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OS RECURSOS NATURAIS E CRESCIMENTO ECONÔMICO DO BRASIL

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OS RECURSOS NATURAIS E CRESCIMENTO ECONÔMICO

DO BRASIL

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Os Recursos Minerais do Brasil

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Ferro

• O ferro é um metal maleável, tenaz, de coloração cinza prateado apresentando propriedades magnéticas. É encontrado na natureza fazendo parte da composição de diversos minerais, o elemento mais pesado que se produz exotermicamente por fusão, e o mais leve produzido por fissão. O ferro é o metal mais usado, com 95% em peso da produção mundial de metal. É indispensável devido ao seu baixo preço e dureza, especialmente empregado em automóveis, barcos e componentes estruturais de edifícios, o metal de transição mais abundante da crosta terrestre, e quarto de todos os elementos. Também abunda no Universo, havendo-se encontrados meteoritos que contêm este elemento.

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Manganês

• O manganês é um metal de transição de coloração branco cinzento parecido com o ferro. É um metal duro e muito frágil, ele é importante para a fabricação de aços, pois reage com o enxofre presente formando sulfeto de manganês, evitando que o enxofre reaja com o ferro, aumentando a fragilidade e tornando-o mais difícil de forjar. Além disso,m o manganês tem propriedades desoxidantes evitando a formação de bolhas. O manganês é um elemento químico para todas as formas de vida, nas quais tem funções tanto estruturais quanto enzimáticas.

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Bauxita

• A bauxita é uma rocha avermelhada que tem no óxido de alumínio seu componente dominante e é, por isso, o minério mais utilizado na produção do alumínio. Este, por sua vez, é matéria-prima para fabricação de inúmeros produtos usados no dia a dia, como panelas, esquadrias, latinhas, peças de automóveis e aviões, cabos elétricos, entre outros.

• Comum nas regiões tropicais e subtropicais, a bauxita é produzida em muitos países. A produção mundial chega hoje a 120 milhões de toneladas/ano e os principais produtores são Austrália, Guiné e Brasil.

• A bauxita é o agregado mineral que contém o alumínio em sua forma aproveitável. Para produção de uma tonelada de alumínio, são necessárias duas toneladas de alumina, que por sua vez precisa de cerca de cinco toneladas de bauxita.

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Os Projetos: Carajás

• Um geólogo a serviço da empresa norte-americana United States Steel, empresa que vinha pesquisando o subsolo amazônico desde o início dos anos 1960 à procura de minério de manganês, foi quem descobriu a reserva de minério de ferro de Carajás, em 1967, nessa província mineral. A U.S. Steel, passou a deter 49,1% da mina, o restante ficando com a Vale. Surgiram sérias divergências entre as duas companhias, que se tornaram insuperáveis até que os americanos desistiram do projeto. Eliezer Batista considerava de fundamental importância para os interesses estratégicos do Brasil manter em mãos brasileiras a maior reserva polimetálica do mundo.

• Em 1970, quando muitos minérios já tinham sido localizados, constituiu-se Amazônia Mineração S.A., que associava empresas estrangeiras, inclusive a United States Steel, com a Vale. No final dos anos 70 a Vale pagou uma vultosa indenização à sua parceira, para poder assumir sozinha o controle do empreendimento. Então foi lançado o Programa Grande Carajás (PGC).

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• O Programa Grande Carajás (PGC), oficialmente lançado em 1979, tinha como objetivo realizar a exploração integrada dos recursos dessa província mineralógica, considerada a mais rica do mundo, contendo minério de ferro de alto teor, ouro, estanho, bauxita (alumínio), manganês, níquel e cobre e minérios raros. A vida útil das reservas de ferro, estimada na década de 1980, era de cerca de 500 anos.

• Carajás não se limitou apenas a explorar a mineração; existiam outros projetos agropecuários de extração florestal, que tinham por objetivo o desenvolvimento da região.

• Para a consolidação desse ambicioso projeto, foi implantada uma importante infra-estrutura, que incluiu a Usina hidrelétrica de Tucuruí, a Estrada de Ferro Carajás e o Porto de Ponta da Madeira, localizado no Porto do Itaqui, em São Luís(MA).

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• De Carajás até o porto de Itaqui, em São Luís foi construída uma ferrovia para facilitar o escoamento dessas riquezas minerais, que são em sua grande maioria exportadas. Essa área exporta atualmente mais de 70 milhões de toneladas de ferro por ano, principalmente para o Japão, além de quantidades bem pequenas de manganês e cobre.

• Junto com as ferrovias, as condições hídricas dos rios amazônicos (com grande volume de águas) são fundamentais para o escoamento dos minerais extraídos, e também para assegurar a operação da usina de Tucuruí, necessária para o funcionamento das indústrias de transformação de minerais.

• Atualmente, o projeto Grande Carajás engloba uma das maiores áreas de exploração de minérios do mundo e está ligado às atividades da Vale, que é a maior mineradora de ferro do mundo, privatizada em 1998.

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• Além da maior reserva de minério de alto teor de ferro do mundo, são explorados manganês, cobre, níquel, ouro, bauxita e cassiterita.

• Os preços do minério de ferro, principal riqueza de Carajás no mercado internacional, se elevaram a partir de 2004, a partir da demanda de países emergentes, como a China, o que levou o preço das ações da Companhia Vale do Rio Doce a dispararem na Bovespa.

• O minério de ferro também é largamente utilizado no setor metalúrgico, considerados um dos mais importantes do mundo. O Japão, por exemplo, é grande parceiro do Brasil, garantindo em Carajás o suprimento de matéria-prima ao parque industrial japonês.

• A poluição das águas, principalmente dos rios próximos das áreas de garimpo, onde o mercúrio é utilizado para separar o ouro das impurezas, tem ocorrido por parte de algumas empresas que operavam na região.

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O Quadrilátero Ferrífero

• O Quadrilátero Ferrífero é uma região do estado brasileiro de Minas Gerais, localizada poucos quilômetros a leste da capital, Belo Horizonte.

• É a região mais rica de Minas Gerais e a economia é diversificada e bastante industrializada. Foi importante pólo aurífero na época do ciclo do ouro.

• O povoamento teve início com a mineração no século XVII, Com a sua decadência, no fim do século XVIII, a região ficou estagnada. No fim do século XIX, com a fundação de Belo Horizonte, houve um novo surto de povoamento. O Quadrilátero Ferrífero é um dos distritos mais importantes do Brasil, pois é uma das principais concentrações de minérios do país por onde são retirados ouro, ferro, manganês e outros, sendo que o ferro ocupa a posição de destaque. É composto pelos municípios de Mariana, Itabira, Rio Piracicaba, Congonhas do Campo, Casa Branca e Itaúna, em Minas Gerais.

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• A principal retirada feita no distrito é do ferro, minério mais utilizado em todo o mundo para a fabricação de aço, ferramentas, veículos, máquinas e elementos de estrutura de pontes, edifícios e outros.

• Face ao impacto ambiental, o distrito adota algumas medidas para não prejudicar o meio ambiente depositando novamente o solo estéril em minerais em diferentes locais, reutilizando a água gasta, impedindo a contaminação química do solo e da água, o acúmulo de resíduos químicos no solo e outros.

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• Como o local é utilizado desde o século XVII na extração destes minérios, carrega uma triste lembrança das pessoas que antigamente passaram pela região, a água, o solo e plantas já estão desde esse período contaminados por metais pesados como conseqüência da atividade mineradora precária utilizada no passado. Hoje, o local é inspecionado por órgãos ambientais que por conhecerem a importância da extração e os riscos da mesma, monitoram todas as atividades ali exercidas para que impeça, ao máximo, mais contaminações na região.

• Na economia, o distrito ocupa posição importante já que é responsável por 60% do ferro e ainda 40% do ouro extraídos no país. Portanto, é uma região bem valorizada na economia do país.

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O Projeto Jarí

• Com apenas 18 anos de idade, o cearense José Júlio de Andrade se estabeleceu como comerciante ambulante às margens do rio Jari, na Amazônia Oriental brasileira, remota fronteira dos estados do Pará e Amapá, região rica em castanhais e seringais. Dez anos depois, já era o homem mais rico da região, extraindo borracha e castanha e criando gado, comercializando ervas medicinais, óleos de andiroba e copaíba, sementes aromatizadas e peles de animais silvestres. Chegou a possuir 25.000 cabeças de gado e a exportar castanhas para a Europa, principalmente para a Alemanha.

• Aos 70 anos de idade, o Coronel José Júlio vendeu seus negócios para os empresários portugueses e brasileiros, que criaram a Jari Indústria e Comércio e passaram a trabalhar também com a exportação de madeiras nobres e no comércio de mercadorias diversas, através de entrepostos às margens dos rios Jarí, Paru, Caracuru, Cajari e Panacari com as mesmas atividades extrativistas já mencionadas.

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• O empresário norte-americano Daniel K. Ludwig, na época com 74 anos de idade adquire a empresa Jarí Indústria e Comércio dos portugueses, com uma área de 1.734.606,01 hectares na região do Jarí, criando em seguida a Jarí Florestal e Agropecuária Ltda. Nesta região, Ludwig, conhecido como um grande visionário e empreendedor, decidira produzir celulose de alta qualidade e papel, a partir de áreas reflorestadas. Foi este o início do Projeto Jarí, um dos maiores e mais ambiciosos programas agro-industriais de seu tempo.

• Alguns anos mais tarde, em 1976, no outro lado do mundo, nos estaleiros da Ishikawajima, em Kure, no Japão - estavam sendo construídas, sobre plataformas de 30.000 toneladas, uma moderníssima fábrica de celulose e uma usina termelétrica com 55MW de capacidade. Para esta empreitada, a Ishikawajima utilizou um método inovador, denominado Industrial Platform System, IPS.

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• Apesar dos exaustivos estudos realizados, a Gmelina arborea apresentou problemas de adaptabilidade aos solos da região e susceptibilidade ao ataque de fungos, impactando seu rendimento florestal. As espécies que melhor se adaptaram às condições locais foram o pinus e o eucalipto

• Em 1978, a fábrica e usina finalmente deixaram o estaleiro japonês de Kure e foram rebocadas através dos oceanos Pacífico e Índico, as duas plataformas foram assentadas sobre quarenta mil estacas de maçaranduba, onde estão até hoje.

• Além de toda a infra-estrutura para a produção de celulose - que inclui um porto fluvial, 71 quilômetros de ferrovia e o aeroporto de Serra do Areão - Ludwig também implantou na região a Cadam e a Mineração Santa Lucrécia, para a extração e beneficiamento de caulim e bauxita refratária, respectivamente.

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• Em maio de 1979 a fábrica de celulose iniciava suas operações, produzindo, já no primeiro ano, 120.000 toneladas. Uma atividade agro-industrial altamente produtiva, segundo um pioneiro modelo de desenvolvimento sustentável.

• Em 1980, a produção chegava às 220.000 toneladas/ano. Dois anos depois, o controle acionário do Projeto Jarí passou para um consórcio de 23 empresas brasileiras, lideradas pelo Grupo Caemi. Em 1992, a produção alcançou as 280.000 toneladas de celulose por ano, praticamente ocupando toda a capacidade instalada.

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Mapa do Projeto Jarí

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Serra Pelada

Estima-se que cerca de 120 mil pessoas viveram ali no auge do garimpo, de 82 a 86. A primeira pepita foi encontrada em dezembro de 79, por um vaqueiro da fazenda do velho Genésio, dono daquelas terras. A fofoca correu e, entre fevereiro e março de 80, mais de 30 mil homens chegaram ao local. A princípio o ouro era só na Grota Rica, um curso dágua que dava pepitas na raiz do capim, nem precisava cavar quase nada. Não demorou muito para encontrarem um dos maiores depósitos de ouro do mundo logo ali ao lado, a aberração geológica que conhecemos como Serra Pelada.

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• Começaram a descer os barrancos. Quem chegasse ali primeiro e demarcasse seu espaço era o dono da área. Todo mundo com um revólver 38 na cintura, não havia disputa física e a palavra do homem valia. Os barrancos mediam 2 m x 3 m e iam descendo, saindo dali em sacos nas costas dos trabalhadores. As pepitas eram mais raras, o grosso estava em pó. O solo retirado era quebrado, lavado e passado no mercúrio, material que se liga e concentra o ouro. Ao aquecer a mistura dos dois metais o mercúrio evapora primeiro, deixando para trás a riqueza dourada que motivou toda essa história.

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• O lucro e os custos do ouro, ambos muito altos, ficavam para os sócios do barranco. Os trabalhadores recebiam diárias e uma pequena porcentagem na exploração, que com um pouco de sorte seria uma fortuna. Muita gente enricou, reinvestiu, perdeu tudo, enricou novamente. Era uma loteria, mas com chances elevadas de acerto. O título de maior garimpo do mundo não é gratuito, custou muito ouro.Em 84, o presidente Figueiredo pagou uma indenização de US$ 69 milhões à Vale, então a estatal Companhia Vale do Rio Doce, que detinha o direito de exploração mineral da área, incorporado da Amazônia Mineração S/A em 1981.

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• O acordo previa o fechamento do garimpo em três anos ou por mais vinte metros de profundidade, quando alcançaria a a cota 190, número que representa a altitude em relação ao nível do mar. O garimpeiro entendeu o interesse da companhia naquele depósito e a cota 190 alcançou patamar quase mítico, muitos sustentando que ali 60% ou 70% de todo o material seria ouro puro. A descida foi desenfreada e aumentou a cobrança de vidas nos barrancos que, sem estrutura, desabavam soterrando garimpeiros na própria riqueza que buscavam.

• Em 85, próximos à sonhada cota 190, o buraco foi interrompido pelas autoridades. Desligadas as bombas de sucção, o Tilim, ponto mais profundo da cava, encheu de água no irrigado solo amazônico. Utilizando o argumento da segurança, fecharam aquele garimpo para abrir novo bem ao lado.

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• A nova descida prosseguiu de forma mais racional, menos íngreme em direção ao fundo e mais segura. Foi a partir de 1987, quando novamente se aproximavam da cota 190, que sabotagens e boicotes se tornaram freqüentes. Diversos motores das bombas de sucção foram inutilizados com areia e açúcar em suas engrenagens. De um dia para o outro o segundo Tilim amanhecia submerso, necessitando muito tempo de trabalho para drená-lo com as máquinas dos garimpeiros.

A passagem da água criava sulcos nas paredes da cava, aumentando muito o risco de desabamento. Em busca de segurança era preciso derrubar aquelas paredes frágeis dentro do próprio buraco que abriam, para só então recomeçar a cavar.

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• Após muitos dias de trabalho voltavam ao ponto que estavam antes e não passava muito tempo até nova sabotagem ocorrer, exigindo repetir o trabalho. Essa estratégia quebrou financeira e moralmente o trabalhador que ainda insistia em sua busca. Em 88 se tornou inviável prosseguir e o garimpo em Serra Pelada, ao menos na cava, o buraco mais profundo, terminou. Para o garimpeiro, o mote "água no Tilim e segurança nos homens" se tornou símbolo cínico da sabotagem que os impediu de chegar aos depósitos mais profundos de ouro.