37
O ecossistema humano

2. geossistema

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 2. geossistema

O ecossistema humano

Page 2: 2. geossistema

Sistema

• Do grego systema – reunião, grupo, conjunto

• “conjunto de partes interligadas” – J. BRIAN McLOUGHLIN (Urban and regional planning, 1971)

• “conjunto de elementos que se encontram em interação” (von BERTALANFFY)

Page 3: 2. geossistema

Sistema

• Cada parte pode ser considerada isoladamente, sem jamais perder a noção do conjunto

• As partes são divididas em conjuntos menores (subsistemas) e se inserem em conjuntos maiores

Page 4: 2. geossistema

O sistema deve conter• Elementos ou unidades - são suas partes componentes• Relações – os elementos integrantes do sistema

encontram-se interrelacionados, um dependendo do outro, através de ligações que denunciam os fluxos

• Atributos – qualidades que se atribuem aos elementos a fim de caracterizá-los

• Entrada (input) – constituída por aquilo que os sistemas recebem

• Saída (output) – transformações que as entradas sofrem no interior do sistema e que, depois, são encaminhadas para fora

CHRISTOFOLETTI, 1979

Page 5: 2. geossistema

Entradas, saídas

Os sistemas recebem inputs que são processados e geram outputs, que são

os produtos para o consumo, e seus dejetos retornam ao ambiente

Page 6: 2. geossistema

Ecossistema

Page 7: 2. geossistema

Teoria Geral dos Sistemas

• necessidade de compartimentar a realidade do meio físico terrestre em unidades homogêneas (sistemas ambientais), havendo a ampla concepção de que são completamente interdependentes

• HALL & FAGEN (Definition of systems, General Systems, Yearbook, 1 : 18-26, 1956) – “sistema é o conjunto dos elementos e das relações entre eles e entre os seus atributos”

Page 8: 2. geossistema

Ecossistema

uma entidade ou unidade natural, que inclui as partes animadas e inanimadas para produzir um sistema estável no qual a

troca entre as duas partes inscrevem-se em encaminhamentos circulares

ODUM, 1983

Page 9: 2. geossistema
Page 10: 2. geossistema
Page 11: 2. geossistema

A cidade

• Pode ser interpretada como um ecossistema cujas partes componentes são as zonas de atividade (zonas de uso da terra) e cujas comunicações ou conexões são canais de comunicação (vias de autoveículos)

• Os canais de comunicação não desempenham papel passivo: modificam e criam zonas de atividades ao mesmo tempo em que são modificados por elas

Page 12: 2. geossistema
Page 13: 2. geossistema

No ecossistema urbano• Ambiente de saída é geralmente menor do que

o de entrada

• Ambiente urbano pode ser considerado um “parasita” dos ecossistemas associados (rurais, florestados) pelas atuais formas de administração

• Modelo atual não prevê nenhum tipo de produção de alimentos nem purifica o ar ou recicla materiais e água

Page 14: 2. geossistema
Page 15: 2. geossistema
Page 16: 2. geossistema

A cidade

Pode ser entendida como um ecossistema urbano formado por dois sistemas

relacionados:

1. Sistema natural

2. Sistema antrópico

Page 17: 2. geossistema

Milton Santos, 1985

o espaço deve ser entendido como sendo a natureza mais a sociedade, e classifica os elementos do espaço em:

1. homens (fornecedores e candidatos ao trabalho)2. firmas (produção de bens, serviços e ideias)3. instituições (produção de normas, ordens e

legitimações) 4. meio ecológico (conjunto de complexos territoriais,

base física do trabalho humano)5. infraestrutura (trabalho humano materializado e

geografizado na forma de casa, plantações, caminhos, etc)

Page 18: 2. geossistema

A cidade é um ecossistema...

• Urbanismo orgânico (LE CORBUSIER, planejadores americanos e escandinavos) – a cidade tem a estrutura de um ser vivo, procurando-se organizar os núcleos urbanos de forma escalonada atribuindo-se às funções urbanas (MORAR, TRABALHAR, CIRCULAR, RECREAR) o papel de criar as formas urbanas

Page 19: 2. geossistema

Ecossistema incompleto

• Delpoux (1974) não considera como um ecossistema, mas lembra que isso seria possível considerando-se a cidade como um ecossistema desequilibrado

• Ecossistema incompleto ou heterotrófico - relativo aos organismos que não conseguem sintetizar seu próprio alimento, necessitando de substâncias orgânicas fornecidas pelo ambiente

Page 20: 2. geossistema
Page 21: 2. geossistema
Page 22: 2. geossistema
Page 23: 2. geossistema

O Geossistema

1. Modelização de geossistemas à base de sua dinâmica espontânea e antropogênica e do regime natural a ela correspondente

2. Análise de axiomas e outros princípios de uma teoria especial de geossistemas como parte da teoria geral (metateoria) dos sistemas

3. Investigação de métodos racionais para a avaliação quantitativa de geossistemas e processos formadores da paisagem, particularmente do aparatus matemático adequado à sua descrição

4. Análise sistêmica das conexões espaciais no âmbito geográfico, em níveis planetário, regional ou topológico

Page 24: 2. geossistema

O Geossistema

5. Pesquisas sobre a condição (ou estado) espacial-temporal dos geossistemas e montagem dos seus modelos geográficos, principalmente dos mapas doambiente em conexão com os problemas de sua conservação e optimização

6. Estudo da influência dos fatores sócio-econômicos no ambiente natural e prognose dos geossistemas do futuro

7. Exame geográfico de projetos para o complexo utilização-conservação do ambiente geográfico

8. Seleção, processamento e sistematização de informações referentes à paisagem natural para fins educacionais ou de pesquisa

Page 25: 2. geossistema

BERTRAND, 1968, 1972

• Estudar uma paisagem é, antes de tudo, uma questão de método, e seus estudos devem ser estruturados segundo:

1. Análise das paisagens

2. Síntese das paisagens

3. Dinâmica das paisagens

4. Tipologia das paisagens

5. Cartografia das paisagens

Page 26: 2. geossistema

Análise das paisagens

• Para analisar as paisagens, é essencial a noção de escala, não só espacial como também temporal. Nessa análise, tomar cuidado com a tendência generalizada que se tem para proposição de classificações elementares (climáticas, pedológicas, bio-ecológicas)

Page 27: 2. geossistema
Page 28: 2. geossistema

GEOSSISTEMA

• Está em clímax quando há um equilíbrio entre o potencial ecológico e a exploração biológica. Eles são, porém, instáveis.

• Lembrar “fatores limitantes” e “mobilidade ecológica”

• Dinâmica da paisagem – os elementos participam de uma dinâmica comum

• Tipologia das paisagens – designar as U.P. pela vegetação correspondente

• Tipologia segundo a dinâmica (progressiva, regressiva, estável)

Page 29: 2. geossistema

Tipologia das paisagens

• Antes de classificar, é preciso dar nome aos Geossistemas (Geossistema das florestas tropicais úmidas)

• Traços ou associações geográficas características + conjunto regional ao qual pertence o Geossistema

• Tipologia dinâmica (sistema de evolução, estágio em relação ao clímax, sentido geral da dinâmica (progressiva, regressiva, estável)

• 6 tipos de geossistemas em 2 conjuntos dinâmicos

Page 30: 2. geossistema

Quadro 1 Proposta de classificação da paisagem em níveis tempo-espaciais e a relação de

grandeza das unidades de paisagem

FONTE: Adaptado de Bertrand (1968).As correspondências entre as unidades são muito aproximadas e dadas somente a título de exemplo:(1) Conforme Cailleux, Tricart e Viers.(2) Conforme Sorre, M .(3) Conforme Brunet.

Page 31: 2. geossistema

Níveis de planejamento na Alemanha (modificado por NUCCI, 2001)

Planning levels Comprehensive planning

Landscape planning Scale

Federal Federal development plan

State State development programs/plan

Landscape program 1:1.000.000 a 1:500.000

Region: administrative

District County

Regional plan Regional landscape plan 1:50.000 a 1:25.000

Community/Town Land use /

Master Plan

Local landscape plan

Urban open space plan

1:10.000 a 1:5.000

1:1.000

Site “construction plan”

Page 32: 2. geossistema

Níveis de planejamento no BrasilNível Abrangência do

planoPlanejamento da

paisagemEscala

Federal Planos nacionais

(PAC, Real, PND)

Regional Superintendências regionais de desenvolvimento

1:100.000 a 1:1.000.000

Estadual Programas de desenvolvimento estadual

1:50.000 a 1:100.000

Municipal PDDUA

Plano de arborização urbana

1:10.000 a 1:5.000

1:1.000

Local Planta da casa

Page 33: 2. geossistema

a interferência do homem no ecossistema deve ser considerada

como algo natural e normal, da mesma forma que ocorre a interferência de outras espécies, inclusive os microorganismos.

Acontece que a participação humana no ecossistema é muito mais ditada por

imperativos econômicos do que biológicos

Page 34: 2. geossistema

a cidade representa um complexo ecossistema humano, mas longe de ser um deserto para

outras formas de vida, ela cria, deliberadamente ou não, uma variedade de ambientes que são colonizados por criaturas vivas. Alguns deles

são variantes de condições naturais (parques e jardins), mas outros são anti-naturais por

completo. As espécies adaptáveis conseguem viver nas cidades e, em certos casos,

proliferam, a exemplo dos ratos e das moscas.

Page 35: 2. geossistema
Page 36: 2. geossistema
Page 37: 2. geossistema

Referências• ARIZA, C. G.; SANTOS, Douglas G. Qualidade ambiental e Planejamento urbano. Revista Caminhos de

Geografia, Uberlândia, v. 9, n. 26, jun/2008, p. 224-242• BERNALDEZ, F. G. Ecologia y paisaje. Madrid: H. Blume Ediciones, 1981• BERTRAND, G. Paisagem e Geografia Física Global: esboço metodológico. Revista Ra’E Ga, Curitiba, n. 8, p.

141-152, 2004. Disponível em: http://www.nepa.ufma.br/Producao/importantes/paisagem%20bertrand.pdf • CHRISTOFOLETTI, A. Análise de sistemas em Geografia. São Paulo: Ed. da Univ. de São Paulo, 1979• DEFFONTAINES, J.-P. Analyse des situations dans différentes régions de France. Freins à l’adoption

d’innovations techniques, Études Rurales, n. 52, pp.81-90, 1972• FERRARI, C. Curso de planejamento municipal integrado: urbanismo. 7ª edição, São Paulo: Pioneira, 1991• FRANCO, Maria A. R. Planejamento ambiental para a cidade sustentável. São Paulo: Annablume: FAPESP,

2001• MARCUS, M.G.; DETWYLER, T. R. Urbanization and environment. Belmont, Califórnia: Duxbury Press, 1972• MONTEIRO, Carlos Augusto de F. Geossistemas: a história de uma procura. São Paulo : Contexto, 2000 • MOTA, J. A., O Valor da Natureza: Economia e política dos recursos ambientais. Rio de Janeiro: Garamond,

2001• MOTA, S. Urbanização e Meio Ambiente. Rio de Janeiro: ABES 1999.• NUCCI, J. C. Qualidade ambiental & adensamento urbano: um estudo de ecologia e planejamento da

paisagem aplicado ao distrito de Santa Cecília (MSP). São Paulo: Humanitas/FFLCH/USP, 2001• ODUM, E. Ecologia. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988