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Nas eleições de Agosto de 1906, ocorridas num clima de tensão e esgotamento do rotativismo, João Franco ‒ dissidente do Partido Regenerador e fundador do Partido Regenerador Liberal ‒ ganha sem maioria. Apesar do apoio dos progressistas, o equilíbrio seria instável e difícil.
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Nas eleições de Agosto de 1906, ocorridas num clima de tensão e
esgotamento do rotativismo, João Franco ‒ dissidente do Partido
Regenerador e fundador do Partido Regenerador Liberal ‒ ganha
sem maioria. Apesar do apoio dos progressistas, o equilíbrio seria instável e difícil.
A eleição de quatro eloquentes e aguerridos republicanos para a câmara dos deputados – Afonso Costa, João de Meneses, António José de Almeida e Alexandre Braga – fazia prever sessões escaldantes no Parlamento e dificuldades políticas para a Monarquia e para o Governo de João Franco.
Banco Nacional UltramarinoPontos nos ii, 17 de Julho de 1890, Nº 264, p.229
A “questão dos tabacos”, concedidos para exploração em regime de monopólio era alvo de discussões calorosas no Parlamento. Sempre que se renovam contratos, o Estado tremia e as crises ministeriais sucediam-se. Os republicanos aproveitaram o contrato celebrado em 1906, com o conde Burnay, para atacar duramente a Monarquia.
A Choldra: semanário republicano de combate e de crítica à vida nacional. Ano 1, n. 11 (10 de
Abril 1926).
A exploração dos tabacos ‒ considerados uma importante fonte de receita para o Estado e uma forma segura para acumular fortuna em
Portugal ‒ põe em evidência a ligação entre o poder económico e o poder político.
Na Sessão quente do Parlamento (20 Novembro de 1906) Afonso Costa ataca violentamente a monarquia, explorando os escândalos: dos tabacos e “a questão dos adiantamentos” à família real.
Afonso Costa, acabou expulso do Parlamento (sessão 20 Novembro de 1906) por ter chamado ladrão ao rei e ter afirmado: “Por muito menos do que fez o Sr. D. Carlos, rolou no cadafalso a cabeça de Luís XVI!”.
Bernardino Machado, professor da Universidade de Coimbra, demitiu-se de lente da Faculdade de Filosofia em protesto contra a repressão instalada na Universidade, em 1907, na sequência da questão académica. Político regenerador passaria a republicano.
João Franco fica isolado após a retirada de apoio dos
progressistas. Face aos perigos que o ameaçam, precisa de uma
muralha (Policia Civil e Guarda Municipal) para o defenderem.
“Xantar Indixesto” é a refeição que o ditador, com sotaque da
Beira, mastiga sofregamente.
A Ditadura de João Franco (iniciada em Maio de 1907) é exigente para todos. A Policia Civil e a Guarda Municipal não têm mãos a medir na execução de acções de investigação e na prisão contra conspiradores. A Instauração da Ditadura terá levado o regenerador Júlio Vilhena a prever: “Isto acaba numa revolução ou num crime!”.
O Juiz Veiga, da Policia Criminal, transporta o pendão das suas
funções de questor com a sigla SPQR, às quais foi acrescentado as
iniciais”Sabre, Pau, Querela; Revólver”, instrumentos da justiça mais
utilizados no regime franquista.