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LITERATURA BRASILEIRA  Textos literários em meio eletrônico

  Sermão de Nossa Senhora do Ó (1!"#$  de %adre ant&nio 'ieira

  Texto Fonte:  Editoração eletrônica:  Verônica Ribas Cúrcio

 

Ecce concipies in utero, et panes Filium (1! 

I

  " #i$ura mais per#eita e mais capa% de &uantas in'entou a nature%a e conece a $eometria ) oc*rculo! Circular ) o $lobo da terra, circulares as es#eras celestes, circular toda esta m+&uina douni'erso, &ue por isso se cama orbe, e at) o mesmo eus, se sendo esp*rito pudera ter #i$ura, nãoa'ia de ter outra, senão a circular! - certo ) &ue as obras sempre se parecem com seu autor. e#ecando eus todas as suas dentro em um c*rculo, não seria esta id)ia natural, se não #ora parecida /sua nature%a! 0 a&ui ) &ue o mais alumiado de todos os telo$os, 2! ion*sio "reopa$ita, não

 podendo de#inir exatamente a suma per#eição de eus, a declarou com a #i$ura do c*rculo: Velutcirculus &uidam sempiternus propter bonum, ex bono, in bono et ad bonum certa, et nus&uamoberrante $lomeratione circummiens! Estes são os dois maiores c*rculos &ue at) o dia da Encarnaçãodo Verbo se coneceram. mas o3e nos descre'e o E'an$elo outro c*rculo, em seu modo maior! -

 primeiro c*rculo, &ue ) o mundo, cont)m dentro em si todas as coisas criadas. o se$undo, incriado ein#inito, &ue ) eus, cont)m dentro em si o mundo. e este terceiro, &ue o3e nos re'ela a #), cont)mdentro em si ao mesmo eus! Ecce concipies in utero, et paries Filium: ic erit ma$nus, et Filius"ltissimi 'ocabitur (4! 5o'e meses te'e dentro em si este c*rculo a eus, e &uem poder+ ima$inar&ue, estando ceio de todo eus, ainda ali acasse o dese3o, capacidade e lu$ar para #ormar outroc*rculo6 "ssim #oi, e este no'o c*rculo, #ormado pelo dese3o, debaixo da #i$ura e nome de -, ) o &ueo3e particularmente celebramos na expectação do parto 3+ concebido: Ecce concipies et paries! eum e outro c*rculo tra'ados entre si, se compor+ o nosso discurso, concordando 0 &ue ) a maiordi#iculdade deste dia 0 o E'an$elo com o t*tulo da #esta, e o t*tulo com o E'an$elo! - mist)rio doE'an$elo ) a conceição do Verbo no 'entre 'ir$inal de 7aria 2ant*ssima. o t*tulo da #esta ) aexpectação do parto e dese3os da mesma 2enora, debaixo do nome do -! E por&ue o - ) um c*rculo,

e o 'entre 'ir$inal outro circulo, o &ue pretendo mostrar em um e outro ) &ue, assim como o c*rculodo 'entre 'ir$inal na conceição do Verbo #oi um - &ue compreendeu o imenso, assim o - dos dese3osda 2enora na expectação do parto #oi outro circulo &ue compreendeu o eterno! Tudo nos dirão, com a$raça do c)u, as pala'ras &ue tomei por tema! "'e 7aria! 

II

  Ecce concipies in utero, et paries!

  8ma das maiores excel9ncias das Escrituras di'inas ) não a'er nelas nem pala'ras, nem s*laba,nem ainda uma s letra &ue se3a sup)r#lua ou careça de mist)rio! Tal ) o misterioso - &ue o3e

começa a celebrar, e todos estes dias repete a $re3a, bre'e na 'o%, $rande na si$ni#icação, e nosmist)rios pro#und*ssimo! 7as, contra este mesmo princ*pio, parece &ue no nosso texto, com ser tão bre'e, não s temos uma letra, senão uma s*laba e uma pala'ra sup)r#lua! E &ue s*laba, e &ue pala'ra6

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n utero! i%endo o an3o / 2enora: Ecce concipies et paries, &ue conceberia e pariria o Filo deeus, bem claramente se entendia não s a subst;ncia do mist)rio, senão o modo e o lu$ar, e &ue estea'ia de ser o sacr+rio 'ir$inal do 'entre sant*ssimo! 2up)r#luo parece lo$o sobre a pala'ra concipies,acrescentar in utero! 7as esta embaixada deu<a o an3o, mandou<a eus, e re#ere<a o e'an$elista, enem eus, nem o an3o, nem o e'an$elista a'iam de di%er pala'ras sup)r#luas! " &ue #im, pois,&uando se anuncia este or+culo 0 &ue #oi o maior &ue 'eio, nem 'ir+ 3amais do c)u / terra 0 se di% e

se repete por tr9s bocas, uma di'ina, outra an$)lica, e outra mais &ue umana, &ue o mist)rio daconceição do Verbo se + de obrar sinaladamente no útero ou 'entre da 7ãe: Ecce concipies in utero62em dú'ida por&ue era tão $rande a no'idade, e tão estupenda a mara'ila, &ue necessita'a a #) detoda esta expressão! =a'er<se eus de #a%er omem, no'idade #oi &ue assombrou aos pro#etas &uandoa ou'iram! >or)m, &ue esse mesmo eus, sendo imenso, se ou'esse ou pudesse encerrar em umc*rculo tão bre'e, como o 'entre de uma Vir$em: n utero6 Esta #oi a mara'ila &ue excede asmedidas de toda a capacidade criada!

  Considerai a imensidade de eus, e 'ereis at) onde ce$a e se estende o si$ni#icado desta pe&uena,ou desta $rande pala'ra: n utero! mensidade ) uma extensão sem limite, cu3o centro est+ em toda a

 parte, e a circun#er9ncia em nenuma parte: Cu3us centrum est ubi&ue, circum#erentia nus&uam!>onde o centro da imensidade na terra, ponde<o no sol, ponde<o no c)u emp*reo, est+ bem posto!?uscai a$ora a circun#er9ncia deste centro, e em nenuma parte a acareis! >or &u96 " ra%ão ) por&uesendo a terra tão $rande, e o sol cento e sessenta 'e%es maior &ue a terra, e sendo o c)u muitosmil@es de 'e%es maior &ue o sol e o emp*reo, com excesso incompar+'el maior &ue os outros c)us,todas essas $rande%as t9m medida e limite: a imensidade não! eus, por sua imensidade, como bemdeclarou 2! Are$rio 5a%ian%eno, est+ dentro no mundo e #ora do mundo: eus in uni'erso est, etextra uni'ersum! 7as se #ora do mundo não + lu$ar, por&ue não + nada, onde est+ eus #ora domundo6 Est+ onde esta'a antes de criar este mundo! 2e eus não esti'era neste espaço, onde o3e est+o mundo, não o pudera criar. e como eus, #ora do mundo, pode criar in#initos mundos, tamb)m est+em todos esses espaços in#initos, a &ue camamos ima$in+rios! E por&ue outrossim os espaçosima$in+rios, &ue ns podemos ima$inar mas não podemos compreender, não t9m limite, por isso ocentro da imensidade, &ue se pode pôr dentro ou #ora do mundo, nem dentro nem #ora do mundo pode

ter circun#er9ncia! Comparai<me o mar com o dilú'io! - mar tem praias, por&ue tem limite. o dilú'io, por&ue era mar sem limite, não tina praias: -mnia pontus erat, deerant &uo&ue litora ponto! "ssim aimensidade de eus 0 &uanto a comparação o so#re! 0 Est+ a imensidade de eus no mundo e #orado mundo. est+ em todo lu$ar e onde não + lu$ar. est+ dentro, sem se encerrar, e est+ #ora, sem sair,

 por&ue sempre est+ em si mesmo! - sens*'el, o ima$in+rio, o existente e o poss*'el, o #inito e oin#inito, tudo ence, tudo inunda, por tudo se estende, e at) onde6 "t) onde não + onde, sem termo,sem limite, sem ori%onte, sem #im, e, por isso, incapa% de circun#er9ncia: Circum#erentia nus&uam! 

III

  7as, $rande%a sobre todas as $rande%as, mila$re sobre todos os mila$res, o do 'entre 'ir$inal

de 7ariaB 5ão se di$a 3+ &ue a imensidade de eus não tem circun#er9ncia, pois o 'entre de 7aria,assim como eus ) imenso, o concebe todo dentro em si, assim como ) imenso, o compreende, assimcomo ) imenso, o cerca! "&uela mesma imensidade de eus, a &ue não podem #a%er circun#er9ncia osorbes celestes, nem o $lobo inteiro do uni'erso, nem os espaços ima$in+rios, sempre mais e maisin#initos, essa mesma imensidade, e não outra, ) a &ue abraça, encerra e cont)m dentro em si o c*rculoda&uele 'entre pur*ssimo! E se a&uele sa$rado c*rculo 'erdadeiramente cerca ao mesmo eus, &uão$rande ele ) em toda sua imensidade, di$a<se sim &ue o centro da imensidade di'ina est+ em toda a

 parte: Cu3us centrum ubi&ue, mas não se di$a 3+ &ue em nenuma parte tem a circun#er9ncia:Circum#erentia nus&uam, por&ue o c*rculo do 'entre 'ir$inal ) a parte onde tem uma circun#er9nciatão capa% e tão cabal, &ue a todo eus imenso como ), abraça e cerca! 5ão ) pensamento meu, senãodo pro#eta eremias, ou do mesmo eus por sua boca!

  Crea'it ominus no'um super terram (er! D1,44, di% o pro#eta eremias: Criou eus uma coisano'a sobre a terra 0 e tão no'a &ue nem na terra se 'iu, nem no c)u se ima$inou semelante! E &ue

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coisa no'a e tão no'a ) esta: Femina circumdabit 'irum: 8ma muler a &ual + de cercar o 'arão! 0- 'arão por antonom+sia neste caso ) o Verbo Eterno encarnado! Todos os outros omens, &uando se$eram e concebem no 'entre da mãe, não são omens, nem ainda meninos, por&ue s t9m a 'ida'e$etati'a ou sensiti'a, e ainda não estão in#ormados com a alma racional. por)m, o VerboEncarnado, Cristo, desde o primeiro instante de sua conceição, #oi 'arão per#eito e per#eit*ssimo, nãos com todas as pot9ncias da alma e do corpo, senão tamb)m com o uso delas! "ssim como o

 primeiro "dão nunca #oi menino, senão omem e 'arão per#eito, desde o instante de sua criação,assim tamb)m o se$undo "dão, e com maior mara'ila, por&ue #oi 'arão per#eito, não em corpo eestatura 'aronil, como o primeiro, mas na&uela &uantidade m*nima em &ue são concebidos os outrosomens! Essa ) a ra%ão por &ue o mesmo Cristo, / di#erença de todos os &ue nasceram de muler, secama em #rase da Escritura, a&uele &ue #oi $erado 'arão: Vir oriens nomen e3us (D! este 'arão,

 pois, nunca menino e sempre omem, por&ue sempre omem e eus, deste ) &ue #ala eremias,&uando di% &ue uma muler o a'ia de cercar: Femina circumdabit 'irum!

  7as por &ue se declara este pro#eta pela pala'ra cercar, termo tamb)m no'o e inaudito6 sa*as, pro#eti%ando o mesmo mist)rio, disse: Ecce 'ir$o concipiet, et pariet Filium, et 'ocabitur nomem e3usEmmanuel (: &ue uma 'ir$em conceberia e pariria a eus! >ois, se eremias se tina empenado emdi%er uma coisa no'a e nunca ou'ida: Crea'it ominus no'um super terram, por &ue a não ponderatamb)m pela mara'ila da conceição e parto 'ir$inal, e em lu$ar de di%er &ue a muler de &ue #alaconceber+ e parir+ a eus #eito omem, não di% &ue o conceber+ e parir+, senão &ue o cercar+:Femina circumdabit 'irum6 2em dú'ida por&ue a maior mara'ila do mist)rio da Encarnação )ce$ar nele eus a estar cercado! Estar eus cercado dentro do 'entre 'ir$inal, sendo imenso, #oi#a%er &ue a imensidade ti'esse circun#er9ncia. e a3untar a circun#er9ncia com a imensidade #oi mais&ue a3untar a 'ir$indade com o parto! "3untar a 'ir$indade com o parto #oi in'entar eus umnascimento di$no da sua di'indade, por&ue, como di% 2! ?ernardo, a'endo eus de ter mãe, não

 podia ser senão 'ir$em, e a'endo uma 'ir$em de ter #ilo, não podia ser senão eus! 7as, cercandoa mesma Vir$em, dentro do claustro materno, a todo eus, e a3untando a circun#er9ncia com aimensidade, #oi maior mara'ila e maior obra! >or &u96 >or&ue #oi #a%er outro imenso maior &ue oimenso! Vala<me 2ão ?oa'entura: mmensum 'as non potest esse plenum, nisi immensum sit illud

&uo est plenum: 7aria autem 'as immensissimum #uit, ex &uo illum, &ui caelo ma3or est, continere potuit (! 2up@e e pro'a 3untamente o outor 2er+#ico, &ue o 'entre 'ir$inal #oi imenso, por&ue acapacidade &ue recebe e cont)m dentro em si o imenso, não pode ser senão imensa! eus ) imenso:lo$o o 'entre 'ir$inal, &ue concebeu e te'e dentro em si a eus, tamb)m ) imenso! E basta isto6 5ão!7aria autem 'as immensissimum #uit, ex &uo illum, &ui caelo ma3or est, continere potuit! 5ão s di%&ue o 'entre de 7aria #oi imenso, senão imens*ssimo! E por &ue, telo$o di'ino6 >or&ue cercou aeus! Guando um imenso cerca outro imenso, ambos são imensos, mas o &ue cerca maior imenso &ueo cercado. e por isso, se eus, &ue #oi o cercado, ) imenso, o 'entre &ue o cercou, não s + de serimenso, senão imens*ssimo! " boa #iloso#ia admite &ue pode a'er um in#inito maior &ue outroin#inito, por&ue se ou'er in#initos omens, tamb)m os cabelos ão de ser in#initos. por)m o in#initodos cabelos, maior &ue o in#inito dos omens! >ois, assim como pode a'er um in#inito maior &ue

outro in#inito, assim pode a'er um imenso maior &ue outro imenso! E tal #oi o claustro 'ir$inal de7aria: Ecce concipies in utero! eus, &ue #oi o concebido, imenso. e o útero, &ue o concebeu, por&ueo cercou, imens*ssimo: 7aria autem 'as immensissimum #uit!

  "inda temos melor autor &ue 2ão ?oa'entura, com ser tão $rande doutor, &ue a $re3a o #e%supernumer+rio aos &uatro doutores da $re$a e aos &uatro da latina! E &ue autor ) este6 " mesmaVir$em, 2enora nossa! Falando a 2enora de si no cap*tulo 'inte e &uatro do Eclesi+stico, di% estas

 pala'ras: AHrum caeli circui'i sola (Eclo! 4,I: - c*rculo &ue cerca o c)u, eu s o cer&uei! 0"dmira'elmente dito! - c*rculo criado, &ue cerca o mundo, ) o c)u. o circulo incriado e imenso, &uecerca o c)u, ) eus. e o c*rculo imens*ssimo, &ue cercou a esse eus imenso, ) 7aria: AHrum caelicircui'i sola! emos o seu a seu dono! - comento e o pensamento ) de Ricardo de 2ancto Jaurentio:

AHrum caeli, id est, illum, &ui claudit omnia, Cristum scilicet, &ui est $Hrus in$Hrabilis, circui'i$remio uteri mei! - c*rculo &ue cerca o c)u ) a&uele &ue cerca e encerra em si todas as coisas, &ue )eus! Este c*rculo, por)m, por sua ess9ncia e $rande%a, ) tal &ue se não pode cercar: AHrus

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in$Hrabilis! 5ão se podia declarar uma coisa tão no'a, sem se #a%er tamb)m uma pala'ra no'a: $Hrus, por&ue eus, por sua imensidade, cerca tudo. e 3untamente in$Hrabilis, por&ue essa mesmaimensidade, como di%*amos, o #a% incapa% de circun#er9ncia e de poder ser cercado! 7as esseimposs*'el, &ue a ess9ncia e de#inição da imensidade não permitia, 'enceu a capacidade, não simensa, mas imens*ssima, do útero e $r9mio 'ir$inal de 7aria: illum, &ui claudit omnia, &ui est $Hrusin$Hrabilis, circui'i $remio uteri mei! sto ) o &ue disse o Eclesi+stico, &uando pronunciou em nome

da 2enora: AHrum caeli circui'i sola. isto o &ue tina pro#eti%ado eremias, &uando disse: Feminacircumdabit 'irum. e isto o &ue le anunciou o an3o, &uando disse: Ecce concipies in utero! 

I'

  + o dito at) a&ui basta'a para &ue eu desse por desempenada a promessa de &ue o c*rculo do útero'ir$inal #oi um - &ue compreendeu dentro em si o imenso! 7as ser+ bem &ue o mesmo imenso odi$a, resumindo tamb)m a um - a sua imensidade! "pareceu Cristo, 2enor nosso, ao e'an$elista 2!oão na primeira 'isão do seu "pocalipse, e disse<le: E$o sum alpa et ome$a, principium et #inis("pc! 1,I: Eu sou o "l#a e o Kme$a, por&ue sou o princ*pio e o #im de tudo: o princ*pio, en&uantoCriador do mundo, e o #im, en&uanto reparador dele! "l#a e Kme$a são a primeira e última letra doal#abeto $re$o, o &ual começa em " e acaba em -! E esta #oi a ra%ão e o mist)rio por&ue, sendoCristo ebreu e 2! oão tamb)m ebreu, não le #alou o 2enor em ebraico, senão em $re$o, por&ueo al#abeto $re$o acaba em -, e o ebraico não! - al#abeto ebraico tamb)m começa em ", &ue ) oseu alep. e para si$ni#icar, na primeira letra, as obras da criação, en&uanto Cristo ) princ*pio, tantoser'ia o al#abeto ebraico como o $re$o! >or)m o 2enor usou do $re$o, sendo estrano, e deixou oebraico, sendo natural e da prpria l*n$ua, por&ue, para si$ni#icar na última letra o mist)rio dareparação, en&uanto o mesmo Cristo ) #im, s o - tina propriedade e semelança! E estasemelança, em &ue consiste6 Consiste em &ue a #i$ura do - ) circular, e assim como o - ) umc*rculo, assim o mist)rio da Encarnação #oi outro c*rculo: eus umanatus dicitur esse circulus, utcircum#erentia dicatur umanitas, centrum autem di'initas (L! - mist)rio da Encarnação do Verbo 0di% 2! ?oa<'entura 0 #oi um c*rculo por&ue, 'estindo<se eus de nossa carne, a umanidade deCristo cercou e encerrou em si a di'indade! E por este modo ine#+'el #icou sendo a mesma di'indade

o centro, e a umanidade a circun#er9ncia! 2endo, pois, o mist)rio da Encarnação, &ue #oi o #im eúltima per#eição de todas as obras de eus, este per#eit*ssimo c*rculo, por isso Cristo disse a 2! oão&ue, assim como ele, en&uanto primeiro princ*pio, ) a primeira letra, ", assim, en&uanto último #im, )a última letra, -: E$o sum "lpa et -me$a!

  7as todos os &ue ti'erem &ual&uer not*cia dos elementos da l*n$ua $re$a, porão a&ui uma dú'ida,&ue est+ muito / #lor da terra, #undada no mesmo - e no mesmo al#abeto! 5o al#abeto $re$o não +um s -, senão dois. um &ue se cama Kme$a, &ue &uer di%er - $rande, e outro &ue se camaômicron, &ue &uer di%er - pe&ueno! Jo$o, #alando Cristo, como #ala'a, do mist)rio de suaEncarnação, parece &ue se a'ia de comparar ao - pe&ueno, e não ao - $rande! - nome de $rande,não s em comparação do omem, mas absolutamente, e #ora de toda a comparação, compete /

di'indade! >elo contr+rio, a umanidade, ainda comparada com outras criaturas, ) pe&uena, e menor&ue elas: 7inuisti eum paulo minus ab an$elis (M! >ois, se Cristo #ala'a de si en&uanto omem, por&ue se não compara ao - pe&ueno, senão ao - $rande, e por &ue não di%: E$o sum omicron, senão-me$a! " ra%ão ) por&ue, #alando Cristo da sua umanidade na met+#ora de - e de circulo, não de'iaconsiderar nela o &ue era, senão o &ue cerca'a! Cerca'a a di'indade do Verbo, cerca'a toda aimensidade di'ina, e um c*rculo de tão in#inita capacidade, &ue #a%ia circun#er9ncia / mesmaimensidade, não podia #ormar um - &ue não #osse o maior de todos: E$o sum alpa et ome$a,

 principium et #inis! En&uanto eus, &ue ) o princ*pio, era "l#a. en&uanto omem, &ue ) o #im, eraKme$a! 7as, sendo tão $rande o Kme$a, &ue encerrou dentro em si o "l#a, sendo tão $rande e tãoimenso o -, &ue encerrou dentro em si o ", como podia ser - pe&ueno6

  >ara bem 'os se3a, Vir$em pur*ssima, esta $rande%a da umanidade de 'osso Filo, e para bemoutra 'e%, por&ue não seria tão $rande a capacidade da&uele -, se do c*rculo, onde #oi concebido, anão participara! 7an*lio, no li'ro &uarto da sua "stronomia, di% uma coisa admir+'el, e ) &ue os &ue

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7/23/2019 1971_Sermo de Nossa Senhora Do (1640) - Pe. Antnio Vieira

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nascem debaixo do si$no de Vir$em recebem desta in#lu9ncia tal $raça no escre'er, &ue uma letra suacont)m uma pala'ra: =ic et scriptor erit, #elix cui littera 'erbum est (I! Eu não direi o #undamento&ue te'e 7an*lio para sair com este axioma, nem os outros astrônomos o comentam #acilmente! 7aso certo ) &ue Cristo nasceu debaixo do si$no da Vir$em, o certo ) &ue Cristo nesse mesmo mist)riodi% de si &ue ) um -, e o certo ) &ue esta letra e este - cont)m a primeira e maior pala'ra, &ue ) oVerbo Eterno: Cui littera Verbum est! Arande, sin$ular, imensa capacidade do Filo, mas participada

do útero 'ir$inal da 7ãe, em &ue #oi concebido en&uanto omem: Ecce concipies in utero! En&uantoeus, tamb)m Cristo #oi concebido no útero do >ai: Ex utero, ante luci#erum, $enui te(N! 5otai, por)m, a di#erença, mais com pasmo &ue com admiração! - >ai<eus de tal maneira concebeu oFilo, eus, &ue encerrou nele toda a sua ess9ncia em uma pala'ra. e a 7ãe<Vir$em de tal maneiraconcebeu ao Filo<=omem, &ue encerrou nele a mesma ess9ncia em uma letra: a pala'ra ) o Verbo, aletra ) o -: Cui littera Verbum est!

  '

  "ssentado, como temos 'isto, &ue o c*rculo do 'entre 'ir$inal, na conceição do Verbo, #oi um -&ue compreendeu o imenso, se$ue<se a$ora mostrar como o - dos dese3os da mesma 2enora, naexpectação do parto, #oi um c*rculo &ue compreendeu o eterno! " eternidade e o dese3o são duascoisas tão parecidas, &ue ambas se retratam com a mesma #i$ura! -s e$*pcios, nos seus iero$l*#icos,e antes deles os caldeus, para representar a eternidade pintaram um -, por&ue a #i$ura circular nãotem princ*pio nem #im, e isto ) ser eterno! - dese3o ainda te'e melor pintor, &ue ) a nature%a! Todosos &ue dese3am, se o a#eto rompeu o sil9ncio, e do coração passou / boca, o &ue pronunciamnaturalmente ) -! ese3ou a'i +$ua da cisterna de ?el)m, e antes de declarar aos soldados &ual erao seu dese3o, adiantou<se um - a di%er o &ue dese3a'a: esidera'it er$o a'id, et ait: -, si &uis miidaret potum a&uae de cisterna, &uae est in ?etleem (1OB- - #oi a 'o% do dese3o: as demais adeclaração! E como a nature%a em um - deu ao dese3o a #i$ura da eternidade, e a arte em outro - deu/ eternidade a #i$ura do dese3o, não + dese3o, se ) $rande, &ue na tardança e duração não tena muitode eterno!

  -s dese3os da Vir$em 2ant*ssima, &ue todos eram: -B &uando ce$ar+ a&uele diaB -B &uandoce$ar+ a&uela ditosa ora, em &ue 'e3a com meus olos e em meus braços ao Filo de eus e meuB-B &uando6 -B &uando6 -B &uando6 Estes dese3os da 2enora começaram na conceição eacabaram no parto! 7as, dese3os &ue começaram e acabaram6 ese3os &ue ti'eram princ*pio e #im6Como podiam ser eternos6 Como podia i$ualar a duração de uma eternidade o espaço &ue #oi somentede no'e meses6 Entre a conceição e o parto não meteu o an3o mais &ue um et ecce concipies et paries!7as não ) coisa no'a nesta mesma embaixada trocar a 2enora al$uma pala'ra do an3o em outra!"ssim como trocou o E'a em "'e, assim trocou o et em o! E redu%idos os no'e meses ao c*rculo

 per#eito deste -, não ) muito &ue #ossem eternos! - mesmo et, sem mudança, se não di% toda aeternidade, di% parte dela, e na eternidade não + parte &ue não se3a eterna! 5o et do an3o começarama ser eternos os dese3os, &ue tamb)m então começaram a ser. e no - tão continuado e repetido da

2enora, acabaram de cerrar o c*rculo da sua eternidade! 5em ) contra a extensão natural daeternidade a limitação do tempo de no'e meses, por&ue não de'emos conceder menos / capacidadedo coração da 2enora do &ue / do 'entre sant*ssimo! " maior capacidade &ue criou a nature%a ) a docoração umano. e se o 'entre de 7aria #oi capa% de encerrar o imenso, por &ue não seria capa% seucoração de estreitar o eterno6 - eterno e o temporal são tão opostos como a eternidade e o tempo! "eternidade não conta dias nem meses. o tempo sim, &ue por isso contou no'e desde a conceição at) o

 parto da Vir$em, a &uem 2! oão amasceno camou: -##icina miraculorum! E se nesta o#icinamiraculosa o eterno se pode #a%er temporal, o tempo por &ue se não poderia #a%er eterno6

  5a&uela #amosa carroça, &ue descre'e o pro#eta E%e&uiel, na &ual ia ou era le'ado eus, o arti#*ciodas rodas era admir+'el, por&ue dentro de uma roda esta'a ou se re'ol'ia outra roda: Rota in medio

rotae (11! E &ue duas rodas eram estas6 8ma era a roda do tempo, e a outra a roda da eternidade, di%2anto "mbrsio: Rota in medio rotae, 'eluti 'ita intra 'itam, &uod in ac 'ita corporis, 'itae 'ol'aturusus aeternae! " roda do tempo ) pe&uena e bre'e. a roda da eternidade ) $rand*ssima e ampl*ssima,

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e, contudo, a roda do tempo encerra e re'ol'e dentro em si a roda da eternidade, por&ue, &ual #or a'ida temporal de cada um, tal ser+ a eterna, di% o santo! e maneira &ue a mara'ila destas duas rodasera &ue, sendo a eternidade tão $rande e tão imensa, a roda da eternidade se encerra'a dentro da rodado tempo! "$ora per$unto eu: e &ual era a carroça de eus, &ue sobre estas rodas se mo'ia6 5ão sera a Vir$em 2ant*ssima, como ale$ori%am os 2antos >adres, mas era a mesma Vir$em,sinaladamente no espaço dos no'e meses &ue te'e a eus em suas entranas! "ssim como o &ue 'ai

ou ) le'ado em uma carroça não d+ passo nem tem outro mo'imento senão o da carroça, assim o#ilo, en&uanto est+ nas entranas da mãe, não se mo'e ou muda de lu$ar senão &uando se mo'e amesma mãe, e deste modo se ou'e ou andou Cristo em todos os no'e meses &ue se contaram desde asua conceição at) o seu nascimento! epois de concebido partiu lo$o /s montanas de ud)ia asanti#icar o seu precursor, das montanas tornou para 5a%ar), de 5a%ar) #oi a ?el)m, e não s nestas

 3ornadas mais lar$as, mas em todos seus mo'imentos, nenum passo deu a 7a3estade umanada, &uenão #osse na mesma carroça real, &ue por isso se cama'a sua, como prpria da pessoa do Verbo! Ecomo esta carroça de eus representa'a a 7ãe do mesmo eus, em todo a&uele tempo &ue o trouxedentro em si, por isso as rodas sobre &ue se mo'ia eram #abricadas e tra'adas com tal arti#*cio, &uedentro da roda do tempo se re'ol'ia a roda da eternidade, para si$ni#icar &ue os dias e meses &ue

 passaram desde a conceição at) o parto, posto &ue parecessem bre'es na duração, eram, no dese3o,eternos!

 'I

  E se me per$untarem os #ilso#os, como podia o dese3o #a%er eternos a&ueles dias, sendo de tão poucos meses, respondo &ue o modo #oi, e a ra%ão ) por&ue os dese3os da 2enora e os -- dosmesmos dese3os 0 &ue tamb)m são rodas 0 unidos e acrescentados / roda do tempo, posto &ue otempo #osse #inito, eles o multiplica'am in#initamente! "ssim o disse a'i, #alando da mesma carroçade eus: Currus ei decem millibus multiplex (14! - caldeu l9: centum millibus. 2anto "$ostino:millies millibus. 2! erônimo: innumerabilis. 5o'atiano: in#initus, imensus! Guer di%er &ue o númerona carroça de eus se multiplica a milares, a de%enas de milares, a centenas de milares, a contos emil@es de milares. em suma, &ue ce$a a ser inumer+'el, in#inito, imenso! 5ão se poder+ declarar o

&ue di$o nem com melor comparação nem com mais apropriado exemplo &ue este da multiplicaçãoda aritm)tica: ecem, centum, millies millibus multiplex! 2abeis como eram os -- dos dese3os da2enora nos dias, nas oras, nos momentos de todos a&ueles meses da expectação do sa$rado parto,em &ue, depois de concebido o Filo de eus em suas entranas, suspira'a pelo 'er nascido6 Eram os-- dos dese3os da 2enora na multiplicação do tempo como as ci#ras da aritm)tica, &ue tamb)m são--! "3unta<se a ci#ra ao número, e &ue #a%6 " primeira ci#ra multiplica de%, a se$unda cento, aterceira mil, e se ce$ar a 'inte e &uatro ci#ras &uantas são as oras do dia, multiplicam tantosmilares sobre milares, e mil@es sobre mil@es &ue excedem a capacidade de toda a compreensãoumana! >er$untam curiosamente os matem+ticos, se desde o centro da terra at) o c)u esti'esse todoeste mundo ceio de areia miud*ssima, &uanto seria o número da&ueles $rãos de areia6 Esta &uestãoexcitou 3+ anti$amente "r&uimedes, ainda mais estendida, e não ) di#icultosa de resol'er, por&ue

medida primeiro $eom)trica, mente a capacidade ou cônca'o do c)u da lua, lo$o, por demonstraçãoaritm)tica, se cole com certe%a &uanto seria o número das areias &ue o podem encer! 7as, redu%idoeste mesmo número inumer+'el a #i$uras aritm)ticas, parece coisa di$na de admiração &ue todo elesomado se 'ena a resumir em uma unidade e trinta e duas ci#ras somente! >assemos a$ora dos --destas ci#ras aos -- dos dese3os da 2enora!

  -s -- dos dese3os da Vir$em 2ant*ssima, no espaço da&ueles no'e meses, não se ão de contar por dias, nem por oras, nem por minutos, senão por instantes, por&ue não ou'e instante em todoeste tempo, nem de dia nem de noite, em &ue no coração da 2enora se não esti'essem multiplicandoos mesmos --, suspirando e anelando sempre por a&uela ora, &ue tanto mais tarda'a e se alon$a'a,&uanto era mais dese3ada! E di$o nem de dia nem de noite, por&ue ainda &ue o bre'*ssimo sono da'a

suas tr)$uas aos sentidos, o coração, &ue não se podia apartar donde tina o seu tesouro, como 'ela&ue sempre ardia, sempre 'i$ia'a: E$o dormio, et cor meum 'i$ilat (1D! >ois, se os -- de trinta etr9s ci#ras multiplica'am ou multiplicariam a&uele número sem conta, os de tantos e tão continuados

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instantes, &ue em cada parte de tempo são in#initos, 'ede se o #ariam eterno6 " multiplicação arti#icialdas ci#ras 0 sem mudarem a #i$ura, &ue sempre ) o mesmo - 0 consiste em &ue a se$unda ci#raexcede proporcionalmente a primeira, a terceira a se$unda, a &uarta a terceira, e assim as demais! E aeste mesmo medo se excederam e iam excedendo tamb)m os -- dos dese3os da 2enora, sendosempre os se$uintes maiores e mais intensos &ue os &ue tinam precedido! " ra%ão teol$ica econatural deste ar$umento era por&ue a cada dese3o da 7ãe de eus correspondia no'o aumento de

$raça, a cada aumento de $raça, maior amor do mesmo Filo, e ao maior amor, maior e mais intensodese3o! "ssim &ue, sendo os c*rculos dos primeiros -- $randes, os &ue les iam sucedendo mais emais sempre eram maiores! 9<nos a&ui o exemplo a nature%a, assim como at) a$ora no<lo deu a arte!

  2e acaso ou de indústria lançastes uma pedra ao mar sereno e &uieto, ao primeiro to&ue da +$ua'istes al$uma perturbação nela. mas tanto &ue esta perturbação se sosse$ou, e a pedra #icou dentro nomar, no mesmo ponto se #ormou nele um c*rculo per#eito, e lo$o outro c*rculo maior, e, aps este,outro e outros, todos com a mesma proporção sucessi'a, e todos mais estendidos sempre, e de maisdilatada es#era! Este e#eito mara'iloso celebra muito 29neca, no primeiro li'ro das suas &uest@esnaturais, e dele aprenderam os #ilso#os o modo com &ue a 'o% e a lu% se multiplicam e dilatam portodo o ar! 7as, se a nature%a, na multiplicação e extensão destes c*rculos te'e outro intento mais alto,sem dú'ida #oi para nos declarar, com a propriedade desta comparação, o modo com &ue os -- dosdese3os da 2enora, ao passo com &ue se multiplica'am, 3untamente se estendiam! " Vir$em 7ariaera o mar, &ue isto &uer di%er 7aria: a pedra era o Verbo encarnado. Cristo: >etra autem eratCristus(1. o primeiro to&ue da pedra no mar #oi &uando o an3o, na embaixada / Vir$em, le tocouem &ue a'ia de ser 7ãe, com b9nção sobre todas as muleres: ?enedicta tu inter mulieres (Jc! 1,1N!E &ue sucedeu então6 uas coisas not+'eis! " primeira, &ue a serenidade da&uele mar pur*ssimo seturbou um pouco: Turbata est in sermone e3us (1. a se$unda &ue, sosse$ada esta perturbação: 5etimeas 7aria (1L, no mesmo ponto em &ue a 2enora disse: Fiat mii secundum 'erbum tuum (1M, ea pedra desceu a seu centro, lo$o os c*rculos, &ue eram os -- dos dese3os da 2enora, se começarama #ormar e crescer no seu coração de tal sorte, &ue sempre os &ue se iam sucedendo e multiplicando, /medida do amor, &ue tamb)m crescia, eram mais crescidos tamb)m, e de maior e mais estendidaes#era!

 'II

  "$ora 'e3amos estes c*rculos ou estes -- do dese3o, unidos ao c*rculo ou / roda do tempo, &uee#eitos causaram nele6 -s e#eitos #oram &ue, sendo o per*odo da expectação do parto tão bre'e comode no'e meses, o #i%eram eterno! E por &ue ou como6 >or&ue cresceu o dese3o / proporção do amor, eo tempo / proporção do dese3o! 5ão me creiais a mim, senão aos dois maiores doutores da $re3a,

 5a%ian%eno, entre os $re$os, e "$ostino, entre os latinos! 2! Are$rio 5a%ian%eno, com pre#ação de&ue a#irma uma $rande 'erdade, di% &ue um s dia de ardente e ansioso dese3o ) i$ual a todo o tempoa &ue se pode estender a 'ida umana: >ro#ecto 'el unicus dies totius 'itae umanae instar estdesiderio laborantibus! " duração &ue as Escrituras dão comumente / 'ida umana são cem anos. e se

cada dia de dese3os intensos se mede por cem anos de duração, e a cada de% dias respondem de%s)culos, &ue são mil anos, 'ede &uantos milares sobre milares se podiam encerrar no c*rculo deno'e meses6 E se isto a#irma com tanta asse'eração 5a%ian%eno, por antonom+sia o Telo$o, semdeterminar ob3eto nem su3eito, &ue seria se supusesse &ue o ob3eto dese3ado era eus, e o su3eito &uedese3a'a, o coração da 7ãe de eus6 >or isso 2anto "$ostino remeteu toda a &uestão a eus, como2enor dos tempos e autor dos dese3os! E di% &ue tra'ou eus o tempo com o dese3o reciprocamentede tal sorte &ue, dilatando o tempo, estende o dese3o, e estendendo o dese3o, dilata o tempo: eus,dilatando, extendit desiderium! 2endo, pois, os -- dos dese3os da 2enora uns c*rculos tãoestendidos, como 'imos, bem se in#ere &uão dilatados seriam neles os c*rculos do tempo! Tãodilatados &ue a roda do tempo pôde compreender em si a roda da eternidade: Et rota in medio rotae!7as para &ue ) recorrer a ar$umentos de doutores, se temos no prprio caso o testemuno expresso

da mesma 2enora do -! E &uando deu a 2enora este seu testemuno, e com &ue pala'ras6 Com asmais ade&uadas ao seu pensamento, e as mais bem medidas com os seus dese3os! isse &ue os seusdese3os eram como o seu dese3ado: ilectus meus totus desiderabilis. dilectus meus totus desideria

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(C;nt! , 1L: - meu amado ) todo para dese3ar, e os meus dese3os são como todo ele! 0 "ssim otraslada e interpreta a 'ersão caldaica! E se os dese3os da 2enora se mediam totalmente com o seudese3ado, e o dese3ado era imenso, in#inito, eterno, 'ede se seriam tamb)m eternos os seus dese3os6

  Finalmente, para &ue não pareça encarecimento o &ue di$o, deixai<me abater o discurso, paramelor o pro'ar, e ou'i como os dese3os de &uem dese3a'a muito menos, s por serem do mesmo

dese3ado, #oram tamb)m eternos! Guando ac, despedindo<se de seus #ilos na ora da morte, leslançou a b9nção 0 a &ual 3untamente era b9nção e pro#ecia 0 o último termo &ue sinalou a todas as#elicidades &ue les prometia #oi a 'inda do 7essias, a &uem cama o dese3o dos montes eternos:onec 'eniret desiderium collium aeternorum (1I! Arandes e misteriosas pala'rasB Cama ac ao7essias não o dese3ado, senão o dese3o, por&ue a'ia de ser dese3ado tão sin$ular e unicamente, &ueos dese3os de todas as outras coisas, em comparação deste dese3o, nem eram, nem mereciam nome dedese3os! 7as por &ue le não cama dese3o dos omens, senão dese3o dos montes e dos outeiros:esiderium collium6 >or'entura por&ue at) as criaturas insens*'eis, sem uso de ra%ão, nemconecimento de tanto bem, o a'iam de dese3ar a seu modo e suspirar por ele! "ssim explicamal$uns este lu$ar, com a ener$ia da&uela mesma #i$ura com &ue disse o poeta: psae te, THtire, pinus,ipsi te #ontes, ipsa aec arbusta 'ocabant! >or)m ac, no 'erdadeiro sentido em &ue #ala'a, entendeu

 por montes e outeiros os patriarcas e pro#etas, assim passados como #uturos, nos &uais s seconser'a'a a #) expl*cita de &ue o 7essias a'ia de ser Filo de eus! E por isso a esposa, #alando damesma 'inda do 7essias, di%ia: Ecce iste 'eniet saliens in montibus, transiliens colles (1N! Ecamam<se os patriarcas e pro#etas montes e outeiros, por&ue, assim como os montes e outeiros sele'antam sobre os 'ales, e, extremando<se da outra terra, se a'i%inam mais ao c)u, assim os

 patriarcas e pro#etas, pela emin9ncia da di$nidade, da santidade e do conecimento de eus, emrespeito do outro po'o, mal disciplinado e rude, e incapa% de tão altos mist)rios, eram os montes eouteiros do mundo! 7as a$ora entra a dú'ida, em &ue todos, creio, tendes 3+ reparado, e ) por &ueles cama eternos: esiderium collium aeternorum6 -s patriarcas e pro#etas, ainda &ue les demos aanti$Pidade, desde o primeiro de todos, &ue #oi "dão, de "dão at) a morte de ac se passaram doismil anos. e se a continuarmos depois de ac, desde a morte de ac at) a 'inda do 7essias, passaramoutros dois mil! Guanto mais &ue nesta se$unda idade as 'idas dos omens, por mais patriarcas e

 pro#etas &ue #ossem, eram tão bre'es como as nossas! >ois, se estes montes e outeiros ca*am, e sesepulta'am, e se des#a%iam em cin%as em tão bre'e tempo, como les cama ac eternos:esiderium collium aeternorum6 5a pala'ra desiderium disse ac o por&u9! 5ão 'edes &ue o dese3odesses patriarcas e pro#etas, em &ue 'i'eram, todo era suspirar pela 'inda do 7essias, todo era clamarao c)u e a eus, &ue acabasse 3+ de 'ir: onec 'eniret6 - mesmo ac di%ia: 2alutare tuum expectabo(4O. 7ois)s: 7itte &uem missurus est (41. a'i: -stende nobis, omine, misericordiam tuam, etsalutare tuum da nobis (44. sa*as: Rorate caeli desuper, et nubes pluant 3ustum. aperiatur terra, et$erminet sal'atorem(4D! E como os dese3os dos patriarcas eram tão intensos, e a tardança do bemdese3ado tão dilatada, ainda &ue o tempo das 'idas #osse tão bre'e, a dilação dos dese3os o #a%iaeterno! Eram $randes, eram santos, eram eminent*ssimos nas pessoas, mas muito mais se estendianeles o tempo do &ue os le'anta'a a di$nidade: a di$nidade os #a%ia montes, e o dese3o, eternos:

esiderium collium aeternorum!

  5em mais nem menos tomou estas medidas a'i, a &uem os dese3os e o dese3ado toca'am de mais perto: Co$ita'i dies anti&uos, et annos aeternos in mente abui (4! Guando considero a anti$Pidadedos patriarcas e pro#etas 0 assim entendem este lu$ar os mais $ra'es expositores 0 &uandoconsidero os tempos anti$os, a tradição dos patriarcas e a #) dos pro#etas, a&ueles omens tãoalumiados de eus, &ue desde então espera'am e dese3a'am o &ue eu o3e s dese3o e espero, os dias,no meu entendimento, são anos, e os anos, eternidades: Co$ita'i dies anti&uos, et annos aeternos inmente abui! "inda tem maior mist)rio a distinção e repartição destes tempos! " "dão re'elou<leeus &ue se a'ia de #a%er omem, mas não disse como, nem de &uem. a "braão re'elou<le &uea'ia de ser da sua descend9ncia e da sua nação. a a'i, &ue a'ia de ser da sua casa e da sua #am*lia!

E &uanto mais de perto toca'a este bem aos omens, tanto mais se excita'a neles o dese3o, e tantomais crescia, com o dese3o, a dilação! 5a anti$Pidade remot*ssima de "dão os momentos eram dias.na menos remota de "braão, os dias eram anos. mas na mais prxima, e 3+ 'i%ina, de a'i, os anos

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eram eternidades: Et annos aeternos in mente abui! Tudo isto sucedia se$undo a&uela re$ra natural,&ue &uanto o bem dese3ado est+ mais 'i%ino, tanto ) maior o dese3o! ?em assim como a pedra no ar,&ue &uanto mais se ce$a ao centro, tanto com maior 'elocidade se mo'e: esiderium acuit absentis'icinitas, disse com 'erdadeira sentença o Cômico (4! E se esta 'i%inança 3+ em a'i #a%ia dotempo eternidades, s por&ue sabia a'i &ue a'ia de nascer em sua casa, &ue seria no coração daVir$em 2ant*ssima, &ue 3+ o tina concebido em suas entranas6 -s dois &ue a'aliaram estes dese3os

 por eternos #oram nomeadamente a'i e ac, os mesmos dois de &ue o an3o anunciou a'ia Cristode ser erdeiro: abit illi ominus eus sedem a'id patris e3us, et re$nabit in domo acob inaeternum (4L! E se ac e a'i de tão lon$e reconeciam esta eternidade, como a não compreenderiao coração da 2enora dentro nos -- dos seus dese3os, tanto mais intensos &uantos mais 'i%inos, etanto mais dilatados &uanto mais intensos6 8m patriarca di%ia: - 2apientiaB -utro suspira'a: -"donaHB -utro clama'a: - Radix esseB -s demais: - Cla'is a'idB - -riensB - Rex AentiumB -EmmanuelB 7as nenum disse, nem podia di%er: Q FiloB E se os -- da&ueles dese3os #a%iam unsc*rculos tão dilatados, &ue eram eternos: 0 esiderium collium aeternorum, et annos aeternos inmente abui (4M 0 &ue seriam os -- da&uele coração e da&uela 7ãe, &ue o tina concebido emsuas entranas e o a'ia de 'er nascido em seus braços: Ecce concipies in utero, et panes Filium! 

'III

  Certo estou 3+ &ue não a'er+ &uem du'ide &ue os dese3os da 2enora #oram eternos! - &ue sreceio, pelo contr+rio, ) &ue não #alte &uem pona dú'ida a serem dese3os! - bem 0 replicar+ al$um#ilso#o 0 o bem, &ue ) o ob3eto da 'ontade, assim como tem di#erentes tempos, assim causa namesma 'ontade di#erentes a#etos! >or&ue o bem, ou ) presente, ou passado, ou #uturo: se ) presente,causa $osto. se ) passado, causa saudade. se ) #uturo, causa dese3o! E como o bem, e sumo bem,ob3eto dos a#etos da 2enora, &ue era o Filo único de eus e seu, não s o tina presente, senão mais&ue presente, por&ue o tina dentro em si mesma, parece &ue antes a'ia de causar em seu coração

 3úbilos de $osto, e não ;nsias nem dese3os! Guem discorre desta sorte ainda não tem entendido &ue a presença, para ser presença, + de ter al$uma coisa de aus9ncia! - ob3eto da 'ista, para se poder 'er,+ de ser presente. se est+ pe$ado e unido / mesma pot9ncia, ) como se esti'era ausente: + de estar

apartado dos olos para se poder 'er! "ssim a presença, para ser presença, não + de passar a ser*ntima, nem + de estar totalmente unida, senão, de al$um modo, distante! a &ueixa de 5arciso, com'erdadeira ra%ão, em istria #abulosa: Guod cupio mecum est: inopem me copia #ecit: - &ue dese3o,teno<o em mim. e por&ue o teno em mim, careço do &ue teno! 0 >ois, &ue rem)dio6 Votum inamante no'um: o rem)dio ) um dese3o no'o, &ual nunca dese3ou &uem amasse! E &ue dese3o ) este6Velle &uod amamus abesse: dese3ar &ue o &ue amo se ausente e se aparte de mim! 0 Tal era o dese3oda 2enora, e tal a ra%ão do seu dese3o! Carecia do mesmo bem &ue tina, por&ue o tina dentro emsi! >or isso suspira'a e dese3a'a com ;nsia '9<lo 3+ #ora, e esta era a causa dos seus --: Guis mii dette #ratrem meum, ut in'eniam te #oris (4I: -B &uem me dera, irmão e #ilo meu 0 irmão por&uetomastes de mim a nature%a umana, e #ilo, por&ue eu 'o<la dei 0 oB &uem me dera 'er<'os 3+ #orade minas entranas, por&ue dentro delas, posto &ue 'os teno e possuo, não 'os posso $o%ar! 8t

in'eniam te. di% ainda com maior ener$ia: -B &uem me dera acar<'osB Como se dissera a ansiosa7ãe, #alando como mesmo Filo: 0 5o dia em &ue 'os concebi, #oi como se 'os perdera e 'osescond9sseis de mim, por&ue 'os não posso 'er! 2e me per$unta a #), onde estais: 8bi est eus tuus(4N6 respondo, com toda a certe%a &ue dentro em mim! 7as se mo per$untam os olos, s les possoresponder &ue ainda 'os busco e suspiro por 'os acar: 8t in'eniam te! E sendo esta a presença doseu bem 0 ausente por muito presente 0 'ede se tina ra%ão a 2enora de o dese3ar com ;nsias, esuspirar mais e mais por ele6

  ese3a a Vir$em 2ant*ssima $o%ar a seu Filo ao medo com &ue o >adre Eterno o $o%a, pois eraFilo comum de ambos! Voai a$ora, se puderes tanto, os &ue pusestes a dú'ida! escre'e oe'an$elista 2! oão a $eração eterna do Verbo, e di% &ue o Filo esta'a 3unto ao >adre, ou perto dele:

Et Verbum erat apud eum (DO! "&uele apud, assim como #oi esc;ndalo aos arianos, assim tem sidoreparo alt*ssimo a todos os maiores telo$os! 5ão di% Cristo, #alando da mesma $eração sua en&uantoeus, &ue ele est+ no >adre, e o >adre nele: E$o in >atre, et >ater in me est (o! 1,1O6 >ois, por &ue

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não di% tamb)m 2! oão &ue o Verbo esta'a no >adre, senão 3unto a ele: Et Verbum erat apud eum6E se esta'a 3unto a ele, onde esta'a, e &ual era o seu lu$ar: 8bi erat oc Verbum6 Guis erat locuse3us6 0 per$unta Ruperto! E responde &ue o lu$ar onde esta'a o Verbo, era a distinção real com &uea pessoa do >adre se distin$ue do Filo, e a pessoa do Filo se distin$ue do >adre: Verbum erat apudeum, ut de personis non dubites, dum alteram audis esse 'el #uisse ad alteram! - mesmo tina ditoantes dele 2ão ?as*lio e depois de ambos o di% 2anto Tom+s! 7as ouçamos discorrer altamente na

mat)ria alt*ssima a Ricardo Vitorino! eus ) sumamente bom e sumamente beato: en&uantosumamente bom, ) suma e in#initamente comunic+'el. lo$o, não se podia comunicar in#initamentesenão a &uem tamb)m #osse eus, e este ) o Filo! En&uanto sumamente beato, não podia ser ou estars, por&ue não + #elicidade sem compania: lo$o, &uem le #i%esse compania nesta suma #elicidade,a'ia de ser distinto dele. e esta ) a distinção real &ue + entre o Filo e o >adre!

  5este se$undo ponto, &ue ) o nosso, as pala'ras de Ricardo são: Felicitas summa non potest esseunius solitarii sine consortio. eus autem est sume #elix, &uare consortio debet abere! E se al$u)mreplicar &ue antes de a'er mundo eus esta'a s, por&ue somente a'ia eus, responde Tertulianocontra >rax)ias, distin$uindo uma soledade da outra, tão pro#undamente como costuma: eus anteomnia solus erat, ipse sibi, et mundus, et locus, et omnia: solus autem, &uia niil extrinsecus praeterillum! Caeterum ne tum &uidem solus, abebat enim secum rationem suam, anc Araeci lo$on dicunt:eus antes do mundo esta'a s, por&ue #ora de si não tina produ%ido coisa al$uma! >or)m aindaentão não esta'a s, por&ue esta'a acompanado do Verbo, o &ual tina consi$o! 5otai muito a

 pala'ra abebat secum! e maneira &ue na nature%a di'ina, sumamente comunic+'el, não bastou &ueo >adre ti'esse o Filo em si: E$o in >atre. mas, para &ue o mesmo >adre não esti'esse s, e para &ue#osse sumamente beato, #oi necess+rio &ue ti'esse o Filo tamb)m consi$o: =abebat secum! E por&ueo não podia ter consi$o, senão distin$uindo<se realmente uma >essoa da outra, por isso #oi 3untamentenecess+rio &ue o Filo se distin$uisse realmente do >adre, para &ue deste modo, não s esti'esse nele,senão 3unto a ele: Et Verbum erat apud eum! Esta'a o Filo no >adre pela identidade da nature%a, eesta'a com o >adre pela distinção das >essoas! E esta mesma di#erença, &ue #a%ia no >ai a identidadee a distinção, #a%ia na 7ãe a conceição, e a'ia de #a%er o parto, por&ue depois da conceição tina oFilo em si, e depois do parto a'ia<o de ter consi$o! E se na di#erença da&uele in e da&uele apud:

E$o in >atre, et Verbum apud eum, consistia a ra%ão da suma #elicidade em eus: eus autem estsumme #elix, &uare consortium debet abere, 0 'ede se era bastante moti'o na 7ãe do mesmo eus,ainda &ue o ti'esse em si, dese3ar e dese3ar sumamente t9<lo 3unto a si6

  Esta ) a 'erdadeira #iloso#ia, por&ue o bem presente pode causar dese3os, e por&ue a presença, parase lo$rar, + de ter al$uma coisa de aus9ncia! - bem e sumo bem da 2enora, en&uanto o tina dentroem si, por muito presente, #a%ia<o presença in'is*'el. por)m, depois &ue o te'e #ora de si, e em seus

 braços, esta mesma dist;ncia, &ue era parte de aus9ncia, #e% &ue o pudesse 'er e $o%ar! E se ) propriedade do sumo bem 'isto, #a%er as eternidades bre'es, &ue muito ) &ue não 'isto, nem se podendo 'er, #i%esse os dias eternos6 5ão acaba'a de entender 2! Are$rio 5a%ian%eno como pudesseser &ue os anos &ue ser'iu ac por Ra&uel le parecessem poucos dias, e no cabo acou e deu a

'erdadeira ra%ão, a &ual não era nem podia ser outra, senão por&ue em todo a&uele tempo $o%a'a aca 'ista da mesma Ra&uel: Cu3us rei aec #ortasse causa erat, &uia rei expetitae conspectu #ruebatur! 2een&uanto a 2enora tina o bendito #ruto de seu 'entre dentro em si o pudera 'er, então os no'emeses le pareceriam bre'es dias. mas como era bem e sumo bem, por muito presente, in'is*'el, todoo tempo em &ue o não 'ia nem podia 'er se le #a%ia eterno! E por isso os seus dese3os, como 'imos,mudaram o et do an3o em -, consumando a eternidade, &ue no mesmo et te'e seu princ*pio: Ecceconscipies, et paries!

  I)

  Teno acabado o sermão, e mais depressa por'entura, ou mais de repente do &ue ima$in+'eis!

Todos espera'am &ue eu me lembrasse de duas obri$aç@es mui precisas, das &uais parece me es&uecitotalmente, por&ue, tendo presente a 7a3estade 2acrossanta do i'in*ssimo 2acramento, e #alando aum auditrio tão $ra'e e tão numeroso, como se não olasse para o altar nem para a $re3a, nem do

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2acramento disse uma s pala'ra, nem ao auditrio dei um s documento! Este ) sem dú'ida o reparo&ue todos #i%estes nos dois discursos &ue pre$uei! E eu a$ora acabo de entender &ue nem percebestes

 bem o primeiro, nem aplicastes, como de'*eis, o se$undo, por&ue o primeiro todo #oi do 2acramento,encarecendo a sua maior excel9ncia, e o se$undo todo #oi ao auditrio, dando<le a mais importantedoutrina!

  5o primeiro discurso, sobre as pala'ras: Ecce concipies in utero, não pro'ei eu &ue o 'entre'ir$inal da 2enora, pela conceição do Verbo Encarnado, #ora a circun#er9ncia da imensidade, e umc*rculo &ue compreendeu o imenso6 >ois isso mesmo ) o &ue a onipot9ncia di'ina tornou a obrar pornosso amor no mist)rio alt*ssimo do 2acramento, encerrando na&uele c*rculo bre'e de pão toda aimensidade de seu 2er di'ino e umano! >or &ue cuidais &ue instituiu a $re3a &ue a #orma da =stiaconsa$rada #osse de #i$ura circular, como #oi desde seu princ*pio e se continuou sempre6 "l$uns&uiseram na Ar)cia &ue a #i$ura da =stia #osse &uadrada, para si$ni#icar os &uatro elementos de &ue) composto o corpo de Cristo, e as &uatro partes do mundo, sobre &ue tem absoluto e supremodom*nio. mas pre'aleceu a #i$ura circular, não s por&ue no c*rculo se representa tamb)m aredonde%a do mundo, mas, como di% 2ão Are$rio >apa, por&ue sendo #i$ura &ue não tem princ*pionem #im, em nenuma outra se exprime mais claramente a eternidade, a in#inidade e a imensidadedi'ina, &ue na&uele mila$roso c*rculo est+ encerrada! "ssim se #e% e assim se a'ia de #a%er, por&uemuitos s)culos antes da Encarnação do Filo de eus, 3+ era tradição dos doutores ebraicos, naexposição do salmo setenta e um, &ue o sacri#*cio do 7essias, como sacerdote se$undo a ordem de7el&uisedec, a'ia de ser em pão, e esse pão #ormado em #i$ura circular do tamano da palma deuma mão: 2acri#icium 7essiae #ore placentam rotundam, sicut est 'ola manus!

  7as, para &ue são tradiç@es, onde temos o ritual de a'i6 Circui'i, et immola'i ostiam'oci#erationis (D1! Fala a'i de um sacri#*cio &ue o#ereceu a eus em ação de $raças 0 comoconsta de todo o salmo 0 e tal ) o nosso sacri#*cio! Guando Cristo o instituiu, deu primeiro $raças:Aratias a$ens, #re$it (D4, e por isso se cama 2acramento da Eucaristia, &ue &uer di%er ação de$raças! E &uais #oram os ritos ou cerimônias deste sacri#*cio6 Tr9s a coisas, di% o pro#eta, &ue s como

 pro#eta as podia ante'er e imitar! i% &ue #e% um c*rculo / roda: circui'i. di% &ue o#ereceu a =stia:

immola'i ostiam. e di% &ue a acompanou, não com preces e oraç@es, senão com brados e 'o%es:'oci#erationis! 5o sacri#*cio, com nome de =stia, ante'ia e si$ni#ica'a a &ue temos e adoramos

 presente. no c*rculo &ue #e% em roda, a #i$ura circular de &ue a'ia de ser #ormada, em representaçãoda imensidade di'ina &ue encerra dentro em si. e nas 'e%es, não dearticuladas, senão a $ritos, &ue&ueria si$ni#icar a'i6 >arece &ue tina diante dos olos a solenidade deste dia! esde o dia de o3e

 por diante, at) do nascimento do 2enor, na Catedral de Toledo, onde começou esta instituição, e emmuitas outras i$re3as da cristandade, a última clausura dos -#*cios i'inos são 'o%es sem concertonem armonia, clamando todo o clero e todo o po'o a $ritos oB oB oB sto ) o &ue &uer di%er

 propriamente 'oci#erationis! E como o di'in*ssimo 2acramento ) a se$unda parte do mist)rio daEncarnação 0 por onde 2ão oão Crisstomo le camou Encarnação mais estendida 0 não ) coisaaleia ao esp*rito de a'i, antes mui prpria dos seus #er'orosos e arrebatados a#etos, &ue / 'ista

da&uela sa$rada =stia, &uando a sacri#ica'a em #i$ura, acompanasse o mesmo c*rculo &ue #a%iaexclamando ele e #a%endo exclamar a todos com -- de 3úbilos, com -- de aplausos, com -- deadmiraç@es: -B =stia, em &ue o sacri#icado ) eusB -B c*rculo, &ue cercas e compreendes oincompreens*'elB -B in'ento maior da 2abedoriaB -B mila$re sem i$ual da -nipot9nciaB -B#irme%aB -B excessoB -B extremo do amor in#inito para com os omensB En#im, todos a&ueles --&ue a $re3a resumiu em um s -: - sacrum con'i'ium, in &uo Cristus sumiturB

  Esta #oi a ale$oria do meu primeiro discurso, toda diri$ida, 2enor, / 'ossa di'ina e umana7a3estade sacramentada! E a doutrina do se$undo, em a#etos tão sobre<umanos do primeiroexemplar das 'irtudes, tamb)m #oi encaminada toda / imitação dos ou'intes! Gue ou'istes sobre asse$undas pala'ras do tema: Et paries Filium6 -u'istes &ue estando a Vir$em 2ant*ssima toda ceia de

eus, ainda se não satis#i%eram seus dese3os, dese3ando ter consi$o ao &ue tina em si, e acabar de 'ercom seus olos ao &ue esta'a escondido em suas entranas! -ra, aplicai isto mesmo a 's! 5adamenos do &ue a Vir$em concebeu dentro em si ) o &ue ns recebemos dentro em ns &uando

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comun$amos: ela ao Verbo a &uem deu carne, e ns ao Verbo encarnado. ela a todo eus, tão imensocomo ), e ns a todo eus com toda a sua imensidade! E da&ui se cole &uão $rande in3úria #ar+ omesmo eus &uem depois de o ter todo em si, ainda dese3a outra coisa! Gual&uer outro dese3o domundo neste caso, ou ) declarada eresia, ou rematada loucura: ou eresia, por&ue ) não ter #) ouloucura, por&ue ) não ter 3u*%o! Condenando 29neca a ambição monstruosa de "lexandre, disse com

 pro#unda sentença: n'entus est &ui ali&uid concupisceret post omnia: ?asta &ue se acou no mundo

um omem &ue, depois de ter tudo, ainda dese3ou mais al$uma coisa6 - tudo &ue possu*a e domina'a"lexandre era nada: s eus 'erdadeiramente ) tudo! E &ue tendo um cristão a eus, e a todo eusem si, ainda a3a de dese3ar os nadas do mundo6 Q ce$os, en$anados, perdidos, in#i)is dese3osB8ma s coisa pode dese3ar l*cita e cristãmente &uem ce$ou a ter a eus em si! E &ual )6 Ce$artamb)m a o ter consi$o, &ue ) o &ue dese3a'a a 2enora!

  esiderium abens dissol'i, et esse cum Cristo (Flp! 1,4D: 8ma s coisa dese3o 0 di% 2! >aulo 0 &ue ) desatar a mina alma das cadeias do corpo, para estar com Cristo! 0 Tornai a di%er, apstolosa$rado, &ue 'os não entendo! Vs não di%eis &ue nesta mesma 'ida est+ Cristo em 's: Vi'it 'ero inme Cristus(DD6 >ois se Cristo est+ em 's nesta 'ida, para &ue &uereis deixar a 'ida para estar comCristo6 >or&ue 'ai muita di#erença de estar Cristo em mim, ou estar eu com ele! Estar Cristo em mim,) possu*<lo sem o 'er. estar eu com ele ) '9<lo e $o%+<lo! Esta ) a mesma ra%ão por &ue a Vir$em,tendo a seu Filo e a seu eus dentro em si, ainda dese3a'a e suspira'a, por&ue o dese3a'a ter demodo &ue o pudesse 'er e $o%ar! E esta ) tamb)m a ra%ão 0 se temos uso de ra%ão 0 por&ue tendo aCristo dentro em ns sacramentado e in'is*'el, esta mesma #elicidade nos de'e excitar o dese3o daoutra maior e #elic*ssima, &ue ) ce$ar a estar com ele, onde o 'e3amos e $o%emos por toda aeternidade! >ara #artar a #ome de todos os outros dese3os, basta termos a todo eus em ns. mas destamesma #ome, 3+ satis#eita, + de nascer uma sede insaci+'el de se romperem a&uelas nu'ens, e o'ermos descobertamente na $lria: 2iti'it anima mea ad eum #ortem 'i'um: satiabor cum apparuerit$loria tua (D! Estes ão de ser os -- dos nossos dese3os, como eram os do mesmo pro#eta: Guando'eniam, et apparebo ante #aciem ei (D6 -B &uando 'ir+ a&uele ditoso dia, em &ue apareça, meueus, diante de 's6 -B &uando ce$ar+ a&uela ora em &ue 'os 'e3a #ace a #aceB -B &uando se'er+ li're a mina alma do c+rcere deste corpo mortal, &ue le impede a 'ossa 'ista! 0 Guis me

liberabit de corpore mortis u3us6 - omine, libera animam meam. - omine, sal'um me #ac! -omine, bene, prosperare (DLB Estes ão de ser os -- dos nossos dese3os, e não os do mundo, os dacobiça, os da ambição, os do #also amor, &ue não são --, senão ais: =eu mii, &uia incolatus meus

 prolon$atus est (DM! Vir$em 2enora do -, esta ) a $raça &ue o3e 'os de'emos pedir todos, e a &ueeu, em nome de todos, 'os peço de todo o coração! Gue re#ormeis todos nossos desencaminadosdese3os, &ue os aparteis de todas as coisas temporais e da terra, &ue os le'anteis ao c)u, e osencamineis / eternidade, para &ue nela, por 'ossa intercessão, e pelos merecimentos in#initos de'osso 2ant*ssimo Filo, consi$amos, com a sua 'ista sem #im, o #im para &ue #omos criados! "m)m! 

(1 Eis conceber+s no teu 'entre, e parir+s um #ilo (Jc! 1,D1!

  (4 Eis conceber+s no teu 'entre, e parir+s um #ilo, e ser+ camado Filo do "lt*ssimo (Jc! 1, D1s!

  (D Eis a&ui o omem &ue tem por nome o -riente (Sac! L,14!

  ( Eis &ue uma 'ir$em conceber+, e parir+ um #ilo, e ser+ camado o seu nome Emanuel (s!M,1!

  ( i'! ?ona'ent! in 2peculo

  (L i'! ?ona'ent! in >s! 11, ad illud: in circuitu impii ambulant

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  (M >ouco menor o #i%este &ue os an3os (2l! I, L!

  (I 7an! "strom! Jib! !

  (N Eu te $erei do seio, antes do lu%eiro (2l! 1ON,D!

  (1O a'i pois te'e dese3os, e disse: -B se al$um me dera a beber +$ua da cisterna &ue + em?el)m (4 Rs! 4D,1!

  (11 8ma roda no meio de outra roda (E%! 1,1L!

  (14 - carro de eus 'ai rodeado com muitas de%enas de milares (2l! LM,1I!

  (1D Eu durmo, e o meu coração 'ela (C;nt! ,4!

  (1 Esta pedra era Cristo (1 Cor! 1O,!

  (1 Turbou<se do seu #alar (Jc! 1,4N!

  (1L 5ão temas, 7aria (Jc! 1,DO!

  (1M Faça<se em mim se$undo a tua pala'ra (Jc! 1,DI!

  (1I "t) &ue 'ena o dese3o dos outeiros eternos (A9n! N,4L!

  (1N Ei<lo a* 'em saltando sobre os montes, atra'essando os outeiros (C;nt! 4,I!

  (4O " tua sal'ação esperarei (A9n! N,1I!

  (41 Ro$o<te &ue en'ies a&uele &ue de'es en'iar (x! ,1D!

  (44 7ostra<nos, 2enor, a tua misericrdia, e d+<nos o teu 2al'ador (2l! I,I!

  (4D estilai, c)us, l+ dessas alturas o 'osso or'alo, e as nu'ens co'am o 3usto. abra<se a terra,e brote o 2al'ador (s! ,I!

  (4 >ensei nos dias anti$os, e ti'e na mente os anos eternos (2l! ML, L!

  (4 Ter9ncio, poeta cômico latino (1NO<1N a! C!!

  (4L - 2enor eus le dar+ o trono de seu pai a'i, e reinar+ eternamente na casa de ac (Jc!1,D4!

  (4M ese3o dos outeiros eternos (A9n! N,4L! 0 Ti'e na mente os anos eternos (2l! ML, L!

  (4I Guem me #ar+ tão ditosa &ue te tena a ti por irmão, para &ue eu te ace de #ora (C;nt! I! 1!

  (4N -nde est+ o teu eus (2l! 1,116

  (DO Verbo esta'a com eus (o! 1,1!

  (D1 ei 'oltas e sacri#i&uei stia com 'o%es de 3úbilo (2l! 4L, L!

  (D4 ando $raças, o partiu (1 Cor! 11,4!

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  (DD 7as Cristo ) &ue 'i'e em mim (Aal! 4, 4O!

  (D " mina alma est+ ardendo de sede pelo eus #orte e 'i'o (2l! 1,D: saciar<me<ei &uandoapare<cer a tua $lria (2l !1L! 1!

  (D Guando 'irei e aparecerei diante da #ace de eus (2! 1!D6  (DL Guem me li'rar+ do corpo desta morte (Rom! M,46  0 Q 2enor, li'ra a mina alma (2! 11,!  0 Q 2enor, sal'a<me, 2enor, #a%e &ue tena prosperidade (2! 11M, 4!

  (DM "i de mim, &ue o meu desterro se prolon$ou (2l! 11N,B