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HISTÓRIA DA PARAÍBA Etimologicamente falando o nome PARAÍBA é originado de tupi: PARA(rio) IBA(mau), cuja significação foi atribuída pelo historiador holandês Elias Herckman como: rio mau, o cronista Loureto Couto o denominou de rio caudaloso e Coriolano de Medeiros de BRAÇO QUE VEM DO MAR. O rio Paraíba denominado de São Domingos por André Gonçalves, era há muito tempo conhecido dos franceses que por ele faziam os carregamentos de madeira da terra. Já se encontrava nessa época na Paraíba uma porção de mamelucos, que cortava em varias direções e quase sempre iam implantando o terror sobretudo entre os negros nativos que encontravam. Através do rio Paraíba armaram-se batalhas, trafegaram naus francesas e portuguesas carregando toros de pau brasil cuja madeira era de primeira qualidade e muito abundante na Paraíba. O território era dos mais povoados no tempo do descobrimento do Brasil. Duas nações tupis, os Tabajaras e os Potiguares, ocupavam as margens do Rio Paraíba até 20 léguas do litoral. Havia os Cariris, povo tapuia dominando o Planalto da Borborema e todo interior. Devido às condições favoráveis do meio, livre dos danos das secas, os tupis, compostos apenas de duas nações, equivaliam numericamente, aos cariris, divididos em muitas tribos. Estava a Paraíba entregue aos índios e aos franceses que invadiam, explorando toda a região e fazendo importante comércio de pau-brasil. Não somente a exploravam, mas, ainda saqueavam os proprietários. Cada ano ancoravam vinte a trinta navios na foz do Rio Paraíba na Baia de Acejutibiró (Traição), hoje Baia da Traição, os índios ajudavam os franceses a tirar o pau-brasil, em troca de ferramentas, presentes e enfeites, de que muito gostavam. Os piratas enchiam as naus de madeira cor de brasa, algodão, óleos vegetais e animais nativos e vendiam no comércio europeu. O contrabando de pau-brasil tornou-se palco de luta, guerra e morte. Setenta e quatro anos depois do descobrimento do Brasil, era tão forte o núcleo frances-potiguara que em 1574, levaram a efeito uma macabra incursão ao Engenho Tracunhaém no território de Pernambuco, com tal surpresas perversidade que tudo reduziam a cinzas, atearam fogo nos canaviais, mataram os animais de serviço e exterminaram mais de 500 pessoas moradores do engenho, inclusive o proprietário Diogo Dias, foi sacrificado com toda a família. A Paraíba não foi logo constituída em capitania. O seu território em 1534 pertencia à capitania de Itamaracá. Ia da foz do Rio Santa Cruz, hoje Igaraçu, até a Baía da Traição. Cobria assim, todo o território do atual Estado da Paraíba. Essa capitania foi doada a Pero Lopes de Sousa, com sua morte os franceses e potiguares tinham multiplicado sua ação de domínio, inclusive com audacioso avanço ao Engenho

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HISTÓRIA DA PARAÍBA

Etimologicamente falando o nome PARAÍBA é originado de tupi: PARA(rio) IBA(mau), cuja significação foi

atribuída pelo historiador holandês Elias Herckman como: rio mau, o cronista Loureto Couto o denominou de rio

caudaloso e Coriolano de Medeiros de BRAÇO QUE VEM DO MAR.

O rio Paraíba denominado de São Domingos por André Gonçalves, era há muito tempo conhecido dos

franceses que por ele faziam os carregamentos de madeira da terra. Já se encontrava nessa época na Paraíba uma

porção de mamelucos, que cortava em varias direções e quase sempre iam implantando o terror sobretudo entre os

negros nativos que encontravam. Através do rio Paraíba armaram-se batalhas, trafegaram naus francesas e

portuguesas carregando toros de pau brasil cuja madeira era de primeira qualidade e muito abundante na Paraíba. 

O território era dos mais povoados no tempo do descobrimento do Brasil. Duas nações tupis, os Tabajaras e

os Potiguares, ocupavam as margens do Rio Paraíba até 20 léguas do litoral. Havia os Cariris, povo tapuia

dominando o Planalto da Borborema e todo interior. Devido às condições favoráveis do meio, livre dos danos das

secas, os tupis, compostos apenas de duas nações, equivaliam numericamente, aos cariris, divididos em muitas

tribos.

Estava a Paraíba entregue aos índios e aos franceses que invadiam, explorando toda a região e fazendo

importante comércio de pau-brasil. Não somente a exploravam, mas, ainda saqueavam os proprietários. Cada ano

ancoravam vinte a trinta navios na foz do Rio Paraíba na Baia de Acejutibiró (Traição), hoje Baia da Traição, os

índios ajudavam os franceses a tirar o pau-brasil, em troca de ferramentas, presentes e enfeites, de que muito

gostavam. Os piratas enchiam as naus de madeira cor de brasa, algodão, óleos vegetais e animais nativos e

vendiam no comércio europeu. O contrabando de pau-brasil tornou-se palco de luta, guerra e morte.

Setenta e quatro anos depois do descobrimento do Brasil, era tão forte o núcleo frances-potiguara que em

1574, levaram a efeito uma macabra incursão ao Engenho Tracunhaém no território de Pernambuco, com tal

surpresas perversidade que tudo reduziam a cinzas, atearam fogo nos canaviais, mataram os animais de serviço e

exterminaram mais de 500 pessoas moradores do engenho, inclusive o proprietário Diogo Dias, foi sacrificado com

toda a família.

A Paraíba não foi logo constituída em capitania. O seu território em 1534 pertencia à capitania de Itamaracá.

Ia da foz do Rio Santa Cruz, hoje Igaraçu, até a Baía da Traição. Cobria assim, todo o território do atual Estado da

Paraíba. Essa capitania foi doada a Pero Lopes de Sousa, com sua morte os franceses e potiguares tinham

multiplicado sua ação de domínio, inclusive com audacioso avanço ao Engenho Tracunhaém, o rei de Portugal D.

Sebastião assombrado com os acontecimentos e para assegurar a tranqüilidade dos habitantes de Itamaracá e

Olinda, resolveu criar a Capitania Real da Paraíba, em 1574, compreendendo parte das terras da capitania de

Itamaracá. Chamou-se capitania da Coroa porque foi conquistada com dinheiro e soldados do Estado independente

e administrada por Governadores nomeados pelo Rei.

A conquista da Paraíba vinha constituindo um problema sério para os portugueses, as primeiras tentativas

foram frustradas e a terra continuou entregue ao próprio destino. O rei de Portugal sabedor da grande mortandade

efetuada pelos mamelucos e índios, resolve tomar as devidas providencias receosos de que os franceses não viesse

tomar conta da Paraíba e ordena ao governador geral do Brasil Luis de Brito e Almeida efetuar a conquista e

povoamento.

Em 1574 realizou-se a primeira tentativa de conquista. O governador Luis de Brito ordena a Fernão da Silva,

ouvidor Geral e Provedor-Mor da Fazenda ara que viesse ocupar a Paraíba. Organiza a expedição com elementos

de que pode dispor, e toma posse da terra, mas não pode manter a conquista, pois indígenas e franceses se

levantaram em tão grande número que ele teve de fugir sacrificando parte de sua expedição.

1575 segunda tentativa quando o governador Luis de Brito em face ao fracasso de Fernão da Silva, para a

conquista da Paraíba, resolve ele mesmo faze-la. Devidamente aparelhado, dispondo de uma frota considerável e de

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tropas numerosas e bem organizadas, embarcou para Paraíba, porem fortes temporais dispersaram a frota, que

regressou a Bahia sem ter atingido o ponto desejado.

1579 terceira tentativa João Tavares, Juiz de Órgãos e Escrivão da Câmara de Olinda lançou os

fundamentos de uma povoação a margem do rio Paraíba, construiu um fortim de madeira na ilha da Camboa hoje

chamada Restinga. Por falta de auxilio dos portugueses não pode continuar sua ação de conquista regressando a

Pernambuco.

1580 chega a Pernambuco Frutuoso Barbosa, rico proprietário e comerciante de pau-brasil, conseguira do

governo a nomeação de Capitão-mor da Paraíba por espaço de dez anos, obrigando-se a realizar sua conquista.

Organiza uma poderosa expedição e se dispões a combater os selvagens, porém um temporal destroçaram a

armada e retrocederam-na a Lisboa de onde depois de recomposta retornou a Pernambuco. Nesse mesmo ano, não

esmorecendo com aquele infortúnio que lhe roubara a esposa, e cheio de coragem e talvez guiado pelo interesse

Frutuoso volta a sua empresa, reforça suas tropas e segue por mar enquanto o Capitão Simão Rodrigues Cardoso

vinha por terra com a legião de voluntários. Na foz do Paraíba, aprisionou Frutuoso cinco naus francesas carregadas

de pau-brasil. Mas enquanto esperava ali pelas forças da terra, uma cilada do gentio vem atacar sua gente perdendo

quarenta homens de sua força inclusive seu filho, fato que o deixou profundamente aflito e impressionado.

Frutuoso, depois de transferir a colônia da Camboa para Cabedelo, procurou fortificar-se ao norte, mas

insuflado pelo inimigo se viu obrigado a retirar-se para Pernambuco e pedir socorro a Manuel Teles Barreto

governador geral do Brasil. Coincidiu a sua chegada a Bahia com o aparecimento de uma poderosa esquadra

comandada por Diogo Flores Valdez (General Espanhol) á busca de provisões, o governador consegue a ajuda do

general auxiliado por Martim Leitão, Martins de Carvalho e Dom Felipe Moura, chegando em Pernambuco reuniram-

se em Conselho e combinaram o plano de conquista. A Paraíba é cercada por terra e por mar. Na Barra do Rio

Paraíba, Valdez aprisionou naus francesas ateando fogo as mercadorias, enquanto o restante da força por terra

combatiam os índios.

Tratou Diogo Flores de escolher o local para construção de forte, ponto de apoio pra novas conquistas.

Defronte a Cabedelo foi erguido o forte com o nome de São Felipe ou São Tiago (Forte Velho). Logo depois Flores

retirava-se com suas tropas nomeando diretor do Forte Francisco Castrejon e Frutuoso incumbido de governar a

capitania. As desinteligências entre os dirigentes do forte impediram o progresso da recente colônia, que já não podia

oferecer aos inimigos a necessária resistência. Passou o forte, a ser alvo de insistentes agressões dos selvagens

açulados pelos franceses. Castrejon não resistindo as hostilidades dos selvagens e franceses abandona o forte vai

para Pernambuco onde é preso e remetido para Espanha. Enquanto ele partia os índios tratavam-se de organizar

resistência e uniram a tribos tabajaras e potiguares, porém um imprevisto deu-se o rompimento do chefe Tabajara

com o chefe Portiguar, perseguido pelo inimigo Piragibe pede socorro a Pernambuco, e foi nesse momento de

desarmonia que Martim Leitão, habilmente soube aproveitar-se mandando propor a paz a Piragibe, o emissário foi o

Capitão João Tavares, o acordo foi celebrado numa colina, as margens do Rio Sanhauá, começaram a expulsar o

invasor. Era 05 de agosto de 1585 dia consagrado a Nossa Senhora das Neves, realizava-se nesta data a conquista

definitiva da Paraíba. Estava o convênio celebrado feita assim a Aliança forte contra Potiguar e Tapuia, inimigos

poderosos do litoral, contrários e hostis a conquista da civilização.

Efetuada a conquista da Paraíba, Martim Leitão, tomou providencias para que desde logo se fundasse a

colônia que mais tarde deveria se tornar uma cidade próspera. A fundação recuou do litoral e situou-se numa colina,

a margem do Sanhauá, afluente do Paraíba, a quarenta e cinco metros de altitude, no sentido leste-oeste. Foi vista

por Frei Vicente Salvador como “uma planície de mais de meio légua, muito chão e toda cercada de água”.

Estabelecidas as pazes entre portugueses e o cacique dos Tabajaras Piragibe, a 05 de agosto de 1585, João

Tavares escolheu o local para a construção de um forte sob a direção do oficial alemão Cristóvão Lins como meio de

defesa da cidade. No alto da colina foi construída a capela de Nossa Senhora das Neves que seria a padroeira da

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cidade e lhe daria o primeiro nome. A data exata da origem é 04 de novembro de 1585, o mestre construtor das

obras foi Manuel Fernandes designado para dirigir as novas edificações em projeto.

A cidade recebeu o nome de Filipéia de Nossa Senhora das Neves em homenagem a Filipe II rei de Espanha

e Portugal. Sob o domínio holandês denominou-se Frederica, em homenagem ao príncipe de Orange. Restabelecida

a soberania portuguesa foi chamada Paraíba, finalmente em 1930 recebe o nome de João Pessoa por Decreto

assinado por Dr. Álvaro de Carvalho pai do ilustre governador barbaramente assassinado no Recife.

Vale ressaltar com profundo reconhecimento três figuras importantes que se sobressaíram na história da

conquista e civilização da Paraíba. Merece comentários especiais o nome de Martim Leitão, combatente indomável

dos franceses e potiguares, verdadeiro conquistador e fundador da Paraíba. Destacando-se também seu auxiliar

João Tavares, primeiro capitão-mor, incansável administrador, fundou engenhos, desenvolveu a agricultura, instituiu

prêmios de vinte mil reis a quem empreendesse construções, fundou a Santa Casa de Misericórdia, contribuiu

bastante para o desenvolvimento da cidade.

Em 1586 inicia-se a obra de catequese e civilização confiado aos jesuítas que vieram na expedição de

Martim Leitão, eles construíram a capela de São Gonçalo e a aldeia Braço de Peixe. A freguesia de Nossa Senhora

das Neves foi criada nesse ano e o seu primeiro vigário foi o Pe. João Sarlém dos Santos. Outras ordens religiosas

tais como carmelitas, beneditinos e franciscanos vieram a Paraíba com o objetivo de fundarem conventos. O primeiro

convento foi o de Santo Antonio fundado pelo Pe. Custódio Melchior da Santa Catarina, o Convento do Carmo

fundado por Francisco S. Boaventura, o mosteiro de São Bento por Frei Damião da Fonseca e o convento de São

Francisco por Frei Antônio do Campo Maior. O estilo é barroco romano, atualmente pertence ao Estado onde

funciona o Museu de Arte Sacra, com um acervo de mais de dez mil peças.

Esta ordem cronológica nos dá uma informação precisa dos primeiros governantes da Paraíba, que de uma

ou de outra maneira, contribuíram para o progresso e desenvolvimento da nossa Paraíba

1585 a comitivata do interior da Paraíba não excedeu a serra de Copaoba, limite das excursões chefiadas

por Martim Leitão e João Tavares, no combate contra franceses e potiguares. Após a expulsão dos holandeses da

Paraíba é que, na realidade, começaram explorações do interior. A conquista do sertão foi bastante lento, pois os

governadores das capitanias se ocupavam com a colonização do litoral e por muitos anos as ENTRADAS tiveram a

serra de Capaoba como limite. Os holandeses também fizeram explorações pelo interior, indo Elias Herckman até a

serra (hoje cidade de Areia). Entretanto nada lograram dessa entrada.

A primeira entrada paraibana visando escravizar índios e explorar minas, foi a de Pedro Coelho de Sousa,

cunhado de Frutuoso Barbosa, obtendo permissão do governo geral partiu com 65 soldados, entre os quais Martins

Soares Moreno, o célebre herói de Iracema, o ponto de reunião dos exploradores foi o rio Jaguaribe, essa bandeira

chegou até serra de Ibiapina, era intenção de Pedro Coelho ir até o Maranhão, porém seus soldados protestaram

contra seu desejo. Impossibilitado de levar avante sua conquista por falta de recursos financeiros, regressa a

Paraíba. Outras ENTRADAS se efetuaram após essa, como as de Feliciano Coelho, Duarte Gomes da Silveira e do

Alcaide Manuel Rodrigues. Os bandeirantes paulistas que vinham do sul do país, penetraram até o Piauí. Afirma-se

que os mesmos demoraram no interior da Paraíba, tendo Domingos Jorge Velho, fundado Piancó e estabelecido

muitos currais de gado.

Não há dúvida que foi a família Oliveira Ledo, da casa da Torre da Bahia quem levou a efeito a conquista do

interior paraibano, partindo das margens do rio São Francisco atingiu o sertão da Paraíba chegando a Boqueirão,

onde estabeleceu o primeiro núcleo colonial do Cariri. Era chefe da expedição Antonio de Oliveira Ledo, que foi

substituído pelo seu sobrinho Teodósio de Oliveira Ledo mais célebre e ousado conquistador  do sertão paraibano.

Do Boqueirão estendeu-se a conquista por todo alto sertão da Paraíba, tendo Teodósio recebido o título de capitão-

mor de Piranhas e Piancó. A ele deve-se a fundação de Campina Grande que teve como origem o aldeamento dos

arius que tinha por principal chefe um indígena chamado Cavalcanti, que prestou relevantes serviços aos

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conquistadores. O rigor com que os bandeirantes tratavam os índios determinou a grande reação destes, havendo

muitas lutas que receberam o nome de “Guerra dos Cariris”.  Esta tribo aliou-se aos Açus do Rio Grande do Norte,

aos Sucurus, Panatis, Coremas, os Pegas, Icós do Ceará, empenhando-se numa luta de morte contra o conquistador

Oliveira Ledo. A Paraíba auxiliou as capitanias atacadas, a guerra foi feroz, mas os indígenas foram vencidos.

Em conseqüência dessa guerra Teodósio Oliveira Ledo leva a conquista além da Borborema, chegando até

Pombal onde constituiu uma povoação. Os indígenas procuram-se se restabelecer no alto sertão, iniciou-se uma luta

sem trégua, o governo geral mandou a Paraíba o Coronel Manoel Araújo, fazendeiro nas margens do São Francisco

com auxilio dos colonos dirigidos por Teodósio, a guerra durou alguns anos, depois foi assinada a paz entre os

Coremas e Manoel de Araújo, é considerado o verdadeiro colonizador de Piancó.

HISTÓRICO DA FUNDAÇÃO DE POMBAL

1694, Com o auxilio do governo foi organizado duas BANDEIRAS e partiram para a conquista do sertão.

Tendo a frente o capitão-mor Teodósio de Oliveira Ledo, comandante de uma delas, teve muitas vezes que repelir os

cariris que lhe embargavam a passagem. Avançou sempre, desceu a Borborema e chegou a Piranhas.

Homem forte e destemido, escoando nas veias o sangue quente do lusitano, galgou serras e vales do rincão

sertanejo, até chegar as águas barrentas do Piranhas. É certo que teve nos lances mais quentes da conquista o

auxílio de Domingos Jorge Velho á frente das BANDEIRAS paulistas, de Francisco Dias D’avila, valente sertanista,

herdeiro da nobreza e egoísmo seu avô, Garcia D’avila e o de Abreu Soares aliado de Camarão. Teodósio não

avançou muito pelo rio Piancó acima. Os Coremas e panatis, ferozes e valentes como eram, chefiados pelo bravo

Piancó, lhe embargaram a marcha por muitas vezes. Sua ação, como desbravador do rincão sertanejo, foi mais

eficiente nos vales do Piranhas e rio do Peixe. Era intenção de Teodósio fundar um arraial em Piranhas, era

necessário pedir auxilio ao governo, conseguindo gente munição e religiosos para converter os gentios. Em 1699 foi

fundado o arraial com o nome de Piranhas, o terreno escolhido, era ocupado por uma aldeia de “Pegas”, ramo da

família Cariri. Em combates renhidos, mas sempre vencedor, fundou aqui o valente capitão o Arraial ou povoação de

Nossa Senhora do Bom Sucesso, fundando a primeira Igreja talvez de taipa e palha, onde apenas se pudesse

celebrar o Santo Sacrifício da Missa e se administrassem os sacramentos dos índios que iam sendo catequizados

pelo religioso da ordem de Santo Antonio.

Até 1719, Pombal não passava de pequena aldeia, ainda com o batismo de Piranhas, sob as vistas do seu

fundador. Nessa época, foi atacado o pequeno povoado. Mais de 2.000 índios confederados para exterminar a

povoação. Era desigual o combate, tendo havido a superioridade numérica dos selvagens. O piedoso franciscano

invoca a religião e pede a Nossa Senhora do Bom Sucesso com a promessa de erigir uma igreja constituindo-a como

sua padroeira. O voto foi deferido. Os combatentes fugiram assombrados ante a resistência cristã.              

Em 1721 foi construída a primeira igreja matriz de Nossa Senhora do Rosário(hoje) contratada pelo preço de

600,00 pagos em três prestações ao pedreiro Simão Barbosa Moreira, sendo seu primeiro vigário o Padre Antonio

Rodrigues Frasão para esse fim criou-se uma irmandade a de Nossa Senhora do Rosário, cujos pretos perduram até

hoje, fazendo parte integrante do nosso folclore, os “Pontões”, coisa rara em outras cidades, geralmente se

apresentam na festa tradicional do Rosário que se realiza anualmente no mês de outubro.

A Carta Régia que elevou Pombal a categoria de vila data de 22 de julho de 1766, nesse tempo a jurisdição

de Pombal se estendia desde o Seridó ao Patú (Rio Grande do Norte) as bacias do Piranhas e Piancó até os

contrafortes da Borborema. 21 de julho de 1862, fundada a cidade Pombal completou em 2002 seus 140 anos.

É uma das mais antigas cidades da Paraíba. A principio chamou-se Arraial de Piranhas, Bom Sucesso e

Finalmente Pombal em homenagem a Sebastião José de Carvalho e Melo, Ministro de Dom José I, Rei de Portugal.

Sua primeira rua a do comércio hoje Cel. João Leite, que liga a Igreja do Rosário a primeira da cidade construída

pelos conquistadores, marco histórico do primeiro núcleo colonial do município. A cidade cresceu com a Rua Nova,

hoje Coronel João Carneiro, na qual está instalada a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso, tendo a sua

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frente a praça Getulio Vargas. Não resta dúvida que Pombal cresceu graças a atuação dos seus dirigentes, ela

continua em fase de desenvolvimento nos setores econômicos, políticos, sociais e culturais.

Atualmente a cidade Colégios, Grupos Escolares, além de Escolas Isoladas e Municipais todas em perfeito

estado de funcionamento destacando-se seus professores como batalhadores ardentes pelo progresso da cultura da

nossa cidade. No setor da Saúde Publica vamos encontrar Hospitais e Postos de Saúde com uma equipe médica

bastante eficiente que atendem diariamente a necessidade do seu povo.

Merece comentários especiais os filhos ilustres da nossa terra, Manoel Arruda Câmara, naturalista, fundou o

“Areópago de Itambé” (instituição literária e política, da qual faziam parte cidadãos da mais alta projeção dos Estados

da Paraíba, Pernambuco e Ceará). Argemiro de Sousa, uma das mais altas celebrações jornalísticas do Brasil,

exímio cultor da civilização oriental. Padre José Ferreira Nobre, José Ferreira de Sousa, Manoel Ferreira de Sousa,

Manoel Ferreira Nobre, Francisco da Costa Barbosa e outros patriotas que contribuíram direta ou indiretamente na

Revolução de 1817 em Pernambuco.

Na cultura pombalense destacamos os poetas, Leandro Gomes de Barros, Silvestre Honório, José Ferreira

Lima, Belarmino de França e Alcides Mascena Dantas. Grande educador o Bacharel Arlindo Ugulino. Entre os

escritores focalizamos o Dr. Wilson Seixas autor de “O Arraial de Piranhas” além de outras obras, o Sr. José Antonio

de Sousa, autor de Grande Pombal, o Economista Celso de Medeiros Furtado, autor de vários compêndio de

sociologia, relembrando também a memória do grande orador José Medeiros Vieira. Na geração contemporânea

Pombal orgulha-se dos seus filhos ilustres: médicos, bacharéis, sacerdotes, professores, dentistas, economista, ect.,

e muitos outros investidos de cargos superiores que muito tem contribuído com sua parcela de cooperação na

federação brasileira. Pombal é pequenina contanto é grande a ação dos seus filhos que não medem esforços nem

sacrifícios para contribuírem com o bem a quem quer que seja, são exemplos de valores que a todos deixam

transparecer são hospitaleiros e bondosos, pois aqui há sempre um lugar ao sol para todos aqueles que desejam

conhecer nosso torrão natal sendo bem acolhida no seio da nossa comunidade.

GOVERNADORES DO ESTADO DA PARAÍBA NO PERÍODO COLONIAL

1585-1588. João Tavares

1588-1591. Frutuoso Barbosa

1591-1592. André de Albuquerque

1592-1600. Feliciano Coelho de Carvalho

1600-1603. Francisco de Sousa Pereira

1603-1605. André Albuquerque

1605-1608. João Barros Correia

1608-1612. Francisco Coelho de Carvalho

1612-1616. João Rabelo de Lima

1616-1620. Francisco Nunes Marinha de Sá

1620-1623. João de Brito Correia

1623-1627. Afonso França

1627-1634. Antonio Albuquerque 

1655- Primeiro governador após a expulsão dos holandês, foi João Fernandes Vieira. Um dos chefes mais

notáveis do movimento restaurador em Pernambuco. Encontrou a Paraíba na miséria. É inegável que empregou

esforços para a reconstrução da colônia, procurou estabelecer a agricultura e aparelhar engenhos desenvolvendo

assim a agricultura. No seu governo voltaram a Paraíba os monges beneditinos dirigidos por Francisco Paulo do

Espírito Santo, encontrando seu mosteiro em ruínas, foram residir em casas até serem construídos.

1657- Capitão-mor Matias de Albuquerque Maranhão. Sua administração assinala o período de reconstrução

da Paraíba, com extraordinário zelo e melhorou as fortificações da capitania.

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1662- João Rego Barros. Desenvolvimento da cana de açúcar, determinou que o açúcar fosse remetido ao

reino e não a Pernambuco como vinha sendo feito.

1670- Luis Nunes de Carvalho. Fez excelente administração.

1673- Inácio de Carvalho. Não foi bem sucedido como seu antecessor.

1675-Manuel Pereira de Lacerda. Organizava empresa e bandeiras com o objetivo de dominar os índios e

conquistar os sertões.

1678- Alexandre de Sousa Azevedo. No seu governo falece a maior figura da Paraíba André Vidal de

Negreiros.

1684- Antonio da Silva Barbosa. No governo houve um surto de febre amarela denominada de Bicha, que

dizimou grande parte da população.

1687- Amaro Velho Ciqueira. Decreta que o açúcar seja vendido livremente nos comércios.

1692- Manuel Nunes Leitão. Uma seca assola a Paraíba, não sendo favorável a sua administração. Funda a

povoação litorânea de Mamanguape, sendo seu Primeiro donatário Duarte Gomes da Silveira. Ainda na sua gestão é

fundada a cidade de Guarabira e Pombal.

1697- Manoel Soares Albergaria. Regulou a situação do fumo na Paraíba. É fundada Campina Grande que

se chamou antes Vila Nova da Rainha.

1700- Francisco de Abreu Pereira. Eleva-se o número de 50 soldados para cada capitania. Fundada a cidade

Cruz do Espírito Santo, nesse lugar deu-se uma cruenta batalha entre paraibanos e holandeses. São punidos os

negros fugidos de Palmares.

1703- Fernando de Barros Vasconcelos. Proíbe a industria de sal.

1708- João da Mata da Gama. Manda construir a Casa da Pólvora que é concluída em 1710, recebe a visita

de Dom Manuel Álvares da Costa, bispo da capitania de Pernambuco.  

GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA            PERÍODO REPÚBLICA.

1889. Junta Governativa - JUNTA GOVERNATIVA

-Ten-coronel Honório Cândido Ferreira Caldas.

- Antônio da Cruz Cordeiro Senior.

- Cap. de engenheiros João C.de Oliveira Cruz.

- Comandante Tomás de Aquino Mindelo.

- Capitão Manoel Alcântara de Sousa Cousseiro. 

- Manoel Carlos de Gouveia.

1889-Venâncio Augusto de Magalhães Neiva - PRESIDENTE.

1891-1892. Junta Governativa - JUNTA GOVERNATIVA.

-Coronel Cláudio do Amaral Savaget.

-Eugênio Toscano de Brito.

-Joaquim Fernandes de Carvalho.

1892- Álvaro Lopes Machado. - PRESIDENTE.

1892- 1896. Álvaro Lopes Machado. - PRIMEIRO PRESIDENTE CONSTITUCIONAL.

1896- Padre Walfredo Leal. - SUBSTITUTO.

1896- 1900. Antônio Alfredo da Gama e Melo.-PRESIDENTE.

1900- 1904. José Peregrino de Araújo. - PRESIDENTE.

1905- 1908. Monsenhor Walfredo Leal. - VICE-PRESIDENTE.

1908- 1912. João Lopes Machado. - PRESIDENTE.

1912- 1915. João Pereira de Castro Pinto. - PRESIDENTE.

1915- 1916. Cel. Antônio da Silva Pessoa. -VICE-PRESIDENTE.

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1916- Sólon Barbosa de Lucena. - PRESIDENTE.

1916- 1920. Francisco Camilo de Holanda. - PRESIDENTE.

1920- 1924. Sólon Barbosa de Lucena. - PRESIDENTE.

1924- 1928. João Suassuna. - PRESIDENTE.

1928- 1930. João Pessoa Cavalcanti. - PRESIDENTE.

1930- Álvaro Pereira de Carvalho. - SUBSTITUTO.

1930-1932. Antenor da França Navarro. - INTERVENTOR.

1932-1935.Gratuliano da Costa Brito. - INTERVENTOR.

1935-1940. Argemiro de Figueiredo. – GOVERNADOR E INTERVENTOR.

1940-1945. Ruy Vieira Carneiro. - INTERVENTOR.

1945-Samuel Vital Duarte. - INTERVENTOR.

1945-1946. Severino Montenegro. - INTERVENTOR.

1946-Odon Bezerra Cavalcanti. - INTERVENTOR.

1946-1947. José Gomes da Silva. - INTERVENTOR.

1947-1950. Osvaldo Trigueiro de A. Melo. - GOVERNADOR.

1950-1951. José Targino. - VICE-GOVERNADOR.

1951-1953. José Américo de Almeida. - GOVERNADOR.

1953-1954. João Fernandes de Lima. - VICE-GOVERNADOR.

1954-1956. José Américo de Almeida. - GOVERNADOR.

1956-1958. Flávio Ribeiro Coutinho. - GOVERNADOR.

1958-1960. Pedro Moreno Gondim. - VICE-GOVERNADOR.

1960-1961. José Fernandes de Lima. - PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA.

1961-1966. Pedro Moreno Gondim. - GOVERNADOR.

1966-1971. João Agripino. - GOVERNADOR.

1971-1975. Ernani Sátiro - GOVERNADOR ELEITO PELA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA.

1975-1979. Ivan Bichara Sobreira. - GOVERNADOR ELEITO PELA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA.

1979-1983. Tarcísio de Miranda Burity. - GOVERNADOR ELEITO POR COLÉGIO ELEITORAL.

1982-Clovis Bezerra Cavalcanti - VICE-GOVERNADOR.

1983-1986. Wilson Leite Braga. - GOVERNADOR ELEITO.

1984-Almir Carneiro da Fonseca – PRESIDENTE TRIBUNAL DE JUSTIÇA.

1986-Rivando Bezerra Cavalcanti. - PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA.

1986-1987. Milton Cabral. - GOVERNADOR ELEITO PELA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA.

1987-1991. Tarcísio de Miranda Burity. - GOVERNADOR ELEITO.

1991-1994. Ronaldo José da Cunha Lima - GOVERNADOR ELEITO.

1994-Cícero Lucena - VICE-GOVERNADOR.

1988-Miguel Levino de Oliveira Ramos - PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 1995 - Antônio

Marques da Silva Mariz - GOVERNADOR ELEITO. 18/10/1995 –

1998-José Targino Maranhão. - VICE-GOVERNADOR.

1996-Antônio Elias de Queiroga - PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA.

199 8-2002. José Targino Maranhão - GOVERNADOR ELEITO.

2002-Roberto Paulino - VICE-GOVERNADOR.

2003-2007 - Cassio Cunha Lima

A Paraíba em 1618 era afamada como a terceira capitania do norte em adiantamento, depois da Bahia e

Pernambuco. O número de engenhos era de 20 e as fazendas de criação de gado iam além de Pilar. A cidade cotava

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mais de 1.000 habitantes habitantes. Expulsados os franceses e dominados os índios em quase todo o litoral,

criavam-se condições para uma obra civilizadora, que dependia essencialmente da paz. E veio a guerra de

conquistas cometida pelo governo holandês a Companhia das Índias Ocidentais.

A Primeira tentativa de invasão holandesa no Brasil deu-se na Bahia em 1624, sob o comando de Jacob

Willekens e Johan Von Dorth, não teve quase duração não chegou a fixar-se, embora houvesse dominado a cidade

de Salvador e aprisionado o governador da Bahia, Diogo de Mendonça Furtado.

Expulsos da Bahia os holandeses tomaram a Baia de Traição nesse recanto da Paraíba depositaram os seus

feridos em número elevado. Sabendo do ocorrido o capitão-mor da Paraíba, Antonio de Albuquerque que organiza

uma tropa de soldados e índios consegue bater os holandeses que abandonam o sonho de conquista. A Paraíba

desempenhou-se com admirável heroísmo na primeira tentativa de invasão holandesa enviando tropas em socorro

da Bahia sob o comando do seu ex-governador Francisco Nunes Marinho, inclusive o ilustre paraibano André Vidal

de Negreiros supõe-se que tenha combatido holandeses não só na Baia da Traição como também no cerco a

Salvador, tornando-se mais tarde herói e símbolo de resistência e bravura.

Com o fracasso da invasão da Bahia, não abandonaram os holandeses a idéia de conquista, em 1630

ocupam Pernambuco uma poderosa esquadra composta de 60 navios. O governador de Pernambuco Matias de

Albuquerque organizou a defesa armando para isso o posto de guerra denominado “Arraial do Bom Jesus”, entre

Olinda e Recife. Organizou as Companhias de Emboscadas e Guerrilhas em que muito se distinguiu o valente Felipe

Camarão. Os holandeses revoltados com a resistência do forte, impossibilitados de avançar incendiaram Olinda se

fixaram no Recife. Matias de Albuquerque teria possivelmente absoluto êxito, se não fora a interferência maléfica de

Domingos Fernandes Calabar. Resolveram os holandeses mais uma vez investir sua ação para a Paraíba. O

governador Antonio de Albuquerque prevendo nova invasão mandou reconstruir a fortaleza de Santa Catarina em

Cabedelo e guarnece-la de 18 peças. Em frente fez edificar um reduto o forte de Santo Antonio, que foi confiado ao

comando de Duarte Gomes da Silveira e o de Santa Catarina a João de Matos Cardoso. No dia 05 de dezembro de

1632, apareceu defronte a Cabedelo uma expedição holandesa composta de 1.600 homens comandados pelo

Coronel Callenfels. A fortaleza recebeu a bala os invasores. A batalha durou muitos dias, oscilando entre vitórias e

peripécias e peripécias de parte a parte. Lutas ásperas ocorreram entre as tropas holandesas e os defensores da

capitania, nelas perderam a vida os capitães André da Rocha e Jerônimo de Albuquerque irmão do governador,

morrendo também no combate o capitão espanhol Manuel Gondinho, inclusive Frei Manuel da Piedade filho do

capitão-mor João Tavares.

Em 1630 Rio Grande do Norte é dominado pelos holandeses que se apoderam do forte dos Reis Magos,

chegando tardiamente os socorros da Paraíba. Em tais circunstâncias o ataque a nossa capitania estava iminente.

No dia 24 de fevereiro de 1634 chegou ao Cabo Branco uma expedição holandesa composta de 20 navios sob as

ordens do almirante Lichtards, conduzindo 1.500 homens comandados por Sigismundo von Schkoppe. Essa

poderosa frota começou o desenvolvimento nas margens do Rio Jaguaribe. O governador Antonio de Albuquerque

oferece a máxima resistência mas não consegue impedir a vitória dos bravos holandeses.

DOMÍNIO HOLANDÊS – Em 24 de dezembro de 1634 a Paraíba era ocupada pelos holandeses, não

encontraram resistência pois os moradores incendiaram os depósitos de mercadorias e navios no porto, para não vir

a pertencer aos inimigos, refugiaram-se no campo. Foi assim que a Paraíba capitulou. O Coronel Segismundo

apoderou-se da capital mudando-lhe o nome para Frederica em homenagem a Frederico Henrique, e o Coronel

Cristóforo Arciszewski correu até o Engenho Velho onde esperava capturar o capitão-mor desaparecido, somente

encontrando o seu proprietário, Duarte Gomes da Silveira, a quem ofereceu uma proposta de paz.

O primeiro governador da Paraíba e Rio Grande do Norte em nome da Holanda, foi Servais Carpentier, que

um ano mais tarde era substituído por Ippo Eyssens, homem ambicioso que se apoderava de um dos melhores

engenhos da capitania. Durante sua administração ocorreu a incursão na capitania de tropas portuguesas

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comandadas pelo valoroso chefe Francisco Rabelo, o Rabelinho assim chamado por ser pequeno de estatura.

Saindo-lhe ao seu encontro, Ippo Eyssen foi logo batido e morto. Sucedeu-lhe ao governo o Diretor Elias Herckman

um dos mais notáveis dentre os holandeses que então vieram ao Brasil. O qual escreveu uma bela descrição da

Paraíba. Tem um ligeiro encontro com rabelinho, mas os portugueses se retiram, vendo que não obteriam vantagens

na luta.

No ano seguinte novas lutas se assinalam dessa vez dirigidas pelo capitão Sebastião Souto e pelo ajudante

André Vidal de Negreiros, ilustre paraibano, que tendo ordem de destruir todos os recursos da capitania, para

cumprir a missão iniciou a destruição pelos canaviais do seu próprio pai, pois assim fazendo, enfraquecia

economicamente os holandeses dominadores da província.

Estes acontecimentos motivam da parte dos holandeses as mais violentas medidas contra os moradores que

são perseguidos, muitas vezes punidos com a pena capital e a confiscação dos bens e menos suspeita de

convivência.  Ao mesmo tempo o príncipe Mauricio de Nassau, investido do governo do Brasil holandês inicia

reformas que foram as regalias prometidas do ponto de vista religioso. Entretanto Mauricio continua com as suas

reformas tendo antes visitado a Paraíba em 1637. procura moldar a administração e a justiça pelas leis e estilo da

Holanda. As capitanias não habituadas a tal regime, sentem muito e reclamam.

Em 1644 Mauricio de Nassau, tendo de regressar a Holanda vem a Paraíba, onde embarca numa frota de 13

navios, sendo este a última terra da América que ele pisou. Não resta dúvida que seu governo marcou bem a sua

administração no Brasil, Recife cresceu e progrediu, enquanto que na Paraíba ele ordenou a reconstrução da

fortaleza de Santa Catarina, cujo nome mudou para Margareth em honra a sua mãe.

O domínio holandês durou ate 1654, ano em que o heroísmo do brasileiro, representado pela bravura dos

pernambucanos, após lutas de muitos anos, conseguiu dominar por completo a resistência do inimigo. Pernambuco

teve na Paraíba a alma mais viva da insurreição. Foi herói dessa gloriosa epopéia o insigne paraibano André Vidal de

Negreiros.

RESTAURAÇÃO

1640 Portugal se libertara da Espanha e no entanto os holandeses permaneciam no Brasil. A dominação

holandesas tornava-se para o brasileiro um julgo cada vez mais insuportável. Além disso as diferenças de raça,

línguas e religião causavam profundas incompatibilidades entre os dominadores e os dominados. Entregue aos

próprios recursos, trataram os brasileiros de por si mesmo derrubar o julgo que os escravizavam e entraram num

vasto conserto de forças em que se destacou André Vidal de Negreiros (paraibano) seguindo também João

Fernandes Vieira (português), Antonio Felipe Camarão (índio potiguar) e Henrique Dias (negro). Traçados o plano da

conspiração, Vidal vem a Paraíba em 1644 a pretexto de visitar os seus pais, mas na realidade para combinar com

seus moradores o inicio da campanha restauradora. Logo entra em acordo com Fernão Rodrigues de Bulhões, Lopo

Curado Garro, Manuel Queirós Cerqueira, Jerônimo Cadenna.

Em principio de 1645 uma nova revolta na capitania, um bando de selvagens influenciados assaltou num

domingo o engenho S. Tiago Maior de André Dias de Figueiredo trucidando todas as pessoas presentes, inclusive o

sacerdote que celebrava a missa. Só foi salva a filha do senhor de engenho, por seus encantos, sendo conduzida

para a fortaleza de Cabedelo. Paulo de Linge, nomeado governador da Paraíba, foi a figura sinistra do terror,

mandou enforcar a Gonçalo Cabral. O cadáver de Estevão Fernandes foi arrastado preso a cauda de um acavalo

pelas ruas da cidade.

Em represália ao movimento revolucionário Vidal enviou a Paraíba reforços comandado pelo capitão Antonio

Curado, auxiliado por Diogo Camarão e Henrique Mendonça para reunirem e comandarem os índios e os negros.

Paulo Linge refugia-se com as suas tropas dentro das muralhas de Cabedelo e a cidade capitulou caindo em poder

de Lopo Curado Garro que tratou de fortificar-la. O governo restaurador é constituído deste juntamente com Jerônimo

Cadena e Francisco Gomes Muniz. Todos os moradores ficaram solidários contribuindo com homens e armas,

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reuniram-se em Tibiri e organizaram as companhias de guerra, os holandeses saindo do forte de Cabedelo entraram

em choque com os paraibanos no engenho Inhobin, onde os paraibanos tiveram uma vitória espetacular, apesar da

superioridade numérica dos seus inimigos. O fim do domínio holandês no Brasil é melancólico, depois de 11 anos de

domínio na Paraíba, são agora obrigados a fugir as presas ameaçados pelo poder do invasor. Mas Cabedelo não

assistiria o espetáculo das honras militares de entrega da Fortaleza de Santa Catarina ao governo da restauração.

Pelo contrário, a retirada holandesa ocorreu em clima de atropelo, deixando um resquício de fuga desarvorada.

O Coronel Mautijn e os holandeses ali residentes, embarcaram precipitadamente sem ao menos poderem

dispor dos seus bens e escravos, apesar de que antes de partir soltou todos os prisioneiros paraibanos entregou a

Fortaleza para que se defendessem contra qualquer ato de barbaridade. Não resta dúvidas que a Fortaleza de Santa

Catarina foi um reduto militar, uma fortificação permanente destinada a defesa da Capitania da Paraíba e litoral

nordestino contra tentativas de invasão inimiga e ataques dos piratas franceses. Nos primeiros anos do século XVII o

capitão-mor da Fortaleza foi João Cardoso de Matos, militar que marcou profundamente a história da Paraíba pelos

seus feitos de defesa. Essa fortaleza registra os grandes conflitos dos maiores Estados Europeus, como ainda

documenta a vibração dos homens que em sua defesa entregaram a vida em favor da Pátria engrandecendo o seu

nome com exemplos magistrais de valor. No século XVIII, tornou-se uma das maiores Fortalezas da América do Sul,

como moldura dos quadros vivos que criou. Bonita pela forma, grande pela História.

No dia 26 de janeiro de 1654, capitulavam os holandeses na Campina da Taborda em Pernambuco. A 01 de

fevereiro partia do Recife o capitão Francisco Figueiredo, com 859 homens para tomarem conta das fortificações da

Paraíba. Aqui chegados, a bandeira portuguesa por fim tremulou no reduto militar de Cabedelo, aos sons de sinos e

orações, enquanto salvas de tiros prometiam novas era.

http://www.marcoslacerdapb.hpg.ig.com.br/cronicaspbl/historiaparaiba.htm

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ANTECEDENTES DA CONQUISTA

A História da Paraíba tem sido contada a partir de sua fundação em

1585, mas na verdade vem desde 1501 quando da primeira expedição para

reconhecimento de suas costas, que ancorou na baia de Acejutibiró.

E que tinha nela embarcado como piloto ou cosmógrafo o famoso Américo Vespúcio que estando em Sevilha

atendeu ao pedido do rei de Portugal Dom Manoel para descobrir novas terras, e conforme o seu relato ao rei de

Portugal, a frota esteve surta no ancoradouro de desembarque durante sete dias, e que o primeiro dia se prendeu em

tomar posse da terra e de fazer provisão para o navio, e que no segundo dia avistaram em cima de uma cume um

grupo de pessoas que estavam nuas e eram do mesmo porte e cor das pessoas que tinha visto quando da viagem

que fizera ao norte da equinocial embarcado sob a chefia de Hojeda as costa da Venezuela, e que os observavam

sem ousar em descer, apesar do esforço para que fizessem contato apesar de não inspirarem confiança lhes foram

deixado alguns presentes os quais foram por eles recolhidos, e na manhã do dia seguinte foi observado que eles

faziam sinal de fumaça, o que levou acreditar que eles estariam chamando.

E por conta disto alguns marinheiros pediram ao capitão

para fosse concedido uma licença para irem até a eles.

Para verificar que tipo de gente eram eles e se possuíam alguma riqueza, e após muita insistência o capitão

permitiu eu fossem a terra e para isto mandou aprontar alguns presentes e deu ordem para que não demorassem

mais do que cinco dias para regressarem. E no decorrer dos dias eles sempre apareciam na praia sem querer falar

com os tripulantes do navio, porém no sétimo dia eles apareceram junto com um grupo de mulheres em um clima de

amizade, e por conta disto o capitão deu ordem para que alguns homens desembarcassem e eles se aproximassem .

No entanto quando os homens se aproximaram ao encontro, uma das mulheres desceu do monte até a praia à frente

das outras que a seguia, e logo o rodearam foi quando uma das mulheres com um grande pedaço de pau na mão ao

chegar perto de um dos marinheiro desferiu uma pancada em sua cabeça que o fez cair morte por terra, enquanto as

outras mulheres o arrastaram para o cume do monte e os homens se precipitavam para a praia armados com seus

arcos e passaram a atirar suas setas contra a tripulação do barco que na confusão reinante acabou por disparar

alguns tiros de bombarda contra os atacantes que frente aos estrondos acabaram fugindo para o monte

Onde as mulheres já estavam despedaçando o marinheiro para ser

asado em uma grande fogueira, enquanto os homens faziam sinal dando a

entender que tinham matado e devorado os outros marinheiros.

Imediatamente alguns homens da tripulação queriam saltar em terra e vingar a morte tão cruel e aquele ato

bestial e desumano, porém o capitão não lhes deu consentimento e ordenou que o navio partisse para correr a costa.

O primitivo nome da baia da Tradição era Acejutibiró, originário de Acajutebiró que quer dizer caju azedo ou cajual da

sodomia, e segundo alguns pesquisadores a mudança de nome se deve a matança efetuada pelos índios, e no mais

antigo mapa do Brasil confeccionado a pedido de Alberto Cantino agente do Duque de Ferrara na corte de Lisboa em

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1502 por um cartógrafo português a Paraíba figura no mapa como um monte intitulado San Vicenso, e a Tristão da

Cunha e atribuido a descoberta do rio Paraíba por volta do ano de 1506, quando tomou o nome de São Domingo e

que muitos anos depois tomou o nome indígena de Paraíba.

E ao encerrar-se o ciclo dos descobrimentos com o memorável feito de Fernão de Magalhães, era chegado o

tempo de povoar o novo mundo que  Pedro Álvares Cabral   descobrira para Portugal, onde até então os navios

perlongavam as costas assinalando a posse e dilatando as fronteiras dentro do Tratado de Tordesilhas, mas a tarefa

de transplantar para as selvas os fundamentos de uma civilização nascente excedia ao poderio de qualquer nação

da Europa, deste modo a colonização do Brasil estava a exigir o supremo sacrifício de uma nação já saturada de

tantas conquistas e por isto mesmo exausta, apesar do imperialismo que ditava ao mundo, pois quanto mais Portugal

dilatava o seu império no oriente, mais se via empobrecido, pois as riquezas que desse tão vasto domínio promanava

por mais paradoxal que pareça, se esvaia em guerras e o Brasil com a única riqueza que tinha para oferecer, que era

a madeira de tintura, por si só, não bastava para a construção de um império, pois outras vantagens que permitissem

implantar o homem na terra com um mínimo de bem estar, não havia no imenso território brasileiro onde a demanda

dos ermos bravios era um desafio ao progresso e aliado a isto estava a inaptidão de Portugal para o comércio, pois

esta falta de vocação manifestada pelos portugueses para a atividade mercantil decorria da expulsão dos judeus pelo

Rei Dom Manoel em 1496, onde o interesse econômico de Portugal estava na Ásia, e por conta disto o Brasil ficou

restrito ao estabelecimento de algumas feitorias   de caráter puramente defensiva.

Pois desde o Tratado de Tordesilha em 1494 celebrado

entre Portugal e Espanha com isto a França mostrou-se

inconformada por não ser admitida na partilha das terras que

viessem a ser descobertas no aquém mar.

Em represália passou a estimular o corso e a pirataria sob a proteção da bandeira francesa no deliberado

intuito de apoderar-se de um pedaço do novo mundo com o beneplácito de Francisco I rei da França, de inicio foi a

França Antártica no Rio de Janeiro com Villegaignon, seguindo-se depois o trafego com gentio por todo nordeste e

por fim a ocupação do Maranhão no reinado de Luiz XIII. E o medo de perder a colônia, foi que levou Portugal a

volver as vistas para o Brasil em busca de uma solução definitiva para o problema da colonização e para isto no ano

de 1534 foi posto em pratica o plano donatorial sob a forma de um regime neofeudal, único capaz de salvar a colônia

se não fossem os contratempos que levaram a ruína os pequenos monarcas que se aventuraram a transplantar para

a terra indomável os promissores núcleos de civilização nas doze capitanias hereditárias em que se dividiu o Brasil e

delas somente a de Pernambuco vingou em virtude ao descortino do seu donatário Duarte Coelho que possuía um

espirito enérgico e um caráter nobre, posto a prova em tantos serviços prestados ao reino, e que ao chegar em

Iguaraçu em 1535 encontrou os franceses ali estalados e da guerra que abriu contra eles resultou a morte do

governador alienígenas com o qual estavam aliados os nativos da terra, e com a vitória alcançada sobre os

franceses e o desbaratamento dos indígenas, Duarte Coelho construiu a vila de Iguaraçu no sitio dos Marcos e logo

a seguir fundou a vila de Olinda para onde transferiu a sede do governo e todo território da capitania Duarte Coelho

queria que fosse chamado de Nova Lusitânia, todavia o mesmo ficou conhecido por Pernambuco do tupi Paranã-

buca que quer dizer mar furado; Pêro de Gois acabou abandonando a capitania de São Tomé com tudo que havia

investido, depois de haver perdido um olho em combate com os índios; Vasco Fernandes Coutinho donatário do

Espirito Santo além de excomungado pelo Bispo Pedro Fernandes Coutinho acabou seus dias muitos pobre; o

donatário da capitania de Porto Seguro Pêro de Campo Tourinho fidalgo minhoto terminou o seu infortúnio reduzido à

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condição de réu do santo oficio ao ser recambiado preso para Lisboa; Jorge Figueiredo Corrêa donatário dos Ilhéus

vendo a sua capitania assolada pelos Aimorés e seus canaviais destruídos e os engenhos incendiados e seus

colonos mortos imediatamente desistiu do seu domínio feudal; Francisco Pereira Coutinho donatário da Bahia bravo

soldado das companhas da Ásia neto do Conde de Marialva depois de perder todo o cadebal que trouxera da Índia

culminou o seu martírio em Itaparica devorado pelos Tupinambás   num repasto de antropófagos; outro que acabou

devorado pelos Caetés depois de um naufrágio juntamente com o Bispo Pedro Fernandes Sardinha; foi Antônio

Cardoso de Barros donatário da capitania do Piauí e Ceará da qual não chegara a tomar posse; João de Barros e

Aires da Cunha e Fernão Alvares de Andrade arruinaram-se na tentativa de conquistar o Rio Grande do Norte, Para

e Maranhão, sendo que Aires da Cunha perdeu a vida num naufrágio nas costas do Maranhão; e a capitania de

Itamaracá que tinha trinta léguas de frente que ia da foz do rio Santa Cruz à baia da Tradição, que era uma terra que

completava a capitania doada a Pêro Lopes de Souza dono por igual ou de maior número de léguas em Santana e

Santa Amaro.

No ano de 1532 Pero Lopes de Souza se confrontou e venceu em Itamaracá numa violeta batalha os franceses do

Senhor de La Motte e permaneceu na feitoria existente na ilha por um certo tempo e ao partir para o reino deixou

como administrador da feitoria Francisco Braga que era grande conhecedor das terras e amigo dos Potiguares e ao

chegar ao reino Pêro Lopes de Souza recebeu em doação a capitania de Itamaracá, e no momento em que se

aparelhava para retornar ao Brasil, foi mandado à índia como capitão mor de uma armada e ao regressar dessa

missão em 1539 sucumbiu com a nau capitaneia perto de Madagascar, Francisco Braga que exercia o posto de

preposto na administração do feudo sem poder fazer nada em virtude de não dispor de grandes recursos, e com a

morte do donatário da capitania o ritmo do progresso em Itamaracá que já era lento ficou cada dia pior, e devido aos

incidentes com a vizinha Iguaraçú onde as desavenças entre os mandões das capitanias faziam com que os

moradores perseguidos em uma possessão procurasse abrigo na outra,

Com isto fez com que Duarte Coelho homem feudal cioso de sua autoridade se

queixasse com o rei, de que os criminosos de sua capitania encontravam homizio nas outras

capitanias, e por conta disto mandou dar uma cutilada no rosto de Francisco Braga para que

ficasse marcado para sempre.

Amargurado por não poder tomar qualquer tipo de vingança para tamanha ofensa, Francisco Braga optou em

abandonar a capitania levando consigo tudo quanto nela possuía junto com alguns companheiros quando rumou

para à Índia de Castela, com isto Dona Isabel de Gamboa viúva do donatário Pêro Lopes de Souza para não perder

a capitania, confiou o governo dela ao seu preposto João Gonçalves, velho companheiro de Pêro Lopes de Souza e

que participou do ataque aos franceses em 1532 que investido das novas funções embarcou para o Brasil

devidamente proviosionado e que devido as furiosas tempestades que enfrentou teve o seu navio arrastado para à

ilha de São Domingos nas Antilhas de onde João Gonçalves pode retomar o caminho marítimo para Itamaracá onde

encontrou a capitania em lastimável estado de abandono, porém devido as suas qualidades pessoais, sobretudo pela

confiança que os índios depositava sobre a sua pessoa ele conseguiu construir na ilha a vila de Conceição e dar

início a construção de alguns engenhos nas margens do rio Tracunhaém com grande facilidade em virtude da

violenta seca que abateu nos sertões de Copaoba em 1545.

E que forçou aos índios a procurarem alimentos na capitania e por conta disto

João Gonçalves foi beneficiado pela mão de obra indígena para execução de seus

planos.

Porém esta fase dourada da capitania de Itamaracá teve pouca duração, pois passado a seca em 1548 João

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Gonçalves morreu e os índios por sua vez se revoltaram contra o vexames do cativeiro que tanto os inquietavam e

por isto puseram um cerco a vila de Iguaraçú, o que obrigou aos colonos de Itamaracá a se recolherem à ilha para se

colocarem a salvo do perigo, com isto Duarte Coelho ao se ver assediado pelos Caetés que assolavam e

incendiavam os engenhos e as casas dos colonos, partiu para o ataque e os primeiros tiros efetuados pelos de

Duarte Coelho bastou para quebrar o ímpeto dos atacantes que em fuga desesperada acabaram levantando o cerco

que mantinham e rumaram para as suas aldeias nos sertões da Paraíba, com isto a paz voltou a reinar ente os

portugueses e os Potiguares da Paraíba, tanto que Frutuoso Barbosa rico mercador pernambucano ia carregar de

pau-brasil os seus navios, bem acima da barra do rio Paraíba no lugar que ficou denominado como Porto da Casaria

e depois chamado de Porto do Capim em cujas imediações foi criada a cidade de Nossa Senhora das Neves perto

da várzea do Miriri onde estava a posse de Jorge Camelo que era denominada como Água do Camelo, e no

exercício dessa atividade era o mercador ajudado pelos índios que cortavam e transportavam a madeira para o local

de embarque.

Em 1549 o plano donatorial acentuava a sua falência que se iniciava desde a criação do governo geral do Brasil,

com Tomé de Souza   cuja jurisdição se exercia sobre todas as capitanias, que implicava no termino do feudo

donatorial e que de imediato terminou com privilegio hereditário quando algumas capitanias foram passadas para a

coroa sob o argumento de que não progredira na tentativa de ocupação por seus donatários, apesar de debilitada por

falta de material humano para povoar o solo a capitania de Itamaracá permaneceu estagnada na ilha, escapando de

ser revertida para a coroa que se mostrava inerte e incapaz para atender uma ação mais decisiva pela posse da

terra, o que retardou por muitos anos a conquista da Paraíba, e no momento em que o gérmen da discórdia

inoculada pelos franceses entrou em furiosa ação ao estigarem os índios contra os portugueses em uma guerra

sanguinolenta, após serem expulsos do Rio de Janeiro por Mem de Sá em 1565 e que após passarem por Cabo

Frio e daí para o Rio Real e chegaram as costas entre a Paraíba e o Rio Grande do Norte onde se estabeleceram

quando se introduziram no meio dos nativos cuja língua dominavam demonstrando apenas querer as suas amizades

em proveito das novas relações de comércio.

Os francess com seus temperamentos mais alegre e seus métodos de ação

bem divergentes do empregado pelos colonizadores portugueses que tomavam as

suas terras e os escravizavam.

Logo captaram a confiança e a simpatia dos indígenas e firmaram uma aliança com os Potiguares para

exercerem o comércio clandestino de pau brasil, pois a Paraíba era o lugar onde abundava a melhor madeira de

tintura, com isto a cada ano ancorava na foz do rio Paraíba e na baia da Tradição uma média de vinte a trinta navios

franceses que traziam ferramentas e outras oferendas para serem trocadas com os índios por pau brasil, algodão,

óleos vegetais e bichos da terra, com isto os mercadores de Dieppe e da Normandia exerciam livremente o tráfico do

pau brasil nas selvas de Copaoba, enquanto isto os soberanos franceses não se preocupavam em elaborar um plano

para ocupação definitiva em que se consolidassem na Paraiba pois apenas cuidavam de obstar o avanço dos

portugueses contentando-se com o tráfico do pau brasil do saque dos navios portugueses.

E no decorrer do tempo apesar da dominação portuguesa o povoamento do norte do país não havia dado um passo

avante, pois os colonos que vinham para o Brasil, bem poucos traziam as suas famílias e a solução estava no

cruzamento racial de que proveu o mameluco, gente que queria ser povo, e a história registra as primeiras

manifestações do espirito nacionalista e a lenta avançada estava agora em risco de retroceder com as constantes

ameaças de assalto por parte dos potiguaras. A Paraíba, terra quase desconhecida que pertencia à capitania de

Itamaracá que definhava na ilha como um caso ostensivo de malogro, com isto a guerra entre potiguaras e

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portugueses não demoraria a estourar, devido ao fato que um rico mercador de Pernambuco Diogo Dias que tinha

obtido uma data de terra às margens do rio Tracunhaém para montar um engenho, e nesta época aconteceu de um

mameluco aventureiro que saindo de Olinda passou por Tracunhaém e penetrou os sertões da Paraíba rumo à serra

da Copoaba onde os potiguaras tinham as suas aldeias e aproveitando de sua metade de índio, acabou sendo

admitido e passou a viver entre os potiguaras e aceito na taba do cacique Inigaçu e com isto acabou conquistando a

filha do cacique como esposa, até que um dia aproveitando que o cacique fora a caça, ele acabou fugindo com a

companheira para Olinda. Inigaçu ao tomar conhecimento do fato ocorrido de imediato despachou dois de seus filhos

para Olinda para que falasse com Antônio de Salema que era o governador geral do Brasil e que estava em

correição na capitania de Pernambuco, Antônio de Salema ao tomar conhecimento dos fatos de imediato mandou

notificar o ao pai do mameluco para que entregasse a índia, o que foi prontamente atendido, com o caso resolvido.

Os filhos do cacique Inigaçu retornaram com uma provisão para que não

fossem molestados pelo caminho, assim se passou até junto ao engenho de Diogo

Dias em Tracunhaém onde pediram para que fossem dado pousada para eles, no

entretanto ao dar pouso aos filhos de Inigaçu ele acabou por esconder a moça dos

irmãos.

Apesar dos mesmos apresentarem a provisão de Antônio de Salema que recomendava ao acatamento dos

mesmos, com a moça raptada por Diogo Dias os seus irmãos prosseguiram viagem para a sua aldeia onde relataram

o fato ao seu pai, que de imediato enviou um emissário até ao senhor de engenho Diogo Dias o qual retornou sem a

moça, porém cheio de dissimulações e totalmente enganado por Diogo Dias e por seu amigo o Capitão mor de

Itamaracá a quem o emissário havia recorrido. 

Nesta época chegou a baia da Tradição alguns franceses em suas naus, e diante dos acontecimentos passaram a

estigar os índios de Copoaba pela necessidade de ser executada uma desforra contra os portugueses. Iniguaçu que

já se mostrava resignado com o ultraje recebido, porém ao ser açulado pelos franceses que o incitava à luta, reuniu

milhares de índios e decidido a quebrar a paz reinante se deslocou de Copoaba para Tracunhaém onde chegou pela

madrugada e puseram cerco ao engenho de Diogo Dias e ao amanhecer quando os trabalhos no engenho

começaram, Inagaçu junto a uma coluna arremeteu em escaramuças contra o engenho enquanto o grosso da

indiada se conservava oculto nos matos e ao ser dado o alarme e posta em funcionamento a defesa da fazenda, a

coluna atacante foi aos poucos recuando como se bastasse em retirada, com isto Diogo Dias saiu com sua gente no

proposito de perseguir os atacantes em retiradas.

No entanto quando se encontrava em campo aberto,

acabou sendo atacado por todos os lados pelos índios.

E que devido a fúria dos atacantes que acabaram aturdindo à Diogo Dias que pode se recolher em um lugar

seguro, com isto se deu uma matança total da gente de Diogo Dias.

Numa grande carnificina, onde morreram mais de seiscentas pessoas e entre elas constava o senhor de

engenho Diogo Dias e sua família da qual só se salvou os seus filhos Boaventura Dias que se encontrava em Olinda

e o menor Pedro Dias que estudava em Portugal. E no ano seguinte Boaventura Dias associou-se com Miguel de

Barros para construir o engenho, quando levou um grande numero de pessoa de Pernambuco, acontece que o

gentio com a vitória conquistada se mostravam muito soberano, e por esta razão empreenderam um novo ataque

quando atiçados pelos franceses, do qual os sitiantes resistiram bravamente ao se refugiarem numa casa forte,

todavia devido ao forte ataque no final da batalha acabaram cedendo e Miguel de Barros junto a sua família veio

encontrar a morte no campo de batalha, e Boaventura Dias que se encontrava ausente no momento em que os

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índios efetuaram o cerco, conseguiu se salvar e por conta do acontecimento em 1577 numa petição feito ao Capitão

mor de Itamaracá ele pediu licença para vender as suas terras a João Cavalcanti de Araripe. Tão logo ecoou em

Portugal o massacre efetuado pelo cacique Inigaçu em Tracunhaém, de imediato o Rei Dom Sebastiao determinou

que fosse fundada as custa do governo de Portugal a capitania da Paraíba, que assim se desmembrava da capitania

de Itamaracá e neste sentido o Governador Geral do Brasil   Luís de Brito recebeu ordem para mandar ocupar as

margens do rio Paraíba e plantasse ali os fundamentos de uma cidade para poder atender as necessidades que

impunha-se em vencer os obstáculos que impediam a marcha da conquista para o norte e eliminar pelas armas o

estabelecimentos do comércio fraudulentos praticado pelos franceses que alimentavam o foco de perturbação que

aniquilava Itamaraca e punha em sobressalto os moradores de Pernambuco.

Nesta época todas as capitanias não povoadas por seus donatários, foram revertidas para a coroa, a época era de

rasgar as cartas e forais pois o regime donatorial já estava gorado desde a instalação do governo geral.

O regimento dado a Tomé de Souza lhe permitia intervir discricionariamente em

qualquer capitania hereditária.

E os limites da Paraíba, depois de separada de Itamaracá iam do rio Abiaí à baia da Tradição que era um

limite histórico de Itamaracá pelo lado norte, era apenas um ponto de referência na costa, pois não podia servir de

divisa porque não tinha uma fronteira natural que demandasse ao interior, portanto era impossível determinar a frente

doada a João de Barros e Aires da Cunha que veio a ser chamar Rio Grande do Norte, por isso a divisa ente as duas

capitanias passou a ser o lugar onde se plantou um marco, entre a baia Formosa e a Baia da Tradição recuando

mais tarde para o rio Guaju, pelo lado sul a Paraíba inicialmente se separou de Itamaracá pelo rio Abiaí e

posteriormente a ocupação holandesa e que a antiga freguesia da Taquara se passou para a Paraíba, desta maneira

ficou separada de Pernambuco pelo rio Popoca e para alargamento da conquista era necessário um investimento

mais agressivo contra o inimigo, o que a metrópole ressentia devido a falta de elementos humanos e de recursos

materiais e para isto a ação dos pernambucanos foi mais eficaz que o governo geral, não somente deram assistência

a Itamaracá como investiram sobre a Paraíba quando da formação do primeiro núcleo colonial, e para solucionar o

problema de falta de mulheres para enlaces condignos, onde os portugueses se amigavam com as índias veio a se

agravar ainda mais quando Tomé de Souza chegou ao Brasil trazendo alguns casais e muitos soldados e

degredados e por conta disto em 1551 atendendo ao pedido de Tomé de Souza a Rainha de Portugal Dona Catarina

fez embarcar para o Brasil algumas donzelas de nobre geração filhas de fidalgos mortos em combates que eram

criadas em Lisboa no Mosteiros das Órfãs para realizarem seus casamentos e constituírem os seus lares e dar inicio

a historia social do Brasil.

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AS EXPEDIÇÕES E A CONQUISTA

No decorrer de onze anos, quatro expedições foram feitas para a conquista da

Paraíba, a primeira expedição data de 1574 quando o rei Dom Sebastião.

Ao tomar conhecimento do massacre realizado pelo cacique Inigaçu em Tracunhaém, de imediato

determinou que o Governador Luís de Brito se pusesse à frente de uma expedição e fosse ocupar a Paraíba e que

implantasse uma cidade fortificada para defesa da nova capitania, e para dar imediato cumprimento as ordens

recebidas uma vez que por motivos urgentes que o prendiam à Bahia, ele não podia seguir para a Paraíba, Luís de

Brito designou que o Ouvidor Geral Fernão da Silva que estava de partida para uma correição em Pernambuco que o

mesmo deveria reunir uma tropa e seguir para à Paraíba, onde os índios estavam em estado de guerra na capitania

de  Itamaracá colocando em desassossego os seus moradores pelas suas agressividade.

Fernão da Silva ao chegar em Olinda imediatamente reuniu um grupo de soldados e alguns voluntários

resolutos e marchou para a conquista da Paraíba disposto a castigar os potiguares e seus aliados franceses pelo

caminho transitável entre Olinda e Igaraçu de onde seguiram por apertadas trilhas dos índios nas terras assoladas de

Itamaracá e que a expedição chegou à margem direita do rio Paraíba onde o gentio observando a movimentação da

tropa de Fernão da Silva e o não ousou fazer-lhe frente, preferindo se refugiarem nos matos ao abandonar suas

aldeias e roçados que foram queimados e destruídos pelos homens de Fernão da Silva que após o sucesso

alcançado, imediatamente rumou para Cabedelo na foz do rio Paraíba onde tomou posse da capitania em nome do

Rei de Portugal Dom Sebastião com todas as solenidade do estilo com a lavratura de um termo judicial. Assim deste

modo estava conquistada a Paraíba no entender do Ouvidor Geral Fernão da Silva.

Porém os índios que espreitavam os seus passos aguardando o momento apropriado para desferirem os

seus ataques contra os portugueses.

 

Que foram surpreendidos pela investida inesperada que levou pânico a tropa que acabou fugindo com

destino a Itamaracá, desta maneira acabava em fiasco a conquista da Paraíba por parte do Ouvidor Geral Fernão da

Silva que ao regressar de Itamaracá para Olinda sofreu as mais diversas zombaria, quando diziam que a expedição

não era de briga, por isto Fernão da Silva considerou a ofensa como uma afronta a sua autoridade de ouvidor geral

da qual possuía poderes para abrir devassa, processos e proferir sentenças, inclusive de morte se assim lhe

parecesse justo, com isto o povo ficou temeroso das conseqüências futuras devido as injurias praticadas contra o

ouvidor geral, porém graças a intervenção do padre superior da companhia de Jesus que levou o ofensor que era

uma pessoa de grande prestigio na terra a pedir perdão a Fernão da Silva.

Com o regresso do Ouvidor Geral Fernão da Silva da Paraíba para a Bahia, ele acabou deixando a situação na

capitania em condições bem pior do que encontrara, pois os índios com a carreira que haviam dado a ele, acabaram

ficando mais soberbos e por conta disto o Governador Luís de Brito que estava muito indignado com a situação

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reinante, decidiu resolver por si próprio a conquista da Paraíba e para isto mandou aprontar uma frota de doze navios

bem equipados com a melhor tropa que pudesse ser arregimentada na Bahia e em Setembro de 1575 partiu para a

Paraíba com o seu sobrinho Bernardo Pimentel de Almeida comandando a nau capitania, e que devido a ventos

contrários sofridos durante a viagem que acabou desbaratando a frota por completo, aonde o navio do governador

após alguns dias a deriva em alto mar acabou dando no porto que havia partido, seu sobrinho conseguiu chegar a

Pernambuco com apenas alguns veleiros sob o seu comando, de onde seguiu para encontrar o seu tio que se

encontrava muito abalado pelo insucesso da expedição e impossibilitado de empreender uma nova expedição em

virtude do esgotamento da real fazenda em virtude dos dispêndios realizado na malograda expedição.

Luís de Brito foi substituído no Governo Geral do Brasil por Lourenço da Veiga que chegou a dar ordem ao novo

Ouvidor Geral Cosme Rangel para armar uma expedição para conquistar a Paraíba, todavia o novo ouvidor geral não

deu nenhum passo para cumprimento da missão, enquanto isto a situação se tornava cada vez mais difícil para Dom

Sebastião que obstinadamente chamava a nobreza e os homens validos de Portugal e do Brasil para uma guerra de

aventura na África, na qual acabou perdendo a vida e a reputação da pátria.

E em seu lugar no trono de Portugal o seu tio o octogenário Cardeal Dom

Henrique ocupava o trono.

E no ano de 1580 o cedro passava para as mãos de Felipe II da Espanha quando Portugal perdeu a sua

independência que para o Brasil foi extremamente benéfico em virtude do alargamento das fronteiras e pelo fato da

Espanha ter evitado que o Brasil fosse entregue a França conforme promessa de Dom Antônio Prior de

Crato presuntivo herdeiro do trono português em troca do apoio da França caso fosse coroado rei, e devido as

dificuldades da metrópole em acudir à colônia a segunda expedição só foi armada em 1582 quando comandada por

Frutuoso Barbosa que no tempo do Cardeal Rei Dom Henrique fora ao reino munido de avultado cadebal e obteve

uma provisão de capitão mor da Paraíba em 25 de Janeiro 1579 pelo prazo de dez anos mediante a condição de

fazer à sua custa o difícil empreendimento da conquista e o povoamento da capitania, a qual já conhecia desde a

época em que embarcava pau brasil para a metrópole e como ajuda o rei forneceu-lhe quatro naús para a expedição

totalmente equipada e provida do necessário para a empreitada que partiu rumo a Paraíba trazendo muitas famílias,

soldados e alguns religiosos franciscanos e beneditinos, e que após uma boa viagem a frota chegou a Pernambuco

onde Frutuoso Barbosa permaneceu com seu galeão fundeado no porto sem desembarcar, até que no oitavo dia

ocorreu um violenta temporal que desarvorou completamente a frota, e fazendo com que os navios levantassem as

âncoras e fossem levados ao largo, onde o galeão de Frutuoso Barbosa ao ser cometido pelos fortes ventos

contrários e as correntes marítimas, acabou se desgarrando e levado para as Índias de Castela onde a sua mulher

acabou falecendo. Apesar de todo os fatos ocorridos Frutuoso Barbosa homem de têmpera rija, não desistiu da

conquista, pois ao regressar a Portugal, refez-se como pode do desastre sofrido e retornou a Pernambuco

confirmado no posto de capitão mor da Paraíba por ato do Rei de Castela Filipe II, e ao chegar em Pernambuco

imediatamente se encontrou com o Capitão mor de Olinda o licenciado Simão Rodrigues Cardoso que governava a

capitania no impedimento de Jerônimo de Albuquerque lugar tenente do terceiro donatário Jorge Coelho de

Albuquerque de quem recebeu toda a ajuda necessárias e partiu com a tropa que dispunha e mais a arregimentada

em Pernambuco por mar, enquanto Simão Rodrigues seguiu por terra a frente de seus homens para se encontrarem

na foz do rio Paraíba onde ao chegar recebeu a informação de que rio acima na altura da ilha da Restinga alguns

navios franceses estariam sendo carregados, e ao chegar ao lugar indicado Frutuoso Barbosa.

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Imediatamente investiu contra os piratas franceses em um ataque fulminante, quando

acabou por incendiar cinco naús francesas.

O prazer pela vitória alcançada sobre os piratas franceses fez com que Frutuoso Barbosa deixasse alguns

soldados de sua armada e se retirasse com a frota para a foz do rio Paraíba para examinar o local onde deveria

fundar a povoação, porém logo a seguir Frutuoso Barbosa recebeu a noticia de que os índios e os franceses que se

encontravam de espreita dos portugueses, haviam sido atacados e mortos inclusive o seu filho, apesar do golpe

sofrido Frutuoso Barbosa suportou mais esse duro golpe sem se entregar aos clamores do desespero, todavia

arrefeceu-se, contudo, o seu interesse pela conquista da Paraíba e quando se preparava para partir chegou a coluna

comandada por Simão Rodrigues que havia tido muito trabalho ao atravessar a várzea do Paraíba em virtude do

assedio dos índios. E após oito dias de permanência na barra do rio Paraíba e já refeito das desgraças sofridas

Frutuoso Barbosa passou a cuidar do levantamento de um forte na margem esquerda do rio Paraíba, o que não

acabou se concretizando, porque os potiguares favorecidos pela vitória alcançada e estimulados pelos franceses que

haviam perdido os seus navios incendiados, investiram em grande numero contra Frutuoso Barbosa e sua gente que

diante a superioridade do inimigo resolveu retirar-se em virtude das perdas sofridas, e diante disso os índios ficaram

mais arrogantes, vaidosos e valentes por conta disto passaram a molestar os moradores de Itamaracá que foram

obrigados a abandona-lha e se refugiarem na ilha de onde Frutuosos Barbosa seguiu para a pedir socorro ao

Governador Manoel Teles Barreto que ao tomar conhecimento dos fatos ocorridos na capitania da Paraíba,

imediatamente designou o General espanhol Diogo Flores Valdez que havia saído em Setembro de 1851 de Cadiz

com uma armada composta de vinte e três navios e cinco mil homens para defender o estreito de Magalhães do

ataque efetuados por navios corsários, que após a sua partida acabou perdendo alguns navios em uma tormenta que

o obrigou a retornar ao porto de partida para recuperação dos navios da armada, e que após a nova partida acabou

chegando ao Rio de Janeiro onde deteve-se durante seis meses em virtude do tempo que não lhe permitia navegar

para o estreito, e ao largar do Rio de Janeiro sofreu um forte temporal no Rio da Prata que lhe obrigou a arribar nas

costas de Santa Catarina onde deixou algumas naus armada e quando de volta ao mar com destino ao estreito uma

nova tempestade o trouxe de volta a São Vicente de onde desistiu de sua missão e o fez de regresso para a Europa

com sete naus que ainda lhe restava em condições de fazer a travessia do Atlântico, todavia uma nova tempestade o

levou a Bahia onde reparou os navios, e que ao partir recebeu um convite do Governador Manoel Teles de Barros

para comandar uma nova expedição para a Paraíba onde os moradores viviam oprimidos pelos ataques dos índios.

Imediatamente o General Diogo Valdez aceitou ao convite do governador para chefiar a expedição e para isto em

Março de 1584 a armada partiu para da Bahia composta de nove navios sendo sete castelhanos e dois portugueses

que levava o Ouvidor Geral Martins Leitão a quem o governador confiara a organização da expedição e de todas as

providencias para a fundação da Paraíba.

E para isto Martins Leitão acertou com o Capitão mor Filipe de Moura sobre o

objetivo de sua missão e organização da expedição que seguiria por terra comandada

por Simão Rodrigues.

Frutuoso Barbosa que já estava refeito dos golpes sofridos, também estava presente nesta expedição, pois

não desistira do intento de conquistar e governar a terra indômita, Martins Leitão acompanhou a expedição até

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Igaraçu, de onde regressou para Olinda e Diogo Flores Valdez partiu com a sua armada em demanda para a foz do

rio Paraíba para atacar o inimigo por terra e por mar. Quando a armada chegou à embocadura do rio, na altura da

ilha da Restinga encontrou algumas naus francesas carregada de pau brasil que foram violentamente atacadas e

incendiadas e suas guarnições obrigada a fugir para junto aos seus aliados potiguares, e logo após a este encontro,

chegou a coluna de terra comandada por Simão Rodrigues e o General Diogo Valdez começou a procurar um local

apropriado para a construção do forte, e a partir deste momento começou as dissensões ente os espanhóis e

portugueses por causa da escolha do local onde deveria ser construído o forte, Valdez queria o forte à margem

esquerda do rio em frente a ilha da Restinga e Frutuoso Barbosa era contra, pois queria na foz do rio sob o

argumento de que se o povoado fosse feito no lugar pretendido por Valdez além de contrariar o regulamento que lhe

fora dado como governador da Paraíba, não oferecia nenhuma segurança aos moradores, porém o General Valdez

não se dignou de reconhecer nenhuma autoridade em Frutuoso Barbosa e por conta disto formou um conselho com

os chefes militares para decidir o local mais indicado, que por decisão unanimide escolheram o local preferido por

Frutuoso Barbosa, desde que não fosse no Cabedelo, qualquer outro lugar oferecia melhor vantagens por ter o

próprio rio como barreira defensiva e por estar em ligação direta com Pernambuco. Todavia o General Valdez não

admitiu ser vencido na contenda e fazendo valer os seu poder de general espanhol, sem perda de tempo determinou

que o forte fosse construído no local que ele escolhera. E para isto, todos os soldados, índios e escravos trabalharam

freneticamente na obra de taipa do forte e que antes de ter sido concluído o General Valdez conferiu o cargo de

Alcaide a Francisco Castejon, capitão de infantaria de sua armada a quem confiou cento e dez soldados espanhóis,

uma nau portuguesa e dois patachos, o que gerou uma nova reclamação de Frutuoso Barbosa, por entender que a

alcadaria teria que ser sua por direito em razão da provisão régia que o fazia capitão mor da Paraíba se o

conquistasse, o que o General Valdez contestou em atendê-lo sob o fundamento de que a provisão estava no

condicionamento da conquista, e no dia 1 de Maio o General Valdez batizou o forte ainda inacabado com o nome de

Filipe e Santiago e após receber as homenagens do alcaide, embarcou e fez-se de vela para a Europa.

Com o termino das obras do forte, o comandante do exército Filipe de Moura atendendo as informações recebidas de

que os índios potiguara de uma aldeia localizada perto do forte estariam praticando assaltos aos colonos da região,

de imediato ordenou que o Capitão Simão Falcão fosse de encontro dos índios potiguares, Simão Falcão a frente da

tropa pernambucana percorreu mais de duas léguas pelo sertão a dentro a procura do inimigo até atingir a campina

denominada Campo das Ostras a qual os indígenas chamavam de Leritiba (ostras em abundância) e acampou onde

após alguns dias foram despertados pelo som de uma trombeta e para verificar a sua procedência, o Capitão Antônio

Leitão a frente de cinqüenta soldados saiu para ver o que era e acabou sendo envolvido num rijo ataque praticado

pelos índios potiguares do qual; resultou na sua morte e de muitos de seus soldados, e devido ao ataque sofrido pelo

Capitão Antônio Leitão, no acampamento a situação se arruinou e o medo se apossou do Capitão Felipe de Moura,

que por este motivo  ele ordenou que a tropa regressasse imediatamente para o forte.

Onde relatou os acontecimentos ao Alcaide Francisco Castejan, que tomado de

medo ordenou que o destroçado exército pernambucano ficasse no forte para defendê-lo

de um possível ataque dos índios potiguaras, porém nada foi capaz de deter essa força

que no mesmo dia se pôs em retirada para Pernambuco.

Com o sucesso de mais uma vitória obtida os índios potiguares se tornaram daí por diante mais agressivos e

por isto encurralaram Castejon e Frutuoso Barbosa no forte que os índios puseram em sítio, onde obrigavam os

cento e sessenta soldados e os dois chefes que não se entendiam, e por conta disto a situação se tornou

insustentável com Castejan comandando a cidadela e Frutuoso Barbosa como capitão da nascente capitania onde a

artilharia não continham os assaltantes que a cada vez mais apertavam o sítio e aumentavam a situação precária

que exposta aos contratempos internos e externos cada vez mais reduzia a conquista da Paraíba. E no mês de

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Setembro de 1584 por se sentir oprimido por todos os lados, o Alcaide Castejan resolveu embarcar com destino a

Pernambuco a fim de pedir socorro urgente para o forte na capitania da Paraíba, e ao chegar em Olinda foi recebido

pelo ouvidor gral, pelo provedor da fazenda, pelo Bispo Dom Antônio Barreiros, pelos juizes e oficiais na câmara

municipal de Olinda em uma sessão muito tumultuada onde o Ouvidor Martim Leitão conseguiu apaziguar os ânimos,

e no mês de Novembro duas naus francesas entraram no rio Paraíba e diante do forte acabaram retrocedendo e

foram fundear na baia da Tradição e retiraram grande quantidade de armas e seguiram para várzea do rio Paraíba as

fim de ajudar os potiguares no cerco que exerciam sobre o forte. Imediatamente o Alcaide Castejon secundado por

Frutuoso Barbosa deram ciência dos fatos com novos pedidos de socorro ao ouvidor geral que ao receber a noticia,

imediatamente começou a tomar as providencias cabíveis ao mandar aprontar um navio à sua custa porque o

Provedor Martim Carvalho dificultava quanto podia o fornecimento de recursos para a capitania da Paraíba.

Com o navio fornecido pelo ouvidor geral sob o comando de Gaspar Dias Morais e uma Gale do Capitão de

Itamaracá Pêro Lopes Lobo e algumas peças de artilharia e alguns homens branco e outros índios este socorro

chegou a tempo para destruir o inimigo, quando o Alcaide Castejon reuniu aos seu homens que estavam no forte e

rumou para a baia da Tradição onde queimou as naus francesas que lá estavam ancoradas matando alguns homens

da tripulação e colocando outros em fuga, após esta vitória quando repeliu os inimigos Castejan retornou cheio de

jubilo, porém um contratempo se verificou no retorno a baia da tradição quando a expedição foi acometida de fortes

ventos com isto uma das naus a que levava em seu bojo as presas das embarcações francesas se desgarrou da

frota e foi arribada ao mar da América. Com inicio dos trabalhos na capitania, se deu com a chegada de um novo

aliado dos potiguares que eram os tabajaras que viviam as margens do rio São Francisco nas fronteiras da Bahia

com Pernambuco em perfeita harmonia e paz com os portugueses, porém devido a deslealdade pratica por

Francisco de Calda que fora provedor da fazenda e que logo após a partida do donatário de Pernambuco Duarte

Coelho de Albuquerque para o reino.

Armou uma expedição em Pernambuco e partiu nos barcos

de Gaspar de Ataíde com o objetivo de aprisionar alguns índios para

o mercado local nas margens do rio São Francisco.

Onde obteve a cooperação do cacique Piragibe que lhe forneceu alguns caçadores com os quais Francisco

Caldas penetrou no sertão a dentro a matar e a aprisionar os índios e que ao retornar com o barcos trouxe um

grande número de presa, porém não se deu por satisfeito pela colheita realizada, e por isto arquitetou um plano

ganancioso de pegar o guerreiro Tabajara Piragibe e levá-lo amarrado junto aos seus. Porém Piragibe suspeitou da

trama e avisou aos seus caçadores e mandou um recado ao seu parente e grande chefe Tabajara Guiragibe

(assento de pássaro) para que viesse em seu auxilio, de imediato Guiragibe partiu com todos os seus guerreiros da

aldeia, e no raiar do dia atacou o acampamento de Francisco Caldas e Gaspar de Ataúde com tamanha fúria que só

um mameluco escapou da morte porque a irmã de assento de pássaro o escondera no mato de onde seguiu para

Olinda para transmitir o massacre. Piragibe imediatamente libertou os índios que estavam cativos e partiu para a

Paraíba através da serra do Moxotó e alcançou o município de Monteiro onde nasce o rio Paraíba e chegou ao teatro

de guerra em fins de 1584 após uma longa jornada.

E no exato momento em que a guerra contra os portugueses estava

no auge.

Piragibe chegou ao litoral paraibano à frente de alguns milhares de seus guerreiros Tabajaras e acertou a

paz com os Potiguaras que estavam com suas aldeias nas margens esquerda do rio Paraíba desde a fez do rio aos

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sertões de Copaoba e para os Tabajaras foi reservada a margem direita do rio com liberdade de se estabelecerem

para o sul até Itamaracá onde montaram as suas aldeias na faixa compreendida entre Tibiri e o Samhauá com o

objetivo de desalojar os portugueses, e com a aliança firmada entre potiguares e Tabajaras eles passaram a exercer

um certo aperto com os ataques efetuados ao forte da Restinga, onde a situação dos sitiados piorava a cada dia em

virtude da carência de recursos e pelo desanimo reinante entre os mais forte e no decorrer do ano de 1585 a

colonização não dava um passo além das quatros paredes do forte São Filipe, plantado na várzea úmida em frente a

ilha da restinga onde alguns soldados morriam em conseqüência da insalubridade do local e dava mostra que a

solução fatal para o caso seria o abandono do forte, e para isto o Alferes Castejon enviou um emissário a

Pernambuco manifestando o propósito do abandono do forte. E devido a alarmante noticia a mesma acabou

provocando um grande pânico na cidade de Olinda e por causa disto foi organizada as presas uma expedição para

marcha sobre a Paraíba, desta fez comandada pelo próprio Ouvidor Martim Leitão que em poucos dias arregimentou

um poderoso exército formado por homens branco, índios domesticados e escravos da Guiné, o qual assumiu toda

responsabilidade dos gastos e publicou um bando pela boa ordem e estabeleceu duros castigos para quem

desertassem das fileiras de seu exército, e confiou ao seu cunhado Francisco Barreto o posto de mestre de campo e

escolheu 8 capitães, seis ordenanças e dois mercadores e os padres jesuítas Jerônimo Machado e Simão Travassos

que eram grandes conhecedores da língua dos potiguares e confiou para sua guarda pessoal alguns mamelucos

filhos da terra. Martins Leitão, partiu de Olinda com seu exército e acampou em Igaraçu onde recebeu os últimos

reforços e seguiu viagem até fazer alta nas margens do rio Tapirema e no dia 1 de Março pôs o seu exército em

marcha sobre a Paraíba quando cruzou o rio Popoca e seguiu pela sua margem esquerda com destino a Tibiri, tendo

em sua vanguarda o Mestre de campo Francisco Barreto que ao cair da noite do dia 5 de Março se defrontou com

uma aldeia Tabajaras da qual estava localizada a tapa do valente chefe Piragibe que escapou com toda a sua gente

pelo lado oposto, deixando alguns mortos em virtude do violento ataque em sua aldeia abandonada, a qual Martins

Leitão instalou o seu quartel general e com o passar dos dias.

Os índios voltaram e ficaram provocando os soldados e que pelo

seu dialeto falado, eles foram identificados como Tabajaras.

No que em muito significou para o chefe pois o seu interesse de imediato deixou de ser a guerra com aquela

gente e sim a paz para poder quebrar a aliança com os Potiguaras e para isto mandou o jesuíta Jerônimo Machado

entrar em contato com eles oferecendo-lhes segurança e amizade, do encontro realizado ficou acertado que se

encontrariam novamente para acertar a troca de reféns e a celebração da paz, e para isto ficou acertado que se

encontrariam em uma taba que se localizava ente os morros e um enorme alagadiço onde os embaixadores dos

Tabajaras expuseram os receios de uma cilada por parte dos portugueses em virtude do massacre sofrido nos

sertões baianos e a esse respeito o Padre Jerônimo Machado ponderou ao falar da antiga amizade dos Tabajaras

com os portugueses e da razão que os Tabajaras tiveram como procederem e demonstraram o medo que possuíam

dos Potiguaras seus aliados que possuíam um número superior de guerreiro e que poderiam massacrá-los se

suspeitassem de suas atitudes, e por conta disto não houve entendimento entre o Padre Jerônimo Machado e os

Tabajaras que ao observarem a movimentação dos soldados em redor do morro enceraram as negociações e

prometeram matar os reféns que tinham sem seu poder. Martim Leitão ao ser informado do resultado frustado de

imediato resolveu prosseguir na guerra contra os Tabajaras e para isto ordenou que fosse realizado um ataque a

aldeia onde havia sido realizada a reunião, e na tomada da aldeia a resistência apresentada pelos Tabajaras se

apresentou fraca em virtude da evacuação realizada pelo cacique Piragibe usando deslocou a sua gente para a

aldeia de assento de pássaro. E após incendiar a aldeia Tabajara, Martim Leitão partiu para a várzea do Paraíba em

busca de uma passagem para o forte São Filipe o qual encontrou em estado deplorável, tanto pelos estragos que

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apresentava como pelo aspecto físico e moral dos que nele viviam, e em vista do que encontrou Martim Leitão

insistiu com Frutuoso Barbosa para que ele não abandonasse o forte e fosse fundar a povoação duas léguas acima

na outra margem do rio e prometeu que permaneceria com ele por seis meses ajudando-o com oitenta homens e

após a sua saída, deixaria como seu substituto o seu cunhado Francisco Barreto, apesar de todas as ofertas a

Frutuoso Barbosa, não houve força de persuasão que levantasse a sua moral muito abatida devido aos tantos azares

que havia amargurado na Paraíba que o fizera desistir de tudo e não queria fazer outra coisa senão escapar o mais

depressa possível.

De imediato Martim Leitão ordenou que o Capitão João Pais Barreto fosse fazer uma inspeção na baia da Tradição,

e preparou um contingente para ir ao local onde pretendia edificar a cidade e dali seguir ao encontro de João Pais no

reduto inimigo na baia da Tradição, porém todos os seus planos se desmantelaram dois dias após a partida de João

Pais Barreto, em virtude de terem ficado doente quarenta soldados e o Mestre de campo Francisco Barreto e o

jesuíta Simão Travasso em virtude da insalubridade do terreno e a qualidade da água que abastecia o forte, e

suspeitando disso Martim Leitão retirou o seu exército e foi acampar no Campo das Ostras, onde seis depois João

Pires chegou para dar conta o que fizera na baia da Tradição, e na oportunidade Martim Leitão tomou conhecimento

através de alguns índios prisioneiros.

Que tendo em vista os acontecimentos os índios Potiguaras se armaram para combater aos Tabajaras.

 

Por suspeitarem da fraca resistência exercida contra o ataque exercido por João Pires na tomada da baia da

Tradição, e por conta disto o cacique Piragibe tomou o caminho da serra de volta da terra de onde viera, então

Martim Leitão ordenou que fosse solto um dos índios e instruído para orientar o chefe Tabajara que tomasse o

caminho à beira mar e que evitasse a luta e caso fosse atacado teria o socorro português, e deixou Pêro Lopes no

lugar de Frutuoso Barbosa e seguiu para a cidade de Olinda onde chegou em 6 de Abril de 1585 e foi recebido com

grande festa apesar do descontentamento do ouvidor geral que dizia que Martim Leitão não havia feito nada, porque

não deixara nenhuma povoação levantada na Paraíba, e no decorrer do mês de Junho chegou a noticia de que o

Capitão Pêro Lopes havia abandonado o forte da Paraíba e se recolhido em Itamaracá de onde foi chamado para dar

as devidas explicações de seu gesto e exortado para que retornasse a Paraíba.

E no decorrer do tempo nenhum auxilio foi enviado a Paraíba em virtude da má vontade do Provedor da Fazenda

Martim Carvalho com os serviços prestado por Martim Leitão que para o qual tornou público ao declarar que não

mais proveria de qualquer ajuda e para piorar ainda mais a situação, correu na cidade de Olinda a noticia de que

Castejan havia abandonado o forte e colocado fogo ao baluarte e jogado no rio todas as armas e munição e

afundado uma nau e rumado com toda a sua tropa espanhola para Itamaracá assim sendo com o seu gesto

acabava-se a obra do Almirante Valdez e do forte São Filipe situado à margem esquerda do rio Paraíba o qual ficou

apenas um monte de ruínas e para o lugar que ficou conhecido como forte velho, com isto em Olinda o pavor

começava a tomar conta da vila e por este motivo o Provedor da Fazenda Martim de Carvalho diante do perigo que

todos pressentiam, concordou em fornecer os recursos necessários para o socorro da Paraíba e para comandar uma

nova expedição foi indicado Frutuoso Barbosa para assumir o comando e submeter a Paraíba, todavia este de

maneira alguma aceitou o encargo, então a escolha recaiu em Simão Falcão que de imediato aceitou a indicação

porém às vésperas de seguir viagem acabou adoecendo e ter ficado impossibilitado de seguir viagem, e no final do

mês de Julho chegou a Olinda dois índios enviados pelo cacique Piragibe para obter os socorros prometidos contra

os Potiguaras que em estado de guerra declarada estavam colocando os Tabajaras no maior aperto, imediatamente

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Martim Leitão entrou em entendimento com João Tavares que era escrivão da câmara e juiz dos órfãos de Olinda a

quem confiou a execução de suas instruções e para isto em 2 de Agosto João Tavares partiu com a quinta expedição

colonizadora para a Paraíba.onde chegou em 3 de Agosto na embocadura do rio Paraíba e se defrontou e afugentou

um grande número de Potiguaras para o interior da capitania e logo a seguir se encontrou com o cacique Piragibe

grande chefe Tabajara com quem concertou as pazes entre as duas partes, e em 5 de Agosto João Tavares saiu a

procura do local indicado por Martim Leitão para erguer o forte e o local escolhido se localizava na encosta da colina

em cuja base ficava Sanhauá braço do rio Paraíba e no dia 5 de Agosto batizou o local da povoação que pouco

depois se tornava a cidade com o nome de Nossa Senhora das Neves a quem a tomou patrona.

Martim Leitão ao tomar conhecimento da paz firmada e celebrada entre João Tavares e Piragibe desde 3 de Agosto

tinha certeza que estava virtualmente conquistada a Paraíba, pois o que se ia fazer daí por diante não mais seria

tomado pelos Potiguaras, e por conta disto enviou mais vinte cinco homens para João Tavares.

[figura: homens à cavalo]

E no dia 5 de Outubro partiu por terra para a Paraíba acompanhado de vinte e cinco cavaleiros que entre

eles se encontrava Duarte Gomes de Oliveira que muito fez pela fundação da Paraíba, Cristóvão Lins fidalgo alemão

que traçou a planta do forte, Pêro Lopes Lobo Capitão mor da capitania de Itamaracá, o jesuíta Jerônimo Machado, e

alguns pedreiros, carpinteiros, cavoqueiros e oficiais de outros ofícios e despachou alguns caravelões com os

apetrechos necessários à fundação da cidade.

E ao chegar a Paraíba em fim de Outubro aprovou a escolha do local onde seria construído o forte que em 4

de Novembro teve inicio as suas obras quando da fundação da cidade de Nossa Senhora das Neves.

Após o inicio das obras, Martim Leitão preparou uma expedição com destino a serra de Copaoba com o objetivo de

eliminar o perigo que ameaçava a fundação da cidade, porém devido a noticia de que havia algumas naus francesa

na baia da Tradição, ele teve que mudar os seus planos para uma nova jornada e para isto reuniu oitenta e cinco

homens branco e cento e oitenta índios Tabajaras num momento de grande manifestação de insubmissão por parte

dos soldados espanhóis remanescentes da tropa de Castejon, quando um soldado espanhol colocou um arcabuz no

peito de João Tavares e que de outra feita provocou o próprio Martim Leitão e por isto o ouvidor mandou acoitai-lo

para servir de exemplo.

E no dia 20 de Novembro colocou em marcha a tropa com destino a Tibiri de onde seguiu para o Campo das

Ostras e chegaram a embocadura do rio Mamanguape onde acamparam

 

E na oportunidaade Martim Leitão mandou que Duarte Gomes da Silveira fosse a frente com alguns homens

para correr o campo da baia da Tradição para verificar a existência das naus francesas, e ao receber o pedido de

socorro de Duarte Gomes da Silveira, imediatamente Martim Leitão partiu com a sua tropa para atacar a uma grande

nau francesa ali ancorada, que suspeitando que viesse por mar alguma frota de combate, imediatamente levantou

ferro em demanda de outra paragem, em vista disto Martim Leitão permaneceu três dias na baia da Tradição

ocupado em destruir as aldeias e as lavouras dos índios Potiguaras e com a colaboração de alguns índios que

haviam caído como prisioneiros, o guiaram em busca de Tijucupapo que era um dos principais e afamado feiticeiro

dos Potiguaras, até que na altura de Potengi a expedição foi violentamente atacada por todos os lados pelas flechas

inimigas, todavia Martim Leitão apesar da surpresa e da impetuosidade do ataque inimigo, deu animo aos seus e

partiu para o contra ataque, que deixou muitos mortos entre os inimigos que fugiram desordenadamente sob os

cuidados de Cristóvão Lins, Martim Leitão ordenou que o ritmo dos trabalhos fossem acelerado e por este motivo em

poucos dias o forte se encontrava concluído, e por este motivo João Tavares homenageou o Ouvidor Martim Leitão

Page 25: 17351525 Historia Da Paraiba

que em 20 de Janeiro de 1586 deixou o forte com destino a Pernambuco deixando como Capitão mor da Paraíba, e

no dia 2 de Abril chegou a capitania vindo do reino o Capitão espanhol Francisco Morales acompanhado de

cinqüenta soldados com a incumbência de recolher os homens deixado por Castejan, porém ao chegar apoderou-se

do forte e destituiu João Tavares de suas funções, com isto os Tabajaras inconformados com o seu intrometimento

se amotinaram nas aldeias, e as naus francesas retornaram a freqüentar a baia da Tradição e os Potiguaras voltaram

a assaltar em Tibiri, deste modo desmoronava-se o nascente núcleo colonial onde o Capitão Francisco Morales

vendo o perigo da situação reinante imediatamente abandonou o forte levando os seus soldados para a cidade de

Olinda de onde seguiu par o reino.

Nesse meio tempo as noticias que chegavam da Paraíba a Pernambuco eram as mais alarmantes e por conta disto

logo se designou que Martim Leitão teria que voltar para restabelecer a ordem na turbulenta capitania da Paraíba, e

para isto no mês de Dezembro Martim Leitão mandou por terra vinte e cinco homens e seguiu junto a sua gente em

três naus e algumas caravelas providas de tudo que era necessário para o desenvolvimento da conquista onde

chegou em 23 de Dezembro e entregou o comando do forte ao Capitão Pêro de Albuquerque e partiu para o sertão

de Copoaba à frente de um exército até Pinacama onde acampou por alguns dias e prosseguiu viagem para o sertão

de Massapé onde na encosta da serra atacaram uma aldeia matando muitos índios e fizeram cerca de oitenta

prisioneiros, e de aldeia em aldeia os índios iam sendo corridos e largando as terras devastadas para Martim Leitão

que marchava em busca da aldeia do famoso chefe Tijucupapo onde se desenvolveu uma violenta batalha que

resultou num grande número de mortos e feridos de ambos os lados, inclusive o próprio Ouvidor Martim Leitão e

após permanecer por alguns dias ali acampados tratando dos feridos se colocaram em marcha de regresso ao forte,

e por não saberem onde estavam acabaram se guiando pelo sol e por este motivo optaram por um outro caminho

que os fez passar pela lagoa de Acejutibiró e atravessar o rio Mamamnguape e seguirem para Água de Jorge

Camelo e chegarem exauridos ao forte. Após as escaramuças militar vitoriosa que impôs para limpeza do terreno

para a conquista e o desenvolvimento definitivo do povoamento da Paraíba, e para isto João Tavares foi até Tibiri

para ativar as obras de um forte que tomou o nome de São Sebastião por ter sido iniciado as suas obras em 20 de

Janeiro e daria cobertura à aldeia de assento de pássaro e proteção aos colonos que iam se estabelecendo na

várzea ao redor do engenho do Rei que foi o primeiro a ser construído na Paraíba e que depois tomou o nome de

Tibiri de Cima e que no tempo da dominação holandesa foi confiscado e vendido a Jorge Homem Pinto e que após a

restauração passou às mãos de Jorge Fernandes Vieira que era o Governador da Paraíba e que teve a semente da

caba de açúcar vinda de Itamaracá e Pernambuco

E o braço do índio manso no início de suas produções, devido a

pequena proporção de negro escravo africanonos primeiro tempo que não

bastavam para todas as necessidades em um engenho corrente e moente.

E na cidade foi construída uma capela provisória em uma colina acima do forte onde mais tarde foi erguida a

igreja catedral que a invocação de Nossa Senhora das Neves e entre a capela e o forte foi construída uma ladeira

que se chamava Ladeira de São Francisco, e pelo lado sul da cidade na orla conhecida como Passeio Geral mudado

depois para Ilha do Bispo onde o cacique Piragibe tinha a sua aldeia e os padres da Companhia de Jesus edificaram

a capela de São Gonçalo, e a primeira rua aberta na cidade recebeu o nome de Rua Nova onde foram edificados a

cadeia, a casa da câmara e o açougue e com o andamento de seu principal objetivo que era o povoamento da

Paraíba, em meados de Fevereiro de 1587 Martim Leitão distribuiu algumas sesmarias e deixou João Tavares no

governo da Paraíba e seguiu para Pernambuco onde chegou muito doente e foi demitido do cargo de ouvidor geral e

recebeu ordem de prisão em virtude de uma intriga política ocorrida na Bahia entre as duas forças que se chocavam

que eram as do Governador Geral do Brasil Manoel Teles Barreto e os padres da Companhia de Jesus no episódio

em que Martim Leitão favoreceu os padres jesuítas quando demarcou e deu posse as terras aos jesuítas em

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Camamu que pertenciam a pequenos proprietários.

OS PRIMEIROS GOVERNADORESA relação dos governadores da Paraíba no periodo que vai da conquista ao domínio holandês, nem sempre a

nomeação importava em posse do cargo, muitas das vezes ficavam aguardando a vacância para exercer as suas

funções, porque os providos no cargo só o deixavam quando recebiam ordens para isso, e que foram os seguintes:

de 1585 a 1588 = João Tavares 

de 1588 a 1591 = Frutuoso Barbosa

de 1591 a 1592 = André de Albuquerque

de 1592 a 1600 = Feliciano Coelho de Carvalho

de 1600 a 1603 = Francisco de Souza Pereira

de 1603 a 1605 = André de Albuquerque

de 1605 a 1608 = João de Barros de Correia

de 1608 a 1612 = Francisco Coelho de Carvalho

de 1612 a 1616 = João Rabelo de Lima

de 1616 a 1620 = Francisco Nunes Marinho de Sá

de 1620 a 1623 = João de Brito Corrêa

de 1623 a 1627 = Afonso de França

de 1627 a 1634 = Antônio de Albuquerque

A Paraíba que fora conquistada em 1585 quando João Tavares que partira de

Pernambuco e firmara a paz com o cacique Piragibe e nomeado como capitão mor da Paraíba

por Martins Leitão e confirmado pelo rei e que no início de seu governo não pode fazer nada

em matéria de progresso em virtude das serias perturbações realizadas.

Mesmo assim suas maiores realizações em matéria de administração a conquista vingou, e só a partir de

1587 foi que João Tavares pode realizar a construção do primeiro engenho de cana de açúcar   e outros benefícios

para a capitania da Paraíba e a penetração para o interior não ia além da zona litorânea em virtude da carência de

elementos humanos, e pela metade do ano de 1588 João Tavares passou o governo da Paraíba a Frutuoso Barbosa

e por essa época chegou a Pernambuco o espanhol Dom Pedro de La Cueva que em 1579 Frutuoso Barbosa havia

requerido para que fosse entregue a ele a capitania da Paraíba para completar o seu governo como capitão do forte

no comando dos soldados espanhóis das tropas de Castejon e Morales. E assim que assumiram os seus postos,

começaram a se desentenderem e desta forma o desenvolvimento da colônia acabou se comprometendo e disto os

indios Potiguares tiraram grandes vantagens, quando instigados pelos franceses passaram a investir constantemente

contra a cidade onde os colonos não ousavam em sair de suas casas e principalmente contra as aldeias dos

Tabajaras que eram a linha avançada da defesa da cidade e para conter esses assédios Frutuoso Barbosa quase

nada podia fazer em razão de que o Capitão Cueva alegava que não tinha ordem do reino para solucionar o

problema, contudo Frutuoso Barbosa não ficou inativo diante da situação pois para isto imediatamente solicitou

socorro a Pernambuco e a Itamaracá que de imediato organizaram uma expedição para cobrar pelas armas ao

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levante dos Potiguares sob o comando de João Tavares que partiu em 1590 de Olinda e que ao cabo do primeiro dia

de jornada tombou morto à margem da estrada.

E para o seu lugar foi nomeado o Capitão mor da capitania de Itamaracá

Pêro Lopes Lobo que ao chegara na Paraíba ordenou que Cueva com seus

soldados espanhóis e outra com os soldados portugueses do Capitão Diogo

Nunes Correia.

E a gente dos caciques braço de peixe e assento de pássaros e dois padres e partiu para percorrer as

fronteiras da capitania onde encontrou uma grande aldeia que foi totalmente arrasada com seu impetuoso ataque no

qual mataram uma grande quantidade de índios, e em virtude dessa vitória, Pêro Lopes Lobo partiu para a baia da

tradição e retornou para o forte onde se reuniu com os Capitães Frutuoso Barbosa e Cueva e os padres para selar a

paz entre ambos e partiu para sua capitania deixando em seu lugar André de Albuquerque, e durante a sua

permanência no governo da Paraíba, Frutuoso Barbosa tratou de mudar o nome da cidade para Filipeia de Nossa

Senhora das Neves, efetuou a doação de um terreno para os religiosos franciscanos da Ordem de Santo Antônio em

1589 através do Custodio Frei Merchier de Santa Catarina com o objetivo de fundar um convento e ministrar o culto

religioso o qual foi projetado pelo Frei Francisco dos Santos e que recebeu o nome de Convento de São Francisco

cuja obra foi interrompida durante a ocupação holandesa quando serviu de residência ao governador holandês e só a

partir de 1656 que teve reinicio as obras e sendo sagrada em 1734, e em frente ao convento foi aberta uma rua que

tomou por nome como rua Direita que ia até o lugar denominado como Ponto de Cem Réis.

E devido aos seus métodos de ensino que eram menos

rígidos, acabou atraindo um grande um grande numero de índios que

estavam sob a tutela dos padres jesuítas.

Que estavam estabelecidos na Paraíba com sua igreja desde os primeiros dias da conquista, doutrinando a

fé católica aos índios,com isto acabou fomentando uma desavença contra a presença dos franciscanos nas tabas

indígenas e por conta disto procuraram exercer uma pressão sobre o governador para dificultar a construção do

convento tendo em vista quando Frutuoso Barbosa ao levantar um forte em Cabedelo para assegurar a entrada da

barra contra os navios franceses pediu auxilio ao cacique Piragibe, que não pôde fazer por estar a sua aldeia sujeita

à doutrina dos padres da companhia de Jesus e diante disso foram chamados os índios dos frades franciscanos para

trabalharem na obra, por este motivo, devido a situação criada Frutuoso Barbosa acabou representando contra os

jesuítas ao rei de Portugal como sendo eles os responsáveis pela perturbação em que se encontrava a capitania da

Paraíba, e por conta disto os jesuítas acabaram sendo expulsos da Paraíba pela carta régia de 1593 que foi

cumprida por Feliciano Coelho de Carvalho.

Em seu segundo governo Frutuoso Barbosa sempre esteve com suas vistas voltadas para a várzea onde novos

engenhos foram criados, sendo em Duarte Gomes da Silveira a grande figura que deu impulso à Paraíba que saiu de

Pernambuco e fundou o engenho Salvador as margens do rio Inhoim iniciando com isto uma grande emigração de

colonos ara a capitania e para proteger o engenho foi fundado um forte que veio ajudar o desenvolvimento da

agricultura.

E no ano de 1591 Frutuoso Barbosa foi sucedido no governo da Paraíba por André de Albuquerque filho de Jerônimo

de Albuquerque e da índia Maria do Espirito Santo Arco Verde, foi vereador da câmara de Olinda e alcaide mor de

Igaraçu antes de ser governador da Paraíba onde pouco fez a frente de seu governo que sofreu um forte ataque dos

índios Potiguares que destruíram o forte de Cabedelo em represália aos constantes ataques efetuados ao seu reduto

em Copaoba.

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E no mês de Maio de 1592 foi substituído pelo Capitão mor

Feliciano Coelho de Carvalho que encontrou a capitania em grande

aperto em virtude dos contínuos assaltos praticados pelos Potiguaras

em suas roças e arrabaldes.

E por conta disto, determinou-se a acabar com semelhante foco de perturbação da ordem, pois de imediato

solicitou auxilio ao Capitão mor de Itamaracá Pêro Lopes Lobo que o socorreu ao enviar um forte contingente do qual

Feliciano Coelho juntou o seu pessoal e rumou para Copoaba onde realizou uma terrível e desumana matança

contra as aldeias Potiguaras, e na volta à Paraíba, o capitão mor resolveu transferir a aldeia do chefe Piragibe dos

arrabaldes da cidade para as fronteiras do interior contra a vontade dos padres da companhia de Jesus, quando

determinou que uma parte ficasse nas proximidades do rio Inhobim e a outra em Livramento sem dar grande

importância ao problema da catequese, pois estava muito preocupado nos problemas militar e econômico da

capitania, porque considerava que as aldeias indígenas deveriam ser consideradas apenas como postos avançados

de defesa localizadas nas fronteiras com a finalidade precipua de preparar braços para a lavoura e soldados para a

guerra, e de imediato mandou destruir a aldeia velha dos índios Potiguaras do cacique Piragibe que se localizavam

no lugar denominado Passeio Geral posteriormente conhecido como ilha do Índio Piragibe, devido a atitude tomada

pelo Governador Feliciano Coelho de Carvalho, os padres jesuítas ficaram magoados com o governador e por conta

disto decidiram-se a não mais assistir aos índios nas novas aldeias, e por estarem inconformados com a destruição

da aldeia velha de Piragibe, acabaram reclamando ao Governador Geral do Brasil   Francisco de Souza contra o

Capitão mor Feliciano Coelho de Carvalho ao pleitearem que fossem indenizados, tendo em vista que foram eles que

haviam construído a aldeia, e devido a atitude tomada pelos padres jesuítas o governador interpretou como um ato

de rebeldia que serviu para aprofundar a área de atrito, tendo em vista que os jesuítas andavam mal visto na

Paraíba, e por conta disto o rei mandou que fosse tirada uma inquirição para apuração dos responsáveis pelos

escândalos existente na capitania e como resultado os jesuítas foram expulsos da Paraíba em 1593.

Após a primeira investida contra os Potiguaras logo após a sua chegada a capital na qual obteve uma significativa

vitória, e que levou ao governador a promover varias incursoes ao sertão de Copoaba, e no ano de 1594 Feliciano

Coelho de Carvalho organizou um forte contingente e atacou uma aldeia Potiguara onde estavam recolhidos cerca

de três mil e quinhentos índios e cinqüenta franceses que ofereceram tenaz resistência da qual Feliciano Coelho de

Carvalho foi obrigado a recuar com grandes perdas de seus homens para se refazer.

Que ofereceram tenaz resistência da qual Feliciano Coelho de

Carvalho foi obrigado a recuar com grandes perdas de seus homens para se

refazer.

Todavia durante a madrugada os Potiguaras apesar das grandes perdas sofridas no campo de batalha, e

que ainda mantinham a sua aldeia com grandes esforços, observaram uma grande movimentação dos homens do

governo e por isto suspeitaram de alguma manobra tática ou da chegada de reforços, acabaram abandonando a

aldeia e se internado no mato sempre perseguidos.

E por mais batidos que fossem os Potiguaras, não cessaram de acometer os seus assaltos a capitania da Paraíba

em reencontros sucessivos contra as forças de Feliciano Coelho de Carvalho que aos pouco ia forçando a se

retirarem para o Rio Grande do Norte por onde se estendiam a grande família Potiguar. E numa destas surtidas os

Potiguaras fizeram um grande estrago no aldeamento de São Francisco quando mataram muitos colonos e

queimaram a igreja e colocaram a situação da capitania em maior desordem.

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E que na oportunidade o Governador Feliciano Coelho de Carvalho

saiu gravemente ferido o que lhe deixou aleijado de uma das pernas.

E no decorrer do ano de 1596, teve início a desinteligência ente o Governador Feliciano Coelho de Carvalho

e os padres franciscanos que no começo eram menos rígidos e que com decorrer do tempo passaram a ser mais

rígidos que os jesuítas, quando passaram a exercer os seus poderes temporal sobre os índios aldeados que

passaram a ser submetidos a uma disciplina que o capitão mor não tolerava por entender que havia uma invasão em

sua jurisdição, pois por qualquer falta o culpado era posto no tronco como corretivo pela ordem do aldeamento, e

sofriam castigos se não assistissem a missa, tudo isto sob a alegação que eles estavam saindo da barbárie e por

este motivo não podiam gozar de tanta liberdade.

E por conta disto Feliciano Coelho de Carvalho mandou quebrar os troncos nas

aldeias e deu liberdade a todos os índios.

No que tangia aos seus ritos e costumes, com isto os franciscanos limitaram-se a abandonar as aldeias sob

a alegação da falta de garantia e queixaram-se ao Governador Geral do Brasil Francisco de Souza que após analisar

a situação mandou que Feliciano Coelho de Carvalho readmitisse os frades franciscanos nas suas aldeias e que os

mesmos continuassem a exercer governo temporal sobre os índios, e por causa das ordens recebidas Feliciano

Coelho de Carvalho ficou exasperado contra o despacho recebido do governador geral do Brasil e por conta disto

denunciou o governador geral por prevaricação e por não mandar em socorro os soldados a ele solicitado, porém

aos poucos foi cedendo nas suas manifestações contra os frades que restabeleceram a ordem nas aldeias

abandonadas e desenvolveram os seus trabalhos com afinco nas obras do convento e da catequese.

E no final de Junho de 1597 a Paraíba foi acometida por um ataque de uma frota francesa que era composta por

treze navios que investiram contra a fortaleza de Cabedelo onde desembarcaram cerca de trezentos e cinqüenta

homens que se defrontaram contra vinte homens que o a defendia com cinco peças de artilharia em uma dantesca

batalha em que os franceses se viram obrigado a retroceder para o Rio Grande do Norte onde preparam um novo

ataque, porém no momento em que Feliciano Coelho de Carvalho que estava em guerra contra os Potiguaras tomou

conhecimento do ataque francês a fortaleza de Cabedelo, imediatamente marchou para o litoral onde tomou

conhecimento através de um prisioneiro de nome Mifa que era parente do governador de Dieppe que informou da

esquadra que estava sendo preparada pelo Conde de Viladorca em Rochela para atacar o Rio Grande do Norte, e

para isto reforçou a tropa com o auxilio recebida da Bahia através do Governador Geral do Brasil Francisco de Souza

que lhe enviou uma armada composta de seis navios, cinco caravelões e quatro companhia de Manoel Mascarenhas

que seguiu até Olinda.

Onde embarcaram os Capitães Jerônimo de Albuquerque e seu irmão Jorge de

Albuquerque e de Antônio Leitão Mirim e quatro padres

E rumaram para a Paraíba onde acertarem os planos de ocupação, enquanto Feliciano Coelho de Carvalho

seguiu por terra em 17 de Dezembro de 1597 com quatro companhia vinda de Pernambuco, emais uma da Paraíba

que contava com alguns índios como auxiliares junto aos seus principais chefes, que ao alcançarem, a fronteira do

Rio Grande do Norte foram atacados por uma epidemia de varíola, e com isto foram obrigados a retornar a Paraíba,

exceto Jerônimo de Albuquerque que embarcou num caravelão e seguiu ao encontro de Manoel Mascarenha

Homem, que ao penetrar nas costa do Rio Grande do Norte afugentou sete naus francesas e foi fundear num portal à

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foz do rio Potengi onde desembarcou seus homens que foram imediatamente atacados por numerosos potiguares

acompanhados de muitos franceses por diversos dias até que um dia chegou Francisco Dias Paiva com reforços de

armas e mantimentos, porém os dias seguiram entre combates intermitente e falta de progresso nas obras do forte, e

nessa conjuntura chegou Feliciano Coelho de Carvalho em auxilio à frente de oitenta e quatro homens de seu

contingente e trezentos e cinqüenta índios conduzidos por seus principais chefes que ajudaram a concluir o forte que

foi denominado dos Reis, que em 24 de Junho de 1598 foi entregue a Jerônimo de Albuquerque.

Nesta época a guerra se mostrava estagnada, com ambos os lados cansados da luta que não era decidida pelas

armas, e devido ao fato dos franceses terem sido desalojados do Rio Grande do Norte, veio quebrar a aliança com

os aguerridos aborigenes que os frades franciscanos e os padres jesuítas acenaram para um mundo de maravilhas

celestias e que atacados pelo suro de variola que se propagou entre eles, os Potiguares acabaram cedendo ao

governo que sustentava e incentivava a conversão da paz quando a paz foi alcançada em 11 de Junho e por ordem

do Governador Geral do Brasil Francisco de Souza as pazes foram juradas solenemente na Paraíba em 15 de Junho

1599 em conjunto com os Potiguares e Tabajaras.

E antes do termino do governo de Feliciano "Coelho de Carvalho,

chegou a Paraíba os frades da ordem de São Bento com o seu abade Frei

Anstácio.

Para receber o terreno para construção do convento e da igreja que recebeu a invocaçao de Nossa Senhora

do Montserrat e a seguir adquiriram o sitio Tambiá Grande e no ano d 1612 receberam do governo duas léguas de

terra ao pé da serra da Copoaba no lugar denominado como Gandu e com isto a cidade crescia dotada de três

ordens religiosas que eram os franciscanos a dos beneditinos e a dos carmelitas junto a uma população que tinha a

força da mestiçagem numa época de expansao da agricultura onde a necessidade de braços para a lavoura era

grande, porque a importação africana não havia ainda dominado o mercado da Paraíba, com isto os trabalhos no

início foi empregado o braço indígena assalariado o qual não tinha constancia no trabalhos dos engenhos o que lhe

levou a sofrer menos no cativeiro e por isso misturou-se depressa com o branco e dessa fusao e que saiu o homem

forte do nordeste que pegou no bacamarte e expulsou o invasor por amor a terra.

Com o final do século XVI chegava a termo o governo do Capitão mor Feliciano Coelho de Carvalho que foi um dos

mais longo e agitado, no qual deixou a paz na capitania e ao transmitir o seu governo em Agosto de 1600 para

Francisco de Souza Pereira que deixou poucos sinais visíveis de sua passagem.

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OS HOLANDESES NA PARAÍBAEm princípios de Dezembro de 1631, os holandeses investiram pela primeira

vez com uma expedição de mil e seiscentos homens embarcados em dezesseis navios

sob o comando do Coronel Callenfels e do Conselheiro Político Servais Carpentier.

Contra uma capitania que já estava prevenida contra a vinda do inimigo pelos reforços recebidos de

Pernambuco através de Matias de Albuquerque, que no dia 5 logo ao desembarque da força holandesa ao sul de

Cabedelo o Governador Antônio de Albuquerque saiu a enfrentá-lo com a força que dispunha para cortar a marcha

inimiga contra o forte em um violento combate que se estendeu até o dia seguinte, no qual Jerônimo de Albuquerque

Maranhão encontrou a morte no campo de batalha. O com o decorrer dos dias, os holandeses cada vez mais se

aproximavam do forte, porém devido a resistência imposta pelos bravos defensores do forte de Cabedelo e da

bateria que funcionava ao lado da barra do rio sob o comando de Duarte Gomes da Silveira que teve o seu filho

morto em um acidente com sua própria artilharia, que fizeram com que os holandeses após seis dias dias de

infrutíferos ataques se vissem na contingência de se retirarem para Recife deixando muitos mortos e feridos no

campo de luta. E em Fevereiro de 1634 os holandeses efetuaram o segundo ataque a Paraíba quando se

apresentaram com uma esquadra composta de vinte navios que contavam com mil e quinhentos homens

embarcados sob o comando do almirante Lichthart e por chefe das forças de desembarque o Coronel Segismundo

Van Schkoppe que trazia como adjunto Gysseling que era diretor da companhia e Carpentier como conselheiro

político, e muitos confiantes na ação em virtude de já terem se apoderado do Rio Grande do Norte e pela experiência

adquirida durante a primeira invasão quando uma parte da esquadra deu fundo em frente a barra do rio Paraíba e a

outra seguiu ao norte para desembarcar a sua gente na praia de Lucena para fazer calar a bateria do forte de Santo

Antônio que estava confiada ao Capitão Lourenço de Brito Correia que após efetuar o desembarque de mais de mil

homens marchou para tomar o forte.

Porém no meio do caminho acabou se defrontando com uma trincheira bem

guarnecida sob o comando do Capitão mor Antônio de Albuquerque, que após diversas

investida holandesa partiu ao ataque com duzentos soldados e trezentos índios que

fizeram com que o inimigo abandonasse a lua e seguissem para o Cabo de Santo

Agostinho para se recuperarem das perdas sofridas.

Para os holandeses o grande desafio ao seu poder de domínio, era atacar a Paraíba que nesta época estava

com mais uma fortificação   que Antônio de Albuquerque mandara construir na ilha da Restinga, e com o forte do

Varadouro mais guarnecido e com diversas baterias instaladas em diversos ponto da capitania, e nesta época a

fortaleza de Cabedelo estava confiada ao Capitão João de Matos Cardoso, e o forte de Santo Antônio ao Capitão

Luís de Magalhães, e para defesa da Paraíba Antônio de Albuquerque dispunha de oitocentos homens distribuídos

em varias companhias pois era sabedor de que os holandeses estavam preparando uma forte esquadra em Recife

para atacar a Paraíba, e para isto em 25 de Novembro de 1634 a esquadra partiu do porto de Recife composta apor

trinta e dois navios e diversas barcaças que traziam a bordo dois mil trezentos e cinqüenta e quatro soldados sob o

comando do Coronel Schkoppe que era auxiliado pelo coronel Arciszewski e pelos conselheiros políticos Stachouver

e Carpentier que em 4 de Dezembro desembarcaram uma parte da tropa na enseada do Jaguaribe na praia do

Bessa sem dar chance para que o governador impedisse o desembarque apesar de ter marchado sobre o inimigo

com um reduzido numero de soldados, e que devido a inferioridade de sua força foi forçado a recuar. A tropa

holandesa desembarcada foi aquartelada perto da fortaleza do Cabedelo, enquanto o restante da tropa

desembarcava na praia de Lucena com a finalidade de atacar pelo lado norte o forte de Santo Antônio, e no decorrer

dos dias foram realizado intensos combates que apertava cada vez mais o cerco contra a fortaleza do Cabedelo o

que tornava cada vez mas difícil ao capitão mor de enviar reforços às guarnições dos fortes atacados devido ao

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inimigo estar fortificado em diversas posições e atacando as cidadelas. E na madrugada do dia 9 calou-se os

canhões do forte da Restinga a qual vinha causando sérios danos aos holandeses, em virtude de um audacioso

golpe praticado pelo Major Hunderson.

Que aproveitando-se da chuva reinante e da escuridão da

noite penetrou pela barra com oitocentos homens embarcados em

diversas pequenas embarcações

Que passaram entre os dois fortes sem ser notado em virtude de um audacioso golpe praticado pelo Major

Hunderson que aproveitando-se da chuva reinante e da escuridão da noite penetrou pela barra com oitocentos

homens embarcados em diversas pequenas embarcações que passaram entre os dois fortes sem ser notado e foi

surpreender o forte da Restinga pela retaguarda após uma breve escaramuça em que morreram alguns homens da

guarnição e o seu comandante Pedro Ferreira caiu prisioneiro, com isto o forte do Cabedelo estava privado de

receber auxilio da cidade, porque devido aos incessantes canhoneiros dos holandeses que se estabeleceram no

forte da Restinga e passaram a interceptar a passagem de qualquer auxilio aos sitiados.

E nesta oportunidade aconteceram diversos casos de

heroísmo, como o caso que em certa feita a bordo de uma chalupa de

abastecimento conduzida por Antônio Peres Calhaus e seu irmão

Francisco Peres Calhau

Que ao se aproximarem da zona ocupada pelos holandeses foram duramente castigados pelos disparos

efetuados que atingiram a embarcação matando um dos tripulantes e deixando ferido o braço de Antônio Peres

Calhau que estava no leme da embarcação e no momento em que seu irmão quis substitui-lo, ele não consentiu com

a argumentação de que tinha outro braço com o qual poderia guiar a embarcação, porém ao ser atingido com outro

tiro, que o deixou quase morto, e na oportunidade imediatamente o seu irmão Francisco tomou o leme, e foi atingido

em um dos braços e tomando como exemplo o seu irmão, trocou de mão no leme e levou o socorro aos sitiantes dos

fortes.

Nesta época chegou a Paraíba o  Conde de Bagnuolo   que após se encontrar com o capitão mor, acertou em enviar

reforços urgente que trazia para atacar o inimigo pela retaguarda, todavia em 19 de Dezembro não tendo mais meios

de sustentar o combate em virtude dos contínuos e incessantes bombardeios das trincheiras inimigas que a cada dia

apertava o reduto do forte do Cabedelo, que sem artilheiros e sem abastecimento, acabou se rendendo com a

assinatura de um termo de capitulação para a guarnição do forte no qual ela deveria sair com as honras de guerra, e

no dia 23 o forte de Santo Antônio se rendeu com as mesmas condições acertada com o forte do Cabedelo, e os

soldados ali feitos prisioneiros que junto aos do forte de Cabedelo foram embarcados a bordo de um navio holandês

em 31 de Janeiro de 1635 com destino as prisões da Antilhas. Com a queda dos fortes de Santo Antônio e do

Cabedelo que custaram aos seus defensores oitenta e duas vidas e cento e três feridos estabeleceram, um pânico

generalizado na cidade que acabou fazendo com que sua população o abandonasse e por conta disto Antônio de

Albuquerque retirou-se para o interior da capitania no engenho Salvador de Duarte Gomes da Silveira onde

encontrou ali alojado Martins Soares Moreno e o Padre Manoel de Morais, e por não achar o sitio de modo a

transformá-lo em arraial de campanha, por conta disto Antônio de Albuquerque se deslocou se deslocou para o

engenho Espirito Santo de Manoel Peres Correia e seguiu para o engenho Tapuá de Antônio Correia Valadares que

era o ultimo lugar povoado ao sudoeste da capitania, onde pensou em fortificar-se apesar que os principais lideres da

terra não queriam mais colaborar na causa da resistência como no caso de Duarte da Silveira que vendo a inutilidade

do seu esforço em continuar na luta armada para defesa de uma cidade já rendida, imediatamente entrou em

entendimento com os comandantes holandeses e devido ao pânico estabelecido na cidade com a queda dos fortes

do Cabedelo e Santo Antônio, o Conde de Bagnuolo mandou desarmar o forte do Varadouro e incendiou os

armazéns de açúcar e os navios que estavam no porto e conclamou os moradores para que cada um cuidasse de si

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como pudesse, e a seguir tomou o caminho do arraial de Bom Jesus em Pernambuco.

Enquanto isto os holandeses tomavam a cidade sem a necessidade de disparar um único tiro

Quando uma parte do exercito subiu o rio Paraíba e desembarcou no porto de Sanhauá e a outra parte

rumou pelo rio Tambiá Grande e desembarcaram no sopé da colina e seguiram pelo caminho de Boissó e

penetraram pelo lado esquerdo na cidade, e de posse da Paraíba o primeiro passo do Coronel Schkoppe foi mudar o

nome da cidade que passou de Filipéia de Nossa Senhora das Neves para Frederica em homenagem ao Príncipe de

Orange Frederico Henrique, e logo a seguir o Coronel Arciszewski recebeu a visita de Duarte Gomes da Silveira que

estava cansado de combater e vendo a inutilidade de seus esforços em continuar de armas na mão para a defesa de

uma cidade já rendida, e por conta disto havia procurado entrar em entendimento com os conquistadores em nome

dos Estados Gerais e da Companhia Privilegiada das Índias Ocidentais para obter uma anistia geral aos moradores

que se submetessem ao domínio holandês do qual assegurasse o exercício amplo dos direitos de propriedade e de

liberdade de religião, e no seu entender de ter cumprido honestamente o seu dever, de imediato partiu para contar de

seu procedimento ao Governador Antônio de Albuquerque que se encontrava no engenho do Valadares, onde

acabou sendo preso como traidor pelo Governador Antônio de Albuquerque que imediatamente ordenou que

levassem Duarte Gomes da Silveira ao arraial de Matias de Albuquerque em Pernambuco conduzido por uma escolta

de doze soldados sob o comando do Capitão Gaspar Vancácer que ao cair da noite do dia 30 de Novembro foi

atacado por uma patrulha holandesa que libertou o preso. Enquanto isto o rico proprietário Bento do Rego que

estava persuadindo aos moradores da capitania para que não desse ajuda ao governador na obra de fortificação que

pretendia fazer no engenho do Tapua, e o genro de Antônio Valadares foram aos chefes holandeses e denunciaram

onde o governador Antônio de Albuquerque estava com sua tropa e colocaram à disposição das tropas holandesas

um guia que o levasse onde estaria o governador, então o Coronel Arciszewski de imediato arregimentou uma tropa

sob o comando do Major Picard para sair em perseguição do governador no engenho Tapua onde ao chegar já não

mais o encontrou, pois Antônio de Albuquerque havia se retirado para Pernambuco, e com a Paraíba em poder dos

holandeses.

A cidade esvaziou-se em virtude dos moradores

terem acompanhado o capitão mor com medo das

crueldades praticadas pelos invasores.

Que diante do desamparo da terra conquistada procuraram conquistar os moradores de volta e para isto

propuseram uma anistia geral e asseguraram o direito de propriedade e a liberdade de religião, e em vista do

exposto os principais moradores da Paraíba acabaram se rendendo e regressaram às suas casas submissos ao

domínio holandês, e em 26 de Janeiro de 1635 as forças holandesas comandadas pelo Coronel Schkoppe

regressaram a Pernambuco e deixaram no governo da Paraíba o diretor daCompanhia das Índias Ocidentais Servais

Carpentier cuja jurisdição se estendia até ao Rio Grande do Norte na qual havia dezenove engenhos de açúcar os

quais muitos foram confiscados dos donos que recusaram aceitar o domínio holandês e foram vendidos aos que

aderiram, nesta época a capitania da Paraíba produzia para exportação o açúcar e o pau-brasil e cultivava para

consumo interno apenas o fumo e algodão e consumiam as carnes de gado, cabra e caneiro em pequena quantidade

em virtude do valor que davam a caça, e os cavalos que haviam em grande quantidade eram utilizados para sela e

não utilizavam como animais de carga, e possuíam sete aldeias indígenas em plena atividade, sob o controle de um

capitão português que costumava alugar os índios para os trabalhos dos engenhos, provindo daí a denominação de

trabalho alugado.

Servais Carpentier administrou a Paraíba pelo um espaço de um ano, com isso teve pouco tempo para grandes

realizações materiais e de positivo ficou a restauração do forte do Cabedelo que havia sido arrasado com o

bombardeio da guerra de conquista e no principio de 1636 passou o governo a Ippo Eyssens que era diretor da

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Companhia das Índias Ocidentais, que logo de inicio se deteve as voltas com as turbulência em todo o território

ocupado porque as forças portuguesas tentavam recobrar novamente o domínio das terras perdidas desde a celebre

derrota de mata redonda onde o General Rojas y Borja perdeu a vida.

E para isto militares experimentados como os Capitães Francisco Rabelo, Sebastiao de

Souto, Joao Lopes Barbalho, Henrique Dias e Camarão   se distinguiram ao adotarem o sistema

de guerrilha desde Porto Calvo à Várzea da Paraíba salteando os lugarejos arrasando os campos

e colocando fogo nos engenhos e canaviais.

Em certa ocasião o Capitão Francisco Rabelo, mais conhecido como Rabelinho e que deixou fama na

Paraíba por suas façanhas, saiu de Porto Calvo com cerca de duzentos homens às suas ordens e se encontrou com

o Governador Ippo Eyssens em 14 de Outubro de 1636 que apesar de estar avisado da presença de Rabelinho,

acabou cometendo a imprudência de seguir até ao engenho Espirito Santo que havia sido confiscado e vendido a

Menso Fransen, muito embora estivesse acompanhado de muitos soldados, acabou sendo emboscado por

Rabelinho e inopinadamente atacado violentamente na casa do engenho onde resistiu bravamente ao cerco até ser

obrigado a abandonar o abrigo em virtude do incêndio provocado pelos homens de Rabelinho, e continuar a batalha

em campo aberto até que o comandante holandês Ippo Eyssens caiu morto junto a outros holandeses. Com a morte

do Governador Ippo Eyssens o governo da capitania ficou sob o comando de Elias Herckmann que possuía grande

cultura e raras qualidades de poeta e escritor que se arregimentou-se para tomar uma desforra ao inimigo, enquanto

a noticia da vitória de Francisco Rabelo era levada ao conhecimento do Conde de Bagnuolo em Porto Calvo de onde

imediatamente despachou os Capitães Sebastiao de Souto e Henrique Dias a frente de seus homens em auxilio as

tropas empenhadas na Paraíba sob o comando de Rabelinho que continuava a agir de engenho em engenho

praticando as suas investidas e convocando a todos para uma frente única contra os holandeses, sob pena de morte

ao que se recusasse a aderir o movimento armado. E da cidade de Recife partiu o Coronel Cristóforo Arciszewski

com mil e duzentos homens disposto a vingar a morte de Ippo Eyssens na Paraíba.

E em 17 de Novembro encontrou-se na margem esquerda do rio

Paraíba com a tropa de Rabelinho que numericamente era menor em uma

renhida batalha que se desenrolou com grandes perdas para ambos os

lados.

E que obrigou a Francisco Rabelo se visse obrigado a recuar em virtude do rompimento de sua defesa até o

lugar denominado Socorro onde as tropas de Henrique Dias juntamente com as de Sebastião Souto o acudiram,

porém em virtude da superioridade numérica do inimigo acabaram sendo batidos e por isto para escapar a um

massacre acabaram se retirando pelos caminhos ignotos de Porto Calvo.

Apesar da desigualdade de forças, no mês de Dezembro de 1636 o Capitão

Sebastião Souto voltou à Paraíba acompanhado de André Vidal de Negreiros à frente de

oitenta homens e destruíram alguns engenhos e incendiaram canaviais por toda a várzea do

rio Paraíba.

Em suas investidas em que utilizavam o sistema de guerrilha, e destas escaramuças resultou em Sebastião

souto com um ferimento a frechada no braço, André Pina com uma outra na barriga eAndré Vidal de Negreiro com

um ferimento no peito, e durante este estado de guerrilha empregado contra os holandeses chegou ao Brasil em

Janeiro de 1637 o Príncipe Maurício de Nassau e ao visitar a capitania da Paraíba se deparou com o péssimo estado

que se encontrava a capitania e por conta disto tomou varias providencias para recuperação para sua recuperação

quando iniciou as obras do forte do Cabedelo e do Varadouro, construiu um armazém com trapiche em Sanhauá e

fez um grande esforço para soerguer a capitania da abatida prosperidade, pois na época da invasão a cultura de

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cana de açúcar estava em pleno florescimento, porém em virtude dos acontecimentos, o fizeram cair vertinozamente,

causando um depauperamento das forças vitais da colônia, e no começo a Companhia das Índias Ocidentais

supondo estar fazendo um excelente negocio, confiscou e vendeu por preços altos os engenhos abandonados os

quais na maioria dos casos foram forçados a vender a prazo e emprestar dinheiro ao comprado.

Que nem sempre tinham recursos suficiente para

adquirir escravos, bois e outros apetrechos agrários.

E na gana de obter lucros altos, a companhia concedia estes empréstimos a juros altos, porque o que mais

lhe interessava era a rentabilidade do capital empregado, e como exemplo temos o caso do judeu Jorge Homem

Pinto dono de três engenhos na Paraíba, trezentos e setenta escravos e mais de mil bois de carro, que se viu na

contingência de declarar ao alto conselho de constituição que não tinha mais condições de liquidar os seus

compromissos financeiros, e por conta disto obteve a encampação de sua divida e ganhou um prazo de seis safras

para amortizá-la. E diante dos fatos Maurício de Nassau suspendeu as confiscações, prorrogou as dividas, reduziu

os impostos, fez novos adiantamentos sem juros para reconstrução dos engenhos e convidou os portugueses que

haviam fugido e os expulsos para regressar as suas terras com a garantia de suas segurança pessoas e igualdade

de tratamento com os holandeses, e tentou criar novas riquezas para a capitania quando fomentou as culturas do

fumo, do algodão, do arroz, do anil que eram insignificantes na balança comercial. A proclamação de direitos que

assegurava aos moradores da Paraíba a liberdade de consciência e de culto religioso estava deixando os pastores

protestante inconformados com a competição religiosa exercida pela igreja católica a qual clamavam do púlpito

contra elas ao chamarem de peste católica e por conta disto acabaram exigindo do conselho político que acabasse

com ela, e para recrudescer o fanatismo religioso dos Calvinistas, caiu em poder dos holandeses uma

correspondência dos padres franciscanos da Paraíba que era dirigia a Matias de Albuquerque com noticias que

manifestava o desejo de ver desferido um golpe de morte sobre o regime herético que se implantava na capitania,

com isto acabou a tolerância religiosa do conselho político e os frades franciscanos foram expulsos para Índias

Ocidentais e seu convento foi ocupado e transformado em sede do governo.

Antes da chegada do Conde Maurício de Nassau ao Brasil, Duarte Gomes da Silveira

que havia sido libertado pelo Capitão Gaspar Vancacer quando de sua prisão efetuada em 30

de Novembro de 1634 pelo Governador da Paraíba Matias de Albuquerque, acabou sendo

preso por haver protestado contra a violação da liberdade de consciência

E em 7 de Julho de 1636 na fortaleza do Cabedelo, escreveu uma carta de protesto por se sentir vitima da

prepotência e da tirania holandesa ao Conde Maurício Nassau que mandou abrir uma devassa que investigou todos

os seus papeis e que em nenhum documento se encontrou nada que pudesse lhe incriminar, e por isso os

conselheiros intercederam que ele fosse solto e que voltasse ao seu engenho. E a Elias Herckmans sucedeu Gysbert

With que era membro do conselho político que exerceu concanitamente as funções de governador da Paraíba e

diretor da Companhia das Índias Ocidentais e durante o seu curto governo não teve nenhum alargamento no campo

das atividades econômicas, o que se pode ver foi a expedição armada para descobrimento de algumas minas de

ouro, quando Mauricio de Nassau escolheu Elias Elias Herckmans para comandar uma expedição, e que partiu após

obter algumas informações com o Alcaide Manoel Rodrigues com uma caravana bem aparelhada com destino ao

sertões de Copoaba onde percorreu a serra do Espinho, esteve na aldeia do chefe Araramabé e com ajuda de dois

índios desta aldeia tomou a direção sudoeste onde avistaram uma grande serra, a qual os soldados se recusaram a

escalar, então receoso da turba que se mostrava sem nenhuma obediência.

Por este motivo Herckman foi forçado a voltar daquela posição pesaroso, pois

imaginava que ali podia achar a desejada mina de ouro, por isto penetrou em Curimataú e

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retornou à cidade de Recife carregado de dissabores porque voltava de mãos vazias.

E no mês de Junho de 1645, Pauls de Linge que era diretor da Companhia das Índias Ocidentais foi

designado para assumir o governo da Paraíba onde chegou com cem homens para a guarnição do forte do Cabedelo

onde a situação se agravava por aprestar rumores de insurreição por parte dos portugueses e para mostrar um braço

forte, de imediata mandou prender vários moradores da Paraíba e por suspeitar de Gonçalo Cabral como possível

líder de uma conjuração, mandou enforcá-lo, e Estevam Fernandes que havia morrido na prisão mandou que seu

corpo fosse arrastado através da cidade preso a um cavalo e informou ao conselho que reinava a paz na capitania

apesar de alguns moradores estarem contra os procedimentos adotados pelos holandeses com referencia aos índios

da capitania, e o conselho em observância ao caso, deu parecer que daria garantia aos moradores, porém somente

aqueles que jurasse fidelidade ao governo flamengo, enquanto isto os Tapuias dirigidos por Jacob Rabi no dia 16 de

Julho praticaram a monstruosa carnificina do Cunhaú, que acabou levando ao auge a indignação dos moradores da

Paraíba, que já estavam articulando com os insurgentes de Pernambuco para o levante geral em nome da liberdade

divina conforme um proclamação já firmada pelos chefes militares e em 3 de Agosto desmoronava- se o poderio

holandês no monte das Tabocas em Pernambuco e no dia 2 de Setembro foi a Paraíba que sacode de si o jugo do

invasor apesar da dificuldade encontrada pelos insurgentes da Paraíba em possuir as armas desejadas, que forma

trazidas de Pernambuco.

Por Antônio Curado Vidal e que foram utilizada pelos moradores da várzea que se

encontravam concentrados no Tibiri sob o comando dos chefes revolucionários Lopo

Curado Garro, Francisco Gomes Muniz e Jerônimo Cadena.

Ao tomar conhecimento dos preparativos para a luta por parte dos insurgentes, o Governador Paulus de

Linge tratou de abandonar a cidade e recolheu-se com toda a sua gente no forte do Cabedelo enquanto os índios

Tapuias chegavam em bandos à Paraíba atendendo aos pedidos do governador, todavia ao tomarem conhecimento

que o governador havia se recolhido ao forte, e que o povo estava levantado em armas, de imediato retornaram as

suas aldeias no sertão, enquanto isto os insurgentes sob o comando de Lopo Curado Garro ocuparam a cidade de

Frederica e os seus dois companheiros de triunvirato Francisco Gomes Munis e Jerônimo Cadena deixaram Tiniri

para instalar um novo arraial no engenho Santo André para guardar uma melhor posição estratégica com relação ao

forte de Cabedelo, e lançaram uma proclamação aos moradores e aos senhores de engenho que seriam perdoados

de suas dividas com a Companhia das Índias Ocidentais caso contribuíssem com a guerra, enquanto o Governador

Paulus de Linge para tentar recuperar a situação perdida, reuniu a tropa de que ainda dispunha nos fortes do

Cabedelo e de Santo Antônio e com o reforço que havia recebido da Cidade de Recife e marchou contra o arraial de

Santo André disposto a castigar os insurretos, que ao tomarem conhecimento sairam de encontro as tropas

holandesas que estavam em inferioridade numérica e por conta disto em 11 de Setembro rompeu um sangrenta

batalha no engenho Inhobim sob uma forte chuva que acabou se constituindo num fator decisivo para a vitória das

forças libertadoras em virtude de ter molhado a pólvora dos mosquetes enquanto os comandados de Francisco

Gomes Muniz investiam contra os holandeses de espada nas mãos deixando no campo de batalha muitos mortos e

feridos e fazendo com que o Governador Paulus de Linge fugisse para se refugiar no forte do Cabedelo e de Santo

Antônio onde ficaram sitiado pelas forças libertadoras.

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"Após o combate em Inhobim, os chefes insurgentes mandaram um

emissário que era o paraibano Fernão Rodrigues de Bulhões que era amigo do

governador ao forte do Cabedelo para oferecer a Paulus de Linge que se

entregasse a custa de dinheiro.

E que após varias reuniões acabou acertando a rendição dos holandeses pela quantia de dezenove mil

florins, todavia no meio das negociações transpirou o segredo e Paulus de Linge para salvaguarda a sua reputação,

mandou pender e enforcar Fernão Rodrigues de Bulhões sob pretexto de ser espião conforme os seus relatos ao

conselho. Enquanto isto sob a contemplacencia do Conselheiro Bullestratem duzentos índios Tapuias que haviam

saído do Rio Grande do Norte sob o comando do holandês Willen Lambertsz invadiram o engenho Santiago Maior de

André Dias de Figueiredo e cometeram uma monstruosa carnificina, enquanto isto no Rio Grande do Norte Jacob

Rabi   e sua escolta de Tapuias repetiram a horrenda chacina de Cunhaú quando mataram friamente setenta homens

que estavam rendidos em Uruaçu.

E devido ao sitio imposto, os holandeses não sairam mais do forte do Cabedelo e Santo Antônio até o final da guerra

que veio determinar o final da ocupação holandesa na Paraíba e que perdurou desde a ocupação da cidade em 27

de Dezembro de 1634 até a libertação em 2 de Setembro de 1645, por ocasião da capitulação da praça ocupada

pelos holandeses o forte do Cabedelo era comandado por Hautjin que aguardava melancolicamente a hora da

rendição para desocupá-lo, e esta hora chegou quando o Coronel Class que vinha foragido da cidade de Recife lhe

bateu a porta com a noticia da rendição geral aos poucos holandeses sitiados no forte do Cabedelo, que

imediatamente zarparam da Paraíba que continuou por mais de um ano sendo governada pela junta de patriota que

a libertou do jugo holandês.

Até que em Julho de 1655 passou o poder ao Sargento mor Antônio Dias Cardoso que

vinha cumprindo as ordens para organizar a capitania para a posse do governador João Fernandes

Vieira.

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RESTAURAÇÃO DA CAPITANIA

A guerra para expulsão dos holandeses deixou a Paraíba em

precária situação econômica com suas fontes de produção estancadas.

Os engenhos pertencentes ao holandeses haviam sido abandonados e os outros estavam operando com

suas capacidades abaixo do normal por falta das atividades agrícolas, e para normalizar a situação o exército de

libertação nacional organizado na Paraíba chamou de volta os senhores de engenho com seus escravos e

agregados que haviam trocado os instrumentos da lavoura pelas armas de guerra em todas as frentes de batalhas

até o final da ocupação holandesa sob o comando de Lopo Curado Garro. E sem uma ajuda substancial por parte do

governo a economia paraibana não tinha condições de se restabelecer a curto prazo e sim a custa de penosos

sacrifícios a longo prazo, em virtude da metrópole não estar em condições de prestar o socorro desejado, devido ter

recaído sobre ela o encargo de satisfazer a indenização de guerra que Portugal se obrigara a pagar a Holanda, que

fora vencida no Brasil e que havia virado suas armas contra Portugal com a ameaça de investir os seus navios que

se encontravam bloqueando o porto de Lisboa, com isto Portugal capitulou e se obrigou a pagar a indenização

solicitada quando partilhou entre as capitanias devastadas a indenização que durante anos arcou com o passivo da

indenização.

E o primeiro governador da Paraíba após a ocupação holandesa foi João Fernandes Vieira que havia sido nomeado

para o governo de Angola , e que enquanto aguardava a vaga para tomar posse, foi convidado para assumir o

governo, cargo este que tomou posse em Agosto de 1655 e que pouco fez pela restauração econômica da Paraíba

dada a notória falta de recursos apenas deu inicio a reconstrução dos engenhos, dos conventos e das casas de

residências e com a ajuda do Frei Manoel dos Mártires e de alguns franciscanos começou a obra de restauração do

convento de Santo Antônio e para buscar uma vingança contra os Tapuias que haviam auxiliado os holandeses,

João Fernandes Vieira despachou uma tropa para combate-los, a qual retornou com quinhentos Potiguares que

haviam fugido para o convívio dos Tapuias após o massacre realizado em 1625 na baia da Tradição

Os quais informaram que os índios Janduis tinham em

seu poder muitos negros a seus serviços.

Que haviam sido tomado de colonos portugueses no tempo da ocupação holandesa, e para recuperá-los o

governador mandou vir a sua presença sob pretexto de paz o filho do rei dos Janduí o índio Canindé, que assim que

chegou foi imediatamente preso, e para sua liberdade o governador exigiu que fosse enviado sessenta negros pelo

chefe Janduí. Não satisfeito com os negros recebidos, o governador prendeu quatro indios os quais remeteu de

presente ao rei de Portugal, e coerentes com seu estilo de vida, João Fernandes Vieira não descuidou dos seus

próprios interesses, pois comprou pelo valor que bem quis os engenhos São Cosme e Damião, São Gabriel e o

Gargan que pertenciam a Ambrósio Fernandes Brandão e que tinham sido confiscados pelos holandeses e vendidos

a Isac Raziere que os abandonou quando da libertação da Paraíba e com a restauração voltaram ao seu primitivo

dono, também comprou os engenhos de Tibiri de Cima e o Tibiri de Baixo e o engenho Santo André e através de um

requerimento solicitou uma sesmaria sobre vastas terras para criar gado no Rio Grande do Norte, que em 9 de Junho

de 1668 lhe foi concedida, e apesar de ser homem riquíssimo, ganancioso e mau pagador, ele foi acusado de ter

mandado retirar do engenho Cunhaú no Rio Grande do Norte para seus engenhos na Paraíba as ferramentas e por

causa deste seu ato, foi aberta uma demanda contra ele promovida por Antônio de Albuquerque Maranhão, e no

governo da Paraiba ele foi sucedido no interinamente por Antônio Dias Cardoso até 1657 quando o Capitão mor

Matias de Albuquerque Maranhão foi nomeado no governo da capitania e que de imediato incrementou a lavoura de

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açúcar que era a única fonte de renda da Paraíba e sob a sua administração o Governador de Pernambuco

Francisco de Brito Freire entendeu de estender a sua jurisdição sobre o território paraibano quando ordenou a

mudança de três companhia de infantaria e para este fato houve tenaz resistência do Capitão mor Matias de

Albuquerque Maranhão e um grande alvoroço do povo que repeliu a intromissão do governo pernambucano.

inconformado com as atitudes tomadas, o Governador de Pernambuco Francisco de Brito Freire pediu ao governador

geral do Brasil que fizesse a Paraíba submeter-se à sua obediência, por seu turno Matias de Albuquerque Maranhão

expôs as razoes de repulsa a tão absurda pretensão do governo de Pernambuco, e devido a todo esse incidente o

governador geral do Brasil deu conta dos acontecimentos ao rei em 9 de Junho de 1661 e através da carta régia de

26 de Janeiro de 1662 o rei liquidou a questão esclarecendo que a capitania da Paraiba sempre havia pertencido a

coroa, independentemente, portanto da capitania de Pernambuco e não cabendo ao seu governador nenhuma

jurisdição sobre a capitania da Paraíba.

E após dez anos da expulsão dos holandeses da Paraíba, foi quando as terras que se prolongavam para o interior

tiveram inicio a sua ocupação pelos colonos de modo pacifico sem lutas com os índios quando povoaram os

chapadões da Borborema na zona dos Cariris velhos que se mostravam favoráveis para criação de gado, que por

este motivo rapidamente fez o desenvolvimento das atividades pecuárias que era menos exaustivas que a de fazer

moer um engenho de açúcar.

Nesta época o sertão paraibano eram habitados pelos índios cariris

em grande numero que ocupavam o interior quase todo do nordeste.

Desde o Paraguaçú na Bahia ao Itapicuru no Maranhão disseminados em numerosas tribos sob a

denominação genérica de Tapuias que compreendiam os grupos Ariús, Bultrins, Camamus, Carcarás, Caratiús,

Carnijós, Coremas, Icós, Jandiús, Jaguaribaras, Paiacus, Panatus, Pegas, Quixolós, Rodelas, Sucurus, Tocarijus,

Tremembes, Xocós além de outros, e no ano de 1657 a frente avançada que partia da faixa litorânea estava ainda

estacionada um pouco além do engenho Itapuá quando o Governador de Pernambuco André Vidal de Negreiros

requereu ao Governador Geral do Brasil Conde de Atouguia uma data de terra situada as margens do rio Paraíba

que seguiam até as vertentes orientais da Borborema, que em 3 de Maio de 1657 lhe foi concedida e exatamente a

testada de sua sesmaria já no planalto da Borborema outras terras foram requeridas pelos moradores da Bahia todos

do tronco da família de Antônio de Oliveira Ledo que no futuro se tornariam uma tradição na Paraíba como

desbravadores do sertão, a sesmaria por eles requerida foi concedida pelo Governador Geral do Brasil Conde de

Óbidos em 20 de Março de 1665.

Então Antônio de Oliveira Ledo fundou no centro da sesmaria o arraial do

Boqueirão de Cabaceiras onde lançou o seu gado que trouxera das ribeiras do rio

São Francisco.

E após observar que os índios da redondeza eram de boa índole tomou alguns deles como guia e seguiu

para Pernambuco onde encontrou o missionário francês Teodoro de Luce para doutriná-los e devido ao sucesso de

seu arraial que foi o ponto de partida para o devassamento do sertão paraibano que teve o seu nome mudado para

Carnoió, mas voltou ao topônimo anterior quando da criação do município, o Governador da Paraíba João do Rego

Barros sentindo a sua autoridade afetada queixou-se ao Governador Geral do Brasil Conde de Óbidos que estava

enfrentando grandes obstáculos, e no decorrer do tempo não foram poucos os que requererão na Bahia sesmarias

em territórios paraibanos conforme os registros nos livros do arquivo da fazenda naquela época, e entre eles os

Oliveiras Ledo que andaram requerendo ao governador geral do Brasil como se não houvesse governo na Paraiba e

por conta disto em 4 de Fevereiro de 1670 obtiveram uma vasta possessão no rio das Espinhas na vertente ocidental

da Borborema e daí os Oliveiras Ledo se espalharam pelos sertões de Piranhas, Painço e do Rio Grande do Norte e

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no ano de 1673 os seus filhos requereram e obtiveram do governador geral do Brasil uma sesmaria no rio Piranhas e

no ano de 1680 Constantino de Oliveira Ledo a frente de um grupo de dezoito colonos requereu uma sesmaria junto

ao rio Buti no sertão de Painço que foi concedido pelo Capitão mor da Paraíba Alexandre de Souza Azevedo e

confirmada pelo governador geral do Brasil, e no ano de 1682Antônio de Oliveira Ledo partiu com uma expedição

que foi organizada a sua custa quando o capitão mor da Paraíba mandou que fizesse uma entrada para vasculhar o

interior da capitania da Paraíba , e por tais serviços, Antônio de Oliveira Ledo foi agraciado com o posto de capitão

de infantaria da ordenança do sertão da Paraíba, cargo este que ocupou por cerca de dez anos nas fronteiras de

Piranhas e Piançó e no ano de 1692 foi sucedido pelo seu sobrinho Constantino de Oliveira Ledo por ordem do

governador geral do Brasil e com sua morte em 1694 o cargo foi ocupado pelo seu irmão Teodósio de Oliveira Ledo.

Outros curraleiros que não pertencia a família Oliveira Ledo também obtiveram sesmarias nos sertões paraibanos,

como Cristovam Fernandes de Oliveira com duas léguas de terras que começavam na testada da sesmaria de André

Vidal de Negreiros em 12 de Maio de 1673, Manoel Fragoso de Albuquerque com dez léguas que começavam na

testada da sesmaria de Antônio de Oliveira Ledo junto as margens do rio Paraíba em 13 de Maio de 1673, Baltazar

Pereira de Matos com doze léguas pela ribeira acima do riacho Carpuaçu em 22 de Setembro de 1678, Antônio

Galhardo com dezoito léguas que começavam na testada da sesmaria de Constantino de Oliveira em 7 de Outubro

de 1677, Domingos Escórcio com cinco léguas pelo rio Guaxemum no sertão das Piranhas que se iniciava na

sesmaria de Manoel Rodrigues Rocha em 22 de Janeiro de 1681, Antônio Gonçalves de Barros com quarenta e oito

léguas no rio Buti que começava na testada da sesmaria de Antônio de Oliveira Ledo em 3 de Outubro de 1681, Luiz

de Souza com quatro léguas nas cabeceiras do rio Guaiananduba em Curimataú que se iniciava na testada da

sesmaria de Gonçalo de Almeida Quaresma em 28 de Fevereiro de 1698 e muitos outros que requererão terras na

Paraíba.

CONQUISTA DO SERTÃO

O seculo XVIII encontrou a Paraíba pacificada, do litoral ao sertão com a

terra povoada e as suas economias voltada para as culturas do algodão, da cana

de açúcar e os seus derivados.

Tudo isto graça as ações desvabradoras dos sertanistas baianos que partiram das ribeiras do rio São

Francisco ao requererem terras para instalações de seus currais nos longínquos campos do Cariri e Painço, os quais

foram seguidos por sesmeiros de outros quadrantes que ocuparam os espaços vazios que acolhia os aventureiros

que chegavam para tentar fortuna sob constante vigilância do governo da capitania para o delineamento de suas

fronteiras.

A economia primaria colonial na Paraíba sempre teve por fundamentos a cana de açúcar da qual era extraido

o açúcar que era a única fonte de renda, pois a cultura do algodão era apenas de subsistência, e a zona de criação

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que ocupava poucos braços para o trabalho se modificou radicalmente com a conquista do sertão onde diminuta ou

quase nula era a escravatura, pois a população indígena já domesticada ajudava o colono sertanejo em suas

atividades onde os costumes eram rígidos, e exercidos por um regime patriarcal onde a palavra do chefe tinha força

de lei. E entre o sertão e o litoral mediava o brejo que era um oásis de fartura o qual se constituía um celeiro do

sertão onde a vida corria ordeira na rotina do trabalho sem guerra contra as tribos indígenas dos quais pretexto não

faltava para o trafego do infeliz gentio quando tomado como presa de guerra, em virtude da legislação vacilante da

metrópole visto que em 1709 Teodosio de Oliveira Ledo tendo a intenção de aprisionar alguns indios aproveitou a

legislação vigente e notificou ao governador da Paraíba João da Maia Gama de uma rixa entre as tribos dos

Coremas e dos Pegas a qual estava colocando em sobressalto os moradores e donos de currais nos sertões de

Piancó e Piranhas,

E em 1710 Teodosio de Oliveira Ledo e o Capitão Luís Soares pediram

autorização ao governador da Paraíba para levar em arrematação na praça os

índios que tinham aprisionado.

E em 1750 todo o território da Paraíba constituía um só município que era o da capital a antiga cidade de

Nossa Senhora das Graças depois Filipeia, Frederica, Paraíba e a atual João Pessoa com a extensão que ia da orla

marítima aos limites com o Ceará cuja jurisdição administrativa era exercida pelo capitão mor que compreendia a civil

e a militar, a judiciaria tinha no ouvidor geral e no corregedor da comarca a suas ações sobre a Paraíba, Rio Grande

do Norte e Itamaracá e nesta época se afloravam numerosos núcleos populacionais do litoral que eram servidos por

dez freguesias a saber: da capital que vinha desde a fundação, de Nossa Senhora dos Anjos de Taipu criada em

1745, a de São José do Paincó criada em 1745, a de Nossa Senhora de Assunção de Alhandra criada em 1749, a de

Nossa Senhora dos Milagres do Cariri de Fora criada em 1750, a de Nossa Senhora do Pilar criada em 1758, a de

Nossa Senhora da Penha de França de Taquara criada em 1758, a de São Miguel da Baia da Tradição criada em

1762, a de Nossa Senhora dos Prazeres do Monte Mor da Preguiça criada em 1762, e a de Nossa Senhora da

Conceição de Campina Grande criada em 1769 e desses núcleos nasceram asvilas de Alhandra em 1758, a de Pilar

em 1758, a de São Miguel da Baia da Tradição criada em 1762 e a de Monte Mor da Preguiça criada em 1762, e a

de Conde criada em 1768.

E entre estas vilas cinco foram criadas por sugestão do Marquês de

Pombal dentro de aldeias indígenas no litoral para integrar os índios com a comunidade

brasileira.

E desta forma foram libertados do cativeiro disfarçado em que viviam monopolizados pelos jesuítas que

desta forma perderam a jurisdição temporal que tinham em todo o Brasil sobre os índios, que passaram a ser

governados pelos principais chefes de suas aldeias sob a supervisão do governo da capitania, infelizmente o índio

brasileiro não estava preparado para receber o régio presente e o resultado foi a marginalização da sociedade em

formação, e no sertão foram criada a vila de Pombal em 4 de Maio de 1772, a de vila Nova de Pombal em 1790, a de

vila Nova da Rainha em 1800, a de vila do Souza em 1800 e a vila Real de São João dos Cariri Velhos em 1800 e as

ribeiras até 1774 eram as de Painço, Piranhas, Espinhas, Sabugi, Rio dos Peixes e Patu.

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PERDA E RECONQUISTA DA INDEPENDÊNCIAPor longos anos viveu a Paraíba exportando o açúcar, algodão,

couro curtido, fumo de rolo e até as boiadas que desciam do sertão para o

porto de Recife.

Com isto no porto da Paraíba escasseavam os navios e os poucos que chagavam não encontravam carga,

porque os atravessadores desviavam as mercadorias para o comércio de Pernambuco pois para o produtor tanto

fazia pagar o imposto na alfândega da Paraíba como na de Pernambuco pois o que importava era conseguir melhor

preço para os produtos, e para isto o governador geral do Brasil proibiu ao produtor paraibano de desviar o seu

produto para a praça de Recife quando houvesse navio no porto da Paraíba e para disciplinar as relações comerciais

entre as duas capitanias o reino de Portugal criou a Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba em Lisboa no ano

de 1759 por sugestão doMarquês de Pombal que via a prosperidade que acarretava para seus países as

Companhias de Comércio da Holanda, da Inglaterra e da França e por isto inspirou-se na criação da companhia, a

qual dispunha de uma frota de navios para carregamento dos produtos que só ela podia comprar e vender na área

de sua exclusiva dominação que com isto eliminou o intermediário nas operações de compra e venda, com isto as

mercadorias tanto de importação como de exportação passaram a ser tabeladas pela metrópole, em pouco tempo a

ação da empresa monopolista na Paraíba acabou arruinando a capitania.

Pois os engenhos se viram sem safra, o comércio ficou

depauperado, o povo sem expectativa de dias melhores.

E a única fonte de renda da capitania para fazer face aos encargos da administração era a arrecadação do

imposto do dizimo que inexplicavelmente em 1753 passou a ser arrematada em Pernambuco e ser utilizada em seu

proveito, e diante dos fatos o governador da Paraíba em 1754 representou ao rei de Portugal por intermédio do

Conselho Ultramarino reclamando a devolução da arrematação do dizimo real, o que foi prontamente acatada pelo

conselho que de imediato ordenou ao governador de Pernambuco que remetesse ao governo da Paraíba o valor

reclamado. Todavia o governador de Pernambuco respondeu que estava ciente da determinação, porém na

oportunidade não tinha meios para efetuar o pagamento ao governo da Paraíba em virtude do valor arrecadado ter

sido consumido pelo provedor da fazenda, porém a verdade dos fatos era levar a capitania da Paraíba à exaustão

para poder anexá-la ao seu território, e devido as pressões econômicas a Paraíba acabou sendo anexada a capitania

de Pernambuco em razão da precariedade de suas rendas conforme as propostas do Conselho Ultramarino que

foram aprovadas pelo rei Dom José, com isto a Paraíba ficou anexada a Pernambuco.

E ao findar o século XVIII Fernando Delgado Freire de Castilho veio governar a Paraíba e para isto em 1798 ao

tomar posse encontrou a capitania em um estado de estagnação geral, com suas fontes de renda esgotadas com

engenhos desprovidos de safra e escravos, com aparelhamentos fabris estragados, produtos agrícolas sem preço no

mercado, comércio inexistente e com os negociantes se passando por meros agentes do comércio de Recife e o

povo totalmente oprimido. E devido a subordinação ao governo de Pernambuco, o capitão mor nada podia fazer sem

a previa autorização da junta da fazenda de Pernambuco, da qual era difícil de obter qualquer tipo de ajuda, pois

tudo servia de pretexto para sustentar a subordinação da capitania da Paraíba a de Pernambuco da qual não recebia

qualquer tipo de beneficio, e entre as muitas missões que trazia para ser resolvida a mais importante era a de

examinar a possibilidade de libertar a Paraíba da suberania de Pernambuco e para isto deu ciência ao governo de

Portugal de todas as calamidades que a capitania vinha sofrendo, e mostrou que a Paraíba submergia na inércia por

força da subordinação exercida por Pernambuco e para salvá-la da inanição ele sugeriu a reconquista de sua

independência, pois a desanexação, não somente levantaria as forças econômicas como acarretaria um aumento

para a renda real.

E com base nas informações prestada pelo Capitão mor Fernando Delgado de Castilho a

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Rainha Dona Maria I baixou a carta regia de 17 de Janeiro de 1799.

Na qual declarou a Paraíba liberta da subordinação do governo de Pernambuco após quarenta e três anos

que perdurou no periodo de 1756 a 1799, assim sendo a Paraíba estava livre da tutela pernambucana, mas ainda

sem independência econômica e para isto o governador procurou incentivar a agricultura para o plantio da cana de

açúcar e aconselhou o aproveitamento do bagaço da cana como combustível nas fornalhas dos engenhos, organizou

a secretaria do governo, disciplinou os regimentos da milícia, criou as capitanias mores de ordenanças da vila Real

de São João do Cariris Velhos e da vila Nova do Souza e para insuflar a vida do comércio reuniu as safras de todos

os engenhos para exportá-la pelos navios que a seu pedido chegariam do reino, todavia o seu esforço em nada

adiantou, somente a partir de 1814 quando o inglês Mac Klakan que dispunha de bastante recursos se estabeleceu

na Paraíba com a finalidade de competir com os comerciantes pernambucanos quando mandava vir navios ingleses

que subiam o rio Paraíba e atracavam em um trapiche localizado no canal do Sanhauá para escoar a safra, não só

de açúcar como de algodão, couro, fumo, madeiras etc.

DE 1808 ATÉ A REPÚBLICACom a chegada da família real portuguesa no Brasil, entrava em decomposição o sistema colonial no Brasil

em virtude das transformações exercidas na colônia tanto na administração, como nas novas idéias implantadas,

assim como na abertura dos portos ao comércio das nações estrangeiras, a elevação da colônia à categoria de reino

com a criação da impressão régia, e a revogação das leis que proibiam as atividades industriais no Brasil.

E a par com estas conquistas, surgiram varias lojas maçônicas que consistiram nos

primeiros sintomas da formação de uma consciência nacional.

Sendo o Areópagos fundado pelo naturalista paraibano Manoel de Arruda da Câmara no ano de 1799 em

Itambé com a finalidade de estudar as ideologias da revolução francesa contra o absolutismo monárquico de

Portugal e preparou adeptos para o sistema republicano essencialmente democrático com noção da dignidade do

homem sem diferenciação de raça, que entre eles faziam parte André Dias de Figueiredo, do Padre João Ribeiro

Pessoa, Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque Montenegro, José Pereira Tinoca e outras figuras de

destaque da Paraíba e Pernambuco que cogitavam na criação de uma republica sob a proteção de Napoleão

Bonarparte na qual os irmãos Suassuna foram os mais comprometidos na conjura, e logo após o plano ser

descoberto foi aberto uma devassa na qual não se apurou nada de positivo, e os acusados sendo libertados, porém

a idéia de independência continuou bailando no ar quando cresceu e se propagou através das lojas maçônicas que

funcionavam com o rótulo de academia.

Que estavam a serviço da democracia através da Academia do

Paraíso fundada em Recife pelo Padre João Ribeiro.

A Academia do Cabo fundada por Francisco Paes Barreto Morgado do Cabo que funcionava no Recife e

também nesta mesma cidade funcionavam a Pernambuco do Oriente fundada por Cruz Cabugá e a do Oriente

fundada por Domingos José Martins, e a Academia Suassuna, além destas academias também haviam em Iguaraçu

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uma oficina que foi fundada pelo Capitão Francisco Xavier de Morais Cavalcanti, nesta época não funcionava

nenhuma academia na Paraíba, porém pessoas como Amaro Gomes Coutinho, Estevan José Carneiro da Cunha,

Joaquim Manoel Carneiro da Cunha, Joaquim Batista Avundano, Francisco Xavier Monteiro da França, André Dias

de Figueiredo e outros mais que já estavam iniciado nos mistérios da maçonaria.

E no ano de 1800 o bispo Azeredo Coutinho que era um homem culto, viajado e integrado no espirito da época,

muito embora não participasse das idéias revolucionarias, fundou o Seminário de Olinda que concorreu em muito

para a propagação da idéias republicana no nordeste brasileiro em virtude dos padres estarem bem informados a

respeito da revolução francesa e por se colocarem em posição contraria com o poder absoluto do monarca e com

isto acabaram-se se tornando os arautos da idéias que só admitiam independência com republica, E a par disso,

crescia a animosidade entre brasileiros e portugueses que acabou irrompendo o sentimento nativista que foi a

primeira manifestação de nacionalismo e que deu aos brasileiro a consciência de pátria que naquela época não

existia. E devido aos ânimos acirrados em 6 de Março de 1817 ocorreu a prisão de alguns militantes maçons quando

o brigadeiro Manoel Joaquim Barbosa que era odiado por sua prepotência e superioridade portuguesa mandou

chamar ao quartel para que fossem preso todos os oficiais brasileiros suspeitos de serem conspiradores.

Todavia José de Barros Lima - O Leão Coroado não suportou os

achincalhes acabou puxando a sua espada e investiu contra o Brigadeiro

Manoel Joaquim Barbosa com um certeiro golpe que o levou a morte.

E como conseqüência a cidade de Recife foi tomada de inteira desordem quando o Governador Caetano

Pinto que havia se refugiado ma fortaleza do Brum foi obrigado a renunciar e alguns oficiais foram mortos após

esboçarem alguma reação, desta forma estava vitorioso o movimento revolucionário que rebentou inopino, sem data

marcada, sem plano de ação e sem articulação com as capitanias vizinhas, porém compensado pelo contágio

ideológico dos chefes locais para exercerem de forma maravilhosa a organização e a propaganda do plano

revolucionário quando implantou de pronto uma república com bases democráticas, e no momento em que

organizavam o governo, os pernambucanos enviaram alguns emissários para explicar o sentido da revolução e pedir

adesão do movimento ao triunvirato que administrava a Paraíba em virtude da morte do Governador Antônio

Caetano Pereira.

Itabaiana foi o primeiro lugar da Paraíba a aderir à revolução,

quando o Capitão João Batista do Rego Cavalcante levantou a

bandeira revolucionaria.

E partiu junto com Manoel Clemente Cavalcanti para Pilar comandando um terço armado para plantar a

bandeira da liberdade e se juntar as tropas de André Dias de Figueiredo e de Inácio Leopoldo de Albuquerque

Maranhão e partiu com destino a capital onde a administração da Paraíba era exercida interinamente por um

triunvirato composto pelo Ouvidor Geral André Alves Pereira Ribeiro Cirne, pelo Coronel Francisco José da Silveira e

do Vereador Manoel José Ribeiro de Almeida que ao tomarem conhecimento dos primeiros rumores dos fatos

ocorridos na cidade de Recife, imediatamente colocaram os quartéis de prontidão e confiaram a ordem publica ao

Coronel de Milícia Amaro Gomes Coutinho e ao Comandante da Tropa de Linha Estevam José Carneiro da Cunha, e

na madrugada do dia 13 ao tomar conhecimento da aproximação das forças revolucionarias vinda do interior da

capitania, o Ouvidor Geral André Pereira Cirne que era o presidente da junta governativa, imediatamente fugiu da

capital para Mamanguape de onde seguiu para o sertão disfarçado de vaqueiro e pela manhã quando os outros

membros da junta chegaram ao palácio do governo, foram surpreendido com a fuga do presidente e por conta dista e

sem medirem as conseqüências, de imediato entregaram o governo aos chefes militares Amaro Gomes Coutinho e

Estevam José Carneiro da Cunha que também participavam das mesmas idéias democráticas e estavam dispostos a

proclamarem a república na Paraíba, por este motivo quando da chegada das forças revolucionarias avinda do

interior em 15 de Março.

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As mesmas foram recebidas festivamente pelos chefes

militares.

Que proclamaram a república e elegeram no palácio do governo uma junta composta pelo Padre Antônio

Pereira de Albuquerque Melo, Inácio Leopoldo de Albuquerque Maranhão, Francisco Xavier Monteiro de França e

Francisco José da Silveira que aboliram as insígnias reais a fim de apagar a lembrança do absolutismo monárquico

quando extinguiram os cargos de ouvidor geral e juiz de fora, anistiaram todos aqueles que haviam sido condenados

pelo ex-Ouvidor Geral André Alves Pereira Ribeiro Cirne, acabaram com o imposto da carne, proibiram a criação de

gado solto nas terras de cultura, prescreveram concessões para novas sesmarias, regulamentaram a administração

dos índios e adotaram a bandeira da república da Paraíba.

Os revolucionários paraibanos que se denominaram como patriotas imediatamente enviaram ao Rio Grande do Norte

uma expedição militar sob o comando de José Peregrino de Carvalho, com a missão de propagar a causa da

república, que já estava proclamada em terras potiguar pelo patriota André de Albuquerque Maranhão senhor de

Cunhaú com pouca aceitação pelo povo, e por conta disto José Peregrino permaneceu alguns dias no Rio Grande do

Norte para ajudar a André de Albuquerque Maranhão na sua sustentação a frente do governo, porém no final do mês

de Abril José Peregrino foi chamado de volta a Paraíba, e a república potiguar acabou se desmoronando em virtude

do assassinato do patriota André de Albuquerque Maranhão dentro do palácio do governo.

No retorno de José Peregrino de Carvalho a Paraíba ele encontrou a república bastante enfraquecida em seus

movimentos em face do bloqueio praticado em todas as partes pelas forças legais que acarretavam um desânimo

nas hostes republicanas da Paraíba, e por conta disto João Alves Sanches Massa e Matias da Gama Cabral

marcharam contra as forças rebeldes do Coronel Amaro Gomes Coutinho para um confronto que se realizou no dia 5

de Maio em Tibiri que levou as forças republicanas a baixar as armas com a capitulação de Amaro Gomes Coutinho

no dia 6 no improvisado quartel armado no Convento de São Bento quando jurou obediência e vassalagem ao Rei

Dom VI, e que com isto a Paraíba foi restaurada, e para compor o governo em caráter provisório foi chamado os

legalistas Gregário José da Silva Coutinho, o Capitão João Soares Neiva e o Vereador Manoel José Ribeiro de

Almeida que ficaram em plena liberdade para atuarem conforme os termos da capitulação e por conta disto no

periodo do dia 6 a 13 de Maio ninguém foi punido ou molestado.

Porém a partir do dia 14 todos os chefes civis e militares foram presos e no dia 17 fez se o

seqüestro de seus bens quando foram acusados de alta traição contra o Rei Dom João VI.

A exceção de José Carneiro da Cunha que era o líder da revolução e que era o líder da revolução e que

escapou de ser preso por estar escondido no seu engenho Tibiri nas proximidades de Santa Rita, pois quando

procurado por agentes da legalidade se encontrava metido num buraco que fora cavado na choupana de uma

escrava de estimação onde permaneceu até que cessou as buscas e seguiu para a cidade do Recife onde se

escondeu na casa de um amigo e embarcou para a Inglaterra junto com José da Cruz Gouveia que chegou da

Paraíba por outros caminhos.

Com o restabelecimento do legalismo, foi instalado na cidade do Recife uma comissão militar que ficou encarregada

de apurar a responsabilidade dos implicados na revolução de 1817, comissão esta que praticou as mais variadas

injustiças ao exercer todo tipo de vingança em nome do poder legal, pois as vitimas foram sumariamente

condenadas e a primeira a ser executada foi o Tenente Antônio Henrique que comandava a fortaleza de cinco pontas

no Recife, e que ao caminhar para o patíbulo onde foi degredado seguiu resoluto e soltou alguns impropérios contra

ao absolutismo monárquico até ser empurrado pelo carrasco e a seguir no dia 10 de Maio foram enforcados os

Capitães Domingos Teotônio Jorge e José de Barros Lima o Leão Dourado que do alto da forca vociferaram contra a

vingança legal e no dia 21 de Maio foram enforcados os patriotas paraibanos José Peregrino de Carvalho, Amaro

Gomes Coutinho e Francisco José da Silveira e no dia 6 de Setembro subiram ao patíbulo os seus companheiros de

infortúnio os Padres Antônio Pereira de Albuquerque e Inácio de Albuquerque Maranhão.

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O capitão de milícia Francisco Xavier Monteiro de França era um homem

esclarecido, que em sua casa reunia os patriotas antes da revolução. 

E que fez parte da junta que governou a Paraíba na república de 1817, e ao tomar conhecimento da

conspiração que sufocou as tropas comandadas por Amaro Gomes Coutinho na batalha travada nas margens do rio

Tibiri, se manifestou no sentido de que as tropas revolucionarias deveriam se render debaixo do titulo de capitulação

para evitar uma efusão inútil de sangue e por ser um dos lideres da insurreição acabou preso e condenado a morte,

porém a sentença que o condenou teve efeito suspensivo por força de um recurso quando Francisco Xavier Monteiro

de França declarou que foi levado contra a sua vontade a fazer parte da revolução e por conta disto a comissão

militar interpôs para ao soberano que através da carta régia de 28 de Novembro concedeu perdão da pena de morte

para o réu e o remeteu aos cárceres da Bahia de onde foi libertado em 2 de Março de 1821 por força do perdão

geral.

Através da carta régia de 6 de Agosto foi criada uma alçada que substituiu a comissão militar em 13 de Outubro

quando se instalou sob a presidência do Desembargador Bernardo Teixeira Coutinho Alvares de Carvalho que

pertencia a relação da Bahia e de formação granítica que sabia prender mas não sabia soltar e por conta disto

Manoel da Fonseca Galvão que havia levantado a bandeira da liberdade em Mamanguape cuja guarda foi confiada

ao Vigário Veríssimo Machado Coelho que hospedara a tropa de Peregrino de Carvalho em seu regresso do Rio

Grande do Norte acabou sendo preso quando o Capitão mor Sebastião Nobre de Almeida hasteou o estandarte real

como triunfo da legalidade e na oportunidade alguns moradores do lugar deixaram de comparecer ao ato da

restauração e por conta disto acabaram sendo presos e remetidos para os calabouços da Bahia junto ao vigário, em

Vila Nova da Rainha o vigário da freguesia Virginio Rodrigues Campelo foi preso, processado e enviado aos cárceres

da Bahia por ter feito propaganda da revolução para os seus paroquianos no Brejo da Areia quando da contra

revolução Antônio José Gomes Loureiro e o Frei João de Santa Teresa que faziam parte do governo estabelecido

para restabelecer a ordem do lugar e que haviam se arrependido de terem tomado parte na república instalada na

Paraíba e que recriminavam-se reciprocamente, acabaram sendo presos quando acompanhavam alguns prisioneiros

que eram remetidos para a capital sob a acusação de cometerem desmandos durante a jornada e um outro fato

relevante se deu quando Antônio Tomaz Duarte ao chegar em Brejo de Areia foi imediatamente peso e remetido para

a capital fortemente escoltado, no entanto misteriosamente acabou fugindo junto com os soldados que o conduziam.

Em Vila do Pombal o Vigário José Ferreira Nobre e seu irmão Antônio José Nobre implantaram a revolução instruído

pelo Frei Miguelito e por João Ribeiro quando estavam no seminário de Olinda, e ao organizarem um corpo de tropa

e marcharam para a cidade de Souza ao encontro do Padre Luís José Correia de Sá que era considerado como um

homem forte do sertão

E que estava em companhia de seu filho o Sargento mor Francisco

Antônio Correia de Sá que comandava um exército fortemente armado para

invadirem o Ceará.

Na intenção de derrubar o governo tirano de Manoel Inácio Sampaio e proclamarem a república da liberdade,

todavia ao chegarem em São João do Rio do Peixe foi surpreendido com a noticia de que havia caído a república na

Paraíba e em Pernambuco, e por conta disto imediatamente dissolveu o seu exército e ainda de armas nas mãos

passou para a legalidade exatamente quando o Ouvidor Geral André Alves Cirne abandonava o seu esconderijo em

Painço e marchava em direção a capital acompanhado de um exército fortemente armado e que ao chegarem na

Paraíba em 9 de Junho destituiu o triunvirato que a governa e constituiu um outro que junto a ele ficou formado por

Matias da Gama Cabral e Manoel José Ribeiro de Almeida que foi dissolvido três dias após em virtude da posse do

novo Governador Tomaz de Souza Mafra que era um homem demasiadamente tímido e por isto viveu grande parte

de seu governo assustado com o fantasma de outra revolução e para que isto não acontecesse ordenou que o

ouvidor geral que deixou fama de desonesto em virtude da distriçao da justiça por ele aplicada, que abrisse uma

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devassa contra os suspeitos de terem participado da república paraibana, e por conta da recomendação do

Presidente da Alçada Bernardo Teixeira para que dessem preferencia para as testemunhas portuguesas, as quais

acabaram acusando e prestando falsos testemunhos por meras suspeição e por conta disto a cadeia da Paraíba e a

fortaleza do Cabedelo se encheram de muitos inocentes, como no caso de Manoel Lobo de Miranda Henriques que

não teve nenhuma participação ativa, porém por ser genro de Francisco José da Silveira que era membro da junta

revolucionaria acabou sendo preso e remetido para a Bahia, entretanto muitos revolucionários a não prestaram conta

a justiça em virtude das extorsões praticadas pelo ouvidor geral como no caso do Sargento mor Antônio Galdino

Alves da Silva que comandou a tropa rebelde na marcha de Pilar sobre à Paraíba em 13 de Março e que nada sofreu

pois nenhum processo foi aberto contra ele por ser filho do Coronel João Alves Sanches Massa que era amigo intimo

do ouvidor geral, e um outro que nada sofreu foi o Capitão Manoel Alves da Costa Lima que comandou uma

companhia de ordenança na marcha de Pilar à Paraíba e que era genro do Coronel João Alves Sanches Massa, e

num outro caso o governador do Ceará Manoel Inácio Sampaio organizou um exército sob o comando do Coronel

Alexandre José Leite Chaves para vasculhar os sertões da Paraíba, onde capturou diversos elementos

comprometidos com o movimento, e entre eles estava o Padre Luís José Correia de Sá e o seu filho Francisco

Antônio Correia de Sá os quais o Ouvidor Geral André Alves Cirne os acolheu em Souza e os excluíram da devassa

por entender que estavam inocentes das acusações recebidas e os fizeram regressar a capital, e pela carta régia de

6 de Fevereiro de 1812 a devassa foi encerrada e os presos que não fossem lideres da revolução deveriam ser

postos em liberdade, todavia o Presidente da Alçada Bernardo Teixeira interpretou que todos os presos eram lideres

do movimento, e por este motivo nenhum preso foi solto, e por conta disto o Governador de Pernambuco Luís do

Rego através de uma carta enviada ao Ministro Tomaz Antônio Vila Nova Portugal pediu clemência para todos os

envolvidos na devassa e relatou como agia o presidente da alçada contra os que apesar da esmagadora opressão

faziam continuar viva a idéia de independência com democracia nas grades das prisões que serviram de lenitivo para

as pregações cívicas. 

E bem antes do grito de independência em 11 de Junho de 1822 a junta de governo da Paraíba através de um oficio

enviado a José Bonifácio deu adesão ao Príncipe Dom Pedro I e pleitearam por parte dele que as prerrogativas de

igualdade que a constituição jurada assegurava as comunidades luso-brasileiras

E de posse deste oficio José Bonifácio de Andrada e Silva exaltou a Paraíba em

discurso realizado perante ao Príncipe Dom Pedro I quando exaltou ao povo paraibano

como sendo formado de homens bons e generosos que não haviam esmorecidos a

independência do povo nordestino cujos ideais palpitavam nos corações paraibanos,

sobretudo naqueles que purgavam suas penas nos cárceres da Bahia e por conta disto

deveriam contar com a proteção da alteza real sem terem a necessidade de atravessar o

oceano para mendigar a proteção dos seus direitos.

O absolutismo monárquico contra o qual os nordestinos se levantaram na revolução de 1817 e que os

portugueses não consentiram que fosse empregado no Brasil, acabou-se realizando na revolução do Porto quando

forçaram que o Rei Dom João VI jurasse as bases de uma constituição que os deputados das cortes portuguesas

iriam ainda aprovar e cujas bases o rei ficaria amputado dos poderes absoluto por ele exercido, e por conta disto em

26 de Fevereiro de 1821 Dom João VI jurou a constituição no Rio de Janeiro e no dia 10 de Junho ela foi jurada pela

câmara da Paraíba onde os régulos do soberano poder que tão enfurecidos se mostraram contra os patriotas,

estavam agora desencantados com o rei por ter jurado e mandado jurar a constituição e por conta disto João Alves

Sanches Massa e Matias da Gama Cabral impugnaram a constituição jurada por considerarem obra de libertinos, e

por conta disto foram afastados do poder em virtude da nova câmara que se implantava na Paraíba, e a partir deste

momento tomaram como pretexto que o Rei Dom João VI estaria sendo coagido quando jurou a constituição

E nesse pressuposto sairam em defesa do rei com um

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bando armado a cometerem violências pelo interior.

e nesse pressuposto sairam em defesa do rei com um bando armado a cometerem violências pelo interior,

quando depredaram e saquearam Pilar, Itabaiana, Guarabira, Alagoas Grande até serem contidos e desbaratados ao

penetrarem na Vila Real do Brejo de Areia quando foram presos e mandados para as prisões da cidade do Recife e o

governador da Paraíba solicitando através de um oficio enviado a José Bonifácio de Andrada e Silva que baixasse

uma ordem proibindo o regresso dos mesmos a Paraíba. Com o decreto das cortes de 29 de Setembro de 1821 que

determinava que fosse realizada as eleições de uma junta governativa para cada província e que na Paraíba a

mesma se realizou em 25 de Outubro quando foram escolhido para presidente o português João de Araújo que em

18 de Julho de 1822 renunciou o seu cargo e como seu substituto foi nomeado o Padre Galdino da Costa Vilar e no

dia 29 de Setembro a câmara da Paraíba realizou as eleições para deputados a assembléia constituinte do Rio de

Janeiro, e no dia 8 de Outubro declarava-se desligada da metrópole portuguesa e em 28 de Novembro proclamavam

Dom Pedro I como Imperador do Brasil e entre os dias 16 a 24 de Dezembro festejou-se na Paraíba a aclamação do

imperador, e o governador que nesta época além de assegurar a ordem interna na Paraíba, enviou uma força militar

para Bahia com a finalidade de ajudar na expulsão dos portugueses que se opunham a independência do Brasil sob

o comando do General Madeira, e um outro contingente foi enviado ao Ceará para reforçar as forças de José Pereira

Filguera que lutava contra as forças portuguesas de João da Cunha Fidié que acabou sendo vencido em uma

batalha que foi travada no Piauí, e no dia 3 de Fevereiro de 1823 uma nova junta governativa foi eleita sob a

presidência de Estevan José Carneiro da Cunha que de imediato se viu envolvido nos tumultos

Em que o Tenente José da Fonseca Galvão que se encontrava aquartelado no

Convento de Santo Antônio promoveu um grande tumulto em 10 de Setembro ao feriu

com um golpe de espada o Tenente coronel Trajano Antônio Gonçalves de Medeiros

comandante do batalhão de linha.

Com intento de fugir para restabelecer na Paraíba os laços do colonialismo e em conseqüência desse

distúrbios acabaram sendo presos muitos portugueses na Paraíba e remetidos para a ilha de Fernando de Noronha. 

A REPÚBLICA

Quando da fundação do partido republicano no Rio de Janeiro em

1870, entre os seus fundadores contava com os paraibanos Aristides Lobo

e Manoel Marques da Silva Acauã.

Que foram os signatários do manifesto de 3 de Dezembro, e devido as atividades do partido que eram

restritas ao eixo Rio de Janeiro e São Paulo, as propagandas do partido não chegaram a Paraíba em virtude da

inexistência da imprensa republicana, e ao raiar a proclamação da república em 1889 a Gazeta da Paraíba que era

um órgão monarquista de Eugênio Toscano de Brito cedeu uma de suas colunas para a propaganda republicana e

no interior da Paraíba a cidade de Areia o jornal A Verdade e em Campina Grande a Gazeta do Sertão as vezes

davam um vagido em prol da república. E quando o Conde D'Eu esteve na Paraíba na missão de dissipar os

vestígios as propagandas republicanas e para combatê-lo Albino Meira se deslocou da cidade do Recife para fazer

conferencias pela república no Teatro Santa Cruz na capital paraibana e neste mesmo ano realizou-se a última

eleição do regime monárquico quando Albino Meira candidatou-se pelo partido republicano e obteve uma

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inexprecivel votação de vinte e quatro votos.

E quando da proclamação da república em 15 de Novembro de 1889

a noticia desse acontecimento histórico chegou a Paraíba no mesmo dia

E foi acolhida com indiferença, com incredulidade e nem despertou a curiosidade publica, nem causou

nenhuma alteração na ordem social e administrativa na província e no dia seguinte a Gazeta Paraibana jornal que

pertencia a Eugênio Toscano de Brito em editorial sereno e frio divulgou a noticia dos acontecimentos da véspera a

qual foi recebida pelo povo com indiferença, enquanto o Presidente da província Francisco Luís da Gama Rosa pedia

garantia de vida ao Coronel Honorato Caldas que era o comandante do batalhão de infantaria por temer cair nas

mãos de seus adversários políticos sobre os quais ele havia exercido forte pressão na última eleição em proveito do

partido liberal, e no decorrer dos acontecimentos no dia 17 chegou à Paraíba a noticia de que a família imperial

embarcara para o exílio a bordo do vapor Alagoas, e por conta disto Eugênio Toscano de Brito convocou os homens

de evidencia na Paraíba para uma reunião na redação da Gazeta da Paraíba onde após algumas trocas de idéias

todos marcharam para a câmara municipal, a fim de organizarem um novo governo onde foi aclamada a seguinte

junta governativa composta pelo Coronel Honorato Caldas, Tenente Artur José Reis Lisboa, Barão de Abiai, Doutor

Lima Filho e o Doutor Eugênio Toscano de Brito que foi anulada em virtude da ambição do Coronel Honorato Caldas

que não queria uma junta constituída de civil assumindo o governo da Paraíba, e por isto no dia 18 de Novembro

com a colaboração de alguns próceres paraibanos ele organizou uma outra junta governativa que foi composta do

Coronel Honorato Caldas, pelos Capitães João Claudino de Oliveira Cruz e Manuel de Alcântara Canceiro e pelos

Tenentes Artur José de Reis Lisboa, Antônio da Cruz Cordeiro, Manoel Carlos Gouveia e Tomaz de Aquino Mindelo

e que foi proclamada de uma das janelas do quartel pelo Doutor Antônio Massa e de imediato dirigiram-se ao palácio

do governo e assumiram o poder no dia 18 de Novembro em nome do povo, do exército, e da armada enquanto

Francisco Luís Gama da Rosa deixava o placio e se dirigiu ao porto do Cabedelo onde embarcou para o Rio de

Janeiro.

A primeira noticia que circulou vinda do Rio de Janeiro foi a nomeação de Albino

Meira para governador da Paraíba, porém os Marechais Almeida Braga e Tude Neiva

conseguiram de Deodoro da Fonseca presidente da republica torna-la sem efeito.

E como seu substituto foi nomeado Venancio Neiva que acabou irritando o Coronel Honorato Caldas que

queria continuar no governo e por este motivo promoveu um comício em praça publica no dia 1 de Dezembro no qual

pretendia ser aclamado governador da Paraíba, todavia com a chegada do chefe de policia Pedro Velho do Rego

Melo o ajuntamento popular se dissolveu e ao anoitecer do mesmo dia tentou-se a aclamação do Coronel Honorato

Caldas para o governo da Paraíba no Teatro Santa Rosa com a colaboração de alguns catetes que o proclamariam,

todavia devido a confusão reinante o Coronel Caldas partiu para o quartel decidido a dar ali um brado de armas a fim

de se impor pela força, porém chegando ao quartel acabou sendo preso.

Em virtude de uma ordem expedida pelo Ministro da Guerra Benjamim Constant

ao Major João Domingos Ramos para assumir o comando do batalhão de infantaria no

lugar do Coronel Caldas do qual era desafeto.

E por ordem do Ministro da Guerra Benjamim Constant, o Capitão João Claudino de Oliveira Cruz assumiu o

governo da Paraíba onde permaneceu até o dia 6 de Dezembro quando chegou de Catolé do Rocha para investir-se

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no cargo o Doutor Venâncio Neiva que politicamente harmonizou a família paraibana desavinda em dois partidos

desde o império e durante o seu governo foram eleitos três senadores e cinco deputados para a primeira constituinte

nacional e com a promulgação da constituição de 24 de Fevereiro de 1891 cabia ao estado organizar-se

politicamente e para isto foi convocada uma assembléia constituinte que foi composta de trinta deputados que se

reuniu a 25 de Junho e que deu a Paraíba a constituição de 5 de Agosto de 1891 que para feitura da carta contou

com sete projetos elaborados pelos paraibanos mais ilustre, e na continuidade de seus trabalhos a assembléia

elegeu o governador e o vice-governador da Paraíba. Venâncio Neiva que já vinha no exercício da administração

como delegado do governo central foi escolhido pela assembléia para o governo da Paraíba para o quatriênio de

1891 a 1894 que sob o ponto de vista de realização foi praticamente nulo em virtude do pouco recurso disponível,

porém politicamente harmonizou a família paraibana, e no dia 3 de Novembro de 1891 com a dissolução do

congresso nacional por Deodoro da Fonseca que trouxe como conseqüência a sua renuncia.

E para o exercer o mandado presidencial foi empossado o Vice

presidente Floriano Peixoto

Na Paraíba Venâncio Neiva foi deposto em 27 de Dezembro quando foi investido no poder uma junta

governativa que foi composta do Coronel Cláudio Saveget, Eugênio Toscano de Brito e Joaquim Fernandes de

Carvalho que carecia de experiência para sustentar-se no poder, pois dissolveu a assembléia legislativa e declarou

sem efeito a constituição de 5 de Agosto e convocou uma nova assembléia constituinte para dar ao estado outra

constituição. E devido a confusão reinante pelo interior da Paraíba em virtude da deposição das intendências

municipais de Areia, Alagoas Grande e Alagoas Nova, e devido aos acontecimentos os paraibanos residentes no Rio

de Janeiro descruzaram os braços e solicitaram uma solução urgente para a Paraíba quando Abdon Milanez e

Coelho Lisboa se avistaram com Floriano Peixoto que escolheu Álvaro Lopes Machado para assumir o governo da

Paraíba e que por aclamação da junta assumiu o governo em 18 de Fevereiro de 1892 tendo como Vice presidente o

Monsenhor Valfredo Leal para o quatriênio de 1892 a 1896, e de imediato convocou uma nova assembléia

constituinte que instalada em 1 de Julho promulgou em 30 de Julho de 1892 uma nova constituição para a Paraíba, e

no seu governo Álvaro Machado colocou em dia o pagamento dos funcionários, aumentou o efetivo da força publica,

instalou o tribunal de justiça da Paraíba, construiu açudes publico em diversas localidades, abriu estradas, criou a

diretoria de obras publica, a junta comercial, a imprensa oficial do estado, com o jornal A União e reduziu a divida

passiva do estado que vinha dos tempos imperiais, e sob o ponto de vista político fundou o partido republicano na

Paraíba, e atraiu os nomes mais tradicionais das antigas parcialidade do império, e os municípios que eram

administrados pela intendência municipal, Álvaro Machado também criou os cargos de prefeito e subprefeito para

cada municipalidade de livre nomeação do presidente e no dia 28 de Julho de 1896 renunciou o seu mandado para

eleger-se senador, e o Monsenhor Valfredo Leal assumiu o exercício da presidência da Paraíba até 22 de Outubro

de 1896 quando foi sucedido por Gama e Melo que sofreu grande aperto financeiro dos quais o governo federal se

mostrou indiferente aos pedidos de auxilio.

E no exato momento em que os venancistas curtiam um duro ostracismo Epitácio

Pessoa foi chamado a ocupar a pasta da justiça no governo de Campos Sales.

Com isto acabaram se reanimaram para a luta na disputa pela sucessão de Gama e Melo, no exato instante

em que o partido republicano comandado por Álvaro Machado apresentou o Desembargador José Peregrino de

Araújo para presidente do estado, e que em oposição a essa candidatura os venancistas lançaram João Tavares

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senhor do engenho Geraldo em Alagoas Nova e com o decorrer do tempo a violência e o vicio no pleito eleitoral se

desencadearam com encontros armados entre as duas corporações militantes que tinha no partido republicano a

maioria absoluta para vencer o pleito que transcorreu cheios de problemas, quando foram quebrada algumas urnas,

atas falsificadas e votação manipulada de modo que se estabeleceu a duvida quanto ao resultado apurado, onde

ambas facções políticas proclamaram a vitória dos seus candidatos e se prepararam a vitória dos seus candidatos e

se prepararam para empossá-los e no dia 22 de Outubro de 1900 perante a assembléia legislativa do estado da

Paraíba José Peregrino de Araújo assumiu o governo da Paraíba e na mesma hora em lugar diferente e perante a

outra assembléia Antônio Massa tomava posse na ausência do Presidente José Tavares no governo da província, e

durante alguns dias a Paraíba teve dois governos até que o governo federal mandou que fosse reconhecido como

legitimo o presidente que estivesse no palácio do governo, e desta maneira normalizou-se a situação de José

Peregrino que continuou no pleno exercício do mandato executivo, enquanto Venâncio Neiva era nomeado juiz

federal em virtude da influência de Epitácio Pessoa, José Peregrino governou a Paraíba de modo o que arrecadava

só dava para pagar, onde a receita sempre deficitária mal chegava para as despesas ordinárias, porém mesmo

assim conseguiu amortizar parte da divida passiva do estado.

E durante o seu governo ficou marcado os atos de violência praticados contra

a imprensa quando em 28 de Julho de 1904 os jornais O Comércio e o Combate que

lhe faziam oposição foram atacados violentamente.

E no momento da escolha de seu sucessor José Peregrino pensou em seu chefe de policia Antônio Simeão

dos Santos Leal que teve a sua indicação aceita de um modo geral pelos situacionistas, e antevendo o perigo de

contrapor outra candidatura, o Senador Álvaro Machado chefe do partido republicano acabou se decidindo em

aceitar que Simeão Leal integrasse a sua chapa como primeiro vice presidente na disputa do governo do estado sem

risco pela disputa, porém apesar de serem naturais de Areia e de pertencerem a mesma corrente política e de

estarem congraçados no mesmo ideal, após as eleições e empossados em seus cargos o chefe do partido Álvaro

Machado procurou uma oportunidade para aliviar-se de seu vice presidente e como solução encontrada trocou

Simeão Leal de cargo que ocupava por uma cadeira vaga na bancada paraibana na câmara dos deputados em

virtude da renuncia de Valfredo Leal que havia passado para o senado na vaga de Álvaro Machado e a seguir

Valfredo Leal renunciou ao senado e se elegeu vice presidente da Paraíba na vaga deixada por Simeão e para o

senado Álvaro Machado voltou em 28 de Outubro de 1905 após passar o governo para Valfredo Leal do qual

procurou congraçar a política paraibana atraindo para o partido republicano as figuras mais representativas da facção

venancistas quando nomeou Pedro da Cunha Pedrosa que era o seu grande adversário político para o cargo de

secretario geral do estado.

Valfredo Leal após sanear as finanças da Paraíba completou o periodo de sua administração em Outubro de 1908

quando foi sucedido por João Machado que antes exercia a presidência da assembléia legislativa, e por já estar

integrado nos problemas a sua administração assinalou-se por melhoramentos que marcaram uma época na Paraíba

quando reorganizou o serviço de saúde publica, reformou a escola normal, melhorou ensino primário, fundou a

escola agro pecuária de Imbiribeira, elevou o efetivo da força policial e reconstruiu o velho quartel da policia, adquiriu

uma casa no bairro de trincheiras que serviu de resistência do chefe do seu governo, comprou dois automóveis para

o estado, abriu a avenida João Machado, calçou ruas, rasgou estrada de rodagem, dotou a Paraíba com o código de

processo criminal com base do projeto de Pedro da Cunha Pedrosa, debelou a intentona de Alagoas do Monteiro em

1912, inaugurou o sistema de iluminação elétrica e substituiu o sistema de bonde puxado por burro por elétricos com

as linhas do Tambiá, Trincheiras e Varadouro, e ao termino de seu governo João Machado realizou a inauguração do

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sistema de abastecimento de água à capital pelo projeto do bacharel em direito Miguel Raposo.

A frente do governo da Paraíba João Machado sem

duvida alguma foi o governador que mais obra realizou em

beneficio do povo paraibano.

Sem escorchar o povo, sem contrair empréstimo e sem deixar qualquer dividas a pagar, deixou o governo e

voltou ao seu lugar de médico da saúde pública do Rio de Janeiro onde faleceu em 30 de Janeiro de 1912 e que

acarretou profundas mudanças na política da Paraíba onde a frente do partido republicano dominou politicamente

durante vinte anos. No comando do partido republicano ele foi substituído pelo Senador Valfredo Leal cujo prestigio

acabou sendo abalado em virtude da presença de Epitácio Pessoa que era ministro do supremo tribunal federal que

se opôs quando ele pretendeu a se candidatar ao apoio ao seu irmão Antônio Pessoa e devido aos conselhos de

Hermes da Fonseca para que não se candidatasse ao governo da Paraíba, Valfredo Leal vendo que não contava

com o apoio do poder central, imediatamente lançou a candidatura do Senador Castro Pinto figura de destaque e

sem nenhuma incompatibilidade entre os próceres da política paraibana e amigo de Epitácio Pessoa desde a

faculdade de direito da cidade de Recife que mesmo assim se manifestou contrario, porém para que não parecesse

que ele queria implantar na Paraíba uma oligarquia acabou cedendo desde que Antônio Pessoa ficasse como

primeiro vice presidente e para segundo vice presidente Valfredo Leal indicou Pedro Bandeira que era juiz de direito

de Guarabira que após um acordo político conchavado pelo Ministro da Justiça Rivadávia Corrêa, e no dia 22 de

Outubro de 1912 Castro Pinto tomou posse do governo da Paraíba onde cuidou dos sentimentos de justiça, quando

acabou com a prática de confiar a chefia política de um município ao juiz de direito da comarca

E com respeito a segurança pública empreendeu forte repressão aos bandos

armados que infestavam o interior da Paraíba com a proteção de coiteiros poderosos.

Que o Coronel Mário Barbedo acabou terminando com seus redutos até então inexpugnáveis e ao amparar e

aprimorar ao ensino Castro Pinto com a ajuda do Doutor Tomaz Mindelo fez ressurgir o tradicional estabelecimento

de ensino que era o Liceu Paraibano e criou a Escola de Comércio e um curso de agrimensura que era anexo ao

Liceu Paraibano, e que nesta época A União era o principal jornal da Paraíba dirigido por Carlos Dias Fernandes que

também era diretor da imprensa oficial que tinha suas colunas aberta a todos os intelectuais paraibano para

publicação de sua crônicas e editoriais, na capital paraibana também circulavam os jornais O Norte dirigido por Oscar

Soares, O Estado da Paraíba dirigido por Matias Freire e o Operário sob a direção de Ulisses de Oliveira e também

nesta época circulavam mensalmente as revistas Liceum dos Alunos do Liceu Paraibano orientada pelo Professor

Álvaro de Carvalho e a Prox dos alunos do Colégio Diocesano e as publicações de assuntos especializados como a

Revista do Foro, Revista do Instituto Histórico Paraibano e o Almanaque da Paraíba e no interior do estado

circulavam os jornais Correio da Semana, e o Município em Itabaiana, o Correio de Campina em Campina Grande.

Em Agosto de 1914 explodiu a primeira guerra mundial e na Paraíba esboçou uma crise econômica em virtude do

seu principal produto de exportação que era o algodão ter ficado retido na fonte e a esta em virtude da dissensões

reinantes dentro do partido republicano conservador explodiu uma grande crise de natureza política quando Epitácio

Pessoa assumiu a chefia do partido deixando Valfredo Leal como chefe da comissão executiva que acabou

desagradando os políticos da velha guarda radicados no estado os quais tinham em Valfredo Leal por chefe, e em

conseqüência as duas alas do partido passaram a se hostilizar mutuamente e com isto gerou um antagonismo entre

os dois chefes dos quais Castro Pinto se manteve na difícil posição de neutralidade que não agradou aos epitacistas

que exerceram uma forte pressão para que deixasse o governo a qual trouxe uma forte tensão entre os valfredistas

que viam a possibilidade de cair o governo nas mãos do vice presidente Antônio Pessoa quando Epitácio Pessoa

ofereceu a Castro Pinto um lugar no senado ou no tribunal de contas a troco de sua renuncia, fato este que deixou o

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presidente Castro Pinto constrangido num conturbado horizonte político em que Epitácio Pessoa e Valfredo Leal

caminhavam para um iminente rompimento da simulada aliança que deixou sem possibilidade de entendimentos

para a composição da chapa para as eleições a deputado federal e uma vaga de senador onde Valfredo Leal queria

a cadeira do senado para João Machado e mais dois lugares na chapa de cinco deputados federais, enquanto que

Epitácio Pessoa não aceitava a indicação de João Machado para o senado e para contornar o impasse Pinheiro

Machado sugeriu que João Machado fosse para a câmara dos deputados e devido não ter havido qualquer tipo de

acordo político para a situação o inevitável rompimento entre os dois chefes acabou ocorrendo, e no dia 15 de

Janeiro de 1915 Epitácio Pessoa chegou a Paraíba e ao convocar os seus amigos lançou um manifesto e apresentou

a sua chapa para a eleição do dia 30, a qual correu livre e pacifica menos em Campina Grande onde a mesa

apuradora foi dissolvida à mão armada e as urnas quebradas e como resultado do pleito foi apurado para o senado

como vencedor Cunha Pedrosa e para deputado Camilo de Holanda, Cunha Lima, Maximiano de Figueiredo, Otacilio

de Albuquerque e Simeão Leal

Todos os indicados por Epitácio Pessoa, que assim conquistou a Paraíba e fez dela o

seu feudo que durou quinze anos.

Costa Pinto que se mantinha neutro em referência as duas facções em atrito acabou sendo incompreendido

e duramente atacado por uma campanha de injuria e ridículo e por não ter temperamento de luta acabou

renunciando em 24 de Julho de 1915 e par o seu lugar foi investido o primeiro vice presidente Antônio Pessoa que

encontrou a situação financeira bastante desgastada em virtude de uma seca inclemente e dos efeitos da guerra e

para remediar a situação optou por reduzir as despesas e para isto parou as obras em andamento, demitiu em

grande escalas os funcionários públicos, suprimiu as comarcas de Alagoas do Monteiro quando colocou o juiz de

direito em disponibilidade e a primeira vara da comarca da capital e durante o seu governo o jornal A União que era

órgão oficial do estado da Paraíba publicou diversos editais contra os seus adversários políticos que se defendiam no

Diário do Estado, e antes do termino de seu mandado Antônio Pessoa renunciou o seu cargo em virtude do seu

lastimável estado de saúde em 21 de Julho de 1916 e o seu substituto natural seria o segundo vice presidente do

estado o valfredista Pedro Bandeira que era juiz de direito de Guaratiba e homem de modestas pretensões que

renunciou ao cargo de segundo vice presidente em troca de sua promoção ao cargo de desembargador do tribunal

de justiça da Paraíba, e desta maneira Solon de Lucena que era o presidente da assembléia legislativa e pertencia

ao grupo dos jovens turcos, ala rebelde do partido epitacista foi quem substituiu Antônio Pessoa no governo da

Paraíba. 

CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR

O ano de 1824 foi de grande exacerbação patriótica no nordeste, e a Paraíba se envolveu no movimento

revolucionário que trazia em seu bojo idéias republicanas e separatistas que foi irradiada na cidade de Recife cuja

esfera de influência gravitava na Paraíba. Nesta oportunidade Pernambuco era governado por uma junta presidida

por Francisco Paes Barreto, o Morgado do Cabo que foi substituído por outra sob a presidência de Manoel de

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Carvalho que possuía tendência autonomista.

A qual o governo imperial através de Dom Pedro I que era monarca de formação

absolutista não aprovou a nomeação.

E com base na lei de 20 de Setembro de 1823 nomeou Francisco Paes Barreto para presidência da província

e dissolveu a assembléia geral constituinte em 12 de Novembro de 1823, e um mês após os deputados retornaram

as suas províncias e ao desembarcarem na cidade de Recife Luís Inácio de Andrade Lima, Inácio de Almeida

Fortuna, Francisco Muniz Tavares e Venâncio Henriques de Resende deputados de Pernambuco, José Martiniano

de Alencar deputado do Ceará e Joaquim Manoel Carneiro da Cunha, José da Cruz Gouveia e Augusto Xavier de

Carvalho deputados pela Paraíba assinaram e lançaram um manifesto contra o ato do  Imperador Dom Pedro I   no

exato momento em que os artigos escritos por Frei Caneca eram publicados no Typhis Pernambucano e pelas

criticas de Francisco Paes de Andrade que mantinha o ideal de implantar no Brasil uma república confederada e por

conta disto censurava abertamente o poder central. Com isto alastrou-se a agitação em Pernambuco e acabando por

exacerbar o antagonismo entre brasileiros e portugueses que acabou sendo abafado em virtude das normas

estabelecidas para a administração das províncias e com base na lei foi nomeado Felipe Neri para presidência da

Paraíba em 9 de Abril de 1824 que apesar de bem intencionado, pois assegurou a garantia de seus direitos a todos

os cidadões e de ter convocado as câmaras das províncias para a eleição dos membros dos conselhos com os quais

tinha que governar e já ter dado mostra de governar e de já ter demonstrado todo o seu patriotismo quando da

revolução de 1817 foi declarado suspeito de lusitanismo por ter sido a sua nomeação feita pelo Imperador Dom

Pedro I.

E por conta disto somente a câmara da capital atendeu ao seu

apelo ao elegerem os seus seis conselheiros.

Enquanto que no interior onde já circulavam rumores de rebeldia, onde elas guardaram silêncio ao apelo, por

isto vila Real do Brejo da Areia assumiu à atitude de declarar que não reconhecia a autoridade de Felipe Neri na

presidência da província e por este motivo não haviam eleito nenhum representante legal para o seu governo. E a

esse ato de 3 de Abril as câmaras de vila Nova da Rainha, Pilar, Monte Mor e São João do Cariri se colocaram em

oposição ao governo enquanto as vilas de Pombal e Souza que se situavam no sertão não tomaram conhecimento

da luta em razão da terrível seca que enfrentavam, com isto somente as vilas do Conde e Alhambra que eram as

mais modestas é habitadas quase que totalmente por índios e que ficaram submissas ao governo, e por conta disto

em 5 de Março sob a articulação dos insurgentes de Pernambuco que encontraram um campo fértil na vila Real do

Brejo da Areia o povo e as tropas se colocaram lado a lado e aclamaram um governo temporário que foi aprovado

pelas câmaras rebeldes e instalado em Areia no dia 9 de Maio sob a presidência de Felix Antônio de Albuquerque

que de imediato partiu a frente das tropa para Itabaiana para receber os reforços prometidos pela capitania de

Pernambuco, e para contornar a situação o governo da Paraíba enviou Estevam José Carneiro da Cunha e João

Batista Avundano em uma missão de paz ao encontro dos revolucionários que exigiram como formula de

acomodação da situação a renuncia do Presidente Felipe Neri e todo o seu secretariado ou a decisão de tomara o

seu posto pelas armas.

Diante disto foi enviado a Pilar um forte contingente das forças de linha sob o

comando do Coronel Estevam José Carneiro da Cunha que em 24 de Maio se

defrontou em Itabaiana em uma das maiores batalhas travadas em solo paraibano e

talvez a mais importante da Confederação do Equador.

Onde os dois exércitos se defrontaram com grande animo em mais de quatro horas de luta e que ao final a

coluna do governo retornou para Pilar e a dos revolucionários seguiram para a povoação de Serrinha onde

receberam os reforços de Pernambuco e marcharam para Pilar onde as forças do governo havia recebido reforços, e

por este motivo os rebeldes que se encontravam numericamente inferior, acabaram recuando para uma melhor

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posição estratégica em Feira Velha de onde escreveram para o presidente do Rio Grande do Norte dizendo que

Felipe Neri havia arruinado a Paraíba com seus atos de prepotência, enquanto isto Paes de Andrade continuava

fazendo os seus pronunciamentos contra o poder central e por conta disto em 2 de Julho acabou lançando o famoso

manifesto em que chamou o Imperador Dom Pedro I de traidor e conclamou as províncias do norte a unirem-se a

Pernambuco na formação de um estado republicano ao qual deu o nome de Confederação do Equador.

Sendo Felipe Neri um homem de fraquezas notórias e por se sentir sem coragem para enfrentar a situação

reinante, inicialmente manifestou a sua intenção de retirar-se para a fortaleza do Cabedelo para continuar o exercício

da presidência da província da Paraíba cujo lugar se sentiria mais seguro, porém em virtude da oposição do

conselho acabou não realizando a sua intenção, então para apaziguar de vez a Paraíba ele propôs-se a deixar o

governo ao passar a administração da Paraíba aos conselheiros Estevam José Carneiro da Cunha e Francisco

Xavier Monteiro da França que eram os conselheiros mais votados e que renunciaram para facilitar a eleição de

Joaquim Manoel Carneiro da Cunha que partiu da vila do Conde para assumir a presidência da Paraíba, e ao se

hospedar na casa do Ouvidor da Comarca Francisco de Souza Paraíso que era simpático à causa dos

revolucionários acabou sofrendo um atentado por parte de um grupo de manifestante no dia 20 de Julho que o

obrigou a retornar a vila do Conde e na manhã do dia seguinte Felipe Neri reuniu o conselho para notificar que

Joaquim Manoel Carneiro da Cunha estava fora da sucessão em virtude de ter abandonado o campo político ao

desertar em conseqüência do tumulto popular ocorrido, em face do exposto ele consultou os seus conselheiros para

deliberarem quem deveria ser o seu substituto pois estava decidido a deixar o cargo, e por voto unânime dos

presentes ficou deliberado que o Coronel Estevam José Carneiro da Cunha deveria assumir a presidência da

Paraíba, cargo este que não aceitou ao alegar a forma irregular de sua eleição e diante do impasse foi chamado a

sucessão Francisco Xavier Monteiro de França que igualmente recusou o posto, então o cargo foi oferecido a

Alexandre Francisco de Seixas Machado por voto unânime dos presentes a reunião, e após grande relutância em

seu oferecimento em virtude da negativa de Alexandre Francisco de Seixas Machado em aceitar o cargo, ele acabou

cedendo devido ao apoio recebido da oficialidade da Paraíba, desta maneira Felipe Neri se sentiu aliviado da

responsabilidade pelo governo da Paraíba e de imediato embarcou para o Rio de Janeiro com o intuito de relatar os

fatos ocorridos na Paraíba, todavia ao chegar ao Rio de Janeiro o Imperador Dom Pedro I recusou-se a recebê-lo,

exigindo que primeiro se justificasse da deserção praticada, e ao mesmo instante ordenou que abrisse uma devassa

contra ele para apurar o motivo por que abandonara o governo. Enquanto isto Alexandre Francisco Seixa da

Fonseca era nomeado presidente da província por carta imperial de 26 de Outubro devido a dignidade como vinha se

comportando a frente do governo da Paraíba e no dia 5 de Março de 1827 veio a falecer no exercício do cargo e

como seu substituto foi escolhido o Vice-presidente Francisco de Assis Pereira Rocha que transmitiu o governo ao

novo presidente Gabriel Getulio Monteiro de Mendonça, e devido as noticias de que uma forte esquadra portuguesa

estava a caminho do Brasil para subjugar e levar o Imperador Dom Pedro I para Portugal.

A esquadra do  Almirante Taylor   recebeu ordem para suspender o bloqueio até aqui

efetuado a Pernambuco.

Fato este que levou aos republicanos a adquirirem alma nova quando passaram a propagandear a revolução

pelas diversas províncias do norte, e tão logo se dissipou a ameaça da anunciada esquadra portuguesa o Imperador

Dom Pedro I organizou uma expedição militar sob o comando do Brigadeiro Francisco de Lima e Silva com severas

instruções para não poupar os culpados.

E para isto em 2 de Agosto partiu do Rio de Janeiro a esquadra imperial sob o

comando doAlmirante Cochrane   levando a expedição militar.

E que ao desembarcar em Jaraguá, marchou para Barra Grande onde se juntou com as forças de Paes

Barreto, Lamenha e a de Holanda Cavalcanti que rumaram para Recife ao encontro dos revolucionários logo após de

terem solicitado reforços ao governo da Paraíba, que lhe arregimentou um corpo de soldados de primeira linha que

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ocuparam a localidade de Goiana que se mantinha insubmissa, e no dia 12 de Setembro ao penetrarem em Recife o

Brigadeiro Francisco de Lima e Silva se instalou no palácio do governo de onde o presidente Paes de Andrade havia

fugido com destino a Inglaterra na véspera, deste modo estava encerrada a sua aventura de implantar no Brasil uma

república nos moldes que havia visto nos Estados Unidos onde vivera exilado quando de sua fuga na revolução de

1817, Todavia os revoltosos mais determinados não capitularam com à queda da cidade de Recife, pois reuniram-se

em Olinda e partiram para Goiana rumo ao Ceará Grande com os ânimos ainda resolutos para sustentar a revolução

amparados no poder de Tristão de Alencar e na bravura de José Filgueiras, e ao chegarem a Goianinha as tropas

revolucionarias em marcha se juntaram com as força da Paraíba sob o comando de Felix Antônio Ferreira de

Albuquerque presidente temporário da Paraíba que assumiu o comando geral das tropas e que ao penetrar em São

João do Cariri encontrou forte resistência armada pela Padre Galdino Vilar e o Capitão Costa Ramos em uma

sangrenta batalha que lhe cortou o seu avanço fazendo com que o bando revolucionário retrocedesse para o norte

passando por Pedra Lavada em direção a Seridó no Rio Grande do Norte até a serra dos Martins de onde

retornaram para o território paraibano.

Onde travaram cerrado tiroteio em Rio dos Peixes e seguiram para o Ceará onde

o Presidente Tristão de Alencar havia tombado morto na batalha de Santa Rosa.

E Filgueira fora vencido e preso na cidade de Crato sempre perseguidos pela tropa do Coronel Lamenha que

em 29 de Novembro intimou aos rebeldes a deporem as armas na fazenda Juiz no distrito de Missões Velha com a

promessa de regressarem em paz , pois teriam a clemência do imperador, todavia no momento em que os rebeldes

ensarilharam as armas, ele separou os lideres do movimento e entregou ao Major Pastorinha para que fossem

conduzidos as prisões de Pernambuco, e que ao pernoitarem em Goiana no engenho Bujari o Presidente temporário

da Paraíba Felix Antônio Ferreira de Albuquerque, o Padre Inácio de Ávila Cavalcanti e José da Costa Machado

empreenderam uma fuga da qual José da Cruz Gouveia e Frei Caneca   não aderiram ao plano em virtude de terem

confiado na promessa de clemência do imperador, e na cidade de Recife nesta época estava com as prisões

abarrotadas é para lá que foram levados os lideres do movimento os quais a comissão militar condenou à morte em

virtude de serem considerados inimigos declarados do Imperador Dom Pedro I.

E o primeiro a ser executado foi Frei Caneca que foi levado a forca em 13

de Janeiro de 1825, ao vestir a alva dos padecentes e ser degradado das ordens

sacras, porém em virtude do fato da recusa de um preso de se sujeitar ao papel

de carrasco o qual lhe fora imposto, o Brigadeiro Francisco de Lima e Silva

ordenou que Frei Caneca fosse imediatamente fuzilado.

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