62
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE POS-GRADUA9Ao, PESQUISA E EXTENSAo CURSO DE POS-GRADUA9AO EM FISIOTERAPIA CARDIORRESPIRATORIA ANALISE DA VISCOSIDADE SANGuiNEA EM PACIENTES PORTADORES DE DOENyA PULMONAR OBSTRUTIVA CRONICA (DPOC), ANTES E IMEDIATAMENTE APOS EXERcicio FisICO NA ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR 2004

2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

  • Upload
    vanphuc

  • View
    225

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

CENTRO DE POS-GRADUA9Ao, PESQUISA E EXTENSAo

CURSO DE POS-GRADUA9AO EM FISIOTERAPIA

CARDIORRESPIRATORIA

ANALISE DA VISCOSIDADE SANGuiNEA EM PACIENTES

PORTADORES DE DOENyA PULMONAR OBSTRUTIVA CRONICA

(DPOC), ANTES E IMEDIATAMENTE APOS EXERcicio FisICO NA

ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP).

PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR

Curitiba - PR

2004

Page 2: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

DENTRO DE P6S-GRADUAC;;Ao, PESQUISA E EXTENSAo

CURSO DE p6s GRADUAC;;Ao EM FISIOTERAPIA

CARDIORRESPIRAT6RIA

ANALISE DA VISCOSIDADE SANGUiNEA EM PACIENTES

PORTADORES DE DOEN<;A PULMONAR OBSTRUTIVA CRONICA

(DPOC), ANTES E IMEDIATAMENTE APOS EXERciclO FisICO NA

ESTEIRA COM VENTILA<;AO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP).

PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR

Monografia apresentadaao curso de P6s~gradua9aoem Fisioterapia Cardiorrespirat6ria.Centro de P6s-graduayao, Pesquisa e Extensaoda Universidade Tuiuti do Paranacomo requisite parcial para obten9ao dotitulo em especialista emFisioterapia CardiorrespiratoriaOrientador Cientifico: Prof. Helio Pia, Msc.Orientador Metodol6gico: Prof. Marcelo MarciaXavier, Msc.

Curitiba - PR

2004

Page 3: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

Pascoal de Oliveira Junior

ANALISE DA VISCOSIDADE SANGUiNEA EM PACIENTES

PORTADORES DE DOEN<;:A PULMONAR OBSTRUTIVA CRONICA

(DPOC), ANTES E IMEDIATAMENTE APOS EXERCiclO FisICO NA

ESTEIRA COM VENTILA<;:AO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP).

Esta monografia foi julgada e aprovada para obtenyao do titulo de

especialista em Cardiorrespirat6ria.

Centro de P6s-graduayao, Pesquisa e Extensao da Universidade

Tuiuti do Parana

Curitiba, 30 de janeiro de 2004.

Prof. Esperidiao Elias Aquim, Dr.

Coordenador do Curso

Prof. Marcelo Marcio Xavier, MSc.

Orientador Metodol6gico

Prof. Helio Pio, MSc.

Orientador Cientifico

Page 4: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

iii

Dedicat6ria

A minha mae Edite e meu pai Pascoal (in

memorian), que compartilharam os meus

ideais e os alimentam, incenlivando-me

a prosseguir nos momentos mais

diffceis, doando-se por inleiros e muitas

vezes, renunciando aos seus sonhos

para que eu pudesse realizar os meus.

Page 5: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

iv

Agradecimentos

A Deus,Que por hora me ajuda a veneer mais umabalalha, agradeqo. Sei que eslas presenle emtodos os momentos da minha vida e que tualembranr;a por vezes me vern nas haras desuprema necessidade. mas gostaria deevidenciar que a todo 0 momento soube coloearas maos de encontro uma da outra parareconhecer a sua bondade e miseric6rdia.Expresso meus sinceros agradecimentos atodos que, colaboraram na realizaqao desteIrabalho, em especial:Prof. Dr. Esperidiao Elias Aquim, pela suaexperi{mcia e dedicaqao.Prof. MSc. Helio Pio, por um dia ler me dado 0impulso necessaria para que todas as minhasatitudes a ser conseientes fassem dignas de serrespei/adas. Pela orientageo e pela capacidadede transmitir seus conhecimentos de forma leal.Prof. MSc. Marcelo Marcio Xavier.Prof. MSc. Claudio Espinola Najas, meu co-orienlador pela amizade, e aDs pacientes pelasua colaborac;ao, sem a qual nao eu naoconcluiria este traba/ho monografico.

Page 6: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

Epigrafe

"Aqueles que nao tentam criar 0 futuro

que desejam precisam agOentar 0 futuro

que conseguem"

Kanffmon Jr

Page 7: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

vi

SUMARIO

Usta de Figuras ...Usta de TabelasResumo ..Abstract..

.................................................... p. viii. p. ix

. ...................................• .. p. x................................................................................... p. xi

1 INTRODU<;:Ao p. 1

2 FISIOLOGIA DO SANGUE p. 22.1 Conceito.. .. p. 22.2 Componentes ..p. 22.30 Plasma.. .. p. 22.4 Eritrocitos p. 32.4.1 Formato.. .. p. 32.4.2 A Membrana e 0 Citoesqueleto Eritrocitario p. 42.4.3 Produgao dos eritrocitos... . .. ..p. 52.4.4 Hemoglobina e Fungao Eritrocitaria p. 92.4.5 Metabolismo Energetico p. 132.5 Plaquetas, Hemostasia e Coagulagao Sanguinea p. 132.5.1 Plaquetas.. . ..p. 132.5.2 Hemostasia.. .. p.152.5.3 Coagulagao Sanguinea.. . .. p.16

3 CIRCULA<;:Ao, FLUXO SANGUiNEO E VISCOSIDADE p. 223.1 Circulagao p. 223.2 Fluxo Sanguineo p. 233.3 Viscosidade Sanguinea.. . .. p.23

4 FISIOPATOLOGIA DA POLlCITEMIA............ .. ..p.254.1 Eritrocitose Relativa.. .. p. 264.1.1 Eritrocitose Transit6ria.. .. p.264.1.2 Eritrocitose Relativa Cr6nica .. p. 264.1.3 Eritrocitose An6xica.. ....p.264.1.4 Eritrocitose de Alta Altitude p. 274.1.5 Doenga Pulmonar.. .. p. 284.1.6 Doenga Cardiaca Congemita p. 284.1.7 Sindromes de Hipoventilagao .. . .. p.294.2 Eritrocitose Absoluta p. 29

Page 8: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

vii

4.2.1 Policitemia Vera .. ...................... p. 30

5 ALTERA<;OES SANGUiNEAS NA DPOC .. . p.33

6. EFEITOS FISIOLOGICOS DO EXERCiclO FisICO p. 346.1 Cora9ao p. 346.2 Circula9ao.. . p. 356.3 Musculo p. 366.4 Pulmao.. . p.376.5 Efeitos Psicol6gicos e Socia is . p.376.6 Outros Efeitos.. . . p.37

7 PRESsAo POSITIVA CONTiNUA NAS VIAS AEREAS (CPAP).p. 387.1 Conceito.. . p.387.2 Efeitos Fisiol6gicos do CPAP ConvencionaL. . p.387.3 Outros Efeitos . p. 39

8 MATERIAlS E METODOS p. 40

9 DISCUssAo E RESULTADOS p. 429.1 Hemoglobina.. . p. 439.2 Hemat6crito p. 459.3 Plaquetas.. .. . p. 47

10 CONCLUsAo p. 49

11 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ........................ p.50

Page 9: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

viii

Lista de Figuras

Grafico 1: Hemoglobina . p.44Gratico 2: Hemat6crito p. 46Gratico 3: Plaquetas.. . p.48

Page 10: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

ix

Usta de Tabelas

Tabela 1: Hemoglobina.. . p. 43Tabela 2: Hemat6crito p. 45Tabela 3: Plaquetas . p. 47

Page 11: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

RESUMO

OLIVEIRA, Pascoal de Jr. ANALISE DA VISCOSIDADE SANGUiNEA EM

PACIENTES PORTADORES DE DOENCA PULMONAR OBSTRUTIVA

CRONICA (DPOC), ANTES E IMEDIATAMENTE APOS EXERCiclO FisICO NA

ESTEIRA COM VENTILACAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). Curitiba.

2004. 50 f. Monografia (Especializa9ao em Fisioterapia Cardiorrespirat6ria),

Centro de P6s-gradua9ao, Pesquisa e Extensao, UTP, 2004.

A hipoxemia, resultado de uma ventilac;ao pulmonar ineficaz eencontrada freqOentemente nos diversos tipos de Doenya Pulmonar ObstrutivaCr6nica (OPOC), causa, alem de uma vasoconstrilf30 arterial pulmonar, umaresposta fisiol6gica dos 6r9a05 hematopoeticos, aumenta a produy<3o de hemacias(na tentativa de melhorar 0 transporte de oxigenio e reverter 0 quadro hipoxemica)e ocasiona urn aumento na viscosidade sanguinea. Quando a hipoxemia naD erevertida, a produc;ao elevada de hemacias torna-se cr6nica, sendo denominadaPolicitemia Secunda ria. Esta pesquisa objetiva analisar atraves de exameslaboratoriais as altera90es quanto a viscosidade sanguinea em sete pacientesportadores de Enfisema Pulmonar, antes e imediatamente apes serem submetidosa um trabalho que associ a a utilizayao de ventilay<3o mecanica nao invasiva eexercicio fisico na esteira ergometrica. Aponta como principais resultados: a)aumentos significativos na concentrac;ao de hemoglobina e plaquetas; b) naosignificativos na porcentagem de hematecrito. Conclui que ap6s a associaC;aocitada acima, ocorre um aumento imediato no que diz respeito a viscosidade dosangue, presumindo que este ocorra em decorrencia da redu9030 do volumeplasm"tico.

Palavras-chave: 1. Doen!;a Pulmonar Obstrutiva Cronica.2. Viscosidade Sanguinea. 3. Exercicio Fisico na Esteira comVentila!;ao Mecanica nao Invasiva.

Page 12: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

xi

ABSTRACT

OLIVEIRA, Pascoal de Jr. ANALISE DA VISCOSIDADE SANGUiNEA EM

PACIENTES PORTADORES DE DOENCA PULMONAR OBSTRUTIVA

CRONICA (DPOC), ANTES E IMEDIATAMENTE APOS EXERCiclO FisICO

NA ESTEIRA COM VENTILACAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP).

Curitiba. 2004. 50 Monografia (Especializac;:ao em Fisioterapia

Cardiorrespirat6ria), Centro de P6s-graduac;:ao, Pesquisa e Extensao, UTP,

2004.

The hypoxemia, the result of an inefficacious pulmonary ventilation andfrequently found is several kinds of CPOD (Chronic Pulmonary ObstructiveDisease), cause besides the pulmonary arterial vasoconstriction, a physiologicalanscuer of the hematopoietic organs, increases the hemacy production (trying toimprove the hemoglobin transportation and to revert the hypoxemic situation)and causes an increase on blood viscosity. When the hypoxemia is not reverted,the hemacy high production becomes chronic being denominated secondarypolycythemia. This research objects to analyze through lab scams the alterationrelated to blood viscosity in seven patients with Pulmonary Enphysema beforeand right after they had been submitted to a work which anociates the utilizationbetween a non invasive mechanical ventilation and physical exercise on theergometric mot. Points out as the principal results: a) significant increase on thehemoglobin and platelets concentration; b) not significant on the hematocritpercentage. It's concluded that after the enunciation above, occurs a biggerincrease concern to the blood viscosity as consequence of the reduction ofplasmatic volume.

Key-words: 1. Chronic Pulmonary Obstructive Disease.2. Blood Viscosity. 3. Physical Exercise on the Ergometric Motwith Non Invasive Mechanical Ventilation.

Page 13: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

1 INTRODU<;:AO

Tendo em vista as propriedades fisiologicas e terapeuticas do exercicio

fisico na esteira e da ventilac;ao mecanica nao invasiva, pressupoe-se que sua

associac;ao, utilizada de maneira coerente e aplicada em pacientes portadores de

Doen,a Pulmonar Obstrutiva Cronica (DPOC), pode a medio prazo reduzir a

viscosidade sanguinea, que a principia se encontra aumentada em decorr€mcia de

mecanismos fisiologicos compensat6rios. Todavia, sabemos que ocorre diminuic;ao

do volume plasmatico mediante atividade fisica. Sendo esta pesquisa necessaria

para estudarmos atraves de exames laboratoriais, 0 comportamento imediato da

viscosidade sanguinea diante das combinac;6es citadas acima.

Page 14: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

2 FISIOLOGIA DO SANGUE

2.1 Conceito

Segundo JUNQUEIRA e CARNEIRO (1995). 0 sangue e a

massa liquida contida num compartimento fechado. 0 aparelho circulatorio.

que a mantem em movimento regular e unidirecional, devido essencialmente

as contrac;;oes ritmicas do corac;;ao. 0 volume total de sangue nurn homem

normal. pesando 70 Kg. e de aproximadamente 5.5 litros.

2.2 Componentes

Quando observado em rnicroscopia aplica "in vivo", percebe-se

que a homogeneidade do sangue e apenas aparente. Ele e formado per

duas fases: as globulos sanguineos (que incluem as eritr6citos au hemacias,

os diversos tipos de leucocitos e as plaquetas) e 0 plasma. fase liquida na

qual os primeiros estao suspensos. Farao parte deste estudo 0 plasma. os

eritrocitos e as plaquetas.

2.30 Plasma

Para JUNQUEIRA e CARNEIRO (1995). 0 plasma e uma

solU9ao aquosa contendo componentes de pequeno e grande peso

molecular, que correspond em a 10% do seu volume. As proteinas

plasmaticas correspondem a 7%, os sais inorgimicos a 0,9%, sendo 0

restante formado par compostos organicos diversos, tais como aminoacidos,

vitaminas, harmonics, lipoproteinas etc.

Os componentes de baixo peso molecular do plasma estao em

equilibrio, atraves das paredes capilares, com 0 liquido intersticial dos

tecidos. ConseqOentemente. a composi9ao do plasma e urn indicador da

composi9ao media dos fluidos extracelulares em gera!.

Entre as proteinas do plasma, podem ser citadas a albumina,

as alfa. beta e gamaglobulinas e 0 fibrinogenio. Sendo a proteina mais

Page 15: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

abundante, a albumina representa um papel fundamental na manutengao da

pressao osm6tica do sangue. As gamaglobulinas sao anticorpos e, par isso

chamadas imunoglobulinas. 0 fibrinogenio e necessaria para a format;ao de

fibrina, na etapa final da coagulagao do sangue.

2.4 Eritr6citos

LEE, BITHEL e FOERSTER (1998). dizem que a eritr6cito

humane maduro e uma das celulas mais especializadas. Nao possuindo

organelas citoplasmaticas como nucleo, mitocondrias ou ribossomos, a

hemacia e incapaz de sintetizar proteina nova, realizar rearyoes oxidativas

com mitoc6ndrias au sofrer milase. 0 eritrocito consiste de paueD mais que

uma membrana circulando uma solUl;:ao de proteinas e 81etr61it05. Mais de

95% da proteina citoplasmatica, e a proteina transportadora de Qxigenio, a

hemoglobina. 0 restante inclui aquelas enzimas necessiuias para a

produgao de energia e para a manutengao da hemoglobina num estado

funcional, reduzido.

2.4.1 Formato

Em repouso, a eritr6cito humano e rnoldado como uma esfera

achatada com reentn3ncias bilaterais, formato esse rnuitas vezes chamado

de um "disco biconcavo". 0 formato do disco esta bem adaptado a fungao do

eritr6cito. A razao de superficie para a volume aproxima-se do maximo valor

possivel com tal formato, facilitando, dessa forma, a transferencia de gases.

Alem disso, 0 disco biconcavo e mais deformavel que uma esfera e pode,

portanto, sofrer as alterac;oes de formato necessarias para urn movimento

6timo dentro da rnicrovasculatura.

Hip6teses foram formuladas para explicar como a celula

produz e mantem 0 formato biconcavo em repouso. As possiveis fon;as que

interagem para produzir esse formata incluem:

Forgas elasticas dentro da membrana;

Tensaa superficial;

Page 16: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

Fon;as eletricas na superficie da membrana;

Press6es osm6ticas au hidrostaticas;

Ate agora, as fatores que atuam dentro da membrana para

manter esse formato, bem como aqueles que agem sabre ela, sao apenas

parcialmente conhecidos.

2.4.2 A Membrana e 0 Citoesqueleto Eritrocitario

"A caracteristica central da estrutura da membrana euma matriz formada por uma camada dupla defosfolipidios. As moleculas lipidicas na bicamada estaoorientadas com as grupos nao pol ares dirigidos urn parao outro, formando interagoes hidrof6bicas. Os gruposhidrofilicos das cabegas polares sao dirigidos para fora,onde interagem com a ambiente aquoso nas superficiescitaplasmatica e plasmatica. 0 canceita mais aceito decomo as proteinas encaixam-se na a estrutura damembrana Iipidica e 0 assim chamado modelo fluido-mosaico". (LEE, BITHEL e FOERSTER, 1998, p.106).

A hemacia disc6ide biconcava normal passui 40% mais

membrana que a necessaria para envolver seu conteudo citoplasmatico

numa esfera. Assim, a formata assumido pela membrana eritr6ide

provavelmente satisfaz a necessidade de que tal excesso de membrana seja

distribuido de uma maneira a exigir a minima de energia passive!. 0

citaesqueleto, formado par uma rede de gel de proteinas, indubitavelmente

cantribui para a energia flexora necessaria para assumir a formata

biconcavo, bern como para a estabilidade da membrana. Anormalidades nas

proteinas do citoesqueleto levam a uma variedade de hemacias com formata

patol6gico, incluinda as esfer6citas e elipt6citos. Alem disso, proteinas

adsOlvidas a superficie extern a da hemacia, especial mente albumina,

tambem podem desempenhar um papel na manutengao do formato celular

normal e na efetivac;:ao das alterac;:oes nesse formato sob certas condic;:oes.

Page 17: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

2.4.3 Produ!(ao dos Eritr6citos (eritropoese)

Segundo LEE. BITHEL e FOERSTER (1998). 0 sistema

hematopoetico e caracterizado par urn constante turnover (cifra que mede a

rela9ao entre deple9ao e reposi9ao) de celulas; consequentemente. e

necessario um constante esfor90 de repara9ao para manter as popula90es

de leucocitos, plaquetas e eritrocitos. Em resposta a estimulos apropriados,

como hip6xia, sangramento ou infecy8:o, pade haver urn aumento

substancial na Produ9ilo de tipos celulares individuais. A expansibilidade e

reatividade focalizada do sistema hematopoetico sao atribuiveis a sua

popula9ao de celulas-tronco e outros progenitores. a sua capacidade de se

auto-replicar ou de produzir prog{mie (gera9ilo) madura e a reatividade do

sistema a promotores soluveis especificos.

a processo pelo qual as hemacias sao produzidas na medula

6ssea e denorninado eritropoese. Para fins descritivos, esse processo pade

ser dividido em varios estagios, que incluem 0 comprometimento da

progenie da celula-tronco pluripotente com a diferencia9ao eritroide. a fase

independente de eritropoetina au a fase inicial da eritropoese e a fase

dependente de eritropoetina ou fase final da eritropoese. Sob condi90es

normais, 0 processo global da eritropoese resulta numa taxa de produc:;:ao de

hemacias tal que a massa de hemacias no corpo seja constante. Portanto,

devem existir mecanismos de controle atraves dos quais 0 tamanho da

massa de eritr6citos seja rig ida mente regulado. Esses mecanismos de

controle das fases finais sao mais bem conhecidos que os das iniciais. 0

hormonio glicoproteico eritropoetina (EPa) foi determinado como 0 principal

regulador humoral da produ9ao de hemacias.

A eritropoese envolve uma grande variedade e numero de

celulas em diferentes estagios de matura98.0, come9ando com a primeira

progenie (gera9ao) da celula-tronco comprometida com a diferencia9ao

eritr6ide e terminando com a hemacia circulante madura. Uma celula-tronco

(stem cell) e definida como uma celula com a capacidade de se renovar, bem

como produzir progenie destinada a diferenciar. Fatores que afetam a

comprometimento da progenie a celula-tronco com uma via de diferencia9c3o

Page 18: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

especifica sao pouco conhecidos e em grande parte indefinidos. De urn modo

geral, 0 comprometimento e diferenciac;:ao sao aceitos como eventos

irreversiveis. Uma celula diferenciada nao pode retornar para urn estagio

indiferenciado ou mudar para uma outra via de diferencia,80. Sob condi,oes

normais, uma vez que ocorra 0 comprometimento, a diferenciac;:a.o avanc;a

plenamente ate 0 estagio da celula madura, a qual no caso das celulas

sanguineas, tem uma sobrevida limitada. Assim, a diferenciac;a.o e um

processo que leva a morte celular .

• Eritron

"A massa total de celulas eritr6ides foi denominadaeritron, um conceito que enfatiza a unidade funcional dashemacias, seus precursores medularesmorfologicamente reconheciveis e os progenitoresfuncionalmente definidos dos precursores eritr6ides. Acelula precursora de eritr6cito menos madurareconhecivel e conhecida como pronormoblasto ouproeritroblasto. Celulas caracteristicas de estagiossubseqOentes de maturac;ao sao denominadasnormoblastos ou eritroblastos. Fazem parte dosprogenitores eritr6ides a unidade formadora de coloniaeritr6ide (colony-forming unit-erythroid, CFU-E) e aunidade formadora eritr6ide-explosiva (burst-formingunit-erythroid, BFU-E). A CFU-E e uma celula eritr6ideintimamente relacionada com 0 proeritroblasto. Sob ainfluencia de baixas concentra,oes de EPO, da origem acolonias de 8 a 49 eritroblastos que contemhemoglobina. A BFU-E e uma progenitora eritr6ide que emais imatura que a CFU-E e esta mais intimamenterelacionada com a celula-tronco hematopoeticamultipotente, conforme indicado por seu tamanhocelular, densidade flutuante e percentagemrelativamente baixa (0 a 25%) na sintese ativa de DNA".(LEE, BITHEL e FOERSTER, 1998, p. 139).

Para LEE, BITHEL e FOERSTER (1998), dentro do eritron, a

maturac;:ao e proliferac;ao celular progridem simultaneamente. Todos os

progenitores eritr6ides identificaveis e todos os precursores eritrocitarios

morfologicamente reconheciveis estao funcionalmente destinados a

amadurecer; assim, sao incapazes de automanutenc;ao. A manutenc;:ao do

eritron num determinado tamanho e sua expansao sob demanda sao

Page 19: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

fun,5es do compartimento da celula-tronco. Sao necessarios cerca de 12 a

15 dias para que uma celula no estagio de BFU-E amadure,a ate

eritroblasto. Em 6 a 8 dias, uma BFU-E prolifera e diferencia em CFU-E, que

precisa de Qutros 5 a 7 dias para proliferar e desenvolver ate as eritroblastos

basofflicos, urn periodo durante 0 qual a CFU-E safre tres a cinco divisoessucessivas. Provavelmente ocorrem tambem tres a cinco divisoes durante a

maturac;ao dos precursores eritr6ides. Assim, 8 a 32 hemacias derivam decada pronormoblasto. A divisao celular cessa no estagio dos eritroblatos

policromatofilicos. Os normoblatos ortocromaticos naD sao capazes desintetizar DNA 8, portanto, naD sao capazes de S8 dividir.

o conceito de eritron como urn tecida tern ate agora

contribuido de forma significativa para a compreensao da fisiologia e

patologia da eritropoese.

• Controle da eritropoese

Existe urn mecanisme bern balanceado que mantem 0 eritrondentro dos limites "normais" e que medeia a resposta a uma variedade de

situal):oesnormais e anormais. Em lin has gerais, esse sistema de contrale

opera da seguinte maneira: alteral):oesna tensao de oxigenio tissular, no rim.Em res posta a hip6xia, 0 rim secreta 0 harmonio eritropoetina (EPO). Esteharmonio induz as celulas eritr6ides a se diferenciarem em pranormoblastos,ocasionando desta forma a expansao da medula eritr6ide e urn aumento naprOdUl):80de hernckias. Essa alteral):80, por sua vez, leva a um aumento notamanho do eritron e um aumento nos niveis de oxigenio tissular.

A ten sao do oxigenio tissular depende das taxas relativas desuprimento e demand a de oxigenio. 0 suprimento de oxigenio e umacomplexa funl):8ode variaveis que, embora semi-independentes, interagementre si; entre elas est80 incluidas:

Fluxo sanguineo;

Concentra,ao de hemoglobina sanguinea;

Satura,ao de oxigenio da hemoglobina;

Afinidade da hemoglobina pelo oxigenio;

Page 20: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

Cada uma dessas func;:oespode estar alterada para compensar

a deficiencia em uma das outras. Por exemplo, numa anemia grave, 0 debito

cardiaco e a frequelncia respirat6ria podem aumentar e a afinidade da

hemoglobina pelo oxigenio pode ser reduzida atraves do efeito do 2,3-

difosfoglicerato (no eritr6cito 0 2,3-DPG constitui 0 composto fosforilado

predominante, respondendo por aproximadamente dois ter,os do f6sforo da

hemacia, sendo que sua func;:ao mais importante e seu efeito sobre a

afinidade da hemoglobina pelo oxigemio). Reciprocamente, na insuficiencia

respirat6ria ocorre policitemia secundaria. A respeito dos ajustes

cardiovasculares e respirat6rios, a tensao do oxigenio tissular diminui em

proporC;:E'lOa grau de anemia. Reciprocamente, uma policitemia induzida de

grau moderado leva a uma tensao de oxigenio tissular normal au aumentada

e a uma maior tolerancia a hip6xia. Essas alterac;:oes ocorrem apesar do

aumento na viscosidade sanguinea que acompanha a policitemia, sugerindo

que a resistencia vascular periferica diminui para compensar a aumento da

viscosidade. Com graus avan9ados de policitemia, entretanto, a aumento na

viscosidade pode ser suficientemente grande para acabar com as vantagens

do aumento na capacidade de transporte de oxigenio.

A hip6xia tissular e 0 estimulo fundamental a eritropoese. A

natureza dos receptores de oxigenio tissular e ainda desconhecida,

entretanto esses receptores estao localizados no rim, pois a produ,ilO de

EPO pode ser induzida por constri9ao da arteria renal ou por perfusao

hip6xica do rim isolada.

• Eritropoetina

A eritropoetina (EPO) e um hormonio glicoproteico produzido

pelo rim, sendo 0 principal regulador humoral da produ,ao de hemacias.

Foram identificadas celulas especializadas que produzem EPO no

parenquima renal e hepatica. Essas celulas sao encontradas no intersticio

do parenquima renal, externamente a membrana basal tubular,

principalmente na regiaa interna do cortex e regiao externa da medula. A

Page 21: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

natureza dessas celulas peritubulares intersticiais produtoras de EPO ainda

e desconhecida.

Aparentemente a EPO e sintetizada em resposta a hip6xia e

nao e detectado qualquer armazenamento do hormonio. 0 mecanisme pelo

qual a hip6xia leva a sintese de EPO ainda e pouco compreendido. A hip6xia

pode levar seqCJencialmente a uma IiberaC;ao de prostaglandina E, aumento

do AMP ciclico renal e diminui,ao da concentra,ao intracelular de calcio que

resulta num aumento da sintese de EPO.

"A EPO e um hormonio que promove diferencia,aoeritr6ide. 0 papel da EPO durante os estagios iniciais daeritropoese ainda nao foi definido. As linhagens celularescom caracteristicas de celulas progenitorashernatopoeticas multipotentes e BFU-E purificadoras dosangue humano expressam alguns receptores de EPO,sugerindo um possivel papel da EPO para suasobrevivencia e diferenciayi3o.Um dos efeitos mais notaveis da EPO sobre as celulaseritr6ides e sua capacidade de manter a viabilidadedessas celulas, independentemente de quaisquer efeitossobre a ciclagem e diferencia,ao. Na ausencia da EPO,as celulas eritr6ides morrem. Na presenc;a de EPO, amorte celular e evitada e as celulas eritr6ides podem-sediferenciar e formar hemacias. Esses achados sugeremque a hormonia promove diferenciaC;ao eritr6idesimples mente permitindo a sobrevivencia celular, que eurn pre-requisita tanto para a proliferac;ao celular e/oumatura,ao. Esse modelo tambem sugere que, sobcondi,oes normais, um grande numero de CFU-E nMsobrevive, mas sob condiyoes de elevados niveis deEPO, observa-se ex pan sao da medula eritr6idesimplesrnente par perrnitir a sobrevivemcia de maiornumero de CFU-E, que resulta num aumento da taxa deproduc;ao de hemacias. No mesmo contexto, uma vezque a massa de hemacias tenha voltado ao normal, aqueda decorrente dos niveis de EPO leva a uma rapid adesativayao da eritropoese, permitindo que ocorra amorle celular programada". (LEE, BITHEL e FOERSTER1998, p.156).

2,4-4Hemoglobina e Fun~aoEritrocitaria

Segundo LEE, BITHEL e FOERSTER (1998), uma fun,ao vital

da hemacia e mediar a troca de gases respiratorios (oxigenio e di6xido de

Page 22: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

10

carbona) entre as pulm6es e as tecidos. De fundamental importfmcia para

esse processo e a proteina transportadora de Qxigenio, a hemoglobina. E 0

principal constituinte do citoplasma da hemacia, respondendo par cerca de

90% do peso seco da celula madura.

No homem em repouso, cerca de 250m I de oxigemio sao

consumidos e 200ml de dioxido de carbona sao produzidos par minuto.

Durante urn exercicio, essas quantidades aumentam dez vezes. Se as gases

respiratorios fossem transportados em soluc;:aofisica no plasma, a atividade

do hom em estaria restrita a apenas uns cinquenta avos daquela passIvel na

presen9a de hemacias que contern hemoglobina. a desenvolvimento da

hemoglobina torna passive I 0 trans porte de cern vezes a quanti dade de

oxigenio que poderia ser transportado somente pelo plasma. A hemoglobina,

como uma proteina livre no plasma, exerce uma pressao osm6tica cerca de

cinco vezes maior que aquela produzida pelas proteinas plasmaticas. Pela

inclusao desse pigmento nos corpusculos, a viscosidade do sangue pade ser

mantida nurn nivel baixo, a agua naD e drenada dos tecidos par ela e 0 fluxo

do sangue que contem uma quantidade tao grande de proteinas torna-se

impassivel.

Para funcionar como meio primario de troca de oxigenio e

dioxido de carbona, a hemoglobin a precisa satisfazer quatro requisitos. Ela

deve ser capaz de transportar uma grande quantidade de Qxigenio, deve ser

altamente soluvel, deve captar e sollar a oxigenio em "press6es apropriadas"

e deve tambem ser um bom tampao. A hemoglobina normal preenche bem

esses requisitos, em bora muitas variantes anormais naD sejam capazes de

satisfazer uma au mais condic;:6es.

LEE, BITHEL e FOERSTER (1998), citam que a hemoglobina e

uma proteina conjugada com um peso molecular proximo a 64500. A

molecula de hemoglobina e grosseiramente esferica, com urn dia.metro

molecular maximo de cerca de 6,4nm. E urn tetramero, consistindo de dais

pares de cadeias polipeptidicas. A cada uma das quatro cadeias esta Jigado

urn grupo proteico fortemente colorido, 0 heme, urn complexo de ferro e

protoporfirina. A porgao protetica da molecula e chamada globina.

Page 23: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

II

• Transporte de oxigenio

Quando inteiramente saturada, cada grama de hemoglobina

liga 1,39ml de oxigenio. 0 grau de satura9ao est;; relacionado com a tensao

de oxigenio (P02), que normalmente varia de 100mm Hg no sangue arterial

ate 35mm Hg nas veias. A rela9ao entre tensao de oxigenio e satura9ao de

oxigemio na hemoglobin a e descrita pela curva de dissociac;ao do oxigenio

da hemoglobina. As caracteristicas dessa curva estao relacionadas em parte

com as propriedades da propria hemoglobina e em parte com 0 ambiente no

interior do eritrocito; pH, temperatura e concentrac;ao de 2,3 difosfoglicerato

sao as fatores rnais importantes que afetam a afinidade do oxigenio.

A afinidade da hemoglobina pelo oxigenio e geralmente

expressa em termos da tensao de Qxigenio na qual acorre 50% desaturac;ao, a assim cham ada P. Quando aumenta a afinidade par Dxigenio, acurva de dissociac;ao desvia para a esquerda e 0 valor de P e reduzido.

Reciprocamente, com uma diminuic;ao na afinidade de QXigemio, a cUIVa

desvia para a direita e a P aumenta.A mudan9a de afinidade do oxigenio com 0 pH e conhecida

como "efeito Bohr". A afinidade da hemoglobina pelo oxigenio e reduzida

quando a acidez aumenta. Uma vez que as tecidos sao relativamente ricosem dioxido de carbona e uma vez que a anidrase carb6nica da hemaciaconverte prontamente a C02 em acido carbonico, a pH e mais baixo la que

no sangue arterial; portanto a efeito Bohr facilita a transferencia de oxigEmioaos tecidos. Nos pulmoes, quando 0 oxigenio e captado e 0 dioxido de

carbona e liberado, 0 pH eleva-se e a curva de afinidade de oxigenio desviapara a esquerda. Esse evento, denominado efeito de Bohr alcalino, aumentaa afinidade de oxigenio da hemoglobina, ajudando a maximizar a capta9ao

de oxigemio. Assim, a efeito Bohr liga e intensifrca 0 transporte tanto dooxigemiocomo do dioxido de carbona.

"Um outro fator importante a afetar a afinidade dooxigenio da hemoglobina e a concentra9ao decompostos fosforilados, especialmente 0 2,3-DPG. Noestado desoxigenado, a hemoglobina A e capaz de ligar2.3-DPG na razao molar de 1:1, uma rea9ao que leva a

Page 24: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

12

uma diminuiC;<3ona afinidade pelo oxig€mio e uma melhordistribuiC;:<3odo oxigenio aDs tecidos. A concentrac;aocelular de 2,3-DPG tambem afeta 0 pH intracelular, poiso 2,3-DPG e urn anion impermeante altarnentecarregado. Juntos a hemoglobina, tambem urn anionimpermeante, e 0 2,3-DPG diminuem a concentracyaointracelular de cloreto em relac;a.o a concentrac;:aoextracelular. Esse efeito, por sua vez, diminui 0 pHintracelular em rela9ao ao pH extracelular; atraves disso,o efeito Bohr tambem diminui a afinidade do oxigenio e,conseqOentemente, aumenta a distribui9ao de oxigenioaos tecidos". (LEE, BITHEL e FOERSTER, 1998, p.125).

• Transporte de dioxido de carbona

Para LEE, BITHEL e FOERSTER (1998), 0 transporte de

dioxido de carbona pelas hemacias, aD contrario daquele do Qxigenio, naDocorre por ligac;:ao direta aD heme. Em soluc;6es aquosas, 0 dioxido de

carbona sofre urn par de reac;6es:

1. CO, + H,O = HC03

2. H,C03 = H + HC03

o dioxido de carbona difunde-se livremente para dentroda hemacia, ande a presenC;8 da enzima anidrasecarb6nica facilita a rea9ao 1. 0 H liberado na rea980 2 eaceito pela hemoglobina desoxigenada, processo essefacilitado pelo efeito Bohr. 0 bicarbonato formado nessasequencia de rea90es difunde-se livremente atraves damembrana da hemacia e uma parte e permutada pelo CIplasmatico, um fen6meno denominado "desvio docloreto". 0 bicarbonato e transportado no plasma aospulmoes, onde a ventila9ao mantem a PC02 baixa,levando a reversao das rea90es acima e a excre980 doC02 no ar expirado. Cerca de 70% do dioxido decarbona tissular e processado dessa maneira. Dos 30%restantes, 5% sao transportados em solu9ao simples e25% ligam-se aos grupos amino N-terminal dahemoglobina desoxigenada, formando a carbamino-hemoglobina (Hb-NH-COO). (LEE, BITHEL eFOERSTER,1998,p.126).

Page 25: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

13

2.4.5 Metabolismo Energetico

Embora a hemacia madura contenha as enzimas necessarias

para 0 metabolismo do glicogemio, 0 equilibria entre sintese e utiliza~ao e tal

que, sob circunstancias normais, naD ha acumulo significativ~ de glicogenio

na celula.

Par naD possuir urn composto de armazenagem, 0 eritrocito

normal precisa ter urn acesso constante a glicose para que seu metabolismo

energetico seja mantido. A glicose penetra no eritr6cito par difusao facilitada,

mediada por uma proteina transmembranar designada transportador de

glicose. Nao existe necessidade de insulina ou Qutros harmonics e 0

transporte naD e normal mente 0 fator limitante da velocidade na utiliz8c;ao de

glicose. Sem mitocondrias, as eritr6citos precisam depender de duas vias

menes eficientes para a produyao de compostos de alta energia, a via

glicolitica anaer6bia e a via aer6bia da pentose fosfato, tambem conhecida

como derivagao da hexose monofosfato ou a via do fosfogllconato. Sob

circunstfmcias normais, cerca de 90% da glicose que entra na hemacia e

metabolizada pela via anaer6bia e 10% pela via aer6bia. Sob condigoes de

estresse oxidativ~, entretanto, a via da oxida9aO da pentose pode ser

responsavel por ate 90% do consumo de glicose.

2.5 Plaquetas, Hemostasia e Coagula!;ao

2.5.1 Plaquetas

• Morfologia

Para LEE, BITHEL e FOERSTER (1998), as plaquetas do

sangue periferico sao heterogeneas em relagao ao tamanho, densidade e

caracteristica de coloragao. Sua morfologia tambem varia muito dependendo

dos metodos pelos quais sao examinados, do anticoagulante e do

isolamento empregados e da temperatura. Em preparagoes umidas, as

Page 26: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

14

plaquetas sao corpusculos incolores, moderadamente refringentes, que sao

disc6ides au elipticos. Sob iluminat;ao em campo escuro sao translucidos e

revelam urn contorno nitida. Estao presentes alguns granulos im6veis no

centro da celula.

• Dimensao

"A determina980 do tamanho plaquetario por tecnicasmicroscopicas convencionais e repleta de dificuldades.Quando estudadas com metodos reopticos, nos quais asplaquetas sao medidas enquanto giram livremente emsuspensao, as dimensoes da plaqueta humanaapresenta uma media de 3,6+-0,7 micr6metro dediametro e 0,9+-0,2 micr6metro de espessura. Aconforma98o global da plaqueta e de um esfer6ideoblato, achatado nos p6los. 0 formata e as dimens6esde Qutrasplaquetas mamiferas sao semelhantes quandovisualizadas par microscopia eletr6nica de varredura.Dados obtidos por microscopia eletr6nica detransmissao, bern como avaliac;:ao optica do tamanho deplaquetas coradas, revelam dimens5es menores." (LEE,BITHEL e FOERSTER, 1998, p. 555) .

• Volume

As estimativas de volume plaquetario medio varia de 4 a 8 fl.

Valores similares foram obtidos com 0 uso de sofisticadas tecnicas que

utilizam 0 "trombocitocrito" e com os contadores de particula de fluxo

continuo. Alguns autores sugeriram que a avaliaC;:80 do tamanho das

plaquetas pelos contadores de particulas por impedancia est;' sujeita a um

erro intrinseco, pois 0 formato da celula produz urn volume celular

artificial mente elevado; entretanto, essa opini80 nao e uniformemente aceita.

Um volume plaquetario de 7,1 II e uma area superficial media de 22,2

micr6metros quadrado foram calculados a partir de estudos reo-6pticos de

avaliaC;:80do tamanho.

Page 27: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

15

• Metabolismo energetico

As semelhan<;as entre 0 metabolismo energetico da plaqueta e

aquele do rnuscul0 esqueletico envolvem glicoJise ativa e a sintese e

utiliza9ao de grandes quantidades de glicogenio e, em ambos, 0 principal

mediador da utiliza9ao de energia intracelular e uma adenosina trifosfatase

semelhante a actomiosina. A plaqueta, da mesma forma que 0 musculo, esta

metabolicamente adaptada a gastar rapidamente grandes quantidades de

energia, durante a agrega<;ao, a rea<;8o de Hberayao e a retra<;ao do

coagulo.

A principal fonte de energia da plaqueta e a glicose, que erapidamente captada do plasma. Sob condi90es basais, 40 a 50% da glicose

absorvida e usada para fornecer energia para as fun<;oes sinteticas au e

convertida a glicogenio. Noventa por cento do piruvato plaquetario econvertido a lactato. Demonstrou-se tambem uma via glicogemica que utiliza

piruvato. Acidos graxos e possivelmente aminoacidos tambem sao

metabolizados.

2.5.2 Hemostasia

• Fase vascular

LEE, BITHEL e FOERSTER (1998), citam que as

anormalidades que comprometem a integridade mecanica da vasculatura

levam ao sangramento; entretanto, 0 papel desempenhado pel os vasos

danificados como participantes ativos no processo hemostatico, em oposi9c30

a manuten9c3o essencialmente pass iva de um sistema vascular fechado,

ainda continua dificil de ser definido e e pouco compreendido. Essa

dificuldade e uma conseqOencia, em grande parte, das varias Iimita90es das

tecnicas para 0 estudo da microvasculatura no animal vivo. 0 conhecimento

da reologia do fluxo sanguineo nos pequenos vasos e fragmentado e as

Page 28: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

16

informa90es publicadas referentes aDs animais inferiores devem ser

interpretadas com cautela.

• Fase plaquetaria

Em mamiferos, a principal fun980 da plaqueta e a hemostasia,

urn processo no qual esta celula desempenha tanto urn papel mecanico,

como bioqu;mico. Plaquetas circulantes geralmente naD interagem com a

superficie endotelial ou com outras celulas sanguineas. Quando expostas a

superficies vasculares danificadas nurn sistema reologicamente ativD, elas

aderem-se a estruturas subendoteliais expostas e tornam-S8 ativas. Esse

efeita e rapidamente seguida par uma "explosao" de atividade metabolica,

pela sintese de "mensageiros" intracelulares e pela forma9ao de agonistas

plaquetarios seguintes prosseguem rapidamente e sao dificeis de serem

delimitadas em rela980 ao tempo. Elas tem side tradicionalmente descritas

em termos de alterac;:oes morfol6gicas: a saber, na seqOencia aproximada, a

transformac;:ao de plaquetas normal mente disc6ide em esferas com

pequenas saliencias citoplasmaticas (a "mudan9a de formato"); a forma980

de agregados plaquetarios ou rolhas que constituem a barreira hemostatica

inicial e a expulsao de difosfato de adenosina (ADP) e outras substancias

ativas das organelas plaquetarias que amplificam e propagam a ativac;:ao

plaquetaria. Segue-se, entiio, a ativa9ao ou "disponibilidade" do fator

plaquetario e outras substancias procoagulantes e a iniciac;:ao da coagulac;:ao

sanguinea, levando a consolida9ao da rolha plaquetaria pela fibrina.

SubseqOentemente, ocorre a retrac;:ao do coagulo.

2.5.3 Coagulac;1io Sanguinea

Segundo SMITH e THIER (1990), 0 mecanisme de coagula98o

sanguinea comporta uma serie complexa de rea90es bioquimicas que

implicam certo numero de proteinas plasmaticas conhecidas como fatores

da coagula9EIO que normalmente circulam em estado inativo. Em resposta a

Page 29: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

17

algum dana vascular, poe-se em movimento uma "caseata" de reac;6es na

qual os fatores se ativam uns aDs Qutros de modo sequencial, terminando

com a gerac;ao da trombina, que e uma enzima proteolitica que cliva urn

fibrinogtmio plasmatico para formar urn coagulo de fibrina insoluvel. Cada

urn dos fatores da coagulaC;8o e representado convencionalmente par

algarismos remanos; as form as ativas sao indicadas pelo sufixo "a" 0

conceito de caseata significa que 0 mecanismo de coagulac;ao S8 comporta

como urn amplificador biol6gico no qual a ativac;ao de quantidades

infinitesimais de fatores de coagulac;ao nos e5t89i05 iniciais da caseata leva

a formaI'M de quantidades substanciais do produto final, a fibrina.

Esse potencial de amplifical'ao e ilustrado pelo fato de que

uma quantidade suficiente de trombina pode ser gerada a partir da

protrombina em 2 ml de sangue para coagular todo 0 volume circulante.

Portanto, houve uma evoluc;:ao dos mecanismos protetores para garantir que

esse processo nao se descontrole e que 0 sangue circulante continue

liquido. A coagulac;:ao normalmente e ativada apes a lesao ao endotelio

vascular. A agregac;:ao de plaquetas no local da lesao propicia um meio

adequado de coagulal'ao e, assim, ajuda a localizar a produl'ao de fibrina.

De fato, os fatores de coagulal'ao ativados sao rapidamente depurados da

circulac;:ao livre pelo sistema reticuloendotelial e certas proteinas

plasmaticas, como a antitrombina 2, a proteina C, a alfa 2-macroglobulina e

a alfa 1-antitripsina inativam de forma especial os fatores de coagula9ao.

Alem disso, um processo complementar, conhecido como fibrin6lise, egerado por uma sequencia de interac;:oes enzimaticas que levam a formac;:ao

da plasmina, uma enzima proteolitica que dissolve 0 coagula de fibrina.

Como a coagula9ao, a fibrin61isepode ser alivada por contato de superficie

e os dois sistemas atuam em paralelo para propiciar uma salvaguarda

adicional contra a trombose indesejavel. A ativac;:ao generalizada da

fibrin61ise e evitada pelos potentes inibidores plasmitticos alfa 1-antiplasmina

e alfa 2-macroglobulina.

Page 30: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

18

• Mecanismo de coagula9ao

SMITH e THIER (1990) citam que em primeiro lugar, tres

fatores de coagulaC;8o funcionam como cofatores para outras reac;oes de

ativac;ao, enquanto as restantes circulam como precursores inativos que sao

ativados durante 0 processo de coagulac;8o. Esses precursores sao

conhecidos como zimoenios e sua ativac;ao implica de modo tipico urn passo

proteolitico limitado que induz uma alterayao de configurayao dentro da

molecula e exp6e urn sUi a ativo que contem urn residue de serina.Os fatores

de coagulac;ao ativados sao conhecidos como serino-proteases e sao todos

hom61ogos em estrutura e a903.Oa Qutras enzimas proteoliticas como a

tripsina, a quimiotripsina e a elastase.

Em segundo lugar, a ativayao dos fatores de coagulayao

normalmente naD ocorre dentro da circulaC;8o livre e uma caracteristica

importante do mecanisme de coagulac;ao e que 0 processo de ativac;ao

somente ocorre onde e necessario, num local de dano vascular.

"A ativaC;ao dos estagios iniciais da cascata decoagulac;ao e promovida por contato com qualquertecido que nao 0 endotelio vascular e os dois passossubsequentes - a ativayao do fator X e da protrombina -ocorrem na superficie das plaquetas ativadas. Asplaquetas aderem somente aos tecidos expostos parlesao endotelial, ja que as proprias c"lulas endoteliaisinibem a adesao das plaquetas. A agregayao dessesfatores na superficie da plaqueta e facilitada pelo calcio,que ha muito foi reconhecido como essencial para acoagulayao sanguinea. Quatro des fatores decoagulayao tern sitios de ligayao com a calcio, cujasintese depende da vitamina K". (SMITH eTHIER, 1990,p.277).

E conveniente discutir as reac;oes biequimicas que participam

da cascata de coagulayao em quatro estagios: (1) a fase de cantata, (2) a

ativay80 do fator X, (3) conversao de protrombina em trombina, e (4)

formayao e estabilizayao do coagula de fibrina.

Page 31: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

19

• Fase de contato

"Quando 0 sangue entra em cantata com uma superficienao-endotelial, 0 sistema de coagula98o e ativado e elerapidamente se coagula. As superficies capazes depromover a coagula9ao dessa maneira tern em comumuma carga superficial negativa e incluem 0 colageno, 0vidro e 0 caulim. As rea90es enzimaticas iniciaisparticipam dessa" fase de contato wimplicam as fatoresXII e XI, alem da procalicreina, 0 cininogenio de altopeso molecular e 0 plasminogenio". (SMITH eTHIER,1990, p. 277).

o fator XII, tambem conhecido como fatar de hageman, e um

polipeptidio de cadeia (mica que 58 combina imediatamente com superficies

de carga negativa, sofrendo uma aiteragao de conformayao que 0 torna

consideravelmente rnais susceptivel a ativ8g80 proteolftica. 0 passo inicial

na sua ativ8yao e a clivagem da lig89ao peptfdica interna, pas so comum a

ativ8g8o de todos as zimogenios da coagulac;ao. Ista da inicia a uma serino-

protease dipeptidica, enquanto mais uma clivagem produz urn fragmento

peptidico menor nao-combinado. A enzima responsavel pela clivagem do

fator XII e a calicreina, que e gerada como resultado de ativa,ao proteolitica

da procalicreina, pelo fator XII nativo ligado a superficie e, par mecanismo

de "feed back" em al,a, pelos fatores Xlla alfa e beta. A procalicreina se

torna disponivel localmente par sua liga9ao as superficies carregadas

negativamente, atraves de seu cininog€mio de alto peso molecular, que

dessa maneira atua como cofator tanto na ativag80 da procalicreina como na

subseqOenteativa,ao do fator XI pelo fator Xlla.

o fatar XI e uma glicoproteina que compreende duas cadeias

peptidicas muito semelhantes ou identicas. A ativa,ao da serino-protease

Xla e conseqQencia da clivagem de uma Iiga9ao peptidica interna em cad a

subunidade pelo fator Xiia na presen,a de cininogenio de alto peso

molecular e de uma superficie negativamente carregada.

Page 32: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

20

• Ativa9ao do fator X

Para SMITH e THIER (1990), 0 fator X e uma glicoproteina de

duas cadeias. Sua ativ8c;ao implica uma clivagem proteolitica dentro da

cadeia pesada, com a perda de urn fragmento peptidicQ, podendo Qcorrer

atraves de um entre dois mecanismos, ambos provavelmente importantes

c1inicamente. A ativ8c;ao intrinseca ocorre atraves de uma serie de reac;5es

que implicam 0 fator Xla, em conjunto com os fatores IX e VIII. Esse

processo e relativamente lento e a ativaryao extrinseca, que e mais rapida e

direta, resulta da al'aO do fator VII na presenl'a de um fator liberado do

tecido lesado. Como resultado, sao geradas pequenas quantidades de

trombina que em seguida pod em amplificar a via intrinseca par ativayao do

fator VIII por mecanismos de "feed-back".

• A conversao da protrombina

A protrombina e convertida em trombina atraves de urn passo

complexo de ativa9aOque implica os fatores Xa, V e 0 calcio, combinados

com fosfolipidios da membrana da plaqueta.

o fator V e um polipeptidio de cadeia unica. Esta presente no

plasma e nas plaquetas. Com 0 fator VIII, e ativado apos proteolise limitada

pel a trombina, mas sozinho nao tern atividade enzimatica intrinseca. Atua

pela combinac;8.o do fater Xa e da protrombina com urn receptor especifico

da superficie das plaquetas. A vincula9aOdo fator Xa e da protrombina e

facilitada par seus sUios de combinayao do acido carboxiglutamico com 0

calcio. 0 complexo formado entre os fosfolipidios da plaqueta, 0 calcio e 0

fator Xa e conhecido como complexo ativador da protrombina.

A protrombina e uma glicoproteina de cadeia (lnica. Foram

definidos trIOSdiferentes dominios: Fragmento 1, Fragmento 2 e Protrombina

2. 0 fragmento 1 contem a regiao de carboxiglutamato ligadora de calcio e 0

fragmento 2 contem um sitio de ligal'ao para 0 fator V. a clivagem pelo fator

Xa em primeiro lugar separa a protrombina 2 do fragmento 2, mas os dois

fragmentos de clivagem permanecem associados ate que uma segunda

Page 33: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

21

clivagem divida a ligal'ao entre as duas cadeias peptidicas da trombina. A

trombina sozinha e capaz de dividir a protrombina em fragmentos 1 e 2,

retardando sua propria ger89<30.

• Formar;:ao da librina

UA fibrina e farmada a partir da cHvagem enzimatica dofibrinogenio peta trombina, seguida pela polimeriz89c3o eestabiliz8yc30. 0 fibrinogenia e uma glicoproteinadimerica em forma de bastao, cujos dimeros saoconstituidos, cada urn, por tres cadeias dessemelhantesque se unem a re9iao do N terminal par li9890e5dissulfidicas entre pares de cadeias alfa e Y. a ayEio datrombina sabre 0 fibrinogenio e remover urn fragmentopeptidico da extremidade N terminal de cada cadeia alIa(fibrinopeptidio A) e de cada cadeia beta para produzir amon6mero de fibrina. Essa clivagem esta associ ada auma alterayao na carga molecular liquida do dominiccentral da molecula de fibrina, permitindo apolimeriz8C;;8o espontanea par liga980 eletrostatica delado a lado, com a sobreposil'ao da metade de cadamoll~cula sobre a seguinte. Urn filamento de fibrina,inicialmente com a espessura de duas moleculas sedesenvolve par elongal'ao. Neste estagio 0 polimero defibrina e estavel e hemostaticamente ineficaz, par serparticularmente suscetrvel a prote61ise pela plasmina; aestabilizal'ao e atingida pela al'ao do lator XIII. 0 latorXIII e urn dimero que comporta duas cadeias A e duasB. tanto a trombina quanto 0 fator Xa podem ativar 0

fator XIII par urn processo de dois estagios de queparticipam ions e calcio. 0 lator Xilia promove umcoagulo estavel atraves da catalisa';:8o da farma.;:ao deliga.;:oes isopeptrdicas ou de liga.;:oes cruzadas entre ascadeias Y da fibrina, farmando uma macromoleculaligada covalentemente, que e consideravelmente maisresistente a prote6Iise". (SMITH eTHIER, 1990, p. 279).

Page 34: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

22

3 CIRCULA9AO, FLUXO SANGUINEO E VISCOSIDADE

3.1 Circula9ao

Segundo SMITH e THIER (1990). a integridade estrutural de

todas as celulas do corpo dependem de uma adequada distribui9ao de

oxigenio e substrates. a organismo humane passui mecanismos bern

desenvolvidos que permitem a sua adaptac;:ao ao estimulo de varias

atividades metab6licas, quer estes estimulos S8 ariginem fora do organismo

ou como resultado da maior desmanda de urn 6r9aOsabre 0 Qutro, au como

uma compensay8o da molestia de uma parte de qualquer outro 6rgo3o. Assim

o fluxo de sangue arterial e ajustado de forma a encontrar as func;oes basais,

podendo. porem. a perfusao total e a sua distribui9ao ser alterada para suprir

as modific8((OeS das exigemcias metab6licas. A funyao fundamental da

circulac,;:ao, portanto, e a de servir como urn sistema de perfusao.

Para JUNQUEIRA e CARNEIRO (1995). 0 sistema circulatorio

abrange as sistemas vascular sangulneo e linfatico. 0 sistema vascular

sangufneo, que nos interessa no momento, e formado pelos seguintes

componentes:

Cora9ao. orgao cuja fun9ao e a propulsao do

sangue.

Arterias, que sao vasos eferentes e que diminuem

de calibre a medida que se ramificam. Tem par funr;2Io transportar,

para as tecidos, sangue rico em nutrientes e oxigenia.

Capilares. uma rede de tubulos delgados que se

anastomosam profusamente e atraves de cujas paredes se da 0

intercambio metab6lico entre a sangue e os tecidas.

Veias. que resultam da fusao de capilares e se

tornam cada vez mais calibrosas a medida que se aproximam do

carar;2IO,para ande trazem a sangue.

Para GUYTON e HALL (1997), 0 sistema circulatorio pode

ainda ser dividido em circula9ao sistemica e circula,ao pulmonar. Como a

Page 35: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

23

circulatyao sistemica supre todos as tecidos corporais (exceto os pulmoes)

com fluxo sanguineo, ela tambem e chamada de grande circula<;ao ou

circula<;:ao periferica. De longe, a maior propofyao do sangue na circulay<3.o

esta contida nas veias sistemicas, demonstrando que cerca de 84% de todo

volume de sangue do corpo ficam na circulal):ao sistemica, com 64% nas

veias, 13% nas arterias e 7% nas arteriolas e capilares sistemicos. 0

corac;ao contem 7% do sangue, e os vasos pulmonares, 9%.

3.2 Fluxo Sanguineo

Fluxa sanguinea significa segunda GUYTON e HALL (1997). a

quantidade de sangue que passa par urn ponto determinado da circulayao

em urn periodo definido de tempo. Comumente, 0 fluxo sanguineo eexpresso em mililitros ou em litres par minutos, mas pode ser expresso em

mililitros par segunda au qualquer autra unidade de fluxa.

o fluxa sanguinea glabal pela circulavaa de um adulta em

repausa a da ardem de 5.000 ml/min. Issa a chamada de dabita cardiaca.

par ser a quantidade de sangue bambeada pela coravaa em tempa unitaria.

3.3 Viscosidade Sanguinea

Para LEE. BITHEL e FOERSTER (1998). viscasidade a a

propriedade da liquida de resistir aa fluxa.

No sangue, a resistencia ao fluxo relaciona-se com a presen~a

dos elementos farmados do sangue, especialmente as eritrocitos e as

proteinas plasmaticas. Existe uma correla~ao linear entre a viscosidade

sanguinea e 0 hematocrito em qualquer concentra~ao dada de proteinas. Edenominado hematocrito a percentagem do sangue que e composta par

calulas. Assim, se a pessaa tem hemat6crita de 40. 40% da valume de seu

sangue sao farm ados par celulas e 0 restante par plasma. Quanto maior for

a percentagem de celulas na sangue (ista e. quanta maior far a hematocrita),

mais atrito existira entre as sucessivas camadas do sangue, e e esse atrito

que determina a viscosidade. Portanto, a viscosidade do sangue aumenta,

Page 36: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

24

de modo acentuado, conforme aumenta a hemat6crito. A viscosidade do

plasma e principalmente uma funl,tao da concentrac;ao e da viscosidade

intrinseca das proteinas individuais em soluc;ao. A viscosidade intrinseca das

proteinas e par sua vez influenciada pelo tamanho e formas moleculares,

Qutras variiweis importantes incluem a interac;ao entre as proteinas e as

elementos celulares e a propriedade do leito vascular. Porem, segundo

GUYTON e HALL (1997), esses efeitos sao bem men os importantes que 0

efello do hemat6crito. naD representando considerac;6es importantes na

maioria dos estudos hemodinamicos. GUYTON e HALL (1997), ainda citam

que, quanta maior for a viscosidade sanguinea, menor sera 0 fluxo par urn

vasa, S8 todos as Qutros fatores forem mantidos constantes. Alern dista, a

viscosidade do sangue normal e de cerca de tres vezes maior que a da

agua.

Page 37: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

25

4 FISIOPATOLOGIA DA POLICITEMIA

Segundo LEE, BITHEL e FOERSTER (1998), 0 termo

policitemia, que significa "muitas celulas", e utilizado para referir-se a urn

aumento nos corpusculos de hemacias, sem qualquer implic8C;80 com 0

numera de leuc6citos au plaquetas. No entanto, urn aumento na

concentrac;ao de corpusculos vermelhos, S8 medido como numero de

celulas, hemoglobina ou volume de papa de hemacias, e mais certamente

designado de eritrocitose.

o termo contrastante eritremia refere-s8 a uma condiy8odiferente na qual os n"meros de leucocitos e plaquetas geralmente tambem

estaa aumentados. E urn disturbio do sistema hematopoeticQ, mais

comumente denominado Policitemia Vera.

A eritrocitose pade au nao estar associada com urn aumento

na quantidade total de hemacias no corpo; A eritrocitose relativa ocorre

quando, atraves de uma perda de plasma sanguineo, a concentra9ao de

corpusculos vermelhos e maior que 0 normal, porem a numero total no

sangue circulante nao esta aumentado.

A eritrocitose absoluta designa um verdadeiro aumento no

numero total de hemacias circulantes. A eritrocitose absoluta no homem e

cronica e resulta de um aumento constante na produyao de hemacias. Como

a sobrevivencia das hemacias na eritrocitose e na policitemia vera

geralmente e normal, aumentos modestos na produgao de eritrocitos levam

a aumentos proporcionais na massa de hemacias. Alem disso, a medida que

a massa de hemacias aumenta acima dos niveis normais, 0 volume de

sangue total tambem aumenta (embora a ocorrencia desse aumento nao

seja muito prognosticavel devido a alteragoes no volume plasmatico),

aumentando a viscosidade sanguinea, ocasionando a lentificayao do fluxo

sanguineo.

Page 38: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

26

4.1 Eritrocitose Relativa

4.1.1 Eritrocitose Transit6ria

Para LEE. BITHEL e FOERSTER (1998). 0 consumo reduzido

de liquidos, a notavel perda de liquidos do corpo ou uma combina9ao de

ambos causa uma reduc;ao no volume plasmatico e relativa eritrocitose,desde que corrigida a causa a processo pade durar apenas algumas haras a

varios dias.

4.1.2 Eritrocitose Relativa Cr6nica

LEE, BITHEL e FOERSTER (1998) dizem que a eritrocitose

relativa craniea tern side referida variadamente como sindrome de Gaisb6ck,eritrocitose de "estresse", policitemia benigna, policitemia espuria au

pseudopolicitemia. A sind rome de Gaisbbck, provavelmente nao e uma

entidade clinica verdadeira. 0 ponto de vista de que urn valor arbitrario para

o volume de papa de hemacias (VPH) deve ser considerado como 0 limite

superior do normal nao tern nenhum fundamento estatistico.

4.1.3 Eritrocitose An6xica

Segundo LEE, BITHEL e FOERSTER (1998), 0 suprimento

insuficiente de oxigenio aos tecidos pade f8sultar do seguinte:Pressao de oxig€mio atmosferica reduzida;

Difusao pulmonar ou anormalidades rnista;Shunts cardiopulmonares da direita para a

esquerda, como na doenya cardiaca congenita;

Hipoventila9ao;

Capacidade prejudicada da hemoglobina de

transportar oxigenio;

Page 39: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

27

Em todos esses disturbios, 0 suprimento deficiente de oxigenio

nos tecidos presumivelmente e detectado por algum(ns) 6rgao(s)

sensorial(ais), possivelmente no rim, levando a produyao de EPO e a urn

aumento na massa de hemacias.

4.1.4 Eritrocitose de Alta Altitude

LEE, BITHEL e FOERSTER (1998), citam que a rapida

ascensao a altas altitudes e acompanhada por sintomas de fadiga, tontura,

cefah§ia pulsante, anorexia, nausea, vern ito, insonia e a irritabilidade, uma

sindrome bern conhecida de alpinistas e residentes de altas altitudes e

conhecida como doenya aguda da montanha.

A patogenese da doenya aguda da montanha pode envolver

hip6xia e subseqOente secrec;ao excessiva do hormonic antidiuretico e

ester6ides adrenais com resultante retenc;ao de liquidos, aumento do volumesanguineo e, finalmente, edema cerebral e/au congestao pulmonar.

Os eventos associ ados com aclimatayao ap6s chegada a altas

altitudes nao estao completamente entendidos. mas provavelmente inciuem

o seguinte:

Aumento em 2,3-difosfoglicerato nos niveis de

eritr6citos e urn desvio para a direita na curva de dissociag80 de

oxigenio-hemoglobina, permitindo, assim, melhor liberag80 de

oxigenio aos tecidos apesar da saturaC;8o reduzida de oxigenio

arterial.

Aumento nos niveis de plasma e EPO urinaria

com subseqGente aumento no "turnover" de ferro plasmatico (relag80

entre 0 ferro da medula ossea e do eritrocito, velocidade na qual 0

ferro se movimenta do plasma sanguineo a medula ossea ou a outros

tecidos), reticulocitose e aumento na massa de hemacias e volume

sanguineo.

Abaixamento do harmonia antidiuretico excess iva

inicial e secreg80 de esteroide adrenal e a retorno a variag8.o diurna

normal dos niveis de ester6ides plasmaticos. 0 resultado final e urn

Page 40: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

28

novo equilibrio na saturay80 de Qxigenio aumentado e tensao do

dioxido de carbona com aumentos na ventilaC;80 alveolar, frequEmcia

respiratoria e massa de hemacias.

4.1.5 Doen<;a Pulmonar

Segundo LEE. BITHEL e FOERSTER (1998), uma variedade

de doen9as, tais como Doen9a Pulmonar Obstrutiva Cronica (DPOC), os

infiltrados pulmonares difusos (granulomatosos ou fibrosos), cifoescoliose e

em bolos pulmonares multiples, leva a eritrocitose como resultado de

oxigena9ao inadequada do sangue circulando atraves dos pulmoes. No

entanto, nem todos os pacientes com doenC;8 pulmonar e saturaC;:8o reduzida

de oxigemio arterial tern niveis elevados de hemoglobina au hematocrito e

apenas em cerea de 50% e observado urn aumento no volume de hemacia

total. A razao para essa res posta sub6tima a an6xia naD esta clara, mas ela

naD pareee resultar de uma redUf;ao na produyao de EPO au presenC;8 de

infecC;8o cr6nic8. Quando a eritrocitose acorre, geralmente ela esta

associ ada com valores de volume corpuscular medio aumentado, de volume

de hemoglobina corpuscular medio reduzido e de hemoglobina corpuscular

media normal. As altera90es de hemacias tern sido atribuidas a edema, que

por sua vez, pode resultar de reten9ao de di6xido de carbo no.

4.1.6 Doen<;a Cardiaca Congenita

Para LEE, BITHEL e FOERSTER (1998), a eritrocitose ocorre em

pacientes com shunt parciais do sangue do circuito pulmonar. Os defeitos

mais comuns que produzem tal eritrocitose sao estenose pulmonar

(geralmente com septo ventricular ou atrial defeituoso, foramen oval patente

ou ducto arterioso patente), tronco arterial persistente, transposi9ao

completa dos grandes vasos e a tetralogia de Faliot (estenose pulmonar,

septo ventricular defeituoso, dextroposi9ao da aorta, hipertrofia ventricular

direita). lndividuo com tais defeitos exibem evidencia de funryao

Page 41: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

29

cardiorrespirat6ria perturbada, notavel cianose, baqueteamento digital e, asvezes, crescimento interrompido.

o volume plasmatico total pode estar reduzido abaixo dos niveis

normais, mas 0 aumento no tamanho da massa de hemacias tambem e taogrande que 0 volume de sangue total geralmente e superior ao normal.

o consenso geral e que 0 estimulo subjacente ao sistema

hematopoetico e a baixa tensao de oxigenio resultante de shunt de sanguenaD oxigenado atraves ou ao redor dos pulm6es com conseqOenteinsaturaC;80 do sangue arterial.

4.1.7 Sindromes de Hipoventila!fao

"A eritrocitose e encontrada ocasionalmente empacientes que naD exibem nenhuma evidencia dedoenC;8 pulmonar au shunts cardiovasculares. Taispacientes podem ser erroneamente considerados comoportadores da sindrome de Gaisbbck. 0 defeito prim.rioparece ser um impulso ventilatorio inadequado do centrorespirat6rio no cerebro··,(LEE, BITHEL e FOERSTER,1998. p. 1376}.

Em associa9ao com obesidade extrema, esses pacientesexibem sonolencia, cia nose e hipercapnia e podem desenvolver reSpira9<30

peri6dica, finalmente com insuficiencia ventricular direita. A hiperventila,8o

voluntaria alivia a hipercapnia, e em muitos, mas nao em todos, pacientes a

perda de peso restaura a ventila9ao alveolar normal e a eritrocitose nao sedesenvolve.

4.2 Eritrocitose Absoluta

Para LEE, BITHEL e FOERSTER (1998). urn aumento absoluto

na massa de hemacias pode resultar de uma variedade de causas, porem aprincipal manifesta,ao do disturbio hematopoetico e chamada Policitemia

Vera.

Page 42: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

30

4.2.1 Policitemia Vera

UPolicitemia Vera (PV) e uma doen-;a de surgimentoinsidioso, curso cranico e causa desconhecida. PVcaracteriza-se par urn aumento absoluto notavel nonumero de hemacias e no volume sanguineo total 8,

comumente, par leucocitose, trombocitose eesplenomegalia. A medula ossea esta hiperplasica. Apele tern uma tonalidade roxo-avermelhada peculiar, eestao manifestos varios sintomas vasomotores eneurologicos". (LEE, BITHEL e FOERSTER. 1998. p.2202).

A causa da PV e desconhecida. A sugestao de que esta

doenv8 e 0 resultado compensat6rio da anoxemia da medula 6ssea

baseava-se na presen98 de urn espessamento capilar e fibrose da subintima

e adventicia dos pequenos vasas na medula 6ssea. Mas mensurac;oesdiretas da saturayao de oxig~nio da medula 6ssea resultaram em valores

norma is, e a ausemcia de niveis sericos ou urinarios de EPO tambem econtra rio a essa hip6tese.

Em vista do aumento da produ9ao e do "turnover" dos

eritr6citos, neutr6filos e plaquetas, bern como de uma medula hipercelular,

uma possibilidade mais provavel e que a produt;:ao celular seja anormal,

talvez tendo inicio no nivel de uma celula-tronco nao comprometida.

Foram citados varios mecanismos possiveis para 0 aumento

da prolifera9ao, citados a seguir:

Prolifera9ao neoplasica desregulada das celulas-

tronco;

Presen(fa de urn tator mieloproliterativo anormal,

aumentando sobre as celulas-tronco normais;

Aumento da sensibilidade das celulas-tronco a

eritropoetina.

Segundo LEE. BITHEL e FOERSTER (1998), a demonstra9ao

de que a medula 6ssea e celulas mononucleares sanguineas de pacientes

com PV daD origem a co16nias de eritr6citos em cultura, mesmo quando nao

ha acrescimo de eritropoetina (em contraste com as celulas normais, que

necessitam do acrescimo de eritropoetina) pode ser interpretada como um

Page 43: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

31

evento que faverece a proliferayao neoplasica desregulada (talvez em

decorremcia da ausencia da regulayao negativa norma; da populac;;ao

progenitora primitiva). Entretanto, foi demonstrado que a flebotomia de

pacientes com PV resulta na elevay80 des niveis plasmaticos e na excre9ao

urinaria da eritropoetina. Esses niveis caem quando retorna a eritrocitose.

Tambem a exposi,ao dos pacientes de policitemia a altitudes elevadas e 0

subsequente retorno ao nivel do mar forneceram evidencia de que as

processos regulat6rias normais estao intactos em casas de PV.

"A participac;ao de possiveis fatares mieloproliferativQsfoi examinada em profundidade, e certas evidenciasrevelaram que tal tatar no sora da PV promove 0

crescimento e proliferac;ao de celulas-tronco eritr6idespluripotentes e comprometidas murinas. Entretanto, 0

papel de tal fator ainda esta por ser esclarecido,particularmente com rela9ao aos seus efeitos sobre aprodu9ao das plaquetas e granuI6citos-monocitos. 0aumento da sensibilidade das celulas-tronco aeritropoetina fica sugerido pelos achados dos estudos deGulturas in vitro, em que a medula policitemica produziumais col6nias eritr6ides que a medula normal ("efici€mciade clonagem aumentada"). A adi,ao de eritropoetinaaumentou ainda mais 0 numero de co16nias, e aantieritropoetina diminuiu esse numero. Entretanto, aforma da curva de dose-resposta da eritropoetina fo;similar em culturas de celulas de pacientes com PV e depessoas normais, sugerindo que a sensibilidade celulara eritropoetina naD estava consideravelmente alteradana PV". (LEE, BITHEL e FOERSTER, 1998, p. 2204).

Segundo SMITH e THIER (1990), atraves de exames

laboratoriais ficou constatado urn aumento nos niveis de hemoglobina e de

hematocrito e na contagem de globulos vermelhos. Ha urn aumento absoluto

na mass a de gl6bulos vermelhos circulantes e, com muita frequemcia, uma

eleva,ao no nivel dos globulos brancos e plaquetas, embera alguns

pacientes com PV genuina possam passar varios anos com contagens

normais de granul6citos e de plaquetas. No inicio do curso de enfermidade,

a morfologia dos elementos formadores do sangue e geralmente normal,

entretanto com a evolur;ao da doenr;a, podem ocorrer complicar;oes como

mieloesclerose e transformar;8o leucemica, podendo 0 sangue periferico

tornar-se bastante anormal. A medula ossea mostra prolifera,ao das series

Page 44: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

32

eritrocitica, miel6ide e megacariocitica, com extensao para diafise dos aSSDS

longos e para as extremidades. A bi6psia da medula mostra substituiyao do

tecido adiposo per uma medula altamente celular, na qual os elementos

formadores estao presentes. A quantidade de ferro caravel pelo azul da

Prussia e geralmente reduzida, isto pode refletir urn sangramento associado

e 0 fato de que os estoques de ferro se transferiram para 0 compartimento

intravascular, como resultado do aumento da massa dos gl6bulos

vermelhos. Mesma no inicio da enfermidade, metodos especiais de

colorayao podem mostrar urn aumento de reticulina, com a evoluc;:ao da

doenc;::a, esta pade tomar-S8 ma;s extensa, tornando sua aparencia tipica de

mieloesclerose. Qutros achados compreendem a hiperuricernia, urn aurnento

da fosfatase alcalina leucocitiuia e urn aurnento no nivel da proteina de

cornbinac;ao da vitarnina B 12, a transcolabarnina I. pode haver urna ligeira

dirninuiC;ao da saturaC;ao de oxigemio, porem as testes de func;ao pulmonar

nao fornecem uma explicac;ao adequada para esse fen6meno.

Page 45: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

33

5 ALTERAC;OES SANGUiNEAS NA DPOC

A Doenya Pulmonar Obslruliva Cr6nica (DPOC) pode eslar

associada a hipoxemia, cianose e diminuig2lo da saturagao pulmonar de

oxigenio. No hemograma, segundo MILLER (1999), a conlagem dos

erilr6cilos (hemaI6crilo) pode revelar erilrocitose nos pacientes cronicamente

hipoxemicos. Entretanto, para SMITH e THIER (1990), ha uma variabilidade

consideravel da resposta eritropoetica na DPOC e a relayao entre 0 grau de

reduyao da saturayao arterial de oxigenio, e a massa de gl6bulos vermelhos

esta longe de ser constante. Em parte isso pode ser devido a urn aumento

de produyao de 2,3-difosfoglicerato com conseqUente desvio para a direita

da curva de dissocia9ao do oxig€mio, mas este na~ tern magnitude maior do

que 0 des via que S8 observa em grandes altitudes, outro fater pode ser a

diminuigc30 da eritropoese secundaria a infecyao cronica, que esta

freqUentemente presente em pacientes com DPOC. Embora ambos os

fatores sem duvida exer9am influencia, esta longe de ser 6bvia a razao par

que a resposta eritropoetica e tao variiwel nos pacientes com DPOC.

Page 46: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

34

6 EFEITOS FISIOLOGICOS DO EXERCiclO FisICO

6.1 Cora<;ao

Em Repouso

Diminuig80 da freqOenciacardiaca

Aumento do volume sist61icD

Aumento da contratibilidade miocardicaHipertrofia cardiaca

Os aspectos relacionados acima sao conseqOentes a melhora

no desempenho cardlaco, ende apos uma fase de treinamento que exige

uma serie de adaptayoes do sistema cardiovascular para que seja mantida a

homeostasia, tern como uma das resultantes a hipertrofia do musculo

cardiaco, onde as celulas miocardicas aumentam seu volume, repercutindo

diretamente na sua contratilidade, que se tamara aumentada. Com a eficacia

deste mecanisme a resultante sera uma maior quantidade de sangue

ejetada pelos ventriculos a cada 5i5tole, a que influi diretamente na

freqOencia cardiaca, que diminuira, pOis 0 debito cardiaco se mantera

normal pelo volume sist6lico.

Durante Exercicio Sub-maximo

Diminuigao da frequ€mcia cardiaca

Aumento do volume sist6lico

Aumento da contratibilidade cardiaca

Aumento do tonus vagal

Aumento da diferenga arterio-venosa

Diminuig80 do duplo produto

Pequena alteragao do debito cardiaco

Durante esta fase, ocorrera uma diminuigao da freqOencia

cardiaca devido ao aumento do volume sist6lico que resulta do aumento da

contratilidade do miocardio. Ja 0 duplo produto se encontrara diminuido em

conseqOencia da vasodilatag8o periferica (diminuig8o da resistencia

Page 47: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

35

perileriea total), que oeorre pela neeessidade da melhor nutriy80 do tecido

muscular em atividade, a que resulta no aumento da diferenry8 arteria-

venosa (OIFa-v02) onde as eelulas museulares extraem maior quantidade de

oxigEmio (02) do sangue arterial. 0 debito eardiaeo pode permaneeer

inalterado au apresentar uma pequena elev8ry8o, resultado direto do volume

sistolico aumentado, e naD da freqOencia cardiaca.

Durante Exercicio Maximo

Aumento do volume de oxigenio eonsumido pelo museulo (V02)

Aumento do debito eardiaeo

Aumento do volume sist61ieo

Nenhuma alteraC;;80 au baixa na freqOemcia cardiaca maxima

Aumento na diferenC;;8arterio-venosa

Este tipo de exerc[cio acarretara em urn aumento do debito

cardiaco maximo, pais 0 individuo ira atingir sua capacidade aer6bica

maxima, sendo assim, a extraC;;80de 02 pel as celulas musculares seramaior, resultando no aumento da DIFa-v02 maxima e no aumento do V02

maximo (volume de oxigenio maximo necessario para a atividade muscular).

A freqOemcia cardiaca maxima nao sofrera altera90es ou

apresentara uma pequena baixa.

6.2 Circula~ao

Modifica9ao na distribui9ao do f1uxo sanguineo total

Oiminuiy80 da resistencia perileriea total (RPT)

Em repouso, somente 15 a 20% do debito eardiaeo sao

distribuidos aos musculos esqueh3ticos e durante a exercicio maximo este

percentual eleva-se para 80 a 85%, 0 fluxo sangliineo que se dirige ao

figado, intestino e rins solrem aeentuada redUy80 (isquemia induzida pelo

exercicio pelo estimulo simpatico constritor) durante a exercicio. 0 fluxo

sangliineo coronariano aumenta 4 a 5 vezes em rela9ao aos valores de

repouso, 0 fluxo cerebral sofre pequena altera9ao, em termos de volume,

Page 48: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

36

durante 0 exercicio. Na epiderme, durante 0 exercicio, varia a depender de

fatores ambientais, tais como: temperatura e intensidade do exercicio.

A distribuig80 seletiva do fluxo sangOineo resulta da

vasoconstriC;Elo reflexa das arteriolas que irrlgam as areas inativas, durante 0

exercicio, como figado, intestine e rins e da vasodilatag8o das arteriolas que

suprem os musculos esqueleticos, reduzindo a RPT, e cardlaco, em

atividade metab61ica acentuada. Com este desvio sangOineo preferencial, as

museu los cardlaco e esqueletico recebem mais sangue sem aumento do

volume sangOineo total.

6.3 Musculo

Melhor eficiencia mecanica

Aumento da capilariz8c;:ao

Aumento das atividades enzimaticas

Hipertrofia

o treinamento fisico ira proporcionar uma neovasculariza9ao e

a aumento do fluxo sangOineo em resposta a maior necessidade de

suprimento muscular. 0 metabolismo da celula muscular treinada e mais

eficaz, a aumento das atividades enzimaticas favorece a extra9ao de 02 e a

transforma,8o dos nutrientes em energia (trifosfato de adenosina, ATP)

necessaria para a atividade muscular. Tambem ocorre hipertrofia muscular

devido a atividade fisica diaria, pais, as celulas satelites (Iocalizadas entre a

celula muscular e a endomisio) se proliferam por tensao, levando-a a se

fundir na fibra muscular pre-existente aumentando-a de tamanho.

As altera90es que ocorrem no interior das pr6prias fibras

musculares hipertrofiadas incluem: aumento no numero de miofibrilas em

propor9ao ao grau de hipertrofia; aumento de ate 120% das enzimas

mitocondriais; aumento de 60 a 80% nos componentes do sistema

metab61ico do fosfagenio, incluindo tanto a ATP quanto a fosfocreatina.

aumento de ate 50% no glicogenio armazenado, e aumento de ate 75 a

100% triglicerideos armazenados (gordura). Devido a todas essas

altera90es, a capacidade dos sistemas metab61icos anaer6bico e aer6bico

Page 49: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

37

aumenta, com consequente aumento da velocidade maxima de oxidaryao e

da eficiencia dos sistemas oxidativos em ate 45%.

6.4 Pulmiio

Aumento da capacidade funcional pulmonar (CFP)

Melhora da ventila,ao!perfusao

Durante 0 exercicio, os pulmoes sao solicitados a absorver ate

20 vezes mais oxigenio para 0 sangue, em rela9ao 80 repouso. Esta

absorc;ao aumenta de duas maneiras:

a) aumenta a numero de capilares funcionantes (abertos) nos

pulm6es e

b) aumentando 0 debito cardlaco em concomitante aumento do

fluxo sanguineo pulmonar, de modo a proporcionar maior quantidade de

sangue para as tracas gasosas alveolo-capilar na mesma unidade de

tempo. resultando em um aumento da CFP.

6.5 Efeitos Psicol6gicos e Sociais

Melhora da capacidade de trabalho

Melhora da imagem de si pr6prio

Redu,ao da ansiedade e depressao

Melhor sensa,ao de bem estar

Melhora do ritmo de sona e apetite

6.6 Outros Efeitos

Aumento do volume sanguineo total

Aumento no total de hemoglobina

Methor eficacia da reserva alcalina em casos de acidose metab61ica

Diminui,ao do percentual de gordura corporal

Diminui,ao do peso corporal total

Maior tolerancia a acidose latica

Relaxamento muscular generalizado

• Facilita<;ao da libera,ao de calor

Page 50: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

38

7 PRESSAO POSITIVA CONTiNUA NAS VIAS AEREAS

(CPAP)

7.1 Conceito

Segundo AZEREDO (1996). e uma tecnica que promove a

manuten<;ao de uma pressao positiva nas vias aereas tanto na inspiray<3o

quanta na expirac;2Io. Na fase inspiratoria, a sistema empregado auxilia 0

paciente atraves de elevadas taxas de fluxo de gas, umidificada e aquecida.

o paciente inspira normalmente no circuito, gerando uma

pressao negativa minima, a partir da pressao positiva estabelecida pelo

sistema utilizado.

7.2 Efeitos Fisiol6gicos do CPAP Convencional

A oferta de oxigenio (02) na forma de pressao positiva continua

proporciona urn recrutamento alveolar, no ato inspirat6rio, revertendo

possiveis quadros de unidades alveolares colapsadas, pois a pressao

exercida pela CPAP excede a pressao atmosferica, aumentando 0 volume

dos alveolos 0 que favorece a redu9ao do trabalho respirat6rio. No ate

expirat6rio, a pressao positiva excede a pressao positiva expiratoria final

(Peep) fisiol6gica (5cm H20) que mantem os alveolos distendidos

(aumentando a complacencia estatica), aumentando a permeabilidade

destes 0 que favorece 0 transporte de 02 atraves dos poras de Kahn,

aumentando a ventila9ao colateral e a pressao arterial de 02 (Pa02). Com a

manutenyc3.0 dos alveolos distendidos no ato expirat6rio, ha uma melhora na

ventila9ao pulmonar e na difusao de 02 (alveolo/capilar peri-alveolar) 0 que

aumenta a capacidade residual funcional (CRF) e consequentemente diminui

o Shunt pulmonar levando a uma melhora na satura9ao de oxigenio arterial

(Sa02).

Partindo do principio de que 0 volume minuto (VE) e

diretamente proporcional aD volume corrente (VC) e a freqGencia respirat6ria

(FR), sabemos que a aplica9ao de pressao positiva leva a uma diminui9ao

Page 51: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

39

da FR e urn aumento do VC (em cases de hiperventilac;ao). Isso porque,

como foi citado anteriormente ira ocorrer uma melhora da ventilac;ao,

combatendo a hipoxemia e a hip6xia, favorecendo uma diminuic;ao da

demanda ventilatoria, pais a quantidade de 02 circulante sera maior,

melhorando a nutric;ao tecidual.

A pressao positiva exercida pela CPAP vai acarretar uma

diminuic;ao do retorno venoso (RV) ao corac;ao, pais, ocorrera urn aumento

da pressao intratonkica. Esta pressao exercera uma fOfy8 de compressao

sabre as estruturas presentes no interior na cavidade toracica, incluindo as

veias cavas que tern como func;ao a condUl;ao do sangue proveniente da

circulac;ao venosa ao atria direito. De acordo com a lei de Frank Starling. a

redu980 do RV (pela compressao das veias cavas e redu980 na velocidade

do fluXQ sangOineo) implicara a uma diminuiryao do volume sist6lico,

conseqOentemente reduzindo 0 debito cardiaco {volume minute} e a pressao

arterial (PA).

7.3 Outros Efeitos

Diminuiryao gradual da frequencia respiratoria espontanea;

Aumento do volume alveolar ao final da expira98o;

Diminui980 da demand a ventilat6ria;

Melhora radiol6gica nos cases de infiltrado intersticial;

Aumento da PaO,;

Aumento da SAO,;

Desaparecimento do shunt direito au esquerdo;

Diminuir;:ao do volume minuto cardiaco;

Aumento da capacidade residual funcional;

Melhora da complacencia pulmonar;

Diminuiryao do retorno venoso ao corary8o;

Reabsor9ao da agua extravascular pulmonar;

Aumento da ventila980 colateral;

Page 52: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

40

8 MATERIAlS E METODOS

Para 0 desenvolvimento deste trabalho de pesquisa fcram

selecionados sete pacientes do sexo masculin~, entre 50 e 65 anos, todos

portadores de Enfisema Pulmonar, livres de Qutras patologias associadas e

que nao utilizavam medicagao que trouxesse repercussao ctinica. Os

pacientes estavam cadastrados nos arquivos do "Hospital Universitario Dr.

Domingos Leonardo Ceravolo" da UNOESTE de Presidente Prudente - SP,

e foram encaminhados ao setor de Fisioterapia Aplicada a Cardiologia e

Pneumologia do mesmo Hospital onde foi elaborado um protocolo de

atividade fisica, respeitando a individualidade de cad a paciente. Durante a

pesquisa fcram utilizados as seguintes materiais e metodos:

Circuito de CPAP;

Gerador de Fluxo - 02 eAr Comprimido;

Esteira Ergometrica;

Esfigmoman6metro (SO);

Estetoscopio (Littmann);

Oximetro de Pulso;

Frequencimetro (Polar);

Conjunto para coleta sanguinea (Vacutainner);

Luvas descartaveis;

Garrote;

Hemograma;

As caletas sanguineas fcram realizadas antes e imediatamente

ap6s a tratamento dos pacientes em questao, as procedimentos fcram

acompanhados pelos Fisioterapeutas Claudio Spinola Najas, e Pascoal de

Oliveira Junior. Apos a coleta inicial foi realizada a seguinte conduta: fase de

aquecimento, caracterizada par alongamentos e exercicios calistenicos, com

durac;ao de dez minutos; fase de exercicio propriamente dito, onde os

pacientes caminharam durante vinte minutos na esteira ergometrica, com

velocidade media de 3,1 Km/h e inciina,ao media de 2,8 %. 0 circuito de

CPAP foi aplicado atraves de mascara facial, Peep de 5 cm/H20, flux6metro

a nove litros por minuto e fra9ao inspiratoria de 02 proximo a 40%. Foram

Page 53: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

41

analisadas a cada cinco minutos a freqOencia cardlaca, pressao arterial,

frequemcia respirat6ria e saturay030 arterial de Qxigenio, que S8 mantiveram

estaveis; fase de recuperaryao com duraryao de seis minutos, sendo aferidos

todos as dados vitais do paciente. Ao termino da fase de exercicio

propriamente dito, foi realizada nova coleta sanguinea, sendo as duas

amostras (antes e ap6s) encaminhadas ao "Laboratorio de Urgencia" do

Hospital Universitario da UNOESTE, com 0 intuito de serem analisadas.

Para analise da viscosidade sanguinea, foram obs8IVados no

hemograma a concentrayao de hemoglobina e plaquetas e a porcentagem

de hematocrito.

Page 54: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

42

9 DISCUSSAO E RESULTADOS

Concluida a analise, os resultados encontrados foram urn

aumento no que diz respeito a concentrayao de hemoglobina e

plaquetas(que estavam pr6ximo aDs seus valores normais), 0 que resultou

no leve aumento da viscosidade sanguinea. Acreditamos na possibilidade de

que a representayao aumentada da concentrac;ao dos elementos figurados

S8 deva a reduyao do volume plasmatico. Quanta a porcentagem de

hematocrito, esta apresentou uma elevac;ao naD significativa, ocorrendo aD

acaso, portanto, naa cabivel de ser discutida no momento. Os dados citados

acima foram comprovados estatisticamente como mostram as tabelas e os

graficos a seguir.

Page 55: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

43

9.1 Hemoglobina

Tabela 1 - Observavoes com respeito a hemoglobina, antes e

imediatamente ap6s exercicio fisico na esteira com ventilac;ao

mecanica nao invasiva em 7 pacientes portadores de OP~C.

Pacientes Antes Ap6s Diferenya1 13.1 13.4 -0.32 13.6 14.6 -1.03 17,4 17.7 -0.34 16.6 16.6 -0.25 15,4 16.0 -0.66 15,4 15.3 0.17 14.3 14.4 -0.1

rx -2.40LX' 1.60X -0.34S 0.36

-0.341=---=-2.49

0.36

Obs: Os valores referentes a hemoglobina sao expressos em g/dL.

Page 56: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

Grilfico 1 - Hemoglobina

.. /

15,49

r--

--

Fonle: Arquiva Proprio (2003)

Antes Depois

44

----

--- ,---I GJMedia I

-- - I·Desv~---

As observa90es experimentais encontradas na tabela 1 ecamprovadas no gr<ifica 1, faram analisadas pela aplica,aa da teste I de

Student para papula,5es carrelacianadas canforme descreve BERQU6 e a

valar de t calculada fai de - 2,49 que camparada cam a limite eletiva de t da

tabela cam 6 graus de liberdade e a = 0,05 que e igual a - 2,45, mastra ser

significativa a diferem;a entre as medias da situa9c30 antes com ap6s.

Page 57: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

45

9.2 Hematocrito

Tabela 2 - Observa90es com respeito ao hematocrito, antes eimediatamente ap6s exercicio fisico na esteira com ventila98.0

mec;mica nao invasiva em 7 pacientes portadores de DPOC.

Pacientes Antes Ap6s Diferenca1 37,8 38,9 ·1,102 41,0 42,1 ·1,103 53,5 53,9 ·0,404 49,1 49,4 ·0,305 45,1 47,2 ·2,106 47,1 46,2 0,907 42,8 41,8 1,00

~x 3,10Lx' 8,89X -0,44S 1,12

-0,44\;---;-1,04

1,12

Obs: Os valores referentes ao hemat6crito sao expressos em %.

Page 58: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

46

• Grafico 2 - Hemat6crito

/'~---- --J45.64-

- I......, i-

---

----- -- --

- - --- --- - -- - -- ~--- ---

~-

~

IOMedia I

II_oeSViOI

Antes Depois

Fonte: Arquivo Proprio (2003)

As observac;:oes ex peri menta is encontradas na tabela 2 e

comprovadas no grafico 2, submetidas ao teste t de Student para

populac;:oes correlacionadas revelam que a diferenc;:a entre a media antes e

ap6s naD e significativa.

Page 59: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

47

9,3 Plaquetas

Tabela 3 - Observa90es com respeito a plaquetas, antes e

imediatamente apos exercicio fisico na esteira com ventilac;ao

meciinica nao invasiva em 7 pacientes portadores de DPOC,

Pacientes Antes Ap6s Diferen9a1 123 135 -122 222 229 73 166 183 - 174 211 230 - 195 252 237 -216 225 235 -107 166 172 6

[x 92[x' 1420X -13,41S 5,93

- 13,411=---=-5,98

5,93

• Obs: Os valores referentes a plaquetas sao expressos em K/ul.

Page 60: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

48

• GrMico 3 - Plaquetas

Antes Depois

Fonte: Arquivo Proprio (2003)

As observa<;:6es experimentais encontradas na tabela 3 e

comprovadas no grafico 3, foram analisadas pela aplic8yao do teste t de

Student para popula90es correlacionadas conlorme descreve BERQU6 e 0

valor de t calculado loi de - 5,98 que comparado com 0 limite eletivo de t da

tabela com 6 graus de liberdade e a.= 0,05 que e igual a - 2,45, mostra ser

significativa a diferenc;a entre as medias da situac;ao antes com ap6s.

Apesar dos resultados aqui comprovados S8 apresentarem

significativos para 0 aumento da viscosidade sanguinea, nao conseguimos acomprovac;ao no que diz respeito a redU(;:ao do volume piasmatico, 0 que

nos da margem para urn novo estudo dirigido.

Page 61: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

49

10 CONCLUSAO

Mediante a situ8yao em que foi analisada, a viscosidade

sanguinea apresentou-se discretamente aumentada, comparada a situ8yaoinicial, sendo que no exame da situ8yao apos a atividade fisica constatou-se

uma maior concentra~ao no que diz respeito aos elementos figurados

componentes do sangue, como hemoglobina e plaquetas, presumivelmente

em decorr€!ncia da diminuiyc3.odo volume plasmittico. Este aumento na

viscosidade sanguinea naD tern significado clinica, naD trazendo nenhuma

complicat;;:ao S8 comparado aos Qutros efeitos fisiol6gicos e terapeuticos

beneficos alcanyados com a associayao entre ventil8yao mecanica nao

invasiva e exercicio fisieD na esteira. Porem, esta e uma situ8yao que

merece aten903.o, necessitando de estudos mais abrangentes.

Page 62: 2004 - TCC On-linetcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ANALISE-DA-VISCOSIDADE-SAN... · ESTEIRA COM VENTILAyAO MECANICA NAO INVASIVA (CPAP). PASCOAL DE OLIVEIRA JUNIOR Curitiba - PR

11 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

AZEREDO, Carlos Alberto Caetano. Fisioterapia RespiratoriaModerna. 2. ed. Manole: Sao Paulo, 1996. p. 253.

GUYTON, Arthur C., HALL, John E. Tratado de Fisiologia Medica.9. ed. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 1997. p. 1014.

JUNQUEIRA, L. C., CARNEIRO, Jose. Histologia Basica. 8. ed.Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 1995. p. 433.

LEE, G. Richard, BITHEL, Thomas C., FOERSTER, John et al.Wintrobe Hematologia Clinica. Manole: Sao Paulo, 1998.p.2623.

LEITE, Paulo Fernando. Fisiologia do Exercicio. 4. ed. Robe:Sao Paulo, 2000. p. 300.

SMITH, Lloyd H. Jr., THEIR, Samuel O. Fisiopatologia - OsPrincipios Biologicos da Doenl!;a. 2. ed. Panamericana:Sao Paulo, 1990. p. 1260.

MILLER, Otto, GONt;:ALVES, R. Reis. Laboratorio para 0 Clinico.8. ed. Atheneu: Sao Paulo, 1999. p. 612.

50