adro da Basílica do Senhor Bom Jesus do Matosinhos, obra do gênio barroco Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.

O embate acontece porque o Morro do Engenho, parte da Serra da Casa de Pedra, é rico em minério de ferro, e a CSN quer tirar essa riqueza de lá e trans-formar em aço, que tem diversas finalidades – como fabricar automóveis, por exemplo – além de gerar 20 mil empregos, o que corresponde a quase metade da população de Congonhas.

Só que esse mesmo morro é a moldura natural dos 12 profetas esculpidos por Aleijadinho, e se deterio-rado irá tirar as características da obra. O Morro do

Engenho tem também 29 pontos de captação de água e responde por 50% do abastecimento de água da ci-dade. A decisão sobre o que acontecerá com o Morro está nas mãos dos nove vereadores da cidade. Em maio eles vão votar um projeto de lei que limita o avanço da mineração.

Enquanto isso, a CSN apresentou um projeto para defender seus interesses. Além disso, a empresa vincu-la todo o investimento à ampliação da mineração. Na última eleição a empresa deu dinheiro para a campanha de todos os vereadores, mas só três se reelegeram. Um deles, o presidente da Câmara, Eduardo Matosinhos, é o maior defensor dos interesses da CSN no plenário.

Caso os vereadores votem pela ampliação da mi-neração, o Ministério Público de Minas Gerais afirma que irá pedir para que a cidade deixe de ser Patrimônio da Humanidade, título conquistado em 1985. Se isso acontecer é péssimo para Congonhas, que perde gran-de parte do potencial turístico, além de deixar de ser uma referência mundial.

*Daniel é repórter da Editoria de Política

esTado de minas - P. 05 - 19.03.2012 - Caderno Gurise liGa

Patrimônio em risco SAIBA POR QUE ESTE TEMA VIROU NOTÍCIA: POLÊMICA EM CONGONHAS

O morro que está no centro da discussão é a moldura natural dos 12 profetas esculpidos por Aleijadinho

(Euler Júnior/EM/D.A Press)

04

Page 6: 17 a 19 Março 2012

hoje em dia - P. 03 - 17.03.2012

05

Page 7: 17 a 19 Março 2012

ConT... hoje em dia - P. 03 - 17.03.2012

06

Page 8: 17 a 19 Março 2012

esTado de minas - P. 19 - 19.03.2012

07

Page 9: 17 a 19 Março 2012

meTro - P. 04 - 19.03.2012

o TemPo - P.15 e 16 - 19.03.2012

Sobreviventes da Barraginha ainda temem nova tragédia

Pesquisa do SUS -São João Batista do Glória tem hospital bem equipado, leitos vazios e moradores satisfeitos

Município-modelo em saúde quer importar pacientesRAFAEL ROCHASão João Batista do Glória. A cena

é incomum: um hospital público com equipamentos modernos, leitos vazios e falta de pacientes. Em seus corre-dores, em vez de reclamar, os poucos pacientes internados só fazem elogios. Nos postos de saúde, organização, presteza no atendimento, infraestrutura e instalações de dar inveja a qualquer consultório médico particular. Na pe-quena São João Batista do Glória, no Sul de Minas, encontrar alguém que esteja insatisfeito com o sistema públi-co de saúde é tarefa para persistentes. A cidade de 7.000 habitantes ficou em primeiro lugar no Estado no Índice de Desempenho do SUS (IDSUS), divul-gado pelo Ministério da Saúde (MS) no início do mês - tirou nota 7,94.

Com toda oferta de saúde, o hospi-

tal da cidade exibe leitos vazios e alas com baixas taxas de ocupação. A re-portagem teve acesso a modernas salas de cirurgia à espera de pacientes, cada uma com instalações e equipamentos sem uso constante. Com tanto espaço ocioso, a prefeitura, agora, tenta fazer convênios com cidades próximas para que levem seus moradores para serem tratados ali.

Quem mora na cidade tem acesso garantido aos serviços de saúde, seja na área urbana ou rural - no local há obstetra, urologista, ginecologista, psi-quiatra, entre outros especialistas. Em média, cem consultas são feitas por dia. Até quem precisa de pequenas cirur-gias, como de hérnia ou vesícula, não precisa ir até outro município; o hospi-tal público oferece tudo. Nos 24 itens avaliados pelo MS, São João Batista do

Glória conseguiu nota dez em sete.A atenção constante oferecida

na saúde básica chama a atenção até mesmo dos moradores. A dona de casa Elaine Aparecida Martins, 33, tomou um susto quando a enfermeira foi até sua casa, na zona rural, semanas depois de ela ter passado por uma cirurgia de hérnia. Ela queria saber se a paciente se recuperava bem. “Até assustei, não sabia desse atendimento”, conta. Mes-mo morando longe do centro, ela con-segue atendimento médico constante - as equipes médicas do Programa Saúde da Família (PSF) vão até onde ela mora semanalmente. “Mesmo na roça, nunca passei aperto. A saúde aqui é ótima”, elogia.

O desespero e a agonia, comuns nas portarias das unidades de saúde em grandes cidades, não existem ali. En-

08

Page 10: 17 a 19 Março 2012

ConT... o TemPo - P.15 e 16 - 19.03.2012quanto aguardava pronto-atendimen-to para uma de suas filhas, que estava com mal-estar, a doméstica Inaldinéia Aparecida Martins, 36, demonstra-va confiança no atendimento médico. “Nasci aqui e sempre foi assim, fácil de conseguir atendimento, exames e vacinação”.

Os bons resultados podem ter ori-gem no investimento do Executivo. A Constituição exige que 15% do orça-mento das cidades seja usado na saúde. No caso do São João Batista do Glória, o percentual é de 29%. “Nosso diferen-cial está na parte financeira”, garante a secretária municipal de Saúde, Maria das Dores Reis.ProBlema

Mesmo quem reclama sabe que a demora só ocorre quando o paciente tem que ser levado para Passos, cida-de vizinha, o que acontece em casos de alta complexidade ou de uma consulta com especialista.

“Sempre uso o posto de saúde e o hospital daqui e dá certo. Mas, agora, aguardo há seis meses para fazer uma tomografia”, relata a trabalhadora rural Rosilene de Fátima Ferreira, 33.

Região Central tem três municípios

entre melhoresJequitibá. Três cidades da região

Central ficaram entre as 25 melhores, pela avaliação do Ministério da Saú-de. Jequitibá é uma delas e conseguiu nota 7,28. Ainda que pacientes do posto de saúde no centro do municí-pio façam elogios ao serviço público, basta uma ida até a zona rural para encontrar problemas, como um posto de saúde fechado.

Mesmo tendo uma unidade de saúde na porta de casa, a dona de casa Maria Aparecida Ferreira, 46, tem que andar muito para conseguir mé-dico. A unidade de saúde é usada pelo Programa Saúde da Família (PSF) e só abre uma vez por mês. “Já tive que andar 16 km até o centro para con-sultar”.

A secretária de Saúde, Carla de Jesus, diz que os agentes de saúde

compensam as falhas. “Eles cuidam muito bem dos pacientes”, garante. As outras duas cidades bem avalia-das na região Central são Biquinhas e Fortuna de Minas. (RRo)

odontomóvel

Soluções inovadoras garantem resultados

São João Batista do Glória. Oito médicos por dia disponíveis no hos-pital municipal, plantão médico 24 horas por dia e uma média de 15 ci-rurgias realizadas na cidade por mês. A saúde pública de São João Batis-ta do Glória, no Sul de Minas, exibe bons números, viabilizados, em gran-de parte, por ações criativas e inova-doras. É o caso do odontomóvel, con-sultório dentário que funciona em um trailer e vai aonde o paciente está em especial nas áreas rurais.

“É mais fácil o trailer ir até a roça do que eles (pacientes) virem até aqui”, avalia João Gomes de Vascon-celos, dentista na cidade há 18 anos. Nas escolas, os dentistas também marcam presença, realizando ações de escovação supervisionada. A cida-de ganhou nota 8,5 do ministério em atendimento de saúde bucal.seGredo

O clínico geral Mário Neves de Castro chegou no município do Sul de Minas há apenas um ano. Mas, com 40 anos de experiência na profissão, ele se diz satisfeito em trabalhar em uma cidade que cuida do bem-estar de sua população.

Para ele, o segredo para ter uma boa avaliação na saúde pública é mesmo a qualidade no atendimento médico. “O SUS aqui não é tumultu-ado, não tem corre-corre, é classe A”. (RRo)

Cidade amarga último lugar

Município investe 23% do orçamento na área e tem nota

3,73 do ministérioBandeira do Sul. É manhã de

segunda-feira e a dona de casa Ro-

sângela Freitas, 30, mãe de quatro filhos, espera que sua caçula, Izabe-le, 1, seja atendida rapidamente por um pediatra. Mas ela não sabe nem se vai conseguir uma consulta com o médico. “Outro dia, eu tive que voltar para casa porque ele faltou. E o pe-diatra não consulta direito, tudo dele é receitar dipirona”. Rosângela mora em Bandeira do Sul, pequena cidade do Sul de Minas que amarga a últi-ma colocação do Estado na avaliação do Ministério da Saúde (MS) sobre a qualidade do serviço público tirou nota 3,73.

Além dela, outras 14 pessoas foram atendidas no único posto de saúde da cidade; várias reclamaram. “Quem sabe no ano que vem não me-lhora”, ironiza a dona de casa Irene Dias, 39. No seu colo, o filho Léo, 8, está com dor de dente e também aguarda atendimento médico. A esco-vação dental, aliás, é um dos itens nos quais a cidade recebeu nota zero do Ministério da Saúde.

E, caso passem mal, nenhum dos 5.400 moradores podem ocupar os 28 leitos de internação do hospital da ci-dade. Mesmo dizendo que a unidade tem “estrutura europeia”, o médico Clóvis Bassotto, que atende no local, não sabe explicar o porquê de todos os leitos estarem vazios.

“Custaria R$ 150 mil por mês manter o hospital com pessoas in-ternadas. Não temos esse dinheiro”, justifica a secretária municipal de Saúde, Marilza Nogueira. De acor-do com ela, o Executivo repassa R$ 70 mil mensais ao hospital, que, com esse valor, consegue manter apenas o pronto-atendimento e algumas con-sultas.

Enquanto o serviço público de saúde da cidade não melhora, quem ganha é o doutor Bassotto, que aten-de aos moradores em seu consultório particular, em Campestre, no municí-pio vizinho. “Divido o valor em vá-rias parcelas para os pobres consegui-rem pagar”, conta.

A insatisfação é grande também na zona rural da cidade, que sofre

09

Page 11: 17 a 19 Março 2012

ConT... o TemPo - P.15 e 16 - 19.03.2012com a falta de médicos. O município não conta com o Programa Saúde da Família (PSF), por falta de verba, e não há previsão para implan-tação. “Tive que pagar R$ 150 na consulta de urologis-ta para meu sogro porque no SUS ia demorar três meses”, disse a dona de casa Cás-sia Monteiro, 30, que mora em um bairro afastado do centro. Remédios também costumam faltar, conforme informou a farmacêutica Jussara Assis. “Já tivemos escassez de medicamentos para epilepsia, esquizofre-nia e anticonvulsivos”. A secretária confirma e culpa o governo federal.

Ainda assim, para Ma-rilza, o que prejudicou a avaliação da cidade foi o fato de “50% da população ter plano de saúde”. “Até eu tenho e toda minha família também”. Ao seu lado, o vice-prefeito, João Fonse-ca, exibe uma pesquisa feita pelo Executivo que mos-tra que 72% dos morado-res aprovaram o serviço de saúde pública do município. Dez por cento da população foi consultada, de acordo com ele.

Dias após a visita da re-portagem à cidade, Marilza

deu outra justificativa para a avaliação ruim. “Houve falha na alimentação dos dados. Eu já pedi revisão ao Ministério da Saúde”.

Sem teto

“Especulação imobiliária

impede início do PSF”

Bandeira do Sul. A es-peculação imobiliária pode estar impedindo a implan-tação, em Bandeira do Sul, de um dos projetos nacio-nais mais bem-sucedidos na prevenção e reabilitação de doentes, o Programa Saúde da Família (PSF). Ao menos é o que diz a secretária mu-nicipal de Saúde, Marilza Nogueira.

Ela explica que ainda não viabilizou o PSF porque tem dificuldade de encon-trar um imóvel disponível para receber os equipamen-tos e as equipes médicas. Uma casa, ainda segundo a representante da prefeitura, chegou a ser cogitada, mas não teve aprovação da Vigi-lância Sanitária. “Ainda não colocamos o PSF por falta de estrutura física. Se você achar uma casa para alugar,

eu pago”.Questionada se não se-

ria possível a construção de um imóvel, ela completou: “Até daria, mas isso não de-pende só de mim”. A secre-tária ainda desabafou. “Não medimos esforços para me-lhorar, mas o valor do PSF é muito alto”, justifica.

Enquanto isso, morado-res lembram-se com sauda-de da época em que a cidade contava com médicos que os atendiam em casa. “Agora, se for aguardar atendimen-to em casa, a gente morre”, reclamou uma mulher. “In-felizmente, aqui não tem o programa”, disse a dona de casa Natália Aparecida Ri-beiro, 15. (RRo)Verba é ligada a projetos

Mesmo sendo cidades de porte similar, São João Batista do Glória e Bandeira do Sul recebem investimen-tos diferentes do governo federal. Enquanto a primeira recebeu R$ 593.420,83 em 2011, Bandeira do Sul rece-beu valor oito vezes menor R$ 67.559,55. Consultado, o Ministério da Saúde in-formou que a liberação da verba depende dos projetos apresentados pelas prefeitu-ras. (RRo)

10

Page 12: 17 a 19 Março 2012

hoje em dia - P. 01 - minas - 19.03.2012

11

Page 13: 17 a 19 Março 2012

ConT... hoje em dia - P. 01 - minas - 19.03.2012

12

Page 14: 17 a 19 Março 2012

ConT... hoje em dia - P. 01 - minas - 19.03.2012

o TemPo - P. 24 - 17.03.2012koban - Militares mineiros inauguram primeira base fixa do Estado no início de abril; ela será em Venda Nova

Polícia adota método japonês

13

Page 15: 17 a 19 Março 2012

ConT... o TemPo - P. 24 - 17.03.2012

14

Page 16: 17 a 19 Março 2012

hoje em dia - P. 05 - 19.03.2012

Corte do TJ ratifica liminar que beneficia quem adquiriu veículo

15

Page 17: 17 a 19 Março 2012

hoje em dia - P. 19 - 17.03.2012

16

Page 18: 17 a 19 Março 2012

esTado de minas - P. 02 - 19.03.2012

o TemPo - P. 06 - 19.03.2012

17

tempo real” acrescentou.

Page 19: 17 a 19 Março 2012

MINAS GERAIS 7JUSTIÇA

PÁGINA PREPARADA PELO CENTRO DE IMPRENSA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS

A instalação do posto viabiliza o cumprimento

da meta de responsabilidade

social

Tribunal cria posto da infância em ConfinsParceria com a Infraero facilita o atendimento e acesso à Justiça

Dificuldades enfrentadas por cidadãos e autoridades res-

ponsáveis pelo controle de des-locamento de crianças e ado-lescentes em viagens aéreas serão minimizadas. O Tribunal de Justiça (TJMG), em parceria com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), inaugurou na quinta--feira (15) o Posto de Atendi-mento da Infância e da Juventu-de no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. O aeroporto está localizado na comarca de Pedro Leopoldo.

Autoridades civis e milita-res participaram do evento, que teve como representante do presidente do TJMG, desem-bargador Cláudio Costa, o superintendente da Coordena-doria da Infância e da Juventu-de (Coinj), desembargador Wagner Wilson Ferreira.

Após o descerramento da placa de instalação do posto, discursou o corregedor-geral de Justiça de Minas Gerais, desem-bargador Alvim Soares. Além da importância da parceria com a Infraero, o magistrado registrou o apoio recebido do juiz da 1ª Vara Cível, Criminal e da Infân-cia e da Juventude de Pedro Leopoldo, Otávio Lomônaco, e do juiz da Vara Cível da Infância e da Juventude de Belo Hori-zonte, Marcos Padula, designa-do pela Resolução 669/2011 para cooperar nas atividades relacionadas com a implanta-ção, a organização e o atendi-mento do posto.

ACESSO - Alvim Soares afirmou que a instalação do posto demonstra grande avan-ço do Tribunal de Justiça em direção à meta da eficiência operacional, pois facilita o acesso à Justiça e viabiliza o cumprimento da meta de res-ponsabilidade social, ao pro-mover a cidadania.

O desembargador Wagner Wilson explicou que a instala-ção desse posto é anseio de administrações passadas do TJ que se concretiza na adminis-tração dos desembargadores Cláudio Costa e Alvim Soares. Comunicou que estarão à dis-posição da comunidade usuária do aeroporto sete comissários efetivos e 20 voluntários, com

atribuições de informar e orientar pais e responsáveis acerca das exigências legais para viagens de crianças e adolescentes, além de resol-ver questões incidentais rela-cionadas a esse assunto.

O juiz Marcos Padula escla-receu que, no aeroporto, só podem ser fornecidas as autori-zações para viagens nacionais, obedecendo-se às exigências

legais. Para as viagens inter-nacionais, as autorizações vão continuar sendo expedi-das pelos juízes das varas da Infância e da Juventude das comarcas locais.

Estavam presentes tam-bém, entre outras autoridades, o subsecretário de Estado da Juventude, Gabriel Souza Mar-ques de Azevedo, representan-do o governador do Estado de

Minas Gerais, Antonio Anasta-sia; o superintendente regional da Infraero, Mário Jorge Fer-nandes de Oliveira; a superin-tendente do aeroporto de Con-fins, Maria Edwirges Madeira; a juíza do Juizado Especial de Pedro Leopoldo, Ustânia Barbo-sa Gonçalves; e o diretor do Instituto dos Advogados do Bra-sil, Odilon Pereira de Souza.

Vinte e duas testemunhas de acusação foram ouvidas, nos dias 13 e 14 últimos, para a instrução e o julgamento de processo criminal em Nanu-que, no Vale do Mucuri. A audiência, que inicialmente estava prevista para durar a semana toda, foi interrompida porque duas testemunhas de acusação devem ser ouvidas por cartas precatórias. Somen-te após a oitiva dessas duas pessoas é que as testemunhas da defesa poderão ser ouvidas e os réus, interrogados. O pro-cesso apura denúncia do Ministério Público de um epi-

sódio de tortura que teria sido conduzido por policiais milita-res e agentes penitenciários contra presos recolhidos no Presídio Regional de Nanuque.

No primeiro dia, a audi-ência começou às 13 horas e foi suspensa às 22 horas. Na ocasião, 12 testemunhas de acusação, das 15 previstas, foram ouvidas pela juíza Patricia Bitencourt Moreira, da 2ª Vara Cível/Criminal/Execuções Penais. No dia seguinte, a audiência come-çou às 13 horas e foi suspen-sa às 20h40. Dez testemu-nhas, das 13 previstas, foram

ouvidas. No total, 53 teste-munhas foram arroladas pelas partes.

Segundo a denúncia do Ministério Público (MP), cinco policiais e seis agentes peni-tenciários, em 11 de setembro de 2011, teriam submetido diversos presos à tortura. O crime teria sido cometido no Presídio Regional de Nanuque. Entre as condutas dos 11 acu-sados foram citados disparos com munição de borracha, lançamento de spray de pimenta e agressões, com chutes, murros e o uso de uma espécie de cassetete.

CONFISSÃO - A denúncia aponta que a violência física e psicológica teria começado enquanto os presos estavam dentro das celas e, posterior-mente, teve continuidade no corredor que dá acesso à qua-dra de banho de sol. O MP afirma que muitas vítimas foram espancadas quando estavam algemadas e de joe-lhos. As agressões teriam durado cerca de uma hora.

O MP alega que a sessão de tortura teria tido início porque os policiais e agentes penitenci-ários queriam castigar os presos pelo início de tumulto nas celas.

A violência física e psicológica contra eles teria ainda o objeti-vo de obter dos presos a confis-são de quem seriam os líderes da confusão no presídio.

A pedido do MP, os 11 réus foram cautelarmente afastados de suas atividades, sem prejuízos dos vencimen-tos, até o final do processo.

Ainda não há data previs-ta para a retomada da audi-ência, que depende, funda-mentalmente, do retorno das cartas precatórias expedidas para a oitiva das testemu-nhas de acusação.

Processo apura denúncia de tortura

Autoridades do TJMG e da Infraero descerram a placa de inauguração

RENATA CALDEIRA

minas Gerais - P.7 - 17.03.2012

MINAS GERAIS 7JUSTIÇA

PÁGINA PREPARADA PELO CENTRO DE IMPRENSA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS

A instalação do posto viabiliza o cumprimento

da meta de responsabilidade

social

Tribunal cria posto da infância em ConfinsParceria com a Infraero facilita o atendimento e acesso à Justiça

Dificuldades enfrentadas por cidadãos e autoridades res-

ponsáveis pelo controle de des-locamento de crianças e ado-lescentes em viagens aéreas serão minimizadas. O Tribunal de Justiça (TJMG), em parceria com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), inaugurou na quinta--feira (15) o Posto de Atendi-mento da Infância e da Juventu-de no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. O aeroporto está localizado na comarca de Pedro Leopoldo.

Autoridades civis e milita-res participaram do evento, que teve como representante do presidente do TJMG, desem-bargador Cláudio Costa, o superintendente da Coordena-doria da Infância e da Juventu-de (Coinj), desembargador Wagner Wilson Ferreira.

Após o descerramento da placa de instalação do posto, discursou o corregedor-geral de Justiça de Minas Gerais, desem-bargador Alvim Soares. Além da importância da parceria com a Infraero, o magistrado registrou o apoio recebido do juiz da 1ª Vara Cível, Criminal e da Infân-cia e da Juventude de Pedro Leopoldo, Otávio Lomônaco, e do juiz da Vara Cível da Infância e da Juventude de Belo Hori-zonte, Marcos Padula, designa-do pela Resolução 669/2011 para cooperar nas atividades relacionadas com a implanta-ção, a organização e o atendi-mento do posto.

ACESSO - Alvim Soares afirmou que a instalação do posto demonstra grande avan-ço do Tribunal de Justiça em direção à meta da eficiência operacional, pois facilita o acesso à Justiça e viabiliza o cumprimento da meta de res-ponsabilidade social, ao pro-mover a cidadania.

O desembargador Wagner Wilson explicou que a instala-ção desse posto é anseio de administrações passadas do TJ que se concretiza na adminis-tração dos desembargadores Cláudio Costa e Alvim Soares. Comunicou que estarão à dis-posição da comunidade usuária do aeroporto sete comissários efetivos e 20 voluntários, com

atribuições de informar e orientar pais e responsáveis acerca das exigências legais para viagens de crianças e adolescentes, além de resol-ver questões incidentais rela-cionadas a esse assunto.

O juiz Marcos Padula escla-receu que, no aeroporto, só podem ser fornecidas as autori-zações para viagens nacionais, obedecendo-se às exigências

legais. Para as viagens inter-nacionais, as autorizações vão continuar sendo expedi-das pelos juízes das varas da Infância e da Juventude das comarcas locais.

Estavam presentes tam-bém, entre outras autoridades, o subsecretário de Estado da Juventude, Gabriel Souza Mar-ques de Azevedo, representan-do o governador do Estado de

Minas Gerais, Antonio Anasta-sia; o superintendente regional da Infraero, Mário Jorge Fer-nandes de Oliveira; a superin-tendente do aeroporto de Con-fins, Maria Edwirges Madeira; a juíza do Juizado Especial de Pedro Leopoldo, Ustânia Barbo-sa Gonçalves; e o diretor do Instituto dos Advogados do Bra-sil, Odilon Pereira de Souza.

Vinte e duas testemunhas de acusação foram ouvidas, nos dias 13 e 14 últimos, para a instrução e o julgamento de processo criminal em Nanu-que, no Vale do Mucuri. A audiência, que inicialmente estava prevista para durar a semana toda, foi interrompida porque duas testemunhas de acusação devem ser ouvidas por cartas precatórias. Somen-te após a oitiva dessas duas pessoas é que as testemunhas da defesa poderão ser ouvidas e os réus, interrogados. O pro-cesso apura denúncia do Ministério Público de um epi-

sódio de tortura que teria sido conduzido por policiais milita-res e agentes penitenciários contra presos recolhidos no Presídio Regional de Nanuque.

No primeiro dia, a audi-ência começou às 13 horas e foi suspensa às 22 horas. Na ocasião, 12 testemunhas de acusação, das 15 previstas, foram ouvidas pela juíza Patricia Bitencourt Moreira, da 2ª Vara Cível/Criminal/Execuções Penais. No dia seguinte, a audiência come-çou às 13 horas e foi suspen-sa às 20h40. Dez testemu-nhas, das 13 previstas, foram

ouvidas. No total, 53 teste-munhas foram arroladas pelas partes.

Segundo a denúncia do Ministério Público (MP), cinco policiais e seis agentes peni-tenciários, em 11 de setembro de 2011, teriam submetido diversos presos à tortura. O crime teria sido cometido no Presídio Regional de Nanuque. Entre as condutas dos 11 acu-sados foram citados disparos com munição de borracha, lançamento de spray de pimenta e agressões, com chutes, murros e o uso de uma espécie de cassetete.

CONFISSÃO - A denúncia aponta que a violência física e psicológica teria começado enquanto os presos estavam dentro das celas e, posterior-mente, teve continuidade no corredor que dá acesso à qua-dra de banho de sol. O MP afirma que muitas vítimas foram espancadas quando estavam algemadas e de joe-lhos. As agressões teriam durado cerca de uma hora.

O MP alega que a sessão de tortura teria tido início porque os policiais e agentes penitenci-ários queriam castigar os presos pelo início de tumulto nas celas.

A violência física e psicológica contra eles teria ainda o objeti-vo de obter dos presos a confis-são de quem seriam os líderes da confusão no presídio.

A pedido do MP, os 11 réus foram cautelarmente afastados de suas atividades, sem prejuízos dos vencimen-tos, até o final do processo.

Ainda não há data previs-ta para a retomada da audi-ência, que depende, funda-mentalmente, do retorno das cartas precatórias expedidas para a oitiva das testemu-nhas de acusação.

Processo apura denúncia de tortura

Autoridades do TJMG e da Infraero descerram a placa de inauguração

RENATA CALDEIRA

MINAS GERAIS 7JUSTIÇA

PÁGINA PREPARADA PELO CENTRO DE IMPRENSA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS

A instalação do posto viabiliza o cumprimento

da meta de responsabilidade

social

Tribunal cria posto da infância em ConfinsParceria com a Infraero facilita o atendimento e acesso à Justiça

Dificuldades enfrentadas por cidadãos e autoridades res-

ponsáveis pelo controle de des-locamento de crianças e ado-lescentes em viagens aéreas serão minimizadas. O Tribunal de Justiça (TJMG), em parceria com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), inaugurou na quinta--feira (15) o Posto de Atendi-mento da Infância e da Juventu-de no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. O aeroporto está localizado na comarca de Pedro Leopoldo.

Autoridades civis e milita-res participaram do evento, que teve como representante do presidente do TJMG, desem-bargador Cláudio Costa, o superintendente da Coordena-doria da Infância e da Juventu-de (Coinj), desembargador Wagner Wilson Ferreira.

Após o descerramento da placa de instalação do posto, discursou o corregedor-geral de Justiça de Minas Gerais, desem-bargador Alvim Soares. Além da importância da parceria com a Infraero, o magistrado registrou o apoio recebido do juiz da 1ª Vara Cível, Criminal e da Infân-cia e da Juventude de Pedro Leopoldo, Otávio Lomônaco, e do juiz da Vara Cível da Infância e da Juventude de Belo Hori-zonte, Marcos Padula, designa-do pela Resolução 669/2011 para cooperar nas atividades relacionadas com a implanta-ção, a organização e o atendi-mento do posto.

ACESSO - Alvim Soares afirmou que a instalação do posto demonstra grande avan-ço do Tribunal de Justiça em direção à meta da eficiência operacional, pois facilita o acesso à Justiça e viabiliza o cumprimento da meta de res-ponsabilidade social, ao pro-mover a cidadania.

O desembargador Wagner Wilson explicou que a instala-ção desse posto é anseio de administrações passadas do TJ que se concretiza na adminis-tração dos desembargadores Cláudio Costa e Alvim Soares. Comunicou que estarão à dis-posição da comunidade usuária do aeroporto sete comissários efetivos e 20 voluntários, com

atribuições de informar e orientar pais e responsáveis acerca das exigências legais para viagens de crianças e adolescentes, além de resol-ver questões incidentais rela-cionadas a esse assunto.

O juiz Marcos Padula escla-receu que, no aeroporto, só podem ser fornecidas as autori-zações para viagens nacionais, obedecendo-se às exigências

legais. Para as viagens inter-nacionais, as autorizações vão continuar sendo expedi-das pelos juízes das varas da Infância e da Juventude das comarcas locais.

Estavam presentes tam-bém, entre outras autoridades, o subsecretário de Estado da Juventude, Gabriel Souza Mar-ques de Azevedo, representan-do o governador do Estado de

Minas Gerais, Antonio Anasta-sia; o superintendente regional da Infraero, Mário Jorge Fer-nandes de Oliveira; a superin-tendente do aeroporto de Con-fins, Maria Edwirges Madeira; a juíza do Juizado Especial de Pedro Leopoldo, Ustânia Barbo-sa Gonçalves; e o diretor do Instituto dos Advogados do Bra-sil, Odilon Pereira de Souza.

Vinte e duas testemunhas de acusação foram ouvidas, nos dias 13 e 14 últimos, para a instrução e o julgamento de processo criminal em Nanu-que, no Vale do Mucuri. A audiência, que inicialmente estava prevista para durar a semana toda, foi interrompida porque duas testemunhas de acusação devem ser ouvidas por cartas precatórias. Somen-te após a oitiva dessas duas pessoas é que as testemunhas da defesa poderão ser ouvidas e os réus, interrogados. O pro-cesso apura denúncia do Ministério Público de um epi-

sódio de tortura que teria sido conduzido por policiais milita-res e agentes penitenciários contra presos recolhidos no Presídio Regional de Nanuque.

No primeiro dia, a audi-ência começou às 13 horas e foi suspensa às 22 horas. Na ocasião, 12 testemunhas de acusação, das 15 previstas, foram ouvidas pela juíza Patricia Bitencourt Moreira, da 2ª Vara Cível/Criminal/Execuções Penais. No dia seguinte, a audiência come-çou às 13 horas e foi suspen-sa às 20h40. Dez testemu-nhas, das 13 previstas, foram

ouvidas. No total, 53 teste-munhas foram arroladas pelas partes.

Segundo a denúncia do Ministério Público (MP), cinco policiais e seis agentes peni-tenciários, em 11 de setembro de 2011, teriam submetido diversos presos à tortura. O crime teria sido cometido no Presídio Regional de Nanuque. Entre as condutas dos 11 acu-sados foram citados disparos com munição de borracha, lançamento de spray de pimenta e agressões, com chutes, murros e o uso de uma espécie de cassetete.

CONFISSÃO - A denúncia aponta que a violência física e psicológica teria começado enquanto os presos estavam dentro das celas e, posterior-mente, teve continuidade no corredor que dá acesso à qua-dra de banho de sol. O MP afirma que muitas vítimas foram espancadas quando estavam algemadas e de joe-lhos. As agressões teriam durado cerca de uma hora.

O MP alega que a sessão de tortura teria tido início porque os policiais e agentes penitenci-ários queriam castigar os presos pelo início de tumulto nas celas.

A violência física e psicológica contra eles teria ainda o objeti-vo de obter dos presos a confis-são de quem seriam os líderes da confusão no presídio.

A pedido do MP, os 11 réus foram cautelarmente afastados de suas atividades, sem prejuízos dos vencimen-tos, até o final do processo.

Ainda não há data previs-ta para a retomada da audi-ência, que depende, funda-mentalmente, do retorno das cartas precatórias expedidas para a oitiva das testemu-nhas de acusação.

Processo apura denúncia de tortura

Autoridades do TJMG e da Infraero descerram a placa de inauguração

RENATA CALDEIRAMINAS GERAIS 7JUSTIÇA

PÁGINA PREPARADA PELO CENTRO DE IMPRENSA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS

A instalação do posto viabiliza o cumprimento

da meta de responsabilidade

social

Tribunal cria posto da infância em ConfinsParceria com a Infraero facilita o atendimento e acesso à Justiça

Dificuldades enfrentadas por cidadãos e autoridades res-

ponsáveis pelo controle de des-locamento de crianças e ado-lescentes em viagens aéreas serão minimizadas. O Tribunal de Justiça (TJMG), em parceria com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), inaugurou na quinta--feira (15) o Posto de Atendi-mento da Infância e da Juventu-de no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. O aeroporto está localizado na comarca de Pedro Leopoldo.

Autoridades civis e milita-res participaram do evento, que teve como representante do presidente do TJMG, desem-bargador Cláudio Costa, o superintendente da Coordena-doria da Infância e da Juventu-de (Coinj), desembargador Wagner Wilson Ferreira.

Após o descerramento da placa de instalação do posto, discursou o corregedor-geral de Justiça de Minas Gerais, desem-bargador Alvim Soares. Além da importância da parceria com a Infraero, o magistrado registrou o apoio recebido do juiz da 1ª Vara Cível, Criminal e da Infân-cia e da Juventude de Pedro Leopoldo, Otávio Lomônaco, e do juiz da Vara Cível da Infância e da Juventude de Belo Hori-zonte, Marcos Padula, designa-do pela Resolução 669/2011 para cooperar nas atividades relacionadas com a implanta-ção, a organização e o atendi-mento do posto.

ACESSO - Alvim Soares afirmou que a instalação do posto demonstra grande avan-ço do Tribunal de Justiça em direção à meta da eficiência operacional, pois facilita o acesso à Justiça e viabiliza o cumprimento da meta de res-ponsabilidade social, ao pro-mover a cidadania.

O desembargador Wagner Wilson explicou que a instala-ção desse posto é anseio de administrações passadas do TJ que se concretiza na adminis-tração dos desembargadores Cláudio Costa e Alvim Soares. Comunicou que estarão à dis-posição da comunidade usuária do aeroporto sete comissários efetivos e 20 voluntários, com

atribuições de informar e orientar pais e responsáveis acerca das exigências legais para viagens de crianças e adolescentes, além de resol-ver questões incidentais rela-cionadas a esse assunto.

O juiz Marcos Padula escla-receu que, no aeroporto, só podem ser fornecidas as autori-zações para viagens nacionais, obedecendo-se às exigências

legais. Para as viagens inter-nacionais, as autorizações vão continuar sendo expedi-das pelos juízes das varas da Infância e da Juventude das comarcas locais.

Estavam presentes tam-bém, entre outras autoridades, o subsecretário de Estado da Juventude, Gabriel Souza Mar-ques de Azevedo, representan-do o governador do Estado de

Minas Gerais, Antonio Anasta-sia; o superintendente regional da Infraero, Mário Jorge Fer-nandes de Oliveira; a superin-tendente do aeroporto de Con-fins, Maria Edwirges Madeira; a juíza do Juizado Especial de Pedro Leopoldo, Ustânia Barbo-sa Gonçalves; e o diretor do Instituto dos Advogados do Bra-sil, Odilon Pereira de Souza.

Vinte e duas testemunhas de acusação foram ouvidas, nos dias 13 e 14 últimos, para a instrução e o julgamento de processo criminal em Nanu-que, no Vale do Mucuri. A audiência, que inicialmente estava prevista para durar a semana toda, foi interrompida porque duas testemunhas de acusação devem ser ouvidas por cartas precatórias. Somen-te após a oitiva dessas duas pessoas é que as testemunhas da defesa poderão ser ouvidas e os réus, interrogados. O pro-cesso apura denúncia do Ministério Público de um epi-

sódio de tortura que teria sido conduzido por policiais milita-res e agentes penitenciários contra presos recolhidos no Presídio Regional de Nanuque.

No primeiro dia, a audi-ência começou às 13 horas e foi suspensa às 22 horas. Na ocasião, 12 testemunhas de acusação, das 15 previstas, foram ouvidas pela juíza Patricia Bitencourt Moreira, da 2ª Vara Cível/Criminal/Execuções Penais. No dia seguinte, a audiência come-çou às 13 horas e foi suspen-sa às 20h40. Dez testemu-nhas, das 13 previstas, foram

ouvidas. No total, 53 teste-munhas foram arroladas pelas partes.

Segundo a denúncia do Ministério Público (MP), cinco policiais e seis agentes peni-tenciários, em 11 de setembro de 2011, teriam submetido diversos presos à tortura. O crime teria sido cometido no Presídio Regional de Nanuque. Entre as condutas dos 11 acu-sados foram citados disparos com munição de borracha, lançamento de spray de pimenta e agressões, com chutes, murros e o uso de uma espécie de cassetete.

CONFISSÃO - A denúncia aponta que a violência física e psicológica teria começado enquanto os presos estavam dentro das celas e, posterior-mente, teve continuidade no corredor que dá acesso à qua-dra de banho de sol. O MP afirma que muitas vítimas foram espancadas quando estavam algemadas e de joe-lhos. As agressões teriam durado cerca de uma hora.

O MP alega que a sessão de tortura teria tido início porque os policiais e agentes penitenci-ários queriam castigar os presos pelo início de tumulto nas celas.

A violência física e psicológica contra eles teria ainda o objeti-vo de obter dos presos a confis-são de quem seriam os líderes da confusão no presídio.

A pedido do MP, os 11 réus foram cautelarmente afastados de suas atividades, sem prejuízos dos vencimen-tos, até o final do processo.

Ainda não há data previs-ta para a retomada da audi-ência, que depende, funda-mentalmente, do retorno das cartas precatórias expedidas para a oitiva das testemu-nhas de acusação.

Processo apura denúncia de tortura

Autoridades do TJMG e da Infraero descerram a placa de inauguração

RENATA CALDEIRA

MINAS GERAIS 7JUSTIÇA

PÁGINA PREPARADA PELO CENTRO DE IMPRENSA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS

A instalação do posto viabiliza o cumprimento

da meta de responsabilidade

social

Tribunal cria posto da infância em ConfinsParceria com a Infraero facilita o atendimento e acesso à Justiça

Dificuldades enfrentadas por cidadãos e autoridades res-

ponsáveis pelo controle de des-locamento de crianças e ado-lescentes em viagens aéreas serão minimizadas. O Tribunal de Justiça (TJMG), em parceria com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), inaugurou na quinta--feira (15) o Posto de Atendi-mento da Infância e da Juventu-de no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. O aeroporto está localizado na comarca de Pedro Leopoldo.

Autoridades civis e milita-res participaram do evento, que teve como representante do presidente do TJMG, desem-bargador Cláudio Costa, o superintendente da Coordena-doria da Infância e da Juventu-de (Coinj), desembargador Wagner Wilson Ferreira.

Após o descerramento da placa de instalação do posto, discursou o corregedor-geral de Justiça de Minas Gerais, desem-bargador Alvim Soares. Além da importância da parceria com a Infraero, o magistrado registrou o apoio recebido do juiz da 1ª Vara Cível, Criminal e da Infân-cia e da Juventude de Pedro Leopoldo, Otávio Lomônaco, e do juiz da Vara Cível da Infância e da Juventude de Belo Hori-zonte, Marcos Padula, designa-do pela Resolução 669/2011 para cooperar nas atividades relacionadas com a implanta-ção, a organização e o atendi-mento do posto.

ACESSO - Alvim Soares afirmou que a instalação do posto demonstra grande avan-ço do Tribunal de Justiça em direção à meta da eficiência operacional, pois facilita o acesso à Justiça e viabiliza o cumprimento da meta de res-ponsabilidade social, ao pro-mover a cidadania.

O desembargador Wagner Wilson explicou que a instala-ção desse posto é anseio de administrações passadas do TJ que se concretiza na adminis-tração dos desembargadores Cláudio Costa e Alvim Soares. Comunicou que estarão à dis-posição da comunidade usuária do aeroporto sete comissários efetivos e 20 voluntários, com

atribuições de informar e orientar pais e responsáveis acerca das exigências legais para viagens de crianças e adolescentes, além de resol-ver questões incidentais rela-cionadas a esse assunto.

O juiz Marcos Padula escla-receu que, no aeroporto, só podem ser fornecidas as autori-zações para viagens nacionais, obedecendo-se às exigências

legais. Para as viagens inter-nacionais, as autorizações vão continuar sendo expedi-das pelos juízes das varas da Infância e da Juventude das comarcas locais.

Estavam presentes tam-bém, entre outras autoridades, o subsecretário de Estado da Juventude, Gabriel Souza Mar-ques de Azevedo, representan-do o governador do Estado de

Minas Gerais, Antonio Anasta-sia; o superintendente regional da Infraero, Mário Jorge Fer-nandes de Oliveira; a superin-tendente do aeroporto de Con-fins, Maria Edwirges Madeira; a juíza do Juizado Especial de Pedro Leopoldo, Ustânia Barbo-sa Gonçalves; e o diretor do Instituto dos Advogados do Bra-sil, Odilon Pereira de Souza.

Vinte e duas testemunhas de acusação foram ouvidas, nos dias 13 e 14 últimos, para a instrução e o julgamento de processo criminal em Nanu-que, no Vale do Mucuri. A audiência, que inicialmente estava prevista para durar a semana toda, foi interrompida porque duas testemunhas de acusação devem ser ouvidas por cartas precatórias. Somen-te após a oitiva dessas duas pessoas é que as testemunhas da defesa poderão ser ouvidas e os réus, interrogados. O pro-cesso apura denúncia do Ministério Público de um epi-

sódio de tortura que teria sido conduzido por policiais milita-res e agentes penitenciários contra presos recolhidos no Presídio Regional de Nanuque.

No primeiro dia, a audi-ência começou às 13 horas e foi suspensa às 22 horas. Na ocasião, 12 testemunhas de acusação, das 15 previstas, foram ouvidas pela juíza Patricia Bitencourt Moreira, da 2ª Vara Cível/Criminal/Execuções Penais. No dia seguinte, a audiência come-çou às 13 horas e foi suspen-sa às 20h40. Dez testemu-nhas, das 13 previstas, foram

ouvidas. No total, 53 teste-munhas foram arroladas pelas partes.

Segundo a denúncia do Ministério Público (MP), cinco policiais e seis agentes peni-tenciários, em 11 de setembro de 2011, teriam submetido diversos presos à tortura. O crime teria sido cometido no Presídio Regional de Nanuque. Entre as condutas dos 11 acu-sados foram citados disparos com munição de borracha, lançamento de spray de pimenta e agressões, com chutes, murros e o uso de uma espécie de cassetete.

CONFISSÃO - A denúncia aponta que a violência física e psicológica teria começado enquanto os presos estavam dentro das celas e, posterior-mente, teve continuidade no corredor que dá acesso à qua-dra de banho de sol. O MP afirma que muitas vítimas foram espancadas quando estavam algemadas e de joe-lhos. As agressões teriam durado cerca de uma hora.

O MP alega que a sessão de tortura teria tido início porque os policiais e agentes penitenci-ários queriam castigar os presos pelo início de tumulto nas celas.

A violência física e psicológica contra eles teria ainda o objeti-vo de obter dos presos a confis-são de quem seriam os líderes da confusão no presídio.

A pedido do MP, os 11 réus foram cautelarmente afastados de suas atividades, sem prejuízos dos vencimen-tos, até o final do processo.

Ainda não há data previs-ta para a retomada da audi-ência, que depende, funda-mentalmente, do retorno das cartas precatórias expedidas para a oitiva das testemu-nhas de acusação.

Processo apura denúncia de tortura

Autoridades do TJMG e da Infraero descerram a placa de inauguração

RENATA CALDEIRA

MINAS GERAIS 7JUSTIÇA

PÁGINA PREPARADA PELO CENTRO DE IMPRENSA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS

A instalação do posto viabiliza o cumprimento

da meta de responsabilidade

social

Tribunal cria posto da infância em ConfinsParceria com a Infraero facilita o atendimento e acesso à Justiça

Dificuldades enfrentadas por cidadãos e autoridades res-

ponsáveis pelo controle de des-locamento de crianças e ado-lescentes em viagens aéreas serão minimizadas. O Tribunal de Justiça (TJMG), em parceria com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), inaugurou na quinta--feira (15) o Posto de Atendi-mento da Infância e da Juventu-de no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. O aeroporto está localizado na comarca de Pedro Leopoldo.

Autoridades civis e milita-res participaram do evento, que teve como representante do presidente do TJMG, desem-bargador Cláudio Costa, o superintendente da Coordena-doria da Infância e da Juventu-de (Coinj), desembargador Wagner Wilson Ferreira.

Após o descerramento da placa de instalação do posto, discursou o corregedor-geral de Justiça de Minas Gerais, desem-bargador Alvim Soares. Além da importância da parceria com a Infraero, o magistrado registrou o apoio recebido do juiz da 1ª Vara Cível, Criminal e da Infân-cia e da Juventude de Pedro Leopoldo, Otávio Lomônaco, e do juiz da Vara Cível da Infância e da Juventude de Belo Hori-zonte, Marcos Padula, designa-do pela Resolução 669/2011 para cooperar nas atividades relacionadas com a implanta-ção, a organização e o atendi-mento do posto.

ACESSO - Alvim Soares afirmou que a instalação do posto demonstra grande avan-ço do Tribunal de Justiça em direção à meta da eficiência operacional, pois facilita o acesso à Justiça e viabiliza o cumprimento da meta de res-ponsabilidade social, ao pro-mover a cidadania.

O desembargador Wagner Wilson explicou que a instala-ção desse posto é anseio de administrações passadas do TJ que se concretiza na adminis-tração dos desembargadores Cláudio Costa e Alvim Soares. Comunicou que estarão à dis-posição da comunidade usuária do aeroporto sete comissários efetivos e 20 voluntários, com

atribuições de informar e orientar pais e responsáveis acerca das exigências legais para viagens de crianças e adolescentes, além de resol-ver questões incidentais rela-cionadas a esse assunto.

O juiz Marcos Padula escla-receu que, no aeroporto, só podem ser fornecidas as autori-zações para viagens nacionais, obedecendo-se às exigências

legais. Para as viagens inter-nacionais, as autorizações vão continuar sendo expedi-das pelos juízes das varas da Infância e da Juventude das comarcas locais.

Estavam presentes tam-bém, entre outras autoridades, o subsecretário de Estado da Juventude, Gabriel Souza Mar-ques de Azevedo, representan-do o governador do Estado de

Minas Gerais, Antonio Anasta-sia; o superintendente regional da Infraero, Mário Jorge Fer-nandes de Oliveira; a superin-tendente do aeroporto de Con-fins, Maria Edwirges Madeira; a juíza do Juizado Especial de Pedro Leopoldo, Ustânia Barbo-sa Gonçalves; e o diretor do Instituto dos Advogados do Bra-sil, Odilon Pereira de Souza.

Vinte e duas testemunhas de acusação foram ouvidas, nos dias 13 e 14 últimos, para a instrução e o julgamento de processo criminal em Nanu-que, no Vale do Mucuri. A audiência, que inicialmente estava prevista para durar a semana toda, foi interrompida porque duas testemunhas de acusação devem ser ouvidas por cartas precatórias. Somen-te após a oitiva dessas duas pessoas é que as testemunhas da defesa poderão ser ouvidas e os réus, interrogados. O pro-cesso apura denúncia do Ministério Público de um epi-

sódio de tortura que teria sido conduzido por policiais milita-res e agentes penitenciários contra presos recolhidos no Presídio Regional de Nanuque.

No primeiro dia, a audi-ência começou às 13 horas e foi suspensa às 22 horas. Na ocasião, 12 testemunhas de acusação, das 15 previstas, foram ouvidas pela juíza Patricia Bitencourt Moreira, da 2ª Vara Cível/Criminal/Execuções Penais. No dia seguinte, a audiência come-çou às 13 horas e foi suspen-sa às 20h40. Dez testemu-nhas, das 13 previstas, foram

ouvidas. No total, 53 teste-munhas foram arroladas pelas partes.

Segundo a denúncia do Ministério Público (MP), cinco policiais e seis agentes peni-tenciários, em 11 de setembro de 2011, teriam submetido diversos presos à tortura. O crime teria sido cometido no Presídio Regional de Nanuque. Entre as condutas dos 11 acu-sados foram citados disparos com munição de borracha, lançamento de spray de pimenta e agressões, com chutes, murros e o uso de uma espécie de cassetete.

CONFISSÃO - A denúncia aponta que a violência física e psicológica teria começado enquanto os presos estavam dentro das celas e, posterior-mente, teve continuidade no corredor que dá acesso à qua-dra de banho de sol. O MP afirma que muitas vítimas foram espancadas quando estavam algemadas e de joe-lhos. As agressões teriam durado cerca de uma hora.

O MP alega que a sessão de tortura teria tido início porque os policiais e agentes penitenci-ários queriam castigar os presos pelo início de tumulto nas celas.

A violência física e psicológica contra eles teria ainda o objeti-vo de obter dos presos a confis-são de quem seriam os líderes da confusão no presídio.

A pedido do MP, os 11 réus foram cautelarmente afastados de suas atividades, sem prejuízos dos vencimen-tos, até o final do processo.

Ainda não há data previs-ta para a retomada da audi-ência, que depende, funda-mentalmente, do retorno das cartas precatórias expedidas para a oitiva das testemu-nhas de acusação.

Processo apura denúncia de tortura

Autoridades do TJMG e da Infraero descerram a placa de inauguração

RENATA CALDEIRA

MINAS GERAIS 7JUSTIÇA

PÁGINA PREPARADA PELO CENTRO DE IMPRENSA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS

A instalação do posto viabiliza o cumprimento

da meta de responsabilidade

social

Tribunal cria posto da infância em ConfinsParceria com a Infraero facilita o atendimento e acesso à Justiça

Dificuldades enfrentadas por cidadãos e autoridades res-

ponsáveis pelo controle de des-locamento de crianças e ado-lescentes em viagens aéreas serão minimizadas. O Tribunal de Justiça (TJMG), em parceria com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), inaugurou na quinta--feira (15) o Posto de Atendi-mento da Infância e da Juventu-de no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. O aeroporto está localizado na comarca de Pedro Leopoldo.

Autoridades civis e milita-res participaram do evento, que teve como representante do presidente do TJMG, desem-bargador Cláudio Costa, o superintendente da Coordena-doria da Infância e da Juventu-de (Coinj), desembargador Wagner Wilson Ferreira.

Após o descerramento da placa de instalação do posto, discursou o corregedor-geral de Justiça de Minas Gerais, desem-bargador Alvim Soares. Além da importância da parceria com a Infraero, o magistrado registrou o apoio recebido do juiz da 1ª Vara Cível, Criminal e da Infân-cia e da Juventude de Pedro Leopoldo, Otávio Lomônaco, e do juiz da Vara Cível da Infância e da Juventude de Belo Hori-zonte, Marcos Padula, designa-do pela Resolução 669/2011 para cooperar nas atividades relacionadas com a implanta-ção, a organização e o atendi-mento do posto.

ACESSO - Alvim Soares afirmou que a instalação do posto demonstra grande avan-ço do Tribunal de Justiça em direção à meta da eficiência operacional, pois facilita o acesso à Justiça e viabiliza o cumprimento da meta de res-ponsabilidade social, ao pro-mover a cidadania.

O desembargador Wagner Wilson explicou que a instala-ção desse posto é anseio de administrações passadas do TJ que se concretiza na adminis-tração dos desembargadores Cláudio Costa e Alvim Soares. Comunicou que estarão à dis-posição da comunidade usuária do aeroporto sete comissários efetivos e 20 voluntários, com

atribuições de informar e orientar pais e responsáveis acerca das exigências legais para viagens de crianças e adolescentes, além de resol-ver questões incidentais rela-cionadas a esse assunto.

O juiz Marcos Padula escla-receu que, no aeroporto, só podem ser fornecidas as autori-zações para viagens nacionais, obedecendo-se às exigências

legais. Para as viagens inter-nacionais, as autorizações vão continuar sendo expedi-das pelos juízes das varas da Infância e da Juventude das comarcas locais.

Estavam presentes tam-bém, entre outras autoridades, o subsecretário de Estado da Juventude, Gabriel Souza Mar-ques de Azevedo, representan-do o governador do Estado de

Minas Gerais, Antonio Anasta-sia; o superintendente regional da Infraero, Mário Jorge Fer-nandes de Oliveira; a superin-tendente do aeroporto de Con-fins, Maria Edwirges Madeira; a juíza do Juizado Especial de Pedro Leopoldo, Ustânia Barbo-sa Gonçalves; e o diretor do Instituto dos Advogados do Bra-sil, Odilon Pereira de Souza.

Vinte e duas testemunhas de acusação foram ouvidas, nos dias 13 e 14 últimos, para a instrução e o julgamento de processo criminal em Nanu-que, no Vale do Mucuri. A audiência, que inicialmente estava prevista para durar a semana toda, foi interrompida porque duas testemunhas de acusação devem ser ouvidas por cartas precatórias. Somen-te após a oitiva dessas duas pessoas é que as testemunhas da defesa poderão ser ouvidas e os réus, interrogados. O pro-cesso apura denúncia do Ministério Público de um epi-

sódio de tortura que teria sido conduzido por policiais milita-res e agentes penitenciários contra presos recolhidos no Presídio Regional de Nanuque.

No primeiro dia, a audi-ência começou às 13 horas e foi suspensa às 22 horas. Na ocasião, 12 testemunhas de acusação, das 15 previstas, foram ouvidas pela juíza Patricia Bitencourt Moreira, da 2ª Vara Cível/Criminal/Execuções Penais. No dia seguinte, a audiência come-çou às 13 horas e foi suspen-sa às 20h40. Dez testemu-nhas, das 13 previstas, foram

ouvidas. No total, 53 teste-munhas foram arroladas pelas partes.

Segundo a denúncia do Ministério Público (MP), cinco policiais e seis agentes peni-tenciários, em 11 de setembro de 2011, teriam submetido diversos presos à tortura. O crime teria sido cometido no Presídio Regional de Nanuque. Entre as condutas dos 11 acu-sados foram citados disparos com munição de borracha, lançamento de spray de pimenta e agressões, com chutes, murros e o uso de uma espécie de cassetete.

CONFISSÃO - A denúncia aponta que a violência física e psicológica teria começado enquanto os presos estavam dentro das celas e, posterior-mente, teve continuidade no corredor que dá acesso à qua-dra de banho de sol. O MP afirma que muitas vítimas foram espancadas quando estavam algemadas e de joe-lhos. As agressões teriam durado cerca de uma hora.

O MP alega que a sessão de tortura teria tido início porque os policiais e agentes penitenci-ários queriam castigar os presos pelo início de tumulto nas celas.

A violência física e psicológica contra eles teria ainda o objeti-vo de obter dos presos a confis-são de quem seriam os líderes da confusão no presídio.

A pedido do MP, os 11 réus foram cautelarmente afastados de suas atividades, sem prejuízos dos vencimen-tos, até o final do processo.

Ainda não há data previs-ta para a retomada da audi-ência, que depende, funda-mentalmente, do retorno das cartas precatórias expedidas para a oitiva das testemu-nhas de acusação.

Processo apura denúncia de tortura

Autoridades do TJMG e da Infraero descerram a placa de inauguração

RENATA CALDEIRA

18

Page 20: 17 a 19 Março 2012

Folha de s. Paulo - sP - ConamP - 19.03.2012

Ministério Público de São Paulo elege procurador-geralBurocratização do trabalho de procurador e perda de protagonismo da instituição são alvos de discussão

Para oposição, gestão Grella sobrecarregou procuradores; situação atribui o problema a órgão de controle

FLÁVIO FERREIRA DE SÃO PAULOA eleição para a escolha do procurador-geral de Jus-

tiça de São Paulo, o chefe do Ministério Público estadual, levou promotores e procuradores a discutir a atuação ex-terna da instituição e as rotinas de trabalho da classe.

Vão concorrer ao posto no próximo sábado, dia 24, os procuradores Márcio Elias Rosa, da situação, e os opo-sicionistas Mário Papaterra Limongi e Felipe Locke.

Rosa diz que a atual gestão buscou um perfil político sem personalismos e sem apelo midiático, o que permitiu administrar a instituição sem crises internas e com ênfase no profissionalismo e resultados. Afirma que vai buscar aprimorar a atuação da instituição na área política.

Já os dois candidatos da oposição afirmam que a atu-al gestão deixou de ocupar um papel de protagonismo nas questões políticas da sociedade e nas discussões sobre al-terações em leis.

Também dizem que a direção baixou regras que bu-rocratizaram o dia a dia dos promotores, como a exigên-cia do preenchimento de relatórios, tirando tempo para as atividades fundamentais.

A importância do cargo, cujo mandato é de dois anos, decorre do fato de o procurador-geral ser o respon-sável por ações de improbidade administrativa contra o governador e por ações criminais contra prefeitos e de-putados.aTual GesTÃo

Rosa, que foi o responsável pela área de gestão do atual procurador-geral, Fernando Grella Vieira, diz que as rotinas criticadas pelos adversários foram impostas pela lei e pelo CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público).

Grella vai deixar o cargo depois de cumprir dois mandatos consecutivos -a lei não permite que ele concor-ra novamente ao cargo.

Um dos oposicionistas, Limongi, é fortemente ligado ao grupo político liderado pelo ex-procurador-geral e ex-secretário estadual Luiz Antonio Marrey, que chefiou a instituição nas administrações anteriores à de Grella. O candidato também já foi secretário do atual governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Já Locke afirma que sua candidatura é independente em relação aos dois grupos tradicionais. Busca a eleição após exercer dois mandatos como conselheiro do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) por indicação da classe.

O processo sucessório não termina com a votação no sábado. A lei prevê que os três candidatos mais votados no pleito farão parte de um lista tríplice a ser encaminha-

da ao governador do Estado, que poderá escolher entre qualquer um deles. Tradicionalmente, o chefe do Execu-tivo paulista conduz ao cargo o mais votado.

A última vez em que este costume não foi observa-do foi em 1996, quando Marrey, o segundo colocado, foi alçado ao posto pelo então governador Mário Covas (PSDB).Na próxima quinta, os candidatos realizarão um debate. A votação será feita com urnas eletrônicas e a ex-pectativa é que o resultado seja conhecido em até cinco minutos após a conclusão da votação, às 17h.

‘Atual gestão não é midiática nem personalista’, diz RosaMarlene Bergamo - Márcio Elias Rosa, que faz parte

da atual administraçãoDE SÃO PAULOCom 25 anos de carreira no Ministério Público, o

procurador Márcio Elias Rosa, 49, hoje ocupa o cargo de subprocurador-geral de gestão na atual administração. Já trabalhou na Promotoria de combate à improbidade ad-ministrativa e é doutor em Direito do Estado pela PUC-SP.

Folha - Quais seus projetos?Márcio Elias Rosa - Identificamos inúmeras inova-

ções possíveis para valorizar a instituição. Uma é a cria-ção de um centro de criminologia e de inteligência crimi-nal. Outra é a instalação de um núcleo de formulação de políticas públicas para promover a concretização de di-reitos sociais, nas áreas de saúde, educação e habitação.

Só procuradores da segunda instância podem se can-didatar. O que pensa do assunto?

Vamos reapresentar o tema para debate interno. Mas, para melhorar já a representação dos promotores, temos como proposta a criação de um conselho consultivo de políticas institucionais integrado por promotores.

A oposição diz que a atual gestão burocratizou o MP e o fez perder protagonismo. Como vê essas críticas?

As rotinas não são fixadas só pelo procurador-geral mas também pelos conselhos nacionais e por mudanças legislativas. A gestão tem investido em quadros de apoio, como os assistentes jurídicos. Mas vamos ficar atentos para que as rotinas não se tornem entraves. Quanto à questão política, a postura é a de não cultuar o persona-lismo e não ser midiática.

Como pretende combater a corrupção?Vamos investir nessa área com a criação de núcleos

de apoio à investigação em cada uma das nossas 13 re-gionais.

19

Page 21: 17 a 19 Março 2012

DE SÃO PAULO

Após dois mandatos no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) como representante da classe, o procurador de Jus-tiça Felipe Locke Cavalcanti, 47, tenta o principal posto do Ministério Público.

Com 23 anos de carreira, trabalhou no Tribunal do Júri e foi assessor de três procuradores-gerais.

Folha - Quais são as suas principais propostas para o Ministério Público?

Locke Cavalcanti - Queremos melhorar a estrutura fí-sica e de pessoal, realizar uma reestruturação da carreira e desburocratizar a atuação dos promotores. Vamos promover a inserção social e política do Ministério Público, pois senti-mos que isto está faltando hoje.

O sr. tem dito que o trabalho da instituição está muito burocratizado. Por que isso está ocorrendo?

A atual administração regulamentou as atividades do promotor com vários atos, porém muitos deles pecam pelo

exagero. Há muita perda de tempo com a elaboração de re-latórios e o preenchimento de formulários. Vamos reduzir as atividades-meio que hoje sobrecarregam os promotores.

O que pretende reformular?

Temos um pequeno aproveitamento dos procuradores que atuam na segunda instância. Há uma concentração mui-to grande de tarefas na figura do procurador-geral. Pretende-mos que essas atividades sejam exercidas pelos procurado-res. Nos casos, por exemplo, de municípios inadimplentes, os pedidos de intervenção são feitos pelo procurador-geral e seus assessores, e isso pode ser feito pelos procuradores..

O Conselho Nacional do Ministério Público é eficiente no controle dos Ministério Público dos Estados?

O conselho não pode dirigir o MP, mas seu trabalho é fundamental, pois democracia não se faz sem transparência e sem controle. O CNMP já realizou uma inspeção no MP de São Paulo. No geral o relatório apresentou dados positivos e algumas correções a serem feitas. Creio que a atual gestão já fez parte delas e nós faremos o restante.

Limongi aponta perda de protagonismo do MPConT... Folha de s. Paulo - sP - ConamP - 19.03.2012

20

DE SÃO PAULO

Representante do grupo de oposição que é ligado ao ex-procurador-geral Luiz Antonio Marrey, Mário de Magalhães Papaterra Limongi, 59, está no Ministério Público desde 1976.

Trabalhou na área criminal no 1º Tribunal do Júri da capital e foi secretário-adjunto nas pastas de Segurança Pú-blica (1999-2001) e de Governo e Gestão Estratégica do Es-tado (2002).

Folha - Quais são suas propostas para o Ministério Pú-blico?

Mário Papaterra Limongi - Quero diminuir diferenças dentro do Ministério Público. Há promotorias muito bem aparelhadas e outras muito mal estruturadas. Também há comarcas em que há desfalque de promotores. É possível resolver isso a médio prazo realizando concursos com mais frequência.

Qual sua principal crítica à chefia de hoje da institui-ção?

O atual procurador fez uma gestão correta sob o pon-

to de vista administrativo, mas sem ousadia. A gestão ficou muito ensimesmada, voltada para dentro. O Ministério Pú-blico perdeu espaço externo que nós conquistamos.

Perdeu protagonismo e a função de agente político, que é da chefia. O Ministério Público não precisa de um gerente na Procuradoria-Geral, precisa de um líder.

Como seria isso na prática?

O Ministério Público precisa ter participação mais ativa nas reformas legislativas, alertando a opinião pública sobre desvios. Por exemplo, na esfera criminal, a nossa lei está muito permissiva e o Ministério Público não tem se coloca-do sobre o assunto.

Ter sido secretário do governador Alckmin não poderia prejudicar sua independência no cargo de procurador-geral?

Não, de jeito nenhum. Primeiro porque depois de

ter sido secretário eu fui eleito duas vezes pela classe para o Conselho Superior do Ministério Público. E o go-vernador Geraldo Alckmin certamente quer um Ministério Público independente.

Para Locke, procuradores estão sobrecarregados por burocracia

Page 22: 17 a 19 Março 2012

Por Taís FerrazDiversas pesquisas vêm apresentando e a imprensa vem divul-

gando dados larmantes sobre os homicídios e sobre os baixos índices de elucidação e de condenação nestes crimes. O Brasil é o primei-ro no mundo em número absoluto de mortes violentas (pesquisa da ONU). Cresceu vertiginosamente o número de homicídios envolven-do jovens no país (mapa da violência – Ministério da Justiça). Temos, aqui, 25 homicídios para cada 100 mil habitantes, quando a média mundial é inferior a 10 por 100 mil. Em algumas capitais caracteriza-se verdadeiro cenário de guerra civil, chegando este índice a 40 por 100 mil (mapa da violência).

As investigações, na maior parte das vezes, não chegam à eluci-dação do crime – arquiva-se mais do que se denuncia (Inqueritômetro – CNMP). Os dados, apresentados de forma consolidada, realmente são chocantes. Mas a situação não é nova, tem origem na história da segurança pública. A verdade é que nossa capacidade de indignação em face do homicídio está adormecida. Se não conhecemos o autor ou a vítima, ou se não somos induzidos por manchetes sensacionalis-tas, ouvimos a notícia sobre um assassinato com a mesma resignação que reservamos para as notícias sobre o tempo. E este comportamen-to, em um verdadeiro círculo vicioso, alcança os gestores públicos, responsáveis pelos investimentos no aparato policial e, ao final, os atores do sistema de justiça e segurança pública, aqueles que têm a missão de realizar a persecução penal dos crimes de homicídio.

E por que? Um problema que é de toda a sociedade e do Estado vem sendo tratado, historicamente, de forma absolutamente fragmen-tada, numa constante atribuição recíproca de culpas, sob a premissa de que “o problema não é meu”, ou de que “eu faço a minha parte”. Fazer cada um a sua parte, neste contexto, é insuficiente.

É preciso saber o que toca aos outros agentes e órgãos, saber de que forma as ações se impactam reciprocamente, já que a atuação de todos é interdependente. Se um não funciona, o resultado não ocorre para todos. É preciso fluidez na comunicação e compartilhamento de informações. A integração de ações, a atuação em rede, a cooperação, o planejamento interinstitucional são condições indispensáveis na busca e na execução de soluções em matéria de segurança pública.

Aí está a origem da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública - ENASP. Partindo do pressuposto de que a criminalidade é problema de todos e de que é necessário substituir o discurso da culpa pelo da co-responsabilidade, os Conselhos Nacionais de Justiça e do Ministério Público e o Ministério da Justiça constituíram a ENASP com o objetivo ampliar a comunicação e desenvolver medidas con-cretas e integradas entre os órgãos do sistema de justiça e segurança para redução da criminalidade e da impunidade.

Dentre as ações eleitas como prioritárias pela ENASP está a de dar maior efetividade e agilidade às investigações, denúncias e jul-gamentos dos crimes de homicídio, que gerou a já conhecida Meta 2, que consiste em concluir todas as investigações por homicídio ins-tauradas até dezembro de 2007, com prazo de execução fixado em 30 de abril de 2012.

Esta meta, sob a coordenação do Conselho Nacional do Mi-nistério Público, vem gerando uma mobilização nunca antes vista, no âmbito de todos os estados, para a identificação dos inquéritos antigos, realização de diligências e conclusão de investigações. É a responsável por movimentar 142 mil inquéritos de homicídio, que se encontravam paralisados nas delegacias por inúmeros fatores.

É a responsável, até o momento, por permitir a conclusão de 20% desses inquéritos, de dar resposta às famílias das vítimas e à sociedade em mais de 28.000 investigações e pela realização de dili-gências investigativas em mais de 70 mil inquéritos. É a responsável pelo oferecimento de 4.650 denúncias, pelas quais estão sendo pro-cessadas pessoas que, até aqui, viviam na convicção da impunidade

sem imaginar responder por tão grave crime. É a responsável pelo atual controle e informação sobre os inquéritos policiais por crime de homicídio em todo o país, a possibilitar o monitoramento pelo Ministério Público e a efetiva conclusão das investigações pela polí-cia judiciária. É a responsável por estabelecer maior fluidez e instan-taneidade na comunicação, além de maior integração entre polícia, Ministério Público e Poder Judiciário. É por causa da meta 2 que agora não sabemos apenas quantos homicídios ocorrem no Brasil, mas também quantos não resultam em investigação, em quantos a investigação é frustrada e por qual motivo.

Este esforço concentrado, que se estabeleceu em todos os esta-dos, através de diversas ações, em especial a formação de forças-tarefa conjuntas, a redefinição de fluxos e a capacitação integrada dos agen-tes, a par dos resultados numéricos, tem sido um grande laboratório de diagnóstico, fornecendo informações preciosas e sistematizadas sobre os entraves e gargalos da investigação, condição fundamental para mudanças estruturantes, algumas simples, já implementadas ou em vias de execução, outras mais complexas ou onerosas, que, para serem efetivadas, demandam a sensibilização e o engajamento dos governos estaduais, o que só se consegue com fornecimento de dados concretos e sistematizados.

Diagnóstico realizado em cada um dos estados, pelos gestores locais da ENASP (delegados e promotores) aponta para a necessida-de urgente de estruturação das polícias civis. É preciso romper defini-tivamente, mediante investimentos de peso, com a histórica negligên-cia dos Governos para com a sua polícia judiciária ou investigativa.

As dificuldades na estrutura de pessoal são imensas. Há carên-cia de delegados, investigadores e peritos. Em xx dos estados o qua-dro da polícia judiciária não vem sendo aumentado há mais de 10 anos. Em XX estados, os concursos para perito não resultaram em provimento dos cargos.

Faltam equipamentos de toda sorte para a investigação, que vão simples reagentes químicos a complexos instrumentais de perí-cia. Faltam computadores, falta acesso à internet. A lista de carências é imensa e está a exigir pronta atenção.

Há muito a ser feito, mudanças que dependem de investimentos e mudanças da porta para dentro de cada um dos órgãos. Estas, a ENASP já tem alcançado implementar, na grande parte dos Estados. Mas talvez o grande mérito da Meta 2 da ENASP seja a sua contri-buição para trazer à luz a problemática da investigação de homicídios no país, resgatando a capacidade de indignação da sociedade, dos delegados, peritos, promotores, magistrados e defensores, frente à ocorrência e à impunidade do pior dos crimes.

Hoje há sistemas de monitoramento, há pesquisas estruturadas e os dados estão disponíveis à sociedade, à imprensa e, muito especial-mente, aos órgãos do Sistema de Justiça. E é fundamental que esta triste realidade seja revelada.

O primeiro passo para reverter o quadro, que já foi dado, está justamente na tomada de consciência quanto à magnitude do proble-ma. Neste longo e pedregoso caminho, o papel dos órgãos de controle e da sociedade é fundamental. Seja através do controle externo da atividade policial, do Ministério Público e do Poder Judiciário, a ga-rantir que a dormência antes estabelecida sobre as investigações não torne a ocorrer, seja através do planejamento conjunto de ações e da coordenação da sua execução, em âmbito nacional.

A roda movimentou-se, fruto da fixação conjunta de estratégias e da consciência quanto ao tamanho dos desafios a enfrentar e a im-portância da integração, resultado da percepção, já tardia, de que a impunidade é causa direta do aumento da criminalidade e de que, no Brasil, matar é ainda um crime que compensa.

Taís Ferraz é juíza federal e conselheira do CNMPRevista Consultor Jurídico, 17 de março de 2012

ConsulTor jurídiCo - sP - ConamP - 19.03.2012

Transparência ajuda no combate à impunidade

21

Page 23: 17 a 19 Março 2012

esTado de minas - P. 08 - 19.03.2012

22

Page 24: 17 a 19 Março 2012

ConT... esTado de minas - P. 08 - 19.03.2012

23

Page 25: 17 a 19 Março 2012

O mundo contemporâneo vivencia diversos, intensos e complexos desafios. A apropriação privatística e irracional da natureza vem proporcionando perversas e conhecidas conse-quências. Centenas de conflitos internos e externos, devastan-do países e destruindo esperanças, ilustram a difícil situação de inúmeros refugiados, uma população nômade, à margem da sua própria condição de ser humano.

O homem precisa sentir-se abrigado, protegido, resguar-dado do cotidiano. Por mais que se abrigue em ideias, convic-ções ou sonhos, ele necessita de um teto. O morar não é uma invenção do cotidiano – o morar faz parte da própria natureza humana. A expressão “sentir-se em casa” revela o conforto e a necessidade da segurança de um espaço de intimidade. A casa é também o lugar da vida, do seu livre desenvolvimento.

O “estar no mundo” pressupõe um espaço de realizações, interseções e também de recanto e resguardo. A casa é o nos-so espaço vital, nosso canto no mundo. A moradia constitui uma dimensão fundamental da existência humana, lugar de encontro do ser humano consigo e com o outro.

Para Henri Lefebvre (LEFEBVRE, Henri. A revolução urbana. Tradução: Sérgio Martins. Belo Horizonte: UFMG, 1999, página 81), “o ser humano não pode deixar de edificar e morar, ou seja, ter uma morada onde vive sem algo a mais (ou a menos) que ele próprio: sua relação com o possível como com o imaginário”.

As atuais contrariedades e excessos do capitalismo, cau-sadoras de uma tormenta financeira sem precedentes, desa-fiam as certezas de uma economia globalizada. A acentuada e desorganizada ocupação dos espaços urbanos exclui massa de pessoas, gerando uma população marginalizada, não pro-prietários e não possuidores, que, precariamente, luta por es-paços de dignidade. Aponta Diane Roman (ROMAN, Diane. Le droit public face à la pauvreté. Paris: LGDJ, 2002, página 426) que o homem é um animal social, cuja segurança deve ser garantida a fim de que sua liberdade possa ser exercida. O direito à satisfação de suas necessidades fundamentais constitui direito natural a ser realizado, inclusive o espaço de morada, que procede diretamente da dignidade da pessoa hu-mana.

O relatório global sobre assentamentos humanos, elabo-rado pelo Habitat, Escritório das Nações Unidas para Assen-tamentos Humanos, diagnosticou que, em 2008, pela primeira vez na história da humanidade, a população urbana ultrapas-sou a rural.

Há uma sensação de encolhimento do mundo: os espaços parecem cada vez mais escassos diante das mais complexas e crescentes necessidades humanas. Como garantir o valor

esTado de minas - P. 01 - direiTo & jusTiça - 19.03.2012

Direito à moradiaMarcelo de Oliveira Milagres

- Promotor de Justiça, assessor do corregedor-geral do Ministério Pú-blico, mestre e doutor pela UFMG, professor de direito civil na Facul-dade de Direito Milton Campos

incomensurável da vida humana em um espaço de expansão limitada, que é o solo urbano? Como assegurar acesso à ne-cessidade vital de moradia?

No Brasil, o diagnóstico de expressiva ausência de mo-radias no espaço urbano revela problema maior: a realidade das favelas, os extensos aglomerados, os assentamentos ir-regulares, as áreas de risco, e um universo de pessoas que não ocupam dignamente um espaço, que não têm um habitat onde lhes seria possível a existência corporal e o desenvol-vimento espiritual. Esse é um dos horizontes a atrair o olhar criterioso, atento e inquieto do jurista. A crise dos espaços de realização e o livre desenvolvimento da pessoa humana também são problemas para o direito.

O mundo realmente encolheu? Não subsistem mais es-paços nas cidades, nas ruas e nas casas? O que é moradia? Confunde-se com residência, domicílio, posse ou proprie-dade? Existiria um direito de personalidade à moradia como categoria jurídica autônoma? E ainda: a moradia seria muito mais que o local onde vive o ser humano?

Manuel Veiga de Faria (FARIA, Manuel Veiga de. Ele-mentos de direito urbanístico. Coimbra: Coimbra Editora, 1977, página 16) bem acentua que a moradia é o elemento que “modela o próprio homem, o condiciona e o motiva, e com tal significação o problema urbanístico e habitacional assume uma importância transcendente e uma nova dimen-são – a dimensão humana”.

O problema não pertence apenas aos urbanistas, aos economistas, aos sociólogos. Alcança também os juristas, sobretudo no Brasil, onde a rápida e desordenada urbaniza-ção, aliada a um capitalismo tardio, com elevada concentra-ção de renda, acentua o problema da moradia, que, por si só, afigura-se complexo.

Pode-se afirmar que o direito à moradia transcende a ideia de prestação estatal ou particular e também não se res-tringe a uma função de defesa. O destinatário a um espaço essencialmente propício à proteção de sua dignidade é a pessoa em si, independentemente de um contraponto com o poder público ou com poderes privados. O ser humano é artífice do seu espaço e o direito à moradia deve ser compre-endido como categoria autônoma de direito de personalida-de. A casa é o espaço do eu, mas também do outro. A mora-dia é o local do encolhimento, mas também da expansão e da realização da afetividade familiar. Fora de sua solidão, é na proximidade afetiva que o ser humano encontra as condi-ções de sua integridade, sendo a casa o locus privilegiado.

O desafio contemporâneo é pensar e efetivar mecanis-mos de realização desse direito além das conhecidas formas contratuais e programas governamentais, dos institutos do bem de família, usufruto, direito real de habitação, conces-são de uso especial para fins de moradia, usucapião e mui-tos outros mecanismos de legitimação de posse. Enfim, por mais que o ser humano tenha mobilidade sem fronteiras, é manifesta também sua necessidade de fixar-se, encolher-se e realizar-se em algum canto do mundo.

24

Page 26: 17 a 19 Março 2012

Fernando Costa Val - Fundador do escritório Costa Val e Ad-vogados Associados

No início do ano foi noticiada no meio jurídico mais uma conquista da advocacia mineira. Trata-se do termo de cooperação mútua que permite a implementação e a elaboração do procedi-mento de pagamento de honorários a advogados dativos, firmado entre o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG), a Advocacia Geral do Estado (AGE), a Secretaria de Estado de Fazenda e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG). O refe-rido termo de cooperação foi precedido pelo decreto estadual nº. 45.898/2012.

Entretanto, o valor atribuído como forma de remunerar os ad-vogados dativos vem passando despercebido pelo público atingido pela atitude propagandista da matéria. Dativo, para aqueles que não têm familiaridade com a terminologia jurídica, é o termo uti-lizado para designar defensor (advogado) nomeado pelo juiz para fazer a defesa de um réu em processo criminal ou de um requerido em processo civil, quando a pessoa não tem condições de contratar ou constituir um defensor.

O decreto estadual, citado anteriormente, estabelece que os honorários dos advogados dativos serão fixados pelo juiz da sen-tença, de acordo com tabela elaborada pela OAB/MG. E, com uma simples consulta à tabela, podemos constatar que a conquista obti-da pelos dativos não é nada mais do que aposição sobre o exercício da advocacia e dos profissionais do direito de forma justa e digna.

Dessa forma, percebemos uma grande disparidade entre os valores contidos na tabela elaborada pelo órgão para fixar os ho-norários a serem pagos aos dativos e a própria e já defasada tabela preparada pelo conselho do órgão emitida em forma de resolução.

Essa última tem, em sua apresentação, como justificativa, a neces-sidade de “assegurar aos inscritos na OAB o direito aos honorá-rios convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência, cujos parâmetros para fixação desses honorários o estatuto também prevê seja competência do egrégio conselho seccional estabelecer e atualizar a tabela dos honorários advoca-tícios”.

Numa simples verificação, constata-se que, em alguns casos, os valores pagos aos advogados dativos foram estipulados com indicação de redução em até 700% do que fora inicialmente ajus-tado pelo Conselho da OAB-MG. Ou seja, quando deveriam ser atualizados, os honorários sofreram redução significativa, a ponto de estipular, por um ato do advogado dativo, uma irrisória remu-neração equivalente a R$ 100.

Não se pode esquecer que ao advogado – e o dativo está in-cluído obviamente – são atribuídas várias responsabilidades no exercício da profissão, sendo ele responsável pela defesa técnica e dos interesses de seus constituintes. O advogado, como assegura-do pela Constituição, é indispensável à administração da justiça, e como tal, deve ser considerado, inclusive para fins de se estabele-cer seus honorários.

Entretanto, a realidade da advocacia vem se mostrando outra, sendo que o seu exercício tem merecido a observância constante dos aspectos legais e éticos da profissão. A observância de uma re-muneração justa apela para a busca permanente da postura ética.

Receio que a tabela de honorários para os dativos transforme-se em espelho para os olhos e a caneta dos juízes, como índice de fixação dos já não condignos honorários de sucumbência a que tem direito uma classe tão combatida, mas de nobilíssimo exercício.

esTado de minas – P. 11 – 17.03.2012

Os honorários do defensor nomeado

25

Luis Felipe Silva Freire - Advogado, presidente da Comis-são de Informática, Direito Eletrônico e Crimes Eletrônicos da OAB-MG

Temos muito a comemorar. A Lei 11.419/06, que instituiu a informatização do processo judicial, completa hoje 5 anos. San-cionada em dezembro/2006, a lei entrou em vigor em 19/3/2007. Durante todos esses anos, juristas e especialistas debateram am-plamente sobre os pontos fortes e fracos da lei. No fim, chega-mos sempre à mesma conclusão: os benefícios são magníficos e os obstáculos podem ser ultrapassados. A lei veio para ficar e mudar para sempre nossa relação com o Poder Judiciário.Cinco anos atrás, todos estavam apreensivos se saberiam usar o proces-so eletrônico, se possuíam os equipamentos certos e como seria o dia a dia do advogado com essa nova realidade. Essa é uma reação normal a qualquer grande mudança que enfrentamos, que sempre visa proteger e nos manter em nossa zona de conforto. Passados cinco anos, percebemos facilmente os avanços que a lei proporcionou ao cidadão, ao poder judiciário e ao advogado.

Fato é que enfrentamos também muitos obstáculos. Aos poucos, todos estão sendo ultrapassados, graças à atuação con-junta entre OAB/MG, TJMG, TRT/MG, TJM/MG e TRF, como também dos tribunais superiores e outros órgãos nacionais e federais.Sempre é importante relembrar os maiores benefícios advindos com a lei, como é o caso dos prazos que passaram a vencer às 24hs (e não mais no horário de funcionamento do respectivo órgão), podendo ser cumpridos eletronicamente, não exigindo sequer a saída do profissional do escritório. Outro pon-

to que merece destaque é a aproximação do poder judiciário com o cidadão. Como se sabe, a lei permitiu que o processo tramite integralmente no meio eletrônico. A partir do momento que os atos estão na internet, fica mais fácil para o jurisdicionado acom-panhar e saber o que se passa com seu processo. O Diário de Justiça, que antes era no papel e agora passou a ser eletrônico (DJe) economizou milhões ao Poder Judiciário. A ausência do papel economizou também ao advogado, com um benefício fan-tástico à natureza. A possibilidade de praticar atos de seu próprio computador também gerou um grande ganho de produtividade aos advogados e escritórios de advocacia. Outro item importante é que a tramitação do processo também passou a ser automática, portanto mais ágil.

Uma dificuldade sempre enfrentada pelos advogados foi a grande quantidade de sistemas, leis e regulamentos que cada tri-bunal implantou. É difícil aprender a manusear e conhecer as ca-racterísticas de todos os sistemas. Para solucionar o problema o CNJ desenvolveu o Processo Judicial Eletrônico (PJe), que é um sistema único, cujo projeto já tem a adesão, atualmente, de 53 órgãos da Justiça brasileira, conforme informações do próprio CNJ. Mas obstáculos existem e sempre existirão. Não precisa-mos sair de nossa zona de conforto. Precisamos, sim, é aumentar nossa zona de conforto, experimentando, aprendendo e partici-pando. E a OAB/MG se orgulha em fazer parte e acompanhar de perto o desenvolvimento jurídico-tecnológico de nosso país, primando sempre pela segurança, respeito à lei e ao estado de-mocrático de direito.

esTado de minas - P. 9 - 19.03.2012 Justiça eletrônica Digitalização do processo judicial faz cinco anos com saldo positivo para todos

Page 27: 17 a 19 Março 2012

Folha de sP - P. a2 - 19.03.2012

26