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19-07-2013

19-07-2013 - portal.arsnorte.min-saude.ptportal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal... · Revista de Imprensa 19-07-2013 1. (PT) - Jornal de Notícias, 19/07/2013, Hospital de

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19-07-2013

Revista de Imprensa19-07-2013

1. (PT) - Jornal de Notícias, 19/07/2013, Hospital de Braga recebe acreditação global 1

2. (PT) - Correio do Minho, 18/07/2013, Centro de Saúde de Celorico consegue alargar horário 2

3. (PT) - Correio da Manhã, 19/07/2013, Formação em emergência médica na Univ. do Porto 4

4. (PT) - Público, 19/07/2013, SNS recusa financiar tratamento experimental contra cancro 5

5. (PT) - Público, 19/07/2013, Hospitais obrigados a aceitar cartão europeu de doença 7

6. (PT) - Jornal de Notícias, 19/07/2013, Transplantes em queda desde 2010 8

7. (PT) - Jornal de Notícias, 19/07/2013, 21% da água de furos e poços privados está contaminada 9

8. (PT) - Diário de Notícias, 19/07/2013, Algas ´ilibadas´: alforrecas suspeitas de causar alergias 11

9. (PT) - Público, 19/07/2013, Sem terapia hormonal da menopausa, terão morrido 50 mil mulheres nosEUA

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10. (PT) - Jornal Sénior, 18/07/2013, Doença celíaca, já ouviu falar? 13

11. (PT) - Público, 19/07/2013, Estado fica com 70% dos apoios para contratos de inserção dedesempregados

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12. (PT) - Vida Económica, 19/07/2013, Unidade de ensaios clínicos em seres humanos inaugurada no Porto 17

13. (PT) - Vida Económica, 19/07/2013, No ensino e na saúde o financiamento deve ser feito diretamente aocidadão - Entrevista a António Almeida Dias

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Tiragem: 98548

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 23

Cores: Cor

Área: 12,70 x 2,67 cm²

Corte: 1 de 1ID: 48821688 19-07-2013

Página 1

A2

Tiragem: 8000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 16

Cores: Cor

Área: 15,73 x 19,86 cm²

Corte: 1 de 2ID: 48803581 18-07-2013

CELORICO DE BASTO| Redacção/Lusa |

O funcionamento do Centro deSaúde de Celorico de Basto, du-rante o fim de semana, foi alar-gado três horas em relação aohorário inicialmente fixado, dis-se ontem o presidente da câma-ra.

Segundo Joaquim Mota e Sil-va, o Serviço de AtendimentoPermanente (SAP), ao sábado,domingo e feriados, funcionaagora até às 21 horas, deixandode encerrar às 18 horas.

O SAP de Celorico de Basto,que também serve a populaçãodo concelho vizinho de Mondimde Basto, deixou de estar aberto24 por dia, quando entrou emfuncionamento o novo hospitalde Amarante, no final de Abril.

A tutela determinou então queaquele serviço encerraria duran-te a noite, passando os doentes arecorrer à urgência da nova uni-dade hospitalar, localizada a cer-ca de 15 minutos de automóvel.

O horário do SAP de Celoricode Basto foi fixado das 8 às 23horas, à semana, e das 9 às 18horas, ao fim de semana e feria-dos.

No dia 29 de Abril, quando foi

inaugurado oficialmente o hos-pital de Amarante, com a presen-ça do ministro da Saúde, PauloMacedo, o presidente da Câmarade Celorico de Basto, reuniu-secom o governante. Os dois, coma presença de um representanteda Administração Regional deSaúde do Norte (ARS-N), acor-daram o alargamento do horário

do SAP, mas a concretizaçãoparcial da medida só começouno dia 12 de Junho.

Nesse dia, o SAP passou a fun-cionar à semana até as 24 horas,ficando-se a aguardar que a mu-dança de horário, acordada coma tutela, fosse estendida ao fimde semana, o que só aconteceuagora, segundo o autarca local.

Centro de Saúde de Celoricoconsegue alargar horárioA PARTIR DE AGORA, o Centro de Saúde de Celorico de Basto vai ter horárioalargado ao fim-de-semana e feriados até às 21 horas.

DR

Joaquim Mota e Silva, presidente da Câmara de Celorico de Basto

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Tiragem: 8000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

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Área: 5,85 x 3,91 cm²

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CELORICO DE BASTOCentro de Saúde com horário alargado ao fim-de-semanaPág. 16

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Tiragem: 152347

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 17

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Área: 21,65 x 8,01 cm²

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Tiragem: 44377

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 12

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Área: 26,79 x 30,82 cm²

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SNS recusa fi nanciar tratamento experimental contra cancro

PAULO PIMENTA

O director do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas critica a forma “pouco séria e leviana” como o tema tem sido tratado

A Direcção-Geral da Saúde (DGS)

não vai fi nanciar tratamentos expe-

rimentais contra o cancro realizados

na Alemanha e recentemente divul-

gados por uma estação televisiva.

“Não iremos seguramente fi nanciar

o que não está na lei”, garantiu ao

PÚBLICO o director do Programa

Nacional para as Doenças Oncoló-

gicas, Nuno Miranda, que lamentou

a forma “pouco séria e leviana” co-

mo este tema foi tratado pela TVI 24,

uma posição de repúdio semelhante

à já assumida pela Ordem dos Médi-

cos (OM).

Numa orientação ontem divul-

gada, a DGS sublinha que não faz

sentido que lhe sejam apresentados

pedidos de aprovação de tratamen-

tos experimentais para o cancro no

oncológicos”, que “manifestam o de-

sejo de se submeterem a esta terapia

que os oncologistas portugueses não

reconhecem e, por isso, não podem

validar”.

28 mil euros por sessãoMas a TVI 24 voltou à carga e rea-

lizou há dias outro trabalho, desta

vez explicando aos doentes todos os

passos para acederem à terapêutica

com uma comparticipação a 100%

do Serviço Nacional de Saúde. O tra-

tamento no estrangeiro custa “28 mil

euros”, quantia que, segundo a TVI,

poderá ser paga através da “assistên-

cia médica internacional da DGS”.

Para isso, os pacientes precisam que

os médicos lhes passem “relatórios

clínicos atestando a falta de meios

técnicos em Portugal” para o trata-

mento em questão. Se os médicos

não passarem os relatórios e se a

DGS não responder aos pedidos de

estrangeiro, nomeadamente com as

chamadas “vacinas de células den-

dríticas” referidas por aquele canal

televisivo. “Este tratamento tem ain-

da uma natureza completamente ex-

perimental, encontrando-se, actual-

mente, a decorrer ensaios clínicos

para defi nir a sua efi cácia e os seus

efeitos secundários”, justifi ca.

A controvérsia começou depois de

a TVI 24 ter apresentado, há três se-

manas, um primeiro programa sobre

este tipo de tratamento oncológico

realizado em centros na Alemanha.

Trata-se de “despudorada publicida-

de” a um tratamento experimental

para o cancro ainda não reconhecido

por sociedades oncológicas ou pela

Agência Europeia do Medicamento,

defendeu entretanto a presidente do

Colégio de Oncologia Médica da OM,

Helena Gervásio, em carta. Lamen-

tou também “a leviandade” do pro-

grama”, que “iludiu alguns doentes

autorização, os pacientes podem “in-

terpor providências cautelares junto

dos tribunais administrativos” contra

os clínicos ou a DGS, sugere. Caso os

doentes sejam funcionários públi-

cos, segundo afi rma, a ADSE paga

as viagens, a estadia e o tratamento a

100%, desde que exista o tal relatório

clínico. “É lamentável que se esteja

a dar informações erradas à popula-

ção”, reage Helena Gervásio.

Foi este último programa que mo-

tivou a tomada de posição da DGS.

“A informação que tem sido dispo-

nibilizada aos cidadãos por alguns

órgãos de comunicação social tem

alimentado esperanças, não basea-

das em provas científi cas, e atinge

uma população particularmente vul-

nerável, nomeadamente doentes do

foro oncológico em situação de mau

prognóstico”, lamenta a DGS. “Não

se deve alimentar falsas esperanças

nas pessoas, particularmente as que

estão numa situação desesperada”,

corrobora Nuno Miranda, acrescen-

tando que existe ainda o risco de,

com “esta propaganda”, se estar a

“matar um tratamento que eventu-

almente poderá ter benefícios no

futuro”. O problema é que, frisou,

actualmente “ainda se desconhece

a efi cácia e a toxicidade” desta tera-

pêutica.

O tratamento com células dentríti-

cas passa por isolar estas células (do

sistema imunitário) e sujeitar uma

amostra do tumor à sua exposição.

As células são multiplicadas e reintro-

duzidas em forma de vacina. Helena

Gervásio diz que terão sido tratados

quatro mil doentes em dez anos, mas

os centros alemães não sistematizam

os dados, limitando-se a apresentar

“os casos de sucesso”. Entretanto, os

oncologistas portugueses têm sido

nos últimos dias literalmente inunda-

dos com pedidos de esclarecimento

e de relatórios médicos por centenas

de doentes.

Jorge Espírito Santo, ex-presiden-

te do colégio da especialidade de

Oncologia da OM, explica que não

pode recomendar este tratamento,

porque “não há evidência científi ca

que o sustente tal como é feito actu-

almente”. “Apenas posso dar ao do-

ente um relatório com a sua informa-

ção clínica”, frisa. “Esta campanha”

é “extremamente prejudicial para os

doentes”, conclui Ricardo Luz, ex-

presidente da Sociedade Portuguesa

de Oncologia.

Especialistas lamentam “leviandade” de programa televisivo sobre terapêutica com as “chamadas vacinas de células dendríticas” na Alemanha e a criação de expectativas em doentes “em situação desesperada”

SaúdeAlexandra Campos

TVI afi rma que doentes podem aceder ao tratamento na Alemanha com comparticipação do SNS

“Esta campanha é extremamente prejudicial para os doentes”, diz oncologista Ricardo Luz

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Tiragem: 44377

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SNS recusa financiar tratamento experimental contra o cancro p12

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Tiragem: 44377

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Saúde

Hospitais obrigados a aceitar cartão europeu de doençaA Direcção-Geral da Saúde esclareceu ontem que o cartão europeu de seguro de doença e o certificado provisório de substituição devem ser obrigatoriamente aceites por todas as unidades do Serviço Nacional de Saúde. A orientação foi emitida na sequência de queixas apresentadas por Estados--membros contra hospitais portugueses que se recusaram a aceitar estes documentos a doentes estrangeiros.

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Tiragem: 93666

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Âmbito: Informação Geral

Pág: 10

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Âmbito: Informação Geral

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Sem terapia hormonal da menopausa, terão morrido 50 mil mulheres nos EUA

Desde 2002 que um estudo nos EUA sobre os supostos perigos das terapias hormonais causa estragos. Nas mulheres que tiraram o útero e não tomaram estrogénios, as mortes prematuras são dezenas de milhares

DR

As terapias hormonais da menopausa têm sido literalmente “demonizadas” de forma injusta

Uma equipa de cientistas norte-ame-

ricanos fez uma estimativa do núme-

ro de mulheres com 50 a 59 anos de

idade que morreram nos EUA, nos

últimos dez anos, porque após uma

cirurgia de remoção do útero não

receberam o tratamento hormonal

que lhes poderia ter poupado a vida.

Os seus resultados foram publicados

online ontem pela revista American

Journal of Public Health.

Nos anos 1990, as mulheres que

sofriam histerectomias (remoção

do útero) recebiam a seguir um tra-

tamento com estrogénios, uma das

duas hormonas sexuais femininas,

para travar o declínio cardiovascular

e ósseo associado a essa menopausa

induzida — e evitar afrontamentos,

suores nocturnos, depressão... Mais

de 90% dessas mulheres faziam estes

tratamentos nos EUA.

Mas em 2002, tudo foi por água

abaixo quando um grande estudo

sobre a saúde das mulheres, o WHI

(Women’s Health Initiative) foi inter-

rompido por ter sido alegadamente

observado um aumento do risco car-

diovascular e de cancro da mama nas

mulheres com menopausa que toma-

vam combinações de estrogénios e

de progesterona, a “outra” hormona

sexual feminina (nas mulheres com

útero, dá-se progesterona para evitar

o risco de cancro do útero associado

aos estrogénios).

O pânico gerado entre as utilizado-

ras destas terapias e os seus médicos

foi tal que, ainda hoje, apenas 10%

das norte-americanas recorrem a te-

rapias de “substituição hormonal”.

A repercussão em países europeus

como França também foi gigantesca,

com uma quebra de 80% das utiliza-

doras já em 2007. Em Portugal não

há dados disponíveis, mas o mais

provável é que o impacto tenha si-

do da mesma ordem.

Desde então, os próprios autores

do estudo norte-americano foram

desmentindo as suas conclusões de

2002. Sabe-se hoje que os resulta-

dos aparentemente negativos para

a saúde daquele estudo apenas se

aplicavam a um medicamento es-

pecífi co chamado Prempro (que, já

agora, não era utilizado na Europa).

E esses mesmos autores também já

publicaram resultados que indicam

com estrogénios resultou num custo

real em vidas de mulheres durante

os últimos dez anos — e as mortes

continuam a acontecer”, diz Sarrel,

citado em comunicado da universi-

dade. “Esperamos que o nosso artigo

force fi nalmente o necessário debate

e faça aumentar a receptividade aos

benefícios para a saúde da terapia de

estrogénios para as mulheres na casa

dos 50 anos que já não têm útero.”

Para obter as estimativas, os cien-

tistas recorreram a dados do Censo

norte-americano, a dados sobre taxas

de histerectomias na população e a

estimativas do declínio da utilização

de hormonas pelas mulheres com 50

a 59 anos de idade entre 2002 e 2011.

E os números a que chegaram são

aterradores: no cenário mais “opti-

mista”, as vítimas terão sido à volta

de 18.500; no mais brutal, 91.500. O

mais provável é que tenham sido per-

to de 50 mil — e também é provável

que os números seriam maiores se

tivessem tido em conta as mulheres

sem útero com menos de 50 anos. A

maioria destas mortes prematuras e

desnecessárias foram devidas a do-

enças cardiovasculares e quase todo

o resto a cancros da mama.

Os autores escrevem palavras mui-

to duras: “É da responsabilidade dos

cientistas biomédicos relatar os seus

resultados de forma a que os media

e o público em geral os possam facil-

mente perceber. (...) É também da

responsabilidade dos media e dos

médicos transmitir essa informa-

ção de forma a que seja claramen-

te compreendida. A distorção dos

pormenores pode revelar-se nada

menos do que letal. (...) O facto de

não ter havido distinções claras entre

as diversas populações de mulheres

e os diversos tipos de tratamentos

hormonais tem custado milhares de

vidas.”

SaúdeAna Gerschenfeld

que, nas mulheres sem útero, a uti-

lização de estrogénios até reduz o

risco de cancro da mama.

Em França, Marianne Canonico e

colegas do INSERM (Instituto francês

da Saúde e da Investigação Médica)

mostraram, em 2007, que os estrogé-

nios transdérmicos não aumentavam

o risco de trombose e que o risco as-

sociado à progesterona dependia do

tipo de progesterona utilizada. Ou-

tros cientistas franceses obtiveram

resultados semelhantes em relação

ao risco de cancro da mama.

Mas isso não tem impedido a

“aversão” às hormonas de conti-

nuar a ser a atitude dominante. E

as consequências dessa atitude não

fundamentada mas persistente têm

sido, como escrevem agora Philip

Sarrel e colegas, da Universidade de

Yale, “letais”, nomeadamente para o

grupo de mulheres que perdeu o úte-

ro. “O facto de evitar os tratamentos

“É da responsabilidade dos cientistas biomédicos relatar os seus resultados de forma a que os media e o público em geral os possam facilmente perceber”, escrevem os cientistas da Universidade de Yale

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Jornal Sénior Tiragem: 20000

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Period.: Quinzenal

Âmbito: Outros Assuntos

Pág: 32

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Área: 26,73 x 32,64 cm²

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Jornal Sénior Tiragem: 20000

País: Portugal

Period.: Quinzenal

Âmbito: Outros Assuntos

Pág: 33

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Jornal Sénior Tiragem: 20000

País: Portugal

Period.: Quinzenal

Âmbito: Outros Assuntos

Pág: 1

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Corte: 1 de 1ID: 48820322 19-07-2013

O IEFP paga uma parte das bolsas dos contratos-inserção

As autarquias e as entidades públicas,

nomeadamente da educação, saúde

e segurança social, são as principais

utilizadoras dos contratos emprego-

inserção e emprego-inserção+, que

permitem contratar desempregados

e benefi ciários de rendimento social

de inserção para desenvolver “traba-

lho socialmente necessário” durante

um ano.

Até ao fi nal de Junho, o Instituto

de Emprego e Formação Profi ssio-

nal (IEFP) tinha registo de 39.698

contratos desta natureza. Os dados

divulgados pela CGTP revelam que

46% eram usados pelas autarquias,

23% por entidades públicas e 12%

por instituições particulares de so-

lidariedade social (IPSS), em muitos

casos para satisfazer necessidades

permanentes dos serviços.

Até Junho, a CGTP dá conta de

18.282 pessoas a trabalhar ao abri-

go destes contratos nas autarquias

e 9138 em entidades públicas — es-

colas, hospitais e centros de saúde e

instituições geridas pela Segurança

Social. As IPSS tinham 4840 pessoas

abrangidas por este regime.

A CGTP pediu, na quarta-feira, a

intervenção da Provedoria de Justiça

para por termo “à utilização abusi-

va” destes contratos e alerta que eles

têm servido de “expediente ilegíti-

mo para substituir postos de trabalho

Estado fica com 70% dos apoios para contratos de inserção de desempregados

permanentes por desempregados e

benefi ciários do rendimento social

de inserção”.

À saída de uma reunião com a vice-

provedora de Justiça, o dirigente da

CGTP Arménio Carlos considerou

que a lei está a ser subvertida e es-

tão a ser desperdiçados os conhe-

cimentos e experiência que os tra-

balhadores adquirem e os recursos

da Segurança Social, que lhes paga.

“Viemos dizer à Provedoria de Justi-

ça que se justifi ca a sua intervenção e

esperamos que saia daqui uma reco-

mendação que ajude a resolver este

problema que se arrasta há anos”,

disse, citado pela Lusa.

“É preciso tomar medidas para

que estes trabalhadores que estão

a desempenhar funções permanen-

tes passem aos quadros e é preciso

penalizar as entidades que estão a

violar a lei”, acrescentou Arménio

Carlos, lembrando que ao fi m de um

ano “são dispensadas e voltam à si-

tuação de desempregado”.

Estas medidas de apoio ao empre-

go permitem aos serviços contratar

pessoas tendo custos reduzidos.

Os contratos emprego-inserção+

destinam-se a benefi ciários do rendi-

mento social de inserção, com 55 ou

mais anos e no desemprego há mais

de um ano. Estes desempregados re-

cebem uma bolsa de 419,22 euros,

despesas de transportes, subsídio de

alimentação e seguro. Porém, as en-

tidades empregadoras recebem uma

comparticipação do IEFP de 80% a

90% para o pagamento da bolsa, ape-

nas tendo que suportar as restantes

despesas na íntegra.

Já os contratos emprego-inserção,

para benefi ciários das prestações de

desemprego que estão sem trabalho

há mais de um ano, dão direito a uma

bolsa complementar ao subsídio de

84 euros, despesas de transporte,

subsídio de alimentação e seguro.

O IEFP paga 50% da bolsa mensal

no caso das entidades privadas sem

fi ns lucrativos, cabendo as restantes

despesas ao empregador.

Já em 2004 o provedor de Justiça

fez uma recomendação ao ministro

do Trabalho e da Segurança Social

para que fosse clarifi cado o conceito

de trabalho socialmente necessário e

responsabilizadas as entidades abu-

sadoras.

A CGTP alerta que “o escândalo”

ainda perdura. “Os abusos e más prá-

ticas mantiveram-se praticamente

intactos e foram-se agravando, prin-

cipalmente com o eclodir das crises

económicas e fi nanceiras e com o

aumento exponencial da taxa de

desemprego”.

TrabalhoRaquel Martins

Há quase 40 mil contratos desta natureza e mais de dois terços referem-se a entidades que gravitam na órbita do Estado

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Tiragem: 220

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 34

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Corte: 1 de 1ID: 48820536 19-07-2013

FERNANDA SILVA [email protected]

Foi inaugurada na passada se-mana no Hospital da Prelada, no Porto, a Blueclinical Phase I, a primeira unidade certificada em Portugal para a condução de ensaios clínicos em voluntários saudáveis ou em populações se-lecionadas de doentes, um tipo de ensaios essencial para a inves-tigação de novos medicamentos, sejam eles originais ou genéricos.

Apesar de não ter sido divul-gado o investimento realizado, o projeto prevê a criação de 26 postos de trabalho diretos e a disponibilização de 29 camas, na expectativa de desenvolver várias dezenas de ensaios clínicos por

ano para clientes nacionais e in-ternacionais.

Em declarações à “Vida Eco-nómica”, Luís Almeida, admi-nistrador da Blueclinical, salienta que, “apesar de muitas empresas estarem a investigar novos medi-camentos, não existia nenhuma entidade habilitada a proceder às respetivas experiências”. Por isso, “era imperioso haver uma unida-de de ensaios fase I em voluntários

Unidade de ensaios clínicos em seres humanos inaugurada no Porto

Criação de 26 postos de trabalho diretos e disponibilização de 29 camas

O novo centro visa satisfazer as necessidades das empresas portuguesas, em grande parte PME, que desenvolvem projetos de I&DT.

saudáveis em Portugal. Há diver-sas startups e instituições a desen-volver novos medicamentos, e fal-tava uma entidade onde pudessem experimentá-los pela primeira vez em seres humanos”, explica.

Potencial de exportação de serviços

Surgindo num momento em que a investigação clinica é decla-rada como do máximo interesse estratégico para o país, “porque está na génese da inovação na área da saúde e tem um eleva-díssimo valor acrescentado e po-tencial económico”, o projeto apresenta “um enorme potencial de exportação de serviços”, pois visa “satisfazer as necessidades das empresas portuguesas, em grande parte Pequenas e Médias Empresas (PME), que desenvol-vem projetos de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (I&DT) e que necessitam deste tipo de ensaios para prosseguir com o desenvolvimento dos seus produtos e para a entrada destes no mercado”.

Discursando na sessão de apresentação do projeto, o sócio fundador assegurou ainda que existem “várias oportunidades no setor da saúde”, dado que o “I&DT internacional está a cres-cer e em grande mudança”, e que o nosso país pode beneficiar disso mesmo se souber tirar proveito de um “ambiente político favorável”, das “excelentes infraestruturas de saúde” existentes e de uma “pre-paração clínica ao mais alto ní-vel”. Prova disso mesmo tem sido a crescente “procura dos especia-listas nacionais por parte dos mer-cados internacionais”, reforçou.

A terminar, Luís Almeida lem-brou ainda que existem cerca de 5800 medicamentos em ensaios clínicos a nível mundial, sobretu-do em classes terapêuticas como o cancro, vacinas, infeções cutâneas e outras, e sublinhou que, apesar de os “ensaios clínicos terem vin-do a registar um decréscimo nos últimos anos em Portugal”, os 99 ensaios aprovados em 2012 repre-sentaram um investimento que ascendeu a 36 milhões de euros.

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Tiragem: 220

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 6

Cores: Preto e Branco

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Corte: 1 de 3ID: 48820355 19-07-2013PRESIDENTE DA CESPU CONSIDERA

No ensino e na saúde o financiamento “O setor público do ensino superior é uma das áreas onde existe mais despesismo em Portugal” – afirma António Almeida Dias. Em entrevista à “Vida Económica”, o presidente da CESPU defende uma mudança do atual modelo de financiamento do ensino superior. Em alternativa ao sistema quase gratuito no ensino público e integralmente pago pelos estudantes nas escolas privadas, António Almeida Dias propõe um sistema de financiamento aos alunos, através de incentivos fiscais ou de ação social do Estado para os cidadãos com menos recursos, dando a liberdade de opção pelo ensino público ou privado.Apesar de dispor das condições necessárias, a CESPU continua a não obter autorização para lecionar uma licenciatura em Medicina. Ao contrário do que acontece na maioria dos países europeus, em Portugal o ensino da Medicina continua vedado aos privados.Para os jovens que não conseguem obter vaga para Medicina no sistema público, a CESPU disponibiliza a licenciatura em Ciências Biomédicas, que pode ser a base para a formação em Medicina, através de um acordo de cooperação com a Universidade Alfonso X, em Madrid.

JOÃO LUÍS DE [email protected]

Vida Económica - A CESPU pretende continuar a expandir a sua atividade de formação na área da saúde?

António Almeida Dias - A CESPU é das instituições privadas mais antigas do país. Basta percebermos que estamos no 32º ano e se virmos a idade das outras ins-tituições privadas, à exceção das escolas de enfermagem que, tradicionalmente eram ligadas a ordens religiosas, diria que é das instituições mais antigas a ensinar esta área.

A CESPU foi constituída em 1982 para criar pela primeira vez em Portugal um cur-so de Medicina Dentária não público.

Obviamente que a seguir à medicina dentária, a tendência foi criar cursos que de alguma forma se relacionassem com aque-las disciplinas que são transversais na área da saúde.

Além da medicina dentária, seguimos com ciências farmacêuticas, depois a psi-cologia clínica, a educação física, saúde e

desporto, no âmbito do Instituto Superior de Ciências da Saúde Norte, que é o nosso instituto de cariz universitário. Surgiram depois os chamados cursos politécnicos da saúde, desde enfermagem, fisioterapia, ra-diologia, terapia ocupacional, entre outros.

Ao fim de alguns anos, a CESPU passou a ser a instituição portuguesa com o maior número de cursos na área da saúde e com uma dimensão significativa, mesmo a nível europeu, daí o seu reconhecimento inter-nacional.

VE - O próximo passo será o curso de Medicina?

AAD - O Estado tem vedado ao setor privado o ensino da Medicina, evocando mil e uma razões. É uma decisão claramen-te política. O Estado não abre mão de ser a única instituição a produzir médicos ou licenciados em Medicina, portanto é um curso que ainda não podemos criar.

Temos o curso de ciências biomédicas que neste momento corresponde essencial-mente à primeira fase de formação médica e depois os alunos podem terminar essa formação, no âmbito do acordo que existe entre a CESPU e a Universidade Alfonso X, El Sabio.

Se não houvesse esse obstáculo, a CES-PU avançaria porque é a instituição por-tuguesa com mais experiência no ensino nas diferentes áreas da saúde. Tem muito mais experiência que a maior parte das instituições públicas do ensino da saúde. À exceção das universidades clássicas e à exceção de algumas instituições, como es-colas de tecnologias de saúde, e Alcoitão por exemplo, em Lisboa, que também é uma instituição histórica nesta área. Além de ter começado mais cedo que a maioria das escolas, a CESPU tem neste momento a colaborar, nesta área específica da saúde, quase 190 doutorados, para além de mui-tos especialistas e mestres. Do ponto de vista de técnica instalada, hoje temos pu-blicações em revistas indexadas em todas as áreas da saúde.

VE - A Ordem dos Médicos também é restritiva em relação aos cursos de Me-dicina?

AAD - Os médicos não ajudam, mas existe alguma confusão. As pessoas acham que tirar um curso é igual ao exercício da profissão e isso não é verdade. Uma pessoa pode ter o curso de Medicina e não exer-cer a profissão. A Ordem dos Médicos tem possibilidade de determinar quem tem ca-pacidade para exercer medicina criando um exame de acesso ao exercício da profissão. Aí terminava essa discussão.

Espanha tem mais de 10 cursos privados de Medicina a funcionar

VE - E nos outros países da União Eu-ropeia há escolas privadas com cursos de Medicina?

AAD - Nos outros países existem escolas privadas sem qualquer tipo de constrangi-mento, basta olhar para Espanha, isto é, tem que demonstrar que tem qualidade para o fazer, mas sem haver este tipo de preconceito. Espanha tem mais de 10 cur-sos privados de Medicina a funcionar, ape-sar de o ensino superior privado ser menos expressivo. Em Portugal, o ensino privado tem vindo a ser desmantelado nos últimos anos de uma forma absolutamente inacre-ditável.

VE - A estratégia seguida pela CESPU é de agregar o ensino à prática hospi-talar, à semelhança do que acontece com outras instituições nesta área? Geralmente, as universidades na área da saúde são agregadas a hospitais.

AAD - Se tiver duas atividades na mes-ma estrutura, pode haver partilha de re-cursos e reduzir ao máximo aquilo que são os desperdícios. É muito mais fácil rentabi-lizar um hospital que tem estas duas ativi-dades do que rentabilizar um hospital que só tem uma atividade. A CESPU tem neste momento uma unidade hospitalar que já está a funcionar muitíssimo bem, o hospi-tal da misericórdia de Paredes, para além de contar com várias unidades de saúde mais pequenas.

É a única instituição portuguesa que tem neste momento serviços a funcionar em hospitais públicos. Temos oito hospitais públicos onde prestamos vários serviços, nomeadamente de medicina dentária, a funcionar com protocolos em que a popu-lação beneficia muito com a nossa ativida-de, e nós obviamente também. Podemos contar com esses hospitais para a formação dos nossos alunos. Para nós, a Medicina seria relativamente simples de pôr a fun-cionar. Diria que, se fosse aprovado agora, no próximo ano letivo estaríamos aptos. Temos a funcionar as matérias correspon-

dentes aos primeiros três anos, já na nossa instituição por via da existência dos vários cursos. E depois porque temos já garantido o funcionamento em hospitais de grande dimensão. Estamos a falar de três dos dez maiores hospitais da zona Norte do país que estão disponíveis para fazer esta forma-ção connosco. Teríamos todas as condições para fazer bem.

VE - Um curso de Medicina na sua cooperativa seria mais barato e mais eficiente do que os cursos do sistema público?

AAD - Sabemos que Medicina é um cur-so extremamente caro e por isso fizemos um estudo de viabilidade económica. É um curso que gostaríamos de colocar no mer-cado e que fosse relativamente aceite, sem ser considerado um curso de preços exage-rados. Temos essa opção porque na CESPU há outras vantagens, a notoriedade, produ-ção científica e conseguimos pôr o curso no mercado a um valor dentro daquilo que se pratica em Portugal e bastante abaixo daquilo que se pratica no resto da Euro-pa. Isso seria uma grande vantagem para a população. O Estado não devia insistir em manter numerus clausus acima daquilo que está inicialmente aprovado para os cursos. Quase todos os diretores do curso de Me-dicina a funcionar em Portugal se queixam do esforço que as instituições estão a fazer para dar aulas a mais alunos do que os pre-vistos, levando a um aumento da despesa pública. Se o Estado percebesse que devia manter as suas instituições que têm quali-dade a funcionar e a dar Medicina dentro dos números previstos e deixasse ao setor privado, de facto, aquela margem que há de liberdade para as pessoas poderem optar conforme a maior ou menor procura por parte do mercado, seria um excelente ato de gestão. Neste momento, o que o Estado está a fazer é aumentar a despesa pública,

“Há uma coisa que os portugueses devem ter consciência: o país não sobrevive mantendo um setor públi Dias.

Alunos do Curso de Ciências Biomédicas podem terminar formação em Medicina em universidade espanhola

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Tiragem: 220

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Economia, Negócios e.

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Cores: Preto e Branco

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deve ser feito diretamente ao cidadão

quando haveria sempre uma proposta pri-vada de uma ou duas instituições que resol-veriam o problema.

“O Estado paga muito dinheiro a muita gente para não fazer mais nada”

VE - A despesa pública nesta área continua a aumentar?

AAD - Mesmo que não aumente, tam-bém não diminui. O setor público do en-sino superior é uma das áreas onde existe mais despesismo em Portugal. Basta falar de algum modelo de contratação pessoal e o Estado tem de perceber que não pode continuar a investir nesse tipo de soluções. O regime de exclusividade de contratação de professores devia ser uma exceção para aqueles que, por interesse institucional, devem estar mais tempo na instituição e devem eventualmente dedicar-se de outra forma à instituição. Num setor público é a maneira normal de se estar, isto é, qual-quer pessoa pode optar pela exclusividade. Invertemos o sentido naquilo que é exclu-sividade. Não deve ser um interesse pessoal, deve ser um interesse institucional. O Esta-

do paga muito dinheiro a muita gente para não fazer mais nada e é por aí que se devem fazer os ajustamentos.

VE - Em vez de o Estado financiar di-retamente as instituições públicas de ensino, seria preferível fazer o finan-ciamento aos estudantes, dando-lhes a liberdade de opção pelo público ou pelo privado?

AAD - Há dois setores onde o financia-mento deve ser feito ao utilizador e não às instituições. Ao financiarmos as instituições estamos a introduzir múltiplos fatores de des-pesa. No ensino e na saúde, o financiamento devia ser feito diretamente ao cidadão.

Há muitas maneiras de o fazer. Através de benefícios fiscais e através de bolsas para os carenciados de facto. Através destes dois modelos o Estado resolvia 99% dos proble-mas. Lamentavelmente, a uma dada altura, utilizou-se o termo, o cheque ensino ou o cheque aluno, para desvalorizar a ideia.

A perspetiva é correta no sentido de fi-nanciar os utilizadores. Não tem de ser através do cheque, como é óbvio, mas é através de ação social. O Estado apoia os alunos que são carenciados e paga-lhes, ou paga diretamente às instituições que têm esses alunos. Depois tem a redução do be-nefício fiscal de quem pode pagar, propor-cionalmente aos seus benefícios fiscais, e obtém assim uma contrapartida. A maior parte dos portugueses – lamentavelmente, não estamos a falar de ricos, estamos a falar da classe média que tradicionalmente aca-ba por pagar as faturas todas – que têm o filho a estudar no ensino superior privado, através dos seus impostos, está a sustentar um setor público que não vai utilizar e não tem nenhum benefício por estar a pagar os estudos dos seus familiares.

VE - Nem benefício fiscal…AAD - Nenhum. Não há benefícios por

estar a pagar os meus estudos, e ainda por cima sou obrigado a sustentar um sistema que não utilizo e com desperdícios que toda a gente conhece. As instituições pú-blicas do ensino superior continuam a con-tratar docentes.

O financiamento tem de ser claramente alterado.

Há uma coisa de que os portugueses devem ter consciência: o país não sobre-vive mantendo um setor público com a dimensão que tem. E onde é que o setor público tem maior dimensão? Na saúde, na educação e depois obviamente nos servi-ços públicos e da administração pública. É preciso mudar e estou convencido que esta seria uma forma correta. Cada um paga as suas propinas e de acordo com os rendi-mentos que tem acaba por obter benefícios fiscais. Para quem não é capaz de pagar ou não pode pagar, existe a ação social e o Es-tado ou paga dando bolsas aos alunos ou faz contratos programa com as instituições e paga às instituições por prestarem esses serviços. Garanto que reduzia significati-vamente os encargos com o setor público.

VE - Tem uma estimativa sobre a re-dução de custos que seria possível obter por essa via?

AAD - Pelas nossas contas, e já fizemos um estudo muito por alto porque é difícil saber com rigor quanto se gasta no setor público, admito que pudéssemos fazer uma poupança superior a 30 por cento, se, em vez de estarmos a atribuir orçamentos às universidades, financiássemos os utentes.

Esta medida à partida não ia causar de-semprego. Se as instituições estão bem ajus-tadas às necessidades, continuariam a ter os seus clientes, só invertíamos a forma do financiamento, o que tornaria mais compe-titiva a relação das instituições no mercado,sendo que todas estariam em igualdade decircunstância.

Ao fim de 20 anos, garanto que só as boasinstituições estariam a funcionar porque asoutras, naturalmente, por falta de clientes, acabariam por se extinguir. É inadmissível que, num país como o nosso, todos os dis-tritos tenham um ensino superior público.

Quando as pessoas acham que o setor público é melhor que o privado, as pesso-as não têm que ter receio. Há instituições privadas tão boas ou melhores que muitaspúblicas e vice-versa, há bom e mau dos dois lados. Mas, de facto, as pessoas que de-fendem tanto a qualidade do setor público não tinham de ficar preocupadas com estaabertura que um aluno pudesse escolher a instituição para onde poderia ir estudar.Seguramente que iam escolher sempre as melhores e essa é que é a grande vantagem.É lançar a competição direta da qualidade perante um mercado que hoje não existe porque hoje o privado está a concorrer comum setor que é praticamente gratuito.

co com a dimensão que tem”, afirma António Almeida

Financiamento direto de utentes permitiria poupança superior a 30% da despesa com universidades

Obstáculo à criação do ensino da Medicina privada “não se remove”

O obstáculo que existe à criação do ensino da Medicina privada em Portugal “não se remove porque ainda vivemos, lamentavelmente, do estatuto das instituições, das pessoas e provavelmente por isso também estamos na situação em que estamos”, afirma o presidente da CESPU. “As universidades que têm Medicina têm uma grande vantagem sobre as outras, por uma questão de notoriedade. Aquelas que têm Medicina também não querem que as outras tenham. Costuma-se dizer que a Medicina é a cereja em cima do bolo das universidades. É aquilo que as universidades acabam por querer ter para dizerem que atingiram determinado estatuto numa determinada dimensão.” “Quando universidades, como Aveiro e o Algarve, quiseram ter Medicina, a de Aveiro acabou por não abrir e no Algarve está sob avaliação. Todas as outras que têm Medicina reagiram, porque não faz sentido, de acordo com os seus responsáveis, existirem mais estabelecimentos de ensino com essa atividade. Penso que é por isto, pelo estatuto”, acrescenta. António Almeida Dias recorda ainda que “a UBI foi mais falada por ter Medicina nos últimos anos do que desde a sua

constituição. Poderíamos dizer que a UBI é falada nos meios de comunicação social e 90 por cento é sobre Medicina. A própria Universidade do Minho, na maior parte das vezes em que é referenciada, é-o por causa do curso de Medicina. Aveiro foi badalada em todo lado porque disse que queria ter um curso de Medicina. O Algarve andou em todos os jornais quando abriu o curso de Medicina. Portanto, de facto, a Medicina é um curso que acaba por dar muita notoriedade às instituições.” “Quando esprememos os motivos/objetivos que levariam as pessoas a não querer que o curso de medicina existisse noutras instituições, teríamos de pensar muito mal dessas pessoas. Teríamos de pensar que elas preferem que os portugueses vão para a República Checa e para outros sítios pagarem imenso dinheiro para terem os jovens a estudar Medicina. Motivos objetivos não encontramos nenhum, porque, se temos corpo docente, se temos investigação, se temos hospitais, se temos tudo, devíamos ter autorização! Depois ainda dizem – “não autorizamos”, porque não têm qualidade - quando vemos aprovar cursos no setor público, absolutamente sem qualidade nenhuma feitos em instituições sem experiência na área da saúde.

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Tiragem: 220

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Economia, Negócios e.

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Área: 21,50 x 15,20 cm²

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PRESIDENTE DA CESPU CONSIDERA

No ensino e na saúde o fi nanciamento deve ser feito diretamente ao cidadão

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