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30/12/13 Lição 1 - O Livro de Êxodo e o Cativeiro de Israel no Egito www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao1-ujf-1tr14-olivrodeexodoeocativeirodeisraelnoegito.htm 1/45 Home Estudos EBDDiscipulado Mapas Igreja Ervália Corinhos Figuras1 Figuras2 Vídeos Fotos Lição 1 - O Livro de Êxodo e o Cativeiro de Israel no Egito LIÇÕES BÍBLICAS - 1º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos Tema: Uma Jornada de Fé - A Formação do povo de Israel e sua herança espiritual Comentário: Pr. Antônio Gilberto Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva Questionário NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm Texto Áureo “E José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente, vos visitará DEUS, e fareis transportar os meus ossos daqui” (Gn 50.25).

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Lição 1 - O Livro de Êxodo e o Cativeiro de Israel no EgitoLIÇÕES BÍBLICAS - 1º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultosTema: Uma Jornada de Fé - A Formação do povo de Israel e sua herança espiritualComentário: Pr. Antônio GilbertoComplementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida SilvaQuestionárioNÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS EEXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃOhttp://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm

Texto Áureo“E José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente, vos visitará DEUS, e fareis transportar os meus ossosdaqui” (Gn 50.25).

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Verdade PráticaOs propósitos de DEUS são imutáveis e se cumprirão no tempo determinado por Ele.

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LEITURA DIÁRIASegunda - Gn 50.25 José não se esqueceu da promessaTerça - Êx 1.7 O crescimento dos hebreus no EgitoQuarta - Êx 1.11 A aflição dos hebreusQuinta - Êx 1.13,14 A opressão do Povo EscolhidoSexta - Jr 33.3 DEUS atende ao clamor do seu povoSábado - Jó 42.2 Os propósitos do Senhor jamais serão LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Êxodo 1.1-141 - Estes, pois, são os nomes dos filhos de Israel, que entraram no Egito com Jacó; cada um entrou com suacasa: 2 - Rúben, Simeão, Levi e Judá; 3 - Issacar, Zebulom e Benjamim; 4 - Dã, Naftali, Gade e Aser. 5 - Todasas almas, pois, que descenderam de Jacó foram setenta almas; José, porém, estava no Egito. 6 - Sendo, pois,José falecido, e todos os seus irmãos, e toda aquela geração, 7 - os filhos de Israel frutificaram, e aumentarammuito, e multiplicaram-se, e foram fortalecidos grandemente; de maneira que a terra se encheu deles. 8 - Depois,levantou-se um novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José, 9-o qual disse ao seu povo: Eis que o povodos filhos de Israel é muito e mais poderoso do que nós. 10 - Eia, usemos sabiamente para com ele, para quenão se multiplique, e aconteça que, vindo guerra, ele também se ajunte com os nossos inimigos, e peleje contranós, e suba da terra. 11 - E os egípcios puseram sobre eles maiorais de tributos, para os afligirem com suascargas. E edificaram a Faraó cidades de tesouros, Pitom e Ramessés. 12 - Mas, quanto mais os afligiam, tantomais se multiplicavam e tanto mais cresciam; de maneira que se enfadavam por causa dos filhos de Israel. 13 -E os egípcios faziam servir os filhos de Israel com dureza; 14 - assim, lhes fizeram amargar a vida com duraservidão, em barro e em tijolos, e com todo o trabalho no campo, com todo o seu serviço, em que os serviamcom dureza. A TEOLOGIA DE ÊXODO -ÊXODO Introdução e Comentário - Por R. Alan Cole, Ph. D. Menzies College, da Universidade Macquarie -Sociedade Religiosa Vida Nova - Associação Religiosa Editora Mundo Cristão Seria difícil encontrar um único tópico de importância do Velho Testamento, ou mesmo do Novo, que não estejaexemplificado no livro de Êxodo. Muitos dos temas, usados posteriormente na Bíblia, surgem realmente neste

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livro, na interpretação da experiência de Israel, através dos grandes acontecimenjos que levaram à suaorganização como povo e nação. Nesta Introdução Teológica consideraremos alguns pontos importantesrelacionados com a natureza de DEUS. Nosso tratamento não visa esgotar o assunto; procura apenas ser umaparca introdução às riquezas teológicas do livro.I. O DEUS que controla a históriaDEUS é o controlador invisível de toda a história e de todas as circunstâncias. Isto se vê em Êxodo 1, embora onome de DEUS não seja sequer mencionado até o versículo 20. Esta omissão não significa que o hebreu fosseirreligioso mas que, em contraste conosco, ele percebia a mão de DEUS em cada circunstância da vida, nãosimplesmente nos momentos mais cruciais em que DEUS agia através do que chamamos “ milagres” . Nadaestâ além de Seu poder e controle — nem mesmo a obstinação de um Faraó (4:21). Foi esta mesma convicçãoque levou os iraelitas a considerarem o êxodo como o maior acontecimento da História e como o ato redentor deDEUS em relação a Israel. Que o êxodo acontecera, israelita algum podia duvidar, pois haviam sido realmentesalvos do poder do Egito. A única explicação provável para tal impossibilidade era a de que se tratava de umaobra de DEUS, pois todas as coisas estavam sob o Seu controle. Esse invencível poder de DEUS sobre aHistória,todavia, não é exercido arbitraria ou despropositadamente. Ele controla e regula todos os acontecimentos para obem final de Seus filhos, quaisquer que sejam os efeitos imediatos. Isso é demonstrado no capítulo inicial deÊxodo; as próprias medidas repressivas adotadas contra Israel só fizeram com que os israelitas semultiplicassem mais (1:12). A providência amorosa de DEUS é vista mais uma vez na preservação da vida deMoisés e em sua adoção pela filha de Faraó (2:10), bem como na sorte das parteiras israelitas (1:21). Pode-sealegar que as parteiras haviam merecido a graça divina por sua fidelidade a DEUS (1:17) e que o menino Moisésnada havia feito para desmerecer o cuidado divino. DEUS, no entanto, mostra o mesmo amor a Moisés quando,por causa de seu ato intempestivo, ele acaba como um fugitivo sem vintém na terra de Midiã (2:15-22). Ninguémpoderia afirmar que o ingrato Israel mereceu o amoroso cuidado divino, ao estudar sua história subseqüente(16:3, por exemplo), e sem sombra de dúvida, Israel fora tão indigno no Egito quanto o foi mais tarde no deserto.Assim, o que começou como a doutrina da providência de DEUS acaba por se tornar a doutrina da graça deDEUS, Seu favor e amor desmerecidos, derramados sobre os objetos indignos de Sua escolha.II. Eu sou YHWHDEUS é YHWH. Êxodo 3:13-15 deixa claro que a revelação de DEUS sob este nome é fundamental para ateologia da era mosaica. Quanto à era pré-mosaica há vários pontos de vista. Alguns acham que o nome YHWHnão era conhecido nem usado antes do tempo de Moisés (6:3) e que seu presente uso nos capítulos iniciais doVelho Testamento serve apenas para mostrar a completa identidade entre o DEUS dos patriarcas e o DEUSconhecido por Moisés e revelado a ele. (Ver, contudo, quanto a este assunto, Introdução ao Velho Testamentopor R.K. Harrison, pgs. 578-582.) Outros, baseados em textos como Gênesis 4:26, sustentam que o nome em sijá era conhecido de alguns dos ancestrais de Israel, muito tempo antes de Moisés, e que isso explica o livre usodo nome nos relatos mais antigos de Gênesis. Dizem ainda que 6:3 se refere a uma revelação do significado donome, que então se descobria, tinha dimensões novas e mais profundas. A questão, entretanto, não éimportanteem relação à teologia de Êxodo. O fato importante é que DEUS tem um nome e é, por isso, plenamente pessoal.Para o hebreu, “ nome” simboliza “ caráter” . Assim, conhecer o “ nome” de DEUS é conhecê-lo tal como Ele é,e “ invocar o Seu nome” é apelar a Ele com base em Sua natureza revelada e conhecida (Salmos 99:6). “Proclamar” o “ nome” de YHWH é descrever Seu caráter (33:19). Desde que Israel era o povo de YHWH (19:5), onome de YHWH estava envolvido em tudo que lhes acontecia; este fato se tornaria importante mais tarde quandoda intercessão de Moisés em favor de Israel (32:11-13). A reputação de DEUS está intimamente ligada aosisraelitas.DEUS não os pode abandonar; muito pelo contrário, deve obter glória para o Seu nome através deles. Se DEUSagora possui um novo “ nome” (e se esta é a interpretação correta de 6:3), isto significa para o israelita que umanova revelação aconteceu, superior àquela associada ao antigo nome “ El-Shaddai” (Gn 17:1-8) ou a qualqueroutro nome patriarcal dado a DEUS. A partir daqui, para o Velho Testamento, o nome YHWH significará tudo queo nome “ JESUS” significa para o Novo.Testamento. E o nome que resume em si toda a revelação passada (pois YHWH ainda é o “ DEUS de vossospais” , mesmo que sob um novo nome) e jaz no centro de sua nova experiência de redenção e salvação. Asimples menção do nome “ JESUS” , para o crente, o faz lembrar a cruz; assim, o simples dizer YHWH, paraum judeu, o faz lembrar o êxodo.Quando DEUS descreve a Si mesmo como YHWH, é perfeitamente natural acrescentar a frase “ que te tirou daterra do Egito” (20:2), assim como é perfeitamente natural para o crente descrever CRISTO como aquele que “nos remiu” (G1 3:13).Quanto ao significado exato do nome YHWH tem havido uma controvérsia de proporções consideráveis. Veja ocomentário de Êxodo 3 para as várias sugestões. Dois pontos, no entanto, devem ser considerados: primeiro,que 3:14 é o único lugar do Velho Testamento em que o significado do nome é explicado. Segundo, que o nomeé representado claramente como algo que somente DEUS pode explicar. A implicação teológica desses dois

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pontos é que ninguém, exceto DEUS, pode explicar Quem e o que é DEUS; aprenderemos o significado de Seu “nome” a partir daquilo que Ele diz e faz. Seja qual for a exata força gramatical de 3:14, esse fato fica bem clarouma vez que o verbo hebraico (hayah) “ ser,” tem o significado de “ estar presente (e ativo)” : é dinâmico e nãoestático. Israel não foi deixado, como aconteceu a outras nações, especulando sobre os problemas quanto àexistência e natureza dos deuses. Seu DEUS era um “ DEUS que está presente” , ativo na história, e que Serevelou em palavra e ação.O próprio êxodo define inicialmente a natureza de YHWH, conforme revelado na salvação de Israel do poder doEgito, por Ele operada.A história subseqüente de Israel acrescentaria frase após frase à declaração inicial do seu credo (que te tirou daterra do Egito) à medida que sua experiência de salvação se desenvolvia. YHWH não seria confessado apenascomo Aquele que tirara Israel da terra do Egito (20:2), mas também como Aquele que introduzira o povo na terrade Canaã (Dt 26:9) e como Aquele que levantou juizes (Jz 2:16), e assim por diante. A promessa inerente na explicação inicial do nome divino (3:14) foi-se cumprindo na história, quer tenha sido “ EuSou o que Sou” ou “ Eu Serei o que Serei” . Uma vez que mais e mais a natureza de DEUS estava sendorevelada aos homens através de Suas palavras e Seus atos, Seu “ nome” gradualmente adquiria um significadomais rico. A coroação e consumação viria nos dias do Novo Testamento, quando a Palavra maior de DEUS aohomem foi dita e Seu maior ato de salvação foi completado (Jo 1:14 e 19:30). A partir de então, Ele seriaconhecido como o “ DEUS e Pai de nosso Senhor JESUS CRISTO” (Rm 15:6) e o doador do ESPÍRITO (Jo14:26). Um novo “ nome” divino começaria então a ser usado, correspondente à plenitude de Sua revelação. Assim veremos que, apesar de toda a teologia bíblica se basear num uso correto da lingüística, precisaremos,ao fim de nossos esforços, buscar uma compreensão teológica e não lingüística do nome de DEUS. De fato, osDez Mandamentos são este tipo de explicação teológica do significado do nome de YHWH, pois começam coma definição do ato redentor de YHWH (20:2) e prosseguem com uma expressão de Sua natureza moral. Talvez aadição mais significativa tenha sido a que define YHWH como um “ DEUS zeloso” , zeloso tanto em castigarquanto em cumprir Sua aliança (20:5,6). A esta podemos comparar a auto--proclamação posterior do nome divinoa Moisés (34:5-7), onde o “ nome” é entendido em termos de amor e julgamento, e onde a natureza “ zelosa” deDEUS é novamente enfatizada (34:14). III. O DEUS que é santoDEUS é santo. O próprio lugar onde Ele Se revelou a Moisés é santo (ou melhor, se torna santo) em virtudedessa revelação (3:5). Essa é a primeira vez em que o adjetivo “ santo” é usado no Pentateuco, embora oconceito já se encontre em Gênesis (cf Gn 28:17). Mais tarde, “ santo ” seria um dos adjetivos mais usados paradescrever a natureza e o próprio ser de DEUS, especialmente em Levítico (cf Lv 11:45). Sem entrar emargumentos filológicos, a idéia básica da raiz hebraica parece ter sido “ posto à parte” e, portanto, “ diferente”das coisas comuns.Para o cananeu esse conceito poderia não ter a menor conotação moral.Um dos títulos da deusa da fertilidade chamada Astarte, adorada no Egito, era “ Qudshu” (a santa) e o nomedado às prostitutas cultuais, estritamente proibidas em Israel (Lv 19:29), significa literalmente “ santas” . O “separatismo” ou a “ diferença” de DEUS em relação ao homem, entretanto, não reside apenas numa distinção deníveis de existência.O DEUS de Israel é diferente em Sua natureza moral: “ santidade” em Israel, portanto, tem conteúdo moral. Épor isso que Ele Se revelará nas “ dez palavras” que são uma revelação moral e não intelectual, embora tenhamconteúdo intelectual. O conhecimento contínuo de DEUS por parte de Israel depois de sua libertação do Egito,acabaria por ser uma experiência moral que se aprofundou gradativamente; ao invés do intelecto, a consciênciade Israel é que foi desafiada continuamente. Assim é que, na nova aliança, DEUS “ revela” Seus caminhos aospequeninos e os “ esconde” dos sábios (Mt 11:25), pois não há dificuldade alguma em compreender umimperativo moral, por mais difícil que seja obedecer. Basicamente, nossas pedras de tropeço não sãointelectuais e sim morais; a raiz de nossa oposição a DEUS está localizada em nossa vontade.Sendo DEUS tão “ santo” , tão “ diferente” , qualquer coisa a Ele associada, ou devotada a Seu serviço, participadessa característica. No caso de um objeto inanimado (tal como o óleo da unção) essa santidade pode significarque ele é vedado ao uso comum (30:32). A santidade pode até comunicar a idéia de algum perigo misterioso nocaso de contato físico (19:12,13). Sendo porém a santidade de DEUS uma característica moral, ser “ povo santo”(como Israel foi chamado a ser, 19:6) significava submeter-se a exigências morais muito rigorosas. Fora do livrode Êxodo essas exigências são apresentadas ostensivamente: “ Santos sereis porque Eu, YHWH vosso DEUS,sou santo” (Lv 19:2). Essa afirmação pode ser feita de maneira ainda mais sucinta; a motivação para cumprir ummandamento moral pode ser simplesmente “ Eu sou YHWH vosso DEUS” (Lv 19:3). O fato de YHWH ser santodispensa explicações adicionais; o novo relacionamento, introduzido pela graça, faz exigências moraisinexoráveis.Dentro do próprio livro de Êxodo, pode-se dizer que todo o “ livro da aliança” (aproximadamente 21*23) é umatentativa de definição do que significa ser “ povo de DEUS” , uma “ nação santa” . Santidade, portanto, nosentido mais profundo do termo, é uma definição da natureza de DEUS tal como Ele a espera ver refletida emSeus filhos. É este conceito da santidade divina que, por sua vez, é refletido e retratado na construção do

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Tabernáculo, com o “ SANTO dos Santos” em sua parte mais interior e os metais e outros materiais utilizadosem sua construção decrescendo em preciosidade à medida que iam ficando mais distantes do centro (o SANTOdos Santos). Se a lei era a expressão verbal da santidade de DEUS, o Tabernáculo era uma parábola visíveldessa santidade.Seria talvez acertado dizer que todo o conceito de oferta pelo pecado (29:14), essencial à prática religiosa deIsrael, procede deste conceito da santidade de DEUS, entendida em termos não meramente rituais, mas morais.Este aspecto, porém, é considerado mais a fundo sob outra divisão do texto. IV. O DEUS que se lembraYHWH é também o DEUS que se lembra (2:24). Especificamente, Ele é o DEUS que se lembrou da Sua “aliança com Abraão” e os outros patriarcas. Isso não significa, é claro, que DEUS seja capaz de esquecer(exceto no que diz respeito a esquecer como uma metáfora, para descrever o Seu perdão de pecados; cf Is64:9). Dizer que DEUS “ se lembra” é um antropomorfismo (ou mais exatamente, um antropopatismo) paraexpressar a imutabilidade de DEUS. Nele não há nada de arbitrário; qualquer coisa que se aprenda a Seurespeito com base em Seus relacionamentos com o homem no passado será válida para relacionamentos atuaise futuros. Este é um contraste marcante com os deuses do paganismo, que partilhavam todos os caprichos eacessos de cólera comuns aos homens que os criavam. Esta constância divina, e ela somente, torna possível ocontínuo processo de revelação. De acordo com esse princípio Israel medirá toda a sua história subseqüente,entendendo todos os acontecimentos futuros em termos do êxodo. Este princípio será a medida de suaesperança nos dias negros do futuro.DEUS, por seu turno, ordenará a Israel que se lembre do que Ele fez pela nação através da aliança. Assim,Israel receberia a certeza de que Seu gracioso propósito para com a nação iria continuar. Além disso, essalembrança constante será como que aguilhão e espora, forçando o povo a cumprir os Seus mandamentos (20:2).Já se disse, e bem, que apenas essa “ lembrança” pode unir o evangelho e a lei; Israel observa a lei porque “ selembra” do evangelho da salvação.Na estrutura de pensamento hebraica “ lembrar-se” significa “agir” ; isso se aplica também a DEUS e a Israel. E,mais uma vez, isso não é novidade. As Escrituras nos dizem que “ DEUS se lembrou deNoé” (Gn 8:1), ou seja, DEUS agiu de maneira a demonstrar a Noé a perfeita compatibilidade de Seu caráter. Nocaso de Noé era mais uma vez a graça de DEUS que se mostrava compatível (Gn 6:8), tal como se apresentoucompatível em relação a Israel na presente situação. Assim sendo, dizer que DEUS “ se lembra” é afirmar queEle repete Seus atos de graça salvadora para com Seu povo Israel, vez após vez, cumprindo, desta maneira,Suas promessas, e mostrando Sua auto--compatibilidade.Há aqui, todavia, um pensamento ainda mais profundo: DEUS Se lembra da Sua “ aliança.” Chegamos agora aoverdadeiro coração do livro de Êxodo e sua teologia, pois a aliança feita por DEUS com Israel no Sinai (24:3-8)domina não apenas o pensamento deste livro, mas todo o pensamento israelita subseqüente. Sempre quemencionamos o “ Velho Testamento” , isto é, a Velha Aliança, concordamos inconscientemente com este fato.Na verdade, mais adiante na história de Israel, a aliança feita no Sinai eclipsou a tal ponto a aliança Abraâmicoque esta quase não é mencionada senão ao tempo do exílio (Ez 33:23,24). No texto de Êxodo, todavia, todo omovimento redentor que culmina com a aliança feita no Sinai é apenas o cumprimento de promessas divinasbaseadas na aliança abraâmica (3:15-17). Fora de dúvida, todo o relato bíblico da história da salvação surge emtermos de promessa e cumprimento: é este fato que dá profundidade e raízes históricas à aliança sináitica, umavez que, ao outorgá-la, DEUS está “ Se lembrando” de Sua aliança com Abraão e, em certo sentido, reiterando-a. No entender de Paulo, a aliança feita com Abraão era realmente mais profunda e fundamental que a aliançafeita com Israel no Sinai (G1 3:17). É a primeira aliança, e não a última, que Paulo usa como ilustração dajustificação pela fé. Seja qual for o caso, a “ Velha Aliança” forneceu a terminologia para a “ Nova Aliança” ,profetizada por Jeremias (Jr 31:31), cuja introdução, quando da morte do Messias, foi simbolizada por CRISTOna Última Ceia (1 Co 11:25).Não é preciso enfatizar quão importante é o termo “ aliança” , como uma categoria teológica usada em ambos osTestamentos. Expressões como “ o sangue da aliança” , “ os sacrifícios da aliança” são fundamentais para acompreensão do plano de DEUS e da obra de CRISTO, uma vez que a aliança era normalmente selada com osangue de uma vítima. Sem sombra de dúvida a “ aliança” era uma forma comum de expressar obrigação mútuana época do Êxodo. O termo abrangia desde relacionamentos entre indivíduos (Gn 21:32) a relacionamentosentre comunidades (Js 9:15), podendo ser usado até mesmo metaforicamente, para elementos não-humanos (Jó31:1). Há um certo debate quanto ao fato de “ aliança” ter sido' ou não, originalmente, um termo comercial; apalavra certamente incluía o sentido de nosso termo “ contrato” e abrangia assuntos que podiam ser puramenteseculares (Gn 21:32) ou religiosos. Algumas alianças de natureza secular eram feitas entre iguais; outras, comoa de Israel, eram entre um superior e um inferior. O paralelo (não-religioso) mais próximo da “ aliança” entre Israel e DEUS é o “ tratado de suserania” (unilateral)firmado entre um monarca e uma nação subjugada; que ele, graciosamente, coloca sob sua proteção soberana.Exemplos particularmente esclarecedores se encontram entre os tratados firmados pelos reis da Assíria e dosHititas. O rei descreveria, em primeiro lugar, o que havia feito em favor do povo; em seguida, depois dessademonstração de graça, apresentaria, por direito, as exigências e obrigações daí decorrentes. Podemos ver aqui

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o começo de uma compreensão do relacionamento entre graça (a origem) e lei (o resultado). Esses antigos “tratados de suserania” normalmente continham, ao seu final, uma lista de bênçãos e maldições sobre aquelesque seguiam ou quebravam a aliança, respectivamente. As semelhanças entre esta estrutura e o formato daaliança feita com Israel no Sinai ou mesmo da aliança abraâmica (Gn 15:7-21) são óbvias, mas não devemreceber uma ênfase exagerada. Por exemplo, YHWH não é apresentado na lei de Moisés como “ rei” de Israel,embora este conceito esteja provavelmente envolvido em 20:5,6, e tenha sido definitivamente expressomais tarde (Jz 8:23). Assim, não é provável que tenhamos aqui uma aliança “ emprestada” , e sim um novorelacionamento com DEUS, expresso numa terminologia já conhecida dos israelitas, como parte de sua herançacultural.Há ainda um outro assunto a considerar sob este título. DEUS é “ o DEUS de vossos pais” , declarando-se “ oDEUS de Abraão, de Isaque e de Jacó” (3:6). Temos aqui, por um lado, uma afirmação da compatibilidade e dacontinuidade da revelação divina: por outro lado, é a afirmação da eterna duração do relacionamento que DEUSestabelece com o homem. A primeira verdade é bem evidente em Gênesis, quando o servo de Abraão ora aoDEUS de Abraão, não apenas como um nome para DEUS, mas descrevendo o caráter divino de fidelidade emisericórdia demonstradas a Abraão e reivindicando sobre si mesmo o exercício desses atributos (Gn 24:12). Osegundo aspecto é ainda mais significativo para a teologia bíblica mais recente. No Novo Testamento, noslábios de CRISTO, esta verdade se torna um argumento em favor do que poderíamos chamar “ imortalidadepessoal” dos patriarcas (Mt 22:31,32).Ao estabelecer com eles um relacionamento, DEUS garantiu a esse relacionamento um caráter permanente quepor si mesmo garante a existência contínua dos participantes humanos. Em termos neotestamentários, vidaeterna é conhecer a DEUS (Jo 17:3), não simplesmente porque a natureza de nossa vida presente écompletamente alterada ao entrarmos num novo relacionamento com DEUS, mas porque esse relacionamento,devido à natureza daquele com quem nos relacionamos, jamais acabará.Para simplificar ao máximo, se DEUS ainda “ se lembra” dos patriarcas, eles devem ainda existir. Aqui, pois,embora primitiva e auto-despercebida, está o começo da revelação da vida após a morte. Em última análise, éeste relacionamento que o salmista buscava com esperança (SI 17:15) e Jó em desespero (Jó 19:25-27).Em nível mais amplo, a ênfase no relacionamento divino com os patriarcas é ênfase na natureza essencialmentehistórica da fé israelita.Abraão, Isaque e Jacó eram vistos como homens reais que haviam tido uma experiência real com DEUS. Foiesta mesma insistência obstinada na historicidade que fez Israel olhar para trás, para os acontecimentos doÊxodo, vez após vez, mais tarde em sua história. Israel sabia que a graça e o poder de DEUS, demonstrados noÊxodo, eram fatos reais; sua própria existência como nação o demonstrava. Assim também, na Nova Aliança,Lucas insiste obstinadamente na historicidade dos fatos da fé cristã (Lc 1:1-4). Nisso jazia a grande força docredo israelita; ele não era uma filosofia, tampouco uma forma de misticismo, ou iniciação, nem mesmo umareligião baseada em sensações. Era uma religião baseada em fatos. Era, essencialmente, uma interpretaçãocoesa de experiênciashistóricas e, embora o homem pudesse negar a interpretação, não poderia negar a história. Por isso Israel podiaver DEUS como um “ deus que age” e esperar, com fé confiante, que Ele agisse novamente, conforme a palavrada Sua promessa.V. O DEUS que age para salvaçãoAo contrário dos deuses de Canaã (1 Rs 18:27), DEUS é um DEUS vivo (Dt 5:26), um DEUS que age. Acima detudo, Ele é um DEUS que age para salvação: “ desci a fim de livrá-lo da mão dos egípcios” foi a mensagem deDEUS aos israelitas através de Moisés (3:8). Esta passagem introduz o conceito bíblico de salvação, uma áreaem que passagens bíblicas posteriores devem muito ao livro de Êxodo em termos de linguagem e ilustrações. Éclaro que a idéia de salvação já está presente muito antes do Êxodo, nas histórias de Noé (Gn 8) e Ló (Gn 19),por exemplo. Em ambos os casos, a palavra usada em relação a DEUS não é “salvar” mas “lembrar” , embora,como já foi mencionado, “lembrar” tenha um significado essencialmente ativo. “ Fazer subir” (3:8) e “ tirar” (3:10)são também virtualmente sinônimos de “ salvar” , dadas as circunstâncias históricas em que Israel seencontrava, escravos em terra estranha. “ Redimir” é outro sinônimo que tem uma rica história em ambos osTestamentos, mas o verbo principal (gã’al), em comparação, é usado bem raramente em Êxodo. (Para umexame mais completo, ver o Comentário Tyndale do livro de Rute, de autoria de Leon Morris.) O verbo é usado,freqüentemente, em transações de propriedades e adquiriu assim o sentido de “ pagar o resgate” (embora estesentido pertença mais propriamente a um verbo mais raro, pãdâh). Êxodo 6:6 e 15:13, todavia, usam este verbo(gã’al) para descrever a atividade redentora de DEUS para com Israel. A palavra literalmente significa “ assumir opapel de resgatador” , tal como é exemplificado no livro de Rute e definido em Levítico 25:25. O verbo é usadocom muita freqüência na segunda parte de Isaías para descrever a futura redenção que DEUS daria a seu povodo cativeiro em Babilônia, vista como um segundo Êxodo (Isaías 43:1). Tal como da primeira vez, Israel, Seupovo, era escravo em terra estranha, incapaz de se libertar, e foi o propósito de DEUS libertá-lo dessaescravidão.A salvação, qualquer que seja a palavra empregada, é vista, portanto, como uma atividade característica deDEUS; é de Sua própria natureza socorrer os oprimidos e desamparados. Em termos neotestamentários, esta

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atividade é vista como parte da justiça “ forense” de DEUS (Is 11:4). Em toda a Lei, Seu cuidado ativo em favordas viúvas, órfãos, cativos e estrangeiros recebe atenção especial (22:21-24). Além disso, já que DEUS cuidados desamparados, Israel deve cuidar deles também (22:21,22). A lembrança da salvação divina, que Israelexperimentara, e a lembrança de seu próprio desamparo antes dessa salvação deveriam, por seu turno, fazer deIsrael um “ salvador” de outros. Agir assim é conhecer de fato a DEUS, conhecer Quem e como Ele é, edemonstrar esse conhecimento de forma prática. A DEUS, não bastava libertar Seu povo do cativeiro no Egito: numa sucessão de atos salvadores Ele os guiou,protegeu e alimentou através do deserto. E mesmo isto não era suficiente: DEUS, por fim, é o DEUS que agepara dar a Seus redimidos uma rica herança. Isso fora prometido a Abraão (Gn 12:7) e novamente prometido aMoisés em 3:8, a primeira de inúmeras passagens que descrevem a abundante riqueza da terra de Canaã. Daísurge a crescente conscientização da abençoada herança que DEUS havia preparado para Seus escolhidos, ogrande tema de Deuteronômio. No Velho Testamento tais bênçãos, em sua maioria, permanecem relacionadas aeste mundo, embora gradativamente sejam relacionadas a um futuro ideal (Is 11:6-9). No Novo Testamento aherançaprometida passa a ser uma questão de tesouros espirituais (1 Pe 1:4), mas isso não significa que a herançatenha se tornado uma parte menos real da salvação, ou manifestação menor do poder que DEUS tem de agir emfavor de Seu povo. No entanto, a despeito da natureza variada dos atos redentores de DEUS, era sempre àsexperiências do Êxodo que Israel se reportava como o supremo exemplo. Se tivermos que isolar um momento, atravessia do Mar Vermelho (14:30,31) foi o momento decisivo, porque somente então Israel tomou consciênciade que havia passado da morte para uma nova vida. Há alguns que vêem no grande hino triunfal de Êxodo 15 ecos de uma antiga batalha mitológica da criação, emque DEUS triunfa sobre Seu inimigo, Yãm, o monstro marinho. O poema contido no capítulo15 pode ter utilizado metáforas já pálidas, extraídas de tal narrativa mitológica, como a poesia o tem feito atravésdos séculos, mas aqui o mar não é o inimigo, como no mito. É apenas um agente de DEUS, cumprindo Suavontade: não é nem mesmo personificado. O verdadeiro inimigo é o obstinado Faraó (15:4), o homem que tentouse opor a DEUS (5:2), e é sobre ele que DEUS triunfa gloriosamente.Faraó representa o zênite do poder humano, voltado contra DEUS e Seu povo: assim sua queda é um símboloapropriado e constante da impossibilidade de se lutar contra DEUS ou de subverter os planos divinos. É por isso também que a travessia do Mar Vermelho se tornou um símbolo tão apropriado do ato redentor deDEUS em favor de Israel. A travessia era para Israel o que a ressurreição de CRISTO é para a Igreja; o sinal deque os poderes das trevas foram decisivamente derrotados e de que a salvação estava agora assegurada e certa(14:30). Assim como as súplicas a DEUS no Novo Testamento são feitas com base em Seu ato máximo deredenção em CRISTO (Rm 8:32), assim também no Velho Testamento as súplicas feitas a DEUS são baseadasnaquilo que Ele realizou no Êxodo (Jz 6:13), seu maior ato redentor em favor de Israel. Isso é também o quetorna a travessia do “ Mar dos Juncos” um símbolo tão apropriado do batismo aos olhos de Paulo (1 Co 10:1,2):as águas de julgamento são passadas e já adentramos os portais da salvação. No entanto, se estendermos a analogia do Novo Testamento um pouco mais, veremos que a ressurreição foiapenas a proclamação do triunfo de DEUS; o verdadeiro ato de salvação ocorreu na cruz (Cl2:14,15). Assim também, nos dias do Velho Testamento, foi a noite da Páscoa que marcou a verdadeiraredenção de Israel do Egito (12:29-32) e por isso a Páscoa deve ser reconhecida como um dos “ poderososfeitos” divinos. Embora, em outras partes do Velho Testamento, haja alusões freqüentes à libertação de Israeldo Egito, o pequeno número de referências diretas à Páscoa é surpreendente. Ela oferece, contudo, ricosimbolismo para a Nova Aliança, principalmente através do conceito da morte do cordeiro pascal, que Pauloentendia ter-se cumprido em CRISTO. É provável que a mesma idéia, parcialmente ao menos, esteja presenteno título “ Cordeiro de DEUS” dado a JESUS por João Batista (Jo 1:29). Qualquer que tenha sido o dia exato nocalendário, a morte de CRISTO na cruz certamente se enquadra no contexto geral da Páscoa, evidenciandoperfeitamente o cumprimento (Lc 22:8). Na verdade, a Última Ceia, símbolo de Sua morte (Lc 22:1), caso nãotenha sido uma verdadeira refeição pascal, tinha com toda certeza íntima conexão com a cerimônia.Embora a Páscoa não fosse um sacrifício no pleno sentido legal do termo, e muito menos uma oferta pelopecado (estes aspectos da obra de CRISTO cumprem o sistema sacrificial de Israel, não a Páscoa), estavaassociada a um ritual cruento, tal como os sacrifícios (12:7). Além do mais, não tinha apenas um aspecto “apotropaico” (com o propósito de evitar o mal), mas também um elemento substitutivo, desde que uma vítimaprecisava morrer, se o primogênito da família quisesse permanecer vivo (12:13). Pode-se dizer também que aPáscoa era uma cerimônia propiciatória já que ela afastou a ira de DEUS (expressa em termos do anjo da morte)dos lares israelitas. Todos esses detalhes capacitam a Páscoa de maneira especial a ser uma categoria bíblicaque facilita acompreensão da cruz (1 Co 5:7), o mais grandioso ato redentor de DEUS em favor do homem, por intermédio dosangue de CRISTO.VI. O DEUS que age em julgamento - DEUS é um DEUS que age, mas Sua atividade não se limita àsalvação.Ele é também um DEUS capaz de Se irar, mesmo com os Seus próprios servos (4:14). Este é um aspecto

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importante de toda a teologia, tanto do Novo (João 3:36) quanto do Velho Testamento. Certamente que se tratade um antropomorfismo, mas um antropomorfismo que corresponde a uma realidade, uma realidade tãograndiosa quanto a da graça de DEUS: esse antropomorfismo representa a imutável atitude divina de julgar opecado (e portanto o pecador, caso não se arrependa).Caracteristicamente, o Velho Testamento não se refere a atitudes, mas a atos. A ira de DEUS é demonstradanos julgamentos que Ele envia sobre os que O “ odeiam” (20:5), assim como Ele demonstra Seu “ amor leal”àqueles que O amam (20:6). Quando a ira divina se acendeu contra Seu próprio povo, Ele teria consumido atémesmo a Israel (32:10).A execução dos israelitas rebeldes pelos levitas depois da confecção do bezerro de ouro (32:28), e a praga quese seguiu (32:35), foram manifestações visíveis da ira de DEUS contra Seu próprio povo. As pragas do Egito e adestruição do exército no Mar Vermelho foram sinais de Sua ira contra Seus inimigos.Este fato é mais uma vez típico da fé israelita, visto como interpretação de acontecimentos históricos. Aexecução e a praga aconteceram e a apostasia contra DEUS já acontecera antes: isso era incontestável.Para interpretar esses acontecimentos, Israel simplesmente aplicava à catástrofe o mesmo padrão que aplicavaao triunfo. Se um era a salvação divina, o outro era o castigo divino; o princípio deve ser válido tanto para umquanto para o outro. Ambos são aspectos do juízo de DEUS, a atividade divina que traz salvação aos oprimidose castigo ao opressor (Lc 1:52). Assim, enquanto Israel atravessa o Mar Vermelho em segurança, as carruagensde guerra de Faraó são destruídas pelas águas (14:28,29). Assim como em toda sua história subseqüente, Israelinterpretará cada vitória em termos da atividade redentora de DEUS, da mesma forma interpretará todas as suascalamidades em termos da ira de DEUS. Foi este sistema de interpretação a única razão por que Israel pôdeaceitar sua história subseqüente sem perder a fé em DEUS. A calamidade não era algo sem sentido: ela possuíaseu lugar no propósito divino para Israel, mesmo que fosse o propósito de disciplinar o povo escolhido.A ira de DEUS, no entanto, nunca é arbitrária, como a ira de Baal podia ser: pode-se afirmar com certeza o queO deixará irado, bem como podemos determinar o que O agradará, e à medida que a história da revelaçãoavançava, essas áreas se tornavam mais e mais claras. Normalmente é a oposição obstinada a Ele que provocaSua ira, no caso de Seus inimigos (14:4), ao passo que é infidelidade a Ele o que provoca Sua ira no caso deSeus próprios servos (32:7-10). Esses dois princípios são expressos sucintamente nas “ dez palavras” (20:5,6).É por causa deste aspecto do caráter de DEUS que Ele pode Se auto--descrever como um DEUS “ ciumento”(20:4 e 34:14), ou um “ DEUS zeloso” , para usar uma palavra menos suscetível a mal-entendidos. Ele salvaporque ama, e castiga Seu povo porque o vínculo único desse amor foi violado. Nas páginas finais do VelhoTestamento, as implicações da aliança entre YHWH e Israel são descritas em termos do vínculo matrimonial porOséias, Jeremias e Ezequiel. Embora a metáfora do casamento propriamente dita não seja usada em Êxodopara descrever o relacionamento entre DEUS e o Seu povo, o embrião dessa idéia já está presente. Por isso,pecado contra DEUS pode ser descrito como adultério (Oséias 2:2), infidelidade ao vínculo matrimonial. Uma vezque o casamento é uma forma de aliança, na mentalidade hebraica (Ml 2:14), esta metáfora é extremamenteapropriada. O que provoca a ira de DEUS é um rompimento de relações pessoais, e já que DEUS Se revelouprimariamente em termos morais, esse rompimento é, costumeiramente, negligência em ou incapacidade decumprir os Seus preceitos morais, cuja obediência constitui o maior teste de amor (20:6). De fato, toda a leimoral pode ser resumida, tanto no Velho quanto no Novo Testamento, em termos de amor a DEUS (Dt 6:5) eamor ao próximo (Lv 19:18). Em nenhum outro lugar no Velho Testamento a ira de DEUS é mais enfatizada que no contexto da revelaçãodivina no Sinai (19:16-19), no exato momento em que a graça de DEUS se encontrava mais viva na mente deSeu povo. Portanto, grande parte do simbolismo corrente utilizado mais tarde para descrever a ira divina encontrasua origem nos acontecimentos relacionados ao Sinai: fogo, trevas, o monte tremendo (Salmos 18:7-15) —todos são usados. Mesmo ao tempo do Novo Testamento isso ainda acontecia como se pode ver em Hebreus12:18,19.Por outro lado, em certo sentido, mesmo este aspecto da ira de DEUS era parte de Sua glória (24:17): DEUS églorificado por Seus atos, sejam eles de salvação ou de julgamento.Em face da ira de DEUS, não é de estranhar que Israel tenha se aterrorizado (20:19). Esse temor era ao mesmotempo o reconhecimento da verdadeira natureza de DEUS e da própria pecaminosidade de Israel. Quando asantidade de DEUS e o pecado do homem foram postos lado a lado, uma reação violenta tornou-se inevitável.Assim sendo, o seu medo se tornou, em sua expressão mais pura, o piedoso e reverente “ temor do Senhor” , omedo da desobediência e suas conseqüências. Esse tipo de temor piedoso é recomendado em 20:20. A partirdaí, o “ temor do Senhor” se torna o sinônimo de uma vida de plena obediência a Ele no Velho Testamento (SI111:10). Por este ângulo, não há qualquer contradição entre a virtude que o Velho Testamento chama de “ temordo Senhor” e o princípio neotestamentário de que “ o perfeito amor lança fora o medo” (1 Jo 4:18). Isso se tomaainda mais patente pelo fato de que o mesmo DEUS que é capaz de Se irar ofereceu a Israel os meios pelosquais Sua ira pode ser evitada; Ele não tem prazer em castigar e sim em salvar.VII. O DEUS cuja ira pode ser evitadaYHWH é também o DEUS cuja ira pode ser desviada (32:30-34). O arrependimento, muitas vezes bemsuperficial, como o de Faraó, pode evitá-la, bem como o pode a oração intercessória (8:8). A oferta pelo pecado

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também pode desviá-la (29:10-14), embora Levitico seja mais rico em exemplos deste último caso. O supremoexemplo da ira de DEUS sendo evitada é aquele da nobre oração intercessória de Moisés depois do episódio dobezerro de ouro (32:32), em que ele se identifica com seu povo, mostrando-se disposto a participar até docastigo que eles mereciam (compare Paulo em Romanos 9:3). Em outras religiões, indivíduos também criam quea ira dos deuses podia ser aplacada através de orações e ofertas: para eles, no entanto, tais orações possuíameficácia mágica ou quantitativa. Se examinarmos o conteúdo da oração de Moisés (32:11-14) veremos apeculiaridade da fé israelita. Moisés faz seu apelo a DEUS com base em Sua natureza, revelada no ato redentorrecém-acontecido e na promessa de bênção a Israel. Muitos anos antes disso, em sua oração em favor deSodoma, Abraão já fizera o mesmo (Gn 18:22-33). Não se trata de um perdão extorquido a alguém que não estádisposto a concedê-lo: é a reivindicação do amoroso propósito que DEUS já havia revelado. Quando lemos, maisadiante, sobre a revelação que YHWH faz de Sua própria natureza, vemos que Ele não é um DEUS que Sealegra com a ira e o castigo: Seu prazer está em demonstrar misericórdia (34:6), como fica bem patente emoutras partes do Velho Testamento (Ez 18:23). O oferecer uma oração intercessória (às vezes simbolizada peloincenso, Nm 16:46) em favor da nação pecaminosa é considerado um ato de “ propiciação” (32:30). Até mesmouma oferta em dinheiro ao tesouro sagrado pode ser considerada expiação (30:16), uma oferta propiciatória,aceita como resgate pela vida. Isso nos leva diretamente ao próximo aspecto.Embora, como dissemos acima, a ira de DEUS possa ser “ propiciada” através da oração intercessória, o usonormal do conceito “ propiciação” (normalmente uma forma intensiva do verbo hebraico kãpar, que significacobrir) está relacionado ao sacrifício animal visto como oferta pelo pecado. Êxodo contém vários casos em quetal sacrifício, e especialmente o sangue derramado em tais sacrifícios, é apresentado como “ propiciação” emfavor de Arão e de seus filhos (29:35,36), ou mesmo em favor de objetos inanimados como o altar (29:37).Assim, o princípio que é claramente apresentado em Levitico (Lv 17:11) se encontra perfeitamente implícito emÊxodo. O sangue derramado, simbolizando a vida sacrificada, é o que faz “ propiciação” sobre o altar e desvia aira de DEUS. Em 29:36, a “ propiciação” é diretamente relacionada à “ oferta pelo pecado” , de modo que osignificado do termo “ propiciação” é bem claro; no entanto, “ propiciação” ou “ expiação” (como o termo étraduzido algumas vezes) também parece apresentar em Êxodo o conceito de “ consagração” para um uso outarefa particular (29:37). À medida que o Velho Testamento progredia, o conceito de propiciação por meio de umaoferta pelo pecado continuou, acabando por tornar-se um sistema bastante complexo ao tempo do Templo emJerusalém, estendendo-se a todas as áreas da vida. Resta muito pouca dúvida quanto ao fato de que o conceitode propiciação por sacrifício se origina no princípio da substituição, encontrado já desde o tempo de Abraão (Gn22:13). Outras religiões também possuíam a idéia de aplacar a ira de seus deuses por meio de sacrifícios, maseste conceito era radicalmente diferente em Israel. Para os israelitas todo e qualquer sacrifício se originava emDEUS (Lv 17:11). Era Ele quem ordenava e aceitava a oferta pelo pecado que tornava possível a propiciação, talcomo Ele mesmo havia fornecido o carneiro para Abraão (Gn 22:8). Essa oferta, tal como a oração de Moisésem favor de seu povo, não era a extorsão do perdão a um DEUS que não se dispunha a concedê-lo; era um meiode acesso a Ele por Ele mesmo graciosamente concedido. Além do mais, os sacrifícios não eram de efeitoautomático: uma boa ilustração é o fato de que o indivíduo não poderia cometer pecado “ atrevidamente” (lit. “com a mão estendida” , Nm 15:27-31), ou seja, uma rebelião deliberada e aberta contra DEUS, pensando quemais tarde sempre poderia comprar o perdão através de sacrifícios. Para tal indivíduo o sacrifício de nada valia. Emesmo dentro do contexto do Velho Testamento os santos já percebiam que não era o sacrifício em si queaplacava a ira de DEUS, mas o coração contrito que o sacrifício devia representar (SI 51:16,17).O uso mais interessante do verbo “ propiciar” em Êxodo é o substantivo dele derivado, kappõret (traduzido como“ propiciatório” ), usado como o nome da cobertura da arca (37:6). Dizer que alguns comentaristas traduzem apalavra simplesmente como “ tampa” , baseados no sentido literal da raiz, “ cobrir” , nada mais é que ser fiel aosfatos.Se, porém, a palavra realmente significa “ lugar de propiciação” ou “ lugar onde o pecado é coberto” (como otermo grego hilastêrion parece sugerir), temos aqui outra expressão do interesse divino em desviar a Sua ira desobre o homem. A arca era aquele lugar especial em que DEUS prometera vir ao encontro do homem (25:22) eonde Ele lhes prometera falar. Essa “ cobertura” da arca era vista como o próprio trono de DEUS (SI 99:1),coberto pelas asas dos querubins (25:20), o lugar (se pudermos usar o termo reverentemente) da própriapresença de DEUS. Sem qualquer dúvida, era esta a razão por que a arca era considerada o símbolo dapresença de DEUS. O profundo valor da arca se vê pelo lugar que ocupava no “ lugar santíssimo” dentro doTabernáculo (40:21) e pela sua função em guiar a Israel, quer fosse durante sua marcha no deserto (Nm 10:33)ou na frente de batalha (Nm 10:35). Assim, no coração do conceito da presença de DEUS com Israel jazia aidéia da propiciação e do perdão, oferecidos e garantidos por DEUS em favor de Seu povo tão pecaminoso.Para uma discussão breve do sentido real da palavra kappõret, veja o comentário (em 37:6); qualquer que seja aresposta em termos lingüísticos, ela não afeta o tema mais amplo da predisposição divina em perdoar. Namelhor das hipóteses, da seria apenas um apoio lingüístico e uma verdade teológica, perfeitamente discernívelem todo o Velho Testamento.VIII. O DEUS que fala

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É um fato digno de nota que, na primeira ocasião em que a frase “o DEUS vivo” ocorre no Velho Testamento* elaestá relacionada à comunicação verbal de DEUS (Dt 5:26). Esta é uma das maneiras pelas quais Ele demonstraque é um O bus vivo e ativo. YHWH é um DEUS, que Se revela através da palavra. Êxodo 2:4-22 é um exemplodesta verdade, que precisa ser novamente afirmada em nossos dias, a fim de çorrigiro desequilíbrio teológico atual. Nossos antepassados colocaram tanta ênfase no conceito do “DEUS que fala”que nossa geração provavelmente exagerou a ênfase, em reação bem compreensível, no conceito bíblicocomplementar do “DEUS que age” . O que estamos, ambos, afirmando é que DEUS Se revela ao homem empalavra e ação, isto é, por um ato interpretado: como se diz com freqüência em teologia bíblica “ato maisinterpretação = revelação” . Na Bíblia, a palavra precede freqüentemente o ato: primeiramente vem a promessa edepois o seu cumprimento. Falando em termos abstratos, dizer que Ele é o DEUS que fala é a simplesafirmação do principio de que a. revelação de DEUS é sempre intelectualmente compreensível e comunicável:tanto pode ser entendida pelo que a recebe quanto comunicada a outros. Foi isto que tornou possível a futuraseqüência de profetas em Israel, com sua interpretação da história da nação. De fato, a vocação e experiênciade Moisés junto à sarça ardente determinam o padrão para todas as vocações proféticas posteriores (3:1-6).Quando qualquer dos profetas subseqüentes afirmava “Assim diz o Senhor” (Amós 1:3), estava afirmando amesma verdade afirmada por Moisés, não em termos de algum princípio abstrato, mas de sua própriaexperiência, concreta e pessoal. Ele comunica a palavra de YHWH porque ouviu, antes, ele mesmo, a palavra deYHWH (16:23).O conceito do “DEUS que fala” se apresenta de maneira profunda em todo o livro de Êxodo. É verdade que noSinai todo o Israel ouviu a voz de DEUS, simbolizada pelo trovão (19:19), e tremeu diante dela(20:18). A característica suprema do relacionamento peculiar entre Moisés e DEUS é que Ele “ falava” face aface com ele, abertamente (33:11), ao contrário da maneira indireta pela qual eventualmente Se comunicava comoutros. Quando a grande aliança é celebrada no Sinai, seus alicerces são as “ palavras” de DEUS (24:8). Naverdade, o que chamamos de “ Dez Mandamentos” era para o israelita as “ Dez Palavras” da revelação divina(20:1); apenas por serem as palavras da revelação divina é que se tornam mandatórias. Além do mais, por serum DEUS que fala, Ele é um DEUS que tem prazer em declarar Sua própria natureza (33:12-23). O começodesse processo se encontra na revelação do nome YHWH a Moisés na sarça ardente (3:14,15). Em nenhumoutro lugar, entretanto, ele fica mais claro que na grande auto--declaração do nome de DEUS (isto é, Suanatureza) em Horebe (34:6,7), em resposta à oração de Moisés para que DEUS lhe revelasse Seus caminhos, eMoisés pudesse conhecê-lO (33:13). A palavra de revelação que daí procede é profundamente verdadeira.Homem algum pode experimentar a DEUS tal como Ele é, em todo o Seu esplendor; contudo, DEUS pode serconhecido através das marcas de Sua passagem, por aquilo que fez (“ tu me verás pelas costas” , 33:23). Assimé o DEUS comprovado pela experiência de Israel que será proclamado, o mesmo DEUS que Israel ainda viria aencontrar no futuro.Esta auto--revelação é, em certo sentido, uma reiteração, e noutro, uma ampliação da revelação anterior contidano nome YHWH. Por exemplo, a construção tipo “ idem per idem” encontrada aqui, “ Tereimisericórdia de quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem eu me compadecer” (33:19), não éapenas uma explicação do nome YHWH mas possui também a mesma forma gramatical da explicação anterior “Eu sou o que sou” (3:14). A questão da natureza deliberadamente restritiva desta construção é discutida nocomentário. Ela certamente enfatiza tanto a atividade de DEUS quanto a Sua completa soberania no exercíciodessa atividade. É notável que a atividade divina venha primariamente definida em termos positivos, ou seja,literalmente “ graça e misericórdia” (33:19). Isso Israel certamente já comprovara, em sua experiência histórica.As frases iniciais da declaração mais completa registrada no capítulo seguinte descrevem a DEUS da mesmamaneira (34:6,7); a parte final do versículo 7, no entanto, apresenta o aspecto negativo da destruição (“ ainda quenão inocenta o culpado, e visita a iniqüidade...” ). Esse aspecto é necessário a uma representação completa deQuem é DEUS. A semelhança a Êxodo 25:5,6 é assinalada com muita freqüência em ambos os aspectos. Não épor acaso que, nos dois exemplos, este “ auto-kerygma” , esta “ auto--declaração” de DEUS, se encontra nocontexto dos mandamentos dados a Seu povo. Em Êxodo 20 o contexto é o decálogo moral ao passo que nocapítulo 34 o contexto é o chamado “ decálogo ritual” , que trata principalmente das festas religiosas de Israel.Em ambos os casos, YHWH tem o direito de legislar por ser Quem é e por ser o que revelou ser na vida deIsrael.Esta auto--declaração divina continua, a níveis cada vez mais profundos, ao longo da revelação no VelhoTestamento. Para o crente, todavia, é a vinda de JESUS CRISTO, a “ palavra” de DEUS encarnada, que tornacompleta e final a definição da natureza de DEUS. Nela DEUS finalmente Se revelou de maneira mais perfeitaatravés de Seu Filho.IX. O DEUS que é transcendenteYHWH é um DEUS que não pode ser diretamente experimentado em Sua plenitude pelo homem mortal. Aexpressão clássica desta verdade se encontra em 33:20: “ homem nenhum verá a minha face eviverá” . (A contradição entre esta passagem e 24:11 é apenas aparente; veja o comentário). Esta mesma idéia éapresentada em 3:2, pelo uso da frase “ o Anjo do Senhor” , melhor traduzida por “ o mensageiro de YHWH. Nãocabe aqui uma discussão de angelologia bíblica, ainda mais por estarmos tratando de um aspecto da realidade

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espiritual que transcende nossa experiência atual. Gênesis 16:7-13 pode servir como exemplo do mesmo uso daexpressão em ocasião bem anterior, apresentando a mesma ambigüidade quanto à possibilidade de o autorestar usando o termo anjo para descrever um ser espiritual criado por DEUS e submisso a Ele ou como umsubstituto reverente da palavra “ DEUS” . Teólogos do passado costumavam explicar tais visitações angelicaiscomo “ teofanias” , aparições do próprio DEUS na Terra. De fato, muitos deles, costumavam ver em taismanifestações as chamadas “ cristofanias” , aparições do CRISTO pré-encarnado. Embora não possamosconcordar completamente com seu ponto de vista, podemos bem ver aqui uma ilustração do mesmo princípioespiritual que foi cumprido quando “ o Verbo se fez carne” (João 1:14). Isso explicaria a curiosa alternação pelaqual o anjo parece às vezes agir independentemente (3:2), e às vezes parece falar e agir na pessoa do próprioDEUS (3:4). Quer, porém, consideremos a expressão “ anjo do Senhor” em tais ocasiões como uma perífrasereverente para o nome de DEUS, ou como uma entidade espiritual distinta, em ambos os casos a terminologiaserve para destacar o problema teológico de como reconciliar a transcendência divina com a participação ativade DEUS na História — e na verdade, Seu controle da História com o objetivo de realizar Seus propósitos. Estaantítese, embora bem pronunciada em Êxodo, não lhe é peculiar; nós a encontramos já no começo da Bíblia.Por um lado DEUS era transcendente e todo-poderoso (Gn 1:1), espírito e não carne (Gn 6:3), Aquele cujospensamentos estavam muito acima dos pensamentos humanos (Gn 6:5); por outro lado, Ele era dotado de plenapersonalidade e podia ser descrito audaciosamente em termos antropomórficos (Gn 3:8), e se preocupava comos menores detalhes do cotidiano.A introdução de “ anjos” foi uma das maneiras em que, na providência de DEUS, ambos os aspectos podiam serafirmados simultaneamente. Embora DEUS não possa ser experimentado diretamente, podemos conhecer algode Sua presença. Ele é um DEUS de “ glória” ; uma expressão típica de Êxodo é “ a glória do Senhor apareceuna nuvem” (16:10). A palavra hebraica kãhôd (cujo significado literal é “ peso” , e por metáfora “ dignidade” ) éuma das palavras usadas para denotar a presença de DEUS quando manifesta aos homens. Normalmente trazconsigo, não apenas o conceito do esplendor de DEUS, mas também algo de Sua temível grandeza, como nestaocasião. O homem mortal deve temer ao presenciar a glória de DEUS, tal como Israel temeu ao ver,simplesmente, a glória refletida a brilhar no rosto de Moisés, quando ele retornou de seu período de comunhãocom DEUS no alto do Sinai (34:39-35). Até onde possamos determinar, um certo brilho estava associado a essaglória. Em 24:17, a glória divina sobre o Sinai é comparada a um “ fogo consumidor” que aparecia em meio ànuvem negra. Certamente uma idéia semelhante era transmitida pelo termo “shek inah”, de origem mais recente(literalmente “ habitação” ), usado para descrever o símbolo visível da presença de DEUS no Tabernáculo ou noTemplo. O elo entre “ glória” e “ habitação” é o fato de que a “ glória” de DEUS “ habita” o Tabernáculo depois deeste ser completado (40:34); este fora, na verdade, o único objetivo de sua construção. As vezes, portanto,DEUS revela Sua glória para demonstrar Seu favor, como neste caso; em outras ocasiões, contudo, elademonstra Sua ira (J6:10). Esta é uma decorrência natural do que já dissemos acima (“ fogo” é um símboloduplo) e pode ser comparada à dupla atividade divina em salvação e juízo. DEUS recebe glória em seu povo eatravés dele (Isaías 49:3), mas também recebe glória destruindo Faraó e seu exército (14:4). A palavra glóriapode ser considerada, portanto, um sinônimo virtual para a presença de DEUS, tal como Ele é, em toda Suadivindade, presença esta revelada e reconhecida; o termo glória é, sem dúvida, uma perífrase para o próprio serde DEUS. A palavra parece ser usada do mesmo modo no Novo Testamento; é por isso que vemos em CRISTOa própria glória de DEUS.X. O DEUS que vive entre seu povoYHWH viverá entre Seu povo (29:45). Este aspecto é chamado às vezes de “ teologia da presença” e é umatecla constantemente batida no livro de Êxodo. Já mencionamos o tema ao discutir a “ glória”divina mas o tema é bem mais amplo. A promessa básica de DEUS a Israel era “ Minha presença irá contigo”(33:14). Em contraste, a oração de Moisés é que, se a presença de DEUS não acompanhar Israel, Ele não osconduzirá a Canaã em hipótese alguma (33:15). Aos olhos de Moisés, o que distinguia a Israel era a presença deDEUS que os acompanhava.Essa “ teologia da presença” é tão importante, que um comentário de Êxodo tal como o de Henton Davies aconsidera o pensamento central do livro. A princípio, o chamado de Moisés é uma confrontação com a presençade DEUS (3:5). É a presença de DEUS que permite a Israel atravessar o Mar Vermelho e ao mesmo tempodestrói os egípcios, bem como é a presença de DEUS que guia e protege Israel no deserto (14:19,20). QuandoYHWH passa diante de Moisés e “ proclama o nome do Senhor” (34:5), o que ocorre é uma proclamação danatureza dessa presença. Todo o processo de celebração da aliança (24:1-11) e doação da lei (20) é umagarantia da realidade dessa presença. Por fim, o objetivo único da construção do Tabernáculo é que a presençade DEUS seja experimentada entre o próprio povo de Israel (25:8). A glória máxima do término da construção doTabernáculo vem quando os israelitas têm uma prova visível de que a presença de DEUS com Seu povorealmente aconteceu (40:35). O livro termina com a confiante certeza de que esta mesma presença continuarásem dúvida a seguir com Israel, levará o povo a possuir Canaã e lhe dará o “ descanso” (33:14) que será ocumprimento da promessa feita a Abraão (Gn 13:15).Como já foi mencionado, essa Presença era enfatizada pelo próprio projeto do Tabernáculo e simbolizadaparticularmente pela arca, que ficava no lugar santíssimo, no centro exato do acampamento do povo de DEUS.

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Em dias futuros na história de Israel, o simbolismo “ estático” da habitação de DEUS em Jerusalém (SI 9:11),especialmente no Templo de Salomão (SI 20:2), substituiu o simbolismo “ dinâmico” daqueles primeiros dias emque uma tenda móvel e uma arca portátil “ localizavam” em menor escala a presença divina. Houve os abusospossíveis em ambos os casos: Hofni e Finéias pensaram que a presença de DEUS era automaticamentegarantida pela arca (1 Sm 4:3), tal como os judeus, séculos depois, a considerariam automaticamente garantidapelo Templo em Jerusalém (Jr. 7:4). A sorte do santuário em Siló deveria tê-los feito pensar de outro modo (Jr7:12). No entanto, apesar de abusos e falsas compreensões, a promessa mais venerada do Velho Testamentofoi sempre a promessa feita por DEUS e que Ele viveria entre Seu povo (Is 7:14), e na vinda de JESUS CRISTOa profecia do futuro “ Emanuel” (DEUS conosco) finalmente se tornou realidade. Assim sendo, a presença deDEUS está diretamente, não mais indiretamente, entre os homens para sempre (Ap 21:3); o tipo e a ilustração jápassaram porque a realidade já se fez em CRISTO. INTERAÇÃOPrezado professor, pela graça de DEUS iniciamos um novo ano e um novo trimestre. Estudaremos o segundolivro do Pentateuco, Êxodo. Teremos a oportunidade ímpar de conhecer mais a respeito da libertação de Israeldo cativeiro egípcio e sua trajetória pelo deserto rumo à Terra Prometida. O comentarista das lições é o pastorAntonio Gilberto, Consultor Teológico e Doutrinário da CPAD, membro da Casa de Letras Emílio Conde, teólogoe escritor. Que o Todo-Poderoso utilize cada lição para a edificação de seus alunos. Que DEUS o abençoe. OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:Ressaltar os aspectos principais do livro de Êxodo.Delinear os aspectos biográficos de Moisés.Saber que o zelo precipitado de Moisés e sua fuga não impediram os propósitos divinos em sua vida. ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICAProfessor, para esta primeira aula sugerimos que seja feito um esboço geral do livro de Êxodo. Reproduza oesquema da página seguinte no quadro de giz ou tire cópias para os alunos. Explique à classe que o vocábuloêxodo significa saída. Moisés é o autor do livro e, segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, o propósito dele aoescrever a obra foi oferecer ao seu povo um registro permanente dos atos históricos e redentores de DEUS.Comente com os alunos que alguns conceitos importantes são enfatizados por Moisés no decorrer de todo olivro, como por exemplo, a libertação da morte, da escravidão e da idolatria.

O LIVRO DE ÊXODO

Título Êxodo.

Autor Moisés.

Data e local

Aproximadamente 1450—1410 a.C. Foiescrito no deserto, durante aperegrinação de Israel, em algum lugarda península do Sinai.

PropósitoRegistrar os acontecimentos dalibertação de Israel do Egito e seudesenvolvimento como nação.

EstruturaI. Israel no Egito (1.1— 13.20).II. Israel no deserto (12.1—18.27).III. Israel no Sinai (19.1— 40.38).

Lugares-chaves

Egito, Gósen, rio Nilo, Midiã, marVermelho, península do Sinai e monteSinai.

CaracterísticasRelata mais milagres do que qualquerlivro do Antigo Testamento.

Versículo-chave

Êxodo 3.7,10.

Pessoas-chave Moisés, Faraó, Miriã, Jetro, Arão.

Lugares-chaveEgito, Gósen, rio Nilo, Midiã, marVermelho, península do Sinai e monte

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Sinai.

PALAVRA-CHAVECativeiro: Escravidão, servidão dos hebreus pelos egípcios. Resumo da Lição 1 - O Livro de Êxodo e o Cativeiro de Israel no EgitoI - O LIVRO DE ÊXODO1. Seu propósito.2. A escravidão.3. Clamor por libertação.II - O NASCIMENTO DE MOISÉS1. Os israelitas no Egito.a) Frutificaram, aumentaram muito, multiplicaram-se (At 9.31; Lc 14.22,23). b) “Fortalecidos grandemente”. c) “A terra se encheu deles". 2. Um bebê é salvo da morte.3. A mãe de Moisés (Êx 6.20).4. A Filha de Faraó (Êx 2.5,6).III - O ZELO PRECIPITADO DE MOISÉS E SUA FUGA (Êx 2.1 1 22)1. Moisés é levado ao palácio (Êx 2.10).2. O preparo de Moisés (Êx 3.9,10).3. A fuga de Moisés (Êx 2.1 1-22). SINOPSE DO TÓPICO (1) - Moisés é o autor do livro de Êxodo e, segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, elefoi “escrito para que tivéssemos um registro permanente dos atos históricos e redentores de DEUS, pelos quaisIsrael foi liberto do Egito”.SINOPSE DO TÓPICO (2) - Moisés nasceu durante o período em que Faraó ordenou que todos os meninosisraelitas recém-nascidos fossem mortos. Todavia, os pais de Moisés eram tementes a DEUS e conseguiram,com a ajuda dEle, salvar o menino.SINOPSE DO TÓPICO (3) - Moisés passou sua juventude no palácio real. Como filho de uma princesa egípcia,ele freqüentou as mais renomadas universidades. Moisés estava sendo preparado, por DEUS, para libertar o seupovo e conduzi-lo até a Terra Prometida.

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Vamos a seguir ler um brilhante estudo elaborado pelo Pb. Alessandro Silva.

COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO - http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/2013/12/1-licao-do-1-tri-2014-o-livro-de-exodo.html

VENHO TRAZER A TONA A HISTORIA CONTADA PELO HISTORIADOR DO SEC I FLAVIOJOSEFO, ONDE OBTEMOS MAIS PROVAS E EVIDENCIAS DO QUE A BÍBLIA JÁ RELATA, NÃOESTOU DE MANEIRA ALGUMA PASSANDO POR CIMA DA AUTORIDADE DA MESMA.Um dos doutores da sua lei, ao qual eles dão o nome de escribas das coisas santas e que passamentre eles por grandes profetas, disse ao rei que naquele mesmo tempo deveria nascer um menino entreos hebreus, cuja virtude seria admirada por todo o mundo, pois aumentaria a glória de sua nação ehumilharia o Egito, e cuja reputação seria imortal. O rei, assustado com a predição e seguindo oconselho daquele que lhe fazia essa advertência, publicou um edito pelo qual ordenava que se deveriamafogar todas as crianças hebréias do sexo masculino e ordenou às parteiras do Egito que observassemexatamente quando as mulheres fossem dar à luz, porque não confiava nas parteiras de sua nação.Esse edito ordenava também que aqueles que se atrevessem a salvar ou criar alguma dessas criançasseriam castigados com a pena de morte, juntamente com toda a família.Um hebreu de nome Anrão, muito estimado entre os seus, vendo que a sua mulher estava grávida, ficoumuito preocupado, por causa do edito que iria exterminar a sua nação. Recorreu então a DEUS, rogando-lhe que tivesse compaixão de um povo que sempre o havia adorado e fizesse cessar a perseguição queos ameaçava de ruína total. DEUS, tocado por aquela oração, apareceu-lhe em sonho e disse-lhe queesperasse: que Ele se lembrava da piedade do povo e da de seus antepassados; que os recompensariaagora, tal como havia recompensado aqueles; que era por essa consideração que os fizera multiplicar-se, desde Abraão, quando este partiu sozinho da Mesopotâmia para a terra de Canaã, a quem Elecumulou de bens e tornou a mulher fecunda, e os sucessores dele, aos quais outorgou provínciasinteiras: a Arábia a Ismael, Troglodita aos filhos de Quetura e o país de Canaã a Isaque; que eles nãopoderiam sem ingratidão e mesmo sem impiedade esquecer os felizes êxitos obtidos na guerra pelaaliança com Ele; que o nome de Jacó se tornara célebre, tanto pela felicidade na qual viveu quanto pelaque legou aos seus descendentes como um direito hereditário, e porque, havendo chegado ao Egito comsetenta pessoas somente, a sua posteridade multiplicou-se, atingindo o número de seiscentos milhomens; que se tranqüilizassem, pois teria cuidado de todos em geral e dele em particular; que o filhode que a sua mulher estava grávida era o menino de quem os egípcios temiam tanto o nascimento e por

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causa de quem faziam morrer todos os meninos dos israelitas; que ele viria, contudo, felizmente aomundo, sem ser descoberto pelos encarregados daquela cruel devassa; que ele, contra todas asesperanças, seria criado e educado e libertaria o seu povo da escravidão; que tão grande feito eternizariaa sua memória, não somente entre os hebreus, mas entre todas as nações da terra; que, por méritodele, o seu irmão seria educado até tornar-se um grande sacerdote, sendo que todos os descendentesdeste seriam honrados com a mesma dignidade.Miriã, irmã do menino, por ordem de sua mãe, foi para o outro lado do Nilo ver o que aconteceria.Como o berço flutuasse ao sabor das águas, Termutis, filha do rei, que passeava pela margem do rio,avistou-o e ordenou a alguns dos que a acompanhavam que a nado fossem buscá-lo.A princesa logo ordenou que fossem procurar uma ama. Veio uma, porém a criança não quis mamar erecusou todas as outras que lhe trouxeram. Miriã, então, fingindo lá encontrar-se por acaso, disse àprincesa: "É inútil, senhora, que mandeis chamar outras amas, pois elas não são da mesma nação queesta criança. Se tomardes uma ama hebréia, talvez ele não sinta aversão". Termutis aprovou a ideia edisse-lhe que fosse procurar uma. Ela foi imediatamente para casa e trouxe Joquebede, que ninguémconhecia, para ser a ama da criança, a qual deu-lhe de mamar.Moisés, isto é, "salvo das águas", como sinal de um estranho acontecimento, pois mo, em línguaegípcia, significa "água", e isés, "preservado".Era o sétimo desde Abraão, porque Anrão, seu pai, era filho de Coate, Coate era filho de Levi, Levi erafilho de Jacó, Jacó era filho de Isaque e Isaque era filho de Abraão.Recebi-o em meus braços, resolvi adotá-lo e vo-lo ofereço como sucessor, pois não tendes filhos". Comessas palavras, ela o colocou entre os braços do rei, que o recebeu com prazer e, para obsequiar afilha, estreitou-o nos braços, colocando-lhe o diadema sobre a cabeça. Moisés, como uma criança, quese diverte, tirou-o e o jogou ao chão, pisando-lhe em cima.Essa ação foi considerada de péssimo augúrio, e o doutor da lei que predissera o quanto seria funesto onascimento daquele menino para o Egito ficou tão nervoso que desejou matá-lo imediatamente. "Eis aí,majestade", disse ele, dirigindo-se ao rei, "este menino, do qual DEUS nos faz saber que a morte devegarantir a vossa paz.Logo que o menino, criado e educado dessa maneira, chegou à idade de poder dar provas de suacoragem, praticou atos de bravura que não permitiram mais dúvidas quanto à veracidade do que se haviasido predito, isto é, que ele elevaria a glória de sua nação e humilharia os egípcios. Eis o motivo: Afronteira do Egito foi devastada pelos etíopes, que lhe estão próximos. Os egípcios marcharam com umexército contra eles, mas foram vencidos no combate e retiraram-se com desonra. Os etíopes,orgulhosos de tamanha vitória, julgaram que era covardia não aproveitar a boa sorte e começaram a sevangloriar de poderem conquistar todo o Egito. E lá entraram, por diversos lugares. A quantidade dedespojos que arrebataram e o fato de não terem encontrado resistência alguma aumentaram-lhes aesperança de conseguir um feliz resultado na empresa. Assim, avançaram até Mênfis, chegando até omar. Os egípcios, reconhecendo-se muito fracos para resistir a tão grande força, mandaram consultarum oráculo, e, por ordem secreta de DEUS, a resposta que receberam foi que somente um homemhavia — um hebreu! — do qual podiam esperar auxílio.O rei não teve dificuldade em julgar, por essas palavras, que Moisés era o hebreu em questão, ao qual océu destinava salvar o Egito, e pediu à filha para fazê-lo general de todo o exército. Ela consentiu edisse-lhe que julgava assim prestar ao rei um grande serviço. Contudo obrigou-o ao mesmo tempo aprometer, com juramento, que não lhe fariam mal algum. A princesa, não se contentando emtestemunhar assim a sua extrema afeição por Moisés, não pôde também deixar de — com azedume —perguntar aos sacerdotes egípcios se eles não se envergonhavam de o haverem tratado como inimigo ede desejarem tirar a vida a um homem a quem eram agora obrigados a pedir auxílio.Pode-se imaginar com que prazer Moisés obedeceu às ordens do rei e da princesa, que lhe eram tãogloriosas. E os sacerdotes das duas nações tiveram com isso, por motivos diferentes, idêntica alegria.Os egípcios esperavam que, depois de vencerem os inimigos sob o comando de Moisés, encontrariamfacilmente ocasião para matá-lo, à traição. E os hebreus ansiavam, por esse mesmo motivo, sair doEgito e livrar-se da escravidão.Esse excelente general, posto à frente do exército, logo se fez admirar pela sua prudência. Em vez demarchar ao longo do Nilo, atravessou pelo meio das terras, a fim de surpreender os inimigos, que jamaispensariam que ele os fosse alcançar por um caminho tão perigoso, devido à quantidade de serpentes devárias espécies que ali vivem: muitas delas não existem em nenhum outro lugar e não somente sãotemíveis pelo seu veneno, mas são horríveis de se ver, porque, tendo asas, atacam os homenselevando-se no ar, para se atirar sobre eles. Moisés, para precaver-se contra elas, mandou colocar emgaiolas algumas aves chamadas íbis, que são domesticadas, amigas do homem, e inimigas mortais dasserpentes, sendo que estas as temem não menos que aos cervos.Nada mais direi sobre essas aves, porque não são desconhecidas aos gregos. Quando Moisés chegoucom o seu exército a essa tão perigosa região, soltou os pássaros e passou assim sem perigo. Então

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surpreendeu os etíopes, deu-lhes combate e os dispersou, fazendo-os perder a esperança de setornarem senhores do Egito. Mas tão grande vitória não reteve os seus intentos: entrou no país deles,tomou várias cidades, saqueou-as e fez grande mortandade. Tão gloriosos resultados reanimaram de talmodo a coragem dos egípcios que eles seriam capazes de tudo empreender sob o comando de tãoexcelente general. Os etíopes, ao contrário, só tinham diante dos olhos a imagem da escravidão e damorte.O ilustre general impeliu-os até Sabá, capital da Etiópia, que Cambises, rei dos persas, chamou depoisde Meroe, nome de sua irmã. Aí Moisés os sitiou, embora a cidade fosse tida como inexpugnável,porque, além de suas grandes fortificações, era rodeada por três rios: o Nilo, o Astape e o Astobora,cujo percurso é muito difícil. Ficava, assim, situada numa ilha e não era menos defendida pela água quea rodeava de todos os lados que pela força de suas muralhas e de suas defesas. Os diques que apreservavam das inundações dos rios serviam ainda de terceira defesa quando os inimigos passassemas outras.Moisés ficou aborrecido ao constatar que tantas dificuldades juntas tornavam a conquista da cidadequase impossível, e o seu exército começava a enfadar-se, porque os etíopes não se atreviam mais adar-lhes combate.Tarlis, filha do rei da Etiópia, tendo-o visto do alto das muralhas praticar, num assalto, atos de valor e decoragem extraordinários, ficou tão cheia de admiração pela sua bravura, a qual reerguera o ânimo dosegípcios e fizera tremer a Etiópia, antes vitoriosa, que sentiu o coração ferido de amor por ele.Com a paixão sempre aumentando, mandou oferecer-lhe a mão em casamento. Ele aceitou a honra,com a condição de que ela lhe entregasse a cidade. A promessa foi confirmada com um juramento e,depois que o tratado foi feito, em boa fé de parte a parte, ele deu graças a DEUS por tantos favores ereconduziu os egípcios vitoriosos de volta à sua pátria.E assim, Faraó consentiu na morte de Moisés, e ela seria inevitável, se este não houvesse descoberto aintenção dos egípcios e se ausentado no momento oportuno. Moisés fugiu para o deserto e desse modosalvou-se, porque os inimigos não podiam imaginar que ele tomaria tal caminho. Como nada encontrassepara comer, viu-se atormentado por uma fome extrema, mas a suportou com paciência e, depois dehaver andado muito, chegou, pelo meio dia, próximo da cidade de Midiã — nome que lhe deu um dosfilhos de Abraão e Quetura —, à beira do mar Vermelho. Estando muito cansado, sentou-se à beira deum poço, para repousar, e esse fato deu-lhe ocasião de mostrar a sua coragem, abrindo o caminho parauma sorte melhor.

Flávio Josefo. HISTÓRIA dos HEBREUS De Abraão à queda de Jerusalém. Editora CPAD. O EGITO

O Egito representa uma das mais antigas civilizações humanas. Sua história é quase tão antiga como opróprio homem. Julgam alguns historiadores, por isso, ter sido o Vale do Nilo o berço da humanidade.Mas, por intermédio das Sagradas Escrituras, sabemos ser a Mesopotamia o primeiro lar de nossosmais remotos ancestrais.Napoleão Bonaparte, em sua campanha pelo Oriente Médio, ficou extasiado com a antiguidade dacivilização egípcia. Ao contemplar as colossais pirâmides, exclamou aos seus homens: "Soldados, doalto dessas pirâmides, quarenta séculos vos contemplam". A grandiosidade do Egito exerce um grandeatrativo sobre o nosso espírito. Como não admirar as monumentais conquistas dos forjadores dacivilização egípcia? A presença do Egito nas Escrituras Sagradas é muito forte. Por esse motivo,precisamos conhecer melhor a história e a geografia desse lendário e misterioso país. Tendo em vista oexíguo espaço de que dispomos, não poderemos tratar, com profundidade, da cultura egípcia. Cabe aoleitor, entretanto, aprofundar-se no assunto e buscar novasinformações em uma bibliografia adequada. Basta-nos. por enquanto, alguns dados gerais sobre ooutrora portentoso império do Nilo.I - HISTÓRIA DO EGITONão podemos datar, com precisão, quando chegaram os primeiros colonizadores aos territórios egípcios.Quanto mais recuamos no tempo, mais a cronologia torna-se imprecisa.Sabemos, contudo, que os primeiros habitantes dessa região foram nômades. Após uma vida de árduase incômodas peregrinações, eles começaram a organizar-se em pequenos Estados. Essas diminutas einexpressivas unidades políticas conhecidas como nomos, foram agrupando-se com o passar dosséculos, até formarem dois grandes reinos: o Alto Egito, no Sul; e, o Baixo Egito, no Norte. Ambosestavam localizados, respectivamente, no Vale do Nilo e no Delta do mesmo rio. Entre ambas asregiões havia um forte contraste. Seus deuses eram diferentes, como diferentes eram, também, seusdialetos e costumes. Até mesmo a filosofia de vida desses povos eram marcadas por visíveisantagonismos. Declara o egiptólogo Wilson: "Em todo o curso da história, essas duas regiões sediferenciaram e tiveram consciência da sua diferenciação. Quer nos tempos antigos, como nos

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modernos, as duas regiões falam dialetos muito diferentes e vêem a vida com perspectivas tambémdiferentes."Sobre essa época, escreve Idel Becker: "Neste período pré-dinástico, o desenvolvimento da culturaegípcia foi, quase totalmente, autóctone e interno. Houve apenas, alguns elementos de evidenteinfluência mesopotâmica: o selo cilíndrico, a arquitetura monumental, certos motivos artísticos e, talvez,a própria ideia da escrita. Há, nessa época, progressos básicos nas artes, ofícios e ciências. Trabalhou-se a pedra, o cobre e o ouro (instrumentos, armas, ornamentos, jóias). Havia olarias; vidragem; sistemasde irrigação. Foi-se formando o Direito, baseado nos usos e costumes tradicionais – leisconsuetudinárias."1 - A unificação do EgitoEm conseqüência de suas muitas diferenças, o Alto e o Baixo Egito travaram violentas e desgastantesguerras por um longo período. Essas constantes escaramuças enfraqueciam ambos os reinos, tornando-os vulneráveis a ataques externos. Consciente da inutilidade desses conflitos, Menés, rei do Alto Egito,conquista o Baixo Egito. Depois de algumas reformas administrativas, esse monarca (para algunshistoriadores, uma figura lendária) unificou o país, estabeleceu a primeira dinastia e tornou Tínis, acapital de seu vasto império.A unificação do Egito ocorreu, de acordo com cálculos aproximados, entre 3.000 a 2.780 a.C. Nestamesma época, os egípcios começaram a fazer uso da escrita e de um calendário de 365 dias.Unificados, o Alto e Baixo Egito transformaram-se no mais florescente e poderoso império daantiguidade. Os reis iniciaram a construção das grandes pirâmides, que lhes serviu de tumba. Por causadesses arroubos arquitetônicos, receberam o apelido de "casa grande" - faraó. Então, a cultura egípciaalcançou proporções consideráveis.No final do Antigo Império, que abrange o período de 2.780 a 2.400 a.C, o poder dos faraós começou adeclinar. O fim dessa era de glórias é marcado por revoltas e desordens, ocasionadas pelosgovernadores dos nomos.Uma febre de independência alastra-se por todo o pais. Cresce, cada vez mais, o poder da nobreza; ainfluência da realeza decai continuamente. Aproveitando-se desse caos generalizado, diversas tribosnegroides e asiáticas invadem o país.Graças, entretanto, a intervenção dos faraós tebanos, o Egito consegue reorganizar-se, pelo menos atéa agressão hicsa.2 - A invasão dos hicsosNão obstante a segurança trazida pelos príncipes de Tebas (11* dinastia) e pelas conquistas político-sociais do povo, o Egito começa a sofrer incursões de um bando aguerrido de pastores asiáticos. Nemmesmo o prestígio internacional dos faraós seria suficiente para tornar defensáveis as fronteirasegípcias.Esses invasores, que dominariam o Egito por 200 anos, aproximadamente, são conhecidos comohicsos. Eles iniciam sua dominação em 1.785 e são expulsos por volta de 1580 a.C. Idel Becker, commuito critério, fala-nos acerca desse conturbado período: "Esta é a época mais confusa e discutida dahistória do antigo Egito: um período de invasões e de caos interno. Os hicsos - conglomerado de povossemitas e arianos, invadiram o Egito (através do istmo que o ligava à península do Sinai), venceram osexércitos de faraó e dominaram grande parte do país. Possuíam cavalos e carros de guerra (com rodas);e armas de bronze (ou talvez, mesmo, de ferro), mais bem acabadas e mais fáceis de manejar do queas dos egípcios. Tudo isso explica a sua superioridade bélica e os seus triunfos militares. Os hicsostalvez estivessem fugindo da pressão dos invasores indo-europeus (hititas, cassitas e mitanianos),sobre o Crescente Fértil."Com os hicsos, acrescenta Becker, devem ter entrado no Egito os hebreus.3 - Novo ImpérioCom a expulsão dos hicsos, renasce o Império Egípcio com grande pujança. Com Ames I, os faraóstornaram-se imperialistas e belicosos. Tutmés III, por exemplo, conquistou a Síria e obrigou os fenícios,cananitas e assírios a pagarem-lhe tributo.A expansão egípcia, entretanto, esbarrou nos interesses dos poderosos hititas, senhores absolutos daÁsia Menor. Na ocasião, o célebre faraó, Ramsés II fez ingentes esforços para vencê-los. Como nãoconseguiu o seu intento, assinou com o reino hitita um tratado de paz, que vigorou por muitos anos.Foi durante o Novo Império (1580-1200 a.C), que os israelitas começaram a ser escravizados pelosfaraós. 4 – Decadência Após o Novo Império, o Egito começou a sofrer sucessivas intervenções: líbia,etíope, indo-européia, assíria, persa, grega e romana. Em linhas gerais, essa nação, cujo passado foi tãoglorioso, pertenceu ao Império Romano, durante 400 anos; ao Império Bizantino, durante 300 anos. NoSéculo VII d.C, fica sob a tutela dos muçulmanos. A partir de 1400, torna-se possessão turca. NoSéculo XIX, fica sob a custódia franco-inglesa. No início deste Século, torna-se protetorado inglês.Em 1922, todavia, conquista sua independência. Hoje, porém, não passa de um apagado reflexo de suaprimeira glória.

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II - GEOGRAFIA DO EGITONetta Kemp de Money descreve o antigo Egito: "O Egito da antiguidade se assemelhava em sua forma auma flor de lótus (planta importante na literatura e na arte egípcia), no extremo de um talo sinuoso quetem à esquerda e um pouco abaixo da própria flor, um botão de flor. A flor é composta pelo Delta doNilo, o talo sinuoso é a terra fértil que se estende ao longo do dito rio, e o botão é o lago de Faium querecebe o excedente das inundações anuais do Nilo".O Egito atual tem o formato de um quadrado. Localizado no Nordeste da África, limita-se ao norte, como mar Mediterrâneo; a leste, com Israel (e, também, com o mar Vermelho); ao sul, com o Sudão; aoeste, com a Líbia. De sua área, de quase um milhão de quilômetros quadrados, 96 por cento sãocompostos de terras áridas. Sua população, de 45 milhões de habitantes, é obrigada a viver com os 4por cento de terras cultiváveis.Localizava-se o Alto Egito no Sul do atual território egípcio. Essa região, chamada de Patros peloshebreus (Jr 44.1,15), é constituída por um estreito vale ladeado por penedos de formação calcária. OBaixo Egito, por seu turno, localizava-se no Norte e sua área mais fértil encontra-se no Delta.O Egito, no entanto, não existiria sem o Nilo. Esse rio é o mais extenso do mundo, com um percurso de6.400 km com suas vazantes, fertiliza vastas extensões de terra, tornando possível fartas semeaduras.Heródoto, com muita razão, disse ser o Egito um presente do Nilo.Em seu livro Geografia das Terras Bíblicas, afirma o pastor Enéas Tognini: "Sem o Nilo, o Egito seriaum Saara - terrível e inabitado. O Nilo proporcionou riquezas aos faraós que puderam vivernababescamente, construindo templos suntuosos, monumentos grandiosos, palácios de alto luxo,pirâmides gigantescas e a manutenção de exércitos bem armados que, não somente protegiam o Egito,mas tomavam, nas guerras novas regiões. Os egípcios não tinham necessidade de observar se asnuvens trariam chuvas ou não. O Nilo lhes garantia a irrigação e as suas águas lhes davam colheitasfartas e certas. É fato que uma seca poderia trazer pobreza à terra, como aconteceu no tempo de José.Se a cheia fosse além dos limites, as águas poderiam arrasar cidades, deixando o povo desabrigado eprejudicariam as safras. Mas, tanto secas como enchentes eram raras. O Nilo era então, como é hoje, avida do Egito e o principal fator de suas múltiplas organizações, simples algumas e sofisticadas ecomplexas outras".III - A GRANDEZA DO EGITOOs egípcios deixaram um marco de indelével grandeza na História. Desde as pirâmides às conquistascientíficas e tecnológicas, foram magistrais. Haja vista, por exemplo, os arquitetos modernos quecontinuam a contemplar, com grande admiração, os monumentos piramidais construídos pelos faraós.Desta forma Halley descreve a Grande Pirâmide de Queops: "O mais grandioso monumento dosséculos. Ocupava 526,5 acres, 253 metros quadrados (hoje 137), 159 m de altura (hoje. 148). Calcula-seque se empregaram nela 2.300.000 pedras de 1 metro de espessura média, e peso médio de 2,5toneladas. Construída de camadas sucessivas de blocos de pedra calcária toscamente lavrada, acamada exterior alisada, de blocos de granito delicadamente esculpidos e ajustados. Estes blocosexteriores foram removidos e empregados no Cairo. No meio do lado norte há uma passagem, 1 m delargura por 130 de altura, que leva a uma câmara cavada em rocha sólida, 33 m abaixo do nível do solo,e exatamente 180m abaixo do vértice; há duas outras câmaras entre esta e o vértice, com pinturas eesculturas descritivas das proezas do rei". Os antigos egípcios destacaram-se, ainda, na matemática ena astronomia. Há mais de quatro mil anos, quando a Europa revolvia-se em sua primitividade, os sábiosdos faraós já lidavam com fórmulas para calcular as áreas do triângulo e do círculo e, também, dovolume das esferas e dos cilindros.Souto Maior fala-nos, com mais detalhes, acerca do avanço científico dos antigos egípcios: "Apesar denão conhecerem o zero, já resolviam nessa época equações algébricas.Os seus conhecimentos astronômicos permitiram-lhes a organização de um calendário baseado nosmovimentos do Sol. A divisão do ano em doze meses de trinta dias é de origem egípcia; os romanosadotaram-na e ainda hoje é conservada com pequenas modificações. A medicina egípcia também erasurpreendentemente adiantada. Chegaram a fazer pequenas operações e a tratar com habilidade asfraturas ósseas. Pressentiram a importância do coração e, na observação das propriedades terapêuticasde certas drogas, adquiriram alguns conhecimentos de farmacodinâmica".IV - O EGITO E OS FILHOS DE ISRAELO relacionamento de Israel com o Egito remonta à Era Patriarcal. Premidos pela fome e outras agruras,Abraão e Isaque desceram à terra dos faraós, onde sofreram sérios constrangimentos. O primeiro emaior patriarca hebreu, por exemplo, esteve prestes a perder a esposa, cuja beleza embeveceu o reidaquela nação. Não fosse a intervenção divina. Sara não seria contada entre as ilustres mães do povoisraelita.Em sua velhice, Abraão recebe esta sombria revelação do Senhor: "Saibas, de certo, que peregrina seráa tua semente em terra que não é sua, e servi-los-ão; e afligi-los-ão quatrocentos anos; mas também eujulgarei a gente, a qual servirão, e depois sairão com grande fazenda. E tu irás a teus pais em paz; em

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boa velhice serás sepultado. K a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dosamorreus não está ainda cheia" (Gn 15.13-16).1 - José, primeiro-ministro do EgitoEstêvão, sábio diácono da igreja primitiva, conta-nos como José chegou a primeiro ministro do Faraó: "Eos patriarcas, movidos de inveja, venderam a José para o Egito. mas, DEUS era com ele. E livrou-o detodas as suas tributações, e lhe deu graça e sabedoria ante Faraó, rei do Egito. que o constituiugovernador sobre o Egito e toda a sua casa. Sobreveio então a todo o país do Egito e de Canaã fome egrande tributação; e nossos pais não achavam alimentos. Mas, tendo ouvido Jacó que no Egito haviatrigo, enviou ali nossos pais, a primeira vez. E, na segunda vez foi José conhecido por seus irmãos, e asua linhagem foi manifesta a Faraó. E José mandou chamar a seu pai Jacó e a toda sua parentela, queera de setenta e cinco almas" (At 7.9-14).Não obstante sua humilde condição de escravo, José tornou-se primeiro-ministro do Faraó. E, por seuintermédio, DEUS salvou toda a descendência de Israel. Não fosse o providencial ministério exercido poresse intrépido hebreu, a progênie abraâmica ver-se-ia em grandes dificuldades. Sua história é uma dasobras-primas da humanidade.José chegou ao Egito no Século XX a.C. Nesse tempo, segundo os historiadores, os hicsos dominavamo país. Sendo, também, semitas, os novos senhores da terra não tiveram dificuldades em demonstrarsua magnanimidade aos hebreus. Mostrando-se liberais e generosos, ofereceram aos israelitas a regiãode Gósen, onde a linhagem abraâmica desenvolveu-se sobremaneira.2 – MoisésContinua Estevão a contar a história dos israelitas no Egito:Aproximando-se, porém, o tempo da promessa que DEUS tinha feito a Abraão, o povo cresceu e semultiplicou no Egito; até que se levantou outro rei, que não conhecia a José. Esse, usando de astúciacontra a nossa linhagem, maltratou nossos pais, a ponto de os fazer enjeitar as suas crianças, para quenão se multiplicassem. Nesse tempo, nasceu Moisés, e era mui formoso, e foi criado três meses emcasa de seu pai. E, sendo enjeitado, tomou-o a filha de Faraó, e o criou como seu filho. E Moisés foiinstruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas palavras e obras."E, quando completou a idade de quarenta anos, veio-lhe ao coração ir visitar seus irmãos, os filhos deIsrael. E, vendo maltratado um deles, o defendeu, e vingou o ofendido, matando o egípcio. E ele cuidavaque seus irmãos entenderiam que DEUS lhes havia de dar a liberdade pela sua mão; mas eles nãoentenderam. E no dia seguinte, pelejando eles, foi por eles visto, e quis levá-los à paz, dizendo: Varões,sois irmãos; por que vos agravais um ao outro? E o que ofendia o seu próximo o repeliu, dizendo: Quemte constituiu príncipe e juiz sobre nós? Queres tu matar-me, como ontem mataste o egípcio?"E a esta palavra fugiu Moisés, e esteve como estrangeiro na terra de Midiã, onde gerou dois filhos. E,completados quarenta anos, apareceu-lhe o anjo do Senhor, no deserto do monte Sinai, numa chama defogo de um sarçal. Então Moisés, quando viu isto, maravilhou-se da visão; e, aproximando-se paraobservar, foi-lhe dirigida a voz do Senhor:"Eu sou o DEUS de teus pais, o DEUS de Abraão, e o DEUS de Isaque, e o DEUS de Jacó. E Moisés,todo trêmulo, não ousava olhar. E disse-lhe o Senhor: Tira as alparcas dos teus pés, porque o lugar emque estás é terra santa: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo que está no Egito, e ouvi osseus gemidos, e desci a livrá-los. Agora, pois, vem, e enviar-te-ei ao Egito."A este Moisés, ao qual haviam negado, dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz? a este enviouDEUS como príncipe e libertador, pela mão do anjo que lhe aparecera no sarçal.Foi este que os conduziu para fora, fazendo prodígios e sinais na terra do Egito, e no mar Vermelho, eno deserto, por quarenta anos. Este é aquele Moisés que disse aos filhos de Israel: ü Senhor vossoDEUS vos levantará dentre vossos irmãos um profeta como eu; a ele ouvireis" (At 7.17-37). Israel deixouo Egito no Século XV a.C. Depois do Êxodo, israelitas e egípcios voltariam a se enfrentar no tempo dosreis e no chamado período inter-bíblico. Recentemente, com a independência do moderno Estado deIsrael, as forças judaicas defrontaram-se com as egípcias diversas vezes. O antagonismo entre ambosos povos é milenar. Entretanto, o futuro dessas nações será de paz e glória: "Naquele dia haverá estradado Egito até a Assíria, e os assírios virão ao Egito, e os egípcios irão à Assíria: e os egípcios adorarãocom os assírios ao Senhor. Naquele dia Israel será o terceiro com os egípcios e os assírios, umabênção no meio da terra. Porque o Senhor dos Exércitos os abençoará, dizendo: Bendito seja o Egito,meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e Israel, minha herança" (Is 19.23-25).

Claudionor de Andrade. Geografia Bíblica. Editora CPAD. A história do êxodo de Israel tem figurado por séculos na história dos hebreus e é acompanhada aolongo da história da Igreja como um referencial de interpretação da história da salvação. E isso não ésem motivo, pois não se pode imaginar um estudo sério da Palavra de DEUS sem que se examine oPentateuco, e, mais precisamente, a forma como DEUS libertou o seu povo da escravidão e o levou àTerra Prometida.

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Este capítulo trata da origem de Moisés, o homem que DEUS escolheu para trazer a liberdade para opovo de Israel. Levemos em conta que DEUS costuma se utilizar de instrumentos humanos para que asua glória seja manifesta, e por isso podemos estudar os exemplos de homens e mulheres usados porDEUS para grandes feitos ao longo da Bíblia Sagrada.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida.Editora CPAD. pag. 5.

Vi a aflição do meu povo. O povo de Israel chamava a atenção de DEUS, conforme já vimos em Êxo.2.25. Era chegado o momento certo de agir. A Terra Prometida deveria passar para o poder de Israel,após o exílio no Egito, e depois que a culpa dos cananeus chegasse ao seu ponto culminante. Ver Gên.15.13,16. DEUS cuida de Seu povo. Por certo essa é a mensagem central do evangelho. DEUS amou detal maneira que deu (João 3.16), e uma provisão universal foi feita (I João 2.2). Ver no Dicionário 0 artigoMisericórdia (Misericordioso). DEUS sabia da situação aflitiva de Seu povo, e não podia tolerá-la. VerÊxo. 3.7-9 e cf. Êxo. 2.24. E assim, foi planejada a libertação.Exatores. Temos aqui uma palavra diferente da que é empregada em Êxo. 1.11, onde nossa versãoportuguesa diz leitores”. Mas ambos os termos implicam um tratamento cruel. Os “exatores” não eramapenas capatazes. Tinham-se torna· do opressores; e era com eles que os escravos tinham de tratartodos os dias. DEUS sabia o quanto os israelitas sofriam fisicamente, 0 quanto a mente deles se sentiaaflita e o quanto seu espírito se sentia desolado. Pareciam abandonados a uma sorte pior do quepoderiam suportar. Mas a vontade soberana de DEUS estava prestes a reverter tudo isso.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag.314.

I - O LIVRO DE ÊXODO1. Seu propósito.

O êxodo é o acontecimento crucial na história de Israel. Foi a poderosa libertação realizada pelo Senhor,para trazer todo o povo de Israel da escravidão no Egito e levá-lo à Terra Prometida. Esta saída do Egitoe a conseqüente migração em direção a Canaã, sob a liderança de Moisés, foi marcada por muitosmilagres, e resultou no estabelecimento dos israelitas como uma nação em aliança com DEUS, que eraseu próprio governador teocrático.Dentro do Pentateuco, o Êxodo faz uma ligação para que a história dos hebreus seja encadeada deforma que haja continuidade na narrativa mosaica. Um olhar panorâmico no Pentateuco nos mostra queem Gênesis DEUS cria o mundo, a humanidade, promete um Salvador e conduz Abraão, Isaque e Jacóa um relacionamento com Ele. O fim do livro de Gênesis fala sobre José, filho de Jacó, que vai para oEgito como escravo e se torna governador, com uma administração pautada no temor a DEUS e no bomsenso. José traz seus irmãos e seu pai para o Egito, para que tenham um lugar mais tranqüilo paraviver, e o livro é encerrado com o pedido de José para que os israelitas tirassem os seus ossosdaquelas terras, pois DEUS os visitaria e os tiraria de lá. A seguir, o livro de Êxodo mostra a escravidãodos hebreus no Egito e a libertação divina por intermédio de Moisés, um personagem que vai figurar nosdemais livros do Pentateuco. O livro de Levítico se encarrega de ensinar ao povo o valor da comunhãocom DEUS, a lei sacrificial e o trabalho no Tabernáculo. O livro de Números aborda a peregrinação dosisraelitas no deserto, e o livro de Deuteronômio mostra os discursos de Moisés ao povo antes deentrarem na Terra Prometida.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida.Editora CPAD. pag. 6-7.

ESCOPO E PROPÓSITOO livro de Êxodo é o livro da redenção. O nome grego "Êxodo" (lit. "saída") descreve aqui como DEUStirou os filhos de Israel da escravidão no Egito; mas por redenção compreendemos que o Redentor nãoapenas livra Seu povo da escravidão mas também coloca esse povo em relação especial Consigomesmo, fazendo dele Sua própria possessão adquirida, sua "propriedade peculiar" (19.5).O início do livro descreve, portanto, a grande libertação do povo de DEUS, Israel, o que culmina com aPáscoa e prefigura a redenção ainda maior operada no Calvário. Desse ponto o livro passa para oconcerto estabelecido no monte Sinai, no qual DEUS declarou que Israel era Seu povo, dando-lhes osdez mandamentos, enquanto que por sua vez eles aceitaram Jeová como seu DEUS, comprometendo-se a obedecê-lo. Esse concerto foi o fundamento do sua existência nacional, do qual a nova aliança(1Co 11.25; Hb 8.6-13) forma o antítipo, com a chamada da Igreja. Finalmente, a história doestabelecimento do tabernáculo e de sua adoração provê a base sobre a qual a vida do povo redimido,em sua relação para com DEUS, precisava ser mantida. Na nova aliança a base da comunhão comDEUS é CRISTO. O tabernáculo e sua adoração, portanto, provêm muitos tipos e prefigura CRISTO(ver, por ex. Hb 8.5; 9.1-11; 10.1).As referências no Novo Testamento justificam plenamente nossa posição que vê CRISTO como o"cumprimento" deste livro. Nos milagres registrados vemos "sinais" da operação divina (conf. Jo 2.11),

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no concerto do Sinai vemos um precursor da nova aliança, e na adoração do tabernáculo vemos uma"sombra dos bens vindouros" (Hb 10.1).

DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Êxodo. pag. 2.O SIGNIFICADO DO ÊXODOO êxodo é o evento teológico e histórico mais expressivo do A. T., porque mostra a magnificente açãode DEUS em favor de seu povo, uma ação que os conduziu da escravidão à liberdade, da fragmentaçãoà unidade, de um povo com uma promessa - os hebreus - à uma nação estabelecida - Israel. No livro deGênesis encontram-se a introdução e o propósito, seguindo-se então todas as revelações subseqüentesdo .Antigo Testamento. Um registro que é ao mesmo tempo um comentário inspirado e uma exposiçãodetalhada. Em última análise, o êxodo serve como um tipo do êxodo promovido por JESUS CRISTO, deforma que ele se torna um evento significativo tanto para a Igreja quanto para Israel.

MERRILL. Eugene H. Historia de Israel no Antigo Testamento. Editora CPAD. pag. 49-50.2. A escravidão.

O livro de êxodo fala de escravidão. Essa expressão traz para nós a ideia de uma pessoa que está sobcontrole absoluto de outra por meio da força, e para essa pessoa trabalha sem qualquer direito. Tendoem vista os avanços na esfera social que o homem moderno obteve por meios democráticos, falar emtrabalho escravo em nossos dias é uma coisa absurda, apesar de ele existir em muitos lugares nomundo. Não se pode pensar em um trabalho que não seja remunerado (exceto o voluntário), nem sepode imaginar pessoas trabalhando sem hora de descanso e ainda sendo tolhidas de direitos como odescanso e alimentação adequada. Mas no mundo antigo, a escravidão era uma prática bem difundida.Uma pessoa poderia cair nessa situação caso fosse vendida por familiares ou se fosse uma presa deguerra, ou mesmo se não pudesse pagar dívidas. O certo é que era uma situação constrangedora ehumilhante para homens e mulheres que se viam envolvidos por ela.O livro de Êxodo narra o princípio da escravidão do povo hebreu pelas mãos dos egípcios. Um rei selevantou no Egito, e esse monarca não tinha prazer em recordar a história daquela nação. Ele nãoconheceu a José, e essa expressão pode indicar que esse novo rei não soube que o Egito anteriormentepassara por um período de extrema provação, quando os alimentos se tornaram escassos, e que se nãofosse pela instrumentalidade de José, filho de Jacó, o Egito provavelmente não subsistiria.DEUS fora misericordioso para com os egípcios, dando-lhes um administrador como José. E muitotempo depois, o Egito decide retribuir o livramento dado por José usando os hebreus como mão de obraescrava. Essa foi uma forma muito ruim de demonstrar gratidão, mas de forma geral essa é a tendênciahumana: esquecemo-nos das bondades de DEUS e nos tornamos senhores das bênçãos que Ele nostem dado graciosamente.A opressão dos egípcios contra os israelitas era tão grande que DEUS disse: “Por isso desci paralibertá-los do poder dos egípcios” (Êx 3.8, NTLH). A expressão “poder” mostra o grau de opressão comque os egípcios tratavam os hebreus, considerando-os como se fossem nada, descartáveis."Qualquer egípcio ou egípcia poderia entrar nas casas dos israelitas, pará-los nas ruas ou em qualquerlugar onde estivessem, pegar a criança recém-nascida, conferir-lhe o sexo e, se fosse um menino, tomá-lo da sua mãe e ir direto ao Rio Nilo para jogar o bebê, a fim de que ele se afogasse ou fosse devoradopor v crocodilos."

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida.Editora CPAD. pag. 7-8.

Êx 1.14 A ideia de tirania é reiterada (ver o versículo anterior). Havia trabalho forçado nos campos, nosprojetos de construção. Havia dura servidão, e os direitos pessoais não eram respeitados — o quesempre acontece em todas as opressões. Normalmente, a história tem sido escrita por elementos dasclasses altas, girando em torno dos feitos de reis e príncipes; essas histórias estão cheias de atos deviolência, ódio e opressão. Mas o livro de Êxodo relata a história de homens comuns que estavam sendooprimidos; e, em lugar de elogiar aos opressores, diz a verdade sobre eles.“Os egípcios criaram uma boa variedade de maneiras para oprimir os israelitas; pois forçavam-nos acavar grande número de canais para 0 rio, ou a erigir muralhas para suas cidades ou a levantar molespara conter as águas do Nilo, impedindo que o rio extravasasse para além de suas margens. Tambémobrigaram os filhos de Israel a edificar pirâmides, com 0 que queriam desgastá-los”, disse Josefo emAntiq. (Ilv.ii. cap. ix. see. 1). Cf. Deu. 11.10.Filo esclareceu que alguns israelitas trabalhavam com o barro, moldando-o em tijolos, ao passo queoutros colhiam e transportavam palha e outro material para ser misturado à massa. Alguns filhos deIsrael serviam em casas; outros, nos campos, outros cavando canais, e ainda outros transportandocargas” (De Vita Mosis, 1.1 par. 608).

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag.306.

O LIBERTADOR INDISPENSÁVEL (Êx 1:1-22)

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Os rabinos judeus chamam o Livro de Êxodo de "Livro dos Nomes" (ou "Estes São os Nomes"), pois elecomeça com uma lista dos nomes dos filhos de Jacó (Israel) que levaram suas famílias para o Egito, afim de fugir da fome que assolava Canaã (Gn 46).DEUS usou a experiência de Israel no Egito com a intenção de prepará-los para a tarefa especial quedeviam cumprir aqui na Terra: ser testemunho do verdadeiro DEUS vivo, escrever as SagradasEscrituras e trazer ao mundo o Salvador.Bênção (w. 1-7). Durante os anos em que José serviu como vice governante do Egito, sua família foiextremamente respeitada e, mesmo depois que José morreu, sua memória foi honrada pela forma comoos egípcios trataram os hebreus. DEUS cumpriu as promessas da aliança que havia feito com Abraãoao abençoar seus descendentes e fazer com que se multiplicassem grandemente (Gn 12:1-3; 15:5;17:2, 6; 22:17). No tempo do êxodo, o povo hebreu contava com mais de seiscentos mil homens de vinteanos ou mais (Êx 12:37; 38:26) e, se acrescentarmos a esse número as mulheres e crianças, temos umtotal de cerca de dois milhões de pessoas, sendo que todas elas eram descendentes da família de Jacó.Sem dúvida, DEUS havia cumprido sua promessa!No entanto, um novo Faraó não se agradou da rápida multiplicação do povo hebreu e, assim, tomoumedidas para controlá-la.Primeira medida - A aflição dos adultos (w. 8-14). DEUS havia dito a Abraão que seus descendentesiriam para um país estrangeiro e lá seriam escravizados e maltratados, mas prometeu libertá-los por seupoder quando fosse a hora certa (Gn 15:12-14). DEUS comparou o Egito com uma fornalha de ferro (Dt4:20) em que seu povo iria sofrer, mas sua experiência nessa fornalha transformaria os israelitas numanação poderosa (Gn 46:3).Ao longo dos séculos que os hebreus habitaram no Egito (Gn 15:13; Êx 12:40, 41), passaram pelamudança de várias dinastias egípcias. Mas que novo Faraó seria tão ignorante a ponto de não sabersobre José e sua família e de tentar destruir "o povo dos filhos de Israel"? A décima sétima dinastia doshicsos4 também era de origem estrangeira, como os hebreus, de modo que provavelmentesimpatizavam com Israel. No entanto, a décima oitava dinastia era egípcia, e seus governantesexpulsaram os estrangeiros da terra do Egito. Pode ter sido nessa dinastia que começou a perseguiçãoao povo de Israel.Por que os egípcios desejavam tornar a vida dos hebreus tão infeliz? Israel era uma fonte de bênçãospara a terra, como José havia sido antes deles (Gn 39:1-6), e não estava causando problemas. Deacordo com a razão apresentada pelo Faraó, a presença de tantos hebreus era um risco para asegurança nacional, uma vez que eram estrangeiros e, se houvesse uma invasão, sem dúvida setornariam aliados dos inimigos. No entanto, quer o Faraó percebesse quer não, a verdadeira causa doconflito anunciado em Gênesis 3:15 era a inimizade entre o povo de DEUS e os filhos de Satanás,conflito que persiste no mundo de hoje.Não encontramos nos registros da história nenhum povo que tenha sofrido tanto quanto os judeus, mastoda a nação ou governante que perseguiu o povo de DEUS foi castigada por isso. Afinal, DEUS haviaprometido a Abraão: "Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem" (Gn12:3). DEUS cumpriu essa promessa na forma como tratou com o Egito e a Babilônia na antiguidade ecom Stalin e Hitler nos tempos modernos. DEUS é longânimo ao observar as nações que perseguemseu povo escolhido, mas chega a hora em que sua mão de julgamento pesa sobre os opressores.Os capatazes egípcios, "com tirania, faziam servir os filhos de Israel" (Êx 1:13), obrigando os escravoshebreus a construir cidades e trabalhar nos campos. Mas a bênção de DEUS fez com que o povo deIsrael continuasse a se multiplicar, o que assustou e irou ainda mais seus dominadores egípcios. Erapreciso fazer alguma coisa para manter Israel sob controle.

WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 234-235.Crueldade engendrada (1.11,13,14). A sabedoria mundana sabe inventar métodos cruéis. O rei queriadebilitar o poder dos israelitas, quebrando-lhes a vontade como grupo e levando-os a se tornar como osegípcios. De acordo com avaliações posteriores (Js 24.14; Ez 20.7-9), alguns israelitas fizeramexatamente isso. Sob circunstâncias normais, tais métodos teriam cumprido o desígnio do rei.Os maiorais de tributos (11) eram supervisores gerais cujos métodos tiranos eram famosos.Provavelmente alguns desses chefes de serviços fossem israelitas (5.14). “Há [...] lugar para pensar queeles os faziam trabalhar desumanamente e, ao mesmo tempo, os obrigava a lhes pagar exorbitantetributo.”5 Cidades de tesouros eram “cidades armazéns” onde eram armazenados provisões earmamentos.As tarefas para os israelitas ficaram muito amargas com dura servidão (14). Pelo visto, o trabalho nocampo refere-se a projetos de irrigação ou ao cuidado dos rebanhos do governo, ou possivelmente alevar tijolos para os lugares de construção. A escravidão era tão cruel quanto o homem podia torná-lasem infligir a morte.

Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 142.A LOCALIZAÇÃO HISTÓRICA DO ÊXODO

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30/12/13 Lição 1 - O Livro de Êxodo e o Cativeiro de Israel no Egito

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O novo reino egípcio Segundo 1 Reis 6.1, o êxodo aconteceu cerca de 480 anos antes da fundação dotemplo de Salomão. De fato, Salomão deu início à construção em seu quarto ano, ou seja, em 966 a.C.,de forma que, de acordo com uma hermenêutica normal e uma aproximação séria dos dadoscronológicos bíblicos, o êxodo ocorreu em 1446 a.C. Antes de apresentarmos argumentos detalhadosem favor de tal data, vamos por enquanto nos deter na décima oitava dinastia do Egito que, de acordocom a data tradicional, forma o quadro da época em que o êxodo aconteceu.Como apontado no capítulo 1, a décima oitava dinastia foi fundada por Amósis, o responsável pelaexpulsão dos hicsos. E bem provável ter sido ele o que está descrito em Êxodo como o novo rei que nãoconhecia Tabela 4 18a e 19a Dinastia do Egito.

18a DinastiaAmósis 1570-1546Amenotepe I 1546-1526Tutmose I 1526-1512Tutmose II 1512-1504Hatchepsute 1503-1483Tutmose III 1504-1450Amenotepe II 1450-1425Tutmose IV 1425-1417Amenotepe III 1417-1379Amenotepe IV (Akhenaten) 1379-1362Semenca 1364-1361Tutankamon 1361-1352Ai 1352-1348Horembeb 1348-1320

19a DinastiaRamsés I 1320-1318Setos I 1318-1304Ramsés II 1304-1236Merneptá 1236-1223José (Êx 1.8). Isto não sugere que ele não tenha conhecido José pessoalmente, mas apenas que suabenevolência não mais se estendia aos descendentes de José - os hebreus. Ele havia, afinal, expulsadoos hicsos, um povo bastante aparentado aos hebreus, e pode ter ficado receoso de que a rápidamultiplicação destes pudesse se constituir numa séria ameaça ao seu recente governo e autoridade.Ele ou seu sucessor, Amenotepe I (1546 - 1526), foi o responsável pela política repressiva que se seguiunaqueles dias. Isto incluía a redução dos hebreus à escravidão com trabalhos forçados em projetos deconstruções públicas (Êx 1.11-14), um plano que foi igualmente implementado por Amósis. Quando talprojeto fracassou, seguiu-se um decreto promulgando o genocídio de todos os machos hebreus quenascessem (Êx 1.15,16).Esse decreto pode ter sido emitido por Amenotepe ou, o que é mais provável, por Tutmose I, de acordocom a reconstrução histórica promovida neste trabalho.Admitindo a data de 1446 a.C. para o êxodo, podemos determinar a data do nascimento de Moisés, umfato de elevada importância nesta conjuntura. O Antigo Testamento informa que Moisés tinha a idade de80 anos pouco antes do êxodo (Êx 7.7), e 120 anos na sua morte (Dt 34.7). Visto que sua morte ocorreubem no fim do período do deserto, podemos datá-la em 1406. Um simples cálculo então fornece o ano1526 para o seu nascimento. Por conseguinte, Moisés nasceu no mesmo ano da morte do faraóAmenotepe. E preciso enfatizar que não se pode esperar uma absoluta precisão, mas nossas dataspara a cronologia do Novo Reinado, assim como todas as datas que usamos, são as mesmas utilizadaspelo Cambridge Ancient History, uma publicação lançada por estudiosos imparciais, reconhecidosacademicamente como autoridades da mais alta confiabilidade. Quaisquer ajustes nas datas queaumentemou diminuam alguns anos em nada afetarão as conclusões aqui propostas.Amenotepe foi sucedido por Tutmose I (1526-1512), um plebeu que tinha se casado com a irmã do rei.Provavelmente foi ele o autor do decreto que ordenou o infanticídio, pois enquanto Moisés estava emiminente perigo de morrer, Arão, que havia nascido três anos antes (Êx 7.7), parece ter estado isento.Não seria difícil admitir que o faraó que promulgou essa política deve ter subido ao trono após onascimento de Arão e antes do nascimento de Moisés. Nesse caso, a evidência bíblica apontadiretamente para Tutmose I.Tutmose II (1512-1504) casou-se com Hatchepsute, sua meia-irmã mais velha. Ele morreu jovem sobcircunstâncias bastante misteriosas. Sentindo que se aproximava da morte, ordenou a nomeação deTutmose III (1504-1550) como seu co-regente e herdeiro. Esse governante que, sem dúvida, foi o mais

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ilustre e poderoso dentre os que viveram no Novo Reino, distinguiu-se de várias maneiras. Seusprimeiros anos não foram muito promissores era filho de uma concubina e tinha se casado com suameia-irmã, filha de Hatchepsute e Tutmose II - mas por fim veio a obter notáveis vitórias nas terras aoseu redor, que incluíram nada menos que 16 campanhas à Palestina. Porém, os primeiros 20 anos deseu reino foram dominados por sua poderosa madrasta, Hatchepsute. Embora proibida pela cultura dese tornar faraó, ela de fato agia como tal e, em todos os critérios, pode ser considerada a pessoa demaior fascínio e influência da história egípcia. Sem dúvida, nos primeiros anos de Tutmose III, foiHatchepsute quem ditou as resoluções, um relacionamento que decerto ele detestava, mas encontrava-se impotente para se opor. Somente após a morte da madrasta, Tutmose III demonstrou todarepugnância que sentia por ela, mandando extinguir toda e quaisquer inscrições ou monumentos em suahomenagem.O quadro geral de Hatchepsute leva-nos a identificá-la como a ousada filha do Faraó que resgatouMoisés. Somente ela dentre todas as demais mulheres de sua época seria capaz de ir contra umaordem do Faraó, bem diante dele. Embora a data de seu nascimento seja desconhecida, elaprovavelmente era vários anos mais velha do que seu marido, Tutmose II, que morrera em 1504, bempróximo de seus 30 anos. Ela devia estar no início de sua adolescência, por volta de 1526, data donascimento de Moisés e, portanto, com condições de agir em favor de sua libertação.Tutmose III era menor de idade quando assumiu o poder em 1504 e mais novo que Moisés. Se, de fato,Moisés foi filho de criação de Hatchepsute, há probabilidade de haver ele sido uma forte ameaça aojovem Tutmose III, visto que Hatchepsute não tinha filhos naturais. Isso significa que Moisés era umcandidato a ser faraó, tendo apenas como obstáculo sua origem semítica. Parece-nos que houve umareal animosidade entre Moisés e o faraó. Isto fica claro em virtude de Moisés, após matar um egípcio, tersido forçado a fugir para salvar a vida. O fato de ter o próprio faraó considerado a questão - que, emoutra situação, seria pouco relevante - sugere que este faraó especificamente tinha interesses pessoaisem se livrar de Moisés. O exílio auto imposto por Moisés ocorreu em 1486, quando ele tinha 40 anos deidade (At 7.23). Tutmose III já estava no poder havia 18 anos; e a idosa Hatchepsute, que faleceria trêsanos mais tarde, não tinha mais condições de interditar a vontade de seu enteado/sobrinho.Durante longos quarenta anos, Moisés permaneceu fugitivo do Egito, tendo se abrigado entre osmidianitàs do Sinai e da Arábia. Uma das razões para tão longo exílio foi justamente o fato de continuara viver e reinar o Faraó de quem Moisés havia escapado. Somente após sua morte, Moisés sentiu-selivre para retornar ao Egito (Êx 2.23; 4.19). Tutmose III morreu em 1450 e foi sucedido por seu filhoAmenotepe II (1450-1425).Segundo os padrões cronológicos aceitáveis nesta discussão, era este Amenotepe quem reinava naocasião do êxodo.Antes de deixarmos Tutmose III, é essencial notarmos que o relato bíblico requer um reinado de quase40 anos para o Faraó que perseguiu a vida de Moisés, porquanto o rei que morreu no fim dos anos doexílio de Moisés em Mídia era claramente o mesmo que o havia ameaçado quase 40 anos antes. Dentretodos os reis da 18a Dinastia, somente Tutmose III teve um reino tão longo. De fato, ele é o únicogovernante que, em todo período durante o qual o êxodo poderia ter ocorrido, reinou tanto tempo - comexceção de Ramsés II (1304-1236). Mas Ramsés, o faraó preferido pela maioria dos estudiosos, égeralmente associado ao faraó do êxodo, não ao faraó cuja morte possibilitou o retorno de Moisés aoEgito. Caso a morte de Ramsés houvesse trazido Moisés de volta ao Egito, o êxodo deveria ter ocorridoapós 1236, uma data muito tarde para ser satisfatória.O FARAÓ DO ÊXODOQuando finalmente Moisés retornou ao Egito, ele e seu irmão Arão começaram a negociar com o novorei, Amenotepe II, a respeito de uma permissão para Israel deixar o Egito com o propósito de adorar aJeová e, enfim, deixar o país definitivamente. Este poderoso rei conduziu uma campanha em Canaã emseu terceiro ano (aprox. 1450) e uma outra em seu sétimo ano, provavelmente em 1446, coincidindo coma tradicional data do êxodo. Não é difícil imaginar que a dizimação do exército de Faraó no mar deJuncos pode ter ocorrido após essa sétima campanha e que, após tamanha desmoralização, um totaldesinteresse por uma aventura imediata se abateu sobre o reino, especialmente para o norte.Nossa identificação de Amenotepe II como o faraó do êxodo está baseada em duas outrasconsiderações. Em primeiro lugar, embora a maioria dos reis da 18a Dinastia tenha estabelecido suaprincipal residência em Tebas, bem ao sul dos israelitas no Delta, Amenotepe morava em Mênfis e,aparentemente, reinou daquele local por um bom tempo. Isto o colocava em grande proximidade com aterra de Gósen, fazendo-o bastante acessível a Moisés e Arão. Em segundo lugar, evidências sugeremque o governo de Amenotepe não passou para seu filho mais velho, mas para o caçula Tutmose IV.Esta é uma informação subentendida na chamada "esteia do sonho", que foi encontrada na base daGrande Esfinge perto de Mênfis.O texto, que registra um sonho no qual Tutmose IV recebeu a promessa de que um dia viria a ser rei,sugere, como diz um historiador, que o seu reino sucedeu "mediante uma imprevista mudança no

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destino, como a morte prematura do irmão mais velho". E claro que isto é praticamente impossível de seprovar, mas também não há como deixar de especular se tal morte prematura não tenha ocorrido porintermédio do juízo de Jeová que, na décima praga, matou todos os primogênitos do Egito que estavamsem a proteção do sangue da Páscoa, "...desde o primogênito de Faraó, que se sentava em seu trono,até o primogênito do cativo que estava no cárcere..." (Êx 12.29).

MERRILL. Eugene H. Historia de Israel no Antigo Testamento. Editora CPAD. pag. 50-52, 54-56.Um Rei que não conhecia a DEUS"Depois, levantou-se um novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José, o qual disse ao seu povo:Eis que o povo dos filhos de Israel é muito e mais poderoso do que nós. Eia, usemos sabiamente paracom ele, para que não se multiplique, e aconteça que, vindo guerra, ele também se ajunte com osnossos inimigos, e peleje contra nós, e suba da terra" (versículos 8-10). Vemos aqui o raciocínio de umcoração que nunca aprendera a contar com DEUS nos seus cálculos. O coração não-regenerado nuncao pode fazer, e por isso, quando DEUS se revela, todos os seus argumentos caem por terra. Fora deDEUS, ou independentemente d'Ele, podem parecer muito prudentes, mas logo que DEUS aparece emcena, vê-se que são perfeita loucura.Mas porque havemos nós de permitir que as nossas mentes sejam, de qualquer modo, influenciadas porargumentos e cálculos que dependem, para a sua verdade aparente, da exclusão total de DEUS? Fazê-lo é, em princípio, e de acordo com a sua extensão, praticamente, ateísmo. No caso de Faraóverificamos que ele podia julgar corretamente as várias eventualidades dos negócios do seu reino: amultiplicação do povo, as possibilidades de guerra e de os israelitas fazerem causa comum com oinimigo e abandonarem o país. Ele podia pesar todas estas circunstâncias na balança com invulgarsagacidade; mas nunca lhe ocorreu que DEUS pudesse ter alguma coisa a ver com o assunto. Estesimples pensamento, se alguma vez tivesse ocorrido a Faraó, bastaria para lançar a confusão em todosos seus planos classificando-os como loucura. Ora é conveniente refletirmos que sucede sempre assimcom o raciocínio da mente céptica do homem. DEUS é inteiramente excluído; sim, a sua pretendidaverdade e solidez dependem dessa exclusão. O aparecimento de DEUS em cena dá o golpe mortal emtodo o cepticismo e infidelidade. Até ao momento em que o Senhor aparece, podem pavonear-se nopalco com maravilhosa demonstração de sabedoria e destreza; porém, assim que o olhar distingue omais fraco vislumbre do bendito Senhor, são despojados do manto da sua ostentação e revelados emtoda a sua nudez e deformidade.Com referência ao rei do Egito, pode dizer-se, com segurança, que errou grandemente, não conhecendoa DEUS nem os Seus desígnios imutáveis. Faraó ignorava que, muitos séculos antes, ainda ele estavalonge de respirar o fôlego desta vida mortal, a palavra e o juramento de DEUS—"duas coisasimutáveis"—haviam assegurado infalivelmente a libertação completa e gloriosa daquele mesmo povo queele, na sua sabedoria, propunha esmagar. Tudo isto ele desconhecia; e, portanto, todos os seuspensamentos e todos os seus planos baseavam-se sobre a ignorância dessa grande verdade,fundamento de todas as verdades, que DEUS, É. Imaginava, loucamente, que, com a sua sabedoria epoder, poderia impedir o crescimento daqueles acerca dos quais DEUS havia dito: "serão como asestrelas dos céus e como a areia que está na praia do mar" (Gn 22:17). Portanto, o seu procedimentonão passava de loucura e insensatez. O pior erro que alguém pode cometer é agir sem contar comDEUS. Mais cedo ou mais tarde o pensamento de DEUS impor-se-á ao seu espírito e então dá-se adestruição terrível de todos os seus planos e cálculos. Quando muito, tudo quanto é empreendido semcontar com DEUS só pode durar o tempo presente. Mas não pode de modo algum alongar-se para aeternidade. Tudo quanto é apenas humano, por muito sólido, brilhante e atraente que possa ser, estádestinado a cair nas garras da morte e a abolorecer no silêncio do túmulo. A leiva do vale há de cobrir asmaiores honras e as glórias mais brilhantes do homem (Jó 21:33); a mortalidade está esculpida na suafronte, e todos os seus projetos são evanescentes. Pelo contrário, tudo aquilo que está ligado e fundadoem DEUS permanecerá para sempre. "O seu nome permanecerá eternamente; o seu nome se irápropagando de pais a filhos" (SI 72:17).

C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.3. Clamor por libertação.

A busca pela liberdade também é um dos temas descritos no livro de Êxodo. Quem está preso desejaser livre, e o mesmo ocorre para com aqueles que estão sendo submetidos à escravidão. Não foi à toaque Moisés escreveu:E aconteceu, depois de muitos destes dias, morrendo o rei do Egito, que os filhos de Israel suspirarampor causa da servidão e clamaram; e o seu clamor subiu a DEUS por causa de sua servidão. E ouviuDEUS o seu gemido e lembrou-se DEUS do seu concerto com Abraão, com Isaque e com Jacó; eatentou DEUS para os filhos de Israel e conheceu-os DEUS. (Êx 2.23-25)O rei que decretou a escravidão falecera, mas seu sucessor manteria aquele sistema até que DEUSvisitasse o seu povo e o libertasse daquela situação. Reter os israelitas no Egito como escravos semostrou caríssimo para Faraó e a nação egípcia.

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Aqui cabe uma observação: apesar de o povo de DEUS passar por aquela tribulação, a Bíblia nos dizque DEUS manteve o seu plano de levar seu povo a uma terra onde poderiam viver como uma nação.Para isso, DEUS usaria Moisés como o instrumento não apenas de libertação, mas também como umlegislador, a fim de que o povo pudesse seguir regras adequadas para sua existência na nova terra.DEUS não perdeu o controle da história. Ele apenas estava esperando o momento certo para agir.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida.Editora CPAD. pag. 9.

Êx 2.24 O Pacto Abraâmico. O cronograma de DEUS requeria vários acontecimentos: o exílio e aservidão no Egito; os pecados dos cananeus teriam de chegar a seu ponto culminante, a fim de que umjusto juízo divino viesse a privá-los de suas terras (Gên. 15.13-16); Moisés teria de cumprir um períodode quarenta anos de exílio no deserto (Êxo. 2.15; Atos 7.30). Mas uma vez satisfeitos todos esses itens,o cronograma divino passaria para o passo seguinte: a chamada de Abraão. E esta levaria o PactoAbraâmico a um novo degrau. Ver em Gên. 15.18 as notas completas que damos ali sobre esse pacto.Uma de suas principais estipulações era que Israel haveria de ter seu próprio território pátrio. Issorequereria que Israel fosse livrado de sua escravidão no Egito.“Êxodo 2.24,25 é um eixo na narrativa. A supressão, a escravidão e a mor- te são temas dominantes notrecho de Êxodo 1.1-2.23. Daqui por diante, a ênfase recairá sobre as ideias de livramento e triunfo.DEUS, em Seu poder soberano, estava preparado para agir em consonância com as Suas promessas afim de livrar e preservar o Seu povo” (John D. Hanna, in loc.).

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag.311.

Êx 2. 24. DEUS... lembrou-se da sua aliança com Abraão. Mesmo antes da visão da sarça ardente, onarrador coloca a libertação do Egito no contexto da promessa feita aos patriarcas. Para o antigo Israel,o curso todo da história da salvação podia ser resumido em termos de “ promessa e cumprimento” :DEUS promete, DEUS Se lembra, DEUS age salvadoramente.

R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 59-60.Mas DEUS estava cuidando dos seus. Ele ouviu o gemido do povo e se lembrou do concerto (24). DEUSadiou a libertação de Israel até que Moisés e Israel estivessem prontos. Moisés precisava dasdisciplinas do deserto, e o desejo de Israel por liberdade precisava aumentar. A escravidão continuadano Egito uniu o povo de Israel no desejo por liberdade e na fé de que só DEUS podia livrá-lo. DEUS ouveos clamores do seu povo, mas espera até “a plenitude do tempo” para dar a vitória. Conheceu-os DEUS(25) significa “DEUS se preocupava com eles” (VBB).

Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 145.II - O NASCIMENTO DE MOISÉS

1. Os israelitas no Egito.Moisés nasceu em um momento desfavorável aos filhos de Abraão no Egito. O livro de Êxodo começaindicando que “os filhos de Israel frutificaram, e aumentaram muito” (Êx 1.7). Esse cenário nos parecebastante favorável à existência de um povo, tendo em vista que as relações sociais entre os hebreussão descritas como propícias à expansão demográfica. Os israelitas podiam se casar, ter filhos e criá-los, e estes cresciam, tinham seus filhos e os criavam, e assim sucessivamente.Mas no versículo 8, a história nos mostra uma mudança no cenário político do Egito que traria muitosofrimento aos filhos de Israel. “Depois, levantou-se um novo rei no Egito, que não conhecera a José”.Este verso mostra o que eu chamo de “princípio das dores” para os hebreus que moravam no Egito. Atéesse momento, não há indicação de que eles eram vistos como uma massa de trabalho escravo prontapara satisfazer os desejos de reformas e construção de novas estruturas no Egito. Os hebreus tinhamseus afazeres, e ao que tudo indica, não influenciavam negativamente em qualquer fato social dosegípcios.Mas não foi isso que o novo rei do Egito viu. Ele assumiu o poder e entendeu que três situaçõespoderiam ocorrer. Conforme Êxodo 1.11, a) os israelitas, como um grande grupo de pessoas, estavacrescendo bastante; b) ele imaginou que em um caso de guerra futura, os israelitas se associariam comos inimigos dos egípcios; c) ele também entendeu que no caso de uma guerra, os israelitas sairiam doEgito (“suba da terra”), o que traria uma grande frustração aos planos de expansão e de reformasestruturais de construção civil nacional.Podemos extrair dessas observações que o homem sem DEUS vai buscar razões malignas parajustificar seus feitos, e vai convencer a si mesmo e aos que o cercam. Faraó não percebeu que se opovo de Israel estava crescendo, era um sinal claro da bênção de DEUS. Além disso, não há registrosde que Israel tivesse intenções de se associar a outras nações em uma guerra futura contra os egípcios.Mas a Bíblia declara que os pensamentos de Faraó estavam relacionados a trazer prejuízo aosisraelitas.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida.Editora CPAD. pag. 9-10.

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Êx 1.7 Grande Posteridade e Grande Prosperidade. Uma das provisões do Pacto Abraâmico falava nagrande posteridade de Abraão, a qual desfrutaria abundância de riquezas materiais. Ver as notas sobreGên. 15.18 quanto a uma descrição detalhada desse pacto e suas provisões.Aumentaram muito. No hebraico, “enxamearam”, como se fossem insetos a zumbir em razão de seugrande número. Ver Gên. 7.21. Houve extraordinária multiplicação; e foi precisamente isso que assustouos egípcios, levando-os a subjugar a grande massa que aumentava mais e mais.Israel se desenvolvera, impondo sua própria identificação e seu poder. Havia muitos jovens em idade deserviço militar. A situação tornara-se explosiva. A hostilidade egípcia tinha sido assim despertada.A terra se encheu. Ou seja, a terra de Gósen (ver sobre ela no Dicionário), a região que 0 Faraó haviaconcedido à família de Jacó (Gên. 45.10). Ela era também chamada terra de Ramessés (Gên. 47.11),aquela porção do Egito que Faraó Ramsés II, mais tarde, desenvolveu, construindo ali muitas cidades. Otempo que se escoou entre Gên. 50.26 e Êxo. 1.7 foi, talvez, de cem anos. Uma posteridade numerosafazia parte do Pacto Abraâmico desde sua versão original (Gên. 12.1-3). A nação de Israel haveria deformar-se; receberia seu próprio território; e, então, ser-lhe-iam conferidas sua constituição nacional esuas leis.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag.305.

Êx 1. 7. O texto hebraico repete deliberadamente três verbos usados em Gênesis 1: 21,22 e que podemser traduzidos “ frutificaram ... aumentaram muito ... se multiplicaram” . Esse aumento foi interpretadocomo a bênção prometida por DEUS à Sua criação. Um tempo considerável já passara desde a mortede José: na menor das estimativas, Moisés era a quarta geração depois de Levi (Nm 26:58) e ele podeter vivido centenas de anos depois (12:40). E a terra se encheu deles se refere ou à terra de Gósen(provavelmente o Wadi Tumilat, que se estende do Nilo à linha do atual Canal de Suez) ou então, emlinguagem hiperbólica, todo o território do Egito. Esta última interpretação, embora estatisticamenteincorreta, expressa bem os sentimentos dos egípcios, que em algumas partes haviam sido reduzidos auma minoria diante dos indesejáveis imigrantes.

R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 51-52.O cumprimento da promessa de DEUS (1.7). Os filhos de Israel frutificaram, e aumentaram muito. Aindaque os homens que DEUS escolheu morram, Ele cuida dos filhos que ficam. DEUS prometeu paraAbraão que lhe aumentaria a semente (Gn 12.2; 15.5; 17.1-8) e aqui, no Egito, esta promessa foicumprida. Quando Israel saiu do Egito o total computava cerca de 600.000 homens, além das mulherese crianças (12.37). Levando-se em conta o tempo decorrido, não se tratava necessariamente decrescimento incomum. Mas considerando o ambiente hostil, esse aumento mostrava a providênciaespecial de DEUS. O que DEUS prometeu ao gênero humano na criação (Gn 1.28) agora estava tendocumprimento na sua família escolhida. As palavras aumentaram muito provêm do hebraico que significa“abundar ou enxamear” como se dá com os insetos e na vida marinha (ver Gn 1.20; 7.21).3 Os israelitasnão somente eram muito numerosos, mas foram fortalecidos grandemente. E lógico que esta expressãoindica saúde e vigor. Moisés reconheceu esta providência graciosa quando escreveu: “Siro miserável foimeu pai, e desceu ao Egito, e ali peregrinou com pouca gente; porém ali cresceu até vir a ser naçãogrande, poderosa e numerosa” (Dt 26.5).A terra que se encheu deles diz respeito a Gósen, onde Jacó e seus filhos se instalaram (Gn 47.1,4-6,27). Não há dúvida de que com o passar do tempo eles cresceram a ponto de este lugar se tornarpequeno demais, levando-os a se relacionar com os egípcios em outras regiões do país. O aumentonumérico logo chamou a atenção do rei.

Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 141.2. Um bebê é salvo da morte.

Como foi dito, Moisés não veio ao mundo em um período propício ao nascimento de um menino hebreu.Quanto mais os israelitas eram afligidos, mais se multiplicavam, a ponto de o rei dar ordens às parteirasdas hebréias, Sifrá e Puá, para que matassem os meninos recém-nascidos. Faraó acreditou que poderiacontar com a obediência dessas mulheres, mas estas temeram a DEUS e não obedeceram ao rei,sendo posteriormente recompensadas por DEUS. Quando chamadas para prestar contas, disseram aorei que as mulheres hebréias eram “vivas”. A Versão Atualizada da Bíblia usa a expressão “vigorosas”, ea Nova Tradução na Linguagem de Hoje diz que as mulheres hebréias “dão à luz com facilidade”.Independentemente das versões utilizadas, os textos mostram que as parteiras foram inquiridas porFaraó e deram a ele uma resposta que as isentou de sujarem as mãos com sangue inocente. A nossa féem DEUS deve sempre nos motivar a fazer o que é certo e justo, e acima de tudo, a não compactuarcom o que está errado.Mas os planos de Faraó não pararam. Se as parteiras hebréias não cumpriam as ordens dadas, a ordemagora passou para o povo egípcio: “Então, ordenou Faraó a todo o seu povo, dizendo: A todos os filhosque nascerem lançareis no rio, mas a todas as filhas guardareis com vida” (Ex 1.22). Isso significa quequalquer egípcio ou egípcia poderia entrar nas casas dos israelitas, pará-los nas ruas ou em qualquer

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lugar onde estivessem, pegar a criança recém-nascida, conferir-lhe o sexo e, se fosse um menino, tomá-lo da sua mãe e ir direto ao Rio Nilo para jogar o bebê, a fim de que ele se afogasse ou fosse devoradopor crocodilos. Os planos de Satanás eram cruéis, e deixavam um sinal claro do que ainda estava por virpara os filhos de Abraão. Outra coisa a se observar é o fato de que a maldade humana cria métodosmalignos para conseguir seus feitos. Mas se Satanás tinha um plano de opressão, escravidão e mortecontra os hebreus, DEUS também tinha um plano, mas de livramento, libertação e de vida para os seusfilhos.A Bíblia diz que um casal da tribo de Levi teve um menino, e, não podendo mais escondê-lo, colocou-oem um cesto de juncos, uma construção bem frágil para proteger uma criança. Aquele cesto simples foicolocado na borda do rio, entre as plantas. E exatamente naquele lugar a filha de Faraó foi se banhar, evendo o cesto, ordenou que uma de suas criadas o fosse pegar. A filha de Faraó se compadeceu domenino, decidiu criá-lo e dessa forma DEUS preservou a vida do menino Moisés, usando a filha de Faraópara tal livramento.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida.Editora CPAD. pag. 10-11.

Êx 1.17 As parteiras... temeram a DEUS. As parteiras hebréias ouviram e assentiram com a cabeça (afim de salvarem a própria vida). Mas, na hora critica, poupavam da morte aos meninos. Humanidade,misericórdia e temor a DEUS foram, para elas, motivos mais poderosos que 0 da autopreservação. Otemor a DEUS e a misericórdia fazem parte da verdadeira religiosidade.Humor. Yahweh frustrou o plano genocida do Faraó. Foram baixadas ordens de uma origem aindasuperior às do Faraó, o próprio trono do Altíssimo. Assim, Israel continuou a multiplicar-se e a prosperar,apesar de todos os planos do Faraó e suas ordens genocidas.Quando Israel finalmente partiu do Egito, segundo disse Moisés, os israelitas pediram “emprestadas”coisas dos egípcios. E quando Arão tentou desculpar-se diante de Moisés sobre por que fizera umbezerro de ouro, Arão lançou culpa sobre o fogo, dizendo: “e eu o lancei no fogo, e saiu este bezerro"(Êxo. 32.24), como se ele tivesse ficado tão admirado quanto qualquer outra pessoa. Portanto, hábastante humor no livro de Êxodo. Mas podemos estar certos de que, no tocante às parteiras, a questãoera tão mortiferamente séria quanto uma questão de vida e morte. Alguns estudiosos pensam que nesteversículo há alguma indicação de que também estavam envolvidas parteiras egípcias, e não apenashebréias. O fato foi que as parteiras, como uma classe, responderam “sim” ao Faraó, mas agiram comum “não”, no que toca ao decreto real da matança dos meninos hebreus.Êx 1.18 Por que... deixastes viver os meninos? “Por que vocês desobedeceram às minhas ordens eagiram de modo contrário ao que eu tinha ordenado?" Assim perguntou 0 Faraó. Tratava-se de algo quenão podia ser ocultado. O vs. 19 dá uma resposta ridícula em que 0 Faraó dificilmente poderia teracreditado. Mas não lemos que ele tenha mandado castigar as parteiras. Talvez 0 autor sacro tenhaquerido poupar-nos dos detalhes sangrentos da vingança. Ver Eze. 16.4 quanto a itens envolvidos noantigo processo de nascimento.de nascidos. Alguns estudiosos supõem que estaria envolvido em tudo isso um “esperto uso dos fatos”,ou seja, talvez o que as parteiras disseram até ocorria com certa frequência; mas o fato é que o autorsagrado contou aqui uma pequena piada. Ver uma demonstração de vivido humor em Gên. 29.26. Várioseruditos fazem grande esforço na tentativa de ilustrar como algumas mulheres dão seus filhos à luz,com grande facilidade, especialmente entre as classes laboriosas. Apesar de alguns casos poderem serapresentados como comprovação disso, temos aí meras exceções, e não a regra do que acontece noato do parto.Êx 1.20 DEUS fez bem às parteiras. Elas negaram-se a praticar uma imensa maldade, e DEUS asabençoou. E assim Israel aumentou mais ainda em número e em poder por certo período de tempo. Porquanto tempo, o autor sagrado não nos informa. Mas o tempo passava, e o problema do Faraó ia apenasse acentuando, deixando-o vexado. DEUS estava ganhando em cada “round” da luta. Uma de minhasfontes informativas diz que DEUS abençoou àquelas mulheres, apesar de suas mentiras. Mas outrossupõem que mentiras capazes de salvar vidas não se revestem de maldade. Obedecer a DEUS, e nãoaos homens, sempre será dever dos homens (Atos 5.29).Êx 1.21 Ele lhes constituiu família. Essa tradução é uma interpretação, O hebraico diz “fez-lhes casas",dando a entender que os outros israelitas, vendo o bom serviço que elas tinham prestado, construíramcasas para elas. Mas alguns estudiosos dão ao Faraó o crédito: ele as teria posto dentro de casas, paraque pudessem ser mais bem controladas. Todavia, o mais provável é que temos aqui uma alusão àfertilidade. Aquelas boas mulheres, ao ajudarem os casais israelitas, por não obedecerem às ordens deFaraó, foram abençoadas juntamente com suas respectivas famílias.Este versículo amplia a ideia da bênção divina, referida no vs. 20. Como DEUS poderia recompensarmeto àquelas mulheres? Conferindo-lhes filhos delas mesmas.Êx 1.22 Tirania Redobrada. Visto que 0 decreto dado às parteiras não funcionou, agora 0 Faraó deuordens à sua própria gente para que se desvencilhasse dos pestíferos hebreus, lançando seus filhos de

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sexo masculino no Nilo, para que se afogassem. Entre outras coisas, o autor sagrado nos está dizendoaqui que a perseguição contra Israel tinha de chegara um ponto culminante para que o povo de Israelfosse forçado a sair do Egito. Sem a perseguição, Israel ter-se-ia contentado em permanecer em umaregião tão fértil. Somente a adversidade poderia fazê-los querei· partir dali. Assim, quanto pior setornasse a pressão exercida pelo Faraó, tanto melhor para o plano divino.Quando Israel estava prestes a partir, por causa da opressão, então seria provido o agente da libertação,Moisés. DEUS tem uma cronologia em Seu plano eterno, e também conta com os meios, humanos eoutros, para satisfazer a essa cronologia.Infanticídio. Esse crime, tão chocante para os ouvidos cristãos, tem uma história muito rica. Suacontraparte moderna é o aborto. Todos estamos familiarizados com a exposição às intempéries decrianças, nos tempos antigos, especialmente no caso de meninas, que eram deixadas ao léu a fim demorrerem, marcando-se um certo prazo. Se uma criança chegasse a resistir a tão cruel tratamento,então é que os deuses queriam que ela vivesse. Mas visto que usualmente a criancinha morria, chegava-se à conclusão de que os deuses não queriam sua sobrevivência.“Em Esparta, o estado decidia se uma criança viveria ou morreria. Em Ate- nas, uma lei de Sólondeixava essa decisão ao encargo dos pais. Em Roma, a regra era que os infantes eram mortos, a menosque seus pais fizessem intervenção, declarando que sua vontade era que a criança vivesse. Os síriosofereciam crianças não-queridas a Moloque, em sacrifício. Os cartagineses sacrificavam-nas a Melcarte”(Ellicott, in loc). Visto que o rio Nilo era considerado um tanto divino, lançar crianças ali era um atoencarado como sacrifício feito aos poderes divinos. O rio Nilo vivia cheio de crocodilos, e as crianças alilançadas serviam de comida para os répteis, e assim seus corpinhos não poluíam o rio.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag.307.

Êx 1.19. São vigorosas e antes que lhes chegue a parteira já deram à luz os seus filhos. Não somosinformados se as parteiras estavam mentindo ou se os rápidos partos dos bebês israelitas eram um fatobiológico.Driver cita paralelos árabes mas Raquel certamente teve um parto difícil (Gn 35:16). E mesmo quetivessem mentido, não foi pela mentira que foram elogiadas, e sim por se terem recusado a tirar a vidaaos recém-nascidos, dádivas de DEUS. Seu respeito à vida era fruto de sua reverência a DEUS, odoador da vida (20:12,13), e por isso foram recompensadas com suas próprias famílias. A relevânciadeste incidente para a controvérsia atual sobre o aborto deve ser cuidadosamente examinada.Êx 1. 22. O termo hebraico para o Nilo é uma palavra emprestada da língua egípcia e significa “ o rio” porexcelência, isto é, o Nilo. (Outros termos tomados por empréstimo ao egípcio são “ junco” e “ rã” ; alémdisso, vários nomes próprios egípcios ocorrem, especialmente na tribo de Levi.) A execução porafogamento era um método óbvio em países tais como o Egito e Babilônia, tal como o apedrejamentoera o método óbvio num país rochoso como Israel (Josué 7:25). Se a nação israelita em geral obedeceuo mandato de Faraó não sabemos: com certeza, os pais de Moisés desafiaram a ira do Faraó (Hb11:23). Todas as filhas. Estas, presumivelmente, se tornariam concubinas (esposas-escravas) epoderiam ser absorvidas pelos egípcios em uma geração. Essa vã tentativa de eliminar o povo de DEUSencontra seu paralelo no Novo Testamento quando Herodes tenta destruir toda uma geração de meninosem Belém (Mt 2:16). Todavia, como no Novo Testamento, o agente escolhido de DEUS é protegido; nemFaraó nem Herodes podem se opor ao plano de DEUS. Expositores judeus vêem paralelos entre o planode Faraó e a tentativa de genocídio contra Israel feita por Hitler e outros; expositores cristãos têmbuscado tais paralelos nas severas perseguições sofridas pela Igreja ao longo de sua história.

R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 53-54.Segunda medida - A matança de meninos hebreus recém-nascidos (w. 15-21). Se esse planotivesse dado certo, o Faraó teria exterminado o povo hebreu. A futura geração de homens estaria morta,e as meninas acabariam se casando com escravos egípcios e sendo assimiladas pela raça egípcia. Noentanto, de acordo com Gênesis 3:15 e 12:1-3, DEUS não permitiu que isso acontecesse e usou duasparteiras hebréias para frustrar o plano do Faraó. Esse é o primeiro caso nas Escrituras daquilo quechamamos, hoje, de "desobediência civil", a recusa em obedecer a uma lei perversa tendo em vista obem comum.Textos das Escrituras, como Mateus 20:21-25, Romanos 13 e 1 Pedro 2:1 T, admoestam os cristãos aobedecer às autoridades humanas. Contudo, Romanos 13:5 nos lembra de que essa obediência nãodeve ofender nossa consciência. Quando as leis de DEUS são contrárias às leis dos homens, "Antesimporta obedecer a DEUS do que aos homens" (At 5:29). Vemos um exemplo disso não apenas no casodas parteiras, mas também no de Daniel e de seus amigos (Dn 1; 3; 6) e no dos apóstolos (At 4, 5).As parteiras estavam mentindo para o Faraó? Provavelmente não. Os bebês nasciam antes que asparteiras chegassem, pois Sifrá e Puá haviam pedido a suas assistentes que se atrasassem! DEUSabençoou às duas parteiras-chefes por arriscarem a vida a fim de salvar a nação israelita da extinção.No entanto, honrou-as de um modo estranho: deu-lhes filhos numa época em que isso era tão arriscado!

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Talvez tenha lhes dado filhas ou, então, protegido seus filhos como fez com Moisés. De qualquer modo,essa bênção de DEUS mostra quão preciosas são as crianças para o Senhor: ele desejava conceder aessas mulheres a mais alta recompensa e, assim, deu filhos a Sifrá e a Puá (Sl 127:3).Terceira medida - o afogamento de bebês do sexo masculino (v. 22). Quando o Faraó descobriu quehavia sido enganado, mudou seu plano e ordenou a todo o povo que providenciasse para que os bebêshebreus do sexo masculino fossem afogados no sagrado rio Nilo. Os guardas do Faraó não tinham comovigiar cada uma das parteiras hebreias, mas o povo egípcio podia ficar de olho nos escravos hebreus eavisar quando um menino nascia. No entanto, estava para nascer um menino que o Faraó nãoconseguiria matar.

WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 235.As Parteiras HebreiasOs versículos finais deste capítulo oferecem-nos uma lição edificante com a conduta dessas mulherestementes a DEUS, Sifrá e Puá. Arrostando com a ira do rei não executaram o seu plano cruel e por issoDEUS lhes fez casas."...aos que me honram, honrarei" (1 Sm 2:30). Recordemos sempre esta lição eatuemos de acordo com ela.

C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.O FRACASSO DE SATANÁSEsta parte do Livro do Êxodo abunda em princípios profundos de verdade divina— princípios quepodemos subdividir da seguinte forma: o poder de Satanás, o poder de DEUS e o poder da fé.No último versículo do primeiro capítulo lemos: "Então, ordenou Faraó a todo o seu povo, dizendo: Atodos os filhos que nascerem lançareis no rio". Este era o poder de Satanás. O rio era o lugar da morte;e, por meio da morte, o inimigo procurou frustrar os propósitos de DEUS. Tem sido sempre assim. Aserpente sempre tem vigiado com olhar maligno os instrumentos que DEUS está prestes a usar pararealizar os Seus desígnios. Vejamos o caso de Abel, em Gênesis, capítulo 4. A serpente não estavaespreitando aquele vaso de DEUS para o pôr de parte por meio da morte? Vejamos o caso de José,em Gênesis, capítulo 37. Aí o inimigo procura pôr o homem escolhido por DEUS num lugar de morte.Vejamos o caso da "semente real", em 2 Crônicas, capítulo 22; a matança promovida por Herodes, emMateus 2; e a morte de CRISTO, em Mateus 27. Em todos estes casos vemos o inimigo procurando,com a morte, interromper a corrente de atuação divina.Mas, bendito seja DEUS, há qualquer coisa depois da morte. Toda a esfera de ação divina, pelo querespeita à redenção, está para além dos limites do domínio da morte. Quando o poder de Satanás seesgota é que o de DEUS começa a mostrar-se. A sepultura é o limite da atividade de Satanás; mas é aíque começa também a atividade divina. Isto é uma verdade gloriosa. Satanás tem o poder da morte;porém, DEUS é o DEUS dos vivos e dá a vida que está fora do alcance e poder da morte—uma vida naqual Satanás não pode tocar. O coração encontra doce refrigério nesta verdade, num mundo onde reinaa morte. A fé pode contemplar calmamente Satanás empregando a plenitude do seu poder; ela podeapoiar-se sobre a potente intervenção de DEUS na ressurreição. Pode postar-se junto da sepultura queacabou de fechar-se sobre um ente amado e beber dos lábios d'Aquele que é "a ressurreição e a vida" aelevada garantia de uma imortalidade gloriosa. Ela sabe que DEUS é mais forte que Satanás e podeportanto esperar, serenamente, a manifestação desse poder superior, e enquanto assim espera encontraa sua vitória e a sua paz. Temos um nobre exemplo deste poder da fé nos primeiros versículos docapítulo que estamos considerando.

C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.3. A mãe de Moisés (Êx 6.20).

A Bíblia apresenta a mãe de Moisés como uma mulher que descendia de Levi, um dos irmãos de José.Ela teve um menino, e tentou escondê-lo por três meses. Precisamos concordar que esse foi realmenteum grande feito, pois em uma época em que os egípcios caçavam bebês meninos dos hebreus, essamulher arriscou-se muito para preservar em vida o fruto do seu ventre. Foi um ato de fé. Observe que aPalavra de DEUS não cita o nome dos pais de Moisés nesse momento, mas cita o de Miriá. Léo G. Cox,comentarista do livro de Êxodo no Comentário Beacon, sugere que Moisés não era o primeiro filho docasal, pois a irmã Miriã tinha idade suficiente para cuidar do irmão (4; Nm 26.59). Além disso, o irmão deMoisés, Arão, era três anos mais velho que ele (6.20; Nm 26.59). Parece que o édito do rei entrou emvigor depois do nascimento de Arão, sendo Moisés o primeiro filho deste casal cuja vida estava emperigo por causa da proclamação do rei.O certo é que essa mulher colocou seu filho em um cesto de juncos pela fé, e pela fé viu a vida de seufilho ser preservada por DEUS. O Senhor não apenas guardou a vida do menino, mas fez com que amãe de Moisés fosse remunerada para cuidar do próprio filho.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida.Editora CPAD. pag. 11-12.

Êx 6. 20 Joquebede. No hebraico, glorificada por DEUS ou Yahweh é a glória. Esse era o nome de umafilha de Levi, irmã de Coate, esposa de Anrão, mãe de Míriã, Arão e Moisés (Êxo. 6.20; Núm. 26.59).

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Alguns eruditos põem em dúvida o sentido desse nome, que parece ser composto com o nome divinoYahweh (ver no Dicionário). Isso eles alegam porque estão convencidos de que o uso do nome divino,Yahweh, vem da época de Moisés. Há evidências, porém, de que esse nome realmente pré-datava osdias de Moisés, e que era usado entre os povos semitas antigos. Em Êxodo 6.20 está registrado queJoquebede era irmã de Anrão, pelo que era tia de seu próprio marido. Visto que casamentos entreparentes assim chegados foram posteriormente proibidos (Lev. 18.12), várias tentativas têm sido feitaspara aliviar a situação de incesto. Mas essas tentativas são inúteis, visto que há provas claras de taisrelações de sangue em outros casos. Abraão casou-se com Sara, sua meia-irmã (Gên. 20.12). ASeptuaginta faz de Joquebede uma prima de Anrão, mas isso somente reflete uma antiga modificaçãono texto sagrado. Expus um estudo detalhado sobre as incidências de incesto no Antigo Testamento, naintrodução ao décimo oitavo capítulo do livro de Levítico. Os costumes sociais se modificam, e háensinos bíblicos que têm acompanhado essas mudanças. A revelação é progressiva, e não fixa eestagnada. Coisas que antes não eram consideradas erradas passavam a ser consideradas erradas,acompanhando o progresso da iluminação espiritual, e vice-versa.Anrão viveu até ao cento e trinta e sete anos. E esse detalhe é mencionado por ter sido ele o pai deArão e Moisés.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag.328.

Êx 6. 20. Anrão se casou com sua tia paterna. Tal casamento seria proibido pela lei mosaica (Lv18:12,13), logo tal detalhe jamais poderia ter sido inventado mais tarde. Quanto a outras “ transgressões”antigas, compare o casamento de Abraão com sua meia-irmã.Joquebede. Muito já se debateu quanto à possibilidade de a primeira sílaba deste nome conter o nomeYHWH ;em sua forma abreviada Yo (como em Josué, por exemplo). Caso isso seja verdade, segue-se oargumento de que o nome YHWH poderia já ser conhecido e usado pela família de Moisés como umtítulo familiar para DEUS, antes de ganhar uso mais amplo em todo o Israel. Mesmo se fosse conhecidoapenas pelos descendentes de Coate, seria válido pensar que tivesse havido mais de uma únicaocorrência. Se a vocalização tradicional é correta, o nome significa “ YHWH é glória” (compare Icabô, “não há glória” ).Provavelmente é melhor vocalizar a palavra como yakbid, “ que Ele (o DEUS não identificado) glorifique”, que segue um padrão comum entre os nomes israelitas: assim vocalizado, não haveria referência aonome YHWH. Nomes formados a partir da terceira pessoa do singular são frequentes: cf Jacó e Ismael.Arão e Moisés. Em todas as genealogias, os dois aparecem como a quarta geração a partir dospatriarcas. Isso pode ser irrelevante. Em árvores genealógicas israelitas é comum a omissão de algunsramos, quer seja por simetria (como aparentemente é o caso na genealogia de CRISTO) ou por outrarazão qualquer. Se “ quatro gerações” for tomado literalmente, então a permanência no Egito não deveter excedido em muito um século, e os “ quatro séculos” de Gênesis 15:13 devem ser vistos como umaaproximação geral, “ quatro gerações” .

R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 84.Os pais de Moisés eram Anrão e Joquebede (Êx 6:20), e, enquanto o texto de Êxodo enfatiza como amãe teve fé, Hebreus 11:23 elogia tanto o pai quanto a mãe por terem confiado em DEUS. Sem dúvida,foi preciso que os dois tivessem fé para ter relações conjugais numa época perigosa em que os bebêshebreus estavam sendo mortos.Moisés tornou-se um grande homem de fé e aprendeu sobre isso primeiramente com seus pais, umcasal temente e DEUS. Anrão e Joquebede tinham mais dois filhos: Miriã, a mais velha, e Arão, trêsanos mais velho que Moisés (Êx 7:7).Desde o princípio, Moisés foi considerado "formoso aos olhos de DEUS" (At 7:20; ver Hb 11:23),9 eficou claro que DEUS tinha um propósito especial para ele. Crendo nisso, os pais contrariaram o édito doFaraó e protegeram a vida de seu filho. Não foi nada fácil, uma vez que todos os egípcios haviam setornado espiões oficiais do Faraó à procura de bebês para serem afogados (Êx 1:22).Joquebede obedeceu à lei ao pé da letra quando colocou Moisés nas águas do Nilo, mas certamentedesafiou as ordens do Faraó na forma como seguiu essa lei. Confiou na providência de DEUS e não foidecepcionada. Quando a princesa foi até o Nilo para realizar suas abluções religiosas, viu o cesto,descobriu o bebê e ouviu-o chorar. Seguindo seus instintos maternos, salvou o menino e cuidou dele.DEUS usou as lágrimas de um bebê para controlar o coração de uma princesa poderosa.Usou as palavras de Miriã a fim de providenciar para que o bebê fosse criado por sua mãe e aindarecebesse por isso! A expressão "frágil como um bebê" não se aplica ao reino de DEUS, pois quando oSenhor deseja realizar sua obra poderosa, com frequência começa enviando um bebê. Foi o queaconteceu quando ele mandou Isaque, José, Samuel, João Batista e, especialmente, JESUS. DEUSpode usar as coisas mais fracas para derrotar os inimigos mais poderosos (1 Co 1:25-29). As lágrimasde um bebê foram as primeiras armas de DEUS em sua guerra contra o Egito.

WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 235-236.

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"E foi-se um varão da casa de Levi e casou com uma filha de Levi. E a mulher concebeu, e teve umfilho, e, vendo que ele era formoso, escondeu-o três meses. Não podendo, porém, mais escondê-lo,tomou uma arca de juncos e a betumou com betume e pez; e, pondo nela o menino, a pôs nos juncos àborda do rio. E a irmã do menino postou-se de longe, para saber o que lhe havia de acontecer"(versículos l-4).Aqui temos uma cena de tocante interesse, qualquer que seja o ponto de vista por que a encaramos. Narealidade, era simplesmente o triunfo da fé sobre as influências da natureza e da morte, deixando lugarpara que o DEUS da ressurreição agisse na Sua esfera e no caráter que Lhe é próprio. É certo que opoder do inimigo está patente, visto a criança ter de ser colocada em tal posição — em princípio, umaposição de morte. E, além disso, era como se uma espada atravessasse o coração da mãe ao ver o seufilho precioso exposto à morte. Satanás podia agir e a natureza podia chorar; contudo, o Vivificador dosmortos estava detrás daquela nuvem sombria e a fé via-O ali iluminando o cume dessa nuvem com osSeus raios brilhantes e vivificadores. "Pela fé, Moisés, já nascido, foi escondido três meses por seuspais, porque viram que era um menino formoso; e não temeram o mandamento do rei" (Hb 11:23).

C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.4. A Filha de Faraó (Êx 2 5,6).

A filha de Faraó entra em cena na história do povo hebreu. DEUS tem um senso de humor interessante:Se o rei do Egito ordenara a morte dos meninos hebreus, DEUS graciosamente usaria a filha do Faraópara preservar em vida o menino que seria, anos mais tarde, o libertador dos israelitas. Quase nada éfalado acerca dessa mulher, mas o que temos aqui é suficiente para entender que a providência divinapode utilizar pessoas que desconhecemos, e que nem mesmo têm o mesmo temor a DEUS que nós,para nos ajudar e fazer prosperar os planos divinos.A filha de Faraó não apenas se sentiu comovida com a situação daquele menino colocado no cesto dejuncos. Ela soube imediatamente que aquele bebê era dos hebreus, e apesar de haver uma ordem paraque os egípcios jogassem os bebês do sexo masculino do rio, a filha de Faraó decidiu não obedecer.Ela guardou o menino em vida."Dwight L. Moody comentou sabiamente que 'Moisés passou seus primeiros quarenta anos pensandoque era alguém. Os segundos quarenta anos, passou aprendendo que era um ninguém! Os últimosquarenta anos ele os passou descobrindo o que DEUS pode fazer com um ninguém'."

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida.Editora CPAD. pag. 12-13.

Êx 2.5 A filha de Faraó. Ver as notas sobre Êxo. 1.8 e 2.1 quanto a conjecturas sobre quem seria esseFaraó. Ver também no Dicionário 0 artigo Faraó, em sua terceira seção, quanto aos faraós ligados aoAntigo Testamento. As tradições judaicas fantasiam a história, dizendo que a filha do Faraó era leprosa,mas, ao tirar 0 cesto de dentro da água, ficou curada. A arqueologia desenterrou 0 mural de uma antigasinagoga em Dura-Europos que retrata a cena deste versículo. As mentes estavam ligadas. A mente damãe de Moisés; a mente da princesa egípcia; a mente do infante Moisés. As coincidências não ocorrempor acaso. Nada sucede por acidente. DEUS estava envolvido em tudo aquilo. “Com frequência nãopodemos ver nenhum sentido ou razão na maneira como as coisas sucedem a outras pessoas, masconforme envelhecemos vamos vendo uma espécie de providência na maneira como as coisas têmacontecido conosco mesmos... Somos por de- mais adolescentes, espiritualmente falando, parachegarmos àquela fé que JESUS possuía, mas percebemos que há algo ali que podemos seguir delonge” (J. Edgar Park , in loc.).As Donzelas Perderam a Oportunidade. Elas estavam por demais preocupadas em obedecer ao decretodo Faraó. Mas a princesa não teve medo, e, por isso, a recompensa foi dela.Josefo chamou essa princesa pelo nome de Thermuthis, adicionando elementos fabulosos à história.Esses elementos tornam-se uma leitura agradável, mas são distantes da realidade. A princesa foi àbeira do rio tomar banho, sem dúvida um lugar onde as mulheres estavam acostumadas a fazê-lo.Talvez a mãe de Moisés 0 tenha deixado propositadamente onde as mulheres egípcias costumavam ir,na esperança de que alguma delas usasse de misericórdia. E foi precisamente 0 que aconteceu.Êx 2.6 O menino chorava. O choro de um infante derrete o coração de qualquer mulher, e também damaioria dos homens. Nada existe tão impotente quanto um infante humano, o qual, por tanto tempo, semostra tão dependente. A princesa teve compaixão, embora soubesse muito bem que o menino era umhebreu. Mas o amor não faz as distinções que o ódio faz. O choro da criança representava o choro domundo inteiro que DEUS amou, pois os homens, diante de DEUS, nada mais são do que infantesimpotentes. Alguns homens, por meio de sua teologia, fazem esses “infantes” ser odiados e destruídos,em vez de ser tirados das águas perigosas. Mas o amor de DEUS é suficiente para todos (João 3.16), ehouve provi- são para todos (I João 2.2; I Ped. 4.6). Assim como a princesa estendeu a mão e salvou obebê, assim também o longo braço da provisão divina realmente acode a todos os homens, e nãoapenas potencialmente. Não bastava que, potencialmente, a princesa pudesse tirar Moisés das águas.Foi mister tirar Moisés das águas, ou nada mais teria sentido. A providência de DEUS mostra-se

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claramente evidente na natureza e em todos os aspectos da vida humana. Portanto, permitamos queflua o amor de DEUS.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag.308-309.

"E a filha de Faraó desceu a lavar-se no rio, e as suas donzelas passeavam pela borda do rio; e ela viu aarca no meio dos juncos e enviou a sua criada, e a tomou. E, abrindo-a, viu o menino, e eis que omenino chorava; e moveu-se de compaixão dele e disse: Dos meninos dos hebreus é este" (versículo 5-6). Aqui, pois, começa a soar a resposta divina em doce murmúrio aos ouvidos da fé. DEUS intervinhaem tudo isto. O racionalismo, o cepticismo, a infidelidade, e o ateísmo, podem rir-se desta ideia. E a fétambém; mas são risos diferentes. Os primeiros riem com desprezo da ideia da intervenção divina numbanal passeio duma princesa real pela margem do rio. A segunda ri de cordial contentamento ao pensarque DEUS está em tudo. E, de fato, se alguma vez DEUS interveio em qualquer coisa foi neste passeioda filha do Faraó, embora ela o não soubesse.Uma das mais ditosas ocupações da alma regenerada é seguir as pegadas divinas em circunstâncias eacontecimentos que a mente irrefletida atribui ao acaso ou à fatalidade. Por vezes a coisa mais banalpode ser um importantíssimo elo numa cadeia de acontecimentos de que DEUS Se está servindo paralevar avante os Seus grandiosos desígnios. Vejamos, por exemplo, Ester 6:1; que encontramos? Ummonarca pagão que passa uma noite inquieta.Nada há de extraordinário nisso, podemos supor; e no entanto, esta circunstância constitui um elo numagrande cadeia de acontecimentos providenciais, ao fim da qual surge a maravilhosa libertação dosdescendentes oprimidos de Israel.Assim sucedeu com a filha do Faraó e o seu passeio pela margem do rio. Mas ela não pensava queestava ajudando os intentos do "Senhor DEUS dos hebreus"! Mal ela sabia que o bebé que chorava naarca de juncos viria ainda a ser o instrumento do Senhor para abalar a terra do Egito até aos seusalicerces! E contudo era assim. O Senhor pode fazer com que a cólera do homem redunde em Seulouvor (SI 76:10) e restringir o restante dessa cólera. Como a verdade deste fato transparece claramentenas palavras que se seguem!"Então, disse sua irmã à filha de Faraó: Irei eu a chamar uma ama das hebreias, que crie este meninopara ti! e a filha de Faraó disse-lhe: Vai. E foi-se a moça e chamou a mãe do menino. Então, lhe disse afilha de Faraó: Leva este menino e cria-mo; eu te darei teu salário. E a mulher tomou o menino e criou-o.E, sendo o menino já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a qual o adotou; e chamou o seu nomeMoisés e disse: Porque das águas o tenho tirado" versículos (7a 10).A fé da mãe de Moisés encontra aqui a sua inteira recompensa; Satanás fica embaraçado e a sabedoriamaravilhosa de DEUS é revelada. Quem poderia supor que aquele que havia dito às parteiras dashebreias "se for filho, matai-o", acrescentando, "a todos os filhos que nascerem lançareis no rio", haviade ter na sua própria corte um desses próprios filhos? O diabo foi vencido com as suas próprias armas,porque Faraó, de quem queria servir-se para frustrar os propósitos de DEUS, foi usado por DEUS paraalimentar e educar esse Moisés, que havia de ser o Seu instrumento para confundir o poder de Satanás.Providência notável! Maravilhosa sabedoria! Certamente, "até isto procede do Senhor" (Is 28:29).Possamos nós confiar n'Ele com mais simplicidade, e então a nossa carreira será mais brilhante e onosso testemunho mais eficaz.

C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.Êx 2. 5. A filha de Faraó. O livro Apócrifo de Jubileus (47:5) a chama de Tarmute; o comentário de Hyatt(p. 64) menciona “ Merris” e “ Bitia” como outros nomes que lhe são atribuídos. É difícil descobrir umarazão por que tais nomes seriam inventados, de modo que é bem possível que tenhamos aqui umfragmento de uma tradição extra-bíblica digna de confiança. Compare o caso de Janes e Jambres, osnomes dos mágicos que se opuseram a Moisés (2 Tm 3:8). Se o Faraó em questão foi realmenteRamessés II, ele tinha perto de sessenta filhas. Ele também possuía vários ‘ ‘chalés de caça’ ’espalhados pela área do delta, onde havia uma abundância de patos e outros tipos de caça, assim, nãohá necessidade de presumirmos que os pais de Moisés viviam perto da capital, Zoã.Êx 2. 6. Teve compaixão dele. Mãe alguma no oriente seria capaz de abandonar um menino robustocomo aquele. Podemos suspeitar que uma menina não teria tido sorte tão favorável, mas elas nãoestavam sujeitas à pena de morte decretada por Faraó. Em tudo isso, a providência divina estava emação.

R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 56.A graça de DEUS está revelada na compaixão mostrada pela filha de Faraó (6). Mesmo quando oshomens maus fazem o pior que podem, DEUS, por seu gracioso poder, coloca boa vontade e amor tenrono coração das pessoas que estão perto do tirano. Mal sabia o rei ímpio que DEUS estava executandoseu plano secretamente, mesmo quando parecia que o monarca mundano estava tendo sucesso.Também é interessante notar que, para criar o próprio filho, a mãe hebreia foi paga com parte dodinheiro de Faraó (9). Este é outro exemplo de que a ira do homem é posta para louvar a DEUS.

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Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 144.III - O ZELO PRECIPITADO DE MOISÉS E SUA FUGA (ÊX 2.11 22)

1. Moisés é levado ao palácio (Êx 2.10).Êx 2.10 Adoção de Moisés pela Princesa. Com a passagem do tempo, averiguou-se que Moisés não eraum menino ordinário. Veio a ter duas mães: sua mãe natural, que foi quem 0 criou, e sua mãe adotiva, aprincesa egípcia, que o adotou oficialmente como seu próprio filho. É lindo quando uma criança temduas mães, pois há tantas crianças que não têm ao menos uma. O trecho de Atos 7.22 conta queMoisés foi educado nas escolas do Egito, tendo absorvido toda a sabedoria dos egípcios. Filo nos dáuma informação similar. Moisés recebeu uma educação de primeira classe como parte de suapreparação para a missão que lhe competi- ria realizar. Finalmente, depois de quarenta anos, Moisésrepudiou a sua herança egípcia, porquanto, em sua vida, já havia ultrapassado aquele estágiopreparatório (Heb. 11.24,25). Mas durante os primeiros quarenta anos, tal educação lhe era necessária,tendo-lhe sido útil para o resto de seus dias, embora ele não quisesse viver como egípcio.Filo dizia que a princesa egípcia era uma mulher casada, mas sem filhos, e que corrigiu essa falha danatureza ao adotar a Moisés (De Vita Mosis, c. 1 par. 604 e 605). Artafanos ajunta a isso que o maridoda princesa era homem revestido de grande autoridade no Egito, que governava o Egito na região queficava ao norte de Mênfis (Apud Euseb. Praepar. Evan. 1.9 c. 27, par. 432).Sendo o menino já grande. Sem dúvida depois de desmamado. O menino cresceu de formaextraordinária, física e espiritualmente. Josefo via nessas palavras algo de extraordinário [Antiq. Jud. ii.9par. 6). Moisés era um vaso escolhido para uma elevada missão; e desde começo deu sinais disso.Esta lhe chamou Moisés. Mui provavelmente, esse nome vem do egípcio Mes, que significa “filho” ou“criança". A forma hebraica desse nome, com som semelhante, Mosheh, quer dizer “tirado”, umareferência ao modo como foi tirado do Nilo, talvez também prevendo a “retirada" para fora do Egito,quando o êxodo tivesse lugar.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag.309.

Êx 2. 10. Moisés, mõseh, seria o particípio ativo do verbo hebraico mãsâh, “ tirar, retirar” . Umavocalização diferente nos daria o particípio passivo, “ retirado” , mas não há necessidade de forçar essesignificado. Como ocorre frequentemente no Velho Testamento, este nome não é um exercício filológicoperfeito, mas um trocadilho baseado numa assonância.Possivelmente a filha de Faraó escolheu o nome egípcio que aparece na segunda metade de nomescomo Tutmoses, Amoses e muitas outras formas semelhantes. É impossível saber se o nome “ Moisés”era considerado uma abreviatura de alguma forma mais longa, mas isso não tem importância. A Bíblia,além de indicar que o nome de Moisés é capaz de sustentar tal trocadilho (que para o israelita era ricoem significado espiritual), sugere que o nome foi escolhido deliberadamente por causa destacapacidade. Nada há de impossível aqui; dialetos semitas ocidentais eram amplamente entendidos, emesmo falados, na área do delta. Uma patroa egípcia podia muito bem entender e usar a língua de seusempregados para dar suas ordens, como as “ mensahib” do Império Britânico em dias mais recentes.

R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 56-57.Moisés é honrado como filho da filha de Faraó (v.10). Parece que os seus pais não tinham em vistaapenas a necessidade, ao cuidarem dele para a filha do Faraó, mas estavam muito felizes pela honrafeita, desse modo, ao seu filho. Porque os sorrisos do mundo são tentações mais fortes do que as suascaras fechadas, e mais difíceis de resistir. A tradição dos judeus diz que a filha de Faraó não tinhafilhos, e que era a filha única de seu pai, de forma que quando ele foi adotado como seu filho, passou ater direito à coroa. Embora seja certo que ele estivesse destinado a desfrutar tudo o que a corte tivessede melhor no momento devido, neste ínterim Moisés teve a vantagem de receber a melhor educação e omelhor desenvolvimento que a corte poderia oferecer. Este preparo, aliado a uma grande capacidadepessoal, fez com que Moisés se tornasse mestre em todo o conhecimento legítimo dos egípcios, Atos7.22. Observe: 1. A Providência às vezes se alegra ao levantar os pobres do pó para colocá-los entre ospríncipes, Salmos 113.7,8. Muitos que, por seu nascimento, parecem marcados para a obscuridade e apobreza, através de eventos surpreendentes da Providência são trazidos para se sentarem naextremidade superior do mundo. Assim os homens passam a saber que o Céu governa todas as coisas.2. O precioso DEUS sempre conhece a maneira mais adequada para qualificar e preparar comantecedência aqueles que Ele nomeia para lhe prestai1 grandes serviços. Moisés, sendo educado emuma corte, é o homem mais adequado para ser um príncipe e rei em Jesurum. Tendo recebido a suaeducação em uma corte instruída (pois assim era a corte egípcia naquela época), Moisés era o homemmais capacitado para ser um historiador. E pelo fato de ter sido educado na corte egípcia, Moisés é ohomem mais adequado para ser empregado, em nome de DEUS, como um embaixador para esta corte.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD.pag. 228.2. O preparo de Moisés (Êx 3.9,10).

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DEUS escolhe pessoas capacitadas para fazer a sua obra? Com certeza. Não há referências na Palavrade DEUS que indiquem que Ele despreza talentos pessoais ou a experiência adquirida por seus servos.Saulo era versado em três línguas diferentes, e as utilizou para falar de JESUS em suas viagensmissionárias. Mateus era um cobrador de impostos, e utilizou seus conhecimentos para escrever seuEvangelho. Davi era um combatente, mas também era um poeta que compôs diversos cânticos deadoração ao Senhor. Daniel era um profeta, mas também era um estadista. Portanto, entenda queDEUS utiliza nossos recursos em prol do seu Reino.DEUS capacita pessoas para a sua obra? Com certeza. Ninguém pode dizer que está totalmente prontopara dar passos definitivos na caminhada com DEUS. Elias, o tisbita, ressuscitou um menino morto,mas para isso teve de passar uma temporada no anonimato em Querite, sendo mantido por corvos, edepois que o ribeiro secou, foi direcionado por DEUS para ficar uma temporada sendo mantido por umaviúva pobre em Sarepta, uma localidade de Sidom, terra natal de Jezabel. Ele foi capacitado por DEUSpara os desafios que enfrentaria. O mesmo se deu com Moisés: sua formação no Egito e o tempo nodeserto, pastoreando as ovelhas de seu sogro, fizeram dele o homem escolhido por DEUS para umaobra sem igual. Como cristãos, somos desafiados a usar nossos talentos pessoais em prol do Reino deDEUS, e isso inclui buscar uma formação sólida e coerente.Há uma frase que circula em adesivos de carros que diz: “DEUS não chama os capacitados, mascapacita os escolhidos”. É uma frase estranha, ao menos em minha ótica, pois DEUS não costumadesprezar a nossa experiência de vida, como se nada em nossa existência prestasse. DEUS pode usarqualquer pessoa em sua obra, mas ao longo do texto bíblico Ele chama pessoas capacitadas, ainda quelimitadamente, para servi-lo. Na prática, DEUS utiliza nossos dons, estudos e demais recursos queadquirimos ao longo da vida para serem utilizados em prol do seu Reino. Portanto, quanto mais recursosobtemos ao longo da vida, mais eles poderão ser usados no serviço do Mestre. E é nossa função estarcapacitados dentro de nossas forças para prestar o melhor ao Senhor. Em sua sabedoria, Elecomplementará o que nos falta.DEUS sempre tem um objetivo quando chama um de seus servos para que exerça alguma função ouministério e tem sua forma própria de preparar seus escolhidos, como aconteceu com Moisés. Naprática, nunca estaremos sempre prontos para atender à voz de DEUS. Sempre faltará alguma atitudeda qual só teremos ciência quando estivermos no meio da jornada. Ainda assim, em sua paciência,DEUS nos pede que andemos confiando nEle, e não que acumulemos a bagagem de conhecimento eexperiência antes para depois decidir que vamos obedecer.Quando foi chamado por DEUS, Moisés estava apascentando as ovelhas de seu sogro. Após terpassado quarenta anos no Egito como membro da corte de Faraó, tendo recebido uma educação própriade sua classe social, Moisés foge do Egito por ter matado um egípcio. Ele passou a próxima temporadade quarenta anos auxiliando seu sogro a cuidar de ovelhas em uma região desértica, onde aprendeu oscaminhos do deserto, a forma como sobreviver nele, os tipos de animais existentes na região e questõesrelacionadas ao clima. Eram questões simples para quem tivera uma educação de ponta no Egito, masfoi dessa forma que DEUS preparou Moisés. A sabedoria dos egípcios ele já possuía. Ele precisavaagora aprender como viver fora da corte egípcia e a depender de DEUS em uma jornada que durariaanos.Dwight L. Moody comentou sabiamente que “Moisés passou seus primeiros quarenta anos pensando queera alguém. Os segundos quarenta anos, passou aprendendo que era um ninguém! Os últimos quarentaanos ele os passou descobrindo o que DEUS pode fazer com um ninguém” (citado por Charles Swindoll).

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida.Editora CPAD. pag. 13-15.

Êx 3. 10. Eu te enviarei. Davies aponta esta passagem como a comissão apostólica de Moisés. Não hácontradição entre o envio de Moisés e a intenção declarada de DEUS de realizar pessoalmente a obra,DEUS normalmente trabalha através da obediência voluntária de Seus servos, realizando Sua vontade.CRISTO pode ter tido esta passagem em mente quando deu uma comissão apostólica semelhante aSeus discípulos (João 20:21).

R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 65.O plano divino (3.7-10). DEUS se envolveu na situação difícil do seu povo. Ele disse: Tenho vistoatentamente, tenho ouvido e conheci (7). Pode ter esperado muitos anos, mas sabia o tempo todo.Estas palavras garantem que DEUS ouve atentamente os clamores de tristeza e conhece os apuroshumanos.DEUS sempre está agindo no mundo, “porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17.28).Interfere na história em ocasiões especiais para se revelar e realizar sua vontade. Ele disse a Moisésque desceu para livrar seu povo do Egito (8). Havia um lugar preparado para eles numa terra boa, larga eque mana leite e mel. Esta descrição não significa que Canaã era mais fértil que o Egito, mas que erauma terra boa, frutífera e suficientemente espaçosa para Israel. Tratava-se de uma terra identificadapelos nomes dos povos cuja iniqüidade estava cheia, tendo de renunciar a terra a favor dos escolhidos

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de DEUS (Gn 15.16-21).19 Embora DEUS pudesse ter livrado Israel diretamente por uma palavra,preferiu fazer sua obra por seu servo. Disse DEUS a Moisés: Eu te enviarei a Faraó (10). Este homem,outrora autodesignado libertador, tinha de ir à presença do orgulhoso rei e tirar Israel do Egito sob adireção de DEUS.Identificamos “O Envolvimento de DEUS com o seu Povo” em cinco declarações: 1) Tenho vistoatentamente, 7; 2) Tenho ouvido, 7; 3) Conheci, 7; 4) Desci, 8; 5) Eu te enviarei, 10.

Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 146.Moisés passou os primeiros quarenta anos de sua vida (At 7:23) trabalhando para o governo egípcio.(Alguns estudiosos acreditam que ele estava sendo preparado para tornar-se Faraó.) O Egito parece olugar menos provável para DEUS começar a treinar um líder, mas os caminhos do Senhor não são osnossos caminhos. Ao capacitar Moisés para seu serviço, DEUS usou várias abordagens.Educação. "E Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em palavras e obras"(At 7:22). O que fazia parte dessa educação? Os egípcios eram uma civilização extremamentedesenvolvida para sua época, especialmente nas áreas de engenharia, matemática e astronomia.Graças a seus conhecimentos de astronomia, desenvolveram um calendário de precisão extraordinária, eseus engenheiros planejaram e supervisionaram a construção de estruturas que existem até hoje. Seussacerdotes e médicos eram mestres na arte de embalsamar, e seus líderes possuíam grandecompetência em organização e administração. Aqueles que visitam o Egito hoje em dia inevitavelmentese impressionam com as realizações desse povo da Antiguidade. O servo de DEUS deve aprender tudoo que puder, dedicar esse conhecimento a DEUS e servi-lo fielmente.

WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 236.3. A fuga de Moisés (Êx 2.11-22).

Êx 2.12 Matou o egípcio. Isso seguia 0 princípio de “vida por vida” (Êxo. 21.23), uma espécie de defesaem favor da vida, embora o texto não diga que o egípcio estava prestes a tirar a vida do israelita. Moisésexagerou, não havendo como desculpar o crime. Uma de minhas fontes informativas fala em uma“ultrajante” combinação de precipitação e prudência. Moisés agiu por sua própria autoridade, mostrandouma audácia singular. Mas a coragem audaciosa, por si só, não é uma virtude. O diabo é audaz;resolveu enfrentar o próprio DEUS. Mas isso não faz dele um ser justo.Conta-se como David Livingstone se sentiu revoltado diante do tratamento brutal dado aos escravos emum mercado árabe de escravos. Muitos homicídios sem base estavam sendo cometidos contra osescravos, sem motivos suficientes. E Livingstone confessou que sua primeira reação foi “atirar nosassassinos com sua pistola” (Encyclopaedia Brittanica, em seu artigo sobre Livingstone). Mas avingança vem do Senhor, e não deve provir de algum indivíduo. A lei promove a vingança divina; e avindicação que não ocorre, a vontade de DEUS cuida disso, afinal. Não há erro que não venha a sercorrigido. Ver Rom. 13.1 ss. e 12.19. A violência parece inevitável, pelo menos em algumas ocasiões,mas ela sempre envolve um erro. Muitos pais castigam seus filhos tomados por uma ira violenta,usualmente por causa de alguma inconveniência trivial que sofreram.“Os comentadores judeus geralmente apreciavam o ato [de Moisés], ou mesmo elogiavam-no como umaação patriótica e heroica. Mas sem dúvida foi um feito precipitado, efetuado em um espíritoindisciplinado” (Ellicott, in loc.).Êx 2.13 Provocação. Moisés ocultara as evidências de seu crime; mas a questão não terminou com oegípcio sepultado na areia. No dia seguinte, Moisés tentou interromper uma briga entre dois hebreus.Mas acabou sabendo, da parte de um dos antagonistas, que seu ato homicida tinha sido visto e, semdúvida, discutido entre os observadores. Isso significava que, em breve, a história inteira seriadescoberta, e Moisés passaria a ser caçado pela justiça do Faraó. Talvez o hebreu tencionasse matarao outro; mas afinal isso foi o que Moisés tinha feito. Ver II Sam. 14.6. A desintegração social epsicológica havia tomado conta do escravizado povo de Israel, e eles estavam abusando uns dos outros.O espírito de Moisés, pois, vexava-se diante do que via entre sua própria gente. Seu coração estavasendo preparado, mas um longo tempo seria necessário até tornar-se o instrumento devido do poder deDEUS. Ver Atos 7.26 quanto ao paralelo neotestamentário deste versículo.Êx 2.14 O autor sacro segredava aqui que não chegara ainda o tempo de Moisés receber autoridade. Osisraelitas ainda não estavam preparados; o próprio Moisés também não estava preparado. Moisés era umpríncipe no Egito, por ser filho adotivo da filha do Faraó, e seu pai adotivo sem dúvida era tambémhomem de grande autoridade (vs. 10). Para os hebreus, porém, ele nada significava. Não lhe cabiadecidir quem estava com a razão e quem estava errado, ainda que, posteriormente, ele se tivessetornado o grande legislador a quem todo o povo de Israel devia obediência. No Antigo Testamento, ajustiça (no hebraico, mishpat! não era um conhecimento positivo nem um princípio metafísico, como sedá com a filosofia ética. Era a lei imposta pelo DEUS vivo. Os atos potencialmente altruístas de Moisés,sua preocupação com os oprimidos, não foram bem acolhidos, e isso deve ter parecido difícil para ojovem Moisés (então com quarenta anos de idade). Uma lição que devemos aprender de início é não

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esperar aplausos. A maioria das pessoas teme as verdades recém-descobertas que ameaçam osdogmas tradicionais.O Erro Fatal de Moisés. Moisés tinha aplicado a violência; tinha assassinado; tinha perdido 0 respeitodos outros. Agora seria preciso muito tempo para ele vencer essa situação.Êx 2.15 Moisés fugiu da presença de Faraó. Este estaria agora ouvindo a notícia ou em breve a ouviria,de que Moisés matara a um egípcio. E então mandaria executar Moisés. Nisso consistia o maior temorde Moisés. E assim Moisés fugiu para seu exílio de quarenta anos, na terra de Midiã, o segundo grandeciclo de sua vida. Ver o vs. 11. Ele começara a tornar-se uma figura ameaçadora, intervindo onde nãodevia, agitando o povo. Alguns intérpretes veem neste texto um esforço abortado de emancipação. Maso autor sacro apresenta 0 episódio como um simples passo na preparação divina do caminho de Seuservo. Este precisava internar-se no deserto por quarenta anos. Tudo isso fazia parte de sua preparação.Terra de Midiã. Moisés fugiu na direção sudeste, afastando-se de onde vivia talvez quatrocentosquilômetros. Midiã tinha sido um dos filhos de Abraão e Quetura (Gên. 25.1-6). Assim, os midianitaseram parentes distantes de Moisés, uma tribo árabe que vivia na região ao sul do Sinai e na porçãonoroeste da Arábia. Esse deserto diferia muito da favorecida região de Gósen, no Egito, que era ondeestava 0 grosso da população israelita. Ver Gên. 45.10. Os midianitas eram seminômades. Seu centroficava às margens do golfo de Ácaba. O local tradicional do monte Sinai ficava naquela região, Osnabateus, mui provavelmente, foram os sucessores dos midianitas na região, tendo sido os queedificaram a famosa cidade de Petra (ver a respeito no Dicionário).Junto a um poço. Local muito valorizado em uma terra ressequida. Ver no Dicionário os artigosintitulados Poço e Cisterna. Moisés armou sua tenda nas imediações. Havia perdido sua exaltadaposição de filho da filha do Faraó, e agora era tão sem importância quanto antes era importante.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag.310.

Êx 2:11-15. Rejeição e fuga de Moisés. 11. Sendo Moisés já homem. Atos 7:23 afirma que Moisés tinhaquarenta anos na época. Exodo afirma somente que ele tinha oitenta anos quando se apresentou peranteFaraó (7:7) e que passara muitos dias em Midiã (2:23). É possível que quarenta anos seja representativode uma geração, que para o mundo ocidental é um espaço de trinta anos. Atos 7:22 está absolutamentecorreto ao afirmar que “ Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios” , uma vez que fora criadocom outros príncipes. Este era o outro lado da preparação divina. Com as possíveis exceções deSalomão, Daniel e Neemias, nenhum outro personagem do Velho Testamento recebeu treinamentosemelhante (cfDn 1:4). Os códigos de direito da época provavelmente faziam parte de tal treinamento. OCódigo de Hamurábi, por exemplo, era amplamente estudado e comentado por escribas egípcios, demodo que Moisés possivelmente o conhecia bem.E viu seus labores penosos. Esta frase significa mais do que simplesmente ver. Significa “ ver comemoção” , quer com satisfação (Gn 9:16) ou, como aqui, com tristeza (Gn 21:16). Moisés partilhava dasemoções do coração de DEUS. DEUS também via o que os egípcios estavam fazendo aos israelitas eestava prestes a intervir (3:7,8). Não era o impulso de Moisés em salvar a Israel que estava errado, masa ação em que ele se empenhou. Espancava, “ matou” (12) e “ mataste” (13) são três formas diferentesdo mesmo verbo hebraico. Isso dá à narrativa uma continuidade que não é possível reproduzir emportuguês. Comunica também a impressão de “ olho por olho, dente por dente” (21:24). Talvez o egípciofosse um dos odiados feitores de obras; e, se hebreu tem mesmo o significado amplo sugerido acima,então a frase um do seu povo é uma restrição necessária, para indicar um verdadeiro israelita. Êx 2.12.E o escondeu na areia. Eis aqui um toque de colorido local. Não havia areia na maior parte de uma terrarochosa como Israel, e seria muito mais difícil ocultar um cadáver na Palestina do que no Egito.Êx 2.13. E disse ao culpado. Temos aqui um termo jurídico. Compare a descrição que Faraó faz de simesmo, como sendo culpado (ARC “ injusto” ) enquanto DEUS é chamado “justo” (9:27). Simplespercepção psicológica foi o que fez o culpado rejeitar Moisés, em termos que o próprio Faraó pode terusado mais tarde (5:2). Sem dúvida, o outro hebreu, o inocente, aceitou alegremente a ajuda de Moisés,tal como os publicanos e pecadores receberam a CRISTO com alegria séculos depois (Mt 9:10).Êx 2.15. A terra de Midiâ. A localização é bastante incerta, mas sem dúvida ficava além das fronteirasdo Egito, para o leste. Algumas partes da Península do Sinai, ou da Arabá (a região do sul do MarMorto), ou ainda a parte da Arábia a leste do Golfo de Aqaba são localizações possíveis. Nos dias dePtolomeu, a terra de “ Modiana” ficava localizada ao leste do golfo. Se, como em Gênesis 37:25, osmidianitas viajavam extensamente, quer por razões comerciais ou pastoris (3:1) ou ainda bélicas (Jz6:1), todas essas regiões poderiam ser cobertas. Pelo fato de, mais tarde, os israelitas terem se tornadoinimigos mortais dos midianitas, é inadmissível que a tradição da peregrinação de Moisés por Midiãtenha sido inventada. É possível que “ ismaelitas” (Gn 37:25) e “ queneus” (Jz 4:11) fossem nomestribais usados em Midiã. Por outro lado, Juízes 8:24 pode sustentar o ponto de vista de que o termo “ismaelita” era bem mais amplo que “ midianita” ; o mais provável, porém, é que os termos eram usadosde maneira bem livre. Junto a um poço. Onde quer que houvesse um poço no deserto, lá haveria uma

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povoação; e para os que lá viviam, aquele seria sempre “ o poço” . O poço de aldeia era o lugar naturalonde encontrar o estranho ou visitante. Encontros semelhantes foram narrados em Gênesis 29:10 (Jacó)e João 4:6,7 (JESUS); nos três casos, oferece-se ajuda (quer material quer espiritual) a quem é indefesoe incapacitado, um retrato daquilo que DEUS mesmo irá fazer.Êx 2:16-22. Moisés em Midiã. 16. O sacerdote de Midiã. Alguns estudiosos buscam apoio nesta frasepara a chamada “hipótese quenita” , que presume que a religião mosaica se originou na de Midiã, e nosogro de Moisés em particular. Os midianitas, por tradição, pertenciam à mesma árvore genealógica deIsrael, com raízes em Abraão (Gn 17:20) e é altamente improvável que Moisés tivesse aprendido comeles algo que já não conhecesse da “ lei comum” dos semitas ocidentais. Além disso, o relato bíblicodeixa bem claro que a nova revelação foi entregue a Moisés no “ monte de DEUS” (3:1) e que seu sogrosó a aceitou posteriormente, quando a viu validada pelos acontecimentos (18:11). Sete filhas.Novamente o número ideal ou sagrado; pode bem ter sido usado literalmente neste caso. As mulheresárabes (nunca os homens) ainda apanham água nos poços em Israel e na Jordânia, enquanto osrebanhos são normalmente vigiados por meninos e meninas.Êx 2.18. Reuel. Talvez signifique “ amigo de DEUS” ou “ pastor de DEUS” , este último um significadomuito apropriado numa sociedade pastoril. Um significado menos provável seria “ DEUS é pastor/amigo”. Assim como há dúvidas quanto à localização de Midiâ e até mesmo do Monte Sinai, há tambémdúvidas quanto ao nome exato do sogro de Moisés. O nome Reuel é uma forma de boas possibilidades,e em Gênesis 36:4 aparece como um nome edomita. Em 3:1 o mesmo homem é chamado de Jetro, aforma nominativa de um nome árabe relativamente comum. Em Números 10:29 aparece um Hobabe, ofilho de Reuel de Midiã: o texto não deixa claro qual dos dois é o sogro de Moisés. Hobabe é um simplesnome semita e Juízes 4:11 certamente descreve Hobabe como o sogro de Moisés. Isso significa que,ou várias tradições sobreviveram quanto â identidade do sogro de Moisés, ou então ele tinha pelo menosdois nomes. Evidentemente não há problemas em supor que ele tivesse dois (ou mais) nomes, já quenomes duplos são conhecidos de fontes da Arábia Meridional. Em tais casos o editor bíblico às vezesespecifica ambos os nomes, como em “ Jerubaal (que é Gideão)” (Jz 7:1): às vezes porém, os dois sãousados independentemente no espaço de uns poucos versos (Jz 8:29). O assunto não tem importânciateológica e é melhor presumir que o nome significava tão pouco para Israel que tal incerteza erapossível. A tradição, contudo, é unânime em afirmar que Moisés se casou com a filha de um sacerdotesemita da região desértica oriental, e lá viveu por período consideravelmente longo.ÊX 2. 21. Zípora. Pode ser traduzido como “ canora”, ou menos polidamente, “ pipilante” ; é o nome deuma pequena ave da região. Compare com os nomes igualmente simples de Raquel (ovelha) e Léa)(novilha) em Gênesis 29.Êx 2. 22. Gérson. Este nome contém um trocadilho por assonância, pois foi traduzido como se fosse aexpressão hebraica gêr sãm, “ um peregrino ali” . Filologicamente, é provavelmente um antigo nomederivado do verbo gãras, com o significado de “ expulsão” ; o sentido geral é, assim, aproximadamente omesmo. Como é freqüente no Velho Testamento, a observação é mais um comentário sobre osignificado do nome do que uma tradução exata (cf 2:10). Consultar Hyatt quanto à sugestão de queGérson é o ancestral do clã levita de Gérson “ Gersan” (Nm 3:21-26), com a mudança da últimaconsoante.

R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 57-59.As ações prematuras de Moisés (2.11-15). As injustiças que os israelitas sofriam deram a Moisés umsenso de missão. Quando tinha idade para agir por conta própria, examinou pessoalmente a carga queseus irmãos suportavam. Quando viu que um varão egípcio feria a um varão hebreu (11), seu desejo deajudar o povo veio à tona.Percebeu que tinha razão em punir o malfeitor, ainda que soubesse que tal ação seria perigosa. Feriu aoegípcio (12), matando-o, depois de se certificar de que ninguém estava olhando. Moisés não tinhaautoridade do Egito para corrigir estes males, e DEUS ainda não o comissionara. Agindo por contaprópria, entrou em dificuldades.No dia seguinte, quando tentou resolver uma diferença entre dois hebreus, Moisés ficou sabendo que oassassinato do egípcio fora descoberto (14). Também ficou sabendo que havia injustiça entre seusirmãos. O povo que não apoiava o homem que queria ajudá-lo ainda não estava preparado para ter umlibertador. E um autodesignado maioral (ou “príncipe”, ARA) e juiz também não estava preparado paraser o libertador. Moisés teve de esperar o tempo de DEUS para receber mais instruções de umaAutoridade superior. O rei logo tomou conhecimento do que Moisés fizera, mas antes de Faraó agir,Moisés fugiu para a terra de Midiã 15 onde quarenta anos depois (At 7.30) seria comissionado.c) Moisés em Midiã (2.16-25). Os midianitas eram descendentes de Quetura e Abraão (Gn 25.1-4).Habitavam pelas redondezas do monte Sinai, na península do Sinai a leste do Egito, do outro lado domar Vermelho. Esta montanha também era conhecida por “Horebe” (3.1).13 O sacerdote de Midiã (16)chamava-se Reuel (18), que significa “amigo de DEUS”.14 Em outros pontos do texto, é conhecido porJetro (e.g., 3.1; 4.12). Tinha sete filhas que apascentavam as ovelhas do pai, mas que passavam maus

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momentos com os pastores que maltratavam as moças. Moisés, sempre pronto a ajudar os desvalidos,levantou-se para socorrê-las. O texto não fala como conseguiu lidar sozinho com o grupo de pastores,mas conseguiu mantê-los afastados enquanto as moças davam de beber ao rebanho (17). Emconseqüência desta bondade, Moisés achou uma casa e uma esposa (21). Aqui se tornou pai doprimeiro filho em terra estranha (22). O nome Gérson “não sugere apenas ‘estranho’, mas indica exílio,banimento”. Durante o tempo da permanência de Moisés em Midiã, o povo oprimido no Egito sentiu maisintensamente o peso esmagador da escravidão (23). Os líderes do Egito tinham recorrido à servidãocruel para manter os hebreus em sujeição, descontinuando a política de matar os recém-nascidos dosexo masculino.Mas DEUS estava cuidando dos seus. Ele ouviu o gemido do povo e se lembrou do concerto (24). DEUSadiou a libertação de Israel até que Moisés e Israel estivessem prontos. Moisés precisava dasdisciplinas do deserto, e o desejo de Israel por liberdade precisava aumentar. A escravidão continuadano Egito uniu o povo de Israel no desejo por liberdade e na fé de que só DEUS podia livrá-lo. DEUS ouveos clamores do seu povo, mas espera até “a plenitude do tempo” para dar a vitória. Conheceu-os DEUS(25) significa “DEUS se preocupava com eles” (VBB).

Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 144-145.Fracasso (w. 11-14). Apesar de algumas pessoas se confundirem com a etnia de Moisés (v. 19), elesabia que era hebreu, não egípcio, e não podia evitar identificar-se com o sofrimento de seu povo. Certodia, tomou a corajosa decisão de ajudá-los, mesmo que isso significasse perder sua posição de nobrecomo filho adotivo da princesa (Hb 11:24-26). Os prazeres e tesouros do Egito desvaneceram quandoele se viu ajudando a libertar o povo escolhido de DEUS.É possível que o oficial egípcio não estivesse apenas disciplinando o escravo hebreu, mas espancando-o com a intenção de mata-lo, pois é isso que pode significar a palavra hebraica usada nesse caso.Assim, quando Moisés interferiu, provavelmente estava salvando a vida de um homem. E se o egípciovoltou-se contra Moisés, o que deve ter acontecido, então Moisés também estava defendendo a própriavida.Contudo, se o plano de Moisés era libertar os hebreus matando os egípcios um por um, estava prestes ater uma surpresa. No dia seguinte, descobriu que os egípcios eram apenas parte do problema, pois oshebreus não conseguiam nem chegar a um entendimento entre si! Quando tentou reconciliar os doishebreus, eles rejeitaram sua ajuda! Além disso, Moisés também ficou sabendo que seu segredo haviasido revelado e que o Faraó estava atrás dele para matá-lo. A única coisa que lhe restava fazer era fugir.Esses dois episódios revelam Moisés como um homem compassivo e de motivações sinceras, mas aomesmo tempo impetuoso em suas atitudes. Sabendo disso, é de se admirar que, mais tarde, ele tenhasido considerado "mais [manso] do que todos os homens que havia sobre a terra" (Nm 12:3).Moisés deve ter ficado desolado com sua tentativa fracassada de ajudar a libertar os hebreus. Por isso,DEUS o levou a Midiã e fez dele um pastor de ovelhas durante quarenta anos. Ele precisava aprenderque o livramento viria das mãos de DEUS e não das mãos de Moisés (At 7:25; Êx 13:3).Solidão e serviço humilde (w. 15-25). Moisés tornou-se um fugitivo e escondeu-se na terra dosmidianitas, parentes dos hebreus (Gn 25:2). Agindo de acordo com sua natureza corajosa, ajudou asfilhas de Reuel, o sacerdote de Midiã (Êx 2:18). Com isso, recebeu a hospitalidade daquele lar, casou-secom Zípora, uma das filhas de Reuel, e esta lhe deu um filho.11 Posteriormente, Zípora teve outro filhoao qual deu o nome de Eliezer (Êx 18:1-4; 1 Cr 23:15). Reuel ("amigo de DEUS") também era conhecidocomo Jetro (Êx 3:1; 18:12, 27), mas é possível que Jetro ("excelência") fosse seu título como sacerdotee não seu nome.12 O homem "poderoso em palavras e obras" encontrava-se, agora, em pastossolitários cuidando de ovelhas obstinadas, mas era justamente esse tipo de preparo que precisava paraliderar uma nação de pessoas obstinadas. Israel era o rebanho especial de DEUS (Sl 100:3), e Moisés,o pastor escolhido pelo Senhor. Assim como nos treze anos que José viveu como escravo no Egito ecomo o intervalo de três anos na vida de Paulo, depois de sua conversão (Gl 1:16, 1 7), os quarentaanos de espera e de trabalho de Moisés preparam-no para toda uma vida de ministério fiel. DEUS nãoenvia seus servos imediatamente, mas capacita-os para sua obra.Quando há demora, não se trata de desinteresse de DEUS, pois ele ouve nossos gemidos, vê nossaslutas, sente nossas tristezas e lembra-se de sua aliança. Cumprirá o que prometeu, pois jamais quebrasua aliança com seu povo. Quando chega a hora certa, DEUS põe-se imediatamente a trabalhar.

WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 236-237."E aconteceu naqueles dias que, sendo Moisés já grande, saiu a seus irmãos e atentou nas suascargas; e viu que um varão egípcio feria a um varão hebreu, de seus irmãos. E olhou a uma e a outrabanda, e, vendo que ninguém ali havia, feriu ao egípcio e escondeu-o na areia" versículos (11-12).Moisés mostra aqui zelo por seus irmãos "mas não com entendimento" (Rm 10:2). Ainda não chegara otempo determinado por DEUS para julgar o Egito e libertar Israel, e o servo inteligente deve aguardarsempre o tempo de DEUS. Moisés era "já grande" e "instruído em toda a ciência dos egípcios"; e, alémdisso, "cuidava que seus irmãos entenderiam que DEUS lhes havia de dar liberdade pela sua mão" (At

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7:25). Tudo isto era verdade, todavia, ele correu, evidentemente, antes de tempo, e quando alguémprocede assim o resultado é o fracasso (1).E não só o fracasso como também manifesta incerteza, falta de serena devoção e santa independênciano progresso de um trabalho começado antes do tempo determinado por DEUS. Moisés olhou a uma coutra banda." Não há necessidade disto quando se age com e para DEUS e na plena compreensão dosSeus pensamentos quanto aos pormenores da Sua obra. Se o tempo determinado por DEUS tivesserealmente chegado, e se Moisés sentisse que havia sido incumbido de executar a sentença de DEUSsobre o egípcio, se sentisse ainda a presença divina consigo, não teria olhado "a uma e outra banda."A Morte do Egípcio, um Ato Impensado e PrematuroEste ato de Moisés encerra uma lição profundamente prática para todos os servos de DEUS. Duascircunstâncias se ligam com ela, a saber: o receio da ira do homem e a esperança do favor humano. Oservo do DEUS vivo não deve atentar numa nem outra. Que importa a ira ou o favoritismo dum pobremortal àquele que está investido da incumbência divina e que goza da presença de DEUS?-Para um talservo estas coisas têm menos importância que o pó dos pratos duma balança. "Não o mandei eu!-Esforça-te e tem bom ânimo; não pasmes, nem te espantes, porque o SENHOR, teu DEUS, é contigo,por onde quer que andares" (Js 1:9). "Tu, pois, cinge os teus lombos, e levanta-te, e dize-lhes tudoquanto eu te mandar-, não desanimes diante deles, porque eu farei com que não temas na suapresença. Porque eis que te ponho hoje por cidade forte, e por coluna de ferro, e por muros de bronze,contra toda a terra; e contra os reis de Judá, e contra os seus príncipes, e contra os seus sacerdotes, econtra o povo da terra. E pelejarão contra ti, mas não prevalecerão contra ti; porque eu sou contigo, diz oSENHOR, para te livrar" (Jr 1:17-19).Colocado assim sobre este terreno elevado, o servo de CRISTO não olha a uma e outra banda, masatua de acordo com o conselho da sabedoria celestial: "Os teus olhos olhem direitos e as tuaspálpebras olhem diretamente diante de ti" (Pv 4:25). A sabedoria divina faz-nos sempre olhar para cimae para a frente. Sempre que olhamos em redor para evitar o olhar desdenhoso de um mortal ou paramerecer o seu sorriso, podemos estar certos que há qualquer coisa que está mal; estamos fora doterreno próprio de serviço divino. Falta-nos a certeza de termos a incumbência divina e de sentirmos apresença do Senhor, ambas as coisas tão essenciais.É verdade que há muitos que, por ignorância profunda ou excessiva confiança em si próprios, entrampara uma esfera de serviço para a qual DEUS nunca os destinou e para a qual, portanto, os nãopreparou. E não só o fazem como aparentam uma frieza de ânimo e uma confiança em si própriosperfeitamente espantosas para aqueles que podem formar um conceito imparcial dos seus dons e dosseus méritos. Contudo essas aparências depressa cedem à realidade, e não podem modificar em nada oprincípio que nada pode impedir realmente o homem de olhar "a uma e outra banda" senão a convicçãoíntima de ter recebido uma missão de DEUS e de desfrutar a Sua presença. Quando possuímos estascoisas somos inteiramente livres das influências humanas e estamos independentes dos homens.Ninguém está em tão boas condições de servir os homens como aquele que é independente deles;contudo, aquele que conhece o seu verdadeiro lugar pode baixar-se e lavar os pés dos seus irmãos.Quando desviamos o olhar do homem e o fixamos sobre o único Servo verdadeiro e perfeito, não oencontramos "olhando a uma e outra banda", pelo simples motivo que nunca procurou agradar aoshomens mas a DEUS. Não temia a ira do homem nem cortejava o seu favor. Os Seus lábios nunca seabriram para provocar os aplausos dos homens, nem jamais os fechou para evitar as suas críticas. Porisso, o que dizia e fazia tinha uma santa estabilidade e elevação. JESUS é o único de quem se pôdedizer com verdade, "cujas folhas não caem e tudo quando fizer prosperará" (Sl 1:3). Em tudo que faziaprosperava, porque fazia todas as coisas para DEUS. Cada ação, cada palavra, cada movimento, cadaolhar, cada pensamento era como um belo cacho de frutos enviados ao alto para refrescar o coração deDEUS. Jamais receou pelos resultados da Sua obra, porquanto sempre trabalhou com e para DEUS nacompreensão plena da sua vontade. A Sua própria vontade, posto que fosse divinamente perfeita, nuncase confundiu com o que, como homem, fazia sobre a terra, e assim podia dizer: "Porque eu desci docéu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou" (Jo 6:38). Por isso, deu "oseu fruto na estação própria" (Sl 1:3), e fez sempre o que agradava ao Pai (Jo 8:29), e, portanto, nadateve que temer, nem necessidade de arrependimento nem de "olhar a uma e a outra banda".

C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé. ELABORADO: Pb Alessandro Silva. BIBLIOGRAFIA SUGERIDACOHEN, Armando Chaves. Êxodo, i 1.ed, Rio de Janeiro: CPAD, 1998. j HAMILTON, Victor P. Manual do ;Pentateuco. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.SAIBA MAIS - Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 5 7, p.36.

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Questionário da Lição 1 - O Livro de Êxodo e o Cativeiro de Israel no EgitoResponda conforme a revista da CPAD do 1º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultosTema: Uma Jornada de Fé - A Formação do povo de Israel e sua herança espiritualComplete os espaços vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as falsas Texto Áureo1- Complete:“E José fez __jurar__ os filhos de Israel, dizendo: Certamente, vos __visitará__ DEUS, e fareis transportar osmeus __ossos__ daqui” (Gn 50.25). Verdade Prática2- Complete:Os __propósitos__ de DEUS são __imutáveis__ e se __cumprirão__ no tempo determinado por Ele. I - O LIVRO DE ÊXODO3- Qual o significado da palavra Êxodo e qual o propósito do livro de Êxodo?( ) O vocábulo êxodo significa saída.( ) O livro de Êxodo foi escrito por Moisés e, segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, foi “escrito para quetivéssemos um registro permanente dos atos históricos e redentores de DEUS, pelos quais Israel foi liberto doEgito”.( ) Este livro figura a redenção.( ) Segundo o Dicionário Wycliffe, “o conceito de libertação da morte, da escravidão e da idolatria é encontradoao longo de todo o livro”.

4- Em que época foi escrito o livro de Êxodo?( ) O livro de Êxodo foi escrito entre 1450 e 1410 a.C. 5- Nesse livro vemos como os hebreus foram duramente afligidos por Faraó (Êx 1.14). Como escapar detão grande opressão?( ) Para os israelitas seria impossível.( ) Somente DEUS poderia resgatá-los.( ) Somente o Pai também poderia ter nos resgatado do pecado e do mundo.( ) CRISTO morreu na cruz para nos libertar do poder do pecado. Ele morreu em nosso lugar.

6- O que fez o povo hebreu, ao ser cruelmente oprimido pelos egípcios?( ) Nessa grande angústia clamou ao Senhor, e a Palavra de DEUS nos diz que ouviu o Senhor o gemido doseu povo (Êx 2.24).( ) Não desanime! O Senhor ouve suas súplicas e está atento às suas dores.( ) DEUS já estava providenciando um libertador para o seu povo.( ) Como nos ensina a Verdade Prática desta lição: “Os propósitos de DEUS são imutáveis e se cumprirão notempo determinado por Ele”. II - O NASCIMENTO DE MOISÉS7- Qual era a situação dos israelitas no Egito?( ) Eles “frutificaram, aumentaram muito, e multiplicaram-se.( ) Foram fortalecidos grandemente, e a terra se encheu deles.( ) Estas mesmas bênçãos DEUS tem hoje para a sua igreja. 8- O que significa as seguintes palavras do texto bíblico de Êxodo 1.7? Complete:a) Frutificaram, aumentaram muito, multiplicaram-se (At 9.31; Lc 14.22,23).Este foi um crescimento __vertiginoso__. Que DEUS nos faça crescer na igreja em quantidade e __qualidade__.b) “Fortalecidos grandemente”. Na esfera espiritual, uma igreja deve sempre fortalecer-se em __CRISTO__ (1 Pe5.10; Fp 4.13). Lembremo-nos sempre de que a nossa fonte suprema e abundante de poder é o __ESPÍRITO__ __SANTO__ (Ef 3.16; Zc 4.6).c) “A terra se encheu deles". A igreja precisa se encher não só em __determinado__ distrito, município, estado,região, país e continente, mas em todo o __mundo__ (Mc 16.15; At 1.8).

9- O que fez Faraó, preocupado com o crescimento dos hebreus? O que isso significa e qual o livramentode DEUS nessa ocasião?( ) Faraó deu uma ordem às parteiras no Egito para que todos os meninos israelitas recém-nascidos fossemmortos.

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( ) Porém, as parteiras eram tementes a DEUS e não mataram as crianças (Êx 1.17,21).( ) Faraó voltou à cena macabra, ordenando aos egípcios que todos os meninos dos hebreus fossem lançadosno rio Nilo (a fim de que se afogassem ou que fossem devorados por crocodilos) (Êx 1.22).( ) Isso mostra o quanto esse rei era cruel e maligno.( ) Atualmente esta atrocidade está generalizada.( ) Muitas crianças estão sendo mortas, vítimas do aborto.( ) É o infanticídio generalizado e legalizado pelas autoridades.( ) O bebê Moisés foi salvo da morte porque seus pais eram tementes a DEUS.( ) Precisamos de pais verdadeiramente cristãos para que possam zelar pela vida de seus filhos, como Moisésfoi preservado da morte.( ) Os pais de Moisés, pela fé em DEUS, descumpriram as ordens do rei e esconderam o bebê em casa (Hb11.23).( ) Por mais um milagre de DEUS, o nenê Moisés continuou sendo criado pela própria mãe (Êx 2.3-10).

10- Qual o exemplo, a ser seguido, dado pela mãe de Moisés (Êx 6.20)?( ) Joquebede aproveitou cada minuto que passou ao lado do seu filho para ensiná-lo acerca de DEUS, da suaPalavra, do seu povo, do pecado, das promessas divinas e da fé no Criador.( ) Sem dúvida, é um exemplo a ser seguido.

11- Qual milagre de DEUS foi operado através da Filha de Faraó (Êx 2.5,6)?( ) A filha de Faraó desceu para se banhar no rio Nilo e teve uma grande surpresa — havia ali um cesto comum bebê.( ) DEUS tocou no coração da filha de Faraó para que adotasse o menino hebreu.( ) Certamente a princesa sabia das ordens do seu pai contra os israelitas.( ) Operando o Senhor, quem impedirá? (Is 43.13).( ) DEUS, em sua bondade, usou a filha de Faraó para que encontrasse alguém, a fim de criar o bebê Moisés.( ) Tal pessoa foi justamente Joquebede, a mãe de Moisés (Êx 2.9).( ) Há uma recompensa para os pais piedosos e obedientes. 12- Você tem ensinado a Palavra de DEUS aos seus filhos? (pessoal)( ) Sim.( ) Não.( ) De vez em quando. III - O ZELO PRECIPITADO DE MOISÉS E SUA FUGA (Êx 2.11-22)13- Como Moisés é levado ao palácio (Êx 2.10) e qual a providência de DEUS em sua vida?( ) Apesar de ter sido adotado pela filha de Faraó, Moisés foi criado por sua mãe.( ) Não sabemos quanto tempo ele ficou na casa dos seus pais, porém, em determinado tempo o menino foilevado para o palácio.( ) DEUS cuidou de Moisés em cada etapa de sua vida.( ) Ele também tem cuidado de você.( ) Todos os acontecimentos em sua vida são parte do plano do Senhor.( ) Não desanime! Deve ter sido difícil para Moisés deixar a casa dos seus pais. Entretanto, no tempo certo, eleo fez.

14- Como foi o preparo de Moisés, no Egito (Êx 3.9,10), para a longa jornada conduzindo Israel no desertopara a terra de Canaã?( ) Moisés passou a juventude no palácio real.( ) Como filho de uma princesa egípcia, ele freqüentou as mais renomadas universidades egípcias, inclusive ade Om (At 7.22; Gn 41.45).( ) O Egito era então uma potência mundial.( ) Na educação superior egípcia se estudava descobertas arqueológicas, administração, arquitetura,matemática, astronomia, engenharia etc...( ) Esse conhecimento adquirido por Moisés, empregado com sabedoria, foi-lhe muito útil em sua missãoposterior de libertador, condutor, escritor e legislador na longa jornada conduzindo Israel no deserto para a terrade Canaã.( ) DEUS pode utilizar nossas habilidades adquiridas em benefício de sua obra.

15- Como foi a fuga de Moisés (Êx 2.11-22)?( ) Moisés foi criado como egípcio, porém, ele sabia que era hebreu.( ) Estava no Egito, mas não pertencia àquele lugar.

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30/12/13 Lição 1 - O Livro de Êxodo e o Cativeiro de Israel no Egito

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( ) Certo dia, ao ver um egípcio maltratando um israelita, Moisés tomou as dores do seu povo e resolveudefender um de seus irmãos.( ) Moisés acabou matando um homem e enterrando o corpo na areia.( ) Ele queria libertar seu povo pela força humana, mas a libertação viria pelo poder divino e sobrenatural, paraque ninguém dissesse: “Nós fizemos, nós conseguimos.”( ) Moisés, assim como os demais hebreus, precisava ver e saber que fora o Senhor que os libertara. ( ) DEUS nos libertou da escravidão do pecado. Somente Ele poderia quebrar o terrível jugo do pecado queestava sobre nós.( ) Não demorou muito para Faraó descobrir que Moisés matara um egípcio. Ele deveria ser preso e morto.Então, com medo, fugiu para Midiã (Êx 2.15). 16- O que aconteceu com Moisés em Midiã e o que isso pode significar?( ) Ali foi convidado para a casa de Jetro, um sacerdote.( ) Moisés casou-se com uma das filhas de Jetro e constituiu uma família, longe da casa dos seus pais e doseu povo.( ) Teve que ir para um lugar desconhecido e tornou-se um estrangeiro, mas tudo fazia parte do plano deDEUS.( ) Em Midiã, Moisés pôde comprovar o cuidado providente do Senhor por ele.( ) Talvez você tenha que ir também para um lugar distante, todavia, não tenha medo.( ) DEUS está com você. Pode ser parte do treinamento do Senhor em sua vida. CONCLUSÃO17- Complete:Ao estudar os __primeiros__ anos da vida de Moisés, vemos que o Senhor tem um __plano__ definido para cadafilho seu. É nosso dever obedecer a DEUS, mesmo com nossas __imperfeições__, assim como fez Moisés;conseguimos fazer isso pela poderosa __presença__ em nós, do ESPÍRITO SANTO, que DEUS dá àqueles quelhe __obedecem__ (At 5.32). RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm AJUDACPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE- http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htmBÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPADBíblia de estudo - Aplicação Pessoal.GARNER, Paulo . Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDACHAMPLIN, R.N. O Novo e o Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. (CPAD)STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPADO NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA – Edições Vida Nova – J. D. DouglasDicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, João Rea - CPAD.Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD.Teologia do Antigo Testamento - Walter C. Kaiser Jr. - Vida NovaJames, por Hendrickson Publishers - Edição Contemporânea, da Editora Vida, Traduzido pelo Rev. OswaldoRamos.ÊXODO Introdução e Comentário - Por R. Alan Cole, Ph. D. Menzies College, da Universidade Macquarie -Sociedade Religiosa Vida Nova - Associação Religiosa Editora Mundo CristãoC. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 236-237.Flávio Josefo. HISTÓRIA dos HEBREUS De Abraão à queda de Jerusalém. Editora CPAD.COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida.Editora CPAD. pag. 7-8.DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Êxodo. pag. 2.Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 141.MERRILL. Eugene H. Historia de Israel no Antigo Testamento. Editora CPAD. pag. 50-52, 54-56.http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/2013/12/1-licao-do-1-tri-2014-o-livro-de-exodo.htmlhttp://www.gospelbook.netwww.ebdweb.com.brhttp://www.escoladominical.nethttp://www.portalebd.org.br/