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Como trabalhar as questões17 MÉTODO DE ESTUDO

Capítulo 1

COMO TRABALHAR AS QUESTÕES

SUMÁRIO

• 1. Método – como trabalhar as questões.

1. MÉTODO – COMO TRABALHAR AS QUESTÕESSiga as duas dicas e leia o gabarito comentado antes de iniciar a maratona. Aqui está o

segredo para sua aprovação.

Atenção: Para responder às questões de números 1 a 3, considere o texto abaixo.

DICA 1: leia parágrafo por parágrafo e sublinhe (ou destaque) as ideias principais ou as palavras-chave. Em seguida, o exemplo de como deveria ficar sua prova.

Da utilidade dos prefácios

Li outro dia em algum lugar que os prefácios são textos inúteis, já que em 100% dos casos o prefaciador é convocado com o compromisso ex-clusivo de falar bem do autor e da obra em questão. Garantido o tom elogioso, o prefácio ainda aponta características evidentes do texto que virá, que o leitor poderia ter muito prazer em descobrir sozinho. Nos ca-sos mais graves, o prefácio adianta elementos da história a ser narrada (quando se trata de ficção), ou ante-cipa estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca os argumentos de base a serem desenvolvidos (quando estu-dos ou ensaios). Quer dizer: mais do que inútil, o prefácio seria um estra-ga-prazeres.

Pois vou na contramão dessa crítica mal-humorada aos prefácios e prefaciadores, embora concorde que muitas vezes ela proceda – o que não justifica a generalização devastadora. Meu argumento é sim-ples e pessoal: em muitos livros que li, a melhor coisa era o prefácio – fos-se pelo estilo do prefaciador, muito

melhor do que o do autor da obra, fosse pela consistência das ideias de-fendidas, muito mais sólidas do que as expostas no texto principal. Há casos célebres de bibliografias que indicam apenas o prefácio de uma obra, ficando claro que o restante é desnecessário. E ninguém controla a possibilidade, por exemplo, de o prefaciador ser muito mais espiri-tuoso e inteligente do que o amigo cujo texto ele apresenta. Mas como argumento final vou glosar uma observação de Machado de Assis: quando o prefácio e o texto princi-pal são ruins, o primeiro sempre terá sobre o segundo a vantagem de ser bem mais curto.

Há muito tempo me deparei com o prefácio que um grande poeta, dos maiores do Brasil, escreveu para um livrinho de poemas bem fraquinhos de uma jovem, linda e famosa mode-lo. Pois o velho poeta tratava a moça como se fosse uma Cecília Meireles (que, aliás, além de grande escritora era também linda). Não havia dúvida: o poeta, embevecido, estava mesmo era prefaciando o poder de sedução

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DuDa Nogueira 18MÉTODO DE ESTUDO

da jovem, linda e nada talentosa poetisa. Mas ele conseguiu inventar tantas qualidades para os poemas da moça que o prefácio acabou sendo,

sozinho, mais uma prova da imagi-nação de um grande gênio poético.

(Aderbal Siqueira Justo, inédito)

DICA 2: elimine as alternativas riscando palavras em cada alternativa. Lembrando que você já sublinhou as ideias principais.

01. (TRT 16 – Analista Judiciário- Área Ad-ministrativa/2014) O primeiro e o segundo parágrafos estabelecem entre si uma relação de

a) causa e efeito, uma vez que das convic-ções expressas no primeiro resultam, co-mo consequência natural, as expostas no segundo.

b) de complementaridade, pois o que se afirma no segundo ajuda a compreender a mesma tese defendida e desenvolvida no primeiro.

c) inteira independência, pois o tema do primeiro não se espelha no segundo, já que o autor do texto quer apenas enu-merar diferentes estilos.

d) contraposição, pois a perspectiva de va-lor adotada no primeiro é confrontada com outra que a relativiza e nega no se-gundo.

e) similitude, pois são ligeiras as variações do argumento central que ambos susten-tam em relação à utilidade e à necessida-de dos prefácios.

COMENTÁRIOS

GABARITO: D

Muito importante atentar-se que é pe-dida a relação entre o primeiro e o segundo parágrafos.

Voltando às ideias sublinhadas, a contra-posição (sentido contrário) fica evidente. No primeiro parágrafo, o autor menciona que os prefácios são textos inúteis; no segundo, cita que vai na contramão dessa crítica mal--humorada, e vai além: em muitos livros que li, a melhor coisa era o prefácio. Seria mesmo inútil o prefácio?

a) Eliminada facilmente porque para haver causa e efeito, o segundo parágrafo de-veria ser a consequência do primeiro e isso não acontece. São ideias opostas.

b) Em hipótese alguma é a mesma tese de-fendida e desenvolvida no primeiro.

c) O tema é o mesmo, o que muda é a opi-nião.

e) Não há semelhança, mas sim oposição.

SUA PROVA DEVERIA FICAR ASSIM:

a) causa e efeito, uma vez que das convic-ções expressas no primeiro resultam, co-mo consequência natural, as expostas no segundo.

b) de complementaridade, pois o que se afirma no segundo ajuda a compreender a mesma tese defendida e desenvolvida no primeiro.

c) inteira independência, pois o tema do primeiro não se espelha no segundo, já que o autor do texto quer apenas enu-merar diferentes estilos.

d) contraposição, pois a perspectiva de va-lor adotada no primeiro é confrontada com outra que a relativiza e nega no se-gundo.

e) similitude, pois são ligeiras as variações do argumento central que ambos susten-tam em relação à utilidade e à necessida-de dos prefácios.

02. (TRT 16 – Analista Judiciário- Área Ad-ministrativa/2014) Considere as afirmações abaixo.

I. No primeiro parágrafo, a assertiva o pre-fácio seria um estraga-prazeres traduz o

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Teoria23 TEORIA

Capítulo 1

TEORIASUMÁRIO

1. Introdução • 2. Tipos de linguagem • 2.1. Linguagem verbal • 2.2. Linguagem não verbal • 2.3. Linguagem mista • 3. Intertextualidade • 3.1. Paráfrase • 3.2. Paródia • 4. Tipos de discurso • 4.1. Dis-curso direto • 4.2. Discurso indireto • 4.3. Discurso indireto livre • 5. Gêneros textuais • 6. Coesão tex-tual • 6.1. Coesão referencial • 6.2. Coesão lexical • 6.3. Coesão sequencial • 6.4 Emprego/correlação de tempos e modos verbais • 6.4.1. Modos • 6.4.2. Tempos • 7. Coerência textual • 7.1. Incoerência semântica • 7.2. Incoerência sintática • 7.3. Incoerência estilística • 7.4. Incoerência pragmática • 8. Verossimilhança e inverossimilhança • 8.1. Verossimilhança • 8.2. Inverossimilhança • 9. Persuasão e argumentação • 9.1. Persuasão • 9.2. Argumentação.

1. INTRODUÇÃOVocê sabe ler um texto, mas já pensou no significado de um texto?

Texto é um conjunto de palavras e frases encadeadas que permitem interpretação e transmitem uma mensagem. É qualquer obra escrita em versão original e que constitui um livro ou um documento escrito. Um texto é uma unidade linguística de extensão superior à frase. Possui tamanho variável e deve ser escrito com coesão e coerência. Pode ser classificado como literário e não literário.

Todo texto tem alguns aspectos formais, ou seja, tem estrutura, elementos que estabele-cem relação entre si. Dentro dos aspectos formais, há a coesão e a coerência, que dão sentido e forma ao texto, tópicos que serão estudados neste capítulo.

Transportemos para o dia a dia.

Se você se depara com a palavra silêncio estando em um hospital, terá um sentido. Se se deparar com a mesma palavra escrita em um pedaço de papel jogado na rua, terá outro senti-do porque estaria fora de um contexto. Isso nada mais é do que interpretar. Note que o tempo todo temos de interpretar atos, gestos, olhares, palavras, tornando a vida mais encantadora, ou não. Dependerá de seu contexto.

São dois os segredos para aprender a ler e acertar as questões de provas:

. Trabalhar por etapas = iniciar com questões fáceis, passar para médias e, depois de craque, iniciar as difíceis (área fiscal);

. Exercitar através de questões comentadas item a item, pois se você errar, basta ir ao gaba-rito comentado que entenderá o porquê do erro.

2. TIPOS DE LINGUAGEMLinguagem é o sistema através do qual o homem comunica suas ideias e sentimentos,

seja através da fala, da escrita ou de outros signos convencionais. Na linguagem do cotidiano, o homem faz uso da linguagem verbal e não verbal para se comunicar. Conheçamos os tipos de linguagem.

2.1. Linguagem verbalIntegra a fala e a escrita (diálogo, informações no rádio, televisão ou imprensa, etc.), utiliza

a língua (oral ou escrita), ou seja, tem por unidade a palavra. Exemplos: os recursos de comu-nicação como imagens, desenhos, símbolos, músicas, gestos, tom de voz etc.

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DuDa Nogueira 24TEORIA

2.2. Linguagem não verbalPossui outros tipos de unidade, como o gesto, o movimento, a imagem, a dança, por exem-

plo.

2.3. Linguagem mistaUtiliza tanto a palavra quanto as demais unidades, como histórias em quadrinhos, teatro,

televisão, cinema, charges e alguns anúncios publicitários.

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Teoria25 TEORIA

3. INTERTEXTUALIDADEAcontece quando há uma referência explícita ou implícita de um texto em outro. Também

pode ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextualidade.

Apresenta-se explicitamente quando o autor informa o objeto de sua citação. Em um texto científico, por exemplo, o autor do texto citado é indicado, já na forma implícita, a indicação é oculta. Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo, um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocor-rer afirmando as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as. Há duas formas: a Paráfrase e a Paródia.

3.1. ParáfraseNa paráfrase, as palavras são mudadas, porém a ideia do texto é confirmada pelo novo

texto, a alusão ocorre para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com outras palavras o que já foi dito. Temos um exemplo citado por Affonso Romano Sant'Anna em seu livro "Paródia, paráfrase & Cia" (p. 23):

Texto Original

Minha terra tem palmeiras

Onde canta o sabiá,

As aves que aqui gorjeiam

Não gorjeiam como lá.

(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).

Paráfrase

Meus olhos brasileiros se fecham saudosos

Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.

Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?

Eu tão esquecido de minha terra...

Ai terra que tem palmeiras

Onde canta o sabiá!

(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).

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Provas43 QUESTÕES FÁCEIS

Capítulo 1

PROVASSUMÁRIO

Questões fáceis – 171 • 1. VUNESP • 2. CESPE • 3. FGV • 4. UEG • 5. UEL • 6. FEPESE • 7. PM – MG • 8. FCC • 9. UFF • 10. FUMARC • 11. ISAE – 2011 • 12. UECE.

1.1. Escrevente técnico judiciário SP; Investigador de polícia; Escrivão de polícia; Agente de po­lícia; Inspetor de polícia; Soldado PM; Agente penitenciário.

QUESTÕES FÁCEIS

1. VUNESPTexto para as questões.

Ser gentil é um ato de rebeldia. Você sai às ruas e insiste, briga, luta para se manter gentil. O motorista quase te mata de susto buzinando e te xingando porque você usou a faixa de pedestres quando o sinal estava fechado para ele. Você pos­ta um pensamento gentil nas redes sociais apesar de ler dezenas de comentários xenofóbicos, homo­fóbicos, irônicos e maldosos sobre tudo e todos. Inclusive você. Afinal, você é obviamente um idiota gentil.

Há teorias evolucionistas que defendem que as sociedades com maior número de pessoas altruístas sobreviveram por mais tempo por serem mais capazes de manter a co­esão. Pesquisadores da atualidade dizem, baseados em estudos, que gestos de gentileza liberam subs­tâncias que proporcionam prazer e felicidade.

Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho pacas para ser gentil nos dias de hoje. Só consigo associar a aversão à gentileza à pro­funda necessidade de ser – ou pare­cer ser – invencível e bem sucedido. Nossas fragilidades seriam uma ver­gonha social. Um empecilho à car­reira, ao acúmulo de dinheiro.

Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável diante da eterna ambivalência humana: que­remos ser bons, mas temos medo. Não dizer bom dia significa que você é muito importante. Ou mui­to ocupado. Humilhar os que não concordam com suas ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo. Como se houvesse um lado errado. Porque, se nenhum de nós abrir a boca, ninguém vai reparar que no nosso modelo de felicidade tem alguém chorando ali no canto. Porque ser gentil abala sua autono­mia. Enfim, ser gentil está fora de moda. Estou sempre fora de moda. Querendo falar de gentileza, imagi­nem vocês! Pura rebeldia. Sair por aí exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato de pura desobediência civil, esperar alguma cumplicidade. Deve ser a idade.

(Ana Paula Padrão, Gentileza virou fraqueza. Disponível em: <

http://www.istoe.com.br>. Acesso em: 27 jan 2015. Adaptado)

01. (VUNESP 2015 – Escrevente Técnico Judiciário – TJ/SP) É correto inferir que, do ponto de vista da autora, a gentileza

a) é prerrogativa dos que querem ter sua importância reconhecida socialmente

b) é uma via de mão dupla, por isso não de­ve ser praticada se não houver reciproci­dade.

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DuDa Nogueira 44QUESTÕES FÁCEIS

c) representa um hábito primitivo, que pou­co afeta as relações interpessoais.

d) restringe­ se ao gênero masculino, pois este representa os mais fortes.

e) é uma qualidade desvalorizada em nossa socie dade nos dias atuais.

COMENTÁRIOSResposta: “e”Trechos no texto: Mas gentileza virou

fraqueza. É preciso ser macho pacas para ser gentil nos dias de hoje. Só consigo associar a aversão à gentileza à profunda necessi-dade de ser – ou parecer ser – invencível e bem sucedido. Não ter tempo para genti-lezas é bonito. É justificável diante da eterna ambivalência humana: queremos ser bons, mas temos medo. Não dizer bom dia signi­fica que você é muito importante. Ou muito ocupado. Humilhar os que não concordam com suas ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo. Como se houvesse um la­do errado. Porque, se nenhum de nós abrir a boca, ninguém vai reparar que no nosso modelo de felicidade tem alguém cho-rando ali no canto. Porque ser gentil abala sua autonomia. Enfim, ser gentil está fora de moda. Estou sempre fora de moda. Que-rendo falar de gentileza, imaginem vocês! Pura rebeldia.

02. (VUNESP 2015 – Escrevente Técnico Judiciário – TJ/SP) No final do último pará­grafo, a autora caracteriza a gentileza como “ato de pura desobediência civil"; isso permi­te deduzir quea) assumir a prática da gentileza é rebelar ­

­se contra códigos de comportamento vigentes, mesmo que não declarados.

b) é inviável, em qualquer época, opor ­se às práti cas e aos protocolos sociais de rela­cionamento humano.

c) é possível ao sujeito aderir às ideias dos mais fortes, sem medo de ver atingida sua individuali dade, no contexto geral.

d) há, nas sociedades modernas, a consta­tação de que a vulnerabilidade de alguns está em ver a felicidade como ato de re­beldia.

e) obedecer às normas sociais gera prazer, ainda que isso signifique seguir rituais de incivilidade e praticar a intolerância.

COMENTÁRIOSResposta: “a”1. Pode-se deduzir = chegar à conclusão

utilizando somente o raciocínio; fazer infe­rências; inferir.

2. Trecho em que se pode deduzir: Enfim, ser gentil está fora de moda. Estou sempre fora de moda. Querendo falar de gentileza, ima ginem vocês! Pura rebeldia. Sair por aí exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato de pura desobediência civil, esperar alguma cumplicidade. Deve ser a idade.

Para responder à questão, considere a se­guinte pas sagem, no contexto geral da crônica:

Não ter tempo para gentilezas é bonito. […] Não dizer bom dia significa que você é muito importante. Ou muito ocupado. Humi­lhar os que não concordam com suas ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo.

03. (VUNESP 2015 – Escrevente Técnico Judiciário – TJ/SP) Com essas afirmações, a autoraa) informa literalmente efeitos positivos

que vê na falta de gentileza.b) revela que também tolera atitudes não

gentis e grosseiras.c) aponta, ironicamente, o ponto de vista

de pessoas não adeptas da gentileza.d) expõe o que realmente pensa de quem é

gentil com os semelhantes.e) adere às ideias dos não corteses, com os

quais acaba se identificando.

COMENTÁRIOSResposta: “c”1. Ironia: figura de linguagem através da

qual se expressa exatamente o oposto da­quilo que se diz; utilização de uma expressão, vocábulo ou frase de significação contrário ao que supostamente deveria ser expresso, usado para caracterizar ou nomear alguma coisa: a ironia valoriza certos discursos.

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Provas45 QUESTÕES FÁCEIS

2. No texto: Não ter tempo para gentile­zas é bonito. (…) Não dizer bom dia significa que você é muito importante. Ou muito ocu­pado. Humilhar os que não concordam com suas ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo.

04. (VUNESP 2015 – Escrevente Técnico Ju-diciário – TJ/SP) As palavras destacadas nas passagens – (I) … as sociedades com maior número de pessoas altruístas sobreviveram por mais tempo… e (II) É justificável diante da eterna ambivalência humana: queremos ser bons, mas temos medo… – têm sentido con­textual dea) (I) dedicadas aos semelhantes e (II) ambi­

ência.b) (I) praticantes da filantropia e (II) ambi­

guidade.c) (I) coerentes e (II) dualidaded) (I) afáveis e (II) multiplicidade.e) (I) dotadas de autonomia e (II) duplicida­

de.

COMENTÁRIOSResposta: “b”Nota da autora: A questão foi muito dis­

cutida, mas o gabarito está correto. Veja, a seguir, os sentidos das palavras no contexto.

I. Altruísta – pessoa que demonstra al­truísmo; quem pratica o altruísmo; filantropo (que sente amor pela humanidade; diz­se da pessoa humanitária, que pratica a caridade);

II. Ambivalência – caráter daquilo que possui dois aspectos radicalmente diferen­tes, opostos até. Ambiguidade (em filosofia): dualidade (designa duas entidades isoláveis, por oposição) profunda de um termo, de uma proposição ou de uma situação.

Texto para as questões.As cotas raciais deram certo

porque seus beneficiados são, sim, competentes. Merecem, sim, fre­quentar uma universidade pública e de qualidade. No vestibular, que é o princípio de tudo, os cotistas estão só um pouco atrás. Segundo dados

do Sistema de Seleção Unificada, a nota de corte para os candidatos convencionais a vagas de medicina nas federais foi de 787,56 pontos. Para os cotistas, foi de 761,67 pon­tos. A diferença entre eles, portanto, ficou próxima de 3%. IstoÉ entrevis­tou educadores e todos disseram que essa distância é mais do que razoável. Na verdade, é quase nada. Se em uma disciplina tão concorrida quanto medicina um coeficiente de apenas 3% separa os privilegiados, que estudaram em colégios priva­dos, dos negros e pobres, que fre­quentaram escolas públicas, então é justo supor que a diferença míni­ma pode, perfeitamente, ser igua­lada ou superada no decorrer dos cursos. Depende só da disposição do aluno. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), uma das mais conceituadas do País, os resul­tados do último vestibular surpre­enderam. “A maior diferença entre as notas de ingresso de cotistas e não cotistas foi observada no cur­so de economia”, diz Ângela Rocha, pró­reitora da UFRJ. “Mesmo assim, essa distância foi de 11%, o que, es­tatisticamente, não é significativo”.

(www.istoe.com.br)

05. (VUNESP 2014 – Escrevente Técnico Judiciário – TJ/SP) As informações iniciais do texto permitem inferir que pessoas con­trárias ao sistema de cotas nas universidades públicas acreditam quea) o desempenho dos alunos beneficiados é

similar ao de outros estudantes.b) os resultados dos cotistas podem ser supe­

riores aos dos demais estudantes.c) os cursos, em geral, são beneficiados com

alunos de perfis diferenciados.d) os alunos beneficiados têm pouca qualifi­

cação para frequentar os cursos.e) os cursos menos concorridos podem ser

extintos por falta de candidatos.

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Provas de nível médio – nível 1 – (ensino médio) 163 QUESTÕES MÉDIAS

Capítulo 1

PROVAS DE NÍVEL MÉDIO – NÍVEL 1 –

(ENSINO MÉDIO)SUMÁRIO

Questões médias nível 1 (ensino médio) – 168 • 1. FCC • 2. CESPE • 3. FGV • 4. CESGRANRIO • 5. CONSULPLAN • 6. IDECAN • 7. ESPP.

QUESTÕES MÉDIAS NÍVEL 1 (ENSINO MÉDIO) – 200 1.1 Provas de nível médio NÍVEL 1 (ensino médio): Técnico Judiciário (TRT, TST, TRF, TSE

e STF); Técnico Judiciário TJ-RJ; Técnico Bancário; Agente Administrativo; Escriturário--BB; Técnico Bancário-Banco da Amazônia; Técnico Bancário-Banestes; Técnico Bancário--BanPará; Técnico Bancário-CEF; Escriturário-Banco de Brasília ; Prefeitura de Cuiabá MT, Técnico – MPU.

1. FCC

Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões.

A vida é uma tapeçaria que ela-boramos, enquanto somos urdidos dentro dela. Aqui e ali podemos escolher alguns fios, um tom, a es-pessura certa, ou até colaborar no desenho.

Linhas de bordado podem ser cordas que amarram ou rédeas que se deixam manejar: nem sempre compreendemos a hora certa ou o jeito de as segurarmos. Nem todos somos bons condutores; ou não nos explicaram direito qual o desenho a seguir, nem qual a dose de liber-dade que podíamos – com todos os riscos – assumir.

(LUFT, L. O rio do meio. São Paulo: Mandarim, 1997, 3. ed., p.

105)

01. (FCC – Técnico Judiciário – Área Ad-ministrativa – TRT 4/2015) O texto aponta para

a) a liberdade do ser humano em estabe-lecer os rumos de sua própria vida, sem deixar de reconhecer a existência de limi-tes e dificuldades nesse direcionamento.

b) os conflitos que aparecem durante as pri-meiras fases da vida de uma pessoa, im-pedindo-a de se transformar num adulto consciente e capaz de resolver seus pró-prios problemas.

c) as falhas de uma formação inadequada a que estão sujeitos os seres humanos, impossibilitando-lhes um direcionamen-to dos rumos de sua vida segundo parâ-metros socialmente aceitáveis.

d) o pleno desenvolvimento de potencia-lidades atingido por algumas pessoas, ainda que elas estejam subordinadas a estruturas sociais preestabelecidas.

e) o papel das normas sociais aceitas pelo grupo na determinação da vontade de cada um em relação aos objetivos de sua própria vida, normas que sempre

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DuDa Nogueira 164QUESTÕES MÉDIAS

preponderam sobre decisões de cunho pessoal.

COMENTÁRIOS

Resposta: “a”

A autora recheou o texto com metáforas e é preciso decifrá-las:

1. liberdade do ser humano em esta-belecer os rumos de sua própria vida = podemos escolher alguns fios, um tom, a es-pessura certa, ou até colaborar no desenho.

2. reconhecer a existência de limites e dificuldades = nem sempre compreende-mos a hora certa ou o jeito de as segurarmos. Nem todos somos bons condutores; ou não nos explicaram direito qual o desenho a se-guir, nem qual a dose de liberdade que podí-amos – com todos os riscos – assumir.

Erros:

b) os conflitos que aparecem durante as primeiras fases da vida = não cabe essa ideia no contexto.

c) as falhas de uma formação inadequada a que estão sujeitos os seres humanos = não menciona.

d) algumas pessoas = são todas as pesso-as (verbo na primeira pessoa do plural: nós).

e) o papel das normas sociais = = é incor-reto, segundo as ideias abordadas no texto, colocar o papel das normas sociais em pri-meiro plano.

02. (FCC – Técnico Judiciário – Área Admi-nistrativa – TRT 4/2015) Entende-se correta-mente que, no 2º parágrafo, a autora aborda

a) a determinação no traçado de objetivos que possam nortear, desde o início, as escolhas que se colocam na vida de cada pessoa, impostas pelos valores cultiva-dos no meio social em que se insere.

b) os problemas decorrentes de uma forma-ção incompleta, ou até mesmo deforma-da, que resultam em futuros empecilhos na condução de uma vida menos subor-dinada às imposições do meio social.

c) a plena independência que deve cons-tituir o legado de cada pessoa, possibili-tando-lhe escolhas livres, desvinculadas das normas de comportamento adota-das pelo grupo social a que pertence.

d) as múltiplas maneiras de construção da melhor forma de viver, ou porque se de-seja liberdade plena nas opções feitas, ou porque se torna mais fácil optar pelo per-tencimento a um determinado grupo.

e) as dificuldades surgidas ao longo da vi-da, que podem resultar em avanços à medida que são superadas ou acabam se transformando em obstáculos verdadei-ramente intransponíveis.

COMENTÁRIOS

Resposta: “e”

Quais são as dificuldades? Linhas de bor-dado podem ser cordas que amarram ou rédeas que se deixam manejar: nem sempre compreendemos a hora certa ou o jeito de as segurarmos. Nem todos somos bons condu-tores.

Erros

a) a determinação no traçado de obje-tivos que possam nortear, desde o início = ideias não mencionadas no texto.

b) formação incompleta, ou até mesmo deformada = não se refere à formação in-completa, deformada.

c) a plena independência que deve cons-tituir o legado de cada pessoa = Há limites a serem respeitados, logo não há plena inde-pendência.

d) melhor forma de viver = não fala sobre a melhor forma de viver.

Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões.

De gramática e de linguagem

E havia uma gramática que dizia assim:

“Substantivo (concreto) é tudo quanto indica

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Provas de nível médio – nível 2 – (ensino suPerior) 323 QUESTÕES MÉDIAS

Capítulo 2

PROVAS DE NÍVEL MÉDIO – NÍVEL 2 –

(ENSINO SUPERIOR)SUMÁRIO

Provas de nível médio – nível 2 –(ensino superior) • 1. FCC • 2. FGV • 3. FUNRIO • 4. CESPE • 5. UEPA • 7. UFMT • 7 MPE • 8. AJURI • 9. DOM CINTRA • 10. IVIN • 11. CONSULPLAN. 12. FUNDAÇÃO AROEIRA • 13. UEL • 14. UEG • 15. FUNCAB • 16. VUNESP • 17. MAIS • 18. IBFC.

PROVAS DE NÍVEL MÉDIO – NÍVEL 2 (ENSINO SUPERIOR)1.2 Provas de nível médio NÍVEL 2 (ensino superior): Analista Judiciário (TRT, TRE, TRF, TSE,

STF, CNJ, TJ/RJ, ); Analista Judiciário-Exec. Mandados; CGE/MA; Analista do Seguro Social--INSS; Administrador-Assembleia Legislativa Mato Grosso; Administrador-INEA/RJ; Analis-ta do MPU; Delegado de Polícia; Advogado; Analista Judiciário Executante de Mandados--TJ-RJ; Promotor de Justiça; Procurador do Município; Analista do CNMP; Agente de Polícia Federal.

1. FCC

Observação: foram destacadas as ideias principais de alguns textos das provas de TRT 4 pelo fato de muitos leitores e alunos terem achado muito difícil interpretar. O objetivo é facilitar o entendimento. Sugiro, como mencionei em método de estudo, que sempre su-blinhe o que mais interessa..

Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões.

Ópera é um tipo de teatro no qual a maioria ou todos os perso-nagens cantam durante a maior parte do tempo ou o tempo todo. Nesse sentido, é muito óbvio que ela não seja realística, e com fre-quência, no decorrer de seus mais de quatrocentos anos de história, tem sido considerada exótica e es-tranha. Além disso, é quase sempre

bastante cara de se encenar e de se assistir. Em nenhum momento da história a sociedade, como um todo, conseguiu sustentar facil-mente os custos exorbitantes da ópera. Por que, então, tanta gente gosta dela de maneira tão profun-da? Por que dedicam suas vidas a apresentá-la, escrever sobre ela, assistir a ela? Por que alguns fãs de ópera atravessam o mundo para ver uma nova produção ou ouvir um cantor favorito, pagando imensas quantias por esse fugaz privilégio? E por que a ópera é a única forma de música erudita que ainda desenvol-ve de modo significativo novas au-diências, apesar de que, no último século ou por volta disso, o fluxo de novas obras, que uma vez foi seu sangue vital, secou até se reduzir a um débil gotejar?

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DuDa Nogueira 324QUESTÕES MÉDIAS

Essas perguntas são mais so-bre a ópera tal como ela é hoje em dia: sobre aquilo em que a ópera se tornou no início do século XXI. No que se segue teremos muito a dizer sobre a história de nosso tema, sobre as maneiras em que a ópera se desenvolveu durante sua jornada de quatrocentos anos até nós; mas nossa ênfase será sempre no pre-sente, no efeito que a ópera con-tinua a ter sobre as audiências no mundo inteiro. Nosso objetivo é lidar com uma forma de arte cujas obras mais populares e duradouras foram quase sempre escritas num distante passado europeu, [...] mas cuja influência em muitos de nós – e cuja significância em nossa vida hoje em dia – é ainda palpável. A ópera pode nos transformar: físi-ca, emocional e intelectualmen-te. Queremos investigar por quê.

(Carolyn Abbate e Roger Parker. Uma história da ópera: os últimos

quatrocentos anos. Trad. Paulo Geiger. 1.ed. São Paulo: Companhia

das Letras, 2015, p. 21-22)

01. (FCC – Analista Judiciário – Área Judi-ciária – TRT 4/2015) Os autores do texto

a) anunciam que têm muito a dizer e dei-xam entrever que suas reflexões desnu-darão alguns mitos sobre a ópera, como a visão idealizada de que a profusão de obras já constituiu o sangue vital desse tipo de teatro.

b) apontam que a ópera é sempre bastante dispendiosa porque esse tipo de teatro renuncia a personagens que não se fa-zem presentes em cena por meio do can-to.

c) acusam a incongruência que existe entre a sociedade sustentar produções caríssi-mas e as pessoas, diferentemente deles mesmos, não investigarem o que justifi-caria manter esses projetos.

d) indicam como usual que se tome a ópera como um gênero dramático excêntrico, pelo fato de representar situações estra-nhas ao que se considera “vida real”.

e) expressam as intenções que têm ao es-crever a história da ópera, demonstrando acreditar que a melhor maneira de fazê--lo é fixar-se na atualidade, auge dessa manifestação erudita.

COMENTÁRIOS

Resposta: “d”A ópera é considerada exótica e estra-

nha = gênero dramático excêntrico; é muito óbvio que não seja realística = representa si-tuações estranhas ao que se considera “vida real”.

Eliminando alternativas descabidas:

a) desnudarão alguns mitos sobre a ópe-ra = No final do texto: nossa ênfase será sempre no presente, no efeito que a ópe-ra continua a ter sobre as audiências no mundo inteiro. Nosso objetivo é lidar com uma forma de arte cujas obras mais popula-res e duradouras foram quase sempre escri-tas num distante passado europeu, [...] mas cuja influência em muitos de nós – e cuja significância em nossa vida hoje em dia – é ainda palpável. A ópera pode nos trans-formar: física, emocional e intelectual-mente. Queremos investigar por quê.

b) porque esse tipo de teatro renuncia a personagens que não se fazem presentes em cena por meio do canto = Não é a explicação sobre a ópera ser dispendiosa (conjunção “porque”).

Observação:

Dispendiosa significa que demanda muito dinheiro; que ocasiona muitas despesas; cara.

c) 1. Não há tal acusação; 2. Não mencio-na a investigação de pessoas em relação a manter esses projetos.

Observação:

Incongruência significa falta de congruên-cia e de adequação; desprovido de concordân-cia; sem harmonia nem identidade etc.

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Provas da área fiscal 591 QUESTÕES DIFÍCEIS

Capítulo 1

PROVAS DA ÁREA FISCAL

SUMÁRIO

Questões difíceis – 66 questões • 1. FCC • 2. ESAF • 3. CESPE • 4. CETRO • 5. FDC • 6. PUC 7. FGV.

QUESTÕES DIFÍCEIS1.1 Auditor-Fiscal-RFB; Agente Fiscal de Rendas-SP; Auditor Fiscal do Trabalho-MTE; Auditor

Fiscal Tributário Municipal-Campinas/SP; Auditor Fiscal Tributário Municipal-SP; Auditor Fiscal de Tributos Municipais-BH; Analista Tributário-RFB; Fiscal de Rendas-RJ.

1. FCCTexto para as questões.

Filosofia de borrachariaO borracheiro coçou a desmata-

da cabeça e proferiu a sentença tran-quilizadora: nenhum problema com o nosso pneu, aliás quase tão calvo quanto ele. Estava apenas um boca-do murcho.

- Camminando si sgonfia* – ex-plicou o camarada, com um sorriso de pouquíssimos dentes e enorme simpatia.

O italiano vem a ser um dos mui-tos idiomas em que a minha abran-gente ignorância é especializada, mas ainda assim compreendi que o pneu do nosso carro periclitante tinha se esvaziado ao longo da estrada. Não era para menos. Tendo saído de Paris, havíamos rodado muito antes de cair naquele emaranhado de fron-teiras em que você corre o risco de não saber se está na Áustria, na Suíça ou na Itália. Soubemos que estávamos no norte, no sótão da Itália, vendo um providencial borracheiro dar nova carga a um pneu sgonfiato.

Dali saímos – éramos dois jovens casais num distante verão europeu,

embarcados numa aventura que, de camping em camping, nos levaria a Istambul – para dar carga nova a nossos estômagos, àquela altura não menos sgonfiati. O que pode a fome, em especial na juventude: à beira de um himalaia de sofrível espaguete fu-megante, julguei ver fumaças filosófi-cas na sentença do tosco borracheiro. E, entre garfadas, sob o olhar zombe-teiro dos companheiros de viagem, me pus a teorizar.

Sim, camminando si sgonfia, e não apenas quando se é, nesta vida, um pneu. Também nós, de tanto ro-dar, vamos aos poucos desinflando. E por aí fui, inflado e inflamado num papo delirante. Fosse hoje, talvez ti-vesse dito, infelizmente com conheci-mento de causa, que a partir de de-terminado ponto carecemos todos de alguma espécie de fortificante, de um novo alento para o corpo, quem sabe para a alma.

* Camminando si sgonfia= an-dando se esvazia. Sgonfiatoé vazio; sgonfiatié a forma plural.

(Adaptado de: WERNECK, Hum-berto – Esse inferno vai acabar.

Porto Alegre, Arquipélago, 2011, p. 85-86)

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DuDa Nogueira 592QUESTÕES DIFÍCEIS

01. (SEFAZ-PI FCC 2015) A expressão em italiano, dirigida aos dois jovens casais pelo borracheiro,

a) deu oportunidade a que todos reconhe-cessem na frase do borracheiro a filosofia que ele havia incutido nela para orientar os jovens.

b) foi tomada em sentido puramente me-tafórico, já que parecia não se aplicar ao problema que os fez parar na borracha-ria.

c) confundiu ainda mais aqueles aventurei-ros, que já se sentiam um tanto perdidos no emaranhado de estradas fronteiriças.

d) deu aos turistas a certeza de que se en-contravam na Itália, embora eles não ati-nassem com o sentido daquelas palavras.

e) acabou propiciando uma interpretação mais abrangente, que resultou numa te-oria posteriormente levantada numa re-feição.

COMENTÁRIOS

1. E

No texto:

“ – Camminando si sgonfia* – explicou o camarada, com um sorri-so de pouquíssimos dentes e enor-me simpatia.

O italiano vem a ser um dos mui-tos idiomas em que a minha abran-gente ignorância é especializada, mas ainda assim compreendi que o pneu do nosso carro periclitante tinha se esvaziado ao longo da es-trada....”

“E, entre garfadas, sob o olhar zombeteiro dos companheiros de viagem, me pus a teorizar.

Sim, camminando si sgonfia, e não apenas quando se é, nesta vida, um pneu. Também nós, de tanto ro-dar, vamos aos poucos desinflando.

Camminando si sgonfia= an-dando se esvazia.

02. (SEFAZ-PI FCC 2015) Atente para as se-guintes afirmações:

I. A frase dita pelo borracheiro nada indi-ciou aos jovens turistas, que não sabiam em que país estavam – o que só veio a se esclarecer durante a refeição tipicamente italiana.

II. A familiaridade que um dos jovens re-velou ter como idioma italiano permitiu--lhe deduzir da frase do borracheiro uma súmula filosófica.

III. Como conclusão do antigo episódio narrado, o cronista lembra o quanto a vi-da acaba por nos tornar necessitados de novo ânimo para seguir vivendo-a.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em

a) III, apenas.

b) I, II e III.

c) I e II, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I e III, apenas.

COMENTÁRIOS

1. A

I. Errado. Eles se deram conta que esta-vam na Itália com a frase do borracheiro.

II. Errado. O texto menciona apenas o jo-vem que não conhece o idioma.

III. Certo: Determinado ponto carecemos todos de alguma espécie de fortificante, de um novo alento para o corpo, quem sabe pa-ra a alma.

Texto para as questões.

“O povo não gosta de música clássica”

Estudante de Letras, mal chegado à faculdade, comecei a dar aulas de Português numa escola pública da periferia da cidade. Estava feliz por-que gostei do trabalho de professor, nessa escola estadual frequentada sobretudo por comerciários, office boys, aprendizes de ofício, feirantes

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Redação oficial 665 REDAÇÃO OFICIAL

Capítulo 1

REDAÇÃO OFICIAL

SUMÁRIO

1. Introdução • 2. O que é redação oficial • 2.1. A impessoalidade • 2.2. A linguagem dos atos e co-municações oficiais • 2.3. Formalidade e padronização • 2.4. Concisão e clareza • 3. As comunicações oficiais • 3.1. Introdução • 3.2. Pronomes de tratamento • 3.2.1. Breve história dos pronomes de tratamento • 3.2.2. Concordância com os pronomes de tratamento • 3.2.3. Emprego dos pronomes de tratamento • 3.3. Fechos para comunicações • 3.4. Identificação do signatário • 4. O padrão ofício • 4.1. Partes do documento no padrão ofício • 4.2. Forma de diagramação • 4.3. Aviso e ofício • 4.3.1. Definição e finalidade • 4.3.2. Forma e estrutura • 4.4. Memorando • 4.4.1. Definição e finalidade • 4.4.2. Forma e estrutura • 5. Exposição de motivos • 5.1. Definição e finalidade • 5.2. Forma e estrutu-ra • 6. Mensagem • 6.1. Definição e finalidade • 6.2. Forma e estrutura • 7. Telegrama • 7.1. Definição e finalidade • 7.2. Forma e estrutura • 8. Fax • 8.1. Definição e finalidade • 8.2. Forma e estrutura • 9. Correio eletrônico • 9.1. Definição e finalidade • 9.2. Forma e estrutura • 9.3. Valor documental

1 INTRODUÇÃOA Redação Oficial é exigida em alguns editais e todos seguem o Manual de Redação da

Presidência da República. Assim sendo, foram mencionadas as partes teóricas necessárias (dis-poníveis em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm>) para, em seguida, comentarmos – juntos – as questões de concursos.

Sugiro que vá direto às questões comentadas de concursos e volte à teoria para resolvê--las, facilita os estudos.

2 O QUE É REDAÇÃO OFICIALEm uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público

redige atos normativos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Exe-cutivo.

A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de lin-guagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos

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DuDa Nogueira 666REDAÇÃO OFICIAL

decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda administração pú-blica, claro está que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais.

Não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscu-ra, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos atos norma-tivos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, necessaria-mente, clareza e concisão.

Além de atender à disposição constitucional, a forma dos atos normativos obedece a certa tradição. Há normas para sua elaboração que remontam ao período de nossa história imperial, como, por exemplo, a obrigatoriedade – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de 1822 – de que se aponha, ao final desses atos, o número de anos transcorridos desde a In-dependência. Essa prática foi mantida no período republicano.

Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformidade, concisão e uso de lin-guagem formal) aplicam-se às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma única interpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem.

Nesse quadro, fica claro também que as comunicações oficiais são necessariamente uni-formes, pois há sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor dessas comu-nicações ou é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público).

Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações oficiais foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de tratamento e de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos expedientes, etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos para comu-nicações oficiais, regulados pela Portaria no 1 do Ministro de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937, que, após mais de meio século de vigência, foi revogado pelo Decreto que aprovou a primeira edição deste Manual.

Acrescente-se, por fim, que a identificação que se buscou fazer das características específi-cas da forma oficial de redigir não deve ensejar o entendimento de que se proponha a criação – ou se aceite a existência – de uma forma específica de linguagem administrativa, o que co-loquialmente e pejorativamente se chama burocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser a redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção de frases.

A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência particular, etc.

Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada uma delas.

2.1 A impessoalidadeA finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja comu-

nicação, são necessários: a) alguém que comunique, b) algo a ser comunicado, e c) alguém

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Questões comentadas de concursos693 REDAÇÃO OFICIAL

Capítulo 2

QUESTÕES COMENTADAS DE

CONCURSOSSUMÁRIO

1. CESPE • 2. CESGRANRIO • 3. FEPESE • 4. FCC

1. CESPE Para os próximos itens, conside-

re o exemplo.

Xxx. 1032/SeTec

Goiânia, 15 de janeiro de 2015.

Ao Senhor Chefe do Setor de Documentação

Assunto: Oficinas de apresenta-ção do novo sistema operacional

1. Como é sabido, recentemente adquirimos um novo sistema opera-cional. Como se trata de um sistema muito diferente do anterior, infor-mo a Vossa Senhoria que o Setor de Tecnologia (SeTec) oferecerá, entre os dias 26 e 30 de janeiro deste ano, uma série de oficinas práticas para apresentação desse novo sistema aos funcionários.

2. Por essa razão, solicito que, no período acima indicado, Vossa Senhoria libere todos os funcioná-rios do seu setor duas horas antes do fim do expediente para que eles possam frequentar as oficinas.

3. Devo mencionar, por fim, que a participação dos funcionários nas

oficinas é obrigatória, pois o novo sistema já entrará em funcionamen-to no dia 20 de julho do corrente ano. Nessa data, todos já deverão conhecê-lo e saber como operá-lo.

Atenciosamente,

(espaço para assinatura)

[nome do signatário]

Chefe do Setor de Tecnologia

Com base no disposto no Ma-nual de Redação da Presidência da República, julgue os itens que se seguem, a respeito da correspon-dência oficial hipotética Xxx. 1032/SeTec, anteriormente apresentada, na qual o remetente e o destinatá-rio são funcionários de igual nível hierárquico de um mesmo órgão da administração pública.

01. (Cespe – Analista Judiciário – Área Ju-diciária – TRE-GO/2015) De acordo com as informações apresentadas, é correto afirmar que essa comunicação é um memorando. Por esse motivo, em lugar de "Xxx.", no início do expediente, deveria constar a abreviação Mem.

( ) certo ( ) errado

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DuDa Nogueira 694REDAÇÃO OFICIAL

COMENTÁRIOS

Certo – O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades administra-tivas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação eminentemente in-terna.

Pode ter caráter meramente administra-tivo, ou ser empregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem ado-tados por determinado setor do serviço pú-blico.

Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos burocráti-cos. Para evitar desnecessário aumento do

número de comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação. Esse procedimen-to permite formar uma espécie de processo simplificado, assegurando maior transparên-cia à tomada de decisões, e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no memorando.

Forma e Estrutura

Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencio-nado pelo cargo que ocupa.

Exemplos:

Ao Sr. Chefe do Departamento de Admi-nistração Ao Sr. Subchefe para Assuntos Ju-rídicos