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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL REJANE COSTA ALVES ELABORAÇÃO DE UM ATLAS E DE UMA CHAVE PARA IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS MADEIRAS COMERCIALIZADAS NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO JERÔNIMO MONTEIRO ESPÍRITO SANTO 2010

2010 - Rejane Costa Alves - Elaboração de Atlas e de Chave para identificar madeiras no ES

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Elaboração de um atlas e de uma chave para identificação das principais madeiras comercializadas no estado do Espírito Santo.

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPRITO SANTO

    CENTRO DE CINCIAS AGRRIAS

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

    REJANE COSTA ALVES

    ELABORAO DE UM ATLAS E DE UMA CHAVE PARA

    IDENTIFICAO DAS PRINCIPAIS MADEIRAS COMERCIALIZADAS

    NO ESTADO DO ESPRITO SANTO

    JERNIMO MONTEIRO

    ESPRITO SANTO

    2010

  • REJANE COSTA ALVES

    ELABORAO DE UM ATLAS E DE UMA CHAVE PARA

    IDENTIFICAO DAS PRINCIPAIS MADEIRAS COMERCIALIZADAS

    NO ESTADO DO ESPRITO SANTO

    Monografia apresentada ao

    Departamento de Engenharia

    Florestal da Universidade Federal

    do Esprito Santo, como requisito

    parcial para obteno do ttulo de

    Engenheiro Industrial Madeireiro

    JERNIMO MONTEIRO

    ESPRITO SANTO

    2010

  • iii

    Aos meus pais e avs pelo apoio, compreenso e carinho.

    Aos meus irmos por serem muito importantes para mim e pelo apoio.

    Aos que por mim passaram e deixaram coisas boas para meu crescimento

    pessoal e profissional.

    "O nico lugar onde o sucesso

    vem antes que o trabalho no

    dicionrio."

    Albert Einstein

  • iv

    AGRADECIMENTOS

    Deus, por ter me possibilitado chegar onde estou, e por ter me abenoado a

    cada dia de minha vida.

    Aos meus pais e avs, pela confiana a mim depositada e pelo apoio nos

    momentos em que necessito.

    minha famlia, que muito contribuiu para que eu chegasse aonde cheguei

    hoje.

    Aos Professores Jos Tarcsio, Ana, Juarez e Marina, pelos ensinamentos e

    interesse em me mostrar sempre como demonstrar o meu melhor, sejam em simples

    sugestes e opinies pessoais que certamente me ajudaram a formar o que sou

    hoje.

    Aos colegas de laboratrio, Jos Geraldo, Eleci e Javan pelas valiosas

    informaes e ajudas. Em especial ao Javan pelo apoio, pacincia e

    companheirismo.

    Aos colegas de sala, que muito me ensinaram em quase cinco anos.

    Polcia Federal, na pessoa de Clayton Couto, pelo apoio e por

    disponibilidade de equipamentos e auxlio na retirada das fotomacrografias.

    Ao IBAMA pelas doaes das madeiras de louro preto e pau Brasil.

    Por fim, Universidade Federal do Esprito Santo pela oportunidade de

    desenvolver meus trabalhos acadmicos, ao apoio financeiro que muito contribuiu

    para a realizao dos projetos em que participei e tambm das viagens de estudo

    que realizei.

  • v

    RESUMO

    O setor florestal Brasileiro merece destaque, pois o pas possui caractersticas

    naturais propcias para o rpido crescimento e desenvolvimento de muitas espcies

    florestais. O Brasil possui cerca de 20% de florestas nativas do mundo, tendo

    portanto enorme responsabilidade acerca do conhecimento das espcies florestais

    aqui encontradas. Para uma melhor identificao da madeira, necessrio fazer um

    estudo criterioso de sua anatomia, j que, cada espcie possui estrutura anatmica

    nica e diferente, refletindo em seu uso final. Sendo a anatomia, sem dvida um

    mtodo seguro e prtico que se baseia na descrio das caractersticas estticas,

    organolpticas e estruturais da madeira. Estes estudos foram possveis com a

    utilizao de ferramentas simples como uma faca para alisamento da superfcie da

    amostra polimento e uma lupa de at 10 vezes de aumentos, e de posse de

    conceitos elementares, seguindo especificaes da Comisso Panamericana de

    Normas Tcnicas COPANT. Neste trabalho foram abordadas caractersticas

    sensoriais como cor, brilho, cheiro, textura, densidade bsica, resistncia ao corte,

    figura ou desenho, distino entre cerne e alburno, e caractersticas anatmicas

    como gr, camadas de crescimento, raio, parnquima e poros. Em face da carncia

    de ferramentas disponveis para a identificao de madeiras comerciais no Estado

    do Esprito Santo, esta monografia teve como principal objetivo a elaborao de um

    atlas e de uma chave de identificao das principais madeiras comercializadas no

    Estado. Tambm foram incorporados ao estudo algumas espcies de madeira que

    so comercializadas de forma ilegal por estarem em extino ou tendo a

    comercializao proibida por outros fatores.

    Palavras chave: Comrcio madeireiro. Identificao. Anatomia da madeira.

    Macroscopia.

  • vi

    SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS........................................................................................ vii

    1 INTRODUO ............................................................................................. 1

    1.1 O problema e sua importncia................................................................... 2

    1.2 Objetivos.................................................................................................... 3

    1.2.1 Objetivo geral.................................................................................... 3

    1.2.2 Objetivos especficos ....................................................................... 3

    2 REVISO DE LITERATURA........................................................................ 4

    2.1. O material madeira.................................................................................... 4

    2.2. Caractersticas sensoriais da madeira...................................................... 6

    2.2.1. Cor................................................................................................... 6

    2.2.2. Cheiro............................................................................................... 7

    2.2.3. Gosto................................................................................................ 7

    2.2.4. Desenho........................................................................................... 8

    2.2.5. Brilho................................................................................................ 8

    2.2.6. Gr.................................................................................................... 8

    2.2.7. Textura............................................................................................. 9

    2.2.8. Massa especfica aparente.............................................................. 10

    2.2.9. Cerne e alburno............................................................................... 11

    2.2.10. Resistncia ao corte manual.......................................................... 11

    2.3. Descrio macroscpica da madeira........................................................ 11

    3 METODOLOGIA........................................................................................... 13

    3.1 Classificao da pesquisa.......................................................................... 13

    3.2 Madeiras estudadas e preparo das amostras............................................ 13

    3.3 Fotografias das amostras........................................................................... 14

    3.4 Caracterizao anatmica das madeiras................................................... 15

    3.5 Elaborao do atlas e da chave de identificao das madeiras................ 15

    4 RESULTADOS DA PESQUISA.................................................................... 16

    4.1 Atlas de identificao das madeiras........................................................... 16

    4.2 Chave de identificao............................................................................... 46

    5 CONSIDERAES FINAIS.......................................................................... 53

    6 REFERNCIAS............................................................................................ 54

  • vii

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 01 Fotomacrografia da madeira de angelim pedra plano

    transversal, 10X.............................................................................. 17

    Figura 02 Fotomacrografia da madeira de aroeira-do-serto plano

    transversal, 10X..............................................................................

    18

    Figura 03 Fotomacrografia da madeira de brana plano transversal, 10X.. 19

    Figura 04 Fotomacrografia da madeira de candeia plano transversal,

    10X.................................................................................................. 20

    Figura 05 Fotomacrografia da madeira de castanheira plano transversal,

    10X.................................................................................................. 21

    Figura 06 Fotomacrografia da madeira de cedro plano transversal, 10X.... 22

    Figura 07 Fotomacrografia da madeira de cerejeira plano transversal,

    10X.................................................................................................. 23

    Figura 08 Fotomacrografia da madeira de eucalipto citriodora plano

    transversal, 10X.............................................................................. 24

    Figura 09 Fotomacrografia da madeira de eucalipto cloeziana plano

    transversal, 10X.............................................................................. 25

    Figura 10 Fotomacrografia da madeira de eucalipto rosa plano

    transversal, 10X............................................................................... 26

    Figura 11 Fotomacrografia da madeira faveiro de Wilson plano

    transversal, 10X............................................................................... 27

    Figura 12 Fotomacrografia da madeira de garapa plano transversal,

    10X................................................................................................... 28

    Figura 13 Fotomacrografia da madeira de imbuia plano transversal, 10X.. 29

    Figura 14 Fotomacrografia da madeira de ip-preto plano transversal,

    10X................................................................................................... 30

    Figura 15 Fotomacrografia da madeira de jacarand da Bahia plano

    transversal, 10X............................................................................... 31

    Figura 16 Fotomacrografia da madeira de jatob plano transversal, 10X... 32

  • viii

    Figura 17 Fotomacrografia da madeira de jequitib rosa plano

    transversal, 10X............................................................................... 33

    Figura 18 Fotomacrografia da madeira de louro preto plano transversal,

    10X................................................................................................... 34

    Figura 19 Fotomacrografia da madeira de mogno plano transversal,

    10X................................................................................................... 35

    Figura 20 Fotomacrografia da madeira de paraju plano transversal, 10X. 36

    Figura 21 Fotomacrografia da madeira de pau amarelo plano transversal,

    10X................................................................................................... 37

    Figura 22 Fotomacrografia da madeira de pau Brasil plano transversal,

    10X................................................................................................... 38

    Figura 23 Fotomacrografia da madeira de pau roxo plano transversal,

    10X................................................................................................... 39

    Figura 24 Fotomacrografia da madeira de pequi plano transversal, 10X.... 40

    Figura 25 Fotomacrografia da madeira de peroba de campos plano

    transversal, 10X............................................................................... 41

    Figura 26 Fotomacrografia da madeira de peroba mica plano transversal,

    10X................................................................................................... 42

    Figura 27 Fotomacrografia da madeira de peroba rosa plano transversal,

    10X................................................................................................... 43

    Figura 28 Fotomacrografia da madeira de sapucaia plano transversal,

    10X................................................................................................... 44

    Figura 29 Fotomacrografia da madeira de teca plano transversal, 10X...... 45

  • 1

    1 INTRODUO

    O Brasil possui caractersticas edafoclimticas propcias ao desenvolvimento

    de uma extensa variedade de espcies florestais. Tais condies, determinam o

    sucesso do cultivo de plantas de rpido crescimento, o que contribui para que o

    setor florestal brasileiro se encontre em evidncia mundial. De acordo com

    Campanhola (2010), o Brasil possui um dos maiores remanescentes de florestas

    nativas no mundo, com cerca de 5,1 milhes de km, o que representa 20% das

    espcies, e chega a movimentar dois trilhes de dlares por ano, correspondendo

    em 2009 a cerca de quatro vezes o Produto Interno Bruto - PIB nacional de 2003.

    Em 2008 com a crise mundial, assim como todos os setores da economia, o

    setor florestal passou por dficit quanto ao consumo interno e exportaes de

    madeira, formando um cenrio totalmente prejudicial ao setor. No entanto, em 2009,

    a economia mundial se manteve em recuperao e respondeu como mais um ano

    promissor para o setor florestal. Com o aumento da comercializao da madeira,

    acentuou ainda mais a necessidade de sua correta identificao, para que tais

    madeiras sejam utilizadas de forma adequada, uma vez que o primeiro passo no uso

    de determinado bem, sua correta identificao. Visto que, no processo de

    transformao da rvore em madeira serrada, vrias de suas caractersticas como

    folhas, frutos e flores sero eliminados, as caractersticas do lenho se tornam a base

    de identificao da espcie florestal.

    O conhecimento da estrutura anatmica , sem dvida, o mtodo para a

    identificao da madeira, sendo tambm de fcil aplicao para a correta

    nomenclatura das madeiras. No entanto, esta correta identificao depende de

    treinamento, conhecimento e habilidade do responsvel por esse estudo adequado.

    Vale destacar tambm que, em uma prtica de identificao de madeira, deve-se

    buscar colocar o nome cientfico correspondente a um determinado nome popular,

    uma vez que comercialmente, uma madeira possui vrios nomes populares (ZENID,

    2007).

    importante afirmar que o estudo anatmico realizado por descries

    macroscpicas e microscpicas, sendo a ltima mais detalhada e precisa. No

    entanto a macroscopia possui grande aplicao prtica, alm de ser um processo

    rpido e permitir a identificao de muitas espcies comerciais. Com base nas

    caractersticas estticas e organolpticas, e nas caractersticas anatmicas

  • 2

    macroscpicas possvel identificao de madeiras no comrcio facilitadora e sua

    fiscalizao pelos rgos competentes, sendo esta identificao regida por normas,

    como da COPANT (1974).

    A identificao botnica da madeira permite o acesso s propriedades,

    geralmente disponveis em bancos de dados, como atlas de identificao, visto que

    estes servem de base para identificaes e uso correto da madeira a ser utilizada

    (ZENID; CECCANTINI, 2007). Ou seja, atlas de madeira um conjunto de fotos

    macroscpicas e caractersticas anatmicas sobre o material, organizadas para

    servir de base ou apoio para a identificao de espcies comerciais.

    A utilizao de um atlas de identificao de madeira necessrio pela

    carncia de informaes das madeiras comercializadas no Estado, e de forma

    condensada facilita o processo de identificao. Por isto de grande importncia ter

    como base um atlas das principais madeiras comercializadas no Estado do Esprito

    Santo, visto que a base fundamental para a identificao da madeira, e ainda

    ajudar no s no uso adequado das madeiras, como tambm na fiscalizao mais

    rpida e eficiente do altas e de uma chave.

    1.1 O problema e sua importncia

    No Esprito Santo, h uma grande vocao florestal, com produo de

    florestas plantadas, sendo de grande potencial representativo quando comparado

    rea total de florestas plantadas no pas. Tais florestas so em boa parte

    pertencentes a empresas produtoras de celulose, mas tambm esto em pequenas

    propriedades por meio de programas de fomento.

    Em funo do desconhecimento sobre as espcies de madeira

    comercializadas no Esprito Santo, alm da carncia de informaes a serem

    repassadas pelo comrcio de produtos florestais do Estado, faz-se necessria a

    realizao deste trabalho. A identificao incorreta das madeiras tem pontos

    negativos, no apenas para a fiscalizao de rgos competentes, como tambm

    para os consumidores que do uso incorreto as madeiras.

    Para a fiscalizao das madeiras preciso sempre fazer uma descrio

    detalhada e correta para que estas sejam corretamente identificadas e no passem

    por madeiras, j que muitas vezes as espcies florestais nativas so

  • 3

    comercializadas com outros nomes para burlar a fiscalizao. Os rgos

    fiscalizadores necessitam de mtodos prticos e rpidos de identificao para serem

    aplicados, o que justifica a elaborao de um atlas de caractersticas gerais e da

    chave de identificao, para se verificar se as madeiras comercializadas no Estado

    do Esprito Santo esto sendo corretamente identificadas.

    O conhecimento da qualidade das madeiras, tanto de florestas plantadas

    como nativas, traz inmeros benefcios por meio do processo de escolha da madeira

    mais adequada para cada tipo de utilizao, que tem sido prejudicado pela falta de

    informaes e identificao incorreta do lenho. Logo, as descries gerais e

    macroscpicas contribuiro para melhor identificao das madeiras comercializadas

    no Esprito Santo. Isso confirmado por Zenid e Ceccantini (s.d.) ao afirmarem que,

    a identificao botnica da madeira permite o acesso as suas propriedades,

    geralmente disponveis em livros ou banco de dados, o que propicia um melhor

    conhecimento e aplicao do material. Assim, a presente proposta se justifica por

    proporcionar a gerao de conhecimentos bsicos para o reconhecimento das

    madeiras comercializadas no Estado.

    1.2 Objetivos

    1.2.1 Objetivo geral

    Elaborar um atlas e uma chave de identificao das principais madeiras

    comercializadas no Estado do Esprito Santo.

    1.2.2 Objetivos especficos

    (i) Descrever as madeiras quanto suas caractersticas organolpticas e

    fsicas.

    (ii) Caracterizar macroscopicamente as madeiras.

    (iii) Elaborar uma chave de identificao das madeiras.

  • 4

    2. REVISO DE LITERATURA

    2.1 O material madeira

    Segundo Biasi e Rocha (2007), a madeira um material que vem sendo

    largamente utilizado pela humanidade. De acordo com Nahuz (2004), o mercado

    mundial de madeira variou de 19 a 22 milhes de m, havendo assim uma crescente

    comercializao de madeira serrada ao longo dos anos, visto que em 2008 de

    acordo com Soares et al. (2010), esse valor passou para 33,50 milhes de m.

    Segundo a Agncia Par (2010), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente liberou

    1.839.489,621 de m de matria-prima florestal, em toras e resduos, para setores

    produtores de madeira no perodo de janeiro a abril de 2010.

    Para produo de madeiras, se destacam os grupos das conferas e folhosas.

    Segundo Chimelo (2007), as conferas do ponto de vista da anatomia da madeira,

    apresentam estrutura homognea, o que justifica a dificuldade de sua identificao.

    Essas caracterizam-se de uma forma geral, por ausncia de poros ou vasos,

    presena de raios estreitos ou finos, fibras longas, densidade baixa e baixa

    resistncia ao corte. No entanto, percebe-se que o autor generalizou as

    caractersticas de densidade baixa e dureza do corte para todas as espcies do

    grupo, o que no deve ser feito visto que, nem sempre a afirmativa verdadeira.

    Quanto s folhosas, percebe-se que o autor novamente generalizou as

    madeiras pertencentes ao grupo, quando menciona possuir estrutura mais

    heterognea, presena de vasos ou poros, fibras curtas e estreitas, duras ao corte,

    densidade mdia a alta e com cernes de cores bastante variveis. Pois em relao

    densidade e dureza ao corte, deve-se tomar cuidado, uma vez que dentro do

    grupo das folhosas ocorre grande variao destas caractersticas, seja ela

    densidade variando de baixa a alta, ou mesmo possuir baixa resistncia ao corte.

    Para reforar a afirmativa, observa-se a diferena entre duas madeiras do grupo,

    balsa e aroeira-do-serto, a primeira espcie uma das mais leves e macia, e a

    aroeira-do-serto uma das madeiras mais densa e de elevada dureza.

    A madeira um material produzido a partir das atividades do cambio vascular,

    possuindo diferentes tipos de clulas, adaptadas a desempenharem funes

    especficas. um material orgnico, slido, de composio complexa, com

  • 5

    constituintes qumicos como celulose, hemicelulose e lignina, alm dos extrativos, o

    que a torna desejvel para inmeros usos (BURGER; RICHTER, 1991).

    importante tambm destacar que a madeira um material heterogneo,

    anisotrpico, de fcil manuseio, reaproveitvel, com grande resistncia mecnica em

    vista da baixa densidade, boa trabalhabilidade, resistente ao fogo, possuindo bom

    isolamento trmico, acstico e esttico, entre outras atribuies a ela destinadas.

    Tambm se destaca entre os demais materiais, por possuir a possibilidade de

    produo sustentada e significativa absoro de CO2, o que a torna atrativa do ponto

    de vista ambiental (ZENID, 2007). Alm de ser um material vivel comercialmente,

    ressalta-se que um material ecolgico, renovvel e consome menos energia em

    sua transformao (PAOLIELLO, 2001).

    O material madeira ocupa lugar de destaque no segmento industrial, no

    apenas nos pases subdesenvolvidos como tambm nos desenvolvidos. De acordo

    com Zenid (2007), a Associao Europia de Indstrias da Madeira afirmou que em

    2010 a madeira se tornaria o material lder no Continente Europeu, visto que sua

    base florestal emprega 2,7 milhes de pessoas e gera cerca de 165 bilhes de

    Euros por ano.

    Os principais mercados consumidores de madeira do Pas esto nas regies

    Sul e Sudeste. A demanda por madeira na forma rolia, processada

    mecanicamente, e para fins energticos, destacando o leque de utilizaes a qual

    ser destinada no comrcio em geral (REMADE, 2002)

    O homem vem explorando a madeira com finalidade prtica e econmica, e

    esta explorao se encontrada de forma desordenada e muitas vezes ilegal. Uma

    vez que, apesar de constantes fiscalizaes a respeito de explorao de florestas

    nativas, estas ainda so muito exploradas, principalmente na Regio Centro- Oeste

    e Norte do Pas. Estimativas indicam que s na Amaznia h, no mnimo, cerca de

    60 bilhes de m de madeira em toras com valor comercial disponveis em estoque,

    sendo o Brasil titular da maior reserva de madeira tropical do mundo, com alto valor

    econmico (ZENID, 2007).

  • 6

    2.2 Caractersticas organolpticas ou sensoriais da madeira

    Tortorelli (1956) relata que, as caractersticas estticas da madeira so

    diretamente ligadas ao valor decorativo do lenho. Sendo conhecidos como

    caractersticas organolpticas ou sensoriais a cor, brilho, gosto, cheiro, textura,

    desenho e gr, que devem ser acrescidas da massa especfica aparente, resistncia

    ao corte e distino entre cerne e alburno.

    2.2.1 Cor da madeira

    Para fins de identificao, deve-se proceder determinao da cor, que deve

    ser observada nos planos longitudinais, recm-polidos, preferencialmente, na

    superfcie tangencial. A cor dever ser especificada, utilizando-se uma escala de

    cores apropriada, como a Escala Munsell Soil Collor Charts (SILVA, 2005). Esta de

    grande importncia do ponto de vista decorativo, definindo um uso nobre e especial

    madeira.

    Segundo Mendes et al. (s.d.), a variao da cor natural da madeira causada

    por impregnao de diversas substncias orgnicas nas paredes celulares tais

    como, taninos e resinas, as quais so depositadas de forma mais acentuada no

    cerne. No entanto, esta afirmativa deve ser interpretada com alguns cuidados, j que

    no so apenas estas substncias que inferem na colorao das madeiras,

    destacam-se principalmente a presena de outros extrativos no lenho como fatores

    influenciadores desta colorao. A origem da cor da madeira tambm sofre grande

    influncia da camada orgnica do solo, variaes climticas e das prticas

    silviculturais, que vo refletir diretamente na formao anatmica, e composio

    qumica (JANIN, 1995).

    Algumas caractersticas anatmicas como camadas de crescimento, vasos,

    raios e tipos de parnquima axial, podem influenciar na cor da madeira, sendo

    perceptveis aos olhos humanos (MORI et al., 2004). De acordo com Costa (2001), a

    cor tende a se alterar com o passar do tempo, escurecendo por oxidao causada

    principalmente pela luz, devendo acarretar cuidado no ato da identificao, para que

    esta no seja realizada de forma errnea.

    As cores so responsveis pela valorizao da madeira, quando levados em

    considerao a esttica do material. As cores das madeiras estudadas variam de

  • 7

    esbranquiada, acastanhada, parda, avermelhada at arroxeada. Como encontradas

    nas madeiras de Virola (Virola surinamensis), jatob (Hymenaea courbaril), Imbuia

    (Ocotea porosa), conduru (Brosimum paraense) e roxinho (Peltogyne discolor),

    respectivamente (LATORRACA; MUNIZ, 2009).

    2.2.2 Cheiro de madeira

    Segundo Oliveira (1994), o cheiro da madeira, assim como a cor um fator

    que deve ser avaliado, uma vez que pode descaracterizar a madeira para

    determinados usos. uma caracterstica difcil de ser definida (LATORRACA;

    MUNIZ, 2009) e que so produzidos por compostos volteis, especialmente resinas

    e leos essenciais existentes nas clulas, que ao volatilizarem lentamente, exalam o

    cheiro. Existem odores tpicos em determinadas espcies, facilitando sua

    identificao.

    O cheiro da madeira deve ser verificado em madeiras secas, uma vez que

    quando midas pode variar. Zenid e Ceccantini (s.d.) afirmam que, sua classificao

    pode ser indistinto ou distinto. Quando distinto pode ser agradvel, desagradvel ou

    caracterstico, encontrados nas madeiras de cerejeira (Amburana cearensis),

    cupiba (Goupia glabra) e pau santo (Zollernia paraensis), respectivamente.

    2.2.3 Gosto da madeira

    O gosto da madeira uma caracterstica que auxilia no reconhecimento de

    determinada espcie, uma vez que muitas delas possuem gostos caractersticos.

    Pode variar de adocicado a amargo, como encontrado nas madeiras de ararib e

    angelim-amargoso, respectivamente. E est intimamente ligado ao cheiro, sendo

    verificado em madeiras recentemente cortadas (LATORRACA; MUNIZ, 2009).

    O gosto deve ser verificado, removendo-se algumas raspas ou lascas da

    madeira, mastigando-as e posicionando-as em vrias partes da lngua. Esta

    caracterstica deve ser avaliada se o observador tiver certeza de que a madeira no

    recebeu nenhum tipo de tratamento qumico (ZENID; CECCANTINI, s.d.).

    Esta caracterstica est em geral, associada s substncias que conferem

    odor e devem ser classificadas como de gosto agradvel ou desagradvel. Em

    algumas espcies amargo como no cedro (Cedrela sp.), em outras madeiras pode

  • 8

    ser nitidamente percebido como picante em surucumir e adocicado em casca-doce

    (COSTA, 2001).

    De acordo com Burger e Richter (1991), algumas espcies podem ser

    excludas de alguns usos por apresentar gosto desagradvel, como em embalagens

    de alimentos, palitos de picol, palitos de dentes e brinquedos.

    2.2.4 Desenho da madeira

    O desenho produzido nas superfcies longitudinais bem polidas do lenho,

    pela disposio de seus elementos constitutivos no plano tangencial, em especial

    dos vasculares, raios e parnquimas lenhosos, ou tambm o tamanho e abundncia.

    utilizada para descrever a aparncia natural da madeira, sendo resultado de vrias

    caractersticas macroscpicas, como cerne, alburno, cor, gr, anis de crescimento

    e raios (LATORRACA; MUNIZ, 2009). De acordo com Silva (2005), cada espcie de

    madeira possui seu desenho especifico e existem madeiras muito valorizadas por

    seus desenhos caractersticos.

    2.2.5 Brilho da madeira

    a capacidade de refletir luz que uma determinada madeira possui. O brilho

    mais bem notado no plano radial, por causa do espelhado dos raios. Deve ser

    observado na seo radial do cerne no momento do corte e classificado em brilhante

    ou sem brilho (COSTA, 2001), e verificado nos planos longitudinais e sempre

    observado no mesmo local, com iluminao natural (SILVA, 2005).

    Latorraca e Muniz (2009) afirmam que, do ponto de vista de identificao de

    madeira, esta caracterstica menos importante quando comparada com as demais,

    por ser uma caracterstica subjetiva.

    2.2.6 Gr da madeira

    A gr da madeira est relacionada com a orientao das fibras em relao ao

    eixo longitudinal da rvore. Embora raro, a rvore pode ter uma gr absolutamente

    reta, o que a torna caracterstica de padro normal de crescimento, tendo em vista

    ser uma necessidade fisiolgica relacionada com a transpirao (REMADE, 2001).

    Silva (2005) afirma que, a gr a direo ou alinhamento que os elementos

    anatmicos tomam no plano lenhoso, em especial as fibras e vasos nas folhosas e

  • 9

    os traquedeos longitudinais nas conferas. O desenho da madeira sofre grande

    influncia desta caracterstica.

    De acordo com Zenid e Ceccantini (s.d.), na gr direita os elementos celulares

    so bem paralelos ao eixo do tronco. Burger e Richter (1991) afirmam que, este tipo

    de gr considerado o normal, em que os tecidos axiais so apresentados

    paralelamente ao eixo principal do tronco e das peas de madeira.

    Na gr cruzada ou revessa, os elementos celulares assumem orientaes

    variadas, no paralelas ao tronco, chegando mesmo a ser perpendiculares face

    longitudinal da madeira (ZENID; CECCANTINI, s.d.). Esse tipo de gr no

    responsvel pela perda em resistncia mecnica, no entanto, responsvel por

    problemas de deformao e empenamentos durante a secagem, dificultando sua

    trabalhabilidade (BURGER; RICHTER, 1991). Vale mencionar que essa afirmativa

    deixa algumas dvidas quanto a perdas de resistncia, visto que acontecer sim,

    mesmo que s vezes pequena, como ocorre na resistncia flexo esttica, por

    exemplo. importante ressaltar que com esse tipo de gr, poderem ocorrer menor

    propenso ao inchamento quando comparado a gr direta, por causa dos espaos

    vazios que se formaram no lenho, o que no percebido pela gr direita.

    Para gr inclinada, os elementos celulares esto em disposio oblqua em

    relao ao eixo longitudinal da rvore (ZENID; CECCANTINI, s.d), sendo

    proveniente de rvores com troncos excessivamente cnicos e crescimento

    excntrico (BURGER; RICHTER, 1991). Em gr helicoidal, os elementos celulares

    esto dispostos espiraladamente ao longo do tronco (ZENID; CECCANTINI, s.d.). Na

    gr ondulada, os elementos celulares alternam a sua orientao formando desenhos

    na forma de ondas ao longo do eixo longitudinal (ZENID; CECCANTINI, s.d.).

    2.2.7 Textura da madeira

    Esta caracterstica afetada principalmente pelo dimetro dos poros, sua

    distribuio e quantidade relativa no lenho. De acordo com Latorraca e Muniz

    (2009), o efeito produzido pelas dimenses, distribuio e porcentagem dos

    diversos elementos estruturais constituintes da madeira. Pode ser classificada como:

    Textura grossa - para madeiras que possuem poros grandes, visveis a

    olho nu, com dimetro tangencial maior de 300 m e no recebem bom

  • 10

    acabamento (COSTA, 2001). Latorraca e Muniz (2009), citam a

    madeira de angelim pedra, Hymenolobium petraeum como exemplo.

    Textura mdia - para madeiras que apresentam poros com dimetro

    tangencial variando de 100 a 300 m (COSTA, 2001). Como exemplo

    tem-se a madeira de mogno, Swietenia macrophylla (LATORRACA;

    MUNIZ, 2009).

    Textura fina - para madeiras que apresentam em geral poros

    pequenos, uniformemente distribudos, com dimetro tangencial menor

    que 100 m (COSTA, 2001), como encontrado na madeira de peroba

    rosa, Aspidosperma polyneuron (LATORRACA; MUNIZ, 2009).

    Segundo Latorraca e Muniz (2009), existe ainda mais uma classificao que

    textura muito fina, no caso daquelas madeiras que apresentam poros muito

    pequenos, a exemplo da madeira de castelo (Calycophyllum sp).

    2.2.8 Massa especfica aparente

    Esta caracterstica uma propriedade fsica da madeira e apresenta grande

    variabilidade entre espcies. Pode ser muito til na identificao de espcies,

    mesmo com anlise sensorial (LATORRACA; MUNIZ, 2009).

    A massa especfica aparente definida como a relao da massa da madeira

    pelo volume (ZENID, 2007). Esta uma das caractersticas mais importantes

    quando se classifica a madeira para seu uso, seja matria prima industrial ou

    energtica.

    importante ressaltar que a densidade a caracterstica tecnolgica mais

    importante da madeira, pois dela depende outras propriedades. A massa especfica

    varia entre 0,13 e 1,4 g/cm. As fibras so os elementos mais importantes para a

    resistncia do lenho das dicotiledneas (COSTA, 2001). Latorraca e Muniz (2009)

    mencionam exemplos como, a madeira de pau-de-balsa (Ochroma pyramidale)

    como de baixa densidade e jatob (Hymenaea courbaril) como de elevada

    densidade.

  • 11

    2.2.9 Distino entre cerne e alburno

    A distino entre cerne e alburno feita pela cor dos dois componentes. Para

    tanto se tomam as dimenses do dimetro da tora e, quando possvel, menciona se

    as dimenses ou a porcentagem do alburno em relao ao cerne (SILVA, 2005).

    Geralmente a cor do cerne mais escura que a do alburno, justificado pela

    presena de taninos, gorduras, carboidratos e de outras substncias (ZIGLIO, 2010).

    O alburno o lenho funcional responsvel pela conduo de seiva bruta da

    raz copa, no entanto, no apresenta durabilidade ao ataque de organismos

    deterioradores da madeira. constitudo por clulas vivas que a partir de um

    determinado tempo, iro morrer e dar origem ao cerne. J este, no funcional,

    visto que no possue uma funo fisiolgica determinada dentro da rvore e

    apresenta durabilidade varivel a ataques de organismos deterioradores,

    dependendo da espcie (ZENID, 2007).

    2.2.10 Resistncia ao corte manual

    A resistncia ao corte manual, no sentido transversal, apesar de ser um dado

    bastante subjetivo, ocorre pela presso efetuada com ferramentas cortantes a

    resistncia ao corte no sentido transversal s fibras ou traquedeos (SILVA, 2005).

    Costa (2001) afirma que, a resistncia ao corte deve ser verificada com o corte de

    estilete ou navalha no plano transversal. A madeira pode ser classificada como

    pouco resistente, moderadamente resistente ou resistente.

    2.3 Descrio macroscpica da madeira

    A macroscopia sem dvida uma parte da anatomia que possui melhor

    aplicao prtica. Para sua observao necessrio que haja um perfeito

    alisamento da superfcie a ser observada, evitando-se deformaes nas clulas que

    sero analisadas e assim, os cortes devem ser precisos, condio que ser

    conseguida com o uso de faca ou navalha bem afiadas (OLIVEIRA, 1994).

    A descrio macroscpica do lenho regida por normas, e no Brasil segue os

    padres da COPANT (1974). Segundo esta norma, antes de efetuar as anlises

  • 12

    estruturais, devem ser feitas observaes de outros caracteres gerais da madeira.

    Pode ser feito por meio de lupa entomolgica ou do tipo conta-fios, de 10 vezes de

    aumentos, para que os resultados obtidos sejam comparados s amostras-padro,

    existentes nas xilotecas (SILVA, 2005). Devem ser feitas observaes nos trs

    planos fundamentais da madeira, mas o plano transversal que permite um maior

    detalhamento de suas caractersticas e um reconhecimento mais preciso.

    A madeira apresenta valores distintos em suas propriedades fsicas e

    mecnicas, conforme a direo em que so medidas. Assim, a madeira

    considerada um material anisotrpico, porque as suas propriedades variam

    conforme a direo de seus eixos estruturais (LEWIN; GOLDSTEIN, 1991), sendo de

    fundamental importncia a identificao correta de sua anatomia.

    Macroscopicamente, o corte longitudinal radial apresenta poucas

    caractersticas de importncia para observao. Poder ajudar, na anlise da

    visibilidade dos raios lenhosos ou na predominncia deles, na disposio ou na

    verificao de alguns dos elementos acessrios (OLIVEIRA, 1994).

    Os vasos devem ser avaliados quanto sua distribuio, abundncia, tamanho

    e agrupamento. Para parnquima axial so avaliadas, sua visibilidade, arranjo e

    disposio. Para raios avaliada sua visibilidade, estratificao e tambm seu

    espelhado (COPANT, 1974).

    Latorraca e Muniz (2009) afirmam que, alm das caractersticas j

    mencionadas, existem algumas caractersticas especiais que devem ser levadas em

    considerao na descrio macroscpica, como contedos vasculares, canais

    secretores, mculas medulares, tilosas, estruturas estratificadas, floema incluso e

    anis de crescimento.

  • 13

    3 METODOLOGIA

    3.1 Classificao da pesquisa

    A presente pesquisa pode ser classificada, quanto finalidade de cunho

    cientfico, como descritiva e experimental, por levantar as caractersticas gerais e

    macroscpicas de 29 madeiras, apresentado os aspectos que devem ser avaliados,

    para assim conseguir compreender as correlaes entre suas caractersticas e

    importncia para o comrcio, ou mesmo para sua prpria identificao. A pesquisa

    descritiva no tem o intuito de explicar as caractersticas anatmicas estudadas,

    apenas descreve-las para facilitar a identificao das espcies, e tambm

    correlacionar estas com suas propriedades tecnolgicas.

    Quanto aos procedimentos tcnicos utilizados como meios de investigao,

    esta se classifica como uma pesquisa bibliogrfica, normativa e experimental, tendo

    como fonte de consulta materiais como normas, livros, peridicos cientficos,

    publicaes de eventos, teses e dissertaes que geraram como resultado uma

    reviso de literatura. A reviso se apresenta como uma sustentao terica e

    experimental para conhecimentos das caractersticas anatmicas estudadas e

    respectiva importncia para o setor florestal, seja para o comrcio ou para a

    fiscalizao, que muito das vezes tem dificuldade de identificar ou diferenciar as

    espcies de madeira.

    3.2 Madeiras estudadas e preparo das amostras

    As madeiras estudadas, estas foram selecionadas de acordo com a

    necessidade de conhecimento de identificao de madeiras comercializadas no

    Estado do Esprito Santo e tambm levando em considerao algumas madeiras

    ameaadas de extino e que possam estar sendo comercializadas ilegalmente.

    No presente trabalho se estudam-se as caractersticas gerais e

    macroscpicas de madeiras como aroeira-do-serto (Myracroduon urundeuva),

    brana (Melanoxylon brauna), candeia (Eremanthus erythroppapus), castanheira

    (Bertholletia excelsa), cerejeira (Amburana cearensis), faveiro-de-Wilson

  • 14

    (Dimorphandra wilsoni), garapa (Apuleia leiocarpa), imbuia (Ocotea porosa),

    jacarand-da-bahia (Dalbergia nigra), jatob (Hymenaea courbaril), jequitib

    (Cariniana legalis), mogno (Swietenia macrophylla), pau-amarelo (Euxylophora

    paraensis), pau-Brasil (Caesalpinia echinata), pau-roxo (Peltogyne discolor), pequi

    (Caryocar villosum) e sapucaia (Lecythis pisonis) como as madeiras ameaadas de

    extino. Como madeiras comercializadas s de angelim pedra (Hymenolobium

    petraeum), cedro (Cedrela fissilis), ip preto (Zeyheria tuberculosa), louro preto

    (Cordia sp.), paraju (Manilkara longifolia), peroba de campos (Paratecoma peroba),

    peroba mica (Aspidosperma populifolium), peroba rosa (Aspidosperma polyneuron),

    teca (Tectona grandis) e algumas madeiras de eucalipto, como eucalipto grandis

    (Eucalyptus grandis), eucalipto cloeziana (Corymbia cloeziana) e eucalipto citriodora

    (Corymbia citriodora).

    As amostras das madeiras foram disponibilizadas pelo Laboratrio de Cincia

    da Madeira LCM, do Departamento de Engenharia Florestal DEF, do Centro de

    Cincias Agrrias - CCA, da Universidade Federal do Esprito Santo UFES, no

    municpio de Jernimo Monteiro.

    Foram preparados corpos de prova, com dimenses de 2 x 2 x 3 cm, sendo a

    ltima no sentido das fibras e que passaram por cozimento para amolecimento e um

    posterior alisamento foi realizado em um micrtomo de deslize manual da marca

    Leica modelo SM 2000R. Em seguida, as peas passaram por lixamento com lixa de

    granulometria 1200, para conseguir perfeita superfcie a serem utilizados para

    obteno de fotomacrografias. Para a retirada do p da lixa, as amostras foram

    sopradas com ar comprimido.

    3.3 Macrofotografia das amostras

    As macrofotografias das sees transversais das amostras das madeiras,

    foram, realizadas na sede da Polcia Federal do Esprito Santo, no municpio de Vila

    Velha, com o uso da cmera digital da marca NIKON, modelo D2X, 12.2 Mega

    pixels, acoplada lente NIKON AF MICRO NIKKOR 60mm f/2.8D, sendo utilizado o

    programa Microsoft Office Picture Manager.

  • 15

    3.4 Caracterizao anatmica das madeiras

    Para os estudos anatmicos das madeiras seguiram as recomendaes da

    norma de procedimento em estudos de anatomia de madeira da COPANT (1974).

    Para auxlio na correta identificao das madeiras, foi utilizada a chave de

    identificao anatmica do Instituto de Pesquisas Tecnolgicas - IPT (1983).

    3.5 Elaborao do atlas e da chave de identificao

    importante ressaltar a diferena entre esses dois resultados. A chave de

    identificao se baseia no uso de caractersticas anatmicas de madeiras

    sistematicamente organizadas, para servir de base ou apoio em pesquisas. No

    entanto como mencionado anteriormente, atlas de madeira se assemelha a uma

    chave de identificao, entretanto possui fotos macroscpicas e caractersticas

    gerais para complementar e ilustrar de forma prtica essas caractersticas.

    A elaborao do atlas e da chave de identificao de madeiras foram

    realizadas no LCM. Para tanto, foi utilizada a norma da COPANT (1974), que mostra

    passo a passo, quais caractersticas devem ser utilizadas para realizao da

    descrio anatmica das madeiras.

  • 16

    4 RESULTADOS DA PESQUISA

    Obteve-se a elaborao de um atlas, para possibilitar melhor reconhecimento

    das espcies que so transportadas ou comercializadas no Estado do Esprito

    Santo. Tais informaes so importantes, uma vez que a identificao de madeiras

    feita de forma errnea, pela falta de treinamento e habilidade do observador.

    Posteriormente, foi elaborada uma chave de identificao das principais

    madeiras comercializadas no Estado do Esprito Santo, levando em considerao

    inclusive algumas ameaadas de extino, podendo assim contribuir para soluo

    de problemas encontrados por parte dos rgos fiscalizadores.

    4.1 Atlas de identificao das madeiras e estudadas

    Foram descritas 29 madeiras, compondo aquelas em risco de extino e as

    que so comercializadas no Estado do Esprito Santo, com a finalidade de facilitar a

    identificao das mesmas.

  • 17

    Nome vulgar: Angelim pedra

    Nome cientfico: Hymenolobium petraeum Ducke

    Famlia: Fabaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    castanho amarelado, brilho moderado, cheiro caracterstico quando verde, gosto

    imperceptvel. Possui massa especfica aparente alta com valor de 1,00 g/cm a 15%

    de umidade, dura ao corte manual no plano transversal, gr direita e textura grossa.

    Apresenta figura ou desenho destacado por parnquima axial em faixas longitudinais

    e camadas de crescimento distintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 1, os poros so visveis a olho nu, com porosidade

    difusa, arranjo radial, solitrios e mltiplos, vazios na maioria das vezes, e

    obstrudos por substncias esbranquiadas. O parnquima axial visvel a olho nu,

    do tipo paratraqueal aliforme de extenso losangular, formando faixas confluentes. O

    parnquima radial visvel a olho nu. As camadas de crescimento so demarcadas

    por parnquima marginal.

    No plano longitudinal tangencial, os raios so visveis somente sob lente de

    10X, estratificados, com listrado de estratificao regular. As linhas vasculares so

    retilneas. No plano longitudinal radial o espelhado dos raios pouco contrastado.

    Figura 1 Fotomacrografia da madeira de angelim-pedra plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 18

    Nome vulgar: Aroeira do serto

    Nome cientfico: Myracroduon urundeuva (Fr. Allem.) Engl.

    Famlia: Anacardiaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    castanho avermelhado, brilho acentuado, cheiro e gosto imperceptveis. Possui

    massa especfica aparente muito alta com valor de 1,19 g/cm a 15 % de umidade,

    dura ao corte manual no plano transversal, gr direita, textura fina. No apresenta

    figura ou desenho e camada de crescimento pouco distinta.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 2, os poros possuem visibilidade somente sob

    lente de 10X, com porosidade difusa, arranjo radial, solitrios e mltiplos, e

    totalmente obstrudos por tiloses. O parnquima axial no visvel mesmo sob lente

    de 10X. O parnquima radial visvel sob lente de 10X. As camadas de crescimento

    so individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais escuras.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial visvel sob lente de

    10X, com listrado de estratificao irregular. As linhas vasculares so retilneas. No

    plano longitudinal radial, o espelhado dos raios so pouco contrastado.

    Figura 2 Fotomacrografia da madeira de aroeira-do-serto plano transversal,

    10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 19

    Nome vulgar: Brana

    Nome cientfico: Melanoxylon brauna Schott

    Famlia: Caesalpiniaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    enegrecida, brilho moderado, cheiro e gosto imperceptveis. Possui massa

    especfica aparente muito alta, com valor de 1,05 g/cm a 15% de umidade, dura ao

    corte manual no plano transversal, gr direita e textura fina. No apresenta figura ou

    desenho e as camadas de crescimento so indistintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 3, os poros so visveis sob lente de 10X, com

    porosidade difusa, arranjo radial, solitrios e mltiplos, vazios e algumas das vezes

    com ocorrncia de tiloses e/ou leo resina. O parnquima axial no visvel mesmo

    sob lente de 10X. O parnquima radial visvel sob lente de 10X. As camadas de

    crescimento so indistintas.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial visvel sob lente de

    10X, com listrado de estratificao irregular. As linhas vasculares so retilneas. No

    plano longitudinal radial, o espelhado dos raios est ausente.

    Figura 3 Fotomacrografia da madeira de brana plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 20

    Nome vulgar: Candeia

    Nome cientfico: Eremanthus erythroppapus (DC.) Mc Leisch

    Famlia: Compositae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    amarelo plido, brilho moderado, cheiro caracterstico desagradvel, gosto

    imperceptvel. Possui massa especfica aparente moderadamente alta, com valor de

    0,75 g/cm a 15% de umidade, dura ao corte manual no plano transversal, gr direita

    e textura fina. No apresenta figura ou desenho e as camadas de crescimento so

    distintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 4, os poros so visveis sob lente de 10X, com

    porosidade difusa, arranjo radial, solitrios e mltiplos, vazios e s vezes obstrudos

    por tiloses. O parnquima axial visvel sob lente de 10X, em faixas marginais. O

    parnquima radial pouco visvel sob lente de 10X. As camadas de crescimento so

    individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais escuras.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial possui visibilidade sob

    lente de 10X, com listrado de estratificao irregular. As linhas vasculares so

    retilneas. No plano longitudinal radial, o espelhado dos raios pouco contrastado.

    Figura 4 Fotomacrografia da madeira de candeia plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 21

    Nome vulgar: Castanheira

    Nome cientfico: Bertholletia excelsa H. B. K.

    Famlia: Lecythidaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    castanho avermelhado, brilho acentuado, cheiro e gosto imperceptveis. Possui

    massa especfica aparente moderadamente alta com valor de 0,75 g/cm a 15% de

    umidade, moderadamente dura ao corte manual no plano transversal, gr direita e

    textura mdia. No apresenta figura ou desenho e as camadas de crescimento so

    distintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 5, os poros so visveis a olho nu, porosidade

    difusa, arranjo radial, solitrios e mltiplos, e totalmente obstrudos por tiloses. O

    parnquima axial visvel sob lente de 10X, do tipo reticulado. O parnquima radial

    visvel sob lente de 10X. As camadas de crescimento so individualizadas por

    zonas fibrosas tangenciais mais escuras.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial possui visibilidade sob

    lente de 10X, com listrado de estratificao irregular. As linhas vasculares so

    retilneas. No plano longitudinal radial, o espelhado dos raios pouco contrastado.

    Figura 5 Fotomacrografia da madeira de castanheira plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 22

    Nome vulgar: Cedro

    Nome cientfico: Cedrela fissillis Vell.

    Famlia: Meliaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    castanho avermelhado, brilho acentuado, cheiro caracterstico e gosto ligeiramente

    amargo. Possui massa especfica aparente mdia, com valor de 0,53 g/cm a 15%

    de umidade, macia ao corte manual no plano transversal, gr direita e textura mdia.

    Apresenta figura e desenho presente em funo do espelhado dos raios e as

    camadas de crescimento so distintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 6, os poros so visveis a olho nu, porosidade em

    anis semiporosos, arranjo tangencial, em sua maioria solitrios e vazios. O

    parnquima axial visvel sob lente de 10X, do tipo paratraqueal vasicntrico e

    faixas. O parnquima radial visvel sob lente de 10X. As camadas de crescimento

    so individualizadas por parnquima marginal e por distribuio dos poros de grande

    dimetros no lenho inicial.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial possui visibilidade a olho

    nu, com listrado de estratificao irregular. As linhas vasculares so retilneas. No

    plano longitudinal radial, o espelhado dos raios contrastado.

    Figura 6 Fotomacrografia da madeira de cedro plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 23

    Nome vulgar: Cerejeira

    Nome cientfico: Amburana cearensis Alemo A. C. Sm.

    Famlia: Fabaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    amarelo plido, brilho acentuado, cheiro caracterstico e gosto ligeiramente

    adocicado. Possui massa especfica aparente mdia, com valor de 0,60 g/cm a 15%

    de umidade, macia ao corte manual no plano transversal, gr direita e textura

    grossa. No apresenta figura ou desenho e as camadas de crescimento so

    distintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 7, os poros so visveis a olho nu, porosidade

    difusa, arranjo radial a oblqua, solitrios e mltiplos, vazios e raramente obstrudos

    por tiloses. O parnquima axial visvel sob lente de 10X, do tipo paratraqueal

    aliforme de extenso losangular formando confluentes em trechos curtos. O

    parnquima radial visvel a olho nu. As camadas de crescimento so

    individualizadas por zona fibrosa tangencial mais escura e pela ausncia de poros.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial possui visibilidade

    somente sob lente de 10X, com listrado de estratificao irregular. As linhas

    vasculares so retilneas. No plano longitudinal radial, o espelhado dos raios

    contrastado.

    Figura 7 Fotomacrografia da madeira de cerejeira plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 24

    Nome vulgar: Eucalipto citriodora

    Nome cientfico: Corymbia citriodora (Hook.) K.D.Hill & L.A.S.Johnson

    Famlia: Myrtaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    amarelo pardacento escuro, brilho ausente, cheiro e gosto imperceptveis. Possui

    massa especfica aparente alta, com valor de 1,04 g/cm a 15% de umidade, dura ao

    corte manual no plano transversal, gr ondulada e textura fina a mdia. No

    apresenta figura ou desenho e as camadas de crescimento so pouco distintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 8, os poros so visveis a olho nu, porosidade

    difusa, arranjo radial e diagonal, solitrios e mltiplos e na maioria das vezes

    obstrudos por tiloses. O parnquima axial pouco visvel mesmo sob lente de 10X,

    do tipo paratraqueal vasicntrico a aliforme. O parnquima radial visvel sob lente

    de 10X. As camadas de crescimento so individualizadas por zonas fibrosas

    tangenciais mais escuras e pela mudana na orientao dos poros.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial pouco visvel sob lente

    de 10X, com listrado de estratificao irregular. As linhas vasculares so irregulares.

    No plano longitudinal radial, o espelhado dos raios ausente.

    Figura 8 Fotomacrografia da madeira de eucalipto citriodora plano transversal,

    10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 25

    Nome vulgar: Eucalipto cloeziana

    Nome cientfico: Eucalyptus cloeziana F. Muell

    Famlia: Myrtaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    amarelo pardo claro, brilho moderado, cheiro e gosto imperceptveis. Possui massa

    especfica aparente alta, com valor de 0,86 g/cm a 15% de umidade, dura ao corte

    manual no plano transversal, gr direita e textura fina. No apresenta figura ou

    desenho e as camadas de crescimento so pouco distintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 9, os poros so visveis sob lente de 10X,

    porosidade difusa, arranjo diagonal, maioria solitrios e na maioria das vezes so

    obstrudas por tiloses. O parnquima axial visvel somente sob lente de 10X. O

    parnquima radial visvel sob lente de 10X. As camadas de crescimento so

    individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais escuras.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial pouco visvel sob lente

    de 10X, com listrado de estratificao irregular. As linhas vasculares so retilneas.

    No plano longitudinal radial, o espelhado dos raios ausente.

    Figura 9 Fotomacrografia da madeira de eucalipto cloeziana plano transversal,

    10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 26

    Nome vulgar: Eucalipto rosa

    Nome cientfico: Eucalyptus spp.

    Famlia: Myrtaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    rosada, brilho moderado e tambm cheiro e gosto imperceptveis. Possui massa

    especfica aparente mdia com valor de 0,56 g/cm a 15% de umidade, macia ao

    corte manual no plano transversal, gr direita e textura mdia. No apresenta figura

    ou desenho e as camadas de crescimento so distintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 10, os poros so visveis a olho nu, porosidade

    difusa, arranjo diagonal, maioria solitrios, vazios e s vezes obstrudos por tiloses.

    O parnquima axial visvel sob lente de 10X, do tipo paratraqueal vasicntrico. O

    parnquima radial visvel sob lente de 10X. As camadas de crescimento so

    individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais escuras e mudana de

    orientao dos poros.

    No plano longitudinal tangencial os raios so pouco visveis sob lente de 10X,

    com listrado de estratificao irregular. As linhas vasculares so retilneas. No plano

    longitudinal radial os espelhados dos raios so ausentes.

    Figura 10 Fotomacrografia da madeira de eucalipto rosa plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 27

    Nome vulgar: Faveiro de Wilson

    Nome cientfico: Dimorphandra wilsonii Rizz.

    Famlia: Fabaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    castanho amarelado levemente esverdeado, brilho moderado, cheiro caracterstico e

    gosto imperceptvel. A madeira possui massa especfica aparente alta, com valor de

    0,94 g/cm a 15% de umidade, moderadamente dura ao corte manual no plano

    transversal, gr direita a inclinada e textura mdia. No apresenta figura ou desenho

    e as camadas de crescimento so distintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 11, os poros so visveis a olho nu, com

    porosidade difusa, arranjo radial, solitrios e mltiplos, vazios e raramente

    obstrudos por leo resina. O parnquima axial visvel sob lente de 10X, do tipo

    paratraqueal aliforme, formando confluncias em trechos curtos. O parnquima

    radial visvel somente sob lente de 10X. As camadas de crescimento so

    individualizadas por zonas fibrosas mais escuras.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial possui visibilidade sob

    lente de 10X, com listrado de estratificao irregular. As linhas vasculares so

    retilneas a inclinadas. No plano longitudinal radial, o espelhado dos raios pouco

    contrastado.

    Figura 11 Fotomacrografia da madeira faveiro de Wilson plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 28

    Nome vulgar: Garapa

    Nome cientfico: Apuleia leiocarpa (Vog.) Macbr.

    Famlia: Leguminosae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    amarelo claro, brilho moderado, cheiro e gosto imperceptveis. Possui massa

    especfica aparente alta, com valor de 0,83 g/cm a 15% de umidade,

    moderadamente dura ao corte manual no plano transversal, gr direita e textura fina.

    No apresenta figura ou desenho e as camadas de crescimento so distintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 12, os poros so visveis sob lente de 10X, com

    porosidade difusa, arranjo diagonal e radial, solitrios e mltilplos e vazios. O

    parnquima axial visvel sob lente de 10X, do tipo paratraqueal aliforme e

    confluente formando faixas estreitas irregulares. O parnquima radial visvel sob

    lente de 10X. As camadas de crescimento so individualizadas por zonas fibrosas

    tangenciais mais escuras.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial visvel sob lente de

    10X, com listrado de estratificao regular. As linhas vasculares so retilneas. No

    plano longitudinal radial, o espelhado dos raios ausente.

    Figura 12 Fotomacrografia da madeira de garapa plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 29

    Nome vulgar: Imbuia

    Nome cientfico: Ocotea porosa (Nees) L. Barroso

    Famlia: Lauraceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    castanho escuro, brilho moderado, cheiro caracterstico agradvel e gosto

    ligeiramente amargo. Possui massa especfica aparente mdia, com valor de 0,65

    g/cm a 15% de umidade, moderadamente dura ao corte manual no plano

    transversal, gr direita e textura fina. Apresenta figura ou desenho destacada por

    listras escuras e as camadas de crescimento so distintas.

    Descrio macroscpica:

    No plano transversal, Figura 13, os poros so visveis sob lente de 10X,

    porosidade difusa, arranjo radial tendendo a diagonal, solitrios e mltiplos e poucas

    vezes obstrudos por substncias oleosas e tiloses. O parnquima axial visvel sob

    lente de 10X, do tipo paratraqueal vasicntrico escasso. O parnquima radial

    visvel somente sob lente de 10X. As camadas de crescimento so individualizadas

    por zonas fibrosas tangenciais sinuosas.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial possui visibilidade

    somente sob lente de 10X, com listrado de estratificao irregular. As linhas

    vasculares so retilneas tendendo a inclinadas. No plano longitudinal radial, o

    espelhado dos raios pouco contrastado.

    Figura 13 Fotomacrografia da madeira de imbuia plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 30

    Nome vulgar: Ip preto

    Nome cientfico: Zeyheria tuberculosa (Vell.) Bur.

    Famlia: Bignoniaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    castanho escuro, brilho moderado, cheiro e gosto imperceptveis. Possui massa

    especfica aparente alta, com valor de 0,96 g/cm a 15% de umidade, dura ao corte

    manual no plano transversal, gr direita e textura fina. No apresenta figura ou

    desenho e as camadas de crescimento so distintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 14, os poros so visveis a olho nu, porosidade

    difusa, arranjo radial, maioria solitrios, s vezes obstrudos por tiloses. O

    parnquima axial invisvel sob lente de 10X. O parnquima radial pode ser visvel

    sob lente de 10X. As camadas de crescimento so individualizadas por zonas

    fibrosas tangenciais mais escuras e menor frequncia de poros.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial possui visibilidade sob

    lente de 10X, estratificado, com listrado de estratificao regular. As linhas

    vasculares so retilneas. No plano longitudinal radial, o espelhado dos raios

    pouco contrastado.

    Figura 14 Fotomacrografia da madeira de ip-preto plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 31

    Nome vulgar: Jacarand da Bahia

    Nome cientfico: Dalbergia nigra (Vell.) Fr. Allem

    Famlia: Fabaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    enegrecido, brilho moderado, cheiro agradvel e gosto imperceptvel. Possui massa

    especfica aparente alta, com valor de 0,87 g/cm a 15 % de umidade,

    moderadamente dura ao corte manual no plano transversal, gr direita e textura fina.

    No apresenta figura ou desenho e as camadas de crescimento so distintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 15, os poros so visveis a olho nu, com

    porosidade difusa, arranjo radial a diagonal, maioria solitrios, e vazios. O

    parnquima axial visvel sob lente de 10X, dos tipos paratraqueal vasicntrico e

    presena de aliforme losangular. O parnquima radial (raio) visvel sob lente de

    10X. As camadas de crescimento so individualizadas por zonas fibrosas

    tangenciais mais escuras.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial (raio) indistinto mesmo

    sob lente de 10X, estratificado, listrado de estratificao regular. As linhas

    vasculares so retilneas. No plano longitudinal radial, o espelhado dos raios

    ausente.

    Figura 15 Fotomacrografia da madeira de jacarand da Bahia plano transversal,

    10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 32

    Nome vulgar: Jatob

    Nome cientfico: Hymenaea courbaril Duke

    Famlia: Caesalpiniaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    castanho amarelado, brilho moderado, cheiro e gosto imperceptveis. Possui massa

    especfica aparente alta, com valor de 0,96 g/cm a 15% de umidade, dura ao corte

    manual no plano transversal, gr direita e textura fina. No apresenta figura ou

    desenho e as camadas de crescimento so distintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 16, os poros so visveis a olho nu, porosidade

    difusa, arranjo radial a diagonal, solitrios e mltiplos, vazios com pouca frequncia

    de tiloses. O parnquima axial visvel a olho nu, do tipo paratraqueal aliforme,

    vasicntrico e em faixas marginais. O parnquima radial visvel a olho nu. As

    camadas de crescimento so individualizadas por parnquima marginal.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial visvel sob lente de

    10X, com listrado de estratificao irregular. As linhas vasculares so retilneas. No

    plano longitudinal radial, o espelhado dos raios pouco contrastado.

    Figura 16 Fotomacrografia da madeira de jatob plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 33

    Nome vulgar: Jequitib

    Nome cientfico: Cariniana legalis (Mart.) Q. Kuntze

    Famlia: Lecythidaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    castanho rosado, brilho acentuado, cheiro e gosto imperceptveis. Possui massa

    especfica aparente mdia, com valor de 0,53 g/cm a 15% de umidade, macia ao

    corte manual no plano transversal, gr direita e textura fina. No apresenta figura ou

    desenho e as camadas de crescimento so distintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 17, os poros so visveis a olho nu, porosidade

    difusa, arranjo tangencial e diagonal, maioria solitrios, vazios e s vezes obstrudos

    por tiloses. O parnquima axial visvel sob lente de 10X, do tipo reticulado. O

    parnquima radial visvel sob lente de 10X. As camadas de crescimento so

    individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais escuras.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial possui visibilidade sob

    lente de 10X, com listrado de estratificao irregular. As linhas vasculares so

    retilneas a inclinadas. No plano longitudinal radial, o espelhado dos raios ausente.

    Figura 17 Fotomacrografia da madeira de jequitib plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 34

    Nome vulgar: Louro preto

    Nome cientfico: Cordia sp.

    Famlia: Lauraceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    pardo escuro a levemente amarelado com listras escuras, brilho moderado, cheiro e

    gosto imperceptveis. Possui massa especfica aparente alta, com valor de 0,98

    g/cm a 15% de umidade, dura ao corte manual no plano transversal, gr direita e

    textura mdia. Apresenta figura ou desenho destacado por raios mais largos e listras

    amareladas e as camadas de crescimento so distintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 18, os poros so visveis a olho nu, porosidade

    difusa, arranjo tangencial, maioria solitrios, com presena de leo-resina. O

    parnquima axial visvel sob lente de 10X, do tipo aliforme formando s vezes

    confluncias e em faixas estreitas. O parnquima radial visvel a olho nu. As

    camadas de crescimento so individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais

    escuras.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial visvel sob lente de

    10X, com listrado de estratificao irregular. As linhas vasculares so irregulares. No

    plano longitudinal radial, o espelhado dos raios contrastado.

    Figura 18 Fotomacrografia da madeira de louro preto plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 35

    Nome vulgar: Mogno

    Nome cientfico: Swietenia macrophylla King.

    Famlia: Meliaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    castanho, brilho acentuado, cheiro e gosto imperceptveis. Possui massa especfica

    aparente moderadamente alta, com valor de 0,63 g/cm a 15% de umidade,

    moderadamente dura ao corte manual no plano transversal, gr inclinada e textura

    mdia. No apresenta figura ou desenho e as camadas de crescimento so

    distintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 19, os poros so visveis a olho nu, porosidade

    difusa, arranjo radial a diagonal, maioria solitrios, vazios, s vezes obstrudos por

    substncias esbranquiadas e leo-resina. O parnquima axial visvel sob lente de

    10X, do tipo em faixas marginais. O parnquima radial visvel sob lente de 10X. As

    camadas de crescimento so individualizadas por parnquima marginal.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial visvel a olho nu,

    estratificado, com listrado de estratificao regular. As linhas vasculares so

    irregulares. No plano longitudinal radial, o espelhado dos raios pouco contrastado.

    Figura 19 Fotomacrografia da madeira de mogno plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 36

    Nome vulgar: Paraju

    Nome cientfico: Manilkara longiflia (A. DC.) Dub.

    Famlia: Sapotaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    castanho avermelhado escuro, brilho moderado, cheiro e gosto imperceptveis.

    Possui massa especfica aparente alta, com valor de 1,00 g/cm a 15% de umidade,

    dura ao corte manual no plano transversal, gr ligeiramente inclinada e textura fina.

    No apresenta figura ou desenho e as camadas de crescimento so indistinta.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 20, os poros so visveis sob lente de 10X,

    porosidade difusa, arranjo radial, solitrios e mltiplos, parcialmente obstrudos por

    tiloses. O parnquima axial visvel sob lente de 10X, do tipo em linhas finas e

    irregulares. O parnquima radial visvel sob lente de 10X. As camadas de

    crescimento so indistintas.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial invisvel mesmo sob

    lente de 10X. As linhas vasculares so irregulares. No plano longitudinal radial, o

    espelhado dos raios ausente.

    Figura 20 Fotomacrografia da madeira de paraju plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 37

    Nome vulgar: Pau amarelo

    Nome cientfico: Euxylophora paraensis Huber

    Famlia: Rutaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    amarelo, brilho acentuado, cheiro e gosto imperceptveis. Possui massa especfica

    aparente alta, com valor de 0,84 g/cm a 15% de umidade, moderadamente dura ao

    corte manual no plano transversal, gr direita e textura fina. No apresenta figura ou

    desenho e as camadas de crescimento so indistintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 21, os poros so visveis somente sob lente de

    10X, porosidade difusa, arranjo radial, maioria mltiplos, parcialmente obstrudos por

    tiloses. O parnquima axial invisvel mesmo sob lente de 10X. O parnquima radial

    visvel a olho nu. As camadas de crescimento so individualizadas por zonas

    fibrosas tangenciais mais escuras.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial visvel sob lente de

    10X, com listrado de estratificao irregular. As linhas vasculares so retilneas. No

    plano longitudinal radial, o espelhado dos raios pouco contrastado.

    Figura 21 Fotomacrografia da madeira de pau amarelo plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 38

    Nome vulgar: Pau Brasil

    Nome cientfico: Caesalpinia echinata Lam

    Famlia: Caesalpinaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    vermelho alaranjado, brilho moderado, cheiro e gosto imperceptveis. Possui massa

    especfica aparente alta, com valor de 0,98 g/cm a 15% de umidade, dura ao corte

    manual no plano transversal, gr direita e textura fina. Apresenta figura ou desenho

    destacado por faixa de parnquima axial e as camadas de crescimento so distintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 22, os poros so visveis sob lente de 10X,

    porosidade difusa, arranjo radial, solitrios e mltiplos, parcialmente obstrudos por

    tiloses e leo-resina. O parnquima axial visvel a olho nu, em faixas estreitas. O

    parnquima radial visvel sob lente de 10X. As camadas de crescimento so

    individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais escuras.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial invisvel mesmo sob

    lente de 10X, com listrado de estratificao irregular. As linhas vasculares so

    retilneas. No plano longitudinal radial, o espelhado dos raios ausente.

    Figura 22 Fotomacrografia da madeira de pau Brasil plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 39

    Nome vulgar: Pau roxo

    Nome cientfico: Peltogyne discolor Vogel

    Famlia: Caesalpinaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    roxeada com listras escuras, brilho moderado, cheiro desagradvel quando verde e

    gosto ligeiramente amargo. Possui massa especfica aparente muito alta, com valor

    de 1,13 g/cm a 15% de umidade, dura ao corte manual no plano transversal, gr

    direita e textura fina. Apresenta figura ou desenho demarcado por listras escuras e

    as camadas de crescimento so pouco distintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 23, os poros so visveis somente sob lente de

    10X, porosidade difusa, arranjo radial, maioria solitrios, obstrudos por tiloses,

    substncia esbranquiada e s vezes leo-resina. O parnquima axial visvel

    somente sob lente de 10X, do tipo em linhas finas e paratraqueal confluente,

    derivado do aliforme. O parnquima radial visvel sob lente de 10X. As camadas

    de crescimento so individualizadas por zonas fibrosas mais escuras.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial visvel sob lente de

    10X, com listrado de estratificao irregular. As linhas vasculares so retilneas. No

    plano longitudinal radial, o espelhado dos raios pouco contrastado.

    Figura 23 Fotomacrografia da madeira de pau roxo plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 40

    Nome vulgar: Pequi

    Nome cientfico: Caryocar villosum (Aubl.) Pers

    Famlia: Caryocaraceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    amarelo pardo claro, brilho moderado, cheiro e gosto imperceptveis. Possui massa

    especfica aparente alta, com valor de 0,93 g/cm a 15% de umidade,

    moderadamente dura ao corte manual no plano transversal, gr irregular e textura

    mdia. No apresenta figura ou desenho e as camadas de crescimento so

    distintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 24, os poros so visveis a olho nu, porosidade

    difusa, arranjo radial, solitrios e mltiplos, totalmente obstrudo por tiloses. O

    parnquima axial visvel sob lente de 10X, em faixas. O parnquima radial visvel

    sob lente de 10X. As camadas de crescimento so individualizadas por zonas

    fibrosas tangenciais mais escuras e parnquima em linhas.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial invisvel, mesmo sob

    lente de 10X, listrado de estratificao irregular. As linhas vasculares so irregulares.

    No plano longitudinal radial, o espelhado dos raios ausente.

    Figura 24 Fotomacrografia da madeira de pequi plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 41

    Nome vulgar: Peroba de campos

    Nome cientfico: Paratecoma peroba (Record.) Kuhl

    Famlia: Bignoniaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    amarelo pardo, brilho moderado, cheiro e gosto imperceptveis. Possui massa

    especfica aparente alta, com valor de 0,78 g/cm a 15% de umidade, dura ao corte

    manual no plano transversal, gr direita e textura fina. No apresenta figura ou

    desenho e as camadas de crescimento so distintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 25, os poros so visveis sob lente de 10X,

    porosidade difusa, arranjo diagonal, maioria solitrios, presena de depsitos em

    vaso como substncia esbranquiada e tiloses. O parnquima axial invisvel

    mesmo sob lente de 10X. O parnquima radial visvel sob lente de 10X. As

    camadas de crescimento so individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais

    escuras.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial possui visibilidade sob

    lente de 10X, com listrado de estratificao irregular. As linhas vasculares so

    retilneas. No plano longitudinal radial, o espelhado dos raios ausente.

    Figura 25 Fotomacrografia da madeira de peroba de campos plano transversal,

    10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 42

    Nome vulgar: Peroba mica

    Nome cientfico: Aspidosperma populifolium A. DC.

    Famlia: Apocynaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    pardo amarelado, ausncia de brilho, cheiro e gosto imperceptveis. Possui massa

    especfica aparente moderadamente alta, com valor de 0,73 g/cm a 15% de

    umidade, dura ao corte manual no plano transversal, gr direita e textura fina. No

    apresenta figura ou desenho e as camadas de crescimento so distintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 26, os poros so visveis sob lente de 10X,

    porosidade difusa, arranjo diagonal, maioria solitrios, vazios, algumas vezes

    obstrudos por tiloses. O parnquima axial invisvel mesmo sob lente de 10X. O

    parnquima radial visvel sob lente de 10X. As camadas de crescimento so

    individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais escuras.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial invisvel mesmo sob

    lente de 10X, com listrado de estratificao irregular. As linhas vasculares so

    retilneas. No plano longitudinal radial, o espelhado dos raios ausente.

    Figura 26 Fotomacrografia da madeira de peroba mica plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 43

    Nome vulgar: Peroba rosa

    Nome cientfico: Aspidosperma polyneuron Muell. Arg.

    Famlia: Apocynaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    rosada, brilho moderado, cheiro imperceptvel, gosto ligeiramente amargo. Possui

    massa especfica aparente alta, com valor de 0,79 g/cm a 15% de umidade, dura ao

    corte manual no plano transversal, gr inclinada e textura fina. No apresenta figura

    ou desenho e as camadas de crescimento so distintas.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 27, os poros so visveis somente sob lente de

    10X, porosidade difusa, arranjo radial, maioria solitrios, parcialmente obstrudos por

    tiloses. O parnquima axial invisvel mesmo sob lente de 10X. O parnquima radial

    visvel sob lente de 10X. As camadas de crescimento so individualizadas por

    zonas fibrosas tangenciais mais escuras.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial invisvel mesmo sob

    lente de 10X, com listrado de estratificao irregular. As linhas vasculares so

    irregulares. No plano longitudinal radial, o espelhado dos raios pouco contrastado.

    Figura 27 Fotomacrografia da madeira de peroba rosa plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 44

    Nome vulgar: Sapucaia

    Nome cientfico: Lecythis pisonis Camb.

    Famlia: Lecythidaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    castanho amarelada, brilho moderado, cheiro e gosto imperceptveis. Possui massa

    especfica aparente alta, com valor de 0,88 g/cm a 15% de umidade, dura ao corte

    manual no plano transversal, gr direita e textura mdia. No apresenta figura ou

    desenho e as camadas de crescimento so distintas.

    Descrio Macroscpica

    No plano transversal, Figura 28, os poros so visveis a olho nu, porosidade

    difusa, arranjo radial, solitrios e mltiplos, totalmente obstrudo por tiloses. O

    parnquima axial visvel ao olho nu, do tipo reticulado. O parnquima radial

    visvel sob lente de 10X. As camadas de crescimento so individualizadas por zonas

    fibrosas tangenciais mais escuras.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial invisvel mesmo sob

    lente de 10X, com listrado de estratificao irregular. As linhas vasculares so

    retilneas. No plano longitudinal radial, o espelhado dos raios ausente.

    Figura 28 Fotomacrografia da madeira de sapucaia plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 45

    Nome vulgar: Teca

    Nome cientfico: Tectona grandis L.f.

    Famlia: Verbenaceae

    Descrio geral

    A madeira possui diferena entre cerne e alburno distinto, com colorao

    pardo levemente esverdeado, brilho moderado, cheiro imperceptvel e gosto

    ligeiramente amargo. Possui massa especfica aparente mdia, com valor de 0,62

    g/cm a 15% de umidade, macia ao corte manual no plano transversal, gr direita e

    textura mdia. Apresenta figura ou desenho destacado por listras escuras e camada

    de crescimento distinta.

    Descrio macroscpica

    No plano transversal, Figura 29, os poros so visveis ao olho nu, porosidade

    em anis semiporosos, arranjo radial, maioria solitrios, s vezes obstrudos por

    leo-resina e tiloses. O parnquima axial visvel sob lente de 10X, em faixas

    marginais. O parnquima radial visvel sob lente de 10X. As camadas de

    crescimento so individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais escuras e

    poros de pequeno dimetro.

    No plano longitudinal tangencial o parnquima radial visvel sob lente de

    10X, com listrado de estratificao irregular. As linhas vasculares so retilneas. No

    plano longitudinal radial, o espelhado dos raios ausente.

    Figura 29 Fotomacrografia da madeira de teca plano transversal, 10X.

    Fonte: Autora (2010).

  • 46

    4.2 Chave de identificao das madeiras estudadas

    A seguir descrita a chave de identificao com o propsito de facilitar a

    identificao das madeiras estudadas.

    Vale ressaltar que outras madeiras podem apresentar as caractersticas

    descritas na chave, mas apenas as 29 madeiras foram objetos de confeco da

    presente chave de identificao.

    Sumrio do roteiro para identificao macroscpica das madeiras

    abordadas no Atlas

    Pag.

    A. Madeiras porosas com parnquima axial distinto sob lente de

    10X............................................................................................................... 49

    A.1. Parnquima exclusivamente vasicntrico............................................ 49

    A.2. Parnquima predominante vasicntrico e em faixas............................ 49

    A.3. Parnquima predominantemente vasicntrico ou vasicntrico

    escasso........................................................................................................ 49

    A.4. Parnquima predominantemente vasicntrico e aliforme

    losangular.................................................................................................... 49

    A.5. Parnquima confluente, derivado do parnquima aliforme................ 49

    A.6. Parnquima confluente em trechos curtos associando vrios

    poros............................................................................................................ 50

    A.7. Parnquima aliforme e confluente formando faixas estreitas

    irregulares.................................................................................................... 50

    A.8. Parnquima exclusivamente em faixa marginal................................. 50

    A.9. Parnquima predominantemente aliforme e vasicntrico e em faixa

    marginal....................................................................................................... 50

    A.10. Parnquima reticulado........................................................................ 50

  • 47

    A.11. Parnquima exclusivamente em linha ou faixas.............................. 51

    A.12. Parnquima predominantemente em linhas finas e confluentes

    derivado do aliforme....................................................................................

    51

    B. Madeiras porosas em que o parnquima axial indistinto sob

    lente de 10X......................................................................................... 52

    B.1. Madeiras com poros total ou parcialmente vazios............................... 52

    B.2. Madeiras com poros totalmente obstrudos......................................... 53

  • 48

    A. Madeiras porosas com parnquima axial distinto sob lente de 10X

    A.1. Parnquima exclusivamente vasicntrico, possui massa especfica

    aparente mdia, colorao rosada, porosidade difusa e arranjo

    diagonal.............................................................Eucalipto rosa p. 27.

    A.2. Parnquima predominante vasicntrico e em faixas, possui massa

    especifica aparente mdia, colorao castanho avermelhado, porosidade

    em anis semiporosos e arranjo tangencial.....................Cedro p. 23.

    A.3. Parnquima predominantemente vasicntrico ou vasicntrico

    escasso

    A.3.1.a. Massa especfica aparente mdia, poros s vezes obstrudos

    por substncias oleosas, tiloses, colorao castanho escuro, porosidade

    difusa e arranjo radial tendendo a diagonal........................Imbuia p. 30.

    A.3.1.b. Massa especfica aparente alta, poros na maioria das vezes

    obstrudos por tiloses, colorao amarelo pardacento escuro, porosidade

    difusa e arranjo diagonal a tangencial......Eucalipto citriodora p. 25.