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2. Projetar o Fluxo de Caixa 2.1 O Caixa da Empresa Eu estou aqui como seu parceiro para continuarmos nosso Curso de Análise e Planejamento Financeiro. Na última unidade, nós conversamos sobre os conceitos da administração financeira, investimentos e sua necessidade na empresa. Agora, vamos estudar como nos organizamos para administrar o nosso fluxo de caixa e podermos fazer investimentos e administrar outros gastos. Como estamos vendo, precisamos ter muita consciência da importância do fluxo de caixa em toda empresa. Não são apenas os grandes empreendimentos que precisam desse controle, mas qualquer empresa, inclusive os pequenos negócios. O Fluxo de Caixa ajuda a gente a controlar o *, identifica os problemas que poderemos enfrentar e ainda faz parte de um planejamento. Imagine, Paulo, se a fábrica de salgadinhos de vocês funcionasse sem nenhum planejamento? Em pouco tempo, os problemas começariam a aparecer… A utilidade do fluxo de caixa em uma empresa é o planejamento, programar para realizar gastos* e receber receitas*, sem haver excesso* ou escassez* de capital*. Isso é fundamental para tornar um negócio ainda mais organizado e lucrativo. O é o montante* de dinheiro necessário para cobrir o ciclo de dias que a empresa tem desde a compra da mercadoria, ou matéria-prima, até o seu recebimento. É também uma reserva para manter as * da empresa por um período determinado, até que haja receitas. Outra função importante do fluxo de caixa, que é permitir o controle das atividades do . Ciclo operacional são todas as atividades de compra e venda de mercadorias e serviços da empresa em curto prazo*. Isso permite que o empresário antecipe a decisão de reposição de estoques, por exemplo. Perceberam a importância de um elemento importantíssimo para o planejamento financeiro de qualquer empresa. Esse elemento é o fluxo de caixa.

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2. Projetar o Fluxo de Caixa

2.1 O Caixa da Empresa

Eu estou aqui como seu parceiro para continuarmos nosso Curso de Análise e Planejamento Financeiro. Na última unidade, nós conversamos sobre os conceitos da administração financeira, investimentos e sua necessidade na empresa. Agora, vamos estudar como nos organizamos para administrar o nosso fluxo de caixa e podermos fazer investimentos e administrar outros gastos.

Como estamos vendo, precisamos ter muita consciência da importância do fluxo de caixa em toda empresa. Não são apenas os grandes empreendimentos que precisam desse controle, mas qualquer empresa, inclusive os pequenos negócios.

O Fluxo de Caixa ajuda a gente a controlar o capital de girocapital de girocapital de girocapital de giro*, identifica os problemas que poderemos enfrentar e ainda faz parte de um planejamento. Imagine, Paulo, se a fábrica de salgadinhos de vocês funcionasse sem nenhum planejamento? Em pouco tempo, os problemas começariam a aparecer…

A utilidade do fluxo de caixa em uma empresa é o planejamento, programar para realizar gastos* e receber receitas*, sem haver excesso* ou escassez* de capital*. Isso é fundamental para tornar um negócio ainda mais organizado e lucrativo.

O capital de girocapital de girocapital de girocapital de giro é o montante* de dinheiro necessário para cobrir o ciclo de dias que a empresa tem desde a compra da mercadoria, ou matéria-prima, até o seu

recebimento. É também uma reserva para manter as atividades operacionaisatividades operacionaisatividades operacionaisatividades operacionais* da empresa por um período determinado, até que haja receitas.

Outra função importante do fluxo de caixa, que é permitir o controle das atividades do ciclo ciclo ciclo ciclo operacional da empresaoperacional da empresaoperacional da empresaoperacional da empresa. Ciclo operacional são todas as atividades de compra e venda de mercadorias e serviços da empresa em curto prazo*. Isso permite que o empresário antecipe a decisão de reposição de estoques, por exemplo.

Perceberam a importância de um elemento importantíssimo para o planejamento financeiro de qualquer empresa. Esse elemento é o fluxo de caixa.

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De que maneira se organiza para honrar seus compromissos empresariais? Analise…Provavelmente você já faz uma programação financeira para realizar seus pagamentos. O fluxo de caixa vai tornar essa programação que você já faz mais adequada às suas necessidades, lhe dando menos trabalho na tomada de decisão.

Você está notando o quanto é indispensável conhecer todas as possibilidades de fontes de recursos para o crescimento da sua empresa?

O caixa da empresa é o capital de liquidez imediata*. É algo que você deve dispor para cumprir suas obrigações. Por exemplo: se sua empresa ocupa um determinado imóvel, com certeza você deve ter alguns gastos fixos por mês: contas de água, luz, telefone, condomínio e aluguel (caso você não seja proprietário), além de muitos outros gastos de manutenção.

Para cobrir esses gastos, você precisa ter uma soma em dinheiro. Esses gastos não podem ser adiados, portanto você precisa dispor desse valor seguramente a todo início de mês. O caixa da empresa é exatamente o dinheiro destinado para esses gastos e outros mais imediatos. Se você já sabe o que significa o caixa de uma empresa, fica mais fácil entender o que é um fluxo de caixa. Não é nenhum bicho de sete cabeças, pois, na prática, os controles do fluxo de caixa de uma empresa são bastante simples. Porém, o empresário deve ter o cuidado de analisar e manter os registros atualizados de forma que identifiquem claramente a posição atual e futura da empresa. A administração do caixa compreende não só o lançamento histórico das entradas* e saídas*, mas também as previsões de entradas e saídas e o controle dos recursos disponíveis. Desta maneira, você consegue ter uma previsão mais prolongada da vida financeira do seu negócio. Pode prever quanto e quando poderá investir em equipamentos novos, por exemplo. Administração dos recursos em caixaAdministração dos recursos em caixaAdministração dos recursos em caixaAdministração dos recursos em caixa

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Pois é, se os registros são feitos corretamente, fica muito mais fácil administrar as contas. Aliás, o objetivo do fluxo de caixa é exatamente acompanhar o fluxo de entradas e saídas previstas de dinheiro, bem como a sua manutenção.

Que tal usar a imaginação? Como você reagiria se acontecesse um imprevisto em seu negócio, que lhe exigisse utilizar recursos além da sua programação mensal? É importante estarmos preparados, administrando bem os nossos recursos, para que um imprevisto não nos abale tanto. Agora, imagine se, de repente, um equipamento indispensável em seu negócio se danificasse e você tivesse que repor…Com certeza a compra deste novo equipamento iria rebater de alguma maneira no seu orçamento mensal, não é mesmo? De que maneira você conseguiria medir esse impacto? Será que a compra de um novo equipamento iria resultar, a longo prazo, em insuficiência de recursos no seu caixa?

Agora, imagine se, neste mesmo mês em que houve o dano no equipamento, o fluxo de entradas diminuísse. Analisando o fluxo de caixa, com certeza a solução para essas questões ficam mais claras. Você pode decidir, por exemplo, fazer a compra do equipamento novo em várias prestações ou, então, comprar este mesmo equipamento já usado, e negociar os prazos de pagamento. Como você viu, o fluxo de caixa é um instrumento capaz de fornecer o conhecimento dos momentos exatos em que surgem as insuficiências de caixa. Possibilita ainda que a empresa recorra às fontes de capital para sanar falhas com bastante antecedência, ou mesmo resolver algum acidente de percurso, como no exemplo da quebra de um equipamento.

Agora, vamos imaginar o contrário: excesso de dinheiro em caixa. É uma situação bastante interessante, não? Se a sua empresa estivesse nesta situação, o que você faria? Cuidado, pois é aí que muita gente acaba esgotando suas fontes de recursos! A verdade é que a maioria das pessoas são mais tentadas a gastar, e muito pouco acostumadas a poupar ou investir.

Muitos pensam que basta ter dinheiro sobrando para que todos os problemas deixem de existir. Não é bem assim: se não há controle, em pouco tempo o dinheiro é mal gasto e logo a empresa perde a sua reserva.

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Portanto, ao observar a existência de saldos excessivos de caixa, você deve ter astúcia e, antecipadamente, pensar em usos alternativos para esses recursos, visando aumentar e maximizar os seus lucros*. Afinal, este é o objetivo de qualquer empreendimento! Se não for preciso usar o dinheiro para o pagamento imediato de compromissos, deve-se pensar em investir os fundos extras em títulos, em curto prazo. É importante verificar se, pelo tempo que a aplicação será feita, ela terá rentabilidade. Você já deve saber que sobre aplicações financeiras incide o IOF (Imposto de Operações Financeiras). Por isso, é sempre bom avaliar o quanto você pagará de impostos por uma aplicação, principalmente se for investir num prazo inferior a 90 dias. Fique ligado(a) nesses detalhes!

Agora vamos revisar os objetivos que podem ser alcançados com o fluxo de caixa, assunto que estivemos estudando ao longo desta Unidade. Você está lembrado(a) quais são eles? É importante chamar a atenção para um fato importante: qualquer empresa, seja ela de micro, pequeno, médio ou grande porte, deve utilizar o fluxo de caixa. Não é uma ferramenta restrita às grandes empresas.. O fluxo de caixa utiliza informações de médio e longo prazo como ferramenta para alcançar algumas metas. Veja abaixo quais são elas:

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2.2 Fluxo de Caixa Vamos continuar o nosso Planejamento Financeiro? Dessa vez, vamos aprender de forma mais detalhada como fazer um Fluxo de Caixa. Na unidade anterior, estudamos o que é um fluxo de caixa e qual sua importância no dia-a-dia empresarial, essa ferramenta é útil para qualquer empresa, independentemente do tamanho, lembra? Agora, vamos compreender como um fluxo de caixa é elaborado.

Por falar nisso, você já fez um fluxo de caixa antes? Qual foi seu primeiro passo? Se nunca fez antes, de que forma você construiria um fluxo de caixa? Não se preocupe agora, pois iremos primeiro aprender a fazer juntos. Vamos iniciar?

Às vezes uma empresa pode estar com um bom saldo bancário, mas pode não estar em uma boa situação financeira e vice-versa. Muitas vezes um empresário tem um saldo enorme no banco, mas está pagando suas contas depois dos vencimentos. Ou então, num momento de sufoco financeiro, falta dinheiro até para pequenos gastos, o que prejudica profundamente a empresa.

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Para exemplificar nosso trabalho, vamos usar a tabela do fluxo de caixa do restaurante Cheirinho da Terra

Basicamente é preciso registrar um capital inicial* ou o próprio saldo que temos no banco e depois apenas as entradas e saídas de dinheiro. É simples, não é? Essa é a idéia do fluxo de caixa. É preciso separar o custo fixo dos custos variáveis. Os fixos ocorrem independente das vendas, mesmo se a empresa não vender nada. Já os variáveis variam conforme as vendas de produtos ou serviços. (Por exemplo, o IPTU não ocorre todo mês e é um custo fixo, uma vez que não vendendo nada, também temos que pagar).

Atenção, devemos registrar todas as entradas e saídas. Pois, se houver uma compra fora da programação, esta precisa ser registrada. Com a correta utilização do fluxo de caixa, futuramente, você terá condições de analisar antecipadamente e poder tomar decisões com mais segurança.

Existem outras entradas além das vendas como rendimentos bancários oriundos de poupança ou aplicações. a média de faturamento do restaurante e, imediatamente, o valor médio das vendas é de R$ 10.000,00, e não temos sazonalidade, as nossas vendas não variam significativamente em função do clima ou do época do ano. Uma sorveteria ou uma loja de roupa de praia, por exemplo, têm picos de vendas somente no verão. Você percebe o quanto é importante termos uma previsão de entradas para, em cima desse valor, projetar os cálculos para mais adiante? Certamente o valor das entradas, R$ 10.000,00, no caso do restaurante, não será exatamente igual todos os meses.

Se a variação das entradas mensais é pequena, isso não afeta tanto as previsões. Para isso, é necessário estimar esses valores de forma que fiquem o mais próximo possível do real. Depois de registrar no fluxo o saldo inicial e o total de entradas da empresa, vamos calcular o pagamento dos fornecedores, temos de adicionar a este valor aquela quantia adicional de R$ 1.080,00, referente ao pré-datado do mês anterior, que seria descontado pelos fornecedores.

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Esse valor adicional que foi colocado na tabela estava fora da programação financeira do restaurante. Depois de aprender o funcionamento e a utilização do fluxo de caixa, vimos que não dá para comprear sem planejar.

- Vamos lançar então o pagamento para os fornecedores. Normalmente nossas compras mensais representam R$ 5.400,00. Nesse mês, temos que pagar a compra adicional que fiz. No total, vamos pagar aos fornecedores R$ 6.480,00

Com os registros das saídas dos fornecedores, havia chegado o momento de calcular os gastos com impostos e com as comissões dos garçons.

- Pagamos uma comissão aos garçons de 10% do total vendido no restaurante. Já os impostos, representam 5%, pois o faturamento de nossa empresa está entre R$ 91.000,00 e R$ 119.000,00 ao ano. - Esses são valores que variam de acordo com as vendas, mas, como aquí no restaurante essa variação é bem pequena, eles se repetem todos os meses.

Como estamos vendo, agora, vão incluir no fluxo as comissões e os impostos como outra saída de recursos. Com isso, é possível se programar para pagá-las. No caso do restaurante Cheirinho da Terra, essas saídas aparentemente são fixas. Porém, se o faturamento do restaurante variar, elas irão sofrer variação também pois são classificadas como variáveis.

Está vendo? Faltam apenas alguns dados para que a tabela do fluxo de caixa esteja, finalmente, pronta. Ao colocarmos os custos fixos, está fechada a inserção* de dados no fluxo de caixa. Depois disso, basta calcularmos as entradas menos as saídas para identificarmos nossas necessidades de caixa ou sobras de dinheiro. O saldo inicial não deve ser considerado, pois o ideal é que as entradas sejam suficientes para cobrir as saídas, sem qualquer adicional. A inclusão do saldo inicial só deve ser feita posteriormente, depois do cálculo das entradas menos saídas. A partir daí, você pode calcular o saldo inicial do período seguinte. Essas medidas são úteis e vão ajudar a separar as entradas e saídas dos ganhos e perdas de capital. Caso contrário, confundimos tudo.

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Pronto, fechamos nosso fluxo de caixa, viu como é simples?

Os valores em parênteses são negativos, ou seja, as saídas são maiores que as entradas. Percebeu que ter um saldo a mais no banco não significa estar em boa situação financeira? Depois de concluírem o seu fluxo de caixa, perceberam que estavam operando no negativo. Se eles não identificassem essa informação agora, provavelmente no futuro iriam falir. Ficou mais claro, agora, entender a importância que tem um fluxo de caixa? Você costumava prever as entradas e saídas de recursos em seu negócio? Já havia feito algo parecido para saber como anda a saúde financeira da sua empresa? Pense bem…às vezes muitos de nós sequer temos controle das entradas e saídas de dinheiro em nosso próprio bolso! Quantas vezes você já ouviu alguém próximo a você falar que, quando o salário entra, já está todo comprometido com contas a pagar? E mesmo assim, segue fazendo dívidas, usando o cartão de crédito e cheques pré-datados? Muita gente acha que esse tipo de problema só ocorre quando se é assalariado, porém muitos repetem o mau hábito ao montar o próprio negócio e acabam gastando mais do que recebem. Quando menos espera, vê o seu sonho dar errado. Por que será? Entender o porquê de um saldo negativo ou positivo de seu fluxo de caixa é o que diferencia muitas empresas que continuam firmes daquelas que desaparecem. E você, o que pensa sobre essas questões?

Pois bem, agora vamos pontuar o que foi estudado até aqui.

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Como vimos, o fluxo de caixa do restaurante Cheirinho da Terra foi elaborado para um período de seis meses. Agora, pare um segundo e reflita sobre a seguinte questão: será que todos os fluxos de caixa devem ser feitos assim, considerando esse mesmo período?

Não necessariamente! O importante é observar as condições de pagamento que oferecemos aos nossos clientes, os prazos de compra e considerarmos um período histórico suficiente para embasar* a elaboração da análise. Percebe como cada caso é diferente? Você deve analisar qual o período mais adequado às demandas do seu negócio. Outra coisa que pode variar é a forma como o fluxo de caixa é construído. Também depende da necessidade de análise de cada empreendedor. Ele pode ser detalhado de forma a colocar todas as contas ou resumido, agrupando as contas. Por exemplo: no fluxo do restaurante, eles citaram apenas fornecedores, de um modo geral. Não especificaram se era o fornecedor A, B, C ou D. No seu caso, você pode detalhar, se achar melhor.

Você ficaria preocupado, ao verificar o resultado do fluxo? Como você reagiria? Esse é um problema que requer preparação e atenção, a análise é necessária, negativo, e sim verificar o porquê do resultado e decidir como agir. Tanto em um caso, como no outro, sempre há algo a fazer. isso é claro. Entretanto, o principal não é apenas enxergar um número positivo ou negativo, e sim verificar o porquê do resultado e decidir como agir. Tanto em um caso, como no outro, sempre há algo a fazer. Se o dinheiro sobra, o ideal é movimentá-lo, fazer um investimento para que ele se multiplique. Se o dinheiro falta, deve-se avaliar maneiras de corrigir o problema.

Esse é o assunto do próximo capítulo. Neste caso, verificamos que o resultado do mês fica negativo, mas, considerando o saldo inicial, o resultado fica positivo até o quarto mês. Então, como eles conseguiram manter a empresa aberta, já que não estão tendo lucro? Como isto pode acontecer? Isso mostra que eles estão tendo que utilizar o capital de giro da empresa para cobrir esse saldo negativo. O capital de giro é justamente o montante de dinheiro necessário para financiar as atividades operacionais da empresa. Ou seja, é o dinheiro destinado para cobrir todos os gastos de funcionamento do seu negócio. O capital de giro obedece a um ciclo que começa com o desembolso do dinheiro do caixa para a cobertura das despesas e finaliza com o recebimento das receitas obtidas com as vendas.

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Pois bem, ótimo! Antes disso, uma boa pedida é realizar com atenção os exercícios a seguir. Vai ser muito bom para solidificar o que foi aprendido até aqui! Um empresário está fazendo o seu fluxo de caixa. Ao calcular o resultado de entradas menos saídas, ele deve considerar o saldo inicial como entrada? Escolha apenas uma das alternativas.

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Com base no que você aprendeu até aqui, analise com atenção as tabelas abaixo. Qual dos dois fluxos de caixas estão corretamente elaborados?

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O Comércio de tintas Rosazul está elaborando o planejamento semestral de seu fluxo de caixa. Depois de tudo que aprendeu nesta unidade, você já pode ajudar os proprietários do comércio de tintas a preencher o fluxo com os dados abaixo. Faturamento Médio: R$ 40.000,00 Compras mensais: R$ 18.000,00 (fornecedores) Percentual de Impostos: 10% (lembre-se que este é o percentual de impostos da empresa Rosazul. Quando você for fazer o fluxo de caixa de sua empresa, consulte o seu contador) Comissões: 2% Total dos Custos Fixos Mensais:R$ 16.000,00 Saldo inicial do semestre: R$ 4.000,00

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Você já leu ou ouviu que o fluxo de caixa é o aspecto mais importante da administração financeira?

Nesta unidade você aprendeu que, conhecendo como se faz um fluxo de caixa, podem-se prever as faltas e sobras de dinheiro. É como se fosse uma bola de cristal, mas não tem nenhum mistério. Todo mundo pode usar… 2.1 Analisando os Resultados do Fluxo de Caixa2.1 Analisando os Resultados do Fluxo de Caixa2.1 Analisando os Resultados do Fluxo de Caixa2.1 Analisando os Resultados do Fluxo de Caixa Na unidade passada, como fazer o fluxo de caixa de uma empresa. Você viu o quanto é simples e útil essa ferramenta, não foi? Pois bem, nesta unidade, vamos aprender a analisar os resultados do fluxo de caixa. Vamos utilizar as informações contidas nele para melhorar o desempenho de sua empresa e conhecer possibilidades de assumir compromissos.

Depois de ter visto o fluxo de caixa da unidade anterior, o que você descobriu? Para você, sobrar dinheiro é uma boa situação? Como você faria para descobrir quais os motivos da sobra de dinheiro? E, quando falta, como saber exatamente qual o motivo que está contribuindo para isso? Depois de ter feito um fluxo de caixa, você seria capaz de analisá-lo?

Lembra que, na última unidade, construíram o fluxo de caixa do restaurante Cheirinho da Terra? Pois bem, agora vamos procurar entender porque deu aquele saldo negativo no fluxo. Vale a pena relembrar que a empresa tinha uma soma de dinheiro no banco, mas, mesmo assim, houve saldo negativo. O fluxo de caixa constatou que a empresa entraria no vermelho num prazo de seis meses. Ou seja, eles teriam que pensar numa solução para tornar o saldo da empresa positivo e resolver a situação. Como vimos, muitas vezes alguns empresários não se programam corretamente e, quando aparecem sobras, acham que está tudo bem. Porém, no outro dia, acontece uma falta muito maior que a sobra anterior. Se o empresário gasta o dinheiro que sobrou, terá que pagar juros e multas para saldar seus pagamentos.

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Identificado o problema, a solução. Em outras palavras, é preciso traçar uma estratégiaestratégiaestratégiaestratégia* de vendas e de custos para mudar a situação. Analisar detalhadamente cada custo e estabelecer o nível mínimo de estoque - just in time, ou seja, ter um estoque mínimo e ir adequando a compra programada de acordo com as vendas, é parte da estratégia para solucionar o problema.

Na análise das alternativas, para aumentar a receita do restaurante, além de controlar os gastos, seria preciso tratar da outra parte da estratégia que é a parte de vendas: A empresa deve ser analisada como um todo, pois qualquer decisão interfere em todos os setores. Devem ser analisados outros fatores além do financeiro para chegar nesse equilíbrio. Pois é, perceberam a falta que faz um fluxo de caixa! Se não tivessem visto na prática como essa ferramenta pode ajudar uma empresa, talvez eles não ficassem entusiasmados para fazer o fluxo, com tanta presteza*. Com certeza, a partir de agora, vai ficar mais fácil. Percebemos com o case do restaurante Cheirinho da Terra, que qualquer pessoa tanto é capaz de fazer quanto de analisar um fluxo de caixa.

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Muitas vezes as pessoas sabem da importância de um determinado procedimento, ouvem falar que é bom e até concordam, mas, por uma questão de paradigma*, há quem não o coloque em prática em sua vida. Esse “vício” de deixar sempre para fazer depois algo importante acaba atrasando a própria evolução de quem quer que seja.

Vimos que a análise do fluxo de caixa é importante não só para acompanhar o dia-a-dia de uma empresa, mas também para prever acontecimentos de sobras ou faltas de caixa, que auxiliem na tomada de decisão. Se você sabe antecipadamente que, em três meses, sua empresa vai começar a ter sobra em caixa, é muito mais fácil planejar o que fazer com esse dinheiro, não acha? Da mesma maneira, se você sabe com antecedência que vai ter um déficit*, pode se programar para tomar uma atitude antes que o problema cresça ainda mais…É isso aí, a análise dá a idéia do futuro da empresa e permite provisionar* as sobras ou as faltas no caixa para planejar as estratégias. Você percebeu que quando há sobras de recurso no caixa, podemos utilizá-las investindo em compra de matérias-prima ou mercadorias, em aplicações financeiras ou mesmo reserva de capital de giro?

O importante é que o dinheiro não fique parado! Afinal, se você quer que sua empresa cresça, é preciso que o lucro aumente. E não há lucro sem investimento.

Uma observação importante: fique atento(a) ao analisar os saldos! É comum alguns empresários deixarem de considerar algumas despesas e com isso, constarem saldos positivos que não são concretos nas projeções.

Esse tipo de engano é muito comum. Ocorre com todas as pessoas, inclusive as que não são empresárias. Muitas vezes fazemos o cálculo justo de uma determinado gasto e não contamos com os imprevistos ou gastos adicionais* que, somados, acabam fazendo diferença no orçamento. Um bom exemplo dessa situação são as reformas e as construções. Sempre aparece algum gasto extra! Por isso, o melhor é considerar todas as despesas com muita antecedência antes de tomar qualquer decisão de gastar!

Analise cuidadosamente seus custos. Como vimos, quando o saldo for negativo, não adianta se desesperar, achar um possível culpado para o problema e despejar sobre ele todas as angústias. Isso não vai resolver nada. É preciso analisar porque o fato ocorreu, verificar como está a situação de contas a pagar, analisar os prazos com fornecedores, ver se há atrasos nos recebimentos, descasamento entre recebimentos x pagamentos. Procure perceber se há uma evolução ou queda nas vendas. Se as vendas não estão evoluindo, isso pode provocar problemas por falta de capital de giro. No caso em estudo foi exatamente isso o que ocorreu: os recebimentos vinham somente através das vendas no restaurante Cheirinho da Terra e esse valor se mantinha sempre o mesmo, todos os meses. Os gastos, entretanto, estavam aumentando.

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A reserva que eles pensavam que tinham logo se transformou em saldo negativo, lembra? Para reverter isso, é preciso reavaliar prazos, ver as datas dos recebimentos e dos pagamentos e, se for possível, reduzir gastos. Ou seja, procurar meios de reestabelecer o fluxo de caixa. E se as vendas estão em queda, o que fazer? São necessárias estratégias de reversão de resultados. Neste caso, precisa-se implementar ações para corrigir o saldo, que começam com ações de melhoria interna: incremento* na produção, no atendimento, na divulgação, etc.

Pode-se constatar também que, com o aumento nas vendas, há a necessidade de se investir mais. Imagine se tivessem um aumento na frequência de clientes em seu restaurante. Como dariam conta dos novos pedidos e atender bem a um maior número de pessoas? Certamente eles precisariam contratar mais funcionários, fazer mais compras para o estoque, ou seja: teriam mais gastos. O investimento para pôr em prática tais medidas, por sua vez, pode acarretar juros e, até mesmo, a inadimplência, se não for muito bem planejado… Para não passarmos por isso, algumas ações emergenciais de reversão de saldo negativo devem tomadas:

Precisamos nos lembrar: quando se fala de empréstimos bancários e desconto de duplicatas, devemos considerar as altas taxas de juros que o mercado pratica atualmente. Portanto, toda atenção é pouca, ao lidar com o mercado financeiro! Em relação a empréstimos bancários é importante colocar os pagamentos e as amortizações* dentro das previsões de fluxo de caixa e ainda ficar atento à cobrança de juros para não acarretar problemas sérios de endividamento ao invés da reversão dos saldos negativos. É bom se ligar nesses detalhes, pois, no final das contas, você pode estar criando um problema ao tentar resolver outro! Agora, vamos colocar todo esse aprendizado em prática!

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Elabore a previsão do seu fluxo de caixa com base no modelo que vimos neste curso. Preencha a tabela do fluxo de caixa com os dados da sua empresa!

Depois, vá até o Plano de Investimento. Lá, você pode organizar todas as informações que o ajudarão a decidir sobre o futuro investimento. Essa ferramenta também auxilia na projeção do seu fluxo de caixa e também na análise de como e por que realizar um investimento. Além disso você vai poder mensurar exatamente o quanto se deve investir.

Quer ver um modelo de Plano de Investimento para servir como guia? A partir do modelo apresentado, abra e construa o seu próprio Plano de Investimento! Analise com cuidado a tabela de fluxo de caixa apresentada abaixo. Depois, com suas palavras, identifique no Bloco de Notas dois motivos que levam essa empresa a ter um fluxo de caixa negativo nos três primeiros meses.

Respostas possíveis: 1. A empresa não possui uma programação adequada entre entradas e saídas nos três primeiros meses. 2. Suas receitas não estão projetadas para atender a suas necessidades nos três primeiros meses

Pois bem, amigo(a), agora fica mais fácil entender e refletir sobre determinadas questões, concorda? Você já ouviu o ditado popular: “o hábito faz o monge”? Pois é, pequenas ações, aparentemente insignificantes, constróem uma história!

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Responda para si mesmo:

Agora, você já tem mais clareza sobre estas questões. Depois de ter feito o fluxo de caixa de sua empresa e ter analisado os resultados encontrados, reflita sobre como uma simples atitude sua pode mudar os rumos do seu negócio.

EPÍLOGO

“O silêncio é a oração dos sábios. Sem a oração do silêncio é impossível pensar antes de reagir. Sem

pensar antes de reagir é impossível não cometer erros crassos.”

Boa noite e até a próxima aula, espero por voces.

Que DEUS nos abençoe a todos !