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7/16/2019 170 Oab 2 Fase Questoes Com Gabarito http://slidepdf.com/reader/full/170-oab-2-fase-questoes-com-gabarito 1/12 OAB 2011.1 - 2ª FASE Administrativo Prof. Matheus Carvalho Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 1 OAB 2ª FASE NACIONAL Direito Administrativo Problemas para Peças e Questões Práticas PROBLEMA N.º 1  –O diretor do departamento de recursos humanos de uma prefeitura municipal encaminhou ao departamento jurídico dessa entidade a seguinte consulta: “Senhor  Diretor Jurídico, o servidor Raimundo Nonato da Silva, que trabalha no almoxarifado, na função de almoxarife, solicitou a este Departamento o pagamento de duas horas extraordinárias por dia, tendo em vista a sua jornada de trabalho ser das 9 h às 12 h e das 13 h às 19 h, de segunda a sexta-feira. O servidor foi nomeado, após aprovação em concurso público, para jornada de trabalho de 8 horas/dia. Assim, solicito orientação desse Departamento Jurídico sobre a obrigatoriedade do pagamento das horas extraordinárias solicitadas.” Com base na situação hipotética apresentada e na  condição de membro da equipe do departamento jurídico da mencionada prefeitura, redija um parecer jurídico dando a solução à consulta do diretor de recursos humanos. extensão máxima: 90 linhas GABARITO: 1. Peça: Parecer. 2. Endereçamento: Senhor Diretor do Departamento de Recursos Humanos ou Senhor Diretor do Departamento Jurídico. 3. Fundamentação legal: a) arts. 7.º, XIII e XVI, e 39, § 3.º, ambos da CF/88; b) arts. 19, 41, 49, 61, V e 73, todos da Lei 8.112/90, lei aplicável por analogia no caso de não haver estatuto dos funcionários públicos no município; 4. Teses: a) é assegurado o direito ao servidor jornada de trabalho com duração máxima semanal de 40 horas, observados os limites mínimo e máximo de 6 e 8 horas, respectivamente; b) o servidor foi nomeado para jornada de trabalho de 8 horas/dia; c) o percentual mínimo constitucional para remuneração do serviço extraordinário é de 50% superior à remuneração do serviço normal; d) sobre o valor a ser pago a título de horas extras deverá incidir a contribuição previdenciária (Súmula 207 do STF); e) as horas extras não se incorporam à remuneração do servidor. PROBLEMA N.º 2  – O Banco Regional Estadual, sociedade de economia mista de um estado da Federação, resolveu abrir procedimento administrativo de seleção com vistas à contratação de empresa civil para a construção da nova sede do banco. Na inexistência de lei específica que estabeleça o estatuto jurídico de que trata o art. 173, § 1.º, inciso III, da Constituição Federal, houve por bem aplicar os dispositivos da Lei 8.666/1993. Na fase de habilitação, a sociedade Tijolo Construções e Engenharia Ltda. foi desclassificada do certame, sem a participação do preposto dessa sociedade, sob o argumento de que ela não possuía regularidade fiscal, pois estava em dívida com o INSS – fato que a inabilitaria ao certame, nos termos do inciso IV, do art. 29 da Lei 8.666/1993. Essa decisão, com ata lavrada em 10/08/2006, quinta-feira, foi publicada em 15/08/2006, terça-feira. No recurso administrativo endereçado à Comissão de Licitação, em 22/08/2006, terça-feira, a sociedade licitante defendeu-se, alegando que, em relação ao citado débito, já havia dado em garantia à execução fiscal uma caução integral e em dinheiro. Alegou também que a penhora não foi realizada por ser um procedimento demorado, pelo qual não deu causa, sendo esse o motivo por que não teria fornecido a certidão negativa de débito, mas apresentou a certidão positiva com efeitos de negativa. Portanto, somente poderia opor os embargos do devedor quando a penhora fosse decidida, o que revelaria a intenção da licitante de discutir o débito judicialmente, ação essa que não dependeria de impetrante, pois a caução havia sido feita há mais de 1 ano, sem que tivesse havido decisão judicial a respeito. O presidente da comissão, em 27/08/2006, após ter recebido o recurso em efeito suspensivo, não conheceu dele, sob o argumento de sua intempestividade, decisão que foi publicada no dia 29/08/2006.

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Problemas para Peças e Questões Práticas

PROBLEMA N.º 1  –O diretor do departamento de recursos humanos de uma prefeituramunicipalencaminhou ao departamento jurídico dessa entidade a seguinte consulta: “Senhor  Diretor Jurídico, o servidor Raimundo Nonato da Silva, que trabalha no almoxarifado,na função de almoxarife, solicitou a este Departamento o pagamento de duas horasextraordinárias por dia, tendo em vista a sua jornada de trabalho ser das 9 h às 12 h edas 13 h às 19 h, de segunda a sexta-feira. O servidor foi nomeado, após aprovaçãoem concurso público, para jornada de trabalho de 8 horas/dia. Assim, solicitoorientação desse Departamento Jurídico sobre a obrigatoriedade do pagamento das

horas extraordinárias solicitadas.” Com base na situação hipotética apresentada e na  condição de membro da equipe do departamento jurídico da mencionada prefeitura,redija um parecer jurídico dando a solução à consulta do diretor de recursos humanos.extensão máxima: 90 linhasGABARITO:1. Peça: Parecer.2. Endereçamento: Senhor Diretor do Departamento de Recursos Humanos ouSenhor Diretor do Departamento Jurídico.3. Fundamentação legal:a) arts. 7.º, XIII e XVI, e 39, § 3.º, ambos da CF/88;b) arts. 19, 41, 49, 61, V e 73, todos da Lei 8.112/90, lei aplicável por analogia nocaso de não haver estatuto dos funcionários públicos no município;

4. Teses:a) é assegurado o direito ao servidor jornada de trabalho com duração máximasemanal de 40 horas, observados os limites mínimo e máximo de 6 e 8 horas,respectivamente;b) o servidor foi nomeado para jornada de trabalho de 8 horas/dia;c) o percentual mínimo constitucional para remuneração do serviço extraordinárioé de 50% superior à remuneração do serviço normal;d) sobre o valor a ser pago a título de horas extras deverá incidir a contribuiçãoprevidenciária (Súmula 207 do STF);e) as horas extras não se incorporam à remuneração do servidor.

PROBLEMA N.º 2  – 

O Banco Regional Estadual, sociedade de economia mista de um estado daFederação, resolveu abrir procedimento administrativo de seleção com vistas àcontratação de empresa civil para a construção da nova sede do banco. Nainexistência de lei específica que estabeleça o estatuto jurídico de que trata o art. 173,§ 1.º, inciso III, da Constituição Federal, houve por bem aplicar os dispositivos da Lei8.666/1993.Na fase de habilitação, a sociedade Tijolo Construções e Engenharia Ltda. foidesclassificada do certame, sem a participação do preposto dessa sociedade, sob oargumento de que ela não possuía regularidade fiscal, pois estava em dívida com oINSS – fato que a inabilitaria ao certame, nos termos do inciso IV, do art. 29 da Lei8.666/1993. Essa decisão, com ata lavrada em 10/08/2006, quinta-feira, foi publicadaem 15/08/2006, terça-feira.

No recurso administrativo endereçado à Comissão de Licitação, em22/08/2006, terça-feira, a sociedade licitante defendeu-se, alegando que, em relaçãoao citado débito, já havia dado em garantia à execução fiscal uma caução integral eem dinheiro. Alegou também que a penhora não foi realizada por ser um procedimentodemorado, pelo qual não deu causa, sendo esse o motivo por que não teria fornecidoa certidão negativa de débito, mas apresentou a certidão positiva com efeitos denegativa.Portanto, somente poderia opor os embargos do devedor quando a penhorafosse decidida, o que revelaria a intenção da licitante de discutir o débito judicialmente,ação essa que não dependeria de impetrante, pois a caução havia sido feita há maisde 1 ano, sem que tivesse havido decisão judicial a respeito.O presidente da comissão, em 27/08/2006, após ter recebido o recurso em

efeito suspensivo, não conheceu dele, sob o argumento de sua intempestividade,decisão que foi publicada no dia 29/08/2006.

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Na qualidade de advogado da sociedade TijoloConstruções e EngenhariaLtda., redija peça profissional que contemple a medida judicial mais apropriada para

que sua constituinte possa continuar a participar do certame.

GABARITO:1. Peça: Mandado de Segurança.2. Endereçamento: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cívelda Comarca do Rio de Janeiro – RJ.3. Fundamentação legal:a) arts. 5.º, LV, 37, XXI e 173, § 1.º, III, todos da CF/88;b) arts. 1.º e 18 da Lei 1.533/51;c) arts. 151 e 206 do CTN;d) arts. 1.º, parágrafo único, 29, IV, 109 e 110, todos da Lei 8.666/93.4. Teses:

a) o recurso administrativo foi protocolado no prazo, pois estava dentro dos 5 diasúteis previstos no art. 109, I, a, da Lei 8.666/93;b) a caução prestada em dinheiro é suficiente para suspender a exigibilidade docrédito tributário (art. 151, II, do CTN), de modo que a certidão positiva comefeitos de negativa tem o mesmo efeito da certidão negativa (art. 206 do CTN);c) o mandado de segurança é cabível, pois não houve o transcurso do prazo de120 dias (art. 18 da Lei 1.533/51);d) há direito líquido e certo, pois o fundamento trazido no item “b” acima pode ser  comprovado de plano, com a juntada dos documentos constantes do processolicitatório;e) é necessário garantir a observância do princípio constitucional da isonomia,selecionando-se a proposta mais vantajosa para a Administração, visando a

observância dos princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, damoralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, davinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhessão correlatos;f) existe relevante fundamento (fumus boni iuris) e perigo na demora caso nãoconcedida a medida antes da solução definitiva do writ impetrado ( periculum inmora); o primeiro porque a própria Constituição deseja a participação do maiornúmero de concorrentes na licitação e o interessado estava em dia com suasobrigações previdenciárias; e o segundo porque, caso o certame prosseguisse,haveria abertura das propostas de preço, com quebra do sigilo daconcorrência, prejudicando o certame para o caso de a segurança serconhecida.

Pedro, servidor público municipal ocupante do cargo de assistenteadministrativo, solicitou ao serviço de recursos humanos da secretaria deadministração do município licença paternidade, pois sua esposa está prestes a dar àluz. O chefe do departamento de recursos humanos, com dúvidas sobre o direito dePedro à licença, solicitou à Procuradoria Jurídica do município sobre o direito àconcessão da licença paternidade, os requisitos para a sua concessão e o seu períodode duração.Considerando essa situação hipotética, redija um parecer jurídico em resposta àconsulta do chefe do departamento de recursos humanos da referida secretariamunicipal.extensão máxima: 120 linhas

GABARITO:1. Peça Processual: Parecer2. Endereçamento: Senhor Diretor do Departamento de Recursos Humanos daSecretaria de Administração.3. Fundamentação legal:a) arts. 7.º, XIX, e 39, § 3.º, ambos da CF/88;b) arts. 102, VIII, a, 184, II, 185, I, e, 208, todos da Lei 8.112/90, lei aplicável poranalogia no caso de não haver estatuto dos funcionários públicos no município;c) arts. 3.º e 4.º da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente).4. Teses:a) o servidor tem direito à licença remunerada, considerando-se o período comode efetivo exercício do trabalho;b) o período é de 05 (cinco) dias consecutivos contados da data do nascimento,salvo se houver legislação municipal dispondo de forma especial conferindo

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período diverso;c) o servidor terá de preencher formulário específico dirigido à chefia imediatacomunicando o motivo da licença;

d) será necessária a apresentação da certidão de nascimento do filho.5. Observações:a) a licença paternidade não poderá ser concedida em data posterior aonascimento ou adoção de filho, constante da certidão de nascimento, nemsofrer qualquer interrupção;b) a licença paternidade é devida seja pelo nascimento de filho, seja pela adoção,neste caso o documento necessário será o termo de adoção.Há uma curiosidade no Estado de Pernambuco: a licença-paternidade para osservidores estaduais é de 15 dias e a licença-maternidade, de 180 dias.

PROBLEMA N.º 4  – O Município do Rio de Janeiro ocupou terreno urbano não-edificado e, nele,

construiu, instalou e pôs em funcionamento uma escola pública. Passados dois anos,os herdeiros do falecido proprietário do terreno intentam propor medida judicial contrao município.Na qualidade de advogado dos referidos herdeiros, elabore, de formafundamentada, a petição inicial da medida judicial cabível a essa situação hipotética.

GABARITO:1. Peça Processual: Ação de Indenização por Desapropriação Indireta.2. Endereçamento: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ Vara daFazenda Pública da Capital.3. Fundamentação legal e teses:

a) com a ocupação do local pelo Poder Público e sua utilização num serviçopúblico, o bem foi incorporado ao patrimônio público, o que impõe a devidaindenização;b) o fundamento maior desse direito é o art. 5.º, XXIV, que dispõe que adesapropriação requer pagamento de prévia e justa indenização em dinheiro;c) o art. 35 do Decreto-Lei 3.365/41, por sua vez, assevera que, “os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objetode reinvindicação, ainda que fundada em nulidade do processo dedesapropriação”. O mesmo dispositivo dispõe que eventuais problemas devem ser resolvidos por meio de indenização por perdas e danos. Esse dispositivodeixa claro que a única alternativa para um caso como o presente é intentar açãoindenizatória, já que, uma vez incorporado o bem ao patrimônio público, não é

possível desfazer essa situação;d) o § 3.º do art. 27 do Decreto-Lei 3.365/41, parágrafo acrescentado pela MedidaProvisória 2.183-56/01, dispõe que a disciplina dos juros compensatórios, emmatéria de desapropriação, vale também para “as ações ordinárias de  indenização por apossamento administrativo ou desapropriação indireta”. Essa disposição assume expressamente o dever de indenizar quando ocorre adesapropriação indireta;e) por fim, a responsabilidade objetiva do estado prevista no art. 37, § 6.º, da CF,também reclama indenização por prejuízos causados por conduta estatal,independentemente de culpa ou dolo.

PROBLEMA N.º 5  – O imóvel de Antônio foi ocupado, em 19 de janeiro de 1988, peloEstado X, queo utilizou como espaço para feira de exposição permanente. Mais de 500 pontos devenda foram licitados e adquiridos pelos feirantes. A referida feira já está emfuncionamento há mais de 10 anos. Em dezembro de 2006, Antônio procurou oescritório de advocacia, com a intenção de ser reintegrado ao imóvel esbulhado ou serindenizado.Como advogado responsável pela defesa dos interesses de Antônio, redijapeça profissional que contemple a medida judicial mais adequada e célere ao caso.Para tanto, aborde, em seu texto, necessariamente e de forma fundamentada deacordo com os precedentes jurisprudenciais dos tribunais superiores, os aspectosapresentados a seguir:

- Aspectos formais:a. órgão judicial competente;

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b. medida judicial mais apropriada;c. outros aspectos formais.- Aspectos materiais:

a. prescrição;b. juros moratórios;c. juros compensatórios;d. honorários advocatícios;e. pedidos finais.GABARITO:1. Peça Processual: Ação de Indenização por Desapropriação Indireta.2. Endereçamento: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara daFazenda Pública da Comarca de ___.3. Fundamentação legal e teses:a) com a ocupação do local pelo Poder Público e sua utilização num serviçopúblico, o bem foi incorporado ao patrimônio público, o que impõe a devida

indenização;b) o fundamento maior desse direito é o art. 5.º, XXIV, que dispõe que adesapropriação requer pagamento de prévia e justa indenização em dinheiro;c) o art. 35 do Decreto-Lei 3.365/41, por sua vez, assevera que, “os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objetode reinvindicação, ainda que fundada em nulidade do processo dedesapropriação”. O mesmo dispositivo dispõe que eventuais problemas devemser resolvidos por meio de indenização por perdas e danos. Esse dispositivodeixa claro que a única alternativa para um caso como o presente é intentaração indenizatória, já que, uma vez incorporado o bem ao patrimônio público,não é possível desfazer essa situação;d) o § 3.º do art. 27 do Decreto-lei 3.365/41, parágrafo acrescentado pela Medida

Provisória 2.183-56/01, dispõe que a disciplina dos juros compensatórios, emmatéria de desapropriação, vale também para “as ações ordinárias de  indenização por apossamento administrativo ou desapropriação indireta”. Essa disposição assume expressamente o dever de indenizar quando ocorre adesapropriação indireta;e) por fim, a responsabilidade objetiva do estado prevista no art. 37, § 6.º, da CF,também reclama indenização por prejuízos causados por conduta estatal,independentemente de culpa ou dolo;f) o prazo prescricional para ingressar com a ação de indenização pordesapropriação indireta, nos termos da Súmula 119 do STJ, é de 20 anos. Ofundamento da súmula é que esse é o prazo para a usucapião extraordináriade bens imóveis, sob a égide do antigo Código Civil (arts. 550/551). Todavia,no atual CC, o prazo da usucapião extraordinária é de 15 anos, como regra, ede 10 anos, quando o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradiahabitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo, conforme oart. 1.238 do CC². O atual Código Civil prevê que os prazos prescricionaisreduzidos por ele não serão aplicados se o prazo originário já transcorreu mais dametade (art. 2.028). No caso em tela, como o prazo de 20 anos se iniciou em1988, ele já transcorreu mais que sua metade na data da prova, de modo que seráo prazo a regular a prescrição no caso em tela. Assim, a ação pode ser intentadaaté 19 de janeiro de 2008.4. Outros pontos:a) deve ser feito pedido de Citação e protesto pela produção das provasadmitidas em direito, requerendo-se, desde já, a realização de prova pericialpara determinar o valor da justa indenização;b) deve-se pedir a procedência da ação com a fixação de indenização que leveem conta os critérios legais e as avaliações, bem como os seguintesconsectários legais:- juros compensatórios pela imissão provisória no imóvel, juros esses devidosdesde a apropriação do imóvel pela ré, e no montante de 12% ao ano, comincidência sobre a totalidade do valor indenizatório;- juros moratórios, para o caso de não pagamento no prazo devido, e quedevem ser de 6% ao ano, contados a partir de 1.º de janeiro do exercícioseguinte àquele em que o pagamento deverá ser feito, nos termos do art. 100da Constituição” (art. 15-B do Dec-lei);- correção monetária, contada desde a realização do laudo pericial que fixar ovalor do bem expropriado e incidente até a data do efetivo pagamento;- custas e despesas processuais, bem como honorários advocatícios, estes no

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valor de 20% sobre o total da condenação; os honoráriosadvocatíciosdeverão incidir também sobre as parcelas relativas aos juros compensatórios

e moratórios, devidamente corrigidos (Súmula 131 do STJ). ___________________2 A MP 2.183/01 deu nova redação ao parágrafo único do art. 10 do Dec.-lei, paradispor que o prazo prescricional da ação de indenização por desapropriação indiretapassava a ser de 5 anos. Todavia, o STF, na ADI 2.260/DF, suspendeu a eficácia dodispositivo. A ADI perdeu o objeto quanto a esse ponto, pois edição posterior damedida provisória mudou o dispositivo para o seguinte teor: “extingue-se em 5 (cinco)anos o direito de propor ação que vise a indenização por restrições decorrentes deatos do Poder Público”. Tais restrições não se confundem com a extinção do direito de propriedade, própria da desapropriação indireta. Restrições dizem respeito aservidões, requisições administrativas etc.

PROBLEMA N.º 6  – Paulo, economista, ex-servidor público de uma autarquia federal, responsávelpor ordenar despesas, foi acusado de ter praticado, no dia 12 de agosto de 2002,segunda-feira, ato de improbidade administrativa ao dar à verba pública uma aplicaçãodiversa daquela estabelecida em lei, fato esse que configura crime previsto no art. 315do Código Penal, cuja pena é de detenção de 3 meses a 1 ano, ou multa.O fato tornou-se conhecido da presidência da referida autarquia no dia 14 de

 janeiro de 2003, terça-feira, que fez publicar, no dia 18 de fevereiro do mesmo ano,portaria de instauração de processo administrativo disciplinar na qual constava o prazode 60 dias, prorrogáveis por mais 60 dias, para que se concluíssem os trabalhos. Acomissão de processo administrativo disciplinar foi instalada no dia seguinte. A

portaria de cassação de aposentadoria, que ratificou o entendimento da comissão foientão assinada pelo Ministro de Estado, por delegação do presidente da República, epublicada no dia 20 de dezembro de 2006, sob o fundamento de que Paulo teriapraticado ato de improbidade administrativa, na forma do inciso IX do art. 10 da Lei8.429/98, c/c o art. 132, inciso IV, da Lei 8.112/90.Paulo foi aposentado no dia 04 de janeiro de 2004.Diante desse fato, na qualidade de advogado de Paulo, redija um textocorrespondente à medida judicial mais apropriada para anular a portaria de cassaçãode aposentadoria, com os argumentos que entender pertinentes; date e peça com adata do último dia do prazo legal correspondente e aborde, necessariamente, osseguintes pontos:1. Forma:

a) medida judicial cabível;b) competência;c) legitimidade passiva;d) prazo da medida.2. Mérito:a) competência da administração para aplicar a penalidade de improbidade;b) prescrição.GABARITO:1. Peça: Mandado de Segurança.2. Endereçamento: Excelentíssimo Senhor Presidente do Colendo Superior Tribunalde Justiça.3. Legitimidade passiva: Ministro de Estado que assinou a portaria.

4. Prazo da medida: 120 dias contados da data da publicação da portaria decassação.5. Fundamento legal e teses:a) incompetência do Ministro de Estado para aplicar a pena de cassação daaposentadoria; nos termos do art. 141 da Lei 8.112/90 a competência para aaplicação dessa sanção é do Presidente da República;b) prescrição: o prazo prescricional para aplicação das sanções da Lei deImprobidade contra servidor efetivo é o prazo previsto em lei específica paraaplicação das sanções para as faltas disciplinares puníveis com demissão abem do serviço público (art. 23, II, da Lei 8.429/92); a Lei 8.112/90 dispõe queo prazo para aplicar a pena de demissão e de cassação de aposentadoria é de5 anos contados da data em que o fato se tornou conhecido (art. 142, I e § 1.º).

Todavia, o § 1.º do art. 142 da mesma lei dispõe que “os prazos de prescrição previstos na lei penal aplica-se às infrações disciplinares capituladas também

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como crime”. Nesse sentido, como o crime que o servidor teria praticado tempena de detenção de 1 a 3 meses (art. 315 do Código Penal), o prazo de

prescrição previsto na lei penal para o crime é de 2 anos (art. 109, VI, doCódigo Penal). Dessa forma, caberia invocação da prescrição, pois entre 2003e 2006 tem-se período superior a 2 anos;c) a aplicação de pena com base exclusivamente na Lei de Improbidade dependede ação judicial.PROBLEMA N.º 7  – A sociedade de economia mista Alfa, que desenvolve atividade econômica semmonopólio, adquiriu, sem prévia licitação, produto ligado diretamente à atividade quedesenvolve no mercado. Em que pese a aquisição não se enquadrar nas hipóteses dedispensa ou de inexigibilidade de licitação, enumeradas na Lei 8.666/93, a empresa

 justificou a compra direta, sem licitação, sob os fundamentos de ser ela um ente daadministração indireta da União, possuir personalidade jurídica de direito privado e

estar o bem adquirido intimamente vinculado à atividade fim da empresa. Em face docaso apresentado acima, em especial no que tange ao objeto da aquisição e tendo emvista os princípios constitucionais aplicáveis à Administração Pública, elabore umparecer abordando, obrigatoriamente, os seguintes aspectos:a) conceito e objetivo da licitação e conceito e regime jurídico da sociedade deeconomia mista;b) necessidade, ou não, de sociedades de economia mista, em situação como adescrita acima, submeterem-se à Lei 8.666/93.GABARITO:1. Peça: Parecer.2. Endereçamento: não há indicação na questão, de modo que o parecer poderia seriniciado com a seguinte frase: “Trata-se de consulta formulada pelo ___, que solicita

parecer sobre a possibilidade de sociedade de economia mista que desenvolveatividade econômica sem monopólio adquirir (...)”. 3. Fundamentação Legal:a) arts. 1.º, parágrafo único, e 119, ambos da Lei 8.666/93;b) arts. 22, XXVII, e 173, § 1.º, ambos da CF.4. Teses:a) não é possível comparar a atividade estatal, não ligada diretamente aocomércio, com a atividade das empresas estatais, ligadas, como regra,diretamente a uma atividade econômica; essa diferença faz com que, emcertas situações, a urgência e a eficiência reclamadas pelo mercado, levem ànecessidade de as empresas estatais que explorem atividade econômicacontratem sem licitação, como meio de conseguir atuar no mercado;b) a EC 19/98 alterou o texto dos arts. 22, XXVII, e 173, § 1.º, da CF, passando adispor que as empresas estatais exploradoras de atividade econômica terãotratamento próprio quanto ao dever de licitar, por meio de lei que estabeleceráo seu estatuto jurídico;c) a aquisição está relacionada à atividade-fim da empresa;d) o parecer deve ser no sentido da possibilidade de sociedade de economiamista que desenvolve atividade econômica sem monopólio adquirir, sem prévialicitação, produto ligado diretamente à sua atividade fim, mesmo não incidindohipótese de dispensa ou inexigibilidade de licitação, e desde que a realizaçãodo certame possa impedir que a empresa atue no mercado em condiçõesparitárias com as demais empresas.PROBLEMA N.º 8  – João de Tal foi demitido do cargo de fiscal agropecuário federal por ato doMinistro da Agricultura, depois de tê-lo exercido por 15 anos, sendo que esta era suaúnica fonte de renda, com a qual mantinha mulher e três filhos menores. O processoadministrativo disciplinar do qual resultou a aplicação da pena máxima a João não foibem conduzido, havendo a comissão processante feito a oitiva de algumastestemunhas importantes sem que João fosse notificado do fato, não tendo podido,portanto, formular quesitos ou, mesmo, contraditá-las. A Portaria 205/2007, assinadapelo ministro de Estado, foi publicada em 20/11/2007, nela constando que a demissãode João ocorrera por ele “ter procedido de forma desidiosa no desempenho de suas funções, causando dano ao Erário e lesando os cofres públicos”. Consta que, por dois anos consecutivos, o servidor em questão chegou a serpremiado pela excelência no desempenho de suas atividades. Além disso, chegou aoúltimo nível da carreira por merecimento e não constava qualquer registrodesabonador em sua ficha funcional.

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A conduta irregular da qual foi acusado (negligência aofiscalizar grande cargade arroz vinda do sudeste asiático e contaminada por fungo inexistente no Brasil) teria

sido verificada nos dias 12 e 13 de março de 1999, conforme denúncia divulgada emreportagem de capa por grande jornal de circulação nacional. Contudo, a Comissão deProcesso Administrativo Disciplinar (CPAD) só foi constituída mediante portariaministerial, em 15 de janeiro de 2005.Considerando a situação hipotética acima, elabore na qualidade de advogadoconstituído por João de Tal, com a obediência ao prazo legal, a peça judicial adequadaa obter a tutela de urgência que reverta o ato demissionário.GABARITO:1. Peça: Mandado de Segurança; a peça encontra fundamento no art. 5.º, LXIX, daCF, e nos arts. 1.º e 5.º, III, da Lei 1.533/51; há ato de autoridade, descumprimentode formalidade essencial em processo administrativo e existência de prova préconstituída.2. Endereçamento: Excelentíssimo Senhor Presidente do Colendo Superior Tribunal

de Justiça. (art. 105, I, b, da CF).3. Partes:a) impetrante: João de Tal;b) impetrado: Ministro da Agricultura.4. Tese 1: violação aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório(art. 5.º, LV, da CF), em virtude do processo não ter sido bem conduzido, com aausência de intimação do acusado para oitiva de testemunhas relevantes eausência de advogado em todas as fases do processo administrativo (Súmula 343do STJ); prova pré-constituída: cópia integral do processo administrativo.5. Tese 2: prescrição da ação disciplinar (art. 142, I, da Lei 8.112/90), pois seu prazo,no caso de sujeição à pena de demissão é de 5 anos contados da data em que ofato se tornou conhecido; no caso, entre março de 1999 e janeiro de 2005

transcorreram mais de 5 anos, operando-se a prescrição; prova pré-constituída:cópias das notícias de jornal com a divulgação do fato e da portaria com aconstituição da comissão processante.6. Pedidos: de declaração de nulidade do ato demissório, com a conseqüentereintegração do servidor; deve-se fazer pedido de liminar, trazendo como relevantefundamento (fumus boni iuris) as duas teses, e como periculum in mora o fato deque o servidor não tem outra fonte de renda e tem família  – esposa e três filhos – para sustentar.7. Observações:a) prazo para mandado de segurança: como a prova da 2.ª fase se realizou nodia 09/03/2008, a impetração está dentro do prazo de 120 dias, pois a portariade demissão só foi publicada em 20/11/2007;b) outras teses: o problema apresentado dá margem a que se discuta o méritodo servidor, que seria exemplar; porém, deve-se evitar usar essa informaçãocomo fundamento, pois isso não é possível na via estreita do mandado desegurança; o problema também apresenta o motivo da demissão (“ter  procedido de forma desidiosa no desempenho de suas funções, causandodano ao erário lesando os cofres públicos”), todavia, também não é possível  analisar este fundamento, seja por não caber tal procedimento no mandado desegurança (art. 5.º, III, parte inicial, da Lei 1.533/51), seja porque a questãonão traz elementos para demonstrar a conduta escorreita do servidor;c) outras peças: a peça indicada é o mandado de segurança; é claro que cabe,também, ação, pelo rito ordinário, com os mesmos pedidos; o problema é queesse rito não tem todas as vantagens do mandado de segurança (ex: o pedidoliminar, numa ação pelo rito ordinário, tem de preencher os requisitos da tutelaantecipada; a apelação do Poder Público, no mesmo rito, tem duplo efeito etc),e os elementos trazidos no problema não requerem dilação probatória, demodo que o mandado de segurança é, de fato, a melhor medida.PROBLEMA N.º 9  – Foi noticiado em jornal de grande circulação que “O secretário de transportes  de determinado estado, e certa empresa de transportes coletivos, pessoa jurídica dedireito privado, com sede no mesmo estado, celebraram, em 05/03/1987, contrato depermissão de serviço público de transporte coletivo intermunicipal em face de todos osmunicípios do estado, com prazo de 20 anos, prorrogáveis por mais 20 anos. No dia04/03/2007, depois de muita negociação entre as partes e da inclusão, por vontade docontratado, de algumas cláusulas contratuais, foi firmada a renovação do citadocontrato por mais 20 anos. Ocorre que o contrato original e a sua renovação foramfeitos sem licitação. Segundo o secretário de Estado, a ausência da licitação se

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 justifica pelo fato de que a referida empresa, nesses 20anos de serviço, promoveuvultosos investimentos, construiu uma grande estrutura administrativa em todos os

municípios do estado, já acumulou a experiência necessária a esse tipo de serviço, e,além disso, a lei federal não exige licitação para contratos de permissão, mas apenaspara os contratos de concessão de serviço público. Assim, devido a sua precariedadee possibilidade de rescisão unilateral, não haveria a imposição legal de licitação.” Diante dessa notícia, João Paulo, brasileiro, maior de idade, professor dedireito de universidade pública e usuário do sistema de transporte público, contratou,como advogado, um ex-aluno seu. Alega que tem a pretensão de anular essarenovação e, via de conseqüência, determinar que o estado promova a devidalicitação para que outras empresas ou empresários possam participar da licitação emcondições de igualdade. Alega ainda que o sistema de transporte no estado não ésatisfatório, que as tarifas são muito elevadas e que os ônibus são velhos e sempreatrasam.

João Paulo requereu pessoalmente, do órgão responsável, o acesso aosdocumentos necessários para a propositura da presente ação; esse pedido, noentanto, foi negado.Em face da situação hipotética acima, como advogado de João Paulo, redija amedida judicial, de ordem constitucional, que entender cabível na espécie,fundamentando-a com os argumentos que entender pertinentes e observando osrequisitos formais da medida.GABARITO:1. Peça: Ação Popular.2. Endereçamento: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___Vara daFazenda Pública da Comarca de ___.3. Fundamento legal e teses:

a) de acordo com o art. 175 da Constituição Federal de 1988, a concessão e apermissão de serviço público dependem de licitação para serem outorgadas;b) a Lei 8.987/95 também exige licitação tanto para a concessão, como para apermissão de serviço publico (arts. 2.º, II e IV, e 14);c) a ausência de licitação lesa o patrimônio público e moralidade administrativa,de modo que é cabível a ação popular (art. 5.º, LXXIII, da CF);d) deve-se pedir para que o juiz determine a apresentação dos documentossolicitados e não apresentados pela Administração Pública, nos termos do art.1.º, § 7.º da Lei 4.717/65 (Lei de Ação popular);e) deve-se pedir a anulação da renovação da permissão outorgada, bem como acondenação do Estado a celebrar a devida licitação para a outorga do serviçopúblico; deve-se fazer pedido liminar para a suspensão da execução docontrato.PROBLEMA N.º 10  – (Em 30/04/2004, foi publicado edital de concurso público paraprovimento decargos de delegado de polícia federal, lotados no Departamento de Polícia Federal(DPF), órgão do Ministério da Justiça (MJ). De acordo com o edital, as provas serãorealizadas em novembro de 2004, mas o resultado final do concurso somente deveráser divulgado em fevereiro de 2005.Ricardo, que tem vários anos de experiência na Polícia Militar do Espírito Santo(PM/ES), inscreveu-se nesse concurso, optando por realizar o exame na cidade deVitória – ES, onde reside. Posteriormente, ao averiguar com cuidado a regulação daprova de títulos, verificou que eram atribuídos dois pontos para cada ano de trabalhoem atividade policial exercida no DPF e apenas um ponto para cada ano de trabalhoem atividade policial exercida em outros órgãos públicos.Considerando injusto esse tratamento desigual, Ricardo ingressouadministrativamente com pedido de modificação dessa regra editalícia, mas suasolicitação foi indeferida em 30/06/2004, por decisão do diretor de gestão de pessoal,autoridade do DPF competente para elaborar e modificar editais de concurso público.Inconformado, Ricardo solicitou a um advogado que ingressasse com ação

 judicial capaz de suprimir do edital a referida disparidade de tratamento.Considerando a situação hipotética acima descrita, redija, na condição deadvogado legalmente constituído, petição inicial de ação judicial que seja adequada asalvaguardar, de maneira eficaz, os interesses de Ricardo.(máximo de 60 linhas)GABARITO:1. Peça: Mandado de Segurança.

2. Endereçamento: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Cível de

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Vitória – seção do Espírito Santo. (art. 109, § 2.º, da CF);3. Fundamento legal e teses:a) violação ao princípio da isonomia (art. 5.º, caput , da CF);

b) violação do art. 37, II, da CF;c) deve-se pedir a atribuição dos mesmos pontos ao impetrante, inclusive compedido liminar.PROBLEMA N.º 11  – Determinada Secretaria do estado de Saúde contratou diretamente, cominexigibilidade de licitação, o fornecimento de dez mil pares de luvas cirúrgicas, de dezmil máscaras cirúrgicas e de duas mil lâminas de bisturi com a empresa ProdutosCirúrgicos Ltda., única representante no país de conhecida multinacional fabricante deprodutos médicos. Tais produtos destinavam-se ao uso em hospital municipal, ondedeveriam ser entregues diretamente. Pelo total da compra, as partes ajustaram que aSecretaria de Saúde pagaria o valor de R$ 1.000.000,00 à empresa contratada. A

 justificativa da contratação e do preço foi firmada pela superintendente de suprimentos

da referida secretaria e ratificada pelo secretário de saúde. Este último foi também aautoridade responsável pela assinatura do contrato.Atento fiscalizador dos atos da administração estadual, o deputado João daSilva, de partido de oposição ao governo do Estado, apurou, junto ao mercado, que ospreços ajustados entre a referida Secretaria de Estado e a empresa ProdutosCirúrgicos Ltda. eram muito superiores àqueles habitualmente praticados na aquisiçãode produtos similares e da mesma qualidade. Inclusive, descobriu que aquele mesmomunicípio havia adquirido recentemente os mesmos produtos para a rede municipal desaúde, porém de outro fabricante, por preços mais de cinqüenta por cento inferiores.Inconformado com os atos praticados pela Secretaria de Estado, o deputado João daSilva procurou advogado(a), pretendendo o aconselhamento e atuação deste(a), como objetivo de impugnar o contrato firmado e tentar sustar a sua execução. Durante a

sessão de consulta, o deputado informou que, embora cerca de um terço dos produtosadquiridos já tivesse sido entregue ao hospital, nenhum desembolso fora até entãoefetuado pela Secretaria, o que estaria em vias de acontecer nos próximos dias.Na condição de advogado(a) contratado(a) pelo deputado João da Silva, redijaa inicial de medida judicial que poderia ser proposta em favor das pretensões de seucliente.GABARITO:1. Peça: Ação Popular.2. Endereçamento: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___Vara daFazenda Pública da Comarca de ___.3. Fundamento legal e teses:a) a ausência de licitação lesa o patrimônio público e a moralidade administrativa,de modo que é cabível a ação popular (art. 5.º, LXXIII, da CF);b) deve-se invocar a obrigatoriedade de licitação prevista nos arts. 37, XXI, daCF, e 2.º da Lei 8.666/93, bem como a inaplicabilidade da hipótese dedispensa prevista no art. 25, I, da Lei 8.666/93;c) deve-se invocar o art. 25, § 2.º, da Lei 8.666/93, que trata da responsabilidadesolidária do fornecedor e do agente público responsável;d) deve-se pedir a anulação do contrato, requerendo-se, liminarmente, asuspensão de sua execução.PROBLEMA N.º 12  – João da Silva é funcionário da Prefeitura de um município do interior fluminense,onde exerce o cargo de Fiscal de Tributos há mais de dez anos. Insatisfeito com aatuação do referido servidor, um determinado contribuinte representou contra ele,imputando-lhe a prática de irregularidades no exercício da fiscalização com vistas àobtenção de vantagem ilícita para si. Diante da representação, o Superintendente deFiscalização da Secretaria Municipal de Finanças determinou a instauração deinquérito administrativo em face de João da Silva e, ainda, que ele fosse afastadoimediatamente do exercício de suas funções por sessenta dias, com suspensão dopagamento. E, além disso, em decorrência do mesmo fato, dias depois, o Prefeito fezpublicar a transferência do João para ter exercício em escola da Secretaria Municipalde Educação. Afirmando-se vítima de um contribuinte insatisfeito com a fiscalização dedeterminada empresa, João o(a) procura como advogado(a) com o objetivo depromover medida judicial para a defesa de seus direitos. Redija a peça inicial de ummandado de segurança.PROBLEMA N.º 13  –Elabore um parecer sobre a hipótese abaixo:Fiscais de Rendas do estado do Rio de Janeiro foram demitidos em decorrênciade processo administrativo regular em que se lhes facultou ampla defesa. A sanção

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disciplinar aplicada foi motivada em fundamentosexpressos nas seguintes disposiçõesda Lei Complementar-RJ 69, de 19/11/1969:

a) violação do dever de ter irrepreensível procedimento na vida pública eparticular, pugnando sempre para elevar o prestígio da AdministraçãoPública (art. 79);b) violação das proibições de exercer atividade de natureza privadaincompatível com a função, de acordo com a legislação pertinente (art. 81, I)e de valer-se da qualidade de Fiscal de Rendas para obter vantagemindevida, ainda que no desempenho de atividade estranha às suas funções(art. 81, IV); ec) conduta incompatível com o exercício do cargo (art. 94, II) e improbidadefuncional (art. 94, III).Entretanto, tendo sido os indigitados Fiscais absolvidos por falta de provas emação penal intentada pelo Ministério Público pelos mesmos fatos, requereram,

administrativamente, reintegração, invocando o art. 41, § 2.º, da Constituição Federal.Consultado sobre o pedido, qual seria o seu parecer?Advogado: Soares de SouzaOAB/RJ: 1857Rua do Paço, 20 – Rio de JaneiroPROBLEMA N.º 14  – José da Silva, Inspetor de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, responde aprocesso administrativo e a processo criminal, por roubo qualificado, na área decircunscrição da Delegacia de Polícia em que está lotado. O processo administrativose encerra com a demissão do policial pela autoridade competente. Cem dias após apublicação no Diário Oficial do Estado, o processo criminal teve decretada a sentençaonde José foi absolvido em razão do juízo entender que o fato não ocorreu. José lhe

procura para propor a medida judicial cabível para que possa retornar ao serviçopúblico.PROBLEMA N.ºA cidade de Buritizal das Gerais, com pouco mais de vinte mil habitantes, épacata, pacífica e ordeira. A sua atividade econômica compreende: armazéns desecos e molhados; lojas de tecidos, de roupas e de calçados; bares e lanchonetes;fábrica de móveis.Entretanto, recentemente, com licença formal da Prefeitura Municipal, foiinstalada, no perímetro urbano da cidade, uma fábrica de cimento de grande porte,altamente poluidora: as residências e os demais prédios de quase toda cidade, asplantas ornamentais, as árvores das ruas e parques estão sendo cobertas por um pócinza expelido pelas chaminés da fábrica; além disto, o ribeirão que divide a cidade,até então límpido e cristalino, está recebendo dejetos e rejeitos tóxicos provindos daaludida fábrica.Os presidentes das Associações de bairros locais, instituídas há 3 anos,procuraram o Presidente da fábrica e o Prefeito Municipal para reclamar contra apoluição que vem ameaçando a saúde e a comodidade dos moradores da cidade. OPresidente alegou que nada iria fazer, posto que obteve licença para funcionamento erealizou maciço investimento. O Prefeito, por seu turno, alegou que a indústriaquestionada tem sido a redenção do Município, pois está gerando tributos, divisa eempregando mais de 700 pessoas.Inconformados com a posição do Prefeito e do empresário, os Presidentes dasAssociações querem adotar a medida judicial adequada para pôr fim a poluição. Quala ação própria? Redija a petição inicial.

QUESTÕES

QUESTÃO 1  – Um Estado da Federação pretende contratar um grande e notório escritório deadvocacia para auxiliar a procuradoria estadual na execução de suas atividadesinstitucionais em geral. Com base na situação proposta, responda, de formafundamentada, ao seguinte questionamento: o referido escritório pode ser contratadosem licitação? Por quê?GABARITO:O texto deve ser elaborado com base nos argumentos descritos a seguir.Não pode ser contratado sem licitação com base no art. 25 da Lei de Licitaçõesque prevê a inexigibilidade de licitação, eis que conforme determina o art. 13 da Lei

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8.666/93, os serviços descritos no referido dispositivo,para que sejam contratadossem licitação, devem ter natureza singular e ser prestados por profissional

notoriamente especializado, cuja escolha está adstrita à discricionariedadeadministrativa.Estando comprovado que os serviços jurídicos de que necessita o ente públicosão importantes, mas não apresentam singularidade, porque afetos a ramo do direitobastante disseminado entre os profissionais da área, e não demonstrada anotoriedade dos advogados que compõem o escritório de advocacia contratado,decorre ilegal a contratação que tenha prescindido da respectiva licitação.QUESTÃO 02Um município do estado de Alagoas foi acionado por Francisca, mãe da menorMatilde, que teria sido vítima fatal de atropelamento causado por culpa de Jonas,motorista de uma viatura oficial daquele município. A Procuradoria do municípiodenunciou Jonas à lide, por entender ser obrigatória a sua participação no processo, já

que, se condenado for, a referida procuradoria terá direito regressivo contra odenunciado, sob pena de perder esse direito. Em face da situação hipotética acimadescrita, responda, de modo fundamentado, à pergunta seguinte: a denunciação à lidedeve ser aceita?GABARITO:O texto deve ser elaborado com base nos argumentos descritos a seguir.A denunciação da lide pode ou não ser aceita. Embora cabível e até mesmorecomendável a denunciação à lide de servidor público causador de dano decorrentede acidente de veículo, uma vez indeferido tal pedido, injustificável se torna, em sedede recurso especial, a anulação do processo para conversão do rito sumário emordinário e admissão da denunciação, em atenção aos princípios da economia eceleridade processuais. Portanto, não perde o município o direito de regresso se não

denuncia à lide seu preposto, ou caso esta denunciação não seja aceita pelo juízo.QUESTÃO 03Em dezembro de 2000, o imóvel urbano de Gabriel foi desapropriado pelorespectivo município por motivo de utilidade pública: a construção de uma escola. Noentanto, passados mais de 5 anos, o referido imóvel ainda não teve a sua devidadestinação. Com base nessa situação hipotética, responda, de forma fundamentada,às seguintes perguntas. O referido imóvel poderia ter outra destinação de interessepúblico? Há direito de retrocessão? Esse direito é real ou pessoal? Qual o prazoprescricional?GABARITO:O texto deve ser elaborado com base nos argumentos descritos a seguir.O referido imóvel poderia ter outra destinação de interesse público, sim, e aesta situação a doutrina vem convencionalmente chamando de “tredestinação lícita”, aquela que ocorre quando, persistindo o interesse público, o expropriante dispensaao bem desapropriado destino diverso do que planejara no início.Mas no caso da nova destinação não ser de interesse público, caberia aretrocessão.O STF vinha entendendo tratar de direito real. Mas por se tratar de matériainfraconstitucional, o STJ vem entendendo ser direito pessoal, vale dizer, que dáensejo tão-somente a pleito indenizatório ao ex-proprietário. Esta posição ficaratificada quando analisamos o Código Civil, em seu art. 519, que determina: “Ar t. 519.Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interessesocial, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ouserviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual dacoisa”. Portanto, em se entendendo se tratar de direito real aplica-se o prazo de 10anos previsto no art. 177 do CC.Mas se o entendimento se direcionar por se tratar de ação de natureza pessoalo prazo prescreveria em 5 anos.Com relação ao início da contagem do prazo, fundando-se a postuladaretrocessão na alegada não-utilização do imóvel para os fins declinados no decreto deutilidade pública e conseqüente desapropriação, a prescrição teria fluído a partir dadata em que foi levantado o valor da indenização e verbas acessórias.QUESTÃO 04-Suponha que a administração de um município do estado da Paraíba tenharesolvido contratar, para apresentações durante as festas juninas, a cantora ElbaRamalho. Diante dessa situação e considerando o tema do texto I, redija um texto, demaneira fundamentada, acerca da necessidade de licitação, nesse caso específico.

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GABARITO:O texto deve ser elaborado com base nos argumentos descritos a seguir.O art. 25 da Lei 8.666/93 declara ser inexigível a licitação quando houver

inviabilidade de competição e, em especial, menciona três circunstâncias, tratando debens, serviços e pessoas.O Inciso I diz respeito à aquisição de bens (materiais, equipamentos ougêneros) que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representantecomercial exclusivo. O inciso II fala na contratação de serviços técnicos – osenumerados no art. 13 – impondo ainda que possuam natureza singular e que sejamprestados por profissionais de notória especialização.Da terceira situação a ensejar a inexigibilidade de licitação, trata o inciso III,reportando-se às contratações de profissionais de qualquer setor artístico, desde queconsagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. Nesse caso, aqualidade pessoal do contratado é que é fundamental, pois é ela que autoriza ainexigibilidade de licitação. Note-se, e isso é fundamental, a lei exige apenas que o

profissional do setor artístico seja consagrado pela crítica especializada ou pelaopinião pública, nada falando sobre a natureza do trabalho que fará. Nem poderia serdiferente, pois a contratação de um pintor famoso, um cantor, um bailarino, umcomediante, enfim, esses sim valem por suas próprias características (pessoais), bempor isso inviabilizando o certame.Assim, sendo a cantora Elba Ramalho consagrada pela crítica especializadaseja pela opinião pública, dispensado está o procedimento licitatório.QUESTÃO 05  – O prefeito de um município brasileiro, a pedido da população, resolveu ampliaruma avenida da cidade. Ocorre que, na trajetória da ampliação da avenida, existemdois imóveis de propriedade particular, e seus proprietários se recusam a vendê-los.Diante dessa situação hipotética, redija um texto dissertativo, com as devidas

 justificativas e fundamentação legal, em que indique o que o município deve fazer paraconseguir a propriedade desses imóveis e, assim, ampliar a avenida.GABARITO:O texto deve ser elaborado com base nos argumentos descritos a seguir.O art. 5.º, caput , e inciso XXII, bem como o art. 170, inciso III, ambos daConstituição Federal garantem a propriedade privada. Entretanto, reconhece comouma tendência irreversível do Estado moderno, a possibilidade da interferência doPoder Público na mudança compulsória da destinação de um bem, ajustando aosinteresses sociais, mediante, por exemplo, a desapropriação, que é prevista ao longode vários dispositivos legais.No caso em questão, mesmo sem a aquiescência dos particulares que seopõem ao alargamento da avenida, tem o Poder Público o direito de desapropriar osimóveis para fim de utilidade pública. Assim, o expropriado não poderá discutir sobre aconveniência ou oportunidade da desapropriação, ou seja, se ocorre realmenteutilidade pública ou interesse social. Basta a comprovação da hipótese legal para adesapropriação e os particulares deverão se render a supremacia do interesse públicosobre o particular.