1º ano programa do pss 1

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TIPOLOGIA TEXTUAL

personagem, ao, espao, tempo em desenvolvimento, narrador e enredo ou trama. Ex.1: Em uma noite chuvosa do ms de agosto, Paulo e o irmo caminhavam pela rua maliluminada que conduzia sua residncia. Subitamente foram abordados por um homem estranho. Pararam, atemorizados, e tentaram saber o que o homem queria, receosos de que se tratasse de um assalto. Era, entretanto, somente um bbado que tentava encontrar, com dificuldade, o caminho de sua casa. Ex.2: Texto narrativo -o conto

"A leitora" de Renoir ("La liseuse - 1874/1876 - Muse d'Orsay - Paris).

Felicidade Clandestina Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto ns todas ainda ramos achatadas. Como se no bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possua o que qualquer criana devoradora de histrias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E ns menos ainda: at para aniversrio, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mos um carto-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morvamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrs escrevia com letra bordadssima palavras como data natalcia e saudade. Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingana, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, ns que ramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha nsia de ler, eu nem notava as humilhaes a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela no lia. At que veio para ela o magno dia de comear a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possua As reinaes de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. At o dia seguinte eu me transformei na prpria esperana de alegria: eu no vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

A palavra texto vem do Latim e significa tecido. Ao produzir um texto, entrelaam-se fios de idias, como na indstria txtil se entrelaam fios de linha para se fazer um tecido. o texto, portanto, uma ampla unidade com coerncia de sentido, com frases relacionadas umas s outras. Inicialmente, os textos se enquadram em duas categorias gerais: a) texto Literrio: expressa a opinio do autor, tambm transmitida atravs de figuras; impregnado de subjetivismo. Ex.: um romance, um conto, uma poesia. b) texto no-literrio: preocupa-se em transmitir uma mensagem de forma mais clara e objetiva possvel. Ex.: uma notcia de jornal, uma bula de medicamento.TEXTO LITERRIO

conotativo, figurado, subjetivo, pessoal.

TEXTO NOLITERRIO denotativo, claro, objetivo, informativo.

No campo da tipologia textual, encontram-se, tradicionalmente, as seguintes principais categorias: 1-Narrao: desenvolvimento de aes, tempo em andamento. Caractersticas: ordem temporal (diacronia que sucesso cronolgica); verbos geralmente no passado. Narrar contar uma histria. A Narrao uma sequncia de aes que se desenrolam na linha do tempo, uma aps outras. Toda ao pressupe a existncia de um personagem que a pratica em determinados momento e lugar. Por isso, h seis componentes fundamentais na criao de um ato narrativo:

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E o pior para essa mulher no era a descoberta do que acontecia. Devia ser a

Descrever pintar um quadro, retratar um objeto, um personagem, um ambiente. O ato descritivo difere do narrativo, fundamentalmente, por no se preocupar com a sequncia das aes, com a sucesso dos momentos, com o desenrolar do tempo. A descrio encara um ou vrios objetivos, um ou vrios personagens, uma ou vrias aes, em um determinado momento, em um mesmo instante e

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No di segui te fui sua casa, literal ente correndo. Ela no morava num sobrado como eu, e sim numa casa. No me mandou entrar. Ol ando bem para meus ol os, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para busc-lo. Boquiaberta, sa devagar, mas em breve a esperana de novo me tomava toda e eu recomeava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem ca: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e no ca nenhuma vez. Mas no ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranqilo e diablico. No dia seguinte l estava eu porta de sua casa, com um sorriso e o corao batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda no estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do dia seguinte com ela ia se repetir com meu corao batendo. E assim continuou. Quanto tempo? No sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel no escorresse todo de seu corpo grosso. Eu j comeara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, s vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, s vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra. Quanto tempo? Eu ia diariamente sua casa, sem faltar um dia sequer. s vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas voc s veio de manh, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que no era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados. At que um dia, quando eu estava porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua me. Ela devia estar estranhando a apario muda e diria daquela menina porta de sua casa. Pediu explicaes a ns duas. Houve uma confuso silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de no estar entendendo. At que essa me boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e voc nem quis ler!

descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silncio: a potncia de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em p porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi ento que,finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: voc vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: E voc fica com o livro por quanto tempo quiser. Entendem? Valia mais do que me dar o livro: pelo tempo que eu quisesse tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer. Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mo. Acho que eu no disse nada. Peguei o livro. No, no sa pulando como sempre. Sa andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei at chegar em casa, tambm pouco importa. Meu peito estava quente, meu corao pensativo. Chegando em casa, no comecei a ler. Fingia que no o tinha, s para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa,adiei ainda mais indo comer po com manteiga, fingi que no sabia onde guardara o livro, achava-o,abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim. Parece que eu j pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. s vezes sentava-me na rede, balanando-me com o livro aberto no colo, sem toc-lo, em xtase purssimo. No era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.Clarice Lispector.In Felicidade Clandestina . Rio de Janeiro, Rocco, 1998.

2- Descri : retrato atravs de palavras; tempo esttico. Sincronia- unio de todas as aes no mesmo tempo.

em uma frao da linha cronolgica. a foto de um instante. A descrio pode ser esttica ou dinmica: a esttica no envolve ao. Ex.: Um carro velho e sujo. A descrio dinmica apresenta um conjunto de aes concomitantes, isto , um conjunto de aes que acontecem todas ao mesmo tempo, como uma fotografia. Caractersticas do texto descritivo a) Uso de impresses cromticas (cores) e sensaes trmicas.

Considerado smbolo da f, amor e perseverana, Jesus Cristo pode ser tomado como um dos maiores revolucionrios que mundo j conheceu. Ele provou a uma sociedade hipcrita e primitiva que um homem no se faz de seus bens materiais, mas do seu valor moral. Em sua tnue expresso facial. Jesus tinha um belo sorriso resplandecente. Seu carisma e simplicidade atraram para si diversos seguidores, bem como inimigos. Ele props uma nova filosofia de vida, baseada no amor ao prximo, o que contrastou com as leis do povo judeu, baseadas no dio aos inimigos.Digenes Cardoso Luna.

Ex.: o dia transcorria amarelo, frio, ausente do calor alegre do Sol. b) Emprego vigoroso e relevante de palavras fortes, prprias, exatas, concretas. Ex.: As criaturas humanas transpareciam um cu sereno, uma pureza de cristal. Nota: Pureza e cristal- concretizar o que abstrato. c) Utilizao de frases curtas penetrantes, dando sentido de rapidez ao texto.

Descrio de objeto

Clarinete Um elemento clssico e imprescindvel num concerto, o clarinete, com seu timbre aveludado, o instrumento de sopro de maior extenso sonora, pelo que ocupa na banda de msica o lugar do violino na orquestra. O clarinete que possuo foi obtido aps o meu nascimento, doado como presente de aniversrio por meu bisav, um velho msico, do qual carrego o nome sem t-lo conhecido. O clarinete feito de madeira, possui um tubo predominantemente cilndrico formado por cinco partes dependentes entre si, em cujo encaixe prevalece a cortia, alm das chaves e anis de juno das partes, de meta. Sua embocadura de marfim com dois parafusos de regulagem, os quais fixam a palheta bucal.Joo Rodolfo Arajo

Ex.: Roupa simples, vida simples, tudo simples. O pessoal muito crente nas coisas do alto. Descrio de pessoa Sua estatura alta e seu corpo, esbelto. A pele morena reflete o Sol dos trpicos. Os olhos negros e amendoados espalham a luz interior de sua alegria de viver e jovialidade.Os traos bem desenhados compem uma fisionomia calma, que mais parece uma pintura.

(Na foto, a atriz Juliana Paes)

O

grande

homem

da

f

crist

A descrio , assim, uma escrava sempre necessria, mas sempre submissa, jamais emancipada. Existem gneros narrativos, como a epopia, o conto, a novela, o romance, em que a descrio pode ocupar um lugar muito grande, e mesmo materialmente o maior, sem deixar de ser, como vocao, um simples auxiliar da narrativa. 3- Dissertao: desenvolvimento de ideias, lugar de argumentao.

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Dissertar diz respeito ao desenvolvimento de ideias, de juzos, de pensamentos, de raciocnios sobre um assunto ou tema. A dissertao pode falar de transformaes de estado, mas fala de um modo diferente da narrao. Enquanto a finalidade da narrao o relato das transformaes, o objetivo principal da dissertao a anlise e a interpretao das transformaes relatadas. O emprego de termos abstratos e genricos, assim como o posicionamento crtico, so caractersticas destacadas em textos dissertativos. Ex.: O Brasil um pas de crescimento desordenado porque a sua realidade econmica desordenada. O acesso riqueza est sempre restrito ao poder da elite. No h uma distribuio de renda justa. Seu desenvolvimento econmico tambm no bem distribudo porque se encontra, em suas regies, uma grande populao muito pobre, comandada e oprimida por uma pequena parcela extremamente rica. A dissertao costuma ser, ainda, dividida em trs categorias ou espcies textuais: 3.1 Expositiva (informativa, denotativa (real)): aquela que apenas expe fatos, informando, na maioria das vezes, como acontece nas notcias de jornais, por exemplo. Ex.:

Usina foi danificada por conta do tremor de magnitude 8,9 na vspera. Governo japons tenta tranquilizar populao, mas preocupao persiste.

O acidente nuclear ocorrido neste sbado (12) na central de Fukushima 1, no nordeste do Japo, foi avaliado no nvel 4 numa escala que vai at 7, anunciou a Agncia de Segurana Nuclear e Industrial do Japo. A exploso na usina foi decorrncia do forte terremoto de magnitude 8,9 que atingiu a costa do pas na vspera, gerando um tsunami devastador e mais de cem fortes rplicas. A preocupao em relao possibilidade de contaminao nuclear persiste, apesar de o governo japons ter tranquilizado a populao em relao s consequncias do desastre. Para se ter uma ideia da dimenso do problema, o acidente em Three Mile Island, nos EUA, em 1979, ficou no nvel 5, e o de Chernobyl, na Ucrnia, em 1986, no grau 7 da INES (Escala Internacional de Eventos Nucleares). Na escala, o nvel 0 corresponde ausncia de anomalias, e o 7, a um acidente grave. No nvel 4, o evento j pode ser considerado um "acidente". (...) Do portal Globo.com acesso em 12/03/11.

Acidente nuclear de Fukushima est no nvel 4 em escala at 7, diz Japo

3.2 Argumentativa (opinativa): tida como a principal espcie de dissertao, aquela mais exigida em provas de concursos e vestibulares, uma vez que pressupe capacidade de elaborao e defesa de uma tese (idia), por meio de jogo de argumentos. Ex.: Acerca da tica e da moral Entre as alternativas de definio e diferenciao entre os conceitos de moral e tica, tenho empregado estas: moral o conjunto de deveres derivados da necessidade de respeitar as pessoas, nos seus direitos e na sua dignidade. Logo, a moral pertence

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dimenso da obrigatoriedade, da restrio de liberdade, e a pergunta que a resume : Como devo agir?. tica a reflexo sobre a felicidade e sua busca, a procura de viver uma vida significativa, uma boa vida. Assim definida, a pergunta que a resume : Que vi a quero viver?. Do ponto de vista psicolgico, moral e tica, assim definidas, so complementares. A crise nos valores morais e ticos por que passam as civilizaes, principalmente as ocidentais, parece-me, de certa forma, paradoxal. De um lado, pelo menos no mundo ocidental, verificamos um avano da democracia e do outros respeito aos direitos humanos. Mas, de outro lado, tem-se a impresso de que as relaes interpessoais esto mais violentas instrumentais, pautadas num individualismo primrio, numa busca desesperada de emoes fortes, mesmo que provenham da desgraa alheia. Assim, neste clima ps-moderno, h avanos e crise. como se as dimenses poltica e jurdica estivessem cada vez melhores, e a dimenso interpessoal, cada vez pior. Como no podemos viver sem respostas morais e ticas, urge nos debruarmos sobre esses temas. De modo geral, penso que as pessoas esto em crise tica (que vi a vale a pena viver?), que tem reflexos nos comportamentos morais. A imoralidade no deixa de ser traduo de falta de projetos, de desespero existencial ou de mediocridade dos sentidos dados vida. Essa crise afeta todas as relaes e, por conseguinte, aquelas que unem a famlia e a escola. Nesse caso, o que se verifica a constante delegao de responsabilidade a outrem da famlia para a escola e vice-versa e tambm a constante acusao mtua de incompetncia ou desleixo. Muitos professores acusam os pais de no darem, por exemplo, limites a seus filhos, e muitos pais acusam a escola de no ter autoridade e de no impor a disciplina. No penso, no entanto, ser possvel estabelecer hierarquia. Ambas as instituies so fundamentais para a educao moral e a formao tica. Logo, devem trabalhar em cooperao, completando-se mutuamente.Ives de La Taille. Psiclogo especializado em desenvolvimento moral; professor do Instituto de Psicologia da USP

3.3 Persuasiva (injuntiva- ordem): a espcie de dissertao que abarca discurso considerado mais radical, muitas vezes intransigente, atravs do qual procura-se convencer o interlocutor, valendo-se de afirmaes tidas como intransponveis (inflexveis).S h um argumento, um ponto de vista por todo o texto. Exemplos de textos persuasivos: discurso religioso, discurso poltico, a publicidade ou qualquer discurso que formulamos em nosso cotidiano para convencer nossos amigos, filhos, esposos, namorados, pais a aceitar um determinado valor. Pode-se reconhecer basicamente quatro tipos de persuaso: 1) Por provocao, quando o destinador, em seu discurso, apresenta uma imagem negativa do destinatrio e impe a ele um dever-fazer. Ou seja, para que essa imagem seja mudada ele deve mudar sua maneira de agir ou de pensar, seja aceitando determinados valores religiosos, votando em algum poltico ou consumindo um determinado produto, pois quem assim no faz careta, reacionrio, quadrado, descrente... 2) Por intimidao, quando o destinador, em seu discurso, apresenta ao destinatrio a ameaa de uma sano negativa, uma punio, caso ele no venha a agir ou pensar de uma determinada maneira. Impe-se, portanto, um dever-fazer sob o risco de recair valores negativos sobre o destinatrio. Isto ocorre, por exemplo, quando nos limitamos a dirigir a 100 km/h devido ao risco de transgredir as leis de trnsito e sermos punidos com multa, ou quando acatamos a campanha de preveno da Aids e passamos a exigir camisinha. 3) Por seduo, quando o destinador apresenta uma imagem positiva do destinatrio caso ele assuma determinada forma de pensar, aja de certa maneira ou consuma algum produto. O destinador, em geral, seduzido pelos sentidos ou pela emoo, colocado a ele um quererfazer, pois, criado o desejo, ele efetivamente quer pensar, agir ou consumir para que os outros tenham dele uma determinada imagem. Por exemplo, se a moa usar Impulse ficar to bonita e cheirosa que os rapazes bonitos no resistiro e lhe oferecero flores. 4) Por tentao, quando o destinador apresenta

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ao destinatrio um valor positivo que ele alcanar caso pense ou aja de uma determinada maneira. O destinatrio assim querer fazer para alcanar sua recompensa ( apresentado a ele um querer-fazer). Por exemplo, quando oferecida criana uma viagem Disneylndia caso ela passe para o 2 grau.

ser, de certo modo, guiado pelo que nela est dito.Existem diversas formas de se comear uma redao. Uma afirmao, uma descrio, um pergunta e muitas outras. O importante que na introduo deve-se se lanar o assunto que vir em seguida e chamar a ateno do leitor. No deve ser muito longa para no desmotivar a leitura. Se a redao deve ter trinta linhas, a introduo dever ter de quatro a seis linhas. Utilize apenas um pargrafo. O que no se deve fazer na introduo: - Iniciar com uma idia geral que no se relaciona com a segunda parte; - Iniciar com as mesmas palavras do ttulo; - Iniciar aproveitando o ttulo, como se fosse um elemento da primeira frase. - Iniciar com chaves (frases comuns de conhecimento e uso popular). Desenvolvimento parte substancial e decisria da redao. nele que voc tem a oportunidade de colocar seu contedo, razovel, lgico. Sendo o desenvolvimento a parte mais importante, dever ocupar o maior nmero de linhas, ento, dever ter entre dezoito e vinte e duas linhas. Utilize dois ou trs pargrafos. O que no se deve fazer no desenvolvimento: - Muitos detalhes; - Divagaes; - Repeties; - Exemplos excessivos; - Fugir do tema; - No descrever o que foi proposto na introduo; - Usar frases feitas; Concluso aqui que voc ir propor a soluo. Seu ponto de vista, pois, apesar de ter colocado suas idias no desenvolvimento, aqui que ele ter mais destaque.Neste ponto da dissertao, o autor deve explanar claramente suas resolues. Retomando, na medida do possvel, as consideraes iniciais e apontando as provveis solues, o autor deve dar um carter de fechamento ao texto. Apesar de haver a possibilidade de se construir um final um tanto filosfico, com perguntas retricas, por exemplo, no aconselhvel deixar questes em aberto na concluso. extremamente importante que voc conclua seu texto, faa o fechamento de sua idia. Utilize apenas um pargrafo.

DIVISO DO TEXTO DISSERTATIVO

O texto dissertativo pode ser dividido em trs partes fundamentais: introduo, desenvolvimento e concluso. Vejamos algumas consideraes sobre dissertao luz do Enem:

DISSE T

A dissertao a exposio de uma ideia, discusso ou interpretao de um contedo. Sendo assim, o domnio do tema fundamental para um bom discurso, caso contrrio, teremos novas prolas para enriquecer as piadas sobre vestibular. Para isso, imprescindvel que o candidato leia, leia, leia e leia. Deve estar atualizado com o que acontece no mundo, no seu pas, no seu estado. Leia jornais, revistas, assista noticirios, busque informaes. Nenhuma tcnica de redao ser suficiente se voc no dominar o tema em pauta. Essa a primeira dica. Pargrafos Numa dissertao, cada pargrafo a representao da exposio de uma ideia. Uma boa tcnica dividir sua dissertao em 5 pargrafos, da seguinte forma: 1 Introduo; 2, 3 e 4 Desenvolvimento; 5 Concluso. Esta estrutura a mais bem aceita nos vestibulares e Enem, para o caso de redaes de 20 a 30 linhas. Observar que, nesta estrutura voc dever dividir os pargrafos em partes iguais, mantendo, assim, uma boa esttica de apresentao, bem como a estrutura das ideias. Introduo O momento inicial (pargrafo inicial) deve apresentar para o leitor o tema (assunto) que ser desenvolvido no decorrer de seu texto. O autor deve, antes de mais nada, orientar-se pela lgica e criatividade. preciso construir bem a introduo, a fim de que o texto possa

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O que no se deve fazer na concluso: Deixar de concluir; - Usar expresses como: Em resumo; Concluindo, etc - Inserir novos argumentos ou informaes; - Usar somente a ltima idia apresentada no desenvolvimento. Vale lembrar que uma boa dissertao baseada em fatos e argumentos. Produo de texto dissertativo As ltimas tragdias naturais que atingiram o Brasil, sobretudo as dos estados de Alagoas e Pernambuco, em junho de 2010, e da regio serrana carioca, em janeiro de 2011, no so um reflexo apenas das instabilidades climticas e das fortes precipitaes atmosfricas que se estabeleceram sobre o pas. O problema parece estar muito mais concentrado na falta de planejamento, nas pssimas polticas pblicas para a habitao, alm, naturalmente, de fatores como o elevado xodo rural e a conseqente favelizao urbana. Diante de um desolador e lastimvel contexto amplamente divulgado pela imprensa nacional e at pela internacional, pergunta-se: O que deve ser feito para que tragdias como essas no voltem a ganhar destaque pelos ndices negativos que agregam? (FES) O acidente nuclear ocorrido neste sbado (12/03) na central de Fukushima 1, no nordeste do Japo, foi avaliado no nvel 4 numa escala que vai at 7, anunciou a Agncia de Segurana Nuclear e Industrial do Japo. A exploso na usina foi decorrncia do forte terremoto de magnitude 8,9 que atingiu a costa do pas na vspera, gerando um tsunami devastador e mais de cem fortes rplicas. A preocupao em relao possibilidade de contaminao nuclear persiste, apesar de o governo japons ter tranquilizado a populao em relao s consequncias do desastre. Para se ter uma ideia da dimenso do problema, o acidente em Three Mile Island, nos EUA, em 1979, ficou no nvel 5, e o de Chernobyl, na Ucrnia, em 1986, no grau 7 da INES (Escala Internacional de Eventos Nucleares). Na escala, o nvel 0 corresponde ausncia de anomalias, e o 7, a um acidente grave. No nvel 4, o evento j pode ser considerado um "acidente". (...)Do portal Globo.com acesso em 12/03/11.

Questes para aprofundamento 1- Leia o texto abaixo e assinale a alternativa com uma afirmao correta: Acidente nuclear de Fukushima est no nvel 4 em escala at 7, diz JapoUsina foi danificada por conta do tremor de magnitude 8,9 na vspera. Governo japons tenta tranquilizar populao, mas preocupao persiste.

(A) O texto predominantemente narrativo, dada a recorrncia de verbos no tempo passado (B) Embora haja traos de um texto dissertativo, possvel afirmar que ele predominantemente descritivo. (C) O texto predominantemente dissertativo, de espcie informativa. Relaes de causa e conseqncia e tambm comparativas reforam essa concluso. (D) O texto se enquadra no padro dissertativo, j que emprega vocbulos concretos e pontuais como preocupao e contaminao. (E) H, no texto, evidncias descritivas, como relaes de causa e

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conseqncia, comparao.

concesso

e

2009 - O indivduo frente a tica nacional. (O tema foi sobre tica e corrupo) 2010 - *O trabalho para construo da dignidade humana. *Novamente, o tema trabalho foi solicitado em redao como em 2005.

2- Ainda no tocante ao texto anterior, INCORRETO afirmar que nele: (A) h uma mescla de tipos e gneros textuais. (B) Nota-se a presena dos tipos verbal e no-verbal. (C) o ttulo funciona como agente delimitador do seu contedo. (D) o subttulo amplia a delimitao informativa do ttulo. (E) a imagem inserida no texto dispensvel, j que se torna redundante com o desenvolvimento da leitura.

REDA

UFAL TE A DE 2011

Temas de redaes dissertativas para o E E nos ltimos anos:

Elabore um texto, no qual voc desenvolva a proposta apresentada abaixo. Procure adequar seu texto s condies da mdia em que ele vai circular. Tema: Imagine que voc tenha que defender o potencial turstico de seu Estado. Faa-o em um comentrio a ser publicado em uma revista nacional de turismo.

1998 - Viver e aprender 1999 - Cidadania e participao social 2000 - Direitos da criana e do adolescente: como enfrentar esse desafio nacional? 2001 - Desenvolvimento e preservao ambiental: como conciliar os interesses em conflito? 2002 - O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformaes sociais que o Brasil necessita? 2003 - A violncia na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo? 2004 - Como garantir a liberdade de informao e evitar abusos nos meios de comunicao? 2005 - O trabalho infantil na sociedade brasileira? 2006 - O poder de transformao da leitura? 2007 - O desafio de se conviver com as diferenas. 2008 - Preservao da Floresta AmaznicaCRITRIOS BSICOS DE AVALIA O: fidelidade proposta apresentada; relevncia das informaes apresentadas; coerncia, coeso e clareza na exposio das ideias; atendimento s normas da lngua culta; ateno ao limite de linhas (20 a 30).

APROFUNDAMENTO

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NOTA: H NOVOS TE TOS E LEITURA COMPLENTAR PARA SERVIREM DE BASE PARA NOVAS PRODUES TE TUAIS COM NOVOS TEMAS DE DISSERTA O.

I SINONMIAQuesto 1 (sinonmia) (FES) Leio o texto a seguir e aponte sinnimos para as palavras em destaque: REALIDADE AUMENTADA: Entenda a tecnologia que alerta a sua realidade

b) c) d) e) f) g) h) i) j) k) l) m) n) o) p) q) r)

Filosofia de Descartes:_____________ Regio do Sul:___________________ Leis de Moiss:___________________ Perodo de ouro:__________________ Lngua de cobra:__________________ Aspectos de macaco:______________ Criao de abelhas:________________ Praga provocada por ratos:__________ cido de enxofre:_________________ Poder de fogo:____________________ Regio das ndegas:_______________ Palcio do bispo:__________________ Poder da Igreja:___________________ Dificuldade de dinheiro:____________ Solo de pedra:____________________ Cenas de amor:___________________ Luzes da tardinha:_________________

Realidade aumentada uma tcnica ( ) utilizada para se alterar digitalmente a percepo ( ) que o indivduo tem sobre a realidade. Em outras palavras, a interao ( ) absoluta entre realidade e mundo virtual por meio de elementos reconhecveis ( ) pelo computador, seja simulando algo que no existe no mundo real, ou at mesmo alterando objetos ou pessoas. Realidade aumentada ( ) no usada exclusivamente para o entretenimento. O termo realidade aumentada foi cunhado ( ) proposta por Tom Caudell, funcionrio da Boing em 1990, que usou a tcnica para auxiliar os operrios a realizar montagens mais eficientes ( ) da fiao em aviaes. So inmeras as aplicaes possveis, com a visualizao ( ) de locais teis, linhas de referncia em espelhos retrovisores, informaes adicionais ( ) de produtos nas prateleiras, experimentar roupas virtualmente no reflexo de um espelho, e at informaes sobre um ponto turstico. Um conceito ( ) recente que foi apresentado por Pattie Maes e Pranav Mistry o SixthSense, uma espcie ( ) assistente pessoal, com um projetor e uma cmera. Ele realiza vrias funes de identificao, como com pessoas, livros, produtos, e diversas outras. Uma de suas funes mais interessantes ( )a possibilidade de se tirar fotos fazendo gestos, e discar um nmero em um teclado numrico projetado na mo. (...)Do portal G1, em 31/01/11. Com adaptaes.

Questo 3 (semntica e morfologia) Substitua a expresso destacada por um substantivo culto adequado: a) b) A sada do povo do campo:_________ Foi a deciso do juiz sobre o caso:___________________________ c) Ele pratica adivinhao pela mo:___________________________ d) O rapaz era um colecionador de moedas:________________________ e) Foi condenado por ser assassino da prpria mulher: __________________ f) Era um velho avesso ao convvio social:__________________________

II ANTONMIA Exemplos: alto/baixo, escuro/claro, subida/descida, antes/depois, bem/mal, bom/mau, egosmo/altrusmo. Questo 4 (antonmia) Apresente antnimos para os termos em destaque nas frases: a) A polcia atenuou a situao:________ b) O menino muito acanhado:_______ c) O aviso acirrou a confuso:_________ d) Os operrios acionaram as mquinas:______________. e) O apresentador cmico:__________________. III- PARONMIA (PARECIDAS) Semelhana grfica ou/e fontica entre palavras. Vejamos algumas das parnimas mais comuns. 1. Observe algumas palavras parnimas: lista:___________________________ listra:___________________________

Questo 2 (Semntica e morfologia) Substitua a expresso grifada por Adjetivo culto correspondente: a) Perodo da Idade Mdia:____________

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3. 4. 5. 6.

IV- HOMONMIA a igualdade de som e/ou grafia entre palavras com sentidos diferentes. Homfonas possuem o mesmo som, mas significao diferente. Exemplos: 1. concerto: conserto: 2. acento; assento: 3. cheque: xeque: Homgrafas: possuem a mesma grafia, mas significao diferente. Exemplos: 1. olho (): olho: 2. sede: sede:!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

HIPERONMIA Animal GERAL

Questo 6 (hiponmia e hiperonmia). Identificar os hipnimos e hipernimos no texto.

HIPERONMIA E HIPONMIA

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%

Questo 5 (semntica) Estabelea um sentido coerente para as palavras grifadas: 1.Dedicava-lhe um amor platnico: . 2. So medidas falveis: . 3. Atingiu os ossos parietais: . . 4. Apreciava vinho frisante: 5. Aderiu ao movimento paredista: . 6. Avistava-se uma ponte pnsil: . 7. O jornalista era polgrafo: . 8. Sempre foi muito puritano: . 9. Eram todos energmenos: 10. Pronunciou discurso prolixo:"""""""""""" """""""""""""""" """"""""""""" """""""""""""""""""""""""""""" """"""""""""""""""""""""""""""""" """"""""""""""" """""""""""""" """""""""""""""""" """""""""""""""""""""""""""""" """"""""""""""""""""""""""""""

VI-HIPONMIA o processo de incluso de categorias particulares em esferas mais amplas de significao. E .: Ip/ do menor para o maior.

%

Obs.: H casos em que duas palavras so originando os homgrafas homfonas, chamados homnimos perfeitos. Exemplos: 1. canto (verbo) e canto (ngulo) 2. manga (fruta), manga (verbo) (de roupa)...

V- HIPERONMIA o processo que inclui em uma esfera mais ampla, significaes particulares. D-se de uma palavra de significao maior (ampla) para uma menor (mais restrita e menos abrangente). E .: H muito tempo, planejam derrubar aquela rvore. A velha rvore parece perturbar os administradores municipais. (rvore do maior para o menor.)$

#

2.

estada: estadia: despercebido: desapercebido: infligir: infringir: deferir: diferir: inapto: inepto:

Hiperonmia uma palavra que d idia de um todo, do qual se originam vrias partes ou ramificaes. E .: A palavra RELIGIO um todo (geral), ao qual esto ligados todos os tipos de religio: catlica, batista, protestante, etc. (especficos). b) Hiponmia exatamente o oposto da hiperonmia cujo significado indica cada parte ou cada item de um todo. Assim, as palavras bem-te-vi, curi, patativa,entre outras, constituem um caso de hiponmia, visto que cada uma dessas palavras so parte de um todo, nesse caso o todo (geral) a elas correspondente ser a palavra AVES. a)

HIPONMIA lobo, cachorro, cordeiro ESPECFICOS

Praticando o conhecimento: Texto Ip-roxo

rvore de porte mdio, o ip-roxo no perodo do outono, se enche de flores, para se reproduzir. o primeiro dos ips a florir no ano, inicia a florao em Junho, e pode durar at Agosto, conforme a rvore. Tem vrios nomes populares como Ip-roxo-damata, Ip-una ou Pau D'arco, entre outros. Esta espcie se confunde bastante com outras tambm de flor roxa, como a Tabebuia avellanedae e a Tabebuia heptaphylla, sendo considerado por alguns autores que a T. avellanedae e a T. i peti inosa seriam a mesma espcie.(...)Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ip%C3%AA-roxo Acesso em 28/03/2011

Questo 7 Retire do texto um conjunto de hipnimos (termos especficos que se relacionam a determinado sentido) e o hipernimo correspondente (termo mais geral). Utilize duas canetas coloridas para separarem os termos gerais dos especficos. Famlia Tits Composio: Arnaldo Antunes / Toni Bellotto

Mas quando a filha Quer fugir de casa Precisa descolar um ganha-po Filha de famlia se no casa Papai, mame No do nem um tosto... Famlia h! Famlia ah! Famlia! oh! h! h! h! Famlia h! Famlia ah! Famlia!... Famlia! Famlia! Vov, vov, sobrinha Famlia! Famlia! Janta junto todo dia Nunca perde essa mania... Mas quando o nenm Fica doente U! U! Procura uma farmcia de planto O choro do nenm estridente U! U! Assim no d pra ver televiso... Famlia h! Famlia ah! Famlia! oh! h! h! h! Famlia h! Famlia ah! Famlia! hi! hi! hi!... Famlia! Famlia! Cachorro, gato, galinha Famlia! Famlia! Vive junto todo dia Nunca perde essa mania... A me morre de medo de barata U! U! O pai vive com medo de ladro Jogaram inseticida pela casa U! U! Botaram cadeado no porto... Famlia h! Famlia ah! Famlia! Famlia h! Familia ah! Famlia! oh! h! h! h! Famlia h! Famlia ah! Famlia! hi! hi! hi!... ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________

Famlia! Famlia! Papai, mame, titia Famlia! Famlia! Almoa junto todo dia Nunca perde essa mania...

'

&

11

Questo 8 Estabelea uma relao de sentido no contexto com o uso dos hipernimos e dos hipnimos.

5 (CINCO) ESTRATGIAS PARA EVITAR REPETIES EM DISSERTAES ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ 1.

Y=X (retomada por sinonmia):X. O TSE definiu o interstcio mnimo entre os pleitos eleitorais. Y. O TSE definiu o intervalo mnimo entre as disputas eleitorais.

2.

Y> X (retomada por hiperonmia)O Brasil confirma patente da

X. Babosa.

Y. O pas pretende usar a planta para a fabricao de medicamentos. 3. Y < X (retomada por hiponmia) X. O documento enviado pelo tcnico ao rgo judicirio era oficial e legtimo.

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Y. Assim, cabia ao presidente do TRE analisar os fatos intrnsecos quele parecer. 4. Y X (retomada por figurao ( figura de linguagem) ) X. Jesus Cristo anunciou ao mundo o advento de um reino diferente dos que se conheciam. Y. O Mestre de Nazar ensinou que para ser o primeiro era preciso admitir o ltimo lugar. 5.

= X (retomada por elipse)

certo que os homens (x) desejam o poder; no entanto, ( ) no podem prescindir da tica para alcan-lo.

Novo Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa

Para acabar com essas diferenas, foi criado, em 1990, um acordo ortogrfico que deve vigorar no Brasil a partir do ano que vem. A existncia de duas grafias oficiais acarreta problemas na redao de documentos em tratados internacionais e na publicao de obras de interesse pblico, defendia o fillogo Antnio Houaiss, o principal responsvel pelo processo de unificao aqui no Brasil. Originalmente, o combinado era que todos os membros da Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa (CPLP) deveriam ratificar o acordo para que ele tivesse valor. Em 2004, porm, os chefes de Estado da CPLP decidiram que bastava a aprovao de trs naes para a reforma ortogrfica entrar em vigor. O Brasil, no entanto, definiu que mudaria o jeito de escrever somente se Portugal tambm o fizesse (e o sim de Lisboa s novas normas s veio no ano passado). importante ressaltar que a pronncia, o vocabulrio e a sintaxe permanecem exatamente como esto. A novidade a unificao da grafia de algumas palavras. POR MARIANA SGARIONI (Manual da Nova Ortografia, Revista Nova Escola) Fonte: http://www.atica.com.br/novaortografia/manual _nova_ortografia.pdf Acesso em 29/03/2011 Ajustando-se aos pontos do Novo Acordo

Um novo jeito de escreverAcordo vem para unificar a ortografia oficial dos pases de lngua portuguesa e aproximar naes A adopo de uma nica ortografia entre pases de lngua portuguesa pode ser ptima. Se este texto fosse escrito em Portugal, a frase anterior estaria corretssima. J no Brasil, a letra p (nas palavras adopo e ptima) est sobrando e parece um erro de digitao apesar de todos sabermos que se trata do mesmo idioma. Do ponto de vista da ortografia, existem diferenas bastante relevantes na lngua portuguesa. E no apenas entre os dois pases. Nas outras seis naes que falam e escrevem o portugus (Angola, Cabo Verde, Guin-Bissau, Moambique, So Tom e Prncipe e TimorLeste) ocorre o mesmo.

Embora as mudanas estabelecidas na ortografia portuguesa por meio do mais recente acordo sejam, em geral, simples, interessante observar com ateno as principais mudanas para adequar-se a elas com maior brevidade, j que, daqui para frente, passaro a reger oficialmente nosso modo de escrita. Vejamos, portanto, os principais tpicos do Acordo, atravs de um exerccio direcionado e objetivo. 1. Enfim, o fim do TREMA (que s existir na transcrio de palavras estrangeiras que o possuam. Exs.: Mller, mlleriano.

Dentre as palavras escritas abaixo circule as que deixaram de receber o trema com o Acordo j em voga: sangue / saguim / saguo / sequencial / gueto / lngua / lingustica / frequente / frequncia / enquanto / arguir / arguio / sagui / aguentar / arquitetura / sequestro / marqus

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2.

No se usa mais o acento dos ditongos abertos I e I das palavras paroxtonas. Exs.: alcateia, androide, ideia.

b)

em pr = verbo No queira pr as mos onde no deve.

Dentre as palavras escritas abaixo, destaque as que esto grafadas em conformidade com o Novo Acordo Ortogrfico: apoia / destri / europia / boia / celulide / asteride / colmeia / constroi / debiloide / assemblia / heroico / heroi / papis / trofu / trofus / tramia / odisseia / parania / jibia

c)

do singular e do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.).

Como eles no intervm, nunca os detm. (Ele no intervm / ele detm.). Nota: facultativo o acento circunflexo para diferenciar as palavras forma / frma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Ex.: Qual a forma da frma do bolo? 6. No se usa mais o acento agudo no u tnico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.

3.

Nas palavras paroxtonas, no se usa mais o acento no i e no u tnicos quando vierem depois de um ditongo. Exs.: feiura, bocaiuva, baiuca.

Obs.: Isso no acontecer, por exemplo, com palavras como tuiui e Piau, que so oxtonas. 4. No se usa mais o acento das palavras terminadas em em e o (s). Exs.: vo, enjo, do (verbo doar), creem, leem, magoo, povoo, etc. 7. H uma variao na pronncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e tambm do imperativo. Se forem pronunciadas com a ou i tnicos, essas formas devem ser acentuadas.

No se usam mais alguns acentos diferenciais: Como era Como fica Ele pra o carro Ele para o carro. Ele foi ao plo Norte. Ele gosta de jogar plo. Gato de brancos. Comi uma pra. plos Ele foi ao polo Norte. Ele gosta de jogar polo. Gato de brancos. Comi uma pera. pelosa)

5.

Exs.: Verbo enxaguar: (presente do indicativo) eu enxguo, tu enxguas, ele enxgua, eles enxguam; (presente do subjuntivo) [que] eu enxgue, [que] tu enxgues, [que] eles enxguem. Verbo delinquir: (presente do indicativo) eu delnquo, tu delinques, ele delinque, eles delinquem; (presente do subjuntivo) [que] eu delnqua, [que] tu delnquas, [que] eles delnquam.b)

Ateno! Permanecem os acentos diferenciais: a) em pde = passado do verbo poder.

Ele no pde cantar ontem; hoje ele pode.

Se forem pronunciadas com u tnico, essas formas deixam de ser acentuadas.

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Verbo enxaguar: (presente do indicativo) eu enxaguo, tu enxaguas, ele enxagua, eles enxaguam; (presente do subjuntivo) [que] eu enxague, [que] tu enxagues, [que] ele enxagem. Verbo delinquir: (presente do indicativo) eu delinquo, tu delinques, ele delinque, eles delinquem; (presente do subjuntivo) [que] eu delinqua, [que] tu delinquas, [que] eles delinquam.

Exs.: antiprojeto; autopea; coproduo; seminovo; geopoltica; microcomputador. Ateno: vice-prefeito; almirante etc. vice-

Ateno: com o prefixo vice, usa-se sempre o hfen. Exemplos: vice-rei, vice-almirante. 4. No se usa o hfen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento comea por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras.

USO DO HFENAlgumas regras do uso do hfen foram alteradas pelo novo Acordo. Mas, como se trata ainda de matria controvertida em muitos aspectos, para facilitar a compreenso, apresentamos um resumo das regras que orientam o uso do hfen com os prefixos mais comuns, assim como as novas orientaes estabelecidas pelo Acordo. As observaes a seguir referem-se ao uso do hfen em palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, alm, ante, anti, aqum, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, ps, pr, pr, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc. 1. Com prefixos, usa-se sempre o hfen diante de palavra iniciada por h.

Exs.: antirrbico; antirracismo; biorritmo; contrassenso; infrassom; minissaia. 5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hfen se o segundo elemento comear pela mesma vogal.

Exs.: anti-imperalista; anti-inflacionrio; contra-ataque; micro-ondas; micronibus; micro-organismo. 6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hfen se o segundo elemento comear pela mesma consoante.

Exs.: anti-higinico; anti-histrico; protohistria; sobre-humano; super-homem; subumano (exceo), sub-humano. 2. No se usa o hfen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento.

Exs.: super-romntico; inter-regional; hiper-requintado; super-racista; superresistente. Ateno: o Nos demais casos, no se usa o hfen. Exs.: hipermercado, superproteo, intermunicipal. Com o prefixo sub, usa-se o hfen tambm diante de palavra iniciada por r: sub-regio, sub-raa etc. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hfen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegao, pan-americano.

o

Exs.: aeroespacial; agroindstria; infraestrutura; antieducativo; autoescola; coautor. Exceo: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigao, coordenar, cooperar, cooperao, cooptar, coocupante etc. 3. No se usa o hfen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento comea por consoante diferente de r ou s.

o

7.

Diante de substantivos compostos com preposio no se usa mais o hfen:

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Exs.: ponto e vrgula; p de moleque; bicho de sete cabeas; dia a dia; sala de aula; queda de brao. Obs.: S se mantm o hfen quando se trata de planta ou de animal. 8. Quando o prefixo termina por consoante, no se usa o hfen se o segundo elemento comear por vogal:

O misterioso Livro Vermelho exibido pela primeira vez

de Jung

Exs.: hiperacidez; interestadual; superamigo; superexigente; hiperinimigo; superotimismo. 9. Sempre h hfen com os prefixos ex, sem, alm, aqum, recm, ps, pr, pr.

Exs.: ex-presidente; ex-namorado; almmar; recm-casados; ps-graduao; pr-requisito; pr-jovem; sem-terra. 10. Deve-se usar o hfen com os sufixos de origem tupi-guarani: au, guau e mirim. Exs.: amor-guau, anaj-mirim, capimau.

11. Para clareza grfica, se no final da linha a partio de uma palavra ou combinao de palavras coincidir com o hfen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Ex.: Os alagoanos ficaram bastante felizes quando souberam que na ltima segunda deu-se (meia-risca) um sorteio de 10 passagens areas (s de ida) para a Faixa de Gaza entre alguns polticos alagoanos (houve quem pedisse 30). TESTE ORTOGRFICO

Leia o texto a seguir e destaque, em alguns pargrafos, as palavras que apresentam problemas em sua grafia. Para isso, leve em considerao o estabelecido no Novo Acordo Ortogrfico. Em seguida, nas linhas abaixo, reescreva essas palavras da forma com prescreve a gramtica normativa.

O misteriozo Livro Vermelho, do suo Carl Jung (1875-1961), considerado uma das obras inditas mais importantes da histria da psicologia e conhecido apenas por alguns poucos amigos do psiclogo, foi exibido nesta quarta feira pela primeira vez em Nova York. O livro escrito entre 1914 e 1930, considerado a principal fonte da obra de Jung, ficar em exibio at 25 de janeiro no Museu Rubin de Nova York, no bairro Chelsea, especializado em artes do Himalaia. O Livro Vermelho, como era chamado pelo autor, consiste em uma viagem exploratria pelo inconsciente e nunca havia sido divulgado ao pblico fora do crculo de amigo Jung. No formato ofcio com uma capa de couro vermelha, a obra, que tem como verdadeiro ttulo Liber Novus (livro Novo), tem 205 pginas escritas mo por Jung e vrias ilustrasses que lembram os manuscritos com iluminuras medievais. A exibio do livro conhicide com a publicao em edio facssmile bilnge com traduo para o ingls pela editora W.W. Norton & Company. Depois da morte de Jung, em 1961, o volume permaneceu em mos de seus familiares, que se negaram a autorizar sua publicao e, inclusive, permitir o assesso a estudiozos, antes de finalmente concordar com sua divulgao. Todos os psiclogos do mundo conheciam a existncia desta obra do dicipulo e logo maior rival de Sigmund Freud, mas apensas algumas pessoas tinham conseguido ter assesso a seu contedo at esta quarta-feira. O livro produto de um mtodo itrospectivo desenvolvido por Jung e conhecido como imaginao ativa. Em suas pginas, o autor reproduz o resultado dessa explorao interior mediante palavras e ilustraes. Muitos dos desenhos pintados por Jung so figuras mitolgicas e mandalas, ou sej, diagramas simblicos circulares utilizados pelo indusmo de budismo. A partir da experincia do Livro Vermelho, que, depois da morte de Jung, passou boa parte fechado num cofre forte de um banco suo, o psiclogo desenvolveu sua teoria dos arqutipos e do inconsciente coletivo. Na exposio, o visitante convidado a contemplar como Jung buscou traduzir seus sonhso e fantasias em smbolos e formas grficas contemporneas, incluindo os diagramas circulares tibetianos.

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A mostra mudar a perspectiva pela qual as os estudiosos vem a gneze da obra de Jung e a construo da psicologia moderna, e abre portas para compreender como as mandalas e as estruturas similares so interpretadas atravs das distintas culturas, explicou Martin Brauen, curador do museu. Junto ao livro de quase 90 anos, a exposio apresenta uma srie de desenhos a leo e pastel, assim como esbossos relacionados com a obra e outros documentos originais de Jung. Entre os manuscritos exibidos em Nova York figuram, alm disso, os Livros Negros, que contem idias e fantasias que levaram criao do Livro Vermelho do psiclogo nascido em 1875.Folha Online. Ilustrada, 07/10/09 (adaptado)

Questo 1. (Novo Acordo Ortogrfico) Considerando os adjetivos ptrios compostos marque a alternativa correta: 1. austro-hngaro 2. greco-romano 2. 3. franco-brasileiro 4. nipo-americano 5. talo-germnico

(A) esto corretamente grafados termos compostos. (B) est incorretamente grafado composto da opo 4. (C) est incorretamente grafado composto da opo 2. (D) est incorretamente grafado composto da opo 1. (E) est incorretamente grafado composto da opo 3. Questo 2 .

todos os o termo o termo o termo o termo

(Novo Acordo Ortogrfico)

___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ __________________________

As seguintes paroxtonas esto corretamente grafadas, exceto: (A) (B) (C) (D) (E) continer destrier Mier Blizer Geide (Novo Acordo Ortogrfico)

Questo 3.

Marque a opo em que uma das formas verbais est incorreta: (A) (B) (C) (D) (E) guo guo guas guas gua gua aguais aguais guam guam (Novo Acordo Ortogrfico)

Questo 4.

Assinale a opo em que h erro de grafia: (A) mo de obra (B) mo de vaca (designando pessoa avarenta) (C) mo de vaca (designando planta) (D) mo de criana (E) mo de moa

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FUN

ES DA LINGUAGEM

Qual objetivo do seu texto? Suely Amaral* Especial para a Pgina 3 Pedagogia & Comunicao or meio da linguagem, tambm realizamos diferentes aes: transmitimos informaes, tentamos convencer o outro a fazer (ou dizer) algo, assumimos compromissos, ordenamos, pedimos, demonstramos sentimentos, construmos representaes mentais sobre nosso mundo, enfim, pela linguagem organizamos nossa vida do dia a dia, em diferentes aspectos. Diferenciar que objetivo predomina em cada situao de comunicao auxilia a compreender melhor o que foi dito. As funes da linguagem esto centradas nos elementos da comunicao. Toda comunicao apresenta uma variedade de funes, mas elas se apresentam hierarquizadas, sendo uma dominante, de acordo com o enfoque que o destinador quer dar ou do efeito que quer causar no recebedor. As funes da linguagem so as seguintes:

P

uma satisfao imensa quando li crticas unnimes na imprensa. Isso mostra que, apesar de tantos enlatados, a nossa crtica antenada com o passado e o presente da humanidade e com as coisas que acontecem no mundo. Fantstico! Parabns, Srgio Rizzo, seus textos nunca me decepcionam. Luciano Duarte. Guia da Folha, 10 a 16 de junho 2005. ****UM FILME FALADO - Idem. Frana/Itlia/Portugal, 2003. Direo: Manoel de Oliveira. Com: Leonor Silveira, John Malkovich, Catherine Deneuve, Stefania Sandrelli e Irene Papas. Jovem professora de histria embarca com a filha em um cruzeiro que vai de Lisboa a Bombaim. 96 min. 12 anos. Cinearte 1, desde 14. Frei Caneca Unibanco Arteplex7, 13h, 15h10, 17h20, 19h30 e 21h50.

Funo emotiva No primeiro texto, o destinador usa alguns procedimentos que no aparecem no texto B, tais como, emprego de 1 pessoa: assisti, temia, tive, li (eu), destaque para qualidades subjetivas por meio de adjetivos (satisfao imensa, crticas unnimes, fantsti o), advrbios (nunca me decepcionam), uso de recursos grficos que indicam nfase, como o ponto de exclamao (fantstico!). O efeito que resulta o destaque para a subjetividade do emissor, sua adeso ao contedo que informa. No o fato, mas o ponto de vista do emissor que est em destaque, sua percepo dos acontecimentos. Nesse exemplo, temos o enfoque no emissor e a funo predominante nesse texto a funo emotiva ou expressiva. Funo referencial No segundo texto, outros procedimentos so colocados em destaque: uso da 3 pessoa, explicitado no trecho: jovem professora de histria (ela), ausncia de adjetivos (a indicao de que o filme bom aparece na quantidade de estrelinhas, quatro indica muito bom), ausncia de expresses que indicam a opinio do emissor, como eu acho, eu desejo, emprego de um conjunto de informaes que diz respeito a(

Compare os dois textos a seguir:

No s baseado na avaliao do Guia da Folha, mas tambm por iniciativa prpria, assisti cinco vezes a Um filme falado. Temia que a crtica brasileira condenasse o filme por no se convencional, mas tive

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coisas do mundo real, tais como a exatido dos horrios, o endereo, os nomes prprios. Esse conjunto de informaes d ao destinador a impresso de objetividade, como se a informao traduzisse verdadeiramente o que acontece no mundo real. Nesse caso, a funo predominante a funo referencial ou informativa. Funo conativa

Funo metalingustica J outros textos que tm como objetivo falar da prpria linguagem, como em o que voc est querendo dizer?... ou em que o emissor quer precisar, esclarecer, o que est dizendo, como em eu quis dizer... bem... quero dizer que essa palavra poderia ser substituda por outra mais precisa, que desse a entender que...". Nesse exemplo, o predomnio da mensagem da funo metalingustica. Fazemos uso de metalinguagem, ao preencher um exerccio de palavras cruzadas ou consultar um dicionrio. Nessas situaes, estamos nos atendo ao prprio cdigo, isto , estamos usando a linguagem (o cdigo) para falar, explicar, descrever o prprio cdigo lingustico. Funo potica Tecendo a Joo Cabral de Melo Neto manh0

RESERVA CULTURAL Voc nunca viu cinema assim. No perca a retrospectiva especial de inaugurao, com 50% de desconto, apresentando cinco filmes que foram sucesso de pblico. E, claro, de crtica tambm.

Nesse texto, o destaque est no destinatrio. Para isso o emissor se valeu de procedimentos como o uso da 2 pessoa (tu, ou, no caso do portugus brasileiro, voc), o uso do imperativo (No perca). O resultado a interao com o destinatrio procurando convenc-lo a realizar uma ao: ir ao espao cultural. Espera-se como resposta que o destinatrio realiza a ao. Os textos publicitrios em geral procuram convencer ou persuadir o destinatrio a dar uma resposta, que pode ser a mudana de comportamento, de hbitos, como abrir conta em banco, frequentar determinados tipos de lugares ou consumir determinado produto. Nesse tipo de texto, o foco est no destinatrio e o predomnio da funo conativa ou apelativa. Funo ftica Em um outro tipo de situao muito comum na conversao cotidiana, o emissor usa procedimentos para manter o contato fsico ou psicolgico com o interlocutor, como em al!, ao iniciar uma conversa telefnica, ou frmulas prontas para dar continuidade conversa como em ahan, uh, bem, como?, pois ou em est me ouvindo?, para retomar o contato telefnico. Esse tipo de mensagem que serve para manter o contato, para sustentar ou "encompridar" ou interromper a conversa pe em destaque o canal de comunicao tem como funo predominante a funo f tica.) )

Um galo sozinho no tece uma manh: ele precisar sempre se outros galos. De um que apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito que um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manh, desde uma tela tnue, se v tecendo, entre todos os galos.

Aqui, temos um texto em que a funo se centra na prpria mensagem, como se o contedo fosse transparente, a mensagem chama a ateno para o lado material do signo, como a sonoridade (veja a repetio da vogal a e dos sons nasais), a estrutura, o ritmo. Observe que h rupturas no modo como a frase normal se organizaria (3 verso: esse grito que ele/ 4 verso: e o lance a outro..) Experimente fazer a seguinte leitura: 2 verso termina com galos, 4 verso comea com e o lance a outro, 4 verso termina com galo, 6 verso comea com e o lance a outro, 7 verso termina com cruzem, 9 verso comea com para que a manh. possvel perceber a teia se tecendo, nas prprias palavras? O efeito de estranhamento, de novidade, pela explorao dos vrios elementos do signo. importante lembrar que, embora a funo potica, esteja mais presente na poesia, no exclusividade da literatura. A linguagem da publicidade explora os recursos dos signos,

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construindo novos sentidos ao romper com o modo tradicional como vemos as palavras. *Suely Amaral professora universitria, consultora pedaggica e docente de cursos de formao continuada para professores na rea de lngua, linguagem e leitura.

(Vincius de Morais)

Questes: 01. Reconhea nos textos a seguir, as funes da linguagem: a) "O risco maior que as instituies republicanas hoje correm no o de se romperem, ou serem rompidas, mas o de no funcionarem e de desmoralizarem de vez, paralisadas pela sem-vergonhice, pelo hbito covarde de acomodao e da complacncia. Diante do povo, diante do mundo e diante de ns mesmos, o que preciso agora fazer funcionar corajosamente as instituies para lhes devolver a credibilidade desgastada. O que preciso (e j no h como voltar atrs sem avacalhar e emporcalhar ainda mais o conceito que o Brasil faz de si mesmo) apurar tudo o que houver a ser apurado, doa a quem doer." (O Estado de So Paulo)

c) "Para fins de linguagem a humanidade se serve, desde os tempos pr-histricos, de sons a que se d o nome genrico de voz, determinados pela corrente de ar expelida dos pulmes no fenmeno vital da respirao, quando, de uma ou outra maneira, modificada no seu trajeto at a parte exterior da boca." (Matoso Cmara Jr.)

d) " - Que coisa, n? - . Puxa vida! - Ora, droga! - Bolas! - Que troo! - Coisa de louco! - !" e) "Fique afinado com seu tempo. Mude para Col. Ultra Lights."

b) O verbo infinitivo

Ser criado, gerar-se, transformar O amor em carne e a carne em amor; nascer Respirar, e chorar, e adormecer E se nutrir para poder chorar Para poder nutrir-se; e despertar Um dia luz e ver, ao mundo e ouvir E comear a amar e ento ouvir E ento sorrir para poder chorar. E crescer, e saber, e ser, e haver E perder, e sofrer, e ter horror De ser e amar, e se sentir maldito E esquecer tudo ao vir um novo amor E viver esse amor at morrer E ir conjugar o verbo no infinito...

f) "Sentia um medo horrvel e ao mesmo tempo desejava que um grito me anunciasse qualquer acontecimento extraordinrio. Aquele silncio, aqueles rumores comuns, espantavam-me. Seria tudo iluso? Findei a tarefa, ergui-me, desci os degraus e fui espalhar no quintal os fios da gravata. Seria tudo iluso?... Estava doente, ia piorar, e isto me alegrava. Deitar-me, dormir, o pensamento embaralhar-se longe daquelas porcarias. Senti uma sede horrvel... Quis verme no espelho. Tive preguia, fiquei pregado janela, olhando as pernas dos transeuntes." (Graciliano Ramos)

g) " - Que quer dizer pitosga? - Pitosga significa mope. - E o que mope? - Mope o que v pouco."

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02. No texto abaixo, identifique as funes da linguagem: "Gastei trinta dias para ir do Rossio Grande ao corao de Marcela, no j cavalgando o corcel do cego desejo, mas o asno da pacincia, a um tempo manhoso e teimoso. Que, em verdade, h dois meios de granjear a vontade das mulheres: o violento, como o touro da Europa, e o insinuativo, como o cisne de Leda e a chuva de ouro de Dnae, trs inventos do padre Zeus, que, por estarem fora de moda, a ficam trocados no cavalo e no asno." (Machado de Assis)

Que um poeta? um homem que trabalha um poema com o suor do seu rosto Um homem que tem fome como qualquer outro homem. (Cassiano Ricardo) 04. Quais as funes da linguagem predominantes no poema anterior? 05. Aponte os elementos que integram o processo de comunicao em Potica, de Cassiano Ricardo. 06. Historinha I

03. Descubra, nos textos a seguir, as funes de linguagem: a) "O homem letrado e a criana eletrnica no mais tm linguagem comum." (Rose-Marie Muraro) b) "O discurso comporta duas partes, pois necessariamente importa indicar o assunto de que se trata, e em seguida a demonstrao. (...) A primeira destas operaes a exposio; a segunda, a prova." (Aristteles) c) "Amigo Americano um filme que conta a histria de um casal que vive feliz com o seu filho at o dia em que o marido suspeita estar sofrendo de cncer." d) "Se um dia voc for embora Ria se teu corao pedir Chore se teu corao mandar." (Danilo Caymmi & Ana Terra) e) "Ol, como vai? Eu vou indo e voc, tudo bem? Tudo bem, eu vou indo em pegar um lugar no futuro e voc? Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono tranqilo..." (Paulinho da Viola) Texto Potica para as questes 04 e 05

Historinha II

Qual a funo da linguagem comum s duas historinhas? 07. (CESUPA - CESAM - COPERVES) Segundo o lingsta Roman Jakobson, "dificilmente lograramos (...) encontrar mensagens verbais que preenchem uma nica funo... A estrutura verbal de uma mensagem depende basicamente da funo predominante". "Meu canto de morte Guerreiros, ouvi. Sou filho das selvas Nas selvas cresci. Guerreiros, descendo Da tribo tupi. Da tribo pujante, Que agora anda errante Por fado inconstante. Guerreiros, nasci:

Que poesia? uma ilha cercada de palavras por todos os lados

21

Sou bravo, forte, Sou filho do Norte Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi." (Gonalves Dias) Indique a funo predominante no fragmento acima transcrito, justificando a indicao. 08. (PUC - SP) "Com esta histria eu vou me sensibilizar, e bem sei que cada dia um dia roubado da morte. Eu no sou um intelectual, escrevo com o corpo. E o que escrevo uma nvoa mida. As palavras so sons transfundidos de sombras que se entrecruzam desiguais, estalactites, renda, msica transfigurada de rgo. Mal ouso clamar palavras a essa rede vibrante e rica, mrbida e obscura tendo como contratom o baixo grosso da dor. Alegro com brio. Tentarei tirar ouro do carvo. Sei que estou adiando a histria e que brinco de bola sem bola. O fato um ato? Juro que este livro feito sem palavras. uma fotografia muda. Este livro um silncio. Este livro uma pergunta." (Clarice Lispector) A obra de Clarice Lispector, alm de se apresentar introspectiva, marcada pela sondagem de fluxo de conscincia (monlogo interior), reflete, tambm, uma preocupao com a escritura do texto literrio. Observe o trecho em questo e aponte os elementos que comprovam tal preocupao. 09. (FATEC) O seno do livro

Este

trecho

revela

o

estilo

de:

a) MANUEL ANTONIO DE ALMEIDA, ao usar uma linguagem apelativa, direcionada reflexo crtica da obra romntica. b) GRACILIANO RAMOS, ao revelar a quebra da ordem cronolgica da narrativa de suas obras, como reflexo coerente da instabilidade psicolgica e espacial de suas personagens. c) MACHADO DE ASSIS, ao questionar o leitor quanto linha lgica e impositiva do tempo velho da obra literria e, ao mesmo tempo, conscientiz-lo de um novo modo de ler. d) LIMA BARRETO, ao retratar o estilo incoerente de suas personagens em seus atos de loucura. e) CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, ao especular o tempo e a qualidade de vida do homem (leitor) em interao com o tempo da narrativa.

Principais radicais gregos e latinos:Radicais gregos: acro (alto, elevado = acrobata, acrpole, acrofobia); y

COMEO a arrepender-me deste livro. No que ele me canse; eu no tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros captulos para esse mundo sempre tarefa que distrai um pouco da eternidade. mas o livro enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contrao cadavrica, vcio grave, e alis nfimo, porque o maior defeito deste livro s tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narrao direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo so como os brios, guinam direita e esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaam o cu, escorregam e caem...

y y

aer, aero (ar = aeronave, aeronauta); agogo (o que conduz = pedagogo,

demagogo); y y agro (campo = agronomia, agrnomo); alg, algia (dor, sofrimento = analgsico, nevralgia); y andro (homem, macho = andrgino,

androfobia); y anemo (vento = anemgrafo, anemmetro);

22

y

antropo (ser humano = antropocentrismo, antropofagia);

y y

di (dois = disslabo, ditongo); dinamo (fora, potncia = dinamite,

y

arcai, arqueo (antigo, velho = arcasmo, arqueologia); y

dinamismo); doxo (crena, opinio = ortodoxo,

y

aristo (timo, o melhor = aristocracia, aristocrata); y y

paradoxo); dromo (corrida = autdromo, hipdromo); eco (casa, domiclio, habitat = ecologia, ecnomo, ecossistema); y y edro (base, face = poliedro, pentaedro); ergo (trabalho = ergofobia, erggrafo); esperma, espermato (semente =

y y y

aritmo (nmero = aritmtica, aritmologia); arquia (governo = monarquia, anarquia); asteno, astenia (fraqueza, debilidade = astenopia, neurastenia);

y

astro

(corpo

celeste

=

astronomia,

y

astrodinmica); y y y y y y y y y y atmo (gs, vapor = atmosfera, atmmetro); baro (presso, peso = barmetro, bartono ); bata (o que anda = acrobata, nefelibata ); biblio (livro = biblioteca, bibliotecrio); bio (vida = biologia, biografia); caco (feio, mau = cacofonia, cacopia); cali (belo = caligrafia, calidoscpio); cardio (corao = cardaco, cardiograma); cefalo (cabea = acefalia, cefalia); ciclo (crculo = ciclometria, bicicleta, y y y y (movimento = cintica, y y y y y y y y y

espermatologia, espermatozide); etio, etimo (origem = etiologia, etimologia); etno (raa, nao = etnia, etnocentrismo); fago (que come ou aquele que come = antropfago, necrfago); filo (amigo, amante = flsofo, filantropo); fisio (natureza fsica ou moral = fisiologia, fisionomia, fisioterapia); fobo (averso = claustrofobia, xenofobia); fono (som, voz = fongrafo, fonoteca); fos, foto (luz = fosfeno, fotografia); gamo (casamento = gamomania,

triciclo); y cine, cinesi

monogamia); gastro (estmago = gastronomia, gstrico); gene (origem = gnese, gentica); geo (terra = geografia, geide); gine, gineco (mulher = andrgino,

cinesalgia); y y cito (clula = citologia, citoplasma); cosmo (mundo, universo = cosmoviso, macrocosmo); y cracia (poder, autoridade = gerontocracia, tecnocracia); y y y y y y cromo (cor = cromogravura, cromgeno); crono (tempo = cronmetro, cronograma); datilo (dedo = datilografia, datiloscopia); deca (dez = decmetro, decalitro); demo (povo = democracia, demogrfico); derma (pele = dermatologista, dermite);

ginecocracia); y gono, gonio (ngulo = polgono,

gonimetro); y y y y grafia (escrita = ortografia, caligrafia); helio (sol = heliocentrismo, heliografia); hemo (sangue = hemorragia, hemograma); hepato (fgado = hepatite, heptico);

23

y

hetero (outro, diferente = heterossexual, heterogneo);

y

necro

(morte,

cadver

=

necrotrio,

necrofilia); y neo (novo, moderno = neologismo,

y y y y y

hidro (gua = hidrografia, hidrfilo); higro (umidade = higrmetro, higrfilo); hipno (sono = hipnose, hipnotismo); hipo (cavalo = hipdromo, hipoptamo); homeo, homo (semelhante = homeopatia, homossexual);

neolatino); y y y y neuro (nervo = neurite, neuralgia); nomo (regra, lei = nomologia, agrnomo); odonto (dente = odontologia, odontalgia); oftalmo (olho = oftalmologista, oftalmia); oligo (pouco = oligarquia, oligoplio); onimo (nome = ortnimo, sinnimo); onir, oniro (sonho = onrico, oniromancia); ornito (ave = ornitologia, ornitofilia); orto (reto, correto = ortnimo, ortografia); oxi (agudo, cido = oxtona, oxidao); paleo (antigo = paleografia, paleontologia); pato (doena, sofrimento = patologia,

y

icon,

icono

(imagem

=

iconoclasta,

y y y y y y y y

iconografia); y y y y y y ictio (peixe = ictiofagia, ictiologia); iso (igual = isbaro, issceles); latria (culto = idolatria, alcolatra); lito (pedra = litografia, aerlito); log, logia (estudo = ginecologia, astrologia); macro (grande = macrocosmo,

macrobitica); y mancia (adivinhao = quiromancia, y y (loucura = manicmio, y

patogenia); pedia (educao = ortopedia, pediatria); pole, polis (cidade = metrpole, acrpole, Florianpolis); poli (muito = poligamia, polgono,

cartomancia); y mani, mania

cleptomania); y mega, megalo (grande = megalomanaco, megalocefalia); y y meso (meio = Mesopotmia, mesclise); metro (que mede, medio = barmetro, termmetro); y y micro (pequeno = microcosmo, microfone); miso (dio, averso = misantropia,

politesmo); y y potamo (rio = Mesopotmia, hipoptamo); pneumato (ar, gs, esprito = pneumatologia, pneumatlise); y pneum(o) (pulmo = pneumonia,

pneumotrax); y y y proto (primeiro = protozorio, prottipo); pseudo (falso = pseudnimo); psico (alma, esprito = psicologia,

misossofia); y y y mito (fbula = mitologia, mitomania); mnemo (memria = amnsia, mnemnico); mono (nico, sozinho = monarquia,

psiquiatria); y y quiro ( mo = quiromancia); rino (nariz = rinite, rinoceronte); rizo (raiz = rizotnico, rizfago); scopio (o que faz ver microscopia); = telescpio,

monobloco); y morfo (forma = zoomrfico, amorfo,

y y

morfologia);

24

y y y y y

sema, semio (sinal = semforo, semitica); sidero (ferro, ao = siderurgia, siderografia); sismo (terremoto = ssmico, sismgrafo); sofo (sbio = filosofia, sofomanaco); soma, somo, somato (corpo, matria = cromossomo, somatologia);

y

bi, bis (repetio, duas vezes = bisav, bilnge, bissexual);

y y y

calori (calor = caloria, calorfero); cida (que mata = vermicida, inseticida); cola (que habita, que cultiva = vincola, citrcola);

y y y y

stico (linha, verso = dstico, hemistquio); tanato (morte = eutansia, tanatofobia); taqui (rpido = taquicardia, taquigrafia); teca (coleo = fonoteca, filmoteca,

y y

cole, colo (pescoo = colar, colarinho); color (cor, colorao = colorfico,

quadricolor); y y cordi (corao = cordial); corn(i) (chifre, antena = cornear, cornudo, cornucpia); y y crimino (crime = criminoso, criminologia); cruci (cruz = crucificado); cultura (ato de cultivar = suinocultura, piscicultura); y y cupr(i) (cobre = cprico, cuprfero); curvi (curvo = curvilneo); deci (dcimo = decmetro, decigrama); digit(i) (dedo = digitador, digitao); dui (dois = duidade, duelo); ego (eu = egocentrismo, egosmo); equi (igual = equivalncia, eqidistante); estil(i) (estilo = estilista, estilismo); estrato (coberta, camada = estratosfera, estrato);

discoteca); y y tecno (arte, ofcio = tecnologia, tecnocracia); tele (ao longe, distncia = telefone,

telescpio, telgrafo); y teo (deus, divindade = teocentrismo,

y

teocracia); y termo (calor, temperatura = termmetro, trmico, termostato); y topo (lugar, localidade = topografia,

y y y y y y y

topnimo); y y xeno (estranho = xenofobia, xenofilia); xer, xero (seco, secura = xerfilo,

xerografia); y y xilo (madeira = xilogravura, xilfago); zoo (animal = zoologia, zoomorfo). Radicais latinos:

y y y agri (campo = agricultura, agrcola); ambi (ambos = ambivalncia, ambidestro, ambguo); y ambulo (caminhar, andar = sonmbulo, noctmbulo); y y animi (alma = animicida, anmico); arbori (rvore = arborcola, arboriforme, arboricultura); y beli (guerra = blico, belicista, beligerante); y y y y y

evo

(idade

=

longevidade,

longevo,

medievo); fero (que contm = mamfero, carbonfero); ferr(i), ferro (ferro = ferrovia, ferrfero, ferrugem); fico (que faz, que produz = benfico, malfico, frigorfico); fide (f = fidelidade, fidedigno); fili (filho = fili ao, filial);

25

y

forme

(forma

=

uniforme,

disforme,

y y y

reti (reto, direito = retificar, retilneo); reti (rede = reticulado, retiforme); retro (movimento para trs = retroceder, retroagir);

cordiforme); y y y y y y y y y y y y y frater (irmo = fraterno, fratricida); frig(i) (frio = frigidez, frigorfico); fugo (que foge = centrfugo, vermfugo); genito (relativo a gerao = genitor); gradu (grau, passo = centgrado, graduao); herbi (erva = herbvoro, herbicida); homin(i) (homem = hominal, homicdio); igni (fogo = ignio, gneo); lati (largo, amplo = latifndio, latoflio); loquo (que fala = ventrloquo, altloquo); luc(i) (luz = lucidez, lcido); mini (muito pequeno = minissaia, mnimo); multi (numeroso = multissecular,

y y

sabat(i) (sbado = sabatina, sabatismo); sacar(i) (acar = sacarfero, sacarose, sacarina);

y

sesqui (um e meio = sesquicentenrio, sesquipedal);

y y y y y

sexi, sexo (sexo = sexologia, assexuado); sideri (astro = sideral, sidrio); silvi (selva = silvcola, silvicultura); sino (da China = sinologia, sino-brasileiro); socio (sociedade = sociologia,

sociolingstica); y y y y y y y y y sono (som, rudo = snico, sonoplastia); sudor(i) (suor = sudorparo, sudoral); telur(i) (terra, solo = telrico, telurismo); toni (tom, vigor = tnico, tonificar); toxico (veneno = toxicomania, toxina); triti (trigo = triticultura, triticultor); veloci (veloz = velocpede, velocmetro); vermi (verme = vermfugo, vermicida); vin(i) (vinho = vinicultura, vincola); vitri (vidro = vitrina, vitrificar, vitral); voto (que quer, que deseja = malvolo, benvolo); y y y y y y y y voro (que devora = carnvoro, herbvoro). retroceder, retroagir; sabatina, sabalismo; saarfero, Slcarose; sacarina sesquicenlenrio; se-squipedal sexloga, assexuado sideral; sidrio silvcola, silvicultura sinologia; sino-brasileiro sociologia, soeoinglsca snico;

multiangular); y y ocul(i) (olho = oculista, oculiforme); odori (odor, cheiro = odorfero,

desodorante); y y y y oni (tudo, todo = onipresente, onisciente); pani (po = panificadora); pari (igual = paridade, paritrio); ped(i), pede (p = pedestre, pedicuro, bpede); y personal(i) personificar); y y y y y y y y petr(i) (pedra = petrificar, petrleo); pisci (peixe = piscicultura, pisciano); plani (plano = planisfrio, plancie); pluri (muitos = pluralizar, pluricelular); pluvio (chuva = pluvimetro, pluviosidade); popul(o) (povo = populoso, populismo); primi (primeiro = primognito, primcias); quadr(i), quadru (quatro = quadrangular, quadrpede, quadricular); y radic(i) (raiz = radicar, radiciao); (pessoal = personalidade,

y y

26

y

sonoplasta sudorparo, sudoral telrico

Questo 1 Assinale a alternativa que contm a correspondncia correta entre o composto de origem grega e o seu significado. (A) anarquia = falta de cabea (B) artistocracia = governo dos plebeus (C) teocracia = governo de religioso (D) oligarquia = governo de um pequeno grupo (E) plutocracia = governo exercido por estrangeiros

Questo 2 (UFSC) Relacione a coluna II com a I, estabelecendo correspondncia entre os significados dos prefixos latinos e gregos.

Coluna I 1) 2) 3) 4) 5) 6) transporte circunlquio benfico supracitado subterrneo advogado ( ( ( ( ( (

Coluna II ) hipertrofia ) parasita ) hipocrisia ) periferia ) dilogo ) eu genia

27

Classes de PalavrasPrimeira gramtica do Ocidente foi de autoria de Dionsio de Trcia, que identificava oito partes do discurso: nome, verbo, particpio, artigo, preposio, advrbio e conjuno. Atualmente, so reconhecidas dez classes gramaticais pela maioria dos gramticos: substantivo, adjetivo, advrbio, verbo, conjuno, interjeio, preposio, artigo, numeral e pronome. Como podemos observar, houve alteraes ao longo do tempo quanto s classes de palavras. Isso acontece porque a nossa lngua viva, e portanto vem sendo alterada pelos seus falantes o tempo todo, ou seja, ns somos os responsveis por estas mudanas que j ocorreram e pelas que ainda vo ocorrer. Classificar uma palavra no fcil, mas atualmente todas as palavras da lngua portuguesa esto includas dentro de uma das dez classes gramaticais dependendo das suas caractersticas. A parte da gramtica que estuda as classes de palavras a MORFOLOGIA (morfo = forma, logia = estudo), ou seja, o estudo da forma. Na morfologia, portanto, no estudamos as relaes entre as palavras, o contexto em que so empregadas, ou outros fatores que podem influenci-la, mas somente a forma da palavra. H discordncia entre os gramticos quanto a algumas definies ou caractersticas das classes gramaticais, mas podemos destacar as principais caractersticas de cada classe de palavras: SUBSTANTIVO dita a classe que d nome aos seres, mas no nomeia somente seres, como tambm sentimentos, estados de esprito, sensaes, conceitos filosficos ou polticos, etc. Exemplo: Democracia, Andria, Deus, cadeira, amor, sabor, carinho, etc. ARTIGO classe que abriga palavras que servem para determinar ou indeterminar os substantivos, antecedendo-os. Exemplo: o, a, os, as, um, uma, uns, umas. ADJETIVO classe das caractersticas, qualidades. Os adjetivos servem para dar caractersticas aos substantivos. Exemplo: querido, limpo, horroroso, quente, sbio, triste, amarelo, etc. PRONOME Palavra que pode acompanhas ou substituir um nome (substantivo) e que determina a pessoa do discurso. Exemplo: eu, nossa, aquilo, esta, ns, mim, te, eles, etc. VERBO palavras que expressam aes ou estados se encontram nesta classe gramatical. Exemplo: fazer, ser, andar, partir, impor, etc.

Acesso em 30/03/11

M f logia Sintax so partes constitutivas da gramtica chamada Normati a. Quando falamos em morfologia, nos referimos s dez classes gramaticais, as quais representam a base de uma boa parte do sistema lingustico. Conceituando temos: A Morfologia a parte da gramtica que estuda o significado das palavras de acordo com sua classe gramatical. Entre elas figuram-se: rbos, a j ti os, pronom s, onjunes, artigos, preposies, interjeies,87 @ 8 7 8 9 7 5 65

28

4

5 65

3

4

Anli

Sintti a

3

1

3

1

A

ADVRBIO palavras que se associam a verbos, adjetivos ou outros advrbios, modificando-os. Exemplo: no, muito, constantemente, sempre, etc. NUMERAL como o nome diz, expressam quantidades, fraes, mltiplos, ordem. Exemplo: primeiro, vinte, metade, triplo, etc. PREPOSI O Servem para ligar uma palavra outra, estabelecendo relaes entre elas. Exemplo: em, de, para, por, etc. CONJUN O So palavras que ligam oraes, estabelecendo entre elas relaes de coordenao ou subordinao. Exemplo: porm, e, contudo, portanto, mas, que, etc. INTERJEI O Contesta-se que esta seja uma classe gramatical como as demais, pois algumas de suas palavras podem ter valor de uma frase. Mesmo assim, podemos definir as interjeies como palavras ou expresses que evocam emoes, estados de esprito. Exemplo: Nossa! Ave Maria! Uau! Que pena! Oh! Fonte: DUARTE, Paulo Mosnio Teixeira. Classes e categorias em portugus. 2. ed. rev. E ampl. / Paulo Mosnio Teixeira Duarte e Maria Claudete Lima. Fortaleza: Editora UFC, 2003 Fonte: http://www.infoescola.com/portugues/classesde-palavras/1

32

M

f lgi a

substanti os, numerais e a

J a Sintaxe dedica-se ao estudo das funes desempenhadas pelas palavras dentro de um contexto, seja em uma orao ou perodo. Ao enfatizarmos a questo da sintaxe, nos remetemos ideia de sujeito, predi ado, omplemento nominal, adjunto adverbial, aposto, vocativo, adjunto adnominal, entre outros. Com o objetivo de esclarecermos mais sobre o assunto, analisaremos as seguintes oraes: O amor e a bondade so excelentes virtudes. De acordo com a anlise morfolgica, temos: O - artigo definido Amor - substantivo abstrato E - conjuno A - artigo Bondade - substantivo abstrato So - verbo ser Excelentes - adjetivo Virtudes - substantivo abstratoC C

I - CONTE TO HISTRICO O Romantismo brasileiro a esttica literria que d incio chamada Era Nacional da nossa Literatura. Veja quais os movimentos que fazem parte dessa era: ERA NACIONAL * Romantismo * Realismo Naturalismo * Parnasianismo (sculo XIX) * Simbolismo * Pr-Modernismo * Modernismo(sculo XX)

Os garotos esto eufricos com a notcia. Fazendo uma anlise sinttica obtemos: Os garotos- Sujeito Simples Esto eufricos - Predicado Nominal Eufricos - Predicativo do Sujeito Com a notcia - Complemento Nominal.

Para efeitos didticos, o Romantismo brasileiro tem incio em1836, com a publicao de Suspiros Poticos e Saudades de Gonalves de Magalhes e da Revista Niteri, em Paris e permanece no cenrio literrio at 1881, quando ocorre a publicao de Memrias Pstumas de Brs Cubas, romance realista de Machado de Assis e a publicao de O Mulato, romance naturalista de Alusio Azevedo. Ao contrrio de Portugal que teve trs momentos distintos em todos os gneros. No Brasil, o fenmeno das geraes s ocorreu na poesia. Veja no prximo quadro essas geraes: II AS GERAES ROMNTICAS

R

29

D

B A

A

rbios.

LiteraturaRomantismo

A

S GERAES ROMNTICAS NO BRASIL

omantismo:

GERA O TEMTICAPrimeira Naci ali ta/Indiani ta Segunda Ult arromntica Mal do sculo Terceira Social e Libertria condoreiraH G G FE

crticos, sua importncia se deve ao fato de ter sido ele o introdutor do Romantismo em terras brasileiras. dele tambm o primeiro manifesto romntico sobre o Brasil, escrito na Revista Niteri. Veja um fragmento do seu Ensaio sobre a histria da literatura brasileira: No, oh! Brasil! No meio do geral merecimento tu no deves ficar imvel e tranqilo, como o colono sem ambio e sem esperana. O germe da civilizao, depositado em teu seio pela Europa, no tem dado ainda todos os frutos que deveria dar, vcios radicais tm tolhido o seu desenvolvimento. Tu afastaste do teu colo a mo estranha que te sufocava, respira livremente, respira e cultiva as cincias, as artes, as letras, as indstrias, e combate tudo o que entrev-las pode. Veja agora um dos textos mais conhecidos dessa primeira gerao romntica: Cano do Exlio Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabi, As aves que aqui gorjeiam, No gorjeiam como l. Nosso cu tem mais estrelas, Nossas vrzeas tm mais flores, Nossos bosques tm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, noite, Mais prazer encontro eu l, Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabi. Minha terra tem primores, Que tais no encontro eu c; Em cismar sozinho, noite Mais prazer encontro eu l, Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabi. No permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para l; Sem que desfrute os primores Que no encontro por c, Sem quinda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabi. Gonalves Dias

PRIMEIRA GERAONA PRIMEIRA GERAO: Como o prprio nome j sugere, encontramos um forte nacionalismo e uma grande averso influncia portuguesa (ou seja, lusofobia). Como j vimos, o nacionalismo foi uma das principais caractersticas romnticas, atravs dele h uma valorizao da ptria, dos heris nacionais e do passado histrico. Veja os principais autores dessa primeira gerao: 1 GERA OI

Gonalves de Magalhes

Gonalves Dias Enquanto Gonalves de Magalhes considerado o introdutor do Romantismo brasileiro, a Gonalves Dias atribui-se a sua consolidao. A produo literria de Gonalves de Magalhes considerada fraca por muitos

Gonalves Dias a grande figura desse primeiro momento, trabalhou em sua vasta

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obra com todos os temas Romantismo. Veja sua imagem:

iniciais do

O grande amor: Ana Amlia

Gonalves Dias escreveu poesias lricas fiis s caractersticas romnticas; poesias medievais, escritas em portugus arcaico e poesias nacionalistas como essa que voc acabou de ver. Mas na descrio e exaltao da figura indgena que Gonalves Dias se destaca, sendo considerado por muitos, o maior poeta indianista da literatura brasileira. O poema I-Juca Pirama um dos seus textos indianistas mais famosos. I-Juca Pirama significa aquele que vai morrer. Este texto conta a histria de um ndio tupi que iria ser sacrificado pelos Timbiras, outro povo indgena, mas pensando no pai que era cego e que dele dependia implora para no morrer. Os Timbiras achando-o covarde acabam por solt-lo. Veja agora, prestando muita ateno no ritmo, um fragmento do conhecidssimo trecho Canto da Morte: Canto da Morte Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo Da tribo tupi. Da tribo pujante, Que agora anda errante Por fado inconstante, Guerreiros, nasci: Sou bravo, sou forte, Sou filho do Norte; Meu canto de morte, Guerreiros ouvi (...) Gonalves Dias

Retrato de Gonalves Dias. Por ocasio da elaborao da antologia potica da fase romntica, elaborada por Manuel Bandeira, Onestaldo de Pennafort gentilmente escreveu a nota que segue, retirada daquela obra e aqui transcrita: " A poesia "Ainda uma vez --adeus,--" bem como as poesias "Palindia e "Retratao" -foram inspiradas por Ana Amlia Ferreira do Vale, cunhada do Dr. Tefilo Leal, excondiscpulo do poeta em Portugal e seu grande amigo. " Gonalves Dias viu-a pela primeira vez em 1846 no Maranho. Era uma menina quase, e o poeta, fascinado pela sua beleza e graa juvenil, escreveu para ela as poesias "Seus olhos" e "Leviana". Vindo para o Rio, possvel que essa primeira impresso tenha desaparecido do seu esprito. Mais tarde, porm, em 1851, voltando a S. Lus, viu-a de novo, e j ento a menina e moa de 46 se fizera mulher, no pleno esplendor da sua beleza desabrochada. O encantamento de outrora se transformou em paixo ardente, e, correspondido com a mesma intensidade de sentimento, o poeta, vencendo a timidez, pediu-a em casamento famlia. " A famlia da linda Don`Ana -- como lhe chamavam -- tinha o poeta em grande estima e admirao. Mais forte, porm, do que tudo era naquele tempo no Maranho o preconceito de raa e casta. E foi em nome desse preconceito que a famlia recusou o seu consentimento. " Por seu lado o poeta, colocado diante das duas alternativas: renunciar ao amor ou amizade,

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preferiu sacrificar aquela a esta, levado por um excessivo escrpulo de honradez e lealdade, que revela nos mnimos atos de sua vida. Partiu para Portugal. Renncia tanto mais dolorosa e difcil por que a moa que estava resolvida a abandonar a casa paterna para fugir com ele, o exprobrou em carta, dura e amargamente, por no ter tido a coragem de passar por cima de tudo e de romper com todos para despos-la! " E foi em Portugal, tempos depois, que recebeu outro rude golpe: Don`Ana, por capricho e acinte famlia, casara-se com um comerciante, homem tambm de cor como o poeta e nas mesmas condies inferiores de nascimento. A famlia se opusera tenazmente ao casamento, mas desta vez o pretendente, sem medir consideraes para com os parentes da noiva, recorreu justia, que lhe deu ganho de causa, por ser maior a moa. Um ms depois falia, partindo com a esposa para Lisboa, onde o casal chegou a passar at privaes. " Foi a, em Lisboa, num jardim pblico, que certa vez se defrontaram o poeta e a sua amada, ambos abatidos pela dor e pela desiluso de suas vidas, ele cruelmente arrependido de no ter ousado tudo, de ter renunciado quela que com uma s palavra sua se lhe entregaria para sempre. desvairado pelo encontro, que lhe reabrira as feridas e agora de modo irreparvel, comps de um jato as estrofes de "Ainda uma vez -- adeus --" as quais, uma vez conhecidas da sua inspiradora, foram por esta copiadas com o seu prprio sangue."

Em terra estranha, entre gente, Que alheios males no sente, Nem se condi do infeliz! III Louco, aflito, a saciar-me D'agravar minha ferida, Tomou-me tdio da vida, Passos da morte senti; Mas quase no passo extremo, No ltimo arcar da esperana, Tu me vieste lembrana: Quis viver mais e vivi! IV Vivi; pois Deus me guardava Para este lugar e hora! Depois de tanto, senhora, Ver-te e falar-te outra vez; Rever-me em teu rosto amigo, Pensar em quanto hei perdido, E este pranto dolorido Deixar correr a teus ps. V Mas que tens? No me conheces? De mim afastas teu rosto? Pois tanto pde o desgosto Transformar o rosto meu? Sei a aflio quanto pode, Sei quanto ela desfigura, E eu no vivi na ventura... Olha-me bem, que sou eu! VI Nenhuma voz me diriges!... Julgas-te acaso ofendida? Deste-me amor, e a vida Que me darias - bem sei; Mas lembrem-te aqueles feros Coraes, que se meteram Entre ns; e se venceram, Mal sabes quanto lutei! VII Oh! se lutei!... mas devera Expor-te em pblica praa, Como um alvo popul