16
METODOLOGIA PBL – CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS ARTIGO CIENTÍFICO O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL BRASILEIRO SOBRE OS CONTRATOS DE CARTÃO DE CRÉDITO Bruno Alexn!ro To"#$%& ' Je($(el Louren)o * Jul(ne Ben+o, T-(.o /(ll(n Lon.o L(no 0 RESUMO1 O presente art igo tra z uma problemática envolvendo uma ação de revisão de contrato de cartão de crédito, ajuizada pelo cliente contratante em face do banco contratado, o prestador do serviço. No caso em questão, se trabalha na posição de advogado do banco, buscando a reforma de decisão proferida por juiz de primeiro grau, favorável ao autor da ação. PA LA 2RAS3C4A2ES1 DIREITO5 BA NC6RIO5 JURISPRUDÊNCIA5 CARTÃO5 CRÉDITO5 '5 INTRODU7ÃO   informação e o conhecimento da população não acompanha a evolução gal opante das relaç!es co mer ciais, ger and o a cad a dia, mai s desacordos em contratos. "uito destes desacordos são gerados pela ansiedade do contratante e também pela #nsia do neg$cio por parte do contratado. O caso em foco é do %r. &oão 'ereira da %ilva que ajuizou ação para revisão de contrato de cartão de crédito em face do (anco )elta %* . O mesmo obteve sucesso em seus pedidos, tendo o juiz prolatado sentença resolutiva de mérito onde+ i- reconhece o contrato como de adesão, subordinandoo ao /$digo de )efesa de /onsumidor0 ii- afasta a capitalização mensal de juros pactuados nos contratos0 iii- af as ta as ta 1a s de juros remunerat$rios el eitas pelo (anco )elta %* , se ndo necessária a fi1ação no patamar de 234 doze por cento- ao ano0 iv- veda a 1  (acharelando em )ireito, 5N6%O/67%/, bonnerbruno8hotmail.com0 3 (acharelando em )ireito, 5N6%O/67%/,  jeiziel.rl8gmail.com0 9 (acharelando em )ireito, 5N6%O/67%/,  julianeebento8gmail.com0 : (acharelando em )ireito, 5N6%O/67%/, t;lino8gmail.com0 2 <= >?:? <ev.?? 'ágina 2 de 2>

2. O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL BRASILEIRO SOBRE OS CONTRATOS DE CARTÃO DE CRÉDITO.doc

Embed Size (px)

Citation preview

7/17/2019 2. O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL BRASILEIRO SOBRE OS CONTRATOS DE CARTÃO DE CRÉDITO.doc

http://slidepdf.com/reader/full/2-o-entendimento-jurisprudencial-brasileiro-sobre-os-contratos-de-cartao 1/16

METODOLOGIA PBL – CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

ARTIGO CIENTÍFICO

O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL BRASILEIRO SOBRE OS CONTRATOSDE CARTÃO DE CRÉDITO

Bruno Alexn!ro To"#$%&'

Je($(el Louren)o*

Jul(ne Ben+o,

T-(.o /(ll(n Lon.o L(no0

RESUMO1 O presente artigo traz uma problemática envolvendo uma ação derevisão de contrato de cartão de crédito, ajuizada pelo cliente contratante em face dobanco contratado, o prestador do serviço. No caso em questão, se trabalha naposição de advogado do banco, buscando a reforma de decisão proferida por juiz deprimeiro grau, favorável ao autor da ação.

PALA2RAS3C4A2ES1 DIREITO5 BANC6RIO5 JURISPRUDÊNCIA5 CARTÃO5CRÉDITO5

'5 INTRODU7ÃO

  informação e o conhecimento da população não acompanha a evolução

galopante das relaç!es comerciais, gerando a cada dia, mais desacordos em

contratos. "uito destes desacordos são gerados pela ansiedade do contratante e

também pela #nsia do neg$cio por parte do contratado.

O caso em foco é do %r. &oão 'ereira da %ilva que ajuizou ação para revisão

de contrato de cartão de crédito em face do (anco )elta %*. O mesmo obteve

sucesso em seus pedidos, tendo o juiz prolatado sentença resolutiva de mérito onde+

i- reconhece o contrato como de adesão, subordinandoo ao /$digo de )efesa de

/onsumidor0 ii- afasta a capitalização mensal de juros pactuados nos contratos0 iii-

afasta as ta1as de juros remunerat$rios eleitas pelo (anco )elta %*, sendo

necessária a fi1ação no patamar de 234 doze por cento- ao ano0 iv- veda a

1 (acharelando em )ireito, 5N6%O/67%/, bonnerbruno8hotmail.com03 (acharelando em )ireito, 5N6%O/67%/, jeiziel.rl8gmail.com0 

9 (acharelando em )ireito, 5N6%O/67%/,  julianeebento8gmail.com0: (acharelando em )ireito, 5N6%O/67%/, t;lino8gmail.com02

<= >?:? <ev.??'ágina 2 de 2>

7/17/2019 2. O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL BRASILEIRO SOBRE OS CONTRATOS DE CARTÃO DE CRÉDITO.doc

http://slidepdf.com/reader/full/2-o-entendimento-jurisprudencial-brasileiro-sobre-os-contratos-de-cartao 2/16

METODOLOGIA PBL – CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

ARTIGO CIENTÍFICO

cobrança cumulada da comissão de perman@ncia com a correção monetária0 v-

estabelece o 6N'/ como Andice de correção monetária0 vi- afasta a incid@ncia dosencargos morat$rios em razão da aus@ncia de culpa pelo inadimplemento da

obrigação0 vii- defere a compensação de valores, considerando os valores pagos a

mais por &oão 'ereira da %ilva, o que deverá ser verificado em liquidação de

sentença por cálculo aritmético.

Boi necessária a ampla pesquisa de jurisprud@ncias dos tribunais superiores,

visto que o assunto é recente e carece de maiores discuss!es doutrinários. O artigo

objetiva o embasamento para uma apelação em face da sentença prolatada pelo juiz

da 3C vara de )ireito (ancário de &oinville*%/.

*5 O CONTRATO DE ADESÃO8 O CARTÃO DE CR9DITO E O DIREITO DO

CONSUMIDOR

/om a e1pansão mercadol$gica do Dltimo século EE e, automaticamente,

com aumento das operaç!es comerciais de consumo, surgiu uma figura contratual

chamada de contrato de adesão. Fratase de uma forma contratual originada em

decorr@ncia da oferta em massa de produtos e serviços para consumo, onde se

objetiva a rapidez na conclusão do neg$cio, já e1istindo um modelo pré

estabelecido, sem que o contratante tenha liberdade de alterar suas cláusulas.

/omo bem define o art. G: da Hei I.?JI de 22 de setembro de 2KK?, o nosso /$digo

de )efesa do /onsumidor+

 rt. G:. /ontrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sidoaprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmentepelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possadiscutir ou modificar substancialmente seu conteDdo.

'ortanto, verificase que o contratante é, na verdade, um aderente ao

contrato, pois não se possibilita que discuta os termos do mesmo. forma do

contrato de adesão é massivamente caracterizada atualmente, sendo a regra nas

relaç!es de consumo, onde na prática o consumidor, diante de uma grande

variedade de opç!es, possui tend@ncia a optar pelo que mais lhe atende as

<= >?:? <ev.??'ágina 3 de 2>

7/17/2019 2. O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL BRASILEIRO SOBRE OS CONTRATOS DE CARTÃO DE CRÉDITO.doc

http://slidepdf.com/reader/full/2-o-entendimento-jurisprudencial-brasileiro-sobre-os-contratos-de-cartao 3/16

METODOLOGIA PBL – CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

ARTIGO CIENTÍFICO

necessidades de consumo, dei1ando de lado as quest!es jurAdicas 'O<FO0

LO"7%, 3?23-.No caso em análise, o contrato de cartão de crédito foi contratado perante o

(anco )elta %*, instituição financeira regulada pelas normas do (anco /entral.

instituição financeira é vista como fornecedora, nos moldes do artigo M do /)/+

 rt. M Bornecedor é toda pessoa fAsica ou jurAdica, pDblica ou privada,nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, quedesenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção,transformação, importação, e1portação, distribuição ou comercialização de

produtos ou prestação de serviços.P 2 'roduto é qualquer bem, m$vel ou im$vel, material ou imaterial.P 3 %erviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, decrédito e securitária, salvo as decorrentes das relaç!es de caráter trabalhista.

)enotase então, que o contrato de um serviço prestado por uma instituição

financeira, se sujeita as normas do /$digo de )efesa do /onsumidor, visto em

@nfase o P3, que cita que a empresa, que e1erce atividades de natureza bancária e

financeira, é caracterizada como fornecedor.O cartão de crédito, serviço prestado pela instituição financeira, é definido por 

Hacerda Bilho 2KK?, p. G3-+

O instituto constitui uma espécie de contrato de crédito Q um contrato de usoeventual de um crédito previamente aberto e aprovado Q cumprindo essafinalidade independente da espécie de cartão de que se esteja tratando,seja bilateral, trilateral ou plurilateral com caracterAsticas bancárias ou nãobancárias, dado a intervenção ou não da empresa especializada e deinstituição financeira.

O cartão de crédito, geralmente, é emitido de forma eletrRnica, não gerando

contrato fAsico. ssim que o indivAduo utilizao pela primeira vez, passará a aderir a

um contrato de crédito determinado previamente SNOFFO, 3?23-. 'ortanto, se

verifica que o cartão de crédito, vem através de um contrato de adesão sujeito,

portanto, as normas do /$digo de )efesa do /onsumidor.

:5 JUROS REMUNERAT;RIOS E A LEI DA USURA

<= >?:? <ev.??'ágina M de 2>

7/17/2019 2. O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL BRASILEIRO SOBRE OS CONTRATOS DE CARTÃO DE CRÉDITO.doc

http://slidepdf.com/reader/full/2-o-entendimento-jurisprudencial-brasileiro-sobre-os-contratos-de-cartao 4/16

METODOLOGIA PBL – CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

ARTIGO CIENTÍFICO

Fratandose a respeito do tema, os juros remunerat$rios são aqueles devidos

ao credor com o objetivo de remunerar o empréstimo do capital, sendo então osinteresses devidos como compensação pela utilização do capital alheio. demais,

podem ser empregados sem uma limitação legal de ta1as, devendo ser observados

pelo menos os princApios da razoabilidade e proporcionalidade para uma aplicação

mais digna desta ta1a N7<T &5N6O<, 3??I-.

<essaltase que nos contratos bancários, e1istem diversas fontes que

prestigiam o tema, como as leis, sDmulas, entendimentos jurisprudenciais e

doutrinas que serão abordados a seguir. lém disso, é necessário entender o que é

uma 6nstituição Binanceira.

  Hei :.GKG*>:, que regula a atividade bancária, em seu art. 2J prev@ que+

 

 rt. 2J. /onsideramse instituiç!es financeiras, para os efeitos da legislaçãoem vigor, as pessoas jurAdicas pDblicas ou privadas, que tenham comoatividade principal ou acess$ria a coleta, a intermediação ou aplicação derecursos financeiros pr$prios ou de terceiros, em moeda nacional ouestrangeira, e a cust$dia de valor de propriedade de terceiros.

  %Dmula n GK> editada pelo %upremo Fribunal Bederal disp!e que Uas

disposiç!es do )ecreto 33.>3>*2KMM não se aplicam Vs ta1as de juros e aos outros

encargos cobrados nas operaç!es realizadas por instituiç!es pDblicas ou privadas,

que integram o sistema financeiro nacionalW. O referido decreto referese V lei de

usura, a qual limitava a aplicação dos juros remunerat$rios e aos outros encargos

cobrados pelos bancos ao má1imo de 234 ao ano, que restou inaplicável ap$s a

edição da referida sumula.

  %Dmula n >:I editada pelo %upremo Fribunal Bederal disp!e que Ua normado PM do rt. 2KM da /onstituição, revogada pela emenda constitucional :?*3??M,

que limitava a ta1as de juros reais a 234 ao ano, tinha sua aplicabilidade

condicionada V edição de lei complementarW. 7ntendese, portanto, que esta sDmula

revogou o art. 2K3 da constituição no que tangia a limitação de juros pelas

instituiç!es bancárias, por ser contrária a legislação do ordenamento brasileiro.

Os seguintes entendimentos jurisprudenciais dos Fribunais %uperiores

corroboram com a e1plicação do tema+

<= >?:? <ev.??'ágina : de 2>

7/17/2019 2. O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL BRASILEIRO SOBRE OS CONTRATOS DE CARTÃO DE CRÉDITO.doc

http://slidepdf.com/reader/full/2-o-entendimento-jurisprudencial-brasileiro-sobre-os-contratos-de-cartao 5/16

METODOLOGIA PBL – CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

ARTIGO CIENTÍFICO

7"7NF+ /6X6H. L<XO <7L6"7NFH NO <7/5<%O 7%'7/6H. YZO <7X6%6ONH )7 /ONF<FO (N/[<6O. H67NYZO

B6)5/6[<6. &5<O% <7"5N7<F\<6O%. (5%6X6))7 NZO/ON%FF). 6NF7H6L]N/6 ) %^"5H MI3 )O %F&. '7)6)O )7"N5F7NYZO ) F5F7H )7B7<6) N O<6L7" '< X7)< 6N%/<6YZO )O NO"7 )O 5FO< 7" /)%F<O% <7%F<6F6XO% )7/<_)6FO 7 '< "NF]HO N 'O%%7 )O (7". BHF )7/5"'<6"7NFO )7 <7=56%6FO /ON%5(%FN/6)O NO )7'\%6FO)% '</7H% 7NF7N)6)% /O"O )7X6)%. <7XOLYZO )F5F7H N% 6N%F`N/6% O<)6N[<6%. 25 A <ur(=>ru!?n#( !e=+Cor+e @ ==en+e no =en+(!o !e ue o= <uro= re"uner+r(o= #or!o=>el= (n=+(+u()e= (nn#e(r= no =ore" l("(+)o (">o=+ >eloDe#re+o n **5H*H:: Le( !e U=urK8 +eor !o !(=>o=+o n S"ulHSTF. 6ntelig@ncia da %Dmula MI3 do %F&. ...-. g<g no <7sp2MMJ?G>*<%, <el. "inistro H56% B7H6'7 %HO"ZO, =5<F F5<",

 julgado em 2K*22*3?2M, )&e ?>*23*3?2M-.

7"7NF+ L<XO% <7L6"7NF6% NO <7/5<%O 7%'7/6H./'6FH6SYZO "7N%H )O% &5<O%.B5N)"7NFO%/ON%F6F5/6ONH 7 6NB</ON%F6F5/6ONH. =57%FZO/ON%F6F5/6ONH =57 NZO BO6 O(&7FO )O <7/5<%O7EF<O<)6N[<6O. %^"5H 23>*%F&. &5<O% <7"5N7<F\<6O%.H6"6FYZO 7" 234 O NO. 6"'O%%6(6H6))7. ...-. 35 Conor"e <ur(=>ru!?n#( >#(# !o STJ8 = (n=+(+u()e= (nn#e(r= no =e=u<e(+" l("(+)o !o= <uro= re"uner+r(o= e=+(>ul! n Le( !eU=ur De#re+o **5H*H::K8 S"ul HSTFQ e=+(>ul)o !e <uro=re"uner+r(o= =u>er(ore= '* o no8 >or =( =8 no (n!(##orn) u=(0 são inaplicáveis aos juros remunerat$rios dos contratos

de mDtuo bancário as disposiç!es do art. GK2, c*c o art. :?> do //*3??30...-. g<g no <7sp 2?:K:GM*"%, <el. "inistro <5H <^&O, =5<FF5<", julgado em 32*?G*3?2M, )&e ?2*?J*3?2M-.

7"7NF+ /6X6H 7 '<O/7%%5H. /<FZO )7 /<_)6FO. )X6). YZO<7X6%6ONH. &5<O%. H6"6FYZO. /O"6%%7%. 6. s administradoras decartão de crédito inseremse entre as instituiç!es financeiras regidas pelaHei n. :.GKG*2K>:. 66. Não se aplica a limitação de juros de 234 ao anoprevista na Hei de 5sura aos contratos de cartão de crédito. 666. us@ncia deprequestionamento impeditiva do e1ame do recurso especial em toda apretensão deduzida pela parte. 6X. <ecurso especial não conhecido. %F&<esp :J2.JG3*<% , <elator+ "inistro /7%< %BO< <O/, )ata de&ulgamento+ 23*?K*3??>, F: =5<F F5<"- grifos nossos-

)iante deste e1posto, podese dizer que as 6nstituiç!es Binanceiras não se

sujeitam V limitação dos juros remunerat$rios estipulada na Hei de 5sura, o )ecreto

n 33.>3>*MM, tendo em vista que com a edição da %Dmula GK> do %FB tal

diverg@ncia restou pacificada, podendo assim estipular tais juros com ta1as

superiores a 234 ao ano sem que caracterize cobrança abusiva. lém disso,

registrase que pertinente ao caso Vs administradoras de cartão de crédito inserese

entre as instituiç!es financeiras pelas pela Hei n. :.GKG*>: mencionada acima.

<= >?:? <ev.??'ágina G de 2>

7/17/2019 2. O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL BRASILEIRO SOBRE OS CONTRATOS DE CARTÃO DE CRÉDITO.doc

http://slidepdf.com/reader/full/2-o-entendimento-jurisprudencial-brasileiro-sobre-os-contratos-de-cartao 6/16

METODOLOGIA PBL – CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

ARTIGO CIENTÍFICO

05 CAPITALIA7ÃO DE JUROS MENSAL

7ntendese como capitalização de juros, ou anatocismo, a incorporação de

 juros ao valor principal da dAvida, sobre o qual incidem novos encargos. Nesse

conte1to, os juros mensais seriam a incorporação dos juros mensais ao valor 

principal da divida e assim sucessivamente, mensalmente.

  Hei n. 33>3>*MM, a Hei de 5sura, trazia certas vedaç!es, conforme

mencionado no t$pico dos juros remunerat$rios, e dentre elas estava da

impossibilidade de capitalização mensal de juros.

Ocorre que com o advento da Hei n. :.GKG*>:, o %upremo Fribunal Bederal por 

intermédio da sumula n GK>, reconheceu a compet@ncia do /onselho "onetário

Nacional para regulamentar as ta1as de juros, afastando em tese a Hei da 5sura.

6gualmente, ap$s a edição da "edida 'rovis$ria n. 32J?*?2, o entendimento

dos Fribunais %uperiores reconheceu a possibilidade da capitalização mensal dos

 juros, como se v@ a seguir+

/6X6H 7 '<O/7%%5H. <7/5<%O 7%'7/6H <7'7F6F6XO. Y7%<7X6%6ONH 7 )7 (5%/ 7 '<77N%ZO /ONX7<F6) 7" )7'\%6FO./ONF<FO )7 B6NN/6"7NFO /O" L<NF6 )7 H67NYZOB6)5/6[<6. /'6FH6SYZO )7 &5<O%. &5<O% /O"'O%FO%.)7/<7FO 33.>3>*2KMM "7)6) '<OX6%\<6 3.2J?M>*3??2. /O"6%%ZO)7 '7<"N]N/6. "O<. /</F7<6SYZO.2. capitalização de juros vedada pelo )ecreto 33.>3>*2KMM Hei de 5sura-em intervalo inferior a um ano e permitida pela "edida 'rovis$ria 3.2J?M>*3??2, desde que e1pressamente pactuada, tem por pressuposto acircunst#ncia de os juros devidos e já vencidos serem, periodicamente,incorporados ao valor principal. Os juros não pagos são incorporados aocapital e sobre eles passam a incidir novos juros.

3. 'or outro lado, há os conceitos abstratos, de matemática financeira, deta1a de juros simples e ta1a de juros compostos, métodos usados naformação da ta1a de juros contratada, prévios ao inAcio do cumprimento docontrato. mera circunst#ncia de estar pactuada ta1a efetiva e ta1a nominalde juros não implica capitalização de juros, mas apenas processo deformação da ta1a de juros pelo método composto, o que não é proibido pelo)ecreto 33.>3>*2KMM.M. Feses para os efeitos do art. G:M/ do /'/+ _ permitida a capitalizaçãode juros com periodicidade inferior a um ano em contratos celebrados ap$sM2.M.3???, data da publicação da "edida 'rovis$ria n. 2.K>M2J*3??? emvigor como "' 3.2J?M>*3??2-, desde que e1pressamente pactuada. capitalização dos juros em periodicidade inferior V anual deve vir pactuadade forma e1pressa e clara. previsão no contrato bancário de ta1a de juros

anual superior ao duodécuplo da mensal é suficiente para permitir acobrança da ta1a efetiva anual contratada.

<= >?:? <ev.??'ágina > de 2>

7/17/2019 2. O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL BRASILEIRO SOBRE OS CONTRATOS DE CARTÃO DE CRÉDITO.doc

http://slidepdf.com/reader/full/2-o-entendimento-jurisprudencial-brasileiro-sobre-os-contratos-de-cartao 7/16

METODOLOGIA PBL – CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

ARTIGO CIENTÍFICO

:. %egundo o entendimento pacificado na 3C %eção, a comissão deperman@ncia não pode ser cumulada com quaisquer outros encargos

remunerat$rios ou morat$rios.G. _ lAcita a cobrança dos encargos da mora quando caracterizado o estadode inadimpl@ncia, que decorre da falta de demonstração da abusividade dascláusulas contratuais questionadas.>. <ecurso especial conhecido em parte e, nessa e1tensão, provido. <7spKJM.I3J*<%, <el. "inistro H56% B7H6'7 %HO"ZO, <el. p* c$rdão "inistra"<6 6%(7H LHHOFF6, %7L5N) %7YZO, julgado em ?I*?I*3?23,)&e 3:*?K*3?23-.

 L<XO <7L6"7NFH NO <7/5<%O 7%'7/6H. &5<O%<7"5N7<F\<6O%. H6"6FYZO. 234 O NO. %6%F7" B6NN/76<ON/6ONH. 6N'H6/(6H6))7. 7N5N/6)O N. GK>*%FB. )F )7/7H7(<YZO )O /ONF<FO. 6"'O%%6(6H6))7 )7 N[H6%7, NO

/%O. 7N5N/6)O N. G*%F&. /'6FH6SYZO )7 &5<O%.'7<6O)6/6))7 6NB7<6O< N5H. 'O%%6(6H6))7. <7/5<%O7%'7/6H <7'<7%7NFF6XO N. KJM.I3J*<%. /O"6%%ZO )7'7<"N]N/6. 'O%%6(6H6))7. 7N5N/6)O N. :J3*%F&. 2.6naplicabilidade do limite de juros em 234 ao ano aos contratos celebradoscom instituiç!es integrantes do %istema Binanceiro Nacional, conforme7nunciado n. GK>*%FB, salvo nas hip$teses previstas em legislaçãoespecAfica <7sp :?J.?KJ*<%-. 3. 'ossibilidade de capitalização de jurosnos contratos bancários em periodicidade inferior V anual a partir da ediçãoda "' n. 3.2J?MG*3??2. M. 6mpossibilidade de aferir a data da celebraçãodo contrato, ante a incid@ncia do 7nunciado n. G*%F&. ... G. L<XO<7L6"7NFH )7%'<OX6)O. g<g no <7sp >I2.KIM*<%, <el. "inistro'5HO )7 F<%O %N%7X7<6NO, F7</76< F5<", julgado em

3I*?I*3?23, )&e ?G*?K*3?23-

 L<XO <7L6"7NFH. L<XO 7" <7/5<%O 7%'7/6H. YZO<7X6%6ONH. /ONF<FO (N/[<6O. /'6FH6SYZO )7 &5<O%.FE% "7N%H 7 N5H 7E'<7%%"7NF7 /ONF<F)%.H7LH6))7. 2. No julgamento do <ecurso 7special KJM.I3J, jugadosegundo o rito dos recursos repetitivos, foram firmadas, pela 3C %eção, asseguintes teses para os efeitos do art. G:M/ do /'/+ _ permitida acapitalização de juros com periodicidade inferior a um ano em contratoscelebrados ap$s M2.M.3???, data da publicação da "edida 'rovis$ria n.2.K>M2J*3??? em vigor como "' 3.2J?M>*3??2-, desde quee1pressamente pactuada. capitalização dos juros em periodicidadeinferior V anual deve vir pactuada de forma e1pressa e clara. previsão no

contrato bancário de ta1a de juros anual superior ao duodécuplo da mensalé suficiente para permitir a cobrança da ta1a efetiva anual contratada. 3.ip$tese em que foram e1pressamente pactuadas as ta1as de juros mensale anual, cuja observ#ncia, não havendo prova de abusividade, é de rigor. M. gravo regimental provido. g<g no <7sp IJ.J:J*<%, <el. "inistra"<6 6%(7H LHHOFF6, =5<F F5<", julgado em 2>*?I*3?23, )&e33*?I*3?23-.

'or derradeiro, entendese que é permitida a capitalização mensal de juros,

desde e1pressamente pactuada no contrato e sendo ap$s a edição da "edida

'rovis$ria 32J?*?2, não configurando assim, nenhuma irregularidade.

<= >?:? <ev.??'ágina J de 2>

7/17/2019 2. O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL BRASILEIRO SOBRE OS CONTRATOS DE CARTÃO DE CRÉDITO.doc

http://slidepdf.com/reader/full/2-o-entendimento-jurisprudencial-brasileiro-sobre-os-contratos-de-cartao 8/16

METODOLOGIA PBL – CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

ARTIGO CIENTÍFICO

5 COMISSÃO DE PERMANÊNCIA

  comissão de perman@ncia, aplicada na diversidade de operaç!es

contratuais bancárias, tratase de um incidente, no qual é autorizada a cobrança do

mutuo ap$s o vencimento da obrigação, pelo perAodo de inadimplemento, instituAda

pelo (anco /entral do (rasil, através da <esolução 2.23K*2KI>. No entanto, como

pressuposto de validade e legalidade, fazse imprescindAvel que ine1ista a cobrança

concomitante de comissão de perman@ncia aos juros remunerat$rios, morat$rios e

eventuais multas contratuais.

Ocorre que, diante da comple1idade de resolução de conflitos envolvendo

operaç!es bancárias, nas quais é carente a doutrina, devendo o nobre julgador 

pautarse e apreciar tão somente decis!es e entendimentos jurisprudenciais no que

tange, inclusive, as operaç!es envolvendo contratos de adesão relacionados ao

cartão de crédito em que são cobrados, além da comissão de perman@ncia, demais

encargos remunerat$rios e morat$rios.

Neste conte1to, em decorr@ncia da promulgação da Hei :.GKG*>: e, em razão

de ter sido instituAda por $rgão competente, o art. K da lei supramencionada torna

legAtima a e1igibilidade da comissão de perman@ncia, tendo em vista a outorga pelo

/onselho "onetário Nacional /"N-, de poderes ao (anco /entral do (rasil,

tornando facultativa a aplicação aos bancos e sociedades mercantis.

Fodavia, em sede de limitação V abusividade da cobrança da comissão de

perman@ncia, a %Dmula M? do %uperior Fribunal de &ustiça institui que Ua comissão

de perman@ncia e a correção monetária são inacumuláveisW. ssim, em que pese a

semelhança entre ambas as cobranças, não se constitui o juros compensat$rios

e*ou remunerat$rios sendo, portanto, uma espécie de correção monetária do saldo

devedor.

Na mesma circunst#ncia, decidiu o Fribunal de &ustiça do 7stado do <io

Lrande do %ul+

 '7HYZO /X7H. YZO <7X6%6ONH. /ONF<FO )7 /<FZO )7/<_)6FO. &5<O% <7"5N7<F\<6O%, /'6FH6SYZO, /O"6%%ZO

)7 '7<"N]N/6 7 /O<<7YZO "ON7F[<6. /$digo de )efesa )o/onsumidor. plicase na espécie o /)/. &uros remunerat$rios. 6ne1isteabusividade na cobrança de juros remunerat$rios superiores a 234 ao ano,

<= >?:? <ev.??'ágina I de 2>

7/17/2019 2. O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL BRASILEIRO SOBRE OS CONTRATOS DE CARTÃO DE CRÉDITO.doc

http://slidepdf.com/reader/full/2-o-entendimento-jurisprudencial-brasileiro-sobre-os-contratos-de-cartao 9/16

METODOLOGIA PBL – CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

ARTIGO CIENTÍFICO

considerando os percentuais usualmente praticados no mercado.'recedentes do %F&. 'ara a verificação de abusividade nos contratos de

cartão de crédito, na aus@ncia de indicação especAfica para a espécie natabela do (/7N, adotase a ta1a média aplicada ao cheque especial,limitada V ta1a do contrato. 6n casu, mantidos os juros pactuados, poisinferiores V ta1a média. /apitalização. 6nviável a cobrança de capitalizaçãodos juros em periodicidade inferior V anual, porquanto ausente contrataçãoe1pressa, consoante entendimento do %F&. /omissão de perman@ncia. usente demonstração da contratação da comissão de perman@ncia, restainviável a sua cobrança. /orreção monetária. O Andice de correçãomonetária a ser aplicado é o 6L'" por ser o que melhor espelha a variaçãodo valor da moeda. '7HYZO '</6H"7NF7 '<OX6). pelação/Avel N J??GIG?:M2J, Xigésima Ferceira /#mara /Avel, Fribunal de &ustiçado <%, <elator+ /arlos 7duardo <ichinitti, &ulgado em M?*?K*3?2:-. F&<%  /+ J??GIG?:M2J <% , <elator+ /arlos 7duardo <ichinitti, )ata de

&ulgamento+ M?*?K*3?2:, Xigésima Ferceira /#mara /Avel, )ata de'ublicação+ )iário da &ustiça do dia ?J*2?*3?2:-

 inda, no que concerne a correção monetária, entende o Fribunal de &ustiça

do 7stado do %ergipe+

 

 pelação /Avel ção de <evisão /ontrato de /artão de /rédito Himinar concedida 'reclusão consumativa us@ncia de instrumento contratual  plicação do /)/ aos contratos de crédito "ulta de mora limitada a 34sobre o valor da prestação Himite dos juros de mora a 24 ao m@s /orreção monetária pelo 6N'/ &uros remunerat$rios compostos pela ta1aselic mais spread de >4 ao ano 'roibição de capitalização dos juros emqualquer periodicidade onorários advocatAcios mantidos em 2G4 "antida a condenação em despesas processuais <ecurso conhecido enão provido. 2. Não cabe argir a reforma da decisão interlocut$ria nãoagravada, posto que operouse a preclusão consumativa0 3. juntada decontrato ap$crifo equivale V não apresentação de contrato algum0 M. O/$digo de )efesa do /onsumidor, conforme solidificado entendimento, éaplicável Vs instituiç!es financeiras0 :. multa por inadimpl@ncia limitase a34 sobre o valor da prestação0 G. Os juros de mora não podem ultrapassar o limite de 24 ao m@s0 >. 'ela aus@ncia de contrato que permita conhecer da correção monetária utilizada, é aplicável o 6N'/0 J. decisão do &uAzo aquo determinou que os juros remunerat$rios fossem limitados V ta1a %elicmais spread de >4 ao ano. _ entendimento desta /orte que, quandoausente o contrato, aplicamse os juros de 234 ao ano, o que constituiriamodificação prejudicial ao apelante0 I. )evese manter o entendimentomonocrático0 K. capitalização de juros s$ é permitida em perAodos anuais,desde que pactuada. usente o contrato, fica proibida a capitalização emqualquer periodicidade0 2?. condenação em honorários advocatAcios em2G4 sobre o valor da condenação não se mostra abusiva0 22. Xencido oapelante, deverá restituir ao apelado*autor todas as despesas processuais,inclusive os custos relacionados V realização de perAcia eventualmenterealizada em liquidação de sentença0 23. %entença mantida. <ecursoconhecido e não provido.

Outrossim, em observ#ncia e concord#ncia V %Dmula :J3 do %uperior Fribunal de &ustiça, subtraise que, Ua cobrança de comissão de perman@ncia cujo

<= >?:? <ev.??'ágina K de 2>

7/17/2019 2. O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL BRASILEIRO SOBRE OS CONTRATOS DE CARTÃO DE CRÉDITO.doc

http://slidepdf.com/reader/full/2-o-entendimento-jurisprudencial-brasileiro-sobre-os-contratos-de-cartao 10/16

METODOLOGIA PBL – CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

ARTIGO CIENTÍFICO

valor não pode ultrapassar a soma dos encargos remunerat$rios e morat$rios

previstos no contrato e1clui a e1igibilidade dos juros remunerat$rios, morat$rios eda multa contratualW. ssim, observase que é ilAcita e ine1igAvel a cobrança da

comissão de perman@ncia simultaneamente aos demais encargos, quais sejam,

 juros remunerat$rios, morat$rios e multa contratual e, ainda, vincula como

pressuposto de validade a obedi@ncia aos limites legais dos paradigmas relativos V

correção monetária. ssim, noutro diagn$stico V %Dmula 3K: do %uperior Fribunal de

&ustiça, entendese que Unão é potestativa a cláusula contratual que prev@ a

comissão de perman@ncia, calculada pela ta1a média de mercado apurada pelo

(anco /entral do (rasil, limitada V ta1a do contratoW.

)este modo, é pacAfico o entendimento jurisprudencial no que concerne a

aplicação de encargos que versem a comissão de perman@ncia em concomit#ncia

aos demais encargos contratuais, considerando abusiva a cláusula contratual com

estipulação de comissão de perman@ncia+

<7/5<%O 7%'7/6H. /ONF<FO (N/[<6O. )"6N6%F<)O< )7/<FZO )7 /<_)6FO. 6N%F6F56YZO B6NN/76<. %^"5H 3IM*%F&.

FE )7 &5<O% <7"5N7<F\<6O%. H6"6FYZO 7" 234 O NO.6"'O%%6(6H6))7. '7<"6F6) 6N/6)]N/6 )7 /O"6%%ZO )7'7<"N]N/6. 6N)7N6SYZO 'O< )NO% "O<6% 6N)7X6).6N%/<6YZO H/6F )O NO"7 )O )7X7)O< NO /)%F<O )76N)6"'H7NF7%. 2. /om a edição da %Dmula 3IM*%F&, a %egunda %eçãodesta /orte firmou orientação no sentido de reconhecer a qualidade deinstituição financeira das administradoras de cartão de crédito, bem como avalidade da cláusulamandato. 3. _ entendimento desta /orte que, por forçada Hei :.GKG*>:, não se aplicam as limitaç!es fi1adas pelo )ecreto33.>3>*MM, quanto V ta1a de juros remunerat$rios de 234 ao ano, aoscontratos celebrados com instituiç!es integrantes do %istema BinanceiroNacional, ut sDmula GK>*%FB, salvo nas hip$teses previstas em legislaçãoespecAfica. M. comissão de perman@ncia é devida para o perAodo de

inadimpl@ncia, não podendo ser cumulada com correção monetária sDmulaM?*%F&- nem com juros remunerat$rios, calculada pela ta1a média dos jurosde mercado, apurada pelo (anco /entral do (rasil, tendo como limitemá1imo a ta1a do contrato %Dmula 3K:*%F&-. :. Não cabe indenização por danos morais quando a inscrição do nome do devedor em cadastro deproteção ao crédito é feita licitamente. G. <ecurso especial conhecido eprovido <7sp >KK.2I2*"L, relator o em. "inistro Bernando Lonçalves, )&2M*?>*3??G.

6nclusive+

 L<XO <7L6"7NFH NO L<XO 7" <7/5<%O 7%'7/6H.7"(<LO% 7E7/5YZO. /ONF<FO% (N/[<6O%. /O"6%%ZO )7

'7<"N]N/6. 'O%%6(6H6))7 )7 /O(<NY %7" /5"5HYZO/O" O5F<O% 7N/<LO% "O<F\<6O%. <7'7F6YZO %6"'H7% )O

<= >?:? <ev.??'ágina 2? de 2>

7/17/2019 2. O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL BRASILEIRO SOBRE OS CONTRATOS DE CARTÃO DE CRÉDITO.doc

http://slidepdf.com/reader/full/2-o-entendimento-jurisprudencial-brasileiro-sobre-os-contratos-de-cartao 11/16

METODOLOGIA PBL – CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

ARTIGO CIENTÍFICO

6N)_(6FO. 'H6/YZO ) %^"5H IM )O %F&. 2. comissão deperman@ncia pode ser cobrada de acordo com o enunciado 3K: da %Dmula

deste Fribunal, desde que sem cumulação com correção monetáriaenunciado M? da %Dmula- e com juros remunerat$rios e morat$rios e multa3C %eção, g<g no <7sp J?>.M>I*<%, <el. "inistra Nanc ndrighi,un#nime, )&5 de I.I.3??G-. 3. _ cabAvel a repetição do indébito, de formasimples, não em dobro, quando verificada a cobrança de encargos ilegais,tendo em vista o princApio que veda o enriquecimento sem causa do credor,independentemente da comprovação do equAvoco no pagamento. M.  jurisprud@ncia da %egunda %eção se firmou no sentido de que não seaplicam as mesmas ta1as cobradas por estabelecimento bancário Vrestituição de valores indevidamente lançados a débito em conta decorrentista, entendimento que também se aplica Vs aç!es revisionais c*crepetição de indébito 7)cl nos 7)cl no g<g no g 2M2>?GI*LO, <el."inistro &oão Otávio de Noronha, )&e 32*22*3?2M-. :. gravo regimental a

que se nega provimento.

H5 ENCARGOS MORAT;RIOS E A CULPA DO INADIMPLEMENTO

=uando tratamos de culpa em inadimplemento, há que se observar sobre o

descumprimento da obrigação contratual, ainda que se tratasse de contrato de

adesão, caso haja a falta do pagamento configura o inadimplemento e logo a culpa

também.

"onteiro 2KKJ, p. I- define obrigação como sendo+

 ... a relação jurAdica, de caráter transit$rio, estabelecida entre devedor ecredor e cujo objeto consiste numa prestação pessoal, econRmica, positivaou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindolhe oadimplemento através de seu patrimRnio.

O inadimplemento pode ser desconsiderado quando o credor estiver de certa

forma, impossibilitando receber a prestação assumida, dessa maneira se afasta a

culpa do devedor, haja vista a falta de interesse do credor, assim subtendendo que

tornase inDtil a prestação assumida.

avendo o inadimplemento por culpa do devedor, podemos afirmar que, de

acordo com o art. MIK do /$digo /ivil, que e1iste a possibilidade de reparação de

danos ocorridos pela mora, além das cláusulas contratuais assumidas como

encargos morat$rios. ssim, para dei1ar de e1istir a prestação e o inadimplemento,

é preciso que a obrigação tenha se tornado impossAvel, sem que o devedor coopere

para tal impossibilidade.

<= >?:? <ev.??'ágina 22 de 2>

7/17/2019 2. O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL BRASILEIRO SOBRE OS CONTRATOS DE CARTÃO DE CRÉDITO.doc

http://slidepdf.com/reader/full/2-o-entendimento-jurisprudencial-brasileiro-sobre-os-contratos-de-cartao 12/16

METODOLOGIA PBL – CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

ARTIGO CIENTÍFICO

/om fulcro no entendimento do %uperior Fribunal de &ustiça+

/6X6H 7 '<O/7%%5H. L<XO% <7L6"7NF6%. /ONF<FO )7B6NN/6"7NFOL<NF6)O 'O< H67NYZO B6)5/6[<6./O"6%%ZO )7 '7<"N]N/6.6N/5"5H(6H6))7 /O"=56%=57< O5F<O% 7N/<LO% <7"5N7<F\<6O% O5"O<F\<6O%. /'6FH6SYZO )O% &5<O%. <F. GK2 //*3??3.B5N)"7NFO6NF/)O. %^"5H N. 3IM%FB.)7%/</F7<6SYZO ) "O<. ONO<[<6O%)XO/F/6O%./O"'7N%YZO.6 %egundo o entendimento pacificado na e. %egunda%eção g<g no<7sp n. J?>.M>I*<%, <elatora "inistra Nanc ndrighi,un#nime, )&5 de ?I.?I.3??G-, a comissão de perman@ncia não pode ser cumulada com quaisquer outros encargos remunerat$rios ou morat$riosque,previstos para a situação de inadimpl@ncia, criam incompatibilidadepara o deferimento desta parcela. /onstatada a presença dos jurosmorat$rios e da multa contratual para o perAodo de inadimpl@ncia,inviável aconcessão da comissão de perman@ncia conforme contratada.66 6nviável orecurso que dei1a de atacar o fundamento do ac$rdão julgado, que comfulcro no art. GK2 do novo /$digo /ivil afastou a insurg@ncia acerca dacapitalização mensal dos juros %Dmula n.3IM*%FB-.666 descaracterizaçãoda mora ocorre pela cobrança de encargos indevidos, como, no casoconcreto a capitalização mensal dos juros,entendimento amparado na jurisprud@ncia pacificada na %egunda %eção do %F&, nos termos do <7sp n.2>M.II:*<%, <el. p* ac$rdão "in. <u <osado de guiar, e <7sp n.J2M.M3K*<%, <el. p* ac$rdão "in. /arlos lberto "enezes )ireito. 6X =uando ocorrer sucumb@ncia parcial na ação, imp!emse a distribuição e

compensação de forma recAproca e proporcional dos honoráriosadvocatAcios, nos termos do art. 32, caput, da lei processual. X gravosimprovidos.  %F& g<g no <7sp+ 2?3GI:3 <% 3??I*??2>3M23, <elator+"inistro H)6< '%%<6NO &5N6O<, )ata de &ulgamento+ 2G*?G*3??I,F: =5<F F5<", )ata de 'ublicação+ )&e 3M*?>*3??I-

)essa forma, denotase que é cabAvel a aplicação de encargos morat$rios,

caso haja a inadimpl@ncia do devedor e esteja estipulado em contrato. Dnica

hip$tese do não cabimento dos encargos morat$rios, seria no caso de cumulação

com o comissão de perman@ncia.

5 COMPENSA7ÃO DOS 2ALORES

/om intuito de e1tinção da obrigação entre as partes, a compensação de

valores é um instituto que busca por um fim na obrigação quando as partes forem

credoras e devedoras na mesma relação comercial.

<= >?:? <ev.??'ágina 23 de 2>

7/17/2019 2. O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL BRASILEIRO SOBRE OS CONTRATOS DE CARTÃO DE CRÉDITO.doc

http://slidepdf.com/reader/full/2-o-entendimento-jurisprudencial-brasileiro-sobre-os-contratos-de-cartao 13/16

METODOLOGIA PBL – CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

ARTIGO CIENTÍFICO

No disposto do art. 2??K do /$digo /ivil, U%e duas pessoas forem ao mesmo

tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigaç!es e1tinguemse, até ondese compensaremW.

 inda no que aduz sobre a compensação, o c$digo civil disp!e em seu art.

2?2? disp!e+ compensação efetuase entre dAvidas lAquidas, vencidas e de coisas

fungAveisW.

'ortanto, denotase que para e1istir a aplicação do instituto de compensação

de valores, a relação estabelecida entre as partes terá que preencher alguns

requisitos indispensáveis.

No tocante, o %uperior Fribunal de &ustiça entende que+

 L<XO <7L6"7NFH 7" <7/5<%O 7%'7/6H YZO <7X6%6ONH Q/ONF<FO )7 /<FZO )7 /<_)6FO 5%]N/6 )7'<7=57%F6ON"7NFO /O"'7N%YZO 7 <7%F6F56YZO )7XHO<7% 'LO% "6O< 'O%%6(6H6))7 Q &5<O% 'O%F7<6O<7%  7)6YZO )O /\)6LO /6X6H %^"5H 3IM*%FB 7"'<7%% )7/<F7% )7 /<_)6FO H76 )7 5%5< 5%]N/6 )7 H6"6FYZO Q/\)6LO )O /ON%5"6)O< 'H6/YZO O% /ONF<FO%(N/[<6O% FE )7 &5<O% %5'7<6O< 234 'O%%6(6H6))7

%^"5H 3K>*%F& L<XO NZO '<OX6)O. 2. Não se conhece dorecurso quando o artigo legal supostamente violado não foi apreciado peloFribunal de origem, faltandolhe o necessário prequestionamento. %Dmulas3I3 e MG>*%FB. 3. compensação e a restituição de valores pagos a maior tem sido admitida pela jurisprud@ncia desta /orte, caso seja verificada acobrança de encargos ilegais, a fim de ser evitado o enriquecimento semcausa do credor, independentemente da comprovação de erro nopagamento. 'recedentes. M. 7m relação aos juros que venceram a partir davig@ncia do atual /$digo /ivil, em 22*?2*3??M, não logrou o recorrentedemonstrar o desacerto da decisão contra a qual se insurge, refutandotodos os $bices apontados, permanecendo inc$lume o c$rdão impugnado,em tal ponto. %Dmula 3IM*%FB- :. Us empresas administradoras de cartãode crédito são instituiç!es financeiras e, por isso, os juros remunerat$rios

por elas cobrados não sofrem as limitaç!es da Hei de 5suraW %Dmula 3IM%F&-. G. plicase o /$digo de )efesa do /onsumidor aos contratosbancários, nos termos do que enuncia o art. M, P 3, da Hei n I.?JI, de22.K.2KK? >. O simples fato de o contrato estipular uma ta1a de juros acimade 234 a.a. não significa, por si s$, vantagem e1agerada ou abusividade.7sta precisa ser evidenciada. Não estando demonstrado, de modo cabal, oabuso que teria sido cometido pelo recorrente, é de se admitir a ta1aconvencionada pelos litigantes. J. U Os juros remunerat$rios, não cumuladoscom a comissão de perman@ncia são devidos no perAodo de inadimpl@ncia,V ta1a média de mercado estipulada pelo (anco /entral do (rasil, limitadaao percentual contratado.W %Dmula 3K>*%F&- I. legaç!es do agravantenada acrescentaram, no sentido de infirmar os fundamentos do decisumagravado. K. gravo regimental não provido. g<g no <7sp >I33KK * <%

 L<XO <7L6"7NFH NO <7/5<%O 7%'7/6H 3??:*?22:G3KJ-

<= >?:? <ev.??'ágina 2M de 2>

7/17/2019 2. O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL BRASILEIRO SOBRE OS CONTRATOS DE CARTÃO DE CRÉDITO.doc

http://slidepdf.com/reader/full/2-o-entendimento-jurisprudencial-brasileiro-sobre-os-contratos-de-cartao 14/16

METODOLOGIA PBL – CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

ARTIGO CIENTÍFICO

 ssim, de acordo com o entendimento do %F&, para que haja a compensação

de valores, terá que ser comprovado V má fé da instituição financeira, além de ter que preencher os demais requisitos já estabelecidos pelo /$digo civil.

V5 CONCLUSÃO

 p$s intensa análise das jurisprud@ncias e leis referidas aos contratos de

crédito bancário, mais especificamente onde se definem os cart!es de crédito, é

possAvel concluir que é cabAvel a apelação em relação a sentença proferida em

desfavor do (anco )elta %*.

Os pedidos acatados pelo 71mo. &uiz da 3C vara de )ireito (ancário de

&oinville*%/ prejudicou em e1cesso o réu da lide. Bica claro que o contrato de cartão

de crédito deverá subordinarse ao /$digo de )efesa do /onsumidor, além de ser 

entendido como contrato de adesão.

'orém essa subordinação ao /)/ possui limites. Bi1ar a ta1a de juros aos

234 ao ano não é válido, visto que o prestador do serviço de crédito é instituição

financeira, não sujeita a lei da usura. 6sto também é valido para a capitalização de

 juros mensais, liberadas para as instituiç!es financeiras.

  comissão de perman@ncia tem possibilidades de ser cobrada, porém

impossAvel a sua cumulação com os encargos morat$rios. 7stes encargos que

também possuem cabimento visto que o devedor, o %r. &oão 'ereira da %ilva,

também contribuiu para o inadimplemento. 'ortanto caberão escolher quais dos dois

a serem incidentes no cálculo. compensação de valores está de acordo, visto que

ambos são devedores e credores de si mesmo.

/aberá com os demais argumentos a interposição de recurso de apelação no

7grégio Fribunal de &ustiça de %anta /atarina. pesquisa contribuiu de forma geral,

no aprendizado ao )ireito bancário, matéria bastante singular e, ao mesmo tempo,

de difAcil entendimento nas primeiras visualizaç!es.

 

<= >?:? <ev.??'ágina 2: de 2>

7/17/2019 2. O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL BRASILEIRO SOBRE OS CONTRATOS DE CARTÃO DE CRÉDITO.doc

http://slidepdf.com/reader/full/2-o-entendimento-jurisprudencial-brasileiro-sobre-os-contratos-de-cartao 15/16

METODOLOGIA PBL – CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

ARTIGO CIENTÍFICO

REFERÊNCIAS

(<%6H. De#re+o **5H*H8 !e !e r(l !e '::5  <io de &aneiro, <&+ 'oder 71ecutivo.(<%6H. Le( n 058 !e :' !e !e$e"ro !e 'H05 (rasAlia, )B+ %enado Bederal.

(<%6H.  Le( n V5WV8 !e '' !e =e+e"ro !e 'W5  /$digo de )efesa do/onsumidor. (rasAlia, )B+ %enado Bederal.

(<%6H. Me!(! >ro(=r( n *5'W8 !e *: !e .o=+o !e *WW'. (rasAlia, )B+ 'oder 71ecutivo.

(<%6H. Le( n 'W50WH8 !e 'W !e <ne(ro !e *WW*5 (rasAlia, )B+ %enado Bederal.

(<%6H. %uperior Fribunal de &ustiça. S"ul n :W5 (rasAlia, )B+ 2KK2. )isponAvelem http+**;;;.stj.jus.br*%/ON*sumulas*toc.jspktipovisualizacaonulllivresumulaM?b%5"5thesaurus&5<6)6/O)O/: cesso em+ ?I. &un. 3?2G.

(<%6H. %uperior Fribunal de &ustiça. S"ul n *05 (rasAlia, )B+ 3??:. )isponAvelem http+**;;;.stj.jus.br*%/ON*sumulas*toc.jspktipovisualizacaonulllivresumula3K:b%5"5thesaurus&5<6)6/O cessoem+ ?I. &un. 3?2G.

(<%6H. %uperior Fribunal de &ustiça. S"ul n 0*5 (rasAlia, )B+ 3?23. )isponAvelem http+**;;;.stj.jus.br*%/ON*sumulas*toc.jspktipovisualizacaonulllivresumula:J3b%5"5thesaurus&5<6)6/O cessoem+ ?I. &un. 3?2G.

(<%6H. %upremo Fribunal Bederal. S"ul n H5 (rasAlia, )B+ 2KJ>. )isponAvelem+ http+**;;;.stf.jus.br*portal*cms*verFe1to.aspkservicojurisprudencia%umulapaginasumulaG?2>?? cesso em+ ?I jun. 3?2G.

(<%6H. %upremo Fribunal Bederal. S"ul n H0V5 (rasAlia, )B+ 3??M. )isponAvelem+ http+**;;;.stf.jus.br*portal*cms*verFe1to.aspk

servicojurisprudencia%umulapaginasumula>?2J?? cesso em+ ?I jun. 3?2G.

H/7<) B6HO, Bausto 'ereira de. Cr+e= !e #r@!(+o. /uritiba+ &uruá, 2KK?.

N7<T &5N6O<, Nelson. C!(.o C((l Co"en+!o. >. 7d. %ão 'aulo+ <F, 3??I.

'O<FO, ntonio &osé "aristrello. 7conomia comportamental e contratos de adesão.Re(=+ !e D(re(+o E">re=r(l 1 RDE, (elo orizonte, v.K, n.2, p.G2JM, 3?23.

(<<O% "ONF76<O, ahington de. Cur=o !e !(re(+o #((l. Xol:. 3KC 7d.. %ão'aulo+ 7ditora %araiva, 2KKJ.

<= >?:? <ev.??'ágina 2G de 2>

7/17/2019 2. O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL BRASILEIRO SOBRE OS CONTRATOS DE CARTÃO DE CRÉDITO.doc

http://slidepdf.com/reader/full/2-o-entendimento-jurisprudencial-brasileiro-sobre-os-contratos-de-cartao 16/16

METODOLOGIA PBL – CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

ARTIGO CIENTÍFICO

SNOFFO, "árcio. O #on+r+o !e #r+o !e #r@!(+o e <ur(=>ru!?n#( !oSu>er(or Tr(unl !e Ju=+()5  3?23. M2 f. Frabalho de conclusão de /urso7specialização em )ireito /ivil plicado- Q 5niversidade Bederal do <io Lrande do%ul, 'orto legre, 3?23. )isponAvel em+https+**;;;.lume.ufrgs.br*bitstream*handle*2?2IM*>KK:2*???IJ:JMG.pdfksequence2. cesso em+ ?G abr. 3?2G.

<= >?:? <ev.??'ágina 2> de 2>