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2 DESCRIÇÕES DAS OBRAS E BANCO DE CITAÇÕES Obra BARBEIRO, Heródoto & LIMA, Paulo Roberto de. Manual de Radiojornalismo. São Paulo: Brasiliense, 2003. Descrição O ensaio se propõe a analisar a prática jornalística. Essa vista como um todo, atuando como um guia para a atividade. O jornalismo acrescido da ética contribui para o desenvolvimento histórico-cultural da humanidade. Para os autores, quando a ética não é respeitada, ajudamos a propagar desigualdades ao redor do mundo. Eles ressaltam que na atividade jornalística para atingir a Ética é necessária uma luta diária em nosso cotidiano. E, é necessário entender que o processo informativo se dá por uma construção em equipe. Utilização: A obra será utilizada na íntegra. Citações “ O radiojornalismo tem seu próprio caminho balizado pelos princípios básicos da arte de informar corretamente. ” (p. 13) “ O rádio é apenas um dos meios pelos quais ele se propaga, por isso o jornalismo é mais importante do que qualquer meio. ” (p. 13) “ Esse conceito de imparcialidade nasceu no século XVIII e se desenvolveu até hoje por meio do liberalismo, que parte do ponto de vista de que o jornalista pode trabalhar de forma imparci al sem se envolver nos acontecimentos que descreve. ” (p. 13) “ A imparcialidade não existe. É utópica. O jornalista tem seu próprio mundo e valores. ” (p. 13) “ Ele tem suas preferências políticas, gosta de alguns de seus entrevistados e detesta outros, torce para um time de futebol, tem determinada religião ou é ateu etc.” (p.13) “ A Internet não acabará com o rádio. A Internet não concorre com o rádio; é a salvação deste. ” (p.13) “ O avanço tecnológico não deixa outra saída para o rádio senão a Interne t, o que proporcionará um salto de qualidade tanto em propagação como em conteúdo e,

2 DESCRIÇÕES DAS OBRAS E BANCO DE CITAÇÕES Obra … · “ Do conjunto das 44 FMs Educativas em operação, destacavam-se as que mantinham algum vínculo com instituições de

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2 DESCRIÇÕES DAS OBRAS E BANCO DE CITAÇÕES

Obra

BARBEIRO, Heródoto & LIMA, Paulo Roberto de. Manual de Radiojornalismo. São

Paulo: Brasiliense, 2003.

Descrição

O ensaio se propõe a analisar a prática jornalística. Essa vista como um todo,

atuando como um guia para a atividade. O jornalismo acrescido da ética contribui

para o desenvolvimento histórico-cultural da humanidade. Para os autores, quando

a ética não é respeitada, ajudamos a propagar desigualdades ao redor do mundo.

Eles ressaltam que na atividade jornalística para atingir a Ética é necessária uma

luta diária em nosso cotidiano. E, é necessário entender que o processo informativo

se dá por uma construção em equipe.

Utilização: A obra será utilizada na íntegra.

Citações

“ O radiojornalismo tem seu próprio caminho balizado pelos princípios básicos da

arte de informar corretamente. ” (p. 13)

“ O rádio é apenas um dos meios pelos quais ele se propaga, por isso o jornalismo é

mais importante do que qualquer meio. ” (p. 13)

“ Esse conceito de imparcialidade nasceu no século XVIII e se desenvolveu até hoje

por meio do liberalismo, que parte do ponto de vista de que o jornalista pode

trabalhar de forma imparcial sem se envolver nos acontecimentos que descreve. ” (p.

13)

“ A imparcialidade não existe. É utópica. O jornalista tem seu próprio mundo e

valores. ” (p. 13)

“ Ele tem suas preferências políticas, gosta de alguns de seus entrevistados e

detesta outros, torce para um time de futebol, tem determinada religião ou é ateu

etc.” (p.13)

“ A Internet não acabará com o rádio. A Internet não concorre com o rádio; é a

salvação deste. ” (p.13)

“ O avanço tecnológico não deixa outra saída para o rádio senão a Internet, o que

proporcionará um salto de qualidade tanto em propagação como em conteúdo e,

com isso, pulará a etapa do rádio digital propagado tradicionalmente por transmissor

e antena. ” (p.45)

“ A Internet abre um universo de oportunidades para quem quiser abrir uma rádio;

não é necessário nem autorização do governo, o que democratiza o acesso a esse

meio de comunicação, nem equipamentos caros, acessíveis apenas aos grupos

econômicos. ” (p. 47)

“ A entrevista não pode ser apenas um bate-papo entre duas pessoas. O

entrevistado está falando para o ouvinte e não exclusivamente para o jornalista. “ (p.

59)

“ Os empresários da Radiodifusão Brasileira, congregados na Associação Brasileira

de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), considerando suas responsabilidades

perante o público e o Governo, declaram que tudo farão na execução dos serviços

de que são concessionários ou permissionários, para transmitir apenas o

entretenimento sadio e as informações corretas espelhando os valores espirituais e

artísticos que contribuem para a formação da vida e dor caráter do povo brasileiro,

propondo-se sempre a trazer ao conhecimento do público os elementos positivos

que possam contribuir par a melhoria das condições sociais. ” (p. 123)

“ AM- Amplitude Modulation (modulação de amplitude). Sistema que aplica o sinal do

som à frequência do transmissor, associado à transmissão de ondas médias. ” (p.

165)

“HERTZ- Unidade de frequência, em ciclo completo por segundo. ” (p. 166)

“SPOT- Comunicação breve em rádio, de mensagem comercial ou institucional. ” (p.

167)

“ RESPONSABILIDADE SOCIAL- Forma de atuação de empresas voltadas para a

questão social. Há um comprometimento, por parte das empresas, com questões de

maior relevância ética e moral de forma a contribuir com projetos que possam

auxiliar no combate a problemas sociais estruturais. ” (p. 211)

Obra

CÉSAR, Cyro. Rádio: a mídia da emoção. São Paulo: Summus, 2005.

Descrição A presente obra parte do pressuposto de que, o rádio por não trabalhar com a

imagem, desperta a imaginação por parte do ouvinte, mexendo com sentimentos,

trazendo uma carga de emoções. Para o autor, o papel do rádio está vinculado à

prestação de serviço, das emissoras junto aos cidadãos (passando informações com

clareza, zelando pela objetividade, e o que é de interesse público e do público).

Utilização: A obra será utilizada na íntegra.

Citações

“ O rádio possui uma característica toda própria para converter, na mente do

ouvinte, ideias, palavras e ações em imagens auditivas. ” (p. 141)

“ Mediante o emprego de técnicas podemos criar uma tela na mente da pessoa,

levando-a a imaginar o sentido daquilo que queremos criar. ” (p. 141)

“ Seja nas radionovelas, spots publicitários, jingles, documentários, notícias,

vinhetas, seja em peças institucionais, encontramos no rádio uma ferramenta

econômica, rápida e precisa. ” (p. 141-142)

“ O rádio se utilizou muito dessas técnicas na chamada fase de ouro da sua história,

entre 1935 e 1950. ” (p. 142)

“ A característica da sensorialidade confere ao rádio uma especificidade vantajosa

na comunicação: O rádio consegue, principalmente por meio da empatia, envolver o

ouvinte com muita facilidade. ” (p. 143)

“ A linguagem do rádio tem suas bases em quatro elementos: a palavra, a música, os

efeitos sonoros e o silêncio. ” (p. 143)

“ Esses elementos podem ser utilizados em qualquer comunicação radiofônica,

independentemente do seu tempo de duração, formato, tipo de texto ou conteúdo. ”

(p. 143)

“ Para fazer rádio de qualidade, tanto informativo como de entretenimento e de

prestação de serviço, é preciso passar ao ouvinte uma mensagem clara. ” (p. 143)

“ Ele deve entender, captar. Então, a escolha dos elementos se dá justamente com

base neste objetivo: fazer-se entender pelo ouvinte. ” (p.143)

“ Modulação: É o uso ordenado de recursos e variações da tessitura da voz. A

modulação é responsável pelo movimento harmônico durante a interpretação do

conteúdo falado. Ela é determinante na quebra da linearidade no momento da fala. ”

(p. 143)

“ O funcionamento do rádio é baseado nas ondas hertzianas, que são radiações

eletromagnéticas da mesma natureza dos raios de luz. Essas ondas foram

descobertas e estudadas, sucessivamente, por dois grandes físicos, Maxwell e

Hertz, ao passo que sua utilização para as primeiras transmissões se deve a

Guglielmo Marconi. ” (p. 147-148)

“A transmissão do som pelo rádio acontece ao transformar os próprios sons em

ondas eletromagnéticas. ” (p. 148)

“ O rádio é um veículo de comunicação de massa que por meio de ondas

eletromagnéticas atinge um público numeroso, anônimo e heterogêneo. ” (p. 163)

“ O rádio, como emissor, utiliza a linguagem oral. ” (p. 163)

“ Os efeitos sonoros da sonoplastia também estimulam a imaginação: músicas e

ruídos podem caracterizar personagens, desenhar lugares e criar ambientes

imaginários. ” (p. 164)

“ O som, associado à fala, faz que o público consiga ver o que está sendo

transmitido. ” (p. 164)

“ Cada um imagina como quiser: essa é a grande riqueza do rádio. ” (p. 164)

“Entre os anos de 1930 e 1950, o rádio possuía glamour, era considerado uma

espécie de Hollywood brasileira. ” (p.187)

“ Em 1942, a Rádio Nacional começou a transmitir em ondas curtas, passando a

emitir seus programas para todo o território nacional, o que torna uma estação ainda

mais atrativa para os patrocinadores. ” (p. 188)

“ A qualidade técnica dos programas e a contratação de profissionais altamente

qualificados garantiram à Nacional altíssimos índices de audiência, transformando-a

em um modelo de emissora a ser seguido. ” (p.188)

“ O rádio é um meio de comunicação baseado na difusão de informação sonora por

meio de ondas eletromagnéticas (hertzianas) em diversas frequências, que podem

ser em quilohertz, mega-hertz e gigahertz. ” (p.190)

“ O aproveitamento das ondas eletromagnéticas para a propagação de informação

sonora começou no início do século XX, graças à invenção da válvula radioelétrica

(tríodo), criada em 1906, nos Estados Unidos, por Lee De Forest. ” (p. 190)

“ Antes de experiências de Guglielmo Marconi, realizadas perto de Bolonha em

1895, Landell de Moura já fazia espantosos testes de transmissão e recepção da

voz, sem fio, a uma distância de cerca de oito quilômetros. ” (p. 191)

“ As primeiras transmissões de rádio no Brasil são registradas em 1919 na cidade de

Recife, pela Rádio Clube de Pernambuco. ” (p.193)

“ No entanto, a história oficial data a primeira transmissão em um dia de festa

nacional. ” (p.193)

“ Em 7 de setembro de 1922, em comemoração ao Centenário da Independência do

Brasil, aconteceria a primeira transmissão radiofônica oficial brasileira, no Rio de

Janeiro. ” (p.193)

“Os anos de 1990 resgataram para o rádio a imagem do grande vendedor nacional. ”

(p.209)

“ Com a rede, os radiodifusores podiam falar com o Brasil por intermédio de suas

afiliadas, e isso com toda a segurança e credibilidade. ” (p.209)

Obra

CHANTLER, Paul & HARRIS, Sim. Radiojornalismo. São Paulo: Summus. 1998 Descrição

A obra busca traçar um quadro de reflexões acerca da prática do radiojornalismo.

Por meio de um manual, traçando um comparativo com o cenário britânico.

Conforme o exemplo da rede britânica BBC. Para o autor, há a importância das

redes locais no cenário nacional e britânico.

Utilização: A obra será utilizada na íntegra.

Citações

“ O papel do rádio é proporcionar a criação de um eleitorado mais inteligente e

iluminado, tornando-se um fator de integração para a democracia. ”(p. 12)

“ A entrevista informal é fundamental para revelar fatos ou informações. Por

exemplo: “ Quantas ambulâncias estão fora de serviço por problemas de

manutenção? “ Que posição você acha que o seu deputado terá na votação decisiva

desta noite no Parlamento? ”, “ Por que não colocaram areia nas estradas antes da

última nevasca? (p. 100)

“ A entrevista interpretativa é um pouco diferente. O entrevistado precisa interpretar

alguns fatos que já são conhecidos do público. ” (p. 100)

“ A entrevista emocional é, sem dúvida, a mais complicada. Bons repórteres sabem

como cobrir as diferentes formas de manifestações emocionais. ” (p. 100)

“ O sucesso de uma rádio é normalmente atestado pelos índices de audiência. Eles

são a chave para a conquista de receitas publicitárias pelas emissoras comerciais e

para justificar a licença paga pelos ouvintes para manter a BBC. ” (p. 151)

“ O início da década de 1990 foi marcado por modificações na propriedade e no

gerenciamento das rádios locais mantidas pela propaganda, com diversas pequenas

sendo adquiridas por grandes grupos empresariais. ” (p. 184)

“ Com todas essas mudanças técnicas e operacionais, é sempre importante lembrar

algumas condições básicas para a produção de um bom radiojornalismo. ” (p. 184)

Obra

CUNHA, Mágda Rodrigues da; HAUSSEN, Doris Fagundes (Orgs). Rádio Brasileiro: episódios e personagens. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.

Descrição A obra relata que o rádio, política e cultura estão interligadas no processo de

identidade nacional. Para as autoras, o rádio foi um meio pelo qual passou e passa:

músicas, informações e esportes. Elas destacam ainda questões como o advento da

internet, as radionovelas e o pioneirismo do rádio gaúcho.

Utilização: A obra será utilizada na íntegra.

Citações

“Embora, na sua primeira fase, o rádio brasileiro já se caracterizasse como um meio

capaz de divulgar rapidamente os acontecimentos, a notícia ainda não era uma de

suas principais atrações, nem merecia uma produção específica e adequada à

linguagem radiofônica. ” (p. 15)

“ A notícia é exceção no rádio pioneiro, veiculada como cópia, pura e simples, das

informações dos jornais impressos. ” (p. 15)

“ A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, emissora de Roquete Pinto, é apontada

como a precursora também da introdução do jornalismo na radiofonia brasileira, com

“o “ Jornal da Manhã”, produzido por ele próprio de forma improvisada e amadora. ”

(p. 16)

“ Na década de 30, o rádio brasileiro já é comercial, com linguagem e conteúdos de

programação mais populares, baseados em muita música, informações de

variedades, teatro, já se encaminhando para a sua fase áurea, a chamada “época de

ouro”. (p. 17)

“ A utilização do rádio, numa perspectiva educativa, deixa muito a desejar no Brasil,

o que se reflete na desproporção entre o número de emissoras comerciais e as

educativas, em operação no País e em qualquer uma das Unidades Federadas que

o compõem. ”(p. 38)

“ Em 1995, 66 emissoras educativas operavam no Brasil, em FM, Ondas Médias,

Ondas Curtas e Ondas Tropicais. ” (p. 38)

“ Em termos de distribuição geográfica, no mesmo ano 50% das Educativas

localizavam-se na Região Sudeste: 19,7%, no Nordeste; 16,6%, no Sul; no Centro-

oeste, 9, 1%, ficando apenas 3,0% na Região Norte. ” (p. 38)

“ Do conjunto das 44 FMs Educativas em operação, destacavam-se as que

mantinham algum vínculo com instituições de ensino superior (IES) e que, por isso,

são chamadas de Rádios Universitárias. ” (p. 39)

“ A partir de 1919 começa a chamada“ Era do Rádio”. (p. 124)

“ A primeira transmissão radiofônica oficial no Brasil foi o discurso do Presidente

Epitácio Pessoa, no Rio de Janeiro, em plena comemoração do centenário da

Independência do Brasil, no dia sete de setembro de 1922. ” (p. 124)

“ O “pai do rádio brasileiro” foi Edgard Roquette Pinto. Ele e Henry Morize fundaram

em 20 de abril de 1923, a primeira estação de rádio brasileira: Rádio Sociedade do

Rio de Janeiro. ” (p. 125)

“ Entre os meios de comunicação mais tradicionais, o rádio vem demonstrando boa

flexibilidade e adaptação aos avanços. ” (p. 152)

“ A invenção do transistor, em 1947, tornou o rádio acessível, de fácil manuseio e de

baixo custo para a população. ” (p. 152)

“ Voltando um pouco no tempo, gostaria de lembrar aos leitores que o rádio como

veículo de comunicação de massa, surgiu nos Estados Unidos em 2 de novembro

de 1920, quando a emissora KDK, da cidade de Pittsburg, na Pensilvânia, transmitiu

os resultados das eleições americanas. ” (p. 260)

Obra

FERRARETTO, Luiz Artur. Rádio e Capitalismo no Rio Grande do Sul. Canoas: Ed. Ulbra, 2007.

Descrição

A obra traz o cenário radiofônico gaúcho ao longo de cinco décadas (50, 60,

70, 80, 90). Para o autor, o rádio como um meio de difusão de ideias e de

informações. Para o autor, mais do que isso, também há um espaço para os

minoritários ou “inexistentes” cidadãos, por meio de constantes participações

dos ouvintes.

Utilização: A obra será utilizada na íntegra.

Citações

“ De 7 de setembro de 1924, quando começam as irradiações pioneiras da

Sociedade Rio-Grandense, até 27 de outubro de 1934, data em que a Rádio

Difusora Porto-Alegrense passa oficialmente, a radiodifusão sonora no Rio

Grande do Sul segue um padrão nitidamente artesanal. ” (p. 22)

“O surgimento da Difusora, de Arthur Foltran de Pizzoli, significa uma ruptura

nesta mentalidade. O então gerente da Casa Coates, revendedora exclusiva

dos rádios Philco e dos refrigeradores Frigidaire, pretendia, além de aumentar

o mercado para os seus produtos- em especial, os aparelhos receptores-,

lucrar com a venda de publicidade. ” (p. 22)

“Se, de um lado, o rádio começa a se transformar em negócio, de outro, faltam

ainda elementos para a sua estruturação em nível de indústria cultural. ” (p. 23)

“ De 1950 a 1960, segundo, ainda, as informações da Agert, o número de

estações concedidas cresce de 39 para 83. ” (p. 27)

“ Neste período, as mais importantes são a PRC-2- Rádio Gaúcha e a PRH-2-

Rádio Farroupilha, além da ZYU-58- Rádio Guaíba, inaugurada em abril de

1957. ” (p. 27)

“ Apesar da estruturação das agências, a figura dos corretores autônomos é

muito comum nas rádios dos anos 50 e 60. Dos pasteiros, no jargão dos

radialistas da época, vêm os anúncios de menor porte, que, no seu conjunto,

fazem muita diferença no faturamento das emissoras. ” (p. 31)

“ O rádio gaúcho, em um processo que chega pela música, ampliando,

também, os espaços, até então minoritários ou inexistentes, dedicados à

notícia, à reportagem, à entrevista, à cobertura esportiva, à participação do

ouvinte e à prestação de serviços. ” (p. 90)

“ Em 1979, os receptores dos dois veículos eletrônicos de comunicação estão

entre os itens mais frequentes nos 461.234 domicílios da capital gaúcha,

perdendo apenas para o fogão a gás. ” (p. 91)

“ No Rio Grande do Sul, conforme dados da Associação Gaúcha de Emissoras

de Rádio e Televisão e da Agência Nacional de Telecomunicações, existem, em

outubro de 2004, 179 estações AM e 160 FM outorgadas no Estado. ” (p. 308)

“ Destas 31, operam com estúdios em Porto Alegre e 19 em outros municípios

da Região Metropolitana, onde apenas nas cidades de Novo Hamburgo e São

Leopoldo funcionam sete. ” (p. 308)

“ A partir dos anos 70, com emissoras em frequência modulada iniciando suas

operações, a segmentação- conceito que se incorpora ao jargão radiofônico

por esta época- é uma necessidade para a sobrevivência das estações dos

grandes centros urbanos, onde se constitui um mercado de consumo mais

desenvolvido e com condições de sustentar iniciativas voltadas para nichos

específicos. ” (p. 323)

Obra

FRIDERICHS, Bibiana de Paula. A comunicação popular no rádio comercial. Passo Fundo: UPF, 2002.

Descrição A presente obra salienta pontos que regem a comunicação à população, e identifica

aspectos que nos veículos comerciais que privilegiam a consolidação das entidades

culturais e as discussões em torno dos problemas vivenciados pelos diversos

públicos no cenário social. Para a autora há a necessidade de ser construído um

conceito mais apropriado ao modelo comunicativo das rádios comunitárias e

educativas, que surgem de forma desenfreada nos dias atuais.

Utilização: A obra será utilizada na íntegra.

Citações

“ Com o surgimento da era da linguagem, por exemplo, os sinais e gestos

continuaram a existir, da mesma forma que na era da escrita e da impressão. ” (p.

13)

“ Os meios de comunicação de massa estão intimamente ligados a uma tecnologia e

ao domínio de complexas técnicas de linguagem, que surgiram com a expansão dos

conhecimentos das diversas culturas e sua fusão. ” (p.19)

“ Muitos autores, como César (1990), afirmam que o rádio utiliza-se da linguagem

oral para transmitir suas mensagens, característica que o coloca em vantagem

frente aos recursos utilizados por outros veículos. ” (p. 45)

“ Conforme Balsebre (1996), ao deixar de lado o complexo universo sonoro que

abarca as ondas radiofônicas e que pode ser utilizado para despertar a imaginação

e estabelecer uma real comunicação entre emissor e receptor, gera-se a

inconsciência coletiva do aspecto que o torna um meio de expressão. “ (p. 46)

“ Dado o momento histórico do surgimento da TV e os novos caminhos que o rádio

precisou buscar para manter um espaço no mercado, coube-lhe o trabalho de

afirmação regional das culturas desenvolvidas por suas comunidades; para isso,

necessitou da colaboração dessas pessoas, e mais, para garantir sua audiência,

teve de falar diretamente com elas, para elas. “(p. 57)

Obra

GRISA, Jairo Angelo. Histórias de Ouvinte: a audiência popular no rádio. Itajaí:

Univali, 2003.

Descrição O ensaio proposto busca relatar a análise de uma rádio de audiência popular

sediada em Porto Alegre-RS, por meio disso, com o foco no estudo de um grupo de

mulheres ouvintes. Para o autor, a interação entre ouvintes e emissora pode

despertar uma produção de sentidos culturais, ancorados em seus relatos de vida e

em seus desejos da recepção radiofônica.

Utilização: A obra será utilizada na íntegra.

Citações

“ Ao fenômeno radiofônico não se pode furtar um tratamento para além de como o

meio se configura na prática. ” (p. 25)

“ Se o rádio é fato empírico, também o é teórico, afirma MATA (1993). ” (p. 25)

“ Hoje, considerando o mercado radiofônico em Porto Alegre e região metropolitana

(Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí, Viamão, Canoas, Eldorado do Sul, Guaíba,

Esteio, Mariana Pimentel, Nova Santa Rita, Sertão Santana e Sapucaia do Sul), a

partir de uma população estimada em mais de 2 milhões de habitantes, o rádio AM

tem uma cobertura de 25% do total das emissoras, atingindo cerca de 500 mil

pessoas nesse espaço geográfico. ” (p. 26)

“ Héctor Gómez Vargas vai além de todas essas perspectivas, dizendo que pensar a

recepção não se limita a conhecer a audiência. ” (p. 38)

“ Para Galindo Cáceres e Gonzáles, a cultura é o campo do sentido, e o sentido é a

totalidade. ” (p. 39)

“ É, pois a cultura em um sentido epistemológico complexo. ” (p. 39)

“ Ela é justamente a forma de relação, o vínculo entre o humano e o não humano, o

que une homem e cosmos. ” (p. 39)

“ A radiodifusão, como fenômeno, inscreve-se na cultura: serve-lhe de veículo e é

uma instância cultural ela mesma, pois é criação e instituição humana. ” (p. 49)

“ Mas o rádio sobreviveu e mostrou que era insubstituível. ” (p. 219)

“ Daí, lá nos anos 70, se começou a implantar as FMs. ” (p. 219)

“ O que se dizia era: ‘bom, agora acabou o rádio AM, se foi, não tem mais chance o

rádio AM´. ” (p. 219)

“ O rádio trabalharia dentro da fronteira que justamente busca incluir a intimidade,

sustentando-se pela aproximação entre produção e recepção. ” (p. 244)

“ O rádio também se insere no mundo do lar, que sempre foi visto com um “ritmo”

que se contrapõe ao mundo do trabalho. ” (p. 258)

“ Se ao primeiro estão associados a informalidade, a assistematização e até o ócio,

à atividade de produção formal imputa-se sempre um ritmo serial, constante,

sistemático (a própria separação entre o lar e o local de trabalho reforça a ideia de

dois mundos distintos). ” (p. 258)

“ Pedagógico é o sentido do “ aprender” com o rádio. ” (p. 259)

“ É um “aprendizado da vida”, do cotidiano, através do meio. ” (p. 259)

“ O sentido pedagógico não se realiza apenas com as notícias, enquanto utilidade

pública, veiculadas pela rádio. ” (p. 259)

“ É um aprender da “totalidade”, que pode ligar-se tanto a uma informação específica

quanto a um conhecimento e conscientização mais amplos, conectando-se à

possibilidade de situar o ouvinte no ambiente onde vive. ” (p. 259)

“ A rádio de audiência popular vale-se desse sentimento de possuir um saber inferior

e parece promover, novamente, o enlace do conhecimento, entre ele e com a

prática. ” (p. 261)

“ O rádio parece funcionar como “meio”, instrumento do “religare” (unir novamente),

conforme aponta CASSIRER (1985), fazendo a conexão entre uma instância micro

(pessoal, familiar) e macro (comunidade, social). ” (p. 262)

“ A rádio falando o idioma popular da oralidade e do sentimento vai servir de ponte

entre as duas racionalidades, ocupando, segundo Martín-Barbero, o espaço de

construção de sentido que outros meios deixam a desejar. ” (p. 268)

“ Gómez Vargas, partindo de uma perspectiva cultural da rádio, afirma que os

indivíduos “a la par que van, desarrola nun proceso personal biográfico, también

desarrolan uma biografia radiofônica” (GÓMEZ VARGAS, 1997:9). (p. 315)

Obra MAGNONI, Antônio Francisco; CARVALHO, Juliano Maurício de. O novo rádio: cenários da radiodifusão na era digital. São Paulo: Editora Senac São Paulo,

2010.

Descrição A presente obra traz que apesar de inúmeras inovações, o rádio é a maior prova da

capacidade de convivência dos diferentes meios de comunicação. Para o autor,

nesta vasta gama comunicativa, há também as expectativas e limitações do

analógico em oposição ao digital, as mudanças na programação, na linguagem das

emissoras digitalizadas e os problemas enfrentados pelas rádios comunitárias na

pós-modernidade.

Utilização: A obra será utilizada na íntegra.

Citações “ Nestas seis décadas, a preocupação com o futuro do rádio cresce à medida que o

veículo perde primeiro, o protagonismo exercido até então e, em seguida, cada vez

mais anunciantes. ” (p. 19-20)

“ De fato, desde o início dos anos 1950, quando detinha 40% das verbas

publicitárias, até a virada para os anos 1960, período em que a televisão já registra

24% dos investimentos, um ponto percentual acima do conjunto das emissoras de

rádio, o meio enfrenta uma situação na qual teve de se reinventar constantemente. ”

(p. 20)

“ O despertar para a possibilidade de obtenção de lucro dá-se no Rádio Clube do

Brasil, fundado em 1° de junho de 1924 por Elba Dias. ” (p. 26)

“ A chegada dos veículos de comunicação ao patamar de indústria cultural tem por

antecedente remoto justamente uma situação envolvendo uma emissora de rádio. ”

(p. 35)

“ Em 1942, Auricélio Penteado, proprietário da Rádio Kosmos, de São Paulo, decide

aplicar técnicas de pesquisa de audiência apreendidas de levantamentos

semelhantes realizados por George Gallup nos Estados Unidos. ” (p. 35)

“ Se a internet vem se popularizando como “o” meio para se garimpar novos sons,

um crossmedia vem causando a sua união com o rádio na forma de emissoras on

line e podcasting. ” (p. 43)

“ As principais estações do Brasil já sabem; muitos de seus potenciais ouvintes

entendem que música hoje existe para tocar no computador, no MP3 player, no

discman- e não exatamente no rádio. ” (p. 43)

“ Esse “receptor de rádio” de 2060 não mais sintoniza as emissoras pela sua

frequência, e sim pelo nome da rádio. ” (p. 58)

“ O advento do FM, nas décadas de 1950 a 1970, representou uma inovação

tecnológica do tipo out-of-band: tratava-se de uma nova forma de modulação

(baseada em frequência e não em amplitude), capaz de transportar uma música de

alta qualidade e operando em uma nova faixa de frequências, totalmente fora do

domínio das ondas médias e curtas. ” (p. 67)

“ Os sistemas de rádio digital, ao contrário dos sistemas analógicos, não requerem

uma banda de guarda tão extensa. ” (p. 81)

“ No rádio sempre houve interação- a ação recíproca entre dois ou mais atores, onde

ocorre intersubjetividade, isto é, o encontro de dois sujeitos- mediatizada por outros

meios de comunicação. ” (p. 101)

“ O rádio continuará sendo sonoro, porém com funções multimídia, portanto terá de

agregar uma linguagem flexível que possibilita diversificar conteúdos, o que torna

inevitável inteirar sua programação a novos formatos de distribuição e ser capaz de

compatibilizar voz, imagens e dados. ” (p .109)

“ Cada vez mais, a informação tende a se tornar uma forma de navegação dirigida

num hipertexto maior. ” (p. 234)

“Hoje, o rádio é “unimídia”, é não visual, e necessita de uma linguagem que evoque

imagens visuais para tornar tangíveis aos ouvintes os produtos que anuncia. ” (p.

264)

“ Assim como o rádio influenciou as rotinas produtivas na chegada da televisão,

agora serão os meios visuais que auxiliarão o rádio na exploração do novo repertório

de elementos da linguagem radiofônica, instituindo um marco de atuação publicitária

inédita neste meio. ” (p. 267)

“ No rádio, o locutor é um amigo que aconselha, que fala no volume e no tom

adequadas, o que estabelece uma audiência cativa e outorga à programação

radiofônica uma aparente individualização. ” (p. 270)

“ Nesse mundo pós-mídia de massa, o rádio é o “meio pessoal definitivo”, como o

define Schulberg, ou o “mais pessoal dos meios de massa”, como chama Russel e

Lane. ” (p. 270-271)

“ O processo de mutação do rádio acentuou-se desde a década de 1990, quando os

sites de emissoras convencionais e virtuais começaram a se multiplicar na internet. ”

(p. 273)

“ Desde então, a emissão e a sintonia de emissoras convencionais e virtuais pode

ser feita em computadores e outros dispositivos informáticos fixos e móveis. ” (p.

273)

Obra

MEDITSCH, Eduardo. O Rádio na Era da Informação- Teoria e Técnica do Novo Radiojornalismo. Florianópolis: Insular, Ed. da UFSC, 2001.

Descrição A presente obra tem por finalidade destacar minuciosamente o estudo do rádio, esse

como um meio de comunicação. Para o autor, há de ser destacado o cotidiano da

prática jornalística e aponta para tendências do radiojornalismo contemporâneo. Ele

salienta também, o caráter de constante construção da informação, e o rádio tendo

adquirido uma linguagem própria nesse processo comunicativo.

Utilização: A obra será utilizada na íntegra.

Citações

“ O rádio oferece proximidade e intimidade, portanto, verossimilhança. Credibilidade.

” (p. 11)

“ O rádio não tem matiz político, favorece quem sabe usá-lo, gosta de usá-lo e nele

acredita. ” (p. 13)

“ É um extraordinário meio de comunicação tanto para as massas iletradas como

para os segmentos intermediários e elites. Ajuda na mobilidade social, agrega valor

ao processo de crescimento econômico. E, apesar do padrão que já alcançou no

Brasil hoje, sob o ponto qualitativo, está longe de atender à sua vocação como

agente de mudanças. ” (p. 13)

“ Contudo, o entendimento dos caminhos do rádio e do radiojornalismo só é possível

dentro das transformações econômicas e geopolíticas que ocorrem no mundo nesta

virada do século XX para o XXI. ” (p. 15)

“Nessa nova conformação global a sobrevivência da liberdade de expressão e a

garantia de que setores minoritários vão ter acesso à mídia vão ser dadas pela

internet e pelo rádio. ” (p. 18)

“ O fenômeno econômico de maior destaque é o da globalização. ” (p. 15)

“ O conceito do rádio em rede nasceu inicialmente da ligação São Paulo e Rio de

Janeiro, depois se estendendo para Brasília, Belo Horizonte e Recife, quando o

Sistema Globo trocou a programação popular de suas emissoras Rádio Globo, pelo

jornalismo da CBN. Outras emissoras independentes de cidades médias e grandes

se associaram posteriormente, cobrindo boa parte do território nacional. ” (p. 20)

“ O rádio informativo não é apenas um novo canal para a mesma mensagem do

jornalismo, é também um jornalismo novo, qualitativamente diferente, e a

designação diversa procurar dar conta dessa transformação. ” (p. 30)

“ O rádio tem sido vinculado à tevê (quando não a todo o campo audiovisual, onde a

tevê exerce uma forte hegemonia), tanto nas agências de financiamento à pesquisa

quanto nas sociedades científicas e na estrutura interna das universidades. ” (p. 43)

“ Como o rádio informativo dá uma maior quantidade de notícias em relação aos

outros meios, e atinge um público mais restrito, essa maior liberdade concedida ao

arbítrio profissional e as divergências pontuais com a orientação editorial da

empresa que possa acarretar, serão assimilas dentro de certos limites. ” (p. 86)

“ A informação é a programação mais cara entre os formatos radiofônicos mais

contemporâneos. Ao contrário dos formatos musicais que predominam no dial,

envolve a utilização intensiva de mão de obra e equipamentos e é quase toda

imediatamente perecível (ORTRIWANO, 1985: 85-6). ” (p. 88)

“ A segmentação do público facilita também a criação de mecanismos de feedback

efetivo e a monitoração de seu funcionamento. ” (p. 99)

“ A definição de uma boa estratégia por parte da emissora de rádio garante- e, em

grande parte, determina- o fluxo de informações necessárias para abastecer a sua

programação voraz e incessante. ” (p. 110)

“ No rádio, o áudio que resulta da mistura de várias fontes sonoras (microfones,

discos, gravações) será modulado, o que significa uma modificação de suas

características para adaptá-lo à forma das ondas de radiofrequência que

transportarão a informação elétrica pelo espaço, até um receptor capaz de

decodificá-la. ” (p. 114)

“ A introdução de novas tecnologias tem impacto não apenas sobre a produção, mas

também sobre o produto, enquanto tal, e sua situação no mercado. ” (p. 122)

“ A radiodifusão digital, a radiodifusão por cabo, a radiodifusão por satélite e a

radiodifusão pela internet- para ficar apenas nas novas tecnologias de transmissão

de áudio- são desdobramentos do produto rádio que vão afetar as atuais emissoras,

da mesma forma que a chegada da FM afetou a AM. ” (p. 122)

“ O discurso do rádio informativo se distingue por uma nova forma de enunciação,

que supera tanto a oralidade quanto a escrita, e é característico da eletrônica

enquanto tecnologia intelectual. ” (p. 280)

“ A forma do discurso- auditiva, invisível, em tempo real- concorre de maneira

determinante para a maneira específica com que o rádio informativo reflete e refrata

a realidade. ” (p. 280)

Obra

MOREIRA, Sonia Virgínia (Org.) 70 anos de Radiojornalismo no Brasil, 1941-2011. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2011.

Descrição A obra proposta busca realizar um resgate histórico no que tange o rádio, mais

popular meio de comunicação de massa do Brasil. Para a autora é necessário

destacar o pioneirismo do Repórter Esso às rádios comunitárias e digitais, as leituras

abordam o rádio dividido em: notícia, referencial teórico, análises regionais,

reportagem e repórter, linguagem e público.

Utilização: A obra será utilizada na íntegra.

Citações

“ O rádio como o conhecemos hoje, também sinônimo de agilidade e

instantaneidade, teve início no Brasil em 28 de agosto de 1941. ” (p. 9)

“ A característica central do rádio convergente é sua presença multiplataforma, ou

seja, em todos os suportes possíveis, indo além, inclusive, da tradicional

transmissão hertziana e, até, da obrigatoriedade de irradiação com recepção no

mesmo momento. ” (p. 32)

“ De “meio de comunicação que utiliza emissões de ondas eletromagnéticas para

transmitir a distância mensagens sonoras destinadas a audiências numerosas”

(Ferraretto, 2007ª p. 23), a “linguagem- o texto na forma da fala associado à música,

aos efeitos sonoros e ao silêncio- independente do suporte” (Ferraretto e

Kischinhevsky, 2010, f.11), essa mudança de enfoque, por recente, não é ainda

hegemônica entre o empresariado. ” (p. 33)

“ O rádio moderno deixou de ser um divertimento, para tornar-se o grande veículo

de difusão de notícias. É um imperativo, pois, da era atômica bem aproveitar a maior

força que o homem inventou para suas comunicações: o rádio. ” (p. 62)

“ E a Emissora Continental é, sem dúvida, a precursora do jornal falado na completa

acepção do termo. ” (p. 62)

“ A partir da audição de dois documentários de retrospectiva do ano veiculados no

dia 31 de dezembro, como A história de 1968 e A história de 1975, buscou-se

construir o sentido do discurso da JB AM num período que calou muitas vozes no

Brasil, demonstrando qual foi o protagonismo da emissora em dois momentos

históricos. ” (p. 78)

“ Ao longo de sua história, o radiojornalismo brasileiro passou por um processo de

remodelagem de linguagem, formato e processo produtivo influenciado pelas

mutações das técnicas de produção e dos valores que incidem sobre a construção

da noticiabilidade. ” (p. 106)

“ Quatro emissoras exemplificaram bem esse momento de investimento no

jornalismo nas décadas de 1960 e 70: Jovem Pan e Bandeirantes ambas de São

Paulo, Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro, e Guaíba de Porto Alegre. ” (p. 111)

“ Nos anos 1980, o radiojornalismo no Brasil se revitalizou a partir da adoção de

quatro recursos técnicos que contribuíram para melhorar a qualidade sonora do

rádio: o transmissor-receptor, sistema de áudio em duas vias que permitia ao

repórter entrar no ar ao vivo ou conversar com âncoras e entrevistados; a extensão

da baixa frequência para telefone (acoplada ao telefone, aumentava a potência de

transmissão e permitia que o sinal chegasse mais forte ao estúdio); os satélites,

usados cada vez mais para transmissão em redes; e o CD, que substituiu as fitas

magnéticas e os discos de vinil, contribuindo para a melhoria da qualidade do som

da música (Moreira, 2002, p. 97). ” (p. 114)

“ A construção da imagem sonora e a exploração plena da linguagem radiofônica e

do caráter expressivo do rádio (Balsebre, 1994) são postas de lado. ” (p. 137)

“ No radiojornalismo contemporâneo, a responsabilidade de principal no uso

informacional dos potenciais da linguagem é atribuída às reportagens e produções

especiais. ” (p. 137)

“ Dos principais segmentos da mídia, o radiofônico é o que menos verbas

publicitárias recebe no Brasil. Em 1999, dos R$ 8 bilhões investidos em publicidade,

o rádio contou com apenas 3,8 (R$ 304,3 milhões), que, se divididos igualmente

pelo total de emissoras, representariam uma receita anual próxima a R$ 99 mil por

estação. ” (p. 145)

“ A partir da internet, o rádio evoluiu e adaptou-se às mídias digitais e, acima de

tudo, é hoje o veículo que mais aposta na convergência de mídias. ” (p. 197)

“ Entretanto, entre a notícia e seu produtor, pressupõe-se existir a linguagem: “A

linguagem é, pois, a possibilidade da subjetividade, visto que ela contém sempre as

formas linguísticas apropriadas à sua expressão, e o discurso provoca a emergência

da subjetividade. “(p. 308)

“ A veiculação de informações pelo rádio revela seu caráter eficaz justamente pela

transmissão instantânea dos acontecimentos. ” (p. 350)

“ E o rádio soube aproveitar esse aspecto de maneira peculiar, com exceção da

década de 1920, quando o radiojornalismo ainda não tinha presença marcante e

baseava-se na transmissão de notícias extraídas dos jornais impressos. ” (p. 350)

“ De qualquer forma, novas tecnologias possibilitaram novas maneiras de cobertura,

já que no início da radiodifusão os equipamentos eram bem pesados, o que gerava

dificuldades em seu transporte (Ortriwano, 1985, p.132). ” (p. 350)

Obra

MOREIRA, Sonia Virgínia, BIANCO, Nélia R. Del. (Org.) Desafios do rádio no século XXI, São Paulo: Intercom; Rio de Janeiro: UERJ, 2001.

Descrição

A presente obra aponta para a renovação do rádio no processo de produção do

conteúdo e nos sistemas de transmissão e recepção. Para a autora, nesse processo

informativo é necessário além da implementação do sistema de transmissão digital,

também o advento da Internet.

Utilização: A obra será utilizada na íntegra. Citações

“ Perto da virada para o século XXI, 12.505 emissoras estavam em operação nos

Estados Unidos, divididas entre comerciais AM (4.789), comerciais FM (5.689) e FM

públicas (2.027). ” (p. 15)

“ Segundo dados da National Association of Broadcasters, 98% dos lares

americanos possuíam pelo menos um aparelho receptor. ” (p. 15)

“ No Brasil, 3083 canais operavam regularmente no mesmo período, divididos entre

1.363 emissoras FM, 1.578 AM, 62 canais de ondas curtas e 80 em ondas tropicais.

” (p. 15)

“ Quando o FM foi regulamentado, por exemplo, o governo americano abriu novas

modalidades de concessão. ” (p. 20)

“ É certo que a predominância do rádio digital acontecerá dentro de 10 a 15 anos,

quando se espera que pelo menos 95% dos ouvintes tenham aparelho para captar

esse sinal. ” (p. 41)

“ A programação do rádio AM atual atinge basicamente mulheres com idade acima

dos 40-45 anos. ” (p. 67)

“ Uma das estratégias adotadas pelo segmento de rádio FM no Brasil é manter os

atuais e atrair novos ouvintes através da política sistemática de promoções. ” (p. 68)

“ As emissoras montaram departamentos para coordenar equipes que visitam

diariamente diferentes pontos nas cidades espalhadas pelo país. ” (p. 68)

“ Após o boom nacional do estilo sertanejo romântico, o público de rádio está

migrando para suas emissoras de origem. ” (p. 69)

“ No Sul, a Rádio RBS tem notado o crescimento na audiência de emissoras da

Rede Atlântida FM. ” (p. 69)

“ Novas formas de interação medias pelo rádio e pela internet que, ao contrário de

esboçar distanciamento ou “despersonalização” na comunicação radiofônica,

parecem permitir um interessante incremento das formas de manifestação da

audiência. ” (p. 87)

“ A pesquisa inicialmente destaca a evolução da linguagem do radiojornalismo no

Brasil a partir de três momentos históricos: década de 1940, quando foram criadas

as primeiras regras a partir do modelo norte-americano; década de 1960, quando o

rádio investiu no gênero como alternativa para continuar a existir frente à

concorrência com a TV; década de 1980, como opção para as emissoras AM

sobreviverem à hegemonia das FM. ” (p. 109)

“ Sobre as mudanças que a linguagem vem sofrendo com a produção e transmissão

digital da informação- marcas do novo milênio- apenas aponta pistas. ” (p. 109-110)

“ O rádio mobiliza apenas um sentido humano. ” (p. 151)

“ E é acessível a todos, através de sua linguagem coloquial e simples. Com

capacidade para transmitir de forma instantânea e ágil, o rádio é líder de audiência

durante o dia, conforme a Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão

(AGERT). ” (p. 151)

“ Na Rádio Nacional do Brasil, os verbos e as expressões temporais, em seu

conjunto, definem um tempo presente que supõe um espaço temporal de ampla

duração, que abarca mais do que o dia hoje da notícia. ” (p. 185)

“ Com a expansão do rádio FM a partir dos anos 70 e, com a censura imposta pelo

autoritarismo vigente, o rádio tornou-se um veículo voltado preponderantemente

para o entretenimento e o lucrativo negócio musical, coordenado pelas gravadoras

nacionais estrangeiras. ” (p. 240)

“ Num país com elevado grau de analfabetismo com o Brasil, as rádios comunitárias

teriam um importante papel, não determinando, mas influenciando a formação do

senso crítico e estimulando a reflexão. ” (p. 245)

Obra NEUBERGER, Rachel Severo Alves. O rádio na Era da Convergência das Mídias. Cruz das Almas/BA: UFRB, 2012.

Descrição O presente livro destaca o rádio na era da convergência das mídias, e aponta o

cenário dos 90 anos desse veículo de comunicação. Para a autora, é

necessário dar importância as Leis que regem a radiodifusão no âmbito

nacional, os códigos de ética que norteiam os profissionais de jornalismo e

radialistas, e aos diversos tipos existentes de rádios (comercial, educativa,

webradio).

Utilização: A obra será utilizada na íntegra.

Citações “ Os serviços de radiodifusão, além de serem classificados quanto ao tipo de

transmissão, ou seja, de sons e de sons e imagens, também são definidos

quanto à área (local, regional, nacional), quanto ao tipo de modulação (AM-

amplitude modulada e FM- frequência modulada), quanto ao tipo de

funcionamento (de horário limitado ou ilimitado), quanto à faixa de frequência e

ondas radioelétricas (ondas médias, tropicais, curtas, muito curtas e

ultracurtas). ” (p. 17)

“ Além disso, quanto à modalidade, os serviços podem ser de radiodifusão

comercial como TV, RTV (retransmissora), Rádio AM (Ondas médias, Ondas

tropicais e Ondas Curtas) e FM ou mesmo de radiodifusão educativa (TV

Educativa, RTV Educativa, Rádio Educativa) ou ainda radiodifusão comunitária.

” (p. 18)

“ O limite para cada entidade deter concessões ou permissões de rádio é a

seguinte: estações locais (quatro de ondas médias e seis de frequência

modulada); regionais (três de ondas médias e três de ondas tropicais, sendo no

máximo duas por Estado); nacionais- duas de ondas médias e duas de ondas

curtas. ” (p. 19)

“ Em todos os casos, pelo menos 70% do capital total e do capital votante das

empresas de radiodifusão sonora e de sons e imagens devem pertencer, direta

ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos. ”

(p. 20)

“ A Lei 9.612, de 1998, que institui o Serviço de Radiodifusão Comunitária

(RadCom), regulamentada pelo Decreto 2.615 do mesmo ano, trouxe luz às

manifestações radiofônicas de cunho comunitário, até então não

regulamentadas e, pior, consideradas irregulares. Mas ainda há muitas falhas

neste sistema. ” (p. 24)

“ Sobre a radiotelegrafia, Perfilino Neto (2009) alega que os primeiros sinais de

som emitidos por radiotelegrafia no Brasil foram ouvidos em 1912, na Estação

Telegráfica do bairro de Amaralina, em Salvador, “emitidos por um rádio

instalado a bordo do navio alemão ‘Van der Tann’, atracado no porto desta

cidade. ” (p. 51)

“ Segundo dados do Ministério das Comunicações, disponíveis em um

documento da Abert, o setor de rádio no Brasil apresentava, em setembro de

2009, 8.984 rádios, sendo 4.426 FM comerciais, 447 FM Educativas, 4.200

rádios comunitárias, 1.771 AM, 74 Ondas Tropicais e 66 Ondas Curtas. ” (p.

134)

Obra ORTRIWANO, Gisela Swetlana. Radiojornalismo no Brasil: dez estudos regionais. São Paulo: COM-ARTE, 1987.

Descrição A presente obra destaca uma análise minuciosa sobre o rádio no cenário nacional.

Para a autora, é necessário responder a quem pertence o rádio, abordando o

radiojornalismo em rede no interior de São Paulo e também trazer o panorama

radiofônico dos estados: Goiás, Pará e Rio de Janeiro.

Utilização: A obra será utilizada na íntegra.

Citações “ Um dado que chama a atenção é a elevada concentração nas regiões Sul e

Sudeste: 71,3% das emissoras instaladas na modalidade de OM (Ondas Médias) e

75,2% na de FM (Frequência Modulada) estão nestas regiões. ” (p. 15-16)

“ Os políticos estão mais preocupados com o rádio como meio para venderem seus

interesses eleitoreiros, entre os quais se incluem o prestígio pessoal e a angariação

de votos. ” (p. 18)

“ O jornalismo nas emissoras FM não existe. ” (p. 64)

“ Desde que essa faixa de frequência entrou em funcionamento no país, a

programação das emissoras tem sido basicamente musical. ” (p. 64)

“ Já no final do decênio, em 1959, o rádio brasileiro está em condições de acelerar

sua corrida para um radiojornalismo mais atuante, ao vivo, permitindo que

reportagens fossem transmitidas diretamente da rua e entrevistas realizadas fora

dos estúdios. ” (p. 69)

“ O ouvinte desatento com certeza não reparou, mas, na penúltima semana de maio

de 1986, a Rádio Jornal do Brasil AM, do Rio de Janeiro, colocou mais uma

novidade no ar: transmissão em stereo, a mais recente invenção. ” (p. 109)

Obra

SALOMÃO, Mozahir. Jornalismo radiofônico e vinculação social. São Paulo:

Annablume, 2003.

Descrição

A presente obra tem por finalidade destacar o papel do rádio. Que na concepção do

autor, é destacado pelas grades das programações radiofônicas. Sendo assim, as

emissoras não apenas idealizam ao ouvinte a quem é destinado essas mensagens,

mas sim, os mesmos pautam-se por essas definições estabelecidas, e isso

influencia os seus modos de ver e falar sobre o que se passa ao redor do mundo.

Utilização: A obra será utilizada na íntegra.

Citações

“ Bertold Brecht, que sempre se mostrou um admirador do rádio, escreveu que esse

seria o maior e o melhor meio de comunicação do mundo se as pessoas pudessem

não apenas ouvir, mas participar ativamente das transmissões (BRECHT, 1927). ” (p.

22)

“ Os avanços técnicos obtidos no rádio não propiciaram, no entanto, o deslocamento

imaginado por Brecht no eixo da relação locutor/ouvinte. ” (p. 23)

“ Nas duas últimas décadas, em países em desenvolvimento como o Brasil, uma das

alternativas de sobrevivência encontradas pelo rádio foi abandonar um estilo

tradicional de programação (da voz empostada, do tratamento cerimonioso e

distante em relação ao ouvinte). ” (p. 29)

“ O discurso radiofônico é de permanente tentativa de sedução do receptor. ” (p. 55)

“ Elementos como Oralidade e Argumentação são estratégias utilizadas pelos

comunicadores para atingir e garantir a audiência do público e que estão presentes

também nos contratos de leitura propostos ao público. ” (p. 55)

“ É possível dizer que a ligação entre o público de rádio e sua emissora de

preferência firma-se a partir de elos bem densos que levam o receptor em questão a

estabelecer uma conexão marcada pela identificação. ” (p. 70)

“ O rádio historicamente firmou-se como um redimensionador das experiências

cotidianas, um modalizador da prática social. ” (p. 128)

“ O rádio, a partir da ordem do sensível, atinge os ouvintes em sua intimidade

instalando uma convivência recheada de rejeições e afetividades. ” (p. 129)

“E se o sentir coloca-se também como vetor de compreensão do mundo, o rádio

acaba, então, por constituir-se como uma dessas portas para a realidade

circundante: o mundo e seu dinamismo, conflitos e contradições. ” (p. 129).

Obra

SILVA, Júlia Lúcia de Oliveira Albano da. Rádio: oralidade mediatizada: o spot e os elementos da linguagem radiofônica. São Paulo: Annablume, 1999. Descrição

O ensaio se propõe a analisar os elementos da oralidade na radiofonia. Conforme a

autora, a linguagem radiofônica (também é dada por meio dos Spots Publicitários, os

ditos anúncios falados).

Utilização: A obra será utilizada na íntegra.

Citações

“A nossa linguagem radiofônica, de acordo com o maestro Júlio Medaglia

(1978:127), apresenta um diferencial que a torna “audiotáctil” e “em cores. ” (p. 17)

“Essa concepção descuida do fato de que a linguagem radiofônica não é

exclusivamente verbal-oral, mas resultado de uma semiose de elementos sonoros

(trilha, efeito, ruído e silêncio) que perdem sua unidade ao serem inseridos em um

meio acústico coordenado pelo tempo para comporem um todo, que é a obra

radiofônica. ” (p. 17)

“ O teórico alemão Werner Klippert (1980) assegura que nada que não tenha voz

participa da peça radiofônica, pois nela estão amalgamadas diferentes vozes, seja a

dos elementos da sonoplastia ou da palavra oralizada e mediatizada. ” (p.18)

“ Neste sentido, tomando a radiofonia como resultado de uma multiplicidade de

oralidades e vozes, realizei um paralelo entre a sua linguagem, as técnicas de

elaboração dos textos orais e as performances realizadas pelos intérpretes da

poesia medieval nas comunidades da oralidade primária, que não contavam com o

signo escrito para perpetuarem seus legados culturais (regras, normas, descobertas,

tradições). Dentre as vozes que compõem esse mosaico da radiofonia, a

sonoplastia, em colóquio com a voz, constrói o cenário acústico, os personagens e

suas ações, inaugurando, portanto, formas de encantar com as que os intérpretes do

medievo tiveram que criar através de suas presenças físicas, da eroticidade de seus

gestos e do colorido das suas texturas vocais para envolver seu auditor. ” (p. 19)

“A invenção do transistor, em 1956, a implantação e ampliação da Frequência

Modulada, as FMs, na década de 70, das redes de rádio com os satélites, a

segmentação e a digitalização, entre outros, marcaram a estrutura da radiofonia e,

consequentemente, sua linguagem e o relacionamento com o ouvinte. ” (p. 35)

“ No início da década de 70, a inauguração e expansão da FM com a Rádio Difusora

FM de São Paulo, uma programação predominantemente musical é introduzida.

Com o surgimento dos disc-jóqueis, abre-se espaço para rápidos comentários,

destacando a música e o humorismo, que imprimem novo ritmo às programações e

recuperam uma importante faixa da audiência: os jovens” (p. 35-36)

“Segundo a pesquisa realizada pela Marplan, em 1995, a penetração do rádio AM

entre a faixa etária compreendida entre15 e 19 anos é de apenas 15% contra os

94% relativos à penetração das FMs, que atualmente contam com 1.275 emissoras

no país, de acordo com dados do Ministério de Comunicações/ABERT para o

mesmo ano (cf. Gráfico2). ” (p. 36)

“Particularmente no texto verbal-escrito produzido para o rádio, as possibilidades

residem na sua potencialidade em extrapolar a lógica da língua, desverbalizando as

palavras, buscando no ritmo das vogais abertas, nas rimas e na estruturação

coordenada dos elementos da oração recuperar qualidades de seu referente,

aproximando-se, dessa forma, muito mais da organização dos textos orais

desenvolvidos pelas comunidades que não tinham o signo escrito para intermediar

suas comunicações, “mas que tinham a língua como um modo de ação e não

somente uma contra-senha do pensamento”(Malinowski apud Ong, 1982: 39) .” (p.

44)

“O texto radiofônico, ao ser oralizado, conta com a sonoplastia e com a voz, que

conferem plasticidade e cor ao texto. Zumthor (1993:215), a respeito das produções

poéticas da Europa dos séculos VIII, IX, X, reconhecia a complexidade que consistia

em conjugar enfaticamente o linguístico, o vocal e o gestual). ” (p. 44-45)

“O spot torna-se uma opção adequada pelo menos por dois motivos: o primeiro

reside no fato de que nele pode-se encontrar reunidos todos os elementos que

compõem e constroem a linguagem radiofônica, que assim como a oral não é

exclusivamente verbal-oral, ou seja, é resultado da interpenetração de elementos

não – verbais e verbais, que perdem sua unidade conceitual para adquirirem uma

nova especificidade. A parte do dialogismo destes dois elementos inaugura-se uma

forma, uma sintaxe nova, singular ao meio no qual estão inseridos). ” (p. 45)

“Com a regulamentação da publicidade no rádio através do decreto 21.111, o rádio

vê-se impulsionado a criar novos gêneros para a programação radiofônica, ousando

novos formatos e elementos. Neste percurso é trazido à tona o peso de uma

herança que ainda permanece não só nos textos escritos pelo rádio, mas também

no tipo de organização dentro da qual são combinados e selecionados todos os

elementos que compõem a linguagem radiofônica: a lógica da língua ocidental, da

ideia em dígitos separados e combinados sucessivamente para representar

abstratamente uma ideia. ” (p. 45)

“Convém lembrar que esta herança deve-se, dentre outros, ao fato de que a

linguagem do rádio e, portanto, sua organização sintática, advém da escritura, pois a

linguagem radiofônica nasce das Gazetas e Folhas da década de 30, dos romances

distribuídos periodicamente pelos folhetins da época, que eram lidos no rádio. ” (p.

45-46)

“Ou seja, mesmo com o surgimento das “novas tecnologias”, o rádio continua sendo,

potencialmente, um veículo no qual palavra, voz e sonoplastia se adaptam para

entreter, informar, persuadir um receptor cada vez mais dinâmico. Potencialmente

porque esta permanência não significa que a linguagem do rádio esteja sendo

explorada como uma linguagem que extrapola o verbal-oral, pois seu produto é

muito mais do que um texto verbal escrito locutado e sustentado por um BG

determinado. ” (p. 50)

“ Isto revela que o rádio é resultado de inúmeras oralidades, uma mídia que “escapa

a uma classificação estanque: nem só oralidade primária, nem só mista, nem só

mediatizada, mas múltiplas oralidades, imbricamentos sígnicos” (Nunes, 1994:134). ”

(p. 50)

“Dessa oralidade múltipla a sintaxe radiofônica detém as técnicas de memorização e

persuasão que Walter Ong (1987) destaca em suas pesquisas sobre a expressão e

pensamento da tradição oral. ”(p. 50)

“Segundo Eric Havelock (apud Ong, 1987:33), as fórmulas, das quais se constituem

os textos orais, são grupos de palavras que se empregam regularmente nas

mesmas condições métricas para expressar uma ideia essencialmente dada. ” (p.

51)

“Portanto, essa multiplicidade de oralidades da qual resulta a linguagem radiofônica

tem na organização de seu texto verbal-escrito convivem elementos da oralidade e

da escrita. ” (p. 52)

“ O texto do spot torna-se a melhor expressão da linguagem radiofônica por ter que,

a partir de poucas palavras, articular conceitos e ideias sobre um produtor, serviço

ou instituição. ” (p. 53)

“A decodificação realizada pelo ouvinte está diretamente ligada à organização dos

elementos constituintes da linguagem radiofônica, da qual o ouvinte assimila

algumas das suas características, e também ao seu repertório. Em conjunto, tais

dados originam o ato perceptivo. ” (p. 60)

“ Portanto, a linguagem radiofônica não é exclusivamente verbal-oral. Assim como a

palavra escrita, músicas, efeitos sonoros, silêncio e ruídos são incorporados em uma

sintaxe singular ao próprio rádio, adquirindo nova especificidade, ou seja, estes

elementos perdem sua unidade conceitual à medida que são combinados entre si a

fim de compor uma obra essencialmente sonora com o “poder” de sugestirir imagens

auditivas ao imaginário do ouvinte. ” (p. 71)

“ Em função de explorar um só sentido e contar com uma única fonte de estímulos (o

som), a mensagem radiofônica corre o risco de provocar a fadiga e a monotonia da

sua informação, mas, ao mesmo tempo, o seu aspecto unisensorial dá-lhe um dos

seus mais importantes trunfos, o poder de sugestão, que é acentuado à medida que

se exploram os seus elementos com vistas a alimentar a imaginação do ouvinte com

uma proposta variada de imagens auditivas. ” (p. 75)

“ A inclusão de ruídos (efeitos sonoros) em uma obra radiofônica tem como

tendência o objetivo de provocar a associação do ouvinte com o objeto sonoramente

representado. ”(p. 75)

“ A tendência da organização/montagem dos elementos da linguagem radiofônica é

ser realizada predominantemente através do paralelismo, ou seja, os elementos da

sonoplastia, embora tecnicamente momento se entrecruzam, se justapõem. ” (p. 80)

Em geral é uma trilha, que pode ou não ser interrompida por um ruído/efeito sonoro,

empregada como um fundo sonoro a partir da introdução do texto verbal-oral neste

processo de representação sonora. Trata-se de uma estruturação dominada pela

continuidade/linearidade e pela contiguidade. ” (p. 80)

“ Todos os elementos constituintes da linguagem radiofônica, inclusive a trilha,

podem ser trabalhados em um único produto de diferentes formas, como podemos

verificar na campanha realizada para a LPC no lançamento do Iogurte natural batido

de Danone realizado exclusivamente no rádio. ” (p. 104)