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1 A Questão Ambiental no Distrito Federal

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ENDEREÇOS PARA CONTATO:

SEBRAE/DF - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Distrito FederalSIA Trecho 3 Lote 1.580 - Cep 71200-030 Brasília - DFCall Center - Tel: (61) 3362-1700 - Fax: (61) 3234-3631

Internet: www.df.sebrae.com.br E-mail: [email protected]

Coordenação

Newton de Castro

Equipe Técnica

Ana Flávia Marquez Alcântara AlvesAntonio de Souza GorgônioCarmem Silvia Treuherz SalomãoCristiano de Souza CalistoJames Hilton Reeberg

Witer Campos Lima

2ª edição - 2006

3.000 exemplares

Projeto de Capa

CS Planejamento Ambiental

Editoração Eletrônica e Diagramação

CS Planejamento Ambiental

Impressão

A questão ambiental no Distrito Federal - Brasília : Sebrae/DF, 2006 162 p. : il

I. Sebrae-DF, 2006. II. gestão ambiental. III. meio ambiente. IV. Distrito Federal

CDU: 504:658(817.4)

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AGRADECIMENTOS

O Sebrae/DF agradece a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a produção

deste livro:

• Câmara Legislativa do Distrito Federal;

• Companhia de Limpeza e Ajardinamento de Brasília;

• Companhia de Polícia Florestal do Distrito Federal;

• Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal;

• Conselho de Meio Ambiente do Distrito Federal;

• Delegacia Especial do Meio Ambiente;

• Fundação Oscar Niemeyer;

• Fundação Pólo Ecológico de Brasília - Jardim Zoológico;

• Instituto Jardim Botânico de Brasília;

• Ministério do Meio Ambiente;

• Ministério Público do Distrito Federal;

• Secretaria de Estado de Administração de Parques e Unidades de Conservação do Distrito

Federal;

• Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos;

• Superintendência do Ibama no Distrito Federal.

.

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Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Distrito Federal -

Sebrae do Distrito Federal

Conselho Deliberativo

Agência de Desenvolvimento Econômico e Comércio Exterior - Adecex

Banco de Brasília S. A. - BRB

Banco do Brasil S. A. - BB

Caixa Econômica Federal - CEF

Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central - Codeplan

Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito Federal - Fape/DF

Federação das Associações e Indústrias do Distrito Federal - Faci/DF

Federação das Indústrias do Distrito Federal - Fibra

Federação do Comércio do Distrito Federal - Fecomércio

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae

Universidade de Brasília - UnB

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eralSUMÁRIO

1. O MEIO AMBIENTE DO DISTRITO FEDERAL - 111.1 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA - 111.2 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS - 11

1.2.1 Geologia - 121.2.1.1 Classificação das rochas - 151.2.1.2 Geologia do Distrito Federal - 151.2.1.3 Hidrogeologia do Distrito Federal - 17

1.2.2 Geomorfologia - 181.2.2.1 Geomorfologia do Distrito Federal - 21

1.2.3 Solos - 231.2.4 Hidrografia - 24

1.2.4.1 Bacias hidrográficas - 271.2.4.2 Lagoas naturais e lagos artificiais - 291.2.4.3 Águas Emendadas - 30

1.3 VEGETAÇÃO DO CERRADO - 301.3.1 Formações Florestais do Cerrado - 31

1.3.1.1 Mata de galeria - 321.3.1.2 Mata seca - 331.3.1.3 Cerradão - 34

1.3.2 Formações Savânicas - 341.3.2.1 Cerrado típico - 341.3.2.2 Cerrado ralo ou campo cerrado - 351.3.2.3 Campo sujo - 361.3.2.4 Campo limpo - 361.3.2.5 Campo rupestre - 36

1.3.3 Vegetação Associada à Presença de Água - 371.3.3.1 Campo de murundus - 371.3.3.2 Veredas - 381.3.3.3 Brejo - 38

1.4 FAUNA - 391.5 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO - 40

1.5.1 Unidade de Proteção Integral - 401.5.1.1 Estações ecológicas - 401.5.1.2 Reservas ecológicas - 421.5.1.3 Parques nacionais - 43

1.5.2 Unidade de Uso Sustentável - 431.5.2.1 Área de proteção ambiental - 441.5.2.2 Área de relevante interesse ecológico - 471.5.2.3 Floresta nacional - 491.5.2.4 Reserva particular do patrimônio natural - 49

1.5.3 Outras Unidades de Conservação - 501.6 BIODIVERSIDADE - 54

1.6.1 Aspectos da Biodiversidade do Cerrado - 54

2. QUESTÕES AMBIENTAIS DO DISTRITO FEDERAL - 572.1 ASPECTOS SOCIAIS E DEMOGRÁFICOS - 572.2 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO - 58

2.2.1 Adensamento Urbano - 582.2.2 Agricultura - 592.2.3 Parcelamentos Irregulares do Solo - 59

2.3 VULNERABILIDADES AMBIENTAIS - 602.4 RECURSOS FLORESTAIS - 60

3 AÇÕES AMBIENTAIS DOS ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS - 633.1 SEMARH - 63

3.1.1 Estrutura - 653.1.2 Atuação da Semarh - 65

3.1.2.1 Educação ambiental - 663.1.2.2 Plano de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais - 683.1.2.3 Monitoramento ambiental - 693.1.2.4 Licenciamento ambiental - 713.1.2.5 Fiscalização ambiental - 713.1.2.6 Unidades de conservação - 713.1.2.7 Programa Adote uma Nascente - 723.1.2.8 Gestão de Recursos hídricos - 72

3.1.3 Órgãos Vinculados - 733.1.3.1 Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal - Caesb - 73

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alSUMÁRIO

3.2 SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO DE PARQUES E UNIDADES DE CONSERVAÇÃO - COMPARQUES - 793.2.1 Jardim Botânico de Brasília - 80

3.2.1.1 Infra-estrutura básica para o visitante - 813.2.1.2 Principais linhas de atuação - 83

3.2.2 Fundação Pólo Ecológico de Brasília - Jardim Zoológico - 843.2.2.1 Principais linhas de atuação em Educação Ambiental - 863.2.2.2 Atividades internas - 87

3.3 SUPERINTENDÊNCIA DO IBAMA NO DISTRITO FEDERAL - 893.3.1 Unidades de Conservação - 90

3.3.1.1 Área de Proteção Ambiental do Planalto Central - APA do Planalto Central - 903.3.1.2 Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio Descoberto - APA do Descoberto - 913.3.1.3 Parque Nacional de Brasília - 913.3.1.4 Floresta Nacional de Brasília - FLONA de Brasília - 923.3.1.5 Reserva Biológica da Contagem - 93

3.3.2 Unidades de Conservação Federais sob Regime Especial de Administração - 943.3.3 Licenciamento - 943.3.4 Controle e Fiscalização - 953.3.5 Educação Ambiental - 953.3.6 Fauna - 973.3.7 Flora - 100

3.4 DELEGACIA ESPECIAL DO MEIO AMBIENTE - 1003.5 MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS - MPDFT - 1003.6 CONSELHO DE MEIO AMBIENTE - 1013.7 CONSELHO DE RECURSOS HÍDRICOS DO DF - 1033.8 POLÍCIA MILITAR AMBIENTAL - 1033.9 CÂMARA LEGISLATIVA - 1043.10 SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA, PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE MANANCIAIS DO DISTRITO FEDERAL -

SIV-ÁGUA - 1063.11 SERVIÇO DE CONSERVAÇÃO DE MONUMENTOS PÚBLICOS E LIMPEZA URBANA DO DF – BELACAP - 1083.12 AGÊNCIA REGULADORA DE ÁGUAS E SANEAMENTO DO DF - ADASA/DF - 1113.13 O SISTEMA SIV-SOLO - 115

4 AS QUESTÕES AMBIENTAIS E AS ORGANIZAÇÕES - 1174.1 LICENCIAMENTO AMBIENTAL - 118

4.1.1 Requisitos para o Licenciamento Ambiental - 1184.1.2 Prazos de Validade das Licenças - 119

4.2 TIPOS DE ESTUDOS AMBIENTAIS E SUAS FINALIDADES - 1194.2.1 EIA/RIMA e Outros Estudos Ambientais - 1204.2.2 Instrumentos Intermediários para a Avaliação de Impacto Ambiental - 1214.2.3 Outros Requisitos para o Licenciamento Ambiental - 121

4.3 AUDIÊNCIA PÚBLICA - 1214.4 ORGANIZAÇÕES NÃO-GOVERNAMENTAIS - 1224.5 LEGISLAÇÃO BÁSICA AMBIENTAL - 122

5 SEBRAE - 1275.1. OBJETIVOS - 1275.2 PRIORIDADES ESTRATÉGICAS - 1285.3 SEBRAE DO DISTRITO FEDERAL - 1285.4 O SEBRAE/DF E A GESTÃO AMBIENTAL - 129

6 MINA - MUSEU INTERNACIONAL DAS ÁGUAS - 135

7 OBJETIVOS DA AGENDA 21 BRASILEIRA - 137

8 CARTA DA TERRA - 139

9 CARTA DE A. GLAZIOU A LUIZ CRULS - 143

10 HINO DE BRASÍLIA - 147

11 METAS DO MILÊNIO - 149

12 APA DO PLANALTO CENTRAL - DECRETO DE CRIAÇÃO - 151

13 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA - 155

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APRESENTAÇÃO

Ao publicar a 2ª edição atualizada e ampliada desta obra, o Sebrae/DF espera, mais umavez, colaborar com os leitores que a prestigiaram em sua primeira edição e com outros quevierem a conhecê-la pela primeira vez.

Este livro procura levar aos leitores em geral - empresários e comunidade - informaçõesambientais pertinentes ao seu dia-a-dia. Localiza geograficamente o Distrito Federal e mostra,em detalhe, a estrutura física da geologia, da geomorfologia, do solo e da hidrografia. Ilustra acobertura vegetal do cerrado, com ênfase nas fitofisionomias do Distrito Federal, e discorre arespeito da fauna e da biodiversidade local.

Expressa preocupação com a conservação ambiental ao dar informações sobre uso eocupação do espaço geográfico e ao localizar, no território, as unidades de conservação e suasdiferentes modalidades de manejo.

Exemplifica o modo de ação e as atribuições dos órgãos responsáveis, direta ou indireta-mente, pela conservação ambiental do Distrito Federal. Lista os principais instrumentos legaisutilizados por essas organizações para a conservação do patrimônio natural, com ênfase nolicenciamento das atividades.

Destaca o papel do Sebrae no Distrito Federal e da Semarh - Secretaria de Meio Ambientee Recursos Hídricos, voltados para o desenvolvimento sustentável - requisito preconizado pelaAgenda 21 Brasileira e indispensável para a conservação ambiental e melhoria da qualidade devida da população.

Apresenta, por fim, os 21 objetivos da Agenda 21 Brasileira, os 27 princípios da Carta daTerra, a carta de A. Glaziou a Luiz Cruls, em alusão ao sítio onde se assenta a cidade de Brasília,e o Hino de Brasília.

O Sebrae do Distrito Federal, em parceria com o Governo do Distrito Federal, por meio daSemarh, coloca à disposição da pequena e microempresa este livro que visa nortear a atividadeempresarial segundo uma perspectiva moderna.

Conhecer a situação ambiental do Distrito Federal permitirá ao empresário brasilienseviabilizar seus investimentos e participar do processo de desenvolvimento sustentável do territó-rio onde atua.

Sebrae do Distrito Federal

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1 O MEIO AMBIENTE DO DISTRITO

FEDERAL

O Distrito Federal localiza-se no Centro-

Oeste do Brasil e tem como vizinhos o Estado

de Goiás - com o qual faz divisa ao sul, ao nor-

1.1 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA

O Distrito Federal ocupa, na região Cen-

tro-Oeste do Brasil, uma área de 5.789km2, na

qual estão inclusos 43km2 de águas internas,

na condição de lagos naturais e artificiais. É li-

mitado ao norte e ao sul pelos paralelos de 15º

Figura 1 - Jatobá germinando (Acervo Sebrae/DF)

te, a leste e a oeste

- e o Estado de Mi-

nas Gerais, a sudes-

te, numa faixa de

poucos quilômetros.

A totalidade do

seu espaço geográ-

fico está inserida no

ecossistema cerra-

do, que ocupa 22%

do território nacional e se caracteriza, de um

lado, pela diversidade, e de outro lado pela be-

leza cênica e vulnerabilidade, necessitando, as-

sim, de adequado plano de ocupação urbana e

rural e respectivo manejo.

A disponibilidade hídrica é modesta, pois

em sua área de 5.789km², limitada pelo rio Des-

coberto, a oeste, e pelo rio Preto, a leste, o

manancial interno de maior porte é o rio São

Bartolomeu, com cerca de 25m³/s de vazão.

Nesse contexto, é preocupante o quadro atual

de alteração da qualidade da água, ocasionada

pelo lançamento de esgotos tratados e in natura

(sem qualquer tratamento); pelo assoreamento

dos cursos d’água em função do uso inadequa-

do do solo; pelo uso indiscriminado de

agrotóxicos no meio rural e pela disposição ina-

dequada de resíduos sólidos.

30' e 16º 03’S, respec-

tivamente, e a leste e

a oeste pelos rios Pre-

to e Descoberto, nas

proximidades dos

meridianos de 47º25'

e 48º12' W.Gr., res-

pectivamente.

1.2 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS

O território do Distrito Federal apresenta

uma predominância de grandes superfícies pla-

nas a suavemente onduladas, conhecidas como

chapadas, situadas acima da cota de 1.000m

em relação ao nível do mar. A altitude média si-

tua-se em torno de 1.100m, e o ponto culmi-

nante, com 1.336m, fica a noroeste, no local

denominado Rodeador, na Chapada da Conta-

gem.

Sua área é constituída por cerca de 57%de terras altas, que se apresentam comodispersoras das drenagens que fluem para astrês mais importantes bacias fluviais do Brasil:Platina (rios São Bartolomeu e Descoberto), doTocantins/Araguaia (rio Maranhão) e do SãoFrancisco (rio Preto). Entre as bacias secun-dárias, destaca-se a do rio Paranoá, onde estásituado o lago artificial do Paranoá, criado

concomitantemente com a cidade de Brasília.

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Você sabe por que, em Brasília, um dosclubes sociais se chama Cota 1.000?

Porque está localizado às margens do lago

Paranoá, que tem sua lâmina d’água na cota

de 1.000m acima do nível do mar.

O clima, segundo a classificação de

Köppen, enquadra-se entre os tipos tropical de

savana e temperado chuvoso de inverno seco

e caracteriza-se por duas estações bem níti-

das: uma chuvosa e quente, de outubro a abril,

e outra, fria e seca, de maio a setembro. Os

meses mais chuvosos da região são novem-

bro, dezembro e janeiro, com uma precipita-ção média anual de 1.600mm. A temperatura

anual varia, em média, de 18 a 22ºC, sendo os

meses de setembro e outubro os mais quen-

tes, com médias superiores a 22ºC. Julho é o

mês mais frio, com temperaturas médias entre

16º e 18ºC. As temperaturas absolutas mínima

de até 2ºC e máxima de 33ºC são registradas,

respectivamente, no inverno e no início do ve-

rão. Em setembro, registram-se as médias

mais baixas de umidade relativa do ar.

Você sabe o que significa uma precipita-ção de chuva de 1.600mm?

Significa que a cada ano a quantidade de

chuva que cai no Distrito Federal dá para for-

mar em sua superfície uma coluna de água

de 1.600mm ou de 1,60m de altura.

1.2.1 Geologia

A estruturação atual da Terra é o resulta-

do de milhões de anos de atuação dos proces-

sos geológicos e geomorfológicos que, aliados

a outros fatores climáticos, propiciaram as con-

dições adequadas para a instalação da vida em

nosso planeta e para a evolução até a situação

atual.

O resfriamento da Terra permitiu a forma-

ção da crosta terrestre e a organização da at-

mosfera, o que, gradativamente, favoreceu a

uniformização da temperatura média no plane-

ta - por meio do efeito estufa - e permitiu a evo-

lução da vida.

A crosta incipiente estruturou-se em gran-

des placas tectônicas que, impulsionadas pela

movimentação do magma, por meio das cor-

rentes de convecção, se reuniram num grande

continente pré-histórico e posteriormente se

fragmentaram em diversas placas que migra-

ram ao longo dos milhões de anos até atingi-

rem a configuração atual. As figuras 2, 3 e 4

procuram mostrar as diferentes formas de

interação das placas tectônicas (oceânica e

continental), quando se separam ou se unem

(fonte: www.cpe.g12.br/placatectonica.ppp).

Quando as placas tectônicas se sepa-

ram, o magma preenche a abertura, o que au-

menta a crosta oceânica e, conseqüentemen-

te, o tamanho da placa. Toda essa movimenta-

ção permite a formação dos diferentes tipos de

rochas - ígneas, sedimentares e metamórfi-

cas -, altera a organização física do planeta e

interfere diretamente na diversidade biológica.

Você sabe o que é uma rocha?

Rocha é um agregado natural formado por

um ou mais minerais, podendo conter maté-

ria orgânica e/ou fósseis. É dotada de carac-

terísticas específicas, que variam em função

do ambiente de formação, de sua estrutura e

de sua composição mineralógica.

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E o que são minerais?

Minerais são substâncias naturais, sólidas,

homogêneas que apresentam composição

química definida e propriedades físicas es-

pecíficas, como: densidade, estrutura crista-

lina, hábito, dureza relativa, cor ou cores ca-

racterísticas, traço e clivagem.

Foi também essa

movimentação a grande

responsável pela estrutu-

ração do relevo terrestre

em cadeias de monta-

nhas, planícies, planaltos e

vales, com a ajuda dos

agentes de intemperismo;

pela formação dos solos e

pelo estabelecimento da

vegetação num processo

dinâmico. Por causa dela,

os pacotes rochosos do-

braram-se, fraturaram-se

e romperam-se em estru-

Figura 4 - Encontro entre placas oceânica e continental.

turas denominadas falhasgeológicas, moldando o

relevo terrestre, como

pode ser observado nas

figuras 5 e 6 (fonte: Série

Atlas Visuais, 1995).

O que são dobras e falhas?

Os movimentos das placas podem compri-mir, esticar ou quebrar os pacotes rochosos,de acordo com sua plasticidade - capacida-de de deformação - ou com sua rigidez - opo-sição à deformação. Rochas muito plásticas,como as argilas e os folhelhos, dobram-secom facilidade, enquanto rochas mais rígidas,como os quartzitos, fraturam-se mais, opon-

do-se aos dobramentos mais intensos.

Figura 3 - Encontro de placas tectônicas.

Figura 2 - Separação de placas oceânicas.

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Figura 6 - Exemplos de dobras.

Figura 7 - Exemplos de falhas.

Quando a compressão ou a tensão é muitoalta, superior à capacidade de resistência dopacote rochoso, ocorre o seu rompimento,formando fraturas e falhas (figura 6) que po-dem ser microscópicas ou até mesmoquilométricas.

Figura 5 - Encontro entre placas continentais.

Nas fraturas, há o rompimento do material semhaver o deslocamento relativo das partes.Quando há deslocamentos, formam-se as fa-lhas, que podem ser de diversos tipos, de acor-do com as tensões a que são submetidas ou

ao movimento ocorrido (figura 7).

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Em função do processo de formação e

do tempo de resfriamento, a rocha ígnea

apresenta granulação, composição mineraló-

gica e química diferenciada. Alguns exemplos

mais representativos de rochas ígneas: pedra-

pomes, riolitos, basaltos, granitos e gabros.

A rocha metamórfica origina-se da trans-

formação de outras rochas pela atuação de pro-

cessos geológicos diversos, que submetem as

rochas preexistentes a novas condições de tem-

peratura e pressão elevadas e/ou a fortes atri-

tos, às vezes com adição de água, de forma tal

que modificam sua composição mineralógica

original e sua estrutura. Exemplos típicos: már-

mores, xistos e gnaisses.

1.2.1.2 Geologia do Distrito Federal

Situado no meio da placa tectônica sul-

americana, o Distrito Federal apresenta gran-

de estabilidade, com ausência de terremotos e

de vulcanismo. Apesar dessa estabilidade regi-

onal, a presença de falhas e fraturas localiza-

das - juntamente com aspectos do solo e do

relevo - exige cuidados no momento de investir

em construções e grandes empreendimentos,

especialmente quando se escolhe o terreno e

se definem as fundações.

As rochas existentes no Distrito Federal

são muito antigas - com idades oscilando entre

700 milhões e 1.400 milhões de anos - e fazem

parte dos grupos Paranoá, Canastra, Bambuí

e Araxá, que representam cerca de 65%, 15%,

15% e 5%, respectivamente, de toda a área do

território.

rindo composição, textura e estruturas carac-

terísticas.

Essas características permitem a identi-

ficação de elementos importantes dos ambien-

tes de formação, como direção de correntes,

tipo e distância da fonte (que forneceu o mate-

rial componente da rocha), posição (se forma-

da em águas rasas ou profundas, por exem-

plo), entre outras informações importantes que

permitem a reconstituição da sua história geo-

lógica. Exemplos de rochas sedimentares:

arenitos, siltitos, argilitos, folhelhos, conglome-

rados e calcários.

A rocha ígnea é aquela formada pelo

resfriamento do magma - material fluido, pas-

toso, superaquecido, proveniente do manto (ca-

mada geológica da Terra disposta logo abaixo

da crosta continental) - ou pelo derretimento de

rochas da crosta, sobretudo nas bordas das

placas tectônicas. Pode ser extrusiva, quando

expelida para fora da crosta terrestre por meio

das erupções vulcânicas ou das fissuras (aber-

turas) existentes no assoalho oceânico; ou

intrusiva, quando o magma não chega à super-

fície, ficando retido em fraturas, falhas e

descontinuidades existentes nas rochas situa-

das acima do manto.

1.2.1.1 Classificação das rochas

Para compreender melhor a geologia do

Distrito Federal, é importante definir os termos

sedimentar, ígnea e metamórfica - classifica-

ção baseada na origem das rochas.

A rocha sedimentar é formada pelo des-

gaste de outras rochas, cujas partículas (de

tamanhos variados) são transportadas e depo-

sitadas, mecânica ou quimicamente, em leitos

de mares, rios, lagos, ou mesmo em ambien-

tes desérticos, onde são compactadas, adqui-

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mores, margas e dolomitos; além de anfibolitos,

metandesitos e metarriolitos - andesitos e

riolitos metamorfizados -, evidenciando seu

caráter de seqüência vulcano-sedimentar (ro-

chas vulcânicas associadas a sedimentos).

Alguns afloramentos dessas rochas po-

dem ser observados, por exemplo, após a ci-

dade de Samambaia, no sentido Brasília -

Goiânia.

Sobre as rochas desses grupos encon-

tra-se uma cobertura detrítica, caracterizada por

carapaças - canga laterítica - e por concreções

ferruginosas - cascalho laterítico. Essa cober-

tura é largamente utilizada na construção civil,

como base para estradas, e na realização de

aterros; podendo ser vista nas diversas

cascalheiras existentes no Distrito Federal,

como, por exemplo, às margens da Estrada

Estrutural no sentido SIA - Taguatinga, à direita,

logo após o Posto da Polícia Militar; da Estra-

da-Parque Núcleo Bandeirante (EPNB), próxi-

mo ao Riacho Fundo, onde foram localizadas

as Áreas de Desenvolvimento Econômico

(ADE) da Placa da Mercedes e de Águas Cla-

ras; ou, ainda, à margem direita da BR-060, logo

após a cidade de Samambaia, no sentido

Brasília - Goiânia.

Junto aos cursos d’água, em alguns lo-

cais, encontram-se os aluviões - depósitos de

argilas, areias e cascalhos, resultantes da de-

composição física das rochas existentes na

bacia desses cursos d’água. Esse material é

retirado por dragas, e é lavado e vendido em

casas de materiais de construção como cas-

calho de rio e areia lavada. A argila tem sido

utilizada na fabricação de tijolos, em olarias lo-

cais.

• Grupo Paranoá

Os principais tipos de rochas do grupo

Paranoá são: conglomerados, argilitos e siltitos

metamorfizados e dispostos em seqüências

rítmicas (alternância ritmada de camadas de

siltitos e de argilitos) denominadas metarriti-

mitos. Além delas, são encontradas ardósias,

quartzitos e calcários. Elas ocorrem na porção

centro-norte do Distrito Federal, onde se locali-

zam a maior parte das ocupações urbanas.

• Grupo Canastra

No grupo Canastra, as principais rochas

são: filitos, quartzitos e mármores. Essas ro-

chas podem ser observadas ao longo do vale

do rio São Bartolomeu, onde se situam grande

parte dos condomínios assentados na APA

(Área de Proteção Ambiental) do São

Bartolomeu e a cidade de São Sebastião; po-

dem ser encontradas, também, no vale do rio

Maranhão, na APA de Cafuringa.

• Grupo Bambuí

O grupo Bambuí encontra-se represen-

tado essencialmente por rochas metamórficas

derivadas de sedimentares (metassedimenta-

res), como conglomerados, metafolhelhos,

metassiltitos, margas e metarenitos.

Alguns afloramentos dessas rochas po-

dem ser observados, por exemplo, ao longo do

vale do rio Preto.

• Grupo Araxá

O grupo Araxá encontra-se representado

por quartzitos micáceos e micaxistos, apresen-

tando, localmente, gnaisses derivados de ro-

chas ígneas (paragnaisses) e lentes de már-

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1.2.1.3 Hidrogeologia do Distrito Federal

É muito importante falar sobre ahidrogeologia do Distrito Federal, ou seja, mos-trar como se comportam as águas no subsolo.

Devido à sua geologia - composta basi-camente por rochas metamórficas -, o DistritoFederal é dominado por aqüíferos fissurais,cobertos por manto de intemperismo com es-pessura e características hidrogeológicas vari-áveis. O sistema aqüífero poroso está restritoaos aluviões e/ou coluviões - com extensão li-mitada e com águas rasas e livres - e ao mantode cobertura, que apresenta aqüíferos contínu-os, livres e rasos e com extensão restrita oumesmo regional.

O sistema aqüífero fissural está distribu-ído e armazenado de forma irregular nas rochasmetamórficas impermeáveis e pouco porosas,de acordo com o sistema de fraturas/falhas,cavidades de dissolução e, em menor parte,noutros tipos de porosidade secundária, haven-do aqüíferos livres ou confinados, com exten-são lateral variável.

O que são aqüíferos?

São áreas do subsolo saturadas de água, quese acumula nos poros das rochas ou nassuas fissuras (fraturas e falhas).

Aquífero poroso - é aquele em que a água seencontra armazenada nos espaços entre osminerais constituintes das rochas: os poros.É típico das rochas sedimentares, que per-mitem o armazenamento de água nos espa-ços entre os grãos.

Aquífero fissural - é aquele em que a água éarmazenada nos espaços abertos pelas fra-turas e falhas dos pacotes rochosos.

Porosidade - Percentagem de interstíciosvazios ou preenchidos por fases líquidas e/ou gasosas com relação ao volume da ro-cha.

Permeabilidade - A propriedade de uma ro-cha, ou qualquer outro material, de permitir apassagem de água ou outro fluido, como pe-tróleo, em maior ou menor vazão por unida-

de de área.

A vazão dos aqüíferos porosos varia emfunção da porosidade e da permeabilidade dasrochas em que estão localizados. Quanto mai-or a porosidade da rocha e maior a suapermeabilidade, maior será a vazão. Pelo ladoinverso, quanto menores forem a porosidade ea permeabilidade, menor será a vazão.

As vezes uma rocha pode apresentar umaboa porosidade, o que lhe dá maior capacidadede armazenamento, mas não ter uma boapermeabilidade, o que dificulta a movimentaçãoda água e, conseqüentemente, prejudica a vazão.

Já a vazão dos aqüíferos fissurais estáassociada à densidade de fraturas e falhas nopacote rochoso, ao espaço aberto e à comuni-cação entre elas. Uma boa vazão, nesse caso,será obtida com a existência de grandes espa-ços nas fraturas e falhas do pacote rochoso -que permita a maior acumulação de água - as-sociada à grande comunicação entre elas - oque facilita o fluxo da água.

Existem também os aqüíferos cársticos- que se desenvolvem em zonas de dissoluçãode rochas de natureza carbonática (como ocalcário e o mármore) -, cujos valores de cál-cio, magnésio e pH (índice de acidez) são ele-vados, o que prejudica sua utilização no abas-tecimento doméstico.

É importante frisar que as águas subter-râneas no Distrito Federal, embora limitadas,são consideradas fonte estratégica para acomplementação do abastecimento público dascidades. Grande parte dos parcelamentos dosolo urbano - também conhecidos como con-domínios - existentes em seu território ainda éabastecida unicamente pelas águas subterrâ-

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As forças exógenas são aquelas cuja atu-ação desgastam os pacotes rochosos, trans-portando os detritos e depositando-os em ou-tros locais. São elas:

• o intemperismo, que é influenciado pelacomposição mineralógica das rochas, e suaorigem, e pelas estruturas geológicas que asmarcaram;

• os processos erosivos, que são as for-ças que exercem trabalho mecânico de des-truição das saliências ou reentrâncias do rele-vo, levando ao nivelamento da superfície. Po-dem ser:

. a erosão fluvial, provocada pelas águasdos córregos e rios;

. a erosão pluvial, provocada pela águada chuva;

. a erosão eólica, ocasionada pelos ven-tos;

. a erosão marinha, provocada pelas on-das em costões rochosos;

. a erosão glaciária, provocada pelas ge-leiras;

. a erosão acelerada, resultante da inter-venção humana no meio ambiente.

Você sabe o que é intemperismo?É a alteração física e/ou química das rochasquando expostas ao tempo, à ação do sol,das chuvas, dos ventos e das geleiras, en-tre outros fatores.

No intemperismo físico (figura 8), as rochassão quebradas pelo alívio de pressão, quan-do expostas na superfície; pela diferença detemperatura, que provoca a expansão e acontração dos minerais até seu rompimen-to; pela ação das raízes da vegetação queas recobre; ou mesmo pelo pisoteamento poranimais.

O intemperismo químico é resultante da açãoda água e de microorganismos diversos, quedecompõem os minerais e modificam a tex-tura e a estrutura original da rocha - como,por exemplo, a formação de cavernas peladissolução do calcário.

neas. Contudo, a exploração descuidada e ex-cessiva ameaça a integridade dos aqüíferos,aumentando sua suscetibilidade à contamina-ção - pela perfuração e exploração inadequa-das dos poços tubulares e pela disposição im-própria dos esgotos sanitários - e colocando emrisco a sua capacidade de recarga, já prejudi-cada pela impermeabilização do solo decorren-te das ocupações urbanas.

Além disso, a recarga dos aqüíferos é len-ta, pois depende da água da chuva que penetrao solo e migra lentamente para o seu interior.

A utilização desmesurada da água sub-terrânea também pode ocasionar o rebaixamen-to dos aqüíferos, o que prejudica o abasteci-mento público e as nascentes responsáveis pelarecarga dos cursos d´águas locais.

Assim, torna-se imprescindível controlarrigorosamente a perfuração de poços tubulares,de forma a usar racionalmente as águas sub-terrâneas sem prejudicar o balanço hídrico.

Poço tubular é a mesma coisa que poçoartesiano?

Não. Poço artesiano é aquele cuja pressão

interna faz jorrar água naturalmente, sem

necessidade de bombeamento.

1.2.2 Geomorfologia

As feições externas da Terra são o resul-tado da ação das forças endógenas (internas)e exógenas (externas).

As forças endógenas são aquelas resul-tantes do calor e das correntes de convecçãoexistentes no interior da Terra. Elas são respon-sáveis pela movimentação das placastectônicas, que criam as condições necessári-as para a formação das rochas e atuam forte-mente nos pacotes rochosos, gerando as es-truturas geológicas - como dobras, falhas e fra-turas - que, por sua vez, se refletem naestruturação do relevo.

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Em função da es-

trutura interna da crosta, o

relevo pode ser assim

classificado:

• Relevo tabular -

quando as rochas se

apresentam em camadas

horizontalizadas, condi-

cionando a formação de

planícies e planaltos que,

pela atuação da erosão,

geram estruturas com a

forma de mesas (figura 9).

Figura 8 - Exemplo de intemperismo físico.

Figura 10 - Relevo dobrado.

Figura 9 - Relevo tabular.• Relevo dobrado - quando o pacote ro-

choso se apresenta dobrado, interferindo na on-

dulação do relevo (figura 10).

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• Relevo falhado- quando o pacote ro-

choso apresenta falhas,

que se refletem na

estruturação do relevo e

dos cursos d’água. Es-

tes são retilíneos e se-

guem o padrão das fa-

lhas e fraturas (figura

11).

Em função da ação das forças exógenas,

o relevo pode receber diversas classificações,

que variam segundo os estudiosos da

Geomorfologia. Destaca-se, entre elas, a clás-

sica separação em planícies, planaltos e mon-

tanhas (figura 13).

Figura 11 - Relevo falhado.

• Relevo tectônico

- quando o pacote rocho-

so apresenta-se com es-

trutura tectônica comple-

xa, com dobras e falhas (fi-

gura 12).

Figura 12 - Relevo tectônico.

Figura 13 - Tipos de relevo.

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1.2.2.1 Geomorfologia do Distrito Federal

O Distrito Federal está situado na região

do Planalto Central do Brasil, com altitude - al-

tura em relação ao nível do mar - média acima

de 1.000m. O ponto culminante, com 1.336m,

localiza-se no Rodeador, na Chapada da Con-

tagem.

Segundo Novaes (1994), o Distrito Fe-

deral divide-se em três unidades

geomorfológicas:

As regiões dissecadas de vales, por fim,

recebem o nome de acordo com sua posição

relativa ao curso d’água onde se localizam: do

Curso Superior do rio Maranhão, do Alto Curso

do rio São Bartolomeu, do Curso Superior do

rio São Bartolomeu, do Alto Curso do rio Des-

coberto, do Curso Superior do rio Descoberto

e do Alto Curso do rio Alagado (figura 13).

• região de chapada;

• área de disseca-ção intermediária;

• região dissecada de

vales.

As chapadas rece-

bem o nome da região onde

se localizam: Chapada da

Contagem, Chapada de

Brasília, Chapada do

Pipiripau, Chapada do

Divisor São Bartolomeu-

Preto e Chapada do Divisor

Descoberto-Alagado.

Igualmente denominam-se as áreas de

dissecação intermediária: Área de Dissecação

Intermediária da Depressão do Paranoá e Área

de Dissecação Intermediária do Vale do rio Pre-

to.

O que é área de dissecação?

É aquela onde os processos erosivos provo-

cados pelas águas ocorreram de forma mais

acentuada, originando vales e morros situa-

dos entre as chapadas.

Figura 14 - Chapada da Contagem, com vista da bacia do rio Maranhão (Imagem Landsat).

As áreas de dissecação, as regiões

dissecadas de vales e as bordas das chapadas

são áreas onde os processos erosivos - co-

mandados principalmente pela ação das águas

- estão atuando fortemente, modelando o rele-

vo ao longo dos séculos.

Esse é um processo natural e lento; no

entanto, dependendo da atuação do homem,

pode ser acelerado, com sérias conseqüênci-

as materiais, financeiras e humanas - como os

deslizamentos de terra e a formação de sul-

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cos, ravinas e vossorocas (figura 15), o empo-

brecimento dos solos para a agricultura e o

aterramento de cursos d’água.

Por essa razão, áreas muito sensíveis,

como as bordas de chapadas e as encostas

com declividades muito acentuadas (acima de

45º) são consideradas pela legislação vigente

lita a recarga dos aqüíferos, sendo de grande

importância na manutenção de nascentes e

cursos d’água.

A ausência de sistema de drenagem ade-

quado para as águas da chuva, na cidade de

Ceilândia, por exemplo, provocou a formação

como Áreas de Preservação Permanente

(APP).

As chapadas, no entanto, são áreas mais

estáveis, cuja cobertura vegetal permite e faci-

numa única noite, em 1986, de uma grande

vossoroca, ao lado da QNP 22, com cerca de

1km de comprimento, 100m de largura e 20m

de profundidade (figura 16).

Figura 16 - Vossoroca em solo desnudo. Bacia do lago Paranoá, Distrito Federal (Foto: Gorgonio).

Figura 15 - Processos erosivos.

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1.2.3 Solos

O conceito de solo varia de acordo coma ciência que o estuda e com sua utilização:

• para a mineração, o solo, na maioria dasvezes, é o detrito que deve ser removido nomomento da exploração da rocha ou do mine-ral desejado;

• para a engenharia civil, é o suporte físi-co de estruturas;

• para a geologia, o material resultante dadesagregação de rochas;

• para a pedologia, o solo é um corpo na-tural, formado por camadas justapostas;

• para a edafologia, pode ser conceituadocomo um corpo natural, habitado por uma gamade seres vivos, que o transformam e dele se

utilizam;

• para a ecologia, o solo é um sistema

vivo, no qual partículas minerais e orgânicas

guardam estreitas relações de dependência

com a rica comunidade de organismos e raízes.

Independentemente do conceito a ser uti-lizado, o processo de formação é o mesmo eenvolve a atuação do intemperismo que, ao lon-go dos tempos, promove a degradação da ro-cha e a estruturação do solo com a participa-ção direta de plantas, animais e microorga-nismos (figura 17).

Esse processo de formação conduz à

conclusão de que a definição da Ecologia é a

mais adequada, pois percebe o solo como um

sistema complexo e em equilíbrio, que conta

com a participação direta da rocha que o com-

põe, das plantas e dos animais e microorga-

nismos que o povoam.

Segundo o Serviço Nacional de Levanta-

mento de Solos (Embrapa, 1978), o Distrito

Federal apresenta quatro classes de solos

mais importantes: Latossolo Vermelho-Escuro,

Latossolo Vermelho-Amarelo, Latossolo Ama-

relo, e Cambissolo, cuja representatividade

territorial é de 85,49%. Os latossolos represen-

tam 54,47% da área, enquanto os cambissolos

ocupam 31,02%.

Os demais tipos de solos são:Podzólicos, 4,09%; Brunizens Avermelhados,0,09%; Aluviais, 0,19%; HidromórficosIndiscriminados, 4,16%; e Areias Quartzosas,0,53%. O restante da área - 5,45% - está repre-sentado por superfície aquática e áreas urba-

nas.

O Latossolo Vermelho-Escuro é uma co-bertura bastante homogênea, profunda, comelevada permeabilidade, bem drenada, com tex-tura variando, em geral, de argilosa a argilo-are-

nosa.

1) ação dos raios solares na rocha; 2) contribuição das chuvas na desagregação da rocha; 3) ação da matéria orgânica e do pisoteio de animais; 4) açãodas plantas na rocha; 5) ação das raízes na formação do horizonte "B"; 6) ação das raízes na formação do horizonte "C".

Figura 17 - Processo de formação dos solos.

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É a tipologia mais predominante no Dis-

trito Federal; encontra-se associada intimamen-

te ao Latossolo Vermelho-Amarelo e ao

Cambissolo desenvolvidos a partir das seqüên-

cias metassedimentares existentes no territó-

rio.

O Latossolo Vermelho-Escuro desenvol-

ve-se em relevo que varia de plano a suave

ondulado, sob vegetação primária de cerrado e

de campo cerrado.

O Latossolo Vermelho-Amarelo também

é profundo e ocupa regiões de relevo pouco

movimentado, plano a suave ondulado, com

textura variando de arenosa a franco-argilosa

(muito teor de argila). Aquele desenvolvido so-

bre metassiltitos e margas dos grupos Paranoá,

Canastra e Bambuí apresenta texturas argilo-

arenosas e argilosas.

Em geral, tem alta porosidade, com ca-

racterísticas de areia média, variando de forte-

mente drenado a bem drenado.

O Latossolo Amarelo ocorre em pontos

restritos relacionados a pelitos do grupo Bambuí

e a filitos do grupo Canastra. Está localizado

próximo a cabeceiras de drenagens, também

é profundo, acentuadamente drenado e com alto

teor de argila.

A maior parte das áreas urbanas e agrí-

colas do Distrito Federal está associada aos

Latossolos, especialmente pelo fato de ocorre-

rem em áreas onde o relevo favorece o

parcelamento do solo e a mecanização agrícola.

O Cambissolo, por sua característica -

solo raso, pouco desenvolvido - é cascalhento,

muitas vezes rochoso, com textura de argilosa

a muito argilosa. É bem a moderadamente dre-

nado, facilmente confundido com o saprolito (ro-

cha decomposta). Ocupa áreas de relevo que

variam do suave ondulado ao movimentado.

O solo Podzólico é bastante heterogêneo,

argiloso, bem a moderadamente drenado e

ocorre quase sempre associado aos mármo-

res dos grupos Paranoá e Canastra.

Por fim, as areias quartzosas: são solos

pouco evoluídos, provenientes dos metassedi-

mentos quartzíticos do grupo Paranoá, que

apresentam textura de arenosa a franco-are-

nosa (muito arenosa). São constituídas essen-

cialmente por grãos de quartzo, muito porosos

e excessivamente drenados, e ocorrem próxi-

mo a bordas de chapadas.

1.2.4 Hidrografia

O sistema hidrográfico do Distrito Fe-

deral caracteriza-se por cursos d’água nos

quais os padrões típicos de drenagem de área

de planalto se caracterizam por desníveis e

vales encaixados. A área do Distrito Federal foi

dividida em três regiões hidrográficas: Paraná,

São Francisco e Tocantins/Araguaia. De acor-

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do com a Semarh, considerando-se a drena-

gem, calcula-se que, aproximadamente, 62,5%

da área do Distrito Federal contribuem para a

bacia do Paraná, compreendendo a região cen-

tro-oeste do DF; 24,2%, para a bacia do São

Francisco, abrangendo a região leste; e 13,3%,

para a bacia do Tocantins/Araguaia, compreen-

dendo a região noroeste.

O § 1º, incisos I a V, § 2º, incisos I a III, e

§ 3º do art. 284 da Lei Orgânica do Distrito Fe-

deral dispõem sobre a política dos recursos

hídricos. A Lei no. 2.725/01 institui a Política de

Recursos Hídricos do Distrito Federal e cria o

Sistema de Gerenciamento de Recursos

Hídricos do Distrito Federal (SGIRH).

Em 1994, a SEMARH, órgão distrital de

gerenciamento de recursos hídricos, elaborou

um mapa das Unidades Hidrográficas do Dis-

trito Federal levando em consideração a rela-

ção entre as características físicas e os recur-

sos hídricos, e os aspectos políticos e

socioeconômicos. A metodologia empregada

consistiu em três etapas distintas: na primeira,

procedeu-se a uma divisão do DF em três regi-

ões hidrográficas, baseando-se em três gran-

des bacias de referência: Paraná, São Francisco

e Tocantins/Araguaia; na segunda etapa, toman-

do como referência os principais rios das regi-

ões hidrográficas, subdividiu-as em sete baci-

as hidrográficas: São Bartolomeu, Lago

Paranoá, Descoberto, Maranhão, Preto,

Corumbá e São Marcos (figura 18). A terceira

etapa consistiu na divisão das bacias

hidrográficas em 36 unidades menores, para

efeito de planejamento e gerenciamento - as

Unidades Hidrográficas de Gerenciamento (qua-

dro 1).

Figura 18 - Mapa hidrográfico do Distrito Federal.

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Quadro 1 - Bacias hidrográficas do Distrito Federal

REGIÃO HIDROGRÁFICA BACIA HIDROGRÁFICA UNIDADE HIDROGRÁFICA

PIPIRIPAU

MESTRE D'ARMAS

SOBRADINHO

PARANOÁ

TABOCA

PAPUDA

CACHOEIRINHA

SANTANA

SAIA VELHA / MARIA PEREIRA

SANTA MARIA / TORTO

BANANAL

LAGO PARANOÁ

RIBEIRÃO DO GAMA

RIACHO FUNDO

LAGO DESCOBERTO

DOIS IRMÃOS

MELCHIOR / BELCHIOR

BURITI

ENGENHO DAS LAGES

ALAGADO / PONTE ALTA

SANTA MARIA

RIO SÃO MARCOS SAMAMBAIA

SANTA RITA

JACARÉ

SÃO JOSÉ

EXTREMA

BURITI VERMELHO

ALTO JARDIM

MÉDIO JARDIM

BAIXO JARDIM

CAPÃO DO LOBO

SÃO BERNARDO

VEREDA GRANDE

SONHÉM

PEDREIRA

PALMA

BACIA DO SÃO FRANCISCO

BACIA DO TOCANTINS / ARAGUAIA

BACIA DO PARANÁ

RIO SÃO BARTOLOMEU

LAGO PARANOÁ

RIO DESCOBERTO

RIO CORUMBÁ

RIO PRETO

RIO MARANHÃO

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1.2.4.1 Bacias hidrográficas

• Bacia do rio São Bartolomeu

A bacia do rio São Bartolomeu é a de

maior área no Distrito Federal. Nasce ao norte

do Distrito Federal e se estende no sentido nor-

te-sul, drenando todo o seu trecho central. Nes-

sa bacia está situada parte das regiões admi-

nistrativas de Sobradinho, Planaltina, São Se-

bastião e Santa Maria; no entanto, apenas os

núcleos urbanos de Sobradinho, Planaltina e

São Sebastião estão nos limites da bacia. A bacia

do rio São Bartolomeu limita-se com as seguin-

tes bacias hidrográficas: ao norte, com a do rio

Maranhão; a leste, com a do rio Preto; a sudes-

te, com a do rio São Marcos; a oeste, com a do

lago Paranoá, e a sudoeste, com a do rio

Corumbá.

A bacia do rio São Bartolomeu é aindasubdividida em três microbacias: Alto, Médio eBaixo São Bartolomeu, respectivamente nasporções norte, central e sul da bacia. O rio SãoBartolomeu é o principal curso d’água dessabacia: corta o Distrito Federal no sentido norte-sul e tem como afluentes de maior importânciao ribeirão Sobradinho, que banha a cidade domesmo nome, o ribeirão Mestre d’Armas, quebanha a cidade de Planaltina, e o rio Paranoá,

onde está situado o lago Paranoá.

• Bacia do lago Paranoá

A bacia do lago Paranoá está situada na

porção central do Distrito Federal e é uma das

bacias hidrográficas que apresenta um contin-

gente populacional mais expressivo: nela se

situam, quase que inteiramente, as Regiões

Administrativas de Águas Claras, Brasília,

Candangolândia, Cruzeiro, Guará, Guará II,

Lago Norte, Lago Sul, Núcleo Bandeirante, Park

Way, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, parte da

RA de Taguatinga e Varjão. Limita-se com as

seguintes bacias: ao norte, com a do rio

Maranhão; a leste e ao sul, com a do São

Bartolomeu; a sudoeste, com a do rio Corumbá;

e a oeste, com a do rio Descoberto.

Entre os principais cursos d’água dessa

bacia se destacam o riacho Fundo e os ribei-

rões do Gama, Bananal e Torto, que formam o

rio Paranoá, parcialmente submersos na cota

de 1.000m. À jusante da barragem foi

construída a Usina Hidrelétrica do Paranoá, que

abastece parcialmente Brasília com um poten-

cial gerador de 30 MW.

O lago Paranoá foi criado em 1961 com

a finalidade de amenizar as condições climáti-

cas da região, permitir a geração de energia

elétrica e propiciar opções de lazer à popula-

ção. Ocupa uma área de, aproximadamente,

38km2 e acumula um volume de, aproximada-

mente, 510 x 106m3. Além do lago Paranoá, foi

construída a barragem do córrego Santa Maria,

cujas águas represadas formam o lago Santa

Maria, situado na área urbana de Brasília, den-

tro do Parque Nacional de Brasília. Com uma

área aproximada de 6km2 e um volume total de

cerca de 58 x 106m3, a finalidade desse lago é

auxiliar no abastecimento d’água de Brasília.

• Bacia do rio Descoberto

A bacia do rio Descoberto, afluente do rio

Corumbá, pertence à bacia do rio Paraná. Está

localizada na porção ocidental do Distrito Fe-

deral, entre os paralelos 15 35’07'’ e 15 48’22'’

de latitude Sul, e entre os meridianos 48 02’03'’

e 48 16’33'’ de longitude Oeste. Juntamente com

a bacia do lago Paranoá, é uma das mais po-

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voadas dentro do DF, pois é nela que se situam

os núcleos urbanos de Taguatinga, Ceilândia e

Brazlândia e grande parte da cidade de Samam-

baia.

O rio Descoberto é a divisa do Distrito

Federal com o Estado de Goiás, e parte do es-

pelho d´água do lago do Descoberto pertence

ao Estado de Goiás. Em Goiás, a bacia do rio

Descoberto banha áreas dos municípios de Pa-

dre Bernardo, Águas Lindas e Santo Antônio do

Descoberto.

Também estão situadas na bacia parte

das Regiões Administrativas do Recanto das

Emas e do Gama. A bacia do rio Descoberto

limita-se com as seguintes bacias: ao norte,

com a do rio Maranhão; a leste com a do lago

Paranoá; a sudeste com a do rio Corumbá. O

rio Descoberto recebe este nome a partir da

junção do córrego Capão da Onça com o

córrego Barrocão, a montante do reservatório

formado na bacia, a uma cota de aproximada-

mente 1.250m. A partir da confluência, evolui

para o sul, formando a represa do Descoberto

na cota de 1.030m, próximo a Brazlândia (DF)

e Águas Lindas (GO). Passa por Santo Antônio

do Descoberto (cota em torno de 1.000m) e de-

semboca no rio Corumbá, na cota de 850m.

O relevo da bacia de drenagem do lago

Descoberto é constituído por formas suavemen-

te onduladas em cerca de 60%, com declividade

variando entre 0 e 10%. As áreas com

declividades compreendidas entre 10 e 20%

abrangem cerca de 19,5% do total, localizan-

do-se, principalmente, nas partes mais eleva-

das. Cerca de 12% da área têm declividades

entre 20 e 30%, e 4,5% apresentam declivi-

dades superiores a 30%. O relevo é bastante

acidentado na parte central da bacia e eviden-

ciado pela densidade de córregos e riachos.

A bacia do rio Descoberto é dividida emduas microbacias: alto e baixo Descoberto. Orio Descoberto é o principal curso d’água des-sa bacia, drenando o Distrito Federal no extre-mo oeste do território e dividindo-o com o esta-

do de Goiás.

• Bacia do rio Corumbá

A bacia do rio Corumbá localiza-se na

porção sudoeste do Distrito Federal e abriga as

cidades do Gama, Recanto das Emas, Santa

Maria e a porção sul da cidade de Samambaia.

Tem como limites as seguintes bacias: a noro-

este, a do rio Descoberto; a nordeste, a do lago

Paranoá; a leste, a do rio São Bartolomeu.

Essa bacia está subdividida em duas

microbacias: a do rio Alagado e a do rio Santa

Maria. O rio Alagado tem duas sub-bacias: a do

ribeirão Ponte Alta e a do ribeirão Alagado. En-

tre os principais cursos d’água da bacia desta-

cam-se os córregos Vargem da Bênção e

Monjolo, que banham a cidade de Recanto das

Emas e são afluentes do ribeirão Ponte Alta,

que drena a bacia no sentido norte-sul. Tam-

bém se destacam o ribeirão Alagado, que ba-

nha a cidade do Gama, e o ribeirão Santa Ma-

ria, que banha a cidade do mesmo nome.

• Bacia do rio São Marcos

Essa é a bacia hidrográfica de menor área

no Distrito Federal, localizando-se na porção su-

doeste. Nela não há assentamento urbano; li-

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mita-se apenas com a bacia do rio Preto, a nor-

deste, e com a do rio São Bartolomeu, a noro-

este. Os principais corpos d’água dessa bacia

são o córrego Samambaia e a lagoa dos Vea-

dos. Não existem subdivisões dessa bacia no

Distrito Federal.

• Bacia do rio Preto

O rio Preto compõe a bacia do rio

Paracatu, afluente da margem esquerda do rio

São Francisco, e é a divisa leste entre o Distri-

to Federal e os estados de Goiás e de Minas

Gerais. A bacia hidrográfica do rio Preto abran-

ge superfície de 1.782km², dos quais 1.313km²

estão no Distrito Federal (74%); o restante está

nos estados de Goiás e Minas Gerais.

A exploração econômica dessa bacia

ocorre inteiramente no Distrito Federal, sendo

quase que totalmente agrícola, com conseqüen-

te uso intenso dos recursos hídricos da área.

Na porção mineira da bacia, encontra-se

a Usina Hidrelétrica de Queimados, cuja região

alagada adentra uma pequena parte no extre-

mo sudeste do Distrito Federal.

• Bacia do rio Maranhão

A bacia do rio Maranhão localiza-se na

porção norte do Distrito Federal e apresenta

como limites, ao sul, as bacias do rio Desco-

berto, do rio São Bartolomeu e do lago Paranoá.

Nessa bacia estão situadas áreas das Regiões

Administrativas de Brazlândia, Sobradinho e

Planaltina e alguns parcelamentos. Os princi-

pais cursos d’água são os rios Maranhão, do

Sal, da Palma e das Salinas.

1.2.4.2 Lagoas naturais e lagos artificiais

Em 2006, nos limites do Distrito Federalhá apenas três lagoas: a lagoa Bonita, antigaMestre d’Armas, em Planaltina, a lagoa doJaburu, ao lado do Palácio do Jaburu, e a lagoado Bomsucesso, cortada pelos limites norte doDistrito Federal. Outras duas lagoas - a JoaquimMedeiros e a Carás -, próximas ao ColégioAgrícola, em Planaltina, perderam suaperenidade em conseqüência do uso eocupação inadequados do espaço das suasfontes de abastecimento.

Os lagos Santa Maria e Descoberto, for-mados, respectivamente, pelo represamento docórrego Santa Maria e do rio Descoberto, desti-nam-se ao abastecimento público e a outrosusos múltiplos. O lago de Santa Maria é abas-tecido pelos córregos Milho Cozido, VargemGrande, Barriguda e Ludovico, dentro do Par-que Nacional de Brasília, e o lago do Descober-to, pelos córregos Veredinha, Olaria, Rocinha eCapão Comprido, pelos ribeirões Rodeador edas Pedras e pelo córrego Coqueiro e peque-nos afluentes em sua margem direita, no esta-do de Goiás. As águas do lago do Descobertoabastecem cerca de 70% da população do Dis-

trito Federal.

O lago Paranoá foi formado pelobarramento do rio Paranoá. Os cursos d’águaque abastecem esse lago são: ribeirões Bana-nal e Torto, pelo setor norte, ribeirão Riacho Fun-do e ribeirão do Gama, pelo setor sul. Suadestinação é: aproveitamento hidrelétrico, lazere pesca amadora, recepção dos efluentes dasEstações de Tratamento de Esgoto (ETE) Nor-te e Sul de Brasília e de outras cidades ligadasao sistema de esgotamento sanitário.

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1.2.4.3 Águas Emendadas

O fenômeno peculiar das Águas Emen-dadas decorre do fato de os córregos Brejinhoe Vereda Grande terem a mesma nascente. Aságuas, ao aflorarem à superfície, em uma ve-reda de 6km de extensão, correm em direçõesopostas seguindo a inclinação do terreno, mui-to suave, para ambos os lados. As águas docórrego Brejinho dirigem-se para o rio SãoBartolomeu (bacia Platina), enquanto as docórrego Vereda Grande, para o rio Maranhão(bacia Tocantins / Araguaia).

Por sua importância, parte do ecossis-tema local foi instituída como Reserva Biológi-ca em 12 de agosto de 1968, e posteriormentetransformada na Estação Ecológica de ÁguasEmendadas. Com área de 5.000ha, essa uni-dade de conservação integra a Reserva daBiosfera do Cerrado - Fase I, reconhecida pelaUnesco em seu programa “O Homem e aBiosfera” - Man and Biosfhere (MAB).

1.3 VEGETAÇÃO DO CERRADO

O cerrado brasileiro ocupa uma superfí-

cie aproximada de 2.000.000 ha, e sua área cen-

tral localiza-se nos seguintes estados: Ceará,

Maranhão, Piauí, Bahia, Minas Gerais, São Pau-

lo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia,

Tocantins, Goiás e Distrito Federal. Ocorre tam-

bém, em áreas dispersas, nos estados do

Amapá, Roraima, Amazonas e Pará.

O ecossistema do cerrado brasileiro

constitui o segundo maior bioma do Brasil, de-

pois da Amazônia.

O que vem a ser um bioma?

É um ecossistema grande. Exemplo: Floresta

Amazônica; Cerrado; Caatinga; Mata Atlânti-

ca e Pantanal.

Apesar das restrições edáficas e hídricas

dos solos, poucas regiões do mundo, nas últi-

mas décadas, tiveram um crescimento econô-

mico como o ocorrido no Centro-Oeste brasi-

leiro, onde se localiza o cerrado. O espantoso

aumento da produção agrícola, do rebanho bo-

vino, da infra-estrutura, da atividade industrial e

da exploração do subsolo, além do forte cres-

cimento do contingente populacional, alteraram

radicalmente o perfil da região nos últimos 30

anos.

Figura 19 - Herbácea florida no Parque Nacional de Brasília (Foto: Gorgônio)

O crescimento rápido demais

e desordenado tem comprometido

a conservação da natureza: insta-

lou-se um processo permanente de

degradação ambiental e social que

chega a colocar em risco parte sig-

nificativa das riquezas da região, de

seus recursos naturais, do patrimô-

nio cultural e a própria continuidade

da atividade econômica.

A agropecuária, base da eco-

nomia, e os garimpos são os maio-

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res responsáveis pelos impactos negativos pro-

duzidos no meio ambiente: utiliza-se o solo

agricultável sem as técnicas adequadas de

manejo; exploram-se a flora e a fauna

indiscriminadamente; usam-se abusivamente

os agrotóxicos para a lavoura e o mercúrio para

extração do ouro, contribuindo para a contami-

nação do solo e das águas; destroem-se as ma-

tas de galerias; e o processo de erosão do solo

e o assoreamento dos rios e outros corpos

d’água diminuem suas vazões e prejudicam a

biota local. Essas são as ameaças que exi-

gem alternativas ecologicamente sustentáveis

para a conservação do cerrado.

O que é biota?

É o conjunto dos seres vivos de um dado

ecossistema.

O cerrado tem grande diversidade de cli-

ma, de solos e de composições biológicas (fi-

gura 19). Sua biodiversidade pode ser compa-

rada à amazônica. Foram catalogados no cer-

rado brasileiro 6.429 espécies de plantasvasculares. Em relação a essas espécies,

somente no Distrito Federal, com uma área de

578.900ha, representando menos de 0,3% do

cerrado brasileiro, foram catalogadas 2.094

espécies e subespécies, sem considerar o nú-

mero de espécies de plantas herbáceas.

O que são plantas vasculares?

São as que apresentam um sistema de va-

sos (formados por células condutoras) que

levam água e nutrientes da raiz para a copa

da planta, e alimento elaborado das folhas

para o resto da planta.

A composição florística dos diferentes ti-

pos de vegetação do cerrado é apenas parcial-

mente conhecida. Por exemplo, foram

identificadas cerca de 233 espécies de orquí-

deas e mais de 270 espécies de gramíneas,

somente no Distrito Federal. Muitas das espé-

cies vegetais que ocorrem nessa área são

vicariantes (ocorrem em mais de uma

fitofisionomia), tais como: pombeiro, aroeira,

buriti, peroba, carvoeiro, virola, marmeleiro,

tingui, pau-de-tucano, angico, copaíba, ipê,

gomeira, canela, faveiro, bacupari, frejó, pequi,

mutamba, embiruçu e várias outras.

O que é uma fitofisionomia?

É uma formação vegetal com características

próprias que permitem diferenciá-la de outras.

Por exemplo: a mata de galeria, o cerrado

típico e a vereda são fitofisionomias do cer-

rado.

A flora do Distrito Federal tem um poten-

cial econômico promissor: espécies forrageiras,

medicinais, alimentícias, corticeiras, taníferas,

melíferas, ornamentais e outras, fixadoras de

nitrogênio, são importantes sob o ponto de vis-

ta agronômico.

1.3.1 Formações Florestais do Cerrado

Segundo a metodologia de estudo das

formações vegetais mais fechadas para as

mais abertas, é possível identificar grande di-

versidade de fitofisionomias.

As formações florestais do cerrado - mata

de galeria, mata seca (calcária) e cerradão -

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estão assentadas em partes do relevo com

umidade suficiente para um amplo desenvolvi-

mento vegetativo. Em função principalmente da

profundidade do solo, essas formações apre-

sentam níveis diferentes de caducifolia. A mata

seca é decídua e ocorre sobre a rocha calcária.

A formação de cerradão é semidecídua e é a

de ocorrência mais comum; a mata de galeria,

sempre verde, se desenvolve sobre solos de

maior fertilidade, mais profundos e de melho-

res condições de umidade.

O que é caducifolia?

É o termo empregado para se dizer que as

plantas de certa formação vegetal apresen-

tam folhas caducas (em determinado perío-

do do ano, elas caem). Quando as folhas

caem total ou parcialmente, chamam-nas

decíduas ou semidecíduas, respectivamen-

te.

1.3.1.1 Mata de galeria

subtipos de mata de galeria: a inundável e a

não-inundável. Essa formação atinge porte

arbóreo de até 30m e permanece verde duran-

te o ano todo.

Mata de galeria é a mesma coisa que mata

ciliar?

Para o observador comum pode-se dizer que

é difícil separar mata de galeria de mata ciliar,

dependendo de onde se encontram. A mata

de galeria está posicionada nas áreas onde

os cursos d’água estão encaixados no rele-

vo (figura 20). A mata ciliar ladeia os cursos

d´água em áreas mais planas (figura 21).

A mata de galeria, em geral, é ladeada por

formações vegetais não-florestais e pode apre-

sentar uma transição brusca com as formações

de cerrado.

No Distrito Federal, a mata de galeria

pode ser facilmente observada no Parque Na-

cional de Brasília, onde se localizam as pisci-

nas da Água Mineral, no Jardim Botânico, no

Jardim Zoológico e ao longo dos cursos d’água

em geral.

É a formação

vegetal disposta ao

longo dos cursos

d’água e cabeceiras de

nascentes, na região

do cerrado. De acordo

com sua posição no

relevo, distribuída em

fundos de vales ou em

suas encostas, pode-

se identificar dois Figura 20 - Mata de Galeria encaixada no fundo do vale. Bacia do Rio São Bartolomeu, DistritoFederal (Foto: Gorgonio).

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1.3.1.2 Mata seca

A mata seca é uma formação vegetal que

não está associada a cursos d’água. Está as-

sentada em solos ricos em nutrientes, sobre-

posta, no Distrito Federal, a maciços calcários.

Uma característica importante dessa formação

vegetal é a caducifolia (perda total ou parcial

das folhas), no período seco.

No Distrito Federal, esse tipo de matapode ser visto na bacia hidrográfica do rioMaranhão - Área de Proteção Ambiental doCafuringa -, onde se localizam as fábricas decimento (figura 22).

Figura 21 - Mata Ciliar disposta ao longo do curso d´água, em relevo suave. Bacia do Rio Preto, Distrito Federal (Foto: Gorgonio).

Figura 22 - Mata Seca sobre solo calcário. Bacia do Rio Maranhão, Distrito Federal (Foto: Gorgônio).

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1.3.1.3 Cerradão

É uma formação florestal com caracte-rísticas de cerrado. Apresenta estrato arbóreoque chega a 15m de altura. Essa formação ve-getal contém espécies comuns à mata de ga-leria, à mata seca e ao cerrado típico (figura23).

No Distrito Federal, o cerradão pode ser

visto na entrada do Jardim Botânico e na sede

da Escola de Administração Fazendária (Esaf).

Dependendo de onde está localizado, o

cerradão pode estabelecer uma relação de con-

tinuidade com a mata de galeria. Nesse caso,

deve ser feito um levantamento florístico para

identificar as espécies vegetais dominantes,

cuja distinção visual só pode ser feita por espe-

cialistas.

e arbustiva distribuído sobre um estrato

graminoso, sem formação de dossel contínuo.

Essas formações podem variar de cerrado típi-

co a campo limpo, passando por um gradiente

de formas de cerrado assim identificado: cer-

rado típico, cerrado ralo ou campo cerrado, cam-

po sujo e campo limpo.

O que é dossel?

É a cobertura feita pelo encontro das copas

das árvores. Ocorre nas formações flores-

tais e determina o grau de sombreamento do

solo.

1.3.2.1 Cerrado típico

Essa formação vegetal se caracteriza por

apresentar um estrato arbóreo de até 8m de

altura, formado por árvores retorcidas, de cas-

Figura 23 - Cerradão na entrada do Jardim Botânico de Brasília

(Foto: Gorgonio).

1.3.2 Formações Savânicas

Além das formações florestais descritas

para a região do cerrado, existem as formações

savânicas, que são fisionomias vegetais em que

se distingue um estrato de vegetação arbórea

ca grossa, galhos tortuo-

sos e folhas espessas,

recobertas por elementos

impermeáveis que limitam

a perda de água por evapo-

ração. Juntam-se a essa

cobertura vegetal os arbus-

tos e o substrato herbáceo,

que dão ao cerrado comum

uma formação inconfundí-

vel com outras fisionomias

de cerrado.

Essa fisionomia que se destaca no bioma

Cerrado é reconhecida pelo leigo, que o difere,

visualmente, de outros biomas, como Floresta

Atlântica, Caatinga, Floresta Amazônica, Pan-

tanal e outros ecossistemas brasileiros.

O cerrado típico é a formação dominante

de cerrado e distribui-se, genericamente, em

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topos de chapadas e

nas encostas de relevo

suave. No Distrito Fede-

ral, encontra-se em

grandes extensões no

Parque Nacional de

Brasília, na Estação

Ecológica de Águas

Emendadas, no Jardim

Botânico, na Reserva

Ecológica do IBGE; pode

ser visto, também, no

lado direito da pista en-

e a Estação Ecológi-

ca do Jardim Botâni-

co, esse tipo de cer-

rado pode ser visto na

lateral esquerda da

estrada, entre o balão

do Torto e o balão do

Colorado, no sentido

Brasília-Sobradinho.

Figura 24 - Vista lateral de um cerrado típico. Bacia do Rio Paranoá (Foto: Gorgonio).

altura, bem espalhadas, com algumas espéci-

es atingindo, excepcionalmente, 10m. É comum

ocorrerem plantas herbáceas em grandes con-

centrações, com destaque para as gramíneas

(figura 25).

Em geral, os leigos confundem esse tipo

de cerrado com o cerrado típico alterado pelo

homem, quando se faz um desmate seletivo,

retirando as árvores maiores, geralmente para

uso como moirões ou lenha.

Além de se localizar nas unidades de con-

servação, como o Parque Nacional de Brasília

tre o balão do aeroporto e o Aeroporto Internaci-

onal Juscelino Kubitschek1. Pode ser observa-

do ainda no Parque Ecológico Norte, no lado

esquerdo da pista que vai da Água Mineral em

direção à Estação Rodoferroviária (figura 24).

1.3.2.2 Cerrado ralo ou campo cerrado

Forma intermediária de vegetação entre

o cerrado típico e o campo sujo, é formação

vegetal de grande ocorrência no Distrito Fe-

deral. Seu dossel atinge 10% de cobertura do

solo, com árvores de mais ou menos 3m de

Figura 25 - Campo Cerrado com predominância do vegetal canela de ema. Vista a partir do mirante

do Jardim Botânico de Brasília (Foto: Gorgonio).

1 Grande parte desta área de cerrado foi removida para dar lugar a nova pista do Aeroporto Internacional. É desta forma que o homem vai, aos poucos,substituindo a cobertura vegetal por obras de infra-estrutura.

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1.3.2.3 Campo sujo

Nessa formaçãode cerrado, a cobertu-ra do solo, feita por ar-bustos e subarbustos,é mínima, semprecom altura inferior a3m, em meio a densacamada graminosa deaté 1m. Os arbustos esubarbustos têm cau-les relativamente finose geralmente morrema cada ano, sendo continuamente renovadospor brotação da base lenhosa. Podem ser vis-tos, distribuídos esparsamente, alguns repre-sentantes arbóreos que se destacam na pai-sagem (figura 26).

Esse tipo de paisagem encontra-se naEstação Ecológica do Jardim Botânico e noParque Nacional de Brasília.

1.3.2.4 Campo limpo

Forma de vegetação predominantemen-

te herbácea, com raros arbustos e ausência

completa de árvores, com destaque para

gramíneas que medem entre 0,3m e 1m. Essa

Figura 26 - Campo sujo que pode ser visto no Jardim Botânico de Brasília (Foto: Gorgonio).

O campo limpo pode ser visto na Esta-

ção Ecológica do Jardim Botânico e no Parque

Nacional de Brasília. É comum distribuir-se em

áreas contíguas ao campo sujo.

1.3.2.5 Campo rupestre

Formações xerofíticas, de porte baixo,

estrato herbáceo-arbustivo e ocorrência even-

tual de arvoretas de até 2m. Desenvolvem-se

em solos litólicos (rochosos) ou nas frestas dos

afloramentos rochosos em altitudes mais ele-

vadas. No Distrito Federal, aparecem em man-

chas espalhadas pelas áreas mais acidenta-

Figura 27 - Campo limpo graminoso (Foto: Gorgonio).

formação usualmente si-

tua-se em solos areno-

sos, rasos e duros, nos

quais ocorre uma real de-

ficiência de água durante

os meses secos, e pode

chegar a recobrir a totali-

dade das chapadas are-

nosas, topos e encostas

dos morros (figura 27).

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das das bacias dos rios

Maranhão e São

Bartolomeu. Podem

ser encontradas na ba-

cia hidrográfica do ribei-

rão Pipiripau, um dos

formadores do rio São

Bartolomeu no Distrito

Federal (figura 28).

posição de terra por térmitas, e recobertos porvegetação de cerrado. Em geral, os solos adja-centes aos murundus permanecem saturadosde água durante vários meses do ano (figura29).

O maior campo de murundus, ainda con-servado no Distrito Federal, pode ser visto noParque Ecológico Boca da Mata, entre Samam-baia e Taguatinga Sul. Constitui um belo visualpara quem, a bordo de um avião, sentado à ja-nela do lado esquerdo, se aproxima do aero-porto de Brasília, no sentido Samambaia-Aero-porto.

O que são plantas xerófitas?

São os vegetais adaptados a regimes de

seca, como os cactos.

1.3.3 Vegetação Associada à Presença de Água

Além da mata de galeria e da mata ciliar,

outras formações vegetais do bioma cerrado

estão estreitamente relacionadas à presença

de água no solo durante todo o ano.

Figura 28 - Campo rupestre.Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (Foto: Gorgonio).

1.3.3.1 Campo de

murundus

Basicamente, loca-liza-se em campo úmido,com ilhas de campo lim-po ou de campo cerrado,arredondadas e um pou-co mais altas, com cer-ca de 1m a 10m de diâ-metro e altura abaixo de1m. Os murundus sãoformados por erosão di-ferencial do terreno e de- Figura 29 - Campo de murundus. Parque Boca da Mata em Taguatinga Sul (Foto: Gorgonio).

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1.3.3.2 Veredas

As veredas caracteri-zam-se pela presença doburiti. Esta palmeira atinge15m de altura e distribui-senos fundos de vales, indoaté as cabeceiras das ver-tentes onde o solo é inun-dado a maior parte do ano.O sistema de drenagem davereda é difuso em suas ca-beceiras e, à medida que orelevo fica mais inclinado,formam-se pequenos ca-

que vai da Vila Paranoá em direção ao NúcleoRural de Rio Preto.

1.3.3.3 Brejo

A vegetação herbácea-arbustiva das áre-as brejosas forma comunidades que ocupamas planícies permanentemente encharcadas,sem ocorrência do buriti, que em geral se loca-liza nas bordas da mata ciliar, nos vales rasosda região do cerrado. A característica marcanteé o nível da água sempre acima do solo, embo-ra haja variações durante o ano. No DistritoFederal, os tipos de brejos diferenciam-se pelapredominância de algumas espécies vegetais,

como piúna e taboa (figura 31).

nais que convergem entre si para definir um cur-so d´água maior (figura 30).

Na vereda podem ser vistos árvores e ar-bustos esparsos ou aglomerados em peque-nos capões, que variam de densidade em fun-ção de uma série de fatores locais, comoassoreamento, menor quantidade de água, ca-racterísticas do solo e outros. A vegetação ras-teira nas veredas é formada por gramíneas eoutras plantas herbáceas características des-ses ecossistemas.

As veredas mais importantes do DistritoFederal estão localizadas na Estação Ecológi-ca de Águas Emendadas e nas cabeceiras docórrego Brejinho, que corre para o rio SãoBartolomeu, e do córrego Vereda Grande, quecorre para o rio Maranhão. As cabeceiras des-

Figura 30 - Cabeceira de vereda. Bacia do Córrego Mangabeira, Sub-bacia do Rio SãoBartolomeu. (Foto: Gorgonio).

ses dois córregos nascemnuma área plana, perma-nentemente úmida ou inun-dada no período chuvoso.

Outra formação deveredas muito importanteestá localizada na bacia docórrego Rajadinha, entre oentroncamento da DF-130 -estrada que vai dePlanaltina para a estrada deUnaí (BR-251) - e a DF-479, Figura 31 - Brejo com taboa. Reserva ecológica do Guará (Foto: Gorgonio).

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Uma formação de brejo com taboa pode

ser vista na Reserva Ecológica do Guará, no

lado direito da estrada que vai do Setor de In-

dústrias para aquela cidade.

1.4 FAUNA

A diversidade da fauna existente no mun-

do é conhecida apenas por estimativas feitas

em alguns países e limitada ao esforço de pes-

quisa que neles se desenvolve, estando longe

da realidade absoluta.

Embora o território do Distrito Federal seja

relativamente pequeno comparado ao do Bra-

sil, o esforço de pesquisa de campo aqui reali-

zado até o momento (2006), tem identificado um

grande número de espécies animais, figura 32.

O que são animais vertebrados?

São animais dotados de vértebras (coluna

vertebral). São representados por cinco clas-

ses: peixes, anfíbios, répteis, aves e mamí-

feros.

Entre os invertebrados (animais despro-vidos de vértebras), os insetos são os mais nu-merosos. Somente em relação às abelhas, jáforam catalogadas cerca de 550 espécies, dis-tribuídas em 103 gêneros.

Existe também um reduzido número deespécies com alto grau de endemismo, taiscomo o roedor Juscelinomys candango; umaespécie de pássaro, o Scytalopus novacapitalis;uma espécie de peixe, o Cynolebias boitonei(pirá-brasília) e uma espécie de cobra, a

Bothrops moojeni (jararaca).

Figura 32. João de Barro em sua morada típica. (Foto Gorgônio)

Entre os vertebrados, foram registradas

mais de 430 espécies de aves, como a codor-

na-mineira, o inhambu-carapé, o tangará-de-

crista-vermelha, o papagaio-acurau e o beija-

flor-do-rabo-branco, entre outras. Foram

identificadas cerca de 150 espécies de peixes.

Ocorrem ainda, no Distrito

Federal, espécies de veado-

campeiro, veado-mateiro e vea-

do-virá, que são animais muito

visados por caçadores.

Como escala de valores,

os quadros 2 e 3 mostram a di-

mensão da biodiversidade do

cerrado, apenas para alguns gru-

pos de animais mais conhecidos.

O que é uma espécie endêmica?

É uma espécie, animal ou vegetal, que ocor-

re somente em dada região ou área específi-

ca. É o caso das espécies citadas, que só

existem no Distrito Federal.

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1.5 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Entende-se por Unidade de Conservação

(UC), de acordo com o Sistema Nacional de Uni-

dades de Conservação (SNUC), instituído pela Lei

nº 9.985, de 18 de julho de 2000, em seu artigo 2º,

o “espaço territorial e seus recursos ambientais,

incluindo as águas jurisdicionais, com caracterís-

ticas naturais relevantes, legalmente instituído pelo

Poder Público, com objetivos de conservação e

limites definidos, sob regime especial de admi-

nistração, ao qual se aplicam garantias adequa-

das de proteção”.

A implementação de Unidades de Con-

servação constitui uma das principais estraté-

gias utilizadas mundialmente para se atingir a

sustentabilidade dos recursos naturais.

De acordo com o SNUC, as unidades de

conservação brasileiras são agrupadas em dois

conjuntos: Unidade de Proteção Integral (UPI)

e Unidade de Uso Sustentável (UUS).

1.5.1 Unidade de Proteção Integral

O objetivo básico da UPI é preservar a

natureza, permitindo-se, somente, o uso indi-reto dos recursos naturais.

Como é possível praticar o uso indiretodos recursos naturais?

De várias maneiras. Pode-se fazer uma ca-

minhada, devidamente acompanhado, numa

trilha ecológica, reconhecendo espécimes de

plantas e animais, fotografando e filmando es-

ses indivíduos e recebendo informações so-

bre eles, sem alterar as características bási-

cas do objeto de uso - o meio ambiente.

As atividades de conservação, agrupadas

como de proteção integral são: estações eco-

lógicas, reservas biológicas, parques nacionais,

monumentos naturais e refúgios de vida silves-

tre. Cada uma dessas categorias de manejo

dos ecossistemas apresenta uma série de ca-

racterísticas que condicionam o tipo de uso à

unidade de conservação.

1.5.1.1 Estações ecológicas

As estações ecológicas são áreas de

grande importância para a conservação dos

ecossistemas naturais no interesse da pesqui-

sa científica, sendo as visitas rigorosamente

controladas e geralmente fechadas ao público.

Quadro 2 - Ordem de grandeza de espécies de ver-tebrados da região do cerrado (modificado)

Fonte: Brasil, MMA, 1998.* Fonte: BRASIL, MMA/SBF, 2002.

QUANTIDADEBesouros 35.000

Vespas 20.000

Mariposas 15.000

Moscas 10.000

Outras ordens 10.000

Aranhas 4.000

Lacraias 500

Crustáceos 500

Minhocas 100

Sanguessugas 50

Caracóis 500

Vermes Achatados 400

Vermes Nematóides 500

IDENTIFICAÇÃO

Insetos

Aracnídeos

Outros

Quadro 3 - Ordem de grandeza de espécies deinvertebrados da região do cerrado (modificado)

Fonte: Brasil, MMA, 1998.

CLASSES QUANTIDADE ENDÊMICASMamíferos 150 -

Aves 550 -

Répteis (80)* 20

Anfíbios (113)* 32

Peixes 1.000 -

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Numa estação ecológica, o ecossistema é pro-

tegido de forma integral em 90% da área, e a

interferência humana deve ser sempre a míni-

ma possível.

No Distrito Federal, foram instituídas três

estações ecológicas, que somam uma área de

17.260ha, correspondente a cerca de 3% do seu

território.

a) Estação Ecológica de Águas Emendadas

Criada em 12 de agosto de 1968 pelo

Decreto nº 771 como Reserva Biológica de

Águas Emendadas, foi depois alçada à condi-

ção de Estação Ecológica de Águas Emenda-

das pelo Decreto nº 11.137, de 6 de junho de

1988. Tem uma área aproximada de 10.500ha.

É a mais importante reserva natural do

Distrito Federal, onde ocorre o fenômeno único

da união de duas grandes bacias hidrográficas

da América Latina, a Tocantins/Araguaia e a Pla-

tina, numa vereda de 6km de extensão. Essa

característica faz dela um dos acidentes geo-

gráficos de maior expressão no território nacio-

nal.

Engloba a lagoa Bonita (maior lagoa na-

tural do Distrito Federal) e funciona como um

corredor ecológico, interligando a fauna e a flo-

ra das bacias hidrográficas envolvidas. Sua área

de cerrado, praticamente intacta, abriga fauna

ameaçada de extinção, como a anta, a

suçuarana e o lobo-guará, e é de grande im-

portância para a realização de pesquisas cien-

tíficas, tendo em vista o patrimônio genético ali

existente.

b) Estação Ecológica do Jardim Botânico

Criada pelo Decreto nº 14.422, de 26 de

novembro de 1992, com área aproximada de

3.992ha, teve sua área aumentada para

4.430ha pelo Decreto nº 17.277, de 11 de abril

de 1996. Localizada na Área de Proteção

Ambiental das Bacias do Gama e Cabeça de

Veado, a EEJBB abriga amostras representati-

vas do bioma cerrado, como: cerrado típico,

campo sujo, campo limpo, campo rupestre,

campo de murundus, mata mesofítica, mata de

galeria e vereda.

A fauna dessa unidade de conservação é

rica em número e diversidade de espécies e

apresenta exemplares raros: lobo-guará,

tamanduá-mirim, veado e sagüi.

Essa estação ecológica é de grande im-

portância para o Jardim Botânico porque pre-

serva a biota local e permite a realização de

projetos de pesquisas científicas e educação

ambiental, sem interferências antrópicas inde-

sejáveis.

c) Estação Ecológica da Universidade de

Brasília

A Universidade de Brasília, pela Resolu-

ção nº 035/86, alterada em seu art. 1º pela Re-

solução nº 043/86, criou a Estação Ecológica

da Universidade de Brasília, incluindo a Área de

Relevante Interesse Ecológico Capetinga e

Taquara, uma porção do Campus Experimen-

tal da UnB, ligando as Áreas 1 e 2 da Área de

Relevante Interesse Ecológico. Foram protegi-

dos cerca de 2.340ha de vegetação do bioma

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cerrado com o objetivo de conservação e pes-quisa dos ecossistemas naturais, da rica biotanativa, inclusive das espécies raras ouameaçadas de extinção na região e de demaisrecursos naturais.

1.5.1.2 Reservas ecológicas

Essa categoria de manejo não se incluinaquelas previstas no SNUC. Foi criada de acor-do com o art. 18 da Lei nº 6.938, de 31 de agos-to de 1981, que dispõe sobre a Política Nacio-nal do Meio Ambiente, e regulamentada pelo art.1º do Decreto nº 89.336, de 31 de janeiro de1994.

Segundo esses diplomas legais, são con-sideradas reservas ecológicas as áreas de pre-servação permanente - nascentes, lagos e la-goas, matas ciliares e matas de galeria, vere-das, encostas íngremes, topos de morros,montes e montanhas, áreas que abrigam exem-plares de fauna e flora ameaçados de extinção,vulneráveis, raros ou menos conhecidos - bemcomo aquelas que servem como local de pou-so, alimentação ou reprodução da fauna. Cons-tituem áreas de interesse arqueológico, históri-co, científico, paisagístico e cultural.

As reservas ecológicas têm por finalida-de manter ecossistemas naturais de importân-cia regional ou local e regular o uso admissíveldessas áreas, de modo a compatibilizá-lo comos objetivos da conservação ambiental. As re-servas ecológicas estabelecidas por ato doPoder Público no Distrito Federal são as queseguem.

a) Reserva Ecológica do IBGE

Inicialmente, chamou-se Reserva Ecoló-gica do Roncador; mais tarde, essa denomina-ção foi alterada para Reserva Ecológica do Ins-

tituto Brasileiro de Geografia e Estatística, tam-bém conhecida como Recor, criada pela Re-solução nº 26 da Presidência do IBGE, de 22de dezembro de 1975. Abrange cerca de1.360ha, e o objetivo de sua criação foi prote-ger os ecossistemas de interesse cientifico edesenvolver estudos da fauna e flora nativas esuas inter-relações.

Dos estudos realizados originaram-secoleções representativas da fauna e flora docerrado: coleção de peixes, aves, mamíferos einsetos, assim como um herbário especializa-do. A Recor está equipada com laboratório deecologia animal e vegetal, viveiro experimentale biblioteca especializada em ecologia.

Nessa área também são realizados es-tudos sobre o fogo no cerrado, fenômeno quecausa muita controvérsia no Brasil, principal-mente pela prática da queimada como instru-mento de limpeza do solo nos processos deuso e ocupação.

b) Reserva Ecológica do Guará

Criada pelo Decreto Distrital nº 11.262, de16 de setembro de 1988, essa reserva, com147ha, teve sua área aumentada em cerca de47ha junto à Gleba 4, para proteger o campo demurundus e o cerrado típico que envolvem asnascentes do córrego Guará, totalizando 194ha.O acesso é restrito à pesquisa científica medi-

ante autorização prévia da Semarh.

Além de proteger a mata ciliar da nascentedo córrego Guará e os campos de murundus,a reserva ecológica apresenta uma vegetaçãorica em espécies endêmicas e raras de orquí-deas do Distrital Federal. Sua fauna é típica demata ciliar.

Exerce uma função muito importante aoformar um corredor ecológico com a Área deRelevante Interesse Ecológico (ARIE) do Ria-cho Fundo e o Jardim Zoológico, permitindo o

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trânsito da fauna entre essas áreas e o lagoParanoá.

c) Reserva Ecológica do Gama

Situada próxima à cidade do Gama, essareserva ecológica mede 136ha e foi criada peloDecreto nº 11.261, de 16 de setembro de 1988,com o objetivo de garantir a conservação damata ciliar do ribeirão Alagado e de sua faunae, também, de proteger as encostas íngremesda região, extremamente susceptíveis aos pro-cessos erosivos.

Os esforços de conservação da área sãoaltamente prejudicados pelo fato de a reservanão abrigar as nascentes e o alto curso do ri-beirão Alagado, que recebem elevadas descar-gas de efluentes (doméstico e industrial) e dre-nagem pluvial da área urbana.

d) Reservas Ecológicas do Lago Paranoá

São declaradas reservas ecológicas, con-forme Lei nº 1.612, de 8 de agosto de 1997, asilhas do lago Paranoá assim situadas: a primei-ra, próximo aos trechos 4 e 5, e a outra, próxi-mo ao trecho 7 do Setor de Mansões do LagoNorte com, respectivamente, 1,54ha e 1ha. Osobjetivos dessas reservas são: preservar oecossistema local, proteger ninhais de avesaquáticas e outras espécies da fauna nativa egarantir proteção às aves migratórias.

1.5.1.3 Parques nacionais

São geralmente áreas muito extensascujo objetivo básico é a conservação deecossistemas naturais, em geral de grandebeleza cênica, a realização de pesquisas ci-entíficas e o desenvolvimento de atividadesde educação e interpretação ambiental, derecreação em contato com a natureza e de

turismo ecológico. Sua área é de posse edomínio públicos.

A visitação pública está sujeita às normase restrições estabelecidas no Plano de Manejoda Unidade de Conservação. A pesquisa cientí-fica depende de autorização prévia do órgãoresponsável pela administração do parque.

No Distrito Federal, o único parque naci-onal instituído pelo poder público federal é oParque Nacional de Brasília, criado pelo Decretonº 241, de 29 de novembro de 1961. A Lei n°11.285, de 8 de março de 2006, alterou oslimites do Parque Nacional de Brasília. Sua áreapassou de 30.000 ha para 42.000 ha, Figura 57.

O Parque Nacional de Brasília é de extre-ma importância na conservação da qualidadedo lago artificial de Santa Maria, formado pelorepresamento do córrego Santa Maria, afluenteda margem direita do ribeirão do Torto e queabastece parte do Distrito Federal.

Os dois principais alimentadores do lagoParanoá, os ribeirões Torto e Bananal, têm suasnascentes dentro desse parque.

O Parque Nacional de Brasília contém

amostras significativas da vegetação e da fauna

do cerrado, inclusive de espécies em extinção,

como o tatu-canastra, o veado-campeiro e o

lobo-guará. Está totalmente inserto na área ur-

bana de Brasília e é aberto, em parte, à visitação

pública, sendo suas piscinas de água mineral

muito freqüentadas pela população.

Para os apreciadores da natureza, vale a

pena percorrer os 1.300m da Trilha da Capivara,

próximo à piscina velha da Água Mineral.

1.5.2 Unidade de Uso Sustentável

O objetivo básico dessa categoria de

manejo, segundo o SNUC, é compatibilizar a

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conservação ambiental com o uso sustentável

dos recursos naturais.

São consideradas Unidades de Uso Sus-

tentável: Áreas de Proteção Ambiental, Áreas

de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Na-

cional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna,

Reserva de Desenvolvimento Sustentável e

Reserva Particular do Patrimônio Natural.

No Distrito Federal, foram instituídas as

unidades de uso sustentável apresentadas a

seguir.

1.5.2.1 Área de proteção ambiental

Essa categoria de manejo constitui-se,

em geral, de uma área de grande extensão, de

domínio público ou privado, com certo grau de

ocupação e dotada de atributos bióticos,

abióticos e antrópicos relevantes, quanto à

qualidade de vida e ao bem-estar das popula-

ções humanas.

O que são atributos bióticos, abióticos eantrópicos?

Atributos bióticos são constituídos pelos or-

ganismos vivos de um dado ecossistema

(animais, vegetais e outros).

Atributos abióticos são os elementos não-vi-

vos (solo, água, ar, frio, calor, vento, luz, ou-

tros).

Atributos antrópicos estão relacionados a

aspectos comportamentais decorrentes da

cultura humana local e que exercem influên-

cia no meio ambiente.

A Área de Proteção Ambiental (APA) tem

como objetivos básicos proteger a diversidade

biológica, disciplinar o processo de uso e o-

cupação do espaço físico pelo homem e asse-

gurar a sustentabilidade dos recursos naturais

locais.

No Distrito Federal foram instituídas seis

áreas de proteção ambiental: três pela admi-

nistração federal - Ibama (APA da Bacia do Rio

São Bartolomeu, APA da Bacia do Rio Desco-

berto e APA do Planalto Central) e três pela ad-

ministração do Distrito Federal (APA de

Cafuringa, APA do Lago Paranoá e APA das

Bacias do Gama e Cabeça de Veado).

Essas unidades de conservação somam

uma área de 210.200ha, com exceção da APA

do Planalto Central, o que corresponde a cerca

de 2,7% do território do Distrito Federal.

a) APA da Bacia do Rio São Bartolomeu

A APA da bacia do rio São Bartolomeu foi

criada pelo Decreto Federal nº 88.940, de 7 de

novembro de 1983. Com área de 84.100ha, é a

segunda maior do Distrito Federal.

Essa unidade de conservação desempe-

nha o importante papel de corredor de ligação

entre a Estação Ecológica de Águas Emendadas,

a APA de Cafuringa, a APA do Lago Paranoá e a

APA das Bacias do Gama e Cabeça de Veado,

reunindo todos os tipos de vegetação, desde o

cerradão até o campo rupestre. Nela há repre-

sentantes de diversas espécies da fauna nativa:

dourado, traíra, codorna, perdiz, seriema, jacu,

anta, capivara, lobo-guará, veado, jaguatirica, ca-

chorro-do-mato, tatu e outros.

Para orientar o uso e a ocupação da APA,

foram estabelecidas as Diretrizes Gerais de Uso

da APA da Bacia do Rio São Bartolomeu, em

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22 de abril de 1988, pela Instrução Normativa

nº 2/88 SEMA/SEC/CAP, com definição de oito

sistemas de terra, cada um com manejos com-

patíveis e restrições ao uso da terra.

A Lei Federal nº 9.262, de 12 de janeiro

de 1996, passou a administração da APA da

bacia do rio São Bartolomeu para o Distrito

Federal.

O rezoneamento da APA da bacia do rio

São Bartolomeu teve como executor o Instituto

de Ecologia e Meio Ambiente (Iema), extinto em

2001, em função do Convênio nº 157/92 - Ibama/

Sematec. Foram classificados 5 tipos diferen-

tes de sistemas de terra e 9 zonas de uso. A

Lei Distrital nº 1.149, de 11 de julho de 1996,

instituiu oficialmente o rezoneamento dessa

APA.

b) APA da Bacia do Rio Descoberto

Criada pelo Decreto Federal nº 88.940, de

7 de novembro de 1983, abrange em maior parte

áreas do Distrito Federal e um trecho do esta-

do de Goiás.

Com 39.100ha, destinados basicamente

à proteção da bacia do rio Descoberto e de sua

represa, a APA abriga a cidade de Brazlândia,

no Distrito Federal, e de Águas Lindas, em

Goiás.

A maior parte de sua superfície está to-

mada por chácaras voltadas à produção de

hortifrutigranjeiros e por reflorestamento de

pínus e eucalipto.

O zoneamento ecológico/econômico da

APA foi instituído pela Instrução Normativa SEMA/

SEC/CAP nº 1/88, que a dividiu em 8 diferentes

zonas de uso para reflorestamento, atividades

agrícolas, conservação e recuperação de recur-

sos hídricos e mata ciliar ou de galeria, silvicultu-

ra com espécies nativas, além de uma zona de

contenção para a cidade de Brazlândia. Até outu-

bro de 2002, o rezoneamento dessa APA ainda

não fora realizado.

c) APA do Planalto Central

O Decreto de 10 de janeiro de 2002 cria a

Área de Proteção Ambiental do Planalto Cen-

tral, localizada no Distrito Federal e no Estado

de Goiás, Figura 58. Sua delimitação foi descri-

ta com base no Plano Diretor de Ordenamento

Territorial do Distrito Federal (PDOT).

A finalidade dessa APA é proteger os ma-

nanciais, regular o uso dos recursos hídricos e

o parcelamento do solo e garantir o uso racio-

nal dos recursos naturais, de modo a conser-

var o patrimônio ambiental e cultural da região.

De acordo com o decreto, a área do Dis-

trito Federal está inscrita no perímetro da APA

do Planalto Central, com exceção das áreas

referentes à APA das bacias dos rios Desco-

berto e São Bartolomeu, ao Parque Nacional

de Brasília, à Floresta Nacional de Brasília e às

Zonas Urbanas de Consolidação de Sobradinho

e Planaltina.

Nessa APA, o licenciamento ambiental e

o respectivo supervisionamento dos demais

processos dele decorrentes são feitos pelo Ins-

tituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recur-

sos Naturais Renováveis (Ibama), por intermé-

dio de sua Superintendência no Distrito Fede-

ral.

O licenciamento ambiental das ativida-

des descritas no decreto de criação da APA do

Planalto Central - Anexo I e citadas abaixo é de

responsabilidade dos órgãos ambientais do Dis-

trito Federal e do estado de Goiás.

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• atividades agropecuárias, turismo,

transporte (terminais rodoviários, ferroviários e

aeroportos), indústrias de concreto, asfalto e

galvanoplastia, produtos alimentares e bebidas,

têxteis, vestuários e calçados, produtos de

matéria plástica, material de transporte, mate-

rial eletro-eletrônico, mecânica, poços artesi-

anos, postos de combustível, projetos de irri-

gação e derivação de água, canalização sub-

terrânea, energia renovável de capacidade re-

duzida, produção e comercialização de mudas

e sementes de plantas nativas, ornamentais e

medicinais, programa de controle e combate de

incêndios florestais, poluição atmosférica e so-

nora, biorremediação de depósitos de resíduos

existentes, centros comerciais de pequeno porte.

d) APA de Cafuringa

Situada no extremo noroeste do Distrito

Federal, essa APA, criada pelo Decreto

nº 11.123, de 10 de junho de 1988, alterado pelo

Decreto nº 11.251, de 13 de setembro de 1988,

abrange uma área de 46.000ha; é limitada ao

norte e a oeste pelo Estado de Goiás, a leste

pela DF-150 e pelo ribeirão da Contagem, e ao

sul pela APA do Descoberto e pelo Parque Na-

cional de Brasília.

Pelo fato de englobar parte da Chapada

da Contagem e da região recortada por drena-

gens naturais pertencentes à bacia do rio

Maranhão, apresenta relevo bastante acidenta-

do com muitas cachoeiras. Nessa APA estão

localizados os monumentos naturais mais be-

los do Distrito Federal: o poço Azul, a cachoei-

ra de Mumunhas, o morro da Pedreira, as ca-

choeiras do córrego Monjolo e a ponte de Pe-

dra, nas nascentes do ribeirão Cafuringa. Nela

também há inúmeras cavernas, sendo a mais

expressiva a do rio do Sal.

Além dos recursos paisagísticos e

espeleológicos, essa APA conserva elementos

da flora e da fauna do cerrado. Do ponto de vis-

ta da flora, a APA preserva um dos mais exten-

sos campos naturais do Distrito Federal e as

maiores reservas de mata mesofítica que se

estendem em direção à bacia Amazônica.

O trabalho de zoneamento ambiental es-

tabeleceu 12 zonas de manejo, sendo 5 com

mais restrições de uso e 7 destinadas às ativi-

dades humanas com diretriz de sustenta-

bilidade ambiental.

e) APA do Lago Paranoá

Localizada em meio à área urbana do

Distrito Federal, abrange as seguintes Regiões

Administrativas: RA-I - Brasília, RA-VIl - Paranoá,

RA-XVI - Lago Sul e RA-XVIII - Lago Norte, ca-

racterizadas como áreas de adensamento

populacional.

Criada pelo Decreto Distrital nº 12.055, de

14 de dezembro de 1989, tem como objetivos

a proteção de parte da bacia hidrográfica do lago

Paranoá, os ninhais de aves aquáticas, a vege-

tação remanescente de cerrado, a encosta ín-

greme na parte norte e a mata ciliar que prote-

ge os córregos e ribeirões e garante a qualida-

de das águas que abastecem o lago Paranoá.

Com 16.000ha, soma-se ao Parque Na-

cional de Brasília, à APA das bacias do Gama e

Cabeça de Veado, à ARIE da Granja do Ipê, ao

Parque Ecológico do Guará e à Reserva Eco-

lógica do Guará para formar um grande corre-

dor ecológico que integra essas unidades de

conservação da bacia do lago Paranoá.

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f) APA das Bacias do Gama e Cabeça de

Veado

Essa APA foi criada pelo Decreto Distritalnº 9.417, de 21 de abril de 1986, com o objetivomaior de proteger as cabeceiras do ribeirão doGama e do córrego Cabeça de Veado, de for-ma a garantir a integridade dessas drenagens,responsáveis por um terço das águas do lagoParanoá.

Situada ao sul da cidade de Brasília, comárea de 25.000ha, a APA engloba uma grandeparte da Região Administrativa do Lago Sul, in-cluídos o Setor de Mansões Park Way, oCatetinho, o Núcleo Rural Vargem Bonita e oAeroporto Internacional de Brasília, além deconter a Região Administrativa daCandangolândia - RA-XIX. Nela se encontramimportantes instituições de pesquisa científica:as estações ecológicas do Jardim Botânico eda Universidade de Brasília, a Reserva Ecoló-gica do IBGE, a Fazenda Experimental ÁguaLimpa e o Jardim Zoológico, além de Áreas deRelevante Interesse Ecológico, como o Santu-ário de Vida Silvestre do Riacho Fundo,

Capetinga-Taquara e Cerradão.

1.5.2.2 Área de relevante interesse ecológico

É a área de domínio público ou privado,com características naturais extraordinárias oucom exemplares raros da biota regional, exigindodo poder público cuidados especiais de prote-ção. Tem extensão inferior a 5.000ha e baixaou nenhuma ocupação humana.

No Distrito Federal foram instituídas seteÁreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIE):ARIE do Paranoá Sul, ARIE dos córregosCapetinga/Taquara, ARIE do Santuário de VidaSilvestre do Riacho Fundo, ARIE do Cerradão,

ARIE do Parque Juscelino Kubitschek, ARIE doBosque e ARIE da Granja do Ipê. Essas áreassomam, aproximadamente, 4.000ha, corres-

pondendo a cerca de 4% do Distrito Federal.

a) ARIE do Paranoá Sul

Situa-se dentro da APA do lago Paranoá,próximo à cidade homônima, e foi criada peloDecreto Distrital nº 11.209, de 17 de agosto de1988. Mede 144 ha e serve à proteção das mar-gens do lago mais sujeitas a processoserosivos e assoreamento, e à preservação deespécies endêmicas, raras ou ameaçadas de

extinção.

b) ARIE dos Córregos Capetinga/Taquara

Localiza-se na APA das bacias do Gama

e Cabeça de Veado e abrange 2.100ha de área

praticamente intocada. Criada pelo Decreto

Federal nº 91.303, de 3 de junho de 1985, a ARIE

dos córregos Capetinga/Taquara apresenta

duas áreas distintas: área 1 (Taquara) e área 2

(Capetinga). Por estar bem preservada, com

pouca interferência humana, tem característi-

cas naturais excepcionais que propiciam à

fauna típica do cerrado condições ideais de re-

produção. Abriga espécies raras e ameaçadas

de extinção tanto da flora como da fauna do

cerrado.

c) ARIE do Santuário de Vida Silvestre do

Riacho Fundo

Essa ARIE, criada pelo Decreto Distrital

nº 11.138, de 16 de junho de 1988, mede 480ha

e é contígua ao Jardim Zoológico. Caracteriza-

se por ambiente brejoso, sendo excelente refú-

gio para a fauna aquática e as aves, em espe-cial para as que migram do Norte para o Sul, evice-versa, que ali encontram abrigo e o alimento

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necessário ao restabelecimento de suas ener-gias.

É a primeira unidade de conservação doDistrito Federal a ser objeto de uma experiên-cia pioneira: a gestão conjunta de Governo/Or-ganização Não-Governamental (ONG) por meiode convênio firmado com a Fundação Pró-Na-tureza (Funatura) e o apoio do Governo do Ca-nadá.

Atualmente, a ARIE está sendo adminis-trada pela Fundação Pólo Ecológico, conformeLei Distrital nº 1.813, de 31 de dezembro de

1997.

d) ARIE do Cerradão

Em 1990, o Prof. George Eiten, botânicoda Universidade de Brasília, ao realizar o levan-tamento da flora local, constatou a existênciade uma ilha de vegetação ainda não alterada.Fisionomicamente, se caracteriza como ce-rradão. Iniciaram-se, então, os procedimentospara a criação da unidade de conservação.

A Decisão nº 64/92 do Conselho de Ar-quitetura, Urbanismo e Meio Ambiente (Cauma)autorizou a criação da ARIE do Cerradão, comárea de 26ha.

Com o Decreto nº 19.213, publicado noDODF de 7 de maio de 1998, foi criada a ARIEdo Cerradão, com 54ha de vegetação em esta-do clímax, em meio à área urbana da RegiãoAdministrativa do Lago Sul. Situa-se na extre-midade nordeste da APA das bacias do Gamae Cabeça de Veado, fazendo parte da sua zona

de vida silvestre.

e) ARIE Parque Juscelino Kubitschek

Criada pela Lei Distrital nº 1.002, de 2 dejaneiro de 1996, abrange as microbacias doscórregos Cortado e Taguatinga e do ribeirãoTaguatinga, até a confluência deste com os

córregos do Valo e Gatumé, nas Regiões Ad-ministrativas de Taguatinga, Ceilândia e Samam-baia. Na ARIE Parque Juscelino Kubitschekestão incluídas as seguintes unidades de con-servação: ARIE dos córregos Taguatinga/Cor-tado e parques Boca da Mata, Saburo Onoyamae Três Meninas.

Dos objetivos dessa unidade de conser-vação consta, como prioritário, a conservaçãodos recursos naturais, sendo consideradas ain-da como finalidades compatíveis: recreação elazer, atividades agropecuárias e educação

ambiental.

f) ARIE do Bosque

Situa-se em área pública entre os limitesdos conjuntos 2 a 11 da QL 10 do Lago Sul e asmargens do lago Paranoá, no Setor de Habita-ções Individuais Sul (SHIS), Região Administra-tiva do Lago Sul.

A ARIE do Bosque, conforme § 2º do art.2º do Decreto Federal nº 89.336, de 31 de ja-neiro de 1984, integra a zona de vida silvestre

da APA do lago Paranoá.

g) ARIE da Granja do Ipê

Criada pelo Decreto Distrital nº 19.431, de

15 de julho de 1998, situa-se na Região Admi-

nistrativa do Riacho Fundo - RA-XVII, em sua

maior parte, e na Região Administrativa do Nú-

cleo Bandeirante - RA-VIII.

Os 1.144ha de área protegida dentro da

unidade hidrográfica do Riacho Fundo incluem

o viveiro de mudas de espécies nativas e frutí-

feras, a Estação de Piscicultura da Secretaria

da Agricultura, uma escola de 1º grau e a sede

da Fundação Cidade da Paz.

As nascentes e os cursos dos córregoslpê e Capão Preto e o sítio arqueológico que

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ocorrem nos limites dessa ARIE conferem-lheatributos suficientes para sua proteção integral.

Por apresentar grande reserva de casca-lho laterítico, essa área vem sendo minerada

desde o inicio da construção de Brasília.

1.5.2.3 Floresta nacional

É uma área com cobertura florestal de

espécies predominantemente nativas, cujo ob-

jetivo básico é o uso múltiplo sustentável dos

recursos florestais e a pesquisa científica, com

ênfase em métodos para a exploração susten-

tável de florestas nativas. Suas terras são de

posse e domínio públicos.

No Distrito Federal foi instituída a Flores-

ta Nacional de Brasília (Flona), por meio do

Decreto Federal s/nº, de 10 de junho de 1999.

Essa Flona mede 9.346ha divididos em 4 áre-

as: duas localizadas na Região Administrativa

de Taguatinga - RA-lII, e duas na Região Admi-

nistrativa de Brazlândia - RA-IV.

Uma característica dessa unidade de con-

servação é a cobertura florestal com predomi-

nância de espécies exóticas (eucalipto e pínus).

O que é uma espécie exótica?

É uma espécie animal ou vegetal ou outra

qualquer introduzida intencionalmente, ou

não, num ecossistema onde não existia na-

turalmente.

1.5.2.4 Reserva particular do patrimônio natural

Área de domínio privado a ser especial-

mente protegida por iniciativa de seu proprietá-

rio, mediante reconhecimento do Poder Públi-

co federal e local, por ser considerada de rele-vante importância pela biodiversidade, ou peloaspecto paisagístico, ou ainda por outras ca-racterísticas ambientais que justifiquem sua con-servação.

No Distrito Federal foram instituídas qua-tro Reservas Particulares do Patrimônio Natu-

ral (RPPN):

a) RPPN Chakra Grisu

Está localizada na Região Administrativa

de Planaltina, no imóvel rural com a mesma

denominação, na microbacia do córrego

Monjolo.

Foi criada pelo Ibama por meio da Porta-

ria nº 158/97-N, de 11 de novembro de 1997,

publicada no DOU de 12 de dezembro de 1997,

com retificação publicada no DOU de 28 de ja-

neiro de 1998. Mede 1ha de cerrado típico em

bom estado de conservação e, além das espé-

cies típicas dessa fitofisionomia, nela foram

introduzidas algumas espécies de árvores no-

bres, como angico, aroeira, ipê, pau-brasil e

cedro. Embora não existam nascentes ou

córregos nessa RPPN, a área encontra-se nas

proximidades do córrego Monjolo e da Estação

Ecológica de Águas Emendadas. A fauna é for-

mada basicamente de espécies de pequeno

porte, típicas do cerrado, como pássaros diver-

sos e preás.

b) RPPN Maria Velha

Localiza-se na Região Administrativa de

Planaltina, no imóvel Chácara Púrpura, à mar-

gem esquerda do córrego Maria Velha.

Foi criada pelo Ibama por meio da Porta-

ria nº 15/99-N, de 12 de fevereiro de 1999,

publicada no DOU de 17 de fevereiro de 1999.

É uma área de 8ha, cuja vegetação é compos-

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ta por campo de murundus, campo sujo, cerra-

do com afloramento rochoso e mata ciliar. O

córrego Maria Velha é o limite sul da RPPN, que

pode ser considerada área de refúgio da fauna.

Na mata ciliar destacam-se espécies de

sucupira-preta, copaíba, palmiteiro e carvoeiro.

A hidrologia local, além do córrego MariaVelha, conta com duas áreas alagadiças cor-respondentes a campos de murundus e nas-centes. A paisagem destaca-se pela relevantebeleza cênica. A fauna é rica, com espéciescomo perdiz, codorna, lobo-guará, veado-

campeiro, paca e raposa.

c) RPPN Santuário Ecológico Sonhém

Localiza-se na Região Administrativa deSobradinho, no imóvel Fazenda Recreio Mugy,na microbacia do rio Sonhém.

Foi criada pelo Ibama pela Portaria nº 89/99-N, de 15 de outubro de 1999, publicada noDOU de 18 de outubro de 1999. Mede 126ha devegetação típica de cerrado, com mata ciliar.Entre as espécies da flora destacam-se: ipê,sucupira, palmáceas, angico, jatobá e peroba.A fauna é bastante diversificada, com a presen-ça de paca, tatu, preá, raposa, veado-campeiroe outros.

A paisagem é totalmente natural, comexpressiva cobertura vegetal e nela há diver-sas grutas de até 8m. Existem indicativos deocorrência de diversas espécies de morcego.

A hidrografia é formada pelo ribeirãoSonhém, pertencente à bacia do rio Maranhão,cujo leito é formado por rochas calcárias. Orelevo da área varia de ondulado a fortemente

ondulado.

d) RPPN Córrego da Aurora

Localiza-se na Região Administrativa doParanoá, na Fazenda Recreio Mugy Ltda., na

bacia do Paranoá, à jusante da barragem. Foicriada pela Portaria Normativa nº 105, e mede

3,23ha.

1.5.3 Outras Unidades de Conservação

No Distrito Federal existem unidades deconservação que não foram contempladas,nominalmente, no Sistema Nacional de Unida-des de Conservação (SNUC), mas que apre-sentam relevância no contexto da conservação

ambiental local.

a) Reserva da Biosfera do Cerrado - Fase 1

A proposta para a criação da Reserva daBiosfera do Cerrado - Fase 1 foi aprovada nodia 27 de novembro de 1992 pelos membrosda Comissão Brasileira para o Programa MAB,da Unesco.

Considerada como sendo uma unidadede conservação de maior status, essa Reser-va o-cupa uma área de 226.040ha, represen-tando, aproximadamente, 40% do território doDistrito Federal. É constituída por uma zonanuclear com 50.000ha, uma zona tampão comcerca de 40ha, e uma zona de transição comcerca de 176.000ha.

A implantação da Reserva da Biosfera doCerrado trará enormes benefícios à comunida-de local e regional ao possibilitar a busca dealternativas para a conservação e o desenvol-vimento sustentável e ao promover ações paraminimizar os impactos sociais.

A Lei nº 742, de 28 de julho de 1994, defineos limites, as funções e o sistema de gestão da

Reserva da Biosfera do Cerrado - Fase 1.

b) Área de Proteção de Mananciais

Definida no art. 30 da Lei Complementarnº 17, de 28 de janeiro de 1997, regulamentada

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pelo Decreto Distrital nº 18.585, de 9 de setem-bro de 1997, é a área destinada à conserva-ção, recuperação e ao manejo das baciashidrográficas a montante dos pontos de capta-ção da Companhia de Saneamento do DistritoFederal (Caesb).

São Áreas de Proteção de Mananciais(APM): Currais, Pedras, Capão da Onça,Brazlândia, Contagem, Paranoazinho, Fumal,Brejinho, Quinze, Corguinho, Mestre d’Armas,Pipiripau, Taquari, Cachoeirinha, futuros lago norio São Bartolomeu a montante e a jusante do rioParanoá, Ponte de Terra, Olho d’Água, Crispim,Alagado, Torto/Santa Maria, Santa Maria 1, SantaMaria 2, Santa Maria 3, Bananal e Catetinho. Éainda considerada APM a faixa de 125m conta-dos a partir da curva de nível 1.032 - cota máximade inundação do lago Descoberto.

A gestão, a manutenção e a fiscalizaçãodessas áreas competem à Caesb, e a fiscali-zação é exercida de forma conjunta em parce-ria com a Semarh*, as Administrações Regio-nais e a Terracap.

c) Monumentos Naturais

Essa categoria de unidade de conserva-ção foi instituída no Distrito Federal pela Leinº 889, de 24 de julho de 1995, regulamentadapelo Decreto nº 17.430, de 11 de junho de 1996,e objetiva proteger e conservar ambientes na-turais, devido a seu especial interesse ou ca-racterísticas ímpares, como quedas d’água, ca-vernas, formações rochosas, espécies únicasda fauna e flora, e possibilitar oportunidadespara interpretação, educação, investigação e tu-

rismo.

Embora no anexo ao decreto de regula-mentação sejam discriminados apenas 15 aci-dentes naturais passíveis de ser declarados

monumentos naturais do Distrito Federal, por

ato do Poder Público há várias outras áreas com

atributos semelhantes.

d) Parques Ecológicos e de Uso Múltiplo

do Distrito Federal

Os Parques Ecológicos e de Uso Múltiplo

do Distrito Federal representam unidades de

conservação específicas da política ambiental

do Distrito Federal, não fazendo parte das

categorias propostas pelo Sistema Nacional de

Unidades de Conservação – SNUC, sendo,

portanto, regidos e disciplinados de acordo com

a Lei Complementar Distrital nº 265, de 14 de

março de 1999, a qual estabeleceu, entre outras

coisas que:

Art. 4° Os Parques Ecológicos devem

possuir áreas de preservação permanente,

nascentes, olhos d’água, veredas, matas

ciliares, campos de murunduns ou manchas

representativas de qualquer fitofisionomia do

cerrado que abranjam, no mínimo, trinta por

cento da área total da unidade.

Art. 5° São objetivos dos Parques

Ecológicos:

I - conservar amostras dos ecossistemas

naturais;

II - proteger paisagens naturais de beleza

cênica notável, bem como atributos

excepcionais de natureza geológica,

geomorfológica, espeleológica e histórica;

III - proteger e recuperar recursos hídricos,

edáficos e genéticos;

IV - promover a recuperação de áreasdegradadas e a sua revegetação com espécies

nativas;

V - incentivar atividades de pesquisa,estudos e monitoramento ambiental;

VI - estimular o desenvolvimento da

educação ambiental e das atividades de

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recreação e lazer em contato harmônico com

a natureza.

Art. 6° Os Parques de Uso Múltiplo devem

situar-se dentro de centros urbanos, ou

contíguos a estes, em áreas de fácil acesso à

população, cobertas por vegetação predominan-

temente nativa ou exótica.

Parágrafo único. As áreas selecionadas

para criação e implantação de Parques de Uso

Múltiplo devem possuir infra-estrutura para o

desenvolvimento de atividades recreativas,

culturais, esportivas, educacionais e artísticas.

Art. 7° São objetivos dos Parques de Uso

Múltiplo:

I - conservar áreas verdes, nativas,

exóticas ou restauradas, de grande beleza

cênica;

II - promover a recuperação de áreas

degradadas e a sua revegetação, com espécies

nativas ou exóticas;

III - estimular o desenvolvimento da

educação ambiental e das atividades de

recreação e lazer em contato harmônico com

a natureza.

Art. 8° As áreas degradadas situadas no

interior dos Parques Ecológicos e de Uso

Múltiplo serão objeto de recuperação.

Art. 9° Nos Parques Ecológicos e de Uso

Múltiplo, é vedada qualquer atividade ou

empreendimento, público ou privado, que

comprometa as características naturais da área,

ou que coloque em risco a integridade dos

ecossistemas e da biota local.

Art. 10. Os Parques já existentes serão

enquadrados de acordo com a nomenclatura

definida nesta Lei.

Os quadros a seguir apresentam

informações referentes à área e localização dos

* Ver Lei nº 3.280, de 31/12/2003.

parques em relação às Regiões Administrativas

(RAs) e às bacias hidrográficas do Distrito

Federal.

Obs.: Quanto às informações referentes à

localização das Unidades de conservação por

Regiões Administrativas (RAs), contidas nas

tabelas, cabe salientar que, na ocasião da edição

desta publicação, encontrava-se em fase de

regulamentação, pelo Governo do Distrito

Federal - GDF, o processo de criação de novas

RAs, resultantes da divisão de algumas já

existentes. Assim, optamos por manter os

quadros aqui inseridos em conformidade com

as informações disponibilizadas pela

Comparques, no ano de 2004, com pequenas

alterações.

Quadro 4 - Regiões Administrativas do Distrito Federal *

Fonte: www.df.gov.br

Nome IdentificadorBRASÍLIA RA - IGAMA RA - IITAGUATINGA RA - IIIBRAZLÂNDIA RA - IVSOBRADINHO RA - VPLANALTINA RA - VIPARANOÁ RA - VIINÚCLEO BANDEIRANTE RA - VIIICEILÂNDIA RA - IXGUARÁ RA - XCRUZEIRO RA - XISAMAMBAIA RA - XIISANTA MARIA RA - XIIISÃO SEBASTIÃO RA - XIVRECANTO DAS EMAS RA - XVLAGO SUL RA - XVIRIACHO FUNDO RA - XVIILAGO NORTE RA - XVIIICANDANGOLÂNDIA RA - XIXAGUAS CLARAS RA - XXRIACHO FUNDO II RA - XXISUDOESTE/OCTOGONAL RA - XXIIVARJÃO RA - XXIIIPARK WAY RA-XXIV

SETOR COMPLEMENTAR DE INDÚSTIA E ABASTECIMENTO RA - XXV

SOBRADINHO II RA - XXVIJARDIM BOTÂNICO RA - XXVII

* Ver Lei n° 3.280, de 31/12/2003.

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Quadro 5 - Distribuição dos parques e demais unida-des de conservação por Região Administrativa

Fonte: Comparques, 2004 (alterado)

Bacia do Rio Corumbá

Bacia do Rio Descoberto

Bacia do Rio São Bartolomeu

Bacia do Rio Paranoá

PARQUES/UNIDADES DE CONSERVAÇÃO LOCALIZAÇÃO (RA) ÁREA (ha)

APA de Cafuringa RA - V 46.000,00

Bacia do Rio Maranhão

PARQUES/UNIDADES DE CONSERVAÇÃO LOCALIZAÇÃO (RA) ÁREA (ha)

Parque Ecológico e Vivencial Ponte Alta do Gama

RA-II 298,18

Parque Recreativo do Gama RA-II 133,85Parque Urbano e Vivencial do Gama RA-II 52,95

Parque Recreativo de Santa Maria RA-XIII 47,14Parque Santa Maria II RA-XIII -Parque Ecológico e Vivencial do Recanto das Emas

RA-XV 354,01

Reserva Ecológica do Gama RA-II 136,00

PARQUES/UNIDADES DE CONSERVAÇÃO LOCALIZAÇÃO (RA) ÁREA (ha)

Parque Ecológico Veredinha RA-IV 57,08

Parque Boca da Mata RA-XII 178,65

Parque Gatumé RA-XII 401,01

Parque Três Meninas RA-XII 69,93

Parque Corujas RA-IX 3,16Parque Ecológico e Vivencial do Rio Descoberto RA-IX 334,21

Parque Lagoinha RA-IX 3,16

Parque Recreativo do Setor "O" RA-IX 0,28

Parque Lago do Cortado RA-III 56,35

Parque Irmão Afonso Haus RA-III 10,86

Parque Recreativo Taguatinga RA-III 7,61

Parque Ecológico Saburo Onoyama RA-III 33,17

ARIE Parque JK RA-III 2.600,00

APA da Bacia do Rio Descoberto RA-IX 35.588,00

Floresta Nacional - Flona RA-IV 9.346,00

PARQUES/UNIDADES DE CONSERVAÇÃO LOCALIZAÇÃO (RA) ÁREA (ha)

Parque dos Jequitibás RA-V 16,58Parque Recreativo e Ecológico Canela-de-Em a

RA-V 23,78

Parque Recreativo Sobradinho II RA-V 11,24Parque Ecológico e Vivencial de Sobradinho

RA-V78,36

Parque Ecológico e Vivencial Cachoeira do Pipiripau

RA-VI88,21

Parque Ecológico e Vivencial Lagoa Joaquim de Medeiros

RA-VI42,89

Parque Ecológico DER RA-VI 196,39Parque Ecológico e Vivencial Estância

RA-VI18,76

Parque Ecológico Vale do Am anhecer

RA-VI38,03

Parque Ecológico e de Uso Múltiplo Sucupira

RA-VI124,44

Parque Ecológico dos Pequizeiros RA-VI 783,16Parque Ecológico e Vivencial Retirinho RA-VI

663,65

Parque Am biental Colégio Agrícola de Bras ília RA-VI

527,32

Parque Ecológico São Sebas tião RA-XIV 132,13Parque São Sebastião RA-XIV 17,75Parque Ecológico Tororó RA-XIII 308,82APA da Bacia do Rio São Bartolom eu

RA-VI, RA-VII, RA-XIV82.967,00

APA do Planalto Central MUITAS RAs 507.070,00Estação Ecológica de Águas Emendadas RA-VI

10.547,00

RPPN Maria Velha RA-VI 8

RPPN Santuário Ecológico Sonhém RA-V 126

RPPN Chakra Grisu RA-VI 1,00RPPN Córrego da Aurora RA-VII 3,28

PARQUES/UNIDADES DE CONSERVAÇÃO LOCALIZAÇÃO (RA) ÁREA (ha)

Parque Metropolitano RA-VIII 108,46

Parque Ecológico e de Uso Múltiplo Águas Claras RA-XX 86,40

Parque Areal RA-XX 58,84

Parque Ecológico e Vivencial de Candangolândia RA-XIX 6,56

Parque de Uso Múltiplo do Lago Norte RA-XVIII 28,02

Parque das Garças RA-XVIII 10,51

Parque Morro do Careca RA-XVIII 8,59

Parque Ecológico Taquari RA-XVIII 87,12

Parque Ecológico e de Uso Múltiplo das Copaíbas RA-XVI 76,51

Parque Ecológico Garça Branca RA-XVI 139,81

Parque Ecológico Dom Bosco RA-XVI 131,14

Parque Ecológico e Vivencial Canjerana RA-XVI 51,58

Parque Vivencial do Anfiteatro Natural do Lago Sul RA-XVI 10,14

Parque Ecológico do Rasgado RA-XVI 22,68

Parque Recreativo do Núcleo Bandeirante RA-VIII 2,37

Parque Ecológico Catetinho RA-VIII 60,99

Parque Ecológico Córrego do Onça RA-VIII 363,12

Parque Ecológico e Vivencial do Riacho Fundo RA-XVII 488,92

Parque Ecológico Burle Marx RA-I 312,23

Parque das Aves RA-I 110,65

Parque Dona Sarah Kubitschek RA-I 320,00

Parque Ecológico e de Uso Múltiplo Olhos D'Água RA-I 21,54

Parque de Uso Múltiplo Vila Planalto RA-I 128,67

Parque de Uso Múltiplo da Asa Sul RA-I 21,75

Parque Ecológico Ezechias Heringer RA-X 310,00

Parque Vivencial Denner RA-X 3,25

Parque Ecológico e Recreativo Bosque dos Eucaliptos RA-X 3,25

Parque Urbano do Paranoá RA-VII 41,79

Parque Ecológico Cachoeirinha RA-VII 685,83

Parque Urbano Bosque do Sudoeste RA-XXII 7,88

Parque Ecológico e Vivencial Vila Varjão RA-XXIII 29,93

Parque Ecológico Lauro Müiller RA-VIII -Parque Ecológico Luiz Cruls RA-VIII -ARIE da Granja do Ipê RA-VIII e RA-XVII 1.143,82

ARIE do Riacho Fundo RA-XVI 480,00

ARIE do Paranoá Sul RA-VII 144,00

ARIE Ribeirão do Torto RA-I 167.000,00

ARIE do Bosque RA-XVI 31,30

ARIE do Cerradão RA-XVI 54,12ARIE dos Córregos Capetinga/Taquara RA-XVI 2.100,00

APA do Lago Paranoá RA-I, RA-XVI e RA-XVIII 16.000,00

Estação Ecológica do Jardim Botânico RA-XVI 3.991,59

Estação Ecológica da UnB RA-XVI 2.340,00

Reserva Ecológica do Lago do Paranoá RA-I 1,54

Reserva Ecológica do Guará RA-X 194,00

Reserva Ecológica do IBGE RA-XVI 1.360,00

Reserva da Biosfera do Cerrado - Fase I RAs 226.000,00

APA Gama / Cabeça de Veado RA-XVI 25.000,00

Parque Nacional de Brasília RA-I 30.000,00

Área de Proteção de Mananciais VÁRIAS Ras -

Monumentos Naturais VÁRIAS Ras -

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FONTE: Brasil, MMA, 1998.a) Os dados sobre peixes de água doce são considerados somente para o total de diversidade de espécies. Não há dados disponíveissobre seu endemismo. b) Os números entre parênteses correspondem às espécies endêmicas.Nota: Os 17 países de megadiversidade têm 8.443 espécies de vertebrados endêmicos, excluindo as de peixes, ou 33,1% da diversidadeglobal desses grupos (Mittermeier et al. 1997).

Tabela 1 - Diversidade e endemismo de espécies de vertebrados de países de megadiversidade (modificado)

País Mamíferos Aves Répteis AnfíbiosVertebrados, excluídos os

peixes

Peixes de água docea

Brasil 524 (131) b 1.622 (>191) 468 (172) 517 (294) 3.131 (788) >3.000África do Sul 247 (27) 774 (7) 299 (76) 95 (36) 1.415 (146) 153

Austrália 282 (210) 751 (355) 755 (616) 196 (169) 1.984 (1.350) 183China 499 (77) 1.244 (99) 387 (133) 274 (175) 2.404 (484) 1010

Colômbia 456 (28) 1.815 (>142) 520 (97) 583 (367) 3.374 (634) >1.500Equador 271 (21) 1.559 (37) 374 (114) 402 (138) 2.606 (310) >44

Estados Unidos 428 (101) 768 (71) 261 (90) 194 (126) 1.651 (388) 790Filipinas 201 (116) 556 (183) 193 (131) 63 (44) 1.013 (474) 330

Índia 350 (44) 1.258 (52) 408 (187) 206 (110) 2.222 (393) 750Indonésia 515 (201) 1.531 (397) 511 (150) 270 (100) 2.827 (848) 1.400

Madagascar 105 (77) 253 (103) 300 (274) 178 (176) 836 (630) 75Malásia 286 (27) 738 (11) 268 (68) 158 (57) 1.450 (163) 600México 450 (140) 1.050 (125) 717 (368) 284 (169) 2.501 (802) 468

Papua N. Guiné 242 (57) 762 (85) 305 (79) 200 (134) 1.509 (355) 282Peru 344 (46) 1.703 (109) 298 (98) 241 (>89) 2.586 (342) 855

Rep. Democrática do Congo

415 (28) 1.094 (23) 268 (33) 80 (53) 1.857 (137) 962

Venezuela 288 (11) 1.360 (45) 293 (57) 204 (76) 2.145 (189) 1.250

1.6 BIODIVERSIDADE

O cerrado é um bioma de extrema

importância para a conservação da

biodiversidade, tanto no nível nacional quanto

no internacional. Para que se tenha idéia da

diversidade existente no cerrado, a tabela 1

apresenta valores numéricos que dão um

indicativo da ordem de grandeza da fauna

existente em 17 países.

Pela análise rápida da tabela, observa-

se que o Brasil ocupa o primeiro lugar em

número de espécies de mamíferos conhecidos,

o segundo em aves e anfíbios, o quinto em

répteis e o segundo em número total de

vertebrados. No caso dos peixes de água doce,

o Brasil apresenta duas vezes mais espécies

que a Colômbia (segundo colocado). É curioso

notar a dominância em espécies endêmicas do

continente australiano.

Comparando-se a fauna do cerrado com

esses dados, observa-se como ela é rica e

diversificada: cerca de 10% a 15% dos

vertebrados terrestres que vivem na região do

cerrado são restritos a esse bioma, isto é, são

endêmicos. Calcula-se que o número de

espécies endêmicas deve ultrapassar 15 mil.

1.6.1 Aspectos da Biodiversidade do

Cerrado

O Brasil detém entre 10 e 20% da

diversidade biológica planetária, distribuída em

grandes biomas, e o cerrado é o segundo maior

deles, com 25% da sua superfície territorial.

Esse patrimônio representa enormes

possibilidades científicas, econômicas e

culturais na dependência da disponibilidade de

tecnologias, já que o mercado e a matéria-prima

parecem assegurados.

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Figura 33 - Mapa de áreas prioritárias para a conservação da vegetação2 do cerrado e do pantanal, MMA/SBF/2002, p. 181.

Tabela 2 - 41 áreas recomendadas como prioritárias para a conservação da vegetação, MMA/SBF, p.181

2 Em 2005, grande parte dessa área de cerrado foi removida para dar lugar à nova pista do Aeroporto Internacional. É desta forma que o homem vai,aos poucos, substituindo a cobertura vegetal natural por obras de infra-estrutura.

Quando o autor se refere à conservação da vegetação, obviamente não está omitindo os elementos da fauna e outros organismos componentesda biodiversidade dos biomas.

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eucaliptos da Austrália e de pinheiros da América

Central. A pecuária utiliza-se basicamente de

capins africanos, de bovinos da Índia e de

eqüinos da Ásia Central. A piscicultura depende

de carpas da China e de tilápias da África

Oriental. A apicultura está baseada em

variedades de abelhas provenientes da Europa

e da África, figura 34.

O Ministério do Meio Ambiente aponta 41

áreas de grande importância para a

conservação da biodiversidade e que devem

receber das autoridades competentes o apoio

à sua conversão em unidades de conservação.

Embora essas áreas sejam representativas

tanto do Bioma Cerrado como do Bioma

Pantaneiro, ambos contêm espécies vicariantes

de grande importância. Sua conservação é

fundamental para a biodiversidade, figura 33 e

tabela 2.

Pode-se considerar que, nos Estados

Unidos, 25% dos produtos farmacêuticos

receitados contêm ingredientes ativos

derivados de plantas, e há mais de 3 mil

antibióticos derivados de microorganismos. O

cientista Thomas Lovejoy estimou em US$ 200

bilhões/ano o valor de produtos da indústria

químico-farmacêutica derivados de organismos

vivos.

Apesar da riqueza nativa, a maior parte

de nossas atividades econômicas está baseada

em espécies exóticas. A agricultura brasileira

assenta-se na cana-de-açúcar originária da

Nova Guiné, no café da Etiópia, no arroz das

Filipinas, no trigo da Ásia Menor, na soja e

laranja da China. A silvicultura depende de

Figura 34 - Abelha africanizada colhendo alimento em uma flor-de-mel. (Foto: Gorgônio)

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2. QUESTÕES AMBIENTAIS DO DISTRITO

FEDERAL

O Distrito Federal (figuras 35 e 36) é pólo

de atração de correntes migratórias desde 1980,

devido à crise econômica principalmente no

do Brasil: US$ 9.456 - mais que o dobro damédia nacional. O desemprego, contudo, atin-gia 20,5% da população economicamente ati-va do Distrito Federal, em outubro de 1999. Ostrabalhadores menos qualificados das RegiõesAdministrativas ao redor de Brasília eram os

Figuras 35. Seriema – (Foto Luiz Clementino)

Nordeste. Sofreu, até

o final da década de

90, uma verdadeira

explosão demográ-

fica, com índices aci-

ma da média brasilei-

ra.

O planejamentoterritorial baseava-seno planejamento douso dos recursoshídricos, iniciado como Plano Diretor de

Águas, Esgotos e Controle da Poluição, daCaesb, de 1969; depois, passou a atender aessas correntes migratórias e à pressão daárea produtiva por diversificação de atividades,o que acarretou a criação de numerosas áreascomerciais e industriais e núcleos urbanos, comgrande ênfase aos parcelamentos urbanos ir-regulares, conhecidos como condomínios.Essa situação mudou completamente o qua-dro do território, especialmente no que se refe-re à diminuição drástica da cobertura vegetal eao surgimento de novos eixos de crescimento,que influenciaram toda a organização espacial

da ocupação urbana nas próximas décadas.

2.1 ASPECTOS SOCIAIS E DEMOGRÁFICOS

De acordo com o Ipea, o Distrito Federalapresentava, em 1998, a maior renda per capita

mais afetados. Se-gundo a Codeplan, apopulação com ren-da mais baixa, equi-valente a 45% da po-pulação ocupada doDistrito Federal, de-tinha quase um ter-ço da renda da re-gião. Segundo oIBGE, no País, aspessoas com renda

mais baixa - 50% dos brasileiros ocupados -

detinham apenas 14% da renda nacional.

Em 2000, a densidade demográfica noDistrito Federal era a mais alta do Brasil, com348 habitantes por quilômetro quadrado. Núme-ros do IBGE e da Codeplan mostram que a taxade crescimento demográfico recuou de 14,4%,na década de 60, para 2,7%, em 1997. Em2002, segundo o Anuário Estatístico do DistritoFederal, a taxa de crescimento anual era de3,01%. Nas cidades de Santa Maria, São Se-bastião, Recanto das Emas e Riacho Fundo,entre 1995 e 2000, houve um crescimentopopulacional de aproximadamente 60%, o quedemonstra a grande pressão sobre os recur-

sos naturais desse território.

A tabela 3 mostra a População total e taxa

média geométrica de crescimento anual, segun-

do as localidades - Distrito Federal 1996/2000.

.* Parque Tecnológico - Capital Digital. SINFOR-2005.

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2.2 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

2.2.1 Adensamento Urbano

O mapeamento temático multitemporal doDistrito Federal, realizado pela Unesco no ano2000, revela um processo de uso e ocupação doespaço geográfico no qual, sucessivamente, vãodesaparecendo os espaços naturais e aparecen-do áreas urbanas e/ou espaços agrícolas, dife-rentes daqueles originalmente existentes.

Na tabela 3 pode-se verificar a dinâmica daalteração da cobertura vegetal e do uso do solodo Distrito Federal, entre 1994 e 1998.

De acordo com esse trabalho, a dinâmicade formação da paisagem no Distrito Federal está

intimamente relacionada aos intensivos proces-sos de adensamento da malha urbana e do cres-cimento da ocupação agrícola que, em conjunto,podem ser considerados os principais componen-tes das transformações territoriais e da reduçãoda área ocupada pela vegetação original do cer-rado.

A avaliação multitemporal da ocupação dosolo no DF para esses 44 anos aponta 4 pólosresponsáveis pelo processo de dinamização docrescimento urbano: um, de caráter maiscentralizador, que corresponde à cidade deBrasília, e outro complementar, que corresponde

CLASSE DE LEGENDA 1954 1964 1973 1984 1994 1998

Mata 109.414 94.533 88.017 73.060 69.416 57.770

Cerrado 220.003 198.694 176.103 105.281 100.541 57.622

Campo 251.609 275.267 254.597 222.187 144.762 130.501

Corpos d'Água 160 4.074 4.749 5.750 5.909 5.369

Área Agrícola 93 2.570 35.223 120.954 213.896 269.366

Área Urbana 121 4.625 12.208 21.409 28.134 38.179

Ref lorestamento 0 0 0 19,357 11.977 9.236

Solo Exposto 0 1.637 10.503 13.402 6.765 13.357

TOTAL 581.400 581.400 581.400 581.400 581.400 581.400

Tabela 3 - Evolução da População do Distrito Federal, TMGCA e Densidade Demográfica - 1957 / 2005

Tabela 4 - Quantificação multitemporal das áreas de cobertura vegetal e uso do solo (em ha)

Fonte: Unesco, 2003.

Anos População TMGCA (1) Hab/km2

1957 12.283 - 2,12

1959 64.314 128,82 11,11

1960 140.164 117,94 24,21

1970 537.492 14,39 92,84

1980 1.176.935 8,15 203,30

1991 1.601.094 2,84 276,57

1996 1.821.946 2,62 314,72

2000 2.051.146 3,01 354,31

2005 2.333.108 2,61 403,01

Fontes: Projeções Populacionais - Brasil e Grandes Regiões - IBGE e Censo Demográfico - IBGEDados elaborados pela Seplan(1) TMGCA - Taxa Média Geométrica de Crescimento Anual entre períodos.

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ao eixo formado pelas cidades de Taguatinga,

Ceilândia, Samambaia e Recanto das Emas,

constituindo exemplos típicos de conglomerados

urbanos.

Além desses pólos, também há dois cen-

tros dinamizadores da ocupação urbana, de im-

portância secundária, nos quais se podem des-

tacar as cidades do Gama e de Santa Maria, que

se encontram insertas no principal eixo de cres-

cimento urbano proposto pelo Plano Diretor de

Ordenamento Territorial do DF (PDOT). Essas

cidades estão próximas às regiões do entorno,

onde cresce rapidamente o parcelamento do solo

para fins agrícolas e urbanísticos. Outro centro,

formado ao longo da BR-020, compreende as ci-

dades de Sobradinho e Planaltina e nele se ob-

serva um expressivo crescimento das atividades

de parcelamento do solo para fins urbanísticos.

2.2.2 Agricultura

Outro agente responsável pela mudança da

paisagem no DF foi a ocupação do solo pelas ati-

vidades agrícolas, que começam a ter maior sig-

nificado durante a década de 80, com a entrada

da soja, das culturas irrigadas e outras. A maior

concentração das áreas ocupadas pelo uso agrí-

cola é observada nas bacias hidrográficas dos rios

São Bartolomeu e Preto, mais expressivamente

neste último, devido à sua topografia.

Ressalta-se que as áreas-núcleo da Reser-

va da Biosfera do Cerrado - Fase I, ou seja, o

Parque Nacional de Brasília, a Estação Ecológica

de Águas Emendadas e a APA das bacias do

Gama e Cabeça de Veado, estão pressionadas

em função do acelerado processo de uso e o-

cupação do solo. Esta ocupação faz com que es-

sas unidades de conservação fiquem cada vez

mais isoladas, formando fragmentos de vegeta-

ção natural sem conectividade com outras áreas

de cerrado, comprometendo, assim, o fluxo de

material genético com a conseqüente redução da

biodiversidade.

2.2.3 Parcelamentos Irregulares do

Solo

Embora o Distrito Federal tenha sido objeto

de muito planejamento, inclusive com a realiza-

ção de dois importantes estudos visando à trans-

ferência da Capital Federal - o Relatório da Co-

missão Cruls e o Relatório Belcher - o

parcelamento irregular do solo já ocorria nessa

região, a exemplo de loteamentos como Nossa

Senhora de Fátima, na Fazenda Mestre D'Armas

e Planaltinópolis, na Fazenda Paranauá, implan-

tados no entorno do Distrito Federal.

O território, desde então, apresenta duas

facetas: a ocupação ordenada, representada pe-

las cidades formais; e a desordenada, compre-

endida pelos loteamentos irregulares, além de di-

ferentes outras formas de ocupação informal.

A parte planejada do Distrito Federal apre-

senta um padrão polinucleado, tendo o Plano Pi-

loto a função simbólica de Capital da República e

de pólo gerador de empregos e renda; e os de-

mais núcleos, inicialmente, a função de cidades

dormitórios, mas que hoje já apresentam fortes

sinais de vida própria.

O lado informal, embora se tenha iniciado

com a implantação de Brasília, teve seu ápice nas

décadas de 80 e 90, como resultado da situação

do País, caracterizada pela crise fiscal, o fecha-

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mento de instituições financeiras voltadas ao fi-

nanciamento habitacional, como o Banco Nacio-

nal da Habitação - BNH e a mecanização ativa do

campo, acompanhada da migração elevada para

os centros urbanos com melhores condições de

vida.

Nessas décadas, glebas rurais foram par-

celadas irregularmente em chácaras de 2 (dois)

ou mais hectares, dando origem a diversos

parcelamentos rurais. Esses empreendimentos,

por sua vez, foram gradativamente reparcelados

em lotes menores, para fins urbanos, aproveitan-

do-se a demanda habitacional principalmente da

classe média, não atendida pelas políticas

habitacionais vigentes, restrita à população de

baixa renda, com a produção de assentamentos

voltados para a transferência de favelas.

Tanto a ocupação ordenada quanto a

desordenada interferem diretamente no equilíbrio

ecológico, por meio do desmatamento, da

impermeabilização de áreas, da diminuição e per-

da de qualidade dos mananciais, da destruição

de habitats, da pressão sobre a fauna, da degra-

dação do solo e da conseqüente perda de

biodiversidade.

Esse é o grande desafio: promover o de-

senvolvimento econômico e a expansão urbana

e rural sem comprometer, irremediavelmente, o

equilíbrio ambiental.

2.3 VULNERABILIDADES AMBIENTAIS

A proteção dos recursos hídricos do DF

reveste-se de especial importância. Por ser o

berço das três principais bacias hidrográficas

do País - a do Prata, a do Amazonas e a do São

Francisco -, a região tem sua rede de drena-

gem constituída por rios de cabeceira e, por-

tanto, com baixas vazões. Os rios caudalosos

são formados fora do DF, nas regiões mais bai-

xas das bacias hidrográficas.

A atividade mineral para extração de areia,

cascalho, argila, saibro e aterro, associada ao

parcelamento irregular, sem adoção dos cuida-

dos ambientais necessários, é responsável pela

quase totalidade das áreas degradadas, salvo

raras exceções. Esse tipo de mineração carac-

teriza-se pelo baixo investimento, pela ausên-

cia de aporte de tecnologia nas fases de produ-

ção, controle ambiental e recuperação das áre-

as mineradas. As jazidas localizam-se próximo

aos centros urbanos e em zonas rurais.

Junto à atividade mineral, a expansão ur-

bana gera maior impermeabilização do solo,

prejudicando a alimentação dos aqüíferos sub-

terrâneos e, muitas vezes, prejudicando sua

qualidade. Como parte desse processo, o es-

gotamento sanitário e a drenagem de águas plu-

viais estão comprometendo gradativamente a

qualidade dos nossos recursos hídricos.

Em menor escala, mas também de for-

ma preocupante, as atividades rurais baseadas

na irrigação com pivôs centrais e uso intenso

de fertilizantes e defensivos causam grandes

impactos sobre o solo e os recursos hídricos,

necessitando de uma urgente revisão de

paradigmas e maior atuação governamental.

2.4 RECURSOS FLORESTAIS

No Distrito Federal, a cobertura vegetal

florestal está restrita às unidades de conser-

vação e a algumas parcelas de uso restrito,

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como as áreas militares. Essa cobertura flo-

restal é representada basicamente por ma-

tas de galeria, cerradão, matas mesofíticas e

pelos reflorestamentos formados pelo plan-

tio de espécies exóticas (eucalipto e pínus)

que constituem, em sua maior parte, a Flona

do Distrito Federal.

O desmatamento decorrente dos pro-

cessos de uso e ocupação do solo no Distri-

to Federal tem provocado grandes alterações

nos ecossistemas locais, pelo desequilíbrio

do habitat natural dos animais silvestres -,

promovendo a ação dos processos erosivos,

promoviendo o assoreamento dos cursos

d`água, comprometendo a vida útil das bar-

ragens locais e diminuindo a recarga dos

aqüíferos.

O estudo da Unesco mostrou que, dos

572.000ha de cobertura vegetal do Distrito

Federal, existente em 1954, restaram apenas

194.230ha em 1998, o que representa menos

de 17% da vegetação original. Vale conside-

rar que, dessa cobertura vegetal remanescen-

te, mais de 9.000ha são de florestas homo-

gêneas formadas por espécies exóticas

(pínus e eucalipto), que antes não existiam.

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3 AÇÕES AMBIENTAIS DOS ÓRGÃOSGOVERNAMENTAIS

O Governo do Distrito Federal - GDF, por

meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente

e Recursos Hídricos (Semarh), integra o

Reguladora de Águas e Saneamento do DistritoFederal - Adasa.

O Distrito Federal conta também, no quese refere à participação do poder público, comas ações desenvolvidas pela CâmaraLegislativa do Distrito Federal - CLDF, peloMinistério Público - MPDFT e pela representação

Sistema Nacional de

Meio Ambiente (Sis-

nama), instituído pela

Lei nº 6.938/81, que

estabelece a Política

Nacional de Meio

Ambiente.

As ações reali-zadas pelo GDF sãoexecutadas a partirde um complexo ad-ministrativo compos-to pelas Secretariasde Estado de Meio Ambiente e RecursosHídricos - Semarh, Secretaria de Estado deAdministração de Parques e Unidades deConservação - Comparques e Secretaria deEstado de Segurança Pública e Defesa Social- SSPDS/DF, e o Conselho de Meio Ambientedo Distrito Federal - Conam. Vinculados àsSecretarias de Estado encontramos aCompanhia de Saneamento Ambiental deBrasília - Caesb, figura 37, Delegacia Especialdo Meio Ambiente - Dema, o Serviço deConservação de Monumentos Públicos eLimpeza Urbana do DF - Belacap, Companhiade Polícia Militar Ambiental - CPMA,Subsecretaria do Sistema Integrado deVigilância do Uso do Solo - Siv-Solo eSubsecretaria do Sistema Integrado deVigilância, Preservação e Conservação deManaciais - Siv-Água, e, mais recentemente,passou a fazer parte deste complexo a Agência

local do InstitutoBrasileiro de MeioAmbiente - Ibama.Todos com grandei m p o r t â n c i a ,porquanto órgãosresponsáveis pelafiscalização preser-vação e conserva-ção ambiental doDistrito Federal.

3.1 SEMARH

A Secretaria de Estado de Meio Ambientee Recursos Hídricos do Distrito Federal -Semarh é o órgão do Governo do DistritoFederal responsável pela gestão do meioambiente e dos recursos hídricos no DistritoFederal.

Sendo uma das primeiras unidades daFederação a instituir um setor em sua estruturaadministrativa responsável pela gestãoambiental de seu território, o GDF criou em 1985a Coordenação de Assuntos do Meio Ambiente- Coama vinculada ao Gabinete do governador,a qual funcionou como uma AssessoriaEspecial. Em 1988, três anos depois da criaçãoda Coama, com a promulgação da novaConstituição, os Estados, o Distrito Federal eos municípios passam a ter responsabilidade

direta na proteção do meio ambiente.

Figura 37. Lavagem de filtros. Estação de Tratamento de Água daCeilândia (Foto: Gorgonio)

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Com isto, o Distrito Federal, reafirmando

sua cota de responsabilidade, publica no dia 13

de setembro de 1989 as Leis nº 040 e 041, que

instituem a Secretaria de Meio Ambiente,

Ciência e Tecnologia - Sematec (em

substituição à Coama) e a Política Ambiental

do Distrito Federal.

Essa Política visa, fundamentalmente, adisciplinar as relações entre a sociedade, suasatividades e a necessidade de conservação domeio ambiente, harmonizando o homem e omeio, e buscando garantir hoje as possibilidadesde desenvolvimento das futuras gerações.

A partir da criação da Sematec e da lei dePolítica Ambiental, importante marco nacondução das questões afetas ao meioambiente, o DF avançou a passos largos nagestão de seus recursos naturais em direção

ao desejado desenvolvimento sustentável.

Em 1992, por meio da Lei nº 236, de 20

de janeiro, e da Lei nº 347, de 4 de novembro, o

Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e a Fundação

de Apoio à Pesquisa (FAP/DF) são incorporados

à sua estrutura, passando a Secretaria a se

responsabilizar pela política de limpeza pública

e pelo incentivo à pesquisa.

Com a Lei nº 512, de 28 de julho de 1993,

que instituiu a Política de Recursos Hídricos do

Distrito Federal, fica a gestão dos recursos

hídricos sob a responsabilidade da Sematec.

Em agosto de 2000, com a reestru-

turação administrativa ocorrida no Governo do

Distrito Federal, é alterada sua denominação

para Secretaria de Estado de Meio Ambiente e

Recursos Hídricos - Semarh, bem como, a

realização das seguintes mudanças em sua

estrutura orgânica:

• extinção do Instituto de Ecologia e MeioAmbiente - Iema;

• incorporação da Companhia deSaneamento Ambiental do Distrito Federal -

Caesb;

• transferência do Serviço de Limpeza

Urbana - SLU, hoje denominado Serviço de

Conservação de Monumentos Públicos e

Limpeza Urbana do DF - Belacap, para a

Secretaria de Obras, e,

• fusão do Instituto de Ciência e Tecnologia

- ICT com a Fundação de Apoio à Pesquisa -

FAP e sua transferência para a Secretaria de

Fazenda e Planejamento.

Atualmente, por meio do Decreto

n° 26.818, de 18 de maio de 2006, são atribuídas

à Semarh as seguintes competências legais:

I - formular, coordenar e executar a políticaambiental e de recursos hídricos do DistritoFederal;

II - planejar e implementar ações parapreservação, proteção e recuperação do meioambiente, incluindo os recursos hídricos na áreaterritorial do Distrito Federal;

III - promover ações educativas e deconscientização voltadas para a preservaçãodo meio ambiente;

IV - planejar e promover as ações defiscalização, licenciamento e monitoramentoambiental em todo o território do DistritoFederal;

V - realizar, através de acordos decooperação com a União, o registro, oacompanhamento e a fiscalização das outorgasdo direito de pesquisa e de exploração dosrecursos hídricos encontrados no solo e nosubsolo do território do Distrito Federal;

VI - administrar unidades de conservação,parques, reservas, hortos, criados e/ou

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mantidos pelo Governo do Distrito Federal, que

lhe forem designados;

VII - administrar as compensaçõesambientais oriundas de procedimentoslicenciatórios e autorizatórios em todo o território

do Distrito Federal;

VIII - articular-se com a Agência

Reguladora de Água e Saneamento do Distrito

Federal/Adasa e órgãos afins, no processo de

planejamento, acompanhamento e implantação

da Política Distrital de Recursos Hídricos; e

IX - coordenar as atividades de

saneamento básico no Distrito Federal.

• O Conselho do Meio Ambiente do

Distrito Federal;

• O Conselho da Reserva da Biosfera

do Cerrado do Distrito Federal;

• O Conselho Distrital de Recursos

Hídricos do Distrito Federal;

• A Diretoria de Fiscalização

Ambiental;

• A Diretoria de Planejamento,

Programação e Acompanhamento;

• O Programa da Reserva da Biosfera

do Cerrado do Distrito Federal;

Figura 38 - Jatobá-da-mata germinando (Foto: Gorgonio).

3.1.1 Estrutura

A estrutura organizacional da Secretaria

de Estado de Meio Ambiente e Recursos

Hídricos é composta por três Subsecretarias,

a de Meio Ambiente, a de Recursos Hídricos e

a de Apoio Oparacional. Além destas

Subsecretarias, encontramos diretamente

ligados ao Gabinete do Secretário:

• A Diretoria de Educação Ambiental;

• O Plano de Prevenção e

Combate aos Incêndios Florestais; e

• O Fundo Único do Meio

Ambiente do Distrito Federal.

Regulamentados e regidos por

legislação própria, completa a estrutura

administrativa da Secretaria de Estado

de Meio Ambiente e Recursos Hídricos

do Distrito Federal, na qualidade de

órgãos vinculados, a Companhia de

Saneamento Ambiental do Distrito

Federal - Caesb e a Agência Reguladora de

Águas e Saneamento do Distrito Federal -

Adasa.

3.1.2 Atuação da Semarh

Na busca do cumprimento de suas

atribuições legais, com vistas à melhoria da

qualidade ambiental e ao atendimento dos

anseios da sociedade, podemos destacar

algumas ações desenvolvidas hoje pela

Semarh, tais como:

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3.1.2.1 Educação ambiental

A Semarh entende que a Educação

Ambiental é o resultado da articulação entre

diversas disciplinas, saberes, ações e

experiências educativas, que facilitam a

percepção integrada do meio ambiente,

tornando possível uma ação mais racional e

capaz de responder às necessidades

ambientais e sociais. Estas idéias são

desenvolvidas por meio da Diretoria de

Educação Ambiental - Direa.

Um dos objetivos prioritários daSecretaria é conseguir fazer com que osindivíduos e a coletividade compreendam anatureza complexa do ambiente natural e domeio ambiente construído pelo homem. Talcomplexidade é resultante da interação de seusaspectos biológicos, físicos, sociais,econômicos e culturais. A disseminação desteentendimento faz com que a população adquiraos conhecimentos, os valores, os compor-tamentos e as habilidades práticas para ter umolhar crítico e participar, responsável eativamente, da prevenção e solução dosproblemas ambientais, bem como da gestão daqualidade do meio ambiente.

Ao afirmar que cabe à EducaçãoAmbiental fornecer os conhecimentosnecessários para que a coletividade possainterpretar os fenômenos complexos queconfiguram o meio ambiente, salienta-se seupapel de estimular e orientar as capacidadescognitivas, criativas e críticas da comunidade,chamando a atenção para os problemasexistentes no contexto socioambiental dosquais fazem parte. Neste sentido, a Semarhbusca promover uma interação entre todas asações desenvolvidas pelo Governo do Distrito

Federal e demais instituições que, de algumaforma, desenvolvam trabalhos na área socio-

ambiental.

O Programa Cidade 21

Assim, obedecendo aos marcos legaisreferentes à Educação Ambiental, erecomendações apresentadas pelasconferências nacionais e internacionais, emespecial às oriundas da Conferência dasNações Unidas sobre o Meio Ambiente eDesenvolvimento – Rio 92, a Semarh tembuscado incentivar a construção de agendasambientais, nas quais, a partir da realização dediagnósticos socioambientais, os atoresenvolvidos passam a formular e executarpropostas que resultem em novas realidades,caracterizadas pelo equilíbrio ecológico equalidade ambiental.

Desta forma, a Direa instituiu o Programade Educação Ambiental "Cidade 21" - onde sãodefinidas ações e estabelecidas estratégias deintervenção permanentes de educaçãoambiental nos setores governa-mental, não-governamental, produtivo e educacional. Suaproposta está estruturada em 4 subprogramas:

• Agenda Ambiental Institucional -Objetiva estimular a participação efetiva eresponsável dos servidores do GDF na gestãoresponsável dos recursos e insumos de todaordem, utilizados no cotidiano de suasatividades administrativas. Nesse sentido, foicriado pelo Decreto nº 21.986, de 9 de marçode 2001, o Programa “Verdenovo”, que envolvea Secretaria de Estado de Meio Ambiente eRecursos Hídricos, e a de GestãoAdministrativa, a fim de desenvolver açõesintegradas nos órgãos do complexo

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administrativo do GDF, voltadas para a melhoriada gestão pública e para a redução do impacto

no meio ambiente.

• Agenda Ambiental da Escola - Propõe

a instituição e implementação de agendas

ambientais nas unidades de ensino do Distrito

Federal, objetivando a incorporação dos

princípios e conceitos da sustentabilidade,

inserindo aí a vertente socioambiental no projeto

político-pedagógico de cada escola. Com isto,

busca-se estimular a co-responsabilidade na

solução e prevenção de seus problemas.

• Agenda Ambiental Empresarial - Visa

à promoção de debates sobre meio ambiente e

desenvolvimento nas organizações produtivas,

culminando na instituição de agendas, no

esforço de conciliação entre racionalidade

econômica, distribuição de produtos e

consciência socioambiental. Com a formulação

da agenda, as empresas passam a identificar

ganhos, associando custos e benefícios

ambientais a seus produtos, além de realizar o

gerenciamento ambiental integrado de suas

atividades.

• Agenda 21 Regional - Visa buscar

alternativas de sustentabilidade para as cidades

do Distrito Federal, por meio do estudo,

formulação e implementação da Agenda 21

Regional. Esta proposta sugere a

descentralização do processo de geren-

ciamento ambiental com base na constituição

de fóruns regionais de gestão socioambiental,

instâncias de caráter consultivo, capazes de

integrar os diferentes setores de atuação

governamental, segmentos sociais organizados

e participação popular, no planejamento eaplicação das decisões que afetem a qualidadede vida em suas cidades. Para a implemen-tação desse subprograma, a consolidação deparcerias entre organismos do poder público,iniciativa privada e sociedade civil organizada éum pressuposto esperado.

Configurando-se como uma síntese dastrês agendas - a institucional, a da escola e aempresarial, a Agenda Regional busca articularem rede esses setores, o que virá a contribuirpara vincular os desafios locais às grandes

questões da globalidade.

Ações desenvolvidas no âmbito doPrograma Cidade 21

Para articular, sistematizar e viabilizar a

formulação das agendas ambientais, a Diretoria

de Educação Ambiental utiliza como ins-

trumento um significativo conjunto de projetos

e ações de educação ambiental, como:

• Capacitação de Reeditores emEducação Ambiental - Desenvolvida por

intermédio de cursos, seminários e palestras,

sob uma nova perspectiva pedagógica, sob a

qual os participantes das atividades são

identificados como possíveis reeditores dos

conhecimentos construídos nos encontros,

interpretando-os e adequando-os às suas

realidades. As diversas capacitações possuem

cargas horárias determinadas de acordo com

as especificidades de cada projeto.

As atividades que as integram abordam

aspectos teóricos e práticos de acordo com

temas específicos, buscando instrumentalizar

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equipes para o trato das questões ambientais,

com foco na capacitação da comunidade

escolar, profissionais de órgãos públicos e a

sociedade civil organizada.

• Núcleo de Educação Ambiental doJaburu - Destinado ao atendimento exclusivo

à Rede Oficial de Ensino do Distrito Federal,

caracteriza-se pela difusão da Agenda 21 na

comunidade escolar, a fim de estimular a

participação coletiva na instituição de uma

agenda ambiental que promova a melhoria da

qualidade do ambiente escolar. Nas atividades

do Núcleo são realizadas oficinas pedagógicas

de teatro, música, papel reciclado e de

reaproveitamento de materiais descartáveis,

trilhas monitoradas, vídeos e debates.

• Núcleo de Educação Ambiental daEstação Ecológica de Águas Emendadas -Esec-AE - Promove a difusão de informaçõesna área ambiental, objetivando o desenvol-vimento de atividades educativas nacomunidade do entorno da ESEC-AE, a fim deestabelecer a convivência harmônica entre acomunidade e a unidade de conservação. Sãooferecidos cursos de capacitação de reeditoresem educação ambiental para professores darede pública, atendimento a alunos em trilhasmonitoradas, palestras e apresentação de

vídeos.

3.1.2.2 Plano de Prevenção e Combate aosIncêndios Florestais

A ocorrência de incêndios florestais no

território do Distrito Federal mobiliza uma grande

soma de esforços e recursos do setor público

nas operações de prevenção e combate. Por

esse motivo, o Governo do Distrito Federal

instituiu o Plano de Prevenção e Combate aos

Incêndios Florestais do Distrito Federal, sob a

coordenação da Semarh, por meio do Decreto

nº 17.431, de 11 de junho de 1996, com os

seguintes objetivos:

• Estabelecer um conjunto de ações

preventivas e de combate aos incêndios

florestais, articulado com as diversas

instituições do Governo e integrado à

comunidade;

• Buscar a otimização dos recursos

disponíveis nos diversos órgãos afetos à

questão; e

• Proteger contra incêndios florestais,

prioritariamente, as Unidades de Conservação

que integram as Zonas do Núcleo da Reserva

da Biosfera do Cerrado - Fase I, consideradas

áreas críticas e, de forma extensiva, as demais

Unidades de Conservação no Distrito Federal.

O Plano define uma estratégia de ação

que otimiza recursos existentes, identificando

quando, como e por quem deverão ser

prevenidos e controlados os incêndios

florestais, em articulação com as diversas

instituições dos Governos Federal e Distrital

afetas à questão.

No que se refere a este Plano, foram

estabelecidas três esferas de atuação

institucional: os órgão executores que estão

diretamente envolvidos na execução do Plano;

os órgãos de apoio direto, aqueles que dispõem

de recursos necessários à execução de

determinadas ações, sendo acionados pelos

órgãos executores; e os órgãos de apoio

eventual, que colaboram nas campanhas

educativas e na vigilância.

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• Órgãos Executores

- Secretaria de Estado de Meio Ambientee Recursos Hídricos;

- Jardim Botânico de Brasília;

- Estação Ecológica de ÁguasEmendadas;

- Defesa Civil;

- Corpo de Bombeiros Militar do DistritoFederal;

- Polícia Militar Ambiental;

- Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística;

- Fazenda Água Limpa, da Universidadede Brasília;

- Parque Nacional de Brasília;

- Prevfogo/Ibama.

• Órgãos de Apoio Direto

- Departamento de Estradas de

Rodagem;

- Secretaria de Agricultura;

- Administrações Regionais;

- Companhia de Saneamento Ambiental

do Distrito Federal - Caesb;

- Companhia Urbanizadora da Nova

Capital do Brasil;

- Serviço de Conservação de

Monumentos Públicos e Limpeza Urbana do DF;

- Instituto Nacional de Meteorologia.

• Órgãos de Apoio Eventual

- demais órgãos públicos;

- empresas da iniciativa privada;

- sociedade civil organizada.

O Plano de Prevenção e Combate aos

incêndios Florestais do Distrito Federal está

consubstanciado na consolidação de parcerias,

proporcionando a mobilização de órgãos

públicos e privados, em prol de um objetivo

comum, promovendo a redução do número de

ocorrências de incêndios, contribuindo,

conseqüentemente, para maior proteção dos

recursos naturais das áreas de cerrado. Esta

integração e cooperação mútua visa à

otimização dos recursos humanos e materiais

disponíveis.

Anteriormente, as atividades de combate

aos incêndios florestais eram desempenhadas

pelas administrações das Unidades de

Conservação ou pelo Corpo de Bombeiros, de

forma não articulada. A partir da instituição do

Plano, a questão passou a receber um

tratamento específico e uniforme para todo o

território do DF, introduzindo ai um planejamento

integrado das ações realizadas.

3.1.2.3 Monitoramento ambiental

Com relação ao monitoramentoambiental, a Semarh coordena as açõesreferentes à recuperação de áreas degradadas,figuras 39 a 42, como também, propõe normas,padrões e parâmetros para prevenir, combatere controlar a poluição ambiental. Para tal fim,são elaborados Termos de Referência para arealização de Planos de Recuperação de ÁreasDegradadas - PRAD. Além disso, estimula oreflorestamento com espécies nativas em áreasdegradadas, protegendo, especialmente,encostas e recursos hídricos, por meio deacompanhamento e supervisão dos planos derecuperação de áreas degradadas no DistritoFederal. Avalia, também, as solicitações deretirada de espécies arbóreo-arbustivas nativasdo bioma cerrado, tombadas pelo Decreto nº

14.783, de 9 de junho de 1993.

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A Semarh tem buscado avançar em

direção à estruturação de uma Rede de

Monitoramento Ambiental da Qualidade do Ar,

figura 40. Tal rede visa o controle das atividades

e empreendimentos que contribuem significati-

vamente para a poluição do ar, como as usinas

de asfalto, as fábricas de cimento, as indústrias

de torrefação de café, entre outras, além do

controle dos veículos urbanos, especialmente

os movidos a diesel.

A existência desse tipo de rede auxilia no

processo de planejamento urbano e de

implantação de indústrias e outros tipos de

serviços, tomando como base os dados obtidos

após análises laboratoriais. Permite, também,

o fornecimento de dados para ativar ações de

emergência durante períodos de seca; para

acompanhar as tendências e mudanças na

qualidade do ar, devido a alterações nas

emissões dos poluentes, bem como divulgar

informações sobre a sua qualidade.

A Rede de Monitoramento da Qualidade

do Ar é composta por cinco estações fixas.

Cada estação é dotada de dois equipamentos:

Amostrador de Grandes Volumes (HI-VOL),

utilizado na coleta de Partículas Total em

Suspensão (PTS), e Amostrador de Pequenos

Volumes (OPS/OMS), usado na coleta de

fumaça e SO2, figura 43.

Figura 40 - Voçoroca localizada próximo ao Córrego Samambaia- RA Samambaia - Ano 2005. (Foto Acervo Semarh)

Figura 41 - Voçoroca existente na BR 070 - Ano 2005 . (FotoAcervo Semarh)

Figura 42 - Voçoroca na BR 070 em estágio derecuperação - Ano 2005 (Foto: Acervo Semarh).

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3.1.2.4 Licenciamento ambiental

O licenciamento ambiental é um dos

instrumentos da Política Nacional do Meio

Ambiente (Lei nº 6.938/81) e tem como objetivo

principal a melhoria da qualidade ambiental do

País.

No âmbito do Distrito Federal, este

dispositivo é regulamentado pela Lei nº 41, de

13 de setembro de 1989, que dispõe sobre a

Política Ambiental do Distrito Federal e

estabelece, em seu art. 16 que, a construção,

instalação, ampliação e o funcionamento de

estabelecimentos e atividades utilizadoras de

recursos ambientais, considerados efetiva ou

potencialmente poluidores, bem como os

empreendimentos capazes, sob qualquer

forma, de causar degradação ambiental,

dependerão de prévio licenciamento da

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e

Recursos Hídricos - Semarh.

É por meio da concessão da licença

ambiental que o Governo do Distrito Federal

pode garantir a continuidade e a melhoria da

qualidade de vida atual e futura da população.

Informações a respeito de licenciamento

ambiental estão disponíveis no manual de

Licenciamento Ambiental elaborado pela

Semarh, disponibilizando à sociedade no site

da Semarh www.semarh.df.gov.br, de forma

clara e objetiva, informações sobre os

procedimentos necessários à regularização das

atividades que utilizem recursos naturais ou

que, de alguma forma, possam provocar

degradação ambiental.

Obs.: Este tema será objeto de mais esclarecimentos

no item referente às questões ambientais e as organizações.

3.1.2.5 Fiscalização ambiental

A fiscalização ambiental é também um

dos instrumentos estabelecidos pela Política

Nacional e distrital de Meio Ambiente para o

controle das atividades efetiva e/ou

potencialmente poluidoras, funcionando como

aliado do licenciamento ambiental.

As ações desencadeadas pela fiscali-zação da Semarh são organizadas de modo aatender denúncias efetuadas pela população;a acompanhar o cumprimento de licençasconcedidas; a atender demandas do MinistérioPúblico, além da execução de demandas

internas.

Essas ações realizam-se, muitas vezes,em conjunto com outras entidades dos

Governos local e Federal.

3.1.2.6 Unidades de conservação

A partir de dezembro de 2003, com a

criação da Secretaria de Estado de

Administração de Parques e Unidades de

Conservação – Comparques, a maior parte das

Figura 43 - Estação de Monitoramento da Qualidade do Ar, com-posta pelo Amostrador de Grande Volume - HI-VOL e Amostradorde Pequeno Volume. (Foto: Acervo Sebrae)

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unidades de conservação do Distrito Federalpassou a ser administrada por esta Secretaria,ficando sob responsabilidade da Semarhapenas a Estação Ecológica de ÁguasEmendadas e o Parque Ecológico e de UsoMúltiplo Burle Marx.

A gestão dessas áreas envolve, entreoutras atividades, a elaboração e imple-mentação de Planos de Manejo, PlanosDiretores e Zoneamentos, o monitoramento, afiscalização e vigilância ambiental, bem comoo controle do uso e ocupação do solo destas

áreas e seu entorno, sob diversas formas.

ser feita por pessoas físicas ou jurídicas quese proponham a praticar ações que produzamimpactos positivos para as nascentes. Paratanto, são incentivadas ações de revegetaçãoe recomposição de áreas degradadas e amanutenção da integridade de nossasnascentes.

3.1.2.8 Gestão de Recursos hídricos

O desenvolvimento gradual do arcabouço

legal-institucional da área de recursos hídricos

Figura 44 - Botão e flor de pequi (Foto: Gorgonio).

3.1.2.7 Programa “Adote uma Nascente”

O Programa é uma iniciativa da Semarhpara incentivar a participação voluntária dacomunidade no processo de gestão ambiental.

Seu objetivo é promover a melhoria daqualidade e vazão dos recursos hídricos, pormeio de ações de recuperação e conservaçãode nascentes, bem como coletar dadostécnicos como forma de monitoramento noSistema de Gerenciamento de RecursosHídricos do Distrito Federal.

O foco principal do Programa estácentrado na adoção de nascentes, que pode

do Distrito Federal ocorre a

partir da aprovação da Lei

nº 512, de 28 de julho de 1993,

o que vem permitindo ao GDF

consolidar o Sistema de

Gerenciamento Integrado dos

Recursos Hídricos do Distrito

Federal. A Atual Política de

Recursos Hídricos do Distrito

Federal instituída pela Lei

nº 2.725, de 13 de junho de

2001, considera, entre outros

fundamentos, que:

I – a água é um bem de domínio público;

II – a água é um recurso natural, dotado

de valor econômico e função social;

III – em situações de escassez, o usoprioritário dos recursos hídricos é o consumo

humano e a dessedentação de animais;

IV – a gestão dos recursos hídricos deveser descentralizada e contar com a participaçãodo Poder Público, dos usuários e das

comunidades; e

V – a gestão dos recursos hídricos deve,obrigatoriamente, proporcionar o uso múltiplo

das águas.

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A fim de garantir a observância dos

fundamentos estabelecidos, foram instituídos

instrumentos de gestão que se encontram em

consonância com a Lei nº 9.433, de 8 de janeiro

de 1997, que institui a Política Nacional de

Recursos Hídricos, quais sejam:

I – os Planos de Recursos Hídricos;

II – o enquadramento dos corpos de água

em classes, segundo os usos preponderantes

da água;

III – a outorga do direito de uso de recursos

hídricos;

IV – a cobrança pelo uso de recursos

hídricos;

V – o Sistema de Informações sobre

Recursos Hídricos;

VI – o Fundo de Recursos Hídricos do

Distrito Federal.

A existência de órgãos como o Conselho

de Recursos Hídricos e os Comitês de Bacias

Hidrográficas, conforme proposto pela Lei das

Águas, garante a participação da comunidade,

de organizações civis e de instituições de

pesquisa no complexo processo de gestão das

águas.

3.1.3 Órgãos Vinculados

3.1.3.1 Companhia de SaneamentoAmbiental do Distrito Federal - Caesb

A Caesb é uma empresa pública de direito

privado regida pela Lei das Sociedades

Anônimas, organizada sob a forma de

sociedade por ações, na qual o Distrito Federal

é o acionista majoritário, tendo sido autorizada

a abrir seu capital social a partir do advento da

Lei nº 2.416, de 6 julho de 1999.

A Empresa tem por competência a

prestação dos serviços de saneamento básico

no Distrito Federal, exercida por meio das

principais atribuições:

a) O planejamento, a implantação, aampliação, a expansão, a operação, amanutenção, a administração e a exploraçãodos sistemas de abastecimento d’água e dossistemas de esgotamento sanitário do Distrito

Federal;

b) A proteção, a conservação e afiscalização das áreas de proteção dosmananciais utilizados ou reservados para finsde abastecimento público de água;

c) o controle da poluição dos corpos

hídricos receptores de esgotos sanitários.

O Distrito Federal tem situaçãoprivilegiada na distribuição de água, comparadaa outras unidades da Federação, Figura 45.Atendendo 1,94 milhão de pessoas comserviços de abastecimento d’água (92% dapopulação) e 1,83 milhão com serviços deesgotamento sanitário (88% da população), aolongo dos últimos anos a Caesb desenvolveuum amplo programa de recuperação econstrução de reservatórios e estações detratamento d’água, reduziu perdas e melhorouo abastecimento. A meta, portanto, é auniversalização dos serviços com 100% deatendimento de abastecimento d’água e coleta

e tratamento de esgotos (Codeplan, 2006).

A Caesb participa das atividades deproteção, recuperação e conservação deunidades de conservação, cuidando das áreasde proteção de suas captações e promovendocampanhas de valorização e uso racional da

água.

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Figura 45 - Sistema de Abastecimento de Água do Distrito Federal, CAESB, 2005.

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Além disso, é responsável pela

conservação, proteção e fiscalização das

bacias hidrográficas utilizadas ou reservadas

para abastecimento, e ainda, por fazer o controle

da poluição dos corpos d´água usados como

receptores de efluentes de esgotos sanitários

tratados, Figura 46.

• Programa de proteção das captações

A proteção das captações é importante

para a garantia de qualidade da água distribuída

e destinada ao abastecimento, pois, o

comprometimento da água bruta com elementos

nocivos à saúde encarece o processo de

tratamento e pode, até, impedir sua utilização.

Cabe destacar que a Caesb emprega a água

como matéria-prima; daí sua preocupação com

a proteção do meio ambiente.

Os mananciais utilizados são protegidos

a fim de impedir o carreamento de material em

suspensão, matéria orgânica e produtos tóxicos

para as águas, desmatamento das nascentes

e cursos d’água, parcelamento do solo urbano

e rural, atividades extrativas, como retirada de

terra, areia, pedras, etc., deposição de lixo e

entulho, queimadas, escoamento inadequado

de águas pluviais, práticas agrícolas

inadequadas, construção de estradas sem a

observância de critérios técnicos. Para tanto,

foram definidos os polígonos de proteção das

captações. Essa garantia foi ampliada, com a

transformação desses polígonos em unidades

de conservação, Tabela 5.

• Despoluição das águas

A Caesb é uma das empresas brasileiras

de saneamento com maior percentual de

esgoto tratado. A média brasileira é inferior a

10%, enquanto a Caesb trata 66% do esgoto

coletado no DF. Tratar os esgotos é preservar

a qualidade da água do DF para uso da atual e

das futuras gerações, o que significa cuidar da

qualidade ambiental.

• Educação ambiental

A Caesb desenvolve programas de

educação ambiental voltados para a

conservação dos recursos hídricos do DF e

para a valorização da água, promovendo assim,

campanhas educativas acerca dos mananciais

do DF e da importância da economia de água.

Também abre suas unidades operacionais para

visitas monitoradas de estudantes e demais

interessados.

• Ampliação do mercado

Embora detentora dos mais elevados

índices de prestação de serviços de

abastecimento d’água e de esgotamento

sanitário do País, a Caesb tem enfrentado

desafios, como o de atender os parcelamentos

urbanos e rurais do Distrito Federal.

Essa situação desafiadora obriga a

Companhia e o Governo do Distrito Federal a

buscarem alternativas para solucionar o

problema: ao final de 2001, por exemplo, o GDF

promulgou lei criando empresa subsidiária da

Caesb, cuja responsabilidade é a de prestar

serviços de abastecimento d’água e

esgotamento sanitário aos condomínios da

região de Planaltina, Sobradinho, São

Sebastião, Lago Norte e Lago Sul.

Já em 1999, a Companhia propusera o

Programa Sanear, transformado, atualmente,

no Programa Água Nossa, com o objetivo de

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Figura 46 - Situação da Balneabilidade do Lago Paranoá, CAESB

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Tabela 5 - Sistema Produtor de Água do Distrito Federal

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estabelecer o conjunto de ações a serem

implementadas pela empresa para implantar

sistemas de abastecimento d’água e de

esgotamento sanitário em localidades ainda não

atendidas pela companhia.

Com essa diretriz, o Programa Água

Nossa vem permitindo à Caesb ampliar o

mercado, universalizar a prestação de seus

serviços, contribuir para a redução da

mortalidade infantil e da incidência de doenças

de veiculação hídrica, além de possibilitar a

elevação da qualidade de vida das populações

beneficiadas.

• Política tarifária

A implantação de uma nova estrutura

tarifária, no final de 2000, veio assegurar

equilíbrio financeiro entre a receita e a despesa,

além de possibilitar a geração de recursos

próprios para viabilizar a execução de

investimentos prioritários. Nessa nova estrutura

tarifária está considerada, na categoria

residencial, a tarifa popular para consumidores

de baixa renda; a tarifa normal para consumi-

dores de média e alta rendas; e a tarifa solidarie-

dade, que beneficia famílias carentes já

cadastradas em programas sociais do governo.

Com relação às categorias comercial,

industrial e pública, foi extinto o conceito de

“economia”, possibilitando a seus respectivos

clientes o pagamento do volume de água

efetivamente consumido, resultando, com isso,

na cobrança das tarifas mínimas mais baixas

do País. Ao mesmo tempo, foram unificados os

preços das categorias comercial e pública, bem

como mantidos os subsídios na categoria

industrial.

Esse conjunto de alterações promovidas

na estrutura tarifária da empresa possibilitou a

prática de tarifas compatíveis com as faixas de

renda dos clientes; o incentivo à geração de

empregos; o desestímulo à prática de fraudes

e ao uso de fontes alternativas de água, bem

como a viabilização de recursos próprios para

investimentos.

3.2 SECRETARIA DE ESTADO DEADMINISTRAÇÃO DE PARQUES EUNIDADES DE CONSERVAÇÃO -

COMPARQUES

Em 14 de março de 2000, pela

necessidade de promover a gestão integrada

dos quarenta e quatro parques ecológicos e

unidades de conservação existentes no Distrito

Federal, foi criada, por meio do Decreto

nº 21.063, a Comissão Permanente de

Implantação de Parques Ecológicos e de Uso

Múltiplo do Distrito Federal - Comparques,

encarregada do desenvolvimento de uma

política de Parques para o Distrito Federal.

Em 31 de dezembro de 2003, a Lei

nº 3.280 transformou a Comparques em

Secretaria de Estado de Administração de

Parques e Unidades de Conservação do Distrito

Federal, conferindo-lhe as seguintes atribuições:

I - formular, coordenar e executar a política

de uso e conservação dos parques e unidades

de conservação do Distrito Federal;

II - propor a criação de parques e unidades

de conservação, e promover a fiscalização e o

manejo ambiental dessas unidades;

III - promover a implantação de parques e

unidades de conservação, no que concerne a:

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a) regularização da situação fundiária;

b) cercamento e sinalização;

c) instalação de equipamentos públicos

para a prática de atividades esportivas, culturais,

de recreação, de lazer e de educação

ambiental, compatíveis com a vocação de cada

unidade;

d) edificações;

IV - executar a manutenção dos parques

e unidades de conservação;

V - promover e apoiar pesquisas sobre

os recursos naturais nos parques e unidades

de conservação, visando à conservação e uso

sustentável da biodiversidade;

VI - estimular a execução de estudos e

projetos que visem ao aproveitamento

econômico dos recursos naturais do cerrado,

com privilégio para as espécies da flora e da

fauna nativas;

manutenção de parques e unidades de

conservação;

XIII - coordenar os conselhos gestores dos

parques.

Além dos parques ecológicos e de uso

múltiplo, o art. 5º da Lei 3.280 vincula esta

Secretaria o Jardim Botânico de Brasília e a

Fundação Pólo Ecológico de Brasília. Hoje, a

soma de todas as unidades administradas pela

Comparques perfaz um total de 67 parques,

dos quais 11 estão em condições de uso

público.

3.2.1 Jardim Botânico de Brasília

O Jardim Botânico de Brasília - JBB

nasceu com a filosofia de ser o “jardim do

Cerrado”, com os objetivos de pesquisa,

conservação e educação ambiental, figura 45.

Foi criado pelo Decreto nº 8.497, de 8 de

março de 1985, com uma área de 526ha,

ocupada, anteriormente, pela Estação Florestal

Cabeça de Veado, sob a administração da

Fundação Zoobotânica do Distrito Federal -

FZDF, Figura 47.

Figura 47 - Tronco de guaco enroscando um pinheiro no JBB (Foto: Gorgônio).

VII - promover a auto-sustentação dosparques e unidades de conservação de formaracional, mediante a implementação deestratégia de captação de recursos;

VIII - colaborar e participar de planos eações de interesse ambiental, em âmbitonacional, regional e local;

IX - implantar os planos de manejo nosparques e unidades de conservação;

X - executar obras derecuperação das áreas degrada-das e de melhoria da qualidadeambiental;

XI - elaborar e manter

atualizado o Cadastro de Parques

e Unidades de Conservação do

Distrito Federal;

XII - fornecer orientação

técnica para a implantação e

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O JBB localiza-se na região centro-sul do

Distrito Federal e é delimitado, ao sul, pela área

da Aeronáutica; a oeste, pela Reserva

Ecológica do IBGE; e a sudoeste pela Fazenda

Água Limpa, da Universidade de Brasília.

Em 3 de setembro de 1993, por meio da

Lei nº 528, o JBB é transformado em órgão

relativamente autônomo, subordinado direta-

mente à Sematec, atualmente Secretaria de

Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos

- Semarh, e ganha nova estrutura organiza-

cional.

A Lei nº 3.280, de 31 de dezembro de 2003,

cria a Secretaria de Estado de Administração

de Parques e Unidades de Conservação do

Distrito Federal, à qual o JBB passa a ser

subordinado.

3.2.1.1 Infra-estrutura básica para o visitante

Na área aberta aos visitantes estão o

horto medicinal do cerrado, o jardim de cheiros,

a trilha ecológica, o modelo filogenético, o

herbário, o orquidário, o viveiro de mudas de

espécies nativas, o anfiteatro e a casa de chá.

Integrante da Área de Proteção Ambiental

(APA) dos córregos Gama e Cabeça de Veado,

apresenta grande variedade de comunidade e

habitats típicos do Planalto Central como:

cerradão, cerrado stricto sensu, campo sujo,

campo limpo, campo de murundus, vereda e

mata de galeria.

Riqueza de flora é o que não falta para o

visitante do JBB, que poderá apreciar espécies

de pequi, gomeira, pau terra, copaíba, jatobá,

sucupira, cagaita, canela de ema, ipê entre

outras. No Jardim ocorrem também várias

espécies de animais, alguns ameaçados de

extinção, como o lobo-guará, o veado-campeiro,

a jaguatirica e o tamanduá-bandeira.

Para atender à demanda diária dos

visitantes, o Jardim Botânico dispõe da seguinte

infra-estrutura e atrativos:

• Trilha de entrada

Local onde as espécies do cerrado são

identificadas com seus nomes científicos e

populares, o que permite ao visitante conhecer

um pouco mais da vegetação nativa e apreciar

as belezas do cerrado.

• Centro de Visitantes

Estrutura física para a recepção dos

visitantes: sala para exposições, sala de vídeo

e Lojinha da Sociedade dos Amigos do Jardim

Botânico - Sobotânica, entidade sem fins

lucrativos criada para auxiliar na gestão do JBB,

por meio da mobilização de recursos técnicos

e financeiros na viabilização de programas e

projetos.

• Horto medicinal do cerrado

Com aproximadamente 2ha, contendocoleção in situ de plantas medicinais docerrado, o Horto Medicinal é um local onde ovisitante passeia pelos caminhos de blocos deconcreto enquanto observa exemplares da floramedicinal do cerrado. As espécies sãoidentificadas por placas com o nome popular,

nome científico e família a que pertencem.

• Jardim de Cheiros

Jardim temático composto por coleções

de plantas medicinais de uso tradicional da

cultura popular, tem seus canteiros, montados

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com toras de eucalipto tratadas, formando um

desenho com linhas sinuosas, em perfeita

harmonia com o ambiente. Ali são encontradas

plantas comestíveis, condimentares, aromáti-

cas, medicinais, ornamentais e também as

perigosas.

Assim como no Horto Medicinal, cada

conjunto de plantas da mesma espécie está

identificado por placas com nome popular,

nome científico e família.

• Trilha ecológica

Trilha aberta no meio do cerrado, na qualo visitante tem oportunidade de verificar acomplexidade e a grandeza de diversidade deespécies vegetais da região. Passa por diversostipos fisionômicos, como cerrado no sentidorestrito, campo limpo, campo sujo e mata degaleria, onde há uma das nascentes do córregoCabeça de Veado, importante manancial hídrico

de Brasília.

• Modelo filogenético

Com aproximadamente 3ha e construídona forma circular, permite ao visitante conheceras plantas e seu parentesco, e a organizaçãoda diversidade vegetal.

Esse Modelo foi concebido com base naproposta do botânico alemão Stebbins, segundoo qual as plantas estão dispostas conforme seugrau de evolução, a partir do centro para aperiferia.

O Modelo Filogenético é um excelenteinstrumento didático na área de educaçãoambiental, proporcionando conhecimentos debotânica, ecologia e paisagismo.

• Orquidário Margareth Mee

Esse espaço destina-se a abrigar uma

coleção de orquídeas das diversas regiões,

principalmente do bioma cerrado, evidenciando

suas riquezas. No orquidário são expostas as

orquídeas que florescem no viveiro, bem como

o material excedente do banco de germoplasma

• Casa de Chá

Nas realizações de eventos culturais

como concertos, exposições, feiras e cursos,

o espaço é cedido para montagem de

restaurantes e/ou lanchonetes. Pela sua

proximidade ao lago do Modelo Filogenético,

torna-se um excelente ponto para sua

observação.

• Mirante

É o ponto mais alto do Jardim Botânico,

possuindo estrutura em madeira, com dois

andares. Permite a contemplação de grande

parte da área do JBB, além de ser utilizado nas

épocas mais secas (julho a outubro) como

ponto de observação para detectar focos de

incêndios florestais.

• Área de piquenique

Área destinada à realização de

piqueniques, possuindo como infra-estrutura:

sanitários, lixeiras, bancos e mesas de madeira

rústica.

• Alameda das nações e dos estados

Local destinado ao plantio de espéciesvegetais representativas de várias nações eestados, e mostruário da flora local e da

internacional.

• Anfiteatro

Neste local, troncos de madeira são

utilizados como bancos, constituindo um

anfiteatro cercado pela natureza. Construído

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segundo modelo grego e adaptado às

condições da nossa região, tem capacidade

para 2 mil pessoas sentadas.

3.2.1.2 Principais linhas de atuação

• Viveiro Jorge Pelles

Os objetivos do viveiro são estudar,manter e produzir plantas exóticas e nativas,auxiliando projetos de recuperação de áreasdegradadas e estudos para a manutenção decoleções científicas.

Dentro da proposta de conservação eeducação ambiental, o JBB fornece mudas parainstituições governamentais, atende a projetosespecíficos e as comercializa, com o objetivode disseminar espécies nativas do bioma

cerrado.

O viveiro é voltado principalmente para apropagação de espécies da flora do cerrado.Além disso, mantém e reproduz plantasmedicinais, aromáticas e condimentares demaior utilização pela comunidade,independentemente de serem ou não docerrado. A capacidade de produção do viveiro éde 500 mil mudas por ano. Por ser credenciadojunto à Secretaria de Agricultura do DF, asmudas produzidas por este viveiro estão dentrodo padrão de qualidade exigido pelodepartamento de Defesa Agropecuária eInspeção de Produtos de Origem Vegetal eAnimal (Dipova), recebendo a classificação de

mudas fiscalizadas.

• Educação ambiental

O JBB conta com uma equipe deeducadores ambientais que atende escolaspúblicas e privadas de ensino fundamental emédio, portadores de necessidades especiais,

bem como a comunidade em geral.

A sensibilização dos visitantes é feita por

meio de atividades como visita a trilhas

interpretativas, mostra de vídeos, palestras e

atividades específicas de acordo com a faixa

etária. Esse programa visa à sensibilização para

o conhecimento do seu ambiente local - o bioma

cerrado -, a fim de estimular a adoção de

atitudes voltadas à conservação do meio

ambiente e, conseqüentemente, da melhoria da

qualidade de vida.

• Herbário Ezechias Paulo Heringer

O Herbário Ezechias Paulo Heringer estáinscrito no Index Herbarium com a sigla HEPH.É composto por uma coleção de plantasdesidratadas (herbário), por uma coleção defrutos e sementes (carpoteca); por umapequena coleção de discos de madeira lixadae impermeabilizada (xiloteca) e por umapequena coleção de lâminas de pólen(palinoteca) . A organização do acervo é feitade acordo com o sistema proposto por Engler& Prantl (1887-1915).

• Ecoturismo

O objetivo do programa é aimplementação do ecoturismo na área devisitação do JBB, e suas diretrizes gerais são:orientar o desenvolvimento do ecoturismo nasáreas de visitação do JBB; compatibilizar asatividades de ecoturismo com a conservaçãodas áreas naturais; possibilitar a participaçãoefetiva dos segmentos atuantes no setor deturismo, educação, pesquisa e conservação;promover, orientar e estimular a capacitação derecursos humanos para o ecoturismo;promover, orientar e estimular a melhoria dainfra-estrutura existente no JBB e aproveitar oecoturismo como veículo de educação

ambiental.

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• Pesquisa e Conservação

O JBB vem desenvolvendo váriasatividades de pesquisa e conservação com aflora e a fauna nativas, e mantendo uma coleçãosignificativa de espécies do cerrado. Essasatividades estão insertas nos programasespecíficos de conservação in situ4 e ex situ5

do bioma cerrado, educação ambiental,etnobotânica, e ecoturismo. O objetivo dessesprogramas é o conhecimento e a conservação

do bioma cerrado.

Existem catalogadas para a área do JBB

e da EEJBB 761 espécies vegetais de 98

famílias. Essa riqueza é apenas uma das

razões que justificam o esforço da manutenção

dessa estação ecológica. Deve-se ressaltar,

ainda, a variedade das fitofisionomias; a

existência de exemplares da fauna e flora com

ameaças de extinção, entre as raras e as

endêmicas, além das nascentes do córrego

Cabeça de Veado.

• Coleções

O JBB, em parceria com o Cenargen/

Embrapa, implantou o primeiro Banco de

Germoplasma ex situ - “BAG” de plantas

ornamentais e medicinais do cerrado, com o

objetivo de conservar espécies vegetais de

interesse farmacológico, econômico ou

comercial, que podem se tornar extintas pela

rápida substituição do cerrado por centros

urbanos, projetos agropecuários, entre outros.

O objetivo do BAG é garantir a diversidade

genética de espécies ornamentais e medicinais

do cerrado, e caracterizar as espécies

coletadas e sua multiplicação para futura

disponibilização para a população.

3.2.2 Fundação Pólo Ecológico de Brasília -Jardim Zoológico

Localizado na APA das bacias do Gamae Cabeça de Veado, cortado pelo RibeirãoRiacho Fundo e pelo córrego Guará, o JardimZoológico de Brasília (JZB) foi criado em 6 dedezembro de 1957, tendo sido a primeirainstituição de caráter ambientalista do Governodo Distrito Federal. Em 30 de dezembro de 1997foi transformado em Fundação Pólo Ecológicode Brasília – Funpeb, por meio da Lei nº 1.813,oportunidade na qual ocorreu, entre outrascoisas, a ampliação de sua área. Atualmentefaz parte da estrutura organizacional daSecretaria de Estado de Administração deParques e Unidades de Conservação –Comparques.

No cumprimento de sua missão, aFunpeb possui quatro objetivos prioritários:lazer, educação ambiental, pesquisas econservação das espécies animais, Figura 48.

O Jardim Zoológico de Brasília ocupaárea de 140 hectares, encontrando-sesituado ao lado do Santuário de Vida Silvestredo Riacho Fundo, com 440 hectares, e doparque das Aves, com 110 hectares. Esteconjunto de unidades de conservação éadministrado pela Fundação Pólo Ecológicode Brasília - FunPEB e perfaz uma área totalde 690 hectares.

Figura 48. Tamanduá em cativeiro (Foto: Sergio Armlim / Funpeb)

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Na busca de seus objetivos são

realizadas diversas atividades, entre as quais

podemos destacar a manutenção de coleções

das principais populações animais do mundo,

a reprodução de seus habitats e a realização

de pesquisas a respeito das características,

hábitos e necessidades da fauna exótica, como

também da nativa em integração com a flora

da região.

Anualmente, mais de um milhão de

pessoas desfrutam dos 140 hectares da área

do parque de exposições. Diferente de outros

zoológicos mundo afora, aqui, o visitante pode

percorrer de automóvel as vias internas do

local.

Funcionamento - O parque está aberto à

visitação de terça a domingo, das 9h às 17h.

Crianças com idade até dez anos e adultos

maiores de 60 anos não pagam ingresso.

1.300 animais, entre aves, répteis e mamíferos,

num total de 253 espécies, destacando-se

aqueles da fauna representativa da América do

Sul, alguns sob a ameaça de extinção. Os

animais estão distribuídos de acordo com o

continente de origem, dando um formato

temático à sua organização espacial, figura 46.

O JZB apresenta uma coleção de pouco

mais de 56 espécies de mamíferos, distribuídas

Sua infra-estrutura abrange: teatro de

arena, circo, auditório, área para piqueniques,

churrasqueiras, parquinho infantil, lanchonetes,

bebedouros, banheiros, inclusive adaptados

para deficientes, pavilhão de veterinária e

cozinha dos animais, uma pequena biblioteca

e o museu de taxidermia

A função primordial dos zoológicos é

realizar o manejo e o estudo dos animais em

cativeiro, visando conhecer seus hábitos, e

então propor os meios para que se possa

manter o convívio equilibrado das espécies

animais.

O Jardim Zoológico de Brasília (JZB) é o

maior zoológico da região central do Brasil. Em

seu plantel encontram-se aproximadamente

em 60 recintos. O maior destaque é para

aqueles da fauna representativa da América do

Sul como: onça-pintada, tamanduá-bandeira,

tamanduá-mirim, anta, veado catingueiro, veado

mateiro, ariranha, lontra, lobo-guará, cachorro

do mato, raposa do campo, jaguarundi, bugios,

macaco-aranha, macaco prego, sagüis, micos

leões, sauins, mico de cheiro, jupará, cutia,

entre muitos outros.

As 43 espécies de répteis do Zôo de

Brasília estão distribuídas em 29 recintos. O

setor caracteriza-se por possuir somente

espécies da fauna brasileira, com 75% de

espécies do bioma cerrado, tais como: sucuri,

jibóias, cascavéis, jararacas, cobras-corais,

caninanas, cobras-cipó, iguanas, teiús, jacarés,

jabutis, cágados e várias outras.

Entre as aves, o JZB abriga em suas

instalações pouco mais de 112 espécies,

distribuídas por 43 recintos. Cerca de 90% das

espécies de aves são representantes da fauna

brasileira, incluindo araras, papagaios, garças,

tucanos, gaviões, emas e muitos outros, além

de pequenos pássaros como sanhaços,

canários, galos-de-campina e azulões. As

espécies exóticas (não-brasileiras) são

representadas pelos pavões, faisões, emus,

casuares, avestruzes e pombas-de-coleira.

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3.2.2.1 Principais linhas de atuação emEducação Ambiental

Além da manutenção do plantel deanimais expostos à visitação pública e dasinstalações existentes no Zoológico, sãodesenvolvidas atividades voltadas àsensibilização da comunidade para as questõesambientais mais relevantes, especialmenteàquelas de proteção à fauna. São destacadas,a seguir, algumas dessas atividades.

• Zôo vai à Escola - Projeto inovador queleva aos alunos do ensino fundamental dasescolas públicas e privadas, o estudo dosassuntos relacionados com o meio ambiente.O "Comércio de Animais Silvestres", a "CadeiaAlimentar", as "Características de Anfíbios,Répteis, Aves e Mamíferos", os "ProblemasAmbientais" e o "Cerrado: fauna e flora" sãoalguns dos temas abordados como matériainterdisciplinar.

• Zôo Camping - Resultante de uma açãointegrada entre o Serviço Social do Comércio -Sesc/DF e a Fundação Pólo Ecológico deBrasília - Jardim Zoológico de Brasília, esteprojeto consiste na realização de umacampamento dentro do parque, com duraçãode três dias (sexta-feira, sábado e domingo),voltado para os alunos do ensino fundamental(de 5ª a 8ª série) e tem por objetivo o lazerinstrutivo e a aplicação dos conhecimentosadquiridos em educação ambiental. Odesenvolvimento dessa atividade envolve acombinação de quatro elementos básicos:emoção, descontração, conhecimento eincentivo de respeito ao meio ambiente,enfocando como temática central a ecologia eabordando, destacadamente, temas relacio-

nados ao cerrado e sua fauna.

• Visita monitorada - Consiste no

oferecimento de visitas monitoradas gratuitas

para estudantes do ensino fundamental (2ª a 8ª

série), e também para o ensino médio, no qual

os técnicos dão uma aula sobre os animais

existentes no Zôo, explanando seus hábitos e

principais características. O atendimento às

escolas das redes pública e privada e demais

grupos organizados é de 3ª a 6ª feira, em horário

comercial. A atividade também pode incluir visita

ao museu de animais taxidermizados

(empalhados), além de possibilitar a consulta

ao material bibliográfico disponível na biblioteca.

• Tá Limpo - Programa voltado à

comunidade, com o objetivo de conscientizar

os usuários quanto à necessidade de

manutenção e limpeza no Zôo. Nos finais de

semana, os funcionários do Zôo abordam os

visitantes, entregando-lhes saquinhos plásticos,

para que depositem o lixo produzido, e folhetos

informativos, com orientações para a conduta

de respeito aos animais e à necessidade de

conservação do meio ambiente.

• Colônia de Férias - Realizada durante

5 dias, no período de férias escolares, destina-

se às crianças de 5 a 10 anos, permitindo-lhes

a aproximação com os animais. O ponto alto é

a caminhada noturna, quando as crianças,

munidas de lanternas, presenciam a atividade

dos animais de hábitos noturnos.

• Doutor Zôo - Toda quinta-feira a equipe

de monitores e voluntários visita uma unidade

hospitalar, ou casa de terapia, para levar

conhecimento e alegria a pessoas que não

podem se locomover até o zoológico.

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• Zôo Especial - Pessoas com

necessidades especiais recebem tratamento

diferenciado dando possibilidade de

visualização, aproximação e toque em peças

de animais taxidermizados4, do museu.

Equipes do zoológico se deslocam até

creches, orfanatos e asilos em datas

previamente agendadas.

3.2.2.2 Atividades internas

Todo o trabalho do Zôo no seu dia-a-dia

resulta em conservação das espécies. Aí estão

incluídos, entre outros, o manejo, procedi-

mentos com os animais visando adequá-los ao

cativeiro com melhor qualidade de vida;

enriquecimento ambiental, oferta de

estímulos e condições aos animais para tirá-

los da ociosidade, preenchendo o tempo com

atividades que eles costumam ter no ambiente

natural, recintos adequados: as "casas" dos

animais são construídas e ambientadas de

acordo com as necessidades dos bichos,

aproximando-as o mais possível do habitat

natural; reprodução: animais ameaçados de

extinção são colocados em pares e o zôo

oferece qualidade de vida (abrigos, dietas,

manejo, etc.) para que eles se reproduzam e

criem corretamente os filhotes.

Algumas das atividades do zôo estão

assim organizadas:

• Veterinária

O JZB mantém o setor de Veterinária,

responsável por cuidar da saúde dos animais

silvestres, realizando diagnósticos, tratamentos

e profilaxia.

Na tentativa de ocultar sua fraqueza

(doença) perante os predadores, os animais

silvestres só demonstram sinais de

enfermidade quando esta já está

consideravelmente disseminada e fora de

controle.

Como medidas preventivas são tomados

os cuidados profiláticos necessários, segundo

um programa imunoprofilático que inclui todos

os animais do Zôo.

• Zoologia

O setor de zoologia é o responsável peloacompanhamento da vida dos animais no Zôo,desde o seu nascimento ou chegada, até o óbito(morte), ou a transferência para outro Zôo. Osbiólogos pertencentes ao setor realizampesquisas comportamentais, de reprodução, deenriquecimento ambiental e de bem-estar

animal, entre outras.

• Nutrição Animal

A manutenção dos animais envolve

inúmeras atividades estruturadas, de modo a

permitir o tratamento adequado de cada bicho,

segundo suas características e necessidades

alimentares.

Os alimentos vivos oferecidos

(camundongos, preás, insetos, peixes, etc.) são

criados no biotério do Zoológico pela aplicação

das técnicas de manejo e produção de animais

(camundongos, codornas, coelhos, cobaias,

preás), moluscos (escargot), e insetos

(tenébrios, grilos) visando a suprir a dieta com

proteína animal viva.

Além de suprir as necessidades

nutricionais dos herbívoros e onívoros mantidos

em exposição, o Zôo dispõe também de uma

4 A Taxidermia é um ramo da biologia que tem por objetivo conservar animais mortos despojados de vísceras, carnes e esqueletos, utilizando-sesomente da pele curtida do exemplar (empalhamento).

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horta para o cultivo de plantas medicinais

(exposta ao público visitante, localizada próximo

à administração).

• Pesquisas Científicas

Além das atividades rotineiras, a

Fundação Pólo Ecológico, responsável pela

administração do Zôo, conduz uma série de

projetos de pesquisas científicas ex situ e in situ,

envolvendo, por exemplo: o estudo da fauna

visitante, a criação e reprodução de algumas

espécies, a identificação de doenças em

determinadas espécies, o monitoramento

biométrico de filhotes de mamíferos silvestres,

entre outras.

• Enriquecimento Ambiental

O Enriquecimento Ambiental em

zoológicos consiste em um conjunto de

medidas adotadas para reduzir o estresse

causado por condições de cativeiro, manter a

saúde física e psicológica dos animais e

implementar oportunidades de reprodução.

Pode ser realizado por meio de várias

atividades: a intervenção no ambiente físico do

recinto, tornando-o mais complexo e variado,

aumentando as oportunidades de interação

entre o animal e o seu meio; o oferecimento de

atividades aos animais, favorecendo o

desenvolvimento do repertório de compor-

tamento característico de cada espécie; e

alterações no número e composição dos grupos

sociais, elevando as chances de aprendizado,

de oportunidades de reprodução, entre outros.

A Fundação Pólo Ecológico de Brasília -

Funpeb, em parceria com a Universidade de

Brasília-Unb - Instituto de Psicologia, vem

realizando projetos na área de Comportamento

Animal e Enriquecimento Ambiental com os

grupos de grandes felinos existentes em seu

plantel. Os projetos têm como objetivo

fundamental o bem-estar animal e proporcionar

também oportunidade de aprendizado aos

alunos, por meio de aulas práticas e pesquisas

de campo.

• Doação de Animais

A manutenção do plantel do JZB envolve,

entre outras ações, compra, permuta e doação

de animais. Neste último caso, os animais

recebidos apresentam, muitas vezes,

condições físicas que atestam desnutrição,

alimentação errada e deficiente, além de maus-

tratos. Todos são tratados: aqueles em

condições adequadas são reintroduzidos na

natureza, segundo o seu habitat. Outros,

entretanto, não podem ser reintroduzidos por

serem exóticos ou terem desaprendido a caçar

seu próprio alimento, sendo, dessa forma,

incorporados ao acervo do Zôo.

Hoje o Zoológico de Brasília não recebe

animais provenientes de particulares, em

conformidade com a Lei 7.113/83 e Decreto

3.179/99. Esses animais devem ser

encaminhados ao Ibama.

• Estágio Supervisionado no JZB

O Jardim Zoológico de Brasília, por seruma instituição voltada para o conserva-cionismo, a pesquisa e a educação ambientalsobre a vida animal silvestre nativa e exóticaem cativeiro, concede estágio profissiona-lizante, não-remunerado, conforme sua

conveniência e interesse.

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O estágio é concedido aos interessados

que satisfaçam as exigências contidas nas

normas que regem essa atividade.

O estágio tem duração mínima de 100

horas e máxima de três meses, período no qual

o estagiário adquire conhecimento acerca das

atividades que lhe forem atribuídas.

3.3 SUPERINTENDÊNCIA DO IBAMA NO

DISTRITO FEDERAL

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e

dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama é o

órgão federal responsável pela execução das

políticas públicas de meio ambiente.

Ligado ao Ministério do Meio Ambiente, o

Ibama foi criado em 1989 para garantir a

preservação e o uso sustentável dos recursos

ambientais de forma integrada, descentralizada

e supletiva, para as presentes e futuras

gerações.

À Superintendência compete a

operacionalização e a execução das atividades

relacionadas à gestão ambiental federal na área

do Distrito Federal - DF e seu entorno - Decreto

nº. 5.718, de 13 de março de 2006.

O Ibama, por meio de sua representação

no DF, desenvolve ações como:

• Licença para a prática de queimadas

rurais

• Cadastro e registro de empresas

madeireiras e de pescadores amadores

• Controle da pesca amadora no Distrito

Federal e entorno

• Controle do comércio de pescado no DF

• Emissão de pareceres sobre

degradação ambiental e sobre implantação de

atividades em Área de Proteção Ambiental - APA

• Cobrança de taxas e multas expedidas

pelo Ibama-DF

• Administração do Parque Nacional -

PARNA de Brasília, da Floresta Nacional -

FLONA de Brasília, da Reserva Biológica -

REBIO Contagem, das Áreas de Proteção

Ambiental - APA da Bacia do Rio Descoberto e

APA do Planalto Central, e da Área de Relevante

Interesse Ecológico - ARIE Capetinga-Taquara

• Controle de toda atividade relacionada

ao meio ambiente: loteamento, barragem,

comércio de produtos de origem da flora e da

fauna brasileiras

• Licenciamento ambiental dentro da APA

do Planalto Central - parcelamento, drenagem,

esgotamento sanitário, abastecimento de água,

pavimentação etc.

• Fiscalização no DF e Entorno -

loteamentos irregulares, apreensões de

materiais e equipamentos, coação à pesca

predatória, ao desmatamento, à fabricação de

carvão e ao transporte de madeira

• Vistoria rural

• Vistoria em criadouros de animais

silvestres

• Monitoramento e fiscalização do

comércio de carnes de animais silvestres

• Autorização de criadores de animais

silvestres nas categorias comercial,

conservacionista e científico, além de

comerciantes de animais silvestres

• Controle de animais mantidos em

cativeiro: zoológico, criadores autorizados, fiel

depositário e criadores amadoristas de

pássaros

• Emissão de licença de transporte para

animais silvestres

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• Destinação de animais silvestres

apreendidos, resgatados ou doados, de acordo

com critérios técnicos: encaminhamento à

soltura, criadores autorizados, zoológicos, etc.

3.3.1 Unidades de Conservação

Estão vinculadas à Superintendência doIbama no Distrito Federal as seguintes unidadesde conservação federais:

• Área de Proteção Ambiental do PlanaltoCentral - APA do Planalto Central

• Floresta Nacional de Brasília - FLONAde Brasília

• Parque Nacional de Brasília - PARNA deBrasília, também conhecido como Água Mineralpor suas piscinas de água corrente.

• Reserva Biológica da Contagem -REBIO Contagem.

• Área de Relevante Interesse Ecológicodos Córregos Capetinga-Taquara - ARIECapetinga-Taquara.

• Área de Proteção Ambiental da Bacia doRio Descoberto - APA do Descoberto.

• Área de Proteção Ambiental da Bacia doRio São Bartolomeu, sob gestão do Governo

do Distrito Federal.

3.3.1.1 Área de Proteção Ambiental doPlanalto Central - APA do Planalto Central

Foi criada por Decreto Federal S/N°, de

10 de janeiro de 2002, para proteger os

mananciais, regular o uso dos recursos hídricos

e o parcelamento do solo, garantir o uso racional

dos recursos naturais e proteger o patrimônio

ambiental e cultural da região.

A APA do Planalto Central está inserida

em um território de relevante interesse nacional

e regional, já que estão localizadas na área as

nascentes de vários cursos d'água formadores

de três grandes bacias hidrográficas do país -

São Francisco, Tocantins e Paraná.

Esta unidade de conservação contempla

vários mananciais hídricos do Distrito Federal

e sua vegetação associada, abrangendo as

bacias hidrográficas do Paranoá, Maranhão,

Samambaia, Descoberto, São Bartolomeu, Rio

Preto e Alagado/Ponte Alta. Lá se encontram

remanescentes importantes da área core do

cerrado no Brasil, incluindo, além dos aspectos

da vegetação mais comuns de Cerrado lato

sensu, áreas significativas de matas secas,

fundamentais para a conservação dos animais

e vegetais da região.

Cabe à Superintendência do Ibama no

Distrito Federal exercer as atividades de

licenciamento ambiental e a supervisão dos

demais processos dele decorrentes no âmbito

da APA do Planalto Central, principalmente em

relação as seguintes atividades:

• implantação de projetos de urbanização,

novos loteamentos e expansão ou modificação

daqueles já existentes;

• implantação ou expansão de serviços

públicos de água, esgoto e energia elétrica;

• remoção de vegetação nativa em

qualquer estágio de sucessão;

• abertura de novas ou ampliação das vias

de comunicação existentes;

• modificação de gabarito de construção,

taxa máxima de ocupação e módulo mínimo de

parcelamento do solo;

• construção de diques e barragens nos

cursos d'água;

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• implantação ou execução de qualquer

atividade potencialmente degradadora do meio

ambiente, nos termos da lei;

• licenciamento e supervisão, na forma

estabelecida pelo caput do artigo 5º, das

atividades previstas no artigo 2º da Resolução

Conama nº. 001/86.

Área

Aproximadamente 507.070,726ha., dos

quais 380.020ha. (74,95%) no Distrito Federal,

correspondendo a 65,72% dos 578.200ha. da

área do DF e 127.051ha. (25,05%) no Estado

de Goiás, o equivalente a 0,37% dos

34.016.600ha. da área do Estado,

compreendendo parte dos municípios de Padre

Bernardo e de Planaltina de Goiás.

Conselho Consultivo

Composto por 30 membros, com

representantes do Poder Público e da sociedade

civil, o Conselho tem papel fundamental na

reflexão e no equacionamento dos conflitos

sócio-ambientais na região da APA e no

fortalecimento do processo democrático de sua

gestão.

3.3.1.2 Área de Proteção Ambiental daBacia do Rio Descoberto - APA doDescoberto

Criada pelo Decreto Federal nº. 88.940,de 7 de novembro de 1983, abrange em maiorparte áreas do Distrito Federal e um trecho doEstado de Goiás.

A APA do Descoberto, com aproximada-mente 39.100ha, destina-se basicamente àproteção da bacia do rio Descoberto e de suarepresa. Em seus limites, abriga a cidade-satélite de Brazlândia.

A maior parte de sua superfície está

tomada por chácaras voltadas à produção de

hortifrutigranjeiros e por reflorestamento de

pinus e eucaliptos. Teve seu zoneamento

ecológico/econômico instituído pela Instrução

Normativa SEMA/SEC/CAP nº. 01/88 que a

dividiu em oito diferentes zonas de uso para

reflorestamento, atividades agrícolas,

preservação e recuperação de recursos

hídricos e matas ciliares ou de galeria,

silvicultura com espécies nativas além de uma

zona de contenção para a cidade-satélite de

Brazlândia. O re-zoneamento desta APA vem

sendo realizado desde 1994.

3.3.1.3 Parque Nacional de Brasília

Unidade de conservação federal inserida

na APA do Planalto Central foi criada pelo

Decreto nº. 241 de 29.11.1961, com a finalidade

de preservar áreas naturais de relevância

ecológica, cênica e cultural, além de possibilitar

a realização de pesquisas científicas e

desenvolver atividades educativas e recreativas.

Visa também evitar a predação dos mamíferos,

preservar amostras típicas do bioma Cerrado

do Planalto Central, garantir a preservação dos

mananciais hídricos que servem de fonte de

abastecimento de água para Brasília e promover

a recreação e o lazer dentro da dependência

do Parque. A Lei n° 11.285, de 8 de março de

2006, altera os limites do Parque Nacional de

Brasília, que passa a medir 42.249 ha.

Área

42.249ha.

Águas

O Parque Nacional de Brasília, também

conhecido popularmente como Água Mineral,

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abriga dezenas de nascentes de importância

estratégica para o Distrito Federal. É da

Barragem Santa Maria, no interior do Parque, a

água de melhor qualidade fornecida à população

de Brasília.

Água Mineral

Duas piscinas de águas minerais

correntes, cercadas de vegetação típica do

cerrado, proporcionam lazer aos visitantes. O

Parque dispõe de duas trilhas interpretativas, a

da Capivara, com extensão de 1.300m, e Cristal

Água, com 5 km de extensão, onde guias

desenvolvem atividades de senso-percepção

com os visitantes.

entorno (caça predatória, fogo criminoso,

expansão urbana irregular, deposição de lixo) e

à análise crítica da insustentabilidade do atual

modelo de desenvolvimento. O Centro recebe

cerca de 14 mil visitantes a cada ano.

3.3.1.4 Floresta Nacional de Brasília -FLONA de Brasília

Criada pelo Decreto n° 1.299, de 10 de

junho de 1999, é na verdade um conjunto de

quatro áreas descontínuas no interior da Área

de Proteção Ambiental do Descoberto - uma

APA distrital, assim denominadas: Áreas 1 e 2,

localizadas nas Regiões Administrativas de

Pesquisa

Dotado de um plano de manejo atualizado,

o Parque Nacional é um centro de interesse

para pesquisa nos mais variados campos da

gestão ambiental.

Centro de visitantes

Oferece uma exposição socioambiental

permanente de elementos descritivos do Parque

(histórico, flora, fauna e geologia), um acervo

relativo à pressão antrópica no seu interior e

Taguatinga e Ceilândia; e Áreas 3 e 4,

localizadas na Região Administrativa de

Brazlândia. Essas áreas protegem as duas

principais vertentes de mananciais que

abastecem a Barragem do Descoberto e

mantêm a biodiversidade do Cerrado, um dos

biomas mais ameaçados do Planeta.

O rio Descoberto é responsável pelo

abastecimento de 65% da água potável do

Distrito Federal. Situado na divisa oeste do

Distrito Federal e Goiás, o rio tem belas

nascentes no alto dos córregos do Bocanhão e

Capão da Onça, em Brazlândia.

Figura 49. Trilha da Capivara - Acervo IBAMA/DF

Figura 50. Paepalanthus ("chuveirinho") - Acervo IBAMA/DF

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Área

9.346,28ha.

Esporte e lazer

Muitos atletas utilizam as trilhas daFloresta, considerada área privilegiada, paratreinamentos ou lazer. O campeão olímpicobrasiliense Joaquim Cruz iniciou seu caminhode sucesso naquela que hoje é conhecida comoÁrea 1. Por meio de parceria com o Ibama, oInstituto Joaquim Cruz investe na formação defuturos atletas que, desde a infância, aprendemque atletismo e meio ambiente se completam,contribuindo para melhor qualidade de vida.Existem na Floresta quatro estações de eco-atletismo, circuitos oferecidos também aosvisitantes para sua preparação física.

Conselho Consultivo

A FLONA de Brasília foi uma das primeirasdo país a possuir um Conselho desse tipo,formado por entidades representativas desegmentos da comunidade.

3.3.1.5 Reserva Biológica da Conta-gem

A reserva representa a possibilidade depreservação de significativa área de cerrado,com testemunhos de cerrado rupestre e áreasde proteção de mananciais, numa região sobintenso processo de ocupação do solo causadopela expansão urbana.

No interior da reserva existem dois pontos

de captação de água utilizados pela Companhia

de Saneamento do Distrito Federal - CAESB,

para garantir o abastecimento de água potável

à população da região.

O documento "Vegetação no Distrito

Federal - tempo e espaço", publicado pela

Unesco em 2001, insere a área da reserva

biológica nas propostas de corredor ecológico

por sub-bacias hidrográficas. Este documento

indica a área como uma das principais regiões

para se estabelecer um corredor entre o Parque

Nacional de Brasília e a bacia do rio maranhão,

garantindo a ligação amazônica com aquela

unidade de conservação federal, livrando-a da

insularização induzida pela expansão urbana.

A existência de um sítio histórico de valor

nacional no interior da reserva, uma "contagem"

- estabelecimento fiscal da coroa portuguesa -

instalada no local em 1736, constituiu, também,

um importante argumento na exposição de

motivos para a criação da REBIO.

A Contagem de São João das Três Barras

seria o mais antigo estabelecimento público do

Distrito Federal. Tratava-se de um mecanismo

fiscal da Coroa Portuguesa, instalado em 1736Figura 51. Águas do ribeirão da Contagem - Acervo IBAMA/DF

Figura 52. Águas do ribeirão da Contagem - Acervo IBAMA/DF

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ao pé da então chamada Serra de São João

das Três Barras. Na Contagem conferiam-se

as guias fiscais emitidas nos registros

instalados nas fronteiras das Capitanias, a ver

se no trajeto entre os dois não aumentavam

nem diminuíam as mercadorias, caracterizando

alguma forma de contrabando. Para a

Contagem de São João, em época histórica,

convergiu o fluxo das minas de Goiás e do

Tocantins. No auge da mineração, esta

Contagem pode ter assistido ao desfile de cerca

de duas mil tropas anuais, representando, com

os escravos que traziam, um exército de talvez

10 mil homens em determinados anos.

Área

3.462,82ha

Relevo

A reserva está localizada no topo e

encostas da Chapada da Contagem, unidade

geomorfológica mais elevada do Distrito

Federal, com altitudes variando entre 1.000 e

1.200 metros.

3.3.2 Unidades de ConservaçãoFederais sob Regime Especial deAdministração

- Estação Ecológica da Universidade de

Brasília, sob gestão da Universidade de Brasília

- UnB.

- Área de Relevante Interesse Ecológico

dos Córregos Capetinga-Taquara, sob gestão

conjunta Ibama- Universidade de Brasília.

- Reserva Ecológica do IBGE,

administrada pelo IBGE.

3.3.3 Licenciamento

Além de conceder autorizações

ambientais e prestar assessoria na área, o

Ibama-DF licencia tanto empreendimentos

públicos - municipais, estaduais, distritais e

federais - como privados dentro dos limites da

Área de Proteção Ambiental - APA do Planalto

Central.

Estão sujeitos a licenciamento pelo Ibama

todos os empreendimentos efetiva ou

potencialmente degradadores do meio

ambiente ou utilizadores de recursos naturais

(Decreto Federal s/nº de 10 de janeiro de 2002).

A atuação da Superintendência é voltada

ao licenciamento de empreendimentos

imobiliários, de infra-estrutura - abertura de

estradas, construção de viadutos, pontes,

diques e barragens, obras de saneamento

ambiental - e empreendimentos industriais.

De acordo com o Decreto de 10 de

Janeiro de 2002, ressalvado o disposto no art.

11, cabe à Gerência Executiva do Ibama no

Distrito Federal o licenciamento ambiental na

APA do Planalto Central e o respectivo

Figura 53. Encostas da Contagem - Acervo IBAMA/DF

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supervisionamento dos demais processos dele

decorrentes, no tocante às seguintes atividades:

• implantação de projetos de urbanização,

novos loteamentos e expansão ou modificação

daqueles já existentes

• implantação ou expansão de serviços

públicos de água, esgoto e energia elétrica

• remoção de vegetação nativa em

qualquer estágio de sucessão

• abertura de novas ou ampliação das vias

de comunicação existentes

• modificação de gabarito de construção,

taxa máxima de ocupação e módulo mínimo de

parcelamento do solo

• construção de diques e barragens nos

cursos d'água

• implantação ou execução de qualquer

atividade potencialmente degradadora do meio

ambiente, nos termos da lei.

Serão ainda licenciadas e supervisio-

nadas as atividades previstas no art. 2o da

Resolução Conama nº. 001/86.

3.3.4 Controle e Fiscalização

A Superintendência é encarregada de

apurar agressões ao meio ambiente e notificar

sobre penalidades os agressores incursos nos

crimes previstos em legislação.

Área de abrangência

A criação da Região Integrada de

Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno

- RIDE pelo Governo Federal, em 1998,

consolidou a atuação da fiscalização no Distrito

Federal em e seu entorno.

Cabe a Superintendência do Ibama

fiscalizar as diversas áreas protegidas no

Distrito Federal, com prioridade para as

unidades de conservação criadas por atos do

Governo Federal, destacando-se o Parque

Nacional de Brasília, as duas áreas de proteção

ambiental - APA do Planalto Central e APA da

Bacia do Rio Descoberto - a Floresta Nacional

de Brasília, a ARIE Capetinga-Taquara e a

Reserva Biológica da Contagem.

Áreas de atuação

O combate ao parcelamento irregular de

terras constitui o carro chefe das ações

empreendidas pela fiscalização visto que a

vocação urbana das terras próximas à capital

da República favorece a degradação ambiental,

ampliando a mancha urbana em ritmo

acelerado. Ilícitos referentes à fauna, danos à

Área de Preservação Permanente, extração

irregular de areia e cascalho e desmatamento

de manchas de cerrado são também

sistematicamente reprimidos.

3.3.5 Educação Ambiental

O Núcleo de Educação Ambiental - NEA

se caracteriza como um amplo e dinâmico

espaço de atuação social em constante

construção, visto que a própria Educação

Ambiental não dispõe de um conceito único e

definitivo.

Sua formatação é inspirada no conceito

de Ecologia do biólogo Haeckel, em 1866,

como o "estudo da casa maior que é o Planeta

Terra", para trabalhar a integridade humana e

retomar a noção de respeito a todas as formas

de vida.

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Como metodologia, o Núcleo privilegia

o uso da Informação Educativa em todas as

suas formas e meios.

A Educação Ambiental posta em prática

pela Superintendência tem por missão dar

enfoque educativo a toda informação

institucional sobre meio ambiente,

estabelecendo uma rede de informações

sensibilizadora do cidadão, para que a

sociedade assimile, aplique e desfrute do

conceito de cidadania ecológica. Para tanto, a

Superintendência do Ibama desenvolve três

programas:

Giro ambiental

Tem como objetivo contribuir para acelerar

as modificações comportamentais neces-

sárias a melhoraria da interação entre o homem

e o meio ambiente, demolindo assim o mito do

domínio irrestrito do homem sobre a natureza.

O programa leva informação de forma

facilmente absorvível, visando a formação de

agentes multiplicadores da mensagem

ecológica. O Giro está voltado à manutenção

de ações educativas, à promoção de eventos,

palestras, exposições, oficinas e outras

atividades que trabalhem a transversalidade

da Educação Ambiental em escolas e

comunidades.

Resgate da Dignidade Ecológica na

Floresta Nacional de Brasília

Realização de ações educativas que

reforçam a integração entre o homem e os

outros elementos da natureza. O Programa

incentiva atividades econômicas sustentáveis

principalmente junto a comunidade que vive

no entorno da FLONA, e atividades que

congregam o lazer e o conhecimento das

questões ambientais como ecoatletismo,

ciclismo controlado, passeios nas trilhas além

de oficinas no viveiro de mudas.

Figura 54. Competição ciclística na FLONA - Acervo IBAMA/DF

Figura 55. Apresentação teatral ao ar livre - Acervo IBAMA/DF

Figura 56. Repentistas em cantoria - Acervo IBAMA/DF

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Agenda 21

Em 2005, foi criada uma comissão de

servidores para elaborar e implantar a Agenda

21 Local no âmbito da Superintendência. Com

a Agenda se quer motivar os funcionários para

a adoção de novos procedimentos técnicos e

administrativos que resultem na diminuição dos

impactos negativos da atividade do órgão

sobre o meio ambiente local.

A mensagem da diminuição vem sendo

estendida a outros segmentos da sociedade

por meio de palestras e orientações a fábricas,

comunidades, associações e escolas,

buscando inserir mudanças comportamentais

profundas que possibilitem reduzir, reciclar e

reaproveitar resíduos e criar predisposição

para a pré-ciclagem, que é o controle do uso

de materiais que geram resíduos prejudiciais

ao meio ambiente.

Entre os produtos oferecidos pelo NEA

estão atividades culturais, de lazer, palestras,

exposições, oficinas, ecoatletismo, coleta de

sementes, preparação de mudas, plantio de

árvores e vivências naturais.

O Parque Nacional de Brasília executa um

Programa de Educação Ambiental com

estratégias próprias para o público interno e para

o do seu entorno. O Programa oferece cursos

de formação para professores e público em

geral, subsidiando-os com fundamentos

teóricos e práticas interdisciplinares.

3.3.6 Fauna

A Superintendência do Ibama tem por

missão ordenar o manejo da fauna silvestre

brasileira e exótica no âmbito do Distrito Federal

e entorno, de acordo com diretrizes técnicas

da Diretoria de Fauna e Recursos Pesqueiras

do Ibama e diretrizes administrativas do

Superintendente do Ibama no Distrito Federal.

Áreas de Atuação

• Executar as ações de manejo da fauna

silvestre brasileira e exótica, além de conceder

autorizações para manejo a órgãos

competentes e habilitados.

• Executar ainda a análise processual,

incluída a verificação de critérios técnicos e

documentais dos processos de criadouros nas

suas diversas modalidades.

• Fomentar operações de controle,

fiscalização e monitoramento, em conjunto com

a Divisão de Controle e Fiscalização.

• Os técnicos da Superintendência são

os responsáveis pelos cuidados e guarda de

todos os animais apreendidos ou resgatados

por diversos órgãos de diversos estados até a

sua destinação final.

• Eles elaboram laudos e relatóriostécnicos conforme demanda da sociedade.

• Em relação à fauna doméstica, o Ibamaage de maneira supletiva, cabendo aos órgãosdistritais, como a Polícia Militar Ambiental, porexemplo, a responsabilidade pelo seu

ordenamento.

• O Ibama faz análise de áreas de solturade animais a partir de critérios técnicos queefetivamente comprovem a sua qualidade paraa manutenção da vida silvestre nativa, além deanalisar a documentação que comprove apropriedade do terreno. Não há, no Brasil,legislação pertinente a criação de áreas desoltura. Porém, os critérios adotados aqui paraeste fim referem-se a parâmetros de segurança

dos espécimes que vierem a ser soltos.

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Figura 57. Unidades de Conservação Federais no DF

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Figura 58. Reserva da Biosfera do Cerrado no DF

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3.3.7 Flora

• Autorização para desmatamento e

queima controlada

• Autorização para pesquisa, coleta e

transporte de material florístico

• Emissão do Documento de Origem

Florestal - DOF

3.4 DELEGACIA ESPECIAL DO MEIOAMBIENTE

A Delegacia Especial do Meio Ambiente -

Dema, foi criada pela Lei nº 832, de 27 de

dezembro de 1994, no âmbito da Secretaria de

Segurança do Distrito Federal, órgão de direção

superior, e é diretamente subordinada à

Coordenação de Polícia Especializada da

Polícia Civil do Distrito Federal.

A Dema desenvolve suas atividades sem

prejuízo das ações dos demais órgãos de

fiscalização ambiental especializados, com os

quais interage; tendo as seguintes compe-

tências:

Prevenir, reprimir e apurar os ilícitos

ambientais, inclusive o parcelamento irregular

do solo, fiscalizar o território do Distrito Federal,

quer seja na zona rural, urbana ou de expansão

urbana, podendo, para tanto, requisitar os

demais órgãos especializados; e promover

campanhas educativas conjuntas sobre a

conservação e a proteção do meio ambiente.

Administrativamente, a Dema dispõe da

seguinte estrutura: Seção de Investigação; de

Vigilância; de Apoio Administrativo; de

Informática, e um Cartório, possuindo as

seguintes competências:

a) Investigação

Investigar infrações penais contra o meioambiente, elaborar relatórios circunstanciadosdas investigações realizadas e desempenharoutras atribuições determinadas pela autoridade

policial.

b) Vigilância

Planejar e executar o policiamento veladocom vistas a reprimir a prática de delitosambientais, promover a vigilância e a custódiados presos e planejar e executar palestras ecampanhas educativas acerca da conservaçãoe da melhoria ambiental.

c) Apoio Administrativo

Expedir correspondência oficial, elaborare controlar as escalas de serviço, arquivar emanter o acervo documental e bibliográfico deinteresse específico da unidade policial.

d) Informática

Registrar e expedir ocorrências e controlar

e armazenar as informações.

e) Cartório

Elaborar os procedimentos relativos ainquéritos, investigações preliminares esindicâncias da competência da Dema, zelarpela guarda de objetos, documentos,instrumentos e armas apreendidas earrecadadas, vinculadas a ocorrências einquéritos policiais, e desempenhar outrasatividades determinadas pela autoridade policial.

3.5 MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITOFEDERAL E TERRITÓRIOS - MPDFT

É a instituição pública responsável pela

defesa dos direitos dos cidadãos e dos

interesses da sociedade.

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A Constituição de 1988 considera o

Ministério Público essencial à Justiça, pois cabe

a ele proteger o cumprimento da lei, da

democracia e dos interesses sociais e

individuais. Essas atribuições conferem a seus

integrantes oportunidade de atuarem como

verdadeiros advogados da sociedade, seja

defendendo o cidadão, ou o próprio patrimônio

público contra particulares de má-fé.

Tem, ainda, princípios institucionais que

asseguram a autonomia administrativa. São

eles: a unidade, a indivisibilidade e a inde-

pendência.

Para esse fim, atua em diversas áreas,

tais como: criminal, meio ambiente, patrimônio

público, saúde, educação, infância e juventude

e filiação.

As Promotorias de Justiça de Defesa do

Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural têm

como função institucional promover e

acompanhar medidas judiciais, extrajudiciais e

administrativas em defesa do meio ambiente e

do patrimônio cultural. Sua atuação visa a tornar

efetivas as normas legais de proteção aos bens

ambientais e culturais.

Entre suas inúmeras atribuições estão a

instauração de inquéritos civis públicos e de

procedimentos de investigação preliminar,

visando a apurar a prática de atos lesivos ao

meio ambiente e ao patrimônio cultural e seus

responsáveis, bem como a propositura de ação

civil pública e realização de termo de

ajustamento. Cabe também às Promotorias de

Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio

Cultural receber e processar representações e

notícias criminais. Compete-lhes ainda, propor

a elaboração ou alteração das normas

ambientais, subsidiar os órgãos superiores do

MPDFT na definição de políticas e programas

ligados à defesa do meio ambiente e do

patrimônio cultural, bem como exercer o

controle externo da atividade policial da

Delegacia Especial do Meio Ambiente - Dema,

em conjunto com as Promotorias de Justiça de

Defesa da Ordem Urbanística.

Ação Civil Pública: É o processojudicial adequado para reprimir ou impedirdanos ao meio ambiente, ao consumidor, abens e a direitos de valor estético, histórico,turístico e paisagístico, com o fim de protegerinteresses de toda a sociedade. Pode serproposta não só pelo Ministério Público, mastambém por entidades e associações declasse autorizadas pela Lei n° 7.347/87,desde que tenham como objetivo a proteçãode interesse difusos, coletivos ou individuaishomogêneos.

O Ministério Público pode ser acionadopor qualquer cidadão que achar quedeterminada ação do Poder Público está

prejudicando a sociedade.

3.6 CONSELHO DE MEIO AMBIENTE

O Conselho de Meio Ambiente do Distrito

Federal - Conam/DF, instituído pelo Decreto

nº 21.032, de 23 de fevereiro de 2000 e regido

pelo Decreto nº 25.462, de 17 de dezembro de

2004, é órgão de caráter consultivo e

deliberativo de 2º grau, de composição paritária

vinculado à Secretaria de Meio Ambiente e

Recursos Hídricos, sendo a instância máxima

deliberativa na questão ambiental do Distrito

Federal. A presidência do Conselho é exercida

pelo titular da Secretaria de Meio ambiente e

Recursos Hídricos.

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São finalidades e competências do

Conam:

I. Promover mecanismos que

objetivam a preservação, recuperação e

conservação da qualidade ambiental e dos

recursos hídricos;

II. Coordenar e integrar as

atividades ligadas à defesa do meio ambiente;

III. Proceder à elaboração e aoaperfeiçoamento das normas de proteção aomeio ambiente;

IV. Incentivar o desenvolvimento depesquisa e processos tecnológicos destinadosa reduzir a degradação da qualidade ambiental;

V. Estimular a realização deatividades educacionais e a participação dacomunidade no processo de preservação,melhoria e recuperação da qualidade ambiental;

VI. Deliberar, nos limites dacompetência, sobre questões relativas ao meio

ambiente no território do Distrito Federal;

VII. Aprovar a política ambiental doDistrito Federal e acompanhar sua execução,promovendo orientações quando entender

necessárias;

VIII. Definir áreas prioritárias de açãogovernamental relativa ao meio ambiente,visando à preservação e a melhoria daqualidade e do equilíbrio ecológico do DistritoFederal;

IX. Coordenar a ocupação e usodos espaços territoriais do Distrito Federal, deacordo com suas limitações e condicionantes

ecológicas e ambientais;

X. Propor normas e padrões

estaduais de avaliação, controle e manutenção

da qualidade do meio ambiente e dos recursos

naturais;

XI. Estabelecer diretrizes para a

defesa dos recursos hídricos e dos

ecossistemas naturais do Distrito Federal;

XII. Propor a criação e coordenar a

implantação de áreas de proteção ambiental de

relevante interesse ecológico, e das unidades

ecológicas;

XIII. Apoiar pesquisas científicas na

área de conservação e preservação do meio

ambiente, e dos recursos naturais;

XIV. Analisar relatórios de impacto

sobre o meio ambiente, na forma da legislação;

XV. Aprovar o plano Distrital de

Proteção ao Meio Ambiente do Distrito Federal

– PMDA;

XVI. Apreciar periodicamente os

relatórios correspondentes ao processo de

avaliação do PDMA;

XVII. Pronunciar-se sobre quaisquer

assuntos relevantes, de natureza sanitário-

ambiental;

XVIII. Expedir resoluções e fixar

exigências objetivando a preservação ou

melhoria da qualidade ambiental e do equilíbrio

ecológico do Distrito Federal;

XIX. Decidir, como última instância

administrativa, em grau de recurso, inclusive

sobre multas e outras penalidades impostas

pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos

Hídricos do Distrito Federal, bem como proceder

a sindicâncias;

XX. Aprovar anualmente o programa

de Trabalho do Fundo Único do Meio Ambiente

do Distrito Federal – Funam.

XXI. Criar e/ou extinguir as câmaras

técnicas;

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XXII. Convocar, na área de competência,

para eventual prestação de esclarecimento,

integrantes da administração direta e indireta

do Distrito Federal;

XXIII. Manter intercâmbio tecnocultural

com o Conselho Nacional do Meio Ambiente –

Conama, outros conselhos do Distrito Federal,

bem como as comissões de Defesa do Meio

Ambiente do Distrito Federal - Condemas;

XXIV. Propor alterações nesteRegimento Interno;

XXV. Executar outras atividadesrelativas à sua área de atuação;

XXVI. Financiar com recursos doFundo Único do Meio Ambiente do DistritoFederal, projetos eminentemente depreservação, conservação e proteção

ambiental.

3.7 CONSELHO DE RECURSOS HÍDRICOSDO DF

O Conselho de Recursos Hídricos doDistrito Federal - CRH/DF, instituído pelo artigo31 da lei nº 2.725, de 13 de junho de 2001, éórgão de caráter consultivo e deliberativo, comatuação no território do Distrito Federal. Apresidência do Conselho é exercida pelo titularda Secretaria de Meio Ambiente e RecursosHídricos.

O CHR - DF tem por finalidades e

competências:

I. apreciar e deliberar sobre o Planode Gerenciamento Integrado dos RecursosHídricos do Distrito Federal - PGIRH;

II. promover a articulação doplanejamento de recursos hídricos do DistritoFederal com o planejamento nacional, regional,

estadual e dos setores dos usuários;

III. deliberar sobre as questões que lhe

tenham sido encaminhadas pelos Comitês de

Bacias Hidrográficas;

IV. analisar propostas de alteração da

legislação afeta aos recursos hídricos no Distrito

Federal;

V. estabelecer diretrizes comple-

mentares para implementação da Política de

Recursos Hídricos do Distrito Federal, aplicação

de seus instrumentos e atuação do Sistema de

Gerenciamento de Recursos Hídricos;

VI. aprovar propostas de instituição

dos Comitês de Bacias Hidrográficas e

estabelecer critérios gerais para a elaboração

de seus regimentos;

VII. acompanhar a execução dos

Planos de Recursos Hídricos e determinar as

providências necessárias ao cumprimento de

suas metas;

VIII. estabelecer critérios gerais para

a outorga de direito e cobrança pelo uso de

recursos hídricos;

IX. dar conhecimento público de

atos oficiais, normas e legislação de recursos

hídricos;

X. promover a divulgação de atos

normativos, trabalhos e estudos sobre recursos

hídricos.

3.8 POLÍCIA MILITAR AMBIENTAL

A Companhia de Polícia Militar Ambiental

do Distrito Federal - CPMA tem por missão

executar ações e operações militares por meio

do policiamento ostensivo, visando à

conservação e preservação da fauna, da flora

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e dos recursos hídricos, bem como a coibição

à caça e pesca ilegais, ao desmatamento, às

queimadas e às extrações irregulares de

recursos minerais em todo o Distrito Federal.

No cumprimento de suas funções, aCPMA atua de maneira preventiva e repressiva.Em sua atuação preventiva, além de ações emeducação ambiental, mantém policiamento 24horas nas principais unidades de conservaçãode uso direto ou indireto do DF, bem como emtoda a extensão do lago Paranoá.

O policiamento repressivo efetua "blitz"em feiras e outros pontos em que possa existiro comércio ilegal da fauna e flora, bem comoreforça os pontos de bloqueio com barreiras nasprincipais vias de acesso ao Distrito Federal, afim de assegurar o fiel cumprimento da

legislação ambiental vigente.

Por seu caráter diferenciado, a CPMA temdesenvolvido, também, atividades de integraçãojunto às diversas comunidades do DistritoFederal, por meio de visitas estudantis às suasinstalações, palestras, exposição de materiaisapreendidos, mostra de vídeos, teatro ecampanhas educativas em datas comemora-tivas, visando obter a parceria da sociedade emseu trabalho pela melhoria da nossa qualidadeambiental.

3.9 CÂMARA LEGISLATIVA

A Câmara Legislativa do Distrito Federal

está entre as mais novas casas legislativas do

País. Como o DF absorve as funções de estado

e município ao mesmo tempo, sua Casa

Legislativa é também a mais distinta entre

todas, a começar pelo nome, que traduz um

misto de Assembléia estadual e Câmara

municipal.

O Distrito Federal ganhou suaConstituição em 8 de junho de 1993: a LeiOrgânica do Distrito Federal, elaborada pelos24 deputados distritais. Misto de lei municipal econstituição estadual, a Lei Orgânicaestabelece desde a organização dos poderesconstituídos no DF até as políticas urbana erural, passando pela organizaçãoadministrativa, pelas atividades econômicas ediretrizes sociais.

A Lei Orgânica ampliou e delimitou osdireitos sociais garantidos ao cidadão pelaConstituição Federal nas áreas de saúde,educação, cultura, comunicação social, defesado consumidor e atendimento à família. Contéma mais avançada legislação do País sobre meioambiente e é uma das três cartas constitucio-nais que, no Brasil, condenam explicitamente opreconceito contra as chamadas minorias.

A participação da população naelaboração da Lei Orgânica foi incentivada coma realização de audiências públicas realizadasem Brasília e demais cidades do Distrito Federal

e com a apresentação de emendas populares.

Antes da existência da CâmaraLegislativa, o Executivo governou durante maisde 30 anos por meio de decretos, submetidosà Comissão do DF no Senado Federal.

Com a Lei Orgânica, o Distrito Federalpassou a submeter suas ações à análise efiscalização do Poder Legislativo local e a ter

uma lei maior para guiar suas ações.

Sua estrutura foi determinada de forma a

garantir suporte à atuação legislativa (elaboração

e discussão de leis) dos deputados. Além disso,

a Casa precisa assegurar, com eficiência e

rapidez, a administração interna e o atendimento

às pessoas que transitam diariamente por suas

dependências, numa rotina comum às casas

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legislativas. Dessa forma, foram criadas nove

Comissões que buscam dividir por ordem de

interesses os trabalhos submetidos à sua

competência. São elas:

I. Comissão de Constituição eJustiça - CCJ;

II. Comissão de Orçamento eFinanças - COF;

III. Comissão de Defesa dosDireitos Humanos, Cidadania, Ética eDecoro Parlamentar - CDDHCEDP;

IV. Comissão de Assuntos Sociais- CAS;

V. Comissão de Defesa doConsumidor - CDC;

VI. Comissão de AssuntosFundiários - CAF;

VII. Comissão de Educação e Saúde- CES;

VIII. Comissão de Segurança - CS;

IX. Comissão de DesenvolvimentoEconômico Sustentável, Ciência, Tecnologia,

Meio Ambiente e Turismo - CDESCTMAT.

À Comissão de DesenvolvimentoEconômico Sustentável, Ciência, Tecnologia,Meio Ambiente e Turismo compete analisar e,quando necessário, emitir parecer sobre omérito das seguintes matérias:

a) política industrial;

b) política de incentivo à agropecuária eàs microempresas;

c) política de interação com a RegiãoIntegrada do Desenvolvimento Econômico doEntorno;

d) política econômica, planos eprogramas regionais e setoriais de desen-volvimento integrado do Distrito Federal;

e) planos e programas de naturezaeconômica;

f) estudos, pesquisas e programas dedesenvolvimento da ciência e tecnologia;

g) produção, consumo e comércio,inclusive o ambulante;

h) turismo, desporto e lazer;

i) energia, telecomunicações e infor-mática;

j) cerrado, caça, pesca, fauna,conservação da natureza, defesa do solo e dosrecursos naturais, proteção do meio ambientee controle da poluição; e

k) desenvolvimento econômico susten-tável.

A sociedade pode e deve, participar dostrabalhos legislativos, apresentando projetospara apreciação da Câmara Legislativa. Um dosmeios para isso é o projeto de lei de iniciativapopular. Para tanto, é necessário, conforme oartigo 61 § 2º da CF/88 e de acordo com a lei9.709/98, a apresentação à Câmara dosDeputados de projeto de lei, subscrito por nomínimo um por cento (1%) do eleitoradonacional. Essa participação é extensiva àsentidades científicas, culturais, associações esindicatos, além de outras instituiçõesrepresentativas e legalmente constituídas.Outra forma de participação se dá por meio dasaudiências públicas que são realizadas pelascomissões permanentes da Câmara,destinadas a acompanhar a ação do governo.Essas audiências são realizadas paraesclarecer assuntos específicos e de interessepúblico, e podem acontecer na sede da Câmaraou fora dela, sendo abertas à participaçãopopular. É por meio das audiências que ascomissões têm condições de colher subsídiospara a elaboração de projetos, ou paradesenvolver outras ações em defesa dosinteresses da população.

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3.10 SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA,PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DEMANANCIAIS DO DISTRITO FEDERAL - SIV-ÁGUA

O Sistema Integrado de Vigilância,Preservação e Conservação de Mananciais doDistrito Federal - SIV - Água, foi criado pela Lein.º 3.250, de 17 de dezembro de 2003. Paraimplementação do Sistema, foi criada naestrutura orgânica da Secretaria de SegurançaPública e Defesa Social do Distrito Federal aSubsecretaria de Vigilância, Preservação e

Conservação de Mananciais.

O SIV-Água tem como missão promover

a ação integrada de vigilância, preservação,

conservação e recuperação dos mananciais do

Distrito Federal, interagindo, neste sentido, com

os órgãos componentes do Sistema e asociedade civil, visando à disponibilidade daágua para o consumo humano e a desseden-tação animal, e para uso em múltiplas atividadesprodutivas, de sorte a assegurar a sobre-vivência, a qualidade de vida e o bem-estar daspopulações. Desse modo, o SIV-Água atendeas disposições previstas na Lei Federal nº9.433, de 8 de janeiro de 1997 e definidas pelaPolítica Ambiental do Distrito Federal, fixada nostermos da Política de Recursos Hídricos doDistrito Federal, estabelecida pela Lei nº 2.725,

de 13 de junho de 2001.

• Competências do SIV - Água

I. Planejar e promover açõesdestinadas à vigilância, preservação,conservação e recuperação dos mananciais;

II. Definir metas de racionalizaçãode uso, aumento da quantidade e melhoria daqualidade dos mananciais;

III. Estabelecer os procedimentos queassegurem a vigilância permanente dosmananciais e bacias, prevenindo ações deagressão;

IV. Elaborar propostas para criaçãode áreas sujeitas à restrição de usos, comvistas à proteção dos mananciais;

V. Promover medidas parapropiciar a recuperação de áreas degradadase contíguas aos mananciais.

• Princípios Fundamentais do SIV - Água

I. Coibir ações danosas aosmananciais;

II. Ações de planejamentoembasadas em levantamentos, diagnósticos eestudos para proteção dos mananciais;

III. Monitoramento permanente esis-temático dos mananciais, com vistas acoibir a degradação e assegurar a recuperaçãodas áreas de preservação permanente;

IV. Busca de alternativas, emconjunto com a sociedade, para garantirproteção às áreas circunvizinhas aosmananciais;

V. Integração governamental paradefinição de atividades de vigilância e con-servação dos mananciais;

VI. Integração com os estadoslimítrofes do Distrito Federal, visando à proteçãoe preservação das bacias hidrográficas;

VII. Participação de organismos eentidades educacionais e ambientais paraincorporação de tecnologias e pesquisasrelativas à recuperação e conservação dosmananciais;

VIII. Adoção de medidas com vistasà desconstituição de ocupações e edificaçõessituadas em áreas de nascentes ou em Áreasde Proteção de Mananciais - APMs;

IX. Integração com as açõesdesenvolvidas no âmbito dos Comitês de Baciase Sub-bacias Hidrográficas.

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• São órgãos componentes do SIV - Água

I . Secretaria de DesenvolvimentoUrbano e Habitação - Seduh.

II. Secretaria de Saúde - SES.

III. Secretaria de Agricultura, Pecuáriae Abastecimento - Seapa.

IV. Secretaria de Estado de MeioAmbiente e Recursos Hídricos - Semarh.

V. Secretaria de Coordenação dasAdministrações Regionais - Sucar.

VI. Secretaria de Fiscalização deAtividades Urbanas - Sefau.

VII. Secretaria de Segurança Pública eDefesa Social - SSPDS.

VIII. Secretaria de Ação Social - SAS.

IX. Polícia Militar do Distrito Federal -PMDF.

X . Corpo de Bombeiros Militar doDistrito Federal - CBMDF.

XI. Jardim Botânico de Brasília - JBB.

XII. Secretaria de Administração deParques e Unidades de Conservação -Comparques.

XIII. Administrações Regionais.

XIV. Companhia de Saneamento doDistrito Federal - Caesb.

XV. Companhia Urbanizadora daNova Capital - Novacap.

XVI. Companhia Imobiliária deBrasília - Terracap.

XVII. Serviço de Conservação deMonumentos Públicos e Limpeza Urbana doDistrito Federal - Belacap.

XVIII. Empresa de AssistênciaTécnica e Extensão Rural - Emater.

XIX. Delegacia Especializada de MeioAmbiente - Dema.

XX. Subsecretaria do Sistema deDefesa Civil.

• Atuação do SIV - Água

O Siv-Água elegeu a bacia do rioDescoberto como foco de suas açõesprioritárias, em termos emergenciais devigilância, conservação e recuperação de áreascríticas, pois de sua represa provêm 65% daágua potável consumida neste território.

Outras ações permanentes se fazemsentir nas demais bacias hidrográficas doDistrito Federal, com vistas a acudir situaçõesque exigem pronta correção de irregularidades,segundo o poder-dever-de-agir que alegislação ambiental impõe. Para esse efeito, otrabalho de vigilância, fiscalização emonitoramento torna-se intensivo e contínuo,assim como o contato do SIV-Água com apopulação, a partir do atendimento a denúnciascaptadas pelo seu sistema de ouvidoria.

Paralelamente a procedimentos re-pressivos, o SIV-Água amplia seu trabalho apartir de um diagnóstico técnico das condiçõesem que se encontram cada uma das setebacias hidrográficas do Distrito Federal, epropõe a implantação de um programa desensibilização e mobilização comunitária,mediante a gestão participativa, em parceriacom os órgãos que integram o sistema SIV-Água, aqueles afins da área federal, o MinistérioPúblico e os segmentos caracterizados dasociedade civil organizada, ONGs am-bientalistas e os produtores rurais. Esseprograma está permeado por ações de naturezaacentuadamente preventiva, direcionadas paraa educação e a reeducação ambiental, atravésdas quais as comunidades assistidas possam,no exercício da sua cidadania, desenvolveratitudes propositivas, para compartilharesforços em prol do bem comum, visandogarantir a melhoria da água em qualidade equantidade para o consumo atual e dasgerações futuras.

Em suas linhas de trabalho, o Sistemarealizou diagnóstico das APP dos córregosVicente Pires, Samambaia, Cana do Reino eValo, estabelecendo marcos de seus limites.

Outro grande desafio do SIV-Água é aimplementação do Programa de Recuperação

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de Áreas Degradadas próximas aosmananciais, objetivando promover o plantio deuma muda de árvore nativa do bioma cerradopara cada cidadão do Distrito Federal. Destamaneira pretende-se alcançar ao final de trêsanos o total de 2,5 milhões de árvores, emparceria com o Jardim Botânico de Brasíliavinculado à Secretaria de Administração deParques e Unidades de Conservação; com aSecretaria de Segurança Pública e DefesaSocial do Distrito Federal por meio do Corpo deBombeiros Militar do DF e da FundaçãoNacional de Amparo ao Trabalhador Preso; oCentro de Pesquisas Agropecuárias do Cerrado,unidade vinculada à Empresa Brasileira dePesquisa Agropecuária, - Embrapa; oDepartamento de Parques e Jardins daCompanhia Urbanizadora da Nova Capital -Novacap e o Departamento de EngenhariaFlorestal da Universidade de Brasília.

Nesse passo, já foram plantadas asprimeiras mudas de espécies nativas docerrado - produzidas no viveiro EzechiasHeringer, que conta com mão-de-obra exclusivade internos da Penitenciária da Papuda. Elessão devidamente treinados, preparando-seassim para próxima reinserção social - jádispondo de novas habilidades para o trabalhoprodutivo, de atitudes socialmente positivas ede objetivos mais amplos de vida.

De acordo com parcerias firmadas, osparcelamentos irregulares, também conhecidospor condomínios, assumem compromisso deconservar os mananciais revitalizados, seguntoorientação técnica constante da "AgendaAmbiental - Roteiro de Trabalho para osCondomínios Horizontais", primeira publicaçãodo SIV-Água.

O programa busca ainda a capacitaçãode técnicos do Governo do Distrito Federal,preparando-os para a prática da coleta desementes, o plantio de mudas e posterioracompanhamento e monitoramento das áreasrecuperadas.

3.11 SERVIÇO DE CONSERVAÇÃO DEMONUMENTOS PÚBLICOS E LIMPEZAURBANA DO DF - BELACAP

O Serviço de Conservação de Monu-mentos Públicos e Limpeza Urbana do DistritoFederal - Belacap dispõe de infra-estrutura paracoleta, tratamento e disposição final de resíduossólidos, conforme descrição abaixo:

- Onze Núcleos Regionais de LimpezaUrbana, localizados nas principais regiõesadministrativas do DF;

- A Usina de Tratamento de Lixo (UTL),localizada às margens do Lago Paranoá, comcapacidade para tratamento de 600 t/dia.

- A Usina Central de Tratamento de Lixo(UCTL), localizada no Setor P-Sul da Ceilândia,com capacidade para tratamento de 600 t/dia;

- A Usina de Compostagem e Reciclagemde Brazlândia (UDBraz), com capacidade paratratamento de 80 t/dia;

- A Usina Central de Coleta Seletiva(UCCS), localizada às margens do LagoParanoá, que foi concebida visando a recebero lixo inorgânico procedente da coleta seletiva.Atualmente, processa cerca de 15 t/dia deresíduos secos;

- A Usina de Incineração de Lixo Especial(UILE), com capacidade para incinerar cercade 30 t/dia, principalmente lixo hospitalar;

- O Aterro Controlado da Estrutural, que éo destino final da maior parte dos resíduossólidos produzidos no DF. Sua desativação estáprevista para o ano de 2007. O novo aterrosanitário do DF, a ser construído na RegiãoAdministrativa de Samambaia, está emprocesso de obtenção das licenças ambientais,com inauguração prevista para o ano de 2007

As usinas de tratamento de lixo permitemo trabalho cooperativo de associações decatadores e, conseqüentemente, a geração derenda e o fornecimento de matérias-primas(papel, papelão, plástico, vidro, metais, etc.) àsindústrias de reciclagem, além de compostoorgânico utilizado por produtores rurais do DFe entorno.

O lixo tem várias características, con-forme o quadro 6.

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Conceitos de Coleta Seletiva e Reciclagem

Esses termos, embora de uso comum,têm sido utilizados na linguagem falada e escritade diversas maneiras. A coleta seletiva de lixo éum sistema de recolhimento de materiaisrecicláveis tais como papéis, plásticos, vidros,metais e orgânicos, previamente separados nafonte geradora.

A reciclagem é o resultado de uma sériede atividades pelas quais materiais que setornariam lixo, ou estão no lixo, são desviados,coletados, separados e processados para serusados como matérias-primas na manufaturade novos materiais.

Esses resíduos são cada vez maisselecionados e vendidos como matérias-primapara a indústria de reciclagem. Seu preço nomercado varia em face de uma série de fatores:tipo de resíduo, grau de pureza, distância emque se encontra da recicladora, entre outros(Quadro 7).

Quadro 6 - Classificação do lixo segundo a natureza física e a origem

Seco Papéis e papelões , p lás ticos e is opor, m etais , vidros , couros , tecidos , lâm padas , porcelana, es pum a, cortiça, etc;

Úm ido Res tos de com ida, cas cas e bagaços de frutas , verduras e legum es , e outros produtos alim entares ;

Orgânico Res tos de com ida, cas cas e bagaços de frutas , verduras e legum es , aparas e podas de jardim , etc;

Inorgânico Plás ticos , vidros , borrachas , tecidos , m etais , lâm padas , es pum as e outros .

Dom iciliarDe origem res idencial, com o: cas cas de frutas , jornais , em balagens e outros , podendo ter res íduos tóxicos , com o m edicam entos , m ateria is de lim peza etc.

Com ercial Orig inado dos d ivers os es tabelecim entos com erciais , e de s erviços , s uperm ercados , bancos , lo jas , bares , res taurantes , etc.

Serviços PúblicosOrig inados dos s erviços de lim peza urbana, incluindo todos os res íduos de varrição das vias públicas , galerias , córregos , res tos de podas de plantas , lim peza de fe iras livres .

Hos pita lar

Des cartado por hos pitais , farm ácias , clín icas veterinárias (algodão, s eringas ,agulhas , res tos de rem édios , luvas , pedaços de corpos , curativos , s angue coagulado, órgãos e tecidos rem ovidos , m eios de cultura e anim ais utilizados em tes tes , res ina s intética, film es fotográficos de ra ios X).

Portos , Aeroportos , Term inais Rodoviários

e Ferroviários

Res íduos s épticos (que contém , ou, potencialm ente, podem conter germ es patogênicos ). Bas icam ente, orig inam -s e de m aterial de higiene pes s oal e res tos de a lim entos , que podem hos pedar doenças de outras cidades e país es .

Indus trialOrig inado das atividades dos divers os ram os da indús tria: m etalúrgica, quím ica, petroquím ica, alim entícia e outras .

Radioativo Proveniente da atividade nuclear (res íduos de atividades com urânio, cés io, tório, radônio, cobalto).

AgrícolaRes íduos s ólidos das atividades agrícolas e pecuárias (em balagens de adubos , defens ivos agrícolas , res tos de colheitas e outros ).

Entulho Res íduos da cons trução civil: dem olições e res tos de obras , s olos e es cavações .

Natureza Fís ica

Com pos ição Quím ica

Origem

* Do ponto de vista químico, o plástico, a borracha, a espuma e outros materiais citados são compostos orgânicos. O termoorgânico utilizado na classificação é apenas para diferenciar o tipo de lixo que, em princípio, apresenta alto potencial dedeterioração e se presta à compostagem.Fonte: Belacap 2006.

MATERIAL UNIDADE VALOR (R$)ALUMÍNIO kg 2,60

CACO MISTO u 0,02

COBRE kg 6,00

EMBALAGEM TETRA PAK kg 0,01

GARRAFA DE SUCO u 0,03

JORNAL kg 0,06

LATINHA kg 2,60

MANGABA BRANCA kg 0,40

MANGABA COLORIDA kg 0,25

MOTOR DE GELADEIRA u 1,00

PAPEL BRANCO kg 0,25

PAPELÃO kg 0,11

PET BRANCO kg 0,10

PET VERDE kg 0,10

PLÁSTICO DURO kg 0,25

PLÁSTICO FINO kg 0,10

SUCATA PRENSADA kg 0,10

Quadro 7 - Valor comercial de materiais recicláveisno Distrito Federal

Fonte: Belacap, fevereiro de 2003.

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Destinação Final do Lixo

Forma mais adequada de dispor do lixo,

de acordo com suas características:

Aterro Controlado

Aterro que tem por finalidade dar

destinação final aos resíduos sólidos urbanos

de forma adequada, reduzindo os riscos à saúde

pública e os impactos ambientais. Sua

implantação deve atender a critérios técnicos

relativos ao afastamento de aglomerações

urbanas; capacidade de infiltração do solo;

distância de cursos d'água; direção

predominante do vento; topografia; vida útil.

(Fonte: Dicionário Brasileiro de Ciências Ambientais, 2002).

Aterro Sanitário

1) Sistema empregado para a disposição

final dos resíduos sólidos sobre a terra, os quais

são espalhados e compactados e, diariamente,

cobertos com terra, para não resultar nenhum

risco ou dano ao meio ambiente. 2) Área onde

está localizado um depósito de lixo construído

segundo normas técnicas, para evitar riscos de

contaminação. 3) Área para disposição de lixo

que obedece a padrões técnicos adequados de

impermeabilização do solo, do tratamento de

efluentes e da cobertura dos resíduos, visando

a proteger a saúde humana e o ambiente; não

é sinônimo de lixão, termo empregado para

depósitos irregulares e inadequados de

resíduos; existem aterros especiais para lixos

considerados perigosos, como, por exemplo,

os resíduos de estabelecimentos de saúde e

de certos tipos de indústria (Glossário, Ambientebrasil,

acessado em 04/08/2006 - http://www.ambientebrasil.com.br/

composer.php3?base=./educacao/index.php3&conteudo=./

glossario/a.html).

Compostagem

Processo de provocar a decomposição

da matéria orgânica contida em restos

orgânicos (animal ou vegetal) pela ação de

microorganismos (bactérias e fungos). No

processo de compostagem podem ser

utilizados restos de comida e esterco de

animais, p.ex. O resultado deste processo é um

HÚMUS produzido artificialmente, o

COMPOSTO, que pode ser utilizado como

adubo para fertilizar a terra para plantio (Fonte:

Dicionário Brasileiro de Ciências Ambientais, 2002).

1) Reaproveitamento da fração orgânicado lixo transformando-o em adubo orgânico. 2)Técnica que consiste em deixar fermentar umamistura de restos orgânicos vegetais e animais,a fim de se obter um produto homogêneo (ocomposto) de estrututra grumosa, muito rica emhumos e microorganismos, que é incorporadaao solo a fim de melhorar a estrutura deste, suacaracterística e riqueza em elementosfertilizantes. 3) Método de tratamento dosresíduos sólidos (lixo), pela fermentação damatéria orgânica contida neles, conseguindo-se sua estabilização, sob a forma de um adubodenominado "composto". Na compostagem,normalmente sobram cerca de 50% deresíduos, os quais devem ser adequadamentedispostos. 4) Trata-se da produção de aduboorgânico, técnica que compreende aelaboração de uma mistura de restos de seresvivos capaz de maximizar a fertilidade do solo(Glossário, Ambientebrasil, acessado em 04/08/2006 - http://

www.ambientebras i l .com.br /composer.php3?base=. /

educacao/index.php3&conteudo=./glossario/a.html).

Incineração

Processo de combustão controlada quetransforma os RESIDUOS SÓLIDOS, LÍQUI-

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Quadro 8 - Tempo de decomposição dos materiais

Material Tempo de DegradaçãoAço Mais de 100 anos

Alumínio 200 a 500 anos

Cerâmica indeterminado

Chicletes 5 anos

Cordas de náilon 30 anos

Embalagens Longa Vida Até 100 anos (alumínio)

Embalagens PET Mais de 100 anos

Esponjas indeterminado

Filtros de cigarros 5 anos

Isopor indeterminado

Louças indeterminado

Luvas de borracha indeterminado

Metais (componentes de equipamentos)

Cerca de 450 anos

Papel e papelão Cerca de 6 meses

Plásticos (embalagens, equipamentos) Até 450 anos

Pneus indeterminado

Sacos e sacolas plásticas Mais de 100 anos

Vidros indeterminado

Fonte: Site do AMBIENTEBRASIL - acessado em 04/08/2006.

DOS E GASOSOS em dióxido de carbono,outros gases e água, reduzindo significativa-mente o peso e o volume iniciais (Fonte: Dicionário

Brasileiro de Ciências Ambientais, 2002).

Processo de queima de resíduos sólidosou semi-sólidos em incineradores, com oobjetivo de reduzir o volume de resíduos e seusefeitos sobre o meio ambiente; não é o mesmoque queima de lixo ao ar livre, que tem efeitosnocivos sobre o meio ambiente (Glossário,

Ambientebrasil, acessado em 04/08/2006 - http://

www.ambientebras i l .com.br /composer.php3?base=. /

educacao/index.php3&conteudo=./glossario/a.html).

3.12 AGÊNCIA REGULADORA DEÁGUAS E SANEAMENTO DO DF - ADASA/DF

A criação das Agências de Regulação no

País foi conseqüência da profunda mudança na

relação do aparelho estatal com a sociedade,

particularmente com a ordem econômica. Até

então, a intervenção estatal estava centrada na

supremacia do interesse público sobre os

interesses privados. Não havia maior

preocupação do Estado com o equilíbrio

específico do setor sob intervenção, de vez que

seus objetivos eram de natureza geral (Abar-

Associação Brasileira de Agências Regulado-

ras).

O Estado assumira, até então, a

exploração de atividades econômicas

relevantes ou essenciais, e a política de preços

era definida no ambiente político. Eram

avaliados fatores que não levavam em conta

os interesses específicos do setor regulado,

gerando a instabilidade regulatória e a

inviabilidade da ação privada em setores

sujeitos à intervenção estatal.

As transformações ocorridas, sobretudo

com a criação das Agências, apontam para o

fortalecimento do papel regulador do Estado em

detrimento do papel do estado produtor de bens

e serviços.

O Governo do Distrito Federal, por meio

da Lei no 3.365, de 16 de junho de 2004, criou a

Agência Reguladora de Águas e Saneamento

do Distrito Federal - Adasa, autarquia em regime

especial com personalidade jurídica de direito

publico, dotada de autonomia patrimonial,

administrativa e financeira, com prazo de

duração indeterminado, com sede e foro em

Brasília e vinculada à Secretaria de Estado de

Meio Ambiente e Recursos Hídricos - Semarh.

Trata-se de um órgão de Estado, responsável

pela regulação do "bem" água e dos "serviços"

de abastecimento d’água e saneamento.

A atuação da Agência é regida também

pelos fundamentos, objetivos, diretrizes e

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instrumentos da Política Nacional de Recursos

Hídricos (Lei Federal n° 9.433/97) e da Política

de Recursos Hídricos do Distrito Federal. Sua

ação deverá ser desenvolvida em articulação

com órgãos e entidades publicas e privadas

integrantes do Sistema de Gerenciamento de

Recursos Hídricos do Distrito Federal, nos

termos da Lei n° 2.725, de 13 de junho de 2001.

A Lei n° 3.365/04 conferiu à Adasa os

seguintes instrumentos de gestão de recursos

hídricos: Outorga, Cobrança, Sistema de

Informação e Coordenação da Rede

Hidrometeorológica. A Adasa passou também

a participar efetivamente das questões

relacionadas ao Plano de Gerenciamento

Integrado de Recursos Hídricos e do Conselho

de Recursos Hídricos do Distrito Federal.

• Finalidades da Adasa

As finalidades básicas da Adasa,

preconizadas pela Lei que a criou, são:

I - regular, controlar e fiscalizar, com

poder de polÍcia, a qualidade e quantidade dos

corpos d’água, superficiais ou subterrâneos,

fluentes, emergentes, contidos ou acumulados,

de domínio distrital ou delegados pela União e

Estados, bem como os serviços públicos de

abastecimento d’água e esgotamento sanitário

no Distrito Federal;

II - disciplinar, em caráter normativo, a

implementação, a operacionalização, o controle

e a avaliação dos instrumentos das Políticas

de Recursos Hídricos e de Saneamento do

Distrito Federal.

Nesse contexto, destacam-se as

seguintes competências:

I - supervisionar, controlar e avaliar, noâmbito do Distrito Federal, as ações e atividadesdecorrentes do cumprimento das legislaçõespertinentes a recursos hídricos, saneamentobásico e de meio ambiente aplicadas a recursoshídricos e saneamento básico;

II - disciplinar, em caráter normativo, aimplementação, operacionalização, controle eavaliação dos instrumentos da Política deRecursos Hídricos do Distrito Federal,estabelecidos no art 6°, incisos I a V, da Lei

n° 2.725, de 13 de junho de 2001;

III - regular, disciplinar, em caráter

normativo e fiscalizar, com poder de polÍcia, os

serviços públicos de abastecimento d’água e

esgotamento sanitário do Distrito Federal e as

tarifas a eles relativas;

IV - outorgar o direito de uso de recursos

hídricos em corpos d’água de domínio do Distrito

Federal e o aproveitamento de potenciais

hidrelétricos, observado o disposto no Piano

Distrital de Recursos Hídricos;

V - conceder, permitir e autorizar os

serviços públicos de abastecimento d’água e

esgotamento sanitário e celebrar os respectivos

contratos de concessão e permissão, em

conformidade com a legislação vigente;

VI - regular, disciplinar e fiscalizar, com

poder de polícia, o uso qualitativo e quantitativo

dos recursos hídricos nos corpos d’água de

domínio do Distrito Federal;

XI - acompanhar a elaboração do Planode Saneamento Básico, acompanhar e prestarapoio à elaboração dos planos de recursoshídricos das bacias hidrográficas do Distrito

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Federal, previstos no art. 35, inciso III, da Lein° 2.725, de 13 de junho de 2001, esupervisionar sua implementação;

VIII – estabelecer o regime tarifário relativo

aos serviços de abastecimento d’água e

saneamento básico, de forma a assegurar a

eficiência, a equidade, o uso racional dos

recursos naturais e o equilíbrio econômico -

financeiro de sua prestação.

As atividades de regulação dos serviços

de abastecimento d’água e esgotamento

sanitário compreendem a normatização, a

fiscalização e o controle dos serviços d’água e

esgotamento sanitário, bem como a aplicação

das sanções cabíveis nos termos de legislação

pertinente.

Conforme o art. 10. da Lei n.º 3.365/04, a

regulação dos serviços de abastecimento

d’água e de esgotamento sanitário compreende

atividades de regulação econômica e de

regulação técnica.

A regulação econômica consiste na

fiscalização, análise e controle das tarifas e

estruturas tarifárias aplicadas aos serviços,

com a verificação do cumprimento das normas

legais e regulamentares, do atendimento dos

princípios de modicidade das tarifas, do

equilíbrio econômico-financeiro dos contratos de

concessão e permissão, e do aumento da

competitividade do setor em nível nacional.

A regulação técnica compreende a

fiscalização, análise e controle dos padrões de

qualidade dos serviços, com a verificação do

cumprimento das normas legais e

regulamentares, e do atendimento dos

requisitos de regularidade, continuidade,

Estrutura Organizacional da Adasa

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eficiência, segurança, atualidade, generalidade

e cortesia na sua prestação.

É importante destacar o constante do art.15 da Lei n° 3.365/04, que prevê que osreajustes e revisões das tarifas de abasteci-mento e esgotamento sanitário serão auto-rizados mediante resolução da Adasa,observando-se, em todos os casos, apublicidade dos novos valores.

• Estrutura Orgânica da Adasa

A Agência Reguladora de Águas e

Saneamento do Distrito Federal - Adasa tem a

seguinte estrutura básica:

I. Diretoria colegiada;

II. Ouvidoria;

III. Serviço Jurídico;

IV. Secretaria Geral;

V. Câmara Técnica de Recursos

Hídricos;

VI. Câmara Técnica de

Abastecimento d’Água e Saneamento Básico;

VII. Seis Superintendências;

VIII. Serviço de Pesquisa,

Desenvolvi-mento e Informação, e Tratamento

de Dados.

Estrutura Organizacional - Adasa

• Diretoria Colegiada

A Adasa é gerida por uma Diretoria

colegiada composta por quatro diretores

nomeados pelo governador do Distrito Federal,

com solidariedade de responsabilidades, sendo

um deles o Diretor-Presidente, todos com

mandatos não coincidentes de cinco anos,

admitida uma única recondução. Os diretores

têm seus nomes indicados pelo Governo do

Distrito Federal, sendo sabatinados e aprovados

pela Câmara Legislativa do Distrito Federal para

posterior designação do chefe do Poder

Executivo.

• Principais Receitas da Adasa/DF

As principais receitas da Agência são:

• os recursos oriundos da cobrança daTaxa de Fiscalização sobre Serviços Públicosde Abastecimento d’Água e Saneamento - TFSno Distrito Federal, criada pela Leicomplementar n° 711, de 13 de setembro de2005;

• os recursos oriundos da cobrança da

Taxa de Fiscalização do Uso dos Recursos

Hídricos - TFU, de domínio do Distrito Federal,

ou de domínios da União, ou de Estados,

delegados ao Distrito Federal, criada também

pela lei complementar supracitada;

• os recursos que lhe forem transferidos

em decorrência de dotações ordinárias e

créditos adicionais;

• 10% (dez por cento) dos recursos

financeiros decorrentes da cobrança pelo uso

de recursos hídricos que seja de sua

competência outorgar;

• os recursos recebidos pelo Distrito

Federal relativos aos royalties de Itaipu e à

compensação financeira pela inundação de

áreas para aproveitamentos hidrelétricos serão

transferidos à Adasa/DF mediante convênio

com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente

e Recursos Hídricos do Distrito Federal para

cobrir dispêndios feitos pela Autarquia em

projetos de interesse do Governo do Distrito

Federal.

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3.13 O SISTEMA SIV-SOLO

O Sistema Integrado de Vigilância do Usodo Solo do Distrito Federal - SIV-Solo constitui-se de um conjunto de órgãos do Governo doDistrito Federal com responsabilidadesespecíficas no trato dos assuntos referentes aouso do solo. Criado em 28 de janeiro de 1993,por força do Decreto nº 14.592, tem poratribuições prevenir, controlar e erradicarinvasões do solo, e fiscalizar e coibir osparcelamentos irregulares.

Àquela época, as ações nesse sentido

ocorriam de forma desarticulada e condicionada

a critérios diferenciados, conforme as

possibilidades e visões particularizadas dos

problemas que prevaleciam em cada Região

Administrativa. Portanto, o surgimento do SIV-

Solo resultou da necessidade de aperfeiçoar,

dinamizar e sistematizar os procedimentos

adotados no campo da fiscalização do uso do

solo em todo o Distrito Federal.

O Sistema foi concebido, pois, para atuarcomo um facilitador das ações conjuntas dosdiversos organismos do Estado, no trato dosassuntos inerentes à sua esfera de atuação.Para isso funciona, essencialmente, orientadopor três princípios estratégicos: o daResponsabilidade Compartilhada, caracerizadopela cooperação mútua e articulada de esforçosentre todos os órgãos governamentais, iniciativaprivada e comunidade; o princípio da IntegraçãoRegional, consubstanciado na importância enecessidade do envolvimento e participaçãodas Administrações Regionais em atitudes pro-ativas da fiscalização; e o princípio daIntegração de Políticas Públicas, significando aprevalência de uma abordagem sistêmica einterativa dos problemas nas diferentes

instâncias e pelos diversos setores da estruturado Governo.

Para alcançar seus objetivos, o Sistemaatua em duas vertentes básicas que, emboraoperacionalmente tenham conceitosdiferenciados, são complementares. A partir dopressuposto de que a prevenção é a forma maiseficaz e de menor custo social e econômico, aprincipal estratégia de atuação do SIV-Solo sefundamenta na manutenção de níveis deprontidão, vigilância e mobilidade capazes deconter qualquer tentativa de ocupação irregulardo solo, por meio da presença ostensiva esimultânea em todos os pontos do DistritoFederal. Por outro lado, no que se refere àsocupações irregulares já existentes, as açõessão operacionalizadas de forma gradual econtínua, obedecendo a prioridades definidascom base na complexidade do fato socio-político evidenciado.

A Subsecretaria do Sistema Integrado deVigilância do Uso do Solo, unidade orgânica daSecretaria de Estado de Segurança Pública eDefesa Social do Distrito Federal - SSPDS, é oórgão executivo do Sistema SIV-Solo, comatribuições precípuas de coordenar oplanejamento e a execução das ações

operacionais que o dinamizam.

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4 AS QUESTÕES AMBIENTAIS E

AS ORGANIZAÇÕES

A atividade empresarial deve obedecer à

legislação ambiental de maneira proativa. A mo-

tencialmente, poluidores, bem como os empre-

endimentos capazes, sob qualquer forma, de cau-

sar degradação ambiental dependerão de prévio

licenciamento da Semarh.

derna gestão ambien-

tal requer a convivên-

cia harmônica entre os

usuários de recursos

naturais, a sociedade e

o governo.

Esse tipo de co-

operação entre os se-

tores públicos e em-

presarial, quanto às

questões ambientais e como tendência mundial,

felizmente vem-se constituindo numa realidade

significativa para as empresas, além de uma ga-

rantia de continuidade em seus negócios,

ganhos de marketing e de imagem junto à opinião

pública.

Um dos requisitos básicos para qualquer

atividade empresarial é estar licenciada junto ao

órgão de meio ambiente local. O licenciamento

ambiental é um dos instrumentos da Política Na-

cional do Meio Ambiente - Lei nº 6.938/81 - que

tem como objetivo principal conservar a qualida-

de ambiental do País, figura 59.

A Lei nº 41, de 13 de setembro de 1989,

que dispõe sobre a Política Ambiental do Distrito

Federal, estabelece em seu art. 16 que a cons-

trução, instalação, ampliação e funcionamento de

estabelecimentos e atividades utilizadores de re-

cursos ambientais, considerados, efetiva ou po-

Por meio des-se importante instru-mento de gestão, ecom a participaçãoda sociedade organi-zada, pode-se garan-tir a manutenção e amelhoria da qualida-de ambiental e, emconseqüência, daqualidade de vida.

O projeto "Brasília Sustentável" buscaresponder às crescentes necessidades do DistritoFederal e da região Metropolitana de Brasília parareduzir as desigualdades regionais e assegurar aqualidade dos recursos hídricos. O referido projetocontém quatro linhas de ações, a saber:

Apoiar o fortalecimento institucional e proverassistência técnica para a melhoria do ambientetécnico e institucional;

Reduzir a pobreza e promover a inclusãosocial em localidades, que apresentam condiçõessociais críticas e reduzir o nível de poluentes quechegam aos mananciais;

Executar atividades para reduzir a poluiçãohídrica e melhorar a qualidade de vida nascomunidades de Águas Lindas e Vicente Pires,além de proteger o Parque Nacional de Brasília,por meio de atividades de coleta e destinação deresíduos sólidos;

Apoiar as condições técnicas, adminis-trativas e de gerência financeira apropriadas paraassegurar que o projeto seja implementado e,

efetivamente atinja seus objetivos.

Figura 59. Chaminé em hotel da cidade de Brasília (Foto: Gorgônio)

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4.1 LICENCIAMENTO AMBIENTAL

No Distrito Federal, o licenciamento

ambiental é feito em três etapas:

A Licença Prévia (LP) é concedida na fasepreliminar do planejamento do empreendimentoou atividade: aprova sua localização e concep-ção, atesta a viabilidade ambiental e estabeleceos requisitos básicos e condicionantes a serematendidos nas próximas fases de suaimplementação, fundamentada nas informaçõesprestadas pelo interessado e obtidas em vistoriatécnica por representante da Semarh. Essa licen-ça não autoriza o início de qualquer obra ouserviço no local do empreendimento.

A Licença de Instalação (LI) autoriza a ins-talação do empreendimento ou atividade deacordo com as especificações constantes dosplanos, programas e projetos aprovados, inclu-indo as medidas de controle ambiental e demaiscondicionantes.

A Licença de Operação (LO) autoriza aoperação da atividade ou do empreendimen-to, após a verificação do cumprimento das exi-gências que constam nas licenças anteriores,com as medidas de controle ambiental e

condicionantes determinadas para a operação.

4.1.1 Requisitos para o Licenciamento Ambiental

Para requerer licenças ambientais, o in-

teressado deve dirigir-se à Semarh, onde obte-

rá formulário próprio de requerimento da licen-

ça desejada. O formulário preenchido deve ser

protocolado juntamente com a documentação

exigida para cada tipo de licença.

• Licença Prévia

- Requerimento preenchido e assinado

pelo responsável.

- Cópia autenticada da identidade e do

CPF do responsável.

- Contrato social, nº de inscrição no GDF

e CGC (cópia), no caso de empresas.

- Procuração, quando for o caso, regis-

trada em cartório.

- Mapa de localização do empreendimen-

to, atividade e/ou serviço (escala 1:10.000 -

Sicad), que pode ser adquirido na Codeplan ou

no órgão responsável pelo planejamento

territorial e urbano do DF.

- Certidão negativa, expedida pelo Cartó-

rio de Registro de Imóveis competente, ou có-

pia do contrato de arrendamento com o órgão

responsável.

- Autorização do proprietário da área,

para a realização do empreendimento, ativi-

dade e/ou serviço pretendido.

- Formulário de caracterização, específi-

co para cada tipo de empreendimento, ativida-

de e/ou serviço.

- Declaração do órgão responsável pelo

planejamento territorial e urbano do Distrito Fe-

deral, quanto à compatibilidade do empreendi-

mento, atividade e/ou serviço à legislação apli-

cável ao uso e ocupação do solo.

- Comprovante do recolhimento do valor

da análise do processo de licenciamento (DAR).

- Estudo ambiental.

• Licença de Instalação

- Requerimento preenchido e assinado

pelo responsável.

- Projetos básicos do empreendimento,

com a descrição do processo de produção.

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- Projeto básico de urbanismo e projetos

complementares de infra-estrutura (água, es-

goto, drenagem pluvial, pavimentação), nos

casos de parcelamento do solo.

- Plano de Controle Ambiental (PCA) e/ou

Plano de Recuperação de Áreas Degradadas

(PRAD), quando for o caso, bem como a corres-

pondente Anotação de Responsabilidade Técni-

ca (ART) de profissional legalmente habilitado

pelo Crea; ou outro estudo ambiental.

- Comprovante do recolhimento do valor

da análise do processo de licenciamento (DAR).

• Licenciamento de Operação

- Requerimento preenchido e assinado

pelo responsável.

- Comprovante do recolhimento do valor

da análise do processo de licenciamento (DAR).

4.1.2 Prazos de Validade das Licenças

As licenças ambientais têm prazos de

validade definidos, ao final dos quais o interes-

sado deve requerer a concessão da licença

subseqüente ou sua renovação, com antece-

dência mínima de 120 dias em relação ao tér-

mino da licença já concedida, sob pena de sua

caducidade.

• Licença Prévia

O prazo para essa licença deve obede-

cer, no mínimo, ao estabelecido pelo

cronograma de elaboração dos projetos e pla-

nos relativos ao empreendimento e necessári-

os à análise na fase de LI, não podendo ser su-

perior a 5 (cinco) anos.

• Licença de Instalação

Deve atender, no mínimo, ao estabeleci-

do pelo cronograma de instalação do empreen-

dimento ou atividade, não podendo ser superior

a 6 (seis) anos.

• Licença de Operação

Esse prazo é, no mínimo, o previsto noplano de recuperação, monitoramento e controleambiental e, no máximo, de 10 (dez) anos.

Além da concessão dos três tipos acimacitados, o licenciamento prevê a renovação dalicença ou a prorrogação dos prazos nos se-

guintes casos:

• Renovação

A renovação é válida somente para a LOe deverá ser requerida pelo interessado, por pra-zo igual ou inferior ao da licença a ser renova-da.

Para a renovação da licença, é necessá-rio recolher o valor da tarifa dos serviços, porse tratar de procedimento de análise, tal qualos relativos aos requerimentos de licenças

ambientais.

• Prorrogação

Essa prorrogação é válida somente paraLP e LI, quando é concedida a prorrogação doprazo da licença por solicitação do interessadoou por decisão da Semarh, quando impossibili-tada de conceder a licença subseqüente devi-do ao não-cumprimento integral doscondicionantes determinados na licença em

questão.

4.2 TIPOS DE ESTUDOS AMBIENTAIS E

SUAS FINALIDADES

De acordo com as características de um

empreendimento a ser licenciado, são exigidos

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diferentes tipos de estudos ambientais, que de-

vem ser apresentados à Semarh como requisi-

tos para o licenciamento.

4.2.1 EIA/Rima e Outros Estudos Ambientais

• EIA/Rima

Tanto o Estudo de Impacto Ambiental (EIA)

como o correspondente Relatório de Impacto

sobre o Meio Ambiente (Rima) devem ser reali-

zados por equipe técnica multidisciplinar, previ-

amente cadastrada na Semarh e independen-

temente do órgão licenciador e do empreende-

dor/proponente.

Os componentes da equipe técnica de-

vem estar cadastrados no Ibama, em cumpri-

mento ao que dispõe a Resolução Conama

nº 001/88, que regulamenta o Cadastro Técni-

co Federal de Atividades e Instrumentos de De-

fesa Ambiental.

O EIA/Rima fica disponível ao público na

biblioteca da Semarh por, no mínimo, 30 dias

antes da audiência pública obrigatória.

• Relatório de Controle Ambiental

O Relatório de Controle Ambiental (RCA)

é parte das exigências referentes ao requeri-

mento de LP e deve acompanhar o termo de

referência entregue pela Semarh, a depender

do tipo de empreendimento, atividade e/ou ser-

viço pretendido.

Em linhas gerais, o RCA é um instrumento

de avaliação de impactos ambientais a ser ela-

borado nos moldes do EIA/Rima, mas sem a mes-

ma complexidade. Esse relatório deve conter da-

dos acerca do empreendimento e da localização

pretendida, assim como dos impactos ambientais

positivos e negativos provenientes do empreendi-

mento e, também, das medidas de mitigação e/

ou compensação ambiental.

Como é documento mais simplificado,

não necessita para sua elaboração de equipe

multidisciplinar. No entanto, é solicitada a Ano-

tação de Responsabilidade Técnica (ART) jun-

to ao Conselho Regional de Engenharia e Ar-

quitetura (Crea/DF), cujo(s) técnico(s)

poderá(ão) também acompanhar a execução da

atividade e/ou serviço e as ações de recupera-

ção, mitigação ou compensação ambiental.

Se for(em) escolhido(s) outro(s)

técnico(s) para acompanhar a execução dos

projetos, também deve ser apresentada a ART

correspondente.

• Plano de Controle Ambiental

O Plano de Controle Ambiental (PCA) é um

relatório exigido pela Semarh para a Licença de

Instalação (LI) de um empreendimento. Esse re-

latório deve conter programas de mitigação,

monitoramento e compensação ambiental, e ser

elaborado conforme termo de referência entre-

gue pela Semarh, a depender do tipo de empre-

endimento, atividade e/ou serviço.

A Anotação de Responsabilidade Técni-

ca (ART) é solicitada tanto para a elaboração

do plano quanto para o acompanhamento de

sua execução.

• Plano de Recuperação de Áreas De-

gradadas

O Plano de Recuperação de Áreas De-

gradadas (PRAD) refere-se à recuperação de

áreas que forem degradadas pela implantação

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e/ou operação da atividade ou serviço pretendi-

do e deve seguir a orientação da Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ou do

Termo de Referência proposto pela Semarh.

A Anotação de Responsabilidade Técnica é

solicitada tanto para a elaboração do plano quanto

para o acompanhamento de sua execução.

4.2.2 Instrumentos Intermediários para a

Avaliação de Impacto Ambiental

São estudos que subsidiam o órgãoambiental na análise do licenciamento de proje-tos de parcelamento do solo para fins urbanos,com área igual ou inferior a 60ha, e de projetosde parcelamento do solo com finalidade rural,com área igual ou inferior a 200ha.

A solicitação de estudos/instrumentos in-termediários não dispensa a realização do es-

tudo prévio de impacto ambiental.

• Relatório de Impacto Ambiental Prévio

O Relatório de Impacto Ambiental Prévio(Riap) é exigido preliminarmente ao EIA/Rima,para análise dos aspectos particulares do em-

preendimento, atividade ou projeto.

• Relatório de Impacto Ambiental

Complementar

O Relatório de Impacto Ambiental Com-plementar (Riac) é exigido sempre que o órgãoambiental detectar a necessidade decomplementação do EIA/Rima, ou quando aárea do empreendimento já tenha sido avaliada

parcialmente por um EIA/Rima.

• Relatório de Impacto de Vizinhança

O Relatório de Impacto de Vizinhança (Rivi)

é exigido para licenciamento de empreendimen-

tos com impactos ambientais localizados nas

zonas urbanas e de expansão do DF, ou nas áre-

as onde seja permitido o uso urbano.

Os estudos intermediários devem ser ela-

borados por, no mínimo, dois profissionais ca-

dastrados na Semarh e abordar os aspectos

indicados no Termo de Referência a ser entre-

gue ao interessado pela Semarh.

4.2.3 Outros Requisitos para o Licenciamento

Ambiental

A depender do tipo do empreendimento,atividade e/ou serviço pretendido, pode ser soli-citada documentação complementar.

Os requerimentos, concessões e renova-ções devem ser publicados, pelo interessadono licenciamento, em periódico de grande cir-culação e no Diário Oficial do Distrito Federal(DODF), nos moldes do extrato a ser fornecidopela Semarh.

As licenças ambientais só têm validade apartir de sua publicação em periódico de gran-de circulação e no DODF, conforme modelo aser fornecido pela Semarh, o que deve ocorrerem até 30 dias a contar do recebimento da li-cença, sob pena de sua caducidade.

A decisão da Semarh, quanto ao requeri-mento de cada uma das licenças (LI ou LO),ocorre a partir do 30º (trigésimo) dia da publica-

ção acima referida.

4.3 AUDIÊNCIA PÚBLICA

A audiência pública, nos casos de exigên-

cia de EIA/Rima, Rivi, Riap e Riac, deve ser

convocada por meio de editais publicados no

DODF e em periódico de grande circulação, por

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três dias consecutivos, com custos arcados

pelo interessado no licenciamento, que entre-

gará os originais das publicações para consta-

rem no respectivo processo. O modelo do edital

é fornecido pela Semarh.

4.4 ORGANIZAÇÕES NÃO-GOVERNAMENTAIS

A participação da sociedade brasileira nas

decisões acerca do perfil do País e da qualida-

de de vida que almeja ocorre por intermédio

de instituições legalmente constituídas - as

Organizações Não-Governamentais (ONGs).

São organizações de natureza privada, sem fins

lucrativos, com participação cada vez maior no

âmbito das questões ambientais do País.

Os governos federal, estadual e munici-

pal, bem como os organismos internacionais de

cooperação técnica e financeira, legitimam suas

decisões em órgãos colegiados dos quais as

ONGs participam.

O papel fundamental das ONGs no Distrito

Federal é o de representar a sociedade civil orga-

nizada nas demandas formais ou informais em

relação às questões ambientais. Dessa forma, as

entidades suprem uma lacuna importante: inse-

rir, organizadamente, a sociedade civil nas dis-

cussões e decisões a respeito das questões re-

lativas ao bem-estar social, aos direitos huma-

nos e à qualidade de vida.

Entre as principais ações desenvolvidas

pelas ONGs ambientalistas do Distrito Federal

destacam-se a de colocar na pauta da socie-

dade brasiliense a temática ambiental como

uma de suas preocupações, e a de participar

dos foros de discussão e decisão existentes,

os quais, de alguma forma, tratam de questões

relativas ao desenvolvimento sustentável, como

o Conselho de Meio Ambiente do Distrito Fe-

deral (Conam), o Conselho Nacional de Meio

Ambiente (Conama) e o Fundo Nacional de

Meio Ambiente (FNMA).

4.5 LEGISLAÇÃO BÁSICA AMBIENTAL

A legislação ambiental brasileira tem

avançado muito nos últimos anos e buscado

proteger de forma racional e eficiente o meio

ambiente e seus recursos naturais. Delineia a

conservação ambiental ampla à medida que

visa ao desenvolvimento sustentável.

A Constituição da República Federativado Brasil (1988) - Capítulo VI - Do Meio Ambi-ente, art. 225 - assim se manifesta: "Todostêm direito ao meio ambiente ecologicamen-te equilibrado, bem de uso comum do povo eessencial à sadia qualidade de vida, impon-do-se ao Poder Público e à coletividade odever de defendê-lo e preservá-lo para as pre-sentes e futuras gerações;"

A legislação abaixo relacionada respaldao licenciamento ambiental no Distrito Federal,sem prejuízo de demais normas e leis específi-

cas para cada caso:

Leis Federais

• Constituição Federal de 1988 - em seu

Capitulo VI, do Meio Ambiente, artigo 225 esta-

belece: "Todos têm direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado, bem de uso comum

do povo e essencial à sadia qualidade de vida,

impondo-se ao Poder Público e à coletividade o

dever de defendê-lo e preservá-lo para as pre-

sentes e futuras gerações".

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• Lei n° 4.771/65 - Estabelece o CódigoFlorestal.

• Lei n° 7.754/89 - Estabelece medidaspara proteção das florestas existentes nas nas-centes dos rios e dá outras providencias.

• Lei n° 9.985/2000 - Institui o Sistema Na-cional de Unidades de Conservação da Nature-za (SNUC), que estabelece critérios e normaspara criação, implantação e gestão de unida-des de conservação.

• Lei n° 6.902/81 - Dispõe sobre a criaçãode Estações Ecológicas (EE), e Áreas de Pro-teção Ambiental (APA).

• Lei n° 10.257/2001 - Regulamenta os ar-tigos 182 e 183 da Constituição Federal, esta-belece diretrizes gerais da política urbana e dáoutras providências.

• Lei n° 7.735/1989 - Criação do InstitutoBrasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Na-turais Renováveis (Ibama) e a extinção de ór-gão e de entidade autárquica.

• Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981

(Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Am-

biente, seus fins e mecanismos de formulação).

• Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990

(Regulamenta a Lei nº 6.938/81).

• Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991

(Dispõe sobre a política agrícola).

• Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997 (Ins-

titui a Política Nacional de Recursos Hídricos,

cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do

art. 21 da Constituição Federal).

• Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998

(Dispõe sobre as sanções penais e administra-

tivas derivadas de condutas e atividades lesi-

vas ao meio ambiente - Lei de Crimes

Ambientais).

• Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999 (Dis-põe sobre a educação ambiental, institui a Polí-tica Nacional de Educação Ambiental).

• Lei nº 9.966/2000 - "Dispõe sobre a pre-venção, o controle e a fiscalização da poluiçãocausada por lançamento de óleo e outras subs-tâncias nocivas ou perigosas em águas sob ju-risdição nacional e dá outras providências." -Data da legislação: 28/04/2000 - PublicaçãoDOU 29/04/2000.

• Lei nº 9.984/2000 - "Dispõe sobre a cria-ção da Agência Nacional de Águas - ANA, enti-dade federal de implementação da Política Na-cional de Recursos Hídricos e de coordenaçãodo Sistema Nacional de Gerenciamento de Re-cursos Hídricos, e dá outras providências." - Datada legislação: 17/07/2000 - Publicação DOU 18/

07/2000.

Decretos Federais

• Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de1999 (Dispõe sobre especificação das sançõesaplicáveis às condutas e atividades lesivas aomeio ambiente).

• Decreto Federal de 10 de janeiro de 2002(Cria a Área de Proteção Ambiental do PlanaltoCentral, no Distrito Federal e no Estado deGoiás).

• Decreto nº 4.339/2002 - "Institui princípi-os e diretrizes para a implementação da Políti-ca Nacional da Biodiversidade" - Data da legis-lação: 22/08/2002 - Publicação DOU 23/08/

2002.

• Decreto nº 4.136/2002 - "Dispõe sobre aespecificação das sanções aplicáveis às infra-ções às regras de prevenção, controle e fiscali-zação da poluição causada por lançamento deóleo e outras substâncias nocivas ou perigosasem águas sob jurisdição nacional, prevista naLei n° 9.966, de 28 de abril de 2000, e dá outras

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providências." - Data da legislação: 20/02/2002

- Publicação DOU 21/02/2002.

Resoluções Conama

• Resolução Conama nº 1, de 23 de janei-ro de 1986 (Dispõe sobre critérios básicos ediretrizes gerais para o Relatório de ImpactoAmbiental).

• Resolução Conama nº 6, de 24 de janei-ro de 1986 (Dispõe sobre a aprovação de mo-delo para publicação de pedidos delicenciamento).

• Resolução Conama nº 11, de 18 de mar-ço de 1986 (Dispõe sobre alterações da Reso-lução Conama nº 1/86).

• Resolução Conama nº 9, de 13 de de-zembro de 1987 (Dispõe sobre a questão deaudiências públicas).

• Resolução Conama nº 8, de 15 de junhode 1988 (Dispõe sobre o licenciamento de ativi-dade mineral). Transformada no Decretonº 97.507, de 13 de fevereiro de 1989.

• Resolução Conama nº 1, de 8 de marçode 1990 (Dispõe sobre critérios e padrões deruído das atividades industriais).

• Resolução Conama nº 2, de 8 de marçode 1990 (Dispõe sobre o Programa Nacional deEducação e Controle da Poluição Sonora - Si-lêncio).

• Resolução Conama nº 9, de 6 de de-zembro de 1990 (Dispõe sobre normas especí-ficas para o licenciamento ambiental de extra-ção mineral, classes I, III a IX).

• Resolução Conama nº 10, de 6 de de-zembro de 1990 (Dispõe sobre normas especí-ficas para o licenciamento ambiental de extra-ção de mineral, classe II).

• Resolução Conama nº 5, de 19 de se-tembro de 1991 (Dispõe sobre a incineração deresíduos sólidos provenientes de estabeleci-mentos de saúde, portos e aeroportos).

• Resolução Conama nº 9, de 31 de agostode 1993 (Estabelece definições e torna obriga-tórios o recolhimento e a destinação adequadade todo óleo lubrificante usado ou contamina-do).

• Resolução Conama nº 237, de 19 dedezembro de 1997 (Regulamenta os aspectosde licenciamento ambiental estabelecidos naPolítica Nacional do Meio Ambiente).

• Resolução Conama nº 257, de 30 de ju-nho de 1999 (Regulamenta o descarte de pi-lhas e baterias elétricas usadas).

• Resolução Conama nº 258, de 26 desetembro de 1999 (Dispõe sobre a destinaçãofinal de pneus inservíveis).

• Resolução Conama nº 275, de 25 de abrilde 2001 (Estabelece o código de cores para osdiferentes tipos de resíduos, a ser adotado naidentificação de coletores e transportadores,bem como as campanhas informativas para acoleta seletiva).

• Resolução Conama nº 281, de 12 de ju-lho de 2001 (Dispõe sobre modelos de publica-ção de pedido de licenciamento).

• Resolução Conama nº 283, de 12 de ju-lho de 2001 (Dispõe sobre o tratamento e a dis-posição final dos resíduos dos serviços de saú-de).

• Resolução Conama Nº 301/2002 - "Alte-ra dispositivos da Resolução Nº 258, de 26 deagosto de 1999, que dispõe sobre pneumáticos"- Data da legislação: 21/03/2002 - PublicaçãoDOU 28/08/2003.

• Resolução Conama nº 307/2002 - "Es-tabelece diretrizes, critérios e procedimentospara a gestão dos resíduos da construção civil"- Data da legislação: 05/07/2002 - Publicação

DOU 17/07/2002.

• Resolução Conama nº 313/2002 - "Dis-

põe sobre o Inventário Nacional de Resíduos

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Sólidos Industriais" - Data da legislação: 29/10/

2002 - Publicação DOU 22/11/2002

• Resolução Conama nº 319/2002 - "Dánova redação a dispositivos da ResoluçãoConama nº 273, de 29 de novembro de 2000,que dispõe sobre prevenção e controle da po-luição em postos de combustíveis e serviços" -Data da legislação: 04/12/2002 - PublicaçãoDOU 19/12/2002

• Resolução Conama nº 357/2005 - "Dis-põe sobre a classificação dos corpos d’água ediretrizes ambientais para seu enquadramento,bem como estabelece as condições e padrõesde lançamento de efluentes, e dá outras provi-dências." - Data da legislação: 17/03/2005 -Publicação DOU 18/03/2005.

• Resolução Conama nº 369/2006 - "Dis-põe sobre os casos excepcionais, de utilidadepública, interesse social ou baixo impactoambiental, que possibilitam a intervenção ousupressão de vegetação em Área de Preserva-ção Permanente-APP" - Data da legislação: 28/03/2006 - Publicação DOU 29/03/2006.

• Resolução Conama nº 370/2006 - "Pror-roga o prazo para complementação das condi-ções e padrões de lançamento de efluentes,previsto no art. 44 da Resolução n° 357, de 17de março de 2005" - Data da legislação: 06/04/2006 - Publicação DOU 07/04/2006.

• Resolução Conama nº 371/2006 - "Es-tabelece diretrizes aos órgãos ambientais parao cálculo, cobrança, aplicação, aprovação econtrole de gastos de recursos advindos decompensação ambiental, conforme a Lein° 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui oSistema Nacional de Unidades de Conservaçãoda Natureza-SNUC, e dá outras providências."- Data da legislação: 05/04/2006 - PublicaçãoDOU 06/04/2006.

• Resolução Conama n° 302/2002 - Dis-põe sobre os parâmetros, definições e limitesde Áreas de Preservação Permanente de re-servatórios artificiais e o regime de uso do en-torno.

• Resolução Conama n° 303/2002 - Dis-põe sobre os parâmetros, definições e limitesde Áreas de Preservação Permanente.

• Resolução Conama n° 23/1996 - Subs-tâncias controladas e poluentes (resíduos peri-

gosos).

Leis Distritais

• Lei nº 41, de 13 de setembro de 1989(Dispõe sobre a Política Ambiental do DistritoFederal).

• Lei nº 1.399, de 10 de março de 1997(Altera o art. 15 da Lei nº 41/89).

• Decreto nº 12.960, de 28 de dezembrode 1990 (Aprova o Regulamento da Lei nº 41/89).

• Decreto nº 15.869, de 26 de agosto de1994 (Altera o parágrafo único do art. 56 e o art.57 do Decreto nº 12.960/90).

• Lei nº 17.805, de 5 de novembro de 1996(Estabelece os valores para análise de proces-sos de licenciamento ambiental).

• Lei nº 1.869, de 21 de janeiro de 1998(Dispõe sobre os instrumentos de avaliação deimpacto ambiental no Distrito Federal).

• Decreto nº 19.176, de 17 de abril de 1998(Regulamenta a Lei nº 1.869/98).

• Decreto nº 21.410, de 2 de agosto de2000 (Dispõe sobre a estrutura orgânica daSecretaria de Estado de Meio Ambiente e Re-cursos Hídricos do Distrito Federal).

• Portaria Semarh nº 7, de 14 de marçode 2001 (Dispõe sobre a participação daSemarh em audiências públicas para aprecia-

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ção de projetos de licenciamento de obras e ser-

viços que envolvam impacto ambiental).

• Lei nº 3.280, de 31 de dezembro de 2003

(Cria a Secretaria de Estado de Administração

de Parques e Unidades de Conservação do Dis-

trito Federal e institui o Fundo de Melhoria da

Gestão dos Parques do Distrito Federal - Pro-

Parques, e dá outras providências)

Outros instrumentos legais de interesse

público dão subsídios ao licenciamento

ambiental e devem ser considerados por em-

presários e pela comunidade em geral.

Outros Dispositivos Legais

• NBR 10004 - Classificação de Resídu-

os Sólidos.

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5 SEBRAE

O Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às

Micro e Pequenas Empresas, desde 1972

trabalha pelo desenvolvimento sustentável das

5.1. OBJETIVOS

Para promover a competitividade e o

desenvolvimento sustentável das micro e

pequenas empresas, o Sistema Sebrae

estabeleceu os seguintes objetivos gerais:

empresas de peque-

no porte. Para isso, a

entidade promove

cursos de capacita-

ção, facilita o acesso

ao crédito, estimula a

cooperação entre as

empresas, organiza

feiras e rodadas de

negócios, e incentiva

o desenvolvimento de

atividades que contribuem para a geração de

emprego e renda. São centenas de projetos

gerenciados pelas unidades de negócios e de

gestão do Sebrae, figura 60.

Hoje, o Sebrae atua por meio de 26

unidades Estaduais e pelo Distrito Federal, que

formam um sistema de ampla capilaridade, com

600 pontos de atendimento, do extremo norte

ao extremo sul do Brasil.

O Sistema Sebrae busca criar, por vários

mecanismos (capacitação, mobilização,

disseminação do empreendedorismo e do

associativismo, entre outros), um ambiente

favorável à sustentabilidade e ampliação dos

pequenos negócios. Esse ambiente requer

menor carga tributária, menos burocracia,

acesso ao crédito, à tecnologia e ao

conhecimento.

• Incrementar

a contribuição das

MPE na produção

Nacional, elevando

sua participação

nos mercados

interno e externo.

• Aumentar a

participação das

MPE e empreende-

dores em redes,intensificando a cultura do empreendedorismo

e da cooperação.

• Articular políticas públicas e outros

mecanismos que viabilizem o desenvolvimento,

a sustentabilidade e o incentivo à formalização

dos pequenos empreendimentos.

• Promover a inclusão social pela via do

empreendedorismo.

• Priorizar o foco em arranjos produtivos

locais no desenvolvimento dos pequenos

empreendimentos.

• Promover um ambiente interno

saudável e cooperativo, mantendo os

colaboradores permanentemente atualizados

e comprometidos com resultados.

• Tornar visível, junto à sociedade, a forma

e os resultados da atuação do Sebrae.

• Sistematizar o conhecimento do

universo dos pequenos empreendimentos e o

Figura 60. Arranjos de flores secas do cerrado, vendidas em frente àcatedral de Brasília (Foto;Gorgônio).

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relacionamento com clientes e parceiros, para

articular e prover soluções adequadas.

• Ampliar a captação de recursos de forma

a incrementar os benefícios para os pequenos

empreendimentos.

5.2 PRIORIDADES ESTRATÉGICAS

As prioridades estratégicas estabelecidas

pelo Sistema Sebrae são:

• Atuar na busca da redução e

racionalização da carga tributária e da

burocracia.

• Fomentar a ampliação e universalização

do acesso ao crédito e capitalização.

• Promover a educação empreendedora

e a cultura da cooperação.

• Promover o acesso à tecnologia e a

ampliação da capacidade de inovação.

• Promover o acesso a mercados.

• Atuar, prioritariamente, em ações cole-

tivas, com foco em arranjos produtivos locais,

através de soluções integradas.

5.3 SEBRAE DO DISTRITO FEDERAL

Para atingir aos objetivos e as prioridades

estratégicas definidos pelo Sistema Sebrae, o

Sebrae/DF orienta o enfoque de suas ações em

Projetos Finalísticos voltados para Gestão

Estratégica Orientada para Resultados

(GEOR), Cadeias Produtivas e Arranjos

Produtivos Locais, tais como: Apicultura

Integrada e Sustentável - APIS, APL de

Uniformes Profissionais e Executivos, APL

Software Brasília Capital Digital, Apoio a

Programas Regionais Integrados e

Sustentáveis da Cadeia de Ovinocaprinocultura

- APRISCO, Arranjo Produtivo Local de Madeira

e Móveis do Distrito Federal, Artesanato, Centro-

Oeste Export, Comércio Varejista de Material

de Construção, Comércio Varejista de

Sobradinho, Desenvolvimento Competitivo da

Panificação, Desenvolvimento da Agricultura

Orgânica nas Áreas Rurais do DF,

Desenvolvimento da Suinocultura do DF,

Desenvolvimento das Empresas Gráficas do

Distrito Federal, Desenvolvimento dos Setores

com Potencial Exportador, Empreendedorismo

Social, Empreender, Entorno Empreendedor,

Excelência das Empresas Coletoras de

Resíduos Sólidos do Distrito Federal, Flores e

Plantas Ornamentais, Sabor Brasília, Gemas e

Jóias do Distrito Federal, Metalurgia e

Serralheria, Projeto Jovem Empreender,

Qualidade Automotiva, Turismo, Turismo de

Eventos, Turismo Rural.

Ao longo dos seus 30 anos de prestação

de serviços, o Sebrae/DF promoveu mudanças

substanciais em sua forma de atuação para

levar orientação empresarial, educação

empreendedora, suporte tecnológico e

mercadológico, visando à criação e

manutenção de ambiente favorável ao

desenvolvimento e à sustentabilidade das micro

e pequenas empresas.

O Sebrae/DF adota formas diferenciadas

de desenvolvimento de suas ações, definidas

em função de análises das interações

econômicas e técnicas entre os segmentos, da

identificação de fragilidades nos elos das

cadeias produtivas e das alternativas para seu

fortalecimento.

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As estratégias de ação estão fundamen-

tadas na vocação e realidade empresarial local,

nas diretrizes nacionais de desenvolvimento

sustentável e na inclusão das questões

ambientais, preconizadas no Programa Sebrae

de Gestão Ambiental, em suas ações de apoio

às micro e pequenas empresas.

Os projetos do Sebrae/DF implantados

visam a influir positivamente nos indicadores

sociais e econômicos do Distrito Federal, sendo

centrados no desenvolvimento local integrado

e sustentável, nos arranjos produtivos locais,

nas cadeias produtivas dos setores, e orientado

para a contemplação das diretrizes ambientais

vigentes em todas as suas ações e atividades

junto ao empresariado.

Beneficia micro e pequenas empresas

vinculadas à indústria, comércio, serviços e

agronegócios, enfatiza em seus programas de

suporte às empresas a capacitação gerencial

e tecnológica, prospecção de mercados e

estudos de cadeias produtivas, contribuindo

para o aumento da competitividade das

empresas e para que o Distrito Federal se torne

referência em práticas empresariais,

sintonizadas com as políticas e diretrizes

ambientais nacionais e internacionais.

5.4 O SEBRAE/DF E A GESTÃO AMBIENTAL

As atividades de uma pequena empresa

causam sempre algum tipo de efeito no meio

ambiente, e a sociedade que consome os

produtos e utiliza os serviços está cada vez mais

consciente dos efeitos ambientais gerados nos

processos de produção e comercialização.

Assim, de acordo com pesquisas nacionais e

internacionais, o consumidor está mesmo

disposto a pagar um pouco mais por produtos

comprovadamente processados de forma a não

poluir, ou poluir o menos possível, o meio

ambiente, até mesmo após sua vida útil.

Em tempos de mercado globalizado, em

que o empresário não tem controle sobre o

preço de venda de seu produto, a gestão

ambiental torna-se, cada vez mais, um

diferencial de competitividade para qualquer

empresa, por possibilitar redução de custos de

produção, melhores preços de venda e atração

de consumidores para produtos ambiental-

mente saudáveis.

Ao perceber que a gestão ambiental se

pode tornar um ótimo negócio, muitas

empresas de pequeno porte começam a

demandar apoio para implementar um sistema

de gestão ambiental, ou sistemas de melhoria

de desempenho ambiental. Nesse sentido,

empresários de diferentes ramos de atividade

estão se conscientizando e procurando

demonstrar seu desempenho ambiental no

controle dos impactos de suas atividades,

produtos e serviços no meio ambiente.

Os empresários já perceberam que o

compromisso com o meio ambiente significa

maior poder de competitividade, não só pela

imagem da empresa, mas também pelas

oportunidades de negócios e redução de custo

do processo produtivo.

• Histórico do programa

Até 1995, não havia no Sebrae/DF qual-

quer atividade voltada diretamente para a

questão ambiental. A partir de 1996, quando se

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começava a discutir no Brasil as normas dasérie ISO 14000, iniciaram-se ações com focona gestão ambiental.

Desde então, as iniciativas empreendidaspelo Sebrae/DF na área da gestão ambientaltêm-se ampliado a cada ano, a ponto de ter sidoincorporado ao Sistema Sebrae um programadirigido para esse tema.

No âmbito do Programa de GestãoAmbiental foi criado o “Projeto Piloto de AuditoriaAmbiental para Micro e Pequenas Empresas noBrasil - fase 1”, desenvolvido pelo Sebrae/DFentre 1996 e 1997, em parceria com o CNPq, oIEL/DF, os Sebrae estaduais e instituiçõescomo Ibama, MMA e Infraero. Esse projetoproduziu excelentes resultados e proporcionouaos técnicos e consultores envolvidos aoportunidade de conhecer as empresas epresenciar a realidade de cada uma delas. Essaoportunidade gerou um elenco de informaçõesque têm servido de exemplo daquilo que se pode

fazer em gestão ambiental.

• Atuação do Núcleo de Gestão Ambiental

Com o desenvolvimento desse projeto, o

Sebrae/DF e o IEL/DF estruturaram o Núcleo

de Gestão Ambiental (NGA), que congrega uma

equipe multidisciplinar de técnicos

especializados, com capacidade de desenvol-

ver trabalhos de forma interdisciplinar na área

de gestão ambiental.

Essa equipe vem produzindo material

instrucional de grande aceitação no mercado

de informação sobre gestão ambiental,

ministrando cursos e proferindo palestras sobregestão e auditoria de sistemas de gestãoambiental, em parceria com outrasorganizações.

Após a implantação da primeira fase do“Projeto Piloto de Auditoria Ambiental para MPEs”- promoção conjunta CNPq-Sebrae -, foipossível estabelecer parcerias interinstitu-cionais, inclusive com os Sebrae dos diferentesestados onde a atividade foi desenvolvida.

Nessa primeira fase, de acordo com asindicações das normas BS-7750 e ISO 14001/96 para a implementação de Sistema de GestãoAmbiental (SGA), foram realizadas AnálisesCríticas Ambientais Preparatórias (Acap) em 21pequenas empresas de 18 diferentes ramos deatividade5, em quinze estados nas 5 grandesregiões brasileiras6, entre agosto/96 e janeiro/97.

Além da realização dessas Acap, foramfeitas visitas técnicas a outras duas empresasem cada uma das unidades da Federaçãocontempladas com o projeto, de modo aconhecer melhor o universo a ser futuramenteapoiado pelo Sebrae e seus parceiros, nocampo da gestão ambiental.

O processo de trabalho adotado no projetopiloto visou a conhecer a realidade ambientaldas MPE, definir uma metodologia deimplantação de SGA adequada a essa situaçãoe formar técnicos dos Sebrae estaduais

envolvidos na questão ambiental.

• Produtos gerados

No decorrer dos últimos 10 anos, foram

desenvolvidos os seguintes produtos:

5 As empresas contempladas com o referido projeto representam os seguintes ramos de atividades: alimentos, metalúrgica; asfalto;beneficiadora de couros e produtora de calçados; beneficiamento de granito; cerâmica de tijolos e telhas; colchões e espumas;concessionária de automóveis; controle e combate a insetos e roedores nocivos em edifícios residenciais e organizações; fibrade vidro; fios têxteis; gráfica e editora; indústrias madeireiras (serrarias e moveleira);óleo e sabão; papéis e papelões; peçaspara máquinas e automóveis; reciclagem e reaproveitamento de alumínio; tecelagem; transporte e armazenamento de cargas.6 Amazonas; Bahia; Ceará; Distrito Federal; Espírito Santo; Maranhão; Mato Grosso; Goiás; Minas Gerais; Pará; Pernambuco; Riode Janeiro; Rio Grande do Sul; Santa Catarina; São Paulo.

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1. O livro "A Questão Ambiental - O quetodo empresário precisa saber" - ediçãonacional e edição local, lançadas pelo Sebrae,respectivamente em 1996 e 1997;

2. CD-ROM "Iniciando Gestão Ambiental"- com cartilha de divulgação, 1997;

3.Cartaz e Folder - "Os 5 menos que sãomais";

4.O livro "A Questão Ambiental e asEmpresas", edição 1998;

5. O CD-ROM "Gestão Ambiental e o MeioAmbiente do Distrito Federal", 2000;

6. O livro "Vegetação Natural do DistritoFederal", 2000, em parceria com a Editora daUniversidade de Brasília;

7. O livro "Sistema Integrado de GestãoAmbiental - Meio Ambiente, Qualidade, SaúdeOcupacional, Segurança e ResponsabilidadeSocial - Conceitos, Definições e Termos

Usuais", edição Sebrae, Brasília, 2001.

Publicações em parceria com o Sebrae,2004

Com o objetivo de atualizar asinformações anteriormente divulgadas eproduzir novas publicações, o Sebrae-DFcontou com o apoio do Sebrae Nacional, paracolocar à disposição dos micro e pequenosempresários brasileiros e do público em geralas seguintes publicações:

1. Vídeo - 5 Menos que são Mais (em trêsversões - Português, Espanhol e Inglês);

2. Cartilha do CD-ROM “Iniciando GestãoAmbiental”;

3. CD-ROM (vídeo) “Os 5 Menos que sãoMais”;

4. CD-ROM “Metodologia de Imple-mentação de Gestão Ambiental em micro epequena empresa”;

5. CD-ROM “Metodologia Sebrae 5menos que são mais - Redução de Desper-dício”;

6. CD-ROM “Curso Básico de GestãoAmbiental”;

7. CD-ROM “Iniciando Gestão Ambiental”(em duas versões - Português e Espanhol);

8. Folder - 5 Menos que são Mais -Redução de Desperdício;

9. Livreto dos Produtos do “ProgramaSebrae Gestão Ambiental”;

10. Livro - A Questão Ambiental e asEmpresas;

11. Livro - Curso Básico de GestãoAmbiental;

12. Livro - Experiências Sebrae emImplantação de Gestão Ambiental em micro epequenas empresas;

13. Livro - Metodologia Sebrae 5 menosque são mais - Redução de Desperdício;

14. Livro - Metodologia SebraeImplementação de Gestão Ambiental em microe pequenas empresas;

15. Livro - Sistemas Integrados deGestão;

16. Revista (Gibi) - 5 Menos que são Mais

(água, energia, matéria-prima).

Execução de planos de gestão ambiental

A elaboração de planos de melhoria dedesempenho ambiental em empresas teveinício em novembro de 2000. Até o presente,concluíram-se 15 planos, contemplando umaempresa em São Paulo, de descontaminaçãode resíduos mercuriais; seis empresas noDistrito Federal, dos seguintes segmentos:movelaria, torrefação de café, biotecnologiaagrícola, hotel-fazenda, produtos de panificaçãoe insumos agrícolas, uma empresa de asfaltolocalizada em Goiás, duas usinas debeneficiamento de castanha e uma de benefici-

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amento de borracha no Acre, uma empresa de

reciclagem de resíduos plásticos localizada no

Distrito Industrial da Zona Franca de Manaus, e

quatro empresas moveleiras em Rondônia.

Em parceria com o MMA, o CNPq, o

Sebrae Nacional e o Sebrae/RJ, em 2002 foi

executado um Plano de Melhoria de

Desempenho Ambiental (PMDA), no Parque

Nacional da Tijuca, Rio de Janeiro, com a

participação de 27 empresas concessionárias,

em que foram elaborados os Padrões de

Conduta. Para a segunda fase do projeto, foi

aprovado pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente

(FNMA), a implantação do Plano de SGA,

visando à certificação ISO 14001.

O Sebrae/DF, em parceria com o

Ministério do Meio Ambiente e o Ibama, está

elaborando um Plano de Melhoria de

Desempenho Ambiental (PMDA) - Sistemas de

Gestão Ambiental (SGA), nos Parques

Nacionais do Iguaçu, em Foz do Iguaçu/Paraná,

e Serra dos Órgãos, em Teresópolis/Rio de

Janeiro. O objetivo final é que estes parques

sejam certificados com base na NBR ISO

14.001.

Objeto deste convênio, também, é o

desenvolvimento de metodologia para

implementação do plano de melhoria de

desempenho ambiental em unidade de

conservação PMDA/SGA - UC.

Dentro do Programa Sebrae de Redução

de Desperdício, foi desenvolvida a Metodologia

Sebrae 5 Menos que São Mais - Redução de

Desperdício, testada em 740 empresas do

Distrito Federal;

Metodologia Programa Sebrae 5 Menos queSão Mais - Redução de Desperdício, emBrasília/DF

OBJETIVO

Orientar os empresários na identificação

de desperdícios de matéria-prima, água e

energia elétrica no processo produtivo e propor

ações corretivas, visando diminuir custos de

produção, aumentar a produtividade e minimizar

impactos ambientais negativos.

A metodologia consta de:

Manual sobre redução de desperdício em

micro e pequenas empresas, contendo

questionário para levantamento de informações.

Manual para orientação do empresário.

Manual para o consultor, com orientação

sobre a elaboração do relatório técnico.

Metodologia:

Manual sobre redução de desperdícioem micro e pequenas empresas

O desenvolvimento da metodologia prevê

três fases dentro da empresa, a saber:

FASE I - DIAGNÓSTICO

A Fase I é dedicada ao diagnóstico, istoé, ao levantamento de todos os processosenvolvidos na fabricação dos bens ou narealização dos serviços pela empresa. Aduração é de, aproximadamente, 4 horas, e oConsultor, acompanhado do empresário ou depessoa indicada por ele, visita todos os setoresprodutivos da empresa, desde o local onde éfeito o recebimento de insumos (matérias-primas, etc) até o despacho do produto ou deentrega do serviço.

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FASE II - IMPLEMENTAÇÃO

A Fase II é destinada à implementaçãodas ações propostas para mitigar ou eliminaros desperdícios identificados, e seu formato etempo de aplicação dependerá dascircunstâncias e características de cadaempresa, das possibilidades, disposição eempenho do empresário em colocar em práticatodas as medidas e, ainda, do grau de retorno(benefício) que pode ser percebido pelaempresa.

FASE III - ACOMPANHAMENTO

Na Fase III é realizado o acompanha-mento para avaliação, e ajustes, quandonecessários.

É constituído de visitas técnicas doconsultor do Sebrae que, ao final de cadasessão de verificação, elabora um Relatório deAcompanhamento.

Foram aplicadas no Distrito Federal aMetodologia Programa Sebrae 5 Menos que sãoMais - Redução de Desperdício em 754empresas, nos seguintes 52 segmentosempresariais:

- Bares e lanchonetes

- Bazares, armarinhos e presentes

- Comércio de calçados e confecções

- Comércio de construção civil

- Comércio moveleiro

- Farmácias e drogarias

- Floricultura e viveiros

- Gráficas

- Indústria da construção civil

- Indústria de confecções

- Indústria madeireira

- Lavanderias

- Livrarias e papelarias

- Oficinas automotivas

- Panificadoras

- Restaurantes

- Salões de beleza

- Distribuição de leite e derivados

- Distribuição de produtos de limpeza

- Copiadoras

- Empacotamento e beneficiamento degrãos

- Fabricação de caixas de papelão

- Fábrica de gelo

- Fabricação de hidrorrepelentes eimpermeabilizantes

- Fabricação de isopor

- Fabricação de vassouras

- Frigoríficos

- Lava jato

- Olaria

- Óticas

- Pintura de móveis de madeira e MDF

- Tecnologia da informação

- Comércio de acessórios de veículos

- Comércio de alimentos e bebidas

- Comércio de bicicletas

- Comércio de colchões

- Comércio de cosméticos

- Comércio de ração de animais eatendimento veterinário

- Comércio de utensílios de alumínio

- Reforma de estofados e cortinas

- Revelação de filmes

- Serigrafia

- Serralheria

- Torneadora

- Vidraçarias- Assistência técnica- Clínicas- Creche- Escritórios de consultoria e prestação

de serviços- Motéis- Parques de diversões

- Produção de próteses dentárias

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Exemplos de desperdício observados

e os respectivos ganhos econômicos e

ambientais, tabelas 5, 6 e 7

Empresa Moveleira - Resultado Alcançado

Tabela 5. Redução de perdas com a implantação do

Sistema de Orientação do Plano de Corte.

Restaurantes - Comida preparada

Tabela 6. Dados de perdas de alimentos preparados.

Alimentação - Pizza

Tabela 7. Redução da quantidade de ingredientes pela

padronização das pizzas.

A empresa não teve nenhum gasto com

investimentos, a não ser a dedicação dos

próprios funcionários gerenciados e pela

intenção de melhorar o que já sabiam fazer

Treinamentos realizados

Até o presente, o Sebrae-DF, por meio do

Núcleo de Gestão Ambiental, ministrou mais de

40 Cursos Básico de Gestão Ambiental em

diversas instituições brasileiras, dos quais

participaram mais de 900 alunos das diferentes

áreas do conhecimento.

Em parceria com a Associação Brasileira

das Instituições de Pesquisas Tecnológicas

(Abipti), cursos de especialização para

formação de Agentes de Inovação e Difusão

Tecnológicas (com um módulo sobre gestão

ambiental).

Agraciamento

O Sebrae-DF recebeu o Prêmio Ambiental

von Martius 2001 - da Câmara de Comércio e

Indústria Brasil-Alemanha, por meio dos seus

Departamentos de Meio Ambiente e

Comunicação Social, o 3º lugar, entre 192

concorrentes, na categoria Humanidade,

referente ao 'Programa Sebrae de Gestão

Ambiental';

Agenda ambiental (calendário)

Durante estes dez anos de atividade o

Sebrae-DF, pelo NGA, publicou, anualmente,

agendas - calendários com a temática

ambiental. Ano após ano, o Sebrae-DF tem feito

parcerias com organizações locais para pro-

duzir a referida agenda. Em 2006 foi produzida

a 11ª edição dessa agenda com o tema "Plantas

do Cerrado de Usos Múltiplos".

Redução

% Mensal Anual

75 10 87 2.360 23.400

Ganho (R$ 1,00)Perda com o sistema

(m3)

Perda sem o s is tema

m3)

% Mensal Anual

Antes da consultoria 206 100 3.708 44.496

Após a consultoria 108 48 1.944 23.328

Perda mensal de alimentos preparados em kg

Redução % e em (R$ 1,00)

Antes Depois Mensal Anual

Mussarela 300 180 40 6,5 5.850 70.200

Presunto 180 140 22 4,3 1.290 15.480

Calabresa 180 140 22 5 1.500 18.000

Total 660 460 - - 8.640 103.680

Ingredientes padronizados (g) Redução

%Preço

kgRedução R$ 1,00

Material

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6 MINA - MUSEU INTERNACIONAL DAS

ÁGUAS

O Mina, diferentemente da imagem tradi-

cional, será um agente dinâmico de difusão de

conhecimentos, que serão levados à comuni-

duação acerca de temas relacionados à ges-

tão de recursos hídricos e à aplicação de

tecnologias voltadas ao uso da água. Integram

a Universidade da Água:

- Biblioteca Pública da Água;

- Centro Integrado de Estudos da Água;

Figura 61. Imagem do Museu Internacional dasÁguas, cedida pela Caesb

dade sob diferentes

formas, numa fusão

de tecnologia de infor-

mação, conceitos de

lazer e recursos didá-

ticos, na busca da for-

mação da cidadania e

da conscientização

ecológica, figuras 61 e 62.

Uma das razões especiais para escolher

Brasília como sede do Mina é a posição da ci-

dade, próxima ao centro divisor das principais

bacias hidrográficas do continente. A Amazôni-

ca e a Platina materializam o fenômeno Águas

Emendadas.

A estrutura do museu apresenta dois gran-

des núcleos principais, assim subdivididos:

• Núcleo de Interação Humana, abor-

dando os temas:

- a água e a civilização;

- a água e a produção de riquezas;

- a água e o futuro sustentável;

- o mundo da água.

• Universidade da Água

Nela serão desenvolvidos cursos de nível

técnico, de extensão universitária e de pós-gra-

- Centro Admi-

nistrativo.

O Museu In-

ternacional das

Águas será

estruturado como

uma Organização

Social Civil de Inte-resse Público - OSCIP, o que exigirá trabalho

de uma equipe multidisciplinar que contará com

a contribuição de:

- órgãos e empresas estaduais e do Go-

verno federal;

- empresas de saneamento e gestão

hídrica;

- entidades de ensino e pesquisa;

- empresas privadas;

- organizações não-governamentais;

- sociedade.

Figura 62. Imagem do Museu Internacional dasÁguas, cedida pela Caesb

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7 OBJETIVOS DA AGENDA 21 BRASILEIRA

A Agenda Global, assinada em 1992 por

179 chefes de Estados e de Governos, repre-

sentou um caminho universal a ser seguido. A

Objetivo 8 - Inclusão social e distribui-

ção de renda.

Objetivo 9 - Universalizar o saneamento

ambiental protegendo o ambiente e a saúde.

Objetivo 10 - Gestão do espaço urbano

Agenda 21 Brasileira,

demonstrando gran-

de visão de futuro, é

produto da participa-

ção de cerca de 40

mil pessoas, repre-

sentantes dos mais

diversos segmentos

da comunidade bra-

sileira.

Essa Agenda

lança o destino do

Brasil no cenário internacional como líder da

conservação ambiental do Planeta. Traça, para

os próximos dez anos, 21 objetivos que, se

implementados, colocarão a Nação na lideran-

ça mundial do desenvolvimento sustentável.

Objetivo 1 - Produção e consumo sus-

tentáveis contra a cultura do desperdício.

Objetivo 2 - Ecoeficiência e responsabi-

lidade social das empresas.

Objetivo 3 - Retomada do planejamento

estratégico, infra-estrutura e integração regional.

Objetivo 4 - Energia renovável e a

biomassa.

Objetivo 5 - Informação e conhecimento

para o desenvolvimento sustentável.

Objetivo 6 - Educação permanente para

o trabalho e a vida.

Objetivo 7 - Promover a saúde e evitar a

doença, democratizando o SUS.

e a autoridade me-

tropolitana.

Objetivo 11 -

Desenvolvimento

sustentável do Bra-

sil rural.

Objetivo 12 -

Promoção da agri-

cultura sustentável.

Objetivo 13- Promover a Agen-

da 21 Local e o de-

senvolvimento integrado e sustentável.

Objetivo 14 - Implantar o transporte demassa e a mobilidade sustentável.

Objetivo 15 - Preservar a quantidade emelhorar a qualidade da água nas baciashidrográficas.

Objetivo 16 - Política florestal, controledo desmatamento e corredores debiodiversidade.

Objetivo 17 - Descentralização e o pac-to federativo: parcerias, consórcios e o poderlocal.

Objetivo 18 - Modernização do Estado:gestão ambiental e instrumentos econômicos.

Objetivo 19 - Relações internacionais egovernança global para o desenvolvimento sus-tentável.

Objetivo 20 - Cultura cívica e novas iden-tidades na sociedade da comunicação.

Objetivo 21 - Pedagogia da sustentabi-lidade: ética e solidariedade.

Figura 63. Plantação de sorgo na Região do RAD-DF (Foto: Gorgônio)

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8 CARTA DA TERRA

O Sebrae acredita que o destino do pla-

neta Terra é responsabilidade de todos: dos em-

presários, de seus colaboradores internos e ex-

Princípio 2 - Os Estados, em conformi-

dade com a Carta das Nações Unidas e com

os princípios do Direito Internacional, têm o di-

reito soberano de explorar seus próprios recur-

sos, segundo suas próprias políticas de meio

ternos, dos fornece-

dores, dos clientes e

dos que, direta ou in-

diretamente, estão

envolvidos com o sis-

tema produtivo. Divul-

gar a Carta da Terra,

portanto, é um dever,

uma obrigação cívica.

"A Conferência

das Nações Unidas

sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, reu-

nida no Rio de Janeiro de 3 a 14 de junho de

1992, reafirmando a Declaração da Conferên-

cia das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente

Humano, adotada em Estocolmo em 16 de ju-

nho de 1972, e buscando avançar a partir dela,

com o objetivo de estabelecer uma nova e justa

parceria global por meio do estabelecimento de

novos níveis de cooperação entre os Estados,

os setores-chave da sociedade e os indivíduos,

trabalhando com vistas à conclusão de acor-

dos internacionais que respeitem os interesses

de todos e protejam a integridade do sistema

global do meio ambiente e desenvolvimento, re-

conhecendo a natureza interdependente e inte-

gral da Terra, nosso lar, proclama:

Princípio 1 - Os seres humanos estão

no centro das preocupações com o desenvolvi-

mento sustentável. Têm direito a uma vida sau-

dável e produtiva, em harmonia com a nature-

za.

ambiente e desen-

volvimento, e a res-

ponsabilidade de

assegurar que ativi-

dades sob sua juris-

dição ou controle

não causem danos

ao meio ambiente

de outros Estados

ou de áreas além

dos limites da juris-

dição nacional.

Princípio 3 - O direito ao desenvolvimen-

to deve ser exercido de modo a permitir que

sejam atendidas eqüitativamente as necessida-

des de gerações presentes e futuras.

Princípio 4 - Para alcançar o desenvolvi-

mento sustentável, a proteção ambiental deve

constituir parte integrante do processo de de-

senvolvimento, e não pode ser considerada iso-

ladamente deste.

Princípio 5 - Todos os Estados e todos os

indivíduos, como um requisito indispensável para

o desenvolvimento sustentável, devem cooperar

na tarefa essencial de erradicar a pobreza, de for-

ma a reduzir as disparidades nos padrões de vida

e melhor atender às necessidades da maioria da

população do mundo.

Princípio 6 - A situação e as necessida-

des especiais dos países em desenvolvimento,

Figura 64. Detalhe de Aerofloresta na sede da Embrapa em Brasília(Foto: Gorgônio)

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em particular dos países de menor desenvolvi-

mento relativo e daqueles ambientalmente mais

vulneráveis, devem receber prioridade especi-

al. Ações internacionais no campo do meio

ambiente e do desenvolvimento devem também

atender os interesses e as necessidades de

todos os países.

Princípio 7 - Os Estados devem cooperar,

em um espírito de parceria global, para a conser-

vação, proteção e restauração da saúde e da in-

tegridade do ecossistema terrestre. Consideran-

do as distintas contribuições para a degradação

ambiental global, os Estados têm responsabilida-

des comuns, porém diferenciadas.

Os países desenvolvidos reconhecem a

responsabilidade que têm na busca internacio-

nal do desenvolvimento sustentável, em vista

das pressões exercidas por suas sociedades

sobre o meio ambiente global e das tecnologias

e recursos financeiros que controlam.

Princípio 8 - Para atingir o desenvolvi-

mento sustentável e a mais alta qualidade de

vida para todos, os Estados devem reduzir e

eliminar padrões insustentáveis de produção e

consumo, e promover políticas demográficas

adequadas.

Princípio 9 - Os Estados devem coope-

rar no fortalecimento da capacitação endógena

para o desenvolvimento sustentável, pelo apri-

moramento da compreensão científica por meio

do intercâmbio do conhecimento científico e

tecnológico, e pela intensificação do desenvol-

vimento, adaptação, difusão e transferência de

tecnologias, inclusive de tecnologias novas e

inovadoras.

Princípio 10 - A melhor maneira de tratar

questões ambientais é assegurar a participa-

ção, no nível apropriado, de todos os cidadãos

interessados. Em nível nacional, cada indivíduo

deve ter acesso adequado a informações relati-

vas ao meio ambiente de que disponham as au-

toridades públicas, inclusive informações sobre

materiais e atividades perigosas em suas comu-

nidades, bem como ter oportunidade de partici-

par de processos de tomada de decisões. Os

Estados devem facilitar e estimular a

conscientização e participação públicas, colocan-

do a informação à disposição de todos. Deve ser

propiciado acesso efetivo a mecanismos judici-

ais e administrativos, inclusive no que diz respei-

to a compensação e reparo de danos.

Princípio 11 - Os Estados devem adotar

legislação ambiental eficaz. Padrões ambientais

e objetivos e prioridades em matéria de ordena-

ção ao meio ambiente devem refletir o contexto

ambiental e de desenvolvimento a que se apli-

cam. Padrões utilizados por alguns países po-

dem resultar inadequados para outros, em es-

pecial países em desenvolvimento, acarretan-

do custos sociais e econômicos injustificados.

Princípio 12 - Os Estados devem coo-

perar para o estabelecimento de um sistema

econômico internacional aberto e favorável, pro-

pício ao crescimento econômico e ao desen-

volvimento sustentável em todos os países, de

modo a possibilitar o tratamento mais adequa-

do dos problemas de degradação ambiental.

Medidas de política comercial para propósitos

ambientais não devem constituir-se em meios

para imposição de discriminações arbitrárias ou

injustificáveis, ou em barreiras disfarçadas ao

comércio internacional. Devem ser evitadas

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ações unilaterais para o tratamento de questões

ambientais fora da jurisdição do país importa-

dor. Iniciativas destinadas a tratar de problemas

ambientais transfronteiriços ou globais devem,

na medida do possível, basear-se em um con-

senso internacional.

Princípio 13 - Os Estados devem desen-

volver legislação nacional relativa à responsa-

bilidade e indenização das vítimas da poluição

e de outros danos ambientais. Os Estados de-

vem cooperar, ainda, de forma expedita e de-

terminada para o desenvolvimento de normas

de direito internacional ambiental relativas à res-

ponsabilidade e indenização por efeitos adver-

sos de danos ambientais causados em áreas

fora de sua jurisdição, por atividades dentro de

sua jurisdição ou sob seu controle.

Princípio 14 - Os Estados devem coo-

perar de modo efetivo para desestimular ou pre-

venir a realocação ou transferência para outros

Estados de quaisquer atividades e substâncias

que causem degradação ambiental grave ou que

sejam prejudiciais à saúde humana.

Princípio 15 - De modo a proteger o meio

ambiente, o princípio da precaução deve ser am-

plamente observado pelos Estados, de acordo

com suas capacidades. Quando houver amea-

ça de danos sérios ou irreversíveis, a ausência

de absoluta certeza científica não deve ser utili-

zada como razão para postergar medidas efi-

cazes economicamente viáveis para prevenir a

degradação ambiental.

Princípio 16 - Tendo em vista que o

poluidor deve, em princípio, arcar com o custo

decorrente da poluição, as autoridades nacio-

nais devem procurar promover a internalização

dos custos ambientais e o uso de instrumentos

econômicos, levando na devida conta o interes-

se público, sem distorcer o comércio e os in-

vestimentos internacionais.

Princípio 17 - A avaliação de impacto

ambiental, como instrumento nacional, deve ser

empreendida para atividades planejadas que

possam vir a ter impacto negativo considerável

no meio ambiente e que dependam da decisão

de autoridade nacional competente.

Princípio 18 - Os Estados devem notificar

imediatamente a outros Estados quaisquer desas-

tres naturais ou outras emergências que possam

gerar efeitos nocivos súbitos sobre o meio ambi-

ente destes últimos. Todos os esforços devem

ser empreendidos pela comunidade internacional

para auxiliar os Estados afetados.

Princípio 19 - Os Estados devem prover,

oportunamente, a Estados que possam ser afe-

tados, notificação prévia e informações relevan-

tes sobre atividades potencialmente causado-

ras de considerável impacto transfronteiriço

negativo sobre o meio ambiente, e devem en-

tender-se com estes tão logo quanto possível e

de boa-fé.

Princípio 20 - As mulheres desempe-

nham papel fundamental na gestão do meio

ambiente e no desenvolvimento. Sua participa-

ção plena é, portanto, essencial para a promo-

ção do desenvolvimento sustentável.

Princípio 21 - A criatividade, os ideais e a

coragem dos jovens do mundo devem ser mobi-

lizados para forjar uma parceria global, com vis-

tas a alcançar o desenvolvimento sustentável e

assegurar um futuro melhor para todos.

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Princípio 22 - As populações indígenas,

bem como outras comunidades locais, têm um

papel fundamental na gestão do meio ambiente

e no desenvolvimento, em virtude de seus conhe-

cimentos e práticas tradicionais. Os Estados de-

vem reconhecer identidade, cultura e interesses

dessas populações e comunidades, bem como

habituá-las a participar, efetivamente, da promo-

ção do desenvolvimento sustentável.

Princípio 23 - O meio ambiente e os

recursos naturais dos povos submetidos à

opressão, dominação e ocupação devem ser

protegidos.

Princípio 24 - A guerra é, por definição,

contrária ao desenvolvimento sustentável. Os

Estados devem, por conseguinte, respeitar o di-

reito internacional aplicável à proteção do meio

ambiente em tempos de conflito armado, e co-

operar para seu desenvolvimento progressivo,

quando necessário.

Princípio 25 - A paz, o desenvolvimento

e a proteção ambiental são interdependentes e

indivisíveis.

Princípio 26 - Os Estados devem soluci-

onar todas as suas controvérsias ambientais de

forma pacífica, utilizando-se dos meios apropri-

ados, em conformidade com a Carta das Na-

ções Unidas.

Princípio 27 - Os Estados e os povos

devem cooperar de boa-fé e imbuídos de um

espírito de parceria para a realização dos prin-

cípios consubstanciados nesta Declaração e

para o desenvolvimento progressivo do direito

internacional no campo do desenvolvimento sus-

tentável."

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9 CARTA DE A. GLAZIOU A LUIZ CRULS

Opinião emitida em 1894 por Glaziou, àépoca administrador-geral dos Parques e Ma-tas do Distrito Federal, e botânico da Comissão

limpida e deliciosa que manam da menor de-

pressão do terreno. Essas fontes, como os

grandes rios que regam a região, são protegi-

das por admiraveis capões aos quaes nunca

deveria golpear a machada do homem, senão

7 Em diversas explorações de um desenvolvimento superior a 700 kilometros.

Exploradora doPlanalto Central doBrasil - incumbidados estudos da novaCapital da União -,em relação à nature-za e ao clima da zonademarcada.

“Planalto Cen-tral do Brazil, 16 deNovembro de 1894-Illm Sr. Dr. Cruls.-E'com a maior satis-facção que venhoresponder suma-

riamente ás pergun-

tas que vos dignastes dirigir-me relativamente

á minha opinião concernente á natureza e ao cli-

ma do Planalto Central do Brazil, estudo que me

proponho submetter-vos, finda a viagem, de um

modo escrupulosamente detalhado e mais con-

digno com tudo quanto tiver observado.

O aspecto das regiões até hoje7 percorri-

das é de um paiz ligeiramente ondulado; lem-

bra-me o Anjú, a Normandia e mais ainda a

Bretanha, excepto todavia na direcção Oeste

onde campêa a Serra dos Pyreneus, tão

pittoresca. A léste, extende-se o bello e grandi-

oso valle que vai prolongando-se até aos pe-

quenos montes do Rio Parnauá, ramificando-

se, em outros pontos, em todas as direcções.

Esta planicie immensa, de superficie tão sua-

vemente sinuosa, é riquissima de cursos d'agua

com a maior cir-

cumspecção. São

magnificas de ver-

dura os pastos e

certamente superio-

res a todos os que

vi no Brazil Central.

Todos esses ele-

mentos cuja dispo-

sição se poderia

attribuir á inspiração

de um artista subli-

me dão a paizagem

o aspecto mais

aprazivel e de que

não ha nada comparavel, a não ser em miniatu-

ra os antigos parques inglezes, desenhados por

Le Notre ou Paxton. Tão profundamente gravou-

se-me na memoria a belleza do clima que de

continuo o tenho na mente.

Em conseqüência da constituição

geologica do solo, não é absolutamente fertil a

totalidade do territorio, porem as localidades des-

providas dessa qualidade são cobertas de

excellentes especies de gramineas principal-

mente dos generos Paspalum. e Panicum. A

essas hervas espontaneas é que a região deve

a superioridade do gado vaccum e de seu

producto lacticinio certamente igual aos melho-

res da Europa. Eis a razão porque a criação do

gado, que não acarreta senão desembolços

minimos, será indubitavelmente a industria agrí-

Figura 65. Detalhe da cidade de Brasília.Imagem LAND SAT cedida pela Semarh.

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cola mais vantajosa do país. À margem dos rios,

dos bosques assim como das innumeras ca-

beceiras existem ainda vastos terrenos aptos

para o cultivo de muitas especies de arvores

fructiferas dos climas temperados, taes como

as pereiras, as macieiras, as figueiras, etc. e

principalmente a vinha cujo futuro é garantido

por todas as condições que a sua prosperidade

exige. A estação aqui chamada-fria-que

corresponde ao tempo secco, dá simultanea-

mente logar á queda das folhas exactamente

como na Europa succede com o inverno obs-

tando o movimento ascendente da seiva, e im-

põe ao vegetal uma inacção indispensavel á

maturidade dos galhos novos para a

fructificação vindoura. A ser licita a esperança

da prosperidade das arvores fructiferas, não é

menos fundada a de todos os legumes

indisdispensavais ao consumo diario. Além do

cultivo em maior e menor escala dos differentes

generos, o das florestas que, certamente, não

será de menor vantagem para a economia ge-

ral pela producção das plantas industriaes, é

igualmente digna da attenção do agronomo.

Com bastante sorpreza obervei a existencia de

numerosas Sapotaceas susceptiveis de forne-

cerem a-Guta-Percha,-substancia mui procura-

da, hoje rara no estado de pureza. Por toda a

parte nas mattas marginaes dos rios encon-

tram-se especies congeneres taes como

Lucuma, Chryzo-phyllum, Bassia, Mimusops,

etc., das que produzem as melhores Gutta de

Sumatra inconsideradamente quasi destruidas

pela cobiça dos indigenas que da exportação

auferiram grande lucro. Com essas Sapotaceas

associam-se outros muitos vegetaes cuja utili-

dade tão pouco não é para desprezar, como

sejam as plantas de gomma, fibrosas, ctc., e

mais a introducção de espécies exoticas que

tambem seriam de muita vantagem para o paiz.

Agora que tenho a dita de viver sob o cli-

ma ameno do Planalto, cada dia o acho me-

lhor pela temperatura perfeitamente constan-

te, a leveza e pureza do ar: ahi tudo é amavel

e calmo; quanto á configuração, os vegetaes

não lembram nem os das regiões quentes nem

os dos paizes frios; ás vezes verifico a

existencia de especies pertencentes á flora

alpestre do Itatiaia, do cume da Serra dos Ór-

gãos ou a regiões distantes do equador, taes

como o Chili, a Plata, etc. Muitas d'essas plan-

tas brazileiras provenientes de sementes que

remetti para Europa haverá 20 ou 30 annos,

acham-se hoje perfeitamente acclimadas em

Nice e nos contornos, prova evidente da ana-

logia que existe entre regiões não raro

afastadissimas umas das outras. Ora se os

vegetaes das regiões altas do Brazil tem vida

normal, ao ar livre, no sul da França e da Italia,

estou firmemente convencido que o mesmo se

ha de dar no Planalto quanto ás essencias

mencionadas. Para se conseguir este fim, con-

vem, evidentemente, renunciar á rotina e re-

correr á intelligencia, sobretudo de homens

praticos, pelo menos para dar o impulso.

Quanto á minha opinião, formada desde

já, é com a mais solida e franca convicção que

vos declaro que é perfeita a salubridade desta

vasta planicie, que não conheço no Brazil Cen-

tral logar algum que se lhe possa comparar em

bondade. A esta qualidade primordial do Pla-

nalto convem acrescentar a abundancia dos

mananciaes d'agua pura, dos rios caudalosos

cujas aguas podem chegar facilmente ás ex-

tensas collinas que nas proximidades, se vão

elevando com declives suavissimos (I a 5%.

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Nada pois deixa a desejar este elemento

indispensavel para o consumo de uma grande

cidade, ainda quanto ao mais remoto futuro:

ahi tambem abundam os materiaes de

construcção. A topographia do terreno, tão

uniforme, permitte o emprego dos instrumen-

tos aratorios mais aperfeiçoados; a flora

riquissima, com um cunho ou physionomia

de todo particular pela uniformidade, caracter

geral impresso pela regularidade das condi-

ções climatologicas do ambiente que habita.

A este respeito, espero poder ministrar-vos

amplas e interessantes indicações de

geographia botanica quando concluidas to-

das as nossas observações e colheitas de

plantas na localidade.

Ao terminar esta resumida apreciação,

não posso deixar de externar-vos quanto é para

desejar a possibilidade de algum estadista vir

aqui ajuizar de visu do que vemos juntos e das

vantagens que ao progresso industrial e social

do paiz, que tanto estremecemos, offerece o

Planalto Central do Brazil.

Acceite o Illm. Sr. Dr. Cruls a homena-

gem dos meus respeitosos sentimentos e sin-

cera dedicação.- A Glaziou.”

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10 HINO DE BRASÍLIA

Todo o Brasil vibrou

e nova luz brilhou

quando Brasília fez maior a sua glória.

Com esperança e fé

era o gigante em pé

vendo raiar outra alvorada

em sua História.

Com Brasília no coração

epopéia a surgir do chão

o candango sorri feliz

símbolo da força de um país!

Capital de um Brasil audaz

bom na luta e melhor na paz

salve o povo que assim te quis

símbolo da força de um país!

Letra: Geir Campos

Música: Neusa Pinho França Almeida

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11 METAS DO MILÊNIO

No ano 2000 foram aprovadas as "8 Metasdo Milênio" por representantes de 191 paísesda ONU, na maior reunião de dirigentesmundiais, na cidade de Nova York, ondeestiveram presentes 124 Chefes de Estado ede Governo. Esses representantes, inclusive oGoverno brasileiro se comprometeram acumprir, até 2015, os 8 objetivos abaixo.

1. Acabar com a fome e a miséria

2. Educação básica e de qualidadepara todos

3. Igualdade entre sexos evalorização da mulher

4. Reduzir a mortalidade infantil

5. Melhorar a saúde das gestantes

6. Combater a AIDs, a Malária eoutras doenças

7. Qualidade de vida e respeito aomeio ambiente

8. Todo mundo trabalhando pelodesenvolvimento

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12 APA DO PLANALTO CENTRAL -

DECRETO DE CRIAÇÃO

DECRETO DE 10 DE JANEIRO DE 2002.

Cria a Área de Proteção Ambiental - APAdo Planalto Central, no Distrito Federal e noEstado de Goiás, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no usoda atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV,da Constituição, e tendo em vista o disposto noart. 15 da Lei n o 9.985, de 18 de julho de 2000,

DECRETA:

Art. 1 o Fica criada a Área de ProteçãoAmbiental - APA do Planalto Central, localizadano Distrito Federal e no Estado de Goiás, coma finalidade de proteger os mananciais, regularo uso dos recursos hídricos e o parcelamentodo solo, garantindo o uso racional dos recursosnaturais e protegendo o patrimônio ambiental ecultural da região.

Art. 2 o A APA do Planalto Central possuidelimitação descrita a partir do Plano Diretor deOrdenamento Territorial do Distrito Federal -PDOT, publicado pelo Instituto de PlanejamentoTerritorial e Urbano do Governo do DistritoFederal, em dezembro de 1997, das cartastopográficas em escala 1:25.000 do SistemaCartográfico do Distrito Federal, e das cartastopográficas editadas pela Fundação InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística nas escalas1:1.000.000 e 1:250.000, com o seguintememorial descritivo: começa na interseção dalinha divisória sul do Distrito Federal com o RioDescoberto, ponto extremo sudoeste da divisado Distrito Federal com Goiás (ponto 1); seguepelo Rio Descoberto, a jusante, acompanhandoa divisa, até o extremo noroeste do DistritoFederal (ponto 2); segue pela linha divisória, emdireção leste, até atingir o Rio do Sal (ponto 3);

segue a jusante pelo Rio do Sal, até sua foz noRio Maranhão (ponto 4); segue a jusante peloRio Maranhão até a confluência com o CórregoCachoeira (ponto 5); segue a montante peloCórrego Cachoeira, até sua nascente (ponto 6);segue pelo divisor de águas local entre o CórregoFundo e o Ribeirão Cocal até atingir a estradaque vai para Planaltina de Goiás (ponto 7); seguepor esta estrada, em direção ao Distrito Federal,até atingir a linha divisória entre Goiás e o DistritoFederal (ponto 8); segue contornando os limitesdo Distrito Federal, em sentido horário, até atingiro ponto em que esta cruza a BR-040 (ponto 9);segue pela BR-040 e pela DF-003, em direçãonorte, até atingir o limite da Zona Urbana deConsolidação de Brasília - Cruzeiro -Candangolândia - Núcleo Bandeirante - Setorde Mansões Parque Way - Lago Norte - LagoSul - Paranoá, conforme definida no PlanoDiretor de Ordenamento Territorial do DistritoFederal (ponto 10); segue pelo limite desta Zona,no sentido anti-horário, até o ponto decoordenadas planas aproximadas E= 187.015m e N= 8.257.160 m, situada no ponto deinterseção com a Zona Urbana de DinamizaçãoGuará - Núcleo Bandeirante - Brasília -Taguatinga - Ceilândia - Samambaia - RiachoFundo - Recanto das Emas (ponto 11); segueno sentido anti-horário pelo limite desta Zona,até a interseção com a Zona Urbana deDinamização do Gama (ponto 12); continua nosentido anti-horário, contornando o limite destaZona, até atingir o limite da Zona Urbana deDinamização de Santa Maria (ponto 13);continua pelo limite externo desta Zona, atéatingir a divisa do Distrito Federal com Goiás(ponto 14); segue pela linha divisória do DistritoFederal, em direção oeste, até encontrar o RioDescoberto, ponto inicial desta descrição.

Parágrafo único. Para os fins desteDecreto, serão observadas as áreas urbanasjá definidas pelo PDOT.

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Art. 3 o Fazem parte da APA do PlanaltoCentral os seguintes polígonos, descritos deacordo com o PDOT, aprovado pela LeiComplementar do Distrito Federal no 17, de 28de janeiro de 1997:

I - Área com Restrição Físico Ambientaldo Entorno do Parque Nacional;

II - Áreas Rurais Remanescentes doVicente Pires;

III - Área Rural Remanescente Taguatinga;

IV - Área de Lazer Ecológico do Parquedo Guará;

V - Área Rural Remanescente ÁguasClaras;

VI - Área Rural RemanescenteSamambaia;

VII - Área Rural Remanescente São José;

VIII - Área Rural RemanescenteGovernador;

IX - Área Rural Remanescente Vereda daCruz;

X - Área Rural Remanescente BernardoSayão;

XI - Área Rural Remanescente NúcleoBandeirante;

XII - Área Rural Remanescente VeredaGrande;

XIII - Área Rural Remanescente Arniqueira;

XIV - Área Rural Remanescente Vargemda Benção;

XV - Área Rural Remanescente Monjolo;

XVI - Área Rural Remanescente Ponte AltaNorte (1);

XVII - Área Rural Remanescente PonteAlta Norte (2);

XVIII - Área Rural Remanescente doRibeirão Santa Maria;

XIX - Área Rural Remanescente doRibeirão Alagado;

XX - Área Rural Remanescente doCórrego Crispim;

XXI - Área de Proteção de Manancial doCórrego Currais;

XXII - Área de Proteção de Manancial doCórrego Olho D'Água;

XXIII - Área de Proteção de Manancial doCórrego Ponte de Terra;

XXIV - Área de Proteção de Manancial doRibeirão do Gama;

XXV - Área de Proteção de Manancial doRibeirão Alagado;

XXVI - Área de Proteção de Manancial doCórrego Crispim;

XXVII - Parque Boca da Mata;

XXVIII - Zona Rural de Uso Controlado doRiacho Fundo;

XXIX - Zona Urbana de Uso Controlado dosCombinados Agro-Urbanos;

XXX - Reserva Ecológica do Guará; e

XXXI - Zona de Conservação Ambiental doSantuário de Vida Silvestre do Riacho Fundo.

Parágrafo único. Com relação às áreas

rurais remanescentes a que se referem os

incisos II, V, VI, VII, VIII, IX, XII e XIII do caput deste

artigo, serão estabelecidos requisitos

específicos para o licenciamento ambiental, que

considerem a situação de fato existente no local,

conforme consta do levantamento

aerofotogramétrico que constitui os Anexos II e

III deste Decreto.

Art. 4 o Ficam excluídas do perímetrocitado no caput do art. 2 o as APAs da Bacia doRio Descoberto e da Bacia do Rio SãoBartolomeu, criadas pelo Decreto n o 88.940,de 7 de novembro de 1983; o Parque Nacionalde Brasília, criado pelo Decreto n o 241, de 29de novembro de 1961; a Floresta Nacional deBrasília, criada pelo Decreto de 10 de junho de

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1999; e as Zonas Urbanas de Consolidação deSobradinho e Planaltina.

Art. 5 o Na APA do Planalto Central,ressalvado o disposto no art. 11 deste Decreto,o licenciamento ambiental e o respectivosupervisionamento dos demais processos deledecorrentes serão feitos pelo Instituto Brasileirodo Meio Ambiente e dos Recursos NaturaisRenováveis - IBAMA, por intermédio de suaGerência Executiva no Distrito Federal, notocante às seguintes atividades:

I - implantação de projetos de urbanização,novos loteamentos e expansão ou modificaçãodaqueles já existentes;

II - implantação ou expansão de serviçospúblicos de água, esgoto e energia elétrica;

III - remoção de vegetação nativa emqualquer estágio de sucessão;

IV - abertura de novas ou ampliação dasvias de comunicação existentes;

V - modificação de gabarito de construção,taxa máxima de ocupação e módulo mínimo deparcelamento do solo;

VI - construção de diques e barragens noscursos d'água; e

VII - implantação ou execução de qualqueratividade potencialmente degradadora do meioambiente, nos termos da lei.

Parágrafo único. Serão ainda licenciadase supervisionadas na forma estabelecida pelocaput deste artigo, as atividades previstas noart. 2 o da Resolução CONAMA n o 001/86.

Art. 6 o Na APA do Planalto Central deverãoser adotadas medidas para recuperação deáreas degradadas e melhoria das condições dedisposição e tratamento de efluentes e lixo.

Art. 7 o A APA do Planalto Central seráimplantada, supervisionada, administrada efiscalizada pelo IBAMA, em articulação com osdemais órgãos federais, estaduais, do governo

distrital, municipais e organizações não-governamentais, sendo adotadas as seguintesmedidas:

I - elaboração do zoneamento ecológico-econômico, a ser regulamentado por instruçãonormativa do IBAMA, definindo as atividades aserem permitidas ou incentivadas em cada zonae as que deverão ser restringidas e proibidas;

II - utilização dos instrumentos legais edos incentivos financeiros governamentais, paraassegurar a proteção da biota, o uso racionaldo solo e outras medidas que visemsalvaguardar os recursos ambientais;

III - adoção de medidas legais destinadasa impedir ou evitar o exercício de atividadescausadoras de degradação da qualidadeambiental;

IV - divulgação deste Decreto, objetivandoo esclarecimento da comunidade local e suasfinalidades;

V - incentivo à criação e reconhecimentode Reservas Particulares do Patrimônio Natural-RPPN, instituída pelo Decreto n o 1.922, de 5de junho de 1996, em propriedades inseridas,no todo ou em parte, nos limites da APA doPlanalto Central.

Parágrafo único. O IBAMA, nos termos do§ 1 o do art. 9 o da Lei n o 6.902, de 27 de abrilde 1981, poderá firmar convênios e acordoscom órgãos e entidades públicas ou privadas,sem prejuízo de sua competência, para gestãoda APA do Planalto Central.

Art. 8 o O IBAMA criará um conselhoconsultivo, que será presidido pelo administradorda APA, para apoiar a implantação dasatividades de administração e do plano demanejo.

Art. 9 o Os investimentos efinanciamentos a serem concedidos paraimplementação de projetos, obras, atividades na

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APA do Planalto Central, por órgãos e entidadesda Administração pública, direta e indireta, dainiciativa privada e organismos internacionaisserão previamente compatibilizados com asdiretrizes estabelecidas no plano de manejo.

Art. 10. As penalidades previstas nalegislação em vigor serão aplicadas pelo IBAMA,visando à preservação da qualidade ambientalda APA do Planalto Central.

Art. 11. O licenciamento ambiental dasatividades descritas no Anexo I deste Decreto,na APA do Planalto Central, é deresponsabilidade dos órgãos ambientais doDistrito Federal e do Estado de Goiás.

Art. 12. O IBAMA expedirá os atosnormativos complementares que se fizeremnecessários ao cumprimento deste Decreto

Art. 13. Este Decreto entra em vigor nadata de sua publicação.

Brasília, 10 de janeiro de 2002; 181o daIndependência e 114o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Jose Sarney Filho

ANEXO

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