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19º Seminário do Programa de Pós-Graduação · Evolução, dinâmica e recursos costeiros: dinâmica de ambientes costeiros, planejamento e gestão de áreas costeiras, Quaternário

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19º Seminário do Programa de Pós-Graduação

em Geologia - UFPR

Coordenador do Programa Prof. Dr. Fernando Farias Vesely

Vice-coordenador do Programa

Prof. Dr. Carlos Eduardo de Mesquita Barros

Secretário Kazutoshi Milton Matsugano

Coordenação do 19º Seminário

Profª. Drª. Barbara Trzaskos Profª. Drª. Maria Cristina de Souza Amanda Hammerschmidt Carvalho

Fabio Luigi Crisigiovanni Hérlon da Silva Costa

Thammy Ellin Mottin

Editoração do boletim de resumos Profª. Drª Barbara Trzaskos

Amanda Hammerschmidt Carvalho Thammy Ellin Mottin

Ilustração

Jan Savaris Soares

Apoio Sociedade Brasileira de Geologia,

Núcleo Paraná

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SUMÁRIO

GEOLOGIA AMBIENTAL ............................................................................................... 6 Relação entre distribuição espacial da pluviosidade e o relevo ao longo de um trecho da Serra

do Mar Paranaense ...................................................................................................................... 7

Focused-source eletromagnetic aplicado à prospecção de água subterrânea profunda no

Sistema Aquífero Guarani ........................................................................................................... 8

Estudo do trecho da BR-116, km 500-520, Serra do Azeite – Análise de escorregamento em

rocha e solo .................................................................................................................................. 9

Diagnóstico de parâmetros geofísicos usados em Geociências Forenses ................................. 10

Vulnerabilidade de Aquífero Livre Poroso e Risco de Contaminação por Compostos

Agroquímicos ............................................................................................................................ 11

Índices de correlação entre chuva e deslizamento para a região da Serra do Mar Paranaense . 12

Análise de suscetibilidade a escorregamentos, enchentes e inundações, Pato Branco - Paraná.

................................................................................................................................................... 13

Estudos dos processos de recarga do Sistema Aquífero Guarani por infiltração de águas

fluviais no norte do Paraná ........................................................................................................ 14

Interpretação dos ambientes deposicionais da plataforma continental da Bacia de Campos com

base em biocenose e tanatocenose de foraminíferos bentônicos recentes e implicações

paleoambientais ......................................................................................................................... 15

Análise de feições geológicas de leito marinho através de Sonar de Varredura Lateral na Ilha

da Trindade-ES. ......................................................................................................................... 16

Avaliação ambiental de uma área sob risco de contaminação proveniente de um curtume por

métodos geofísicos e análises físico-químicas, Rio Grande do Sul – Brasil............................. 17

Metodologia de inventário de cavidades naturais subterrâneas para valoração da relevância

espeleológica em diferentes litotipos e diretrizes adequadas de geoconservação no Brasil. .... 18

Análise de Estabilidade de Vertentes na BR-116, Rio Grande do Sul, km 158-168. ............... 19

Datação de sedimentos da planície costeira paranaense através de luminescência opticamente

estimulada (LOE) ...................................................................................................................... 20

Metodologia e estratégias para a conservação de patrimônio espeleológico ............................ 21

Patrimônio geológico cárstico em rochas areníticas e políticas públicas de geoconservação,

com base em estudo de caso do município de Ponta Grossa (PR) ............................................ 22

Domínio geológico como um fator determinante na distribuição da macrofauna bentônica .... 23

Gênese e significado paleoambiental de arenitos de praia (beachrocks) das ilhas oceânicas

brasileiras de Trindade, arquipélago de Fernando de Noronha e de São Pedro e São Paulo .... 24

Foraminíferos bentônicos como indicadores paleoambientais costeiros em depósitos

holocênicos paranaense e norte catarinense .............................................................................. 25

Caracterização hidrogeológica dos sistemas aquíferos utilizados no abastecimento público do

município de Campo Grande, MS ............................................................................................. 26

Caracterização da hidrogeologia da bacia do Rio São Mateus Braço Sul, ES/MG. ................. 27

GEOLOGIA EXPLORATÓRIA ...................................................................................... 28 Análise da deformação e geocronologia do Complexo Atuba .................................................. 30

4

Arcabouço estratigráfico – estrutural da Bacia do Guaratubinha e deformações associadas,

sudeste do estado do Paraná ...................................................................................................... 31

Modelo de geração das rochas vulcânicas ácidas e intermediárias da Bacia do Guaratubinha 32

Análise comparativa do registro estratigráfico de sistemas deposicionais costeiros e marinhos

rasos dominados por ondas do Paleozoico, Mesozoico e Quaternário: impactos na modelagem

de reservatórios ......................................................................................................................... 33

Vulcanismo Serra Geral Ácido Tipo Palmas, Planalto Sul de Santa Catarina, LIP Paraná-

Etendeka .................................................................................................................................... 34

Magmatismo e deformação das rochas do depósito do Tocantinzinho, Província Aurífera do

Tapajós: implicações geotectônicas e na mineralização ........................................................... 35

Reavaliação do contexto deposicional e arcabouço estratigráfico de potenciais reservatórios do

Grupo Itararé, Bacia do Paraná. ................................................................................................ 36

Modelos termodinâmicos aplicados às rochas do Complexo de Jacupiranga (Cajati-SP):

evolução petrológica e magmas parentais ................................................................................. 37

Caracterização dos mecanismos de deformação na Zona de Cisalhamento Lancinha - Cubatão

................................................................................................................................................... 38

Interpretação paleoclimática nas Formações Taciba e Rio Bonito (Bacia do Paraná) com base

em assinaturas de raios gama e argilominerais ......................................................................... 39

Influência da proveniência e diagênese na heterogeneidade de litofácies turbidíticas, Bacia do

Itajaí, Santa Catarina ................................................................................................................. 40

Relações entre mineralização aurífera e granito – Estudo pluridisciplinar do depósito de ouro

do Granito Passa Três (Leste do Paraná) .................................................................................. 41

Deltas de energia mista da interface Itararé-Rio Bonito no leste de Santa Catarina ................. 42

Fatores controladores da diagênese de rochas carbonáticas em ambientes continentais – Estudo

diagenético de testemunho de sondagem do Aptiano da Bacia de Santos ................................ 43

Caracterização petrotectônica das rochas metavulcanossedimentares da Formação Perau, com

base em análises de microCT e microtermometria: implicações para os jazimentos de Pb-Zn-

Ag (Cu-Ba) ................................................................................................................................ 44

Análise geoquímica de pegmatitos básicos e basaltos encaixantes localizados no sudoeste do

Estado do Paraná ....................................................................................................................... 45

Métodos Potenciais Aplicados a Interpretação Tectônica da Formação Capiru, Terreno

Curitiba, Cinturão Ribeira Meridional ...................................................................................... 46

Tectônica cenozoica do extremo nordeste de Santa Catarina ................................................... 47

Tramas magmáticas em Nefelina-Sienitos do Morro do Tributo, Lages (SC) .......................... 48

Estudo litogeoquímico e isotópico dos metadolomitos da Formação Capiru na Região de

Colombo – PR: implicações tectonoestratigráficas. .................................................................. 49

Caracterização Tectonoestratigráfica do Conjunto Morro Grande, Formação Capiru, Colombo

– PR ........................................................................................................................................... 50

Condições ambientais exercendo importante papel na formação de microbialitos do Japão:

padrões geoquímicos e faciológicos .......................................................................................... 51

Estratigrafia e correlação da sucessão fluvio-eólica Neopermiana-Eocretácea da Bacia do

Paraná na região de Cândido de Abreu – PR ............................................................................ 52

Neotectônica e sedimentação da Bacia Sedimentar de Tijucas do Sul (BST) .......................... 53

5

Evolução estratigráfica e paleogeografia da deglaciação eopermiana da Bacia do Paraná na

região de Ibaiti – PR .................................................................................................................. 54

Análise microfaciológica e micropaleontológica do Grupo Passa Dois, Permiano da Bacia do

Paraná ........................................................................................................................................ 55

Integração Geofísico-Geológica da Porção Central do Estado de Roraima (RR) ..................... 56

Caracterização geoquímica dos depósitos do Quaternário tipo tufa da Serra da Bodoquena –

MS. ............................................................................................................................................ 57

Identificação de zonas de alteração hidrotermal através de aerogamaespectrometria e

aeromagnetometria nas regiões de Brusque e Botuverá - SC ................................................... 58

Parametrização de ensaios de abrasividade ............................................................................... 59

Estilos estruturais de depósitos de transporte em massa do Grupo Itararé ............................... 60

Caracterização do registro geológico de ambientes subglaciais e glácio-marginais no

Carbonífero da Bacia do Paraná ................................................................................................ 61

Análise morfotectônica e estrutural da região centro-leste de Santa Catarina .......................... 62

Metamorfismo de baixo grau nos metapelitos da Formação Capiru, Colombo–PR, Região do

Morro Grande ............................................................................................................................ 63

Geminação Dauphiné em ribbons de quartzo ........................................................................... 64

Análise do relacionamento entre deltas, turbiditos e depósitos de transporte em massa na

sucessão permocarbonífera da Bacia do Paraná no leste de Santa Catarina ............................. 65

Desenvolvimento textural e microestrutural em complexos acamadados- implicações para

anisotropia sísmica .................................................................................................................... 66

Evolução tectono-sedimentar das Bacias do Guaratubinha (PR), Campo Alegre (SC) e Corupá

(SC) ........................................................................................................................................... 67

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GEOLOGIA AMBIENTAL

19° Seminário do Programa de Pós-Graduação em Geologia da UFPR

04 a 08 de julho de 2016

Departamento de Geologia Universidade Federal do Paraná

RESUMOS

Linhas de pesquisa

Análise multitemporal, neotectônica e riscos geológicos: mapeamento de índices de segurança em vertentes, previsões de escorregamento, mapeamento de zonas de saturação e processos erosivos, inundações em áreas urbanas. Recursos hídricos: águas subterrâneas, avaliação e gestão de bacias hidrográficas, geofísica aplicada à exploração de águas subterrâneas, hidroquímica, monitoramento e conservação de aqüíferos. Evolução, dinâmica e recursos costeiros: dinâmica de ambientes costeiros, planejamento e gestão de áreas costeiras, Quaternário costeiro, movimento das massas d'água em áreas costeiras, transporte de propriedades de água em zonas costeiras. Geoconservação e patrimônio geológico: Geodiversidade, patrimônio natural e geológico, geossítios. Geoconservação: identificação, caracterização, avaliação, conservação e gestão de elementos da geodiversidade. Geoturismo. Geoparques e rede global de geoparques. Políticas de conservação da natureza e de ordenamento do território. Geoconservação no Brasil, estado atual e perspectivas.

Corpo Docente

Prof. Dr. Alberto Pio Fiori – [email protected] Prof. Dr. Carlos Conforti Ferreira Guedes – [email protected] Prof. Dr. César de Castro Martins – [email protected] Prof. Dr. Eduardo Chemas Hindi – [email protected] Prof. Dr. Ernani Francisco da Rosa Filho – [email protected] Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira – [email protected] Prof. Dr. Luiz Alberto Fernandes - [email protected] Profª. Drª. Maria Cristina de Souza – [email protected] Prof. Dr. Rodolfo José Angulo – [email protected] Prof. Dr. Sandro José Froehner – [email protected]

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Relação entre distribuição espacial da pluviosidade e o relevo ao longo de um trecho da Serra do Mar Paranaense Acevedo, Andrés Miguel González ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Alberto Pio Fiori Palavras-chave: Movimentos de massa, Pluviógrafos, Precipitação diária acumulada.

Pesquisas ao redor do mundo reconhecem que escorregamentos de solos são acionados, em sua maioria, por precipitações de curta duração e de alta intensidade. No Brasil, o clima predominante é do tipo tropical, porém, nas regiões localizadas mais ao Sul do país, o clima é controlado por massas de ar tropicais e polares, sendo classificados como do tipo subtropical úmido. Além do clima, existe a condição geomorfológica dos altos relevos pertencentes à Serra do Mar, feição morfoescultural que se estende desde o estado de Espírito Santo até o estado de Santa Catarina. Conhecer o padrão de precipitações da região possibilitará melhorias nos modelos preditivos quanto ao nível de segurança em operações rodoviárias nas áreas de relevo acentuado, ou relevos de serra que cruzam as rodovias do país. Para isto foi selecionada uma região no estado do Paraná, localizada no município de Tijucas do Sul, divisa com o estado de Santa Catarina, situada no trecho entre o km 650 e km 682 da BR-376/PR, e que apresenta no seu histórico várias ocorrências de escorregamentos devidos pelo acúmulo de precipitações. Na análise, se apresentam as séries históricas de eventos de chuva ocorridos na área, tomadas de seis pluviógrafos instalados ao longo do trecho. Para realizar esta análise, que leva em consideração a distribuição espacial das precipitações ao longo do trecho, foram delimitadas bacias hidrográficas ao redor de cada pluviógrafo instalado, com um raio de três quilômetros, no intuito de cobrir as áreas onde as precipitações poderiam influenciar. A delimitação destas bacias hidrográficas levou à definição de seis áreas de estudo que foram analisadas individualmente, de acordo com a localização em relação ao relevo. Também foi possível calcular, o coeficiente de correlação entre instrumentos próximos para analisar se existe relação entre os eventos pluviométricos e seu posicionamento em relação ao relevo. Entre os resultados obtidos observa-se que os instrumentos colocados a maior altitude, ou seja, aqueles correspondentes à porção do Primeiro Planalto Paranaense e à zona de transição entre o planalto e a Serra do Mar, as precipitações se mostraram com intensidades baixas em relação aos instrumentos localizados a menores altitudes. No contexto geomorfológico, se tem que à medida que a altitude aumenta, diminui a ocorrência de precipitações. Na área do vale principal do rio São João, os instrumentos instalados entre os 190, 469 e 544 m.s.n.m foram os que reportaram maiores magnitudes de acumulados diários e mensais quando comparados aos instrumentos instalados na região da serra e no Primeiro Planalto (790, 800 e 864 m.s.n.m). Quanto às correlações, foi analisado o período correspondente entre o mês de janeiro ao mês de abril de 2016 com um agrupamento diário de acúmulo de precipitações, tendo-se que, na relação entre instrumentos, aqueles mais próximos e no mesmo contexto geomorfológico, tiveram um coeficiente de correlação maior. Conclui-se que ao longo do trecho em estudo, pode ser observado um comportamento diferente das precipitações dependendo da localização relativa dos pluviógrafos, e evidencia-se menor influência das chuvas orogênicas em relação às chuvas que ocorrem no sopé da serra. Isto ajuda à compreensão de vários cenários de suscetibilidade a escorregamentos que irão depender do local a ser avaliado, tomando em consideração que, tanto nas maiores altitudes quanto nas menores altitudes o relevo se apresenta com baixas declividades, tornando estas áreas menos suscetíveis a escorregamentos. Pelo contrário, na região da serra, onde as maiores declividades estão presentes, e quando combinada à alta saturação do solo, as áreas tornam-se mais suscetíveis à ocorrência de movimentos de massa.

Dados Acadêmicos: Co-orientador: Claudinei Taborda da Silveira; Nível: Doutorado; Título do projeto original da Tese: Estabilidade de taludes em vertentes naturais aplicando diferentes modelos digitais de elevação. BR 376. Trecho São José dos Pinhais (PR) – Garuva (SC); Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Análise Multitemporal, Neotectônica e Riscos Geológicos; Data de entrada: Agosto de 2013; Número de créditos concluídos: 44; Exame de qualificação: Janeiro de 2016 (Aprovado); Data da Defesa: Julho de 2017; Possui Bolsa: Sim; Período: Setembro de 2013 até presente momento; Fonte Pagadora: CAPES.

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Focused-source eletromagnetic aplicado à prospecção de água subterrânea profunda no Sistema Aquífero Guarani Araújo, Oziel ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Eduardo Chemas Hindi Palavras-chave: aquífero guarani, geofísica, água subterrânea, focused-source electromagnetic

Sem dúvida a água é o nosso recurso mineral mais valioso. A demanda crescente da população mundial por água potável, combinada ao consumo industrial cada vez maior, tem alavancado a exploração de águas subterrâneas. A avaliação dos recursos hídricos se tornou um dos maiores desafios da geofísica. A necessidade de geofísica nessa avaliação se reflete na reputação do esgotamento e a degradação dos recursos hídricos de superfície. Considerado um dos maiores reservatórios subterrâneos do mundo, o Sistema Aquífero Guarani (SAG) é um sistema hidrogeológico com capacidade volumétrica significativa, e configura a grande importância como fonte hídrica para o suprimento de água potável. O SAG abrange quase toda a área das Bacias Sedimentares do Paraná e Chaco Paraná. No Brasil, as rochas-reservatório do SAG são os arenitos das Formações Pirambóia, Rosário do Sul e Botucatu. Esse pacote de rochas arenosas saturadas com água ocorre subjacente ao conjunto de rochas que constitui a Formação Serra Geral. Esta camada, com espessura que varia de 200 a 800 metros, distribui-se numa área de aproximadamente 1.195.000 km² por diversos Estados brasileiros (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, e Paraná), além de países como Paraguai, Uruguai e Argentina. É sabido que em quase toda a sua extensão, o SAG encontra-se sotoposto por rochas basálticas cuja espessura pode ultrapassar 1.000 metros. Embora haja informações que expõem uma visão plena sobre a distribuição espacial do aquífero em toda a região de sua ocorrência, entende-se que os dados não são suficientes para uma caracterização conclusiva em termos de espessuras sobre as áreas de afloramento. Por esse viés que este trabalho visa a aplicação e aprimoramento do método “ Focused-source eletromagnetic” (FSEM) na prospecção de águas subterrâneas profundas, com ênfase na determinação da espessura da Formação Serra Geral para exploração do Aquífero Guarani. O método geofísico Focused-source eletromagnetic é um método bastante inovador em patamar de desenvolvimento, e tem proporcionado excelente resolução espacial e grandes profundidades de investigação em comparação com outros métodos convencionais. Assim como a Sondagem Elétrica Vertical (SEV) , o FSEM resultará em um perfil 1D da variação de resistividade, entretanto, a literatura mostra que o método é mais eficiente na determinação dessas variações em grandes profundidades na ordem de até 3 km com boa razão sinal/ruído. Descrito inicialmente na Rússia como “método diferencialmente normalizado”, o método FSEM focaliza o campo eletromagnético na direção vertical a fim de prover leituras de resistividades em profundidade, o sistema de focalização obtém uma combinação linear das medidas obtidas com diferentes transmissores dipolos aterrados. A evolução do método tem se mostrado bastante dinâmica. Combinando o poder da técnica de focalização com o seu poder de modelagem numérica 3D é capaz de reduzir os efeitos de distorção de estruturas rasas indesejadas, obtendo respostas suavizadas ao longo do perfil, uma vez que, quando na presença de várias heterogeneidades geológicas laterais, as investigações tradicionais de dipolo-dipolo são fortemente afetadas. O FSEM se baseia na transmissão de corrente elétrica em dois transmissores dipolo aterrados e três eletrodos receptores aterrados. Cada transmissor excita a formação geológica pela repetição de pulsos quadrados do campo eletromagnético de baixas frequências. No Brasil, o método é pouco conhecido na indústria de prospecção de água subterrânea, sendo necessário e justificável o seu desenvolvimento na realidade dos diversos contextos geológicos. Dados acadêmicos: Co-orientador: Augustinho Rigoti; Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: Focused-source eletromagnetic aplicado à prospecção de água subterrânea profunda no Sistema Aquífero Guarani; Área de concentração: Geologia ambiental; Linha de Pesquisa: recursos hídricos; Data de entrada na pós-graduação: maio de 2016; Nº de créditos concluídos: 0; Exame de qualificação: julho de 2017; Trabalhos publicados ou períodos de confecção: 02 artigos previstos para o 2º semestre de 2017; Data da Defesa: abril de 2018; Possui Bolsa: não.

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Estudo do trecho da BR-116, km 500-520, Serra do Azeite – Análise de escorregamento em rocha e solo Britto, Carolina Bitencourt de ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Alberto Pio Fiori Palavras-chave: Estabilidade de Taludes, Escorregamentos, Serra do Mar.

O comportamento dos solos das encostas é geralmente influenciado pela topografia, material de origem e por fatores naturais exógenos, como presença de vegetação e agentes climáticos, que promovem a perda de resistência do solo. Já as rochas têm seu comportamento geomecânico influenciado principalmente pelas suas descontinuidades, que facilitam a infiltração de água e potencializam a instabilidade desses planos de fraqueza. No trecho da Rodovia Régis Bittencourt (BR-116) pertencente à Serra do Mar (PR/SP), ocorrem solos residuais e coluvionares nas encostas, além de taludes em rocha. Os maciços nesse trecho da Serra do Mar são constituídos principalmente por gnaisse bandado Barra do Azeite e Formação Turvo-Cajati, composta na área por micaxisto e paragnaisse, além do granito do Alto Turvo. Essas rochas encontram-se em zona de falha da Serra do Azeite, apresentando porções milonitizadas e fraturamento. Há um histórico de escorregamentos e processos erosivos concentrados em um trecho de 20 km da BR-116 entre Curitiba e São Paulo, na Serra do Azeite, entre os quilômetros 500 e 520. Nesse trecho será estudado os fatores que estão relacionados à ocorrência de escorregamentos nas encostas naturais e taludes rodoviários. Os objetivos da pesquisa são determinar a influência das estruturas em rocha no processo de escorregamento, definir os parâmetros de resistência dos solos das encostas, avaliar a influência desses parâmetros no fator de segurança e identificar os tipos de escorregamentos que ocorrem no local. A análise da estabilidade de encostas será feita através do método de fator de segurança, baseado na teoria do equilíbrio limite, que consiste na descrição de propriedades físicas e mecânicas dos solos associadas a declividade, escoamento hídrico e cobertura vegetal. A espacialização do fator de segurança obtido para a área de estudo será feita utilizando o Sistema de Informações Geográficas (SIG), a partir de parâmetros topográficos, como declividade da vertente, perfil de curvatura e orientação das vertentes. Será feita a aplicação de modelos estruturais na análise de estabilidade de taludes e suscetibilidade a movimentos de massa, através da identificação de feições relevantes na probabilidade de ocorrência de escorregamentos, e da caracterização dessas estruturas e seu comportamento espacial. A caracterização do comportamento geomecânico dos solos, em conjunto com a análise do fluxo de água subsuperficial, irá determinar o estado limite desencadeador dos escorregamentos. Serão utilizadas imagens SRTM e fotografias aéreas para identificar cicatrizes de escorregamentos recentes e pretéritos, e levantamentos de campo para a verificação dessas cicatrizes e indícios de movimentos de massas. Em campo também serão coletados dados estruturais e amostras de solo, nas quais serão determinados a resistência à ruptura através do ensaio de cisalhamento, identificando seus parâmetros de deformabilidade. A confecção de mapas de declividade, uso e ocupação de solo e mapa geológico, em conjunto com a análise de imagens aéreas, auxiliarão na validação dos mapas de fatores de segurança e no mapa de suscetibilidade de escorregamentos. A definição dos parâmetros que influenciam no processo de escorregamento na região, dando ênfase para cada litotipo e solo resultante, permitirá um entendimento mais adequado dos mecanismos que agem nas encostas litorâneas brasileiras, afim de ser aplicado em outros locais, auxiliando no gerenciamento de segurança e avaliação dos riscos dos taludes rodoviários.

Dados Acadêmicos: Co-orientador(es): Claudinei Taborda da Silveira e Rodrigo Moraes da Silveira; Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação/tese: Estudo do trecho da BR-116, km 510-520, Serra do Azeite – Análise de escorregamento em rocha e solo; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Análise Multitemporal e Riscos Geológicos; Data de entrada na pós-graduação: abril de 2016; No de créditos concluídos: 4; Exame de qualificação: junho de 2017; Trabalhos publicados ou período de confecção: 01 resumo previsto para o 1º semestre de 2017; Data da Defesa: março de 2018; Possui Bolsa: não.

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Diagnóstico de parâmetros geofísicos usados em Geociências Forenses Canata, Rafael ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira Palavras-chave: Geociências Forenses, métodos geofísicos, parâmetros geofísicos

As investigações vinculadas à localização de provas ocultas no subsolo por indícios de crimes antigos e/ou atuais é alvo das Geociências Forenses. No auxílio investigativo a estes locais suspeitos de transgressão da lei destacam-se os métodos geofísicos (eletromagnético, elétrico e/ou magnético), que rotineiramente são aplicados quando há falta de evidências superficiais para elucidação de crimes referentes à ocultação de cadáver, de peças metálicas, de drogas, de depredação de sítios arqueológicos, dentre outros. No Brasil, a condução de pesquisas forenses restringe-se as polícias federal e civil, carecendo ainda de pesquisas geofísicas relacionadas à determinação de parâmetros ótimos para as áreas forense e arqueológica. Deste modo, através da parceria da UFPR com pesquisadores do Instituto Nacional de Criminalística do Departamento de Polícia Federal (INC/DPF) e do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (IG/UnB) almeja-se aprimorar os parâmetros de aquisição, de processamento, de visualização e de interpretação de dados geofísicos em 2D e 3D associados a eventos criminosos. Dentre os métodos de investigação geofísica serão aplicados na presente pesquisa o Radar de Penetração de Solo ou Ground Penetrating Radar (GPR) e a Eletrorresistividade, tendo em vista que são os mais eficientes nas investigações forenses e arqueológicas. A presente pesquisa visa analisar e reprocessar, em uma primeira etapa, os dados geofísicos existentes de inúmeras perícias realizadas em diversos estados como Pará, Tocantins, Distrito Federal e Paraná. Estes dados geofísicos, cedidos pelo INC/DPF e IG/UnB ao LPGA/UFPR, são oriundos de aquisição por GPR 2D e 3D de áreas suspeitas e de apontamento de inumações humanas, como as expedições em busca por restos mortais de guerrilheiros que atuaram principalmente no final da década de 1960, na região do Araguaia-PA/TO. Dessa maneira, planeja-se verificar os melhores parâmetros de aquisição (intervalo de amostragem espacial e temporal, taxa de transmissão e registro, entre outros), de processamento (filtros 1D e 2D, tipos de migração, etc), de visualização (2D e 3D, balanceamento de cores, entre outros) e de interpretação (distinção dos refletores, radarfácies, etc.). A segunda etapa da pesquisa visa adquirir dados geofísicos com os parâmetros já estimados, em áreas suspeitas de crimes de ocultação de cadáver, de ordem ambiental (lixões) e de ocorrências de estruturas arqueológicas (fragmentos cerâmicos, urnas funerárias e antigas estruturas de ocupação humana). Para a aquisição dos novos dados em campo a equipe (peritos federais e o doutorando) disporá de dois equipamentos de GPR (os sistemas SIR3000 com um conjunto de antenas blindadas com frequências entre 200 e 900 MHz e o DETECTOR DUO com antenas blindadas com frequências de 250 e 700 MHz) e dois instrumentos de eletrorresistividade (os sistemas SYSCAL PRO 72 canais, para investigações rasas e o ELREC PRO com transmissor VIP3000, para investigações profundas). Dentro do exposto, estima-se como resultados para a referente pesquisa: (i) diminuir os erros de localização dos alvos investigados; (ii) diferenciar padrões de reflexão de GPR para inumações, raízes, blocos de rochas, estruturas antrópicas, etc.; (iii) identificar padrões geofísicos (resistividade elétrica e reflexões de GPR) em sítios arqueológicos para inumações indígenas, potes de cerâmicas, sambaquis, dentre outros artefatos; (iv) correlação geológica e pedológica através de investigações diretas e indiretas dos locais de crime.

Dados acadêmicos: Coorientadores: Dr. Welitom Rodrigues Borges (IG/UnB) e Dr. Fábio Augusto da Silva Salvador (DPF/PR); Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Diagnóstico de parâmetros geofísicos usados em Geociências Forenses; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Nome da Linha de Pesquisa: Geoconservação e Patrimônio Geológico; Data de entrada na pós-graduação: maio de 2016; Nº de créditos concluídos: 23; Exame de qualificação: outubro de 2018; Data da Defesa: abril de 2020; Possui bolsa: sim; Período: 2016-2020; Fonte pagadora: Instituto Tecnológico de Transporte e Infraestrutura (ITTI/UFPR).

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Vulnerabilidade de Aquífero Livre Poroso e Risco de Contaminação por Compostos Agroquímicos Canestraro, Idelsom Rogério ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Sandro Froehner Palavras-chave: aquífero porosos, vulnerabilidade, risco de contaminação.

O estado do Paraná está entre os cinco maiores produtores agrícolas do Brasil, país que ocupa a segunda colocação no consumo mundial de pesticidas. Estudos na bacia do Córrego Ajuricaba em Marechal Cândido Rondon-PR, identificaram áreas vulneráveis e com potencial risco à contaminação de aquíferos porosos do tipo livre. Não existem estudos na bacia do Córrego Ajuricaba voltados a conservação de aquíferos utilizando a integração de Mapas de Vulnerabilidade e de Risco à Contaminação com Modelos Matemáticos para o gerenciamento ambiental. Todavia, este trabalho vem a preencher uma lacuna no conhecimento hidrogeológico voltado a conservação de aquíferos, e pretende realizar pela primeira vez na bacia hidrográfica estudada, uma abordagem integrada da previsão do comportamento de sistemas aquíferos contaminados por meio da integração de cartas multitemáticas com o desenvolvimento de modelos matemáticos de dispersão de plumas em águas subterrâneas; e da quantificação dos riscos à saúde humana por meio de tratamento de dados geoestatísticos associados a dados toxicológicos de substâncias contaminantes agroquímicas por meio de simulação computacional. A partir de uma base de dados hidrogeológicos e hidroquímicos obtidos através da coleta de 09 amostras de águas subterrâneas com análises laboratoriais para determinação de 32 parâmetros físico-químicos, 64 cátions na forma de metais dissolvidos e 06 ânions, validados através da diferença de balanço iônico (DBI) e classificados quimicamente pelo método de íons dominantes através de diagramas de Piper através do programa Diagramme do Laboratório de Hidrogeologia d'Avignon - França; medição do nível d’água do aquífero poroso através de medições diretas em 07 poços cacimba e medições indiretas através de 23 sondagens elétricas verticais (SEV); 20 ensaios para determinação da velocidade de infiltração na zona vadosa em 20 sondagens de reconhecimento onde também foram coletadas 20 amostras para análises granulométricas laboratoriais e 05 amostras indeformadas para determinação da porosidade específica. A partir desta base de dados, serão ainda realizadas análises integradas entre o Mapa de Vulnerabilidade PI.PA.A com resultados de simulações computacionais para dispersão de plumas com a determinação de concentrações estimadas dos principais compostos agroquímicos utilizados na região para identificar através de modelos matemáticos, quais os níveis que representam risco à saúde de receptores humanos expostos a partir de áreas fontes de contaminação identificadas em campo. Os resultados indicam águas Bicarbonatas Cálcicas, com maiores concentrações de B, Br, Cd, Cr, Cu, Ga, Gd, Ge, Li, Mo, Na, Sc, Se, Si, Sn, SO4, U, V, W, Y, e concentração acima dos valores orientadores para consumo humano (Conama 396/2008) para Vanádio em no poço tubular profundo PT-01 e Vanádio no poço cacimba PC-02. Os resultados das SEV indicam níveis d’água subterrânea que variam de 1 a 17m de profundidade e topo rochoso entre 0,3m e e 50m, enquanto as medições diretas empoços cacimba indicam um nível estático de 0,1 a 9,3m de profundidade. Os ensaios de infiltração indicam tempos de infiltração de 25 a 1216 segundos. Os resultados da análise granulométrica indicam predominância da fração argila em todos os pontos avaliados. Os resultados das análises integradas entre o Mapa de Vulnerabilidade PI.PA.A com simulações computacionais para dispersão de plumas a partir de concentrações estimadas dos principais compostos agroquímicos utilizados na região para identificar os níveis de concentração de compostos agroquímicos que representam risco à saúde de receptores humanos expostos a partir de áreas fontes de contaminação através de modelos matemáticos, estão em andamento e devem ser finalizados em setembro de 2016.

Dados acadêmicos: Coorientadores: Prof. Dr. Ernani Rosa Filho e Prof. Dr. Gustavo Barbosa Athayde. Nível: mestrado. Título do projeto original da dissertação: Atenuação de compostos orgânicos tóxicos provenientes de atividades agrícolas em aquíferos porosos. Área de Concentração: Geologia Ambiental. Nome da “Linha de Pesquisa”: recursos hídricos. Data de entrada na pós-graduação: abril de 2015. N° de créditos concluídos: 23. Exame de qualificação: junho de 2016; Trabalhos a serem publicados: Resumo no 48° Congresso Brasileiro de Geologia em 2016. Publicação de artigo em revista Qualis A ou B em 2016. Data da Defesa: março de 2017. Possui Bolsa: não.

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Índices de correlação entre chuva e deslizamento para a região da Serra do Mar Paranaense Costa, Andreza Marta ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Alberto Pio Fiori Palavras-chave: deslizamentos, escorregamentos, movimentos gravitacionais de massa, limiares de precipitação, índices de chuva. Os eventos de movimentos gravitacionais de massa (MGMs) ocorridos de forma generalizada no Brasil, principalmente no contexto da Serra do Mar em Santa Catarina em 2008, e 2011 no Rio de Janeiro e Paraná, demonstraram às autoridades governamentais a necessidade de empregar atenção especial a esses acontecimentos. Nos últimos anos, 2014, 2015 e 2016, outras regiões do Paraná, como Sul e Sudoeste, também foram atingidas por eventos relevantes de MGMs generalizados. Além dos elementos predisponentes para a movimentação de solo, a quantidade de precipitação num determinado período é indicada como um dos fatores deflagradores mais importantes para a ocorrência de MGMs, principalmente os eventos generalizados. A água da chuva se infiltra no solo saturando-o e aumentando a poropressão a uma situação na qual desencadeia o movimento. Tem-se estudado amplamente a relação entre a pluviosidade e a deflagração dos movimentos gravitacionais de massa (MGMs). Para que se pratique um sistema de alerta precoce eficiente, no que diz respeito à atuação da Defesa Civil, se faz necessário o desenvolvimento de estudos sobre os índices de chuva, também denominados limiares de precipitação. A Defesa Civil e o SIMEPAR definiram alguns valores baseados na vasta experiência que ambos possuem nesses eventos. Este projeto de pesquisa se propõe a desenvolver, em âmbito científico, limiares de precipitação para algumas regiões da Serra do Mar Paranaense. Primeiramente, será elaborada uma caracterização do cenário de risco local, envolvendo o contexto geológico-geotécnico dos materiais que compõem as encostas, formas e comportamento das vertentes, além dos padrões de chuva crítica, que podem atuar na modificação da cena. Durante esta etapa serão realizados estudos de campo. Posteriormente, serão avaliadas e classificadas as séries históricas de pluviosidade, associadas às ocorrências de MGMs. A partir destes dados serão identificados os limiares potenciais deflagradores dos MGMs, e posteriormente aplicados ao modelo de envoltórias de Tatizana et al. (1987), no qual plotam-se os valores de precipitações horárias, constituindo assim os acumulados de chuva associados aos eventos de MGMs. Espera-se que os índices resultantes desse estudo se aproximem muito dos valores definidos pela experiência da Defesa Civil e do SIMEPAR, com o intuito de contribuir com aprimoramento ou inclusão de critérios de limiares de precipitação como, por exemplo, alteração dos contextos de precipitação acumulada em 72 horas e 96 horas, ou a influência do acumulado dos últimos 30 dias. Sabe-se que os limiares não devem ser tratados como permanentes e fixos, devem ser revisados e rediscutidos a cada evento de chuva crítica. É provável que estes índices sejam menos restritivos do que os utilizados atualmente para a Serra do Mar Paulista, onde o relevo é mais acentuado, portanto, para a Serra do Mar Paranaense os limiares devem resultar em valores mais elevados de acumulados de precipitações por horas. Os dados de pluviosidade serão adquiridos com o SIMEPAR, enquanto os dados das ocorrências de deslizamentos serão adquiridos em parceira com a MINEROPAR e a Defesa Civil Estadual. O apoio de infraestrutura como: escritório, computadores e softwares, serão oferecidos pela UFPR - Departamento de Geologia, assim como o orientador. A MINEROPAR atuará em parceria com a UFPR, e fornecerá apoio técnico, veículo e combustível para trabalhos em campo.

Dados acadêmicos: Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: Índices de correlação chuva-deslizamento para a região da Serra do Mar Paranaense; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Análise multitemporal e riscos geológicos; Data de entrada na pós-graduação: maio de 2016; No. De créditos concluídos: 20; Exame de qualificação: julho de 2017; Data da defesa: abril de 2018; Possui bolsa: não. Período: 24 meses.

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Análise de suscetibilidade a escorregamentos, enchentes e inundações, Pato Branco - Paraná. D’Aroz, Priscila ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Alberto Pio Fiori. Palavras chave: Desastres Naturais, Fator de Segurança e SHALSTAB.

Os desastres naturais representam os maiores problemas ambientais em escala mundial. Escorregamentos, enchentes e inundações são eventos naturais com considerado poder destrutivo frequentemente relacionados a perdas estruturais e humanas. Tais eventos são condicionados à feições distintas do relevo, com um fator deflagrador comum: a chuva. Escorregamentos de solo são mais suscetíveis em regiões de moderada a alta declividade e com boa infiltração, já enchentes e inundações apresentam maior suscetibilidade em planícies impermeabilizadas ou com alto teor de saturação e pouco escoamento, resultando em acumulação hídrica. O município de Pato Branco está localizado a 433 km de Curitiba no terceiro planalto paranaense, sobre os derrames de basalto da Formação Serra Geral. A bacia do Rio Ligeiro localiza-se no sudoeste do estado do Paraná, seu curso corta o município de Pato Branco e encontra-se canalizado na porção central da área urbana. Pato Branco é uma região de baixa variação altimétrica, porem apresenta condicionantes topográficos favoráveis a ocorrência de escorregamentos, enchentes e inundações relacionados a eventos pluviais extremos, e possui histórico desses eventos naturais preservado em relatórios e acervos fotográficos.O objetivo deste trabalho é desenvolver uma metodologia capaz de relacionar escorregamentos de solo, enchentes e inundações no Município de Pato Branco, considerando as áreas mais suscetíveis a ocorrência destes eventos e o índice pluviométrico crítico desencadeador de ambos. Para a definição das áreas suscetíveis a escorregamentos, enchentes e inundações serão produzidos dados de modelagem digital de terreno nos softwares ArcView GIS 10.2, e SHALSTAB. Inicialmente serão produzidos modelos hipsométrico, de declividade, índice topográfico de umidade e acumulação de máximo fluxo. A confecção de mapas temáticos é feita através da inserção de dados específicos de cada vertente, tais como: capacidade do solo em transportar água ou índice de transmissividade, declividade, saturação hídrica e parâmetros físicos dos solos, somados a dados regionais de vegetação, influência da força dos ventos e atirantamento de raízes. Para elaboração desses modelos digitais serão coletadas amostras de solo deformadas e indeformadas para análises laboratoriais que fornecerão os parâmetros físicos do solo, dentre elas destacam-se: analise granulométrica, teor de umidade, limites de Attemberg (limites de liquidez e limite de plasticidade), cisalhamento direto (peso específico, coesão e ângulo de atrito interno) e permeabilidade (poro pressão). Estes dados serão aplicados na álgebra de mapas e culminarão em mapas de suscetibilidade a escorregamentos de solo, gerados com base na teoria do equilíbrio limite que considera a razão entre forças mobilizantes e forças resistentes a movimentos de massa. Na previsão de enchentes, será utilizado o método racional que resultará na equação de chuvas críticas para o município, e análise multitemporal dos últimos cinquenta anos visando o acompanhamento evolutivo das enchentes em função do grau de impermeabilização do solo na área urbana, evolução do cenário ambiental face ao aumento consecutivo do teor de chuva, e, a recorrência dos eventos pluviais críticos (isolados ou acumulados de até três dias). Para análise da eficiência da rede de escoamento hídrico urbano serão considerados os fatores agravantes a ocorrência de enchentes (canalização de rios, crescimento urbano desordenado, impermeabilização do solo, ligação radial da rede de esgoto, entre outros). Os resultados esperados são mapas temáticos de suscetibilidade a escorregamentos, enchentes e inundações das áreas com diferentes características de solo e relevo, os pontos de provável intersecção destes eventos e uma metodologia capaz de relaciona-los.

Dados acadêmicos: Coorientador(es): Prof. Dr. Claudinei Taborda da Silveira e Prof. Dr. Ney Lysandro Tabalipa; Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: Análise de Suscetibilidade a Escorregamentos, Enchentes e Inundações, Pato Branco - Paraná. Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Análise Multitemporal e Riscos Geológicos. Data de entrada na pós-graduação: maio de 2016; N° de créditos concluídos: 12; Exame de qualificação: outubro de 2017; Trabalhos publicados ou período de confecção: 00; Data da Defesa: abril de 2018; Possui Bolsa: não.

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Estudos dos processos de recarga do Sistema Aquífero Guarani por infiltração de águas fluviais no norte do Paraná Diniz, Flávia Miranda ([email protected]) Orientador: Eduardo Chemas Hindi Palavras-chave: Sistema Aquífero Guarani, caracterização hidroquímica, mecanismo de recarga.

O Sistema Aquífero Guarani (SAG) é um dos maiores reservatórios de águas subterrâneas transfronteiriças do mundo, com extensão aproximada de 1,2 x 106 km2, ocorrendo no território referente aos países do Mercosul, abrangendo parte das Bacias do Paraná e Chaco-Paraná, dos quais 70% estão em território brasileiro. A área do SAG em estudo localiza-se no norte do Paraná e pertence ao Grupo São Bento, sequência mesozóica da Bacia do Paraná, no qual estão incluídos os arenitos das formações Pirambóia e Botucatu. Essas formações estão confinadas, no topo, pelos derrames basálticos da Fm. Serra Geral e, na base, pelas camadas pelíticas da Fm. Rio do Rastro (Grupo Passa Dois). No Estado do Paraná, a maior parte da zona aflorante das formações Botucatu e Pirambóia encontra-se em áreas escarpadas e com encostas sustentadas por arenitos cimentados e silicificados, portanto, o alto gradiente topográfico e a baixa porosidade dificultam a infiltração de água de chuva. Além disso, estudos da potenciometria do SAG no Paraná, mostram que a compartimentação estrutural do aquífero possibilitaria a ocorrência de fluxo subterrâneo, principalmente nas regiões centro-norte, nordeste e sul-sudeste do estado, em sentidos opostos às zonas de afloramento, que são interpretados como indicativos de recarga através de fraturas. O objetivo desta pesquisa é testar a hipótese que, ao menos localmente, a recarga do SAG pode estar relacionada à infiltração de águas fluviais dos rios Ivaí, Tibagi e Cinzas nos trechos onde esses rios fluem sobre os arenitos do SAG. Para isso, serão aplicados métodos de caracterização físico-química e isotópica das águas subterrâneas e superficiais a fim de investigar uma possível similaridade entre essas águas, constatando-se ou não a proveniência das águas de recarga do SAG aqui proposta. A caracterização hidroquímica se baseia em dados hidrogeológicos, hidrogeoquímicos e cartográficos de poços tubulares profundos penetrantes no SAG disponíveis em relatórios construtivos e nos testes de bombeamento fornecidos pela Sanepar. Os dados hidroquímicos de 89 amostras de águas subterrâneas foram submetidos a uma análise crítica de avaliação, na qual certificou-se da qualidade e confiabilidade dos resultados pelo cálculo da diferença do balanço iônico e pela comparação entre os valores calculados de sólidos dissolvidos totais (STD) e alcalinidade. Todos os dados básicos foram organizados em um banco de dados georreferenciados utilizando o software de geoprocessamento QGIS 2.10.1. A classificação geoquímica das águas subterrâneas foi realizada pelo método de íons dominantes em diagramas de Piper. Os resultados obtidos através das análises demonstraram dois tipos predominantes de águas: bicarbonatada sódica (51,70%) e bicarbonatada cálcica (40,45%), e subordinadamente quatro tipos de água: cloretada sódica (3,37%), bicarbonatada cálcica-magnesiana (2,24%), bicarbonatada sódica-potássica (1,12%) e cloretada sódico-potássica (1,12%). As águas subterrâneas seguem um padrão de evolução geoquímica, iniciando pela água bicarbonatada cálcica e evoluindo respectivamente para bicarbonatada cálcica-magnesiana, bicarbonatada sódica-potássica, bicarbonatada sódica, cloretada sódica-potássica e cloretada sódica. Através de mapas potenciométricos pré-existentes da região, constatou-se que as curvas isopotenciais indicam que a direção dos fluxos subterrâneos, ao longo do eixo do Arco de Ponta Grossa, entre os alinhamentos do São Jerônimo-Curiúva e do rio Alonzo, segue sentido NE e SW nas áreas mais próximas às zonas aflorantes e sentido predominante NW nas áreas mais distantes das zonas de afloramento. À nordeste, próximo ao alinhamento do São Jerônimo-Curiúva e a falha do rio Tibagi, os fluxos assumem direções SW, N e NE. Tanto na região central do eixo do Arco Ponta Grossa, como na região a nordeste do alinhamento São Jerônimo-Curiúva ao encontro com a falha do Rio Tibagi, os fluxos subterrâneos apresentam zonas de confluência. Para as próximas fases da pesquisa, pretende-se coletar e analisar amostras de águas fluviais, pluviais e de alguns poços para realizar a caracterização hidroquímica, isotópica (18O e D) e realizar a especiação e modelamento hidroquímico das amostras de água subterrânea e superficial através da aplicação do programa PHREEQC version 3 a fim de identificar possíveis similaridades entre essas características hidroquímicas e melhor entender o mecanismo de recarga do SAG. Dados acadêmicos: Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: Avaliação da recarga do Sistema Aquífero Guarani por infiltração de águas fluviais. Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: recursos hídricos; Data de entrada na pós-graduação: abril de 2015; Observação: mudança de projeto e orientador em de novembro de 2015; Nº de créditos concluídos: 18; Exame de qualificação: junho de 2016; Trabalhos previstos: submeter resumos em simpósios, congressos e redigir artigo(s) científico(s) após conclusão da dissertação; Data da Defesa: março de 2017; Possui Bolsa: não.

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Interpretação dos ambientes deposicionais da plataforma continental da Bacia de Campos com base em biocenose e tanatocenose de foraminíferos bentônicos recentes e implicações paleoambientais Forcelini, Helenita Catharina Dalla-Lana ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Luiz Alberto Fernandes Palavras-chave: fauna total, fauna morta, distribuição espacial

A Bacia Sedimentar de Campos tem cerca de 100.000 km2, situa-se na costa sudeste do Brasil, em águas territoriais dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, margem sudoeste do Oceano Atlântico. Nesta área há muitas reservas de hidrocarbonetos onde tem sido realizado vários empreendimentos exploratórios, sendo importante a previsibilidade das condições regionais para sua gestão adequada. O estudo de foraminíferos têm se mostrado eficiente na caracterização e avaliação da qualidade ambiental, por sua relação direta com contextos geomorfológicos, sedimentares e hidrográficos, que possibilitam o conhecimento da dinâmica do ambiente marinho, com alto potencial de aplicabilidade como ferramenta de monitoramento. Estudos anteriores com base na fauna viva (FV) de foraminíferos refletiram as condições deposicionais nos momentos de coleta, já o estudo da fauna total (FT) permitirá conhecer as condições predominantes na área em um período de tempo mais longo. O principal objetivo da pesquisa em curso é caracterizar a área plataformal da Bacia Sedimentar de Campos mediante estudo das faunas de foraminíferos total (vivos + mortos) e morta (FM), para maior refinamento das interpretações paleoambientais nesta região. Para tanto, estão sendo averiguadas as diferenças entre as espécies que compõe a FV, a FT e FM e sua relação com dados sedimentológicos e ambientais. Também estão sendo avaliadas as mudanças do padrão de distribuição da FV em relação aos apresentados pelas FT e FM. Adicionalmente, estão sendo investigadas as correlações entre foraminíferos e setores de deposição na bacia. As amostras de sedimentos da pesquisa foram obtidas no Projeto de Caracterização Regional da Bacia de Campos realizado pela Petrobras, em março de 2009. O material provém de 45 estações de coleta distribuídas em nove transectos dispostos perpendicularmente à costa, com cinco estações situadas ao longo dos transectos, nas isóbatas de 25, 50, 75, 100 e 150 metros, na área da plataforma continental da bacia. Os parâmetros avaliados in loco foram: temperatura dos sedimentos, suas características texturais e composicionais observáveis em campo (cor, presença de organismos na superfície e sinais de bioturbação, assim como tipo de fundo), temperatura da água e salinidade obtidas com CTD próximo ao fundo oceânico, além da profundidade. Também foram coletadas amostras para análise granulométrica (classificação textural, distribuição granulométrica, diâmetro médio, grau de seleção), teores de carbonatos, matéria orgânica, clorofila, feofitina e carbono orgânico total. Para identificar correlações entre foraminíferos e parâmetros ambientais/deposicionais será utilizada análise de correspondência canônica (CCA) ou similar, e análises de agrupamentos permitirão detectar similaridades sedimentológicas entre resultados de pontos amostrais com base nas associações de foraminíferos. Dessa forma, pretende-se identificar, caracterizar e delimitar setores da plataforma de contextos deposicionais distintos, com representação em mapas. A área estudada possui mapa com feições de relevo em escala 1:750.000, com setorização da bacia baseada em formas de fundo e de parâmentros texturais dos sedimentos, mapeamento de bancos, patamares e corpos carbonáticos lineares que auxiliarão nas interpretações sobre ambientes deposicionais. Foram triadas 100% das amostras, sendo separados 12.900 indivíduos. Foram parcialmente analisadas as lâminas correspondentes as profundidades de 25m e 50m, totalizando 631 indivíduos, de 38 táxons. Os indivíduos mais abundantes identificados até o momento são: Bulimina marginata, Bulimina pagoda, Planulina foveolata, e Pyrgo sp., e os sedimentos são predominantemente siliciclásticos, arenosos e moderadamente selecionados. A Análise dos Componentes Principais (PCA) realizada com os dados abióticos de todas as amostras evidenciou três grandes setores da plataforma: (i) feofitina, sedimentos finos e carbono orgânico total (COT) estão correlacionados às estações mais ao sul, onde a plataforma é suavizada com predomínio de sedimentos terrígenos, típico de áreas de ressurgência, com alta produtividade primária; (ii) cascalhos e carbonatos totais correlacionaram-se às maiores profundidades onde a plataforma apresenta área rugosa com bancos, patamares ou barras carbonáticas; e (iii) sedimentos arenosos que se correlacionam às áreas de menor profundidade, na plataforma interna.

Dados acadêmicos: Coorientador: Prof. Dr. Rodolfo José Angulo; Nível: Doutorado; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Evolução, dinâmica e recursos costeiros; Data de Entrada: março de 2014; Número de créditos concluídos: 37; Exame de Qualificação: agosto de 2016; Data de Defesa: março de 2018; Possui Bolsa: Sim; Fonte pagadora: CAPES.

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Análise de feições geológicas de leito marinho através de Sonar de Varredura Lateral na Ilha da Trindade-ES. Garcia, Mauricio Henrique ([email protected]) Orientadora: Profª. Drª. Maria Cristina de Souza Palavras-chave: sonar de varredura lateral, Ilha da Trindade

A Ilha da Trindade, distante cerca de 1170km da costa brasileira na altura da cidade de Vitória-ES, é uma das poucas ilhas oceânicas pertencentes ao governo brasileiro, e um dos locais mais desconhecidos do nosso território. Está localizada no extremo oeste da cadeia de montanhas submarinas Vitória-Trindade, e eleva-se a 5.500m do fundo oceânico. Possui uma área de aproximadamente 13km², com um terreno acidentado, representando o cume de um monte submarino. A ilha é inteiramente vulcânica, emergindo do assoalho oceânico sem relação com a plataforma continental. Nela são identificados cinco grandes ciclos vulcânicos que formaram as rochas da ilha, são eles: Complexo de Trindade, formado por rochas piroclásticas associadas a vulcanismo fonolítico e rochas intrusivas formando vários diques; Sequência Desejado, formada por fonólitos e nefelinitos com intercalação de piroclastos com composição equivalente; Formação Morro Vermelho, resultante de uma erupção explosiva com derrames de lava ankaratrítica; Formação Valado, caracterizada por depósitos aluviais no norte da ilha, intercalados por piroclastos e derrames de lava; e o Vulcão do Paredão na extremidade oriental da ilha, formado pelas ruinas de um cone vulcânico parcialmente destruído pela ação das ondas, além de depósitos holocênicos que representam uma pequena parcela das rochas presentes na ilha. As rochas foram datadas obtendo-se como valor mais antigo de 3,6 Ma em rochas do Complexo Trindade, até 170 mil anos para rochas da Formação Morro Vermelho. As rochas da Formação Valado e do Vulcão do Paredão não puderam ser datadas através dos métodos utilizados. Geomorfologicamente, a ilha é dividida em três domínios: Domínio Planalto Axial, Domínio das Vertentes Costeiras e Domínio Litorâneo. O primeiro domínio representa as maiores elevações da ilha, caracterizado por um relevo de morros separados por vales e com cristas elevadas no centro da ilha. O segundo domínio é caracterizado por superfícies rochosas abruptas que descem até o nível do mar, e o domínio Litorâneo caracteriza-se por saliências ao redor da ilha, formados por corpos que resistem melhor a erosão do que as outras rochas presentes na ilha. O objetivo deste trabalho é gerar um mapa de feições de fundo da plataforma marítima da ilha, pois apesar de termos informações geológicas e geomorfológicas na superfície, o conhecimento da área submersa é nulo, sendo este um dos primeiros trabalhos a investigar a plataforma marinha neste contexto. Para gerar este mapa, será usado um Sonar de varredura lateral, um método acústico de investigação de áreas submersas que se baseia nos princípios de propagação do som na água, emitindo sinais acústicos de alta frequência em intervalo de tempos regulares que retornam para um transdutor, permitindo a obtenção de informações detalhadas da superfície do fundo marinho. O equipamento a ser utilizado é um sonar da marca DeepVision de 340 ou 670kHz, o qual será rebocado por uma lancha da Marinha do Brasil em um trajeto pré-estabelecido para aquisição dos dados. Após a aquisição os dados serão processados e interpretados utilizando-se o programa DeepView, a partir do qual será possível identificar as feições do fundo marinho. O resultado esperado é um mapa de feições de fundo da plataforma marítima da ilha, sobrepondo as imagens interpretadas do Sonar de varredura lateral com mapas topográficos e batimétricos da região. Neste ambiente esperam-se encontrar feições típicas de ambientes costeiros, como dunas submersas, recifes de corais, blocos de rochas provenientes de desabamentos na ilha, entre outros. Além das feições geológicas e geomorfológicas da plataforma marítima, será possível identificar estruturas antrópicas, tais como cabos submarinos, naufrágios e peças de embarcações.

Dados acadêmicos: Co-orientador: Prof. Dr. Rodolfo José Angulo; Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação/tese: Análise de feições geológicas de leito marinho através de Sonar de Varredura Lateral na Ilha da Trindade-ES; Área de Concentração: Geologia ambiental; Linha de Pesquisa: Evolução, dinâmica e recursos costeiros; Data de entrada na pós-graduação: maio de 2016; N° de créditos concluídos: 10; Exame de qualificação: julho de 2017; Trabalhos publicados ou período de confecção: 00; Data da Defesa: abril de 2018; Possui Bolsa: não.

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Avaliação ambiental de uma área sob risco de contaminação proveniente de um curtume por métodos geofísicos e análises físico-químicas, Rio Grande do Sul – Brasil Lau, Alice Marques Pereira ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Ernani Francisco da Rosa Filho Palavras-chave: geofísica terrestre, análises diretas, reservas hídricas.

A demanda por produtos oriundos de couros bovinos faz com que a indústria dos curtumes experimente um crescimento acelerado. O Brasil ocupa o quinto lugar na produção de couros bovinos no mundo. O processamento do couro passa por procedimentos que podem ocasionar uma grande carga de resíduos sólidos, gasosos e compostos químicos, principalmente de cromo, alumínio, magnésio, ferro, zinco e cobre. O processo também gera sulfeto de sódio e cloretos, que podem contaminar o solo e as reservas hídricas. Estes efluentes apresentam alta carga orgânica que podem exaurir o oxigênio dissolvido nos cursos d’água. O escopo deste estudo é a investigação da subsuperfície rasa por meio de métodos geofísicos terrestres (eletrorresistividade – SEV e CE, potencial espontâneo e eletromagnético - EM) e análises físico-químicas, na área onde há uma indústria de curtimento de couros bovinos, no município de Portão - RS. Este empreendimento opera há mais de dez anos. Regionalmente ocorrem três unidades litoestratigráficas marcadas por duas litologias distintas, compostas por rochas vulcânicas (Formação Serra Geral), arenitos flúvio-eólicos (Sanga do Cabral e Botucatu), inseridas na Bacia do Paraná, e depósitos colúvio-aluvionares. Na área de estudo, a geologia é caracterizada principalmente por solos e material retrabalhado das rochas sedimentares e vulcânicas das formações anteriormente citadas. A área está inserida no sistema hidrográfico da Bacia do Rio dos Sinos (3.800 km2), e é constituída por dois sistemas aquíferos (Serra Geral e Guarani). A presença de ácidos e sais nos efluentes lançados pelos curtumes eleva consideravelmente a quantidade de sólidos totais no solo e na água subterrânea, tornando-os eletricamente mais condutivo, entre outros fatores que causam alterações físico-químicas. O principal objetivo deste estudo é obter um diagnóstico ambiental de detalhe por meio de investigação direta e indireta da água superficial, subterrânea e solos, em área sob risco de contaminação, associada a resíduos químicos oriundos de um curtume. Os métodos geofísicos propostos compreendem o eletromagnético, o da eletrorresistividade e o do potencial elétrico espontâneo. Diversos parâmetros oriundos das análises físico-químicas serão avaliados, dentre os quais às demandas bioquímica (DBO) e química (DQO) de oxigênio, e potencial hidrogeniônico (pH), sólidos totais dissolvidos (STD), sódio, cloretos e metais (Cu, Cr, Al, Fe e Zn). As coletas para análises físico-químicas serão realizadas em áreas estéreis e contaminadas, sugeridas pela geofísica, em furos de sondagem a trado, entre outras. A obtenção de dados diretos e indiretos será realizada em duas campanhas, para averiguar a influência da sazonalidade. Por meio dos métodos geofísicos é esperada a delimitação lateral e em profundidade da pluma de contaminação, a indicação de alterações nos solos e reservas hídricas e a distribuição e variabilidade espacial do fluxo. A contaminação deverá ser verificada pelas análises diretas, identificando os elementos contaminantes e suas concentrações. A posterior correlação entre os resultados geofísicos, físico-químicos e hidrológicos, considerando o contexto geológico e topográfico da área, será realizada para obtenção de modelos conceituais (2D e 3D), como auxílio nas interpretações dos resultados. Deste modo, espera-se contribuir para o entendimento mais acurado do impacto ambiental resultante de indústrias com alto potencial de contaminação, como os curtumes, e confirmar a eficácia da interação de vários métodos na investigação desses alvos, cujos trabalhos são escassos no Brasil, em contraste com a posição que o país ocupa na produção de couros bovinos. O presente estudo conta com a colaboração dos Laboratórios de Pesquisas Hidrogeológicas (LPH) e de Pesquisas em Geofísica Aplicada (LPGA), da UFPR, e com o

apoio do Laboratório de Geofísica Aplicada (LGA) da UNIPAMPA. Dados acadêmicos: Co-orientadores: Dr. Francisco José Fonseca Ferreira; Dr. José Pedro Rebés Lima; Nível: doutorado; Título original do projeto da tese: Avaliação ambiental de uma área sob risco de contaminação proveniente de um curtume por métodos geofísicos e análises físico-químicas, Rio Grande do Sul – Brasil; Área de concentração: Geologia ambiental; Linha de pesquisa: recursos hídricos; Data de entrada na pós-graduação: setembro de 2015; Nº de créditos concluídos: 35; Exame de qualificação: fevereiro de 2018; Trabalhos publicados ou período de confecção: 2 artigos com previsão de submissão para o 2º semestre de 2018; Data da defesa: agosto de 2019; Possui bolsa: sim; Período: 9 meses; Fonte pagadora: CAPES.

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Metodologia de inventário de cavidades naturais subterrâneas para valoração da relevância espeleológica em diferentes litotipos e diretrizes adequadas de geoconservação no Brasil. Massuqueto, Laís Luana ([email protected]) Orientador: Dr. Luiz Alberto Fernandes Palavras-chave: Geoconservação, relevância espeleológica, cavernas.

A principal regulamentação sobre patrimônio espeleológico brasileiro é o decreto de lei nº 6.640/2008, o qual trouxe várias alterações ao decreto nº 99.556/1990, que dispõe sobre a proteção das cavidades naturais subterrâneas existentes no território nacional. Desde sua sanção, este decreto ocasiona debates entre a comunidade espeleológica brasileira, pois de acordo com o seu artigo segundo, a partir da data de 7 de novembro de 2008, as cavidades subterrâneas devem ser classificadas de acordo do seu grau de relevância, sendo estes: relevância máxima, alta, média e baixa. Esta classificação deve considerar as características biológicas, ecológicas, geológicas, paleontológicas, hidrológicas, cênicas, histórico-culturais e socioeconômicas, as quais deverão ser avaliadas sob enfoque local e regional. O decreto e sua instrução normativa são criticados por pesquisadores das mais diversas áreas que atuam com espeleologia, justamente porque apresentam falhas e lacunas em seus textos normativos. Como abordam a questão da supressão de cavidades naturais subterrâneas encaixadas na relevância alta, média e baixa, o mínimo que poderia se esperar era que não existissem lacunas que podem levar a impactos negativos irreversíveis destes locais. Apenas as cavernas consideradas de grau máximo tem sua proteção garantida, porém essa relevância está quase sempre atribuída a aspectos biológicos. Com esta problemática este estudo parte da hipótese de que o decreto 6.640/2008 não apresenta normativas eficazes para a identificação da relevância espeleológica que considerem os aspectos da geodiversidade de cavernas em diferentes litotipos do Brasil. Devido às ameaças que o patrimônio espeleológico enfrenta, é necessário implantar estratégias de conservação. As medidas de geoconservação, neste caso, podem contribuir para a elaboração de critérios e métodos para suprir as lacunas encontradas no decreto, visando à conservação do patrimônio espeleológico. A Geoconservação surge como uma forma de conservar e proteger o meio abiótico, pois estratégias de conservação do meio natural sempre estiveram focadas na proteção da biodiversidade, deixando em segundo plano os elementos geológicos, onde muitas vezes só são protegidos por se localizarem em áreas de proteção biológica, histórica ou cultural, mas não por seu valor científico-geológico propriamente dito. A inventariação seria um dos meios para desenvolver estratégias de geoconservação. Este método consiste em reconhecer e caracterizar as distintas cavidades subterrâneas objeto deste estudo. Para identificar a relevância das características obtidas na inventariação será realizada a quantificação, mediante processo de avaliação por métodos mais objetivos possíveis. O objetivo central desta pesquisa é propor métodos e diretrizes para inventário de cavidades naturais subterrâneas, aplicado a cavernas de quatro diferentes contextos litológicos (siliciclástico, carbonático, ferrífero e granítico), levando em consideração as lacunas existentes no decreto acima citado e trabalhar com medidas adequadas de geoconservação que visem proteger e promover a geodiversidade dos ambientes subterrâneos. Também será testado o método de identificação da relevância espeleológica conforme a instrução normativa MMA nº 2/2009 a partir dos elementos da geodiversidade e apresentado um protocolo contendo diretrizes de geoconservação para identificação da relevância espeleológica de cavidades naturais subterrâneas desenvolvidas em diferentes litotipos. A identificação dos aspectos da geodiversidade das cavernas, objeto da pesquisa, demandará etapa laboratorial para levantamento de material secundário sobre cada ambiente, envolvendo contexto geológico, modelos genéticos e tipos de feições geológicas associadas a cada local. Após levantamento de referencial realizar-se-á trabalhos e levantamentos de campo para caracterização física e aplicação do método de identificação da relevância espeleológica, conforme a instrução normativa MMA nº 2/2009 e o modelo proposto nesta pesquisa. Para a inventariação serão elaboradas fichas de caracterização adequadas, que abranjam as singularidades presentes em cada contexto geoespeleológico. Da análise crítica deste estudo de casos se espera apresentar um protocolo contendo diretrizes de inventariação e medidas de geoconservação para identificação da relevância espeleológica de cavidades naturais subterrâneas e aplicação em estudos de licenciamento ambiental, visando a geoconservação do patrimônio geológico. Os resultados dessa pesquisa poderão subsidiar a elaboração de termos de referência para estudos de licenciamento ambiental em áreas com potencial cárstico e espeleológico.

Dados acadêmicos: Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Metodologia de inventário de cavidades naturais subterrâneas para valoração da relevância espeleológica em diferentes litotipos e diretrizes adequadas de geoconservação no Brasil; Área de concentração: Geologia Ambiental; Linha de pesquisa: Geoconservação e patrimônio geológico; Data de entrada na pós-graduação: Maio/2016 Número de créditos concluídos: 12; Exame de qualificação: 31/10/2018; Trabalhos publicados ou períodos de confecção: 2 trabalhos completos e 1 resumo simples submetido para evento nacional; Data da defesa: 30/04/2020; Possui bolsa: Não.

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Análise de Estabilidade de Vertentes na BR-116, Rio Grande do Sul, km 158-168. Nadalin, Luiz Felipe ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Alberto Pio Fiori Palavras-chave: Estabilidade de vertentes, fator de segurança, riscos geológicos-geotécnicos.

A BR-116 nas proximidades de Caxias do Sul (RS) no trecho Km 158-168 apresenta problemas geotécnicos, especificamente relacionados a estabilidade de vertentes, afetando a segurança da rodovia nas regiões declivosas onde foi instalada. Ocorrem na área principalmente dois litotipos diferentes, os derrames básicos da Formação Serra Geral sobrepondo os arenitos da Formação Botucatu, os quais originam solos com propriedades físicas distintas. A composição mineralógica e estruturas da rocha pretérita são essenciais para a determinação dos parâmetros físicos do solo. Como hipótese pretende-se verificar se essas alterações intempéricas afetam o fator de segurança da encosta local. É possível que a presença da vegetação interfira positivamente na estabilidade da vertente, exceto em encostas com declividade muito acentuada, sendo esta a situação que se pretende verificar. Será investigado tambêm a importância e a influência dos planos de contato do topo e base dos derrames na estabilidade dos taludes e no controle da hidrologia. A determinação dos fatores que levam as vertentes a instabilidade é de interesse fundamental para que, descobrindo-se padrões, possam ser aplicados nos casos similares em outras localidades. O objetivo principal do estudo é avaliar os riscos geológicos-geotécnicos quanto a estabilidade de vertentes ao longo do trecho de estudo. Como objetivos específicos o projeto visa determinar os tipos de escorregamentos e a influência dos lineamentos estruturais, dos planos de contato entre derrames basálticos e da vegetação na ocorrência dos movimentos de massa identificados na área, classificar os tipos de solo presentes nos derrames e nos arenitos e determinar as características geotécnicas desses solos no que se refere às propriedades físicas e mecânicas. Entre os métodos que serão utilizados estão a pesquisa bibliográfica e levantamento de dados pluviométricos, análise de fotografias aéreas e imagens de satélite, com ênfase nos lineamentos e na vegetação, tentativa de mapeamento de derrames de basalto, especialmente na identificação de topo e base. Em sistemas de informações geográficas (SIG) vão ser confeccionados mapas temáticos como hipsometria e declividade, mapas de susceptibilidade (fator de segurança que utiliza parâmetros físicos e mecânicos do solo em diversas situações de saturação), de vulnerabilidade e risco. As etapas de campo possuem como finalidade a identifição dos movimentos de massa e coleta de amostras de solo indeformado para ensaio de cisalhamento direto (coesão e ângulo de atrito interno), ensaio granulométrico (peso específico) e para aferição da qualidade dos mapas de fator de segurança elaborados. Sondagens à trado manual vão ser realizadas para determinar a espessura do solo e profundidade do nível de água. Os resultados esperados da pesquisa são mapas de susceptibilidade, vulnerabilidade e risco quanto a estabilidade das vertentes analisadas, juntamente com o entendimento dos fatores condicionantes dos movimentos de massa ocorridos nas proximidades da rodovia. Caso seja comprovado que os planos de contato entre derrames apresentam pontos de fraqueza susceptíveis a deslizamentos, os resultados poderão ser aplicados em locais semelhantes em que se evidencie problemas geotécnicos de estabilidade de vertentes, visto que os derrames basálticos abrangem uma área de aproximadamente 1000000 de Km² e muitas rodovias federais e estaduais apresentam problemas similares. Dados acadêmicos: Co-orientadores: Prof. Dr. Donizeti Antônio Giusti, Prof. Dr. Rodrigo Moraes da Silveira; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Análise de Estabilidade de Vertentes na BR-116, Rio Grande do Sul, km 158-168; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Análise Multitemporal e Riscos Geológicos; Data de entrada na pós-graduação: Maio de 2016; Número de créditos concluídos: 8; Exame de qualificação: Agosto de 2017; Trabalhos publicados ou período de confecção: 2 artigos previstos para 2018; Data da defesa: abril de 2018; Possui bolsa: sim; Fonte pagadora: FUPEF.

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Datação de sedimentos da planície costeira paranaense através de luminescência opticamente estimulada (LOE) Nascimento, Mylene Giseli do ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Rodolfo José Angulo Palavras-chave: luminescência opticamente estimulada; sedimentos costeiros; Quaternário.

As planícies costeiras com cordões litorâneos são feições marcantes no litoral do Estado do Paraná, estendem-se ao longo de toda costa e formaram-se como conseqüência das oscilações do nível relativo do mar durante o Quaternário, sendo relacionadas a pelo menos dois eventos transgressivo-regressivos (um do Pleistoceno tardio e outro do Holoceno). A idade de terraços marinhos pleistocênicos foi definida na costa do Estado da Bahia através de datações de amostras de corais pelo método Io/U que forneceram estimativas em torno de 123.000 anos A. P. Na costa paranaense fragmentos vegetais provenientes de terraços pleistocênicos apresentaram idades além do alcance do 14C e inferiores a 7.000 anos A.P. para sedimentos holocênicos. A luminescência opticamente estimulada (LOE) apresenta aplicação em estudos sobre o Quaternário e tem obtido sucesso em datações do Holoceno e Pleistoceno tardio em uma variedade de ambientes deposicionais. A datação por LOE baseia-se na avaliação do tempo decorrido desde que os grãos de quartzo ou feldspato foram expostos à luz solar pela última vez. Após o sedimento ser soterrado, a radiação ionizante ambiental é acumulada nos minerais por meio do aprisionamento de cargas em defeitos cristalinos. A estimativa de idade de sedimentação é determinada considerando a dose acumulada (dose equivalente) desde o soterramento do sedimento e a dose de radiação natural (taxa de dose). Os objetivos deste trabalho são: utilizar o método de datação por LOE para estimar a idade de sedimentos da planície costeira paranaense; avaliar a confiabilidade das estimativas de idade obtidas pelo método LOE; comparar as idades LOE com o conjunto de datações existentes (14C e TL); e refinar o modelo evolutivo costeiro do estado do Paraná. Foram coletadas 23 amostras de sedimentos nas barreiras quaternárias paranaenses, nos municípios de Pontal do Paraná, Paranaguá e Guaraqueçaba, entre as latitudes 25°18' e 25°40' Sul, em seções verticais de afloramentos (topo e base) em áreas da planície costeira com datações 14C existentes. As medidas de dose equivalente foram obtidas em sistema automático Risø TL/OSL-DA-20, através do protocolo SAR (Single-Aliquot Regeneration-Dose), equipado com fonte de radiação beta 90Sr/90Y, a estimulação óptica foi realizada por LED´s azuis (470 nm). A luminescência foi medida na faixa do ultravioleta (290-370nm) através de filtro Hoya U-340. As taxas de dose foram determinadas por espectrometria gama de alta resolução, com detector de germânio hiperpuro (HPGe) e blindagem ultralow background, medindo-se a concentração dos radionuclídeos no sedimento (232Th, 238U e 40K) e através do cálculo da radiação cósmica. As doses acumuladas foram calculadas pelo modelo de idade central e variaram de 1,90 ± 0,02 a 161,35 ± 6,70 (Gy). As taxas de dose determinadas foram de 0,26 ± 0,01 a 1,15 ± 0,08 (Gy/ka). As idades deposicionais das amostras foram de 1.054 ± 59 a 157.692 ± 7.844 anos. De modo geral, os grãos de quartzo apresentaram alta sensibilidade de luminescência, com curva de decaimento exponencial bem definida e dominada pelo componente rápido, indicando alta susceptibilidade ao fotoesvaziamento. As alíquotas das amostras apresentaram baixa dispersão entre as doses acumuladas medidas, o que aponta homogeneidade nos grãos analisados. As estimativas das amostras coletadas na base e no topo do mesmo perfil não exibiram diferenças significativas, o que aumenta a confiabilidade das idades determinadas. Tendo em vista que na costa brasileira o máximo da transgressão marinha holocênica ocorreu por volta de 7.000 a 5.000 anos A.P., as estimativas LOE para as amostras de terraços holocênicos obtidas neste trabalho são coincidentes. As idades pleistocênicas encontradas representam os terraços marinhos formados durante o nível marinho alto de 123.000 anos A.P., época em que o nível relativo do mar esteve 8 ± 2 m acima do atual. Esse episódio é conhecido como Transgressão Cananéia, no Estado de São Paulo, Penúltima Transgressão nas planícies costeiras dos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco e como Barreira III no Estado do Rio Grande do Sul. O método LOE, com o uso do protocolo SAR, mostrou-se ferramenta confiável para datações de sedimentos costeiros holocênicos e apresentou estimativas de idades pleistocênicas próximas das esperadas para a região estudada, entretanto, possíveis variações das características (teor de água, fotoesvaziamento incompleto, etc.) de cada amostra devem ser consideradas na análise crítica dos resultados e interpretação das estimativas de idade.

Dados acadêmicos: Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Datação de sedimentos da planície costeira paranaense através de Luminescência Opticamente Estimulada (LOE); Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Evolução, Dinâmica e Recursos Costeiros; Data de entrada na pós-graduação: março/2013; Nº de créditos concluídos: 49; Exame de qualificação: agosto de 2015; Trabalhos publicados ou período de confecção: 1 resumo aceito em congresso; 2 artigos em revista com corpo editorial reconhecido previstos até janeiro de 2017; Data da Defesa: fevereiro de 2017; Possui Bolsa: sim; Período: março de 2013 / março de 2017; Fonte pagadora: CAPES.

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Metodologia e estratégias para a conservação de patrimônio espeleológico Nascimento Neto, Durval ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Luiz Alberto Fernandes Palavras-chave: Geoconservação, Caverna Buraco do Inferno, BR 135/BA.

Cavernas são feições geológicas que apresentam aspectos bióticos, abióticos e geológicos, que possibilitam enquadrá-las em diferentes categorias do patrimônio natural. Atualmente, os processos de licenciamento ambiental levam em consideração a interferência dos empreendimentos sobre o patrimônio espeleológico, dispondo sobre a proteção das cavidades naturais subterrâneas, classificando-as conforme seu grau de relevância. A promoção e a conservação são hoje um grande desafio, e inúmeros conflitos têm acontecido nesta relação entre o desenvolvimento econômico x conservação do patrimônio espeleológico. Como exemplo, podemos citar a dificuldade de licenciamento ambiental no processo para a implantação da rodovia BR 135/BA, no município de São Desidério (BA). Suas formações cársticas congregam um patrimônio espeleológico bastante rico em feições inusitadas, e a área é tema de diversas discussões técnicas e políticas, como a necessidade da instalação da rodovia para escoamento da produção agrícola e a criação de uma unidade de conservação federal. Em meio a este quadro, o conhecimento do real valor do patrimônio geológico local ainda não foi suficientemente estudado, e é afetado com o avanço e intensificação de atividades produtivas diversas. O reconhecimento dos níveis de relevância ambiental de suas variadas feições cársticas ainda é insatisfatório e pouco se conhece a respeito da intensidade das relações de seu carste com a estabilidade estrutural ou dinâmica hídrica. A principal questão a responder é como classificar e gerenciar o patrimônio geológico para proteção da geodiversidade em condições de expansão desta ocupação territorial. O objetivo geral desta pesquisa é de estabelecer critérios objetivos para inventariar e valorar o patrimônio cárstico, espeleológico e paleontológico, com base em estudo de caso do trecho de implantação da BR135 BA/MG, para propor diretrizes e medidas de conservação, assim como o monitoramento do patrimônio geológico envolvido, quando em conflito com a necessidade da implantação do empreendimento, identificando assim usos do território afetado, ajustadas através das políticas públicas com eventuais adequações e/ou aprimoramento da legislação atual envolvendo a instalação de empreendimentos e a conservação do patrimônio espeleológico. Os métodos de trabalho consistem na pesquisa bibliográfica inicial sobre o estado atual de conhecimento da geologia regional, de medidas de conservação, gerenciamento, legislação e monitoramento de cavidades naturais, com inventário cadastral. Serão utilizadas imagens aéreo-espaciais e ortofotocartas, obtidas através de veículo aéreo não tripulado (VANT), o banco de dados cadastrais do CECAV e SBE (Sociedade Brasileira de Espeleologia), levantamentos de campo, entrevistas com moradores e apoio do grupo de pesquisa do CNPq/UFPR em geoconservação e patrimônio geológico. A utilização de métodos de prospecção para encontrar cavidades no entorno da rodovia e posterior determinação do grau de relevância, classificando-as inicialmente de acordo com a Instrução Normativa MMA nº 02 de 20/08/2009. Com o objetivo principal da preservação das cavidades naturais de alta e máxima relevância, fixando-se a analise principalmente na prevenção de eventuais colapsos estruturais e com o objetivo de determinar a espessura da camada rochosa que as separa o leito da rodovia, será realizada a investigação por métodos geofísicos (uso de georradar, levantamento gravimétrico e eletrorresistividade). A partir dos resultados obtidos nestes levantamentos será realizada modelagem geotécnica para se verificar a distribuição de pressões causadas pela intensidade de sobrecargas máximas aplicadas na superfície da via e os efeitos da repetição de cargas e das eventuais propagações decorrentes de vibrações que possam ocorrer durante as obras de implantação, pavimentação e da manutenção da rodovia. A partir destes resultados espera-se obter respostas para responder a lacuna existente na legislação brasileira, que atualmente não permite o devido uso das áreas cársticas, possibilitando assim, adequada compreensão dos reais efeitos dos empreendimentos, garantindo a preservação das cavidades naturais conforme seu uso futuro. Esta pesquisa atende aos interesses de várias instituições do Governo Federal que estão envolvidas em licenciamentos ambientais de obras de infraestrutura que reivindicam a revisão e modernização da legislação pertinente, inserindo-se plenamente nas atividades do Termo de Cooperação existente entre a UFPR e o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes - DNIT, que vêm desenvolvendo uma série de estudos, incluindo dos componentes geológicos, e em especial pesquisas espeleológicas, nos municípios de São Desidério, Correntina e Santa Maria da Vitória, na Bahia, para atender a demanda do IBAMA, ante a necessidade de licenciamento ambiental deste subtrecho da BR 135/BA.

Dados Acadêmicos: Nível: Doutorado; Título do projeto da tese: Estratégias e Metodologia para a Geoconservação de Patrimônio Espeleológico. Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de pesquisa: Geoconservação e patrimônio geológico; Data de entrada na pós-graduação: maio/2016; Nº de créditos concluídos: 0; Exame de qualificação: outubro/2018; Trabalhos publicados ou período de confecção: 0, Data da defesa: abril/2020; Possui bolsa: não.

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Patrimônio geológico cárstico em rochas areníticas e políticas públicas de geoconservação, com base em estudo de caso do município de Ponta Grossa (PR) Pontes, Henrique Simão ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Luiz Alberto Fernandes Palavras chave: carste não carbonático, fantomização, arenitos siliciclásticos.

O estudo de processos cársticos teve avanços nas últimas décadas, resultando na evolução dos conceitos, incluindo a possibilidade de ocorrência de carstificação em rochas consideradas inertes pela literatura clássica. O processo de carstificação passou a ser considerado em duas etapas, uma onde o intemperismo químico é ativo, formando porções de alteração na rocha, e uma segunda fase onde atuam processo hidrodinâmicos, modelo denominado primocarste ou fantomização. Porém, há resistência de parte da comunidade científica a este novo conceito de carste, o que possibilita o descuido com o tema por parte dos gestores públicos e órgãos de licenciamento e fiscalização ambiental, deixando em risco o patrimônio geológico. A presente pesquisa parte da hipótese de que o relevo desenvolvido nos arenitos da Formação Furnas e no Arenito Vila Velha da Formação Campo Mourão é cárstico. O trabalho tem como objetivo caracterizar singularidades cársticas desenvolvidas nestes arenitos no município de Ponta Grossa (PR). Tais singularidades são feições consideradas chaves para o enquadramento do relevo da região como cárstico, incluindo espeleotemas, dutos, cúpulas e bacias de dissolução, alvéolos, canais de tetos e alteritas. Os objetivos específicos da pesquisa são inventariar as singularidades cársticas desenvolvidas nos arenitos, identificar usos do território que proporcionem riscos à conservação do patrimônio geológico e propor diretrizes de avaliação, seleção e monitoramento, como medidas de geoconservação alinhadas às políticas públicas do patrimônio cárstico e espeleológico em arenitos. Para caracterização de processos formadores de feições cársticas dos arenitos são analisadas: 1) granulação; 2) porosidade; 3) litofácies associadas; 4) estruturas sedimentares; 5) presença de estruturas tectônicas, 6) feições de intemperismo e 7) padrão de ocorrência. Esta caracterização apoia-se em levantamentos sedimentológicos/estratigráficos, com elaboração de seções geológicas para caracterização faciológica, com identificação e descrição de alteritas. Amostras de rochas e espeleotemas estão sendo submetidas a análises óptica de luz transmitida, eletrônica de varredura, espectrometria de energia dispersiva, difratometria de raios X, microtomografia computadorizada de raios X nos laboratórios da UFPR: de Estudos Sedimentológicos e Petrologia Sedimentar (LabESed), de Análise de Minerais e Rochas (Lamir), o Centro de Microscopia Eletrônica (CME/UFPR), assim como da UEPG: Complexo de Laboratórios Multiusuários (C-LABMU) e USP: Laboratório de Difração de Raios X. Amostras de espeleotemas estão em análises microbiológicas no Laboratório de Microbiologia do Departamento de Biologia Estrutural Molecular e Genética da UEPG, a fim de identificar possíveis influências de micro-organismos na formação de tais depósitos minerais. Utiliza-se a coleção de espécies cultiváveis, com caracterização por sequenciamento, técnica que possibilita identificar a diversidade microbiológica de ambientes. Em resultados iniciais obtidos verificou-se a ocorrência de alteritas nas duas unidades areníticas estudadas e a análise por microtomografia computadorizada indicou porosidade total superior a 16% em amostra da Formação Furnas, com ocorrência de poros interconectados formando micro canais. Imagens de microscopia eletrônica de varredura mostraram significativa porosidade em amostra de alterita do Arenito Vila Velha. Esta porosidade, resultada da alteração in situ da rocha, indica processos de dissolução de minerais, a formação de micro canais e a fragilização de porções da rocha que tornam-se mais vulneráveis a processos de erosão mecânica. Os dutos de dissolução estão sendo encontrados principalmente em estratos de areia fina a média com presença de intercalação mais fina na base (siltitos argilosos) que atuam como selantes e podem forçar a circulação horizontal da água por serem camadas com baixa permeabilidade relativa, resultando em canais de drenagem subterrânea. Também é comum a ocorrência destes dutos acompanhando planos de acamamento e estratificação. Análises de difratometria de raios X com amostras de espeleotemas da Formação Furnas indicaram a presença de quartzo e caulinita na composição destas feições, sugerindo que a formação destes minerais pode resultar do processo de dissolução de grãos e cimento que compõem o arenito. O registro de biofilmes associados aos espeleotemas sugere possível ação microbiológica na formação destas feições, o que permite classifica-las como microbialitos. Tais microorganismos podem auxiliar na formação de depósitos minerais como também na própria dissolução do quartzo, presente nas duas formações areníticas.

Dados acadêmicos: Co-orientadores: Dr. Gilson Burigo Guimarães e Dr. Mário Sérgio de Melo; Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Patrimônio geológico cárstico em rochas areníticas e políticas públicas de geoconservação, com base em estudo de caso do município de Ponta Grossa (PR); Área de concentração: Geologia Ambiental; Linha de pesquisa: Geoconservação e patrimônio geológico; Data de entrada na pós-graduação: setembro de 2015; Número de créditos concluídos: 16; Exame de qualificação: março de 2018; Trabalhos publicados ou períodos de confecção: 2 trabalhos completos e 2 resumos simples submetidos para evento de nível nacional, 2 resumos expandidos publicados em evento de nível regional, 1 artigo com previsão de submissão para o segundo semestre de 2016; Data da defesa: setembro de 2019;

Possui bolsa: Sim; Período: 48 meses; Fonte pagadora: CAPES.

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Domínio geológico como um fator determinante na distribuição da macrofauna bentônica Ramos, Sandra Martins ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Ernani Francisco da Rosa Filho Palavras chave: Água superficial; Sedimento fluvial; Geologia ambiental.

A macrofauna bentônica vem sendo amplamente utilizada como bioindicadora de qualidade de águas superficiais devido aos diferentes níveis de sensibilidade à alterações antrópicas que estes organismos apresentam. Suas características morfológicas e fisiológicas permitem que alguns grupos se estabeleçam em água corrente, enquanto que outros, sejam restritos a ambientes lênticos. A fauna bentônica é composta por animais dos filos Annelida (classes Oligochaeta e Hirudinea), Mollusca (bivalves e gastrópodes) e Arthropoda (classes insecta, crustacea e aranae) que vivem sob, ou sobre o sedimento de fundo dos ambientes aquáticos, onde participam da ciclagem de nutrientes através da fragmentação de matéria orgânica particulada grossa e no revolvimento do material depositado no fundo do canal, disponibilizando matéria orgânica particulada fina para a coluna d’água. Sua distribuição está relacionada com disponibilidade de alimento, substrato para colonização e características físico-químicas da água. Neste contexto o objetivo da pesquisa foi testar a hipótese de que o domínio geológico pode influenciar na distribuição da macrofauna bentônica, uma vez que, a geologia local é refletida no quimismo das águas superficiais e sedimentos de drenagem. Para o estudo foram selecionados três domínios geológicos distintos na bacia sedimentar do Paraná: Domínio metassedimentar carbonático (Formação Capiru); Domínio sedimentar terrígeno – carbonático (Formação Itararé, Irati e Terezina) e Domínio magmático básico (Formação Serra Geral). Em cada domínio foram selecionadas 5 microbacias com baixo grau de antropização, totalizando 15 pontos amostrais, onde foram realizadas as coletas de água superficial, sedimento de drenagem e macrofauna bentônica no período de outubro/novembro de 2014. A análise dos parâmetros físico-químicos da água foi realizada no Laboratório de Pesquisas Hidrogeológicas (LPH) e as amostras de sedimento foram submetidas a técnica de fluorescência de raio X (FR-X) no Laboratório de Análise de Minerais e Rochas (LAMIR). Os organismos bentônicos foram identificados ao nível de família com auxílio de microscópio estereoscópio. Os resultados da análise físico-químicas das amostras de água foram submetidos à análise de variância (ANOVA) que demonstrou haver diferença estatística significativa (p<0,005) entre os domínios geológicos avaliados para o seguintes parâmetros: condutividade elétrica da água, alcalinidade (Caco3), bicarbonato (HCO3), gás carbônico (CO2), sólidos totais dissolvidos (STD), cálcio (Ca), Mg (magnésio) e K (potássio). Entre os compostos identificados no sedimento apenas SiO2, Fe2O3, e K2O apresentaram diferença estatística significante (ANOVA p< 0,05). Com relação a fauna bentônica, foram identificados 9012 indivíduos distribuídos em 31 diferentes táxons. No Domínio magmático básico foi registrada maior riqueza de famílias e maior abundância de indivíduos. Neste domínio, para grupo dos insetos, a ordem Ephemeroptera (famílias Leptohyphidae, Laptoplhlebiidae e Baetidae) foi mais abundante e apresentou diferença estatística significante (ANOVA p<0,05) quando comparada com os demais domínios. Os insetos da ordem Trichoptera também foram mais abundantes neste domínio. Algumas famílias desta ordem constroem casulos que utilizam como abrigo e para captura de alimento. A família Glossosomatidae, por exemplo, utiliza fragmentos rochosos para a construção dos seus casulos, fato que dificulta sua distribuição em locais com fundo argiloso. Enquanto que, a família Calamoceratidae, que constrói seus casulos com folhas, foi mais abundante nas microbacias do Domínio sedimentar terrígeno - carbonático, onde foi constatado maior acúmulo de vegetação depositada no leito dos rios. Para ordem Plecoptera, as famílias Perlidae e Gripopterygidae foram mais representativas no Domínio magmático básico e este resultado está associado as condições físicas do sedimento pois, esses organismos são comuns em ambientes com fundo rochoso. Outro grupo que também depende do tipo de sedimento de fundo para colonização refere-se aos simulídeos (Diptera). Também conhecidos como borrachudos, estes organismos precisam de uma superfície lisa, submersa na água, onde fixam a parte inferior do abdómen e com estruturas na parte superior, capturam matéria orgânica particulada fina, que são transportadas pela lâmina d’água. Devido a esta peculiaridade a família Simuliidae foi mais abundante nas microbacias localizadas Domínio magmático básico. Moluscos bivalves e indivíduos da família Aeglidae (crustáceo) foram mais abundantes no domínio metassedimentar carbonático devido a maior concentração de Ca na água, que é utilizado por estes organismos na formação do seu exoesqueleto. Os resultados preliminares indicam que há uma forte influência do domínio geológico na distribuição da macrofauna bentônica. Desta forma, a fim de evitar interpretações errôneas, sugere-se que ao utilizar esses organismos na composição de índices bióticos para avaliação de qualidade de águas superficiais, seja considerada a geologia local.

Dados acadêmicos: Co-orientador(es): André Virmond Lima Bittencourt; Nível: doutorado; Título do projeto original da /tese: Hidrogeoquímica de águas superficiais e possíveis bioindicadores. Área de Concentração: Geologia ambiental; Linha de Pesquisa: Recursos Hídricos; Data de entrada na pós-graduação: março de 2013; No de créditos concluídos: 37; Exame de qualificação: Agosto/2015; Trabalhos publicados ou período de confecção: 01 Resumo publicado em anais de congresso; 01 resumo expandido publicado em anais de congresso; 01 trabalho completo enviado para congresso. Data da Defesa: Fevereiro/2017; Possui Bolsa: sim; Período: abril de 2013 até o presente momento; Fonte pagadora: CAPES.

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Gênese e significado paleoambiental de arenitos de praia (beachrocks) das ilhas oceânicas brasileiras de Trindade, arquipélago de Fernando de Noronha e de São Pedro e São Paulo Santos, Erika ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Luiz Alberto Fernandes Palavras-chave: diagênese; Quaternário; petrografia.

Cinco ilhas e arquipélagos oceânicos fazem parte do território nacional: arquipélagos de São Pedro e São Paulo, Fernando de Noronha e atol das Rocas na região equatorial; ilha da Trindade e arquipélago de Martin Vaz na região tropical. As ilhas oceânicas brasileiras são ambientes isolados do continente e de áreas pequenas no que se refere a sua porção emersa. Na presente pesquisa serão analisadas três das cinco ilhas e arquipélagos: ilha da Trindade (IT), arquipélagos de Fernando de Noronha (AFN) e São Pedro e São Paulo (ASPSP). Os dois primeiros são de origem vulcânica, enquanto o ASPSP é formado por rochas ultrabásicas de origem plutônica. A IT (20º30’S e 29º20’W) pertence à cadeia Vitória-Trindade e é o ponto mais afastado da costa, cerca de 1.170 km do estado do Espírito Santo. Tem relevo acidentado, escarpas íngremes, penhascos, vales e platôs aluviais. O AFN (03º51’S e 32º25’W), localiza-se a 360 km a NE de Natal. Faz parte de uma cadeia de montanhas submarinas que se estende até a costa do estado do Ceará, sendo caracterizado como um planalto suave, de vertentes rochosas, uma planície costeira, com domínio de depósitos de dunas e recifes. O ASPSP (00º56’N e 29º22’W) dista cerca de 1.000 km de Natal, localiza-se no trecho de falhas transformantes ativas da zona de fratura de São Paulo e é a única de origem plutônica. O objetivo principal da pesquisa é o estudo comparativo de arenitos de praia das três ilhas oceânicas citadas, visando verificar possíveis congruências e divergências na gênese e evolução diagenética dos mesmos, ocorridas durante o Quaternário (Pleistoceno Superior ao Holoceno). Para tanto, será feita caracterização petrográfica dos componentes essenciais das rochas: arcabouço, matriz, cimento e porosidades (primária e secundária), tipos e fases de cimentação, visando identificar petrofácies e suas relações. Tais informações darão suporte à compreensão da gênese e modificações diagenéticas dos arenitos, assim como o estabelecimento de eventuais correlações sobre a evolução geológica e paleoambiental das ilhas. Serão analisadas cerca de 60 seções delgadas do acervo de projetos já desenvolvidos nas ilhas oceânicas pelo grupo de pesquisadores do departamento de Geologia. A pesquisa contará com o apoio dos laboratórios de Estudos sedimentológicos e petrologia sedimentar (LabESed/UFPR), de Estudos costeiros (Lecost/UFPR), de Minerais e rochas (Lamir/UFPR) e do Centro de Microscopia Eletrônica (CME/UFPR). As seções delgadas dos arenitos serão caracterizadas petrograficamente para identificação e interpretação genética de petrofácies, com uso de microscopia óptica de luz transmitida, microscopia eletrônica de varredura e microtomografia computadorizada. Os resultados obtidos nesta fase analítica darão suporte a correlações com o intuito de estabelecer a gênese dos arenitos de praia das três ilhas/arquipélagos e modificações em sua evolução diagenética. A pesquisa espera, com a caracterização e análise sistemáticas dos arenitos de praia, formular modelos genéticos e diagenéticos, sintetizar e estabelecer conclusões, que contribuam com a discussão sobre a evolução dos depósitos costeiros do Quaternário do Brasil. O projeto Paleoníveis marinhos, paleoclima, paleogeografia e riscos ambientais nas ilhas oceânicas brasileiras (CNPq 457714/2013-1) dará suporte financeiro e científico necessário, inclusive na eventual realização de novas amostragens ou realização de análises.

Dados acadêmicos: Coorientador: Prof. Dr. Rodolfo J. Angulo; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Gênese e significado paleoambiental de arenitos de praia (beachrocks) das ilhas oceânicas brasileiras de Trindade, arquipélago de Fernando de Noronha e de São Pedro e São Paulo; Área de concentração: Geologia Ambiental; Linha de pesquisa: Evolução, dinâmica e recursos costeiros; Data de entrada na pós-graduação: maio/2016. Número de créditos concluídos: 0; Exame de qualificação: junho/2017; Trabalhos publicados ou período de publicação: artigos e resumos previstos para o 2017; Data da defesa: maio/2018; Possui bolsa: não.

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Foraminíferos bentônicos como indicadores paleoambientais costeiros em depósitos holocênicos paranaense e norte catarinense

Silva, Carlos Eduardo ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Rodolfo José Angulo Palavras-chave: Foraminíferos, Holoceno, planícies costeiras

As oscilações do nível do mar e as variações climáticas e ambientais que ocorreram durante o Quaternário têm sido amplamente estudadas na tentativa de compreender a formação e a evolução das planícies costeiras, porém, pouco se conhece sobre os processos atuantes nesses eventos ocorridos no início do Holoceno. Apesar do número crescente de trabalhos sobre esses assuntos, a busca por indicadores mais precisos e confiáveis faz-se cada vez mais necessária, a fim de se obter melhorias nas curvas locais e regionais de variações de nível do mar e nas reconstruções paleoclimáticas. Várias questões permanecem sem resposta ou são objetos de muitas discussões e controvérsias, pois os diversos indicadores utilizados nesses trabalhos muitas vezes apresentam diferentes graus de confiabilidade, tanto espacial quanto temporal. Através da caracterização das assembleias dos microfósseis é possível obter bons resultados em estudos sobre eventos de larga escala, como mudanças climáticas e episódios de transgressão e regressão marinha. Foraminíferos são organismos que têm intima relação com o ambiente em que vivem e a distribuição e composição de suas comunidades estão frequentemente relacionadas a fatores ambientais como: temperatura, salinidade, aporte de nutrientes, teor de carbonatos, salinidade, luminosidade, pH, concentração de oxigênio dissolvido, granulometria, hidrodinâmica, etc. Devido à sensibilidade ecológica de suas espécies e da boa preservação de suas carapaças no sedimento, este grupo tem sido cada vez mais utilizado como ferramenta em estudos paleoclimáticos, paleoceanográficos e reconstruções paleoambientais. Foraminíferos possuem amplo registro geológico, desde o Cambriano até o Recente e a composição e distribuição de suas espécies sofreu pouca ou nenhuma alteração durante o Quaternário. Assim, o presente trabalho tem como objetivo estudar a evolução das unidades sedimentares holocênicas costeiras do Paraná e norte de Santa Catarina com base em foraminíferos, avaliando a eficácia e confiabilidade desse grupo como paleoindicadores nessa região e assumindo a hipótese de que esses organismos constituem importantes ferramentas para descrever condições paleoambientais e paleoclimáticas durante a formação dos depósitos costeiros holocênicos da área de estudo. Como objetivos específicos, este estudo visa avaliar a confiabilidade espaço-temporal desses organismos como ferramenta nos estudos paleoambientais e de evolução da planície costeira na área estudada; analisar a resposta das comunidades de foraminíferos às variações paleoambientais; analisar em que condições climáticas e ambientais ocorreram os processos de preenchimento desses depósitos sedimentares; fornecer dados mais precisos e confiáveis para o refinamento das curvas local e regional do nível relativo do mar; e realizar uma discussão na tentativa de ajudar na compreensão dos registros de variação do nível do mar e alterações paleoclimáticas na área de estudo. Para a realização do presente estudo, sondagens estão sendo realizadas em depósitos sedimentares costeiros no litoral do Paraná e norte de Santa Catarina. Aproximadamente dez testemunhos de até oito metros de profundidade e dois testemunhos de aproximadamente sessenta metros de profundidade estão sendo recuperados, totalizando de trinta a quarenta amostras para análises de foraminíferos. As sondagens mais rasas estão sendo realizadas com trado manual e para extração dos testemunhos mais profundos serão realizadas sondagens geotécnicas. Além das amostras para triagem de foraminíferos, são extraídas alíquotas para análises granulométricas, datações 14C, difração de raio-x (DRX) e análises dos isótopos de oxigênio em carapaças de foraminíferos. Espera-se que do presente trabalho possam ser extraídos resultados relevantes e confiáveis que ajudem no entendimento acerca do processo evolutivo das planícies costeiras estudadas e que foraminíferos possam ser afirmados como ferramentas importantes e eficazes na compreensão dos eventos de oscilação do nível do mar e de evolução das planícies costeiras na área de estudo.

Dados acadêmicos: Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Foraminíferos como indicadores paleoambientais costeiros em depósitos holocênicos paranaense e norte catarinense. Área de Concentração: Geologia Ambiental: Linha de Pesquisa: Evolução, Dinâmica e Recursos Costeiros; Data de entrada na pós-graduação: Maio/2016; Número e Créditos Concluídos: 0; Data da Defesa: Abril/2020; Possui bolsa: Não.

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Caracterização hidrogeológica dos sistemas aquíferos utilizados no abastecimento público do município de Campo Grande, MS Tcacenco-Manzano, Liliane Maia ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Ernani Francisco da Rosa Filho Palavras-chave: hidrogeologia, sistemas aquíferos, Campo Grande

A captação de água subterrânea através de poços tubulares profundos é uma importante fonte alternativa de abastecimento aos locais nos quais o potencial hídrico superficial não atende a demanda. Os debates constantes sobre a escassez de recursos hídricos superficiais no país têm atraído muitas atenções ao estudo de fontes alternativas de abastecimento de água, como exemplo, através de poços tubulares profundos. Com isso, é importante que se tenha um estudo hidrodinâmico e hidroquímico detalhado dos sistemas aquíferos, a fim de conhecer, monitorar e otimizar a gestão das águas subterrâneas. A área de trabalho desse estudo engloba o perímetro urbano do município de Campo Grande, MS, que, segundo a concessionária Aguas Guariroba S.A., responsável pelo abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto do município, têm aproximadamente 40% do abastecimento público de água da cidade através de poços tubulares profundos. Esses poços tubulares fazem a captação de água através de três sistemas aquíferos: Sistema Aquífero Bauru-Caiuá; Sistema Aquífero Serra Geral; e Sistema Aquífero Guarani. O objetivo desse trabalho é a caracterização hidrogeólogica dos referidos sistemas aquíferos através do banco de dados da empresa, que são de aproximadamente 150 poços tubulares em operação e 120 poços desativados. Os métodos de trabalho a serem utilizados consistirão no levantamento e análise dos dados pré existentes do banco de dados da empresa, dados esses que são: coordenadas e localização de cada poço, cota do terreno na boca do poço, perfis litológicos e construtivos, profundidades do nível estático, profundidades do nível dinâmico, vazões, rebaixamentos, capacidade específicas, testes de bombeamento e análises hidroquímicas. Com esses dados será possível a confecção e apresentação dos seguintes produtos: perfis de correlação dos poços tubulares profundos para os dois sistemas aquíferos sedimentares Bauru-Caiuá e Guarani, com a espessura saturada dos aquíferos, associado aos padrões hidrodinâmicos e análises hidroquímicas. Para o sistema aquífero Serra Geral, será feito o estabelecimento da potencialidade hídrica desse aquífero através das vazões, rebaixamento e capacidades específicas, além das análises dos parâmetros hidroquímicos. As análises hidroquímicas dos três sistemas aquíferos integrarão ao resultado do trabalho parâmetros de possíveis contaminantes, a exemplo do excesso de nitrato. Esse parâmetro hidroquímico é extremamente importante devido aos poços tubulares se localizarem em área urbana do município que por muito tempo não teve coleta de esgoto. A perfuração de poços tubulares utilizados no abastecimento público de Campo Grande iniciou-se em meados dos anos 70, e a empresa têm um acervo histórico de dados de todos os poços tubulares, e aceitou ceder os dados para essa pesquisa, o que torna esse estudo viável. No que se refere ao contexto geológico, os sistemas aquíferos Guarani e Serra Geral estão inseridos no contexto tectônico da Bacia Sedimentar do Paraná, representados pelas Formações Botucatu/Pirambóia, de idade Juro-cretáceo e pela Formação Serra Geral, com idade Eo-cretáceo. O sistema aquífero Bauru-Caiuá é representado, no Mato Grosso do Sul, pelo Grupo Caiuá indiviso, inserido na Bacia Sedimentar Bauru, formada no Neocretáceo e entendida por algumas linhas de pesquisa, como uma unidade distinta da Bacia Sedimentar do Paraná para fazer a compensação isostática aos derrames basáticos da Bacia Sedimentar do Paraná e por outras linhas de pesquisa como um sistema de retroarco de antepaís, desenvolvido nos estágios iniciais da evolução andina e gerado na província backbulge desse sistema. No contexto hidrogeológico, o Sistema Aquífero Guarani é uma unidade hidrogeológica confinada, sedimentar, porosa e permeável. O Sistema Aquífero Serra Geral é um aquífero sotoposto pelo Sistema Aquífero Bauru-Caiuá na parte nordeste do município e livre no restante do município; fraturado e descontínuo. O Sistema Aquífero Bauru-Caiuá é uma unidade hidrogeológica contínua e livre, sedimentar, porosa e permeável. Assim, em virtude da preocupação cada vez maior com a escassez de recursos hídricos e com os resultados obtidos nesse estudo, será possível avaliar o comportamento desses sistemas aquíferos, visando a exploração consciente de aquíferos e consequentemente, uma vida útil mais longa da produção dos poços. Dados acadêmicos: Co-orientador: Profª Dra. Camila de Vasconcelos Müller Athayde, Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: Caracterização hidrogeológica dos sistemas aquíferos utilizados no abastecimento público do município de Campo Grande, MS; Área de Concentração: Geologia ambiental; Linha de Pesquisa: recursos hídricos; Data de entrada na pós-graduação: abril de 2016; No de créditos concluídos: 8; Exame de qualificação: junho de 2017; Trabalhos publicados ou período de confecção: 02 resumos submetidos para Congresso Brasileiro de Geologia e 01 trabalho completo em confecção para o Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas; Data da Defesa: março de 2018; Possui Bolsa: Sim; Período: 23 meses; Fonte pagadora: CAPES –DS

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Caracterização da hidrogeologia da bacia do Rio São Mateus Braço Sul, ES/MG. Zuqui, Anselmo Ruy ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Ernani Francisco da Rosa Filho Palavras-chave: aquífero fissural, hidrogeologia, bacia do Rio São Mateus.

A emprego de água subterrânea para abastecimento público tem aumentado em diversas localidades no Brasil, ocasionado pela falta de planejamento, deterioração e escassez dos recursos hídricos superficiais. Na bacia hidrográfica do Rio São Mateus Braço Sul, localizada no norte do Espírito Santo e nordeste de Minas Gerais, o uso de poços tubulares profundos, utilizados para abastecer a população e a agricultura, teve um aumento acentuado nos últimos anos. Doze municípios compõem a referida bacia, sendo cinco capixabas e sete mineiros, com uma população total de aproximadamente duzentos mil habitantes. Situado no domínio interno do orógeno Araçuaí, composto por rochas ígneas e metamórficas, o aquífero é caracterizado como fissural, possuindo estruturas geológicas e geomorfológicas como determinantes para a infiltração, percolação e acumulo de água no seu interior. O presente trabalho tem como objetivo caracterizar, compreender e interpretar o comportamento hidrodinâmico e hidroquímico do aquífero. Para atingir estes objetivos, pretende-se realizar uma análise estrutural da área de estudo, delimitando lineamentos, suas direções e densidades, intersecções, correlacionando com dados hidrodinâmicos (vazão e capacidade específica) e hidroquímicos. O sensoriamento remoto tem papel fundamental, imagens de satélite, SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) e Aster, e ortofotos serão fotointerpretadas para identificar e delimitar lineamentos e outras morfoestruturas em diferentes escalas, criando um banco de dados em ambiente SIG. Perfis construtivos, dados de testes de bombeamento de poços e físico-químicos de amostras serão correlacionados com os dados gerados, fazendo uso também do mapa geológico na escala 1:100.000, para uma posterior interpretação hidrogeológica do aquífero, verificando a influência das estruturas geológicas na produtividade e qualidade dos poços. Um trabalho de campo para averiguar informações, coletar amostras e dados estruturais também será realizado. O domínio interno do orógeno Araçuaí na região é composto pelo Complexo Nova Venécia, e por granitos tipo S e tipo I, sendo as suítes Carlos Chagas, Ataléia, Aimorés e Galiléia as mais expressivas. O complexo Nova Venécia é composto por paragnaisses intercalados com rochas calcissilicáticas, que apresentam diversos graus de migmatização, e metamorfismo nas fácies anfibolito a granulito. A suíte Galiléia é composta por batólitos tonalíticos a granodioríticos deformados, que registram a foliação regional também em fácies anfibolito a granulito. A suíte Carlos Chagas e a Ataléia são constituídas de granitos tipo S, produto da fusão de sedimentos aluminosos. A suíte Aimorés consiste em granitos tipo I que inclui plútons zonados compostos por rochas máficas e félsicas com ausência de foliação regional. As imagens SRTM e Aster, com resolução de 30 e 15 metros respectivamente, são disponibilizados gratuitamente pela Agência Espacial Americana (NASA) por meio de seu site, os dados de vazão, localização e perfil construtivo dos poços são disponibilizados no website do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), onde também são encontrados os mapas geológicos, enquanto o website do Instituto Jones dos Santos Neves fornece as ortofotos e demais dados vetoriais, tornando a pesquisa viável. Os resultados finais do trabalho serão fundamentais para a gestão e preservação deste importante sistema aquífero, o qual vem sendo explorado ao longo dos anos com escassos estudos hidrogeológicos, podendo ter sua reserva comprometida tanto qualitativamente quanto quantitativamente com o avançar do tempo.

Dados acadêmicos: Co-orientador (es): Profª Dra. Camila de Vasconcelos Müller Athayde, Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: Caracterização preliminar da hidrogeologia em uma porção da bacia do Rio São Mateus; Área de Concentração: Geologia ambiental; Linha de Pesquisa: recursos hídricos; Data de entrada na pós-graduação: maio de 2016; No de créditos concluídos: 0; Exame de qualificação: julho de 2017; Trabalhos publicados ou período de confecção: 0; Data da Defesa: abril de 2018; Possui Bolsa: não.

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GEOLOGIA EXPLORATÓRIA

19° Seminário do Programa de Pós-Graduação em Geologia da UFPR

04 a 08 de julho de 2016

Departamento de Geologia Universidade Federal do Paraná

RESUMOS

Linhas de pesquisa

Evolução crustal: Estudo de processos endógenos de escala regional e semi-regional visando compreender processos de deformação, avaliar a origem e evolução de magmas ácidos e básicos e reconstituir a história geológica de terrenos tectônicos por meio da aplicação de cartografia geológica, sensoriamento remoto, análise estrutural e microestrutural, petrologia, geoquímica, geocronologia e geofísica. Análise de depósitos minerais: Tem como escopo a compreensão dos processos genéticos, a descoberta (prospecção e pesquisa mineral), o dimensionamento (cubagem), a avaliação (determinação do valor econômico) e aproveitamento (lavra e utilizações) de concentrações naturais de minerais que são ou possam ser úteis para a sociedade. A análise de depósitos minerais envolve o estudo de concentrações naturais (ou depósitos minerais) de substâncias metálicas (p. ex. ferro, alumínio, ouro, urânio, cobre, etc.), não metálicas (p.ex. diamante, argilas, calcário, rochas de revestimento e ornamentais, etc.) e combustíveis fósseis (p. ex. carvão mineral, turfa, etc.), mediante a utilização de métodos como petrologia (ígnea, metamórfica e sedimentar), sedimentologia, metalogenia, geofísica, geoquímica, geologia estrutural e geologia isotópica. Análise de bacias sedimentares: Investiga a origem e evolução de bacias sedimentares em diferentes contextos geodinâmicos, bem como os fatores que controlam a gênese e distribuição de recursos minerais e energéticos, mediante a integração de conhecimentos em sedimentologia, estratigrafia, paleontologia, petrologia, geologia estrutural, geofísica e geoquímica. Aborda aspectos da tectônica formadora e modificadora, dos padrões de sedimentação, da arquitetura estratigráfica, dos processos diagenéticos, do magmatismo e contexto paleogeográfico.

Corpo Docente

Prof. Dr. Almério Barros França – [email protected] Profª. Drª. Anelize Manuela Bahniuk Rumbelsperger - [email protected] Profª. Drª. Barbara Trzaskos - [email protected] Prof. Dr. Carlos Conforti Ferreira Guedes – [email protected] Prof. Dr. Carlos Eduardo de Mesquita Barros - [email protected] Profª. Drª. Cristina Silveira Vega - [email protected]

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Profª. Drª. Cristina Valle Pinto-Coelho - [email protected] Prof. Dr. Eduardo Salamuni - [email protected] Profª. Drª. Eleonora Maria Gouvêa Vasconcellos - [email protected] Prof. Dr. Elvo Fassbinder - [email protected] Prof. Dr. Fernando Farias Vesely - [email protected] Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira - [email protected] Profa. Dra. Geane Carolina Gonçalves Cavalcante – [email protected] Prof. Dr. João Carlos Biondi - [email protected] Prof. Dr. Leonardo Fadel Cury - [email protected] Prof. Dr. Leonardo Lagoeiro – [email protected] Prof. Dr. Luiz Alberto Fernandes - [email protected] Prof. Dr. Marivaldo dos Santos Nascimento - [email protected] Prof. Dr. Otávio Augusto Boni Licht - [email protected]

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Análise da deformação e geocronologia do Complexo Atuba Baldin, Michelangelo Tissi ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Eduardo Salamuni Palavras-chave: Complexo Atuba, fases deformacionais, gnaisses.

O Complexo Atuba está inserido no âmbito da Microplaca Curitiba, na porção leste do Estado do Paraná. É formado principalmente por gnaisses bandados, migmatíticos, intercalados por corpos anfibolíticos, xistos magnesianos e gnaisses granulíticos. A área de estudo localiza-se na cidade de Curitiba e regiões circunvizinhas, abrangendo os municípios de Colombo, Campo Largo, Quitandinha e São José dos Pinhais. Os afloramentos-chave estão situados nas pedreiras Atuba, Greca, Costa, Central, Ita e Roça Grande. As rochas metamórficas de médio a alto grau do Complexo Atuba estiveram sujeitas a diferentes eventos deformacionais, tendo como consequência uma superposição de regimes tectônicos. Assim, é de extrema importância um estudo detalhado da deformação para a distinção entre as fases deformacionais dúcteis que o caracterizam, com vistas à determinação do posicionamento da cronologia relativa e absoluta. Trata-se de uma unidade que foi estudada de modo detalhado apenas pontualmente, havendo poucos trabalhos comparativos entre os vários corpos que a compõem, principalmente no que concerne aos seus problemas estruturais. Atualmente, a pesquisa está em seu estágio inicial e os métodos utilizados envolveram o levantamento bibliográfico, o começo dos trabalhos de campo e o tratamento dos dados de campo. As pedreiras visitadas – Central, Greca e Costa – são compostas por gnaisses migmatíticos estromáticos de cor cinza médio, de granulação média a grossa, protomiloníticos a miloníticos, com bandamento composicional milimétrico a centimétrico, penetrativo na escala mesoscópica e heterogêneo, planar a levemente ondulado, contínuo ou lenticular, onde se alternam leucossomas róseos formados por quartzo, plagioclásio e K-feldspato, e mesossomas de coloração cinza, ricos em biotita, piroxênio e hornblenda. É definido intenso estiramento mineral em forma de sigmoides e achatamento mineral, recristalização e micrólitons milimétricos. Apresenta porfiroclastos rotacionados de K-feldspato e plagioclásio de tamanho centimétrico e moderadamente estirados, com feições de sombra de pressão assimétricas, indicativas de movimentação direcional dextral. Os gnaisses bandados têm texturas granonematoblásticas e por vezes, granoblásticas. É comum a presença de remobilizados graníticos quartzo-feldspáticos brancos a róseos, de espessuras milimétricas a decimétricas, com texturas granoblásticas inequigralulares médias a grossas, pouco deformados, concordantes e discordantes do bandamento gnáissico. Subordinadamente ocorrem boudins brancos centimétricos, constituídos por quartzo e plagioclásio, onde predominam estruturas estromáticas. O bandamento composicional (Sn) tem atitudes médias N80W/89SW (Pedreira Greca), N50E/70NW (Pedreira Costa) e N75W/82NE (Pedreira Central). Localmente foram observadas dobras intrafoliais centimétricas, truncadas e sem raiz, assimétricas, entre os planos do bandamento principal. Com base nos dados estruturais das rochas gnáissicas, pode-se admitir que a foliação (Sn), atribuída à fase Dn, foi desenvolvida em regime tectônico francamente dúctil, compatível com deformações em nível estrutural inferior, com atuação dos processos de cisalhamento não-coaxial e corresponde a uma foliação de transposição, paralela ao bandamento, associada a uma tectônica controlada por componente lateral. Destaca-se a heterogeneidade da deformação, ocorrendo porções da rocha em que a concentração da deformação é mais ou menos intensa. A pedreira Central apresenta corpos de formas e dimensões variadas de diques de diabásios, discordantes do bandamento composicional, com espessuras da ordem de 15 cm. Possuem cores cinza escuro, granulação fina e são formados por piroxênio e plagioclásio. O índice de cor é melanocrático (M = 65-90%) e a estrutura é maciça. Encontram-se moderadamente fraturados e alterados incipientemente para óxido de Fe. Na pedreira Costa ocorre um granito pouco deformado, com textura fanerítica equigranular fina, cor cinza claro a médio e compostos por K-feldspato, quartzo, plagioclásio e biotita. Os cristais são médios, subédricos prismáticos a anédricos granulares. O índice de cor é leucocrático (M = 10-35%). Geralmente a estrutura é maciça, mas pode aparecer foliada, definida pela sutil orientação preferencial de biotita e K-feldspato. Dados acadêmicos: Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Análise da deformação e geocronologia do Complexo Atuba; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Evolução Crustal; Data de entrada na pós-graduação: Setembro de 2015; Nº de créditos concluídos: 33; Exame de qualificação: 28 de fevereiro de 2018; Trabalhos publicados ou período de confecção: 01 artigo previsto para o 2º semestre de 2017 e 01 artigo previsto para o 2º semestre de 2018; Data da Defesa: 30 de agosto de 2019; Possui Bolsa: Sim; Período: 48 meses; Fonte pagadora: CAPES.

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Arcabouço estratigráfico – estrutural da Bacia do Guaratubinha e deformações associadas, sudeste do estado do Paraná Barão, Leonardo Mairink ([email protected]) Orientadora: Profa. Dra. Barbara Trzaskos Palavras-chave: pull-apart, falha mestra Guaratubinha, Neoproterozoico

A Bacia do Guaratubinha possui história evolutiva complexa marcada por diferentes eventos deformacionais, associados a sedimentação, vulcanismo e tectonismo. É situada no estado do Paraná a cerca de 35km da cidade de Curitiba. É classificada como uma das bacias do estágio de transição da Plataforma Sul-Americana, formada ao final do Neoproterozoico (604.6±8.6 Ma), sua formação está relacionada ao estágio pós-colisional entre os terrenos Luiz Alves e Curitiba, participantes da formação da porção sul do paleocontinente Gowndwana. Mediante análise estrutural, relações estratigráficas e dados aerogeofísicos (aerogamaespectrométrico e aeromagnético) foi caracterizado novo arcabouço estratigráfico e estrutural da bacia. A análise estrutural se deu a partir da coleta de indicadores cinemáticos em planos de falha, tratados pelo método dos diedros retos, sendo possível a discriminação da tectônica predominantemente strike-slip, atuante em três eventos deformacionais distintos. O evento E1 teria sido consequência de tensores de direção NE-SW, que provocaram a abertura da bacia com a nucleação da Falha Mestra Guaratubinha (FMG) a noroeste e da Zona de Cisalhamento Guaricana (ZCGN), a sudeste. Estas estruturas apresentam direção entre N20-45E e ambas constituem falhas limitantes da bacia que evoluíram em contexto transtensivo. A nucleação dessas estruturas permitiu a geração de depocentro e a sedimentação inicial da bacia, principalmente ao longo da FMG, com depósitos conglomeráticos da Formação Miringuava. Em consequência da contínua abertura da bacia ocorreu o vulcanismo intermediário, com a formação dos andesitos da Formação Vossoroca. A evolução da bacia culmina com o vulcanismo ácido da Formação Serra do Salto, subdividida em três membros distintos Escutador (riolitos e riodacitos), Castelhanos (tufos vulcânicos, ignimbritos e riolitos subordinados) e Osso da Anta (ignimbritos e brechas vulcânicas). A evolução contínua do evento E1 causou a formação de planos de falha bem marcados, com predominância da cinemática dextral. Em estágio final de evolução ocorre a formação de falhas transcorrentes de direção concordante as falhas FMG e ZCGN, denominadas crossing basin faults (CBF) onde se desenvolvem rochas miloníticas. O segundo evento tectônico E2 é marcado pela compressão bacia e estaria relacionada a colagem do Terreno Paranaguá, no início da Cambriano e limitado pela Zona de Cisalhamento Palmital (ZCPA). Essa zona de cisalhamento possui direção NNE-SSW com cinemática sinistral. A compressão causada por esse evento criou falhas de empurrão com direções variáveis, entre ENE-WSW, e falhas antitéticas de cinemática sinistral semelhante a movimentação da ZCPA, com tensores WNW-ESE. O último evento tectônico foi delineado por anomalias magnéticas positivas associadas a diques de idade mesozoica e falhas dextrais de direção N10-50W e tensores NW-SE. Caracteriza-se pela justaposição de diferentes unidades geológicas da bacia e pela geração de brechas tectônicas associadas a hidrotermalismo, sendo identificadas a cristalização de quartzo policristalino, ferro-clorita e carbonato-apatita, seguidos de deformação rúptil. Apesar dos eventos tectônicos posteriores, a bacia mantém características de bacia pull-apart como; forma alongada e romboédrica, assimetria na sedimentação, alta variedade composicional devido a movimentação lateral e sedimentos pobremente selecionados ao longo das falhas principais. Essas características a colocam em contexto de bacia strike-slip, com evolução híbrida e diferenciada ao longo das bordas noroeste e sudeste da bacia.

Dados acadêmicos: Co-orientador: Luís Gustavo de Castro; Nível: mestrado; Título da dissertação: Arcabouço estratigráfico - estrutural da Bacia do Guaratubinha e deformações associadas, sudeste do Estado do Paraná; Área de Concentração: Geologia exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de Bacias Sedimentares; Data de entrada na pós-graduação: agosto de 2014; No de créditos concluídos: 32; Exame de qualificação: outubro de 2015; Trabalhos publicados ou período de confecção: 01 resumos aceitos em Congressos e 02 artigos previstos para o 2º semestre de 2016; Data da Defesa: julho de 2016; Possui Bolsa: sim; Período: 16 meses; Fonte pagadora: CAPES.

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Modelo de geração das rochas vulcânicas ácidas e intermediárias da Bacia do Guaratubinha Barbosa, Tiago Casseb ([email protected]) Orientadora: Prof.a Dr.a Eleonora Maria Gouvêa Vasconcellos Palavras-Chave: Domínio Luis Alves, Bacia do Guaratubinha, Riolito, Andesito

Situada no Domínio Luis Alves, a Bacia do Guaratubinha apresenta semelhanças com outras bacias encontradas na porção meridional da Província Mantiqueira como as bacias de Castro, Camarinha, Campo Alegre, Itajaí e Camaquã. Estas bacias, bem como a Bacia do Guaratubinha, são consideradas pós-tectônicas, com bordas controladas por falhas que se nuclearam durante o relaxamento crustal. Este mecanismo de formação induziu o preenchimento das bacias com associações vulcanossedimentares. Especificamente na Bacia do Guaratubinha o empilhamento estratigráfico se apresenta com um predomínio de rochas vulcânicas evulcanoclásticas sobrerochas sedimentares. Tento em vista a importância das rochas vulcânicas para entender o contexto geológico da bacia, este trabalho tem como objetivo propor um modelo de geração para as rochas vulcânicas ácidas e intermediárias. Este projeto de mestrado dá continuidade aos estudos litogeoquímicos iniciados pelo mestrando durante o seu trabalho de conclusão de curso, no qual foi definido que as rochas vulcânicas são geneticamente distintas. O modelo de geração buscará refinar a relação genética entre os derrames e apontar a origem mais provável. Consideram-se três hipóteses plausíveis para a geração dos magmas ácidos e intermediários: a primeira hipótese seria a contaminação de um magma mais primitivo, intermediário, que gerou as rochas intermediárias, por rochas encaixantes, resultando na formação das rochas ácidas; a segunda estaria relacionada a taxas de fusão parcial diferentes a partir de uma mesma fonte, gerando dois magmas distintos; e a terceira é de que os magmas seriam provenientes de fontes distintas. Para identificar qual a origem dos magmas, este trabalho será realizado por meio de análises litogeoquímicas, degeoquímica isotópica e geocronologia. Serão feitas etapas de campo complementares para coleta de mais amostras, visando à ampliação do universo amostral utilizado no TCC. A laminação e a preparação das amostras serão realizadas no Laboratório de Análises de Minerais e Rochas (LAMIR). As amostras para uma nova fase litogeoquímica e para geoquímica isotópica serão preparadas pelo processo de britagem, separação de partes indesejadas, quarteamento e pulverização em panela. O pó de rocha para a litogeoquímica será submetido à análise de rocha totalno LAMIR. Outra porção do pó de rocha, agora para geoquímica isotópica, seguirá para Universidade de Brasília (UnB) para aplicação dos métodos 87Sr/86Sr e 147Sm/144Nd. As amostras para a geocronologia serão preparadas também no LAMIR, onde serão britadas, quarteadas e pulverizadas em moinho de discos. O pó de rocha será tratado com líquidos de diferentes densidades e passagens em um separador magnético, resultando em um concentrado de cristais de zircão. Estes cristais serão enviados à Universidade de São Paulo (USP) para aplicação do método U/Pb. A análise de rocha total aplicada durante o TCC utilizou duas técnicas: a fluorescência de raios X (FRX) e a espectrometria de massa por indução de plasma acoplado (ICP-MS). A primeira foi utilizada para quantificar em porcentagem peso (wt%) os óxidos e a segunda para quantificar elementos traço em µg/g. Somente a FRX será aplicada a novas amostras para a litogeoquímica. Os dados obtidos serão tratados matematicamente e projetados em diagramas de classificação, diagramas de variação e multielementares, para que se possa observar os trends evolutivos, possíveis ambientes tectônicos e a assinatura geoquímica dos magmas estudados. Além destas aplicações, o uso de diagramas de variação associado à análise petrográfica permitirá a individualização de associações de rochas que compartilhem assembleias minerais, feições texturais e assinaturas geoquímicas semelhantes. A petrografia também ajudará a esclarecer questões como anomalias geoquímicas apontadas nos diagramas de variação e multielementares. As razões isotópicas 87Sr/86Sr e 147Sm/144Nd serão obtidas pela técnica de ICP-MS. Os dados resultantes serão projetados em diagramas de razão isotópica que definirão a assinatura isotópica dos magmas. Este estudo apontará fatores importantes da origem dos magmas, como o nível de derivação, crustal ou mantélico, ou ainda um possível protólito comum. Por último, o método U/Pb, para a geocronologia, utilizará a técnica de ablação a laser acoplado ao espectrômetro de massa (ICP-MS-LA), que medirá os isótopos em porções pontuais dos cristais de zircão. Os dados obtidos serão tratados em softwares específicos e projetados em diagramas de isócronas e de concórdia, para que se possa ter um valor de datação absoluta, que ajudará a compreender melhor o contexto de formação destas rochas.

Dados acadêmicos: Coorientadora: Prof.a Dr.a Barbara Trzaskos; Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: Modelo de geração das rochas vulcânicas ácidas e intermediárias da Bacia do Guaratubinha; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de pesquisa: Análise de Bacias Sedimentares; Data de entrada na pós-graduação: abril de 2016; N° de créditos concluídos: 8; Exame de qualificação: junho de 2017; Trabalhos publicados ou período de confecção: 01 resumo em congresso previsto para o 2° semestre de 2016, 01 resumo em simpósio previsto para o 1° semestre de 2017 e 01 artigo previsto para o 1° semestre de 2018; Possui bolsa: não.

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Análise comparativa do registro estratigráfico de sistemas deposicionais costeiros e marinhos rasos dominados por ondas do Paleozoico, Mesozoico e Quaternário: impactos na modelagem de reservatórios Berton, Fábio ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Fernando F. Vesely Palavras-chave: sedimentação episódica, ambientes costeiros/marinhos rasos, modelagem de reservatórios

A interpretação de ambientes de sedimentação e correlação de elementos deposicionais antigos se baseia fundamentalmente no princípio do atualismo, pois a maior parte dos modelos de fácies se apoia em características observadas em ambientes modernos. Reconstruções paleoambientais resultantes dessa abordagem são utilizadas em modelos que preveem a distribuição de propriedades petrofísicas em reservatórios de óleo e gás. Entretanto, o registro sedimentar é incompleto e grande parte do tempo geológico embutido nesse registro corresponde a períodos de erosão e/ou não deposição e depósitos associados a eventos episódicos de maior energia, diferentes dos processos usuais observáveis nos ambientes modernos. O presente trabalho se propõe a avaliar o potencial de preservação de fácies sedimentares costeiras/marinhas rasas no tempo geológico, e avaliar o potencial de aplicação de depósitos recentes como análogos de reservatórios em subsuperfície, já que arenitos costeiros/marinhos rasos formados em ambientes dominados por ondas geralmente formam corpos contínuos, relativamente homogêneos e de boa porosidade, características desejáveis em rochas reservatório. Espera-se estabelecer uma discussão a respeito do potencial de preservação de fácies sedimentares ao longo do tempo geológico, e avaliar limitações e vantagens na utilização de depósitos modernos como análogos de reservatórios. Como hipóteses iniciais de trabalho, admite-se que os registros relacionados a eventos episódicos têm maior potencial de preservação da erosão em longos períodos de tempo, e que a baixa resolução dos dados de subsuperfície limita a aplicação de modelos detalhados com base em depósitos modernos como análogos de reservatórios. Assim, foram escolhidas três áreas de estudo: uma em Rancho Queimado (SC), onde afloram sucessões costeiras/marinhas rasas do Membro Siderópolis da Formação Rio Bonito (Permiano Inferior da Bacia do Paraná); uma área offshore na Bacia de Santos, com dados de poços e dados sísmicos 2D e 3D em arenitos costeiros do Campaniano reservatórios de gás; e depósitos do Pleistoceno e Holoceno no litoral paranaense, expostos em cavas de extração de areia e registrados em seções de Ground-Penetrating Radar (GPR). A fase inicial da pesquisa envolve a revisão bibliográfica e homogeneização da terminologia a ser aplicada para os estudos, já que a análise de ambientes modernos tende a ser mais detalhada do que as interpretações aplicadas em seções antigas. Serão realizadas etapas de campo para determinação de fácies e associações de fácies nos depósitos modernos e antigos, seguindo o detalhamento utilizado nos levantamentos de depósitos quaternários para manter os parâmetros de comparação. Serão comparados também os dados de GPR do litoral paranaense (130 linhas, dentre as quais serão selecionadas as de melhor resolução) com linhas que serão levantadas na região de Rancho Queimado. Os dados de GPR são processados no programa RADAN, onde são aplicados filtros de passa-banda, remoção de ruídos de background, compressão das seções, correções topográficas e ganho. Em seguida, é feita a interpretação de radarfácies para determinação dos ambientes de deposição e geometrias em subsuperfície, assim como a determinação da arquitetura deposicional. Os dados de sísmica da Bacia de Santos, que serão fornecidos pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), abrangem 50 linhas sísmicas 2D (pós-stack, dentre essas serão selecionadas as linhas que interceptam os depósitos de interesse), 200 km² de sísmica 3D (pós-stack), e dados de 20 poços. Serão interpretadas fácies sísmicas e sua distribuição através da bacia com uso dos dados sísmicos 2D e de poços, enquanto a sísmica 3D será utilizada para análise de geomorfologia sísmica. A geomorfologia sísmica consiste na interpretação de superfícies geomórficas em subsuperfície com uso de sísmica 3D, para a determinação de elementos deposicionais. Estes dados serão utilizados para a modelagem da arquitetura de reservatórios em subsuperfície, na fase final do trabalho. Além da comparação das arquiteturas deposicionais entre os depósitos recentes/paleozoicos/mesozoicos, serão comparados também perfis de raios gama de poços da Bacia de Santos, de afloramentos da Bacia do Paraná e de exposições de depósitos quaternários. A aquisição dos perfis de raios gama em campo é feita com amostragem em intervalos de 20 cm com tempo de aquisição de 30 s, sendo necessária também a amarração com seções estratigráficas detalhadas para identificar variações de granulometria e concentrações de matéria orgânica ou minerais. O processamento dos dados envolve a conversão dos valores U, Th, K e contagem total em perfis gráficos, e sua conversão para unidades de API.

Dados acadêmicos: Co-orientadores: Profa. Dra. Maria C. de Souza, Prof. Dr. Carlos C.F. Guedes; Nível: doutorado; Título do projeto original da tese: Análise comparativa do registro estratigráfico de sistemas deposicionais costeiros e marinhos rasos do Quaternário, Mesozoico e Paleozoico: impactos na analogia de reservatórios; Área de concentração: Geologia Exploratória; Linha de pesquisa: Análise de Bacias Sedimentares; Data de entrada na Pós-Graduação: Abril de 2016; N° de créditos concluídos: 26; Entrega do PIPG: 30/10/2016; Trabalhos publicados ou em período de confecção: 0; Data da defesa: 30/03/2020; Possui bolsa: não.

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Vulcanismo Serra Geral Ácido Tipo Palmas, Planalto Sul de Santa Catarina, LIP Paraná-Etendeka Besser, Marcell Leonard ([email protected]) Orientadora: Prof.ª Dr.ª Eleonora Maria Gouvêa Vasconcellos Palavras-chave: LIP Paraná-Etendeka; Serra Geral; Vulcanismo Ácido

No elevado planalto sul de Santa Catarina estão distribuídas delgadas e erodidas sequências vulcânicas de natureza ácida. Elas formam atualmente platôs remanescentes de uma ampla superfície cretácea outrora conjugada a Etendeka, na Namíbia. O platô de São Joaquim (PSJ, 28º15’ - 28º28’S e 49º53’ - 50º28’W) conserva a principal exposição da sequência na região (215 km² e até 160 m de espessura real). A associação das 21 litofácies descritas durante o levantamento das 16 seções estratigráficas permite um reconhecimento inicial da arquitetura dos corpos vulcânicos e posterior interpretação a cerca de sua geometria. As litofácies máficas configuram derrames andesito-basálticos geralmente dos tipos Esmeralda e Gramado (baixo em TiO2). Os derrames são do tipo pahoehoe, espessos e zonados (centro maciço e bordas amigdaloidais), mas também do tipo a’a’, com brechas de basaltos escoriáceos e superfície rugosa. As rochas ácidas compreendem dacitos do tipo Palmas, predominantemente do subtipo Caxias do Sul. A sequência ácida é seccionada por diques basálticos (tipo Esmeralda) e acomoda uma soleira gabroica (tipo Pitanga, alto em TiO2). O PSJ é formado por pelo menos 09 unidades vulcânicas ácidas, individualizadas com base nas feições de campo e na correlação geoquímica. As unidades ácidas são extensas (~10 km de comprimento) e espessas (30-100 m). A arquitetura interna das unidades ácidas estrutura-se comumente nos seguintes níveis: (1) rocha amigdaloidal muito intemperizada de cor amarela e geometria ondulada oriunda do intemperismo de vitrófiros amigdaloidais com bandas de fluxo e de brechas autoclásticas formadas por rocha vesiculada e lentes de pitchstone. Esse nível ocorre tanto na base como no topo das unidades vulcânicas e compreende o revestimento do corpo da unidade (e teria sido gerado pela movimentação do fluxo sobre o terreno); (2) camadas selantes de pitchstone de composição dacítica, envelopando o centro litoidal do derrame ou então as frentes dos fluxos; (3) dacitos vitrofíricos a litoidais com bandamento de fluxo laminar plano-paralelo, contorcido ou dobrado. Essas estruturas teriam sido formadas pela influência das ondulações do terreno durante o escoamento do fluxo vulcânico; (4) dacitos vitrofíricos a litoidais com disjunções em lajes, cujos planos resultam possivelmente da diferença de velocidade do fluxo da lava entre um ponto e outro no interior da unidade à época de sua cristalização/formação; (5) parte central da unidade vulcânica com dacitos faneríticos muito finos a finos, maciços, com ou sem disjunções tabulares verticais ou disjunções colunares de grande porte. Ainda em termos geoquímicos, as rochas estudadas possuem afinidade com as rochas da unidade de Grootberg, na Namíbia, correlata ao subtipo Caxias do Sul. A pesquisa parte da hipótese que a LIP do Paraná também contém termos ácidos piroclásticos, à semelhança de outras províncias ígneas terrestres. No PSJ são encontrados localmente tufos cineríticos vítricos, evidência de processos piroclásticos raros e localizados. No entanto, não foram encontradas outras feições desses processos, tais como presença de fragmentos líticos, fiamme, bombas preservadas, níveis com soldagem incipiente ou afinamento distal dos corpos. Os derrames dacíticos preservados no PSJ percorreram distâncias anormalmente longas (>10 km) tendo em vista sua composição silicosa (67-70% de SiO2), configurando uma exceção nesse tipo de vulcanismo. Na Namíbia, onde o clima semi-árido permite uma exposição de afloramentos por longas extensões, vislumbra-se a geometria tabular e aspecto contínuo e homogêneo da sequência ácida da PMPE. Essa observação, aliada a ausência de feições dômicas no Grupo Etendeka pode ter sido mais um elemento a conduzir os autores a considerar a sequência inteira como ignimbrítica do tipo lava-like. A incomum dimensão dos riolitos de Snake River também levou a interpretações pioneiras de que todos os sítios vulcânicos fossem formados por ignimbritos, o que não se provou verdadeiro posteriormente. Os dacitos do PSJ e arredores aparentemente ocorrem como derrames e mesas vulcânicas extensas de centros tabulares, margens lobadas e ramificadas e tetos bastante ondulados. Essas unidades vulcânicas foram provavelmente erigidas por elevada taxa de efusão associada à alta temperatura e baixa viscosidade da lava, o que permitiu um escoamento mais substancial das lavas no interior da bacia basáltica.

Dados acadêmicos: Co-orientador: Prof. Dr. Antonio José Ranalli Nardy; Nível: doutorado; Título do projeto original da tese: Processos geradores dos platôs vulcânicos de São Joaquim-SC, Província Magmática do Paraná; Área de Concentração: Geologia exploratória; Linha de Pesquisa: Geologia Regional e Geotectônica; Data de entrada na pós-graduação: março de 2013; N° de créditos concluídos: 48; Exame de qualificação: Outubro de 2015; Trabalhos publicados ou período de confecção: 03 resumos publicados em seminário local; 01 resumo publicado em congresso nacional no segundo semestre de 2014; 01 resumo publicado em simpósio no primeiro semestre de 2015; 01 artigo publicado no segundo semestre de 2014; 01 artigo publicado no primeiro semestre de 2015; Data da Defesa: dezembro de 2016; Possui Bolsa: não; Apoio financeiro: FAPESP projeto 2011/10508-6.

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Magmatismo e deformação das rochas do depósito do Tocantinzinho, Província Aurífera do Tapajós: implicações geotectônicas e na mineralização Borgo, Ariadne ([email protected]) Orientadores: João Carlos Biondi (UFPR); Alain Chauvet (Universidade de Montpellier) Palavras-chave: geocronologia U-Pb em zircão, geocronologia 40Ar/39Ar, Província Aurífera do Tapajós

As rochas Orosirianas (2030-1800Ma) do Domínio Tapajós, no Cráton Amazonas, têm sido estudadas nas últimas décadas, visando a compreensão da gênese de suas mineralizações auríferas, em estudos de abrangência local e de sua evolução geotectônica, em estudos regionais. Contudo, os modelos, em ambos os casos, são controversos e necessitam de mais dados para serem discutidos de forma robusta. Apesar do caráter local desta pesquisa, visa-se contribuir com ambas as discussões. O objeto de estudo é o depósito de ouro do Tocantinzinho, no sudoeste do Pará, o maior conhecido no Domínio Tapajós. Este depósito evoluiu durante, no mínimo, 150Ma. Sua formação inicia-se com a colocação de granodioritos de assinatura cálcio-alcalina de alto potássio, cerca de 2005Ma atrás (2007±9Ma;2004±7Ma). Estas rochas constituem as encaixantes do depósito. Após um intervalo de 10Ma, estas rochas foram intrudidas pelas diferentes fácies que compõem o granito Tocantinzinho, seguido de numerosos diques de andesitos e raros de dacito, também cálcio alcalinos de alto potássio. O granito Tocantinzinho é formado por duas fácies principais, álcali-feldspato granito (1996±2Ma) e monzogranito (1989±1Ma), além de inúmeros corpos aplíticos e pegmatíticos, cujos contatos são definidos pela transição na granulometria dos minerais, sugerindo cogeneticidade e implicando num magma rico em fluidos e cristalizado em nível crustal raso. Os elementos traços indicam que o granito é mais evoluído que a encaixantes. O andesito (1998±8Ma), que varia de maciço a porfirítico, é geoquímicamente semelhante às encaixantes, sugerindo cogeneticidade. Enclaves angulosos de granito e granodiorito nos contatos e feições de mixing com o magma granítico, indicam que as intrusões ocorreram em momentos distintos e iniciaram-se nas fases finais de cristalização do granito. O dacito (1992±2Ma) apresenta enclaves das demais rochas nos contatos e tem uma geoquímica anômala, enriquecida em ETR pesados em relação aos leves, com forte depleção em európio, estrôncio, titânio e fósforo, sugerindo pertencer a uma série magmática distinta das demais rochas. A zona mineralizada, formada pelo granito e rochas subvulcânicas, limita-se lateralmente por falhas transcorrentes sinistrais de direção N80°W. Estas estruturas controlaram a colocação do granito e do andesito, que são alongados paralelamente à falha, assim como diques de andesito registram uma deformação sinistral concomitante a sua colocação. A natureza cálcio alcalina de alto potássio e anomalia em nióbio indicam os ambientes de arco continental tipo Andino e pós-colisional tipo Caledônia, como possíveis para a gênese destas rochas. Considerando a associação entre magmatismo e as falhas transcorrentes, a ausência de metamorfismo, cavalgamento, leucogranitos e migmatitos na região, o ambiente pós-colisional é o mais provável. A assinatura geoquímica das rochas e a associação com a tectônica, a exceção do dacito, permite compará-las com as rochas da Suíte Intrusiva Creporizão. As encaixantes, apesar de serem 10Ma mais antigas que o limite definido para esta Suíte (1997-1957Ma), mostram características geoquímicas e estruturais semelhantes, que diferem consideravelmente daqueles das rochas metamórficas do Complexo Cuiú-Cuiú (2033-2005Ma). A idade obtida para o andesito é incoerente com as relações de contato e idade do granito. Por sua textura porfíritica, considera-se que a cristalização dos minerais iniciou-se antes da colocação dos diques, provavelmente ainda na câmara magmática. Logo, a idade máxima de colocação do andesito é de 1989Ma, idade da fácies mais nova do granito. Na zona mineralizada as rochas foram hidrotermalizadas, deformadas em regime rúptil e mineralizadas, em duas fases principais. A primeira é caracterizada por brechas e fraturas em preenchidas por sericita ± pirita ± muscovita. Estes silicatos foram datados em ~1860Ma (1865±5Ma; 1853±6Ma), ou seja, 130Ma mais jovens que o granito. A segunda fase foi controlada pelas falhas transcorrentes, cuja movimentação sinistral gerou veios, vênulas e brechas, paralelas entre si e orientadas N20-30°E, relacionáveis às fraturas tipo T no sistema Riedel. Quartzo ± clorita ± rutilo ± galena ± calcopirita ± esfalerita ± ouro preenchem estas estruturas. O hábito hexagonal e textura em pente do quartzo permitem definir que a cristalização mineral ocorreu em planos abertos, concomitantemente à abertura dos veios. Desta forma, entende-se que a mineralização é desconectada temporal e geneticamente do magmatismo do granito Tocantinzinho e que a tectônica foi responsável pela geração das estruturas mineralizadas, as quais tem uma idade máxima de 1860Ma. Por isto, a caracterização do fluido mineralizador é imprescindível na definição da origem e, consequentemente, do modelo genético do depósito do Tocantinzinho.

Dados acadêmicos: Nível: doutorado; Título do projeto original da tese: Metalogenia, geocronologia, geoquímica e geologia estrutural do depósito de ouro do Tocantinzinho (Província Aurífera do Tapajós): relação entre deformação, hidrotermalismo e mineralização; Área de concentração: Geologia Exploratória; Nome da linha de pesquisa: Análise de depósitos minerais; Data de entrada na pós-graduação: março de 2013; Nº de créditos concluídos: 41; Exame de qualificação: outubro de 2015; Trabalhos publicados ou em período de confecção: 2;

Data da defesa: março de 2017; Possui bolsa: sim; período: 48 meses; Fonte pagadora: CAPES.

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Reavaliação do contexto deposicional e arcabouço estratigráfico de potenciais reservatórios do Grupo Itararé, Bacia do Paraná. Carvalho, Amanda Hammerschmidt ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Fernando Farias Vesely Palavras-chave: deglaciações, estratigrafia de sequências, preenchimento de paleovales.

O Grupo Itararé (permocarbonífero) foi reconhecido como o principal alvo exploratório da Bacia do Paraná, visto as diversas ocorrências de gás e condensado registradas, além de uma acumulação subcomercial de gás. Um dos fatos que colabora com este potencial é que tal grupo é caracteristicamente composto por sequências com padrão de empilhamento retrogradacional, com registros pontuais de intervalos progradacionais, constituídas genericamente por unidades arenosas basais limitadas por discordância, sobrepostas por unidades pelíticas, o que lhe confere características de potenciais reservatórios e selos, respectivamente. Estudos anteriores realizados em intervalos aflorantes cronocorrelatos a unidades reservatório apontaram divergências de interpretação quanto ao modo de deposição dessas rochas e, consequentemente, quanto à geometria e arquitetura das mesmas, o que impacta diretamente a exploração de hidrocarbonetos. Sendo assim, propôs-se a caracterização em detalhe de duas dessas unidades arenosas, aflorantes na borda leste da bacia – os arenitos Pedra Alta e Lapa (denominação informal) – visando colaborar com o entendimento sobre os reservatórios da Bacia do Paraná. A pesquisa, até o momento focada no arenito Pedra Alta, envolveu trabalhos de campo durante os quais foram descritos afloramentos, levantados perfis estratigráficos verticais, coletados dados de paleocorrentes, confeccionados fotomosaicos e uma seção geológica. A partir disto, identificou-se um sistema deltaico com geometria em leque, padrão de empilhamento progradacional e glacioinfluenciado, ou seja, construído sob influência das águas de degelo oriundas do recuo das geleiras neopaleozoicas. Foram identificadas cinco associações de fácies representativas de: fluxos densos não coesivos, ambiente glaciomarinho profundo, depósitos de transporte em massa, frente deltaica e planície deltaica. A variação entre essas associações de fácies ocorre de forma transicional e, por vezes, interdigitada, compondo um intervalo que sugere um momento de regressão normal da linha de costa, com a deposição culminado com o arenito em questão. Pôde-se construir um modelo de evolução da sedimentação que deu origem ao intervalo, além de se registrar cogeneticidade entre fluxos hidrodinâmicos continentais e fluxos gravitacionais subaquosos, em ambiente marinho. Estes resultados diferem de modelos propostos anteriormente na literatura, visto que a unidade arenosa não é limitada por discordância e não constitui a base de uma sequência deposicional. Quanto ao arenito Lapa, dados já publicados sugerem que o mesmo seja resultado do preenchimento de um paleovale, visto que sua geometria em planta configura uma crista estreita e alongada, com largura máxima de aproximadamente 1,5 quilômetro e cerca de 100 quilômetros de extensão, que repousa em discordância sobre diamictitos e ritmitos do próprio Grupo Itararé. Contudo, ainda não há consenso quanto ao modo de incisão desse vale e quanto aos processos que levaram ao seu preenchimento. Devido à dimensão quilométrica da incisão que ao ser preenchida originou o arenito Lapa e ao contexto glacial de deposição dessas rochas, aventa-se a hipótese de que este paleovale tenha origem subglacial (feição tipo tunnel-valley), à exemplo de feições similares descritas em intervalos glaciados de outras bacias sedimentares ao redor do mundo. Para melhor caracterização da geometria interna do arenito Lapa, dos processos envolvidos na sua deposição e seu limite basal, serão adquiridos dados geofísicos usando o método GPR (Ground Penetrating Radar), serão levantados perfis estratigráficos verticais, individualizando fácies sedimentares e aferindo paleocorrentes, além da análise de perfis de poços perfurados sobre o arenito. Com os resultados obtidos até o momento observam-se diferentes estilos arquitetônicos relacionados aos potenciais reservatórios do Grupo Itararé (confinado vs. desconfinado). Também pode-se constatar que o contexto estratigráfico dessas unidades arenosas não se encaixa no modelo vigente de sequências deposicionais com padrão empilhamento essencialmente retrogradacional. Sendo assim, faz-se necessária uma reavaliação do arcabouço estratigráfico do Grupo Itararé integrando resultados da literatura, dados adquiridos em campo e dados de subsuperfície, incluindo sísmica 2D processada (pós-stack), a ser solicitada à Agência Nacional do Petróleo (ANP), e dados de poços exploratórios públicos já disponíveis.

Dados Acadêmicos: Co-orientadores: Dr. Paulo Sérgio Gomes Paim (Universidade do Vale do Rio dos Sinos) e Dr. Almério Barros França (Universidade Federal do Paraná); Nível: Doutorado; Título do projeto original: “Geometria e arquitetura de unidades reservatório em bacias glaciadas: reavaliação do arenito Lapa, Grupo Itararé, Bacia do Paraná”; Área de concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de bacias sedimentares; Data de entrada: março de 2014; Nº de créditos concluídos: 37; Exame de qualificação: fevereiro de 2017; Trabalhos publicados ou período de confecção: 03 resumos publicados no IX Simpósio Sul-Brasileiro de Geologia (2015), 01 resumo expandido apresentado no 8° Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Petróleo e Gás (2015), 01 artigo a ser submetido no primeiro semestre de 2016, 02 resumos submetidos ao 48° Congresso Brasileiro de Geologia (2016). Data da defesa: agosto de 2018; Possui bolsa: Sim. Período: 54 meses; Fonte pagadora de abril/2014 a setembro/2015: Programa Interdisciplinar em Engenharia de Petróleo e Gás da UFPR (PRH-24); a partir de outubro/2015: CAPES.

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Modelos termodinâmicos aplicados às rochas do Complexo de Jacupiranga (Cajati-SP): evolução petrológica e magmas parentais Chmyz, Luanna ([email protected]) Orientadores: João Carlos Biondi (UFPR) e Nicolas Arnaud (Geoscience Montpellier– França) Palavras-chave: rochas alcalinas; carbonatito; MELTS.

O Complexo de Jacupiranga (SP) é uma das várias ocorrências alcalinas de idade Meso-Cenozóica intrudidas ao longo das margens da Bacia do Paraná. O complexo compreende uma grande variedade de litotipos, incluindo dunitos, wehrlitos, clinopiroxenitos, rochas da série ijolítica, dioritos, sienitos, monzonitos, lamprófiros e carbonatitos ricos em apatita. Baseado em dados de campo, petrográficos, geoquímicos e de química mineral, as rochas silicáticas são divididas em três grupos: (1) dunitos/wehrlitos, (2) grupo A (clinopiroxenitos, melteigitos e ijolitos) e (3) grupo B (dioritos, sienitos, monzonitos e lamprófiros). Testes de modelagem termodinâmica foram realizados por meio do algoritmo MELTS com a finalidade de se avaliar os possíveis magmas parentais para as rochas do Complexo de Jacupiranga. Os cálculos foram realizados considerando baixas pressões (P = 1 kbar, baseado em resultados de geobarômetro de clinopiroxênio), uma fugacidade de oxigênio conforme o buffer QFM e temperaturas inicias de em média 1200°C. As rochas do grupo A apresentam feições tipicamente cumuláticas e tendências lineares em diagramas de rocha total e química mineral (clinopiroxênio e biotita). Propõe-se, portanto, que processos de cristalização fracionada e acumulação em uma câmara magmática rasa tenham gerado esses litotipos. Dados petrológicos e experimentais da literatura sugerem líquidos de composição nefeliníticas como magmas parentais para diversas associações ultrabásicas-alcalinas. Dada à ausência de rochas desta composição no Complexo de Jacupiranga, optou-se por compilar da literatura a composição de uma amostra de nefelinito do Complexo de Anitápolis (unidade localizada em Santa Catarina e que apresenta variedade de litotipos, idade e contexto geotectônico similares aos de Jacupiranga) e utilizá-la como líquido inicial na modelagem MELTS. As primeiras fases fracionadas previstas por este modelo são clinopiroxênio, Ti-magnetita, apatita e olivina, a mesma assembleia mineral descrita nos clinopiroxenitos. A cristalização de nefelina ocorre nos estágios finais de fracionamento (T = 862°C), gerando os melteigitos e ijolitos. A olivina prevista por esse modelo apresenta Fo83, tal qual a observada nos dunitos/wehrlitos. No entanto, o modelo prevê fracionamento simultâneo de Ti-magnetita (ausente nos dunitos/wehrlitos), impedindo uma relação genética entre dunitos/wehrlitos e o magma nefelinítico. Já para o grupo B, testou-se um líquido inicial de composição tefrítica/basanítica, utilizando-se uma amostra de lamprófiro do próprio complexo. Neste modelo, as primeiras fases fracionadas são olivina, clinopiroxênio e Ti-magnetita, justamente os principais componentes das rochas ultramáficas de Jacupiranga. A olivina prevista neste modelo apresenta o mesmo conteúdo em forsterita (Fo83) apresentado pela olivina dos dunitos e wehrlitos. A ausência de nefelina entre as fases fracionadas impede, no entanto, que as rochas do grupo A também tenham sido geradas a partir deste líquido. A linha teórica de evolução do líquido tefrítico segue as mesmas tendências apresentadas pelos dioritos e sienitos do grupo B em diagramas de variação de rocha total. Além disso, este modelo prevê o fracionamento de sanidina, plagioclásio e clinopiroxênio durante os estágios finais de evolução do líquido, a mesma assembleia descrita nos dioritos e sienitos. Propõe-se, portanto, que duas séries magmáticas distintas tenham gerado as rochas silicáticas do Complexo de Jacupiranga: (1) a primeira envolvendo os clinopiroxenitos, melteigitos e ijolitos, gerados a partir da cristalização fracionada de um magma nefelinítico e (2) uma segunda série representada pelos lamprófiros, dioritos e sienitos, gerada a partir de um magma tefrítico, também por processos de cristalização fracionada. Os dunitos e wehrlitos possivelmente relacionam-se à segunda. Idades 40Ar/39Ar obtidas em diferentes litotipos indicam que estas duas séries evoluíram sincronicamente (clinopiroxenito: 131.7±0.5 Ma; lamprófiro: 131.8±0.6 Ma; diorito: 131.4±0.7 Ma). A participação de um magma nefelinítico na gênese das rochas silicáticas do Complexo de Jacupiranga pode ser um indicativo da origem dos carbonatitos, uma vez que magmas nefeliníticos são classicamente relacionados a magmas carbonatíticos gerados por imiscibilidade de líquido.

Dados acadêmicos: Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Geocronologia, petrologia e depósitos minerais do Complexo alcalino-carbonatítico de Jacupiranga; Área de concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de depósitos minerais; Número de créditos concluídos: 43; Exame de qualificação: novembro de 2015; Trabalhos publicados ou período de confecção: 2 resumos aceitos em congressos, submissão de artigo em maio/2016, segundo artigo a ser submetido em janeiro/2017; Data de defesa: fevereiro de 2017; Possui bolsa: Sim; Período: 48 meses; Fonte pagadora: CAPES.

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Caracterização dos mecanismos de deformação na Zona de Cisalhamento Lancinha - Cubatão Conte, Thailli ([email protected]) Orientadora: Prof. Dr. Geane Carolina Gonçalves Cavalcante Palavras-chave: microestruturas, EBSD, Província Mantiqueira.

A Província Mantiqueira (PM) formou-se a partir da colisão entre os crátons São Francisco e Congo durante a amalgamação do Gondwana Oeste, no final do Neoproterozóico (~600 Ma). Este processo de escape tectônico deu origem às zonas de cisalhamento transpressivas que constituem o Cinturão Ribeira (CR), ao sul do qual está localizada a Zona de Cisalhamento Lancinha-Cubatão (ZCLC). A área de estudo deste trabalho extende-se do norte da região metropolitana de Curitiba (PR) até a cidade de Registro (SP), e engloba o segmento sul da ZCLC, aonde afloram granitos milonitizados e filonitos, deformados sob condições de fácies anfibolito. Apesar da boa exposição de seguimentos crustais no sistema Lancinha-Cubatão, pesquisas que abordem mecanismos de deformação são ausentes ou escassas. Neste projeto, o estudo da microtectônica focará nos protomilonitos, milonitos e ultramilonitos, rochas constituintes do núcleo do embasamento da Faixa Apiaí, pertencentes aos terrenos Tigre, Betara e Apiaí Mirim. Durante a deformação crustal o comportamento reológico dos minerais exerce um importante controle na acomodação da deformação. A forma como este processo ocorre está diretamente ligada à anisotropia cristalográfica, taxa de deformação, presença de fluidos e condições de temperatura e pressão. Sendo assim, as estruturas geradas nas rochas deformadas representam o resultado dos processos experimentados por estes materiais. Este trabalho objetiva identificar as condições de P e T atuantes durante o momento da deformação; identificar os mecanismos de deformação responsáveis pela geração de microestruturas nas rochas deformadas ao longo da zona de cisalhamento Lancinha – Cubatão; investigar como ocorre a acomodação da deformação ao longo de uma zona de cisalhamento extensa e caracterizar o contraste reológico entre as diferentes fases minerais deformadas durante o desenvolvimento da zona de cisalhamento. A execução do trabalho contará com trabalhos de campo para reconhecimento do contexto metamórfico e deformacional, coleta de amostras orientadas para confecção de seções delgadas e polidas, análise ao microscópio ótico para reconhecimento de assembleias minerais e microestruturas, e escolha de áreas para análises MEV-EBSD (Microscópio Eletrônico de Varredura - Electron Backscattered Diffraction). A identificação dos mecanismos de deformação responsáveis pela microdeformação e geração de microestruturas, feita através da técnica MEV-EBSD, permite compreender como se deu a acomodação da deformação e reconhecer quais as condições de temperatura e pressão atuantes durante o processo deformacional. Além disso, a técnica será aplicada para obtenção de medidas de orientação cristalográfica preferencial (OCP), caracterização dos tamanhos de grão, intensidade da trama cristalográfica e distribuição dos ângulos de desorientação (misorientation angles). Medidas de OCP são realizadas a partir da indexação dos padrões de difração (EBSPs), produzidos por elétrons retroespalhados que difratam ao longo de planos atômicos dos cristais, dando origem às bandas de difração. O tratamento e interpretação dos dados obtidos será feito em ambiente MatLab®, utilizando o software MTex 4.0.16. A execução da pesquisa contará com a infraestrutura laboratorial da UFPR, sendo o Centro de Microscopia Eletrônica equipado com um equipamento MEV QUANTA FEG 450 acoplado a detectores EBSD, WDS e EDS (tecnologia EDAX-TSL, software OIM (Orientation Imaging Microscopy)), além do Centro de Ciência e Tecnologia do Instituto LACTEC, que dispõe de um MEV TESCAN MIRA3 FEG acoplado a detectores EBSD, EDS e WDS, e a um software AZtec da HKL instruments, para aquisição de dados EBSD. A preparação das amostras será feita no Laboratório de Minerais e Rochas – LAMIR. Todo o trabalho, incluindo o trabalho de campo e o material de consumo, será financiado por recursos do projeto CNPq universal 14/2014; Processo: 443725/2014-4, realizado em conjunto pelos orientadores.

Dados Acadêmicos: Co-orientador: Leonardo Evangelista Lagoeiro; Nível: mestrado; Área de concentração da dissertação: Geologia exploratória; Linha de pesquisa: Evolução crustal; Data de entrada na pós-graduação: 01 de abril de 2016; N° de créditos concluídos: 8; Exame de qualificação: julho de 2017; Trabalhos publicados ou em período de confecção: 01 resumo submetido em congresso; Data da defesa: março de 2018. Possui bolsa: sim. Período: 24 meses. Fonte financiadora: CAPES.

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Interpretação paleoclimática nas Formações Taciba e Rio Bonito (Bacia do Paraná) com base em assinaturas de raios gama e argilominerais Costa, Hérlon da Silva ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Marivaldo dos Santos Nascimento Palavras-chave: gamaespectrometria, argilominerais, paleoclima, Formações Taciba e Rio Bonito.

A sequência sedimentar permo-cabonífera da Bacia do Paraná é marcada por mudanças ambientais relacionadas a flutuações paleoclimáticas ocorridas durante a migração do Supercontinente Gondwana para norte. Sucessões flúvio-deltaicas glacio-influenciadas da Formação Taciba (Grupo Itararé) e flúvio-deltaicas de vales incisos da Formação Rio Bonito (Grupo Guatá), desenvolvidas durante este período, afloram na região de Rancho Queimado (SC) e incluem especialmente folhelhos e arenitos. Este trabalho investiga variações paleoclimáticas ocorridas durante a formação destes depósitos integrando assinaturas gamaespectrométricas e análises semiquantitativas de argilominerais nos seus estratos. Argilominerais são importantes componentes estratigráficos destas unidades e se refletem com clareza nos espectros de raios gama emitidos pelo potássio (K), urânio (eU), tório (eTh) e contagem total (CT). Enquanto o K e o U são removidos durante o intemperismo químico, o Th é, teoricamente, concentrado, pelo que as razões eTh/K e eTh/eU podem ser usadas como indicadores paleoclimáticos. Os argilominerais foram identificados por microscopia eletrônica de varredura (MEV) e difração de raios-X (DRX). Foram analisadas 15 amostras da Formação Taciba e 12 da Formação Rio Bonito, ordenadas da base para o topo dos perfis, que compreende uma sucessão contínua de aproximadamente 90 m. A illita detrítica domina, especialmente, nos estratos inferiores de prodelta a frente deltaica intermediária (marinhos) da Formação Taciba e tende a diminuir para o topo nos estratos de planície deltaica (transicional). Na Formação Rio Bonito, a caulinita é encontrada com frequência, especialmente, nos arenitos deltaicos e fluviais (base). A illita domina nos folhelhos de depósitos baía e laguna (influenciados por maré). A illita representa cerca de 50 % dos minerais identificados nas amostras, seguida de fases cristalinas secundárias, como grafita (30 %), quartzo (10 %), caulinita (< 10%), dentre outros. A perfilagem gamaespectrométrica em quatro afloramentos, totalizam uma seção de 28 m, com intervalo de amostragem de 10 centímetros e tempo de integração de 120 segundos, evidenciam concentrações variáveis de K (%), eU (ppm), eTh (ppm) e contagem total (CT, em ppm de eU). Na Formação Taciba são registrados teores elevados dos três radionuclídeos (K, eU e eTh), evidenciados pela CT, e baixas razões eTh/K e eTh/eU, variando entre 5 e 7, porém, nos arenitos do topo da seção, essas razões crescem rapidamente, chegando a picos de até 35. A Formação Rio Bonito registra significativa diminuição na concentração destes três radionuclídeos em direção ao topo da seção, especialmente de K e eU, em relação ao eTh. Tal comportamento influenciou o aumento das razões eTh/K e eTh/eU, as quais são menores que 5 na base e atingem valores próximos a 10 em direção ao topo da seção. Os resultados obtidos, até o momento, atestando baixas razões eTh/K e eTh/eU, e o domínio de illita detritica nos estratos da Formação Taciba, indicam clima frio e seco durante a deposição destes estratos. Por outro lado, o aumento significativo das razões eTh/K e eTh/U, a presença de caulinita nos poros e a alteração de feldspatos para o topo da Formação Rio Bonito, sugerem o estabelecimento de condições climáticas progressivamente mais quentes e úmidas. As variações cíclicas das razões observadas nos estratos desta unidade sugerem variações sazonais na temperatura, que podem ter favorecido a lixiviação de K e U em determinados períodos e o acúmulo em outros. Dados geoquímicos adicionais a este estudo, indicados pelos baixos valores de CIA (Chemical Índex of Alteration) nas amostras, sugerem influência irrelevante do intemperismo químico na área-fonte, e que os processos deposicionais pouco influenciaram na distribuição dos espécimes de argilominerais nas sucessões litoestratigraficas investigadas.

Dados acadêmicos: Co-orientador(es): Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira; Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação/tese: Interpretação paleoclimática das formações Taciba e Rio Bonito (Bacia do Paraná) com base em assinaturas de raios gama e argilominerais; Área de Concentração: Geologia exploratória; Nome da Linha de Pesquisa: Análise de Bacias Sedimentares; Data de entrada na pós-graduação: abril de 2015; Número de créditos concluídos: 18; Exame de qualificação: junho de 2016; Trabalhos publicados ou período de confecção: 01 resumo submetido em congresso; Data da Defesa: março de 2017; Possui Bolsa: não; Período de recebimento de bolsa: de abril de 2015 à abril de 2016 ; Fonte pagadora: CAPES.

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Influência da proveniência e diagênese na heterogeneidade de litofácies turbidíticas, Bacia do Itajaí, Santa Catarina Costa, Michel Silva ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Marivaldo dos Santos Nascimento Palavras-chave: Proveniência, Diagênese, Bacia do Itajaí.

Sistemas turbidíticos constituem sucessões sedimentares com heterogeneidade complexa em diversas escalas, que são controladas pela proveniência, processos deposicionais e história diagenética. São fatores que exercem profunda influência nas características petrofísicas destas rochas, pois controlam a arquitetura e geometria da rede de poros, os padrões de permeabilidade, pressão capilar e a forma de fluxo de fluidos intersticiais. A Bacia do Itajaí compreende extensos depósitos de leques submarinos turbidíticos desenvolvidos em um contexto de ante-país, durante os estágios finais do Ciclo Brasiliano. Este trabalho integra dados petrográficos e geoquímicos para investigar a influência da proveniência e dos processos diagenéticos nas heterogeneidades destas rochas, em meso e microescala. Os constituintes detríticos e diagenéticos de 44 amostras de arenitos turbidíticos foram analisados em microscópios óptico e eletrônico de varredura. A composição detrítica foi definida por análise modal (500 grãos/lâmina) e e lançada nos diagramas Q-F-L para classificação, Qt-F-L e Qm-P-K para dedução de ambiente tectônico. A concentração de 10 óxidos maiores em 30 amostras, determinada por fluorescência de raios-X, foi usada na classificação química dos arenitos e determinação de ambiência tectônica. Os arenitos são moderados a bem selecionados, com baixa maturidade mineralógica e textural, com predominância de quartzo monocristalino e policristalino (50-75 %). Os K-feldspatos e plagioclásios perfazem entre 20 a 45 % do arcabouço. Os fragmentos líticos metamórficos, sedimentares e de vulcânicas básicas representam menos de 10 %. A matriz argilosa é abundante na fáceis distal dos lobos turbidíticos, onde ocorre associada e/ou substituída por cimento carbonático. A caulinita diagenética encontra-se associada a filamentos de illita abundantes na matriz. A clorita ocorre dispersa na porosidade intergranular, associada a palhetas de micas e líticos vulcânicos. O cimento carbonático ocorre como substituição de feldspatos, às vezes forma textura poiquilotópica. Os dados geoquímicos evidenciam aumento progressivo de carbonato dos depósitos de lobos frontais para os distais, onde os valores inversamente proporcionais de calcita e dolomita atestam processo de dolomitização. Valores elevados de ‘perda ao fogo’ nas amostras dos lobos distais indicam maior concentração de CO2 presentes nos minerais carbonáticos. Enquanto as composições modais plotam nos campos de arcóseo e subarcóseo, com pouca tendência ao campo da grauvaca, a composição química destas rochas indica classificação nos campos de litarenito, arcóseo e grauvaca. Isto revela que a presença de plagioclásio e líticos vulcânicas básicos nas amostras e o processo de albitização interferem no percentual de Na2O. Os valores de SiO2 e Al2O3+K2O+Na2O sugerem clima semi-árido, favorável à preservação do arcabouço original, antes do soterramento. Em diagramas de discriminancia tectônica QtFL são indicadas fontes de cráton enquanto nos diagramas QmPK plotam no campo de cinturões orogênicos. Os padrões de paleocorrentes indicam aporte sedimentar a partir do Cráton Luís Alves e o Cinturão Dom Feliciano. Ambiente de sedimentação em margem ativa e passiva são indicados nos diagramas geoquímicos de TiO2 e Fe2O3/MgO. Os diagramas de SiO e K2O/Na2O mostram forte tendência de formação dos leques submarinos em contexto de margem ativa. Variações na mineralogia, textura e geoquímica dos arenitos estudados refletem uma complexa relação entre proveniência, processos deposicionais e história diagenética. Ao considerar esses fatores, pode-se entender, com mais eficácia, os efeitos destes fatores na modelagem geológica, essencial para alcançar uma representação realística do reservatório.

Dados academicos: Co-orientador(es): João Felipe Coimbra Leite Costa; Nível: Doutorado; Título original da tese: Estudo da heterogeneidade em sistemas turbidíticos com base em análogos de afloramento (Bacia do ltajaí), SC: implicações da proveniência, sedimentação e diagênese na modelagem e propriedades de reservatórios; Área de concentração: Geologia exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de Bacias Sedimentares; Data de entrada: abril de 2015; Número de créditos concluídos até agora: 28; Exame de qualificação: agosto de 2017; Data de defesa: março de 2019; Possui Bolsa: Sim; Fonte Pagadora: CAPES.

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Relações entre mineralização aurífera e granito – Estudo pluridisciplinar do depósito de ouro do Granito Passa Três (Leste do Paraná) Dressel, Bárbara Carolina ([email protected]) Orientadores: Prof. Dra. Barbara Trzaskos (UFPR); Dr. Alain Chauvet (Université Montpellier) Palavras-chaves: mineralização aurífera, Granito Passa Três; neoproterozoico

O Granito Passa Três localiza-se no leste do Estado do Paraná, sul do Brasil e apresenta formato alongado segundo a direção NNE-SSW. Esse corpo granítico está alojado nos metapelitos de idade paleoproterozoica do Grupo Açungui (Cinturão Ribeira, Província Mantiqueira), entre as falhas transcorrentes de Morro Agudo e Lancinha. Estas falhas formam um corredor de deformação denominado Sistema de Transcorrência Lancinha, de direção N40oE. A mineralização aurífera do Granito Passa Três é constituída por veios de quartzo segmentados, com espessura centimétrica a métrica, contendo, além do quartzo como ganga, sulfetos (pirita, calcopirita, galena, molibdenita), fluorita, clorita, muscovita, sericita e carbonato. Este trabalho tem como objetivo principal a definição do modelo metalogenético do depósito de ouro do Granito Passa Três e, de forma específica, pretende-se: compreender a geometria dos corpos de minério e sua formação, assim como a distribuição das zonas hidrotermais; compreender as relações entre o magmatismo, hidrotermalismo, deformação e mineralização; caracterizar a natureza e a fonte dos fluidos mineralizadores; e datar os eventos magmáticos e hidrotermais. Para atingir tais objetivos, além das campanhas de campo, serão aplicados os seguintes métodos: descrição de testemunhos de sondagem; petrografia luz transmitida e refletida; análises geoquímicas; inclusões fluidas; análises geocronológicas Ar-Ar em micas, U-Pb em zircões e Re-Os em molibdenita, além de métodos auxiliares como microssonda eletrônica e microscópio eletrônico de varredura. Em campo, foram identificados dois sistemas principais de falhas e de filões, de direção N-S e E-W, com mergulhos de 60-75°W e 45-70°S, respectivamente. Nesses sistemas, rejeitos normais são os mais frequentes, onde os veios mineralizados estão alojados em sítios de abertura, tipo pull-aparts, podendo apresentar diferentes texturas internas, como texturas maciças, bandadas, cisalhadas e/ou brechadas. A configuração de tipo pull-apart é observada em diferentes escalas, desde a de afloramento até em seção delgada. Nesses termos, observações petrográficas e de campo indicam que a formação dos veios mineralizados teria ocorrido em quatro fases: Fase 1 [alteração de sericita e clorita, colocação de aplito], Fase 2 [Quartzo 1], Fase 3 [Quartzo 2 + Pirita 1 + Galena 1 + Ouro 1 + Calcopirita 1] e Fase 4 [Pirita 2 + Calcopirita 2 + Ouro 2 + Galena 2 + Fluorita]. O ouro se encontra principalmente na Pirita 1, localizado em pull-aparts e fraturas perpendiculares à atitude do veio, estando frequentemente associado à calcopirita e à galena. Esses dados sugerem modelo estrutural de formação em contexto extensional, constituído por episódio de deformação polifásico, associado à entrada de fluidos e vários estágios de alteração. A deformação é caracterizada pelo desenvolvimento dos dois sistemas de falhas normais (E-W e N-S), associada à alteração do granito. Como consequência do desenvolvimento das falhas normais, sítios de abertura são criados, como sistemas do tipo pull-apart, e preenchidos por fluidos hidrotermais, formando a mineralização. Adicionalmente, são observados aplitos e pegmatitos nas proximidades de alguns veios mineralizados, interpretados como estágios finais do magmatismo. Também são observados cristais de feldspato (adulária?) nas bordas de certos veios, os quais podem representar a presença de material magmático como preenchimento precoce dos veios de quartzo hidrotermal, questionando, portanto, a existência de ligação entre o magmatismo e a formação dos veios. Com intuito de compreender a transição entre as fases magmáticas tardias e a hidrotermal, análises geocronológicas estão em andamento a fim de determinar as idades do magmatismo (U-Pb em zircão), do hidrotermalismo (Ar-Ar em adulária e muscovita) e da mineralização (Re-Os em molibdenita). Após a finalização das análises geocronológicas, serão realizadas as análises geoquímicas, análises isotópicas (Δ13C e Δ18O de carbonatos e Δ34S dos sulfetos e das zonas de alteração) e de inclusões fluidas com o intuito de compreender as alterações hidrotermais e caracterizar o fluido mineralizador. Com o auxílio desses novos dados, espera-se contribuir com a compreensão do modelo de depósitos de ouro do tipo «granite-hosted» e, em particular, com o caso específico representado pelo depósito do Granito Passa Três, onde os veios de quartzo não associados a stockwork, encontram-se mineralizados somente no interior do granito, não sendo observados nas rochas encaixantes.

Dados acadêmicos: Co-orientador(es): Prof. Dr. João Carlos Biondi (UFPR), Dr. Olivier Bruguier (Université Montpellier), Dr. Patrick Monié (Université Montpellier); Nível: doutorado; Título do projeto original da tese: Análise estrutural, petrológica e metalogenética da mineralização aurífera do Granito Passa Três (Campo Largo - PR, Brasil); Área de Concentração: Geologia exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de depósitos minerais; Data de entrada na pós-graduação: agosto de 2014; No de créditos concluídos: 36; Exame de qualificação: janeiro de 2017; Trabalhos publicados ou período de confecção: 02 resumos aceitos em Congressos e 01 artigo previsto para o 2º semestre de 2016; Data da Defesa: julho de 2018; Possui Bolsa: sim; Período: 48 meses; Fonte pagadora: CAPES.

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Deltas de energia mista da interface Itararé-Rio Bonito no leste de Santa Catarina Eler, Matheus Henrique Paiva ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Fernando Farias Vesely Palavras-chave: Eopermiano, Bacia do Paraná, delta

Deltas são conhecidos por sua complexidade morfológica e arquitetônica devido à interação de agentes deposicionais como rios, marés e ondas. A identificação da influência de cada um desses agentes se faz necessária para uma melhor compreensão da evolução desses sistemas sedimentares, assim como da distribuição espacial de corpos arenosos potencialmente reservatórios. Neste trabalho é analisado o intervalo eopermiano da Bacia do Paraná, compreendido pelo topo do Grupo Itararé e base da Formação Rio Bonito, no leste de Santa Catarina, onde está registrado um sistema deltaico de energia mista, ou seja, um delta contendo feições sedimentares geradas por influência de marés, ondas e rios. Portanto, este trabalho propõe: i) a caracterização das fácies e associações de fácies e a interpretação da evolução sedimentar da porção superior do Grupo Itararé e base da Formação Rio Bonito; ii) a caracterização dos sistemas deltaicos presentes nesse intervalo, visando a compreensão da assinatura dos diferentes agentes atuantes durante a deposição. O intervalo estudado é composto por arenitos, lamitos e heterolitos empilhados num padrão de argilosidade decrescente para cima, configurando uma progradação deltaica instalada em um ambiente marinho. Através do levantamento de perfis estratigráficos verticais, análise de fácies e paleocorrentes na região entre Presidente Getúlio-SC e Vitor Meireles-SC, foi possível dividir esse intervalo em três grandes unidades deposicionais: 1) prodelta, 2) frente deltaica e 3) planície deltaica. Os depósitos de prodelta incluem folhelhos cinzentos e heterolitos com estratificação lenticular. A frente deltaica pode ser diferenciada em três associações de fácies de acordo com a influência relativa de ondas e marés: 2a) frente deltaica dominada pelo rio, composto por arenitos imaturos, com ripples unidirecionais, resto vegetais, estratificação cruzada acanalada e frequente estratificação convoluta; 2b) frente deltaica influenciada por maré, composta por arenitos e heterolitos com drapes de argila (mud couples), ripples sigmoidais e paleocorrentes bimodais; 2c) frente deltaica influenciada por ondas, constituída por arenitos bem selecionados com ripples simétricas, ripples de onda, HCS (estratificação cruzada hummocky) e heterolitos com laminação wavy. O contato entre essas associações é transicional e apresenta mudanças laterais dessas associações, o que reflete a grande variabilidade vertical e lateral esperada em um sistema de energia mista devido à interação entre os agentes de deposição. A planície deltaica também pode ser subdivida em duas associações de fácies: 3a) baias interdistributárias compostas por folhelhos negros ricos em matéria orgânica e heterolitos com acamamento linsen e wavy; 3b) canais fluviais, que incluem arenitos imaturos grossos, com intraclastos pelíticos na base, afinamento ascendente, camadas amalgamadas e estratificações cruzadas acanaladas. Através dos estudos desenvolvidos neste trabalho pode-se concluir que a interface estudada, na área de estudo, registra progradação contínua de um sistema deltaico adentrando um ambiente marinho. Visando uma melhor compreensão do arcabouço estratigráfico no intervalo estudado, etapas futuras buscarão a aplicação de conceitos de estratigrafia de sequência. Além dos dados de campo obtidos, serão utilizados dados de poços (perfis geofísicos) disponibilizados pela CPRM. Esta etapa buscará identificar padrões de empilhamento, superfícies estratigráficas e tratos de sistemas deposicionais o que implicará em uma melhor compreensão do arcabouço estratigráfico presente neste intervalo.

Dados Acadêmicos: Nível: Mestrado; Área de concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de bacias sedimentares; Data de entrada: abril de 2015; Número de créditos concluídos: 18; Exame de qualificação: junho de 2016; Data da defesa: março de 2017; Possui bolsa: Sim. Período: abril de 2015 a março de 2017; Fonte pagadora: CAPES.

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Fatores controladores da diagênese de rochas carbonáticas em ambientes continentais – Estudo diagenético de testemunho de sondagem do Aptiano da Bacia de Santos Farias, Felipe ([email protected]) Orientadora: Prof. Dra. Anelize Bahniuk Rumbelsperger Palavras-chave: diagênese, reservatório, carbonatos, bacia de santos

A origem das rochas carbonáticas e não carbonáticas associadas, da sequência de idade Aptiana (Pré-Sal) das bacias de Santos, Campos e Espírito Santo, ainda é tema de intenso debate no âmbito da Petrobras e no ambiente geocientífico externo. Nesta sequência, as rochas carbonáticas são os principais reservatórios de hidrocarbonetos, enquanto que os intervalos não carbonáticos constituem os piores reservatórios. Até o momento, estudos realizados têm sugerido que estas rochas tenham sido diretamente geradas por processos microbiais. No entanto, a hipótese de que pelo menos parte destes depósitos tenha sido precipitada quimicamente com forte controle abiótico sob condições evaporíticas e/ou alcalinas bastante específicas não pode ser descartada. Parte da dificuldade de definição sobre a gênese destes depósitos reside na falta ou raridade de modelos análogos recentes ou do registro geológico aflorante com características suficientemente equivalentes. Esta definição é extremamente importante tanto para a concepção de modelos com características preditivas quanto à ocorrência das fácies-reservatório e da sua qualidade, bem como para a construção de modelos de distribuição de porosidade e permeabilidade adequadamente realistas para as simulações de fluxo e o desenvolvimento e produção dos campos. Reservatórios carbonáticos, no geral, tem suas propriedades petrofísicas largamente controladas por sua história diagenética, deposicional e burial. Uma vez que as rochas carbonáticas são fortemente sujeitas à diagênese, porosidades e permeabilidades em qualquer estágio de profundidade, são significativamente afetados pelo seu estado termal, pressão de fluidos e química dos fluidos adjacentes, de forma que podem exibir propriedades muito diferentes em seções muito próximas em um mesmo reservatório, tornando-os difíceis de caracterizá-los. Como dito acima, devido à sua alta capacidade reativa, as rochas carbonáticas frequentemente detém uma forte assinatura pós-deposicional. Processos diagenéticos como cimentação, compactação, dissolução e dolomitização começam no ambiente deposicional e continuam após soterramento, em ambiente mesodiagenético. A distribuição espacial e temporal das mineralogias carbonáticas, caracterizadas por suas diferentes reatividades diagenéticas no tempo da deposição, é um fator fundamental no controle da evolução subsequente das propriedades dos reservatórios carbonáticos. Carbonatos continentais exibem variáveis efeitos diagenéticos, uma vez que nesse contexto a diagênese é fortemente dependente da: evolução variável da composição das águas meteóricas originais; da dinâmica específica das águas subterrâneas; dos efeitos da decomposição da matéria orgânica e pedogênese; do grande espectro de condições climáticas em que os eventos ocorrem. Esta variabilidade torna complexa a forma com que a porosidade se altera, remanescendo diversas questões a serem bem definidas como os padrões de circulação da água subterrânea; a fração água/rocha no sistema; a química da água/gradiente iônico de concentração das águas meteóricas e de subsuperfície; a taxa de criação de espaço e deposição na bacia, dentre outros, de forma que a definição das principais fases e dos principais fatores governantes da diagênese em ambientes continentais é fundamental para a melhor caracterização dos reservatórios. Desta forma este projeto de tese tem o intuito de analisar a estória diagenética de testemunho de sondagem (50m) carbonático do Aptiano da Bacia de Santos, através da análise faciológica das rochas, definição da sequência paragenética dos eventos diagenéticos a partir de estudos petrográficos (descrição de lâminas petrográficas, com apoio de outros métodos como catodoluminescência, MEV e DRX) e utilização de métodos geoquímicos para auxiliar na caracterização do ambiente deposicional e discriminação de fases diagenéticas, tais como análise geoquímica elementar de elementos maiores, traço, terras raras, estrôncio (valor absoluto e isótopo), isótopos estáveis de carbono e oxigênio e inclusões fluidas.

Dados acadêmicos: Co-orientador: Prof.Dr. Almério Barros França; Nível: Mestrado; Título original da dissertação: Fatores controladores da diagênese de rochas carbonáticas em ambientes continentais: Estudo diagenético de testemunho de sondagem do Aptiano da Bacia de Santos; Área de concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de bacias sedimentares; Data de entrada na pós-graduação; Maio/2016; Número de créditos concluídos: 12; Exame de qualificação: Julho/2017; Data de defesa: Maio/2018; Possui bolsa: Não; Apoio financeiro: Petrobras.

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Caracterização petrotectônica das rochas metavulcanossedimentares da Formação Perau, com base em análises de microCT e microtermometria: implicações para os jazimentos de Pb-Zn-Ag (Cu-Ba) Fedalto, Guilherme ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Leonardo Fadel Cury Palavras-chave: Inclusões fluidas; microCT; Formação Perau

A região do Perau, Vale do Ribeira (PR-SP), é conhecida pelo potencial metalogenético de depósitos sulfetados de Pb-Zn-Ag (Cu-Ba), onde as minas do Perau e Canoas estiveram em atividade durante a década de 1980 até início dos anos 1990. A região de estudo é um terreno metamórfico de baixo a médio grau, inserido no Terreno Apiaí, Faixa Ribeira, entre as Zonas de Cisalhamento Ribeira e Lancinha. Afloram na região sienogranitos miloníticos do Paleoproterozoico pertencentes ao núcleo de embasamento do Tigre e rochas metavulcanossedimentares das formações Perau e Votuverava, de idade mesoproterozoica. As rochas da Formação Perau apresentam bandamentos composicionais facilmente observados em campo, onde a distribuição das unidades é controlada segundo trend N30-45E. Esta formação é subdividida estratigraficamente em três sequências: i) inferior, composta por duas unidades de quartzitos intercaladas a uma unidade de anfibolitos; ii) intermediária, formada por mármores e rochas calciossilicáticas; e iii) superior, formada por filitos, xistos e anfibolitos intercalados. São reconhecidos dois eventos deformacionais regionais, o primeiro relacionado a uma tectônica de baixo ângulo, gerador de foliações penetrativas subparalelas ao bandamento composicional S0, com algumas estruturas diagnósticas tais como falhas de cavalgamento, dobras de arrasto e monoclinais. O segundo evento é relacionado a uma tectônica de alto ângulo, gerador de foliações não-penetrativas em escala regional, associada a zonas de cisalhamento transcorrentes e dobras de arrasto e escalonadas. Os depósitos das minas do Perau e Canoas estão hospedados em rochas calciossilicáticas da Sequência intermediária da Formação Perau. Estes depósitos ocorrem como níveis maciços de Pb-Zn, estratigraficamente acima de camada de filito carbonoso e abaixo de nível baritífero. Os níveis cupríferos economicamente exploráveis ocorrem somente na Mina do Perau. O modelo genético aceito para estes depósitos é o sedimentar exalativo (SEDEX) com influência vulcanogênica, com características similares aos modelos de depósito tipo-Broken Hill e tipo-Mount Isa. Este trabalho visa compreender qual a influência dos fatores tectonometamórficos no controle destes jazimentos. Para tanto, serão realizados trabalhos de campo para caracterização estrutural e metamórfica do minério e encaixantes, assim como coleta de amostras para análise em laboratório, onde serão realizados estudos petrográficos, estudo de inclusões fluidas para microtermometria e análises por meio de microtomografia computadorizada de raios X (microCT). A análise estrutural, por meio de hierarquização de foliações, confecção de diagramas e seções estruturais, é de grande importância para compreensão do posicionamento tectônico dos horizontes mineralizados. Os estudos petrográficos serão executados em duas etapas: na primeira objetiva-se a descrição de lâminas polidas, com o intuito de identificar paragêneses e microestruturas, bem como a identificação dos minerais metálicos/opacos; na segunda etapa serão realizadas descrições voltadas para o estudo de inclusões fluídas em veios de quartzo, associados à zonas de cisalhamento, visando caracterizar populações de inclusões de acordo com seus aspectos morfológicos, composicionais (sólido, líquido e/ou vapor) e arranjo. Por meio da microtermometria, pretende-se analisar as inclusões fluídas para estimar a composição do fluido e determinar a temperatura mínima de aprisionamento, a fim de avaliar as condições de T-P de fases tectonometamórficas próximas aos corpos mineralizados. A microtomografia computadorizada de raios X (micro-CT) contribuirá no estudo de aspectos texturais e estruturais utilizando a análise de imagens 3D, obtidas com diferentes configurações de filtros e energias de feixe, por meio do método dual energy. A compreensão das fases estruturais e metamórficas que afetaram os depósitos de Pb-Zn-Ag (Cu-Ba) da região do Perau poderá contribuir para o melhor entendimento da gênese destes, assim como abrir nova perspectiva para prospecção mineral no Vale do Ribeira.

Dados acadêmicos: Co-orientador(es): Prof. Dr. Frederico Meira Faleiros; Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: Caracterização petrotectônica das rochas metavulcanossedimentares da Formação Perau, com base em análises de micro CT e microtermometria: implicações para os jazimentos de Pb-Zn-Ag (Cu-Ba); Área de Concentração: Geologia exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de depósitos minerais; Data de entrada na pós-graduação: abril de 2016; No de créditos concluídos: 8; Exame de qualificação: julho de 2017; Trabalhos publicados ou período de confecção: 0; Data da Defesa: abril de 2018; Possui Bolsa: sim; Período: 2 meses; Fonte pagadora: CAPES.

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Análise geoquímica de pegmatitos básicos e basaltos encaixantes localizados no sudoeste do Estado do Paraná

Ferreira, Carlos Henrique Nalin ([email protected])

Orientadora: Prof. Dra. Eleonora Maria Gouvea Vasconcellos

Palavras-chave: Basalto; Pegmatitos básicos; Geoquímica Pegmatitos básicos ocorrem como lentes no terço superior dos derrames, abaixo do nível vesicular superior, estas rochas são diferenciadas resultantes da cristalização de fluidos finais da lava basáltica que se alojam como lentes horizontais geralmente delgadas, mas que podem chegar até 30cm de espessura e mais de 10 metros de extensão lateral. Outra forma de ocorrência destes diferenciados é em condutos subverticais os quais apresentam contatos mais irregulares com a rocha encaixante. As rochas estudadas localizam-se nos municípios de Foz do Iguaçu, Capanema, Salto do Lontra e Barracão, estas possuem assembleia mineral primária constituída principalmente por: Plagioclásio (andesina/labradorita), Piroxênio (mais comum augita), magnetita, ilmenita e apatita. Possuem estrutura maciça e textura porfirítica a subafírica, subofítica e intergranular localizada. Os dois grupos de rochas, basaltos e pegmatitos, diferenciam-se principalmente pela porcentagem modal dos minerais primários e secundários, pela granulação e pela maior presença de amígdalas em alguns corpos pegmatíticos. A granulação dos pegmatitos, de forma geral, é cerca de 5 a 10 vezes maior que a dos basaltos encaixantes. A variação das porcentagens minerais entre os basaltos e pegmatitos estudados é pequena e difere entre 5% a 10% na estimativa visual modal. Por outro lado, a química destas rochas mostra maior variação, entre os pegmatitos básicos e suas encaixantes e entre rochas das diferentes regiões do estado. No diagrama TAS pôde-se observar que as amostras de basalto se distribuem apenas no campo do basalto, enquanto as amostras dos pegmatitos se distribuem no campo dos traqui-basaltos, andesitos basálticos e andesitos. Nos diagramas de Fenner as amostras dos derrames de Barracão e Salto do Lontra têm distribuição aproximadamente linear o que pode indicar a formação destas rochas por processos de cristalização fracionada, no entanto alguns elementos podem ser melhor ajustados por curvas polinomiais com leve inflexão, fato que indicaria neste caso, processos de cristalização fracionada com mudança de assembleia fracionante. A distribuição das amostras do derrame de Capanema apresenta um gap, onde as amostras de basalto e dos pegmatitos básicos se acumulam, não sendo possível visualizar fracionamento linear ou polinomial das amostras, no entanto este intervalo poderia indicar algum tipo de assimilação ou mistura. Ainda nos diagramas de Fenner destaca-se o fato de que as amostras dos derrames de Foz do Iguaçu e Salto do Lontra apresentam fracionamento relativamente expressivo de SiO2, fato que não ocorre nas amostras dos derrames de Barracão e Capanema. A assinatura geoquímica dos grupos: basaltos e pegmatitos é muito semelhante, uma vez que os padrões na distribuição dos Elementos Terras Raras (ETR) para os dois grupos seguem a mesma tendência. As amostras de pegmatito mostram enriquecimento em ETRs, outro fato que indicaria a geração destas rochas por processos de cristalização fracionada. Os pegmatitos do derrame de Barracão apresentam enriquecimento em Elementos Terras Raras pesados, diferenciando a assinatura geoquímica deste grupo de rocha com os demais. A partir da observação dos padrões de distribuição dos elementos químicos e suas variações, pode-se interpretar que talvez nem todos os pegmatitos básicos tenham sido gerados a partir dos mesmos processos de cristalização.

Dados Acadêmicos: Coorientadora: Profa. Dra. Cristina Valle Pinto-Coelho; Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Comportamento dos Elementos do Grupo da Platina em pegmatitos básicos no sudoeste do Estado do Paraná; Área de concentração: Geologia Exploratória; Nome da Linha de Pesquisa: Análise de depósitos minerais; Data de entrada: Abril 2014; N° de créditos concluídos: 30; Exame de qualificação: agosto de 2016; Data da Defesa: março de 2018; Possui bolsa: Sim. Fonte pagadora: Capes. Associado ao Projeto de Pesquisa: A Província Magmática Paraná-Etendeka no Brasil: relações temporais e petrológicas entre o magmatismo toleítico e alcalino e suas implicações geodinâmicas. Coordenado pelo Prof. Dr. Excelso Ruberti, Instituto de Geociências, USP.

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Métodos Potenciais Aplicados a Interpretação Tectônica da Formação Capiru, Terreno Curitiba, Cinturão Ribeira Meridional Fontanella, Gabriel ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Leonardo Fadel Cury Palavras-Chave: Métodos Potenciais; Cinturão Ribeira; Terreno Curitiba

O terreno Curitiba é composto pelas rochas metassedimentares da Formação Capiru, gnaisses e migmatitos do complexo Atuba e granitóides deformados do Núcleo Setuva. A Formação Capiru é composta por rochas de baixo grau metamórfico, representada por metarritimitos, metarenitos, mármores dolomíticos com estromatólitos, ardósias, filitos e quartzitos, formando uma sequência sedimentar de margem continental passiva. Esta sequência encontra-se hoje colocada lado a lado com gnaisses e granitóides do Paleoproterozóico, intensamente deformados, metamorfisados e migmatizados durante o Neoproterozóico. A relação das rochas metassedimentares da Formação Capiru e seu embasamento é ainda objeto de discussão, pois a sobreposição de eventos deformacionais sugere a possibilidade de aloctonia dessas unidades. Neste contexto, a análise geológico-geofísica é umas das principais técnicas investigativas para se empregar na região, buscando por meio de análises qualitativas e semiquantitativas de dados aeromagnéticos e aerogamaespectométricos fornecer resultados para subsidiar a discussão tectônica. Para tanto, foram utilizados os dados do levantamento Paraná-Santa Catarina, adquiridos pela CPRM em 2012, para integração dos dados litológicos e estruturais adquiridos em levantamentos de campo integrados na escala 1:25.000. Os dados aeromagnéticos sugerem que zonas com menor deformação e metamorfismo encontram-se em regiões com a amplitude do sinal analítico baixa, enquanto zonas em que a formação mostra maior metamorfismo são acompanhadas de sinais altos, sugerindo um padrão de correlação para zonas de menor ou maior deformação tectônica na região. Na região norte da Formação Capiru, próximo a região de Campinhos, são observadas isógradas metamórficas compatíveis com a transição das fácies xisto verde a anfibolito, ou até mesmo superior (como sugerido por associações com cianita e almandina). Afora a possibilidade de essas rochas pertencerem ao Complexo Turvo Cajati, a análise magnetométrica denota também uma acentuada diferença em relação às demais faixas de exposição da Formação Capiru, onde predominam paragêneses de baixo grau. O contato norte da Formação Capiru é definido pela Zona de Cisalhamento Lancinha (ZCL), uma das estruturas mais expressivas da porção sul do Cinturão Ribeira, representando o contato entre os terrenos Curitiba e Apiaí. Entre as regiões de Capoava e Bocaina pode ser observada uma anomalia com direção aproximada N70E, compatível com uma zona de cisalhamento transcorrente expressa por faixas miloníticas com espessuras métricas, observadas em campo quase ao longo de todo seu traçado, sugerindo se tratar de uma componente sintética da ZCL. Os dados aerogamespectométricos sugerem que as rochas da Formação Capiru apresentam teores relativamente elevados de potássio em relação gnaisses e granitóides Paleoproterozóicos, que por sua vez apresentam altos valores de U e Th. Contudo, ainda é necessária uma análise mais aprofundada sobre as respostas gamaespectométricas das fácies e tectonofácies das diferentes unidades geológicas. Para maior subsídio à modelagem tectônica, serão realizados levantamentos gravimétricos perpendiculares a direção principal da formação Capiru em três diferentes seções, objetivando delinear a distribuição das unidades Paleoproterozóicas sob os metassedimentos desta formação. Com base na análise qualitativa (realce de anomalias) e semiquantitativa (estimativas de profundidades de fontes) dos dados aeromagnéticos e gravimétricos, a construção de modelos geofísicos 2D integrados aos dados geológicos de detalhe fornecerão novas informações para discussão tectônica do Terreno Curitiba.

Dados Acadêmicos: Co-orientador: Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira; Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: Métodos Potenciais Aplicados a Interpretação Tectônica da Formação Capiru, Terreno Curitiba, Cinturão Ribeira Meridional; Área de Concentração: Geologia exploratória; Nome da Linha de Pesquisa: Evolução crustal; Data de entrada na pós-graduação: Setembro de 2015; No de créditos concluídos: 14; Exame de qualificação: Novembro de 2016; Trabalhos publicados ou período de confecção: 01 artigo previsto para o 1º semestre de 2017; Data da Defesa: Agosto de 2017; Possui Bolsa: sim; Fonte Capes.

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Tectônica cenozoica do extremo nordeste de Santa Catarina Gimenez, Viviane Barbosa ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Eduardo Salamuni Palavras-chave: neotectônica, falhas, morfotectônica

A região do extremo nordeste de Santa Catarina apresenta um intenso controle estrutural demarcado por extensos lineamentos morfoestruturais que afetam terrenos pré-cambrianos (Microplaca Luís Alves, Complexo Granulítico de Santa Catarina, Bacias Neoproterozóicas, Suíte Serra do Mar e Domínio Paranaguá), intrusivas básicas e alcalinas da Bacia do Paraná, coberturas superficiais da planície costeira e depósitos aluvionares. A área de estudo abrange principalmente os municípios de Joinville, Itapoá, São Francisco do Sul e Jaraguá do Sul e engloba duas regiões geomorfológicas distintas: a região da Planície Costeira (depósitos sedimentares) na porção centro-leste da área e a das Escarpas e Reversos da Serra do Mar (faixas de dobramentos remobilizados) a oeste. Suas relações com a morfoestruturação local e implicações neotectônicas ainda são pouco estudadas, resultando em uma escassez de dados consistentes acerca do arcabouço estrutural rúptil recente da região. Esse aspecto, aliado ao fato da geomorfologia litorânea apresentar indícios da atuação de processos neotectônicos na evolução da paisagem local (reentrâncias na morfologia costeira associadas à Baía de Babitonga, por exemplo) tornam o presente estudo essencial na definição dos controles morfoestruturais e morfotectônicos regionais. A existência dos registros sísmicos de baixa magnitude a sul da área, nas proximidades de Jaraguá do Sul é também um importante indício de movimentação neotectônica que tem despertado grande interesse da comunidade geológica e geofísica na região, cuja relevância em termos sismológicos já foi evidenciada inclusive pelo Catálogo Sísmico Brasileiro. Sendo assim, esse aspecto necessita ser investigado em função da possível neoformação e/ou reativação de zonas de falhas normais e/ou transtracionais, que podem estar relacionadas à formação de pequenas bacias sedimentares ao longo de grandes estruturas. Dessa forma, o principal objetivo do estudo é a identificação e a caracterização de falhas reativadas e/ou neoformadas durante o Cenozoico da região litorânea e Serra do Mar no extremo nordeste de Santa Catarina, com vistas à determinação de seu arcabouço tectônico recente e neotectônico. Pretende-se ainda uma caracterização morfoestrutural e/ou morfotectônica da área estudada, bem como da geometria e cinemática das estruturas tectônicas, visando à determinação das paleotensões e das idades relativas e absolutas dos eventos atuantes na região. Os métodos de trabalho consistem no estudo macroscópico dos padrões de drenagem e relevo por meio de imagens SRTM e Landsat 8, MDEs, cartas planialtimétricas e geológicas em escalas variadas e mapas hipsométricos associados aos dados estruturais coletados em etapas de campo, com enfoque principal naqueles possivelmente relacionados aos eventos neotectônicos. Nesse contexto, serão analisados elementos morfométricos como assimetria de bacias de drenagem, determinação de knickpoints, índice de rugosidade e mapas de declividade da região, seguidos pela delimitação de superfícies de denudação e depósitos sedimentares correlativos por meio da fotointerpretação. O levantamento dos dados de campo consiste basicamente na análise descritiva de dados estruturais, tais como planos de falha, estrias, steps, estiramento mineral e outros indicadores cinemáticos, que serão analisados por meio de diagramas de rosetas no domínio da frequência e do comprimento e estereogramas de pólos, enquanto que a determinação dos paleotensores será realizada pelo método dos diedros retos com o auxílio de software apropriado. A cronologia dos principais eventos tectônicos recentes e/ou reativações será obtida através do método K40/Ar40, a partir da datação de amostras de ilita coletadas em planos de falha. Será avaliada também a possibilidade de datação de quartzos e/ou feldspatos coletados nos depósitos recentes pelo método da termoluminescência. Toda a pesquisa será baseada em modelos clássicos de análises neotectônicas, fortemente apoiados em critérios geológicos, estruturais e geomorfológicos por meio da integração dos dados coletados na forma de mapas estruturais, visando à caracterização e modelagem do arcabouço tectônico rúptil da área de interesse.

Dados acadêmicos: Coorientadores: Prof. Dr. Edenilson Roberto do Nascimento e Prof. Dr. Norberto Morales; Nível: Mestrado; Título do projeto original de dissertação: Tectônica cenozoica do extremo leste de Santa Catarina; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Evolução Crustal; Data de entrada na pós-graduação: abril de 2016; Nº de créditos concluídos: 00; Exame de qualificação: julho de 2017; Trabalhos publicados no período de confecção: 02 resumos submetidos em Congresso, 01 artigo previsto para o 2º semestre de 2016 e 01 artigo previsto para o 2º semestre de 2017; Data da defesa: março de 2018; Possui bolsa: sim; Período: 24 meses; Fonte pagadora: CAPES.

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Tramas magmáticas em Nefelina-Sienitos do Morro do Tributo, Lages (SC) Kleuser, Evelyn ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo de Mesquita Barros Palavras-chave: EBSD- electron back-scatter diffraction, ASM – anisotropia de suscetibilidade magnética, Morro do Tributo.

O Complexo Alcalino de Lages está localizado cerca de 9 km a norte da cidade de Lages, e corresponde a uma estrutura dômica que ocorre na borda leste da Bacia do Paraná em Santa Catarina. Na área de estudo, situada mais precisamente no Morro do Tributo, aflora uma intrusão alcalina mesozoica (75 Ma) que corta rochas sedimentares dos grupos Itararé, Guatá e Passa Dois. Trabalhos anteriores mostram que no domo de Lages afloram fonolitos, fonolitos porfiríticos, analcita traquitos, nefelinitos, rochas ultrabásicas alcalinas, olivina melilititos, além de carbonatitos e rochas associadas. No Morro do Tributo predominam nefelina sienitos leucocráticos, cuja matriz fina possui fenocristais de aegerina-augita. Estudos anteriores mostram que as rochas do Complexo Alcalino de Lages possuem assinatura peralcalina e sua colocação teria se dado em ambiente subvulcânico. A cristalização rápida destas rochas resultou em texturas afaníticas, o que dificulta a caracterização mineralógica, textural e estrutural nas escalas de afloramento e de amostras de mão. O objetivo deste trabalho é compreender a evolução estrutural e a origem de tramas magmáticas dos sienitos que afloram no Morro do Tributo, onde há uma pedreira em atividade e que possibilita a amostragem sistemática de rochas sem alteração intempérica. Os métodos que serão utilizados são: pesquisa bibliográfica; trabalhos de campo; tratamento de dados de campo; cartografia de orientações cristalográficas preferenciais e confecção de mapas específicos. Os trabalhos de campo envolverão a descrição das rochas e seus aspectos mineralógicos, estruturais e texturais, a coleta sistemática de amostras orientadas e a obtenção, quando possível, de medidas de orientações preferencias de minerais com bússola. Na coleta de amostras será empregado um amostrador rotativo, o qual permite extrair testemunhos cilíndricos com uma polegada de diâmetro. Estes testemunhos, de aproximadamente vinte centímetros, serão cortados em pedaços de 2,2 cm de altura, o que permitirá sua análise no porta-amostra do equipamento denominado Kappabridge, utilizado nas análises de anisotropia de suscetibilidade magnética. Serão confeccionadas lâminas delgadas dos sienitos, as quais serão estudadas em microscópio petrográfico, em microscópio eletrônico de varredura (MEV) e pelo método EBSD (electron back-scatter diffraction). Trata-se de uma técnica de análises de microestruturas cristalográficas que se baseia na interpretação de um padrão de difração produzido pela interação de um feixe de elétrons que incide na amostra. O padrão de difração é uma característica da orientação e estrutura cristalina na região da amostra analisada. As aplicações mais importantes deste método são mapear com precisão a orientação cristalográfica preferencial de cada fase mineral, caracterizar limites dos grãos, textura, análise de tensões, além de determinar fases recristalizadas e deformadas. A informação adquirida é analisada através de um software e pode ser apresentada como um mapa de orientação cristalográfica, e projeções estereográficas. Com o objetivo de complementar a análise da trama magmática da rocha estudada, também será investigada a anisotropia de susceptibilidade magnética (ASM) das amostras. A trama magnética nas rochas pode resultar do alinhamento dos grãos anisotrópicos. Estes alinhamentos podem ocorrer como resultados de muitos processos geológicos. Não obstante, quase todos os minerais podem contribuir para a susceptibilidade magnética de uma rocha. Com a técnica ASM podem-se quantificar diversos aspectos da trama magnética: foliações e/ou lineações. Os dados de ASM são normalmente apresentados na forma de diagramas de projeção estereográfica, e podem ser lançados em mapas. Os dados de ASM deverão ser acompanhados da caracterização da mineralogia magnética por meio de análises petrográficas com luz refletida e análises de microscopia eletrônica de varredura e do EDS acoplado. O tratamento das amostras com a técnica EBSD será realizado na Oficina de Laminação, Laboratório de Microscopia e Centro de Microscopia Eletrônica da UFPR e as amostras provenientes da utilização da técnica ASM serão analisadas e interpretadas no Instituto de Geociências de São Paulo, no laboratório de Anisotropias Magnéticas e de Magnetismo de Rochas.

Dados acadêmicos: Co-orientador(es): Leonardo Lagoeiro. Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: Tramas magmáticas em Nefelina-sienitos do Morro do Tributo, Lages (SC); Área de Concentração: Geologia exploratória; Linha de Pesquisa: evolução crustal; Data de entrada na pós-graduação: maio de 2016; N° de créditos concluídos: 0; Exame de qualificação: Julho de 2017; Trabalhos publicados ou período de confecção: 01 artigos previstos para o 1º semestre de 2018; Data da Defesa: abril de 2018; Possui Bolsa: não.

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Estudo litogeoquímico e isotópico dos metadolomitos da Formação Capiru na Região de Colombo – PR: implicações tectonoestratigráficas. Lange, Lara de Lima ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Leonardo Fadel Cury Palavras-chave: Neoproterozoico, isótopos estáveis, paleoambiente

A Formação Capiru é a unidade supracrustal da porção sul do Terreno Curitiba, inserida no contexto do Cinturão Orogenético Ribeira Meridional, sendo composta predominantemente por ardósias, filitos, metarenitos, metaritmitos, quartzitos e mármores dolomíticos com metamorfismo de baixo grau, com associações minerais sugestivas de anquimetamorfismo à fácies xisto-verde, zona da clorita. A Formação Capiru pode ser subdividida em três conjuntos, nomeados de acordo com as regiões de Morro Grande, Rio Branco e Juruqui, compostos predominantemente por ritmitos finos, metadolomitos e filitos com quartzitos, respectivamente. A concordância quanto às fases de deformação registradas na Formação Capiru terem sido geradas durante o Neoproterozoico, contudo, ainda são debatidos os modelos tectônicos responsáveis por seu desenvolvimento. O contexto estrutural regional reconhecido no Terreno Curitiba é compatível com o padrão observado na porção meridional do Cinturão Orogenético Ribeira, em que são propostos 3 (três) sistemas deformacionais principais, nomeados como Sistema de Cavalgamento Açungui (SCA), Sistema de Dobramento Apiaí (SDA) e Sistema de Transcorrência da Lancinha (STL). O ambiente tectônico associado a esses sistemas deformacionais gerou um metamorfismo regional heterogeneamente desenvolvido, com paragêneses incompletas e regiões com preservação da estratigrafia original, em meio a falhas de cavalgamento, dobramentos e transcorrências. A área de estudo está localizada no município de Colombo, Região Metropolitana de Curitiba, onde são encontrados afloramentos do Conjunto Rio Branco, sendo principalmente representados por rochas carbonáticas com intercalações de níveis siliciclásticos. São mármores dolomíticos em que são observadas diferentes fácies, de acordo com o registro sedimentar observado/preservado, caracterizados por litotipos maciços, intercalados com filitos, com laminação plano paralela, com esteiras algais, trombólitos e estromatólitos colunares, que indicam diferentes ambientes e condições de sedimentação. O objetivo do presente trabalho é caracterizar os registros sedimentares e metamórficos dos metadolomitos da Formação Capiru, buscando uma melhor compreensão sobre o paleoambiente de sua deposição. Para realizar esta reconstrução, será realizada análise faciológica detalhada destas unidades carbonáticas, em conjunto com a caracterização estrutural e metamórfica das tectonofácies desenvolvidas. A construção de perfis estratigráficos e seções geológicas orientará a coleta de amostras para as análises geoquímicas, entre elas difração de raios X (DRX), fluorescência de raios X (FRX) e isótopos de C, O e Sr. As análises de DRX serão realizadas em conjunto com a petrografia, buscando identificar as fases minerais e comparar faixas deformadas/metamorfisadas com as faixas com registros sedimentares preservados. As análises de FRX fornecerão resultados litogeoquímicos quantitativos das diferentes fácies observadas nos perfis, subsidiando a modelagem geoquímica dos metadolomitos. A coleta para análises dos isótopos de C e O tem como referência o prévio controle estrutural e estratigráfico, realizando a avaliação das amostras perante as condições observadas nas análises petrográficas e litogeoquímcias, com o intuito de reconhecer padrões isotópicos das condições diagenéticas e do fluído metamórfico. Adicionalmente, pretende-se determinar as condições de temperatura de cristalização dos carbonatos utilizando a técnica clumped, que pode revelar as condições e facilitar a classificação do ambiente formador das rochas. Espera-se com este trabalho contribuir para o entendimento estratigráfico dos metadolomitos, determinando as características isotópicas de cristalização, bem como para o entendimento da evolução tectonotermal dos mármores durante o Neoproterozoico.

Dados Acadêmicos: Co-orientadora: Profª. Drª. Anelize Manuela Bahniuk Rumbilsperger; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Estudo geoquímico isotópico dos metadolomitos da Formação Capiru na região de Colombo – PR: implicações tectonoestratigráficas; Área de Concentração: Geologia exploratória; Linha de pesquisa: Evolução crustal; Data de entrada na pós graduação: maio de 2016; No de créditos concluídos: 0; Exame de qualificação: julho/2017; Trabalhos publicados ou período de confecção: 1 artigo previsto para 1º semestre de 2017; Data da defesa: abril de 2018; Possui bolsa: Não.

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Caracterização Tectonoestratigráfica do Conjunto Morro Grande, Formação Capiru, Colombo – PR Leandro, Renato ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Leonardo Fadel Cury Palavras-chave: estruturas reliquíares, baixo grau metamórfico, Cinturão Ribeira

A Formação Capiru, de idade Neoproterozóica, localizada na porção Sul do Cinturão Ribeira, no Terreno Curitiba é constituída por ardósias, filitos, metarritmitos, quartzitos, metarenitos e mármores dolomíticos com estromatólitos. Os estudos publicados sobre esta formação geralmente são de caráter regional ou sobre as sequências carbonáticas, e o posicionamento estratigráfico está condicionado pelo conhecimento existente nestas unidades. Os estudos nas sequências terrígenas são escassos, apesar de existirem estruturas sedimentares preservadas que são fundamentais para a reconstrução do ambiente deposicional. O objetivo deste trabalho é o detalhamento dos litotipos terrígenos da Sequência Morro Grande da Formação Capiru, e assim contribuir para a uma melhor compreensão do ambiente de deposição destas rochas e dos eventos tectônicos ocorridos durante evolução de parte dessa bacia sedimentar que foi metamorfisada. Para o desenvolvimento do trabalho foram selecionadas áreas com as melhores exposições dos litotipos terrígenos, em que foram realizados levantamentos topográficos, assim como a construção de perfis estratigráficos e seções estruturais de detalhe. Foram reconhecidas dezoito litofácies, que posteriormente foram agrupadas em duas associações de litofácies: associação A (metarritmito) e associação B (metarenito intercalado com metargilito). A associação de litofácies A, é formada por doze litofácies, e apresenta bandamento composicional, definido pela variação de silte com areia muito fina intercalado com argila, identificado pela variação de cor cinza claro e níveis brancos. Ocorrem em sets de até 30 centímetros, onde são encontradas estratificações cruzadas tabulares de 5 a 15 centímetros, e estratificação hummocky. Além disso, nestes níveis são encontradas feições tubulares de 2 a 10 cm, que variam de oblíquas a subparalelas ao bandamento composicional (S0). Estas feições apresentam-se deformadas por uma foliação posterior (S1). Também são observadas climbing ripples de aproximadamente 5 centímetros. Ocorrem estruturas do tipo tidal bundles, com pedaços arrancados de metarenitos, com estratificações cruzadas tangenciais na base. Nestes níveis estão restritos microcavalgamentos, associados a clivagem ardosiana (S1). A associação de litofácies B, é formada por 6 litofácies, nas quais existem camadas com espessuras centimétricas a decimétricas, granulométrica com granodecrescência ascendente em alguns níveis. Os metarenitos, são finos a grossos, grau de esfericidade moderado e o grau de arredondamento que varia de subanguloso a arredondado. Nestes níveis que são levemente ondulados são encontradas estruturas tipo gretas de ressecamento, além de climbing ripples. A foliação verificada é uma clivagem ardosiana (S1) subparalela ao bandamento, com espaçamento milimétrico, continua e pouco desenvolvida. Em alguns níveis, a foliação S1 é considerada plano axial das dobras centimétricas do bandamento que variam de abertas a cerradas. Localmente, ocorre uma clivagem de crenulação (S2), com espaçamento milimétrico, de alto ângulo, que afeta o bandamento S0 e a foliação S1, e forma dobras intrafoliares em S1. A geração da clivagem ardosiana (S1) está associada ao Sistema de Cavalgamento Açungui, penecontemporânea a sedimentação. Já a foliação S2 é relacionada a um evento de alto ângulo que pode ser associado ao Sistema de Transcorrência Lancinha. Portanto, as sequências terrígenas da Formação Capiru na Região do Morro Grande são bem preservadas, o que torna possível reconstruir parte do ambiente de sedimentação a partir de associações de litofácies. Dados acadêmicos: Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: “Caracterização Tectonoestratigráfica dos Metapelitos da Formação Capiru na Região De Morro Grande, Colombo – Pr; Área de Concentração: Geologia exploratória; Linha de Pesquisa: Evolução Crustal; Data de entrada na pós-graduação: Agosto de 2014; No de créditos concluídos: 34; Exame de qualificação: Outubro de 2015; Trabalhos publicados ou período de confecção: 01 resumo em Congressos e 02 artigos previstos para o 2º semestre de 2016; Data da Defesa: Julho de 2016; Possui Bolsa: sim; Período: 12 meses; Fonte pagadora: Projeto Frade-Geobiocal.

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Condições ambientais exercendo importante papel na formação de microbialitos do Japão: padrões geoquímicos e faciológicos Mattos, Rafael França ([email protected]) Orientador: Prof. Dra. Anelize Bahniuk Rumbelsperger Palavras-chave: microbialitos, geoquímica, Japão

O termo "microbialito" é usado para descrever depósitos organo sedimentares formados pela ação direta e / ou indireta de comunidades microbiais bentônicas, tais como estromatólitos, tufa e travertino. Apesar da idêntica composição química e mineralógica, tufas e travertinos diferem em algumas características ambientais, deposicionais e isotópicas. Estas rochas carbonáticas tornaram-se alvo de estudos devido as recentes descobertas de petróleo em microbialitos. O objetivo deste trabalho é uma detalhada investigação sedimentológica e geoquímica em rochas carbonáticas modernas a partir em 10 fontes termais no Japão. A ilha do Japão é um dos poucos ambientes modernos, onde ocorre a precipitação de microbialitos, do tipo tufa e travertino. A área de estudo está localizada nas ilhas de Kyushu, Honshu e Hokkaido. As três ilhas foram amostradas, a fim de comparar diferentes condições ambientais e geológicas regionais, com base na química da água, e padrões físico-químicos e geoquímicos. Com base em dados macro e microscópicos, quatro fácies foram descritas: estromatólito, shrub, bubble e root. Os dados mostram que a química da água (temperatura, Potencial Hidrogeniônico, Oxigênio Dissolvido) interferem diretamente na precipitação e, consequentemente, na formação de diferentes fácies. Além disso, a morfologia do substrato a partir do qual estes carbonatos crescem, assim como a distância do vent, também contribuem para a variação faciológica. Os resultados mineralógicos mostram que a ilha de Kyushu, fontes termais (NAG, SHIO e MYO), são compostas principalmente por aragonita e as ilhas de Honshu, fontes termais (YAMA, NIIMI e KIBE) e Hokkaido, fontes termais (FURU, OKU, OHF e FUTA) são compostas majoritariamente por calcita. Os resultados químicos mostraram elevados teores de CaO e subordinadamente Fe2O3 e SiO2 em todas as amostras. Teores de arsênio também foram observados e sua origem ainda está em debate. A precipitação associada a processos orgânicos influencia ou induz a formação do organomineral. Os valores isotópicos de δ18O das amostras de carbonato do Japão podem ser agrupados em dois campos principais. Os dados de δ18O obtidos neste trabalho estão em consonância com resultados de água meteórica já publicados na literatura. Além disso, a mistura de águas profundas disponíveis pode fracionar o sinal do isótopo final. No entanto, com a utilização de dados regionais específicos, a situação é muito diferente. Enquanto as amostras de Hokkaido (FURU, OKU, OHF e FUTA) e Honshu (YAMA, NIIMI e KIBE) majoritariamente seguem os valores isotópicos regionais, exceto para amostras YAMA, os carbonatos da ilha de Kyushu (NAG, MYO e SHIO) mostram valores isotópicos discrepantes. A diferença observada nas amostras de YAMA é devido a duas características principais: a grande distância do vent e a inclinação da topografia em um curto espaço de fluxo. A diferença observada do sinal isotópico regional e os valores isotópicos das amostras de Kyushu é atribuída a contaminação da falha Ohita - Kumamoto e do vulcão Mt. Kuju. Os valores δ13C das amostras de carbonato do Japão podem ser agrupados em três grupos principais, independentemente da posição geográfica. Os valores de δ13C próximos a 0 ‰ VPDB, indicam pouca ou nenhuma precipitação orgânica. Os valores mais enriquecidos de δ13C, até 7 ‰ VPDB indicam uma diversificação dos microrganismos no sistema, sendo interpretadas como organomineralização influenciada. Os valores mais depletados de δ13C, abaixo de -10 ‰ VPDB, são interpretados como os mais biologicamente induzidos. As imagens de MEV permitiram observações em microescala e mostraram fósseis relacionados com EPS que caracterizam influência biológica durante a precipitação na fácies estromatólito. As observações de micro-CT permitiram uma análise detalhada dos poros de todas as fácies, mostrando que a fácies bubble é a mais porosa, seguida das fácies shrub, root, estromatólito. Esta rara sequência de microbialitos encontrada no Japão permite a possibilidade da compreensão dos sinais geoquímicos em microbialitos, bem como o entendimento das condições ambientais exercendo importante papel de diferentes facies.

Dados acadêmicos: Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: “Condições ambientais exercendo importante papel na formação de microbialitos do Japão: padrões geoquímicos e faciológicos”; Área de Concentração: Geologia exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de depósitos minerais; Data de entrada na pós-graduação: Agosto de 2014; No de créditos concluídos: 34; Exame de qualificação: Outubro de 2015; Trabalhos publicados ou período de confecção: 04 resumo em Congressos e 02 artigos previstos para o 2º semestre de 2016; Data da Defesa: Julho de 2016; Possui Bolsa: sim; Período: 24 meses; Fonte pagadora: Projeto Frade-Geobiocal.

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Estratigrafia e correlação da sucessão fluvio-eólica Neopermiana-Eocretácea da Bacia do Paraná na região de Cândido de Abreu – PR Mattos, Tiago Rossoni ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Fernando Farias Vesely Palavras-chave: Sedimentação fluvio-eólica, Sistema Aquífero Guarani, Formação Botucatu

O intervalo Neopermiano-Eocretáceo da Bacia do Paraná registra um evento regressivo de grande escala que culmina com o assoreamento da bacia e o domínio de sistemas deposicionais continentais. Unidades arenosas fluvio-eólicas pobremente fossilíferas e litologicamente homogêneas constituem este intervalo, resultando em dificuldades na correlação por grandes distâncias e em incertezas sobre o seu posicionamento cronoestratigráfico. Além disto, no meso-triássico instalou-se uma tectônica distensiva na porção centro-sul da bacia propiciando a deposição, em grábens, de unidades sedimentares até o momento reconhecidas somente nesta porção da bacia. Como consequência, as classificações litoestratigráficas concebidas para a região sul da bacia (Rio Grande do Sul) diferem daquelas utilizadas nos demais estados (Santa Catarina, Paraná e São Paulo), comprometendo a formulação de modelos paleogeográficos em escala de bacia. Dentre as principais inconsistências, destacam-se: 1) a ausência da Formação Pirambóia em Santa Catarina, embora a mesma seja reconhecida em São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul; 2) a polêmica envolvendo o posicionamento cronoestratigráfico da Formação Pirambóia bem como sua relação de contato com a Formação Rio do Rasto imediatamente sotoposta; 3) a ocorrência de depósitos fluviais do Jurássico sob a Formação Botucatu (Fm. Guará) exclusivamente no oeste do Rio Grande do Sul. No Paraná, a continentalização da Bacia do Paraná é representada pelas formações Rio do Rasto, Pirambóia e Botucatu. A região de Cândido de Abreu, porção central do Paraná, possui exposições de depósitos fluvio-eólicos inseridos em pelo menos quatro intervalos litoestratigráficos distintos e mapeáveis, oferecendo a oportunidade de discutir critérios para a distinção das diferentes formações que integram o intervalo Neopermiano-Eocretáceo da Bacia do Paraná e a natureza dos seus limites. Nesse sentido, o presente projeto busca caracterizar a arquitetura deposicional, determinar o sentido de paleoventos e paleocorrentes fluviais, e definir o posicionamento litoestratigráfico dos depósitos sedimentares que afloram na região de Cândido de Abreu, com ênfase nos depósitos fluvio-eólicos, avermelhados, tradicionalmente posicionados na base da Formação Botucatu, avaliando as possibilidades de correlação litoestratigráfica em escala de bacia, tanto na faixa de afloramentos como em subsuperfície, e suas implicações para a paleogeografia e evolução tectono-sedimentar da Bacia do Paraná entre o final do Paleozoico e o Mesozoico. Para tanto, além da pesquisa bibliográfica sobre o intervalo estratigráfico em questão e modelos de sedimentação com interação fluvial e eólica, os métodos utilizados serão a descrição de fácies, construção de perfis estratigráficos e levantamento de paleocorrentes, seguidos da análise de fácies, análise da arquitetura deposicional, análise dos padrões de empilhamento estratigráfico e correlação estratigráfica. Perfis geofísicos de poços, fornecidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), servirão para a correlação das unidades em subsuperfície, utilizando-se, principalmente, os parâmetros gamaespectrométricos e sônicos. Os depósitos fluvio-eólicos abordados neste trabalho são de grande importância econômica e ambiental, pois fazem parte do Sistema Aquífero Guarani. Assim, espera-se com este estudo um melhor entendimento sobre a evolução e as heterogeneidades estratigráficas das unidades sedimentares que compõem o aquífero, uma vez que os depósitos fluviais que se intercalam com as fácies eólicas são pobremente selecionados e menos permeáveis, reduzindo significativamente o grau de conectividade hidráulica dos volumes porosos. Dados acadêmicos: Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: Estratigrafia e correlação da sucessão fluvio-eólica Neopermiana-Eocretácea da Bacia do Paraná na região de Cândido de Abreu – PR; Área de Concentração: Geologia exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de bacias sedimentares; Data de entrada na pós-graduação: abril de 2016; No de créditos concluídos: 4; Exame de qualificação: junho de 2017; Trabalhos publicados ou período de confecção: um resumo enviado para o 48º Congresso Brasileiro de Geologia e dois artigos previstos para o 2º semestre de 2017; Data da Defesa: março de 2018; Possui Bolsa: sim; Período: 24 meses; Fonte pagadora: CAPES.

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Neotectônica e sedimentação da Bacia Sedimentar de Tijucas do Sul (BST) Moreira, Luis Fernando ([email protected]) Orientador: Eduardo Salamuni Palavras-chave: Tectônica Cenozoica, Formação Guaratubinha, Caulim.

A Formação Guabirotuba recobre praticamente todo o primeiro planalto paranaense (COMISSÃO DA CARTA GEOLÓGICA DO PARANÁ, década de 1960). No relatório do mapeamento da Comissão da Carta, da Folha de Tijucas do Sul, Trein et al. (não publicado) aventam a hipótese de que os conglomerados e argilas descritos às margens do rio Vossoroca se tratassem de uma unidade litoestratigráfica distinta e não correlata à Fm. Guabirotuba, sugerindo a denominação de Formação Vossoroca. Todavia, o Mapa Geológico de Tijucas do Sul (TREIN et al., 1969) apresenta os sedimentos como continuidade da Fm. Guabirotuba. Levando em consideração as observações de Trein et al. (não publicado) sugere-se a hipótese de que a Fm. Guabirotuba não se estenda até Tijucas do Sul e que os sedimentos descritos nessa região se configurem em uma unidade distinta, conforme os autores propuseram. Após os trabalhos da Comissão da Carta não houve nenhuma pesquisa que abordasse o tema. Por ser assim, a pesquisa atual tem por objetivo dirimir o problema estratigráfico em questão, utilizando-se de técnicas estratigráficas e métodos geofísicos, bem como a deformação superimposta por meio das análises morfométricas e de tensão. Na estratigrafia utilizou-se a classificação de fácies sedimentares na construção de perfis e seções, dando suporte à interpretação dos dados de sondagens e imagens obtidas do GPR. Na geofísica foram aplicadas técnicas de realce do Campo Magnético Anômalo (CMA) e a construção de Mapa Litogeofísico das contagens gamaespectométricas. Na morfometria foram avaliadas as feições de relevo e análise do padrão de drenagem. Na análise do campo de tensões foram utilizadas técnicas de foto interpretação, descrição de afloramentos e obtenção de dados estruturais para elaboração de modelo cinemático. A pesquisa atual mostra que as duas formações são diferentes, justificando a separação em unidades litogeológicas distintas. Os sedimentos da Fm. Vossoroca são areias, conglomerados polimíticos (orto e paraconglomerados) e argilas cauliníticas no topo, enquanto na Fm. Guabirotuba não há depósitos semelhantes de conglomerados e as argilas são essencialmente do grupo das esmectitas. As isópacas do embasamento, concatenadas a partir dos dados das sondagens, mostram a existência de um paleo canal de direção Norte-Sul. A geometria do canal sugere a sua continuidade pelo vale do rio Una na direção Norte e pelo vale do rio Taquaroca na direção Sul. As medidas de paleocorrentes nas areias mostram que o fluxo teria sido para o Sul. Entretanto, os afloramentos mostram que as camadas conglomeráticas possuem espessura de até 10 m no Sul, enquanto no centro e ao Norte as camadas não passam de 1 m, insinuando fluxo proveniente da Serra do Mar. A forma dos clastos também corrobora com o fluxo proveniente do segundo quadrante, ao Sul os clastos são angulosos enquanto ao Norte passam a sub arredondados. As isópacas indicam que o canal em questão desenvolve inflexões bruscas em pontos específicos no sentido NE-SW (cotovelos), onde em subsuperfície se detectam picos de anomalias magnéticas. Em superfície essas estruturas corroboram com as deformações rúpteis nas camadas argilosas e com as escarpas suaves com front voltados para SW e SE, com embasamento na base do front e sedimentos da Fm. Vossoroca no reverso. As estruturas rúpteis nas argilas são caracterizadas por planos de falhas direcionais, assinaladas por estrias sub-horizontais indicando deslocamento lateral direito. O limite Sul dos sedimentos é marcado por um alçamento do relevo, que desenvolve cristas irregulares alinhadas no sentido NE-SW. Na fotointerpretação aparecem como parte do alinhamento regional de mesmo sentido e que condiciona o rio Negro na região de Campo Alegre. Ao Norte os sedimentos são encerrados bruscamente por uma morfologia de serras e colinas que marcam o contato entre o Complexo de Santa Catarina e o Complexo Cálcio Alcalino de Piên no sentido NE-SW. A gamaespectrometria mostra uma característica marcante da Fm. Vossoroca, que é a concentração de contagem baixa de K e alto de eU e eTh, envolvida por áreas de baixa contagem dos três elementos, configurando-se, dessa forma, como notável particularidade porque corrobora com o limite da unidade proposta por Trein et al. (1969) e se repete apenas em locais isolados. Wilford et al. (1997) observam que solos com baixo K e alto eU e eTh são típicos de terraços aluvionares evoluídos e a baixa concentração dos três elementos indica solos residuais evoluídos.

Dados acadêmicos: Doutorado; Área de concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Evolução crustal. Data de entrada: março de 2014; previsão de qualificação: setembro de 2016; previsão de defesa: março de 2018. Bolsista CAPES desde abril 2014 até a presente.

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Evolução estratigráfica e paleogeografia da deglaciação eopermiana da Bacia do Paraná na região de Ibaiti – PR Mottin, Thammy Ellin ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Fernando Farias Vesely Palavras-chave: Era Glacial Neopaleozoica, depósitos de transporte em massa

A Era Glacial Neopaleozoica teve seu auge no Neocarbonífero, com registro sedimentar em bacias de vários continentes. Contudo, registros mais jovens relacionados à era glacial são relativamente raros e menos compreendidos dentro do contexto paleogeográfico gondwânico. Neste trabalho é analisada a mais jovem das cinco sequências de deglaciação definidas anteriormente para o Grupo Itararé no leste da Bacia do Paraná, com o objetivo de reconhecer os ambientes deposicionais, os padrões de empilhamento estratigráfico e os sentidos de paleotransporte sedimentar relacionados ao final da era glacial nessa porção do Gondwana. Para tanto, foi examinada a faixa de afloramentos na região de Ibaiti – PR, envolvendo a aplicação dos seguintes métodos: pesquisa bibliográfica; análise dos dados geológicos preexistentes na área; trabalhos de campo para análise de fácies, levantamento de perfis estratigráficos verticais, paleocorrentes e estruturas deformacionais penecontemporânea; análise petrográfica de arenitos; datação palinológica de fácies lamíticas. O intervalo é caracterizado por arenitos basais, sucedidos por espessa seção de diamictitos e lamitos e limitada no topo por discordância subaérea sotoposta aos depósitos pós-glaciais da Formação Rio Bonito. Idade eopermiana para o intervalo foi obtida através da identificação de palinomorfos recuperados de ritmitos e diamictitos, que permitem correlação com a Zona de Intervalo Vittatina costabilis - Subzona Protohaploxypinus goraiensis. Foram reconhecidas quatro associações faciológicas distintas. Na base do intervalo, a associação A compreende arenitos cascalhosos maciços, arenitos finos a grossos maciços, arenitos finos a grossos com estratificação cruzada acanalada, arenitos finos com laminação cruzada planar e acanalada, arenitos com granodecrescência ascendente, arenitos com estruturas de liquefação e arenitos com estruturas de deformação penecontemporânea. Representa sedimentação a partir de fluxos de densidade não-coesivos derivados de água de degelo confinada abaixo ou no interior de uma geleira, compondo sistemas subaquosos de outwash. A abundância de estruturas deformacionais penecontemporâneas, através de dobras e falhas, sugere ressedimentação dos depósitos de outwash por escorregamentos subaquosos. A associação B inclui as fácies de diamictitos maciços, diamictitos com planos de cisalhamento subhorizontais, diamictitos com blocos alóctones de arenito e ritmito e diamictitos heterogêneos com injectitos de areia. Tais fácies estão ligadas a fluxos gravitacionais de massa, especificamente a processos de escorregamentos subaquosos, que são recorrentes na sucessão analisada. Clastos facetados e estriados são abundantes, evidenciando influência glacial na sedimentação. A associação B é superposta pela associação de fácies de frente deltaica influenciada por maré (associação C), que engloba ritmitos lamo-arenosos gradados, com climbing ripples e laminação plano paralela, além de arenitos finos com estrutura flaser. Estas fácies foram depositadas por correntes de turbidez de baixa densidade em ambiente de frente deltaica com influência de maré. A influência de maré é evidenciada pela ocorrência de ripples com reversão de fluxo, drapes de argila em seus foresets e ripples sigmoidais. A associação de fácies C transiciona para a associação de planície deltaica dominada por rio (associação D), composta por arenitos finos com laminação cruzada planar e acanalada, arenitos médios a grossos com estratificação cruzada acanalada, arenitos médios com estratificação plano paralela, arenitos cascalhosos com estratificação cruzada acanalada e arenitos com gradação normal; a fácies de lamito maciço é restrita à base da associação. Sobreposto à associação D, ocorre um segundo intervalo de diamictitos maciços e ressedimentados da associação B, cujo topo é caracterizado por nível de paleossolo bem desenvolvido e truncado pela discordância subaérea pré-Rio Bonito. Foram tomadas 435 medidas de paleocorrentes em arenitos com estratificação cruzada das associações A e D e em ritmitos com ondulações de corrente da associação C. Os resultados indicam sentido predominante de paleotransporte para SW e SE e, localmente, para NW e NE, diferente do estabelecido na literatura para níveis estratigráficos inferiores do Grupo Itararé, em que há padrão consistente para norte e noroeste. Paleocorrentes fluviais para sudoeste na associação D, são as mesmas encontradas nas fácies fluviais da Formação Rio Bonito em trabalhos anteriores, indicando a mesma área-fonte para as duas unidades. Essa conclusão é corroborada pela composição detrítica similar de arenitos da base da Formação Rio Bonito e de blocos de arenitos escorregados em meio aos diamictitos, indicando a mesma proveniência. Os resultados obtidos até o momento sugerem que anteriormente ou concomitantemente à formação da discordância pré-Rio Bonito sistemas deltaicos provenientes de norte já eram ativos e influenciaram a sedimentação da parte superior do Grupo Itararé.

Dados acadêmicos: Nível: Mestrado; Área de concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de bacias sedimentares; Data de entrada: abril de 2015; Nº de créditos concluídos: 28; Exame de qualificação: junho de 2016; Data da defesa: março de 2017; Trabalhos a serem publicados: 02 resumos em eventos e 02 artigos previstos para o 1° semestre de 2017; Possui bolsa: Sim. Período: 24 meses; Fonte pagadora: CAPES.

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Análise microfaciológica e micropaleontológica do Grupo Passa Dois, Permiano da Bacia do Paraná Ng, Christiano ([email protected]) Orientadora: Profa. Dra. Cristina Silveira Vega Palavras-chave: petrografia, micropaleontologia, Gondwana O Grupo Passa Dois é composto pelas formações Irati, Serra Alta, Teresina e Rio do Rasto e sua área de afloramentos estende-se pelo centro-sul do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. Representa cronoestratigraficamente o registro permiano do Gondwana correlato ao Grupo Ecca, Bacia da Namíbia-Karoo, cuja deposição marca a "continentalização" de um mar epêirico com conexão oceânica possivelmente restrita desde o Eopermiano. Embora tenha sido foco de vários estudos estratigráficos e paleontológicos, diversas questões perduram quanto à sedimentologia e paleontologia desta unidade. Entre as quais, destacam-se a relação litoestratigráfica e paleoambiental entre a influência marinha das formações Irati e Serra Alta; a existência ou não de esporádicos eventos de ingressões marinhas na Formação Teresina; o motivo da ausência de microfósseis indubitavelmente marinhos acima da Formação Irati; a relação entre a salinidade da bacia e a aparente escassez de microfósseis, endêmicos quando presentes; a elucidação entre as variáveis climáticas e paleogeográficas na sedimentação da sequência mista carbonática-siliciclástica; e ainda, qual seria o comportamento da microfácies e a distribuição dos microfósseis nos diferentes intervalos do Grupo Passa Dois, geográfica e estratigraficamente. É baseado nestas questões que se propõe o desenvolvimento do presente projeto de doutorado cujos objetivos visam: a) caracterizar as microfácies carbonáticas e siliciclásticas e microfósseis do Grupo Passa Dois, em afloramentos nas bordas leste e setentrional da Bacia do Paraná e em dois furos de sondagem do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) perfurados no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com foco nas formações Serra Alta e Teresina; b) propor uma distribuição de associações de microfácies para a unidade em diferentes localidades, refinando os modelos de distribuições atuais bem como propor biozonas de assembleias, com base nos microfósseis recuperados; e, c) esboçar um modelo evolutivo de microfácies e microfósseis em seus possíveis análogos ambientais. Espera-se, com a aplicação de ambas as ferramentas metodológicas (análise de microfácies e processamento para recuperação de microfósseis), detalhar as microfácies e microfósseis tanto das camadas carbonáticas como siliciclásticas presentes na unidade, e investigar suas respectivas variações espaciais e temporais, assim como confrontar o conteúdo micropaleontológico observado nas lâminas petrográficas, com os resultados de diferentes processos de processamento micropaleontológico. Após as análises, um panorama mais refinado, ambiental e bioestratigráfico poderá ser ofertado ao Grupo Passa Dois, analisado de maneira integrada com as diversas informações disponíveis na literatura, estendendo-se por grande parte da região de afloramentos do Grupo Passa Dois no Brasil. Sob duas óticas, a das microfácies e dos microfósseis, o presente projeto abordará as metodologias inerentes a cada uma destas áreas. O método de microfácies consiste no estudo de todas as características sedimentológicas e paleontológicas observadas através de microscopia óptica, de tal forma que os microfósseis serão observados tanto nas lâminas petrográficas quanto isolados em células por diferentes métodos de extração, o que garantirá o registro das ocorrências microfossilíferas independente de problemas relacionados à extração dos indivíduos das amostras. Estão previstas: i) coleta e análise de amostras de afloramentos nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, na borda leste da Bacia do Paraná, e na divisa entre Mato Grosso e Goiás, na borda setentrional da bacia, e de dois testemunhos do Projeto Borda Leste da Bacia do Paraná, depositados na litoteca da CPRM; ii) confecção e análise de lâminas petrográficas dentro do intervalo de interesse, assim como reanálise de lâminas já confeccionadas em estudos pretéritos no Grupo Passa Dois, em microscópio de luz polarizada com magnificação de até 1200x; iii) processamento químico para a observação de microfósseis, com peróxido de oxigênio, ácido acético e surfactantes, através de microscopia de reflexão, com lupa estereoscópica e magnificação de até 120x; iv) utilização de microscópio com luz ultravioleta e/ou catodoluminescência para eventuais investigações de seções alteradas pela diagênese; v) utilização de microscopia eletrônica de varredura para documentação de imagens com alto detalhe, com determinação de composição de superfície (EDS); vi) integração dos dados microfaciológicos e micropaleontológicos obtidos, e elaboração das respectivas inferências paleoambientais e bioestratigráficas associadas. Os afloramentos das regiões entre Alto Garças (MT) e Perolandia (GO), na borda setentrional da bacia, e entre Charqueada (SP) e Prudentópolis (PR) já foram previamente visitados, e estão sendo estudados por estes métodos.

Dados acadêmicos: Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Análise microfaciológica e micropaleontológica do Grupo Passa Dois, Permiano da Bacia do Paraná: implicações paleoambientais e bioestratigráficas; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de bacias sedimentares; Data de entrada na pós-graduação: abril de 2016; Nº de créditos concluídos: 18; Exame de qualificação: setembro de 2018; Trabalhos publicados ou período de confecção: 04 resumos previstos em eventos e 02 artigos previstos para o segundo semestre de 2019; Data da Defesa: março de 2020; possui bolsa: não.

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Integração Geofísico-Geológica da Porção Central do Estado de Roraima (RR) Oliveira, Vanessa da Silva ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira Palavras-chave: Aerogeofísica, Integração Geofísico-Geológica, Estado de Roraima.

A área de estudo envolve quatro folhas em escala 1:250.000 (aproximadamente 725.000 km2), situadas na porção central do Estado de Roraima (RR). Geologicamente está inserida no Cráton Amazônico e é representada pelas províncias Rio Negro (1,82-1,52 Ga), com o Domínio Serra do Imeri (DSI), e Tapajós - Parima (2,03-1,88 Ga), com os domínios Parima (DPA), Surumu (DSU), Uatumã – Anauá (DUA) e Guiana Central (DGC), sendo que este último cobre a maior parte da área de estudo. No DGC observam-se ortognaisses, granitos e granulitos pertencentes às unidades Rio Urubu e Serra da Prata, além de rochas supracrustais de alto grau metamórfico do Grupo Cauarane. O arcabouço estrutural do domínio exibe direção geral NE-SW na porção noroeste de Roraima que inflete para E-W até NW-SE, no entanto, a reanálise dos dados estruturais se faz necessária dada a complexidade da evolução do DGC e a importância dessas estruturas para os modelos exploratórios. Ocorrências de elementos terras-raras, titânio, ouro, fosfato, diamante, columbita–tantalita, cassiterita e rochas alcalinas estão entre as principais commodities minerais, as quais poderiam ser ampliadas com maior detalhamento do conhecimento geológico. Neste trabalho, dados aéreos de gamaespectrometria e magnetometria serão analisados, buscando contribuir com a cartografia geológica das áreas sobrevoadas, caracterizar depósitos conhecidos e sugerir alvos exploratórios com base nas assinaturas geofísicas. A metodologia adotada contemplará os seguintes procedimentos: (i) pré-processamento (avaliação da distribuição e qualidade do banco de dados); (ii) processamento, interpolação e aplicação de filtros de realce; (iii) interpretação qualitativa e semiquantitativa e (iv) integração de todas as informações, incluindo dados geológicos digitais em ambiente de Sistema de Informações Geográficas (SIG,) em escala regional, seguida da (v) interpretação em detalhe para desenvolvimento de um modelo exploratório e inferência de novos alvos. O processamento dos dados gamaespectrométricos constará da geração de mapas de contagem total (CT, µR/h), potássio (K, %), do equivalente de tório (eTh, ppm), do equivalente de urânio (eU, ppm), das suas razões , (eTh/K, eU/K, eU/eTh), do parâmetro F = K*eU/eTh, do índice máfico IM=ASA/(K*eU*eTh) e de composições ternárias RGB/K-eTh-eU e CMY/K-eTh-eU, além de identificar áreas anômalas para cada radioelemento e construção de mapas litogeofísicos, nos quais serão delineados os principais domínios gamaespectométricos. A partir dos dados do campo magnético anômalo (CMA, nT) serão discutidos os resultados da utilização das técnicas de reduções ao polo (RP, nT) e ao equador magnético (RE, nT), com o objetivo de centrar as anomalias diretamente sobre as fontes. Em continuidade serão empregados métodos de realce (interpretação qualitativa), como derivadas horizontais (Dx e Dy, nT/m) e vertical (Dz, nT/m), amplitude (ASA, nT/m) e inclinação do sinal analítico (ISA, rad), gradiente horizontal total (GHT, nT/m) e outros, com o objetivo de reconhecer domínios magnéticos e conceber um arcabouço magnético-estrutural, os quais serão cotejados às unidades geológicas e feições estruturais, respectivamente. Métodos semiquantitativos, como espectro radial de potência, Deconvolução de Euler, dentre outros, serão aplicados numa segunda fase visando estimar as profundidades das fontes magnéticas. Na etapa seguinte será realizada a integração geofísica - geológica, a partir de dados e interpretações obtidos de forma direta pela geologia, e indireta pela geofísica, gerando conhecimentos correlacionais de superfície e subsuperfície, fornecendo subsídios à geotectônica, à seleção de áreas para mapeamento geológico sistemático e alvos para prospecção mineral. Por fim, se espera reduzir o risco de investimentos e auxiliar as tomadas de decisão de pequenas e grandes empresas no competitivo mercado da mineração.

Dados Acadêmicos: Nível: Mestrado; Título do projeto da dissertação/tese: Integração Geofísico-Geológica da Porção Central do Estado de Roraima (RR); Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Evolução Crustal; Data de Entrada na Pós-Graduação: Maio de 2016.

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Caracterização geoquímica dos depósitos do Quaternário tipo tufa da Serra da Bodoquena – MS. Oste, Jéssica Thaís Ferreira ([email protected]) Orientadora: Profª Drª Anelize Manuela Bahniuk Rumbelsperger Palavras-chave: Tufas calcárias; Serra da Bodoquena; faciologia

Carbonatos não-marinhos, como os travertinos e tufas, têm se tornado alvos de estudo de empresas petrolíferas, devido às grandes similaridades dessas rochas com as rochas reservatório do Pré-Sal. Este projeto está inserido no âmbito do Projeto Geobiocal, convênio técnico-científico entre Universidade Federal do Paraná e Universidade de Hiroshima (Japão). As tufas são rochas carbonáticas continentais precipitadas a partir de um fluido rico em bicarbonato com temperatura ambiente, comumente apresentam restos de micro e macrovegetais, invertebrados e bactérias. Essas rochas possuem sua gênese relacionada a combinação de processos físico-químicos e biológicos, a saturação do fluido em bicarbonato de cálcio e o processo de desgaseificação influenciam na precipitação química de carbonato de cálcio, predominantemente calcita. Organismos microbianos possuem a capacidade de alterar as condições físico-químicas do meio, por exemplo: a presença de bactérias fotossintéticas aumenta o pH do fluido e, consequentemente, induzem a precipitação de carbonato de cálcio. Bem como as estruturas secretadas por microrganismos, chamadas de EPS, possuem a capacidade de aderir partículas de carbonato e são consideradas sítios de nucleação mineral. No Brasil, os depósitos quaternários tipo tufa ocorrem extensamente na Serra da Bodoquena (MS), que pertencem ao contexto geotectônico da Faixa de Dobramentos Paraguai. As tufas ocorrem principalmente ao longo de drenagens, e estão relacionados com o sistema cárstico e com rochas subjacentes do Grupo Corumbá, sendo inseridas na Formação Serra da Bodoquena, a qual é subdividida em dois membros: Membro Rio Formoso e Membro Fazenda São Geraldo. Os depósitos de tufas do tipo represa e cachoeiras são incluídas no Membro Rio Formoso, enquanto que os depósitos micríticos pertencem ao Membro Fazenda São Geraldo. Rochas calcárias do Grupo Corumbá (formações Tamengo e Bocaína) são as melhores candidatas como rochas fonte de bicarbonato para a precipitação de tufas. O presente trabalho tem como objetivos: 1) compreender as condições físico-químicas das águas ricas em carbonato; 2) entender o ambiente deposicional das tufas da Serra da Bodoquena e, 3) testar a biogenicidade das tufas na região de Bonito. Para isso, serão realizadas descrições macro e microscópicas, análises geoquímicas por Difratometria de raios X (DRX) e Fluorescência de raios X (FRX), análises isotópicas de Carbono e Oxigênio, bem como estudos por Microtomografia de raios-X e Microscopia Eletrônica de Varredura. Diversas amostras de rochas foram coletadas em duas localidades em Bonito, denominadas sítios Taíka e Mimosa, ambas no Membro Rio Formoso. Descrições de campo e petrográficas forneceram as seguintes fácies: i) fitoherma, formando barragens pelo acúmulo de folhas e fragmentos de plantas; ii) estromatólitos com biofilmes na superfície e internamente laminados; e iii) shrubs, estruturas fibro-radiadas com tamanhos de até 5 cm. Foram identificadas piscinas, barreiras e cascatas/cachoeiras como os principais ambientes deposicionais. A análise com microscópio caracterizou essas amostras com filamentos, eretos e muitas vezes calcificados, que macroscopicamente formavam as estruturas de shrubs. A análise por MEV confirmou a biogenicidade das tufas, onde filamentos de cianobactérias e EPS apresentavam íntima relação com cristais de carbonato. Os resultados químicos por FRX foram compatíveis com os resultados mineralógicos por DRX. As amostras de tufas analisadas são constituídas essencialmente por calcita e, pontualmente, por quartzo. As quantidades de CaO e P.F. se apresentam normalmente constantes e com valores altos, enquanto que a quantidade de SiO2 aumenta inversamente com relação ao CaO. A presença de sílica no sistema pode ser correlacionado com os seguintes fatores: i) presença de grãos detritais e embarreirados em ambientes do tipo barragem ou piscina; ii) sílica amorfa devido à presença de diatomáceas (microrganismos com carapaça silicosa), sendo estas observadas em MEV; iii) presença de argilominerais, como a ilita, o que explicaria maiores quantidades de Al2O3 e K2O. As baixas quantidades de MgO confirmam a continentalização do sistema de tufas calcáreas em Bonito, MS. Os resultados isotópicos das amostras dos sítios Taíka e Mimosa, respectivamente, apresentaram as seguintes médias: δ18O de -7,67‰ e -7,54‰ VPDB e δ13C de -7,97‰ e -8,04‰ VPDB. O trend negativo observado nos dados isotópicos indica um fluido meteórico com enriquecimento no isótopo leve de oxigênio (16O) e a presença de atividade biológica e, muito provavelmente, ação de cianobactérias, a qual enriquece o material no isótopo leve de carbono (12C).

Dados acadêmicos: Co-orientadores: Almério Barros França e Leonardo Fadel Cury; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Caracterização geoquímica dos depósitos do Quaternário tipo tufa da Serra da Bodoquena – MS; Área de concentração: Geologia exploratória; Nome da linha de pesquisa: Análise de Bacias Sedimentares; Data de entrada na pós-graduação: abril de 2015; Nº de créditos concluídos: 22; Exame de qualificação: junho de 2016; Data da defesa: março de 2017; Trabalhos em confecção: 03 resumos para congressos e 02 artigos; Possui bolsa: Sim; Período: 12 meses; Fonte pagadora: Frade Japão Petróleo Ltda.

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Identificação de zonas de alteração hidrotermal através de aerogamaespectrometria e aeromagnetometria nas regiões de Brusque e Botuverá - SC Pereira, Bruno Macchioni ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira Palavras Chave: Aerogeofísica, Mineralizações Auríferas do Leste de Santa Catarna, Granitos

As regiões de Brusque e Botuverá, localizadas na porção leste do Estado de Santa Catarina, estão inseridas no contexto do contato entre os terrenos Luís Alves e Tijucas, este definido pela Zona de Cisalhamento Itajaí-Perimbó. As unidades litoestratigráficas que afloram na área de estudo são o Complexo Ribeirão da Prata, composto principalmente por migmatitos e gnaisses de idade paleoproterozoica, as unidades metavulcanossedimentares do Complexo Metamórfico Brusque, do Mesoproterozoico, as unidades sedimentares do Grupo Itajaí do Neoproterozoico e os corpos graníticos denominados Valsungana, Guabiruba, Indaial e Faxinal, todos de idade neoproterozoica, além de intrusões básicas e alcalinas do Cretáceo. Associadas aos corpos graníticos, ocorrem mineralizações em ouro caracterizadas por veios e filões de quartzo com sulfetos (pirita, calcopirita, galena) e óxidos de ferro, além da presença de teores de cobre e prata subordinados. Estas mineralizações estão em geral localizadas próximas a stocks graníticos periféricos às intrusões maiores, nas bordas dessas intrusões e zonas de metamorfismo de contato e também em restos de teto. O fluido mineralizador que gerou essas ocorrências produziu também zonas de alteração hidrotermal, potássica e fílica. Uma fase posterior de reativação de zonas de cisalhamento resultou em remobilização de fluidos e de sulfetos, modificando a geometria e composição das ocorrências. Com base nos dados geológicos das folhas Brusque e Botuverá, extraídos do Mapa Geológico do Estado de Santa Catarina (divulgado pela CPRM em 2014) e nos dados gamaespectrométricos e magnetométricos de alta resolução espacial (linhas de voo espaçadas de 500 metros) obtidos do Projeto Aerogeofísico Paraná-Santa Catarina (concluído pela CPRM em 2011), o trabalho apresenta resultados preliminares de correlação dos dados geofísicos e geológicos da área de estudo. A magnetometria foi principalmente empregada para a interpretação do arcabouço estrutural-magnético e a análise do controle estrutural das ocorrências minerais, enquanto que a gamaespectrometria auxiliou a interpretação dos litotipos, a identificação de zonas de alteração hidrotermal potássica associadas às mineralizações auríferas e, subordinadamente, à interpretação estrutural da área. Métodos de realce de anomalias magnéticas, tais como Gradiente Horizontal Total (GHT), Amplitude do Sinal Analítico (ASA), Inclinação do Sinal Analítico (ISA) e outros métodos derivados (GHT-ISA, ISA-GHT) foram importantes para definir de forma mais precisa a localização dos centros e sas bordas de estruturas ou de corpos magnéticos. Já os métodos gamaespectrométricos como o Parâmetro F, o Potássio Anômalo (Kd) e o Urânio Anômalo (Ud) foram usados para definir as assinaturas radiométricas de ocorrências auríferas já conhecidas na área, como as ocorrências do Morro do Carnerio Branco, Braço da Cristalina e Tigrano, além do depósito do Cavalo Branco e definir anomalias de potássio e urânio que não sejam relacionadas a fatores ambientais, como o condicionamento geomorfológico e a formação de solos. A integração dos dados geológicos, estruturais, metalogenéticos e aerogeofísicos, através da construção de um Sistema de Informações Geográficas (SIG), permitiu sugerir novos alvos potenciais para a ocorrência de zonas de alteração hidrotermal associadas a mineralizações de ouro, as quais serão objeto de verificações de campo. Os resultados parciais obtidos revelam a importância da aplicação da aerogeofísica de alta resolução espacial na exploração mineral de ouro em ambientes geológicos similares.

Dados Acadêmicos: Coorientador(es): Leonardo Fadel Cury e Luis Gustavo de Castro; Nível: Mestrado; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de Depósitos Minerais; Data de entrada no Programa: março de 2015; Créditos Concluídos:20; Qualificação: Junho de 2016; Data de Defesa: Abril de 2017; Possui Bolsa: Não.

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Parametrização de ensaios de abrasividade Piazzetta, Gabriela Reis ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Leonardo E. Lagoeiro Palavras-chave: CERCHAR; índice de abrasividade; MEV-EBSD

A abrasividade da rocha é um parâmetro definido pela perda ou consumo progressivo de material na interação entre as ferramentas de perfuração e o maciço rochoso; e é um dos índices considerados de maior influência nos cálculos de uma perfuração, estando diretamente relacionado ao desempenho da máquina de escavação. A manutenção e/ou reposição deste maquinário, incluindo brocas e outros componentes mecânicos, é responsável por grande parte dos custos do projeto, assim como atrasos no cronograma da obra. A busca por métodos de determinação da abrasividade iniciou no final do século 19. Os trabalhos metodológicos associavam abrasividade principalmente à escala de Moh’s. Já no século 20, impulsionado pelas escavações da indústria do carvão na França e Inglaterra, começaram a surgir métodos com viés quantitativo, que relacionam a abrasividade à outras variáveis físicas e composicionais da rocha. Os métodos de determinação da abrasividade são classificados em petrográficos ou laboratoriais. A determinação da porcentagem de quartzo e do teor de quartzo equivalente são exemplos de métodos petrográficos. Enquanto que o método laboratorial mais aceito e utilizado internacionalmente é o teste de abrasividade Cerchar. Este teste foi desenvolvido na França em 1986 pelo Centre d’Études et Recherches dês CHARbonages de France (CERCHAR). O equipamento é constituído por uma ponteira de aço, sendo sua ponta afiada configurando um ângulo de 90º que é passada na superfície (fratura natural ou serrada) da amostra de rocha, por uma distância de 10 mm, sob uma tensão de 70N. A análise é feita pela medida do diâmetro da ponteira desgastada, em intervalos de 0,1 mm, na unidade denominada Cerchar Abrasiveness Index (CAI). Com o aumento das escavações mecanizadas em túneis e dutovias na ultima década, muitos trabalhos vem sendo desenvolvidos com o objetivo de produzir métodos para a determinação, quantificação e relação da abrasividade com outros parâmetros, visando à melhora da previsão do desgaste de brocas e procurando evitar despesas extras durante a execução do projeto. Vários fatores podem influenciar a abrasividade das rochas e dentre eles destacam-se: a mineralogia; microestruturas (distribuição de tamanhos e forma dos grãos minerais); orientações cristalográficas, uma vez que a dureza dos minerais varia com a direção; dureza dos minerais constituintes; resistência à compressão uniaxial; além do tipo de cimento em rochas sedimentares e grau de alteração e intemperismo. Além destes fatores, mesmo considerando que o teste de abrasividade Cerchar é amplamente empregado na determinação da abrasividade das rochas, existem muitas variações e discrepâncias de resultados que não estão relacionados às características da litologia analisada, mas que derivam de modificações nos procedimentos do teste como: o tipo do equipamento utilizado, dureza do aço da ponteira, condição da superfície da amostra, medida do desgaste da ponteira, tamanho do risco, peso aplicado e velocidade do teste. O presente projeto tem como objetivos principais a parametrização dos ensaios de abrasividade e quantificação da influência dos índices físicos, químicos (composição) e mecânicos das rochas. Os objetivos específicos são: a determinação da abrasividade das rochas; caracterização mecânica; determinação da orientação cristalográfica; caracterização petrográfica e química. A hipótese a ser testada através dos objetivos determinados é que não existe um método único que seja capaz de fornecer um parâmetro para a abrasividade. Acredita-se que este índice está relacionado a um conjunto de fatores físico-químicos e mecânicos intrinsecamente relacionados. Para a realização dos objetivos propostos, este projeto prevê uma revisão bibliográfica que se estende ao longo do projeto. Seguidamente, há a seleção e preparação das amostras as quais não possuem uma origem específica, pois serão escolhidas pela representatividade de cada litologia (e.g. granito, arenito, etc.), e serão submetidas a uma série de ensaios laboratoriais que incluem: (1) confecção de lâminas delgadas e descrição petrográfica; (2) ensaios de abrasividade CERCHAR; (3) ensaio de compressão uniaxial; (4) DRX e FRX; e (5) análise por MEV-EBSD. Os resultados serão interpretados, comparados aos dados da bibliografia e correlacionados através de tratamentos estatísticos pelo método da regressão. Através destas analises almeja-se produzir informações especificas sobre o parâmetro da abrasividade e quantificar os fatores que o influenciam. Este embasamento teórico serviria como subsidio à empresas de perfuração, na melhoria da previsão de desgaste das brocas, redução de custos e prazos para a execução de escavações.

Dados acadêmicos: Co-orientadora: Prof. Dra. Isabella F. R. Figueira; Nível: mestrado; Área de concentração: Geologia exploratória; Linha de pesquisa: Evolução crustal; Data de ingresso no programa: 06/05/2016; Créditos concluídos: 4; Bolsa: Institutos LACTEC por 24 meses.

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Estilos estruturais de depósitos de transporte em massa do Grupo Itararé Rodrigues, Mérolyn Camila Naves de Lima ([email protected]) Orientadora: Profª Drª Barbara Trzaskos Palavras-chave: fluxos gravitacionais em massa, deformação penecontemporânea atectônica, Permo-carbonífero.

Depósitos de transporte em massa, formados pela ação de deslizamentos, escorregamentos e fluxos de detritos submarinos, são extremamente variáveis e apresentam complexo registro estrutural relativamente pouco estudado. O entendimento desses depósitos, tanto sobre o aspecto estratigráfico quanto estrutural, tem importância não apenas para a indústria do petróleo, mas também no estudo de depósitos antigos a fim de compreender melhor condições paleoambientais e paleogeográficas. Estes depósitos compõem parcela importante do registro geológico marinho profundo, inclusive no Grupo Itararé, unidade permocarbonífera da Bacia do Paraná. No Grupo Itararé os depósitos de transporte em massa ocorrem em vários níveis estratigráficos como diamictitos e arenitos, lamitos, entre outros litotipos ressedimentados e com variadas estruturas deformacionais penecontemporâneas identificadas por diferentes estudos. O escopo deste estudo é caracterizar de forma sistemática as estruturas dos depósitos de transporte em massa do Grupo Itararé, compreender os estilos estruturais e os mecanismos de deformação associados a fluxos gravitacionais de massa e o impacto dessas estruturas na compartimentação de meios porosos. Além disso, pretende-se avaliar a validade dessas estruturas como indicadores do azimute de mergulho de paleogradientes, auxiliando assim, na interpretação da evolução tectono-sedimentar da Bacia do Paraná durante o Permo-carbonífero. O estudo está sendo desenvolvido em afloramentos selecionados na borda leste da Bacia do Paraná entre o norte do estado do Paraná e centro-sul do estado de Santa Catarina. Dentre as estruturas identificadas nos depósitos de transporte em massa em estudo incluem-se: dobras com geometrias diversas; falhas normais e inversas, associadas ou não com clay smear; boudins, comumente, com sand smear; feições de brechamento; diápiros lamosos; feições de cisalhamento marcadas por clay smear; estiramento de laminações ou como estruturas tipo par SC (pseudo-SC), entre outras. Tais estruturas, com exceção dos diápiros lamosos, foram observadas em depósitos de transporte em massa caracterizados como produtos de fluxo de detritos, que correspondem aos diamictitos. Os diamictitos apresentam ainda blocos de diferentes litotipos (como arenitos, folhelhos, ritmitos e heterolitos) dispersos na matriz que mostram deformação interna, como dobras, falhas, boudins, feições de cisalhamento, entre outras estruturas que, por vezes, destruíram por completo estruturas sedimentares. Esses blocos podem mostrar ainda deformação nas bordas, tais como estrias e sulcos ou mistura do material do bloco com a matriz do diamictito. A incorporação de fragmentos e de sedimentos dos blocos pela matriz do diamictito indica que esses blocos não estavam litificados quando foram ressedimentados. Outro tipo de depósito de transporte em massa identificado em campo são aqueles produtos de escorregamento, que consistem em arenitos, ritmitos, folhelhos e heterolitos ressedimentados. Em comparação aos diamictitos, os depósitos de transporte em massa gerados por escorregamento mostram menor variedade de estruturas deformacionais que incluem: dobras assimétricas; falhas normais ou de empurrão que podem ocorrer associadas as dobras; boudins; e diápiros lamosos, que ocorrem associados as dobras. Foram identificados ainda depósitos com arenito, folhelho e ritmito basculados, com pouca ou nenhuma deformação interna que foram caracterizados como produtos de deslizamentos. A princípio a variação nas características deformacionais entre os depósitos de transporte em massa gerados por deslizamento, escorregamentos e fluxos de detritos pode ser relacionada às variações reológicas do material, que incluem, por exemplo, os tipos de sedimentos remobilizados, o grau de litificação e a pressão de fluidos. A análise preliminar das estruturas permite ainda relacioná-las a diferentes fases de deformação dos sedimentos mobilizados pelos fluxos gravitacionais de massa. Na continuidade do estudo visa-se compreender melhor a relação entre as estruturas deformacionais identificadas e o processo de transporte em massa, e ainda quais estruturas constituem melhores indicadores cinemáticos, e portanto melhores indicadores de paleogradiente.

Dados acadêmicos: Co-orientador(es): Fernando Farias Vesely; Nível: doutorado; Título do projeto original da tese: Estilos estruturais associados a movimentos gravitacionais de massa e suas implicações exploratórias; Área de Concentração: Geologia exploratória; Nome da “Linha de Pesquisa”: Análise de bacias sedimentares; Data de entrada na pós-graduação: abril de 2015; Nº de créditos concluídos: 33; Exame de qualificação: setembro de 2017; Trabalhos publicados ou período de confecção: 01 resumos aceito em Simpósio, 02 artigos previstos para o 2º semestre de 2017 e 1º semestre de 2018; Data da Defesa: março de 2019; Possui Bolsa: sim; Período: 48 meses; Fonte pagadora: CAPES; Apoio financeiro: CNPq - Projeto “Depósitos de transporte em massa na sucessão neopaleozoica da Bacia do Paraná” (processo 461650/2014-2).

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Caracterização do registro geológico de ambientes subglaciais e glácio-marginais no Carbonífero da Bacia do Paraná Rosa, Eduardo Luiz Menozzo da ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Fernando Farias Vesely Palavras-chave: Era Glacial Neopaleozoica, sedimentação glácio-continental, Grupo Itararé

Ambientes de sedimentação glaciais situados embaixo (subglaciais) e nas margens (glácio-marginais) de geleiras estão entre os sítios deposicionais mais complexos conhecidos devido aos impactos dos sucessivos avanços e recuos da margem da geleira no acúmulo, erosão e deformação da pilha sedimentar. A complexidade desses ambientes está relacionada à diversidade de processos pertinentes à dinâmica glacial, que podem estar ligados à ação direta do gelo, da gravidade ou de fluxos de água de degelo. Aliado a este fator, a carência de estudo e entendimento dos processos envolvidos na geração destes depósitos é condicionada pela escassez no registro geológico pré-pleistocênico, uma vez que depósitos glácio-continentais relacionados diretamente à geleiras contribuem com uma parcela ínfima no registro estratigráfico glacial quando comparados aos depósitos glácio-marinhos, estes melhor preservados e detalhados. Associações de fácies e formas de leito geradas em contexto subglacial a glácio-marginal têm sido identificadas em trabalhos anteriores na porção basal do Grupo Itararé (Permocarbonífero) em algumas localidades da Bacia do Paraná. Entretanto, tais depósitos carecem de um detalhamento uma vez que testemunham as flutuações de antigas margens glaciais, permitindo a compreensão da dinâmica sedimentar e o discernimento dos processos deposicionais, erosivos e deformacionais envolvidos na sua gênese. Desempenham, assim, papel fundamental em reconstruções paleogeográficas em bacias sedimentares glaciadas, bem como no entendimento da dinâmica de geleiras pretéritas e de variações climáticas no passado da Terra. O entendimento da dinâmica de geleiras neopaleozoicas na Bacia do Paraná é substancial mediante a falta do registro sedimentar em um contexto de uma paleomargem glacial e à consequente divergência existente na literatura sobre as dimensões e proveniência de lobos glaciais que influenciaram a deposição na Bacia. Ademais, os ambientes glácio-marginais, em particular, revestem-se de importância econômica pois são sítios acumuladores de areia e cascalho, utilizados como matéria-prima para a construção civil, e potenciais formadores de aquíferos e reservatórios de petróleo. Visando o reconhecimento e maior detalhamento da dinâmica sedimentar glacial envolvida na gênese dos depósitos situados na base do Grupo Itararé, cuja gênese tem sido atribuída a ambientes subglaciais e glácio-marginais, o presente trabalho busca caracterizar as associações de fácies e processos deposicionais, bem como a determinação da gênese de superfícies estriadas e estruturas de deformação sinssedimentar juntamente à definição dos sentidos de transporte. Tendo em vista este quadro, a aquisição dos dados realizar-se-á atráves de trabalhos de campo envolvendo levantamento de perfis sedimentológicos em escala de detalhe, bem como descrição de fácies e estruturas glaciogênicas de cunho erosivo e deformacional. Os dados serão processados mediante análise de fácies, análise de paleocorrentes e análise estrutural, apoiadas pela construção de fotomosaicos pretendendo a melhor visualização das formas e continuidade lateral dos estratos. Para auxiliar nas interpretações, serão, para efeito de comparação, observadas associações de fácies análogas depositadas durante a Era Glacial Neocenozoica na América do Norte. Dentre os resultados esperados, almeja-se o maior detalhamento dos processos geológicos envolvidos na gênese das associações de fácies glaciogênicas da base do Grupo Itararé, bem como inferências referentes à dinâmica dos lobos glaciais que influenciaram a sedimentação neopaleozoica na Bacia do Paraná. Os resultados alcançados permitirão, ainda, discutir implicações em reconstituições paleogeográficas acerca da Era Glacial Neopaleozoica na porção sudoeste do Gondwana.

Dados acadêmicos: Co-orientador: Prof. Dr. John Isbell (UWM – EUA); Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Registro sedimentar de ambientes subglaciais e glácio-marginais: estudo de caso no Grupo Itararé (Carbonífero), região de Balsa Nova – PR; Área de concentração: Geologia Exploratória; Linha de pesquisa: Análise de Bacias Sedimentares; Data de entrada na pós-graduação: 1/4/2016; Nº de créditos concluídos: 10; Exame de qualificação: 30/6/2017; Trabalhos publicados ou em período de confecção: 1 artigo aceito para publicação no Brazilian Journal of Geology e 1 resumo submetido ao 48º Congresso Brasileiro de Geologia; Data da defesa: 30/3/2018; Possui Bolsa: sim; Período: 1/5/2016 a 31/3/2018; Fonte Pagadora: CAPES.

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Análise morfotectônica e estrutural da região centro-leste de Santa Catarina Santos, Jéssica Miranda ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Eduardo Salamuni Palavras-chaves: neotectônica, morfometria, knickpoints

A região centro-leste de Santa Catarina está inserida na Bacia do Paraná e compreende as rochas vulcânicas do Grupo Serra Geral (133 ± 1Ma), abrangendo o Platô de São Joaquim região geomorfológica Planalto das Araucárias. Estudos voltados à temática neotectônica na região Sul do Brasil vem sendo desenvolvido ao longo dos últimos anos, porém no estado de Santa Catarina, poucos trabalhos realizados mostram indícios de controle morfotectônico e neotectônico em regiões do estado. Com esse quadro, a pesquisa objetiva a identificação do regime tectônico Cenozóico responsável pela modificação da paisagem condicionado pelo quadro geomorfológico atual, devido a possível reativação de estruturas. O método de estudo consistiu em processamento e fotointerpretação do modelo digital de elevação SRTM e Landsat 8 OLI, extração dos perfis longitudinais dos rios e principais lineamentos de relevo e drenagem. Para o estudo morfométrico foram realizadas análises dos padrões de drenagem da bacia do rio Lava Tudo e do rio Pelotas, declividade do terreno, hipsometria, cálculo do Fator de Assimetria (FA), e identificação de knickpoints em mapa. Os perfis longitudinais foram elaborados utilizando-se a ferramenta hydrology (ArcGis 10.3), a qual gera vários arquivos. Posteriormente, os arquivos foram convertidos em ASCII para processamento no MATLAB R2012a. De acordo com a rotina de David Harbor, os valores de declividade das drenagens, em formato TXT, foram transferidos para ArcGis para visualização dos knickpoints em mapa. Foram realizadas duas etapas de campo para reconhecimento da área e coleta de dados estruturais, para futuras correlações com os dados obtidos através do geoprocessamento realizado. O relevo é predominante ondulado a fortemente ondulado, com porções mais suaves na porção sul, e elevação variável entre de 800 e 1.700 metros. Os lineamentos de relevo ocorrem em duas orientações preferenciais: (a) NE-SW, que cortam toda a área, e (b) NW-SE que possui maior concentração na porção norte da área e de forma secundária N-S e E-W. As bacias de drenagem investigadas são fortemente assimétricas para a margem direita, o Fator de Assimetria (FA) na porção norte e sul das bacias respectivamente é de 74,11-28,20 na bacia do rio Lava Tudo e 43,70-22,89 na bacia do rio Pelotas, indicando provável basculamento na área. A bacia do rio Lava Tudo possui uma área da ordem de 2443 km2, enquanto a região da cabeceira do rio Pelotas possui área de 2900 km2 e, respectivamente seus canais principais possuem cerca de 177 km e 230 km de comprimento. Ambas as bacias fluem de nordeste para sudoeste com forma assimétrica, e canais principais com forte meandramento. A drenagem é caracterizada por média densidade e angularidade e alto grau de controle estrutural. Apresenta padrão subdendrítico a treliça e, possui trechos retangular-angulados, segmentos em forma de cotovelo, canais com meandros comprimidos, trechos paralelos, e alinhamentos de drenagem nas direções NE-SW, N-S e WNW-ESE. Para o rio Pelotas há alinhamentos subsidiários nas direções NE-SW e NW-SE, e E-W e N-S para o rio Lava-Tudo. O canal do rio Pelotas mostra claramente rupturas que alternam valores médios e baixos, que representam ressaltos ligeiramente suavizados. Os tributários dessa bacia que foram destacados são os rios Silveira, Cachoeira e Cerquinha, todos pela margem esquerda, os quais mostram rupturas alinhadas, mas em níveis topográficos distinto o que pode indicar controle tectônico. No alto curso dessa bacia o rio Cachoeira possui rupturas situadas a 1.200 m, enquanto que o rio Silveira apresenta poucas rupturas entre 1.200 e 1.100, mas uma sucessão delas entre 1.200 até 950 m. O rio Lava-Tudo, por sua vez, apresenta knickpoints alinhados segundo a direção NW-SE na porção norte, onde rio Caronas serve como exemplo. No médio e baixo curso dessa bacia, os rios Antonina e São Mateus possuem rupturas de declive alinhadas à NE-SW melhor marcadas do que aqueles com direção NW-SE. Os dados estruturais obtidos até o momento mostram falhas transcorrentes sinistrais com direção preferencial NE-SW e ENE-WSW, falhas destrais com direção NE-SW e NW-SE, falhas inversas com direção N-S e falhas normais NE-SW, as quais mostram indícios de correlação com os knickpoints obtidos. Foram obtidos previamente os paleotensores das falhas transcorrentes sinistrais onde o σ1 possui direção NNE-SSW e σ3 aproximadamente E-W, já as falhas transcorrentes destrais σ1 WNW- ESSE e σ3 NNE-SSW e as falhas inversas σ1 NE-SW e σ3 NW-SE. Dados acadêmicos: Co-orientador: Prof. Dr. Clauzionor Lima da Silva; Nível: Mestrado; Título do projeto original de dissertação: Análise morfotectônica e estrutural da região centro-leste de Santa Catarina; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Evolução Crustal; Data de entrada na pós-graduação: setembro de 2015; Nº de créditos concluídos: 04; Exame de qualificação: novembro de 2016; Trabalhos publicados no período de confecção: 01 resumo submetido em Congresso, 01 resumo para simpósio, 01 artigo previsto para o 2º semestre de 2017. Data de defesa: agosto de 2017. Possui bolsa: sim. Fonte Pagadora: CAPES.

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Metamorfismo de baixo grau nos metapelitos da Formação Capiru, Colombo–PR, Região do Morro Grande Santos, Larissa ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Leonardo Fadel Cury Palavras-chave: Baixo grau metamórfico, Cinturão Ribeira, Formação Capiru

A Formação Capiru de idade neoproterozóica está localizada no Cinturão Ribeira Sul, e ocorre como uma cobertura supracrustal do Terreno Curitiba. Caracteriza-se como uma sequência metassedimentar de baixo grau metamórfico composta por ardósias, filitos, filitos rítimicos, quartzitos e mármores dolomíticos, dispostos em blocos delimitados por falhas de cavalgamento e transcorrências. As sequências sedimentares sugerem deposição em uma margem continental passiva. O metamorfismo, assim como a deformação das rochas da Formação Capiru, possui características heterogêneas, onde os controles ainda não são bem compreendidos e carecem de estudos complementares. Este trabalho pretende caracterizar o metamorfismo de baixo grau das rochas pelíticas presentes na região do Morro Grande, município de Colombo, com o objetivo de estudar o desenvolvimento das paragêneses minerais e das foliações presentes, além de sua distribuição e morfologia, com base em estudos petrográficos e geoquímicos. Foram selecionadas amostras de ardósias, filitos e filitos rítimicos com diferentes graus de deformação e alteração, em locais com as melhores exposições dos litotipos pelíticos. A constituição mineralógica e química foi determinada pela técnica de difratometria de raios-X e fluorescência de raios-X, respectivamente. O índice de alteração destas rochas foi obtido com base na constituição dos argilominerais presentes, por estudos de difratometria de raios-X da fração argila das amostras (<2µm). A caracterização das foliações foi realizada a partir de estudos petrográficos e por microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os resultados preliminares demonstram a presença de um bandamento composicional sedimentar (S0), definido por estruturas sedimentares preservadas como gradações e estruturas cruzadas, com indicação de topo e base. Observa-se uma foliação S1, relacionada a uma tectônica de baixo ângulo, variando de subparalela a oblíqua ao bandamento sedimentar S0. Esta superfície caracteriza-se por uma clivagem ardosiana contínua, definida por muscovita com diferentes graus de cristalização. A foliação S1 ocorre como superfície plano-axial de dobras isoclinais, por vezes rompidas quando associada a microcavalgamentos, e restritas a alguns níveis. A clivagem ardosiana S1 encontra-se crenulada por uma superfície S2, que possui espaçamento milimétrico, e que perturba as superfícies pré-existentes. A clivagem de crenulação S2 está relacionada a dobramentos observados em diversas escalas. As assembleias minerais são compostas por variações nas quantidades de quartzo, muscovita-sericita-ilita, caulinita, magnetita, grafita, além de óxidos-hidróxidos de ferro (hematita-goethita) e material carbonoso. Com base nos resultados preliminares o metamorfismo observado nas rochas na região do Morro Grande varia de grau muito baixo a grau baixo, diretamente relacionado à composição argilosa do protólito e as quantidades de fluídos intersticiais e intercristalinos presentes. Nas rochas com protólitos compostos predominantemente por argilas, as paragêneses são incompletas, enquanto que as rochas com menores quantidades de fluidos originais apresentam paragêneses completas. Este fato pode ser interpretado como resultante de um processo metamórfico ocorrido com consideráveis quantidades de água intersticial, porém, em níveis crustais rasos, onde a presença de fluídos não facilita as reações metamórficas, e, como consequência, condiciona a formação de paragêneses incompletas. A composição química dessas rochas, portanto, não sofreu grandes modificações durante os processos metamórficos, com exceção a perda de água e materiais voláteis relacionados com a oxidação da matéria orgânica. Dados acadêmicos: Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação/tese: Litogeoquímica e petrologia dos metassedimentos terrígenos do Conjunto Morro Grande, Formação Capiru; Área de Concentração: Geologia exploratória; Linha de Pesquisa: Evolução Crustal; Data de entrada na pós-graduação: setembro de 2015; No de créditos concluídos: 30; Exame de qualificação: novembro de 2016; Trabalhos publicados ou período de confecção: 01 resumo aceito em Congresso e 02 artigos previstos para o 2º semestre de 2017; Data da Defesa: agosto de 2017; Possui Bolsa: sim; Período: 06 meses; Fonte pagadora: FUNPAR.

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Geminação Dauphiné em ribbons de quartzo Santos, Rodrigo Silva ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Leonardo Evangelista Lagoeiro Palavras-chaves: EBSD, microestruturas em quartzo, mecanismo de deformação

Germinações do tipo Dauphiné são feições relativamente comuns em quartzo dos mais diversos ambientes geológicos. Os processos de formação podem ser por crescimento ou por deformação. Embora não seja propriamente um mecanismo de deformação há evidências que a formação de geminações desse tipo auxilia consideravelmente na deformabilidade do quartzo. Dessa forma com o intuito de investigar a formação dessas feições em tectonitos naturais, escolhemos diversos contextos geológicos para estudo das geminações. O primeiro são as zonas de cisalhamento Além Paraíba (ZCAP) e Lancinha (ZCL), as quais estão inseridas no Cinturão Ribeira de idades neoproterozoicas. Trata-se de zonas de cisalhamento transcorrentes com comportamento dúctil, formada em um ambiente de alta temperatura. As estruturas observadas apresentam principalmente sentido destral e uma foliação milonítica com direções predominantes para NE-SW. O segundo contexto em que aparecem são em veios de quartzo e bandas de quartzo presentes em formações ferríferas de rochas do Quadrilátero Ferrífero (QF). Essas rochas são de idades paleoproterozóicas e afloram por quase toda a extensão do QF. Os contextos tectônicos de sua formação estão bem determinados e vão desde rochas de baixa intensidade de deformação sob ambientes metamórficos de fácies xisto verde até domínios de alta deformação em fácies metamórfica anfibolito. Os gnaisses analisados das ZCAP e ZCL são predominantemente de composição quartzo-feldspática, apresentando como principal microestrutura os quartzo-ribbons, para meio de comparação pretende-se analisar veios de quartzo presentes em rochas do Quadrilátero Ferrífero. Como são dois contextos contrastantes em termo de deformação e graus metamórficos pretende-se usá-los como critérios para estabelecer se as geminações presentes nos cristais de quartzo desenvolvem-se de forma a ajustar suas bordas para uma situação de baixa energia ou se as mesmas decorrem de tal maneira que os cristais se deformem com mais facilidade. No caso dos ribbons das zonas de cisalhamento os grãos de quartzo se apresentam na forma de cristais alongados e possuem tamanhos variáveis e apresentam as geminações do tipo Dauphiné que consistem em uma rotação de 60 graus em torno do eixo-c do cristal original. Esse tipo de geminação não pode ser observada ao microscópio ótico, sendo um dos métodos de identificação mais eficazes a microscopia eletrônica por difração de elétrons retroespalhados (EBSD). Através da técnica de EBSD pretende-se obter dados tanto das geminações Dauphiné quanto dos significados das orientações cristalográficas observadas. As geminações Dauphiné são maclas comuns em minerais como o quartzo e ocorrem em diferentes tipos de ambientes geológicos e podem ser geradas por crescimento, deformação ou transformação. Este trabalho consiste em descobrir o momento em que as geminações se desenvolvem nos ribbons e por que elas ocorrem. Procura-se entender também, se as geminações Dauphiné funcionam como um ajuste mecânico do cristal, para acomodar a deformação imposta, ou se elas funcionam como um mecanismo que auxilia na geração dos ribbons. Além disso, objetiva-se comparar como estas maclas se desenvolveram em ambiente de baixo e alto grau metamórfico. Com o auxílio da técnica de EBSD espera-se fazer uma completa caracterização cristalográfica e microestrutural dos ribbons de quartzo, inferindo-se assim os mecanismos de deformação responsáveis pelas feições texturais encontradas. Na fase inicial do projeto será feita uma revisão bibliográfica a respeito das geminações Dauphiné, com o objetivo de se verificar qual o estágio atual do conhecimento sobre estas maclas. Em adição, também será realizada uma pesquisa bibliográfica referente aos quartzo-ribbons, focando principalmente as condições sob as quais eles são formados e quais os mecanismos de deformação que podem auxiliar no seu crescimento. Será importante, levantar os principais estudos realizados até o momento sobre o contexto regional da zona de cisalhamento Além Paraíba. Os métodos utilizados para realização do trabalho consiste i) etapas de campo para reconhecimento do contexto metamórfico e deformacional e coleta de amostras orientadas, ii) preparação das amostras que consiste no corte, polimento da superfície analisada e embutimento com tinta de prata ou fita de cobre iii) análise no microscópio ótico - identificação de microestruturas, registro fotográfico e escolha de áreas para análises de MEV, iv) medidas de orientação cristalográfica por EBSD, v) tratamento e integração dos dados. Os resultados esperados ao final do projeto consistem em caracterizar os processos formadores dos quartzos ribbons e determinar se os mecanismos deformacionais que geram as geminações auxiliam na formação dos ribbons.

Dados acadêmicos: Co-orientador: Geane Carolina Gonçalves Cavalcante; Nível: mestrado; TÍtulo do projeto original da dissertação/tese: Geminação Dauphiné em ribbons de quartzo; Área de concentração: Geologia exploratória; Linha de Pesquisa: Evolução crustal; Data de entrada na pós-graduação: Abril de 2016; Nº de créditos concluídos: 8; Trabalhos publicados ou em período de confecção; Data da Defesa: abril de 2018; Possui bolsa: sim.

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Análise do relacionamento entre deltas, turbiditos e depósitos de transporte em massa na sucessão permocarbonífera da Bacia do Paraná no leste de Santa Catarina Schemiko, Danielle Cristine Buzatto ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Fernando Farias Vesely Palavras-chave: sistemas deposicionais costeiros a marinhos profundos; paleogeografia; formações Rio do Sul e Rio Bonito.

No leste de Santa Catarina, os estratos permocarboníferos da Bacia do Paraná constituem uma sucessão progradante com turbiditos, depósitos de transporte em massa e deltas, incluídos na porção superior do Grupo Itararé (Formação Rio do Sul) e inferior da Formação Rio Bonito. A presente pesquisa tem como objetivo caracterizar a arquitetura estratigráfica e evolução desses depósitos para auxílio na análise das relações entre sistemas deposicionais costeiros a marinhos profundos, com o intuito de determinar seus impactos na predição e arquitetura de reservatórios de águas profundas. A área de estudo compõe um polígono alongado, de 100 km de comprimento e direção noroeste, compreendido entre Alfredo Wagner (SE) e Vitor Meireles (NW). Os principais métodos incluíram levantamentos de perfis estratigráficos verticais, mapeamento de detalhe, análise de fácies, paleocorrentes e proveniência sedimentar. O mapeamento de detalhe na região de Presidente Getúlio e Witmarsum, porção noroeste da área, proporcionou melhor compreensão da arquitetura estratigráfica, a partir da definição de oito associações faciológicas denominadas da base para o topo como A, B, C, D, E, F, G e H. A associação faciológica A abrange tilitos de alojamento sobrepostos ao embasamento ígneo-metamórfico. A associação faciológica B corresponde a folhelhos marinhos dominados por decantação lenta, sob influência de gelo flutuante. A associação faciológica C compreende turbiditos arenosos espessos e delgados. A associação faciológica D é definida como canais submarinos areno-cascalhosos preenchidos por fluxos densos hiperconcentrados. A associação faciológica E é composta por depósitos de transporte em massa (DTM), incluindo diamictitos e folhelhos deformados com blocos alóctones de arenito, característicos de talude deposicional. As associações faciológicas F e G configuram heterolitos e arenitos de pró-delta e de frente deltaica influenciada por ondas e marés, respectivamente, as quais apresentam localmente influência de gelo flutuante. Por fim, a associação faciológica H, constituída por arenitos, lamitos e carvão, é interpretada como sistema fluvial e/ou planície deltaica. As estruturas trativas das fácies deltaicas e dos depósitos de fluxos hiperconcetrados apontam paleocorrentes preferenciais para sul e indicam mesma proveniência. Entretanto, paleocorrentes obtidas a partir de ripples e marcas de sola nos estratos turbidíticos delgados mostram correntes de turbidez para NW, mesmo sentido obtido a partir de indicadores cinemáticos encontrados em depósitos de escorregamentos. Em linhas gerais, o empilhamento estratigráfico descrito acima foi também verificado em análise regional executada nas porções central e sudeste, entre Rio do Sul e Alfredo Wagner. Todavia, nessas áreas os paleofluxos deltaicos, fluviais e dos sistemas gravitacionais subaquosos possuem mesmo sentido, ora para noroeste, ora para sudoeste. Compreende-se, dessa maneira, que os turbiditos e DTMs aflorantes em Presidente Getúlio e Witmarsum estão geneticamente ligados aos sistemas deltaicos provenientes de sudeste. A configuração paleogeográfica preliminar deduzida a partir da análise de fácies e sentidos de paleocorrentes seria de um depocentro de direção SE-NW (depocentro de Rio do Sul) preenchido por sistemas deltaicos provenientes de nordeste (alimentação transversal) e sudeste (alimentação axial). Nos trabalhos futuros essa análise de cunho regional será complementada por dados de campo oriundos da região de Lontras, Presidente Nereu e Vidal Ramos, assim como por dados de subsuperfície. O resultado esperado é uma reconstrução paleogeográfica para o intervalo de estudo e avaliação da influência de estruturas tectônicas regionais nessa paleogeografia. As contribuições científicas decorrentes do presente trabalho incluem dois artigos principais (em andamento) com as seguintes temáticas: a) compreensão da gênese e da arquitetura de depósitos marinhos profundos; b) reavaliação do arcabouço estratigráfico e da evolução geológica da sucessão permocarbonífera da Bacia do Paraná.

Dados Acadêmicos: Título do projeto original: Estratigrafia de sequências e evolução tectono-sedimentar

da sucessão eopermiana da Bacia do Paraná no leste de Santa Catarina. Área de concentração: geologia exploratória. Nome da Linha de Pesquisa: Análise de Bacias Sedimentares. Data da entrada: março de 2014. Nº de créditos concluídos: 36. Exame de qualificação: 31 de agosto de 2016. Data da defesa: 31 de março de 2018. Possui bolsa: sim; Período: março de 2014 até o presente momento; Fonte Pagadora: CAPES.

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Desenvolvimento textural e microestrutural em complexos acamadados- implicações para anisotropia sísmica Silveira, Camila Santos ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Leonardo Evangelista Lagoeiro Palavras chave: mecanismos de deformação, plagioclásio, EBSD

A reologia crustal está ligada ao comportamento da mesma em relação à tensão e à deformação, sendo a anisotropia sísmica uma propriedade que correlaciona esses parâmetros. Sabe-se que as propriedades sísmicas da crosta inferior estão relacionadas aos piroxênios, anfibólios, micas e plagioclásio, mas a influência que cada mineral exerce, de forma individual, sobre tais propriedades ainda não é totalmente compreendida. Com o objetivo de melhor compreender essa relação, o presente trabalho propõe a análise de plagioclásios em rochas gabróicas que foram submetidas a diferentes intensidade de deformação. Dessa forma, os estudo busca estabelecer a relação entre diferentes tipos de mecanismos de deformação em plagioclásio, resultantes ou não em uma orientação cristalográfica preferencial, e a propagação de ondas elásticas. A área alvo para o estudo compreende o complexo acamadado Barro Alto, posicionado na Faixa Brasília. Esse complexo juntamente com os Complexos Niquelândia e Cana Brava formam um cinturão granulítico descontínuo entre os estados de Tocantins e Goiás com estratigrafia semelhantes podendo compor um único corpo. São compostos por duas sequências intrusivas, uma Mesoproterozoica (1,25 Ga) que inclui as sequências máficas Serra da Malacacheta e Serra dos Borges com associações vulcano-sedimentares (Juscelândia, Palmeirópolis e Indianópolis) e outra Neoproterozoica (0,79 Ga) que formam as grandes intrusões acamadadas. Os complexos foram afetados pela tectônica compressiva do Ciclo Brasiliano sendo relatado o aumento da intensidade de metamorfismo e deformação em direção à leste e feições ígneas preservadas à oeste. A seleção de amostra será feita por meio da análise do acervo de lâminas disponível e, de acordo com a necessidade, amostras poderão ser coletadas em campo. Após a seleção e confecção de lâminas, cada amostra será polida de acordo com suas necessidades específicas no Laboratório de Análise de Minerais e Rochas – Lamir. As análises microestruturais e texturais serão realizadas por meio de microscopia ótica, onde áreas de maior interesse serão selecionadas para leitura por Microscopia Eletrônica de Varredura, associada à técnica de Difração de Elétrons Retro-espalhados (MEV-EBSD). Será utilizado o sistema MEV-FEG-450, equipado com um difratômetro de elétrons retro-espalhados instalado no Centro de Microscopia da UFPR. Os dados de orientação cristalográfica serão tratados pela ferramenta de análise textural MTEX do software MATLAB™. Os mecanismo de deformação serão apurados através da descrição de orientações cristalográficas preferenciais (CPO), que serão descritas por figuras de polo dos eixos cristalográficos a(100), b(010) e c(001) dos plagioclásios em relação ao plano XZ do elipsoide de deformação finita, pela intensidade da trama dada pela função de distribuição de orientação através do J index e pela análise dos ângulos entre grãos correlatos e não correlatos através dos perfis de misorientations. Os padrões de anisotropias sísmicas serão plotados pelo método de Voigt que considera a fração volumétrica de cada fase do agregado, sua orientação cristalográfica preferencial e as constantes elásticas do cristal único, de forma a calcular o coeficiente de rigidez local que após transformado pelo Tensor de Christoffel permite a determinação dos padrões de velocidade da onda P, anisotropia da onda S e direção rápida de polarização da onda Vs1. A última etapa do trabalho consiste na interpretação dos dados gerados através da correlação entre de uma orientação descrita e os valores e direções de velocidade de propagação de onda e anisotropia para confecção de artigos científicos.

Dados acadêmicos: Co-orienadora: Paola Barbosa; Nível: mestrado; Título do projeto inicial da dissertação: Desenvolvimento textural e microestrutural em complexos acamadados-implicações para anisotropia sísmica; Área de concentração: Geologia Exploratória; Linha de pesquisa: evolução crustal; Data da entrada na pós graduação: abril/2016; Número de créditos concluídos: 0; Exame de qualificação: junho/2017; Trabalhos publicados ou em confecção: 01; Data da defesa: março/2018; Possui bolsa: sim; Período: 1 mês; Fonte financiadora:CAPES .

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Evolução tectono-sedimentar das Bacias do Guaratubinha (PR), Campo Alegre (SC) e Corupá (SC) Zanella, Renata Ribas ([email protected]) Orientadora: Profa. Dra. Barbara Trzaskos Palavras-chaves: Bacias de transição; análise de bacias; análise estrutural

As bacias do estágio de transição da Plataforma Sul-Americana se instalaram e foram preenchidas por rochas sedimentares imaturas, vulcânicas e vulcanoclásticas no final do Proterozóico (Ediacarano-Cambriano). O presente trabalho se propõe a contribuir para o conhecimento das bacias do estágio de transição localizadas nos estados do Paraná e de Santa Catarina, avaliando a evolução tectono-sedimentar dessas bacias. Assim, foram escolhidas para estudos estruturais, estratigráficos e geocronológicos as bacias do Guaratubinha, Campo Alegre e Corupá, apontadas como possíveis remanescentes de uma mesma bacia. As bacias de transição selecionadas para a pesquisa estão inseridas no contexto do Terreno Luís Alves, no Cinturão Ribeira, com estruturação NE-SW predominante, controlada pela ocorrência de zonas de cisalhamento transcorrentes. A Bacia de Campo Alegre, localizada no estado de Santa Catarina, apresenta geometria alongada na direção NNE, com cerca de 550km² de extensão. A bacia é composta por depósitos vulcanoclásticos e rochas vulcânicas ácidas e básicas, divididos em 3 ciclos deposicionais ocorridos durante estágios Pré-Vulcânico, Vulcânico e de Caldeira. As rochas que preenchem o Gráben de Corupá, localizado ao sul da bacia de Campo Alegre, são estratigraficamente correspondentes ao preenchimento desta. A Bacia do Guaratubinha, com aproximadamente 110km², localizada no sudeste do estado do Paraná, é preenchida por uma sequência se rochas conglomeráticas sotopostas por derrames vulcânicos intercalados a sequências vulcanoclásticas. O presente trabalho se propõe a determinar se essas bacias apresentaram continuidade entre si, e assim, representariam os depocentros preservados de uma paleo-bacia ou se configuram atualmente fragmentos de uma mesma bacia separados durante a evolução tectônica da região. Outra hipótese de trabalho tange a possibilidade de serem bacias instaladas em mesmo contexto tectônico, possivelmente associado ao desenvolvimento de zonas transcorrentes, mas com evolução sedimentar independente uma da outra. Para essa determinação se faz necessário avaliar se a evolução geológica entre elas é similar. Assim, se faz necessário correlacionar estratigraficamente as três bacias e determinar a proveniência das unidades sedimentares. No que tange os registros magmáticos, é preciso identificar a natureza e a cronologia dos eventos ocorridos, e na análise estrutural, determinar os paleotensores nas bacias de Campo Alegre e Corupá e compará-los com os previamente obtidos na Bacia do Guaratubinha. Para tanto, serão aplicados técnicas e conceitos utilizados na análise de bacias. O primeiro passo envolve a reavaliação da estratigrafia proposta para as bacias de Campo Alegre e Corupá, mediante mapeamento das unidades previamente definidas. Seguindo com a descrição da composição e análise da orientação dos clastos nas unidades sedimentares. No âmbito estrutural os dados serão tratados e interpretados através da confecção de diagramas, onde serão plotados os dados de planos de falha, estria, superfícies de acamamento e estruturas de fluxo, visando à análise dinâmica. A obtenção dos paleotensores será realizada com a aplicação dos métodos de Mohr-Columb e Diedros Retos. Em complemento à análise estrutural, será realizada a análise microestrutural de rochas de falha brechadas e cataclasadas, auxiliando assim na caracterização das deformações ocorridas nas bacias. Também serão construídas seções regionais que permitam esboçar a sequência de preenchimento das bacias, pois, além de facilitar a comparação na evolução estratigráfica, quando analisadas em conjunto com os dados estruturais poderão fornecer informações sobre os eventos de deformação e seus reflexos no preenchimento das bacias. Completando os métodos utilizados, dados aeromagnetométricos e aerogamaespectrométricos serão analisados tendo em vista a identificação de grandes estruturas em subsuperfície, principalmente no que tange o arcabouço estrutural geral dessas bacias, e a distribuição espacial das unidades geológicas da área de estudo, respectivamente. Espera-se propor com esta pesquisa o modelo da evolução tectono-sedimentar dessas bacias de transição e elucidar a questão pendente sobre sua gênese interligada.

Dados acadêmicos: Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Tectônica formadora e deformadora das bacias do estágio de transição da Plataforma Sul-Americana: Castro-PR, Camarinha-PR e Campo Alegre-PR; Área de concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de Bacias Sedimentares; Data de ingresso no programa: Abril de 2016; Créditos concluídos: 00; Exame de Qualificação: Setembro de 2018; Data de defesa: Fevereiro de 2020; Possui bolsa: sim; Período: 3 meses; Fonte pagadora: CAPES.

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Índice de Autores

GEOLOGIA AMBIENTAL Acevedo, Andrés Miguel González ...................................................................................... 7

Araújo, Oziel ...................................................................................................................... 8

Britto, Carolina Bitencourt de .............................................................................................. 9

Canata, Rafael ................................................................................................................ 10

Canestraro, Idelsom Rogério ............................................................................................ 11

Costa, Andreza Marta ...................................................................................................... 12

D’Aroz, Priscila ................................................................................................................ 13

Diniz, Flávia Miranda ........................................................................................................ 14

Forcelini, Helenita Catharina Dalla-Lana ............................................................................ 15

Garcia, Mauricio Henrique ................................................................................................ 16

Lau, Alice Marques Pereira ............................................................................................... 17

Massuqueto, Laís Luana .................................................................................................. 18

Nadalin, Luiz Felipe .......................................................................................................... 19

Nascimento, Mylene Giseli do ........................................................................................... 20

Nascimento Neto, Durval .................................................................................................. 21

Pontes, Henrique Simão ................................................................................................... 22

Ramos, Sandra Martins .................................................................................................... 23

Santos, Erika ................................................................................................................... 24

Silva, Carlos Eduardo ....................................................................................................... 25

Tcacenco-Manzano, Liliane Maia ...................................................................................... 26

Zuqui, Anselmo Ruy ......................................................................................................... 27

GEOLOGIA EXPLORATÓRIA Baldin, Michelangelo Tissi ................................................................................................ 30

Barão, Leonardo Mairink .................................................................................................. 31

Barbosa, Tiago Casseb .................................................................................................... 32

Berton, Fábio ................................................................................................................... 33

Besser, Marcell Leonard ................................................................................................... 34

Borgo, Ariadne ................................................................................................................ 35

Carvalho, Amanda Hammerschmidt .................................................................................. 36

Chmyz, Luanna ............................................................................................................... 37

Conte, Thailli ................................................................................................................... 38

Costa, Hérlon da Silva ...................................................................................................... 39

Costa, Michel Silva........................................................................................................... 40

Dressel, Bárbara Carolina ................................................................................................. 41

Eler, Matheus Henrique Paiva ........................................................................................... 42

Farias, Felipe................................................................................................................... 43

Fedalto, Guilherme .......................................................................................................... 44

Ferreira, Carlos Henrique Nalin ......................................................................................... 45

Fontanella, Gabriel ........................................................................................................... 46

Gimenez, Viviane Barbosa ................................................................................................ 47

Kleuser, Evelyn ................................................................................................................ 48

Lange, Lara de Lima ........................................................................................................ 49

Leandro, Renato .............................................................................................................. 50

Mattos, Rafael França ...................................................................................................... 51

Mattos, Tiago Rossoni ...................................................................................................... 52

Moreira, Luis Fernando .................................................................................................... 53

Mottin, Thammy Ellin ........................................................................................................ 54

Ng, Christiano .................................................................................................................. 55

Oliveira, Vanessa da Silva ................................................................................................ 56

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Oste, Jéssica Thaís Ferreira ............................................................................................. 57

Pereira, Bruno Macchioni .................................................................................................. 58

Piazzetta, Gabriela Reis ................................................................................................... 59

Rodrigues, Mérolyn Camila Naves de Lima ........................................................................ 60

Rosa, Eduardo Luiz Menozzo da ....................................................................................... 61

Santos, Jéssica Miranda ................................................................................................... 62

Santos, Larissa ................................................................................................................ 63

Santos, Rodrigo Silva ....................................................................................................... 64

Schemiko, Danielle Cristine Buzatto .................................................................................. 65

Silveira, Camila Santos .................................................................................................... 66

Zanella, Renata Ribas ...................................................................................................... 67

Índice de Orientadores

Prof. Dr. Alberto Pio Fiori .........................................................................................................7, 9, 12, 13, 19

Profª. Drª. Anelize Manuela Bahniuk Rumbelsperger .....................................................................43, 51, 57

Profª. Drª. Barbara Trzaskos .....................................................................................................31, 41, 60, 67

Prof. Dr. Carlos Eduardo de Mesquita Barros..............................................................................................48

Profa. Dra. Cristina Silveira Vega.................................................................................................................55

Prof. Dr. Eduardo Chemas Hindi.............................................................................................................8, 14

Prof. Dr. Eduardo Salamuni .......................................................................................................30, 47, 53, 62

Profª. Drª. Eleonora Maria Gouvêa Vasconcellos ...........................................................................32, 34, 45

Prof. Dr. Ernani Francisco Rosa Filho .......................................................................................17, 23, 26, 27

Prof. Dr. Fernando Farias Vesely ............................................................................33, 36, 42, 52, 54, 61, 65

Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira ......................................................................................10, 56, 58

Profa. Dra. Geane Carolina Gonçalves Cavalcante......................................................................................38

Prof. Dr. João Carlos Biondi ..................................................................................................................35, 37

Prof. Dr. Leonardo Lagoeiro............................................................................................................59, 64, 66

Prof. Dr. Leonardo Fadel Cury ............................................................................................44, 46, 49, 50, 63

Prof. Dr. Luiz Alberto Fernandes .........................................................................................15, 18, 21, 22, 24

Profa. Dra. Maria Cristina de Souza..............................................................................................................16

Prof. Dr. Marivaldo dos Santos Nascimento ..........................................................................................39, 40

Prof. Dr. Rodolfo José Ângulo ...............................................................................................................20, 25

Prof. Dr. Sandro Froehner .........................................................................................................................11