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ANO XVII - 20 de outubro de 2011 Quem luta conquista Bancários, encerramos mais uma greve vi- toriosa! Para compreender o que isso significa é preciso ver a luta dos trabalhadores dentro de um contexto histórico e dinâmico: cada ano, avança-se um passo, seja com conquistas efe- tivas (combate ao assédio moral, reajustes sa- lariais, entre outros), seja pela crescente ade- são e conscientização da categoria, que cada vez menos acredita no discurso do “sucesso pessoal” e enxerga a realidade de exploração e falta de respeito por parte dos banqueiros. Neste ano, conseguimos romper as bar- reiras criadas por banqueiros e pelo governo, que endureceram nas negociações, amea- çaram os trabalhadores com desconto dos dias parados e se recusavam a apresentar uma proposta decente, com aumento real e APÓS 20 DIAS DE GREVE, BANCÁRIOS CONQUISTAM 9% DE REAJUSTE, VALORIZAÇÃO NOS PISOS E NA PLR E MELHORIAS NA SEGURANÇA valorização dos trabalhadores. Mas a resposta da categoria foi uma greve muito forte, a maior das últimas duas décadas. Fechamos mais de 300 agências em Curitiba e região, e 9.254 no Brasil todo, mesmo com a intromissão do judi- ciário com a concessão de interditos. Os bancos permaneceram em silêncio por 17 dias, aguardando o desenrolar da greve dos trabalhadores dos Correios e esperando pelo enfraquecimento das paralisações dos bancários. O único canal de “comunicação” dos patrões era a mídia amestrada pelas gordas verbas publicitárias, que desqualifi- cava o movimento legítimo dos trabalhadores bancários, manipulando as notícias de modo a colocar a população contra os bancários. Contanto, essa intransigência somente ali- mentou mais nossa mobilização. A grande adesão dos trabalhadores fez a diferença. A campanha “Adote uma agência” foi compreendida pela categoria e dezenas de bancários de bancos públicos e privados foram às ruas para fazer os piquetes e não esmoreceram enquanto os bancos não apre- sentaram uma proposta. Arrancamos uma negociação com ganho real, valorização do piso, melhoria na PLR, aviso prévio indenizado maior que o previsto em lei e avanços importantes para melhoria das condições de trabalho, como a proibição de transporte de numerário por bancários e da divulgação de rankings individuais da produtividade dos funcionários. Além disso, no Banco do Brasil e na Caixa Econômica, SEEB Curitiba mesmo a contragosto de suas direções, con- seguimos acordos específicos com avanços. Mas a luta não se esgota em uma greve. Nos últimos oito anos, temos conquistado aumentos reais nos salários e avanços nos direitos, com valorização de mais de 30% nos pisos, o que tem feito diferença no dia-a- dia dos bancários. Mas ainda há muito para avançarmos, em especial na garantia dos empregos e o fim das metas abusivas. Com o fortalecimento do Sindicato e o aumento das mobilizações, como vimos nos últimos anos, conseguiremos muito mais! Parabéns aos que lutaram e conquistaram. Direção do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região Índice conquistado após as greves Piso salarial • 12% 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Total (%) Reajuste 8,5 6 3,5 6 8,15 6 7,5 9 INPC Ganho real 0,94 0,63 1,13 0,93 1,49 3,08 1,48 10,71 Dias de greve Função Portaria Escriturário PLR Regra básica: 90% do salário + R$ 1.400,00 (limitado a R$ 7.827,29) O total apurado na aplicação da regra básica estará limitado a 13% do lucro líquido de 2011. Parcela adicional: 2 % do lucro líquido de 2011 dividido pelo total de funcionários (limitado a R$ 2.800,00) Caixa Salário Ingresso R$ 891,00 R$ 1.277,00 R$ 1.616,72 Salário após 90 dias R$ 976,00 R$ 1.400,00 R$ 1.900,36 28 5 6 2 17 15 15 20 108 dias 1,74 6,64 5,01 2,85 4,82 7,15 4,44 4,29 7,4

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Folha Bancaria

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ANO XVII - 20 de outubro de 2011

Quem luta conquistaBancários, encerramos mais uma greve vi-

toriosa! Para compreender o que isso significa é preciso ver a luta dos trabalhadores dentro de um contexto histórico e dinâmico: cada ano, avança-se um passo, seja com conquistas efe-tivas (combate ao assédio moral, reajustes sa-lariais, entre outros), seja pela crescente ade-são e conscientização da categoria, que cada vez menos acredita no discurso do “sucesso pessoal” e enxerga a realidade de exploração e falta de respeito por parte dos banqueiros.

Neste ano, conseguimos romper as bar-reiras criadas por banqueiros e pelo governo, que endureceram nas negociações, amea-çaram os trabalhadores com desconto dos dias parados e se recusavam a apresentar uma proposta decente, com aumento real e

APÓS 20 DIAS DE GREVE, BANCÁRIOS CONQUISTAM 9% DE REAJUSTE, VALORIZAÇÃO NOS PISOS E NA PLR E MELHORIAS NA SEGURANÇA

valorização dos trabalhadores. Mas a resposta da categoria foi uma greve muito forte, a maior das últimas duas décadas. Fechamos mais de 300 agências em Curitiba e região, e 9.254 no Brasil todo, mesmo com a intromissão do judi-ciário com a concessão de interditos.

Os bancos permaneceram em silêncio por 17 dias, aguardando o desenrolar da greve dos trabalhadores dos Correios e esperando pelo enfraquecimento das paralisações dos bancários. O único canal de “comunicação” dos patrões era a mídia amestrada pelas gordas verbas publicitárias, que desqualifi-cava o movimento legítimo dos trabalhadores bancários, manipulando as notícias de modo a colocar a população contra os bancários. Contanto, essa intransigência somente ali-

mentou mais nossa mobilização. A grande adesão dos trabalhadores fez a

diferença. A campanha “Adote uma agência” foi compreendida pela categoria e dezenas de bancários de bancos públicos e privados foram às ruas para fazer os piquetes e não esmoreceram enquanto os bancos não apre-sentaram uma proposta.

Arrancamos uma negociação com ganho real, valorização do piso, melhoria na PLR, aviso prévio indenizado maior que o previsto em lei e avanços importantes para melhoria das condições de trabalho, como a proibição de transporte de numerário por bancários e da divulgação de rankings individuais da produtividade dos funcionários. Além disso, no Banco do Brasil e na Caixa Econômica,

SEEB

Cur

itiba

mesmo a contragosto de suas direções, con-seguimos acordos específicos com avanços.

Mas a luta não se esgota em uma greve. Nos últimos oito anos, temos conquistado aumentos reais nos salários e avanços nos direitos, com valorização de mais de 30% nos pisos, o que tem feito diferença no dia-a-dia dos bancários. Mas ainda há muito para avançarmos, em especial na garantia dos empregos e o fim das metas abusivas. Com o fortalecimento do Sindicato e o aumento das mobilizações, como vimos nos últimos anos, conseguiremos muito mais! Parabéns aos que lutaram e conquistaram.

Direção do Sindicato dos Bancáriosde Curitiba e região

Índice conquistado após as greves Piso salarial • 12%

20042005200620072008200920102011

Total (%)

Reajuste8,56

3,56

8,156

7,59

INPC Ganho real

0,940,631,130,931,493,081,4810,71

Dias de greve FunçãoPortaria

Escriturário

PLR

Regra básica: 90% do salário + R$ 1.400,00 (limitado a R$ 7.827,29)O total apurado na aplicação da regra básica estará limitado a 13% do lucro líquido de 2011.

Parcela adicional: 2 % do lucro líquido de 2011 dividido pelo total de funcionários (limitado a R$ 2.800,00)

Caixa

Salário IngressoR$ 891,00

R$ 1.277,00R$ 1.616,72

Salário após 90 diasR$ 976,00

R$ 1.400,00R$ 1.900,36

2856217151520

108 dias

1,746,645,012,854,827,154,444,297,4

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BB e Caixa seguem avançandoNos bancos públicos, o cenário parecia

ser desfavorável, inclusive com ameaças do Governo Federal de desconto dos dias para-dos. Mas a mobilização dos trabalhadores conseguiu reverter este cenário, mantendo direitos já adquiridos e arrancando novas con-quistas. Com isso, na assembleia de 16 de outubro, os funcionários da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil também apro-varam as propostas específicas apresentadas pelos dois bancos. Ambos os bancos públicos vão seguir a regra da Fenaban de reajuste sa-larial e demais verbas de 9%.

Caixa – A Caixa manteve a PLR Social, que prevê a distribuição 4% do lucro líquido de forma linear, além da regra básica e da parcela adicional acordada com a Fenaban. O valor será distribuído mesmo que, somado à íntegra da Fenaban, ultrapasse o limite de 15% previsto na convenção coletiva.

Nos pisos, há novo aumento com mu-dança na tabela do Plano de Cargos e Sa-lários (PCS). Os novos concursados passam a ingressar no banco na Referência 202 e após 90 dias avançam automaticamente para Referência 203. Os salários passam de R$1.637 para R$1.826 (ref. 203 já com reajuste de 9%). Os empregados que ocu-pam a referência 202, atualmente, passam automaticamente à referência 203. O mesmo vale para a Carreira Profissional, com pisos que passam a ter referência 802 no ingresso, no valor de R$7.932, e referência 803 após 90 dias, passando a R$8.128.

Entre as conquistas, o banco concordou em repassar o aumento de R$39 na tabela do PCS

MOBILIZAÇÃO DOS BANCÁRIOS CONQUISTA VALORIZAÇÃO NOS PISOS E DISCUSSÃO SOBRE JORNADA

Bancos públicos

conquistado em 2010 para os bancários da tabela do PCS antigo. “Isso vai corrigir uma in-justiça com os empregados que eram discrimi-nados por terem optado por permanecer no REG/Replan não saldado”, afirma Genésio Car-doso, representante do Paraná na CEE/Caixa.

BB – Já o Banco do Brasil vai reajustar em 10% os pisos salariais, que passam a ter valor de R$1.760 (ganho real de 2,42%). A propos-ta aceita também contempla PLR maior, vari-ando o ganho de 9,9% a 13,1% em relação ao primeiro semestre de 2010. Os novos valores para 2011 passam a ser de R$3.571,46 para escriturário e R$3.912,16 para caixa exe-cutivo. Os comissionados recebem de 1,62 a 3,0 salários. Uma importante conquista foi a PLR dos Atendentes A e B da CABB, que não receberão valores inferiores aos recebidos pelos caixas.

Quanto ao PCR, cada letra M (mérito) terá reajuste de 10% e passa a valer R$97,35. Os bancários também conquistaram pontuação retroativa a 1998, aumentando em oito anos a contagem de pontos. O banco se compro-mete a instalar, em até 30 dias, mesas de negociação temática para discutir mudanças no PCR, PCCS e na substituição, com crono-grama que será definido a partir da primeira reunião de negociação.

Dias parados – Conforme acordado com a Fenaban, os bancos públicos não descon-tarão os dias parados. Os bancários têm da data da assinatura da CCT 2011/2012 até o dia 15 de dezembro para fazer a compensa-ção, limitada a 2 horas diárias. O que não for compensado até esta data será anistiado.

• Manutenção da titularidade da função por 180 dias nas Licenças para Tratamento de Saúde.• Filhos maiores de 21 anos comprovadamente sem renda continuam até os 24 anos no plano Saúde Caixa como dependente indireto, mesmo que não esteja estudando, e até os 27 anos, se estiver estudando.• Avaliação sistemática para promoção por mérito em 2012.• Grupos de estudo sobre os temas Saúde e Sistema de Ponto Eletrônico (SIPON).• Criação de, no mínimo, 5 mil novos postos de trabalho até o final de 2012.• Abertura de Comissão de Conciliação Voluntária para inativos e para os empregados da ativa sobre 7ª e 8ª horas dos cargos de natureza técnica.• Será negociado permissão para que empregados que não tenham ocupado função de ges-tor possam concorrer ao cargo de representante no Conselho de Administração.• Incorporação do valor correspondente à média dos últimos 5 anos de ADN para emprega-dos da extinta compensação de cheques com mais de 10 anos de serviço.• Em caso de calamidade, empréstimo de até 10 salários, limitado à margem consignável, para ser pago em até 60 vezes.

• Atendentes da CABB não precisarão mais pedir descomissionamento para serem removi-dos como postos efetivos para outras unidades, acabando com a trava de dois anos para um novo comissionamento.• Manutenção da cláusula que exige três ciclos avaliatórios consecutivos de GDP com des-empenhos insatisfatórios para descomissionamento.• Redução da trava de dois para um ano em caso de concorrência de posto efetivo para comissionamento.• Manutenção das comissões por 12 meses no retorno da licença saúde.• Reestruturação do Programa Recuperação de Dívidas, com redução de juros e aumento no prazo de pagamento.• Ampliação de 55.261 para 68.057 no público do programa de aprimoramento, com aumento de valor de R$200 para R$215.• Extensão do Programa de Assistência Social (PAS): Adiantamentos para incorporados que optaram pelo regulamento do BB e pertençam aos planos de saúde Economus, Fusesc e Prevbep.• Concessão de 1.000 bolsas de graduação e 500 de pós-graduação.

Caixa

Banco do Brasil

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Bancos abusam da truculência Durante os 20 dias de greve dos bancários

de Curitiba e região, muitas atitudes abusivas e até ilegais foram protagonizadas pelos bancos, seus gestores e gerentes. O Sindicato recebeu inúmeras denúncias anônimas e acompanhou dia-a-dia a postura truculenta adotada pelos representantes de bancos públicos e privados.

Já no primeiro dia de greve, em 27 de setembro, aconteceu o conhecido transporte aéreo dos funcionários do Centro Administra-tivo HSBC Xaxim. Três dias depois, o Sindi-cato recebeu denúncias de que em outra con-tingência do banco inglês, bancários estariam passando mal por falta de condições mínimas de trabalho, como grande número de trabalha-dores no espaço, falta de água e até banheiros.

No Bradesco, a opção utilizada pelo banco foi a conhecida ata notarial. Diante dos pi-

PARA TENTAR IMPEDIR A MOBILIZAÇÃO DOS BANCÁRIOS EM GREVE, OS BANCOS SE UTILIZARAM DAS MAIS DIVERSAS PRÁTICAS ANTISSINDICAIS

quetes do Sindicato, gerentes obrigavam tra-balhadores a registrar em cartório o impedi-mento de entrar nas agências. O objetivo do banco era provar que o movimento sindical ameaçava seu patrimônio.

O Itaú optou pela intervenção de força poli-cial e até de advogados contratados. Com a ampliação da paralisação, depois da primeira semana, teve até superintendente enviado especialmente para Curitiba para garantir a abertura das agências. O gestor chegou dando show em público, rasgando faixas em frente a uma agência Personalité, mas foi contido pelo Sindicato.

Bancos públicos – Os gestores do Banco do Brasil também enfrentaram a mobiliza-ção dos trabalhadores com muita pressão. Além do contingenciamento no Shopping

Palladium (com interdito a pedido do ges-tor do BB), bancários receberam ameaças de desconto dos dias parados. No início da greve, bancários foram resgatados de den-tro do banheiro na agência Mateus Leme du-rante uma visita dos dirigentes sindicais aos locais com contingência.

Já na Caixa, foram dois casos notórios: al-guns funcionários estavam sendo “convidados” a voltar ao trabalho em um hotel de Curitiba, pela gerente da Filial de Risco de Crédito; outros eram instruídos a dar andamento em análises de crédito habitacional, sendo trans-feridos para a agência Jardim das Américas.

Bancários no cofre – Contudo, o ápice da truculência nesta greve ocorreu com bancários do Itaú na agência Pinheirinho. Os trabalhadores foram escondidos no cofre pelo

gerente, que afirmava para o Sindicato que não havia trabalhadores no local. O caso foi descoberto alguns dias depois e tornou-se notório na imprensa local.

Protestos – Diante de toda essa irrespon-sabilidade por parte dos bancos, os bancári-os protestaram de várias formas. Contra os interditos proibitórios concedidos ao Brades-co e ao HSBC, foram assadas sardinhas em frente às agências no centro de Curitiba. O ato chamou a atenção da população, da im-prensa e da Prefeitura, que deslocou um gru-po de guardas municipais para acabar com a manifestação. Para chamar atenção para o silêncio dos negociadores da Fenaban, o Sindicato também contratou repentistas, que fizeram repentes bem humorados com os temas da campanha salarial.

Antissindical

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Orgão de divulgação do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região

Av. Vicente Machado, 18 - 8º andar • Fone: (41) 3015-0523 • Fax: (41) 3322-9867 • Presidente: Otávio Dias • Sec. de Imprensa: André Machado • Conselho Editorial: Ana Smolka, André Machado, Carlos Alberto Kanak, Genésio Cardoso, Eustáquio Moreira e Otávio Dias • Jornalista responsável: Renata Ortega (8272/PR) • Redação: Paula Padilha, Flávia Silveira e Renata Ortega • Diagramação e Arte final: Fabio Souza e Mariana Kaminski • Impressão: Multgraphic • Tiragem: 18.000 exemplares • [email protected] • www.bancariosdecuritiba.org.br

Oposição ao descontoassistencial é de 20 a 29

Troféu“Assediadordo ano” foipara trêsgestores

Durante a assembleia que aprovou o fim da greve dos bancários em Curitiba e região, no domingo, 16 de outubro, os trabalhadores também aprovaram a contribuição assisten-cial no valor de R$ 35. A taxa, que serve para custear os gastos com estrutura da Cam-panha Nacional dos Bancários 2011, será descontada em folha de pagamento no mês de novembro.

Oposição – Os bancários contrários ao desconto da taxa podem protocolar sua oposição junto ao Sindicato. As datas e horários para o protocolo são as seguintes: de 20 a 29 de outubro, das 9h às 17h, no

VALOR DE R$ 35 SERÁ UTILIZADO PARA CUSTEAR DESPESAS COM A CAMPANHA SALARIAL

PREMIAÇÃO ÀS AVESSAS É PARA CONSCIETIZAR GESTORES QUE ELES TAMBÉM SÃO BANCÁRIOS E TAMBÉM SÃO BENEFICIADOS PELA MOBILIZAÇÃO

Espaço Cultural e Esportivo dos Bancários (Rua Piquiri, 380 – Rebouças), exceto aos domingos. Nos sábados (22 e 29), o horário de atendimento será das 10h às 16h.

“O Sindicato defende que sua manutenção deve ser feita com a contribuição espontânea dos trabalhadores, por meio da sindicaliza-ção. A taxa assistencial é um valor que garan-te a infra-estrutura da campanha salarial, que conta com muitos itens, como carro de som, faixas, cartazes e organização de assemble-ias, congressos e conferências, entre outros”, justifica Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região.

No dia da deflagração de greve por tempo indeterminado (27), o Sindicato lançou a disputa pelo troféu “Assediador do ano”. Ao longo da mobilização, muitos candida-tos surgiram e a disputa terminou acirrada. Inúmeras atitudes de gerentes, gestores e superintendentes foram passíveis de exposição e repúdio. O que não faltou foi prática antissindical, desrespeito, pressão, contingenciamento e truculência.

Os três maiores assediadores foram elei-tos durante a assembleia que aprovou o fim da greve, no dia 16 de outubro. Um dos es-colhidos foi o gerente geral do CSO Curitiba do Banco do Brasil, João Leocir Dal Rosso Frescura, mais conhecido como Piti. Ele pe-diu o interdito à administração do Shopping Palladium; divulgou resultado de seleção du-rante a greve; compensou os fura-greve com diminuição de jornada; e ameaçou trabalha-

dores para não aderir à paralisação.Já os dois gestores do Itaú premiados, De-

nise Dalpont e Álvaro Finger, percorreram as agências do banco pressionando os trabalha-dores para que voltassem ao trabalho. Denise ainda mandou mensagens para os bancários e exigiu a abertura de agências com apenas um gerente trabalhando, mesmo que isso co-locasse clientes em risco.

Mesmo com tanta dedicação, os gestores ganharam apenas o troféu de assediador do ano, pois a adesão no BB foi uma das maio-res no país e a greve no Itaú manteve-se forte, com a maioria das agências do banco fechadas até o último dia.

O Sindicato e todos os bancários espe-ram, com essa alegoria do assediador, que a prática deixe de ser aplicada toda vez que os trabalhadores estiverem lutando por seus direitos e por melhores condições de trabalho.

Atendimento

Oposição ao descontoassistencial (R$ 35)Datas: de 20 a 29 de outubroDe segunda à sexta-feira, das 9h às 17hAos sábados, das 10h às 16Não há expediente aos domingos

Local: Espaço Cultural(Rua Piquiri, 380 - Rebouças - Curitiba-PR)

Curtas

Demissão sem justa causa

Dias parados

Campanha Nacional 2011

Aviso prévioindenizado

Compensação até dia 15 de dezembro

Maior greve dos últimos 20 anos

Uma das conquistas da nova CCT é a ade-quação à Lei 12.506/2011, que aumenta o período do aviso prévio, sancionada pela presidente Dilma em outubro. A cláusula do aviso prévio proporcional indeniza o trabalha-dor por um período maior nas demissões sem justa causa. A cada ano de serviço é acres-centado três dias, limitado a 90 dias. No caso dos bancários, a CCT garante limite de 120 dias e o aviso prévio é indenizado. As escalas são: até 5 anos de trabalho (60 dias); de 5 a 10 anos (75 dias); de 11 a 20 anos (90 dias); e mais de 20 anos (aviso prévio de 120 dias).

Após 20 dias de greve, uma importante conquista foi mantida nesta campanha sala-rial: o não desconto dos dias parados, que serão compensados entre a data de assina-tura da CCT e o dia 15 de dezembro, limitado a duas horas extras por dia. As horas que não forem compensadas até essa data serão anistiadas. Havia o medo de que, com a de-cisão do TST na greve dos Correios, que ti-veram sete dias descontados, que o mesmo fosse acontecer com a categoria bancária.

Com o acordo assinado, permanece a compensação dos dias não trabalhados, sem desconto. Isso beneficiou, ainda, os bancários do BB, que tiveram o ponto cortado durante a paralisação. O valor previamente descontado será devolvido pelo banco.

Mais uma vez, os bancários ampliaram o movimento e fizeram a maior paralisação da categoria nos últimos 20 anos. Em todo Bra-sil, chegaram a ficar fechadas mais de 9 mil agências e vários centros administrativos.

No Paraná, os dez sindicatos filiados à FETEC-CUT-PR fecharam mais de 700 agências, mobilizando 16,4 mil bancários. “É determinante a mobilização dos trabalha-dores da capital, mas temos de destacar o alto índice de mobilização dos bancários do interior, que fecharam cerca de 400 agên-cias, sendo fundamental para o sucesso da campanha no estado”, diz Elias Jordão, presidente da FETEC-CUT-PR.

Prazos

Fique atento