8
JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA Acesso de crianças e adolescentes aos locais de diversão: MANDADO DE SEGURANÇA. ECA. PERDA DO OBJETO. INOCORRÊNCIA. PORTARIA DISCIPLINANDO INGRESSO E/OU PERMANÊNCIA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES (MENORES DE 16 ANOS) EM BAILES, CLUBES OU BLOCOS DE CARNAVAL. ATO ADMINISTRATIVO COM REGULAMENTAÇÃO GENÉRICA. IMPOSSIBILIDADE. ART. 149, § 2º, DO ECA, E ARTS. 957, 958 E 959, TODOS DA CONSOLIDAÇÃO NORMATIVA JUDICIAL. 1. Embora já tenha transcorrido o período do carnaval de 2012 (17/02/2012 à 21/02/2012), a Portaria nº 01/2012 (ora questionada) não estabelece período à sua vigência, motivo pelo qual deve ser rejeitada a prefacial de perda do objeto do presente mandamus. 2. A autoridade judiciária, ao publicar um ato administrativo, deve se basear numa situação específica, proibindo a entrada de crianças e adolescentes em determinado estabelecimento, por alguma razão relevante, não sendo lícito, portanto, vetar genericamente o acesso de menores em qualquer ambiente festivo. Inteligência do art. 149 do ECA, bem como dos arts. 957, 958 e 959, todos da consolidação normativa judicial. 3. Caso concreto em que a autoridade judiciária publicou ato administrativo genérico (ingresso e/ou permanência de crianças e adolescentes (menores de 16 anos) em bailes, clubes ou blocos de carnaval), fazendo-o, além de ter restringido o acesso dos menores em todos os bailes, os clubes e os blocos de carnaval, o que não seria possível, consoante § 2º do art. 149 do ECA, sem aferição negativa daqueles fatores contidos no § 1º do mesmo diploma legal. 4. Afora isso, o próprio ECA, em seu art. 75, estabelece que as crianças e os adolescentes têm acesso às diversões e aos espetáculos públicos classificados como adequados à sua faixa etária, exigindo o acompanhamento dos pais ou responsável apenas em relação aos menores de 10 anos. Preliminar rejeitada. Segurança concedida. (TJRS; MS 5749308.2012.8.21.7000; Palmeira das Missões; Oitava Câmara Cível; Rel. Des. Ricardo Moreira Lins Pastl; Julg. 12/04/2012; DJERS 19/04/2012). APELAÇÃO CÍVEL. ALVARÁ JUDICIAL. PORTARIA DA VARA DE INFÂNCIA E DA JUVENTUDE. PROVIMENTO AO RECURSO. 1. Deferida a antecipação de tutela recursal, ainda que já atendida a pretensão recursal, deve ser julgado o recurso para que seja confirmado, ou não, o provimento antecipatório. Preliminar de perda de interesse recursal rejeitada. 2. Nos termos do art. 149 do Estatuto da 1

17_2094163332812013_Jurisprudência Selecionada - Acesso de Crianças e Adolescentes Aos Locais de Diversão

Embed Size (px)

DESCRIPTION

as

Citation preview

JURISPRUDNCIA SELECIONADA 2009

JURISPRUDNCIA SELECIONADA

Acesso de crianas e adolescentes aos locais de diverso:

MANDADO DE SEGURANA. ECA. PERDA DO OBJETO. INOCORRNCIA. PORTARIA DISCIPLINANDO INGRESSO E/OU PERMANNCIA DE CRIANAS E ADOLESCENTES (MENORES DE 16 ANOS) EM BAILES, CLUBES OU BLOCOS DE CARNAVAL. ATO ADMINISTRATIVO COM REGULAMENTAO GENRICA. IMPOSSIBILIDADE. ART. 149, 2, DO ECA, E ARTS. 957, 958 E 959, TODOS DA CONSOLIDAO NORMATIVA JUDICIAL. 1. Embora j tenha transcorrido o perodo do carnaval de 2012 (17/02/2012 21/02/2012), a Portaria n 01/2012 (ora questionada) no estabelece perodo sua vigncia, motivo pelo qual deve ser rejeitada a prefacial de perda do objeto do presente mandamus. 2. A autoridade judiciria, ao publicar um ato administrativo, deve se basear numa situao especfica, proibindo a entrada de crianas e adolescentes em determinado estabelecimento, por alguma razo relevante, no sendo lcito, portanto, vetar genericamente o acesso de menores em qualquer ambiente festivo. Inteligncia do art. 149 do ECA, bem como dos arts. 957, 958 e 959, todos da consolidao normativa judicial. 3. Caso concreto em que a autoridade judiciria publicou ato administrativo genrico (ingresso e/ou permanncia de crianas e adolescentes (menores de 16 anos) em bailes, clubes ou blocos de carnaval), fazendo-o, alm de ter restringido o acesso dos menores em todos os bailes, os clubes e os blocos de carnaval, o que no seria possvel, consoante 2 do art. 149 do ECA, sem aferio negativa daqueles fatores contidos no 1 do mesmo diploma legal. 4. Afora isso, o prprio ECA, em seu art. 75, estabelece que as crianas e os adolescentes tm acesso s diverses e aos espetculos pblicos classificados como adequados sua faixa etria, exigindo o acompanhamento dos pais ou responsvel apenas em relao aos menores de 10 anos. Preliminar rejeitada. Segurana concedida. (TJRS; MS 5749308.2012.8.21.7000; Palmeira das Misses; Oitava Cmara Cvel; Rel. Des. Ricardo Moreira Lins Pastl; Julg. 12/04/2012; DJERS 19/04/2012).APELAO CVEL. ALVAR JUDICIAL. PORTARIA DA VARA DE INFNCIA E DA JUVENTUDE. PROVIMENTO AO RECURSO. 1. Deferida a antecipao de tutela recursal, ainda que j atendida a pretenso recursal, deve ser julgado o recurso para que seja confirmado, ou no, o provimento antecipatrio. Preliminar de perda de interesse recursal rejeitada. 2. Nos termos do art. 149 do Estatuto da Criana e do Adolescente (Lei n 8.069/90), a autoridade judiciria pode disciplinar, por portaria, a entrada e permanncia de criana ou adolescente, desacompanhada dos pais ou responsvel nos locai s e eventos discriminados em seu inciso I, sendo vedadas as disposies de carter geral e aquelas que versem sobre as hipteses em que a criana ou o adolescente esto em companhia de seus pais. 3. Provimento ao recurso. (TJES; AC 0908669-16.2009.8.08.0030; Primeira Cmara Cvel; Rel. Des. Fabio Clem de Oliveira; Julg. 24/07/2012; DJES 02/08/2012).

ESTATUTO DA CRIANA E DO ADOLESCENTE. INFRAO ADMINISTRATIVA. PRESENA DE MENORES EM BAILE. VIOLAO DO ALVAR AUTORIZATIVO. DESATENDIMENTO AOS ARTIGOS 149 E 258 DA LEI N. 8.069/90. APLICAO DE PENA PECUNIRIA. MANUTENO. RECURSO DESPROVIDO. 1. Comprovada a entrada e permanncia de menores em baile promovido pelo recorrente, em desatendimento ao alvar judicial antes expedido, patenteando-se o malferimento ao art. 149 do Estatuto da Criana e do Adolescente, resta configurada a infrao administrativa prevista no art. 258 do mesmo texto normativo, a autorizar a aplicao de penalidade pecuniria. 2. Fixada a multa no mnimo legal, em consonncia com as circunstncias de fato evidenciadas na espcie, resta atendido o postulado da proporcionalidade, pelo que no se justifica a minorao do valor da penalidade. (TJMG; APCV 1.0144.10.000186-2/001; Rel Des Sandra Fonseca; Julg. 13/11/2012; DJEMG 27/11/2012).

APELAO. INFRAO ADMINISTRATIVA. Entrada e permanncia de menores de idade em evento danante, desacompanhados de pais ou responsveis. Ausncia de alvar judicial. Infrao configurada. Artigo 258 do Estatuto da Criana e do Adolescente. Recurso improvido. (TJSP; APL 0005363-50.2010.8.26.0411; Ac. 6268100; Pacaembu; Cmara Especial; Rel. Des. Camargo Aranha Filho; Julg. 15/10/2012; DJESP 27/11/2012).APELAO CVEL. INFRAO ADMINISTRATIVA. ESTATUTO DA CRIANA E DO ADOLESCENTE. LITISPENDNCIA E BIS IN IDEM. INEXISTNCIA. MENOR/ADOLESCENTE DESACOMPANHADO DOS PAIS OU RESPONSVEIS EM EVENTO PROMOVIDO PELO APELANTE. INCIDNCIA DO ARTIGO 258 DA LEI N 8.069/90 ECA. IMPOSIO DE MULTA ADMINISTRATIVA. AUTO DE INFRAO QUE CUMPRE OS REQUISITOS LEGAIS. APELAO CONHECIDA E IMPROVIDA. SENTENA MANTIDA. 1 Preliminarmente, registre se que a alegao de existncia de litispendncia tendo em vista a existncia de mais 12 processos relativos ao mesmo fato no merece acolhimento, vez que cada processo se refere a auto de infrao, procedimento administrativo, criana/adolescente todos distintos, portanto, atos ilcitos geradores de processos diferentes. Assim, no h o que se falar em vrias punies relativas ao mesmo fato. 2 A r alega eu sua apelao que os menores adentraram no evento acompanhados de seus responsveis e, quando abordados pelo agente autuador, no souberam dizer onde seus pais se encontravam em razo da extenso o local do evento. Tal justificativa tambm no merece acolhimento, posto que o fato mostrou se incontroverso ante a confisso da r que admitiu a presena do criana/adolescente no evento, justificando o fato to somente na grande quantidade de pessoas existentes no local, admitindo, inclusive, que nem sempre exige a apresentao da identidade de todas as pessoas. 3 Quanto a alegada nulidade do auto de infrao lavrado, tambm improcede os argumentos aduzidos haja vista que o auto de infrao de n 00578, acostado s fls. 34, encontra se dentro das formalidades exigidas no art 194 do ECA. 4 No que se refere a alegao de nulidade da Portaria n 06/2009, desnecessria se faz a sua anlise, haja vista que a exigncia de alvar judicial para permitir o ingresso de adolescente, desacompanhado de pai ou responsvel em eventos como o realizado pela autuada, encontrase disciplinado no art. 149 do ECA. 5 Assim, restou devidamente configurada a infrao ao disposto no Art. 258 do ECA e correta a aplicao da multa no valor correspondente a 03(trs) salrios mnimos, encontrase dentro dos padres legais, da proporcionalidade e da razoabilidade. 6 Apelao conhecida e improvida. Sentena Mantida. (TJCE; AC 003206390.2010.8.06.0000; Stima Cmara Cvel; Rel. Des. Francisco Bezerra Cavalcante; DJCE 21/11/2012; Pg. 68).

APELAO CVEL. REPRESENTAO. INFRAO ADMINISTRATIVA. CONDUTA PREVISTA NO ART. 249 DO ECA. FESTA DE CARNAVAL PROMOVIDA PELA PREFEITURA DE CAMAPU. VENDA DE BEBIDA ALCOLICA A MENORES DE 18 ANOS. DESCUMPRIMENTO DE PORTARIA DO JUIZADO DA INFNCIA E JUVENTUDE, ALVAR JUDICIAL E ESTATUTO DA CRIANA E ADOLESCENTE. RELATRIO DO CONSELHO TUTELAR. PROVA DA MATERIALIDADE. AGENTES PBLICOS. ATO ADMINISTRATIVO. PRESUNO DE LEGITIMIDADE. RESPONSABILIZAO DO CONSELHO TUTELAR OU DAS EMPRESAS FORNECEDORAS DA BEBIDA. AFASTADA. RESPONSABILIDADE DO PRODUTOR DO EVENTO. QUANTUM APLICADO A TTULO DE MULTA. RAZOABILIDADE. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. Incorre nas penas do art. 249 do ECA quem descumprir, dolosa ou culposamente os deveres inerentes ao poder familiar (ptrio poder) ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinao da autoridade judiciria ou Conselho Tutelar. 2. Sendo proibida a venda de bebida alcolica a menores de 18 anos por Alvar Judicial e Portaria do Conselho Tutelar, incorre nas penas do art. 249 do ECA o promotor do evento que descumprir a ordem. 3. No pode ser responsabilizado o Conselho Tutelar e muito menos as empresas vendedoras das bebidas, quando o dever de vigilncia do promotor do evento. 4. Relatrio do Conselho Tutelar informando sobre a venda de bebidas a menores de 18 anos tem presuno relativa de legitimidade, cedendo apenas prova em contrrio. 5. Correta a aplicao da multa no valor fixado, no merecendo reparos a deciso, uma vez que em conformidade com o princpio da razoabilidade, mostrando-se adequado gravidade da infrao. (TJMS; AC-LEsp 2010.032896-1/0000-00; Camapu; Quinta Turma Cvel; Rel. Des. Sideni Soncini Pimentel; DJEMS 22/02/2011; Pg. 50).APELAO CIVEL. ESTATUTO DA CRIANA E DO ADOLESCENTE. AUTO DE INFRAO ADMINISTRATIVA. CRIANAS E ADOLESCENTES EM DESFILE CARNAVALESCO. SITUAO IRREGULAR. VIOLAO PORTARIA 001/2007/GAB/JIJ. Alegao inverdica de que o auto de infrao foi imposto pessoa errada, bem como de que a responsabilidade pelas autorizaes era dos pais ou responsveis. Falta de apreciao dos argumentos apresentados pelo recorrente. Inconsistncia. I- o art. 1 da portaria n 001/2007/ gab/jij permite a participao de menores de 12 anos e a partir de 12 anos completos em carnaval de rua e desfile em agremiaes, porm devem-se obedecer algumas regras. Ocorre que no caso em tela, no foram cumpridas tais regras, pois o comissrio da infncia e da juventude verificou que as crianas estavam, supostamente com parentes, porm sem qual documentao que comprovasse o parentesco, razo pela qual se lavrou o auto de infrao. II- mesmo no sendo o apelante responsvel direto pelo evento, permitiu que as crianas e adolescentes participassem do desfile sem observar a Lei vigente. Assim, entendo plenamente possvel aplicao do art. 258 do Estatuto da Criana e do Adolescente. III- uma vez no apresentada as autorizaes dos pais ou responsveis, a agremiao no deveria nem ter permitido a participao dessas crianas e adolescentes. IV- o juiz no obrigado a rebater, um a um, dos argumentos trazidos pelas partes, basta que os fundamentos utilizados sejam suficientes para embasar sua deciso, o que fora feito por no presente caso, j que o magistrado pronunciou-se de forma clara e objetiva sobre as questes postas nos autos. V- recurso conhecido e improvido para que seja mantida in totum a sentena recorrida, acompanhando o parecer ministerial. Deciso unnime. (TJPA; AC 20093018641-3; Ac. 99320; Belm; Primeira Cmara Cvel Isolada; Rel. Des. Gleide Pereira de Moura; Julg. 18/07/2011; DJPA 27/07/2011; Pg. 53).

APELAO. INFRAO ADMINISTRATIVA. Entrada e permanncia de adolescente desacompanhada em evento de diverso. Autoria e materialidade comprovadas. Infringncia do dever de vigilncia. Violao s normas protetivas do Estatuto da Criana e do Adolescente cujo pressuposto basilar o princpio da proteo integral. Inteligncia do artigo 227 da Constituio Federal e artigos 1 e 258 da Lei n 8.069/90. Incidncia da Smula n 87 deste E. Tribunal. Imposio de multa. Cabimento. Sentena mantida, apenas com reduo do quantum fixado. Recurso parcialmente provido para esse fim. (TJSP; APL 0001020-09.2011.8.26.0368; Ac. 6336721; Monte Alto; Cmara Especial; Rel. Des. Camargo Aranha Filho; Julg. 12/11/2012; DJESP 18/12/2012).

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. ESTATUTO DA CRIANA E DO ADOLESCENTE. APELAO. MINISTRIO PBLICO ESTADUAL. ENTRADA E PERMANNCIA DE CRIANAS E ADOLESCENTES EM EVENTOS FESTIVOS. EXISTNCIA DE PORTARIA PRVIA DO JUIZADO DA INFNCIA E JUVENTUDE DISCIPLINANDO A MATRIA. DESNECESSIDADE DE EXPEDIO DE PORTARIA ESPECFICA PARA CADA EVENTO. INTELIGNCIA DO ARTIGO 149 DO ECA. RECURSO DESPROVIDO. I - O acesso e a permanncia de crianas e adolescentes em estabelecimentos que promovam atividades festivas, bem como o onde se comercialize bebidas alcolicas, na Comarca de So Lus, j se acham disciplinados na Portaria n 06/2001, expedida pelo Juzo da 1 a Vara da Infncia e da Juventude, no havendo utilidade, tampouco necessidade, de expedio de nova portaria, que discipline tais situaes em relao a estabelecimento comercial especfico. II. Nos termos do artigo 149 do Estatuto da Criana e do Adolescente, permitido ao juiz disciplinar, atravs de portaria, a entrada e permanncia de criana ou adolescente, desacompanhado dos pais ou responsvel, em boates ou congneres, havendo obrigatoriedade de indicao do estabelecimento apenas em hipteses especiais, em que tal se faa imprescindvel e necessrio. Precedentes deste Tribunal de Justia. III. Apelao desprovida. (TJMA; Rec. 0002415-48.2010.8.10.0002; Ac. 120652/2012; Segunda Cmara Cvel; Rel. Des. Marcelo Carvalho Silva; Julg. 09/10/2012; DJEMA 15/10/2012).CIVIL, INFNCIA E JUVENTUDE. MENOR ACOMPANHADO DOS GENITORES IMPEDIDO DE INGRESSAR EM ESPETCULO DE TEATRO. ESPETCULO IMPRPRIO E NO RECOMENDVEL IDADE DO MENOR. CLASSIFICAO INDICATIVA E PROIBITIVA. CONDUTA DO EXIBIDOR DO ESPETCULO QUE SE REVELA ADEQUADA AO PRINCPIO DA PREVENO ESPECIAL. CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL. PREQUESTIONAMENTO. AUSNCIA. DISSDIO JURISPRUDENCIAL. COTEJO ANALTICO E SIMILITUDE FTICA. AUSNCIA. VIOLAO DE DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL. DESCABIMENTO. 1. No se considera prequestionada a legislao federal analisada apenas no voto vencido. Smula n 320/STJ. 2. O dissdio jurisprudencial deve ser comprovado mediante o cotejo analtico entre acrdos que versem sobre situaes fticas idnticas. 3. A interposio de Recurso Especial no cabvel quando ocorre violao de Smula, de dispositivo constitucional ou de qualquer ato normativo que no se enquadre no conceito de Lei Federal, conforme disposto no art. 105, III, "a" da CF/88. 4. O ECA, como a maior parte da legislao contempornea, no se satisfaz com a simples tarefa de indicar os meios legais para que se reparem os danos causados a este ou aquele bem jurdico. O legislador, antes de tudo, quer prevenir a ocorrncia de leso aos direitos que assegurou. Foi com intuito de criar especial preveno criana e ao adolescente que o legislador imps ao poder pblico o dever de regular as diverses e espetculos pblicos, classificando-os por faixas etrias (art. 74, ECA). 5. Na data dos fatos, 02/02/2006, vigia a Portaria 796, de 08/09/2000, do Ministrio da Justia, regulamentando, de forma genrica e vaga, a classificao indicativa para espetculos teatrais. Do texto dessa norma, no se extrai qualquer regra que expressamente autorizasse a entrada de menores, em espetculos teatrais imprprios para sua idade, desde que acompanhados dos pais e/ou responsveis. 6. Era razovel que o empresrio vedasse a entrada de menor em espetculo classificado como imprprio, ainda que acompanhado de seus pais. Havia motivos para crer que a classificao era impositiva, pois o art. 258 do ECA estabelecia sanes administrativas severas ao responsvel por estabelecimento ou o empresrio que deixasse de observar as disposies desse mesmo diploma legal "sobre o acesso de criana ou adolescente aos locais de diverso, ou sobre sua participao no espetculo". A sano poderia variar de 3 a 20 salrios mnimos e, na reincidncia, poderia resultar no fechamento do estabelecimento por at quinze dias. 7. No se afigura razovel exigir que o recorrente, poca, interpretasse o art. 258 do ECA, sopesando os princpios prprios desse microssistema jurdico, para concluir que poderia eximir-se de sano administrativa sempre que crianas e adolescentes estivessem em exibies imprprias, mas acompanhados de seus pais ou responsveis. Com isso, eventual erro do recorrente sobre o dever que lhe era imposto por Lei absolutamente escusvel. 8. Recurso Especial provido. (STJ; REsp 1.209.792; Proc. 2010/0156876-9; RJ; Terceira Turma; Rel Min. Nancy Andrighi; Julg. 08/11/2011; DJE 28/03/2012).

CIVIL. ESTATUTO DA CRIANA E ADOLESCENTE. APELAO CVEL. INFRAO ADMINISTRATIVA. ART. 258 DO ECA. AUSNCIA DE ALVAR. CONDUTA OMISSIVA. DOLO. PRESCINDIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. 1. Diante da presena incontroversa das adolescentes no evento e da ausncia de alvar autorizativo da entrada e permanncia de criana ou adolescente, desacompanhado dos pais ou responsvel, nos termos do art. 149 do ECA, verifica-se que o apelante incorreu na norma proibitiva prevista no art. 258 do estatuto menorista. 2. Mostra-se irrelevante o argumento recursal de ausncia de dolo e/ou culpa, afastando qualquer responsabilidade do apelante, em face da (I) contratao de seguranas com a finalidade de coibir a entrada de menores no evento; bem como, (II) pela afixao de cartazes indicando que a entrada era proibida para menores de 18 anos. 3. A uma, porque, o fato de contratar seguranas em nada ilide a responsabilidade do apelante, haja vista que no providenciou, nos termos do art. 149 do ECA, o alvar para a entrada e permanncia de adolescentes, desacompanhados dos pais ou responsveis, na festa. A duas, porque, ao contrrio do que afirma, o material publicitrio colacionado aos autos no indicam a faixa etria para o evento. 4. A jurisprudncia desta Eg. Corte entende que a infrao administrativa prevista no art. 258 do Estatuto da Criana e do Adolescente prescinde da comprovao de dolo ou culpa do agente, pois decorre da conduta omissiva de no observar as normas estabelecidas no estatuto menorista sobre o acesso de criana ou adolescente aos locais de diverso. 5. Recurso conhecido e improvido. (TJDF; Rec. 2010.01.3.000879-7; Ac. 646.351; Primeira Turma Cvel; Rel. Des. Alfeu Machado; DJDFTE 21/01/2013; Pg. 304).

APELAO. INFRAO ADMINISTRATIVA. Participao de menores de dezoito anos em certame de beleza, em desacordo com as normas do Estatuto da Criana e do Adolescente. Legitimidade de parte passiva. Necessidade de autorizao judicial. Descumprimento. Violao ao artigo 149 do ECA. Prova suficiente da participao e presena de menores de 18 anos. Reduo da multa ao mnimo legal, dada a inexistncia de antecedentes. Rejeio da matria preliminar. Provimento parcial do recurso. (TJSP; APL 994.09.228114-2; Ac. 4398607; Avar; Cmara Especial; Rel Des Maria Olvia Alves; Julg. 08/02/2010; DJESP 30/07/2010).

APELAO CVEL. MENOR. EVENTO NOTURNO. ALVAR. LIMITAO DE ENTRADA ACOMPANHADO. IMPOSSIBILIDADE. ART. 149, I, ECA. MENOR DESACOMPANHADO. VEDAO. INFRAO ADMINISTRATIVA CONFIGURADA. SENTENA CONFIRMADA. Deve ser confirmada a sentena que aplica multa razovel e proporcional, mormente quando demonstrada a desobedincia determinao judicial que vedava a entrada de menores desacompanhados em evento promovido pelo apelante. So responsveis legais pelo menor o tutor, curador ou guardio, no preenchendo os requisitos legais a companhia de pessoa maior de idade estranha quelas. (TJMG; APCV 1.0144.10.004025-8/001; Rel. Des. Afrnio Vilela; Julg. 20/11/2012; DJEMG 29/11/2012).PAGE 1