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TÚMULOS dos irmãos é visitado diariamente pelos amigos e pacientes REVOLTA “Os meninos (Marcelo e Leonardo Teixeira) eram tão queridos pelos pacientes que tinha até quem dissesse que só com o atendimento de um deles, mesmo antes de tomar o remédio receitado, já ficava curado. Os dois tratavam os pacientes com carinho. Agora só restou a saudade”. O desabafo é do agricultor José Barreto Braga que diz ter colocado no colo os médicos assassinados no último sábado. José diz ser muito ligado à família e sempre acompanhou a vida dos dois jovens e de seu pai. “O doutor Nelson, pai de Leo e Marcelo, chegou em Mombaça em 1979 e começou a trabalhar como médico. Também trabalhou em Iguatu, Quixeramobim e até em Fortaleza. Nos últimos anos, a sua vida profissional e pessoal era ao lado dos filhos. FORTALEZA-CE, SEXTA-FEIRA, 23 de março de 2007 FORTALEZA 8 Cirurgias canceladas no hospital onde médicos trabalhavam EM MOMBAÇA ] Comoção e revolta da população de Mombaça pelo assassinato dos médicos Marcelo e Leonardo Moreno Teixeira. No Hospital onde atendiam, as cirurgias estão suspensas por falta de médicos. Hoje à noite, haverá uma celebração ecumênica lembrando uma semana das mortes, na igreja matriz da cidade As visitas não param ao túmulo dos irmãos Leonardo e Marcelo Moreno Teixeira, no Cemitério Santa Rita, o mais antigo da cidade. As pessoas se emocionam ao ver a foto dos dois jovens num pequeno altar e, por trás, imagens de Nossa Senhora Aparecida, Santa Teresinha do Menino Jesus e de Jesus Cristo crucificado. Flores rodeiam o túmulo da família Teixeira Moreno e muitas mensagens de pesar pela trágica morte dos médicos. “Eles eram pessoas muito queridas. Fui amigo do Marcelo desde a infância. Estudamos juntos no colégio. Era um rapaz competente e bondoso”, diz o comerciante Francisco Antônio Teixeira, 27. Ele afirma que “de forma alguma ele andava armado. Só fazia o bem para as pessoas”. Como Antônio, os amigos e conhecidos de Leonardo e Marcelo param, mesmo no horário das refeições para assistir aos noticiários da TV ou emissoras de rádio e acompanhar o trabalho da Polícia com relação ao duplo assassinato cometido pelo capitão da Polícia Militar, Daniel Gomes Bezerra na manhã do último sábado, 17. “Para manifestar mais um vez sua revolta a população de Mombaça está programando uma caminhada para amanhã (hoje) saindo às 17 horas da Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro até a igreja matriz onde haverá a missa de sétimo dia”, informa Antônio Teixeira. Em Iguatu, amanhã, 24, à tarde, também haverá manifesto da população, pedindo paz e justiça. CANETA E BISTURI “As armas dos meus irmãos eram a caneta e o bisturi, os seus instrumentos de trabalho”, declara Régis Moreno Teixeira, 25, referindo-se a Marcelo e Leonardo. Faltando um ano para concluir o curso de Medicina, Régis diz que agora terá de dar apoio aos pais que estão sofrendo muito, bem como suas irmãs Mabele, 27, e Larissa, 14. “Meus irmãos viviam do trabalho aqui (em Mombaça) e em Iguatu. Davam plantões e participavam das cirurgias com meu pai. Faziam uma medicina aberta, atendiam em casa, na rua, nos hospitais”. Régis diz que foi pela graça de Deus ele não está presente no dia do assassinato. “Temos muitos amigos em Iguatu porque minha mãe é de lá. Meu pai é de Mombaça, por isso vivemos de lá pra cá. Nas duas cidades, a revolta é grande pelo que aconteceu”, diz. Rita Célia Faheina Enviada a Iguatu e Mombaça C om a média de 100 pa- cientes no ambulatório por dia e dezenas de cirurgias eletivas mar- cadas, o Hospital Maternidade Antonina Aderaldo Castelo, em Mombaça, na Região Centro- Sul do Estado, está sofrendo as conseqüências do assassinato dos médicos Marcelo Moreno Teixeira, 26, e Leonardo Moreno Teixeira, 24. O afastamento do médico-cirurgião e pai das ví- timas, Nelson Teixeira, e do tio Nilton Castelo Benevides obri- gou o cancelamento das cirur- gias já marcadas e as consultas estão a cargo do médico Ricardo Vieira Soares. “Além da revolta pelo cri- me, a população está sofrendo com a perda dos profissionais. O doutor Nelson não tem con- dições psicológicas de retor- nar ao trabalho nem tão cedo. Os consultórios e o centro ci- rúrgico lembram muito o tra- balho que ele desenvolvia com os filhos, pessoas maravilhosas que todos sentem muita falta”, declara o enfermeiro-chefe do Hospital, Lúcio Macedo. Ele diz que está há cinco meses no cargo, mas, desde o início, via a forma como o pai e os filhos trabalhavam em benefício da população. Lúcio considera uma injusti- ça o assassinato dos dois jovens médicos pelo capitão da Polícia Militar Daniel Gomes Bezerra, 32, quando estavam numa chur- rascaria nas primeiras horas do último sábado, no município de Iguatu, a 395 quilômetros de Fortaleza. Eles também davam plantões no Hospital Regional da cidade que fica na Região Centro-Sul do Estado. No dia em que foram mortos tinham acabado um plantão e estavam saindo da churrascaria quando Marcelo foi urinar por trás de um carro. Era justamente o veículo pertencente ao capitão Daniel Gomes Bezerra, que era comandante do destacamento de Mombaça. Segundo testemunhas e os familiares dos médicos, o ca- pitão teria agredido Marcelo e atirado nele. Leonardo, que veio em defesa do irmão, também foi baleado. “Perdemos duas pesso- as muito queridas, extraordiná- rias, dois amigos. Vai demorar para as pessoas esquecerem o que aconteceu”, diz o enfermei- ro Lúcio Macedo. A diretora do Hospital, Débo- ra Jussara Alencar, está tentando arranjar profissionais médicos na região para suprir a carência do único hospital da cidade. “As cirurgias eletivas (programadas) como esterectomia, cisto de ovário, vesícula, laqueadura de trompas, estão suspensas, mas as de urgência como cesarianas, apendicite e outras, estamos encaminhando para o Hospital Regional de Iguatu”, informa o enfermeiro-chefe. Nas ruas de Mombaça, o as- sassinato dos dois médicos tam- bém ainda é o comentário do dia. “A população está chocada. Como é que pode uma autori- dade policial cometer um crime destes?” indaga o comerciante Raimundo Oliveira Souza, 65. Ele diz que mora na cidade há mais de 20 anos e “nunca tinha visto um caso como esse”. O mesmo diz Simone Gomes de Souza, 24, que tem uma irmã funcionária do hospital onde os médicos atendiam. Marleide, mi- nha irmã, só falava bem deles. É só no que as pessoas falam aqui. Amanhã (hoje), na missa de séti- mo dia, a igreja vai ficar lotada”. Na verdade, será um ato ecu- mênico que marcará o sétimo dia da morte de Marcelo e Leo- nardo Moreno Teixeira. Sacer- dotes e pastores vão presidir a celebração na Paróquia de Nos- sa Senhora da Glória, às 19 horas. Estão sendo esperados o gover- nador Cid Gomes, o deputado federal Ciro Gomes, o senador Tasso Jereissati e prefeitos da re- gião Centro-Sul, além de outras autoridades. Não é difícil localizar a casa do médico-cirurgião e ex-prefeito de Mombaça, Nelson Teixeira. Uma faixa e uma bandeira, as duas de cor preta, na frente da residência, na rua Doutor José Carneiro, no centro, indicam o luto da família. Mas nem por isso os familiares de Marcelo e Leonardo Moreno Teixeira, fecharam suas portas. Ao contrário, a casa está sempre aberta para os que querem demonstrar sua solidariedade. “Desde o dia que ocorreu essa tragédia que as pessoas vêm demonstrar o seu carinho. Isso mostra o quanto eram queridos por todos”, declara Nelson Teixeira ainda muito abalado com o assassinato dos filhos. Ele diz ter certeza de que “será feita justiça. Foi um crime de repercussão nacional e acredito que de forma alguma, ficará impune”. A mulher do médico- cirurgião, Célia Moema Limaverde Moreno Teixeira, não se refez do choque e sempre chorando lembra dos filhos, dois profissionais médicos em início de carreira. “As pessoas chegavam aqui em casa e perguntavam: o doutor Nelson está aí? Quando não estava, perguntavam logo: e seus filhos?”. Nelson Teixeira diz ser difícil superar a perda e principalmente retornar ao hospital onde trabalhavam juntos. “Mas, para o bem deles, vou retornar e continuar o que fazíamos juntos que era salvar vidas”. Ele lembra que, mesmo ainda quando estavam fora (Marcelo e Leonardo se formaram na Bolívia e depois clinicaram em Tocantins), nas férias, passavam com ele, em Mombaça, trabalhando no hospital. “Fui seu formador e também colega de trabalho”. Familiares dizem que pai e filhos estavam sempre juntos, clinicavam, faziam cirurgias e viajavam. “Até na hora das refeições, eram todos na mesma mesa”, completa o amigo José Barreto. Casa da solidariedade Visitas e mensagens FAMÍLIA ainda está muito abalada com a perda de Marcelo (foto à esquerda) e Leonardo FOTOS TALITA ROCHA POPULAÇÃO CHOCADA: nas ruas de Mombaça, o assassinato dos dois médicos ainda é o comentário do dia. Moradores prestam solidariedade à família em faixas e cartazes espalhados pela cidade O CIDADÃO SERVIÇO Celebração ecumênica lembrando o sétimo dia da morte dos médicos Marcelo e Leonardo Moreno Teixei- ra, hoje, às 19 horas, na Paróquia de Nossa Senhora da Glória, no centro de Mombaça.

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TÚMULOS dos irmãos é visitado diariamente pelos amigos e pacientes

REVOLTA“Os meninos (Marcelo e Leonardo Teixeira) eram tão queridos pelos pacientes que tinha até quem dissesse que só com o atendimento de um deles, mesmo antes de tomar o remédio receitado, já ficava curado. Os dois tratavam os pacientes com carinho. Agora só restou a saudade”. O desabafo é do agricultor José Barreto Braga que diz ter colocado no colo os médicos assassinados no último sábado. José diz ser muito ligado à família e sempre acompanhou a vida dos dois jovens e de seu pai. “O doutor Nelson, pai de Leo e Marcelo, chegou em Mombaça em 1979 e começou a trabalhar como médico. Também trabalhou em Iguatu, Quixeramobim e até em Fortaleza. Nos últimos anos, a sua vida profissional e pessoal era ao lado dos filhos.

FORTALEZA-CE, SEXTA-FEiRA, 23 de março de 2007

FORTALEZA8

Cirurgias canceladas no hospital onde médicos trabalhavamEM MOMBAÇA ] Comoção e revolta da população de Mombaça pelo assassinato dos médicos Marcelo e Leonardo Moreno Teixeira. No Hospital onde atendiam, as cirurgias

estão suspensas por falta de médicos. Hoje à noite, haverá uma celebração ecumênica lembrando uma semana das mortes, na igreja matriz da cidade

As visitas não param ao túmulo dos irmãos Leonardo e Marcelo Moreno Teixeira, no Cemitério Santa Rita, o mais antigo da cidade. As pessoas se emocionam ao ver a foto dos dois jovens num pequeno altar e, por trás, imagens de Nossa Senhora Aparecida, Santa Teresinha do Menino Jesus e de Jesus Cristo crucificado.

Flores rodeiam o túmulo da família Teixeira Moreno e muitas mensagens de pesar pela trágica morte dos médicos. “Eles eram pessoas muito queridas. Fui amigo do Marcelo desde a infância. Estudamos juntos no colégio. Era um rapaz competente e bondoso”, diz o comerciante Francisco Antônio Teixeira, 27. Ele afirma que “de forma alguma ele andava armado. Só fazia o bem para as pessoas”.

Como Antônio, os amigos e conhecidos de Leonardo e Marcelo param, mesmo no horário das refeições para assistir aos noticiários da TV ou emissoras de rádio e acompanhar o trabalho da Polícia com relação ao duplo assassinato cometido pelo capitão da Polícia Militar, Daniel Gomes Bezerra na manhã do último sábado, 17.

“Para manifestar mais um vez sua revolta a população de Mombaça está programando uma caminhada para amanhã (hoje) saindo às 17 horas da Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro até a igreja matriz onde haverá a missa de sétimo dia”, informa Antônio Teixeira. Em Iguatu, amanhã, 24, à tarde, também haverá manifesto da população, pedindo paz e justiça.

CANETA E BISTURI“As armas dos meus irmãos eram a caneta e o bisturi, os seus instrumentos de trabalho”, declara Régis Moreno Teixeira, 25, referindo-se a Marcelo e Leonardo. Faltando um ano para concluir o curso de Medicina, Régis diz que agora terá de dar apoio aos pais que estão sofrendo muito, bem como suas irmãs Mabele, 27, e Larissa, 14. “Meus irmãos viviam do trabalho aqui (em Mombaça) e em Iguatu. Davam plantões e participavam das cirurgias com meu pai. Faziam uma medicina aberta, atendiam em casa, na rua, nos hospitais”. Régis diz que foi pela graça de Deus ele não está presente no dia do assassinato. “Temos muitos amigos em Iguatu porque minha mãe é de lá. Meu pai é de Mombaça, por isso vivemos de lá pra cá. Nas duas cidades, a revolta é grande pelo que aconteceu”, diz.

Rita Célia FaheinaEnviada a Iguatu e Mombaça

Com a média de 100 pa-cientes no ambulatório por dia e dezenas de cirurgias eletivas mar-

cadas, o Hospital Maternidade Antonina Aderaldo Castelo, em Mombaça, na Região Centro-Sul do Estado, está sofrendo as conseqüências do assassinato dos médicos Marcelo Moreno Teixeira, 26, e Leonardo Moreno Teixeira, 24. O afastamento do médico-cirurgião e pai das ví-timas, Nelson Teixeira, e do tio Nilton Castelo Benevides obri-gou o cancelamento das cirur-gias já marcadas e as consultas estão a cargo do médico Ricardo Vieira Soares.

“Além da revolta pelo cri-me, a população está sofrendo com a perda dos profissionais. O doutor Nelson não tem con-

dições psicológicas de retor-nar ao trabalho nem tão cedo. Os consultórios e o centro ci-rúrgico lembram muito o tra-balho que ele desenvolvia com os filhos, pessoas maravilhosas que todos sentem muita falta”, declara o enfermeiro-chefe do Hospital, Lúcio Macedo. Ele diz que está há cinco meses no cargo, mas, desde o início, via a forma como o pai e os filhos trabalhavam em benefício da população.

Lúcio considera uma injusti-ça o assassinato dos dois jovens médicos pelo capitão da Polícia Militar Daniel Gomes Bezerra, 32, quando estavam numa chur-rascaria nas primeiras horas do último sábado, no município de Iguatu, a 395 quilômetros de Fortaleza. Eles também davam plantões no Hospital Regional da cidade que fica na Região Centro-Sul do Estado.

No dia em que foram mortos tinham acabado um plantão e estavam saindo da churrascaria quando Marcelo foi urinar por trás de um carro. Era justamente o veículo pertencente ao capitão Daniel Gomes Bezerra, que era comandante do destacamento de Mombaça.

Segundo testemunhas e os familiares dos médicos, o ca-pitão teria agredido Marcelo e atirado nele. Leonardo, que veio em defesa do irmão, também foi baleado. “Perdemos duas pesso-as muito queridas, extraordiná-rias, dois amigos. Vai demorar para as pessoas esquecerem o que aconteceu”, diz o enfermei-ro Lúcio Macedo.

A diretora do Hospital, Débo-ra Jussara Alencar, está tentando arranjar profissionais médicos na região para suprir a carência do único hospital da cidade. “As

cirurgias eletivas (programadas) como esterectomia, cisto de ovário, vesícula, laqueadura de trompas, estão suspensas, mas as de urgência como cesarianas, apendicite e outras, estamos encaminhando para o Hospital Regional de Iguatu”, informa o enfermeiro-chefe.

Nas ruas de Mombaça, o as-sassinato dos dois médicos tam-bém ainda é o comentário do dia. “A população está chocada. Como é que pode uma autori-dade policial cometer um crime destes?” indaga o comerciante Raimundo Oliveira Souza, 65. Ele diz que mora na cidade há mais de 20 anos e “nunca tinha visto um caso como esse”.

O mesmo diz Simone Gomes de Souza, 24, que tem uma irmã funcionária do hospital onde os médicos atendiam. Marleide, mi-nha irmã, só falava bem deles. É só no que as pessoas falam aqui.

Amanhã (hoje), na missa de séti-mo dia, a igreja vai ficar lotada”.

Na verdade, será um ato ecu-mênico que marcará o sétimo dia da morte de Marcelo e Leo-nardo Moreno Teixeira. Sacer-dotes e pastores vão presidir a celebração na Paróquia de Nos-sa Senhora da Glória, às 19 horas. Estão sendo esperados o gover-nador Cid Gomes, o deputado federal Ciro Gomes, o senador Tasso Jereissati e prefeitos da re-gião Centro-Sul, além de outras autoridades.

Não é difícil localizar a casa do médico-cirurgião e ex-prefeito de Mombaça, Nelson Teixeira. Uma faixa e uma bandeira, as duas de cor preta, na frente da residência, na rua Doutor José Carneiro, no centro, indicam o luto da família. Mas nem por isso os familiares de Marcelo e Leonardo Moreno Teixeira, fecharam suas portas. Ao contrário, a casa está sempre aberta para os que querem demonstrar sua solidariedade.

“Desde o dia que ocorreu essa tragédia que as pessoas vêm demonstrar o seu carinho. Isso mostra o quanto eram queridos por todos”, declara Nelson Teixeira ainda muito

abalado com o assassinato dos filhos. Ele diz ter certeza de que “será feita justiça. Foi um crime de repercussão nacional e acredito que de forma alguma, ficará impune”.

A mulher do médico-cirurgião, Célia Moema Limaverde Moreno Teixeira, não se refez do choque e sempre chorando lembra dos filhos, dois profissionais médicos em início de carreira. “As pessoas chegavam aqui em casa e perguntavam: o doutor Nelson está aí? Quando não estava, perguntavam logo: e seus filhos?”.

Nelson Teixeira diz ser difícil superar a perda e

principalmente retornar ao hospital onde trabalhavam juntos. “Mas, para o bem deles, vou retornar e continuar o que fazíamos juntos que era salvar vidas”. Ele lembra que, mesmo ainda quando estavam fora (Marcelo e Leonardo se formaram na Bolívia e depois clinicaram em Tocantins), nas férias, passavam com ele, em Mombaça, trabalhando no hospital. “Fui seu formador e também colega de trabalho”. Familiares dizem que pai e filhos estavam sempre juntos, clinicavam, faziam cirurgias e viajavam. “Até na hora das refeições, eram todos na mesma mesa”, completa o amigo José Barreto.

Casa da solidariedade

Visitas e mensagens

FAMÍLIA ainda está muito abalada com a perda de Marcelo (foto à esquerda) e Leonardo

FOTOS TALITA ROCHA

POPULAÇÃO CHOCADA: nas ruas de Mombaça, o assassinato dos dois médicos ainda é o comentário do dia. Moradores prestam solidariedade à família em faixas e cartazes espalhados pela cidade

O CIDADÃO

sErvIÇOCelebração ecumênica lembrando o sétimo dia da morte dos médicos Marcelo e Leonardo Moreno Teixei-ra, hoje, às 19 horas, na Paróquia de Nossa Senhora da Glória, no centro de Mombaça.

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#Data: 070323 #Clichê: Primeiro #Editoria: Fortaleza
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#Autor: Rita Célia Faheina #Crédito: Talita Rocha <ASSASSINATO> <MÉDICO> <POLICIAL> <POLÍCIA MILITAR> <MOMBAÇA /CE/>
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