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2 Formação de Espuma em Misturas Óleo-Refrigerante 2.1. Introdução Neste capítulo estudar-se-á experimentalmente o fenômeno da espumação em misturas refrigerante-óleo em compressores herméticos alternativos, objetivando chegar-se a um modelo semi-empírico para o fenômeno. Yanagisawa & Shimizu (1986) comentam que espuma é gerada a partir do óleo lubrificante de um compressor hermético em partidas após longos períodos de parada ou quando é grande a quantidade de líquido carregada para o compressor. No caso de compressores herméticos alternativos, a espumação ocorre no interior da carcaça, que contém, obviamente, o óleo lubrificante e está à pressão de sucção. A espuma pode chegar à sucção da bomba, levando líquido diretamente ao cilindro (“golpe de líquido”) resultando em danos às válvulas, junta da tampa de válvulas e biela (Anônimo, 1989). Medidas que impedem a formação de espuma incluem o aquecimento do óleo. O problema da formação de espuma agrava-se (Yanagisawa et al, 1991) quando o compressor opera uma bomba de calor (isto é, um ciclo de compressão de vapor onde o objetivo é o calor rejeitado no condensador – desníveis de pressão são, geralmente, mais elevados, e o compressor, quando desligado, situa-se a uma temperatura mais baixa que a temperatura ambiente externa, quando a concentração de líquido na mistura refrigerante-óleo se torna ainda mais acentuada). 2.2. Revisão bibliográfica A literatura não apresenta muitos trabalhos a respeito da formação da camada de espuma com misturas gás refrigerante-óleo lubrificante. Yanagisawa et al (1985, 1991, 1992) estudaram as características do processo de espumação em compressores herméticos rotativos. Nestes, o processo de espumação é distinto daquele que é objeto de estudo do presente trabalho. Em compressores rotativos, o

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2 Formação de Espuma em Misturas Óleo-Refrigerante

2.1. Introdução

Neste capítulo estudar-se-á experimentalmente o fenômeno da espumação

em misturas refrigerante-óleo em compressores herméticos alternativos,

objetivando chegar-se a um modelo semi-empírico para o fenômeno.

Yanagisawa & Shimizu (1986) comentam que espuma é gerada a partir do

óleo lubrificante de um compressor hermético em partidas após longos períodos

de parada ou quando é grande a quantidade de líquido carregada para o

compressor. No caso de compressores herméticos alternativos, a espumação

ocorre no interior da carcaça, que contém, obviamente, o óleo lubrificante e está à

pressão de sucção. A espuma pode chegar à sucção da bomba, levando líquido

diretamente ao cilindro (“golpe de líquido”) resultando em danos às válvulas,

junta da tampa de válvulas e biela (Anônimo, 1989). Medidas que impedem a

formação de espuma incluem o aquecimento do óleo. O problema da formação de

espuma agrava-se (Yanagisawa et al, 1991) quando o compressor opera uma

bomba de calor (isto é, um ciclo de compressão de vapor onde o objetivo é o calor

rejeitado no condensador – desníveis de pressão são, geralmente, mais elevados, e

o compressor, quando desligado, situa-se a uma temperatura mais baixa que a

temperatura ambiente externa, quando a concentração de líquido na mistura

refrigerante-óleo se torna ainda mais acentuada).

2.2. Revisão bibliográfica

A literatura não apresenta muitos trabalhos a respeito da formação da

camada de espuma com misturas gás refrigerante-óleo lubrificante. Yanagisawa et

al (1985, 1991, 1992) estudaram as características do processo de espumação em

compressores herméticos rotativos. Nestes, o processo de espumação é distinto

daquele que é objeto de estudo do presente trabalho. Em compressores rotativos, o

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interior da carcaça está à pressão de descarga. Assim, a espuma é formada pelo

movimento rotativo do motor e pelo jato de vapor de descarga saindo do cilindro

no interior da carcaça (Yanagisawa et al, 1991). Ao contrário, em compressores

herméticos alternativos, a espuma é formada a partir da despressurização da

mistura refrigerante-óleo, que está à pressão de sucção. Em compressores

rotativos, os efeitos da espumação são, também, distintos: uma grande quantidade

de óleo é carreada para a descarga, comprometendo a lubrificação do compressor

e prejudicando o desempenho térmico dos trocadores de calor (Yanagisawa et al,

1991). Gasche (1996) considerou a espuma para o estudo do escoamento da

mistura refrigerante-óleo através da folga mínima de compressores rotativos de

pistão rolante

Goswani et al. (1998) estudaram experimentalmente a formação da

camada de espuma para várias misturas HFCs e POEs. Estabelecendo como base

de comparação misturas de R12 e R22 com óleos minerais, concluíram que as

misturas de R22 e óleo mineral eram as que apresentavam camadas de espuma

mais espessas e perenes, e que a mistura do R134a com óleo éster poliol, tinha um

comportamento similar. O R134a apesar de ser o que refrigerante que produz a

mais espessa camada de espuma dentre os HFC’s, apresenta uma espuma

substancialmente inferior àquelas produzidas pelas misturas CFC’s e óleos

minerais, inclusive sob condições de queda abrupta de pressão. Nas misturas

HFC’s/POE’s a camada de espuma é efêmera. Goswani et al. (1998) concluíram

ainda que, sem queda de pressão, as misturas HFC’s/POE não formam espumas.

Portanto as normas ASTM D-892 (ou equivalentes) para estudar a formação da

camada de espuma em óleos lubrificantes pelo método de areação não são

aplicáveis.

Heide (2000), em trabalho experimental recente, estudou as características

de espumas de misturas refrigerante-óleo. Com um aparato experimental gerador

de espuma, a partir de súbita expansão de uma solução de óleo saturada de gás,

estudou o processo de formação e decaimento da espuma para dez diferentes

misturas óleo-refrigerante. Concluiu que o processo de formação depende

fortemente da concentração da mistura. As concentrações de óleo observadas

situaram-se sempre acima de 70%, em volume, observando-se a existência de

máximos na formação. Importante ressaltar que Heide (2000) não logrou

determinar uma relação entre características físicas do óleo, densidade,

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viscosidade e tensão superficial, e as características físicas da espuma da mistura

refrigerante óleo.

A literatura é escassa no que diz respeito a modelos preditivos ou mesmo

explicativos do fenômeno de formação da camada de espuma.

Modelos que permitam prever a formação e o comportamento de espuma

em misturas de refrigerante e óleos lubrificantes inexistem. Pilon et al. (2001,

2002) estudaram espumas formadas a partir da interação entre soluções aquosas e

gases como argônio, ar e nitrogênio onde a velocidade de injeção (do gás) era

tomada como um parâmetro de controle. Mas, infelizmente, não se pode utilizá-

los onde haja formação de espuma por despressurização, pois não há injeção de

gás.

Um modelo que, acredita-se, pode se adaptar à misturas de óleos

lubrificantes e refrigerantes, é sugerido por Jeelani et al. (1990), que considera a

desabsorção de gás em uma solução aquosa supersaturada. O modelo, que é

ajustado com dados experimentais (pressão, temperatura e concentração), simula a

formação da espuma a partir da desabsorção de CO2 de uma solução aquosa em

agitação.

2.3. Modelo para a formação de espuma

Como mencionado na seção anterior, o modelo que, entendeu-se como

sendo o que melhor descreve a formação da camada de espuma em misturas de

refrigerantes e óleos lubrificantes é o proposto por Jeelani et al. (1990), e, por

isso, foi adotado neste trabalho. Os parâmetros chave do modelo proposto por

estes autores são a altura do líquido e a altura da espuma (que dependem das

velocidades de desabsorção do gás e da velocidade de coalescência).

O modelo é descrito detalhadamente a seguir.

Considera-se a coluna de solução supersaturada, espuma e gás refrigerante,

como mostrado, esquematicamente, na figura 2.

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Figura 2: Coluna de fase líquida da mistura refrigerante-óleo lubrificante, espuma, e fase

vapor do refrigerante (Jeelani et al., 1990).

L: altura da coluna de líquido, m

h: altura da camada de espuma, m

Y: altura da coluna da fase vapor do refrigerante, m

No volume de controle da espuma (ver figura 3) o balanço de massa de gás

refrigerante é dado por:

hd i

dm m mdt

= − (2.1)

onde:

dm : é a vazão mássica de refrigerante que está sendo desabsorvido a partir

da mistura, e

im : a vazão mássica de refrigerante que deixa a espuma.

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Figura 3: Volume de controle para a espuma.

Re-escrevendo em termos de vazão volumétrica:

( ) ( ) ( )hd i

d VV V

dtρ

ρ ρ= − (2.2)

Considerando a densidade do gás refrigerante constante tanto na

desabsorção quanto na retenção, obtém-se:

( ) ( ) ( )h

d i

d VV V

dt= − (2.3)

A densidade do gás que deixa a espuma é, também, considerada invariante.

Se o volume do gás dentro da espuma for:

hV hAε= (2.4)

onde:

A: é a área transversal do duto (considerada constante), e

ε : a fração volumétrica média de gás na espuma, hV variará de acordo com

a altura da espuma. Se for considerado que todas as bolhas são esféricas, então ε

será igual a 0,74 (Exeter University), o que, geralmente, acontece na parte inferior

da camada de espuma. Na parte superior este valor poderá, até mesmo, ser igual a

1,0. Pilon et al. (2002) considera um valor médio de 0,82 para toda a camada de

espuma. A variação do tamanho das bolhas é ilustrada pela fotografia da figura 4.

Reescrevendo a eq.(2.4), tem-se:

( )d i

d h V Vdt A Aε

= −

(2.5)

dm

im

hdmdt

h

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onde:

dd

VA

ψ

=

, vazão volumétrica do gás, por unidade de área, que penetra na

camada de espuma, ou seja, que está sendo desabsorvido pela mistura (m/s);

ii

VA

ψ

=

, vazão volumétrica do gás, por unidade de área, que deixa a

camada de espuma (m/s).

A eq.(2.5), por sua vez, pode ser expressa da seguinte forma:

d idhdt

ε ψ ψ= − (2.6)

Figura 4: Espuma apresentada na mistura refrigerante R134a-éster poliol. Observa-se a

diferente conformação da fração ε na parte inferior, onde as bolhas são praticamente

esféricas, e na parte superior, onde são aproximadamente hexagonais.

Um balanço de massa análogo para o líquido fornece:

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( )1 dh dLdt dt

ε− = (2.7)

A partir das equações (2.6) e (2.7) a variação da altura do líquido L (figura

2) com o tempo t será dada por:

( ) ( )1 1i d

dLdt

ε εψ ψ

ε ε− −

= − (2.8)

A taxa de variação da coluna de gás existente sobre a espuma, Y (figura 2),

é obtida a partir da conservação da massa no volume de controle na região

superior:

Yi o

dm m mdt

= − (2.9)

( ) ( ) ( )Yi o

d VV V

dtρ

ρ ρ= − (2.10)

Se a densidade é considerada constante, então:

( ) ( ) ( )Yi o

d VV V

dt= − (2.11)

i o

dY V Vdt A A

= −

(2.12)

i odYdt

ψ ψ= − (2.13)

onde:

oψ , é a vazão volumétrica de gás, por unidade de área (m/s), que deixa o

volume total de controle.

Um balanço global nos três volumes, cuja área é considerada constante,

resulta:

0dY dL dhdt dt dt

+ + = (2.14)

substituindo em (2.14) as equações (2.6) e (2.8) fornecem:

i ddYdt

ψ ψ= − (2.15)

e das equações (2.13) e (2.15):

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o dψ ψ= (2.16)

Isto é, a vazão de gás que deixa o volume (de controle) é igual à vazão de

gás que é desabsorvido da mistura.

Por outro lado, a vazão volumétrica de gás que deixa o volume de controle é

igual a:

odvdt

ψ = (2.17)

onde v é o volume total de gás refrigerante, por unidade de área, que deixou

o volume do recipiente desde inicio do ensaio até um tempo t qualquer (m).

A vazão volumétrica de desabsorção de gás a partir da mistura de óleo e

refrigerante, por unidade de área, ou, dito de forma equivalente, o decréscimo do

volume de gás, por unidade de área, na solução supersaturada, será dado por:

r

d

Vd Adt

ψ

= (2.18)

onde Vr, é o volume de gás refrigerante, igual a cV , e

c, a concentração volumétrica de gás na mistura.

Com estas definições em mente, pode-se reescrever (2.18), na forma:

( )d

cVd Adt

ψ = (2.19)

onde V LA= .

Quando o gás deixar a mistura, a altura da coluna de líquido diminuirá de:

( )d

d Lcdt

ψ = − (2.20)

Das equações (2.16) e (2.20) obtém-se:

( )d Lcdvdt dt

= − (2.21)

Integrando (2.21) levando em consideração as condições iniciais, isto é,

0 0v = , 0L L= e 0c c= , obtém-se o volume cumulativo que é desabsorvido:

0 0v L c Lc= − (2.22)

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Jeelani (1990) propôs a seguinte equação para a variação do volume de gás

desabsorvido:

( )1 tfv v e β−= − (2.23)

onde fv é o volume total de gás desabsorvido por unidade de área e, β é a

constante da taxa de evolução do gás, que depende das condições iniciais de

supersaturação e da agitação do sistema líquido-gás.

Portanto, a taxa de desabsorção será dada por: ( )t

d fv e βψ β −= (2.24)

Hartland & Jeelani (1987) sugerem também que a vazão de gás que deixa a

espuma dependa da taxa de coalescência das bolhas, que depende, por sua vez, do

tamanho da bolha e da altura da espuma.

1 k j

i i iK hψ ϕ −= (2.25)

onde:

iK é uma constante que depende das propriedades físicas da mistura gás-

líquido; e

iφ , diâmetro da bolha, variável no tempo.

Jeelani & Hartland (1987) mencionam que os expoentes k e j em (2.25)

indicariam o comportamento da taxa de coalescência, sem explicar o como.

No modelo de Jeelani et al. (1990), para o caso de desabsorção de CO2, o

efeito da altura da espuma é desprezado e a taxa de coalescência depende,

exclusivamente, do diâmetro da bolha. Assim, propõem a seguinte relação:

ii

i

Kψϕ

= (2.26)

Fidi et al. (1993) consideram que a taxa de coalescência independe da

variação do tamanho da bolha, devido à rápida desabsorção, mas o modelo é

aplicado para o caso em que o gás é injetado no interior da solução:

i iKψ = (2.27)

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2.4. Análise experimental

2.4.1. Objetivo

O objetivo dos ensaios é quantificar a espuma produzida por queda abrupta

de pressão numa mistura de refrigerante R134a e um óleo lubrificante de éster

poliol. A mistura de refrigerante e óleo lubrificante é levada a um determinado

nível de pressão. Após a mistura atingir o equilíbrio entre fases, reduz-se

abruptamente a pressão e forma-se uma camada de espuma na interface superior

do líquido.

2.4.2. Descrição da montagem experimental

Utilizou-se parte do aparato experimental de Díaz (2002). Uma fotografia

da montagem é reproduzida na figura 5, e uma representação esquemática de todo

o equipamento na figura 6.

O aparato é constituído por um cilindro dosador (1), construído a partir de

um tubo de vidro de borossilicato, com comprimento de 400mm, diâmetro interno

de 37,6mm, diâmetro externo de 44mm, parede de 3,2mm, reforçada para suportar

pressões internas de até 3,4 MPa, e graduado em mm, por transdutores de pressão

e temperatura (2) cujas medidas são registradas num microcomputador, pelo

tanque (5) que contém o gás refrigerante conectado ao cilindro dosador por um

duto flexível cujo vazão é controlada pela válvula (4), e pela válvula de não

retorno (3). O registro de imagens da camada de espuma foi realizado por uma

filmadora digital (6). A queda de pressão é controlada por uma válvula tipo agulha

(7).

Emkarate RL10H fabricado pela UNIQEMA foi o óleo e o R134a, da

DuPont (Suva), o refrigerante empregados nos ensaios.

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Figura 5: Fotografia do tubo calibrado utilizado no experimento.

Figura 6: Esquema da disposição do aparato experimental utilizado no experimento.

Sistema para aquisição de dados

Tubo de borossilicato

(1)

SensoresP, T (2)

à válvula de descarga (7)

Válvula (3)

(7)

(1)

(6)

(5)

(2)

(3)

(4)

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2.4.3. Procedimento experimental

Com a válvula (3) fechada, uma certa quantidade de óleo, previamente

pesada, é introduzida pelo topo do tubo, que se encontra limpo e seco. Com a

conexão no topo do tubo e a válvula (7) fechadas, o tubo é abastecido de gás pelo

tanque (5) o qual está permitindo a evacuação da fase líquida. O peso do líquido

refrigerante é monitorado para que se atinja o equilíbrio de fases no tubo no nível

desejado. Após o refrigerante e o óleo lubrificante atingirem o equilíbrio de fases,

a válvula (7) é aberta até uma marca previamente estabelecida quando, então, será

formada a camada de espuma. A pressão e a temperatura são registradas e a

camada de espuma filmada até que a altura da interface líquido-gás não se altere.

2.4.4. Resultados experimentais

Um grande número de ensaios para levantar dados experimentais com o

objetivo de serem utilizados no modelo semi-empírico foi realizado. Para

diferentes concentrações iniciais, diferentes quedas de pressão foram utilizadas.

O processo de formação da camada de espuma é representado

pictóricamente na figura 7.

Figura 7: Etapas observadas no processo de formação de espuma

No primeiro instante 0, a válvula de descarga está fechada e a fase líquida

da mistura está em equilíbrio com a sua fase vapor à 0p e 0T . No instante seguinte

1, a válvula é aberta e inicia-se a descarga do gás refrigerante sem apresentar

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nucleação (formação de bolhas) do gás condensado; o nível visível do líquido

continua sendo o mesmo do nível inicial. Num terceiro instante, 2, o gás continua

a deixar o tubo e o nível de pressão e temperatura na mistura em fase líquida

permite que as primeiras bolhas tornem-se visíveis; há um substancial aumento do

nível de líquido, sem que ainda as bolhas cheguem à interface líquido-vapor.

Poder-se-ia afirmar que o instante 3 é o início da formação da camada de espuma,

quando as bolhas atingem o menisco. A camada de espuma começa, então, a

crescer, atingindo um máximo, e, em seguida, se reduz até desaparecer por

completo. E, no último instante 5, a desabsorção do gás persiste embora a camada

de espuma já tenha desaparecido.

Todos os experimentos relevantes levados a cabo são mostrados na Tabela

1. Os doze primeiros foram utilizados apenas a título de ensaio.

Dados obtidos para um experimento típico são representados graficamente

na figura 8. A pressão e a temperatura medidas foram registradas num dispositivo

de aquisição de dados, enquanto que a altura do líquido na coluna e a espessura da

camada de espuma foram medidas nas imagens obtidas. O registro de imagens foi

realizado com o auxílio de uma filmadora digital Sony modelo DCR-TRV20 que

permite obter 30 imagens por segundo.

Figura 8: Resultados dos testes experimentais em função do tempo.

P, T e altura (líquido + espessura de espuma)Exp. N°15

0

5

10

15

20

25

30

0 20 40 60 80 100

tempo (s)

T (°

C)

altu

ra (c

m)

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

pres

são

(Mpa

)

temperaturaalturapressão

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Exp. N°

Nível de óleo

(cm)

Nível da

mistura

líquida

óleo +gás

Po

To

Concentração

inicial

de

refrigerante

Abertura

de

válvula

Refrigerante

(cm) MPa °C kg/kg

13 9,4 0,6326 26,9 0,4850 6

14 9,4 15,0 0,6049 26,5 0,4880 8

15 9,4 0,6073 26,6 0,4878 10

16 9,4 0,6019 26,9 0,4883 14

17 9,4 0,4616 25,5 0,3491 14

18 9,4 12,0 0,4591 25,7 0,3403 16

19 9,4 0,4600 26,7 0,3395 18

20 9,4 0,5735 26,5 0,4315 8

21 9,4 0,5641 25,9 0,4331 10

22 9,4 13,5 0,5327 25,7 0,4392 12

23 9,4 0,5499 25,9 0,4359 14

24 9,4 0,5264 25,1 0,4404 16

Tabela 1: Experimentos realizados.

Imagens do décimo quinto experimento são mostradas na figura 9.

Pode-se observar, com clareza, as diferentes etapas na formação da espuma

ilustradas, esquematicamente, na figura 7.

O intervalo de tempo entre a abertura da válvula de descarga e o início da

elevação do menisco (tempo de retardo), o nível máximo atingido pelo menisco e

respectivo tempo transcorrido são mostrados na Tabela 2.

Com a abertura da válvula de descarga, o tempo de retardo apresenta

comportamento aleatório como pode ser, facilmente, concluído da Tabela 2.

Portanto, não se pode afirmar que existam tendências no seu comportamento.

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Figura 9: Imagens cronometradas do ensaio no 15.

Exp

. N°

Concentração

inicial de

refrigerante

kg/kg

Queda de

pressão

inicial

kPa/s

Início da

nucleação

(s)

Início da

formaçao

espuma

(s)

Tempo de

ocorrência

para a

espessura

máxima da

espuma

(s)

Espessura

máxima da

espuma

(cm)

Tempo de

duração

da

espuma

(s)

13 0,4850 6,6 2,0 2,83 4,23 2,7 >80

14 0,4880 25,5 4,0 4,90 8,97 2,0 61,5

15 0,4878 25,9 3,0 3,86 23,70 4,5 45,17

16 0,4883 32,6 2,0 3,00 11,80 13,6 28,47

17 0,3491 41,4 4,0 - - - -

18 0,3403 46,5 4,0 - - - -

19 0,3395 46,8 4,0 - - - -

20 0,4315 45,5 3,0 4,60 5,13 1,9 12,0

21 0,4331 47,1 2,6 3,80 4,67 6,4 16,2

22 0,4392 59,7 2,6 4,17 6,03 4,6 3,37

23 0,4359 43,9 1,6 2,77 3,47 4,5 4,37

24 0,4404 44,5 1,4 2,27 2,50 5,4 7,73

Tabela 2: Início da nucleação, da formação da espuma, espessura máxima e tempo de

duração da espuma.

3.58.02 3.58.25 3.59.19

4.01.02 4.32.23 4.55.25

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42

A partir da Tabela 2, podemos afirmar que o nível máximo alcançado pelo

menisco da coluna de líquido é mais elevado quando maior for a abertura da

válvula de descarga à concentrações elevadas do gás refrigerante (experimentos

13,14,15 e 16). A baixas concentrações (experimentos 17, 18 e 19), com uma

maior abertura da válvula de descarga, o mesmo fenômeno é observado. E

finalmente, a concentrações intermediárias (experimentos 20, 21, 22, 23 e 24)

nenhuma tendência é observada.

2.4.5. Redução de dados

A estimativa da espessura da camada de espuma envolve o cálculo do

equilíbrio de fases da mistura de refrigerante e óleo lubrificante. Mas como

efetuar o cálculo se a composição do óleo não é conhecida com exatidão? O

problema pode, no entanto, ser contornado se for considerado que o óleo não está

mais na fase vapor - o que é plenamente justificável haja vista a grande diferença

entre os valores da pressão de vapor do óleo e do refrigerante - e que a mistura é

ideal, reduzindo assim o cálculo do equilíbrio de fases à mera determinação da

fração mássica de cada componente na fase líquida, como é mostrado

detalhadamente na secção seguinte.

2.4.5.1. Hipóteses consideradas para o tratamento dos dados

As seguintes hipóteses foram consideradas no tratamento dos dados:

- O óleo, à temperatura de trabalho, só é encontrado na fase líquida.

- A pressão e a temperatura medidas fornecem as coordenadas

termodinâmicas da fase líquida, assumindo que em cada instante a mistura

permanece em equilíbrio.

- O volume de gás desabsorvido é aquele que deixa a mistura e modifica a

sua concentração.

- O líquido contém bolhas de gás refrigerante que está sendo desabsorvido,

e cuja concentração para fins de cálculo é desprezada.

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43

- As propriedades da mistura podem ser avaliadas a partir de correlações

para soluções ideais como utilizaram Grebner & Crawford (1992).

2.4.5.2. Aplicação e adaptação do modelo de Jeelani et al. (1990)

A espessura da camada de espuma, a altura do líquido, o tempo, a pressão, a

temperatura e a concentração de gás refrigerante são os parâmetros necessários à

adequação ao modelo Jeelani et al. (1990). O tempo, a pressão e a temperatura são

lidos e registrados pelo dispositivo de aquisição de dados. A espessura da camada

de espuma e a altura do líquido são determinadas a partir do exame cuidadoso das

imagens registradas pela filmadora. E com a ajuda de um programa auxiliar, as

densidades dos componentes na mistura e a concentração mássica do gás

solubilizado são calculadas.

2.4.5.2.1. Propriedades Óleo-Refrigerante:

Propriedades do refrigerante puro:

As propriedades termodinâmicas e de transporte do refrigerante R134a

foram obtidas através da utilização do pacote computacional REFPROP 6.01

(McLinden et al. 1998) disponível no Laboratório de Refrigeração e Aquecimento

do DEM-PUC-Rio.

Propriedades do óleo puro:

Normalmente os fabricantes não especificam a composição exata dos óleos,

mas fornecem dados sobre a família a que pertencem os óleos. O que, de certa

forma, facilita posterior estimativa de propriedades críticas para o cálculo do

equilíbrio de fases.

Ésteres são obtidos através da reação entre ácidos orgânicos (ou

inorgânicos) e álcoois. Ésteres naturais (óleos vegetais), por exemplo, resultam da

reação de ácidos carboxílicos de cadeias longas com o glicerol. Além de serem

usados em fragrâncias sintéticas na industria de perfumes, os ésteres são também

excelentes solventes industriais. O éster poliol utilizado no presente trabalho

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44

RL10H possui ramificações de pentaeritritol (ICI Emkarate RL, pentaerythritol

ester mixed acid - Henderson, 1994).

Análise cromatográfica do óleo realizada nos laboratórios do Departamento

de Química da PUC-Rio revelou um peso molecular para o óleo de 456 g/mol.

Análise de propriedades termofísicas realizada no Laboratório de

Caracterização de Fluidos do Departamento de Engenharia Mecânica da PUC-Rio

forneceram as propriedades listadas na Tabela 3 abaixo.

Propriedade Valor medido

20 °C :Densidade 0,9469 g/ml Viscosidade 18,55 mm2/s

40 °C: Densidade 0,9370 g/ml

Viscosidade 9,48 mm2/s

50 °C: Densidade 0,9356 g/ml

Viscosidade 7,17 mm2/s

Tabela 3: Propriedades termofísicas do óleo EMKARATE RL 10H

Dados adicionais sobre as propriedades do óleo Emkarate RL10H fabricado

pela UNIQEMA (ICI Brasil Química Ltda.) são mostrados na Tabela 4.

Propriedade Valores típicos

VISCOSIDADE A 40 ° C 9,9

VISCOSIDADE A 100 ° C 2,7

ÍNDICE DE VISCOSIDADE 112

PONTO DE FLUIDEZ °C -51

PONTO DE FULGOR °C 205

VALOR DE ACIDEZ 0,01

CONTEÚDO DE ÁGUA PPM <40

DENSIDADE a 20 °C G/ML 0,947

UNIDADES DE COLOR HAZEN 125

SOLUBILIDADE MÍNIMA 10% ÓLEO EM R134a

SOLUBILIDADE ALTA 10% LUBE IN 134a

APARIENCIA CLARO

Tabela 4: Especificação para o óleo EMKARATE RL 10 H

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45

2.4.5.2.2. Cálculo da concentração

Concebida nos anos quarenta com o objetivo específico de estudar o

equilíbrio de fases (cálculo do coeficiente de atividade) de misturas binárias em

que um dos componentes possuísse grande peso molecular (p.ex.: polímeros) e o

outro peso molecular normal, a teoria de Flory-Huggins vem sendo aplicada, com

sucesso, a misturas de refrigerante e óleos lubrificantes (Grebner &

Crawford,1992; Yana-Motta,1999). Resultados experimentais correlacionados por

Walström & Vamling (1999) (figura 10) confirmaram, uma vez mais, sua

capacidade preditiva.

Figura 10: Pressão de vapor versus fração molar para uma mistura refrigerante R134a e

óleo de tetrapentanoato de pentaeritritol medidas e correlacionadas pela teoria de Flory-

Huggins obtidas por Walström & Vamling (1999).

Ao contrário da fração molar, a variável composicional chave na teoria de

Flory-Huggins é a fração volumétrica pois o peso molecular de um dos

componentes da mistura raramente é conhecido com precisão. Para o óleo

lubrificante e refrigerante utilizados neste trabalho são, respectivamente, definidas

por: l

lo lolo l l

lo lo r r

y vy v y v

φ =+

, e l

r rr l l

lo lo r r

y vy v y v

φ =+

,

onde:

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46

loy e ry são as frações molares do óleo e da fase líquida do refrigerante, e

llov e l

rv os respectivos volumes líquidos molares.

ou como sugere Reid et al. 1987:

lo

lolo

lor

r lo

w

wwρφ

ρ ρ

=+

(2.28)

e,

r

rr

lor

r lo

w

wwρφ

ρ ρ

=+

(2.29)

oilw e rw são as frações mássicas do óleo e da fase líquida do refrigerante,

oilρ e rρ são as respectivas massas específicas do óleo e do refrigerante no estado

líquido.

O coeficiente de atividade rγ é calculado segundo a equação proposta por

Flory-Huggins:

( ) ( ) 21ln ln 1r r oil loγ φ φ χφξ

= + − +

(2.30)

onde: loillr

vv

ξ = é a relação de volumes molares líquidos ou expressa em termos de

pesos moleculares e massas específicas (Tesser et al. 1999):

lo

lo

r

r

Mw

Mwρξ

ρ

= (2.31)

e, χ , o parâmetro de iteração de Flory. É necessário conhecê-lo antes que

coeficiente de atividade do refrigerante seja calculado. Se a mistura for uma

solução polimérica, o coeficiente de atividade é dado pela equação:

( )r

lo rr

sat lo r

pp T F

γ −

= (2.32)

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47

onde:

oil rp − , é a pressão da mistura,

( )rsat lo rp T − , a pressão de saturação do refrigerante na temperatura da

mistura, e F é o fator de correção (para pressões moderadas 1F = ).

Grebner & Crawford (1992) correlacionaram diferentes valores de χ para

diversas misturas de refrigerante-óleo lubrificante e obtiveram uma faixa ótima

( 4 5χ− ≤ ≤ − )

Para o cálculo da concentração foi desenvolvido um algoritmo cujo

diagrama de fluxo é apresentado a seguir:

Algoritmo para o cálculo da concentração: 1. Ler pressão e temperatura;

2. Calcula a relação dos volumes molares com eq.(2.31);

3. Calcula o coeficiente de atividade com a eq.(2.32);

4. Valor inicial para a concentração inicial;

5. Com esta concentração calcula as frações volumétricas de óleo e gás

refrigerante com as equações (2.28) e (2.29);

6. Com os valores destas frações volumétricas, calcula o coeficiente de

atividade de Flory-Huggins com a eq.(2.30);

7. Compara os dois resultados para o coeficiente de atividade o

calculado no passo 3 e aquele do passo 6, se o valor estiver dentro da

tolerância o valor da concentração é aquele do valor inicial.

8. Caso contrário, se incrementa o valor da concentração e se recalcula

desde o passo 5 até encontrar o valor da concentração.

Resultados do cálculo da concentração: Na Tabela 5 e na figura 11 podem ser observados os resultados do método

de Flory-Huggins aplicado ao caso das concentrações iniciais em cada

experimento.

Observa-se uma maior discordância num único ponto.

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48

Exp. N°

massa

inicial de

refrigerante

(g)

massa

inicial de

óleo

(g)

concentração

inicial de

refrigerante

exp.

(g/g)

Concentração

inicial de

refrigerante

calculada por

Flory-Huggins

(g/g)

Erro

(%)

13 127,8 127 0,4850 0,5337 10,0

14 128,9 127 0,4880 0,4939 1,2

15 128,8 127 0,4878 0,4949 1,5

16 129,0 127 0,4883 0,4773 2,3

17 74,8 127 0,3491 0,3416 2,1

18 72,2 127 0,3403 0,3379 0,7

19 72,0 127 0,3395 0,3275 3,6

20 104,3 127 0,4315 0,4465 3,5

21 104,8 127 0,4331 0,4471 3,2

22 106,8 127 0,4392 0,4119 6,2

23 105,7 127 0,4359 0,4288 1,6

24 107,2 127 0,4404 0,4153 5,7

Tabela 5: Concentração inicial de refrigerante na mistura

Concentração de R134a

0.3000

0.3500

0.4000

0.4500

0.5000

0.5500

0.3000 0.3500 0.4000 0.4500 0.5000 0.5500

Concentração inicial prevista, g/g

Conc

entra

ção

inic

ial c

alcu

lada

por

Fl

ory-

Hugg

ins,

g/g

Figura 11: Concentração inicial de refrigerante na mistura.

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49

2.4.5.2.3. Massa específica da mistura:

A massa específica da mistura é calculada considerando a mistura de

refrigerante e óleo lubrificante como ideal (ASHRAE Handbook – Refrigeration,

1994; Yana-Motta et al. 1998) através da seguinte relação:

11 oil oil

m oil r

w wρ ρ ρ

−= + (2.33)

onde:

mρ , é a massa específica da mistura,

oilw , a concentração mássica do óleo,

oilρ , a massa específica do óleo e,

rρ , a massa específica do gás refrigerante.

2.4.5.2.4. Cálculo do volume desabsorvido

Para o cálculo do volume desabsorvido é necessário primeiro conhecer a

concentração do gás refrigerante na mistura líquida a cada instante. Em seguida,

ingressam-se os valores de p(t) e T(t) ao programa auxiliar mencionado na seção

2.4.5.2.3. e obtém-se a concentração ( )rw t . De posse da massa específica do gás

refrigerante e da massa específica da mistura, substitui-se a concentração mássica

pela concentração volumétrica C(t). Constrói-se ( )v t a partir da eq.(2.22) e, com

ajuda de um programa de ajuste de curvas (CurveExpert 1.37 de Hyams, 1995-

2001), calculam-se as constantes fv e β da eq.(2.23).

Resultados para o experimento no 15 são apresentados na figura 12.

Observa-se boa correlação entre os dados experimentais e o modelo proposto por

Jeelani (1990).

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50

Volume Desabsorvido por Unidade de Área - Exp.15

0

1020

30

4050

60

0 20 40 60 80 100

tempo, s

v, m

m experimentalJeelani

( )

2

0 ,022

0, 99

62, 679 1 t

r

v e −

=

= −

Figura 12: Volume desabsorvido, ajuste para a eq.(2.23) sugerida por Jeelani et al. (1990).

2.4.5.2.5. Cálculo da taxa de coalescência a partir do modelo de Jeelani et al. (1990)

Baseado na proposta de Jeelani (1990), calculam-se primeiramente a taxa de

coalescência considerando-a somente como função do diâmetro das bolhas,

eq.(2.26):

ii

i

Kψϕ

=

Um procedimento baseado na contagem do número de bolhas foi utilizado

para poder medir o diâmetro das bolhas a partir das imagens registradas de cada

experimento. A contagem era realizada de forma aproximada em cada fotografia,

e a divisão do diâmetro do tubo pelo número de bolhas fornecia o diâmetro médio

ainda que bastante grosseiro de cada bolha a cada instante.

A percepção de que o número de bolhas (contadas aproximadamente) em

cada fotografia não variava e a observação de que o tamanho das bolhas não se

alterava legitimaram qualitativamente o procedimento.

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51

Figura 13: Imagens cronometradas do experimento no 13 destacando o diâmetro das

bolhas em diferentes instantes.

A oscilação em torno de um valor médio, praticamente constante, fez com

que a taxa de coalescência pudesse ser considerada constante, como admitiram

Fidi et al. (1993) no estudo de espumas com injeção de gás a velocidade

controlada.

diâmetro médio da bolha

0

0.5

1

1.5

2

2.5

0 20 40 60 80

tempo, s

diâm

etro

, mm

Figura 14: Variação do diâmetro médio da bolha com o tempo, Exp.13.

19.22.32 19.22.37

19.23.07

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52

Ora, se o diâmetro for constante, então, a taxa de coalescência será dada

pela eq.(2.27):

i iKψ =

cuja integração fornece a espessura da espuma em função do tempo, t, ( )

1( )t

fi

v eh t K t C

β

ε= − − + (2.34)

onde as constantes fv , β e Ki são descritas na seção 2.3, e C1 a constante

de integração.

A função h(t), eq.(2.34), está representada no gráfico da figura 15.

Espessura da espuma (h)

-300

-250

-200

-150

-100

-50

0

50

0 20 40 60 80 100tempo (s)

espe

ssur

a (m

m)

experimental

taxa de coalescência cte.

Figura 15: Cálculo da espessura da camada de espuma no experimento no 13

considerando constante a taxa de coalescência.

A inadequação do modelo é óbvia a menos que outra hipótese mais realista

seja adotada para a taxa de coalescência das bolhas. Ou seja, supondo que a taxa

de coalescência dependa agora da espessura da espuma como sugerem Fidi et al.

(1993), então:

( ) ( )( )e ti c

dh tvf K h t h

dtβε β −= − − (2.35)

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53

cuja integração e condições iniciais, dadas por: ( )0 0h = , ch cte= ,

fornecem:

( ) ( )

( )

Ktt

f c c f c ce v Kh h v e Kh hh t

K K

ε ββε β βεβε βε

− − + − + −

= −− + − +

(2.36)

onde

( )f

c

v eK

h t h

ββ −

=−

A representação gráfica do modelo proposto (2.36) por Fidi et al. (1993) é

apresentada na figura 16.

Espessura da espuma

0

10

20

30

40

50

0 20 40 60 80

Tempo (s)

Espe

ssur

a (m

m)

experimentalEq. 2.36

Figura 16: A função h(t), eq.(2.36), onde a taxa de coalescência é função da espessura

de camada de espuma (experimento no 15).

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54

2.4.5.2.6. Função proposta para a espessura da espuma com uma nova forma da taxa de coalescência

Os resultados obtidos na seção 2.4.5.2.5. não são, decididamente, aceitáveis.

Por isto decidiu-se proceder de maneira inversa, isto é, de posse dos resultados de

um ensaio tentou-se construir uma função que pudesse estimar a taxa de

coalescência para a mistura R134a-éster poliol.

A integração da eq.(2.6) entre os limites 0t = até t t= fornece:

0 0 0

t t t

d idhdt

ε ψ ψ= −∫ ∫ ∫ (2.37)

( ) ( ) ( )0

0 1tt

fh t h v e Sβε − − = − − (2.38)

onde S é a função buscada:

( ) ( ) ( ) ( )1 0tfS t v e h t hβ ε− = − − − (2.39)

Com fv e β já obtidos e com os valores da espessura h(t) medidos

experimentalmente encontrou-se uma expressão de S dada por:

( )

1t cd

bS ae

−−

= ++

(2.40)

que foi ajustada de maneira que h(t) melhor represente a variação da

espessura da camada de espuma.

As constantes a, b, c, d em (2.40) foram obtidas com o aplicativo Table

Curve 1.11. A título ilustrativo, a função S é representada na figura 17.

Figura 17: Ajuste da função de coalescência para o Exp. 15.

Função S

-40

-20

0

20

40

60

0 20 40 60 80 100

tempo, s

funç

ão S

, mm

eq.2.39eq.2.40

74,44-23,81 ( 34, 48)8,191

S t

e

= +−

−+

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55

E, finalmente, com (2.39) e (2.40) pode, então, a espessura ser escrita na

forma desejada:

( ) ( ) ( )( )1 1 0

1

tf t c

d

bh t v e a he

β

ε−

−−

= − − + +

+

(2.41)

A figura 18 apresenta o gráfico da função h(t) para o experimento 15, com a

eq.(2.41)

Espessura da espuma

0

1

2

3

4

5

0 20 40 60 80 100

tempo, s

espe

ssur

a, c

m

experimentaleq.2.41

Figura 18: Variação da espessura da camada de espuma, h(t), calculada com a função

proposta por este trabalho (2.41) (experimento no 15).

Como pode ser visto, a representação é substancialmente melhor à obtida

com Jeelani & Hartland (1990).

2.4.5.3. Altura do líquido

Observou-se, a partir das imagens registradas, que a variação da altura do

líquido apresenta um comportamento exponencial, conforme apresentado, a título

ilustrativo, na figura 19.

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56

Figura 19: Variação da altura do líquido para o experimento no 15.

Portanto, a expressão para o cálculo do nível total, altura do líquido mais a

espessura da espuma, é a correspondente equação exponencial da altura do líquido

mais a eq.(2.41) correspondente à espessura da espuma:

( ) ( )10 ( )

1( ) ( ) 1 01

L t tf t c

d

bL t h t L e v e a he

β

ε−

−−

+ = + − − + +

+

(2.42)

onde 0L , 1L , fv , β , a, b, c, d são constantes.

2.4.6. Análise dos resultados

Em linhas gerais pode-se afirmar, baseado nos diversos experimentos

realizados, que a formação da camada de espuma é fortemente influenciada pela

concentração de gás refrigerante na mistura. A baixas concentrações (ensaios 17,

18 e 19) não há formação de espuma, apenas elevação do menisco na coluna de

líquido. Para concentrações maiores (ensaios 13,14 15 e 16) a formação de

espuma se da independentemente da abertura (maior ou menor) da válvula de

descarga. Sob concentrações intermediárias (20, 21, 22, 23 e 24) há formação de

uma camada de espuma que, no entanto, se desfaz rapidamente. A abertura da

válvula de descarga também influencia a formação da camada de espuma. Para

uma dada concentração, quanto maior for a abertura da válvula maior será a

espessura da camada de espuma.

Altura do líquido

10

12

14

16

18

20

0 20 40 60 80 100

tempo, s

altu

ra, c

m

experimental

0,003816,7 te−2 0,93r =

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57

Na figura 20 apresentam-se resultados qualitativos para os três níveis de

concentração. A espuma é mais duradoura no tempo (‘espuma estável’) para

maiores concentrações; não se apresenta em baixas concentrações (‘sem espuma’)

e, em concentrações intermediarias, a espuma não apresenta tendência alguma, e é

menos duradoura no tempo (‘espuma instável’).

Figura 20: Mapa da espuma.

O emprego da expressão (2.41) propiciou boa concordância entre os valores

calculados e os medidos experimentalmente nos ensaios 13, 14, 15 e 16 (figura 21

a figura 24). O mesmo não ocorreu nos ensaios 20, 21, 22, 23 e 24 (figura 26 a

figura 30) onde a camada de espuma é efêmera. A discrepância entre os valores

teóricos (2.42) e os dados experimentais é notória.

A baixas concentrações, onde não há formação da camada de espuma, a

variação da altura do líquido é considerada exponencial (figura 25).

Pode observar-se, também, que o modelo apresenta espuma quando não

deveria existir, isto é, no primeiro instante entre o início da despressurização e o

início da formação da espuma.

As constantes de ajuste utilizadas na expressão da eq.(2.42) são

apresentadas na Tabela 6.

0,349 0,431

sem espuma espuma instável espuma estável

0,44 0,485

Concentração de gás refrigerante na mistura

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58

Espessura da Espuma - Exp.13

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

0 20 40 60 80 100

tempo, s

cm experimentalmodelo

Altura do líquido + Espessura da Espuma - Exp.13

121314151617181920

0 20 40 60 80 100tempo, s

cm

experimentalmodelo

Pressão - Exp.13

0.2

0.25

0.3

0.35

0.4

0.45

0.5

0.55

0.6

0.65

0.7

0 20 40 60 80 100

Tempo, s

Pres

são,

MPa

Figura 21: Resultados experimentais e do modelo para a espessura da espuma e a

altura do líquido + espessura da espuma para o experimento 13.

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59

Espessura da Espuma - Exp. 14

0

0.5

1

1.5

2

2.5

0 20 40 60 80 100

tempo, s

cm

experimentalmodelo

Altura do Líquido + Espessura da Espuma - Exp. 14

1213141516171819

0 20 40 60 80 100tempo, s

cm

experimentalmodelo

Pressão - Exp. 14

0.2

0.3

0.3

0.4

0.4

0.5

0.5

0.6

0.6

0.7

0 20 40 60 80 100

Tempo, s

Pres

são,

MPa

Figura 22: Resultados experimentais e do modelo para a espessura da espuma e a

altura do líquido + espessura da espuma para o experimento 14.

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60

Espessura da espuma - Exp.15

0

1

2

3

4

5

0 20 40 60 80 100

tempo, s

cm

experimentalmodelo

Altura do Líquido + Espessura da espuma - Exp.15

10

1214

16

1820

22

0 20 40 60 80 100

tempo, s

cm

experimentalmodelo

Pressão - Exp.15

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0 20 40 60 80 100

Tempo, s

Pres

são,

MPa

Figura 23: Resultados experimentais e do modelo para a espessura da espuma e a altura do líquido + espessura da espuma para o experimento 15.

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61

Espessura da Espuma - Exp.16

02468

10121416

0 20 40 60 80 100

tempo, s

cm

experimentalmodelo

Altura do líquido + Espessura da Espuma - Exp.16

10

15

20

25

30

0 20 40 60 80 100

tempo, s

cm

experimentalmodelo

Pressão - Exp.16

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0 20 40 60 80 100

Tempo, s

Pres

são,

Mpa

Figura 24: Resultados experimentais e do modelo para a espessura da espuma e a

altura do líquido + espessura da espuma para o experimento 16.

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62

Altura do Líquido - Exp. 17

1011

1213

1415

16

0 10 20 30 40 50 60 70

tempo, s

cm

experimentalmodelo

Pressão - Exp. 17

0.1

0.2

0.2

0.3

0.3

0.4

0.4

0.5

0.5

0 10 20 30 40 50 60 70

Tempo, s

Pres

são,

MPa

Figura 25: Resultados experimentais e do modelo para a altura do líquido para o experimento 17.

Altura do Líquido - Exp.18

10

11

12

13

14

15

0 20 40 60 80

tempo, s

cm

experimentalmodelo

Pressão - Exp. 18

0.0

0.1

0.1

0.2

0.2

0.3

0.3

0.4

0.4

0.5

0.5

0 20 40 60 80

Tempo, s

Pres

são,

MPa

Figura 26: Resultados experimentais e do modelo para a altura do líquido para o experimento 18.

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63

Altura do Líquido - Exp.19

1011

1213

1415

16

0 20 40 60 80

tempo, s

cm

experimentalmodelo

Pressão - Exp. 19

0.0

0.1

0.1

0.2

0.2

0.3

0.3

0.4

0.4

0.5

0.5

0 20 40 60 80

Tempo, s

Pres

são,

MPa

Figura 27: Resultados experimentais e do modelo para a altura do líquido para o

experimento 19.

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64

Espessura da Espuma - Exp.20

0

0.5

1

1.5

2

0 10 20 30 40 50 60 70 80

tempo, s

cm

Experimentalmodelo

Altura do Líquido + Espessura da Espuma - Exp.20

12

13

14

15

16

17

0 10 20 30 40 50 60 70 80

tempo, s

cm

Experimentalmodelo

Pressão - Exp. 20

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0 10 20 30 40 50 60 70 80Tempo, s

Pres

são,

MPa

Figura 28: Resultados experimentais e do modelo para a espessura da espuma e a altura do líquido + espessura da espuma para o experimento 20.

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Espessura da Espuma - Exp.21

01234567

0 10 20 30 40 50 60

tempo, s

cm

experimentalmodelo

Altura do Líquido + Espessura da Espuma - Exp.21

121314151617181920

0 10 20 30 40 50 60

tempo, s

cm

experimentalmodelo

Pressão - Exp. 21

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0 10 20 30 40 50 60

Tempo, s

Pres

são,

MPa

Figura 29: Resultados experimentais e do modelo para a espessura da espuma e a altura do líquido + espessura da espuma para o experimento 21.

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66

Espessura da Espuma - Exp.22

0

1

2

3

4

5

0 20 40 60 80 100

tempo, s

cm

experimentalmodelo

Altura do Líquido + Espessura da Espuma - Exp.22

10111213141516171819

0 20 40 60 80 100

tempo, s

cm

experimentalmodelo

Pressão - Exp. 22

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0 20 40 60 80 100

Tempo, s

Pres

são,

MPa

Figura 30: Resultados experimentais e do modelo para a espessura da espuma e a altura do líquido + espessura da espuma para o experimento 22.

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67

Espessura da Espuma - Exp.23

0

1

2

3

4

5

0 20 40 60 80 100

tempo, s

cm

experimentalmodelo

Altura do Líquido + Espessura da Espuma - Exp.23

101112131415161718

0 20 40 60 80 100

tempo, s

cm

experimentalmodelo

Pressão - Exp. 23

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0 20 40 60 80 100

Tempo, s

Pres

são,

MPa

Figura 31: Resultados experimentais e do modelo para a espessura da espuma e a altura do líquido + espessura da espuma para o experimento 23.

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68

Espessura da Espuma - Exp.24

0

1

2

3

4

5

6

0 20 40 60 80

tempo, s

cm

experimentalmodelo

Altura do Líquido + Espessura da Espuma - Exp.24

10

12

14

16

18

20

0 20 40 60 80

tempo, s

cm

experimentalmodelo

Pressão - Exp. 24

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0 20 40 60 80

Tempo, s

Pres

são,

MPa

Figura 32: Resultados experimentais e do modelo para a espessura da espuma e a altura do líquido + espessura da espuma para o experimento 24.

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69

Exp. fv β 0L 1L ( )0h a b c d

13 42,953 0,035 15,945 -0,002 0,0 -263,170 303,511 -44,447 27,007

14 51,811 0,022 16,347 -0,003 0,0 -10,360 55,393 33,636 15,147

15 62,679 0,022 16,700 -0,004 0,0 -23,813 74,448 34,483 8,190

16 104,304 0,010 16,437 -0,004 0,0 -91,288 138,650 26,967 3,420

17 26,901 0,042 14,108 -0,003 0,0 - - - -

18 26,965 0,056 14,202 -0,004 0,0 - - - -

19 25,852 0,075 14,367 -0,004 0,0 - - - -

20 40,234 0,037 14,439 -0,002 0,0 -32,396 68,844 6,311 12,547

21 56,198 0,138 14,596 -0,003 0,0 2,107 53,115 12,749 2,284

22 38,565 0,050 14,887 -0,003 0,0 -12,013 46,704 11,983 4,696

23 40,316 0,053 14,742 -0,002 0,0 -129,291 168,484 -11,314 12,504

24 40,486 0,048 15,089 -0,003 0,0 -23,620 60,685 10,126 6,970

Tabela 6: Constantes para o cálculo da altura do líquido e a espessura da espuma para

cada experimento, eq.(2.42):

Resultados preliminares para parâmetros a serem utilizados na simulação

numérica do compressor hermético são apresentados a seguir:

Tempo para o início da nucleação, s, valor médio para todos os

experimentos:

2,85nucleacaot∆ = (2.43)

Tempo para o início da formação da espuma, valor médio para todos os

experimentos, s:

3,578espumat∆ = (2.44)

Tempo para que a camada de espuma seja máxima, valor médio para todos

os experimentos, s:

7,833espuma maximat∆ = (2.45)

As equações (2.43), (2.44) e (2.45) são os melhores resultados para todos os

experimentos considerando a avaliação feita com o pacote estatístico Design

Expert 6.0.6.

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70

Espessura máxima da espuma, cm: 2

2max 0 0 03660 1,336 04 32,53 1,202 04 0,04019 64,53dP dP dPH E C E C C

dt dt dt= − − + + +

2max 0,7718r de H = (2.46)

Duração da espuma, s:

0 01232 2841 33,27 76,19dP dPtempodeespuma C Cdt dt

= − + + −

2 0,9506r de tempodeespuma = (2.47)

Altura do líquido, cm/cm:

max0, 2387L

L= (2.48)

Os resultados experimentais deste capítulo estão apresentados e discutidos

em Vera-Becerra & Parise (2003).

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