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CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE DE CUSTOS – REGULAR PROFESSOR: MORAES JÚNIOR www.pontodosconcursos.com.br 1 Contabilidade de Custos Prof. Moraes Junior 3. Métodos de Custeio 3.1. Custeio por Absorção Custeio por absorção é método de apropriação de custos cujo objetivo é ratear todos os seus elementos (custos fixos ou custos variáveis) em cada fase da produção. Ou seja, no custeio por absorção um custo será apropriado quando for atribuído a um produto ou unidade de produção. Deste modo, cada produto receberá sua parte no custo até que todo o valor aplicado seja totalmente absorvido pelo Custo dos Produtos Vendidos (CPV) ou pelos Estoques Finais (EF). O custeio por absorção é uma imposição do Regulamento do Imposto de Renda, que determina que os produtos em fabricação e os produtos acabados serão avaliados pelo custo de produção. Para apuração por custeio por absorção deve-se adotar o seguinte procedimento: 1. Separação de custos e despesas; 2. Apropriação dos custos diretos e indiretos à produção realizada no período; 3. Apuração do custo dos produtos acabados; 4. Apuração do custo dos produtos vendidos; e 5. Apuração do resultado. Apuração da produção acabada, dos produtos em elaboração e dos produtos vendidos: Estoque inicial de materiais diretos (+) Custo de Aquisição das compras de materiais diretos (*) (-) Estoque final de materiais diretos (=) Materiais Diretos Consumidos (MD) (+) Mão-de-Obra Direta (MOD) (+) Custos Indiretos de Fabricação (CIF) (=) Custo de Produção do Período (CPP) (+) Estoque inicial de produtos em elaboração (-) Estoque final de produtos em elaboração (=) Custo da Produção Acabada (+) Estoque inicial de produtos acabados (-) Estoque final de produtos acabados Custo dos Produtos Vendidos (CPV)

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3. Métodos de Custeio 3.1. Custeio por Absorção Custeio por absorção é método de apropriação de custos cujo objetivo é ratear todos os seus elementos (custos fixos ou custos variáveis) em cada fase da produção. Ou seja, no custeio por absorção um custo será apropriado quando for atribuído a um produto ou unidade de produção. Deste modo, cada produto receberá sua parte no custo até que todo o valor aplicado seja totalmente absorvido pelo Custo dos Produtos Vendidos (CPV) ou pelos Estoques Finais (EF). O custeio por absorção é uma imposição do Regulamento do Imposto de Renda, que determina que os produtos em fabricação e os produtos acabados serão avaliados pelo custo de produção. Para apuração por custeio por absorção deve-se adotar o seguinte procedimento:

1. Separação de custos e despesas; 2. Apropriação dos custos diretos e indiretos à produção

realizada no período; 3. Apuração do custo dos produtos acabados; 4. Apuração do custo dos produtos vendidos; e 5. Apuração do resultado.

Apuração da produção acabada, dos produtos em elaboração e dos produtos vendidos: Estoque inicial de materiais diretos (+) Custo de Aquisição das compras de materiais diretos (*) (-) Estoque final de materiais diretos (=) Materiais Diretos Consumidos (MD) (+) Mão-de-Obra Direta (MOD) (+) Custos Indiretos de Fabricação (CIF) (=) Custo de Produção do Período (CPP) (+) Estoque inicial de produtos em elaboração (-) Estoque final de produtos em elaboração (=) Custo da Produção Acabada (+) Estoque inicial de produtos acabados (-) Estoque final de produtos acabados Custo dos Produtos Vendidos (CPV)

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(*) Compras de materiais diretos:

(+) Valor da Compra (-) Impostos Recuperáveis (+) Valor do frete suportado pelo adquirente (subtraído do ICMS recuperável incidente na operação) (+) Seguros (+) Carga, Descarga e Armazenagem (+) Gastos com o Desembaraço Aduaneiro (no caso de importação) (-) Descontos Incondicionais Obtidos (Descontos Comerciais)

Custo de Aquisição da Compras de Materiais Diretos (*) São exemplos de Custos Indiretos de Fabricação (CIF):

Materiais indiretos Mão-de-obra indireta Energia elétrica Combustíveis Manutenção de máquinas Conta de telefone da fábrica Aluguel da fábrica Aluguel de equipamentos Depreciação Seguros da fábrica Imposto predial Representação em razonetes:

Custo de Produção do Período = MD + MOD + CIF

Materiais Diretos Estoque Inicial

Compras Saída de

Materiais para a Produção

Estoque Final

Produtos em Elaboração Estoque Inicial

Materiais Diretos MOD CIF

Saída de Produtos Acabados (Custo da Produção Acabada)

Estoque Final  

Produtos Acabados Estoque Inicial

Custo da Produção Acabada

Saída de Produtos Vendidos (Custo dos Produtos Vendidos

= CPV) Estoque Final

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Apuração do Resultado Receita Bruta de Vendas ou Receita Operacional Bruta (-) Deduções da Receita Bruta

(-) Devoluções de Vendas (-) Abatimentos sobre Vendas (-) Descontos Incondicionais Concedidos (-) ICMS sobre Vendas (-) PIS e COFINS sobre Vendas

(=) Receita Líquida de Vendas ou Receita Operacional Líquida (-) Custo das Mercadorias/Produtos/Serviços Vendidos/Prestados (=) LUCRO BRUTO (RESULTADO OPERACIONAL BRUTO) (-) Despesas c/ Vendas (-) Despesas Gerais e Administrativas (-) Outras Despesas Operacionais (+) Outras Receitas Operacionais (-) Despesas Financeiras (+) Receitas Financeiras (+) Outras Receitas (-) Outras Despesas (=) LUCRO/PREJUÍZO OPERACIONAL (RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO) (-) CSLL (ou Despesa com Provisão para CSLL) (=) RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (-) Despesa c/ Provisão do Imposto de Renda (-) Despesa c/ Participações Societárias sobre o Lucro

Participações de Debêntures Participações de Empregados Participações de Administradores

Participações de Partes Beneficiárias Fundos de Assistência e Previdência de Empregados (=) LUCRO/PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO Lucro/Prejuízo Líquido por Ação

(*) Os prejuízos acumulados reduzem a BC das participações, mas não integram a DRE. 3.1.1. Vantagens e Desvantagens do Custeio por Absorção

Vantagens: inclusão de todos os custos no resultado (custos fixos, custos variáveis, custos diretos e custos indiretos); atende ao princípio da competência.

Desvantagem: inclusão de custos indiretos por meio de rateio arbitrário de seus valores.

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3.1.2. Apropriação de Custos Custos de Produção: custos diretos e custos indiretos

Custos Diretos: são alocados à produção diretamente da conta em que estão registrados para a conta da elaboração ou processamento. Exemplos: custos de matéria-prima, mão-de-obra direta, etc. Para uma apropriação correta, basta uma mensuração precisa do consumo ou utilização, ou seja, obedece a condições objetivas.

Custos Indiretos de Fabricação: utilizam um procedimento de rateio e obedece a condições subjetivas em relação ao processo de rateio adotado.

Rateio dos Custos Indiretos: as principais bases de rateio dos custos indiretos são:

- horas-máquina; - consumo de materiais diretos; - mão-de-obra direta aplicada; - receita de vendas; - quantidade produzida; - outros.

Rateio dos Custos na Departamentalização: um dos objetivos da departamentalização é tornar mais preciso o critério de rateio.

Departamentalização: departamento é uma unidade mínima que concentra custos e desenvolve atividades homogêneas. A departamentalização representa um critério eficaz para apropriação de custos indiretos, onde cada departamento é dividido em um ou mais centros de custos. É muito utilizada em empresa cujo processo produtivo passa por fases de produção. Ex: Indústria de café: as fases de produção são a seleção de grãos, torrefação, moagem e embalagem. Centro de Custo: é a menor fração de atividade ou área de responsabilidade para a qual é realizada a acumulação de custos. Pode coincidir com departamento ou não.

Exemplo: A empresa industrial J4M2 Ltda produz três produtos: ALFA, BRAVO e FOXTROT que recebem a alocação dos seguintes custos diretos:

Produto R$ mil

ALFA 500 BRAVO 400 FOXTROT 300 Total 1.200

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Além disso, a indústria apresenta os seguintes custos indiretos:

Depreciação de Máquinas 200 Manutenção 300 Energia Elétrica 400 Materiais Indiretos 100 Outros Custos Indiretos 100 Total 1.100

Supondo que a distribuição dos custos indiretos pelos produtos seja realizada com base nas horas-máquina necessárias à produção (descritas abaixo): ALFA 300 horas-máquina (30%) BRAVO 500 horas-máquina (50%) FOXTROT 200 horas-máquina (20%) Total 1.000 horas-máquina

Logo os custos totais por produtos seriam: Custos Indiretos Custos Diretos Custo Total ALFA 30% x 1.100 = 330 500 830 BRAVO 50% x 1.100 = 550 400 950 FOXTROT 20% x 1.100 = 220 300 520 Total 1.100 1.200 2.300 Vamos calcular os custos utilizando o conceito de departamentalização. Suponha, agora, que o produto ALFA consome 300 horas-máquina, distribuídas nos setores de seleção de grãos, moagem e torrefação; enquanto que o produto BRAVO só utiliza o setor de seleção de grãos e o produto FOXTROT somente utiliza o setor de moagem e torrefação. Deste modo, a distribuição das horas-máquina pelos departamentos ficaria da seguinte forma: Seleção de Grãos Moagem Torrefação Total ALFA 200 50 50 300 BRAVO 500 500 FOXTROT 100 100 200 Total 700 150 150 1.000 Além disso, suponha que o gasto com os custos indiretos por departamentos seja representado na tabela abaixo: Seleção de Grãos Moagem Torrefação Total Depreciação de Máquinas 100 30 70 200 Manutenção 200 70 30 300 Energia Elétrica 60 140 200 400

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Materiais Indiretos 50 20 30 100 Outros Custos Indiretos 40 30 30 100 Total 450 290 360 1.100 Custo Médio por Hora Máquina

=450/700 hm = $ 0,64/hm

= 290/150 hm =$1,93/hm

= 360/150 hm = $2,4/hm

Fazendo o cálculo dos custos por produto: Seleção de Grãos Moagem Torrefação Total ALFA 200 x 0,64 = 130 50 x 1,93 =

97 50 x 2,4 =

120 347

BRAVO 500 x 0,64 = 320 320 FOXTROT 100 x 1,93 =

193 100 x 2,4 =

240 433

Total 450 290 340 1.100

Ou seja, percebe-se que os custos indiretos com departamentalização são mais justos, conforme pode ser visto no quadro comparativo abaixo: Custos Indiretos

sem Departamentalização

Custos Indiretos com Departamentalização

Diferença

ALFA 330 347 27 BRAVO 550 320 (230) FOXTROT 220 433 213 Total 1.100 1.100 3.2. Custeio Direto ou Variável

O custeio direto ou variável corresponde ao método de apropriação de custos que consiste em apropriar aos produtos apenas os custos variáveis (neste caso, custos ou despesas variáveis).

Os custos fixos, neste método de custeio são considerados

despesas e são lançados diretamente em conta de resultado, visto que, eles existem independentemente se houver produção ou não. Logo, não são considerados custos de produção e sim despesas, sendo encerrados diretamente em conta de resultado. Há que se ressaltar que este método de custeio é vedado pela legislação do imposto de renda. Contudo, é considerado o método mais adequado ao processo de tomada de decisão da administração da empresa.

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Apuração da produção acabada, dos produtos em elaboração e dos produtos vendidos: Estoque inicial de insumos (+) Custo de Aquisição das compras de insumos (matéria-prima, material secundário e embalagens) (-) Estoque final de insumos (=) Insumos Consumidos (+) Outros Custos Variáveis (+) Estoque inicial de produtos em elaboração (-) Estoque final de produtos em elaboração (=) Custo da Produção Acabada (+) Estoque inicial de produtos acabados (-) Estoque final de produtos acabados Custo dos Produtos Vendidos (CPV) Apuração do Resultado Faturamento (-) Imposto sobre Produtos Industrializados (=) Receita Operacional Bruta (-) Deduções da Receita Bruta (*) (=) Receita Líquida (-) Custo dos Produtos Vendidos (=) Margem de Contribuição (-) Custos Fixos (-) Despesas Fixas

(=) LUCRO/PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO Margem de Contribuição ou Lucro Bruto: corresponde à diferença entre o preço de venda e as despesas variáveis. É o valor que sobre para fazer frente aos custos e despesas fixos.

(*) Vendas Líquidas (VL) = Vendas Brutas – Deduções

Deduções (contas retificadoras da receita bruta):

- Devoluções de Vendas; - Abatimentos sobre Vendas; - Descontos Incondicionais Concedidos; - Impostos sobre Vendas (ICMS, ISS e IE); e - Contribuições Sociais sobre Vendas (PIS e Cofins).

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3.2.1. Comparação entre o Custeio Variável e o Custeio por Absorção Exemplo: A empresa J4M2 apresentou os seguintes dados contábeis para determinado exercício:

Produção: 1.000 unidades totalmente acabadas Custos Variáveis = R$ 20.000,00 Custos Fixos = R$ 12.000,00 Despesas Variáveis = R$ 4.000,00 Despesas Fixas = R$ 6.000,00 Não há estoques iniciais e finais de produtos em elaboração Não há estoques iniciais de produtos acabados Vendas Líquidas: 800 unidades a R$ 60,00 cada uma no total de R$ 48.000,00

(I) Custeio por Absorção:

Custos Fixos 12.000 Custos Variáveis 20.000 Custo da Produção do Período 32.000

Como não há estoques iniciais e finais de produtos em elaboração:

Custo da Produção Acabada no Período = Custo da Produção do Período Custo da Produção Acabada no Período = 32.000

Custo dos Produtos Vendidos:

Custo Unitário de Produção = 32.000/1.000 unidades = 32

Custo dos Produtos Vendidos = Unidades vendidas x Custo unitário de produção Custo dos Produtos Vendidos = 800 unidades x 32 = 25.600 Estoque Final de produtos acabados: Estoque Final de Produtos Acabados = 200 unidades x 32 = 6.400 Demonstração do Resultado do Período: Vendas Líquidas 48.000 (-) CPV (25.600)

Resultado Industrial 22.400 (-) Despesas Variáveis (4.000)

(-) Despesas Fixas (6.000) Lucro Líquido 12.400

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(II) Custeio Variável: Custos Variáveis = Custos da Produção do Período = 20.000 Custo da Produção Acabada no Período = Custo da Produção do Período Custo da Produção Acabada no Período = 20.000 Custo dos Produtos Vendidos: Custo Unitário de Produção = 20.000/1.000 unidades = 20

Custo dos Produtos Vendidos = Unidades vendidas x Custo unitário de produção

Custo dos Produtos Vendidos = 800 unidades x 20 = 16.000 Estoque Final de produtos acabados: Estoque Final de Produtos Acabados = 200 x 20 = 4.000 Demonstração do Resultado do Período: Vendas Líquidas 48.000 (-) CPV (16.000) (-) Despesas Variáveis (4.000)

Margem de Contribuição 28.000 (-) Custos Fixos (12.000)

(-) Despesas Fixas (6.000) Lucro Líquido 10.000

Diferenças entre os dois métodos de custeio:

Custeio por

Absorção Custeio Variável

Diferença

Custo de Produção do Período

32.000 20.000 12.000

Custo da Produção Acabada no Período

32.000 20.000 12.000

Custo dos Produtos Vendidos

25.600 16.000 9.600

Estoque Final dos Produtos Acabados

6.400 4.000 2.400

Lucro Líquido 12.400 10.000 2.400

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Observe que o custo de produção do período, no custeio por absorção, é

maior em R$ 12.000,00, que corresponde ao valor dos custos fixos que, no custeio variável não são considerados custos e sim despesas do período.

Já o custo de produtos vendidos, no custeio por absorção, é maior em R$

9.600,00, diferença que corresponde ao valor dos custos fixos apropriados nas unidades vendidas ([800 unidades/1.000 unidades] x 12.000 = 9.600).

O estoque final dos produtos acabados, no custeio por absorção, é Mario em R$ 2.400,00, diferença que corresponde ao valor dos custos fixos apropriados no estoque final de produtos acabados ([200 unidades/1.000 unidades] x 12.000 = 2.400).

O estoque final do custeio variável é representado por:

Custo Variável Unitário = R$ 20.000,00/1.000 unidades Custo Variável Unitário = R$ 20,00 Unidades em Estoque no Final do Período = 200 unidades Valor do Estoque Final = 200 x R$ 20,00 = R$ 4.000,00

O estoque final do custeio por absorção é representado por: Custo Fixo Unitário = R$ 12.000,00/1.000 unidades Custo Fixo Unitário = R$ 12,00 Custo Variável Unitário = R$ 20.000,00/1.000 unidades Custo Variável Unitário = R$ 20,00 Custo Unitário Total = Custos Fixos + Custos Variáveis Custo Unitário Total = 12 + 20 = R$ 32,00 Unidades em Estoque no Final do Período = 200 unidades Valor do Estoque Final = 200 x R$ 32,00 = R$ 6.400,00

Como o estoque final de produtos acabados, no custeio por absorção, é

maior em R$ 2.400,00, o lucro do período do custeio por absorção, em relação ao custeio variável, também será maior em R$ 2.400,00.

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3.2.2. Vantagens e Desvantagens do Custeio Variável

Vantagem 1: impede que eventuais aumentos de produção, que não correspondam a aumentos de vendas, venham distorcer o resultado apurado, visto que os custos e despesas fixas são apresentados após a margem de contribuição.

Considerando o exemplo anterior, suponha que o dono da J4M2 decida aumentar a sua produção para 2.000 unidades, mesmo sabendo que as unidades vendidas permaneceram em 800.

(I) Custeio por Absorção:

Custos Fixos 12.000 (não sofrem alteração) Custos Variáveis 40.000 (Custo Variável Unitário x 2.000 unid.) Custo da Produção do Período 52.000

Como não há estoques iniciais e finais de produtos em elaboração:

Custo da Produção Acabada no Período = Custo da Produção do Período Custo da Produção Acabada no Período = 52.000 Custo dos Produtos Vendidos: Custo Unitário de Produção = 52.000/2.000 unidades = 26

Custo dos Produtos Vendidos = Unidades vendidas x Custo unitário de produção

Custo dos Produtos Vendidos = 800 unidades x 26 = 20.800 Estoque Final de produtos acabados: Estoque Final de Produtos Acabados = 200 x 26 = 5.200 Demonstração do Resultado do Período: Vendas Líquidas 48.000 (-) CPV (20.800)

Resultado Industrial 27.200 (-) Despesas Variáveis (4.000)

(-) Despesas Fixas (6.000) Lucro Líquido 17.200

Ou seja, apesar de não ter ocorrido um aumento nas vendas, um aumento na produção do período, aumentou o lucro líquido em R$ 4.800,00 (R$ 17.200,00 – R$ 12.400,00).

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Isto ocorreu, pois o aumento da produção diminuiu os custos fixos unitários incorporados aos produtos vendidos. Quando a produção era de 1.000 unidades, os custos fixos unitários eram de R$ 12,00 (R$ 12.000,00/1.000 unidades). Entretanto, com a produção de 2.000 unidades, os custos fixos unitários passaram a R$ 6,00 (R$ 12.000,00/2.000 unidades).

Ou seja, o aumento da produção, mesmo sem ocorrer um aumento nas

vendas, reduziu os custos fixos unitários e aumentou o lucro da empresa. (II) Custeio Variável:

Custos Variáveis = Custos da Produção do Período = 40.000 (R$ 20,00 x 2.000 unidades) Custo da Produção Acabada no Período = Custo da Produção do Período Custo da Produção Acabada no Período = 40.000 Custo dos Produtos Vendidos: Custo Unitário de Produção = 40.000/2.000 unidades = 20

Custo dos Produtos Vendidos = Unidades vendidas x Custo unitário de produção

Custo dos Produtos Vendidos = 800 unidades x 20 = 16.000 Estoque Final de produtos acabados: Estoque Final de Produtos Acabados = 200 x 20 = 4.000 Demonstração do Resultado do Período: Vendas Líquidas 48.000 (-) CPV (16.000) (-) Despesas Variáveis (4.000)

Margem de Contribuição 28.000 (-) Custos Fixos (12.000)

(-) Despesas Fixas (6.000) Lucro Líquido 10.000

Ou seja, como os custos fixos são apropriados diretamente no resultado

do período, o aumento da produção sem aumento das vendas não proporciona qualquer alteração nos lucros da empresa.

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Vantagem 2: Corresponde a uma melhor ferramenta de tomada de decisão por parte dos administradores da empresa em relação ao custeio por absorção, que pode induzir a decisões erradas sobre a produção.

Desvantagens: a apropriação dos custos fixos diretamente no resultado do exercício, sem passar pelos estoques produzidos, descumpre o princípio da competência. O administrador pode vir a desprezar custos periódicos no processo de estabelecimento dos preços de venda. 3.3. Grau de Alavancagem Operacional

Tem a finalidade de medir a eficiência operacional alcançada no processo de gestão de custos e despesas fixos, de modo a aumentar a rentabilidade. G.A.O = (Variação Percentual do Lucro Oper. Líquido/Variação Percentual de Vendas) - 1

Exemplo: Produção de 5.000

unidades Produção de 8.000 unidades

Vendas Líquidas 20.000,00 25.000,00 Custos dos Produtos Vendidos

(6.000,00) (8.000,00)

Despesas Variáveis (4.000,00) (4.000,00) Margem de Contribuição 10.000,00 13.000,00 Custos e Despesas Fixos (2.000,00) (2.000,00) Lucro Operacional 8.000,00 11.000,00 Variação Percentual do Lucro Operacional = (11.000 – 8.000)/8.000 = 0,375 = 37,5% Variação Percentual das Vendas Líquidas = (25.000 – 20.000)/20.000 = 0,25 = 25% GAO = (0,375/0,25) - 1= 1,50 – 1 = 0,50 = 50%

Ou seja, um aumento de 60% na produção ([8.000-5.000]/5000) gerou um aumento do lucro operacional de 50%, superior à variação das vendas.

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3.4. Custeio ABC – Custeio Baseado por Atividades No método de custeio ABC, ou custeio baseado por atividades, o objetivo

é delinear as atividades para determinar os sistemas de custos, ou seja, as atividades da empresa constituem, neste método, os objetos fundamentais para a determinação dos custos Estes custos por atividades é que serão apropriados aos produtos.

Para se utilizar o método de custeio ABC é necessária a definição das

atividades relevantes dentro dos departamentos, bem como dos direcionadores de custos que irão alocar os diversos custos incorridos às atividades.

O principal objetivo do custeio ABC é reduzir as distorções

causadas em virtude da arbitrariedade da distribuição, via rateio, de custos indiretos de fabricação aos produtos. O custeio ABC também pode ser aplicado aos custos diretos, como, por exemplo, a mão-de-obra direta, mas, neste caso, não haverá muita diferença em relação ao método de custeio por absorção. Resumindo, a diferença fundamental está no tratamento dado aos custos indiretos.

Normalmente, os custos obtidos pelo método de custeio ABC incluem

despesas administrativas e com vendas, razão pela qual não é aceito, para fins contábeis, para avaliação dos estoques. Entretanto, este método de custeio é de grande utilidade para a tomada de decisão do administrador da empresa.

A atribuição de custos às atividades pode ser realizada de três maneiras:

Alocação Direta: quando existe uma identificação clara e direta dos custos com as atividades. Exemplos: Salários, Depreciação, Material de Consumo, etc.

Rastreamento: esta alocação se baseia na identificação da relação de causa e efeito entre a ocorrência das atividades e a geração de custos. Normalmente, é estabelecida por direcionadores de custos.

Rateio: utilizado apenas quando não há possibilidade de utilizar a alocação direta ou o rastreamento. Direcionador de Custo: é o fator que determina o custo de uma atividade. Para efeito do custeio de produtos, o direcionador deve ser o fator que determina ou influencia a maneira como os produtos consomem as atividades. Ou seja, o direcionador de custos é a base utilizada para atribuir os custos das atividades aos produtos. Exemplos de direcionadores de custos:

- número de empregados; - área ocupada; - homem-hora; - hora-máquina;

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- quantidade de energia; - estimativa do responsável pela área, etc.

Exemplo: Considere a industria J4M2 Produção Mensal em

Unidades Preço de Venda Unitário

Sapatos 20.000,00 20,00 Botas 10.000,00 30,00 Botinas 5.000,00 40,00

As horas trabalhadas na produção estão assim distribuídas:

Departamento de Corte

Departamento de Acabamento

Total

Sapatos 150 h 50 h 200 h

Botas 200 h 50 h 250 h

Botinas 240 h 60 h 300 h

Total 590 h 160 h 750 h

As horas-máquina na produção estão assim distribuídas:

Departamento de Corte

Departamento de Acabamento

Total

Sapatos 300 h 20 h 320 h Botas 350 h 30 h 380 h Botinas 400 h 40 h 440 h Total 1.050 h 90 h 1.140

h

Os custos diretos por unidade do produto foram: Materiais

Diretos Outros Materiais Diretos

Mão-de-Obra Direta

Total

Sapatos 5,00 2,00 5,00 12,00 Botas 8,00 2,00 10,00 20,00 Botinas 10,00 1,00 15,00 26,80 Total 23,00 5,00 30,00 58,00

Os custos indiretos foram: Consumo de Energia Elétrica = R$ 75.000,00 Depreciação de Máquinas = R$ 68.400,00

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Total dos Custos Indiretos = R$ 143.400,00 Energia elétrica: o direcionador de custos é o número de horas trabalhadas para a execução da atividade.

Depreciação: o direcionados de custos é o número de horas-máquina trabalhadas.

Atividades: os direcionadores de custos das atividades são:

- número de horas trabalhadas nas atividades de corte; - número de horas trabalhadas nas atividades de acabamento; - horas-máquina para as atividades de corte; e - horas-máquina para as atividades de acabamento.

Cálculo dos custos unitários dos direcionadores: Custo Unitário do Direcionador = Custo da Atividade/Total do Direcionador (I) Energia: o direcionador são as horas-trabalhadas

Custo Unitário do Direcionador = Custo da Atividade/Número de Horas Trabalhadas Custo Unitário do Direcionador = 75.000/750 = R$ 100,00 a hora

Departamento de Corte

Departamento de Acabamento

Total

Sapatos 150 h x 100 = 15.000

50 h x 100 = 5.000 20.000

Botas 200 h x 100 = 20.000

50 h x 100 = 5.000 25.000

Botinas 240 h x 100 = 24.000

60 h x 100 = 6.000 30.000

Total 59.000 16.000 75.000

(II) Depreciação: o direcionador são as horas-máquina Custo Unitário do Direcionador = Custo da Atividade/Número de Horas-Máquina Custo Unitário do Direcionador = 68.400/1.140 = R$ 60,00 a hora

Departamento de Corte

Departamento de Acabamento

Total

Sapatos 300 h x 60 = 18.000

20 h x 60 = 1.200 19.200

Botas 350 h x 60 = 21.000

30 h x 60 = 1.800 22.800

Botinas 400 h x 60 = 24.000

40 h x 60 = 2.400 26.400

Total 63.000 5.400 68.400

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Deste modo, os custos diretos e indiretos por produto ficaram da seguinte forma:

Energia Depreciação Custos Diretos Total Sapatos 20.000 19.200 12 x 20.000 =

240.000 279.200

Botas 25.000 22.800 20 x 10.000 = 200.000

247.800

Botinas 30.000 26.400 26,80 x 5.000 = 134.000

190.400

Total 75.000 68.400 574.000 717.400 Os custos unitários por produto seriam:

Custo Unitário Sapatos 279.200/20.000 =

13,96 Botas 247.800/10.000 =

24,78 Botinas 190.400/5.000 =

38,08

O resultado do período ficaria da seguinte forma: Preço de

Venda Unitário Custo Unitário Lucro Bruto

Unitário Margem de Lucro

Sapatos 20,00 (13,96) 6,04 6,04/20,00 = 30,20%

Botas 30,00 (24,78) 5,22 5,22/30,00 = 17,4%

Botinas 40,00 (38,08) 1,92 1,92/40,00 = 4,8%

Ou seja, pelo método de custeio ABC é possível visualizar os custos pelas atividades realizadas na produção.

3.4.1. Vantagens e Desvantagens do Custeio ABC

Vantagem: pelo mecanismo adotado pelo sistema de custeio ABC é possível obter uma relação mais real dos custos com o departamento ou atividade, o que permite um embasamento mais eficaz na hora da tomada de decisão (gestão de custos). O sistema de custeio ABC permite uma melhor alocação dos custos indiretos aos diversos produtos.

Desvantagem: não é permitido pela legislação brasileira.

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3.5. Equivalente de Produção O conceito de equivalente de produção é utilizado quando a produção é contínua e, ao final do período a indústria apresenta estoques de produtos acabados e produtos em elaboração. A indústria, então, determina qual o nível de produção dos produtos em elaboração e, conseqüentemente, consegue chegar ao custo médio dos produtos acabados. Exemplo: Suponha que a empresa J4M2 possua custos indiretos e diretos no período no total de R$ 100.000,00. Além disso, no período foram iniciadas e finalizadas 40.000 unidades e outras 20.000 foram iniciadas, mas estão no meio do processo de fabricação (50%).

(I) Determinação do Equivalente de Produção:

Produtos Acabados 40.000 Produtos em Elaboração 20.000 x 50% Processados Equivalente de Produção do Período 50.000 unidades

(II) Cálculo do custo médio por unidade acabada: Custo Médio = 100.000/50.000 unidades = R$ 2,00 por unidade

(III) Atribuição dos custos: Produtos Acabados = 40.000 x 2,00 80.000 Produtos em Elaboração = 20.000 x 2,00 x 50% 20.000 Total do Custo 100.000

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BIBLIOGRAFIA FIPECAFI, Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações (aplicável às demais sociedades). 6a Edição. São Paulo. Editora Atlas. 2003. Coleção Saraiva de Legislação. Lei das Sociedades Anônimas. 8a Edição. São Paulo. Editora Saraiva. 2004. MOURA RIBEIRO, Osni. Contabilidade Geral Fácil – Para cursos de contabilidade e concursos em geral. 4a Edição. 4a Tiragem (2005). São Paulo. Editora Saraiva. 2002. LUIZ FERRARI, Ed. Contabilidade Geral – Série Provas e Concursos. 5a Edição. 3a Tiragem. Elsevier Editora. 2005. VICECONTI, Paulo Eduardo Vilchez & NEVES, Silvério das. Contabilidade Avançada e Análise das Demonstrações Financeiras. 12a Edição. São Paulo. Editora Frase. 2003. FERREIRA, Ricardo J. Contabilidade Avançada e Intermediária. Rio de Janeiro. Editora Ferreira. FERREIRA, Ricardo J. Contabilidade Básica. 3a Edição. Rio de Janeiro. Editora Ferreira. 2004. VICECONTI, Paulo Eduardo Vilchez & NEVES, Silvério das. Contabilidade de Custos. 7a Edição. São Paulo. Editora Frase. 2003. FAGUNDES, Jair Antônio, Apostila de Contabilidade de Custos. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9a Edição. São Paulo. Editora Atlas. 2006.