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Jão Hugojony Eis o Eterno: com o sopro de Santo Agostinho 1a. Edição Paraíba Edição do Autor 2018

1a. Edição - rl.art.br · meio dos sentidos, como visão, audição e olfato; das artes liberais, como a literatura e a dialética; das matemáticas, que transforma as ideias em

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Jão Hugojony

Eis o Eterno: com o sopro de Santo Agostinho

1a. Edição

Paraíba

Edição do Autor

2018

DEDICATÓRIA

Ao Eterno que paira, desde o princípio, por sobre as águas.1 E como estas não foram

criadas por Ele, e algo não existiu ou não existia antes de Ele; logo, Ele é as próprias

águas – origem de todas as coisas, mas Ele mesmo já pronto e infinito: eterno. Pois, elas

Lhe coexistiam, desde o início. “Halleluyah!” 2

1

“... e o Espírito do Senhor pairava por sobre as águas.” (Gênesis 1:2) 2 � Palavra do hebraico, que se lê da direita para esquerda, (äììåéä) composta por duas partes:

Hallelu (äììå) significando “louvem”, e Yah (éä), “o nome do Senhor”.

3

RESUMO

Então, eis o Eterno, que diferentemente de todos os seres e de todas as coisas – os quais

para encontrá-los, nós temos que os achar –, encontramo-Lo desde o momento que

começamos a buscar-Lhe, sendo este momento as nossas confissões. E é nestas

confissões que acontece o encontro de Santo Agostinho com Deus. Para Agostinho o ato

da confissão é mais que unicamente reconhecer os nossos pecados – até mesmo os

ocultos, aqueles dos quais não temos conhecimento, mas sabemos que os temos –, é

também o momento de louvar-se o Todo-Poderoso pela sua misericórdia pelo

cometimento, por nós, de tais pecados. Então, ele afirma: “Dupla é a confissão: a do

pecado e a do louvor”. No Livro Décimo de Confissões é enfatizado que é no homem

interior que habita a verdade,3 e o nosso interior está amalgamado com a nossa memória,

e nela devemos encontrar a verdade, e caso lá não a encontremos, devemos lá afixá-la

com pregos, após a vivenciarmos, para que não tenhamos a desculpa de não conhecê-la

por esquecimento. Pois, onde reside o pecado (os prazeres da carne) se não na memória?

E dela devemos extirpá-lo através da confissão, porque a verdade e o pecado não lhe

podem ao mesmo tempo habitar. Então, Agostinho a disseca, tentando mapeá-la: por

meio dos sentidos, como visão, audição e olfato; das artes liberais, como a literatura e a

dialética; das matemáticas, que transforma as ideias em algo absoluto, pois as mesmas

não são do grego ou latim, ou de qualquer outra língua; e da memória da própria

memória, para que a verdade uma vez despregando-se desta (a principal), não seja

ignorada, pois está replicada naquela (a auxiliar), como se este trabalho estivesse sendo

gravado em um disco rígido (HD)4 e espelhado em um segundo, para que não o

percamos caso alguma falha ocorra no primeiro, ou para que não haja a possibilidade de

sua adulteração, pois uma vez isto acontecendo, teríamos como comparar o adulterado

com o original, garantido assim a sua integridade. Desta forma, Agostinho desvenda os

lugares mais recônditos e segredos da memória, para que dela não nasçam mais as

nossas tribulações, frutos da lembrança dos nossos pecados. Assim, libertando o nosso

interior da riqueza e da pobreza, da alegria e da tristeza: as aflições da nossa alma.

Palavras-chave: Deus; Confissões; Santo Agostinho

3

“In interiore homine habitat ueritas.” 4 � Hard Disk: periférico de armanezamento de informações em um computador.

4

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................8

2. DE MODO CONFESSIONAL............................................................................10

3. NOSSA SANTA IGNORÂNCIA........................................................................12

4. A MEMÓRIA......................................................................................................14

5. A FELICIDADE NA VERDADE.................................. .....................................16

6. TENTAÇÕES, DESEJOS E PRAZERES...........................................................19

7. JESUS CRISTO: O MEDIADOR.......................................................................22

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................24

REFERÊNCIAS......................................................................................................26

5

1. INTRODUÇÃO

Esta monografia tem como proposta analisar a mensagem contida no Livro

Décimo da obra Confissões de Santo Agostinho, na qual, com o seu sopro (suavidade,

teologia e filosofia), apresenta-nos o seu encontro com Deus.

Confissões é uma autobiografia, que exala filosofia por fazer-nos refletir sobre

nossa própria jornada – “Há sentido na vida sem Deus?” –, e onde emana teologia, por

esta jornada ganhar seu verdadeiro sentido quando nós, criaturas dotadas de espírito (o

que nos difere das demais), tentamos nos aproximar do Criador – “O que é e onde está

Deus?”. A presente análise tratará principalmente dos temas, a saber: confissão; a

Memória; ignorância; a Verdade; pecado; e Jesus Cristo, o mediador.

Referências à Bíblia Sagrada estão presentes em todo momento na narrativa das

confissões de Agostinho, sobretudo ao livro dos Salmos e aos livros do Novo

Testamento. Muito em virtude de seus estudos teológicos, mas também possivelmente

por ter sido a Bíblia o instrumento responsável (diretamente) pela sua conversão, como

veremos a seguir. Está análise fará associação da obra de Agostinho aos textos bíblicos,

sempre que for notória a inspiração destes naquele ou no autor desta monografia, e

preferencialmente em notas de rodapé. Pois, é lá, nos rodapés, que se deve encontrar o

maná, cereal do céu, pão dos anjos, a saciar a fome do conhecimento.5

Conhecer um pouco da biografia do autor ajudará a compreender melhor a sua

obra. Agostinho nasceu na cidade de Tagaste (atual Argélia), na época província romana

no norte da África, em 13 de novembro do ano 354 e morreu na cidade de Hipona (atual

Argélia) em 28 de agosto do ano 430. Foi teólogo, filósofo e escritor, considerado

Doutor da Igreja Católica. Era filho de pai pagão e mãe católica, Mônica, resistiu à

educação católica desta, que tentou torná-lo cristão, porém sofreu forte influência do

maniqueísmo.6 Muda-se para a cidade de Milão, onde passa a ensinar retórica e a

surpreender-se com a oratória do Bispo de Milão, Ambrósio. Acredita-se que após uma

5 � “E chamou a casa de Israel o seu nome maná; e era como semente de coentro branco, e o seu

sabor como bolos de mel.” (Êxodo 16:31) 6 � Maniqueísmo: filosofia religiosa dualística, fundada e divulgada por Maniqueu (profeta de

origem iraniana, 216-276 d.C.), que divide o mundo simplesmente entre o Bem e o Mau.

6

crise pessoal – sua mãe interveio no seu relacionamento com uma mulher com a qual ele

vivia não sob as leis da Igreja Católica – escuta a voz de uma criança, fruto de sua

imaginação, que lhe diz: “Toma e lê”; ele abre a Bíblia Sagrada na epístola de Paulo,

Romanos (13:13,14),7 e então converte-se ao cristianismo, prestes a completar seus 33

anos, quando foi batizado juntamente com seu filho, Adeodato, pelo Bispo Ambrósio,

no período da Páscoa do ano 387.

7 � “[13] Andemos honestamente, como de dia; não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em

desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja. [14] Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências.”

7

2. DE MODO CONFESSIONAL

O propósito de fazermos as nossas confissões é conhecer o Senhor – mais

propriamente que nos deixarmos conhecer por Ele, uma vez que Ele tudo sabe sobre nós

–, através da verdade que Lhe apresentamos sobre os nossos atos, pensamentos e

omissões – não apenas o que deixamos de fazer, mas o que fazemos sem saber, pois não

saber o que se fez, e não saber o porquê se fez também é uma omissão. Neste momento

estamos oferecendo a (nossa) verdade em busca da Verdade, para que esta última venha

nos alentar e transformar para melhor. Como se soubéssemos de antemão que para

receber algo, teríamos que oferecer este mesmo algo – amor por amor, justiça por

justiça, verdade por verdade.

Agostinho deixa claro que as suas confissões sobre o que fez e quem foi já foram

feitas ao Senhor, o qual apagou todos os seus males contidos nelas.8 Porém, naquele

momento ele fazia as suas confissões não unicamente ao Senhor, mas também aos

homens, mostrando-lhes que estava sendo tudo o que era naquele instante,9 para assim,

mais conhecer o seu interior que fazer o seu interior conhecido pelos outros homens,

porque, estes não teriam como saber se o que confessava era verdade, senão alguns

através da caridade. E que naquele modo confessional, alguns, que lhe acreditavam –

aos quais ele chamou de “espírito fraterno” –,10 compadecessem pelos seus males

cometidos e regozijassem-se pelos seus bens, intercedendo por ele junto ao Senhor,

unindo as suas vozes a dele, para que a voz dele ganhasse força, fosse erguida como

uma trombeta e pudesse ser mais bem ouvida no alto. Então, os homens de espírito

fraterno perceberiam a magnífica aproximação do Senhor em sua vida. Porém, esta

aproximação ainda não se dá de forma direta, “face a face”.11 Pois, para tal, ele deveria

conhecer todas as coisas que estavam no seu espírito, e lá havia coisas que nem o seu

8 “BEM-AVENTURADO aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto.” (Salmos

32:1) 9 � “E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU

SOU me enviou a vós.” (Êxodo 3:14) 10 AGOSTINHO, Santo. Confissões. Lisboa: IN-CM, 2001, p. 48. 11 � Idem, Ibidem, p. 50.

8

próprio espírito conhecia; apenas o Senhor. Por ora, não era justo aproximar-se

diretamente do Senhor sem o pleno conhecimento de si mesmo. Mais uma vez

Agostinho faz referência à necessidade de haver coerência na confissão: sua verdade

pela Verdade; sua luz, esclarecendo todos os seus males, pela Luz; e o conhecimento de

si mesmo como pré-requisito para ligar-se à Onisciência.

9

3. NOSSA SANTA IGNORÂNCIA

O desconhecimento de nós mesmos faz-nos desconhecer também quais tentações

podemos resistir e quais nós não podemos, ainda sabendo que o Senhor tenha nos dado

somente o fardo que conseguimos suportar. Neste momento procuramos a sabedoria do

e no Senhor. Mas, quem é Deus?

As perguntas de Agostinho: “Que amo quando te amo?” e “O que é Deus?”,12 já

nos mostram o quão parecemos ser ingênuos. Como recorremos a algo, para livrar-nos

de nossas tribulações e amá-lo, se não o sabemos quem é? Isto para o nosso raciocínio

mecanicista e lógico é inadmissível, porquanto, nós sentimos a necessidade de ter que

dar concretude à nossa fé; ver para crer. As perguntas fazem com que Agostinho tente

identificar o Eterno nas coisas que lhe são externas, como na luz, na melodia e no

perfume, sem com isso conseguir uma resposta satisfatória. Portanto, ele passa a

procurar em seu interior todas essas coisas (externas), e a partir daí encontra a resposta a

sua pergunta. Eis o que ele ama quando ama o Senhor: tudo o que apraz o seu íntimo.

Nesta passagem o interessante é a referência que ele faz a Anaxímenes;13 quando

perguntando ao ar se este era o Criador, o princípio de todas as coisas, o mesmo lhe

responde: “Anaxímenes está enganado; eu não sou Deus”.14

Ademais, ele precisava responder outra pergunta que faz a si mesmo: “Tu quem

és?”.15 Respondendo-a, ele reconhece que é só um homem (exterior e interior), e associa

ao seu interior uma alma. E é nesta alma que se encontra a porção divina, pois é a ela

que o Senhor alimenta, e é dela que se alimenta o corpo. Nada do que nos exterioriza

(corpo) tem sentido em nós sem ela, pois seríamos como os animais: com forma, mas 12

� AGOSTINHO, Santo. Confissões. Lisboa: IN-CM, 2001, p. 51. 13

� Anaxímenes de Mileto (séc. VI a.C.): filósofo pré-socrático que defendia que o ar era o princípio de todas as coisas. 14 � AGOSTINHO, Santo. Confissões. Lisboa: IN-CM, 2001, p. 51.

15 � Idem, Ibidem, p. 52.

10

sem essência; capacitados a viver com os sentidos, mas sem poder interrogar o que

sentem. E muitos homens, mesmo agraciados com a alma, agem como se não a

tivessem, simplesmente pelo motivo de não questionarem, a si mesmos, o porquê da sua

existência. Como diz Agostinho: “Deslocam-se os homens para admirar as alturas dos

montes, e as ondas alterosas do mar, e os cursos larguíssimos dos rios, e a imensidão do

oceano, e as órbitas dos astros, e não prestam atenção a si mesmos”.16

Não por acaso, a filosofia de Sócrates, através do seu método maiêutico,

procurava a verdade no interior do homem: “Conheci-te a ti mesmo”.17 Contudo, uma de

nossas maiores ignorâncias, que é “a falta da nossa própria reflexão” sobre as coisas que

nos cercam mais que o “simples” conhecimento delas, pode ser tida como santa – muito

separada das outras (ignorâncias) –,18 pois, até mesmo o mais inteligente dos homens

pode ser acometido por ela.

16 � AGOSTINHO, Santo. Confissões. Lisboa: IN-CM, 2001, p. 56.

17 MAIÊUTICA In: WIKIPÉDIA: a enciclopédia livre. Wikimedia, 2012. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Mai%C3%AAutica>, acessado em maio de 2012.

18 � Santo(a): adj. que pode também conter o sentido: manter-se separado; reservado.

11

4. A MEMÓRIA

Compreendendo que os sentidos são responsáveis pela percepção das coisas que

o corpo de alguma forma experimenta, mas não têm a capacidade de identificar Deus

nelas, Agostinho volta-se à memória. Pois, acredita que nela está guardado – além de

tudo o que os sentidos vivenciaram – tudo o que pensamos; consequentemente o que

somos. Enfatiza que a memória funciona como um filtro, permitindo que a imagem

(essência) de todas as coisas seja registrada nela, sem haver a necessidade de que as

coisas em si entrem-na. Com efeito, desta forma, damos asas aos nossos pensamentos,

pois com as imagens das coisas na nossa memória, passamos a ser livres delas, embora

ligados a elas quando as desejarmos, ou seja, não necessitamos obrigatoriamente ter

algo para pensá-lo. Como que em um diálogo entre um Monge e um Mestre budistas;

diz o Monge: – Mestre, eu cumpro todas as minhas obrigações para com Buda e sou

muito disciplinado, mas onde está Bunda? Mestre: – É simples meu filho, Buda está no

seu bolso. Monge: – Coloquei minha mão no meu bolso, mas ele não está! Mestre: – É

simples meu filho, ele já foi embora.

É na memória que temos a oportunidade de encontrar a nós mesmos, quando

lembramos o que pensamos e sentimos no passado, ao ponto de os experienciarmos

como se acontecessem no presente. Ela é de uma grandeza tremenda, chegando a caber-

lhe tudo o que somos. Podendo ser comparada a um palácio, dividido em cômodos, os

quais são destinados às artes liberais, às matemáticas e à própria memória.

No cômodo das artes liberais estão a literatura e a dialética, as quais não têm

formas, sendo mais leves para guardá-las, por não ser preciso filtrá-las, ou abstraí-las.

Para as artes liberais, a memória é totalmente autônoma, porquanto não depende das

portas do corpo, tais como: os olhos, por não ser qualquer figura; dos ouvidos, por não

ser qualquer som; do nariz, por não ter qualquer cheiro; do tato, por não ter qualquer

textura; ou do paladar, por não ter qualquer gosto.

12

No cômodo das matemáticas, encontramos os números e as dimensões, que

como as artes liberais também não precisam das portas dos sentidos, e que transformam

as ideias em algo absoluto, porque as mesmas não são do grego ou latim, ou de qualquer

outra língua.

No cômodo reservado à memória, local seleto, – que é a memória da própria

memória, o que pode parecer redundante, todavia não por exagero, mas por segurança –,

deve-se estar pregada, fixada, a verdade, para que esta não seja ignorada por

desconhecimento, estando ela nele guardada de maneira incólume. Como se este

trabalho estivesse sendo gravado em um disco rígido (HD) e espelhado em um segundo,

para que não o percamos caso alguma falha ocorra no primeiro, ou para que não haja a

possibilidade de sua adulteração, pois uma vez isto acontecendo, teríamos como

comparar o adulterado com o original, garantido assim a sua integridade. Ora, também

temos guardados, na memória da memória, os nossos sentimentos de alegria e de

tristeza, o que nos permite revivê-los, embora não sendo a nossa realidade atual. Não à

toa, temos o ditado popular: Recordar é viver!

Para algo ser gravado na memória, devemos primeiro nomeá-lo, para que

possamos resgatá-lo de lá quando for preciso. Com relação a isso, Agostinho nos diz que

até o esquecimento deve ser nomeado para lembrarmos que o esquecemos, ou seja, a

memória também guarda o esquecimento. Esta complexidade mostra por que razão

Agostinho escolheu a memória como um lugar perfeito para procurarmos limpar quem

somos através das nossas confissões, e de lá retirarmos os nossos pecados – dado que

está no espírito tudo que está na memória –,19 para que não os revivamos, mesmo

quando estes já esquecidos. Pois, se apenas os esquecêssemos, eles continuariam na

memória, prontos para serem recordados, e com isso, vividos novamente. Na memória

devemos ter a verdade – na riqueza ou na pobreza, na alegria ou na tristeza –

independente do nosso estado de espírito, para que tenhamos argumentos para rechaçar

o pecado – qualquer coisa que tente falseá-la –, quando formos tentados, e para nos

lembrarmos dela, caso a esqueçamos. Então, se na memória temos a verdade, e é na

memória que nos encontramos, logo, tendemos a nos aproximar da Verdade

(onisciência) através dela. Tendemos, porque, ainda que seja comparada a um palácio, a

nossa memória, que é fabulosa e de grande poder, é um espaço muito limitado e

19 � AGOSTINHO, Santo. Confissões. Lisboa: IN-CM, 2001, p. 64.

13

pequeno para a onisciência, ou até mesmo a sua essência, lá residir. E isto faz com que

Agostinho esforce-se para ir além dela, para chegar ao Senhor: sua doce luz.20

5. A FELICIDADE NA VERDADE

O que impulsiona o homem a usar de todos os meios que lhe estão disponíveis

(intelectuais e materiais), senão alcançar a felicidade? Independente de como agimos,

se pelo bem ou pelo mal, será sempre ela quem estará nos nossos fins. O que Madre

Tereza de Calcutá almejava proporcionar, através de suas ações sociais, senão a

felicidade aos esfaimados, quando lhes saciava a forme do corpo e da alma? A despeito

de sua própria dificuldade – faltava-lhe apoio governamental – e penúria, pois, não

aceitava todo tipo de doação, principalmente as midiáticas. O que Maquiavel tinha

como objetivo, quando apresentou a sua máxima, na qual os fins justificam os meios,

senão a felicidade – para a monarquia absolutista, inclusive para si – em implantar a sua

forma de governo? Muito embora, a qualquer custo: através da infelicidade de muitos,

sobretudo do povo a ser governado.

O que verdadeiramente procuramos no Senhor, quando o buscamos, senão a

felicidade, nossa e dos nossos – aqueles corações que nos são fraternos, que sofrem com

o nosso sofrimento e alegram-se com a nossa alegria? Todavia, antes de procurá-la,

devemos saber (ou supor) o que é a felicidade, caso contrário a nossa procura ficaria

sem propósito. E para tal, teríamos que em algum momento já tê-la vivenciado e a

guardado na memória, deste modo sabendo-lhe, para que a comparássemos com algo

novo que viéssemos a experimentar. Porém, a felicidade, estando ela no nosso exterior

ou interior, não é qualquer coisa, que por meio de sua imagem nos entre pelos sentidos e

repouse na memória, e fique lá para de quando em vez ser resgatada, mas sim, algo que

já nasce conosco, revelada em nós desde (o instante) que somos apresentados à luz.

Entretanto, vez ou outra a deixamos escapar, por menosprezarmos a sua capacidade de

nos fazer felizes, ou meramente por desejá-la ainda mais. Segundo Agostinho, os

homens podem ser felizes de duas maneiras: vivenciando a felicidade puramente em sua

20 “Certamente suave é a luz, e agradável é aos olhos ver o sol.” (Eclesiastes 11:7)

14

plenitude ou vivenciando a esperança de em algum dia alcançar a felicidade. Contudo,

em ambos os casos, o conhecimento prévio – ou a presunção deste – sobre ela é

imprescindível. Mas, em virtude do homem ser falível, de seu espírito ser débil e torpe,

este pode se enganar, ou adquirir um saber errôneo sobre a felicidade. Sendo-nos inata,

ela precede qualquer coisa e, justamente por isso, qualquer coisa pode ser confundida

com ela, ou forjada para sê-la. Logo, a vulnerabilidade do espírito do homem faz com

que a felicidade não resida na memória das matemáticas – mas possivelmente na

memória das memórias – e nem seja absoluta como é o pensamento, mas sim, como o

sabor no qual uns sentem felicidade em degustá-lo e outros não. Porém, a felicidade

perde toda essa sua volatilidade e passa a ser absoluta, ou seja, não suscetível de

aumento ou diminuição, quando a procuramos na via da verdade e não mais na via da

opinião comum (dóxa), a cicuta de Sócrates,21 alimentada pelas aparências que são

adquiridas equivocadamente pelos nossos sentidos, como sugere Parménides.22

E a via da verdade é o caminho do Senhor, que nos oferece justiça e nos propõe

que sejamos justos. Então, está é a verdadeira felicidade, aquela que se encontra na

verdade, que poucos alcançam – ainda que muitos a persigam –, porque o seu caminho é

estreito. Mas, como explicar por que motivo há pessoas que desejam a felicidade e

abominam a verdade? Agostinho nos diz que existem pessoas que amam tanto a

felicidade que temem que a verdade lhes prove que o que elas sentem não é felicidade,

que estão enganadas, ou enganando-se a seu respeito. Eis o que nos provou “o Filho do

homem”,23 quando falou aos homens que era o caminho, a verdade (a luz) e a vida: o

filho de Deus, e foi crucificado por aqueles que não aceitavam a Verdade (do Pai), por

esta não atender as suas felicidades (suas verdades), como trazer-lhes riqueza material,

“prata e ouro”, ou a libertação do povo judeu do jugo do império romano.

21 Veneno, extraído da planta cicuta (Conium maculatum), ingerido por Sócrates após seu julgamento, com veredicto da condenação, realizado pelos seus concidadãos atenienses, por ele ter desrespeitado a “dóxa” (opinião comum) da pólis grega.

22 Parménides (séc. VI a.C.): filósofo pré-socrático.

23 “O Filho do homem”: expressão muito utilizada por Jesus Cristo para fazer referência a si mesmo, como por exemplo, está em (Mateus 9:6).

15

De fato, Agostinho nos explica maravilhosamente bem o porquê desta peleja –

da falsa felicidade com a verdade –, quando nos diz: “A carne tem desejos contrários ao

espírito e o espírito desejos contrários à carne”.24

É claro que os homens de bem, aqueles de corações fraternos, que têm sabedoria

e inteligência,25 preferem encontrar a felicidade na verdade, pois, sabem que esta é

dourada; eterna. Por outro lado, os homens do mundo, aqueles que são dados às

aparências, priorizam exclusivamente a felicidade – pouco se importando com a verdade

–, e assim fazendo-a eterna enquanto durar, pois sabem que ela é efêmera; não reluz.

Não podemos encontrar a felicidade no que não é verdadeiro, caso contrário

corremos o risco de provocar o mal, mesmo desejando o bem; como defende Proudhon

sobre a “ciência das leis morais”, no seu livro “O que é a Proriedade?”.26 Então, eis onde

se encontra o Eterno: na verdade absoluta, que é infinita; e para tê-lo conosco, a

guardamos na memória. E Agostinho, com a plena certeza de encontrar a felicidade na

Verdade, diz: “Concede-me o que ordenas, e ordena-me o que queres”.27

24 � AGOSTINHO, Santo. Confissões. Lisboa: IN-CM, 2001, p. 70.

25 � “E disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e apartar-se do mal é a inteligência.” (Jó 28:28)

26 � “Portanto, se a nossa ciência das leis morais é falsa, é evidente que, desejando o bem, provocaremos o mal.” PROUDHON, Pierre-Joseph. O Que É a Propriedade? Lisboa: Estampa, 1975, p. 18.

27 AGOSTINHO, Santo. Confissões. Lisboa: IN-CM, 2001, p. 74.

16

6. TENTAÇÕES, DESEJOS E PRAZERES

Assim como Empédocles acreditava que as suas quatro raízes eram o princípio

(arché) de todas as coisas,28 Agostinho defendia que as tentações, desejos e prazeres

eram a origem do pecado, do qual ele tinha pleno conhecimento de que o Senhor lhe

ordenara que se abstivesse, quando da sua conversão. Inclusive ao próprio matrimônio,

que lhe era permitido. Contudo, o Senhor ao aproximar-se dele, havia lhe oferecido uma

escolha melhor ao matrimônio, poupando-lhe da concupiscência da carne.29 Apensar

desta certeza, via-se traído pela sua memória, como se esta tendo vontade própria, e ele

não fosse ele – ou fosse dois diferentes: quando durante o sono um e a vigília outro –,30

lembrasse-lhe tais prazeres. O que lhe acontecia, não por acaso, durante o sono;

momento em que o nosso superego (a parte moral da mente humana, segundo a teoria

psicanalítica) também cochila, permitindo aos nossos devaneios aflorarem as nossas

vontades latentes, conduzindo-as até a memória para de lá arrancar prazeres já sentidos

uma vez pelo corpo, fazendo-o degustá-los novamente. Isso lhe deixa confuso; se os

dons do Senhor, que lhe agora estão, não são suficientes para livrá-lo de tamanha

concupiscência no sono, então deveria clamar ao Senhor para que interviesse, enchendo-

o de dons, que lhe faltassem, para resisti-la.

28 � Empédocles (séc. VI a.C.): filósofo pré-socrático.

29 � I Coríntios 6:12-20; 7:1

30 Isto nos remete à expressão de Parménides “mortais de duas cabeças”: aqueles regidos pelos sentidos, ora agindo de uma forma ora, de outra.

17

As tentações que os alimentos provocavam em Agostinho, queimavam-lhe como

a febre. E confessando a fraqueza à qual era submetido pelas tentações da gula, recorria

ao Senhor – invocando-lhe a sua destra –, que no seu entendimento o admoestava,

através de vozes,31 sobre a intemperança e a embriaguês, sugerindo-lhe que os alimentos

deveriam ser tomados como remédios, e que deveria lhe ser preferível, quanto àqueles,

sentir necessidade à saciedade. Porém, esta necessidade, quando não saciada,

transformava-se em desejo, que por sua vez, em prazer por ser tarde demais para evitá-

lo. Quanto à embriaguês, não lhe proporcionava qualquer tentação, porém, suplicava ao

Senhor para permanecer continente a esta.

A sua desculpa para os prazeres da gula era que o homem é nada além de pó, e

do pó foi criado, e ao pó retornará. A frase utilizada por ele: “Tudo posso naquele que

me conforta”,32 é uma referência direta ao apóstolo Paulo, a quem amava e chamava de

“um soldado das milícias celestiais” 33, diferente do pó que são os homens, embora este

mesmo tenha o sido. O remorso que ele sentia ao ceder aos desejos da comida era em

virtude das impurezas que o prazer lhe deixava entrar no seu espírito, muito mais que a

possibilidade de a impureza dos alimentos lhe corromper o corpo. Cita a João Batista

como exemplo de um homem de admirável abstinência, o qual preferia alimentar-se de

gafanhotos a contaminar-se com a carne dos animais, e a Esaú como um homem

equivocado, o qual se rendeu a um guisado de lentinhas, vendendo a sua unção da

primogenitura por aquelas, acreditando que naquele momento de fome, ter sido

agraciado com a primogenitura de nada lhe adiantaria; e assim contaminou o seu

espírito.34

Quanto ao olfato, Agostinho não se sentia tentando. E às delícias do ouvido,

alegrava-se com as melodias repletas com a palavra do Senhor, como os saltérios de

Davi, quando cantadas, mais que puramente com as palavras, comovendo-se mais com

aquelas que com estas, confessando nisso o seu pecado. Com relação aos olhos, amava a

beleza das formas e a luz. Suplicava ao Senhor para que a primeira não se apoderasse de

31 “Não vás atrás das tuas concupiscências e refreias os teus apetites.”; “Se comermos, não ganhamos nada, e se não comermos, nada perdemos.”; “Sei viver na abundância e suportar a penúria. Tudo posso naquele que me conforta.”

32 � “Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” (Filipenses 4:13)

33 � AGOSTINHO, Santo. Confissões. Lisboa: IN-CM, 2001, p. 78.

34 � Gênesis 25:19-33

18

sua alma – novamente, como era antes de sua conversão, quando dado a ela –,

acreditando que a amava agora (após a conversão), não por sua beleza em si, mas por

nela poder encontrar a beleza da criação de Deus. A segunda tinha-a com a rainha das

cores e do discernimento, pois esta proporcionava aos olhos a percepção das cores belas

das coisas, e ao homem, mesmo com a vista cansada da idade avançada, enxergar

através dela, que neste caso, impactava o coração e não mais os olhos. Contudo, seus

olhos eram os agentes do corpo – o mais presente de todos, uma vez que com estes,

além de se ver algo, também se conhece antes de tocar e de degustar –, responsáveis por

tentá-lo, ainda que conseguisse resistir, a que seus pés estivessem sempre presos no laço

do pecado. E a sua resistência aos desejos dos olhos era a prova maior de que o Senhor

não dormitava nem dormia quanto às provações do seu servo.

Ora, temos também outras formas de tentações, como a curiosidade, a vaidade e

a arrogância, as quais são tão nocivas quanto as já mencionadas. Porém, diferentes das

demais por não serem adquiridas pelos sentidos do corpo, mas serem provadas pela

vivência. A curiosidade tem como maior finalidade conhecer o desconhecido, sem que

estejamos prontos para tal, assim como Adão e Eva experimentaram a árvore do bem e

do mal. A vaidade só nos permite ouvir aquilo que nos é dito para nos agradar, não que

não nos digam coisas desagradáveis, contudo, não refletimos sobre estas, ignorando-as,

e perdendo a oportunidade de melhorar o conhecimento sobre nós mesmos.35 Na

verdade, muito do que o homem predica e pratica é pura vaidade,36 desde a humildade

exacerbada até a opulência. Menciono a humildade, o que parece paradoxal, porque o

seu excesso pode ser uma forma disfarçada de vaidade. A arrogância, esta sim, a mais

perigosa e destruidora das três, pois quando nos toma não a percebemos pelos sentidos,

que lhe são cegados; e assim ficamos, soberbos, até que algo nos proporcione uma

queda, fazendo com que os nossos sentidos agora a percebam. E mesmo aquele que já

experimentou esta queda pode ser reincidente. A arrogância que poderia ser do Senhor,

por ele ser o senhor dos senhores, dele não o é, porquanto se o fosse, teria nos ordenado

unicamente que o amassássemos; o que não o fez, pois nos sugeriu que o amassemos

acima de todas as coisas, e também o nosso próximo.

35 � “Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos.” Provébios (27:6)

36 � “Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade.” Eclesiates (12:8)

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7. JESUS CRISTO: O MEDIADOR

O que é a confissão, senão a tentativa de reconciliação com a Verdade? E se nós

queremos lhe aproximar-se, ou lhe reaproximar-se, é porque estamos afastados dela.

Assim como as palavras doces de uma mãe são capazes de suavizar o maior dos males

do filho a um pai, reaproximando-os, assim é a intervenção de Jesus Cristo, o nosso

verdadeiro mediador, que faz com que as nossas súplicas possam ser ouvidas no alto.

Mediador, por um dia ele ter possuído um corpo de carne e ser tentado através dela, e

agora encontrar-se à direita do Todo-Poderoso, ou seja, por estar num ponto eqüidistante

entre o homem e Deus, ponto ideal ao encontro de ambos, por conhecer o homem como

homem e a Deus como Deus. Contudo, muitos homens, que procuram um mediador, são

enganados pela ilusão de que o saber, ou seu saber, é suficiente para chegar ao Senhor

que está no alto, e são acometidos pela soberba que passa a ser a mediadora entre eles e

o inimigo do Senhor, a morte eterna.

Jesus Cristo é tão verdadeiramente nosso mediador, e tão verdadeiramente nos

amou, que não rejeitou de beber o cálice, do qual ele viveria a nossa morte no seu corpo

para dar vida, a vida eterna, aos homens que procurassem a verdade, que é a própria

justiça e a paz; arrebatando-os da morte do pecado. E o Eterno tão verdadeiramente nos

amou que nos enviou o seu unigênito, personificando-se nele – o qual se referia aos

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homens como irmãos – para fazer de nós, seus servos, agora seus filhos. Com esta

certeza – a de que o Verbo, a Luz e a Verdade se fizeram carne, e por isso entendem as

fraquezas da carne –, Agostinho tinha a esperança de que as suas enfermidades seriam

remediadas por Jesus, através de suas confissões, da mesma forma que este, quando

percorrendo a Galiléia, curou as moléstias daquele povo, com a sua medicina, a

misericórdia, que é infinitamente grandiosa.

Em um momento de temor pelos seus pecados cometidos, Agostinho pensa em

se isolar dos homens, como todos os homens, após a sua conversão. Mas, ouviu uma

voz proibindo-o e encorajando-o.37 Com efeito, esta voz lhe mostrou o quanto sua força

era fraca e incapaz para redimi-lo do pecado por si só. E ao reconhecer esta

incapacidade, encontrou em Jesus – o qual, com seu sangue, comprou o pecado dos

homens – a grandeza necessária para conduzi-lo ao Pai.

37 � “Cristo morreu por todos, a fim de que os que vivem já não vivam para si, mas para aquele que morreu por eles.” AGOSTINHO, Santo. Confissões. Lisboa: IN-CM, 2001, p. 97.

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste ponto da análise é oportuno fazer-se a seguinte pergunta: por que

Agostinho escolheu a memória como o portal do caminho que nos eleva ao Eterno? Ele

poderia ter preferido o espírito, mas não o fez. Pois, o espírito, que está amalgamado na

memória e que deve ser mais valorizado que o corpo, não teria como vivenciar as

experiências do corpo, se não através dela.

Agostinho nos narra o quão importante é nos interiorizarmos – procurarmos

entender a nós mesmos – para só a partir daí estabelecermos uma relação íntima com o

Criador. Isso foi o que faltou ao monge, no diálogo apresentado no capítulo 4. Como eu

poderia alcançar a verdade, a justiça e a luz, se eu não as praticasse em mim mesmo?

Portanto, enquanto estamos distraídos pela realidade que nos rodeia, perceptível aos

nossos sentidos,38 ficamos dispersos demais, ao ponto de não enxergarmos a beleza de

Deus que está presente em todas as belezas que nos são externas e de ficarmos reféns

destas; ao invés de percebermos a beleza de Deus em nós mesmos e sermos livres Nele.

Porém, esta falsa realidade, a que percebemos unicamente pelos sentidos, é muito

prazerosa à carne, e só a destra do Senhor para nos arrebatar dela. Mas, como nos deixar

38 Segundo a Teoria das Super Cordas há aproximadamente dez dimensões que se entrelaçam no espaço geométrico, das quais conseguimos perceber apenas quatro (altura, largura, profundidade e tempo). Logo, a realidade pode não ser a que percebemos.

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alcançar por Sua mão direita, se nos afastamos tanto dEle, por nossas livres e

espontâneas vontades (tentações, desejos e prazeres)? Com o auxílio da personificação

dEle, o mediador Jesus Cristo, que viveu as limitações da carne, e por isso nos

compreende. Pois, o Cristo Jesus sabe da nossa eterna luta em fazer predominar o

espírito à carne. E esta luta se deve ao fato de sabermos, do mais simples ao mais nobre,

do mais pecador ao mais santo dos homens, que é verdadeiramente o espírito que

alimenta o corpo, assim como o software alimenta o hardware.39

Quando conseguimos fazer com que o espírito prevaleça ao corpo, assim como o

fez Buda e Gandhi, encontramos a felicidade verdadeira, ou melhor, na verdade – aquela

que nos foi apresentada pela Luz ao nascermos –, daí nascemos novamente, sendo este o

principal propósito da confissão: nascer de novo pelo espírito.40

39 � Hardware: a parte física de um computador. Software: o recurso que proporciona funcionalidade ao hardware.

40 � “Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” (João 3:3)

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REFERÊNCIAS

AGOSTINHO, Santo. Confissões. Petrópolis: Vozes, 1998.

____________. Confissões. Lisboa: IN-CM, 2001. Disponível em

<http://www.lusosofia.net/autores_textos.php>, acessado em maio de 2012.

ALMEIDA, João Ferreira de Tradução: A Bíblia Sagrada. São Paulo: Sociedade Bíblica

do Brasil, 1993.

LEGRAND, Gérard. Os Pré-Socráticos. Tradução de Lucy Magalhães. Rio de Janeiro:

Zahar, 1991.

MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.

PROUDHON, Pierre-Joseph. O Que É a Propriedade? Lisboa: Estampa, 1975.

SANTO Agostinho. In: WIKIPÉDIA: a enciclopédia livre. Wikimedia, 2012. Disponível

em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Santo_Agostinho>, acessado em maio de 2012.

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