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18 a 21 de novembro de 2014, Caldas Novas - Goiás
AVANÇOS NA MODELAGEM COM O METODO DE VOLUMES FINITOS
DE UMA CALDEIRA PILOTO DE BIOMASSA EM LEITO FIXO.
Juan Carlos Guerrero Ordoñez, [email protected]
1Universidade Federal de Itajubá – Enghenaria de Energia - NEST. Rua Dr. Pereira Cabral, 1303, Pinheirinho, Itajubá -
MG, 37500-903, Brasil.
Resumo: O incremento do consumo energético mundial e os padrões permitidos de poluentes emitidos na atmosfera,
além de incrementar a eficiência nos processos de conversão da energia (química-mecânica-elétrica) são as principais
razões da investigação no âmbito de engenharia e energia na atualidade. A geração de energia elétrica a partir da
queima de biomassa em caldeiras pequenas faz parte deste grupo de pesquisas. A caldeira piloto do estudo é
aquatubular de 60 kg/h de produção de vapor e 90 kWT de capacidade térmica. A biomassa utilizada foi pedaços de
madeira que são queimados em camada sobre a grelha. A transformação das propriedades físico-químicas na caldeira
depende do processo de combustão na fornalha, assim as equações empíricas da combustão estão relacionadas com:
reações químicas, transferência de calor, radiação e dinâmica de fluidos. Sua complexidade matemática, a dificuldade
de testar, controlar as variáveis do processo e a diminuição de custos faz da modelagem uma ferramenta de grande
interesse pela engenharia. A metodologia utilizada neste artigo sobre a modelagem das caldeiras com queima em
grelha fixa permite avaliar propriedades para diminuir perdas, melhorar o projeto inicial e controlar a formação de
NOx e CO. A metodologia é baseada em estudos semelhantes e considerações próprias. Os avanços da modelagem
mostrados neste artigo foram feitos com um software comercial. Os perfis de velocidade, pressão e temperaturas
dentro da caldeira são calculados.
Palavras-chave: Modelagem matematico, Volumens finitos, Caldeira, Biomassa, CFD.
1. INTRODUÇÃO
Historicamente a energia foi requerida para abastecer as principais necessidades humanas um exemplo específico é
o fornecimento do calor na preparação da comida e na fabricação de ferramentas para caça, entre muitas outras
aplicações, posteriormente devido à revolução industrial o consumo da energia aumento exponencialmente, desse modo
a humanidade começou a sofrer problemas ambientais como o aquecimento global: o aumento da temperatura, os
fenômenos como furacões e tornados e a morte de algumas espécies da flora e fauna são consequência desta atividade.
No momento atual a engenharia é uma ferramenta utilizável para gerir a oferta e demanda energética nos países.
Também é aplicada para diminuir os poluentes principalmente fornecidos pela indústria, um claro exemplo são os
numerosos projetos de eficiência energética e do uso de biocombustíveis “CO2 neutral” na produção de energia. O
aproveitamento energético dos recursos e os resíduos agrícolas são considerados de muita importância para lograr a
diminuição do uso das fontes fosseis e do CO2.
Devido à diversidade de recursos de biomassa, suas aplicações não estão limitadas à produção de combustíveis ou
de eletricidade, produtos auxiliares também podem ser produzidos durante o processo de conversão como usando três
principais tecnologias de conversão; bioquímica, termoquímica e processos de extração. Alguns processos
termoquímicos de conversão de energia utilizável a partir da biomassa são: Combustão, gasificação, pirolises, digestão,
fermentação e extração.
O grupo de pesquisa NEST (Núcleo de Excelência em Geração Termelétrica e Distribuída) da Universidade
Federal de Itajubá trabalha em projetos de geração de energia elétrica a partir das fontes renováveis, em sua abordagem
encontra-se a optimização de sistemas geradores de vapor. Neste trabalho se descrevem alguns avanços da metodologia
para a modelagem com o método de Volumes Finitos de uma caldeira piloto com o objetivo de avaliar o processo de
combustão, otimizar o projeto da caldeira e reduzir a formação de poluentes.
2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS
O engenheiro ou projetista incumbindo de resolver um determinado problema tem a sua disposição
fundamentalmente três ferramentas: 1. Métodos analíticos, 2. Métodos numéricos, 3. Experimentação em laboratório. A
experimentação numérica, presenta poucas restrições, podendo resolver problemas com complicadas condições de
contorno definidos em geometrias arbitrárias e apresentado resultados com maior rapidez, se os recursos
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computacionais estiverem disponíveis. O método de Volumes Finitos faz parte de este grupo. O analises feito neste
trabalho foi realizado com a Dinâmica de Fluidos Computacional (CFD) com o software comercial Ansys Fluent®, o
CFD usa o método de Volumes Finitos para a solução das equações da Dinâmica de Fluidos, incluindo transferência de
calor, radiação e fontes térmicas.
2.1. Método de Volumes Finitos
O método de volumes finitos (MVF) utiliza como ponto de partida a forma integral da equação da conservação. O
domínio de solução é dividido num número finito de volumes de controle (VC) contíguos, e a equação da conservação é
aplicada a cada VC. No centroide de cada VC localiza-se um nó computacional, no qual são calculados os valores das
variáveis, sendo os valores das variáveis nas superfícies dos VC obtidos por interpolação em função dos valores nodais
(centro do VC). Os integrais de volume e de superfície são aproximados usando fórmulas de quadratura apropriadas.
Como resultado, obtém-se uma equação algébrica para cada VC, na qual aparecem os valores das variáveis no nó em
causa e nos nós vizinhos.
2.2. Dinâmica de Fluidos Computacional
As equações que governam os escoamentos viscosos incompressíveis com propriedades constantes e desprezando
as forças do corpo causadas por um campo gravitacional são: equação de conservação de massa (continuidade), equação
de conservação da quantidade de movimento e a equação da conservação da energia.
Na figura 1. Mostra-se a relação das equações que governam a dinâmica de fluidos com os princípios fundamentais
da física.
Figura 1. Relações entre os princípios fundamentais da Física e as equações que governam a dinâmica dos
Fluidos.
A equação de Navier Stokes é tratada no analises dos escoamentos com regímen turbulento devido a que sua a
aplicação é relacionada com este caso especifico.
2.3. Escoamentos em Regímen turbulento
Segundo Reynolds, a velocidade instantânea num escoamento com regímen turbulento pode ser decomposta em
duas componentes, um componente médio e um componente de flutuação.
Desta forma, a velocidade instantânea segundo a direção i vem dada por:
(1)
Em que corresponde à velocidade instantânea, à velocidade média e a velocidade flutuante.
2.4. Lei da parede
Experimentalmente se demostrou que em escoamentos turbulentos o perfil da velocidade na camada limite, consiste
basicamente de três camadas, uma interna, outra externa e mais uma intermedia, na qual se interpõem as duas
anteriores. Figura 3.
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Figura 2. Perfil de velocidades na camada limite no escoamento perto das paredes usando variáveis
adimensionais y+ e u+.
Na região perto das paredes a camada interna é conhecida como subcamada viscosa, nesta a transferência de
momentum se dá principalmente devido ao efeito de viscosidade molecular, o seja, os esforços cortantes viscosos
dominam esta região, tanto que na camada externa (região completamente turbulenta) os esforços de Reynolds são
dominantes. Na camada intermedia tanto os esforços viscosos como os esforços de Reynolds são importantes.
A equação da lei da parede é:
(2)
Onde é a velocidade de fricção, k é conhecida como a constante de Kárman e é aproximadamente 0,41, é
uma constante adimensional igual a 5 para paredes lisas.
A lei da parede tem variáveis adimensionais de velocidade e distancia:
(3)
Os anteriores termos adimensionais da lei da parede definiram o lugar do analises na fornalha da caldeira e são
calculados no capitulo 5, o y+ tem relação direita com a projeção da malha da modelagem.
2.5. Equação de Reynolds
As equações de Navier Stokes medias temporalmente conhecem-se como RANS são tratadas em escoamentos
turbulentos, para escoamentos incompreensíveis se podem escrever assim:
Equação de continuidade:
(4)
Equação de momento:
)2()()( jiij
ii
ji
i
i uuSxx
puu
xu
t
(5)
ijLamij S 2)( , jiTurbij uu )( (6)
Onde Lamij )(é o esforço cortante laminar, ijS
é a taxa média de deformação e ( ij)Turbulento é um esforço
cortante conhecido como Esforço de Reynolds.
O Esforço de Reynolds é a maior problema para resolver as equações RANS devido que as novas variáveis
introduzidas neste termo não são conhecidas.
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2.6. Modelos de Turbulência
Para poder resolver as equações RANS existem os modelos de turbulência, os quais se dividem em três grupos: Os
de primeira categoria que usam a suposição de Boussnesq, A segunda categoria usa a suposição das equações de
Reynolds e a terceira categoria são equações baseadas nas equações de Reynolds como é o modelo LES e DNS. Na
tabela 1 descreve-se os modelos de turbulência da categoria 1 que são os analisados neste estudo.
Tabela 1. Desenvolvimento e aplicação dos modelos de turbulência de categoria 1.
Modelo Descrição
k-ε Modelo que utilizam duas equações de transporte, uma para a energia cinética turbulenta (k) e outra para a taxa
de dissipação da turbulência (ɛ).
RNG k-ε Este modelo é um refinamento do modelo k-ε, sendo que é derivado diretamente a partir das equações de Navier-
Stokes instantâneas, usando uma técnica matemática denominada por "Renormalization Group Method” (RNG).
Realizable k-ε Este modelo é um desenvolvimento recente do modelo k-ε e difere deste em dois aspetos importantes: -
Apresenta uma nova formulação para µ. - É usada uma nova equação de transporte para ɛ
k-ω Este modelo utiliza uma versão modificada da equação de transporte de usada no modelo k-ε e outra equação de
transporte para a taxa de dissipação específica (ω)
SST k-ω
O modelo “Shear Stress Transport” (SST) é uma variante do modelo k-ω. Este é uma combinação dos modelos
padrão k-ω e k-ε, sendo que o primeiro é aplicado para zonas próximas de parede e o segundo para as zonas mais
afastadas da parede.
Transition SST Este modelo é baseado no modelo SST k-ω, sendo que são duas equações de transporte adicionais resolvidas.
2.7. Descrição da modelagem do leito fixo como meio poroso.
O modelo de meio poroso pode ser usado para escoamentos que passam através de: leitos, filtros de papel, placas
perfuradas, distribuidores de fluxo e bancos de tubos, o escoamento pode estar em uma ou várias fases. No modelo de
meio poroso a caída de pressão é determinada pela condição de entrada nas equações de momento para meio poroso e
de transferência de calor as quais podem ser formuladas em equilíbrio térmico ou não, através da equação do tratamento
da energia para meio poroso. O efeito da turbulência no meio é aproximado.
O meio poroso é modelado pela adição de um termo que representa uma fonte de momento nas equações padrão de
governo. Esse termo fonte é composto por duas partes: um termo de perdas viscosas (Lei de Darcy, parte esquerda da
esquerda equação 10) , e o outro termo representa as perdas inerciais (parte direita da equação 10).
(7)
Onde Si é o termo fonte na dimensão i (x, y ou z) da equação do momento, |ν| é o módulo da velocidade, D e C são
matrizes. O dissipador do momento cria uma caída de pressão que é proporcional à velocidade superficial do fluido na
região porosa. No caso do meio poroso homogêneo se tem que:
(8)
Onde α é a permeabilidade e C2 é o fator da resistência inercial.
Os dois termos anteriores representam a resistência do leito fixo no escoamento e são introduzidos na caraterização
da camada do combustível na modelagem. Para calcular a perda de pressão em um reator de leito de recheio poroso é
usada a equação de Ergun:
(9)
Onde, P = pressão, lb/ft. Ф = porosidade (volume de vazios/volume total do leito). 1 – Ф = (volume de
solido/volume total do leito). (Fator de conversão), = , (lembre-
se que para o sistema métrico, ). Dp = Diâmetro da partícula no leito, ft. µ = viscosidade do gás passando através
do leito, ft. z = posição ao longo do tubo do reator recheado, ft. u = velocidade superficial = vazão volumétrica / área de
secção transversal do tubo, ft/h. ρ = massa específica do gás, lb/ft3. G = ρu = velocidade mássica superficial, (g/cm2s)
ou (lbm/ft2h). A equação 12 é usada para calcular a queda de pressão na camada no capitulo 5.
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2.8. Modelo de radiação
Em resumem os modelos de radiação usados pelo software ANSYS Fluent ® se encontram na tabela 2:
Tabela 2. Descrição, vantagens e limitações dos Modelos de radiação.
Modelo de radiação Vantagens Limitações
-Modelo de radiação de
transferência discreta
(DTRM):
Modelo simples Assume que todas as superfícies são difusivas, o que
significa que a reflexão de incidência a radiação da
superfície é isotrópica com respeito ao ângulo do
solido.
O efeito do espalhamento não é incluído.
A aplicação assume a radiação das cinzas.
-Modelo de radiação P-
1.
Pouca demanda do CPU Assume que todas as superfícies são difusivas.
Incluo o modelo de espalhamento O uso está restrito a radiação cinza ou não
Trabalha bem para efeitos da combustão. O modelo P-1 Tende a exagerar a fluxos radiativos
de fontes de calor localizadas ou sumidouros.
Pode ser aplicado a geometrias complicadas
-Modelo de radiação
Roseland
Este modelo não resolve uma equação extra de
transporte
è recomendado usar quando a espessura óptica não
excede de 3.
É mais rápido que o modelo P-1.
Exige menor recurso computacional
-Modelo de radiação
Ordenada discreta (DO)
Funciona com vários tipos de espessuras ópticas O uso de este modelo está restrito a radiação cinza ou
não
è usado para superfícies de radiação que
participam da combustão.
Pode consumir muito recurso computacional
O custo computacional é moderado
-Modelo de radiação
Superfície – superfície
(S2S)
è bom para modelagens de transferência
radiativa.
Não é sempre eficiente
Pode ser mais rápido que o modelo DTRM e o
modelo DO
Assume todas as superfícies difusivas
Assume radiação cinza
Não pode ser usado em problemas de condições
periódicas nem simetrias
O modelo de transferência de calor por radiação é importante em uma caldeira e é principalmente transportada por
ondas desde a energia conteúda na chama até as paredes da fornalha e os feixes de tubos de reaquecimento.
3. MARCO TEÓRICO
Segundo Yin (2008), “a modelagem de caldeiras no leito fixo em caldeiras de biomassa envolve a simulação do
solido ou combustível dentro da camada e ao mesmo tempo as reações da fase de gás dentro do forno de combustão.
Usualmente softwares comerciais de CFD são utilizados pela engenharia, principalmente para resolver as equações de
governo da fase de gás e a interação entre camada de combustível - gases, porém em termos de modelagem do leito fixo
de combustão suas capacidades são muitas vezes limitadas. Três principais abordagens são consideradas na solução
para este problema”.
A primeira opção é um método simples, consiste em o uso das condições de entrada baseadas em medições
experimentais sobre a superfície superior da camada de combustível, estas podem ser introduzidas através de uma
função uniforme de posição sobre a superfície. Outras condições de entrada do modelo se calculam através do balanço
de massa e calor dos componentes do combustível e a velocidade de ar primário.
O segundo método é o mais complexo e consiste em separar submodelos para calcular a temperatura, composição
do gás e velocidade na superfície da camada. O código de CFD é usado para acoplar o submodelo do leito fixo e o fluxo
radiativo emitido pela chama e pelas paredes de fornos até a superfície superior da camada de combustível e
realimentada para a próxima iteração do modelo da camada. Além disso, devido à complexidade das reações no leito, há
parâmetros desconhecidos e umas séries de simplificações têm que ser feitas, para justificar suposições duvidosas, se
precisam realizar estudos de sensibilidade sobre os efeitos dos parâmetros-chave e a taxa de combustão (por exemplo,
os efeitos do teor de umidade, densidade de partículas, tamanho, forma, poder calorífico, porosidade do leito, e os
parâmetros de transferência de calor, capacidade de calor de gases, etc.).
O terceiro método é definir sub-rotinas User Definition Funtion (UDF) no código CFD. Este código contém os
detalhes essenciais para caracterizar as interações da fase sólida com o gás. Uma forma simples de este método é supor
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a camada de biomassa como uma zona porosa e logo escrever uma função no modelo CFD descrevendo as propriedades
como: a umidade, voláteis e a energia usada na secagem, desvolatilização e char da combustão. A abordagem da zona
porosa é particularmente útil para situações em que as tendências globais do comportamento e o desempenho da
caldeira precisam ser avaliados, em vez de onde os detalhes finos da combustão em leito têm que ser resolvidos.
A modelagem da combustão na camada não foi feita para este artigo devido a que para isso precisa-se maior
desenvolvimento no tema, mas o calor fornecido pela combustão será modelado por uma fonte de calor.
Para a modelagem do escoamento na fase gasosa precisa-se selecionar o modelo de turbulência e radiação, para isso
se realizo uma revisão bibliográfica analisando os modelos usados para cada caso especifico, na tabela 3 mostra-se esta
descrição.
Tabela 3. Resumem das modelagens selecionadas pelos diferentes autores.
Autor Tipo de Caldeira Método usado para a
simulação da combustão
Modelo de
turbulência
Modelo de
radiação
Transporte
de espécies
Chaney, J. Pellet biomassa, caldeira de 50
kW, grelha fixa. 3 (código UDF) K-ε P-1 Sim
Sui, J. Briquetas de 3 tipos de
biomassa e carvão. Grelha fixa 2 e 3
Standard
Realizable k-
épsilon
P-1 -
Houshfar, E. 5 tipos de biomassa, 16 kW,
grelha fixa Experimento - - -
Beng, H. Madeira, grelha fixa 1 e 3 K-ε - Sim
Miltner, M. Caldeira 2MW, biomassa 3 SST-k-ω DO Sim
Scharler, R. Caldeiras de 0.5 - 10 MW.
Grelha fixa. 1 e Eddy Dissipation Model
Standard
Realizable k-
épsilon
DO Sim
Jurena. T. Palha, Grelha fixa 1 e 2 - - Sim
Yin, Ch. Biomassa, Grelha fixa 1 e 3 - - Sim
Yin, Ch. 108 MW. Biomassa, Grelha
fixa 1, 2 e 3
k-épsilon
standard DO Sim
Yang, Y. B. Biomassa. Grelha em
movimento 3 e 1
k-épsilon
standard DO Sim
Porteiro, J. Pellet Biomassa. 24 kW.
Grelha fixa. 2 e 3
k-épsilon
standard DO Sim
Collazo, J. Pellet Biomassa. 24 kW.
Grelha fixa. 1 e 3
k-épsilon
standard DO Sim
Os modelos de turbulência e radiação usados pelos autores para casos de estudo similares são: Modelo Standard
Realizable k-épsilon como modelo de turbulência, este é usado para escoamentos turbulentos perto de corpos sólidos,
mas além apresenta um comportamento aceitável para escoamentos longe das paredes do solido, e o modelo DO para
radiação, em geral os modelos de radiação tem problemas para combustão, más segundo os autores o modelo DO
apresenta más precisão que o modelo P-1.
4. CASO DE ESTUDO
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4.1. Caldeira do estudo
A caldeira do estudo foi adquirida pela Universidade Federal de Itajubá e está instalada no laboratório do NEST,
usa como combustível biomassa (lenha ou resíduos de madeira). Esta caldeira foi fabricada pela empresa AG-Therm, o
desenho é mostrado na figura 3, e as caraterísticas do projeto mostram-se na tabela 4.
Figura 3. Esquema da caldeira piloto. Fornecido pela empresa AG-Therm
Tabela 4. Caraterísticas da caldeira piloto.
Características Unidade
Modelo Aquatubular -
Capacidade térmica 90 (77386) kWT (kcal/h)
Pressão de vapor 10 kgf/cm2
Capacidade de produção de vapor 60 kg/h
Volume de gases gerados 90,50 Nm3/h
Temperatura média dos gases 760 °C
Biomassa Carvão vegetal, resíduo de madeira, etc. -
Consumo de biomassa 37,70 kg/h
Umidade da biomassa considerada 30 %
Poder calorífico inferior 2700 kcal/kg
Área de suporte de queima 0,20 m2
Dimensões aproximadas
Largura 400 mm
Comprimento 500 mm
Altura 1200 mm
Tipo de grelha Plana tubular com refrigeração interna
4.2. Biomassa
A biomassa que é modelada neste trabalho é madeira de eucalipto preparada, figura 4.
Figura 4. Madeira preparada na fornalha da caldeira
E a caraterização da biomassa foi feito num laboratório especializado os resultados são mostrados na tabela 5.
Tabela 5. Caracterização da biomassa.
Análise imediata Análise elementar PCI PCS
FC (%) VM (%) ASH (%) C (%) H (%) O (%) N (%) S (%) (MJ/kg)
15,66 83,27 1,34 45,78 5,92 42,83 0,392 0,093 18.433 19.351
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4.3. Testes
Adicionalmente se realizaram 2 testes: o primeiro foi realizado para determinar as variáveis de entrada na
modelagem como velocidade de entrada do ar primário e secundário, e medir a queda de pressão produzida pelo leito na
fornalha. O segundo teste foi calcular algumas caraterísticas da camada como densidade e porosidade os cálculos se
mostraram no capitulo 5.
5. AVANÇOS NA MODELAGEM DA CALDEIRA PILOTO DE QUEIMA DE BIOMASSA EM LEITO
FIXO
Neste capitulo se mostraram os avanços da modelagem da combustão na caldeira piloto. Em primeiro lugar se
mediu o volume interno da fornalha (geometria do modelo) e alguns valores de entrada como: a velocidade do ar e a
pressão; também se cálculo as condições de contorno, por exemplo, material nas paredes da fornalha. Posteriormente, se
elaboro a geometria do modelo, considerando algumas simplificações que não afetam o processo de combustão, mas
reduzem o consumo computacional na solução dos resultados. Consequentemente se projeto a malha, este processo é
muito importante para lograr precisão nos resultados. Finalmente os avanços da modelagem se dividem em duas etapas
consequentes, que são: na primeira modelagem se caracteriza o leito poroso que representa a camada de biomassa, e na
segunda modelagem se simulo a transferência de calor na fornalha, incluindo o modelo de transferência de calor por
radiação, devido a uma fonte térmica equivalente a energia entregada pela biomassa na combustão.
Estas simulações foram realizadas em um laptop de marca ASUS®, com 8 Gb de memória RAM. O software usado
é ANSYS Fluent® V.14.
5.1. Projeto da Geometria
A geometria do modelo foi realizada em o software comercial Inventor Autodesk ®. Figura 5.
Figura 5. Esquema da geometria da caldeira piloto para a modelagem em CFD.
5.2. Cálculos de entrada da modelagem
As variáveis de entrada foram medidas com equipamentos especializados na caldeira em operação, na tabela 6
amostram-se as variáveis de contorno de entrada para a modelagem.
Tabela 6. Variáveis de contorno de entrada na modelagem.
Variável de Entrada Valor do Teste
Vazão de ar primário (m^3/h) 480
Vazão de ar secundário (m^3/h) 5
Velocidade de ar primário (m/s) 6.5
Velocidade de ar secundário (m/s) 0.5
Pressão de saída atm
Pressão antes da camada (pa) 180
Pressão depois da camada (pa) 36
Temperatura nas paredes (K) 330
Vazão de biomassa (kg/h) 51 - 37,7
Densidade da biomassa na camada (kg/m^3) 266,3
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Poder calorifico (madeira eucalipto) (MJ/kg) 18433
Número de Reynolds 6102,2
Modelo de turbulência k-ε Realizable
Escoamento Ar
Material da biomassa Madeira
5.3. Projeção da malha
O primeiro passo é fazer o cálculo aproximado do cumprimento de cada célula na malha e definir a estratégia na
projeção da malha.
Para o cálculo do cumprimento de cada célula y é necessário conhecer um valor aproximado da variável
adimensional y+, a relação do y e o y+ é diretamente proporcional e um valor de y pequena garantia resultados exatos,
para escoamentos turbulentos um valor aceitável do y+ está entre 0 e 120, para este caso do estudo o y+ será de 80 para
reduzir o consumo computacional sem perder a precisão nos resultados. Os resultados do cálculo do y mostram-se na
tabela 7.
Tabela 7. Cálculo aproximado do cumprimento das células da malha.
Re U (m/s) y+ y (cm)
6102,12 1,5 80 7
A estratégia para a projeção da malha é fazer uma malha uniforme na fornalha toda, devido que a turbulência
produzida pela queima da biomassa é complexa sendo difícil reconhecer zonas de refinamento. Então a malha é
uniforme com cumprimento entre nodos de 7 cm, figura 6.
Figura 6. Projeção da malha.
Na anterior figura pode se ver a qualidade da malha segundo o software ICEM CFD ®, a qualidade se qualifica de
0 a 1, os elementos para modelagem encontram se entre 0.9 e 1.0 sendo uma malha adequada.
5.4. Modelagem do meio poroso.
A caracterização do meio poroso foi realizada pelo teste onde foi medido a queda de pressão através do leito e
usando as equações do capitulo 2. Os resultados são mostrados na tabela 8.
Madeira Ar Total
Volume (m^3) 0,0672 0,0678 0,1350
Massa (kg) 35,9512 0,0142 35,9654
Porosidade 0,50
Permeabilidade α (1/m^2) 0,00014
Coeficiente de perdas inerciais (1/m) 68,93
Diâmetro caraterístico (cm) 2
Velocidade (m/s) 2,5
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Com a equação de Egun (capitulo 2) se cálculo a queda de pressão no leito V.S. a velocidade do escoamento, na
figura 7 mostra se a relação da queda de pressão com a velocidade no leito comparada com outra gráfica em uma
caldeira industrial.
Figura 7. Queda de pressão V.S. Velocidade através do leito fixo.
5.5. Modelagem com fonte térmica.
O resultado do perfil de velocidades e de temperaturas é mostrado na figura 8.
Figura 8. Perfil de velocidades e de temperaturas na fornalha
O perfil de velocidades dentro da fornalha mostra um comportamento similar ao comportamento do escoamento do
teste onde a maioria do ar sai do leito fixo pela parte direita da camada próximo a entrada de ar primário devido a
resistência no leito na direção X. O cálculo da temperatura próxima dos feixes de tubos de troca de calor da caldeira
está entre 700 e 900 K similar ao valor de temperatura dos gases fornecido pelos dados de projeto na caldeira.
Para visualizar o comportamento do escoamento dentro do leito foram feitas dos líneas de cálculo dentro da camada
onde como se mostra na figura 9 (esquerda). A figura 9 (direita) mostram a queda de pressão e temperatura através do
leito.
Figura 9. Temperatura e pressão através da camada na fornalha.
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Os resultados mostram um aumento na temperatura justo depois da camada até 1100 K aproximadamente o qual
trem relação com o lido na literatura e a pressão presenta o comportamento adequado comparado com os resultados dos
testes.
REFERÊNCIAS
Azevedo, J. L. F. 1999. Mecânica dos fluidos computacional. São José dos Campos: Embraer.
Global energy assessment (GEA). 2012. Toward a Sustainable Future Key Findings Summary for Policy makers
Technical Summary. Summary Rio + 20. USA, New York.
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