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04 - Editorial: Paulo Rocha 20 destinospara conhecer Portugal08 - Algarve Gerês12 - Algarve Silves16 - Aveiro Santa Joana Princesa20 - Beja No roteiro da biodiversidade24 - Braga Um guia para o Gerês28 - Bragança-Miranda Monte de Balsamão32 - Coimbra Mata do Buçaco36 - Évora Vila Viçosa Jubilar

40 - Funchal Festas de Agosto44 - Guarda Senhora do Ar na Serra daEstrela48 - Lamego Santuário Nossa Senhora daLapa52 - Leiria-Fátima Valinhos56 - Lisboa Biblioteca do Convento deMafra60 - Portalegre-Castelo Branco A fresca Abrantes64 - Porto Silêncio de Singeverga68 - Santarém Convento de Cristo em Tomar72 - Setúbal Senhora da Tróia76 - Viana do Castelo Senhora d' Agonia80 - Vila Real Senhora da Graça84 - Viseu Tesouro da Catedral e Museu

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Padre Américo AguiarPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

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Visita

Paulo Rocha Agência ECCLESIA

Visita é uma palavra com um denso humanismo.Assim é obviamente quando em causa está oacolhimento a uma visita de amigos ou familiares,distantes há muito ou pouco tempo; quandofazemos uma visita a quem está só, doente oumarginalizado; quando deixamos ocupaçõesaparentemente mais urgentes para reservartempo para uma visita a quem precisa de falar,conversar, estar… O mesmo humanismoacompanha a palavra na circunstância de umavisita a um local desconhecido, da visitafinalmente conseguida a um destino que ahistória recomenda e até da visita de ocasião,nas circunstâncias de qualquer viagem detrabalho ou lazer.E quantas vezes uma visita é o acontecimento

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maior de um ano, de um tempo detrabalho, de períodos de férias! Olocal, as circunstâncias e sobretudoas pessoas determinam essesmomentos marcantes em cadabiografia, pessoal, familiar ou de umgrupo, tantas vezes recordados emtorno de tremoços à mesa do caféou do refresco ao cair da noite. Eainda mais pelos serões dentro queo verão sempre cria, muitas vezesno contexto de uma visita, sejamquais forem os ambientes .A visita, aquela que ocupa cartõesde memória repletos de fotografiase ainda mais os corações de quemolha e vê, pode acontecer nosrecantos de qualquer país. Por isso,abençoado turismo que permitea visita de patrícios e estrangeiros,todos cidadãos do mundo queapostam no conhecimento

dos locais e sobretudo das pessoascomo meio para estabilizarsociedades agitadas pela tambémvisita inesperada e desumana dehomicidas!No outro tipo de visita, a queo turismo sugere, é urgentedescentralizar destinos, ter emconsideração as periferias e estarpermanentemente em saída...A paz, o conhecimento e a boaproximidade entre pessoas ecomunidades acontece muitas vezesdepois de uma visita! Assim, vamosa isso!Nesta edição, sugerimos 20 destinospara uma visita, uma em cadadiocese de Portugal. Propostas paradias de férias que surpreendemsempre! Não tanto pelo quese visita, mas pela companhianuma visita.

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20 destinos para conhecerPortugal… Uns mais improváveis

que outros,mas todos seguramente

merecedores de uma visita. Numroteiro por

todas as dioceses portuguesas,escolhemos a natureza, o

património,os templos e sobretudo as

pessoas para lhe propor“ir para fora cá dentro”…

Boa viagem, ao longo do mês deagosto

(A próxima edição do semanário

digital Ecclesiavai ser publicada no dia 2 de

setembro)

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Silves, património secular

Visitar o Algarve é tambémoportunidade para ficar a conhecerum rico património cultural queconstitui a memória de muitosséculos de história.O rio Arade foi uma das principaisvias de comunicação com o interioralgarvio desde tempos remotos e foigraças à sua navegabilidade quevários povos se fixaram em Silves.Entre esses povos, o de maiorimportância na história destalocalidade foram os árabes, quefizeram de Silves a capital islâmicado Algarve.Conhecida no século XI pelo seudesenvolvimento e prosperidade,era um centro cultural onde residiamos

mais brilhantes poetas, historiadorese juristas da região. Precisamentepela sua importância, Silves foi aprimeira cidade algarvia a serconquistada pelos cristãos em 1189,liderados pelo rei D. Sancho I,perdendo-a dois anos mais tardepara os árabes até ser conquistadadefinitivamente em 1249.Em 1266, D. Afonso III deu foral aSilves e ordenou a construção deuma Sé Católica sobre a antigamesquita. A cidade mantém a suaimportâncianos anos seguintes econserva-se como capital do Algarveaté meados do século XVI, altura datransferência da sede de bispadopara Faro, fortemente motivada peloassoreamento do rio

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Arade, que levou ao declínioeconómico da cidade.Com o terramoto de 1755, assimcomo com as invasões napoleónicase as guerras liberais, Silvesatravessa um período difícil, apesarde no século XIX voltar a prosperargraças à indústria corticeira. Nesteperíodo assiste-se a umcrescimento populacional e a umagrande renovação urbana.Silves aposta hoje no turismocultural como fator dedesenvolvimento económico,atraindo milhares de turistas para oseu centro histórico e para oseventos que aí se organizam.

Região de Turismo do Algarve

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Ilha das Flores, uma marca de Deus

A ilha das Flores, no arquipélagodos Açores, é um dos mais beloslocais a visitar atualmente emPortugal! A razão desta afirmação,aparentemente exagerada, prende-se com o facto de a naturezanaquela ilha açoriana se encontrarainda, parafraseando a antropologiateológica, num estado de justiçaoriginal. A comprova-lo está tambémo facto de ter sido declaradareserva da biosfera pela Unesco! Asvariedades na tonalidade do verde,bem como a riqueza orográficaverificada nas encostas escarpadas,nos declives por entre montanhas evales fazem da ilha das Flores umcenário paradisíaco onde se podecontemplar inúmeras cascatas quedurante todo o ano caem pelasrochas fazendo correr para o mardiariamente milhões e milhões delitros de água! É este o cenário realque encontrará se tiver a ousadiade visitar a ilha das Flores!Ademais, Há nela cenários

inesquecíveis como por exemplo aRocha dos Bordões (ver foto) afazer lembrar a majestade dos tubosde um grande órgão de umacatedral! Uma maravilha da naturezapara quem entra na ilha pelo ladosul, a vila das Lajes, após percorrero vale com o mesmo nome.Percorrendo a ilha para a zonaoeste, encontra o deslumbrante valeda Fajãzinha que pode serapreciado desde os miradourosCraveiro Lopes e da Cruz. Aqui ascascatas e ribeiras que de verão ede inverno correm para o mar sãoautêntica força da mãe natureza areportar-nos ao Criador. Aindadesde o miradouro Craveiro Lopespoderá apreciar o Poço da Ribeirado Ferreiro, erradamente apontadonas placas toponímicas como poçoda Alagoinha. Continuando para olado oeste da ilha das Floresdeparará coma Aldeia turística daCuada, um microclima no contextoda ilha, lugar propício á realizaçãode um autêntico

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retiro espiritual. Silêncio, durante odia, aliado á sinfonia dos pássaroscom raiar da madrugada, é umcenário natural ideal para oencontro com Deus. Continuando opercurso pelo lado oeste da ilhaencontrará a Fajã Grande situada ábeira-mar, com um belopromontório, uma pequena praia, eo peso da proximidade das rochasquase fazer lembrar a narração daglória(kebod) de Deus queencontramos na literatura proféticado Antigo testamento. Destaquepara a ribeira das Casas com afamosa poça do bacalhau onde épossível tomar banho. Da Ponta daFajã Grande até à freguesia dePonta Delgada poderá apenaspercorrer um trilho que durará umasduas horas até chegar ao farol doAlbernaz no extremo norte da ilha.Cerca de vinte quilómetros separamesta freguesia do Norte da vila de

Santa Cruz. Neste percurso nãodeixe de apreciar a vizinha ilha doCorvo, em curvas que oferecempanoramas de grandiosidadeinigualável. Santa Cruz é a porta deentrada numa ilha de 12x10 desuperfície, (142 km quadrados), como seu aeroporto de 1400 metros.Das onze igrejas da ilha destaquepara a Matriz de Santa Cruz dasFlores que apresenta uma frenteverdadeiramente imponente. O valeda Fazenda, o Pico da Sé e ospanoramas dos miradouros do Picoda Casinha e da Ribeira da Cruzcompletam um ambiente natural queenvolve a mais populosa povoaçãoda ilha, a vila de Santa Cruz!Termino aguçando a curiosidadepara ver as sete lagoas a que opovo chama caldeiras, talvez a roçara perfeição que o número seteindica na Sagrada Escritura!Padre Ricardo HenriquesDir. Serviço Diocesano PastoralComunicações Sociais

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Em visita a Aveiro,rememorando a Princesa SantaJoana

Na zona alta da cidade de Aveiro,precisamente na Praça do Milenário,desde maio de 2002 ergue-se aestátua da Princesa Santa Joana -obra do escultor aveirense HélderBandarra. O monumento brônzeotraduz a homenagem agradecida deAveiro e evoca a filha de el-rei D.Afonso V e da rainha D. Isabel numaatitude dinâmica, firme e decidida,quando, em 1472, ainda jovem,resolveu definitivamente deixarLisboa e a Corte com o fimde se dedicar à vidaclaustral, fazendo

rapidamente caminho para Aveiro,apenas com os olhos e o coraçãopostos na cruz e no amor de Cristoe com o desejo de ser testemunhada fé. Esta zona urbana encontrava-se outrora dentro do espaçocircuitado pelas muralhas, queforam construídas a partir de 1418,por ordem de D. Pedro - o infantedas “sete partidas”, filho de el-rei D.João I e senhor de Aveiro; de talconstrução restam uns escassos vestígios. Aí se erguem as casas domosteiro de Jesus, unificadas por uma fachada

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erguida nos meados do século XVIII,que deu aos edifícios um ar degrandeza monumental; taishabitações monásticas começarama levantar-se em 1458 e albergaramuma comunidade religiosa de freirasdominicanas, cuja fundaçãocanónica foi autorizada pelo papaPio II, em 1461. A partir de 04 deagosto de 1472, aqui viveusantamente a mencionada Princesa,a qual também aí faleceu em 12 demaio de 1490; seria beatificada pelopapa Inocêncio XII em 1693 edeclarada oficialmente padroeira daCidade e da Diocese de Aveiro pelopapa beato Paulo VI em 1965.O túmulo, que encerra os seusrestos mortais desde 1711, foiconstruído de 1698 a 1709, emmármores polícromos, segundo otraço do arquiteto real JoãoAntunes, e encontra-se no coro-baixo da igreja

de Jesus, dentro das paredes dovelho cenóbio. Após a proclamaçãoda República em 1910, asautoridades encerraram o colégiofeminino que funcionou desde amorte da última freira em 1874 nasditas instalações. Finalmente, em1911, um decreto ministerialdestinou o imóvel para diversos fins,nomeadamente para um «museu dearte antiga e moderna».Perante esta simples evocação,sugere-se ao visitante de Aveiroque, além de apreciar a “arte nova”em muitas fachadas, de se encantarpelas belezas da ria e de passearnum barco moliceiro pelos seuscanais, não deixe de admirarcuidadosamente o Museu de SantaJoana, de apreciarpormenorizadamente o sarcófagosetecentista da Princesa e de seencantar detalhadamente com oconjunto barroco na talha dosretábulos, das paredes a dos tetosda igreja conventual.

Mons. João GasparVigário-geral da Diocese

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A Serra de Serpa, o Microclima deLimase o Acidente Geológico do Pulo doLobo“Alguns países fizeram progressosna conservação eficaz de certoslugares e áreas – na terra e nosoceanos –, proibindo aí aintervenção humana que possamodificar a sua fisionomia ou alterara sua constituição original.”(Laudato Si’, 37)O Guadiana ganha outro vigor aoatingir o Pulo do Lobo. Aqui, inicia aescavação do seu leito primitivo eforma uma garganta escarpada de20 m de altura que acompanha ocurso fluvial até à proximidade deMértola. Precipitando-se numturbilhão de cerca de 16 m de alturasobre o pego do Sável, molda osquartzitos, formando as marmitas degigante. Depois, avança ao longode 4 km pelo vale encaixado dacorredora. Ao constituir umobstáculo natural à progressão paramontante dos peixes migradoresque sobem o rio para

desovar, o pego torna-seuma armadilha natural para aictiofauna (sável, lampreia).Aliada à interpretaçãogeomorfológica do local, é possívelencontrar vestígios milenares dapresença humana gravados narocha e crustáceos contemporâneosdos dinossauros. Nas margens dovale antigo do rio, encontramos ossegmentos de habitat menostocados do Parque Natural do Valedo Guadiana: o Matagalmediterrânico. Percorrendo umapaisagem de certo modo única, vãoser observados vestígios de cheiasantigas (o Guadiana é célebre pelassuas cheias apocalípticas) e, nocéu, as espécies de avesemblemáticas da área protegida:cegonha-preta, águia-real e águia-de-bonelli.

Festival Terras Sem Sombra

fotos: FTSS 2016- FeelingPhotography Alfredo Rocha

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Serpa integra a entidade Turismo do Alentejo, E.R.T. e os Itinerários deTurismo Cultural "Terras da Moura Encantada" e "Rota do Manuelino",promovidos pelo Programa de Incremento do Turismo Cultural (Direção-Geral do Turismo) em parceria com a organização internacional "Museu semFronteiras". Estes itinerários convidam o público a viajar pelo país paraconhecer, nos seus contextos originais, os mais importantes monumentos,conjuntos arquitetónicos, sítios arqueológicos e museus.O concelho é detentor de um conjunto ímpar de valores naturais mas, até àdata, apenas uma parte do seu termo está inserida numa área protegida – oParque Natural do Vale do Guadiana, criado em 1995.

C.M.Serpa

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Notas geresianas1. Seja bem-vindo, leitor. Vimesperá-lo às pontes de Rio Caldo.Dão passagem para a vila doGerês, atravessando a barragemda Caniçada. Harmoniosas,nasceram da capacidade criativa doEngenheiro Edgar Cardoso, em1954.

3. Para sãos e condutores segurosé a subida à Pedra Bela -- um dosmais belos miradouros geresianos:com o céu limpo, pode ver-se, aolonge, o brilho prateado do Atlântico.Ou, quase na perpendicular, aospés do turista sem vertigens, a vila eo vale, por vezes afagados pelaneblina.

2. A vila do Gerês parece umaavenida encaixilhada nas montanhasem V. Da sua beleza,simultaneamente doce e agressiva, seapaixonaram, por exemplo, RamalhoOrtigão e Miguel Torga.A fama das suas águas vem dosRomanos, se bem que o seuaproveitamento se tenha evidenciadoapenas a partir do século XVIII. Hojeencontramos uma estânciaremodelada. Diversas são as doençasque combatem: fígado, vesícula biliar, hipertensão arterial, diabetes, gota,obesidade… A eficácia afirma-se numa inscrição latina na Fonte da Bica,diante da capela de presença discreta: “Aegri surgunt sani” (Os doentesficam sãos)…

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4. Lavado o olhar, procure-se Leonte,com paragem junto da Casa Florestal.Do lado esquerdo, um curral. Hádiversos nesta montanha que já foiterra de numerosos rebanhos,guardados à vez pelos seusproprietários.O trilho dos currais é, aliás, uma daspropostas que os visitantes devemexperimentar. De preferência, comalguém que conheça usos e costumese possa falar do modo como cadapastor entregava ao seguinte o gadoa seu cuidado: por porta ou porcabeça. Se é fácil contar, difícil é, semdúvida, identificar cada animal pelonome próprio (Linda, Fidalga,Bonita…) e pelo nome do proprietário.

5. A Portela do Homem é umdiscreto posto fronteiriço que abrea porta da Galiza e do vale doXurês.A 2 kms da fronteira encontra-seuma bela cascata, cujas águascaem para uma lagoa de limpidezperfeita. À direita, um caminhodifícil conduz às minas dos Carris eà memória da exploração dovolfrâmio.

Texto e fotos: Padre João Aguiar

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6. Importa voltar atrás, aoentroncamento da Albergaria, ondecomeça a terra batida, em direção aVilarinho das Furnas e Campo doGerês.Este caminho é para percorrercuidadosamente, pois a Mata daAlbergaria é, porventura, o coraçãodo Parque Nacional, com o seucarvalhal e outras espécies da florageresiana. Permite também encontrarum troço da Via Romana (a Geira),com os seus marcos miliários. A riqueza deste espaço obriga, aliás, aespeciais cuidados: há limitações de trânsito e de permanência… Àmedida que se percorre a estrada estreita, à direita, já na zona da Bouçada Mó, surge a albufeira de Vilarinho – enquanto, à esquerda, se levantauma fraga vistosa, a cujos pés crescem medronheiros: é a fraga deSarilhão, incluída no trilho da Águia que começa e termina no Museu ePorta do Parque (Cruzeiro do Campo) e oferece a passagem pelas milhasXXVII, XXVIII e XXIX da Geira.

7. Quando, na Guarda, sereencontra a estrada principal,convém parar e olhar o vale deVilarinho. A aldeia dorme sob aságuas do Homem e apenas nosperíodos de maior seca espreitamruínas.Enchem-se então os recantos decuriosos e lágrimas de saudade, queali chegam atravessando o muro daalbufeira. Aproveitando a passagem,há quem não resista a visitar Brufe –a aldeia recuperada, com as boas-

vindas de um grande canastro (espigueiro) a revelar a fecundidade dossolos.

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8. As saudades de Vilarinho podem,porém, amenizar-se no MuseuEtnográfico situado em Campo doGerês, numa das Portas do Parque.A aldeia junta o casario numapequena concha que o progressovai alargando; mas a sua vaidadeestá no Cruzeiro, cuja base é ummarco miliário do caminho Braga-Astorga. Olhando o Cruzeiro, nohorizonte ergue-se a Calcedónia.Visitar e passar a fenda é desafiopara os mais resistentes. Ao lado,há vestígios de uma povoação daidade do ferro, mais tarde ocupadapelos romanos. Dali o olhar desce aCovide e, à esquerda, ao vale de S.Bento. Antes, porém, breve pausano lugar dos Seixos Brancosreencontra-nos com o artesanato ea habilidade de trabalhar o linho.

9. O convento de Bouro ficarelativamente perto; mas é em S.Bento da Porta Aberta que o cultodo padroeiro da Europa movimentamilhares de devotos.Tudo começou com uma pequenacapela, no século XVII, datando aatual basílica (título recente) de1895. Ao lado, em plano inferior,uma construção moderna, concluídaem 2002.Ouve-se uma música suave,repousante. Olhe, leitor, acatequese dos claustros, nos dezpainéis de azulejos, da autoria deQuerubim Lapa. Repouse umpouco. E…pense em voltar!

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Convento de BalsamãoNo cimo do Monte de Balsamão, quefica a 4 km da freguesia de Chacime a 16 km da sede de Concelho(Macedo de Cavaleiros),encontramos, de forma imponente esimultaneamente simples, oConvento e o Santuário NossaSenhora de Balsamão. Fundo do oceano, desde há 400milhões de anos, Balsamão fazparte do Monte de Morais, “um doscinco umbigos do mundo”.Reconquistado aos mouros no Séc.XII, torna-se Santuário de NossaSenhora do Balsamo na mão. Em1754, acolhe a Ordem dos Marianosda Imaculada Conceição, na pessoado Venerável Frei CasimiroWyszynski. Expulsos em 1834, osMarianos regressam em 1954,fazendo deste monte santo umjardim.Chegando cá, descobrimos um localonde se ouve o silêncio e sentimo-nos acolhidos pela paz que nosenvolve, e, sem nos darmos conta,exclamamos: “Que bom é estaraqui!” Adaptando a Balsamão osalmo 124, podemos dizer com todaa verdade: “Como Balsamãocercado de Montanhas, assim oSenhor envolve o seu povo”.Sentimo-nos ao colo de Deus!Com os seus 37 quartos, oConvento de Balsamão oferece aquem o

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procura a experiência de poder

passar alguns dias em convívio coma Comunidade religiosa Marianos daImaculada Conceição, inebriar osseus sentidos com os seus jardins epaisagens circundantes, mergulharna história, com a visita ao Museude Balsamão e degustar os pratos edoces característicos dosConventos.

Os mais jovens descobrem noConvento de Balsamão o espaçoquimérico para poder brincar eencantarem-se com todos osanimais que há neste espaço,podendo realizar passeios na burramirandesa, que nos saúda nasubida para o monte. O silêncio que aqui se faz escutar,aliado aos espaços que convidamao descanso, fazem do Convento deBalsamão o local ideal para parar,para nos encontrar connoscomesmos e com Aquele que nos ama,fortalecendo-nos para enfrentar osdesafios lançados pela vida sempreagitada.

Situando-se num local de elevadointeresse geológico, percorrendo aRota de Balsamão, chegamos ao“Poço dos Paus”, no rio Azibo, quebanha o monte a sul, ondecontemplamos as rochas, chamadas“diques”, por onde saíram as lavasno fundo do oceano.

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O Santuário de Nossa Senhora deBalsamão, com a sua linda Igreja,recentemente renovada, oConvento, com dois claustrostípicos, a presença dos PadresMarianos e seus colaboradores,proporcionam aos visitantes tempode descanso, momentos de reflexãoe de encontro com Deus.

Padre Basileu PiresPadres Marianos

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“Balsamão!Silêncio que fala, brisa que refresca, calor que aquece,vento que sacode, perfume que inebria, fé que eleva,

esperança que anima, caridade que inflama, paz que setransmite,

Deus que se revela!”

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BuçacoA Mata do Bussaco é o somatóriode dois períodos de esforçoconstrutivo de paisagem,concretizados durante quase 4séculos. O período Sagrado é agénese do Bussaco, entre 1628 e1834 a ordem dos CarmelitasDescalços constrói neste lugar oseu retiro espiritual: o Deserto,cerca conventual em local remoto edistante de povoações. A ‘Devezade Bussaco’ foi doada em 1628 peloBispo-Conde de Coimbra, D. JoãoManuel, à Ordem dos CarmelitasDescalços para a construção do seuúnico Deserto em Portugal. Aconstrução do Convento, espaço davida cenobítica inicia-se em agostodesse ano. Em 1630 podia jácomeçar a vida monástica regular.Será durante todo o século XVII queo grande esforço construtivo que irádefinir o Deserto será realizado. ODeserto dos Carmelitas do Bussacoé assim definido e descrito pelaprofusão de estruturas edificadasdurante o período de ocupaçãoCarmelita no Bussaco: o convento;ermidas de habitação; capelas dedevoção; capelas da via-sacra;fontes arquitetónicas; cruzeiros e asportas, vãos rompidos no imensomuro da cerca. A singularreligiosidade dos CarmelitasDescalços permitia que

estes frades no contexto do Desertopudessem experienciar duas viasbem opostas: estes eram cenobitasmas também eremitas. Em 1644, poriniciativa de D. Manuel Saldanha,reitor da Universidade de Coimbra,ergueu-se, a via-sacra que narra osPassos da Prisão e da Paixão deCristo. Em 1694 as cruzes quemarcavam o sacromonte foramsubstituídos por capelas, patrocíniodo Bispo-Conde de Coimbra D. Joãode Melo, com as medidas exatasda via-crúcis hierosolimita. Àextinção do Deserto decretada em1834 segue-se uma portaria em finsde 1838 que a salva da inevitávelalienação. Deu-se então o regressode alguns frades sendo nomeadoum administrador em 1856. Em1860 morre o último frade Carmelitano Bussaco. Inicia-se uma nova“era” o período profano. Ocorremdurante o século XIX grandestransformações no carácter dolugar. No entanto dispersas peloBussaco cá continuam as Ermidas;Fontes; capelas e todos os demaisedifícios, testemunhos da profícuaatividade construtiva anterior. Asideias românticas vingam e surge avontade da família real de construirum Palácio enquadrado por umnovo Projeto

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Paisagista. Seria no entantoconstruído um Hotel de raiz, oPalace-hotel, por muitosconsiderada a obra-prima daarquitetura revivalista de inspiraçãoNeomanuelina. O legado Carmelitaé vasto permitindo ao visitanteusufruir da experiência única depercorrer o mais integral e autenticoDeserto Carmelita. A importância desalvaguardar

tão importante registo patrimonialcom valor universal excecionalinegável, impulsiona uma justificadacandidatura a Património Mundial deUNESCO.

Filipe TeixeiraHistoriador da Arte e Arquiteto

PaisagistaSetor Patrimonio Edificado e Cultural

da Fundação Mata do Buçaco.

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Visita à Padroeira de Portugal

O Santuário de Nossa Senhora daConceição de Vila Viçosa, naArquidiocese de Évora, é tambémconhecido por Solar da Padroeira,por nele se encontrar a imagem deNossa Senhora da Conceição,padroeira de Portugal.A igreja, que é simultaneamenteMatriz de Vila Viçosa, fica situadadentro dos muros medievais docastelo da vila. Segundo a tradição,a imagem da padroeira terá sidooferecida pelo Condestável doReino, D. Nuno Álvares Pereira, quea terá adquirido em Inglaterra.A mesma imagem teve a honra de,por provisão régia de D. João IV,referendada em cortes gerais,ter sido proclamada Padroeirade Portugal, em 25 de marçode 1646.

O Papa João Paulo II visitou esteSantuário durante a sua primeiravisita a Portugal, em 14 de Maio de1982.Há uma grande peregrinação anualao Santuário de Vila Viçosa que secelebra todos anos a 8 deDezembro, dia da solenidade daImaculada Conceição, PadroeiraPrincipal de Portugal.O edifício encontra-se relacionadocom dois episódios importantes nahistória portuguesa: a crise dinásticade 1383-1385, que culminaria com aascensão da Dinastia de Avis, e aproclamação da independênciaportuguesa em 1640.A igreja assumiria, pois, ao longo dasua existência, um papelfundamental na sublimação dacausa portuguesa

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em períodos de crise dinástica e dehegemonia peninsular, bemdocumentados no episódio dadeposição das bandeiras e troféusespoliados ao exército espanhol noaltar-mor pelo Marquês de Marialva,em homenagem gratulatória pelavitória portuguesa na Batalha deMontes Claros (1655).Do edifício medieval restará talvez acabeceira, com três capelas,alteradas por sucessivasampliações, mas onde se mantém,na capela-mor, a abóbada emestrela, gótica.Seria completamente reconstruídonos séculos XVI e XVII, obedecendoestruturalmente a um programanacional implantado pelas ordensmilitares que integravam a Coroa,neste caso específico pela Ordemde Avis, a quem pertencia aparóquia.

Tem três naves a igual altura,permitindo a iluminação uniforme doespaço interno, estrutura que serepercute na composição dafachada principal, tripartida erematada em frontão triangular.Se exteriormente a igreja apresentauma arquitetura despojada, adecoração interior denota oempenho da Casa de Bragança, dasfamílias locais, de membros daCorte e das irmandades sediadasno templo, especialmente asresponsáveis pelo culto daImaculada, a Real Confraria deNossa Senhora da Conceição,iniciada em 1385, e a Confraria dosEscravos da Senhora da Conceição,instituída em 1683.

Fontes: Câmara Municipal de VilaViçosa/Associação de Reitores dos

Santuários de Portugal

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Festas animam verão na Madeira

A Madeira e o Porto Santo são duas ilhasatlânticas portuguesas que têm os seusprincipais atrativos nas hospitalidade e alegriadas suas populações e nas magníficas belezasnaturais ~que deslumbram milhares depessoas das mais diversas origens.Todo o ano é propício a visitar esteArquipélagomas é nos meses de verão que se intensificam

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as animações populares, a maioriaresultantes das festas religiosas quesão celebradas nas 96 paróquias daDiocese do Funchal. Em todas realizam-se as festas em louvor dospadroeiros e as solenidades doSantíssimo Sacramento que têmcomo destaque os tapetes de floresfeitos pelas comunidades paroquiaise que constituem autênticas obrasde arte.Quem visitar a Madeira mês deagosto terá oportunidade de ficar aconhecer melhor muitas dastradições dos arraiais desta terra,pois neste mês são celebradassetenta festas religiosas.O dia 15 de agosto era conhecidoantigamente pelo nome de «dia dassete Senhoras» numa referênciaaos sete lugares da Madeira ondese celebramfestas marianas: Monte (NossaSenhora do Monte), Estreito daCalheta (Nossa Senhora da Graça),Serra de Água (Nossa Senhora daAjuda), Estreito de Câmara deLobos (Nossa Senhora da Graça),Porto da Cruz (Nossa Senhora deGuadalupe), Lamaceiros (NossaSenhora do Monte) e capela daGraça (Porto Santo).Nesse dia também há festa nacapela de Nossa Senhora do Monte,na Ponta do Sol, que desde 1961 éa sede

da paróquia de Cristo Rei. Maisrecentemente também se juntou aesta lista a festa da Assunção deNossa Senhora na capela com estadenominação no sítio da Choupana,nos arredores do Funchal.O arraial que decorre nos dias 14 e15 de agosto integra a tradicionalespetada acompanhada com bolodo caco com manteiga de alho, alaranjada e o vinho seco, saboreadadebaixo das ornamentações feitascom as bandeira com a Cruz deCristo, as verduras e as flores deplástico que dão um aspeto coloridoao ambiente. Para adoçar a boca háà venda os rebuçados de leite e oscolares de doces, feitosartesanalmenteAs bandas filarmónicas e osconjuntos musicais alegram asfestas que são uma magníficaoportunidade de confraternizaçãode pessoas das mais diversasidades e origens nas quasi seincluem os turistas e os muitosemigrantes madeirenses que nestaépoca do ano estão de visita à suaterra natal.Para além da participação nasfestas o visitante pode observar asmaravilhosas paisagens que aMadeira tem e que fazem dela a«Pérola do Atlântico».

Sílvio MendesJornalista

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Santuário Nossa Senhora do ArCria proximidade a Deus

O Santuário de Nossa Senhora doAr, situada no concelho de Seia,representa a beleza harmoniosa doponto mais alto de Portugalcontinental - a Torre, criando umsentimento de paz nas pessoas,convidando-as para realidades maissublimes e profundas.A devoção a Nossa Senhora do Arnasce a partir da devoção à NossaSenhora do Loreto que se espalhoupor muitas nações a partir do séculoXVI. De origem italiana, padroeirauniversal da aviação, foi em 1960,"criada/proclamada" pelo Papa JoãoXXIII, uma nova padroeira quepassou

a denominar-se Nossa Senhora doAr. A Senhora do Ar for entronizada a18 de agosto de 1962 pelo Bispo D.Policarpo da Costa Vaz. A partirdesta data, a Força AéreaPortuguesa era a única Força Aéreano mundo que tinha uma Santa porpadroeira por despacho papal - aNossa Senhora do Ar. Razão pelaqual a Força Aérea, ainda hoje,celebra Missas de Ação de Graças aNossa Senhora do Ar. Do conjunto arquitetónico formadopelas antigas instalações do Grupode Deteção Alerta e Conduta deInterceção, com a então Sede emSão Romão - Seia, a Capela NossaSenhora do Ar é um espaçoexclusivo e singular em que osperegrinos podem fazer umacaminhada pelos trilhos da Serra daEstrela para observar e absorver

insira a foto aqui

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a paisagem excecional que setransforma em louvor existencial. ACapela dedicada a Nossa Senhorado Ar foi mandada construir, em1962, pela Força Aérea Portuguesa,quando edificou no ponto mais altoda Serra da Estrela, duas torresradar para a Esquadra 13 do Grupode Deteção Alerta e Conduta deInterceção. A Esquadra foidescativada no início da década de1970 e as instalações foram, assim,desocupadas e, mais

tarde, entregues ao Estado, que porsua vez as colocou sob a alçada doturismo local. Esta capela, situada na Torre -Concelho de Seia, Serra da Estrela,reabriu ao culto em outubro de2007, após várias décadas deabandono. Esta audaz iniciativapartiu da Turistrela - empresa queexplora o turismo na Serra daEstrela, que a recuperou e entregouà Diocese da Guarda. Após umlongo período de abandono àintempérie e ao vandalismo dostranseuntes, situação que tambémoriginou o desaparecimento deimagens e de peças deparamentaria, foi retomado o uso decelebrações religiosas, em grandeparte presididas pelo Bispo daGuarda, D. Manuel da RochaFelício. Porque este espaço édetentor de enormespotencialidades e digno de servisitado e promovido, as pessoaspodem encontrar aqui um espaço deacolhimento, para que os pequenosmomentos se tornem mágicos,ajudando os peregrinos a sentirem-se bem na sua dimensão maispessoal e existencial.

Paulo Caetano Câmara Municipal de Seia

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Santuário da LapaO Santuário de Nossa Senhora daLapa está situado na serra domesmo nome, na freguesia deQuintela, concelho de Sernancelhe,Diocese de Lamego, Distrito deViseu.Diz a lenda que, em 1498, umapastorinha de 12 anos, de nomeJoana, muda de nascença,introduzindo-se por entre as fendasdas rochas encimadas pela grandelapa, aí encontrou uma lindaimagem da Virgem, que ali teriasido

escondida há mais de quinhentosanos por umas religiosas fugindo auma perseguição.A devoção e todo o carinho que amenina dedicou à imagem, valeram-lhe uma especial proteção daVirgem que por milagre lheconcedeu o dom da fala. Depressase divulgou o milagre, originandouma crescente afluência deperegrinos, jamais interrompida atéaos dias de hoje.Os primeiros devotos prepararam

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uma gruta debaixo da lapa, ondeentronizaram a imagem, construindoao lado uma pequena ermida. Em1576, a Lapa foi confiada aosPadres da Companhia de Jesus,sediados no Colégio de Coimbra.Estes construíram, então, o atualSantuário, abrigando a penedia noseu interior. Em 1685 iniciaram aconstrução do "Colégio da Lapa",contíguo ao Santuário.

Daqui partiu a devoção para os maisvariados pontos do país e domundo, chegando à Índia e aoBrasil. Esta expansão foi facilitadapela atividade missionária dosmesmos Padres Jesuítas, aos quaisestava confiado este Santuário.

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Os miradouros são uma espécie de templetes orientados segundo ospontos cardeais servindo de referência onde os grupos, avistada a Lapa,rearvoravam as suas procissões e se dirigiam ao Santuário. Sãoconhecidos pelos nomes dos Santos a que foram dedicados ou das terrasque serviam.- A poente, está o miradouro da Senhora da Piedade, ou de Lamego- A nascente, o miradouro da Senhora da Guia, ou de Trancoso- A norte, o de S. Tiago, ou de forca- A sul, o de S. Domingos ou de Aguiar da Beira

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Capela das peregrinaçõesCapela particular do Século XVII, originária do local de Quintela, oferecidapor um paroquiano devoto de Nossa Senhora da Lapa. Transladada para olocal onde se realizam as grandes celebrações, esta Capela foi dedicada aSão Francisco e atualmente conhecida pela Capela da Bouça (Lugar nomato).Construída pelos padres jesuítas, oferece generosamente três bicas deágua fresca e cristalina para dessedentar o peregrino e na sua abundância,continua regando lameiros até se unir a outos fios de água paraconjuntamente formar a nascente do Rio Vouga.Santuário da Lapa | www.santuariodalapa.pt

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Fátima para além do Santuárioda Cova da IriaFátima é um dos Santuários maisimportantes e visitados do mundo.Mas visitar a Cova da Iria sem pararem Aljustrel e nos Valinhos é deixarparte do fenómeno Fátima porexplorar. Ainda mais no ano em quese assinala o centenário dasAparições Angélicas, verdadeiro“pórtico” da Mensagem deixada porNossa Senhora aos trêspastorinhos. Foi na zona dosValinhos, de resto, que Francisco,Jacinta e Lúcia receberam por duasvezes a visita do “Anjo de Portugal”e, um ano depois, em agosto, sedeu a quarta Aparição de NossaSenhora.O percurso, a pé, a partir de Fátima,é curto (apenas cerca de 2,5km)mas cheio de espiritualidade. Quemfaz a Via-Sacra, começa junto àrotunda sul, onde se situa omonumento aos pastorinhos, etermina no Calvário Húngaro, ondeexiste uma pequena capeladedicada a Santo Estêvão.Composta por 14 capelinhas emmemória da Paixão do Senhor,oferecidas por católicos húngarosrefugiados nos países do Ocidentee inauguradas em 1964, e uma 15ªcorrespondente à Ressurreição,esta Via-Sacra é um convite à oração

e ao recolhimento. Este era, deresto, o percurso feito pelospequenos videntes de cada vez quese deslocavam à Cova da Iria pararezarem a Nossa Senhora.É neste lugar agora rendilhado pormuros de pedra seca, delineadospor uma verdejante vegetação,salpicada por flores que alimentamum ambiente bucólico, que podemosencontrar alguns espaçossingulares e especiais. Desde logo,a Loca do Cabeço onde as criançasreceberam a primeira e a terceiravisitas do Anjo da Paz, na primaverae no outono de 1916, convocando-os para um aspeto central damensagem de Fátima − acentralidade de Deus reconhecida eexpressa na adoração − que se vêespelhado na oração que o Anjoensina às três crianças: “Meu Deus,eu creio, adoro, espero e amo-vos”.Mas foi também aqui que NossaSenhora apareceu em agosto, seisdias mais tarde do que vinha sendohabitual desde maio. E daqui lhesrecomendou que continuassem a irsempre à Cova da Iria rezar. Aquarta Aparição está assinalada porum monumento que é paragem

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obrigatória para quem visita osValinhos.Mais ao lado, em Aljustrel, apequena aldeia onde residiam,encontram-se as duas casas dospastorinhos, que não sofreramtransformação sensível depois dasAparições. Ao fundo do quintal dacasa da Lúcia há um Poço onde oAnjo da Paz apareceu pela segundavez, no verão de 1916.Com entrada gratuita, as casas deFrancisco, Jacinta e Lúcia estãoabertas diariamente e de maio aoutubro com

horário alargado – 9h00/13h00 edas 14h30/18h30. Hoje, Valinhos e Aljustrel formam umconjunto indispensável paracompreender o ambiente e aespiritualidade de Fátima e por issorecebem anualmente milhares devisitantes. Em 2015 671.324peregrinos visitaram as casas dospastorinhos e a Casa Museu deAljustrel.

Carmo RodeiaDiretora de Comunicação

Santuário de Fáatima

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Biblioteca do Palácio Nacional deMafraO Palácio Nacional de Mafra possuiuma das mais importantesbibliotecas portuguesas, com umvalioso acervo de cerca de 36.000volumes, verdadeiro repositório doSaber. Situada no 4º piso da alanascente do monumento, a Casa daLivraria ocupa a mais nobre e vastade todas as salas do edifício, emforma de cruz com cerca de 85 m decomprimento e 9,5 m de largura.Pavimentada em pedra liós devárias cores, tem no centro umaabóbada apoiada sobre quatroarcos, fechada sobre uma pedra-mármore onde se vê esculpido umrosto humano representando o sol.Do seu acervo merecem destaquealgumas obras raras como acoleção de incunábulos (obrasimpressas até 1500) ou a famosa"Crónica de Nuremberga" (1493),bem como diversas Bíblias ou aprimeira Enciclopédia (conhecidacomo de Diderot et D’Alembert), osLivros de Horas iluminados, do Séc.XV, e ainda um importante núcleo departituras musicais de autoresportugueses e estrangeiros, comoMarcos Portugal, J. de Sousa, JoãoJosé Baldi, entre outros,especialmente escritas para oconjunto dos seis órgãos históricosda Basílica.Para a constituição do seu acervo

o Rei Magnânimo enviou aoestrangeiro emissários especiaisencarregues de adquirir tudo o quede melhor e de mais novo aí seimprimisse. A Biblioteca possui umacoleção cujo arco temporal vai doséculo XV ao XIX, abrangendo temastão diferentes como a Teologia, aSermonária, o Direito Canónico eCivil, a História, a Geografia eViagens, a Matemática, a Arte e aMúsica, a Medicina, entre outros.Todo este acervo se insere nocontexto do aperfeiçoamento daimprensa até ao século XVIII,importante fator de desenvolvimentoe difusão de ideias.A Biblioteca, cuja arrumação atualteve início em 1809, foi organizada

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por Frei João de Santa Annasegundo o que chamou a Regra das4 Ordens. É curioso verificar queapós um trabalho exaustivo emetódico do frade, de que resultouum catálogo manuscrito em oitovolumes, as normas utilizadas paraa organização do mesmo se mantêmcom grande atualidade – entradaprincipal feita por apelido, obrasanónimas têm entrada pelo título,bem como a utilização deremissivas.

Fonte: DGPC

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A atestar a importância destacoleção, uma Bula concedida peloPapa Bento XIV em 1754, para alémde proibir sob pena de excomunhão,o desvio ou empréstimo de obrasimpressas ou manuscritas semlicença do Rei de Portugal,concede-lhe autorização para incluirno seu acervo os livros proibidospelo Index.

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Abrantes, a fresca Abrantes

As férias são sempre um tempoprecioso. Ao contrário da preguiçaque amolece, mata projectos,dispensa esforços, as férias são umdos segredos do êxito de muitosprojectos. É por isso que alguém dizque quem não descansa nãoavança.A Diocese de Portalegre-CasteloBranco é conhecida pelo seuprogressivo despovoamento e pelasua extensão territorial, abarcandoterritórios da Beira, do Alentejo e doRibatejo.

Há, no entanto, muitos mais motivospara conhecer esta extensa Dioceseou para optar por algumas das suaszonas. Propomos, este verão, azona de Abrantes, cidade que acabade celebrar os seus 100 anos deelevação a cidade.A visita pode começar logo emConstância, onde o Tejo e o Zêzerese encontram, e, depois, seguir pelaBarragem e albufeira do Castelo deBode (Martinchel, Aldeia do Mato)até ao Sardoal entrando, depois,

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por Alferrarede em Abrantes onde“já nada é simplesmente comoantes”.Neste percurso, e em outros que selhe podem associar, merecemdestaque as belíssimas paisagenscom o Zêzere e o Tejo a correr lá nofundo. Para os mais afoitos existemmesmo belíssimas praias fluviais noZêzere (Aldeia do Mato) que vale apena visitar.A “fresca Abrantes”, como erachamada, é uma pequena cidadecom um núcleo histórico constituídopor um entrelaçado de ruas epequenas

praças. Chamaram-lhe, á muito, a“Cidade florida” pelo exuberanteespectáculo do colorido das floresque pendiam das varandas. Nãoobstante algumas edificaçõesnovas, o antigo e tradicional casario,com um belo conjunto de antigasCasas Senhoriais, em tonsmaioritariamente claros, dá à Cidadede Abrantes uma luminosidadeespecial.A história de Abrantes ou, melhor,do povoamento desta região nasmargens do Tejo, perde-se nostempos. E tem uma história longa.

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De visita obrigatória, hoje, emAbrantes são o Castelo e seuJardim (com paisagem sobre o Tejoe Rossio ao Sul do Tejo). Fortificadopor D. Afonso Henriques após areconquista cristã, o Castelo sofreumuitas alterações até ao presentemas, em Abrantes é incontornável.Vale a pena o esforço e, já dentrodo Castelo, subir à Igreja de SantaMaria, (que é o Panteão da FamíliaAlmeida com seus extraordináriostúmulos e que alberga desde 1921o Museu D. Lopo de Almeida) e,depois, subir à antiga Torre deMenagem de onde, em

dias límpidos, se disfruta umapaisagem soberba.Ao descer do Castelo há que entrarna Igreja de S. Vicente que,segundo a tradição, foi mandadaconstruir como voto de D. AfonsoHenriques após a sua tomada deAbrantes. Templo maneirista compormenores que vale a penadescobrir. De S. Vicente pode partir-se em direcção à Igreja de S. JoãoBaptista, digna de uma visitademorada e, sobretudo, à Igreja daMisericórdia que faz parte do antigoHospital do Salvador fundado em1483 por D. Lopo de Almeida. Uma

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referência especial para o portallateral renascentista da mesmaIgreja.Logo ao lado, embora já bastantedescaracterizado, encontra-se oantigo Convento de S. Domingoscom um claustro que deixa adivinhara vida conventual e, à sua frente, aPraça da República. Na Cidadeexistem também alguns núcleosmuseológicos como a GaleriaMunicipal de Arte que exibe umacolecção da Pintora Maria LucíliaMoita Simão.

Uma últimas referência para a Cartagastronómica: os azeites, o vinho, omel, os queijos e enchidos e,sobretudo, para os amantes dadoçaria regional os doces que osmuitos Conventos outrora existentesna Cidade deixaram como legado(Palha de Abrantes; Tijeladas;Limas; as Castanhas de doce deovos). Vale a pena conhecerAbrantes e o seu enquadramento.

Padre Emanuel Matos SilvaReitor do Seminário Diocesano

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Mosteiro de Singeverga

«Todos os hóspedes que seapresentam no mosteiro sejamrecebidos como se fosse o próprioCristo». (RB; Cap LIII)Em período de férias, o Mosteiro deSingeverga, situado em Santo Tirsona freguesia de Roriz, a uns 30minutos do Porto, pode ser umaopção como lugar de destino paraquem procura “fugir do ruído domundo”.Os mosteiros beneditinos mantêmesta dinâmica do acolhimento aolongos dos séculos como quis o seu“fundador” São Bento, dedicandoeste, um capítulo da sua Regra devida, que deixou aos seus monges:«Todos os hóspedes que se

apresentam no mosteiro sejamrecebidos como se fosse o próprioCristo». (Cap LIII V 1)O Mosteiro de Singeverga estáassim preparado para recebertodos(*) quantos vivam no mundo eprocuram um tempo de reflexão,descanso e oração. Todosestes momentos podem serencontrados dentro da cerca doMosteiro. A comunidade tem ummonge hospedeiro que faz oacolhimento e acompanha ohóspede durante toda a sua estadiae o orienta sempre que necessário.O hóspede pode tomar partejuntamente com

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os monges em todos os momentoscomunitários: oração comunitária,que têm lugar na Igreja do mosteiro,e no refeitório. Existe para ambosmomentos um lugar reservado aohóspede, e no caso, é fornecidotodo qualquer subsídio necessário,no caso para a oração, tirando estemais proveito do momento. Podeaproveitar a mata do mosteiro, juntoao claustro, para momentos deoração e reflexão pessoal ousimplesmente contemplar a belezanatural do lugar. O Mosteiro temtambém um museu que pode servisitado, onde mostra todo umespólio acumulado ao longos dedécadas, onde consta umabelíssima coleção de borboletas

e artigos de arte africana, trazidospor monges da comunidade queestiveram nas missões em África.Singeverga é um lugar privilegiado.Escreveu Dom Gabriel de Sousa,abade de Singeverga: «Poderáencontrar-se local de maisdesafogados horizontes; mas nãoserá fácil encontrá-lo dotado detantos mimos e encantos naturais».

(*) Presentemente o Mosteiro deSingeverga só recebe hóspedeshomens. O facto deve-se pelahospedaria se encontrar na zona declausura do mesmo, sendo estainterdita a mulheres.

Hugo ViegasOblato Secular de São Bento

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Tomar e a Ordem dos TempláriosO desenvolvimento de Tomar estáintimamente ligado à Ordem dosTemplários que em 1159 recebeuestas terras como recompensa pelaajuda prestada a D. AfonsoHenriques na reconquista cristã doterritório.Foi D. Gualdim Pais, 1º Mestre daOrdem em Portugal, que fundou ocastelo e no seu interior o notávelConvento de Cristo, ampliado ealterado ao longo dos séculos,conserva influências de diversosestilos arquitetónicos, e é o ex-librisda cidade.Conhecida como a cidade dosTemplários, encontram-se em Tomaroutros testemunhos da suainfluência, nomeadamente a Matados Sete Montes onde segundo atradição decorriam rituais iniciáticos,e a Igreja de Santa Maria do Olivalque fundaram no séc. XII e conservaos túmulos de diversos Mestresdaquela Ordem.A Ordem dos Templários foi extintaem França no início do séc. XIV,mas em Portugal foi transformadana Ordem de Cristo por proposta doRei D. Dinis, posteriormenteaprovada pelo Papa, tendo sidodeterminado que os imensos bensque possuía, transitassem para aOrdem de Cristo que veio a ter umpapel preponderante na epopeia

dos Descobrimentos Portugueses.Em 1983 a UNESCO declaroumonumento "Património daHumanidade" uma joia ímpar dahistória do Ocidente: o CasteloTemplário e Convento dosCavaleiros de Cristo de Tomar.Construído sobre um lugar de cultoromano, este vasto conjuntomonumental fala-nos de seteséculos da história de Portugal e degrandes momentos da história doOcidente.Conta a lenda que, em 1160, oscavaleiros chegados à regiãoescolheram um monte paraestabelecer um castelo e o nomeque lhe iriam dar: Tomar. Em 1314,a Ordem do Templo foi extintadevido às perseguições do rei deFrança, Filipe - o Belo. Graças àvontade de D. Dinis, as pessoas, osbens e os privilégios foramtotalmente integrados, em 1319,numa nova ordem - a Milícia dosCavaleiros de Cristo que iria, com oInfante D. Henrique, apoiar a naçãoportuguesa na empresa dasdescobertas marítimas dos séculosXV e XVI. O Castelo de Tomar éentão Convento e sede da Ordem eo Infante Navegador seuGovernador e Administradorperpétuo.É assim que o Convento de Cristoencerra no seu conjunto arquiteturaltestemunhos da arte românica, com

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os templários; do Gótico e doManuelino com as descobertas,prosseguindo com a arte doRenascimento durante a Reformada Ordem; depois o Maneirismo efinalmente o Barroco emornamentos arquitetónicos.

Turismo de Portugal

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Turismo de Portugal

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Festa de Nossa Senhorado Rosário de TróiaEsta Festa vem já de longa data.Com efeito, Pedro de Azevedo, no“Arqueólogo Português”, de 1897, járefere a existência duma ermida emTróia em 1482. No século XX, osacristão João Afonso Lopes afirmaque a festa deixara de ser feita em1928 e que fora recuperada por elepróprio em 1945, com os sacristãesde Setúbal. Em 1948, esta equipade festeiros entregou a suaorganização aos pescadores de S.Sebastião. Desde então todos osanos atrai à Península de Tróia, aolugar da Caldeira milhares deromeiros.Este ano, à semelhança dos últimosanos, será celebrada com toda a fépor milhares de romeiros e serápreparada com um tríduo de 17 a19 de Agosto, na Paróquia de S.Sebastião para o qual sãoconvidados todos os marítimos edemais cristãos da cidade.A Festa propriamente dita serávivida de 20 a 22 do mesmo mês. A20, ainda na cidade e em S.Sebastião, às 15:00 h. serácelebrada uma Eucaristia pelosmarítimos falecidos, à qual se

seguirá a Procissão fluvial paraTróia. À noite, decorrerá umaProcissão de velas pela praia edepois Baile e Arraial.No dia 21, com Alvorada, às 08:00h., será celebrada a Santa Missa às10:30 e, terminada esta, decorreráuma Procissão solene pelas areiasda Caldeira. À tarde terão lugardivertimentos diversos e oconcurso de Barcos Engalanados.Às 22:00 h., terá lugar o Bailee Arraial e, por último, Fogode Artifício, à meia noite.Na Segunda-Feira, dia 22,iniciar-se-á o dia com

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Missa, às 10:00 h. Às 11:30 h., apósdivertimentos na praia, proceder-se-á àdistribuição dos prémios aos “BarcosEngalanados. Pelas 17:30 h., iniciar-se-á o Círio Fluvial paraSetúbal com paragemjunto do Hospital do Outão, para umasaudação aos doentes e pessoal de saúde.Neste Tríduo festivo, colaborarão a Banda daCapricho Setubalense, no dia 20, e a BandaMusical Charranga de Sarilhos Grandes, a 20e 21. Nestes dois dias, participarão aindavários vocalistas.Para ser possível realizar todos estes festejoshá uma longa lista de Patrocinadores desde asAutarquias de Setúbal e Grândola, Freguesias,Forças de Segurança, Bombeiros de Grândolae Setúbal, Paróquia de S. Sebastião, muitasEmpresas da zona e muita ComunicaçãoSocial.Certamente que, neste ano, esta Festa irácelebrar os mesmos êxitos dos anosanteriores.

Armando Oliveira

FOTO: http://barcosnoriosado.blogspot.pt/

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Romaria de Nossa Senhora d'Agonia,festa de VianaSe é verdade que é em maio, com aFesta das Rosas ou dos CestosFloridos de Vila Franca do Lima,que começa o ciclo das FestasVianenses é, sem dúvida, emAgosto, na incomparável emagnífica Romaria de NossaSenhora d'Agonia, que a tradiçãoatinge o seu maior expoente.A procissão ao mar e as ruas daRibeira, enfeitadas com os tapetesfloridos, são testemunhos daprofunda devoção religiosa. Aetnografia tem o seu espaço nosdesfiles do Cortejo Etnográfico e naFesta do Traje, onde se podeadmirar os belos trajes de noiva,mordoma e lavradeira, vestidos porlindas minhotas que ostentam peitosrepletos de autênticas obras de arteem ouro.A festa continua...tocam asconcertinas e os bombos, dançamas lavradeiras... a grandiosaserenata de fogo de artifício iluminatoda a cidade, começando pelaponte de Gustave Eiffel, passandopelo Castelo de Santiago da Barra,até ao Templo - Monumento deSanta Luzia... é um abraço dosVianenses a todos que nos visitamno mês de agosto.A Romaria d’Agonia junta-se àhistória da igreja d’Agonia. Data de1674 a

história da igreja em honra dapadroeira dos pescadores. Naaltura, foi edificada uma capela eminvocação ao Bom Jesus do SantoSepulcro do Calvário e, um poucoacima, uma capelinha devota aNossa Senhora da Conceição.Hoje, o nome está associado àrainha das romarias e às múltiplastradições da maior festa popular dePortugal: a romaria em honra deNossa Senhora da Agonia, nascidaem 1772 da devoção dos homensdo mar vindos da Galiza e de todo olitoral português para ascelebrações religiosas e pagãs, queainda hoje são repetidasanualmente na semana do dia 20 deagosto, feriado municipal.A Romaria d’Agonia recebeu em2013 a Declaração de Interessepara o Turismo.Em 2016, as festas realizam-se de19 a 21 de agosto. Programaprovisório Câmara Municipal deViana do Castelo

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Senhora da Graça

O Monte Farinha eleva-se, a umaaltitude de cerca de mil metros,ostentando no topo a veneradaermida de Nossa Senhora da Graça.Local privilegiado para os amantesda natureza e emblemáticareferência desportiva, é destinoobrigatório dos caminhos da fé, dareligião e do turismo nacional einternacional.O santuário de Nossa Senhora daGraça, eclesiasticamente, pertenceà Diocese de Vila Real. Está situadana freguesia de Vilar de Ferreiros(Mondim de Basto) e dista cerca de100 km do Porto, 40 de Guimarães,30 de Amarante e 50 da cidade deVila Real.Em 1747, os Mordomos e aconfraria requerem ao arcebispo deBraga, D. José de Bragança (aDiocese de Vila Real só foi criadaem 1922), a

reedificação da capela “desde osFundamentos”, tendo o Pároco deVilar de Ferreiros e de Atei que talobra era necessária por “ter sofridoruínas e ser antiquíssima”. Dez anosdepois, em 1758, a obra estavaconcluída. Alguns melhoramentoscomplementares terão sido feitosdepois, como parece indicar a datade 1775 gravada na porta dopúlpito.O atual edifício, todo em granito daregião, é formado por torre sineiraquadrangular, nave única octogonal;e capela-mor e sacristiaretangulares, em eixo. O interior éem cantaria, em fiadas de aparelhoisódomo. Coro-alto sobre arcoabatido, com abalaustrada degranito e sub-coro com duas pias deágua benta, gomadas,confrontantes. Nave coberta porcúpula de granito,

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sobre cornija circular e pavimentolajeado.Fazem parte deste santuário alémdos imóveis correspondentes à casadas estampas, casa e bouça doermitão, restaurante e centro deacolhimento aos peregrinos, maistrês capelinhas que compassadasficam num dos antigos acessos ao“Iteiro” da Senhora, ou do Santinho(São Tiago), como ali se diz. A dofundo, de 1889, com o presépio,recorda o nascimento de Jesus; ado meio, de 1933, lembra a visita deNossa Senhora a sua prima SantaIsabel; e a de cima, de 1886, com oPai Eterno e o Anjo São Gabriel,alude à Anunciação.Trata-se de um dos principais

santuários marianos do Norte dePortugal e dos mais concorridos deentre Douro e Minho, agora comCentro de Acolhimento e de apoioaos peregrinos e romeiros que aolongo de todo o ano têm as portasabertas e restaurante emfuncionamento.A primeira Peregrinação desetembro ao Santuário de NossaSenhora da Graça realizou-se em1945. Iniciativa da Juventude doConcelho de Mondim de Basto eque aderiram jovens e adultos dosconcelhos vizinhos com a intençãode agradecer o fim da II GuerraMundial.

Santuário da Senhora da Graça,www.senhoradagraca.pt

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Tesouro da Catedral de ViseuMuseu de Arte SacraO Tesouro da Catedral de Viseu foi criadopelo Decreto-Lei nº 20.803, de 21 deJaneiro de 1932, para nele serem“incorporados todos os objectosrespeitantes ao culto ou a ele destinadosque se encontram incorporados no MuseuGrão Vasco e sejam provenientes da Sé deViseu.” Ao longo dos anos o espaço foiobjeto de várias intervenções. Em outubrode 2015 o Museu foi encerrado ao público,no contexto das obras de restaurorealizadas na Catedral no âmbito doprograma Rota das Catedrais. Nos últimosmeses foi objeto de uma requalificação,reabrindo ao público no dia 23 de julho.A fruição da coleção exposta desenvolve-se em articulação com os espaços, tambémeles interessantes do ponto de vistaarquitetónico: o Coro Alto onde é possívelobservar de forma mais próxima a abóbadade nós e a balaustrada com decorativismomanuelino, executadas sob a iniciativa dobispo D. Diogo Ortiz de Vilhegas econcluídas em 1513; o Claustro Superiorsetecentista com azulejos de albarradas; aSala Capitular com painéis de azulejosbarrocos da oficina coimbrã de Agostinhode Paiva e sanefas de talha dourada epolicromada; as salas do Cartório e daTorre do Relógio, onde se preservamalguns vãos de perfil gótico, e o Passeiodos Cónegos, que une o claustro aoedifício onde existiu a torre medieval.

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O Claustro Superior e o Passeio dos

Cónegos constituem miradouros, a partirdos quais se pode fruir de uma vistapanorâmica sobre a cidade de Viseu emdiferentes perspetivas, numa abrangênciaurbana e natural. Dependendo da hora dodia e das condições atmosféricas estesdois locais convidam a parar, a estar e aobservar o encanto e a beleza da cidade.Na construção da narrativa expositiva,sempre que justificável, articulam-se osobjetos com os espaços, como acontece deforma mais direta no Coro Alto e na SalaCapitular. Os títulos de cada núcleoorientam o visitante na compreensão dosobjetos pelo seu significado efuncionalidade, para além da componenteestética, concretamente: O amor não seexplica, Maria Sim, Louvor a Deus atravésda música, Semana Santa, Serviço e Missão, Testemunhar… Dar a Vida e Celebrar oAmor de Deus.A coleção integra peças de particular valorartístico, de diversas tipologias e períodosque vão desde o século XII até ao séculoXX. A importância de alguns dos objectosartísticos expostos justificou que játivessem sido solicitados para integrarexposições em Londres, Nova Iorque,Sevilha, Madrid, Silos, Bruxelas, Lisboa,Porto, etc. Especial referência para ocadeiral do coro alto, mandado executarpor D. Miguel da Silva em meados dequinhentos, alterado e acrescentado no

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período barroco, o braseiro de ferroforjado do século XIII, as arquetasrelicário de Limoges dos séculos XII-XIII, a custódia de D. Miguel da Silva,de 1533, o Evangeliário de c. 1179-1213 (interior) e do século XV(encadernação), o Facistol ou atrilproveniente da Flandres do séculoXV, o Pluvial dos finais do século XV,inícios do XVI, executado emEspanha e em Itália, a Mitrasetecentista ou as esculturas doAnjo Rafael e Tobias e de SantoAgostinho, ambas do século XVIII,entre muitas outras.Um vasto património identitário daCatedral de Santa Maria, queexplana as dinâmicas deencomendas e de atuação doCabido e dos prelados viseenses aolongo dos séculos.Fátima Eusébio, Diretora Dep. Bens

Culturais da Diocese de Viseu

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